Venda de aços planos cresce 4,2% em maio, para 328,9 mil toneladas, aponta Inda

Safras & Mercado – RS   26/06/2025

As vendas de aços planos em maio contabilizaram alta de 4,2% sobre o mesmo mês de 2024, atingindo o montante de 328,9 mil toneladas, segundo dados apresentados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira. Em relação a abril, quando foram vendidas 317,3 mil toneladas, houve alta de 3,7%. De janeiro a maio, as vendas de aços planos cresceram 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a 1,620 milhão de toneladas.

Em maio de 2025, as compras de aços planos registraram alta de 8,1% perante ao mesmo mês de 2024, com volume total de 339,5 mil toneladas contra 314,2 mil toneladas registrado em maio de 2024. Frente a abril, as compras cresceram 6,1% em relação aos 320,1 mil toneladas de abril de 2025. De janeiro a maio, as compras de aços planos cresceram 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a 1,678 milhão de toneladas.

Em número absoluto, o estoque de maio obteve alta de 1,0% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 1.071,9 mil toneladas contra 1.061,3 mil. O giro de estoque fechou em 3,3 meses.

As importações encerraram o mês de maio com alta de 42,5% em relação ao mês anterior, com volume total de 417,9 mil toneladas contra 293,3 mil. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (243,6 mil ton.), as importações registraram alta de 71,5%. De janeiro a maio, as importações cresceram 40,8%, atingindo o montante de 1,507 milhão de toneladas. Deste volume, 73,9% são procedentes da China, chegando a 1,192 milhão toneladas.

O presidente do Inda, Carlos Jorge Loureiro, destacou o alto volume dos estoques nas mãos dos importadores, o que exerce uma competição grande e desigual para os fabricantes brasileiros. “Não há perspectiva de melhora. O porto de São Francisco do Sul tem cerca de 900 mil toneladas aguardando a liberação. Em 2025, deveremos ter um volume recorde de importação. Atualmente, 32% do aço fornecido aos distribuidores e consumidores finais são importados, e deve manter o ritmo alto diante da queda do dólar, que acaba estimulando os importadores”, apontou Loureiro.

O presidente do Inda lembrou que o governo federal renovou as cotas, no valor de 25% sobre o aço importado, para combater o dumping de outros países. “Os preços nas usinas brasileiras têm sofrido muita pressão para tentar se manter competitivos diante da invasão dos importados. De janeiro a maio, o preço do aço produzido no Brasil recuou 15%”, lembrou Loureiro.

No mês passado, o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) renovou as medidas tarifárias adotadas no ano passado para reduzir o surto de importação de produtos de aço, com objetivo de continuar fortalecendo a indústria nacional nesse setor.

A vigência da alíquota de 25% foi mantida para 19 NCMs, que já eram atendidas pela medida, e estendida agora para outras quatro, totalizando 23. Estas últimas foram caracterizadas como NCMs de fuga e sua inclusão na medida decorreu da identificação de aumentos expressivos de importação no último ano, demonstrando que passaram a ser usadas como substitutas dos produtos originalmente tarifados. As medidas valem por 12 meses.

Assim como nas decisões do ano passado, foi mantido o sistema de cotas até determinados volumes de importação, que poderão entrar no país pelas tarifas originais das NCMs (entre 9% e 16%). Entretanto, foram excluídas do cálculo as importações feitas no contexto de acordos comerciais ou de regimes especiais.

O estabelecimento de cotas busca reduzir os impactos nos setores que usam o aço em sua cadeia produtiva, como construção civil, automóveis, bens de capital e eletroeletrônicos.

Tanto a manutenção como a ampliação das NCMs na medida seguiram os critérios técnicos já utilizados nas decisões anteriores, alcançando as NCMs cujo volume de compras externas superaram em 30% a média das compras ocorridas entre 2020 e 2022.

PROJEÇÕES

Para junho de 2025, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma alta de 4% em relação a maio.