Usinas de aço brasileiras terão dificuldades para segurar alta de preços, diz Inda

Diário do Comércio – MG   26/08/2024

As usinas siderúrgicas devem enfrentar dificuldades para implementar as novas altas de preços anunciadas recentemente, de acordo com Instituto Nacional dos Distribuidores de Aços Planos (Inda). Isso porque o preço do aço plano no Brasil continua sendo

impactado pelas importações, sobretudo, da China, segundo o presidente da entidade, Carlos Loureiro.

Previstas para impactar o setor no segundo semestre, as cotas e o aumento das tarifas de importação ainda não foram suficientes para estabilizar o mercado. Conforme os dados apresentados pelo Instituto, a alta de importação para o mês de julho foi de 8,45%, passando de 202,2 mil toneladas para 219,2 mil. No acumulado do ano, o acréscimo é de 19,8%, somando 1,5 milhão de toneladas.

Com isso, as usinas brasileiras são forçadas a anunciar o aumento, como o caso da CSN, que anunciou alta de 5% no preço praticado a partir do dia 1º de setembro. Entretanto, na opinião do presidente da entidade, as empresas brasileiras terão dificuldade de implantar a alta. “Depende muito da necessidade delas: até que ponto estão mais dispostas a perder algum mercado e implantar preço do que eventualmente tentar barrar as importações somente via preço”, diz.

As vendas de aços planos em julho contabilizaram queda de 0,9% quando comparada ao mês anterior, alcançando o volume de 335,7 mil toneladas contra 338,7 mil. Já em comparação ao mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 310,2 mil toneladas, a alta foi de 8,2%.

Apesar da instabilidade dos preços, os estoques estão dentro do que é considerado ideal. Em número absoluto, o estoque de julho obteve alta de 1,5% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 943,3 mil toneladas contra 929,5 mil, fechando o giro em 2,8 meses. “Está havendo uma certa disciplina dos distribuidores, não deixando que o estoque suba demais”, disse o presidente do Inda.