Vendas de aços planos no País despencam 14% em junho

21/07/2023 – Diário do Comércio – MG

A demanda retraída e o aumento expressivo das importações de aços planos – que cresceram 74,9% em junho frente a igual mês do ano passado – fizeram com que as vendas das distribuidoras associadas ao Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) despencassem no sexto mês do ano. No período, foram 284,5 mil toneladas comercializadas, uma queda de 14% frente a maio e de 6% na comparação com junho de 2022.

Com o resultado, as vendas das associadas encerraram o primeiro semestre com retração de 0,4% e comercialização de 1,89 milhão de toneladas.

Diante dos resultados negativos e de perspectivas pessimistas para os próximos meses, a tendência nas vendas – que antes tendiam a crescer até 2% no ano – foi revisada e é esperada retração de 1,5% a 2% em 2023.

“Em junho, a grande surpresa foram as vendas, que na segunda quinzena foram bem piores do que imaginamos. A nossa sondagem, feita por volta do dia 15, apostava para uma queda de 3%, mas a retração foi muito forte, chegando a 14%. Esta redução está em linha com que está acontecendo com a indústria”, disse o presidente do Inda, Carlos Loureiro.

Em relação ao primeiro semestre, o resultado também foi negativo, com retração nas vendas de 0,4%. Até o acumulado do quinto mês do ano, as vendas ainda estavam positivas, com pequena alta de 0,7%.

Nos últimos 12 meses, as vendas do setor ainda acumulam uma alta de 4,5% e um volume de 3,7 milhões de toneladas, porém, para o fechamento de 2023, a tendência é de resultado negativo.

“A possibilidade de encerrar o ano com um dígito baixo de crescimento, ela praticamente, se esvaiu. Agora, ao invés de aumento, que seria de 1,5% a 2%, teremos uma queda de dígito baixo, algo em torno de 1,5% a 2%”.

Para julho, a perspectiva é de alta de 3% nas vendas e compras. “A gente está apontando para uma alta de 3%, embora, esse sentimento do associado em relação a uma melhora no final do mês não tem se confirmado. Estes 3%, ao meu ver, podem nos dar, novamente, uma surpresa, com o setor não conseguindo essa performance”.

Quanto às compras, em junho, foi verificada queda de 17,2% na comparação com maio, chegando a um volume total de 293,5 mil toneladas contra 354,5 mil. Frente a junho do ano passado, quando as empresas do setor adquiriram 315,7 mil toneladas, a queda foi de 7%.

De janeiro a junho, as compras somaram 1,92 milhão de toneladas, superando em 2,5% o resultado de igual período do ano passado. Nos últimos 12 meses a elevação ficou em 6,1%.

Com as vendas menores que as compras, em número absoluto, o estoque de junho ficou 1,1% maior em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 850 mil toneladas contra 841 mil. O giro de estoque fechou em três meses.

“O estoque de três meses é um número forte, já dentro da média. As distribuidoras precisam ficar atentas porque um estoque acima de três meses de vendas com a perspectiva muito insegura de preços e alta volatilidade é algo que não nos convém”.

Conforme o Inda, as importações encerraram o mês de junho com alta de 5,7% em relação ao mês anterior, com volume total de 201,3 mil toneladas contra 190,4 mil. Frente ao mesmo mês do ano anterior, quando as importações somaram 115,1 mil toneladas, elas registraram alta de 74,9%. De janeiro a junho, as importações de aços planos aumentaram 29,4%, com o ingresso de 1,05 milhão de toneladas no mercado interno.