Na CSN, a ordem é repassar custos e garantir margem nos próximos trimestres

06/05/2022 – Neofeed/SP

Após sofrer com a alta dos preços do coque e do carvão no começo do ano, a siderúrgica prioriza vendas para o mercado interno e vê espaço para realizar reajustes e repassar custos E para garantir que a companhia tenha um bom 2022 e não repita o desempenho do começo do ano, a ordem do presidente Benjamin Steinbruch é clara: a alta dos custos globais de produção será repassada em todos os segmentos produtivos nos quais a empresa atua – siderurgia, mineração e cimento.

“A alta de custos em todo mundo tem que ser repassada para não prejudicar as margens”, disse ele em teleconferência com analistas e investidores nesta quinta-feira, dia 5 de maio. “Vamos transferir os custos em todos os segmentos e continuar fazendo disso nossa principal bandeira.”

A pressão nos custos com a alta dos preços do carvão e do coque, junto às fortes chuvas nas operações em Minas Gerais e questões pontuais que prejudicaram a produção de aço, pesaram sobre as margens no primeiro trimestre. Em relação ao mesmo período de 2021, a margem Ebitda recuou 9,6 pontos percentuais, para 39,1%.

Para lidar com esta situação, a CSN planeja priorizar o mercado interno neste ano, mesmo plano estabelecido pela Usiminas, ao verem um ambiente interno positivo para reajustar os preços, com o aço se beneficiando da diminuição da importação, diante dos problemas logísticos em todo o mundo, e a volatilidade do câmbio.

Em abril, a empresa realizou dois aumentos de preços no aço, um de 12,5%, que entrou em vigor logo no começo do mês, e outro de 7,5%, a partir do dia 15. A CSN projeta que as vendas de aço no Brasil devem crescer entre 2,5% e 4% nesse ano, com a empresa registrando um crescimento de 10%. Já as importações devem ter redução de 26%.

O Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) projeta que o setor irá fechar 2022 com um crescimento de 5% nas vendas de aço.