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30 de Janeiro de 2024

SIDERURGIA

Exame - SP   30/01/2024

As commodities tiveram momentos de glória nos últimos anos com várias matérias primas batendo recordes de preço. Mas parece que em 2024 o mesmo otimismo não ronda mais este setor.

As expectativas para os preços das matérias primas, de acordo com Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, estão bem “mornas”. Veja, por exemplo, o que o Goldman Sachs e o gestor João Piccioni, da Empiricus Gestão, esperam para o petróleo neste ano:

E o cenário de preços mais amenos não são exclusivos ao petróleo. O índice de commodities da Bloomberg, que combina o desempenho de diferentes commodities como o petróleo, gás, minério, soja etc., mostra uma desaceleração nos preços dos materiais:

Segundo o analista, o pico entre 2021 e 2022 se explica pelo cenário mais restritivo durante a pandemia, que diminuiu a oferta das commodities e elevou os preços a patamares recordes. Mas agora, o cenário é outro:

“Há uma sobreoferta de petróleo, queda nas perspectivas de crescimento da China (o que impacta o consumo de aço), além da queda da cotação de vários produtos agrícolas depois do boom da pandemia”, afirmou Ruy Hungria em coluna do portal Seu Dinheiro.

Porém, muito se engana quem pensa que é hora de fugir das ações de companhias de commodities. O analista defende que é muito diferente investir na commodity e em uma empresa do setor.

Por exemplo, desde março de 2022, o petróleo desvalorizou quase -30%, enquanto as ações da Petrobras (PETR4) saltaram quase 140%.

Embora o analista não recomende comprar PETR4, a performance da ação mostra que o pessimismo sobre os preços das commodities não deve ser o único fator a ser levado em consideração na hora de montar um portfólio – principalmente quando o assunto é o pagamento de dividendos. Segundo Ruy:

“Não é qualquer empresa de commodities que você deveria apostar, mas existem algumas que, mesmo com queda dos preços [das commodities], conseguem apresentar dividendos bons”, afirmou no programa Giro do Mercado.

Não é à toa que uma das melhores ações para buscar dividendos, segundo Ruy Hungria, é uma empresa siderúrgica. Trata-se de uma companhia que está sendo penalizada na bolsa devido ao cenário do setor de commodities, mas que pode pagar dividendos de até 10%...

Uma das favoritas para buscar dividendos neste ano é a Gerdau (GGBR4); entenda

Ruy Hungria é claro: “a minha recomendação não é fugir das empresas de commodities em 2024”. O analista inclusive defende que muitas ações do setor ficaram baratas com a narrativa do mercado de que este ano marcaria o “fim das commodities”.

A favorita do analista para ter em carteira agora é a Gerdau (GGBR4). A ação siderúrgica desvalorizou 12% desde o início do ano. O pessimismo do mercado se justifica pela pressão que as siderúrgicas brasileiras estão sofrendo com as importações de aço da China e a queda do minério de ferro.

Porém, Ruy acredita que a queda do papel é exagerada e fez as ações GGBR4 chegarem a um patamar de preço menor do que de fato valem – ou seja, estão baratas.

Além da cotação atrativa, a expectativa é de que a Gerdau pague dividendos de até 10% ainda em 2024, segundo as estimativas da Empiricus Research.

É claro que, assim como qualquer outro investimento, a tese envolve riscos e não há garantia de que as estimativas dos analistas vão se concretizar. Porém, os analistas estão otimistas sobre o potencial da ação e a recomendação da equipe de análise é de compra para o papel GGBR4.

A equipe de análise calcula um potencial tão atrativo para a ação que ela foi incluída em uma carteira de 5 melhores papéis para buscar dividendos em 2024. O portfólio reúne empresas sólidas, com preços atrativos e boa perspectiva de pagamento de proventos.

Além de GGBR4: carteira de melhores pagadoras de proventos tem outras 4 recomendações

Mas embora a Gerdau seja considerada uma excelente ação para buscar lucros com dividendos, ela não deve ser a única incluída em carteira no cenário atual.

Isso porque mesmo sendo um bom investimento, na visão dos analistas, é indispensável diversificar as ações da carteira para minimizar riscos e potencializar as chances de lucro.

Pensando nisso, além da Gerdau, a Empiricus Research selecionou outras 4 ações consideradas as melhores para buscar proventos gordos neste ano. São papéis líderes de mercado, sólidos, baratos e com bom potencial de dividendos.

Entre as ações, está uma companhia que pode chegar a pagar 10,5% em dividendos, uma seguradora considerada um “reloginho” dos proventos e um papel que pode se beneficiar – e muito – das possíveis altas do Ibovespa em 2024:

E o melhor: nem um centavo é cobrado para acessar esse portfólio completo. A casa de análise financeira liberou a carteira como uma cortesia para qualquer investidor interessado em buscar bons pagamentos neste ano.

Portanto, você não tem nada a perder e pode ganhar muito com as informações que encontrará neste material. Lembre-se: é 100% gratuito. Basta acessar este link ou clicar no botão abaixo e seguir as instruções:

Infomoney - SP   30/01/2024

A pergunta que se faz no mercado de aço no momento é se a China continuará em ritmo forte de exportação de produtos siderúrgicos. É  que janeiro entra na reta final e o governo, via Câmara de Comércio Exterior (Camex), não sinaliza nenhum movimento para atender o pleito das siderúrgicas de adoção de uma medida de proteção contra o que consideram uma avalanche de aço importado, principalmente chinês.

A China exportou 90 milhões de toneladas e o Brasil foi o sétimo principal destino dos embarques. Entraram, de aços laminados, tomando  mercados de CSN, Usiminas, Gerdau e outras produtoras locais, mais de 2,5 milhões de toneladas oriundas do país asiático, de um total de 4,4 milhões. Se somar produtos semiacabados, as usinas chinesas despacharam próximo de 3 milhões de toneladas ao Brasil – 60% do total que entrou no país.

Em evento semana passada, o presidente da Usiminas, Marcelo Chara, afirmou que a empresa pode abafar (paralisação temporária)  mais um alto-forno, o de número 2, se os níveis de entrada de aço estrangeiro continuarem no mesmo ritmo. Em dezembro, a siderúrgica já havia abafado o equipamento 1. Dessa forma, passaria a operar somente com o alto-forno que passou por uma grande reforma, que custou R$ 2,7 bilhões no ano passado.

Outras siderúrgicas já haviam anunciado, em novembro e dezembro, paralisação de linhas de produção até que houvesse melhoria da demanda interna. Falaram também em adiamento de investimentos. Nessa lista estão Gerdau, ArcelorMittal Aços Longos e a fabricante de aços especiais Aperam.

Especialistas ouvidos pelo IM Business disseram que o que vai determinar se a China continua desovando material no mundo é a reação de seu mercado interno. Nos últimos anos, o setor imobiliário chinês, responsável por cerca de um terço do consumo doméstico de aço, enfrenta profunda crise. Os estímulos do governo central não foram suficientes para reativar a demanda. A expectativa está em estímulos para a economia como um todo: da construção de residências e edifícios comerciais a programas de infraestrutura  e indústria, que são os grandes vetores de consumo de aço.

Em dezembro, a produção local desacelerou fortemente, sinalizando que o consumo interno se mantém muito fraco. O volume de aço bruto fabricado desabou 14,9%, para 67,4 milhões de toneladas, ante um ano atrás, conforme publicação da World Steel Association (WSA), de Bruxelas. A WSA recebe dados de 71 países produtores. Mas fica a interrogação as usinas de aço chineses votaram a produzir com força em janeiro.

Segundo dados da Administração Geral das Alfândegas da China, as exportações do país subiram 36,2% em 2023 sobre o ano anterior, embora não tenha superado os níveis de 2014-2016. Porém foi o maior nível dos últimos sete anos. O aumento acentuado dos embarques ao exterior, todavia, intensificou o risco de fricção comercial. Cinco países abriram investigações de medidas comerciais contra aço chinês no ano, conforme informações, mas as autoridades chinesas não indicaram qualquer intenção de desacelerar as vendas ao exterior.

Um especialista do setor, que preferiu não se identificar, afirmou ao IM Business: “Creio que [a decisão das usinas chineses] está mais para manutenção do patamar [de 2023] do que um aumento exponencial de exportações em 2024”. Para o analista Daniel Sasson, do Itaú BBA, as 90 milhões de toneladas que a China embarcou são quase três vezes o total que a siderurgia brasileira fez em 2023 (31,9 milhões de toneladas). O volume exportado representou 9% do volume que a China produziu  no ano: 1,019 bilhão de toneladas de aço bruto.

O analista observa que o aumento de 40% sobre as importações de aços laminados pelo Brasil (4,4 milhões de toneladas) no ano passado são bem expressivas. Porém, diz, que esse nível deverá arrefecer em 2024 ante o de 2023. “Uma razão é que o preço do aço no mercado local não está tão mais alto do que o do internacional para fazer essa operação valer a pena. Quando o preço está 30% ou 40% mais alto, justifica-se a importação, mas hoje vemos planos de Usiminas e CSN negociados com um prêmio de 5% a 10% versus o produto importado [internalizado], em linha com a média histórica”, observa Sasson. No caso do aço longo, está mais ou menos em linha com o do importado, acrescenta.

A expectativa que o nível de importações neste ano traga um pouco de alívio aos produtores locais, com as siderúrgicas ganhando mais participação de mercado nas vendas domésticas. O Instituto Aço Brasil trabalha com projeção de alta de 20% sobre o volume importado no ano passado, representando cerca de 20% do consumo interno de todos os tipos de aço.

O setor correu ao governo desde abril e oficializou seu  pleito de uma alíquota de importação de 25% em outubro, tendo a China como principal alvo. Mas Rússia, Coréia do Sul e outros países também despacharam expressivos volumes ao país. O Aço Brasil justifica que só assim será possível preservar a indústria de nova avalanche de aço chinês. Caso contrário, será obrigada a parar operações e suspender investimentos. Uma data limite para decisão do governo é fim deste trimestre, segundo uma fonte do setor.

Entre as siderúrgicas, a CSN movimentou-se primeiro em busca de medidas mais efetivas, enquanto não se vê uma ação de governo, conforme antecipou o IM Business neste mês. Em dezembro, a empresa entrou com petições de abertura de processo antidumping no Departamento de Comércio Exterior (Decom) contra alguns tipos de aço oriundo da China que ganharam força em seus mercados com competição desleal de preços. Usiminas, Gerdau e outras fabricantes poderão tomar a mesma atitude em fevereiro, segundo informações.

A avaliação é que o governo federal sentou sobre o pleito, avaliando que a tarifa de 10,8% praticada hoje é suficiente. As autoridades Brasília estão sob uma forte pressão de consumidores de aço contrárias a barreiras comerciais ao importado. A indústria de máquinas e equipamentos, via Abimaq, tem a posição mais dura sobre medidas de proteção, mesmo que temporárias. “Só vai elevar as margens de ganhos das siderúrgicas ao mesmo tempo que nos tira competitividade contra a importação de máquinas”, afirma José Velloso, presidente executivo da associação. O Aço Brasil contesta o argumento de que vão se aproveitar para elevar preços no mercado interno.

No atual cenário, Sasson informa que não tem nenhuma recomendação de compra de ação de siderúrgicas brasileiras. Usiminas e CSN foram colocadas “em neutro” (antes era de venda) porque – afirma – em certa medida o pior já passou. O papel de Gerdau, porém, foi rebaixado em dezembro de compra para neutro. “Não estou otimista com o setor, no momento, para 2024. Vai ser um ano desafiador, com demanda morna e alguma dificuldade para aumento de preço. Por isso, a nossa visão mais cautelosa com o setor”.

O cenário poderia mudar com um eventual aumento das tarifas de importação, para 25%, abrindo espaço para elevação de preços. “Porém não é o meu cenário base, pois há várias questões envolvidas entre os dois países e a elevação de tarifas poderia gerar um desconforto institucional nas relações comerciais entre Brasil e China”.

ECONOMIA

Agência Brasil - DF   30/01/2024

A quitação de precatórios após um acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF) fez o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – fechar 2023 com o segundo maior déficit primário desde o início da série histórica. No ano passado, o resultado ficou negativo em R$ 230,54 bilhões, só perdendo para 2020, quando o déficit atingiu R$ 743,25 bilhões por causa da pandemia de covid-19.

O déficit primário representa o resultado negativo das contas do governo sem os juros da dívida pública. Segundo o Tesouro Nacional, sem o pagamento dos precatórios, as contas do Governo Central teriam fechado o ano passado com resultado negativo de R$ 138,1 bilhões, equivalente a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país). Sem o socorro financeiro de cerca de R$ 20 bilhões para estados e municípios, o déficit teria caído para R$ 117,2 bilhões, 1,1% do PIB.

Apenas em dezembro, o déficit primário somou R$ 116,15 bilhões, impulsionado pela quitação dos precatórios em atraso. Dívidas do governo com sentença judicial definitiva, os precatórios foram parcelados ou adiados após uma emenda constitucional em 2021. No ano passado, o governo quis quitar a dívida para evitar um passivo de R$ 250 bilhões no fim de 2026.

O déficit de dezembro foi o maior já registrado para o mês desde o início da série histórica, em 1997. Sem os precatórios, informou o Tesouro, o resultado negativo ficaria em R$ 23,8 bilhões. Esse valor ficaria abaixo da estimativa das instituições financeiras. Segundo a pesquisa Prisma Fiscal, divulgada todos os meses pelo Ministério da Fazenda, os analistas de mercado esperavam resultado negativo de R$ 35,5 bilhões, sem considerar o pagamento de precatórios.

O resultado primário representa a diferença entre as receitas e os gastos, desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. Apesar da quitação dos precatórios, o déficit ficou dentro da meta de R$ 231,5 bilhões para o Governo Central estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano passado.

Em janeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha anunciado um pacote para aumentar a arrecadação e revisar gastos para melhorar as contas públicas e diminuir o déficit para cerca de R$ 100 bilhões em 2023. No fim de novembro, a Secretaria de Política Econômica informou que a previsão oficial de déficit primário estava em R$ 177,4 bilhões para este ano, podendo chegar a R$ 203,4 bilhões se considerada a metodologia do Banco Central. A previsão, no entanto, desconsiderava os precatórios.

Receitas

Na comparação com o ano passado, as receitas caíram, se descontada a inflação, mas as despesas aumentaram em volume maior por causa do Bolsa Família, dos gastos com a Previdência Social e dos precatórios. Em 2023, as receitas líquidas subiram 2,3% em valores nominais. Descontada a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), no entanto, elas recuaram 2,2%. No mesmo período, as despesas totais subiram 17,7% em valores nominais e 12,5% após descontar a inflação.

Se considerar apenas as receitas administradas (relativas ao pagamento de tributos), houve queda de 1% em 2023 na comparação com 2022, já descontada a inflação, puxada principalmente pela Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. No entanto, houve aumento de R$ 11,7 bilhões (39,5% acima da inflação) em outras receitas administradas, por causa principalmente do programa de redução da litigiosidade, em que o contribuinte fechava acordos com o governo em troca de encerrar ações na Justiça.

Também houve aumento de R$ 32,9 bilhões (5,8%) na arrecadação da Previdência Social, decorrente da recuperação do mercado de trabalho.

Em relação às receitas não-administradas pela Receita Federal, os maiores recuos foram registrados nas receitas de dividendos de estatais, que caíram R$ 41,1 bilhões (-44,7%, descontada a inflação), em virtude do menor recebimento de repasses da Petrobras, da Caixa Econômica e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As receitas com concessões caíram R$ 40,7 bilhões (-82%, descontado o IPCA%) por causa de concessões de geração elétrica resultantes da privatização da Eletrobras, que não se repetiram em 2023.

As receitas com royalties, que caíram R$ 26,2 bilhões (-18,5%, descontada a inflação) em 2023 na comparação com 2022, por causa da queda do petróleo no mercado internacional. Atualmente, a cotação do barril internacional está em torno de US$ 82 após ter chegado a US$ 120 no meio de 2022, por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Despesas

Turbinados pelo novo Bolsa Família, os gastos com programas sociais subiram R$ 75,4 bilhões (42,4%) acima da inflação no ano passado na comparação com 2023. Também subiram os gastos com a Previdência Social (+R$ 66,5 bilhões), com saúde (+R$ 20,6 bilhões) e gastos discricionários (não obrigatórios) com educação, transporte e assistência social (+R$ 23,6 bilhões).

Os gastos com o funcionalismo federal subiram R$ 10,2 bilhões (2,8%) acima da inflação em 2023 comparados com 2022. Apesar do aumento de 9% concedido aos servidores do Poder Executivo Federal, aprovado no fim de abril do ano passado pelo Congresso, o principal fator que impulsionou a despesa foi pagamento de precatórios, que consumiu R$ 8,3 bilhões no ano dos R$ 10,2 bilhões extras.

Em relação aos investimentos (obras públicas e compra de equipamentos), o governo federal investiu R$ 82,23 bilhões em 2023. O valor representa alta de 72,5% acima do IPCA em relação a 2022. Nos últimos meses, essa despesa tem alternado momentos de crescimento e de queda descontada a inflação. O Tesouro atribui a volatilidade ao ritmo variável no fluxo de obras públicas.

Infomoney - SP   30/01/2024

A confiança da indústria do Brasil voltou a subir em janeiro, em meio a melhora tanto na percepção dos empresários sobre o momento atual quanto nas expectativas para os próximos meses, informou nesta segunda-feira (29) a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) avançou 1,8 ponto no mês, para 97,4 pontos, na quarta alta consecutiva e no melhor resultado desde agosto de 2022, quando ficou em 100,0.

O Índice de Situação Atual (ISA), que mede o sentimento dos empresários sobre o momento presente do setor industrial, ganhou 2,8 pontos, para 97,8 pontos, também na máxima desde setembro de 2022 (100,3).
Segundo Stéfano Pacini, economista da FGV, isso é “resultado do aumento da demanda e do movimento de escoamento de estoques que alcançam o nível neutro pela primeira vez desde 2022”.

Já o Índice de Expectativas (IE), que capta a percepção sobre os próximos meses, avançou 0,8 ponto, para 97,0 pontos.

“Há uma melhora das expectativas sobre o ambiente de negócios e produção prevista de forma disseminada entre segmentos da indústria. Essa evolução parece estar relacionada a um cenário de facilitação de crédito, controle da inflação e de melhora na demanda durante o ano que se inicia”, disse Pacini.

A taxa Selic encerrou o ano passado a 11,75%, após quatro cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual pelo Banco Central, e a expectativa do mercado é de que os juros sejam cortados novamente nessa magnitude no encontro desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom).

Enquanto isso, dados do IBGE da semana passada mostraram que o IPCA-15 iniciou 2024 com desaceleração e bem mais fraco do que o esperado, após a inflação ter voltado a ficar abaixo do teto da meta em 2023.

Exame - SP   30/01/2024

O governo Lula anunciou nesse mês a nova política industrial, um plano de investimento de R$ 300 bilhões na indústria brasileira. A economista Zeina Latif e o jornalista Vinicius Torres Freire, entre outros, teceram suas avaliações do que foi apresentado, pontuando erros e acertos.

O que é pouco claro para o público geral é por que os economistas da chamada ortodoxia, as escolas econômicas que dominam a produção de conhecimento no mundo há algumas décadas, veem essas políticas com tanto receio. Se os países ricos produzem tecnologias de ponta como semicondutores e automóveis, por que deveria o Brasil se relegar a exportar produtos de baixo valor agregado, como a soja e o minério de ferro?

Para responder a essa pergunta, o economista David Friedman propõe um exemplo ilustrativo, aqui adaptado ao contexto brasileiro. Ele propõe que há duas maneiras de produzir carros. Em uma, você reúne engenheiros brasileiros, fabrica as chapas de aço no Brasil e monta tudo em uma fábrica no ABC. Na outra, você planta sementes de soja no Mato Grosso, colhe os grãos e os coloca em um barco no porto de Paranaguá, manda para a China e recebe de volta um barco cheio de Cherys e BYDs.

Do ponto de vista de um economista, as duas maneiras de produzir carros são equivalentes, seja fabricando-os aqui ou usando a soja que produzimos como moeda de troca no comércio internacional. A verdadeira pergunta, então, não é se devemos ou não produzir carros, e sim de qual das duas maneiras obtemos o melhor retorno por nosso investimento.

Considerando que um carro tem muito mais valor agregado, é natural imaginar que fabricá-los em território nacional é a alternativa que nos deixaria mais ricos. Mas há um problema fundamental com esse raciocínio: se essa fosse a escolha mais rentável, por que os capitalistas brasileiros não a adotariam?

Se investidores e bancos cujo trabalho de vida é alocar recursos nos investimentos mais rentáveis decidem todos os anos que centenas de bilhões de reais devem ir para a exportação de produtos de baixo valor agregado, devemos nos perguntar por que essa é a escolha mais vantajosa, e não negar que essa seja a realidade.

Na prática, são os problemas estruturais de falta de mão de obra qualificada, infraestrutura precária e regulamentação excessiva que fazem com que indústrias de alta complexidade não sejam a opção mais atraente.

Mas pera lá. Não é justamente isso que a política industrial pretende remediar? Injetar capital na indústria nascente, para que ela possa se desenvolver a ponto de compensar o investimento, como as rodinhas da bicicleta que ajudam a criança a desenvolver as habilidades de mover os pedais e controlar o guidão antes que ela tenha o equilíbrio necessário para pedalar sozinha?

O problema é que a política industrial, da forma que é comumente defendida e proposta no Brasil, não vai atacar essas barreiras fundamentais. O que ela faz é direcionar crédito barato a certas empresas e setores, distorcendo artificialmente a decisão de onde investir. Considerando que os gargalos da produção no Brasil são tão profundos quanto a qualidade de nossa educação e a insuficiência de nossa malha viária, como exatamente subsídios direcionados vão resolver esses entraves?

Isso explica por que economistas tendem a ser céticos a investimentos do governo em setores específicos: se o investimento é tão bom, por que não atrai o setor privado?

Uma possibilidade é o que os economistas chamam de externalidades positivas: quando o retorno de um investimento para a sociedade é muito maior do que para quem toma o risco. É o caso, por exemplo, da educação e da pesquisa de base, que geram efeitos positivos não refletidos no lucro que pode ser capturado. Por isso a Embrapa, por exemplo, é considerada um caso de sucesso de nossa política industrial.

Não poderiam os empregos gerados no setor serem considerados externalidades positivas? Aqui voltamos ao raciocínio das duas maneiras de produzir carros de David Friedman. Quando preferimos a primeira maneira, estimulando a indústria nacional, não estamos simplesmente favorecendo os trabalhadores do setor; estamos, na verdade, privilegiando-os em detrimento dos envolvidos em toda a cadeia de produção da segunda maneira de produzir carros, dos trabalhadores rurais aos transportadores. Pode fazer sentido para determinados interesses políticos, mas não faz sentido econômico. Infelizmente, ainda não inventamos uma maneira de gerar empregos na canetada.

Outro argumento comum é associar o investimento desproporcional em exportação de produtos de baixo valor agregado a uma falta de visão de longo prazo. De acordo com essa visão, a nossa insistência na soja e no minério de ferro não vem de um melhor retorno e sim de uma visão míope, incapaz de investir no longo prazo, que só o Estado pode combater.

No entanto, se é verdade que as pessoas tomam decisões excessivamente focadas no curto prazo, não teria por que o defeito estar restrito ao setor privado. Políticos sofrem do mesmo mal, com o ciclo eleitoral de quatro anos sendo ainda mais curto do que o ciclo de investimentos. Enquanto na iniciativa privada o mal da visão míope leva a investimentos subótimos, no governo ela se traduz em atender aos grupos de interesse que possam ser úteis nas próximas eleições. Assim, a política industrial no Brasil vira um instrumento para privilegiar grupos poderosos, terreno fértil para o clientelismo e a corrupção.

Sobramos assim com uma política temporária que dura para sempre com o objetivo de desenvolver uma indústria nascente que está sempre morrendo. Vão-se as bicicletas e sobram as rodinhas.

Investing - SP   30/01/2024

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 2,026 bilhões na quarta semana de janeiro (dias 22 a 28). De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, 29, o valor foi alcançado com exportações de US$ 6,257 bilhões e importações de US$ 4,231 bilhões.

No mês, o superávit acumulado é de US$ 6,433 bilhões.

Até a quarta-feira semana de janeiro, a média diária das exportações registrou aumento de 21,6% na comparação com a média diária do período em 2023, com crescimento de US$ 48,14 milhões (29,9%) em Agropecuária; alta de US$ 129,78 milhões (53,7%) em Indústria Extrativa e avanço de US$ 45,81 milhões (7,3%) em produtos da Indústria de Transformação.

Já as importações tiveram redução no período, de 1,2%, também na comparação pela média diária, com crescimento de US$ 0,06 milhões (0,3%) em Agropecuária; queda de US$ 19,74 milhões (-26,5%) em Indústria Extrativa e alta de US$ 8,92 milhões (1,1%) em produtos da Indústria de Transformação.

O Estado de S.Paulo - SP   30/01/2024

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, defendeu nesta segunda-feira, 29, as políticas de proteção comercial e expansão do crédito público por países do Sul Global em reunião do grupo empresarial B20, no Rio de Janeiro. O B20 é atrelado ao G-20, cuja presidência é ocupada pelo Brasil até o fim de 2024.

Em provocação anunciada a empresários e representantes das chamadas economias desenvolvidas, Mercadante disse que os governos desses Países têm adotado políticas protecionistas, entre as quais crédito subsidiado para a indústria. Ele citou Estados Unidos, Europa e China.

Nesse contexto, disse, os países em desenvolvimento, reunidos na dimensão geopolítica do Sul Global, têm sido quase que obrigados a chegar no seu limite para fazer frente às investidas dos mais ricos e proteger seus setores produtivos.

“Depois da crise do covid-19, 71% das medidas de comércio exterior no mundo agridem o comércio multilateral. O Brasil tinha uma indústria maior que a de China e Coreia juntas nos anos 1980. Ela representava 30% do PIB, e hoje tem apenas 15%. Aderir a regras de livre comércio, retirada de subsídio, Estado mínimo e consenso de Washington, isso nos tirou industrialização”, disse Mercadante ao defender a reversão desse receituário.

Ele destacou que, no primeiro ano do governo Lula, o crédito concedido pelo BNDES cresceu 32% e deve seguir em alta nos próximos anos. O banco vai responder por R$ 250 bilhões dos R$ 300 bilhões que servirão ao fomento da indústria nacional até 2026, conforme plano do governo federal anunciado na semana passada.

“Estamos compelidos a fazer política de proteção comercial. Somos empurrados à força, para chegarmos no nosso limite, se não vamos continuar assistindo à desindustrialização do Sul Global”, continuou.

O presidente do BNDES deu como exemplo bem-sucedido do aumento de crédito o caso do agronegócio. “O agro tem o Plano Safra, subsidiando mais de R$ 360 bilhões por ano. Disso, 30% é distribuído pelo BNDES, conhecemos por dentro. É também isso que faz (o agronegócio) ser competitivo, além de sermos estruturalmente competitivos, pelo tamanho (do País)”, disse, ao defender o mesmo empenho pela indústria nacional.

Questionado sobre eletromobilidade, Mercadante disse que o foco do banco nessa área serão ônibus urbanos, inclusive com auxílio para a estruturação de empresas de leasing de ônibus, em função do alto custo do bem para governos municipais.

Ele também defendeu o uso do Fundo de Marinha Mercante, administrado pelo BNDES, para a indústria naval, e disse que a estimativa para 2024 é de créditos na ordem de R$ 2 bilhões para esse fim.
Política monetária

O presidente do BNDES afirmou também que o banco responde por apenas 1,3% do crédito nacional e, por isso, não teria tamanho para interferir nos rumos da política monetária. “Em economia, o rabo não abana o cachorro”, disse.

O comentário foi feito em resposta às críticas de analistas, para os quais o aumento do crédito pretendido pelo banco poderia frear a trajetória de queda da taxa básica de juros (Selic) à frente. Ele observou que essa leitura tanto não teria procedência, que os juros da economia vêm caindo e poderiam ter começado a cair mais cedo em sua visão.

Ele aproveitou para voltar à carga contra a condução do Banco Central e disse esperar que a taxa básica de juros seja reduzida em 0,5 ponto porcentual ao fim da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nesta quarta-feira, 31.

“Espero que a taxa de juros caia mais meio ponto porcentual na quarta-feira. E dava para ter caído mais cedo”, disse.

Questionado sobre a volta de subsídios e crédito direcionado, o presidente do BNDES minimizou. Disse que o volume de crédito subsidiado no universo de financiamentos do banco é “muito pequeno”. Segundo ele, a taxa TR (taxa referencial) para inovação vai representar somente R$ 5 bilhões ao ano. As taxas subsidiadas, apontou Mercadante, representam apenas 19% das operações atuais do BNDES.

Infomoney - SP   30/01/2024

Apontado como principal desafio da equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2024, o objetivo de zerar o déficit primário ainda é alvo de ceticismo entre analistas políticos − mesmo após sua manutenção na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

É o que mostra a 52ª edição do Barômetro do Poder, levantamento feito mensalmente pelo InfoMoney com consultorias e analistas independentes sobre alguns dos principais temas em discussão na política nacional.

O estudo, realizado entre os dias 17 e 22 de janeiro, mostra que, para 82% dos entrevistados, são baixas as chances de o país chegar ao final do ano com o prometido equilíbrio fiscal − ou seja, despesas e receitas no mesmo patamar de execução. Outros 18% acreditam ser moderada tal possibilidade.

Considerando uma escala de 1 (muito baixa) a 5 (muito alta), a probabilidade média atribuída pelos especialistas para o cumprimento do objetivo, estabelecido na LDO aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional, ficou em 1,91.

Já em relação à possibilidade de a meta fiscal ser alterada durante a execução orçamentária deste ano, 73% veem como alta. Outros 27%, baixa. Na mesma escala de 1 a 5, a média das respostas, neste caso, foi de 3,82.

Embora a meta de déficit zero esteja prevista nas peças orçamentárias de 2024, o governo federal dispõe de instrumentos para alterá-la durante a própria execução. Para isso, é necessário o envio de um projeto de lei ao Congresso Nacional (PLN) solicitando a mudança. O texto precisa do aval dos parlamentares para passar a valer.

Caso a meta seja modificada, a maioria dos analistas políticos (80%) aposta em um déficit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) – o que, pelas regras do novo marco fiscal, permitiria um desequilíbrio de até 0,75% do PIB sem que o governo fosse obrigado a acionar gatilhos fiscais a partir de 2025. Outros 20% apostam em uma nova meta com déficit de 0,25% do PIB.

A desconfiança dos analistas políticos com a capacidade de o governo federal entregar um déficit zero em 2024 converge com posição majoritária do mercado financeiro, que espera um desequilíbrio ainda maior para o ano. Segundo a última edição do relatório Focus, divulgado pelo Banco Central na semana passada, a mediana das expectativas dos economistas consultados para o resultado primário do país é de 0,8% do PIB em 2024. As apostas em desequilíbrio das contas persistem para os três anos subsequentes.

Por outro lado, poucos (20%) analistas políticos consultados pelo Barômetro do Poder acreditam serem altas as chances de a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ou o próprio arcabouço fiscal sofrerem modificações em 2024. Para 60% dos entrevistados, a probabilidade de isso acontecer é baixa, enquanto outros 20% atribuem risco moderado.

Esta edição do Barômetro do Poder ouviu 7 consultorias políticas – Ágora Assuntos Políticos; Control Risks; Eurasia Group; Medley Global Advisors; Prospectiva Consultoria; Tendências Consultoria Integrada; e Warren Rena – e 4 analistas independentes – Antonio Lavareda (Ipespe); Carlos Melo (Insper); Rogério Schmitt (Espaço Democrático) e Thomas Traumann (Traumann Consultoria).

Conforme combinado previamente com os participantes, os resultados são divulgados apenas de forma agregada, sendo mantido o anonimato das respostas.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   30/01/2024

Os preços do minério de ferro na China atingiram uma máxima de três semanas nesta segunda-feira, em meio à esperança de aumento da demanda devido a políticas de apoio ao mercado imobiliário chinês e à expectativa de mais estímulos.

O minério de ferro de maio mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian na China fechou em alta de 1,1%, a 998,50 iuanes (139,09 dólares) por tonelada. No início da sessão, atingiu 1.006 iuanes, o maior valor desde 8 de janeiro.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro mais ativo de março avançou 1,2%, para 135,40 dólares a tonelada.
Na semana passada, a China disse que estava ampliando usos para empréstimos de propriedades comerciais pelos bancos, em seu mais recente esforço para aliviar uma crise de liquidez enfrentada por companhias imobiliárias em dificuldades.

O setor imobiliário é responsável por grande parte do consumo de aço e de commodities siderúrgicas.

A China também anunciou um corte profundo no volume de dinheiro que os bancos mantêm como reservas para aumentar a liquidez na economia e impulsionar o crescimento.

Enquanto isso, o consumo de minério de ferro também se beneficiou da melhora dos lucros das usinas siderúrgicas, disse a corretora Huatai Futures em nota.

“Esta época do ano também é interessante, pois temos o festival de primavera (chinês) que se aproxima, o que dá um clima mais otimista, e também as expectativas de que as ‘Duas Sessões’ em março terão algum estímulo anunciado”, disse um trader, referindo-se a duas reuniões políticas importantes na China.

Money Times - SP   30/01/2024

A Vale (VALE3) reportou 89,4 milhões de toneladas métricas de minério de ferro no quarto trimestre de 2023, mostra relatório operacional divulgado pela companhia nesta segunda-feira (29).

O volume reportado no período representa um avanço sequencial de 3,7%. Em relação ao quarto trimestre de 2022, a linha subiu 10,6%.

Para base de comparação, a produção veio acima das projeções da Genial Investimentos, que esperava 83,3 milhões de toneladas da matéria-prima siderúrgica.

No ano cheio de 2023, a produção da commodity pela Vale totalizou 321,1 milhões de toneladas. Com isso, a empresa superou o guidance proposto de ~315 milhões de toneladas. Em relação a 2022, a produção apontou aumento de 4,3%.

O atingimento do guidance se deve a três fatores, segundo a Vale:

No quarto trimestre, as produções dos sistemas Norte, Sudeste e Sul avançaram tanto em base sequencial quanto anual.

A produção de pelotas aumentou 1,6 milhão de toneladas no comparativo anual, impulsionada pelo aumento do fornecimento de pellet feed de Brucutu, que resultou em uma maior produção de pelotas nas plantas de Tubarão, parcialmente compensado pela manutenção planejada nas plantas de São Luis e Omã em outubro.

Vendas de minério de ferro da Vale crescem em base sequencial

As vendas de finos e pelotas de minério de ferro totalizaram 88,2 milhões de toneladas no quarto trimestre, avanço trimestral de 9,8 milhões de toneladas. Em relação ao mesmo período de 2022 , o resultado ficou estável.

De acordo com a Vale, as vendas aproveitaram de uma maior produção e das vendas de estoque, beneficiando-se das condições favoráveis do mercado.

O preço médio realizado de finos de minério de ferro foi de US$ 118,30/tonelada. Já o de pelotas foi de US$ 163,40/tonelada.

O prêmio all-in totalizou US$ 1,60/tonelada queda de US$ 2,20/tonelada e US$ 3,80/tonelada em base sequencial e anual, respectivamente.

“Dadas as condições de mercado no quarto trimestre, com menores descontos para produtos com alta sílica e menores prêmios para produtos de alto teor, a Vale decidiu aumentar a participação dos produtos com alta sílica no mix de vendas, enquanto reequilibra os estoques de minério de ferro premium (IOCJ e BRBF), maximizando o valor de seu portfólio de produtos”, afirmou a mineradora.

Em 2023, o volume de vendas de finos e pelotas de minério de ferro somou 292,6 milhões de toneladas.
Divisão de metais básicos

A produção de cobre da Vale no quarto trimestre saltou tanto no comparativo trimestral (+21,4%) quanto em base anual (+49,5%). Já o níquel apontou alta de 6,7% trimestre a trimestre, mas queda de 5,3% sobre os últimos três meses de 2022.

Em 2023, a produção de cobre subiu 29%, enquanto o volume produzido de níquel pela companhia recuou 7,9%.

As vendas de cobre no quarto trimestre também subiram forte, apontando alta anual de 36,2%. Enquanto isso, o volume de níquel vendido caiu 17,7%. No ano cheio, as vendas de cobre subiram 26,2%. Já o níquel recuou 7,1%.

Valor - SP   30/01/2024

Mercado imobiliário chinês é um dos maiores compradores de aço do mundo

O volume das exportações de minério de ferro pela Vale para a China, protagonista na produção de aço, pode ser impactado pela liquidação da Evergrande, decretada em Hong Kong nesta segunda-feira (29), segundo analistas ouvidos pelo Valor. A dimensão desse impacto, porém, depende de quais ações o governo chinês irá tomar para segurar o efeito dominó no setor imobiliário do país — e as expectativas são positivas neste sentido.

A recuperação judicial do China Evergrande Group, que já foi a maior incorporadora imobiliária da China, se arrastava há dois anos. Nesta segunda, acabou o prazo para a elaboração de um plano de reestruturação do pagamento de cerca de US$ 332 bilhões em passivos, incluindo dinheiro devido a fornecedores, projetos incompletos e outras obrigações de empréstimos. Sem acordo com os credores, a Justiça de Hong Kong determinou a liquidação.

Após o decreto de liquidação, as ações da companhia despencaram 20,9% na Bolsa de Hong Kong, onde é listada, o que elevou as perdas nos últimos 12 meses para 90%. As ações da China Evergrande New Energy Vehicle, braço da companhia, caíram 18%. Em seguida, as negociações na bolsa foram interrompidas.

Com uma das maiores dívidas do país, o problema da Evergrande se espalhou pelo setor imobiliário da China, um dos pilares da segunda maior economia do mundo, levando a uma série de inadimplências e casas não acabadas em todo o país.

Setor tem alta demanda por aço

A China é protagonista na produção mundial de aço, respondendo por quase 55% da demanda global e importação de 1,1 milhão de toneladas de minério de ferro anualmente, conforme dados da World Steel Association. A incorporação imobiliária da China consome cerca de 40% dessa demanda, tornando o setor um dos maiores compradores de aço do mundo.

Com uma possível crise no setor, as exportações de minério de ferro da Vale para a China podem ser comprometidas indiretamente. Isso poderia acontecer em um efeito dominó que parte da liquidação da Evergrande. Com uma demanda menor por construções, a demanda sobre o aço cai, o que impacta diretamente em seu preço. Nessa leva, o minério de ferro também sofre impacto, muito embora o preço hoje tenha subido 1,1% no Porto de Dalian.

Os dois anos em que a Evergrande arrastou a recuperação judicial fizeram com que a liquidação desta segunda-feira não fosse uma surpresa para o mercado, de acordo com a análise de João Daronco, da Suno Research. Por conta disso, o impacto sobre a Vale deve ser mais brando, em sua avaliação. "É difícil avaliar o grau de impacto que possa ter na Vale, mas vejo como sendo algo pontual e que não deve interferir de forma material nos resultados da empresa", diz.

Apesar de a notícia sobre a liquidação da Evergrande, por si só, não ter sido capaz de causar grandes alterações nos índices da B3 nesta data, as consequências negativas devem ser sentidas a partir do desaquecimento no mercado de aço em específico e, também, na economia chinesa em geral, segundo Thiago Guedes, analista e diretor de negócios da Bridgewise. "Como somos exportadores, qualquer desaquecimento na economia da China pode impactar nossa bolsa e nossos investimentos", diz.

"A expectativa dos grandes investidores brasileiros não é de um impacto muito grande, mesmo com os problemas na China. A gente pode crescer um pouco menos, mas nada muito forte para a gente ter uma crise na economia", diz Guedes.

Caso o governo chinês não adote medidas para impedir o desaquecimento do setor, Hugo Queiroz, sócio-diretor da L4 Capital, aponta que margens mais baixas para a venda do minério de ferro resultarão em geração de caixa mais fraca na Vale, grande exportadora de minério de ferro no Brasil. "Naturalmente, você piora o seu EBITDA e aumenta seu risco financeiro por questão de endividamento frente uma geração de caixa menor e distribui menos dividendos", analisa.

"Os reflexos na Vale são essa sequência: perde faturamento, reduz EBITDA, sua geração de caixa fica mais fraca, seu risco financeiro e diminui dividendos. Tudo isso consequência de se contaminar o mercado imobiliário chinês", resume Queiroz, da L4 Capital.

Não é só a Vale deve se preocupar com o cenário que ainda se desenrola na China. A Gerdau, CSN e Usiminas também podem ser impactadas. O analista acredita, porém, que a economia chinesa deve tomar medidas adicionais para segurar o efeito da liquidação da Evergrande.

Procurada pelo Valor, a Vale optou por não se manifestar sobre o assunto.

Infomoney - SP   30/01/2024

A decisão judicial que condenou a mineradora Samarco e suas donas Vale (VALE3) e BHP a pagarem R$ 47,6 bilhões por danos morais coletivos no desastre ambiental de Mariana (MG) mostra às empresas “o tamanho do problema” que elas devem enfrentar caso as ações continuem tramitando na Justiça, afirmou à Reuters o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior.

A condenação pela Justiça Federal, na semana passada, ainda em primeira instância, tratou apenas dos danos morais coletivos, cujos valores corrigidos pela inflação — conforme prevê a decisão — podem ultrapassar os R$ 90 bilhões, segundo o procurador-geral, que acompanha o caso como representante do Ministério Público estadual. Ele também ressaltou que outros diversos temas ainda precisariam ser definidos.

Para Soares Júnior, o acordo ainda é o melhor caminho para pacificar a questão. “Ainda tem muitas instâncias pela frente e terão novas decisões ainda”, afirmou. “Faltam [decisões relacionadas a] meio ambiente, saúde, atingidos, danos [econômicos] para municípios, Estados e União, então a soma vai dar muito alta”.
O rompimento da barragem da Samarco, uma joint venture da brasileira Vale com a anglo-australiana BHP, ocorreu em novembro de 2015 e liberou uma onda gigante de rejeitos de mineração que matou 19 pessoas, deixou centenas de desabrigados e atingiu florestas e o rio Doce, em toda a sua extensão, até o mar no Espírito Santo.

Procuradas, Samarco, Vale e BHP informaram que ainda não foram notificadas sobre a decisão judicial e reiteraram o compromisso com a reparação integral dos danos causados pelo rompimento.

Em dezembro, as negociações para um acordo de repactuação, de um termo inicial para reparação dos danos — assinado entre as mineradoras e autoridades ainda em 2016 — foram paralisadas, quando valores apresentados pelas mineradoras foram considerados muito aquém do necessário por autoridades. O retorno das conversas agora está marcado para o próximo mês.

“Nós temos uma [nova] reunião em fevereiro. No final do ano passado teve uma em que as coisas não funcionaram. Eles colocaram um valor muito aquém das expectativas”, afirmou o procurador-geral mineiro. “E essa decisão [judicial] chegou, e é uma decisão que de certo modo mostra para as empresas o tamanho do problema que elas estão”.

Soares Júnior evitou detalhar a proposta financeira feita pelas empresas nas negociações, alegando que o processo está em sigilo, mas reportagens locais apontaram que a oferta foi de R$ 42 bilhões, pouco mais do que os cerca de R$ 38 bilhões fechados em acordo pelo rompimento de barragem da Vale em Brumadinho, em janeiro de 2019. A segunda tragédia deixou 270 mortos, mas atingiu uma área muito menor.

O procurador-geral de Justiça de Minas Gerais adiantou que as reuniões técnicas, do que precisa ser feito, já foram praticamente concluídas. O que está pendente agora é a definição de valores e prazos, principalmente. Para Soares Júnior, um acordo no caso de Mariana traria muito mais previsibilidade para as mineradoras, que deixariam de ficar expostas a decisões judiciais, ao passo que as tarefas de compensação e reparação de danos também poderiam ocorrer de forma mais célere, organizada e eficaz.

Paralelamente, corre na Justiça de Londres um processo sobre o caso, de 36 bilhões de libras (mais de R$ 220 bilhões na cotação atual), relacionado ao pior desastre ambiental da história do Brasil.

“Nós não queremos que fique nada além do que é devido, mas também nada aquém. Acordo é sempre um acordo, é sempre algo que não vai ser 100% do que cada um queria”, afirmou o procurador. “As pessoas estão sofrendo desde ontem e essas decisões judiciais ficam sujeitas a recursos, que vão chegar lá muito amanhã. Então nós queremos cuidar do hoje, porque as pessoas estão passando todas essas dificuldades.”

Fim da fundação Renova
O termo fechado em 2016 não contou com a assinatura dos Ministérios Públicos federal e estaduais, não fixou um volume de recursos a ser empenhado e deixou para frente diversas etapas a serem cumpridas, A partir dele foi criada a fundação Renova, que gere as reparações, tanto coletivas como individuais, cujo escopo são 42 programas que se desdobram em muitos projetos que estão sendo implementados nos 670 quilômetros de área impactada.

Até dezembro passado, tinham sido destinados R$ 34,7 bilhões de reais às ações de reparação e compensação a cargo da Renova, informou a Vale anteriormente.
Soares Júnior reiterou que o MP quer a extinção da Renova, alegando que a fundação tem atuado muito mais como um instrumento de limitação da responsabilidade das empresas do que como agente de efetiva reparação humana, social e ambiental. Procurada, a fundação afirmou que não iria comentar.

Máquinas e Equipamentos

Valor - SP   30/01/2024

No quarto trimestre de 2023, a companhia obteve receita líquida de US$ 5,08 bilhões, o que representa avanço de 3,4% em relação ao valor registrado em igual intervalo de 2022

A Whirlpool, dona das marcas Consul e Brastemp, registrou lucro líquido de US$ 491 milhões no quarto trimestre, revertendo prejuízo de US$ 1,6 bilhão registrado no mesmo período do ano anterior. Já o lucro diluído por ação foi de US$ 8,90, ante ao prejuízo de US$ 29,35.

O lucro antes de juros e impostos (Ebitda) alcançou US$ 266 milhões nos três meses encerrados em dezembro, avanço de 55,6% na mesma base comparativa. No quarto trimestre, a companhia obteve receita líquida de US$ 5,08 bilhões, o que representa avanço de 3,4% em relação ao valor registrado em igual intervalo de 2022.

Segundo a companhia, o resultado foi impulsionado pelos ganhos de participação na América do Norte e pela força da indústria, parcialmente compensados pela normalização do ambiente promocional. Na América do Norte, a empresa faturou US$ 2,88 bilhões, ganho de 1,3% em um ano.

Na América Latina, a companhia reportou receita de US$ 9.747 milhões no quarto trimestre deste ano, ganho de 17,2%% ante o mesmo período do ano anterior. A região também foi a que obteve o maior aumento percentual em faturamento.

Excluindo o impacto cambial, as vendas líquidas tiveram aumento de 12,5% em relação ao ano anterior, impulsionado pela forte recuperação do setor no Brasil e México, além de ganhos de participação no mercado brasileiro.

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Online - SP   30/01/2024

A gigante imobiliária chinesa Evergrande anunciou nesta segunda-feira (29/01) que continuará a operar, apesar de um tribunal de Hong Kong ter declarado sua falência, no âmbito de uma ação jurídica movida por alguns de seus credores estrangeiros. Em 2021, uma investida de Pequim contra duas décadas de especulação aprofundou a crise imobiliária chinesa, resultando para a Evergrande numa dívida de 300 bilhões de dólares, a maior do mundo, no setor.

Inicialmente marcada para dezembro de 2023, a atual audiência fora adiada com base no argumento dos advogados da firma, que possui 240 milhões de dólares em ativos, de que nenhum dos credores estava exigindo sua dissolução. A juíza encarregada do processo, Linda Chan, sublinhou a “óbvia falta de progresso da companhia em apresentar uma “proposta viável de reestruturação”, classificando como “apropriada” a ordem de liquidação.

O advogado Fergus Saurin, que representa um grupo ad hoc de credores, disse não estar surpreso com o veredito: “A companhia não se coordenou conosco. Houve uma história de engajamento de última hora que não deu em nada. Ela própria é a culpada por sua liquidação.” Entre os autores da ação está a Top Shine, registrada em Samoa, investidora de uma das subsidiárias da Evergrande.

O que acontece agora com a Evergrande?

A presente ordem dá partida a um longo processo que deverá culminar com a liquidação dos ativos da Evergrande no exterior e a substituição de sua diretoria. No entanto não está claro até que ponto o veredito afetará as vastas operações da firma na China continental. O diretor executivo da empresa nessa região, Shawn Siu, criticou a decisão como “lamentável” e prometeu que as operações da imobiliária continuarão.

O caso é considerado um teste para a capacidade de uma ordem de liquidação expedida em Hong Kong ser reconhecida na China continental. No tocante à recuperação de dívidas no continente, os credores estrangeiros preferem o sistema de common law (direito baseado em precedentes) da região administrativa especial, mantido mesmo depois de a ex-colônia britânica ter sido devolvida a Pequim, em 1997.

Em 2022, o governo chinês concordou em reconhecer ordens de insolvência nas cidades de Shenzhen, Xangai e Xiamen. Na prática, contudo, tem sido difícil impor tais ordens, devido à opacidade do sistema legal do país. Até agora os tribunais continentais só reconheceram uma dessas ordens, e têm o poder de aplicar o próprio discernimento para decidir se a medida procede.

Os liquidantes podem propor um novo plano de reestruturação de débito para os credores estrangeiros, caso determinem que a companhia tem ativos suficientes. Eles também investigariam seus negócios e podem denunciar aos promotores de Hong Kong qualquer suspeita de má gestão.

Qual o impacto para a economia chinesa?

A eventual liquidação dos ativos da Evergrande no continente pode representar um sério revés para a segunda maior economia do mundo, que no momento ainda luta para se recuperar da política draconiana que paralisou grande parte do país durante a pandemia de covid-19.

O setor imobiliário tem sido um fator de crescimento decisivo para a China, permitindo aos líderes ostentarem até taxas de crescimento na casa das dezenas. Em comparação, em 2023 a economia só cresceu 5,3%, em parte devido à queda das exportações e da demanda interna, alto desemprego entre jovens e agravamento da crise imobiliária.

Nos últimos anos, diversas incorporadoras de imóveis chinesas foram forçadas a abrir falência, enquanto os investimentos das firmas de construção caíram 10% por dois anos sucessivos. Em 2023, as vendas de novas casas das 100 maiores imobiliárias encolheram mais de um terço, para 451,3 bilhões de iuanes (64 bilhões de dólares).

Os governos locais, cujos orçamentos dependem da venda de terrenos para imóveis, também estão seriamente endividados e forçados a cortar gastos. Grande parte dos 300 bilhões de dólares devidos pela Evergrande concernia depósitos pagos por cidadãos chineses comuns para compra de apartamentos recém-construídos.

Em dezembro, a consultora britânica Oxford Economics estimou que levará de quatro a seis anos para completar todas as unidades residenciais, inacabadas. Não está definido se os compradores locais serão priorizados perante uma eventual liquidação para credores estrangeiros.

Muitos economistas já predizem que o crescimento econômico da China desacelerará em 2024, e o aprofundamento de uma crise imobiliária poderá enfraquecer ainda mais a demanda, abalando o sistema financeiro nacional.

Por que o setor imobiliário chinês está em apuros?

A China é um país de proprietários de imóveis: cerca de 80% das famílias têm casa própria, e mais de 20% das residentes em áreas urbanas possuem mais de uma propriedade.

Nas últimas duas décadas, os consumidores chineses aplicaram suas economias no investimento imobiliário, catapultando os lucros das construtoras. A especulação inflou os preços de imóveis a níveis insustentáveis. Em 2021, uma unidade residencial média custava quase dez vezes o salário médio. Segundo diversos observadores, Pequim permitiu que a enorme bola imobiliária se alastrasse demasiado antes de interferir.

Em agosto de 2020, em meio à pandemia de covid-19, o presidente Xi Jinping anunciou novos limites para o volume de dívidas que empresas como a Evergrande podiam acumular. Segundo as “três linhas vermelhas”, as imobiliárias tinham que garantir que sua dívida não excedesse 70% de seus ativos; que o total das dívidas estivesse 100% abaixo de seu valor de mercado; e que as reservas financeiras permanecessem em 100% do endividamento de curto prazo.

As novas restrições revelaram a escala em que a Evergrande vinha operando o que se classificou como um esquema de pirâmide fraudulento: há anos ela financiava projetos de construção em andamento com os depósitos visando iniciativas imobiliárias futuras.

Money Times - SP   30/01/2024

A Evergrande, incorporadora que era considerada a segunda maior imobiliária da China, decretou falência nesta segunda-feira (29). A empresa acumulava uma dívida de US$ 300 bilhões, ou R$ 1,47 trilhão, e não chegou a um acordo com seus credores estrangeiros sobre como reestruturá-la.

Apesar disso, a empresa anunciou que continuará operando. A maioria das dívidas da imobiliária diziam respeito a depósitos pagos por cidadãos chineses para a compra de apartamentos recém-construídos.

A Evergrande tem negócios diversos, passando de carros elétricos a parques temáticos.

Mercado imobiliário chinês enfrenta crise

Em 2021, a Evergrande já enfrentava uma dívida alta, com juros acima da capacidade de pagamento. A crise da empresa foi concomitante à crise no setor imobiliário, com restrições adotadas pelo governo chinês.

A companhia utilizou um modelo que pouco tempo depois seria copiado por outras irmãs do setor: tomava empréstimos de bancos chineses e credores estrangeiros e, com o aumento da dívida, passou a vender apartamentos antes de serem construídos. Esse último fator fez com que houvesse um número maior de residências em construção, enquanto os novos empreendimentos representavam uma taxa menor.

Em 2020, a China adotou as “Três Linhas Vermelhas“, um conjunto de restrições que anunciava que as dívidas de companhias do setor não poderia exceder 70% de seus ativos, limitando a proporção do endividamento.

A medida tinha como objetivo reestruturar o setor, afetado também pelo declínio da população chinesa e consequente declínio na demanda por imóveis residenciais.

A China teve um crescimento acelerado influenciado pelo mercado imobiliário, lucrando com a venda de terrenos e com a modernização que as novas construções traziam para um país que por muito tempo permaneceu com uma base agrária.

Atualmente, 80% das famílias do país têm casa própria, com mais de 20% dos moradores de áreas urbanas possuindo mais de uma residência.
O que a liquidação da Evergrande significa para o Brasil?

Algumas das influências de uma crise no setor imobiliário chinês, evidenciada pela crise da Evergrande, para o Brasil são: menor demanda por minério de ferro, crescimento econômico desacelerado e menor consumo por parte da população chinesa.

Esse setor demanda grandes quantidades de minério de ferro, com um impacto na construção de novas residências, a commodity também seria afetada. Com uma queda na procura pelo minério, o preço cai e as receitas de empresas que exportam ferro também são afetadas.

Na segunda-feira, empresas brasileiras já estão sendo afetadas. As ações da Vale (VALE3) recuam 1,42%, Gerdau (GGBR4) 1,97%, CSN (CSNA3) 1,21%, e Usiminas (USIM5) apresenta a maior queda, de 3,05%.

As notícias não são boas para as exportações brasileiras no geral. Como o setor imobiliário gera empregos para a China, a dissolução de companhias deixaria pessoas desempregadas e influenciaria no crescimento econômico.

Com uma consequente diminuição no consumo, a China poderia deixar de importar produtos do Brasil, enfraquecendo a economia brasileira.

FERROVIÁRIO

CNN Brasil - SP   30/01/2024

O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse à CNN que o governo não descarta judicializar a cobrança de R$ 25,7 bilhões adicionais em outorga da Vale pela novas concessões da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM).

Se a mineradora não responder em até 15 dias à notificação enviada na sexta-feira (26), o ministério pretende levar o caso ao Tribunal de Contas da União (TCU), mas também admite fazer uma representação ao Ministério Público Federal (MPF) e iniciar uma ação na Justiça, afirmou Renan Filho.

“As duas possibilidades estão sobre a mesa”, ressaltou o ministro, garantindo que a iniciativa não guarda nenhuma relação sobre a troca de comando na Vale.

De acordo com Renan Filho, se a Vale não ceder e rejeitar o pagamento adicional, a postura pode resultar até na caducidade do contrato e na licitação das ferrovias.

“Se houver uma licitação, não teremos dificuldades em atrair árabes ou chineses, que certamente vão pagar R$ 30 bilhões ou R$ 40 bilhões. Nesse caso, não deixaríamos de indenizar a Vale pelo que ela tem a receber”, afirmou.

Segundo o ministro, o problema é que a renovação do contrato da EFC por mais 30 anos – até 2057 – teria sido feita com um erro metodológico grave.

A nova concessão foi assinada no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e teve o então ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como principal negociador.

A mesma discordância, em proporções menores, existe no caso da Vitória-Minas.

A discórdia gira em torno do pagamento de outorga da Vale à União. Para renovar a concessão da EFC, a mineradora aceitou construir uma ferrovia de 383 quilômetros na região Centro-Oeste (a Fico) e um ramal ferroviário no litoral do Espírito Santo (EF-118).

A conta foi feita baseando-se nas projeções de receitas até 2057 e em uma taxa de retorno do investimento – conhecida no jargão técnico como WACC – de 11,04% ao ano.

Considerando tudo isso, sobraram pouco mais de R$ 20 bilhões em pagamento de outorga. No entanto, foram descontados R$ 19,5 bilhões em investimentos não amortizados na EFC – a ferrovia foi duplicada na década passada.

No encontro de contas, ficaram apenas R$ 642 milhões para a União.

O governo Lula não pretende mexer nas estimativas de receitas, nem na taxa de retorno fixada, mas quer incluir na conta esses R$ 19,5 bilhões e alega que não há justificativa para deduzi-los do valor de outorga pago à União.

“Isso é uma fratura exposta”, disse Renan Filho. Para ele, é inconcebível que os investimentos não possam ser amortizados dentro do próprio contrato, ao longo das três décadas adicionais de concessão da Vale, já que a empresa vai ser remunerada pelas tarifas de uso da ferrovia.

“Não há dúvida mercadológica quanto a isso”.

Segundo o ministro, o acordo fechado entre o governo e a Rumo em novembro, que resultou no pagamento de R$ 670 milhões adicionais em outorga pela renovação do contrato da Malha Paulista, é um precedente para a cobrança à Vale.

O acordo foi avalizado pelo TCU, que reconheceu essa mesma metodologia de cálculo dos ativos.

Em nota distribuída no fim de semana, a Vale informou que recebeu a notificação do governo e irá analisar o documento. Enfatizou, porém, que “continua cumprindo com as obrigações decorrentes da renovação antecipada” de suas ferrovias.

Rodoviário

O Estado de S.Paulo - SP   30/01/2024

Parte da bancada de São Paulo na Câmara reagiu à decisão do governo Lula de tocar a obra da ligação Santos-Guarujá limando o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) do projeto e vai apelar ao vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), para tentar reverter o quadro. O tema vai pautar as frentes parlamentares de Portos e Aeroportos e a da Ligação Seca Santos-Guarujá que esperam ouvi-lo.

O deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), presidente das duas frentes, disse à Coluna do Estadão que vai convidar Alckmin para a primeira reunião da frente dos Portos, prevista para o dia 24 de fevereiro. A ideia de recorrer ao ministro é porque ele governou o Estado de São Paulo em quatro mandatos. O mesmo apelo, porém, também será levado ao ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos).

Como mostrou o Estadão, a disputa entre o governo Tarcísio e o governo Lula pode atrasar as obras do túnel. As gestões divergem sobre licenças ambientais e modelagem para o empreendimento que beneficiaria 40 mil motoristas e reduziria a travessia em 25 minutos.

“A notícia de que o governo federal irá dispensar os recursos garantidos pelo governador Tarcísio de Freitas, que se preocupou e participou das negociações para tirar a obra do papel, é grave e lamentável. Precisamos garantir que todos os envolvidos estejam, de fato, contemplados pelo projeto. Somente dessa forma, conseguiremos confirmar a conclusão da obra, bem como definir o melhor modelo de gestão, contemplando as três esferas governamentais e a sociedade civil”, afirmou Paulo Alexandre Barbosa.

Dentro da bancada paulista, porém, há divergências. O deputado Fernando Marangoni (União-SP) vê com bons olhos a decisão do governo Lula: “Importante é que a obra saia do papel. Se o governo federal não precisa de recursos do governo do Estado, melhor que ele faça a obra e a gestão estadual invista esse dinheiro em outras prioridades”, concluiu.

O que está em jogo na discussão é a briga pela paternidade da obra. De um lado, o governo federal tem a intenção de tocar o projeto com a menor participação da iniciativa privada e sem a gestão estadual, que queria financiar também com recursos federais a sua fatia no plano de dividir a construção. De outro, o governo do Estado, defensor de uma Parceria Público Privada (PPP), diz que a proposta federal demandaria um novo projeto executivo e um novo pedido de licença ambiental, o que atrasaria o processo.

Em meio aos debates técnicos, emergem fatores políticos que movem os dois lados. Para aliados de Tarcísio, a União quer controlar a obra sozinha para viabilizar um possível retorno de Geraldo Alckmin (PSB) ao Estado na campanha de 2026. De outro, representantes do governo federal reclamam que a gestão Tarcísio atrasa a resposta ao pedido de atualização da licença ambiental justamente para impedir que a União faça a obra sozinha. Além disso, as desavenças que envolvem o Ministério de Portos e Aeroportos também acirram as tensões entre o Republicanos, que comanda a Pasta, e o governador, principal estrela do partido.

CNN Brasil - SP   30/01/2024

Com leilões de rodovias, terminais portuários, linhas de transmissão, serviços de saneamento e outros empreendimentos em infraestrutura, o governo prevê gerar ao menos R$ 199,4 bilhões em 2024.

O levantamento da CNN considerou carteiras de projetos de pastas da Esplanada e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Parte destes projetos ainda estão em fase de estudo técnico — ou seja, apesar da previsão de leilão neste ano, o cronograma pode mudar. Além disso, os valores projetados também se tratam de estimativas, que são executados ao longo do tempo de contrato e também podem sofrer variações.

A maior parte deste dinheiro está concentrada nos leilões de rodovias previstos pelo Ministério dos Transportes. A pasta prevê a concessão de 13 projetos, de olho em R$ 122 bilhões em investimentos.

Apesar da previsão arrojada, a carteira do Ministério traz desafios históricos, como a modelagem da BR-381 em Minas Gerais — conhecida como “rodovia da morte” pelo alto índice de acidente fatais.

O governo Bolsonaro também tentou, sem sucesso, leiloar a estrada. Questões sempre levantadas por potenciais interessados são as dificuldades geológicas e de engenharia para executar obras nesse trecho.

Cerca de R$ 24,7 bilhões estão concentrados nos dois leilões de linhas de transmissão que vão acontecer neste ano, em março e setembro. Segundo a pasta de Minas e Energia, são ao todo 16 lotes a serem concedidos, sendo que 15 deles serão negociados no primeiro certame do ano.

Os principais objetivos dos próximos empreendimentos a serem leiloados são escoar energia de fontes renováveis do Nordeste a centros consumidores e reforçar a segurança e confiabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Outros R$ 8,2 bilhões devem ter origem em parcerias público-privadas (PPPs) para terminais portuários. Serão leiloadas 16 localidades em três certames, que acontecem em março, agosto e novembro, segundo previsão da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Dentre os empreendimentos, se destaca o terminal em ITG02, em Itaguaí (RJ), voltado à movimentação de granéis sólidos minerais, especialmente ferro, com investimento em torno de R$ 2,7 bilhões. Também traz investimento relevante área do Porto de Itajaí (SC), com R$ 2,9 bilhões.

Já a carteira de projetos administrada pelo BNDES traz previsão de R$ 44,5 bilhões nos leilões de 2024, com projetos em saneamento, iluminação pública, educação e parques florestais. Os serviços de água e esgoto concentram as principais cifras, totalizando investimentos de R$ 34,2 bilhões.

As PPPs de saneamento estão espalhadas por cinco estados: Rio Grande do Sul, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Rondônia. A maior fatia estará concentrada no projeto de desestatização da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), de investimento avaliado em R$ 16,5 bilhões.

NAVAL

Portos e Navios - SP   30/01/2024

Segundo fonte da indústria naval consultados pela Splash, estaleiros da China e da Coréia do Sul têm suas carteiras abarrotadas com construções de VLCC até 2027. Uma rara exceção seriam alguns slots no Shanghai Waigaoqiao Shipbuilding e no Dalian Shipbuilding Industry Co.

A procura de por novas construções de navios-tanque e de GPL acelerou nos últimos meses, segundo relatório da corretora britânica Gibson. Segundo ela, há 15 VLCCs em estágio de carta de intenções na China e na Coréia — e 10 unidades firmes encomendadas.

O relatório afirma que 30% da frota de VLCCs têm 15 anos, com mais 25% atingindo essa idade até 2027.

Valor - SP   30/01/2024

Segundo o presidente do BNDES, não se trata de subsídio, mas de recursos de “um fundo que existe há 64 anos”

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, estima que a demanda por crédito do Fundo da Marinha Mercante (FMM) deve chegar a R$ 2 bilhões este ano, de um montante total de mais de R$ 7 bilhões em recursos disponíveis. Trata-se de um fundo financeiro cujos recursos estão previstos no orçamento da União para uso na construção naval e em reparo de equipamentos.

“Em 2022, nós do BNDES, que é um dos gestores do fundo, aprovamos R$ 670 milhões. Em 2023, R$ 1 bilhão”, disse Mercadante nessa segunda-feira (29), durante reunião do grupo empresarial B20, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

“Nossa projeção para este ano de 2024 é chegar a R$ 2 bilhões”. Segundo Mercadante, não se trata de subsídio, mas de recursos de “um fundo que existe há 64 anos”.

O presidente do BNDES citou como um desafio o fato de a Organização Marítima Internacional, agência ligada a Organização das Nações Unidas (ONU), ter estabelecido uma taxa de, no mínimo, US$ 50 por tonelada de carga a partir de 2030 para os navios que não forem movidos a combustível renovável.

“No caso do Brasil, nós temos um desafio: 95% das exportações brasileiras são feitas por navio”, afirmou Mercadante. “Se forem cobrar essa taxa de US$ 50 por tonelada, o custo da soja, que é de US$ 327 por tonelada, vai aumentar 15%. Nós vamos perder competitividade”, acrescentou.

Na visão dele, caberá à iniciativa privada responder por desenvolver motores para navegação utilizando combustível renovável, a partir da experiência que o Brasil já possui nesta área industrial.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   30/01/2024

O crescimento da demanda mundial de gás deverá acelerar em 2024 devido às temperaturas mais frias do inverno e à descida dos preços, com as economias emergentes a liderarem o aumento do consumo. No entanto, os riscos geopolíticos e as preocupações do lado da oferta poderão desencadear uma nova volatilidade dos preços. As previsões fazem parte do mais recente relatório divulgado pela Agência Internacional de Energia (AIE).

Em 2024, prevê-se que a procura global de gás cresça 2,5%, ou 100 bilhões de metros cúbicos (bcm). O clima mais frio esperado no inverno em 2024, em comparação com as temperaturas amenas registadas em 2023, deverá trazer uma procura crescente de aquecimento ambiente nos setores residenciais e comerciais. Os preços do gás natural caíram acentuadamente após os máximos históricos registados em 2022, o que também apoia a recuperação da procura de gás. Embora os preços permaneçam bem acima das médias históricas, a procura nos sectores industriais sensíveis aos preços registará um regresso ao crescimento, de acordo com o relatório. Na produção de energia, prevê-se que a utilização de gás aumente apenas marginalmente, uma vez que se prevê que o maior consumo de gás na região Ásia-Pacífico, na América do Norte e no Médio Oriente seja parcialmente compensado pela redução da procura na Europa.

Em 2023, a procura mundial de gás aumentou apenas 0,5%, uma vez que o crescimento na China, na América do Norte e nos países ricos em gás em África e no Médio Oriente foi parcialmente compensado por declínios noutras regiões. À medida que as restrições pandêmicas foram afrouxadas e a atividade econômica regressou, a China recuperou a sua posição como o maior importador mundial de GNL (embora as importações de GNL da China em 2023 ainda estivessem abaixo dos níveis de 2021), à medida que a procura de gás natural cresceu 7%. Em contrapartida, o consumo de gás natural na Europa caiu 7%, atingindo o seu nível mais baixo desde 1995. Esse declínio foi agravado pela rápida expansão das energias renováveis e por uma maior disponibilidade de energia nuclear que pesou sobre a procura de gás natural tanto na Europa como nos mercados maduros da Ásia, reduzindo os preços.

Do lado da oferta, a disponibilidade de gás permaneceu relativamente restrita em 2023, uma vez que o aumento da produção global de GNL ficou aquém das expectativas. Como tal, o crescimento da produção não foi suficiente para compensar o declínio contínuo das entregas de gás canalizado russo para a Europa. O crescimento da oferta também foi altamente concentrado geograficamente, com os Estados Unidos a tornarem-se o maior exportador mundial de GNL, respondendo por 80% da oferta adicional de GNL em 2023.

Com a previsão de que a oferta será novamente restrita em 2024, espera-se que um aumento limitado na produção global de GNL restrinja o crescimento da procura, nomeadamente na Europa e nos mercados maduros da Ásia. Espera-se que o fornecimento de GNL cresça 3,5% este ano – bem abaixo da taxa de crescimento de 8% registada entre 2016-20 – uma vez que atrasos em novas fábricas de liquefação e questões relacionadas com a disponibilidade de gás de alimentação em projectos existentes poderão atrasar o crescimento do fornecimento até 2025. Crescente a procura e a oferta limitada podem contribuir significativamente para as flutuações de preços ao longo do ano.

“O mercado global do gás está entrando num novo período à medida que o mundo emerge gradualmente de uma crise energética que teve impactos profundos tanto no lado da oferta como na procura”, disse Keisuke Sadamori, Diretor de Mercados Energéticos e Segurança da AIE. “Esperamos ver um crescimento sólido na procura global de gás este ano, uma vez que os preços desceram para níveis relativamente administráveis. Mas a velocidade com que esta nova procura possa ser satisfeita será crítica, especialmente porque a oferta é escassa e uma nova capacidade substancial de GNL só estará operacional depois de 2024”, completou.

As incertezas geopolíticas são o maior fator de risco para os mercados globais de gás em 2024, de acordo com o relatório. A invasão da Ucrânia pela Rússia, o aumento das tensões no Oriente Médio e as preocupações sobre a interferência deliberada em infraestruturas críticas, como os oleodutos, têm o potencial de gerar ainda mais volatilidade. Em 2023, foram introduzidas medidas políticas e novos regulamentos nos principais mercados de importação, com foco na acessibilidade e na segurança do abastecimento. A União Europeia lançou o seu mecanismo conjunto de compra de gás; O Japão iniciou o seu buffer estratégico de GNL antes da temporada de inverno de 2023/24; e a China está a formular a sua Política de Utilização de Gás Natural, estabelecendo os princípios orientadores para um “crescimento ordenado da procura de gás natural” nos próximos anos.

Valor - SP   30/01/2024

O Estado do Rio é responsável por 70% da produção de gás de todo país, mas apenas 24% da produção é disponibilizada ao mercado consumidor, diz a Firjan

Falta gás natural no Brasil para atender a demanda crescente. Essa é a conclusão do estudo Perspectivas do Gás no Rio, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), que será lançado hoje (30). “Há um mercado consumidor interessado em uma maior oferta de gás no país, o que falta para atender esse potencial é a maior disponibilidade em bases competitivas de preço e acessibilidade”, diz o documento.

Segundo o levantamento da Firjan, o Estado do Rio de Janeiro é responsável por 70% da produção de gás de todo país, mas apenas 24% da produção é disponibilizada ao mercado consumidor. Uma das explicações, diz a Federação, é o alto custo de produção, por conta da localização das áreas produtoras e a presença de contaminantes. O volume de gás reinjetado por petroleiras nos poços para otimizar a produção também tem aumentado, segundo o relatório.

O gás natural é visto como um importante elemento para a transição energética, segundo o estudo. Por isso, a procura das empresas pelo produto tem aumentado, seguindo a tendência de busca por uma colocação em um mercado mais “verde”. “O gás é um energético de transição por conta da menor emissão de elementos de efeito estufa”, diz Luiz Césio Caetano, vice-presidente da Firjan. “Precisamos tornar o gás natural mais competitivo.”

De acordo com a Firjan, o fato de o gás natural ser majoritariamente associado à produção de petróleo deveria ser tratado como um diferencial no mercado global. O petróleo brasileiro, especialmente o retirado do pré-sal, é um dos mais competitivos do mundo em sentido de baixo custo de operação e baixas emissões de gases de efeito estufa (GEE). “Nossa produção tem se mostrado bastante resiliente aos cenários adversos nos últimos anos, passando pelos efeitos da pandemia de covid-19 e pela guerra no leste europeu, que tiveram fortes reflexos no cenário energético global, em especial sobre o petróleo e gás natural.”

“Estratégias de otimização do processo produtivo, como adaptação da infraestrutura existente e ociosa na bacia de Santos, devem ser estudadas e avaliadas como alternativas para redução do investimento exclusivo ao gás natural.”

O gasoduto Rota 3, que vai interligar campos do pré-sal da Bacia de Santos ao polo Gaslub por 355 quilômetros, deve entrar em operação no segundo semestre deste ano. A expectativa é de que alivie a pressão na oferta, segundo Caetano. A capacidade do gasoduto é de aproximadamente 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Outro projeto também esperado pelo setor, mas a prazo mais longo, é o BM-C-33. Esperado para 2028, a área é operada pela Equinor com parcerias com a Repsol Sinopec Brasil e a Petrobras e deve escoar 16 milhões de metros cúbicos de gás por dia.

Ainda assim, a Prio, que contribui com o estudo da Firjan, defende que os dois projetos, Rota 3 e BM-C-33, não serão suficientes. Segundo a petroleira independente, é necessário melhorar a infraestrutura do país para escoar a produção: “Caso isso [construção de infraestrutura] não seja feito, o crescimento da operação será limitado. A Rota 3 (2024) e o BM-C-33 (2028) estão em construção para ampliar essa capacidade, mas provavelmente não suprirá todo o setor.”

Globo Online - RJ   30/01/2024

Os preços do barril do petróleo podem ultrapassar US$ 90 por barril este ano se os ataques a navios no Mar Vermelho se intensificarem, disse o presidente da petrobras, Jean Paul Prates, em entrevista à Bloomberg TV.

- Temos um gargalo muito frágil para o negócio de petróleo e gás. Ninguém estava prestando atenção a isso há décadas. Você tem o Iêmen de um lado e a Somália do outro - afirmou, acrescentando que, sem qualquer escalada, o petróleo deve continuar sendo negociado entre US$ 70 e US$ 90 este ano.

Segundo ele, a Petrobras não foi afetada pelos ataques porque não transporta muito petróleo pelo Golfo. Os militantes Houthi têm atacado navios mercantes em resposta à guerra entre Israel e Hamas em Gaza.

- A Petrobras está bastante protegida - disse Prates, acrescentando que a estatal não usa o Canal de Suez.

Prates afirmou ainda que o Brasil ajudará a mediar a disputa de fronteira entre a Venezuela e a Guiana.

- A Exxon Mobil fez uma série de descobertas de vários bilhões de barris de petróleo na área, e a Petrobras poderia investir em projetos de petróleo em qualquer um dos países, disse ele.

Valor - SP   30/01/2024

Governo Biden sinalizou que poderá retomar as sanções em abril, caso a candidata da oposição María Corina Machado seja impedida de concorrer à Presidência

Os EUA ameaçam restabelecer as sanções ao setor de energia da Venezuela se o país mantiver a proibição de um candidato da oposição de concorrer a presidente, segundo disseram ontem duas autoridades americanas. A medida poderá esfriar os esforços recentes para melhorar as relações entre os dois países.

O governo do presidente Joe Biden sinalizou que não renovará em abril uma suspensão de seis meses das sanções, caso a candidata da oposição María Corina Machado seja impedida de concorrer à Presidência. O governo americano também está considerando medidas adicionais, segundo disseram as autoridades, que pediram para não ser identificadas.

“[O governo de Nicolás Maduro] precisa tomar as decisões certas e permitir que membros da oposição concorram a cargos públicos, além de libertar os presos políticos detidos neste momento”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, nesta segunda-feira (29). “Há decisões que eles precisam tomar antes de avaliarmos que decisões vamos tomar” até abril, acrescentou.

A medida — que se segue a uma decisão tomada na sexta-feira pela Suprema Corte do país, de manter a proibição contra Machado, bem como a prisão de alguns de seus assessores — seria uma surpresa para muitos analistas após o degelo das relações, que veem a retomadas das sanções como uma resposta dura.

O governo Biden emitiu um outubro uma licença autorizando transações no setor de gás e petróleo na Venezuela como um gesto de boa vontade, depois que o governo do presidente Nicolás Maduro começou a negociar com alguns membros da oposição.

Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca disse em um comunicado separado, que se o presidente venezuelano e seus representantes não voltarem ao caminho certo, permitindo especificamente que todos os candidatos à Presidência concorram nas eleições deste ano, os EUA não estarão em posição de renovar essa licença em abril.

Esperar até abril para restabelecer as sanções daria tempo aos EUA para negociar com o regime de Maduro e a oposição para encontrar uma forma de permitir a participação de Machado nas eleições — ainda sem data neste ano.

Também nesta segunda-feira (29), Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e aliado de Maduro, disse que o governo aceitou um convite de mediadores noruegueses para um encontro com membros da oposição política, para dar “mais uma chance” ao acordo firmado em outubro.

Machado, engenheira industrial de 56 anos que venceu por esmagadora maioria as primárias da oposição em outubro, disse ontem que não desistirá de concorrer em favor de um substituto, apesar da decisão judicial. “Não há recuo”, disse Machado ontem em Caracas.

Apesar da incerteza, os preços do petróleo praticamente não reagiram as notícias da Venezuela.

Infomoney - SP   30/01/2024

O petróleo encerrou em baixa a primeira sessão da semana, marcada por volatilidade. Investidores ponderam sobre a extensão dos riscos geopolíticos à oferta, entre ataque letal a soldados americanos na Jordânia e especulações sobre novo acordo de cessar-fogo em Gaza.

O WTI para março fechou em baixa de 1,57% (US$ 1,23), a US$ 76,78 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex); e o Brent para abril recuou 1,35% (US$ 1,12), a US$ 81,83 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Os preços subiram no início da manhã, na esteira do ataque a drone lançado nesse domingo, 28, contra tropas dos EUA na Jordânia. O presidente americano, Joe Biden, afirmou que a ofensiva foi conduzida por “grupos radicais apoiados pelo Irã que operam na Síria e no Iraque”, embora Teerã tenha negado envolvimento. É mais um fator que eleva preocupações de escalada nas tensões no Oriente Médio, que têm apoiado o petróleo desde o estopim da guerra entre Israel e Hamas, em outubro passado.
Mas relatos de que negociadores de Israel, dos EUA, do Egito e do Catar concordaram com as bases de um novo acordo de cessar-fogo com o Hamas ajudaram a apaziguar os temores. Segundo o analista Michael Hewson, da CMC Markets, essa notícia pressionou a cotação do petróleo.

CEO da Navellier, Louis Navellier alertou que o “caos no Oriente Médio” e as perturbações nas rotas marítimas podem causar interrupções no transporte e na produção de petróleo dentro dos próximos meses. Ele citou ainda a possibilidade de a Ucrânia bombardear os oleodutos de petróleo da Rússia como outro risco altista para a commodity.

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