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29 de Julho de 2024

INDA

Diário do Aço - MG   29/07/2024

As vendas diárias de aços planos por distribuidores no Brasil atingiram um recorde em junho, registrando o melhor desempenho em um mês desde pelo menos 2015. Esse resultado positivo levou o setor a prever um crescimento de 3% em 2024. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), os distribuidores venderam 16,9 mil toneladas de aço plano por dia em junho, um aumento de 19% em relação ao ano anterior. Em 2015, o volume de vendas foi de 12,3 mil toneladas.

O presidente do Inda, Carlos Loureiro, destacou que junho foi um mês de recuperação tanto para as usinas siderúrgicas quanto para os distribuidores. Esse cenário se deve ao aumento de preços e à expectativa de outros reajustes. Além disso, a nova tributação, que inclui um imposto de importação de 25% sobre produtos que ultrapassam cotas estabelecidas pelo governo, incentivou as usinas a anunciarem aumentos de preços para agosto. As empresas Gerdau e CSN elevaram os preços de produtos planos em 7% a 8%. Ainda não há informações sobre se as rivais ArcelorMittal e Usiminas seguirão o mesmo caminho.

Com os reajustes, o “prêmio” do aço produzido no Brasil em relação ao importado está em 12% a 13% para bobinas a quente. No entanto, com o imposto de importação incluído, esse prêmio cai para zero, o que pode abrir espaço para novos reajustes pelas usinas. Analistas do Bradesco BBI preveem que as importações continuarão em tendência decrescente daqui para frente. “Especialmente porque a quota (de importação) para o período atual – junho a setembro – foi quase totalmente concluída para a maioria dos produtos”, disseram os analistas.

Segundo os números do Inda, em chapas zincadas e galvalume as cotas de importação entre junho e setembro foram preenchidas entre 80% e 100% até o início da semana que passou. Isso ocorre também com alguns tipos de bobinas a quente e frias.

Já publicado:
Estabelecidas cotas de importação de aço e imposto de 25% sobre o excedente

Importações
Em junho, as importações de aços planos pelo Brasil caíram 13,3% ante maio, mas ainda mostraram crescimento de cerca de 5% sobre junho do ano passado, a 211,17 mil toneladas, afirmou o Inda. No acumulado do primeiro semestre, houve expansão de 22% nas importações, a 1,28 milhão de toneladas.

“Mas o pico de variação percentual (do acumulado) já começou a cair”, disse Loureiro, citando a expansão de 26% de janeiro a maio. Nesse volume, há importações feitas pelas próprias usinas siderúrgicas nacionais, como a CSN, que segundo Loureiro importou cerca de 300 mil toneladas de aço no primeiro semestre.

O presidente do Inda afirmou que a venda de aço plano pelos distribuidores em julho “vai ser bem acima de julho do ano passado” e com isso a “perspectiva de crescimento de 3% (em 2024) nos parece muito factível”.

Segundo a entidade, a previsão para as vendas de julho é de 333,6 mil toneladas, 7,5% acima do registrado um ano antes, mas 1,5% abaixo das 338,7 mil de junho.

O setor, responsável por cerca de um terço do consumo de aço produzido pelas usinas brasileiras, terminou o semestre passado com estoques de 929,5 mil toneladas, uma expansão de 9,4% sobre o volume de um ano antes e equivalente a 2,7 meses de vendas. A maior expansão nos estoques ocorreu em materiais zincados, cujo volume subiu 30,2%, a 133,1 mil toneladas.

SIDERURGIA

Valor - SP   29/07/2024

A Quarta Turma do TRF-6 manteve uma decisão de primeira instância que obriga a CSN a vender suas ações da Usiminas até ter sua participação reduzida a menos de 5% do capital total

A disputa entre CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e Termium, ambas acionistas da Usiminas, ganhou novo capítulo nos últimos dias.

A Quarta Turma do TRF-6 (Tribunal Regional Federal da 6ª Região) manteve uma decisão de primeira instância que obriga a CSN a vender suas ações da Usiminas até ter sua participação reduzida a menos de 5% do capital total. Hoje, a companhia tem cerca de 12% dos papéis da rival.

Usiminas e CSN estão entre as maiores produtoras de aço plano do Brasil (juntas, concentram 70% do mercado) e têm como concorrentes Gerdau e ArcelorMittal.

A discussão na Justiça Federal de Minas Gerais foi apresentada pela Usiminas contra o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O objetivo era manter os efeitos de um termo de compromisso fechado em 2014, que dava prazo de cinco anos para que a CSN vendesse as ações da rival.

A CSN começou a adquirir ações da Usiminas em 2011 até chegar a 17,43%, tornando-se o principal acionista individual. A Usiminas viu nisso uma tentativa de ganhar influência sobre uma concorrência, e por isso recorreu ao Cade, que, por sua vez, determinou que a CSN vendesse os papéis para menos de 5%.

Esse prazo não foi cumprido e, três anos depois de expirado, em 2022, foi alterado pelo próprio Cade. Nessa ocasião, a maioria dos conselheiros decidiu que a CSN poderia manter a participação acionária por tempo indeterminado, desde que não usasse os papéis para exercer direitos políticos (como votação em assembleias de acionistas).

No julgamento do TRF-6, porém, o procurador regional da República Darlan Airton Dias afirmou que, ao retirar o prazo de liquidação, o Cade tornou vulnerável a concorrência. “Passados dez anos, a obrigação necessária à reparação da prática anticoncorrencial nunca foi cumprida”, escreveu.

Insegurança jurídica

O juiz federal Ricardo Machado Rabelo, relator do caso no TRF-6, considerou que o Cade, ao permitir a rediscussão do que já havia sido definido em 2014, criou insegurança jurídica e violou a garantia da coisa julgada.

O acórdão determinou que fosse mantida a sentença de primeiro grau e o prazo de um ano para o desinvestimento da CSN, determinado em 29 de junho de 2023 — prazo esse que venceu, portanto, em junho deste ano.

O Cade recorreu. Questionado pela reportagem, afirmou em nota que “acompanha o processo, que ainda não tem decisão definitiva, tendo em vista recurso apresentado pela própria autarquia”.

A Usiminas e a Ternium afirmaram que não vão comentar o assunto no momento.

A CSN disse que respeita decisões judiciais. Em nota, afirmou que “não exerce seus direitos políticos nem de gestão junto à Usiminas”.

“Não há razão para qualquer urgência na venda das ações. Também não podem as ações serem vendidas pelo valor muito inferior ao de aquisição”.

Disputa pela Usiminas no STJ teve reviravolta

Há pouco mais de um mês, a Ternium foi condenada, no STJ (Superior Tribunal de Justiça), a indenizar a CSN em R$ 5 bilhões, no que foi visto no meio jurídico como uma reviravolta.

O caso discutia se houve ou não mudança no controle da Usiminas quando a empresa ítalo-argentina comprou, em 2011, as participações de Votorantim e Camargo Corrêa na siderúrgica, obtendo 27,7% das ações.

Com a compra, a Ternium passou a integrar o grupo de controle, do qual também faziam parte Nippon e a Caixa de Empregados da Usiminas.

A CSN foi à Justiça por entender que houve alienação do grupo de controle quando a Ternium passou a integrá-lo, caso em que a empresa ítalo-argentina precisaria ter feito uma oferta aos minoritários — o dispositivo chamado de “tag along”.

A CSN acumulou algumas derrotas na Justiça de São Paulo e no STJ. A reviravolta aconteceu a partir de embargos de declaração (expediente que serve para apontar incoerência ou dirimir dúvidas).

Uma mudança na composição da Terceira Turma fez com que outro ministro fosse chamado a desempatar o caso, e ele votou a favor da CSN. Por maioria de votos, a Terceira Turma do tribunal considerou que a Ternium fez uma mudança “escamoteada” no controle da Usiminas.

Um dos argumentos da CSN ao apontar mudança no controle na entrada da ítalo-argentina foi o comunicado feito pela Usiminas, em 2023, de que a Termium passaria a ter 61,3% das ações vinculadas (que dependem de acordos de acionistas para que depois tenham direito a voto), assim como o direito de nomear o diretor-presidente e outros integrantes da administração.

A CSN considera que o comunicado apenas formalizou o que já se sabia: que a Ternium controlava a Usiminas. Outro indício era o preço pago pelas ações da siderúrgica, que teria sido alto.

“Ainda que o [pagamento de ágio na compra das ações] não signifique controle, o fato de adquirir por valor quase o dobro acima do mercado é componente indiciário de que a Ternium não queria a mesma posição da Camargo Correa e Votorantim [acionistas que venderam suas participações à Ternium]. Ainda que escamoetado por critérios técnicos, ela queria assumir o controle da Usiminas”, disse o ministro Antonio Carlos Ferreira.

A Ternium defende que discussão levada ao STJ nem deveria existir, pois a CSN já deveria ter se desfeito das ações de sua concorrente em 2019. Esse argumento vem do acordo firmado no Cade em 2014, que dava cinco anos para a liquidação.

A Termium é parte do conglomerado ítalo-argentino Techinit, fundado em Milão em 1945. A ação no STJ fez com que até mesmo o governo italiano se envolvesse na discussão.

Repetidas vezes, o governo italiano manifestou ao brasileiro a preocupação com a possibilidade de decisão contrária ao conglomerado do país europeu.

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, falou sobre o assunto com o colega Mauro Vieira. Cartas foram enviadas falando na possibilidade de insegurança jurídica e risco para os investimentos produtivos entre os dois países.

IstoÉ Dinheiro - SP   29/07/2024

A Usiminas encerrou o segundo trimestre de 2024 com prejuízo líquido de R$ 100 milhões, revertendo assim o lucro de R$ 287 milhões apurado no mesmo período de 2023 e o lucro R$ 36 milhões do primeiro trimestre do ano, de acordo com o balanço da companhia divulgado nesta sexta-feira, 26.

De acordo com a Usiminas, o prejuízo líquido foi decorrente da piora do resultado operacional, além do efeito da desvalorização do real frente ao dólar na dívida. O efeito, acrescenta a empresa, foi parcialmente compensado por efeitos não recorrentes que totalizaram R$ 77 milhões positivos, afetando tanto o desempenho operacional quanto financeiro.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ajustado da Usiminas somou R$ 247 milhões, valor 33% menor ante o segundo trimestre de 2023. A margem Ebitda ajustada foi de 4%, frente aos 5% registrados um ano antes.

A receita líquida da Usiminas caiu 8% no comparativo anual, chegando a R$ 6,350 bilhões. No comparativo trimestral, contudo, houve avanço de 2%. Segundo a companhia, o aumento foi decorrente da receita líquida apurada pela unidade de mineração, que apresentou elevação de 16% no período e foi impactada positivamente pelos mecanismos de precificação e câmbio, apesar da queda de 10% nos preços de referência da Platts para o minério de ferro.

O capex totalizou R$ 231 milhões no segundo trimestre de 2024, valor 74% menor ante igual período do ano anterior e 14% inferior na comparação trimestral.

O caixa consolidado da Usiminas somou R$ 5,605 bilhões ao final do período, 13% superior ante um ano e 2% menor comparado ao trimestre anterior. O fluxo de caixa, por sua vez, foi de R$ 150 milhões.

Valor - SP   29/07/2024

Papéis da produtora de aço recuaram na B3 após divulgação dos resultados do 2º tri e com perspectiva negativa para custos

O cenário para a indústria siderúrgica segue desafiador, com a entrada de aço importado em volumes muito superiores à média histórica e pressão da desvalorização do real frente ao dólar na linha de custos, de acordo com o presidente da Usiminas, Marcelo Chara. A companhia divulgou nesta sexta-feira (26) resultados do segundo trimestre, que vieram piores do que o esperado, e a indicação de que esse ambiente pode se manter no trimestre em curso levou à queda acentuada das ações na B3. Nesta sexta, os papéis recuaram 23,55%, negociados a R$ 6,33, na maior baixa do Ibovespa.

Em videoconferência com analistas para comentar os números, Chara afirmou que, é preciso “estar cada vez mais preparado” para lidar com esse cenário. “A pressão nos custos das matérias-primas que estão expostas ao dólar, como carvão, coque e minério, tem impacto transitório, e isso afetou sobretudo a unidade de Cubatão”, afirmou, referindo-se ao aumento do custo do produto vendido (CPV) no trimestre.

Conforme Chara, a forte pressão dos custos das matérias-primas está levando à necessidade de revisão dos preços praticados pela siderúrgica. Do lado dos preços internacionais, a maior oferta de aço chinês segue exercendo pressão globalmente. “Todos os mercados estão se defendendo ante práticas de comércio desleal”, disse, acrescentando que a adoção de cotas de importação pelo Brasil, a partir de junho, ainda não surtiu efeito.

No primeiro semestre, o volume de aços planos importados que entrou no país foi 24% maior do que o visto no mesmo período de 2023, contribuindo para elevar a 21% a taxa de penetração das importações de aço no mercado brasileiro. “No primeiro mês das cotas, entraram 233 mil toneladas de aços planos, o que é superior à medida mensal de 2023”, comentou.

Além das siderúrgicas, seguiu Chara, seus clientes também estão sofrendo com o avanço das importações, caso da indústria automotiva, que assistiu a uma elevação de 38% no número de veículos importados que foram emplacados nos seis primeiros meses do ano.

Já a demanda de aços planos permanece aquecida, com crescimento de 6% a 7% no segundo trimestre frente ao primeiro trimestre, e a expectativa é positiva para os próximos meses, com a melhora da atividade econômica. Para o terceiro trimestre, os volumes do mercado interno devem acompanhar o maior nível de atividade. As exportações, por sua vez, seguem prejudicadas pela queda das margens.

Pressão cambial

O vice-presidente de finanças e de relações com investidores da empresa, Thiago Rodrigues, afirmou ainda que, mantido o nível atual de câmbio, acima de R$ 5,50 por dólar americano, não há garantia de que a melhora de eficiência da siderúrgica, com a estabilização operacional do alto-forno 3 de Ipatinga (MG), será suficiente para compensar a pressão nos custos do terceiro trimestre. De acordo com o executivo, a variação do câmbio tem efeito em cerca de 60% do custo.

Marcelo Chara complementou que, em junho, atingiu um nível de operação no alto-forno 3 bem mais alinhado com o esperado. "No segundo semestre, independentemente da flutuação cambial, haverá melhora contínua de eficiência e vamos capitalizar isso”, reiterou. A siderúrgica investiu R$ 2,7 bilhões para modernizar o alto-forno 3, que retomou as operações em janeiro.

Preços para as montadoras

De acordo com o vice-presidente comercial da Usiminas, Miguel Homes, a siderúrgica manterá inalterados os preços acertados em contrato com as montadoras neste terceiro trimestre, mas aplicará reajustes nas vendas às demais indústrias e na distribuição, repassando parte do aumento dos custos visto recentemente. Cerca de três quartos do aço comercializado pela empresa seguem para a indústria automotiva.

No segmento industrial, comentou o executivo cerca de 50% dos contratos serão ajustados no trimestre em curso e o restante, nos três últimos meses do ano. Para o terceiro trimestre, os reajustes variaram de 3% a 5%.

“Na distribuição, a Usiminas está revisando os preços em função da pressão de custos, mas ainda não há um percentual definido”, afirmou. O aumento será aplicado ainda em agosto e vai compensar parte do impacto negativo da variação cambial vista nas últimas semanas, de 10% a 12%. “Nossa expectativa é repassar para a distribuição um ajuste de 5% a 7%”, acrescentou.

Em relação à demanda, Homes afirmou que a Usiminas está otimista com a segunda metade do ano, sobretudo após o desempenho mais forte das vendas visto em junho, que ficaram acima da média do segundo trimestre. “Esperamos a manutenção do nível de atividade no terceiro trimestre e vamos acompanhar essa evolução”.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   29/07/2024

A desaceleração da inflação se confirmou nos Estados Unidos em junho, com o índice PCE recuando ligeiramente para 2,5% interanual, o que aumenta as expectativas nos mercados de que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, reduza em breve as taxas de juros.

A inflação se moderou levemente em junho, em linha com as expectativas de mercado, após os 2,6% registrados em maio, conforme o índice PCE, o mais acompanhado pela Fed, publicado nesta sexta-feira (26) pelo Departamento de Comércio.

Os preços subiram 0,1% em junho, após terem permanecido estáveis em maio.

O índice PCE segue a mesma direção do índice de preços ao consumidor (IPC), publicado no início de julho e no qual se indexam as aposentadorias. Este índice mostrou uma desaceleração para 3% em um ano e até mesmo uma queda de 0,1% em um mês.

A variação mensal está de acordo com as expectativas dos analistas, que esperavam um aumento de preços de 0,1% no mês, conforme o consenso publicado pelo briefing.com.

A inflação subjacente, que exclui os preços mais voláteis de energia e alimentos, manteve-se estável ao longo do ano em 2,6%, como em maio, mas aumentou ligeiramente durante o mês para 0,2%, ante 0,1% do mês anterior, novamente em linha com as expectativas de mercado.

Em um comunicado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comemorou os novos resultados como “um progresso real na luta contra a inflação”.

“Criamos 2,6 milhões de empregos e os salários aumentaram mais rapidamente do que os preços”, destacou Biden, que desistiu da campanha pela reeleição no domingo passado e saiu em apoio à sua vice-presidente Kamala Harris para substituí-lo na disputa contra o republicano Donald Trump nas eleições de novembro.

“A agenda pela qual a vice-presidente Harris e eu estamos lutando nos ajudou a sair com força da pior crise econômica desde a Grande Depressão e a dar resultados às famílias trabalhadoras”, acrescentou.

– Otimismo –

Os mercados podem considerar essa desaceleração da inflação como uma boa notícia, especialmente enquanto buscam qualquer sinal que possa antecipar a primeira redução das taxas de juros pelo Fed. No início do ano, esperava-se que isso ocorresse no primeiro semestre, mas a medida acabou constantemente adiada devido à inflação persistente.

Ao mesmo tempo, os rendimentos nos Estados Unidos aumentaram menos do que o esperado, com um aumento de 0,2% enquanto os mercados previam 0,4%.

Após uma queda acentuada em 2023, a inflação estabilizou-se nos primeiros seis meses do ano em um nível acima da meta de longo prazo de 2% do Fed, o que levou seus dirigentes a pregar paciência e cautela.

Eles afirmaram repetidamente que a decisão sobre a primeira redução das taxas seria baseada em dados macroeconômicos completos, visando garantir que a inflação evolua “de maneira sustentável” em direção a 2%, conforme afirma frequentemente o presidente do Fed, Jerome Powell.

Powell, no entanto, enfatizou que não se trata de esperar que a inflação retorne a 2% antes de modificar as taxas, considerando que tal decisão seria tardia demais.

“A moderada alta nos preços deve dar mais confiança ao Fed de que a inflação está caminhando de volta para sua meta”, disse o analista Michel Pearce, economista-chefe adjunto da Oxford Economics, em uma nota.

“Seria realmente necessário um aumento inesperado da inflação para impedir que o Fed reduza as taxas em sua reunião de setembro”, acrescentou.

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Fed está marcada para 30 e 31 de julho, mas não se espera um anúncio sobre as taxas.

IstoÉ Dinheiro - SP   29/07/2024

No primeiro semestre de 2024, dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) indicam um crescimento contínuo na relação comercial entre Brasil e China, em comparação a igual período do ano anterior. As exportações brasileiras para o país asiático cresceram 3,9%, passando de US$49 bilhões no primeiro semestre de 2023 para US$51 bilhões no mesmo período de 2024. Já as importações brasileiras de produtos chineses aumentaram 14,5%, subindo de US$25 bilhões para US$29 bilhões.

Para Rodrigo Giraldelli, especialista em comércio exterior entre Brasil-China e CEO da China Gate, especializada em consultoria sobre importação do país asiático, o comércio bilateral está se fortalecendo, com o Brasil mantendo sua posição como principal fornecedor da América Latina para o mercado chinês.

Apesar do crescimento mais acentuado das importações, a balança comercial brasileira permanece favorável, com um superávit comercial de US$22 bilhões no primeiro semestre de 2024. O principal impulsionador do aumento nas importações foram os veículos, com um crescimento de 235%, seguido por máquinas (24%) e produtos para a indústria química (47%). “O expressivo crescimento no setor automobilístico deve-se ao recente aumento do imposto de importação para carros híbridos e elétricos no Brasil. As novas taxas são de 25% para modelos híbridos, 20% para híbridos plug-in e 18% para carros totalmente elétricos, em vigor desde o dia primeiro de julho.

Antecipando-se a essa mudança, as empresas intensificaram a importação desses veículos, buscando maximizar suas margens de lucro antes que as novas taxas entrassem em vigor, o que altera significativamente a balança comercial”, comenta o especialista em comércio exterior com a China há mais de 20 anos.

As exportações brasileiras para a China também mostraram aumentos significativos em alguns setores. O destaque foi para o algodão, que teve um crescimento de 1000%, passando de US$96 milhões para US$1 bilhão. Outros setores que registraram crescimento notável incluem combustíveis (30%), minério de ferro (22%) e açúcar (170%). Por outro lado, alguns produtos apresentaram queda nas exportações para a China. Entre eles, sementes e grãos caíram 13%, carnes e miudezas diminuíram 17% e exportações de ferro reduziram 22%.

“Apesar das variações, a tendência é de um crescimento contínuo e diversificado nas relações comerciais entre Brasil e China, beneficiando ambos os países. Através de um cenário de oportunidades e progresso mútuo, as expectativas para os próximos anos são de uma intensificação ainda maior do intercâmbio comercial entre China e América Latina, consolidando parcerias estratégicas e fortalecendo a economia regional. Diante dessa perspectiva, é fundamental que as empresas brasileiras aproveitem as oportunidades oferecidas pelo mercado chinês e busquem formas para expandir sua presença e competitividade nesse cenário globalizado”, finaliza Giraldelli.

O Estado de S.Paulo - SP   29/07/2024

O Brasil parece prestes a aderir à Nova Rota da Seda (BRI), o programa de US$ 1 trilhão de obras de infraestrutura de Xi Jinping destinado a consolidar a dominância econômica e a influência geopolítica da China. Com 150 participantes, e forte engajamento de ditaduras africanas e asiáticas, o esquema é uma porta para a corrupção e a inadimplência, dada a falta de transparência, juros altos e hipoteca das obras para o credor chinês.

Nos últimos dez dias, Lula mencionou duas vezes a possibilidade: em São José dos Campos, quando anunciou investimentos de R$ 10,75 bilhões do BNDES para obras nas rodovias Dutra e Rio-Santos, e em entrevista a jornalistas estrangeiros, na segunda-feira, 22.

“Eu quero discutir com a China a Rota da Seda”, disse o presidente, ao responder uma pergunta da agência chinesa Xinhua. Lula aceitou o primeiro convite a um presidente brasileiro para a cúpula do Fórum Econômico da Ásia e do Pacífico (Apec), em novembro no Peru, com a participação de Xi, e também o receberá no Brasil “com uma grande festa”.

“Eu quero saber aonde é que a gente entra, que posição nós vamos jogar, porque nós não queremos ser reserva, nós queremos ser titular”, entusiasmou-se. Boa sorte com isso. Lula sabe como é transacionar com os chineses, quando interesses geopolíticos estão em jogo.

Na cúpula dos Brics, em agosto de 2023, a China enfiou goela abaixo do Brasil o convite para Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia ingressarem no bloco. Lula queria a entrada apenas da Argentina, na esperança de turbinar a campanha de Sergio Massa à presidência.

Única democracia entre os convidados, a Argentina declinou o convite, com a eleição de Javier Milei. A China já estabeleceu presença estratégica na Argentina. Tem estação de monitoramento espacial em Neuquén, na Patagônia, e pretendia, antes da eleição de Milei, construir uma base naval em Ushuaia, na Terra do Fogo, para se projetar sobre a Antártida.

Os Brics se tornaram um clube de ditaduras, cujos conflitos regionais a China passou a arbitrar. Enquanto a Índia caminha para uma autocracia sob o nacionalismo hinduísta de Narendra Modi, Brasil e África do Sul se tornam minoria no bloco. Os governos de ambos se subjugaram à estratégia chinesa de liderar a disputa global entre autocracias e democracias.

A declaração de Lula repercutiu na imprensa chinesa. Em entrevista coletiva na chancelaria em Pequim, o jornal Global Times enalteceu a afirmação do presidente brasileiro, de que “o Brasil espera ter com a China um relacionamento infinitamente maior”, e citou a analogia futebolística, levantando a bola para a porta-voz do ministério, Mao Ning.

“Tenho informes relevantes”, respondeu Mao. “China e Brasil são parceiros estratégicos abrangentes um do outro. O Brasil é o país do futebol. A China dá as boas-vindas para o Brasil se juntar à família da BRI e está ansiosa pelo golaço mundial do Brasil nessa cooperação.”

“O Brasil já é o maior destino de investimentos estrangeiros diretos chineses na região”, analisa Filipe Porto, acadêmico de relações internacionais da UFABC e editor do Grupo de Comunicações Internacionais da China, baseado em Pequim. “Entrar para quê?”

Porto observa que o processo vai “contra as tradições diplomáticas do Brasil”, que “não costuma aderir a propostas que não pode discutir”. No caso da BRI, “é um documento fechado, feito exclusivamente pela China, depositado em um órgão aqui em Pequim”, diz o analista. “Vamos ver como vão lidar com questões de infraestrutura controlada 100% pelos chineses, mão-de-obra chinesa etc.”

Nos dois primeiros mandatos de Lula, o Brasil experimentou o assédio chinês no setor da agricultura. Empresas chinesas passaram a comprar grandes extensões de terras e a construir ferrovias e terminais marítimos para abastecer a China. Desde 2007 tramitam no Congresso projetos de lei limitando a propriedade de terras por estrangeiros. O projeto 2963, de 2019, aprovado no Senado e em discussão na Câmara, permite que 25% da área de um município seja de estrangeiros, e 10% para a mesma nacionalidade.

Lula tem histórico de concessões à China sem contrapartidas reais. Em 2004, tornou o Brasil o primeiro país grande a reconhecer o status de economia de mercado da China, retirando da indústria brasileira espaço para ações antidumping contra os chineses. Eu estava em Pequim. Presenciei o deslumbramento dos petistas e o assombro dos empresários.

No ano passado, assinou o memorando sobre o grupo de trabalho de facilitação da adesão à BRI. O que mais me preocupa é a opacidade do programa chinês. O sistema de compliance e governança do Brasil resistirá às oportunidades de corrupção nesses contratos?

IstoÉ Dinheiro - SP   29/07/2024

O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) adotou novas medidas para apoiar a economia em dificuldades do país, em uma mostra da crescente ansiedade sobre o crescimento, dias após o líder Xi Jinping estabelecer sua visão de longo prazo para transformar a China em uma potência tecnológica e rivalizar com os Estados Unidos.

Na quinta-feira, 25, o PBoC informou que cortará sua principal taxa de juros e injetou o equivalente a mais de US$ 25 bilhões no sistema bancário chinês. A medida surpreendeu investidores, pois ocorreu fora da sequência usual de mudanças políticas nos juros e outros instrumentos do BC local.

O corte se seguiu a outras medidas de relaxamento desta semana, inclusive uma redução em outra taxa de juro e também em taxas de referência para empréstimos dos maiores bancos do país. Juntas, as medidas marcaram um relaxamento mais substancial da política desde o início do ano, quando o PBoC também enfrentava perda de fôlego no crescimento. O yuan avançava 0,7% frente ao dólar, nas negociações offshore no início da quinta-feira, com um dólar cotado a 7,22 yuans.

Ainda assim, para muitos economistas, embora os cortes de juros do PBoC sejam bem-vindos, não são o remédio correto. O crescimento local está sob pressão diante de uma implosão épica no setor imobiliário e do colapso na confiança do consumidor. Investidores estrangeiros deixam o país. O governo injeta dinheiro em fábricas para compensar a fraqueza em outras áreas, o que impulsiona uma onda de exportações e tensões crescentes no comércio. As companhias perdem dinheiro e os preços estão estáveis ou em baixa, elevando o espectro de uma fase prolongada e danosa de deflação.

O resultado de tudo isso é uma economia que perde impulso. O crescimento desacelerou a 4,7% no segundo trimestre, de 5,3% no primeiro. Em vez de forçar mais crédito, economistas argumentam que o governo deveria elevar o gasto fiscal para impulsionar diretamente o crescimento e adotar medidas mais fortes para acabar com a fraqueza no setor imobiliário que freia a economia do país há três anos. Pequim tem relaxado algumas restrições para a compra de residências e anunciou planos de comprar casas não vendidas para moradia popular. Ainda assim, os preços das residências caem e o investimento no setor imobiliário recua.

“Cortes de juros podem ajudar na margem, mas não são suficientes”, avalia Duncan Wrigley, economista-chefe para China da Pantheon em Londres.

A abordagem cautelosa de autoridades pode refletir o desejo de manter poder de fogo, caso a eleição em novembro nos EUA seja vencida por Donald Trump, o que traria o risco de outra escalada nas tensões bilaterais com potenciais prejuízos à economia, disse Rory Green, economista-chefe de China da TS Lombard GlobalData, em nota de pesquisa nesta quinta-feira. Líderes da China reiteraram sua ambição para crescimento de 5% neste ano mais cedo neste mês.

Os cortes de juros desta semana podem ajudar a atingir essa meta, segundo economistas, e muitos esperam que o PBoC relaxe mais sua política nos próximos meses, talvez ao reduzir as reservas que os bancos precisam manter, o compulsório, para emprestar mais. As crescentes expectativas de cortes nos juros nos EUA também dariam ao BC chinês e a outros bancos mais margem para cortar juros sem provocar desvalorização cambial nem fuga de capital. Pequim também pode elevar modestamente os empréstimos para financiar investimentos em infraestrutura e manufatura.

Mas um grande estímulo não é algo à vista, segundo economistas. A China já enfrenta um nível elevado de dívida e Pequim teme voltar a inflar uma bolha no setor imobiliário que impulsionou a economia durante anos. Uma moeda mais fraca geraria o risco de fuga de capital.

Para Xi, o desempenho econômico de curto prazo é menos importante que sua ambição mais longeva de cimentar o status da China como potência importante na manufatura global e impulsionar a tecnologia. Para isso, ele destina dinheiro às fábricas chinesas, em especial as com manufatura avançada e setores cruciais como veículos elétricos, baterias e equipamentos ligados à energia limpa.

O PBoC anunciou nesta quinta-feira corte na taxa de juros de seu instrumento de empréstimo de médio prazo de 2,5% a 2,3%. Ela é usada para prover fundos aos bancos que emprestam a famílias e empresas. Os bancos chineses afirmaram que reduziriam suas taxas de depósito para os poupadores para defender suas margens, pressionadas por taxas de empréstimo mais baixa e também pela demanda contida por esses empréstimos.

O Estado de S.Paulo - SP   29/07/2024

As contas do governo central registraram déficit primário em junho. No mês passado, a diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 38,836 bilhões. O resultado sucedeu o déficit de R$ 60,983 bilhões em maio.

O saldo, que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, foi o pior desempenho em termos reais para o mês desde 2023 — a série histórica do Tesouro foi iniciada em 1997. Em junho de 2023, o resultado havia sido negativo em R$ 45,223 bilhões, em valores nominais.

O déficit do mês passado veio acima das expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um resultado negativo de R$ 37,70 bilhões, de acordo com levantamento do Estadão/Broadcast. O dado de junho ficou no intervalo das estimativas, todas de déficit, que variavam de R$ 60,20 bilhões a R$ 20,030 bilhões.

No acumulado do ano até junho, o governo central registrou déficit de R$ 68,698 bilhões, o pior resultado desde 2020. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era negativo em R$ 42,509 bilhões, em termos nominais.

Em junho, as receitas tiveram alta real de 8,2% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado do primeiro semestre do ano, houve alta real de 8,5%. Já as despesas subiram 0,3% em junho, já descontada a inflação. No acumulado destes seis meses, a variação foi positiva em 10,5%.

Em 12 meses até junho, o governo central apresenta déficit de R$ 260,7 bilhões, equivalente a 2,29% do PIB. Desde janeiro de 2024, o Tesouro passou a informar a relação entre o volume de despesas sobre o PIB, uma vez que o arcabouço fiscal busca a estabilização dos gastos públicos.

No acumulado dos últimos 12 meses até junho, as despesas obrigatórias somaram 18,5% em relação ao PIB, enquanto as discricionárias do Executivo alcançaram 1,8% em relação ao PIB no mesmo período.

Para 2024, o governo persegue duas metas. Uma é a de resultado primário, que deve ser neutro (0% do PIB), permitindo uma variação de 0,25 ponto porcentual para mais ou menos, conforme estabelecido no arcabouço. O limite seria um déficit de até R$ 28,8 bilhões. A outra é de limite de despesas, que é fixo em R$ 2,089 trilhões neste ano.

No último Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, publicado em julho, o Ministério do Planejamento e Orçamento estimou um resultado deficitário de R$ 28,8 bilhões nas contas deste ano, equivalentes a 0,25% do PIB.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   29/07/2024

Os contratos futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian interromperam uma queda de três sessões nesta sexta-feira, impulsionados por novos estímulos econômicos da China, principal mercado consumidor, mas registraram perda em base semanal em meio a preocupações com a demanda do setor imobiliário local.

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,5%, a 779 iuanes (107,45 dólares) a tonelada. O contrato caiu 2,75% em uma base semanal.

O minério de ferro de referência de agosto na Bolsa de Cingapura avançava 1,94%, a 101,85 dólares a tonelada. O contrato caiu 4,41% até o momento nesta semana, caminhando para sua maior queda semanal desde 7 de junho.
O complexo de metais industriais da China foi impulsionado por uma alocação de 300 bilhões de iuanes (41,40 bilhões de dólares) em fundos de títulos para a recuperação econômica, que inclui subsídios para a substituição e atualização de bens de consumo e industriais com uso intensivo de aço, disse Cameron Law, analista de commodities da Navigate Commodities.

Embora o pacote de estímulo seja positivo para a atividade manufatureira, sua magnitude não será suficiente para mitigar a “rendição contínua” do setor de construção ou abordar a atitude do consumidor chinês em relação aos imóveis, disse Law.
Notícias sobre aumento dos estoques de aço da China evidenciam a fraqueza contínua no mercado de aço em meio a uma queda na atividade de construção no setor imobiliário, disseram os analistas do ANZ em uma nota.
Os estoques de produtos siderúrgicos acabados nos armazéns dos comerciantes em 132 cidades chinesas caíram 0,8% em relação à semana anterior, no período de 19 a 25 de julho, atingindo o nível mais baixo em um mês, de 21 milhões de toneladas, mas subiram 11,9% em relação ao ano anterior, segundo dados da consultoria Mysteel.

O mercado agora está de olho na reunião do Politburo na próxima semana para novas medidas que possam apoiar o crescimento econômico, acrescentaram os analistas do ANZ.

CNN Brasil - SP   29/07/2024

A mineradora Vale avalia que o mercado de minério de ferro tem suporte em momento em que outros segmentos da economia da China, que não o setor imobiliário, sustentam a demanda, disse o vice-presidente executivo de Soluções de Minério de Ferro da companhia, Marcello Spinelli, nesta sexta-feira (26).

Durante teleconferência para comentar os resultados trimestrais da Vale, ouvi-se comentário de executivo da mineradora sobre um “novo normal forte” da economia chinesa.

“Do lado da demanda… temos um olhar positivo sobre China, quando nós vemos este novo normal que chamamos de resiliência da economia chinesa”, afirmou Spinelli.

“De novo, o novo normal é baseado em manufatura, é baseado em exportação, a infraestrutura tem um importante papel, compensando o declínio no setor imobiliário”, acrescentou.

Ele disse que a companhia obviamente está atenta também ao nível de exportações de produtos de aço da China.

Mas também considera que a demanda de outras regiões, como Sudeste da Ásia, Índia, Oriente Médio, está crescendo bem.

“Tudo isso indica alta demanda, pelo menos para este ano e o próximo ano na nossa análise.”

Do lado da oferta, Spinelli também vê certa sustentação para o preço do minério de ferro, na medida em que, se a cotação cair muito, alguns produtores podem ficar fora do mercado.

“Se mover abaixo de US$ 100 para US$ 90, nós vemos 100 milhões de toneladas fora do mercado. Então realmente vemos suporte.”

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações cotado a 107,45 dólares a tonelada.

Valor Investe - SP   29/07/2024

Setor sente impacto da lentidão da economia chinesa, que vem derrubando o preço do minério de ferro

A Vale apresentou na noite e quinta-feira, 25, seus resultados do segundo trimestre de 2024, com R$ 14,6 bilhões de lucro, muito acima da expectativa média do mercado de R$ 1,8 bilhões. O resultado valor 219% maior que obtido no mesmo período de 2023. Apesar da pressão internacional que derrubou o minério de ferro, a empresa registrou aumento de vendas, que possibilitou escoar a maior produção registrada pela empresa desde 2018.

Em dólares, no mesmo período, a companhia obteve lucro líquido de US$ 2,8 bilhões, crescimento de 210% na comparação com o segundo trimestre do ano passado. O pagamento de juros sobre capital próprio será de R$ 8,9 bilhões.

Apesar das polêmicas internas, a Vale anda no mesmo ritmo de seus pares globais, todos refletindo as ameaças de demanda que afetam o preço do minério de ferro.

Até o último fechamento, a mineradora brasileira tinha perdas de 20% no acumulado deste ano. O recuo está em linha com a desvalorização de seu principal produto, o minério de ferro. No período, a commodity recuou 21%, reflexo do crescimento desacelerado da China. O metal é muito usado na produção de veículos, maquinário e aço.

As australianas Rio Tinto, BHP e Fortescue caíram 17%, 18% e 30%, respectivamente. A terceira é também a menor e mais volátil entre elas, por isso pode apresentar variações mais acentuadas, tanto para o positivo quanto para o negativo, como é o caso agora. Juntamente com a Vale essas outras três empresas são as maiores produtoras de minério de ferro do mundo.

A China é o principal importador do minério de ferro, mas desde a pandemia a economia chinesa ainda não conseguiu recuperar o fôlego que tinha antes, quando crescia acima dos dois dígitos. Mesmo com os estímulos do governo, reduzindo juros e estimulando o mercado imobiliário que está em crise, as expectativas estão abaixo do que o mercado gostaria.

Sucessão e desastres

Analistas também vinham ponderando que as incertezas em relação à sucessão do comando da Vale poderia estar prejudicando seu desempenho.

Logo no começo do ano, foi ventilado o nome do ex-ministro Guido Mantega para assumir a presidência da mineradora, após o fim do termo de Eduardo Bartolomeu. A reação negativa do mercado tirou as chances, se é que havia alguma, de o petista assumir o controle da empresa.Em março, mais um ruído.

O conselheiro José Luciano Duarte Penido renunciou ao cargo e acusou o processo sucessório de estar sendo manipulado. Depois, ele voltou atrás, mas os papéis sofreram revés.

Ilan Arbetman, Analista de Equity Research da Ativa, destaca ainda que os compromissos em indenizações pelo desastre de Mariana são outro calo da Vale que os analistas avaliam antes de recomendá-la.

Valor - SP   29/07/2024

É o que mostra a 21ª edição do estudo Global Mine, da PwC, com dados de desempenho financeiro do setor e as tendências para os próximos anos

Patrícia Seoane, sócia da PwC Brasil. — Foto: Divulgação

A indústria mineradora global caminha para registrar em 2024 o segundo ano consecutivo de queda nas receitas, um movimento atípico e não visto desde 2016, segundo a 21ª edição do estudo Global Mine, da PwC, que traz dados de desempenho financeiro do setor e as tendências para os próximos anos.

O levantamento, que considera as 40 maiores mineradoras do mundo, mostra que a performance em 2023 foi afetada pelos preços mais baixos das matérias-primas e pela elevação dos custos. A perspectiva é que 2024 não seja muito diferente.

No ano passado, a receita consolidada desse conjunto de empresas caiu mais de 7%, para US$ 845 bilhões. Já o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recuou 26%, evidenciando o impacto do custos mais elevados nas margens, para US$ 217 bilhões. O lucro líquido foi 22% menor, de US$ 90 bilhões.

Para 2024, a PwC projeta outra rodada de reduções. Enquanto a receita líquida consolidada deve ficar 6% menor na comparação com o ano passado, em US$ 792 bilhões, o Ebitda deve recuar 21%, a US$ 171 bilhões e o lucro líquido deve ser 36% inferior, de US$ 55 bilhões.

Conforme o estudo, o ranking das maiores mineradoras do mundo em 2024 é liderado pela australiana BHP, seguida da Rio Tinto, também da Austrália. Em terceiro lugar vem a chinesa China Shenhua Energy Company Limited e em quarto, ultrapassando a Vale neste ano, a suíça Glencore. A mineradora brasileira aparece, desta vez, na quinta posição. Já a CSN Mineração, que recém entrou no ranking, aparece na 34ª posição.

Em entrevista ao Valor, a sócia da PwC no Brasil Patrícia Seoane, aponta que a combinação uma combinação de ciclo e eventos externos ao setor pressionou os resultados da mineração global no ano passado.

“Há expectativa de nova queda da receita em 2024, quando normalmente não se vê dois ciclos de baixa consecutivos. Os preços devem ser mais baixos, apesar da demanda crescente, diante da oferta adicional e da pressão de questões externas”, afirmou, lembrando que a China, cuja economia tem crescido em ritmo mais lento do que o esperado, é a grande direcionadora dos preços de mercado das commodities minerais.

Nesse ambiente, acrescentou Seoane, as mineradoras precisam reduzir custos para conseguir entregar rentabilidade aos acionistas. Ao mesmo tempo em que os preços das commodities têm recuado, nos últimos cinco anos, os custos de produção de minério aumentaram quase 30%, alavancando novos investimentos em tecnologia com vistas à redução dessas despesas.

Em relação às tendências da indústria, a sócia da PwC destaca investimentos crescentes em redução do impacto ambiental, a partir do uso de fontes renováveis de energia ou, no caso do minério de ferro, na busca de maiores teores e qualidade.

“Antes, falava-se em minério de ferro, carvão e aço, principalmente. O minério segue tendo seu protagonismo, mas o carvão tem uma queda grande e os minerais críticos, os metais da transição energética, ganharam relevância”, explicou.

Do lado da transição energética, o Brasil tem posição de destaque global, com a atração de investimentos crescentes para exploração de lítio e terras raras. Segurança alimentar é outra tendência, que move aportes crescentes na produção de fertilizantes — no caso da mineração, para obtenção de fósforo e potássio.

“Um dos elementos do estudo é o impacto da mineração na segurança alimentar. Para garanti-la, será preciso investir mais em fósforo e potássio”, observou Seoane. Estima-se que, para atender as necessidade alimentares em 2050, a produção anual de fósforo precisa crescer a uma taxa de 25% ao ano.

Uso de inteligência artificial e tecnologia no processo produtivo, com vistas a torná-lo mais eficiente, tanto do ponto de vista ambiental quanto de custos, é outra tendência mapeada pela PwC, assim como o avanço da mineração urbana, que consiste em recuperar o minério extraído — cujas reservas são finitas — dos produtos transformados.

Fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) também seguem no horizonte da indústria global, particularmente em minerais críticos. Além disso, as mineradoras têm investido cada vez mais em empresas de energia renovável, com o objetivo de reduzir o escopo de emissões da matriz energética, ou em outras empresas para diversificar ou maximizar produção.

“O Brasil segue relevante no mapa global da mineração, com a Vale em posição de destaque no minério de ferro, mas também vem ganhando destaque em minerais críticos. Muitas transações têm acontecido em Minas Gerais, em minerais crítticos. O país tem tudo para continuar tendo relevância ou até aumentar sua posição”, afirmou.

Máquinas e Equipamentos

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   29/07/2024

Após um 1º semestre de estabilidade, o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção estima um crescimento de 3% nas vendas de equipamentos da Linha Amarela (movimentação de terra) em 2024, alcançando 32,9 mil unidades comercializadas até o final deste ano.

Com isso, o mercado reverte o resultado obtido em 2023, quando apresentou queda de 18% nas vendas.

“Esse setor viveu um ciclo de crescimento entre 2010 e 2014, com uma média de 29,6 mil equipamentos vendidos no período”, afirmou Mario Miranda, coordenador do Estudo de Mercado da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).

“Em 2020, se iniciou um novo período de alta e, até este ano, a média de máquinas comercializadas chegou a 31,9 mil, o que representa um ciclo bastante positivo”, completou o consultor durante o Webinar Sobratema Atualização das Tendências no Mercado da Construção, realizado no dia 25 de junho.

O resultado está relacionado às obras de infraestrutura e ao Programa Minha Casa Minha Vida, assim como aumento das locações de máquinas, movimentos gerados pelo agronegócio e pela mineração e, ainda, retomada da aquisição de máquinas no semestre.

Por outro lado, há desafios para o setor, principalmente a dificuldade de acesso ao crédito, altas taxas de juros e inflação, com receio quanto ao aumento da carga tributária e dos custos operacionais, devido à escassez de mão de obra e elevação do preço dos insumos.

“A questão do crédito está ligada não apenas à alta taxa de juros, mas também ao maior rigor para aprovação desses financiamentos”, observou Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema, que também comentou sobre a dificuldade para atrair jovens para o mercado, o que tem levado empresas a investir cada vez mais em educação, qualificação e capacitação profissional.

“A modernização das máquinas, com maior tecnologia embarcada, exige uma preparação ainda maior dos operadores”, comentou Andrea Zámolyi Park, presidente da Câmara Setorial de Máquinas Rodoviárias da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (CSMR/Abimaq), salientando ainda a importância da sustentabilidade e segurança para o segmento.

“Ou seja, é preciso prover treinamento. Por isso, a indústria tem realizado programas sociais de educação com foco em tecnologia, engenharia e matemática para despertar o interesse dos jovens pelo setor”, ressaltou.

De acordo com Luciano Rocha, diretor comercial da Armac, a companhia também trabalha com programas de formação e capacitação de jovens e profissionais, a fim de proporcionar uma carreira interessante no segmento.

“Devido à nossa escala, precisamos de pessoas para manutenção e para operação de maneira intensiva”, explicou.

Em suas colocações, o executivo também ponderou sobre o crescimento da empresa no 1º semestre, acompanhando o cenário positivo do setor de locação.

O relatório da Sobratema trouxe ainda um dado que mostra a evolução dos negócios do mercado de equipamentos: a frota parada alcançou o menor índice, com 14% em média ponderada.

“Essa redução tem sido crescente desde 2017, quando a média era de 57%”, destacou Miranda, que tratou também das tendências de mercado.

"Para 29% das construtoras, locadoras e dealers participantes do Estudo de Mercado ainda haverá uma preferência por máquinas à combustão à diesel, enquanto 26% avaliam a oferta de equipamentos híbridos (combustão e elétricos)", disse o consultor.

Mirando concluiu a apresentação afirmando que o mercado de máquinas de construção e mineração está preparado para suportar as inúmeras oportunidades e demandas das empresas, adaptando-se às tendências, aplicando tecnologias emergentes e buscando atender às necessidades de infraestrutura e exigências por práticas sustentáveis.

AUTOMOTIVO

O Petróleo - SP   29/07/2024

Grandes fabricantes de automóveis nos Estados Unidos e Europa estão revisando suas metas de produção de veículos elétricos (EVs) devido à queda na demanda. Segundo o CEO da OPmobility, Laurent Favre, as montadoras enfrentam um excesso de capacidade, com níveis de produção de EVs entre 40% a 45% abaixo do esperado. Este ajuste reflete uma adaptação às novas realidades do mercado, que incluem preocupações com os altos custos dos veículos elétricos e a falta de infraestrutura de carregamento rápido.

Além disso, a incerteza política, especialmente em anos de eleição, como o caso dos EUA em 2024, contribui para a cautela no mercado. A OPmobility, apesar de reportar crescimento sólido nos lucros, destaca um ambiente de mercado complexo, com uma desaceleração notável na demanda por EVs.

O analista da Goldman Sachs Research, Kota Yuzawa, também apontou que a venda de veículos híbridos está em alta, com algumas montadoras, como a Ford, adiando o lançamento de novos modelos elétricos para focar em híbridos. A Porsche, por sua vez, revisou suas metas de que 80% das vendas sejam de veículos elétricos até 2030, reconhecendo que a transição está ocorrendo mais lentamente do que o previsto.

A tendência atual indica que, enquanto a transição para a eletrificação completa enfrenta desafios, os modelos híbridos estão ganhando espaço como uma solução intermediária para as montadoras e consumidores.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Infomoney - SP   29/07/2024

Nada de tijolos ou argamassa. Os planos da construtech Espaço Smart para alcançar um faturamento de R$ 500 milhões em 2024 envolvem materiais para construção leves, secos e pouco utilizados no Brasil. Embora ainda incipiente, o mercado de steel framing (com aço leve) e drywall já levou a empresa a bater parcialmente sua meta: R$ 230 milhões no primeiro semestre do ano, um crescimento de 20% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O número contrasta com o tímido avanço do setor da construção civil em 2024. No primeiro trimestre do ano, o PIB (Produto Interno Bruto) do setor registrou queda de 0,5% em comparação ao último trimestre de 2023. Ante o primeiro trimestre de 2023, houve crescimento de 2,1%, apontam dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Acontece que a Espaço Smart lidera um segmento estatisticamente pouco relevância para os grandes números. O steel framing – engenharia de imóveis estruturados por perfis de aço leve e placas cimentícias – tem uma participação de 1% no mercado de construção civil brasileiro.

A empresa tem apostado em um modelo verticalizado, da manufatura das peças que compõem uma casa de métodos industrializados (ou construção a seco) até escritório de arquitetura, engenharia e varejo. A estratégia é usar as lojas físicas, fundadas em 2015, para dar vazão aos produtos ainda pouco conhecidos pelos brasileiros.

“Nós precisávamos levar um showroom para o cliente final. Nos aproximar do engenheiro, do arquiteto, para dar credibilidade”, explica Fernando Scheffer, fundador e diretor de marketing da Espaço Smart. É por meio desses espaços, primeiras “lojas de casas pré-fabricadas”, como gostam de chamar, que a empresa tenta desmistificar as construções steel framing e de drywall.

Lá, clientes podem fazer testes de isolamento térmico e acústico em paredes de alvenaria e de base industrial, por exemplo, para afastar receios quanto às propriedades dos materiais. “São alguns paradigmas do setor, bastante conservador. Atribuo muito ao perfil do engenheiro”, avalia Scheffer. A opinião é de que a formação brasileira promove profissionais menos propensos a risco e inovação.

Hoje, todos os produtos de steel framing produzidos pela empresa em Passo Fundo (RS) são distribuídos nas lojas próprias, razão pela qual, para melhorar os números, é preciso criar novas lojas. Neste ano, foi anunciado um investimento de R$ 50 milhões – R$ 15 milhões na expansão do varejo e outros R$ 35 milhões em uma planta de esquadrilha de PVC e outra de steel framing.

Do lado das lojas, o aporte vai impulsionar o crescimento de ao menos quatro novas unidades em 2024 – número que pode chegar a sete, desde que empreendimentos previstos para o ciclo de 2025 sejam finalizados anteriormente. Depois de alguns anos de ampliação pelas regiões Sul e Sudeste, aprimorando sua cadeia logística, agora os avanços têm foco nas regiões Norte e Nordeste.

Até 2027, a Espaço Smart espera bater o faturamento de R$ 1 bilhão e estar presente em cerca de 73 cidades. Essa distribuição tem sido feita com base em um estudo de geomarketing encomendado pela empresa. “Mas também tem nossa avaliação de mercado. Manaus, por exemplo, não está nesse estudo. Só que sabemos que há um potencial. Por questões logísticas, é mais barato produzir com steel framing por lá. Até o início do ano que vem já devemos ter uma loja”, diz Scheffer.

No modelo de vendas da Espaço Smart, um cliente consegue comprar uma casa já “pré-fabricada”, em um catálogo de cerca de 40 modelos já com preço fechado e construção da própria empresa. Por outra modalidade, um cliente com projeto arquitetônico em mãos o envia para a empresa, que faz um quantitativo de materiais e indica uma construtora homologada para prestar o serviço.

Valor - SP   29/07/2024

Apesar da desaceleração frente a junho, quando a inflação do setor atingiu 0,93%, a tendência aponta para aceleração nos custos, conforme indicado pela taxa acumulada em 12 meses de 4,42%, explicou a FGV

O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), subiu 0,69% em julho, desacelerando em relação à taxa de 0,93% registrada no mês anterior.

Apesar do recuo, a tendência parece apontar para uma aceleração nos custos da construção, conforme indicado pela taxa acumulada em 12 meses de 4,42%, diz a FGV.

Em comparação ao mesmo período em 2023, observa-se um significativo avanço no índice, que em julho de 2023 acumulava 3,15%, em 12 meses.

A componente Materiais, Equipamentos e Serviços do Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) registrou uma aceleração, com o índice aumentando de 0,46% em junho para 0,58% em julho.

“Esse aumento sugere um crescimento moderado nos preços dos insumos e dos serviços do setor de construção”, diz o relatório.

No grupo de Materiais, Equipamentos e Serviços, a categoria de Materiais e Equipamentos registrou aumento de 0,58% em julho, marcando um incremento maior em relação à taxa de 0,48% vista em junho.

“Esse movimento reflete uma tendência de alta nos preços desses insumos, crucial para a execução de projetos de construção”, diz o relatório.

Nessa apuração, dois dos quatro subgrupos que compõem essa categoria exibiram avanço em suas taxas de variação. Um destaque particular foi o subgrupo “materiais para estrutura”, que viu sua taxa subir de 0,18% para 0,39%.

No âmbito do grupo de Serviços, observou-se um avanço significativo na variação, que passou de 0,29% em junho para 0,65% em julho. Esse aumento foi reflexo no item “projetos”, que viu sua taxa de variação subir de 0,30% para 0,86%.

Em contrapartida, a componente de Mão de Obra mostrou uma suavização em sua taxa, passando de 1,61% em junho para 0,85% em julho, indicando uma desaceleração nos custos laborais do setor.

Capitais

O INCC-M apresentou comportamentos distintos em várias cidades brasileiras durante o mês de julho. Cidades como Brasília, Recife e São Paulo experimentaram uma desaceleração em suas taxas de variação, refletindo uma redução nos custos de construção nessas localidades.

Em contraste, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre observaram um aumento em suas taxas de variação, o que sugere uma alta relativa nos custos de construção nessas cidades.

O Estado de S.Paulo - SP   29/07/2024

O preço médio do metro quadrado de imóveis residenciais ficou R$ 310 mais caro no primeiro semestre no País, de acordo com dados do Índice FipeZap de junho. Em termos percentuais, a alta foi de 3,56% em 2024 até agora, e de 6,17% em 12 meses. O aumento de preços no mercado imobiliário neste ano tem tendência de superar a inflação, prevista pelo Banco Central para 4,05%. A inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 4,23%.

O preço médio de venda de propriedades residenciais foi de R$ 8.710 para R$ 9.020 por metro quadrado no primeiro semestre, com destaque para os imóveis de um dormitório, que tiveram o preço médio mais elevado (R$ 10.662), em contraste com o menor valor identificado entre unidades com dois dormitórios, R$ 8.094. Entre as capitais, Vitória apresentou o valor médio por metro quadrado mais alto, seguida de perto por Florianópolis e São Paulo.

Entre as cidades, os maiores aumentos de preços no primeiro semestre ocorreram em Curitiba (+10,13%), São José dos Campos (+9,76%) e João Pessoa (+7,70%).

Já os preços que mais subiram em valores absolutos do metro quadrado foram Barueri, onde ficou R$ 902 mais caro; Curitiba, R$ 897; e Itajaí, R$ 794.

Em São Paulo, o aumento de preço no semestre, de 3,16%, levou o valor do metro quadrado a superar R$ 11 mil pela primeira vez. No Rio, a alta foi de 1,25%, elevando o preço a R$ 10.101.

A economista do DataZap, Paula Reis, afirma que o aumento de preço do primeiro semestre no País indica que o mercado imobiliário está aquecido. No mesmo período em 2022, a alta de preços foi menor, de 2,54%.

“O movimento verificado nos primeiros seis meses de 2024 é reflexo de alguns fatores que beneficiam o segmento de compra e venda, como a redução da taxa básica de juros da economia (a Selic, que em julho de 2023 estava em 13,75%, um ano depois está em 10,50%) e o fortalecimento do segmento econômico, com o Minha Casa Minha Vida”, diz.

Sobre as cidades com os maiores aumentos de preços, Paula acredita que as motivações tenham sido investimentos públicos para melhoria da infraestrutura e qualidade de vida para a população, o que também tende a atrair empresas que geram emprego.

“A cidade paulista de São José dos Campos tem um histórico recente de investimentos em infraestrutura urbana, como o projeto de revitalização da região central, Urbaniza Centro. Tais investimentos tendem a valorizar os imóveis localizados nas áreas alvo. Houve também investimento para atrair novas empresas, que se somam às grandes já existentes no município. A chegada de novas empresas gera novos postos de trabalho, que, consequentemente, atraem novos moradores, que, por sua vez, podem buscar por imóveis residenciais à venda. O caso de Curitiba é semelhante ao de São José dos Campos, pois há várias obras rodoviárias em andamento que beneficiam o município”, afirma a economista.

Apesar de não estar no topo dos aumentos de preços do País, o valor do metro quadrado na capital paulista no primeiro semestre subiu acima do INCC (2,80%) e do IPCA, a inflação oficial (2,48%). O coordenador do curso de negócios imobiliários da FGV, Alberto Ajzental, afirma que a situação do aumento de preços na cidade de São Paulo é particular, devido ao freio nos lançamentos de empreendimentos para classe média e alta renda por causa da discussão do Plano Diretor. Isso causou um salto de preços, bem como uma redução dos estoques das construtoras.
Preço do aluguel

Para Ajzental, o aumento dos preços de aluguéis no País, que foi de 8,02% no primeiro semestre, é uma consequência natural da elevação do nível de preços de imóveis. “É o aumento do preço do novo e do usado que acaba influenciando no aumento do aluguel. Isso acaba dificultando o processo de compra. Amplia-se a distância entre a renda familiar e o preço do produto, e a alternativa é alugar uma moradia”, afirma.

Em termos de preços, os municípios com o metro quadrado mais caro do País são Balneário Camboriú (R$ 13.259), Itapema (R$ 12.962), Vitória (R$ 11.349), Florianópolis (R$ 11.340), Itajaí (R$ 11.284) e São Paulo (R$ 11.011).

Segundo especialistas, os preços de imóveis no litoral catarinense se mantêm altos e subindo mais devido a empreendimentos voltados para o consumidor de alta renda, especialmente em Balneário Camboriú e em seu entorno. Nomes como FG Empreendimentos e GT Home & ABC têm projetos na região.

Além dos lançamentos de alto padrão no litoral de Santa Catarina, a limitação da extensão territorial das cidades provoca movimentos de aumento de preços mais intensos do que a média, diz Paula. A cidade de Balneário Camboriú é um ponto fora da curva no mercado imobiliário nacional e acaba atraindo compradores de todo o País, assim como de outros países, observa Ajzental.

Imóveis novos

O DataZap, unidade de inteligência do Grupo OLX, desenvolveu um novo relatório de preços chamado Índice de Lançamentos Imobiliários, focado apenas em imóveis novos. Segundo dados da primeira versão do estudo, que abrange o segundo trimestre deste ano, o preço mediano do metro quadrado dos lançamentos imobiliários foi de R$ 10.865 entre as 11 cidades analisadas. O aumento de preço em 12 meses foi de 4,83%, o que significa um aumento de R$ 501.

Ou seja, um imóvel de 50 m² custa hoje, na planta, R$ 540 mil. Antes, era R$ R$ 518 mil.

Por essa métrica, que exclui os preços de anúncios de imóveis usados, diferentemente do que acontece como o FipeZap, o maior preço de metro quadrado de imóvel novo no País é em Florianópolis, com R$ 18.369. São Paulo teve preço de R$ 11.910, queda de 1% em 12 meses, enquanto Curitiba teve alta de 10%, indo a R$ 11.850.

O maior movimento de pessoas querendo comprar imóveis, combinado com uma oferta que não cresceu na mesma proporção, faz com que os preços subam

Henri Zylberstajn, CEO da plataforma de leilões Zuk

Leilões de imóveis

O CEO da plataforma de leilões Zuk, Henri Zylberstajn, afirma que os preços dos imóveis no País têm crescido devido ao momento do mercado, especialmente, devido à queda da taxa de juros, que aumenta a demanda vinda do consumidor enquanto a oferta não acompanha o mesmo ritmo.

“O maior movimento de pessoas querendo comprar imóveis, combinado com uma oferta que não cresceu na mesma proporção, faz com que os preços subam. Foi isso que motivou o aumento de preços nos últimos 12 meses. Outro fator é que, nos últimos seis meses, o dólar disparou, e o mercado imobiliário em grandes centros, como São Paulo e Santa Catarina, ficou muito barato em relação aos preços do mundo todo, como Nova York ou Dubai. Com o dólar alto, fica ainda mais barato para o investidor estrangeiro comprar imóveis no Brasil”, afirma.

Zylberstajn diz ainda que o aumento de preços praticados no mercado imobiliário aumenta a atratividade da compra em leilões de imóveis, uma vez que a diferença de preços fica maior. Em geral, o desconto que pode ser encontrado em leilões chega a 70%. “A definição de preço não leva em consideração o valor de mercado, mas sim o valor da dívida do imóvel. Ou seja, imóveis de leilão se tornam oportunidades ainda maiores.”

IstoÉ Dinheiro - SP   29/07/2024

O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 0,9 ponto em julho, chegando a 97,3 pontos, o maior nível desde fevereiro deste ano, quando o indicador chegou a 97,6 pontos. Com o resultado, o ICST avança 0,7 ponto na média móvel trimestral, conforme divulgou há pouco a Fundação Getulio Vargas (FGV).

O avanço nesta leitura refletiu crescimento do Índice de Expectativas (IE-CST), que subiu 1,8 ponto, a 99,3 pontos, com alta de 3,1 pontos na tendência de negócios para os próximos seis meses e de 0,5 ponto no indicador de demanda para os próximos três meses. Já o Índice de Situação Atual (ISA-CST) ficou estável, em 95,5 pontos.

“A interrupção da queda da taxa Selic não afetou a confiança setorial e o segundo semestre inicia com a recuperação das expectativas empresariais em relação aos negócios e à demanda nos três segmentos setoriais – Edificações, Infraestrutura e Serviços Especializados”, destacou, em nota, a coordenadora de Projetos da Construção do Ibre/FGV, Ana Maria Castelo.

Ela aponta que, apesar da avaliação sobre a situação corrente ter permanecido estável, em um nível de “pessimismo moderado”, o indicador de evolução recente segue registrando os melhores resultados desde novembro de 2022. “Assim, a sondagem sinaliza que o setor se mantém aquecido e as empresas estão confiantes na continuidade do ciclo de crescimento pelos próximos meses.”

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção, por sua vez, recuou 0,6 ponto nesta leitura, atingindo 79,5%. O Nuci de mão de obra contraiu 0,7 ponto, a 80,8%, enquanto o Nuci de Máquinas e equipamentos caiu 0,3 ponto, a 74,1%.

O Estado de S.Paulo - SP   29/07/2024

A FG Empreendimentos, responsável por oito dos 10 prédios mais altos do País, prepara um megaprojeto na cidade de Balneário Camboriú. Com o nome de FG Tower, um edifício de 110 andares, incluindo três de shopping e três de salas empresariais, abrigará a nova sede da companhia e terá unidades residenciais. A empresa também planeja construir quatro resorts de luxo para atrair mais turistas para a região. Dois deles serão em Balneário e os demais, em Itajaí, na Praia Brava.

A FG Tower pode se tornar o segundo maior edifício do País quando estiver pronto, atrás apenas da Triumph Tower (509 m), também da construtora, que será mais alta do que o atual campeão do mundo no segmento residencial, o Steinway Tower, em Nova York, com 435,3 m. Os preços dos apartamentos devem partir de R$ 150 milhões na Triumph Tower, de 140 andares. O terreno desse empreendimento pertence ao empresário Luciano Hang, fundador da varejista Havan.

Os prédios terão unidades residenciais de luxo, com área privativa ampla (por volta de 200 m²), como manda o plano diretor da cidade, e áreas de lazer completas. O megaprojeto da companhia envolve ainda um shopping aberto de três andares, com restaurantes e lojas de grife, especialmente de arquitetura e decoração.

A empresa não revela ainda os preços cobrados por metro quadrado (m²) nas unidades residenciais da FG Tower. Atualmente, mesmo imóveis usados na cidade são comercializados com preços a partir de R$ 1,5 milhão e podem facilmente superar o patamar de R$ 25 milhões.

Entre os novos resorts, que também terão unidades residenciais, o primeiro será lançado no primeiro semestre de 2025, com previsão de entrega em três anos. Os empreendimentos devem ser lançados com bandeiras internacionais, que ainda não estão em negociação.

“Hoje, nós não temos uma marca renomada. Nós não temos uma marca de grife internacional. A ideia é criar outro Open Mall na Praia Brava. Temos um empreendimento lá com 220 mil metros quadrados de obras. O prédio terá 300 apartamentos de hotelaria e 450 apartamentos residenciais. A ideia é levar a hotelaria para uma região que tem uma ligação com a Mata Atlântica. A rede Emiliano comprou uma área ali também para criar um projeto misto, com hotelaria e residencial”, afirma Jean Graciola, presidente da FG Empreendimentos.

Na área de hotelaria, a FG já conta com os empreendimentos Marambaia, em Balneário Camboriú, Fazzenda Park Resort, em Gaspar, e o Vila Germânica, em Piratuba. Com o novo projeto de resorts, o número de empreendimentos subirá para sete e a empresa planeja atrair turistas não só do Brasil como de outros países. Não à toa, a empresa patrocina a família Aveiro, do jogador português Cristiano Ronaldo, para levar a marca à Europa. No passado, a atriz Sharon Stone também foi patrocinada para promover a empresa, ajudando a atrair o público de alta renda para a cidade na década passada.

A empreitada da FG Empreendimentos no mercado imobiliário de Santa Catarina já tem mais de 40 anos e começou com o pai de Jean, Francisco Graciola, que fez os primeiros apartamentos para ter renda de aluguel ainda nos anos 1980. Entre 2007 e 2009, os executivos da empresa buscaram conhecimento técnico em cidades que tinham prédios altos, como Dubai e Nova York. A oportunidade era a permissão de construir edifícios altos na cidade, concedida pelo plano diretor que foi aprovado em 2010. Com isso, a empresa criou o Infinity Coast, de 63 pavimentos, e continuou a criar prédios cada vez mais altos na cidade.

A FG Empreendimentos, diz Jean, é detentora de 80% dos terrenos de frente para o mar na cidade catarinense, além de possuir áreas em cidades próximas. Em 2023, a FG diz ter tido um VGV (valor geral de vendas) de R$ 1,28 bilhão, com margem de lucro líquido de 32%. A meta para 2022 é atingir o nível de R$ 2 bilhões. De 2019 a 2023, a empresa quadruplicou de tamanho, aproveitando as oportunidades de vender apartamentos para pessoas que queriam uma moradia de veraneio, especialmente durante a pandemia de covid-19.

O sucesso do mercado imobiliário da região já leva projetos de luxo ao entorno de Balneário. Exemplo disso é o empreendimento da construtora Blue Heaven chamado de Infinitá Treehouse, que tem projeto assinado pelos renomados escritórios de arquitetura Triptyque e Architects Office. O prédio contará com fachadas verdes com jardins suspensos que ajudam a amenizar o calor e a radiação solar.

Serão 17 apartamentos com tamanhos de 350 m² a mais de 805 m². As unidades terão piscina de vidro suspensa na varanda e o preço médio é de R$ 8 milhões, levando a um VGV estimado em R$ 150 milhões.

Quanto custam os imóveis

A cidade de Balneário Camboriú tem o preço de m² residencial mais caro do País e é vista como um ponto fora da curva no mercado imobiliário nacional. Segundo o índice FipeZap de junho, o preço do m² na cidade é de R$ 13.259, acima da média nacional, de R$ 9.020. Em 2019, o valor era de R$ 7.222. “Temos produtos construídos pela FG que custam de R$ 1,5 milhão até R$ 70 milhões”, afirma Jean.

Para a economista do DataZap, Paula Reis, além da demanda do mercado imobiliário de Balneário e do restante do litoral do Estado, os preços sobem acima da média devido à limitação de espaço das cidades da região.

“O litoral de Santa Catarina tem se destacado desde a pandemia, por sua oferta de uma boa infraestrutura aliada à proximidade da natureza, o que atrai quem busca por qualidade de vida. Entendemos que é esse movimento que tem impactado nos preços da região, o que também atrai cada vez mais empreendimentos, potencializando a valorização. Outro fator importante é a extensão territorial dessas cidades, que são menores do que a média dos demais municípios acompanhados no FipeZap. Essa limitação geográfica também contribui para movimentos de valorização mais intensos”, diz Paula.

Na visão de Bruno Cassola, corretor de imóveis de Balneário Camboriú, os preços dos imóveis no município estão em alta ao ponto de ser difícil de encontrar um imóvel, mesmo que usado, por menos de R$ 1 milhão, ainda assim afastado da praia. O especialista tem fechado negócios com preços de R$ 2 milhões a R$ 30 milhões. Mas diz que imóveis de cobertura na cidade chegam ao patamar de R$ 100 milhões.

“O mercado está muito aquecido, principalmente o segmento de alto padrão. Isso aquece os frente-mar mais antigos e os novos lançamentos, que são mais imponentes e com diferenciais. Tivemos a faixa de areia alargada, um turismo muito acima da média na cidade e um novo calçadão na barra da orla, em direção ao centro. O mercado trabalha com antecipação, o projeto do calçadão começou a ser criado há alguns anos, assim como os projetos imobiliários. O mercado sempre planta hoje, passa por uma burocracia e é lançado no futuro. Em cinco ou dez anos, o turismo deve explodir na cidade”, afirma Cassola.

NAVAL

Portal Fator Brasil - RJ   29/07/2024

Com destaque para alta no Porto do Rio Grande, aumento de 25.01% nas movimentações de cargas ante o mesmo semestre de2023.

A Portos RS fechou o balanço de movimentação dos Portos do Rio grande do Sul durante os primeiros seis meses do ano. No demonstrativo o Porto do Rio Grande aparece com a movimentação de 18.531.991 toneladas. O Porto de Pelotas 523.570 toneladas e, Porto de Porto Alegre e outras 368.245 toneladas.

Nesse período, passaram pelas unidades 1.735 embarcações, sendo 1.417 delas em Rio Grande, 238 barcaças em Pelotas e outros 80 navios em Porto Alegre. Os graneis sólidos e as cargas gerais registraram os maiores destaques ao longo do semestre.

No cais público da capital, as cargas de fertilizantes somaram 139.021 toneladas, seguidas pelo trigo, com 132.323 toneladas, pela cevada, com 57.742 toneladas, o sebo bovino, com 25.877 toneladas, sal, com 11.605 toneladas, e as cargas gerais, com 1.677 toneladas.

Os resultados foram impactados pelas enchentes que atingiram o estado em maio e deixaram inoperante a unidade de Porto Alegre por quase dois meses.

A unidade retomou suas operações em junho, com o descarregamento de insumos para a produção de fertilizantes vindos a bordo do navio Nord Mississipi.

Em Pelotas, as toras de madeira para a produção de celulose seguem liderando as operações e atingiram 458.266 toneladas. O clínquer, que é o cimento em sua fase bruta de fabricação, foi a segunda carga mais movimentada, alcançando 65.304 toneladas.

No Porto do Rio Grande, o crescimento foi puxado pela soja em grão, que aumentou 25.01% em relação ao mesmo período do ano passado. A celulose apresentou alta de 7.98% e foi acompanhada pelo Polietileno (6.52%), pelo cavaco de madeira (1.50%) e pelo trigo (0.65%).

A movimentação de contêineres registrou aumento de 24.73%, com 367.029 TEUs, unidade de medida correspondente a um contêiner de 20 pés. O mês mais significativo foi o de junho, quando passaram pelo complexo portuário 77.432 TEUs.

As exportações pelo Porto do Rio Grande tiveram como destino a China (3.662.249t), o Vietnã (769.457t), as Filipinas (727.843t), os Estados Unidos (279.395t) e o Irã (475.097t). Completam a lista Marrocos, França, Tailândia e Portugal, respectivamente.

Já as importações tiveram como origem a Argentina (753.791t), a China (659.495t), a Rússia (392.491t), o Marrocos (288.098t), os Estados Unidos (279.395t) e o Peru (209.944t). A lista é composta, ainda, por Canadá, Nigéria, Uruguai e Holanda, nesta ordem.

Globo Online - RJ   29/07/2024

Após o lançamento do edital da Transpetro para a construção de quatro novos navios de transporte de petróleo, no início do mês, estaleiros e fabricantes nacionais de equipamentos inciaram uma articulação para ganhar mais espaço na nova leva de encomendas da Petrobras e restabelecer o protagonismo que o setor naval teve nos primeiros governos do PT, como tem prometido o presidente Lula, apesar de essa indústria não ter deslanchado como o governo esperava, mesmo com incentivos.

Entre os pleitos está elevar o índice de conteúdo nacional obrigatório nas futuras contratações de plataformas, em uma ação coordenada por entidades como Sinaval (que representa estaleiros), Abimaq (fabricantes de máquinas) e Abemi (engenharia industrial) que já chegou ao Congresso.

Enquanto isso, o Ministério de Minas e Energia (MME) tem aberta uma consulta pública para receber sugestões sobre como aprimorar incentivos às empresas dessa área, que o governo vê com grande potencial de gerar empregos e impulsionar a economia, o que também pode render dividendos políticos.

Maior contratante do setor, a Petrobras teve seu comando trocado em maio, entre outros motivos, para acelerar encomendas aos estaleiros. Com Magda Chambriard, deve intensificar mudanças nas regras de suas licitações para facilitar a participação de firmas nacionais, em um processo iniciado no ano passado.

Frente parlamentar

O governo ainda mobiliza o BNDES para garantir crédito facilitado para a indústria naval com o Fundo de Marinha Mercante (FMM). Os estaleiros obtiveram R$ 243 milhões via FMM nos primeiros seis meses deste ano, pouco abaixo dos R$ 303 milhões do mesmo período de 2023. Num setor fragilizado financeiramente, estão previstos ainda mecanismos de antecipação de pagamento e a autorização de empresas em recuperação judicial nas licitações da Petrobras.

Nas discussões em Brasília, o Sinaval propõe um conteúdo local geral de 40% para as novas encomendas do setor de óleo e gás. Atualmente, o índice é de 30% para equipamentos da fase de exploração (com uma sonda) e de 25% para os da fase de produção de petróleo (como um navio-plataforma).

Para mudar esses parâmetros, as associações contam com uma frente parlamentar e pedem ao governo previsibilidade de demanda com a realização de leilões anuais de áreas de exploração de petróleo. Pela primeira vez desde 2017 não haverá um neste ano.

— Criamos uma frente parlamentar com 240 deputados e 12 senadores para ter uma política de Estado e não mais uma política de governo. A implementação das propostas é fundamental para garantir o desenvolvimento. Semanalmente, fazemos reuniões mostrando a capacidade instalada. É fugir dessa coisa da Lava-Jato e mostrar que não há envolvimento da indústria naval — diz Ariovaldo Rocha, presidente do Sinaval, referindo-se à investigação de licitações superfaturadas da Petrobras na década passada.

O prejuízo bilionário da estatal, os atrasos nas entregas e a suspensão de contratos levaram a uma quebradeira no setor. O número de empregados, que chegou a 85 mil em 2014, caiu para os atuais 26 mil. Muitos estaleiros recorreram à recuperação judicial. O mais recente edital da Transpetro, para 25 embarcações no longo prazo, diz que empresas nessa condição podem participar do certame. Para Rocha, o edital pode ajudar a fortalecer os estaleiros, que esperam gerar 10 mil empregos até 2026:

— Vamos partir na frente. Se vamos conseguir, não sabemos. Não temos preço para competir com a China, mas temos qualidade e prazo para concorrer com qualquer país.

Para Roberto Levier, consultor da FGV Transporte e coordenador do MBA em Gestão Portuária, antes de uma nova política de conteúdo local, é preciso definir a vocação do setor naval nacional, elencar prioridades que empresas do país têm condições de atender:

O GLOBO conversou com seis ex-ceos da estatal

— Hoje falta mão de obra (capacitada), e é preciso reestabelecer a cadeia. Não sou contra o conteúdo local, mas precisamos de um planejamento de longo prazo para produzir um número maior de unidades e exportar o excedente se formos competitivos. Em cabotagem, por exemplo, temos condições de planejar para os próximos 20 anos.

O especialista diz que esse planejamento é essencial para o país aproveitar de forma sustentável seu potencial na área. Ele cita a demanda futura com a possibilidade de exploração de petróleo na Margem Equatorial, na costa entre Amazonas e Rio Grande do Norte:

— O setor precisa olhar para o médio e longo prazos com estratégia. Já produzimos módulos, por exemplo, então conseguimos aumentar essa capacidade de produção. Mas é necessário ir além da discussão do conteúdo local. Até 2030, vamos ter um déficit de 4 mil tripulantes. Então, há de se falar de formação de profissionais. E se quisermos ter competitividade, temos que ver a questão tributária, reduzindo os impostos para ter fôlego para concorrer com países (competitivos no setor) como Cingapura — diz Levier.

A Petrobras informa que tem hoje em andamento processos de contratação de três plataformas, além de nove unidades em montagem com “componentes construídos em diversos países do mundo, inclusive no Brasil.” Entre as embarcações de apoio, há outras 38 unidades, das quais 12 já estão em fase de contratação, aguçando a ansiedade do setor pelas concorrências.

Em parceria com o Ministério de Portos e Aeroportos, a Petrobras está alterando o processo de licitações de plataformas, entrando com parte dos recursos no início da construção. Dessa forma, diz a estatal, já foram priorizados R$ 8,56 bilhões: “Temos também trabalhado junto ao governo no suporte a mecanismos para fornecedores nacionais.”

Erros do passado

Para o especialista em infraestrutura Jorge Fernandes, as iniciativas para o setor naval precisam evitar erros do passado. Aumentar o conteúdo local sem mão de obra e empresas preparadas, por exemplo, pode resultar em atrasos.

— É preciso que os estudos sejam aprofundados. Não vejo iniciativas sobre a formação de mão de obra e alterações tributárias relevantes. Temos de falar em investimentos em infraestrutura. Só assim vamos conseguir destaque e obter mais encomendas — diz.

A retomada do setor passa por um novo conteúdo local e previsibilidade, insiste a empresária Gisela Mac Laren. Ela comanda o estaleiro Mac Laren, em Niterói (RJ), e diz que tem todas as condições de absorver novas encomendas.

— Ainda não perdemos a curva de aprendizado, mas será preciso investir na qualificação da mão de obra, pois isso não vai acontecer de uma hora para a outra. O importante é que não vamos partir do zero. Sem a previsibilidade para o conteúdo local e uma política de Estado, vamos continuar nesse movimento de montar e destruir tudo, gerando críticas de que o setor é caro e improdutivo — diz Gisela, que tem 250 empregados dedicados a serviços de reparos navais e fabricação de peças enquanto espera as novas encomendas da Petrobras. — Vamos participar das licitações e mirar na construção de módulos e integração de plataformas.

‘Precisa ser sustentável’

Ricardo Ricardi, CEO do Estaleiro Enseada, lembra que o Brasil tem modernas instalações no setor, mas ociosas. Para ele, o desafio é permitir que parte da demanda por novas embarcações seja construída no Brasil com condições isonômicas em volume e em prazos, de acordo com a capacidade instalada e mão de obra.

— A retomada precisa ser sustentável. A construção naval, por ser intensiva em mão de obra qualificada, é considerada estratégica em todos os países. Os incentivos dados em países como China, Coreia, Japão, Cingapura e EUA são abrangentes e incluem garantia de demanda, fontes de financiamentos e garantias. É preciso que a indústria local tenha condições isonômicas para competir — diz Ricardi.

Em 2014, o Enseada tinha mais de 8 mil funcionários. Hoje, em recuperação judicial, há cerca de 100, mas a companhia quer retomar construções neste segundo semestre.

— Estamos avaliando a construção de embarcações de menor complexidade como parte do processo de retomada e crescimento sustentável. Esperamos que a saída da recuperação judicial ocorra de forma natural nos próximos 12 meses — afirma o empresário.

PETROLÍFERO

IstoÉ Dinheiro - SP   29/07/2024

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural de Biocombustíveis (ANP) estuda a inclusão de 72 blocos terrestres da bacia Sergipe-Alagoas na Oferta Permanente da agência, segundo apresentação feita esta semana na Sergipe OIl & Gas 2024. A bacia é uma das apostas para dobrar a produção de gás natural no Brasil até 2030.

Atualmente, a produção de gás natural no Brasil gira em torno dos 153 milhões de metros cúbicos diários (m3/d), sendo que metade é reinjetada e 10% usada para consumo próprio das produtoras. Para o mercado consumidor sobra 34% desse total, ou 52 milhões de m3/d.

Em Sergipe, a Petrobras está desenvolvendo o projeto Sergipe Águas Profundas I e II (Seap I e II), que consiste em sete campos de produção e previsão de produção de 18 milhões de m3/d, a partir de 2028. A demora da licitação das duas plataformas que serão instaladas no local, porém, pode alterar essa data. Em junho, apenas uma empresa se interessou pelo negócio e a licitação precisará ser refeita, segundo informou uma fonte ao Broadcast.

Além da Petrobras, uma interligação do terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) da Eneva será interligado ao gasoduto da Transportadora de Gás Associada (TAG), e estão sendo esperados outros investimentos privados no setor em terra da bacia, informou a ANP.

A expectativa é de que sejam investidos R$ 32 bilhões no setor de petróleo e gás natural em Sergipe nos próximos quatro anos, o que deve reverter a queda de valores dos pagamentos de royalties aos estados e municípios sergipanos.

De acordo com a ANP, o pagamento de royalties ao estado deve crescer de R$ 56,9 milhões em 2021 para R$ 135,4 milhões em 2028. Já os municípios receberão R$ 359 milhões, contra R$ 223 milhões em 2021.

A agência apresentou ainda um levantamento sobre o impacto da abertura do mercado de gás natural no Brasil, mostrando que o número de contratos de transporte subiu de 189 em 2022 para 500 até junho de 2024 (em 2023 foram 420 contratos).

 

Valor - SP   29/07/2024

Resolução simplifica processo de obtenção de autorizações, alinha termos e conceitos previstos na Nova Lei do Gás e atualiza questões relativas à comercialização

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou na quinta-feira (25) resolução que regulamenta atividades de armazenamento e movimentação de gás natural comprimido a granel, como o transporte por carretas.

Segundo a agência, a nova resolução simplifica processo de obtenção de autorizações, alinha termos e conceitos previstos na Nova Lei do Gás (Lei 14.134/2021) e atualiza questões relativas à comercialização de gás natural na forma comprimida.

"A modernização da resolução objetiva também uma atualização com relação às normas de segurança, de modo a aperfeiçoar as alternativas de atuação dos agentes regulados, mas sem deixar de garantir que eles se responsabilizem pela segurança jurídica e operacional de suas atividades", disse a ANP, em comunicado.

Recentemente, a ANP publicou também resolução sobre as atividades de acondicionamento e movimentação de gás natural liquefeito (GNL) a granel.

A diferença entre o GNC e o GNL está nos parâmetros para o armazenamento em cilindros, como temperatura e pressão do insumo. A resolução vem atender a um crescente mercado de transporte de gás por rodovias, especialmente para regiões que não contam com infraestrutura de transporte.

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