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29 de Fevereiro de 2024

INDA

Portal Fator Brasil - RJ   29/02/2024

Volume total foi de 344,8 mil toneladas contra 273,8 mil em dezembro. Ante o mesmo mês em 2023 a alta foi de 6%. A expectativa para fevereiro é de queda de 3% ante janeiro.

O Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) divulgou seus resultados mensais no dia 22 de fevereiro (quinta-feira), com destaque para as compras do mês de janeiro que registraram alta de 25,9% perante a dezembro, com volume total de 344,8 mil toneladas contra 273,8 mil. Frente a janeiro do ano passado (319,8 mil toneladas), apresentou alta de 7,8%.

Segundo a Inda, as vendas de aços planos em janeiro contabilizaram alta de 25,1% quando comparada a dezembro, atingindo o montante de 329,9 mil toneladas contra 263,6 mil. Sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 311,2 mil toneladas, registrou alta de 6,0%.

Estoques — Em número absoluto, o estoque de janeiro obteve alta de 1,7% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 894,2 mil toneladas contra 879,3 mil. O giro de estoque fechou em 2,7 meses.

Importações: (Chapas Grossas, Laminados a Quente, Laminados a Frio, Chapas Zincadas a Quente, Chapas Eletro-Galvanizadas, Chapas Pré-Pintadas e Galvalume) — As importações encerraram o mês de janeiro com queda de 52,4% em relação ao mês anterior, com volume total de 131,8 mil toneladas contra 276,9 mil. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (177,2 mil toneladas), as importações registraram queda de 25,6%.

Projeções — Para fevereiro de 2024, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma queda de 3% em relação ao mês de janeiro.

SIDERURGIA

Diário do Comércio - MG   29/02/2024

Os fatos confirmam previsões negativas com relação ao desempenho do setor siderúrgico no País e ameaças representadas pela importação de aço chinês. Relata a Gerdau, empresa de origem gaúcha, presente em Minas e de importância global, queda de 45% no lucro líquido do quarto trimestre do ano passado sobre igual período do ano anterior. Diante da situação a empresa está se reposicionando, com medidas de contenção, redução de pessoal e investimentos, num quadro em que a possibilidade de “deixarmos temporariamente algumas capacidades fechadas”, conforme relatado a este jornal, é considerada.

A Gerdau, à semelhança dos demais players do setor no País, inclusive a mineira Usiminas, tem alertado que não é possível competir com o aço importado da China e de outros países asiáticos e cobra atitude do governo. Ou, como já fizeram outros países, que seja aplicada sobre tais importações alíquota de 25%.

Se não têm como competir, se a concorrência é comprovadamente desleal, a primeira providência é reduzir a oferta e ao mesmo tempo congelar planos para o futuro. Objetivamente e ainda tomando o exemplo dos gaúchos da Gerdau, anunciam que consideram com simpatia a possibilidade de expansão de negócios no México, onde o ambiente seria mais favorável e no Brasil deslocam aplicações, que devem chegar a R$ 6 bilhões no exercício corrente, para o setor de mineração, com foco nas operações em Minas Gerais.

Simbolicamente, ou mais que isso, e no momento em que políticas públicas visando à retomada do crescimento econômico em tese buscam neutralizar a desindustrialização em curso no País, continuamos diante de um processo de marcha a ré. Nada disso parece fazer qualquer sentido e tanto quanto o silêncio do governo federal, que teima em não perceber, ou não reagir, as proporções da ameaça representada pelo aço chinês, atingindo justamente um setor que bem pode ser apontado como pilar da indústria nacional. Faz um ano, pouco mais pouco menos, que as siderúrgicas denunciam a situação, aliás já largamente comprovada interna e externamente. Denunciam e informam que, a permanecer o quadro atual, sem outra alternativa reduzirão atividades e investimentos.

Esperaram, conversaram, chegaram até a ouvir promessas, mas nada aconteceu, num silêncio e imobilismo que não tem justificativa que possa ser considerada. Pisar no freio, encolher, já não é apenas possibilidade ou ameaça e sim algo bastante concreto, conforme está sendo mostrado pela Gerdau. O que mais, afinal, estamos esperando?

Portal Fator Brasil - RJ   29/02/2024

Alta de 0,4% ante o mesmo mês em 2023. Segundo o Instituto, dado as características de sazonalidade de menor atividade do setor, os números de janeiro voltaram aos patamares de novembro de 2023. Também divulgado o Índice de Confiança da Indústria do Aço (ICIA), que demonstra número abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o que indica falta de confiança dos CEOs do segmento.

Em janeiro de 2024 a produção brasileira de aço bruto foi de 2,7 milhões de toneladas, um aumento de 0,4% frente ao apurado no mesmo mês de 2023. Já a produção de laminados foi de 2,0 milhões de toneladas, 8,0% superior à registrada em janeiro de 2023. A produção de semiacabados para vendas foi de 721 mil toneladas, uma retração de 16,2% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2023, divulgou o Instituto Aço Brasil (IABr), no dia 23 de fevereiro (sexta-feira).

Consumo e vendas — As vendas internas avançaram 1,5% frente ao apurado em janeiro de 2023 e atingiram 1,6 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 1,9 milhão de toneladas, 1,4% superior ao apurado no mesmo período de 2023.

Exportações — As exportações de janeiro de 2024 foram de 967 mil toneladas, ou US$ 695 milhões, o que resultou em aumento de 1,8% e queda de 11,2%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2023.

Importações — As importações de janeiro de 2024 foram de 367 mil toneladas e de US$ 406 milhões, uma redução de 2,9% em quantum e de 17,3% em valor na comparação com o registrado em janeiro de 2023.

O IABr divulgou também o Índice de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) referente ao mês de fevereiro de 2024, onde o indicador aponta o crescimento de 4,3 pontos, e atingiu 45,2 pontos, mas apesar de mais um aumento, o ICIA vai para o décimo sexto mês abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que mantém o quadro de falta de confiança dos CEOs da indústria do Aço.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   29/02/2024

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que ainda há trabalho a fazer para baixar a inflação no Brasil e no mundo, ressaltando que permanecem riscos para o cenário econômico. “A última parte do processo de desinflação será a mais difícil”, pontuou, durante discurso na abertura da 1ª reunião de ministros das Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20 Brasil.

Em seus comentários, Campos Neto ressaltou que bancos centrais globais estão comprometidos em combater a inflação e defendeu que somente a estabilidade de preços permitirá um crescimento global estável no longo prazo, diminuindo a desigualdade social.

“Reduzir inflação vem com custos, mas demorar em atingir a estabilidade de preços pode prejudicar ainda mais a população vulnerável, que é afetada de modo desproporcional”, afirmou. “A melhor contribuição da política monetária para um crescimento sustentável, baixo desemprego e alta renda é manter a inflação baixa, estável e previsível.”

Agenda

Campos Neto reforçou que a agenda brasileira do G20 tem como prioridade a luta contra a pobreza e a desigualdade, tendo como pilar central a inclusão financeira da população de países emergentes. “Queremos construir um mundo justo e um planeta sustentável”, disse, enfatizando comentário anterior do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Infomoney - SP   29/02/2024

O produto interno bruto (PIB) dos Estados Unidos teve expansão de 3,2% no quarto trimestre de 2023 ante o mesmo trimestre do ano anterior, de acordo com a segunda estimativa do indicador, divulgada nesta quarta-feira (28) pelo Departamento de Comércio do país.

O resultado ficou um pouco abaixo da primeira prévia, divulgada em janeiro, e da estimativa captada pelo consenso LSEG de analistas, que previa uma alta de 3,3% na comparação com o mesmo período do ano retrasado.

Com esses dados, o PIB real dos EUA cresceu 2,5% em 2023, ante uma alta de 1,9% em 2022.
O PIB americano teve expansão de 2,0% no primeiro trimestre, de 2,1% no segundo e de 4,9% no terceiro.

A evolução do PIB no quarto trimestre foi reflexo de aumentos nos gastos dos consumidores, no investimento privado, nas exportações e nos gastos dos governos federal, estaduais e locais. que foram parcialmente compensados por uma diminuição no investimento privado em estoques.

O PIB em dólares aumentou 4,9% na uma taxa anual no quarto trimestre, ou US$ 334,5 bilhões, para um nível de US$ 27,94 bilhões, uma revisão para cima de US$ 5,8 bilhões em relação à estimativa anterior

O índice de preços das compras internas brutas aumentou 1,9% no quarto trimestre, o mesmo avanço captado na estimativa anterior.

O índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) subiu 1,8%, numa revisão em alta de 0,1 ponto percentual. Excluindo os preços dos alimentos e da energia, o núcleo do índice de preços PCE aumentou 2,1%, também com revisão para cima de 0,1 ponto percentual.

Renda Pessoal e poupança

A renda pessoal dos americanos em dólares correntes aumentou US$ 219,5 bilhões no quarto trimestre, uma revisão para baixo de US$ 5,4 bilhões em relação à estimativa anterior. Houve aumentos nas remunerações, nas receitas de rendimentos pessoais sobre ativos e nos rendimentos dos proprietários.

A renda pessoal disponível aumentou US$ 202,5 bilhões de dólares, ou 4,0% no período, tendo sido revisada para baixo em US$ 9,2 bilhões ante a estimativa anterior.

A taxa de poupança pessoal – poupança pessoal como percentagem do rendimento pessoal disponível – foi de 3,9% no quarto trimestre, uma revisão em baixa de 0,1 ponto percentual.

A poupança pessoal foi de US$ 809,2 bilhões no último trimestre do ano passado, com revisão em baixa de US$ 22,4 bilhões ante o divulgado antes.

Monitor Digital - RJ   29/02/2024

O Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – alcançou em janeiro de 2024 superávit primário recorde, em valores absolutos (sem corrigir pela inflação). O resultado positivo, turbinado pela arrecadação, chegou a R$ 79,337 bilhões.

Em termos reais, levando em conta a inflação, o resultado de janeiro é o terceiro maior superávit para o mês, só perdendo para janeiro de 2022 e de 2023.

No acumulado de 12 meses, porém, o quadro é negativo. O déficit acumulado chegou a R$ 230,099 bilhões (R$ 234,959 bilhões corrigido pelo IPCA), o segundo pior resultado para o mês da série, melhor somente que janeiro de 2021 (R$ 947,127 bilhões), que foi afetado pelos gastos durante a pandemia.

O superávit primário representa o resultado positivo das contas do governo sem os juros da dívida pública. O resultado que realmente reflete as contas públicas é o nominal, que inclui os juros da dívida.

O resultado nominal em dezembro de 2023 (o número de janeiro de 2024 só será divulgado em março) mostrou déficit de R$ 193,4 bilhões. No ano passado, o déficit nominal chegou a R$ 967,4 bilhões (8,90% do PIB).

O resultado primário de janeiro de 2024 veio melhor do que o esperado pelas instituições financeiras. A pesquisa Prisma Fiscal, divulgada todos os meses pelo Ministério da Economia, mostra que os analistas de mercado esperavam resultado positivo de R$ 69,8 bilhões.
Receita recorde turbina superávit de janeiro de 2024

A receita recorde em janeiro – a maior para meses de janeiro desde o início da série, em 1995 – explica a diferença. Em janeiro de 2024, a receita total apresentou elevação de R$ 10 bilhões (3,7%), enquanto a receita líquida apresentou elevação de R$ 6,9 bilhões (3%) em termos reais (descontada a inflação) frente a janeiro de 2023.

Porém as despesas aumentaram em volume maior por causa do Bolsa Família e dos gastos com a Previdência Social. As despesas totais em janeiro de 2024 subiram 6,8%, após descontar a inflação.

Os gastos com despesas obrigatórias com controle de fluxo (que engloba os programas sociais) subiram R$ 715,4 milhões acima da inflação em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado. Também subiram os gastos com a Previdência Social (R$ 2,9 bilhões), complementação da União para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (R$ 1,5 bilhão) e gastos discricionários (não obrigatórios) com a saúde (R$ 1 bilhão).

Os gastos com o funcionalismo federal subiram 3,8% descontada a inflação em janeiro de 2024 comparados com o mesmo mês do ano passado. A alta foi turbinada pelo pagamento de precatórios e de demais dívidas judiciais ao funcionalismo, que subiu 27,7% no ano após o esforço para regularizar passivos da emenda constitucional que parcelou os precatórios em 2021.

Em relação aos investimentos (obras públicas e compra de equipamentos), o Governo Federal destinou R$ 1,79 bilhão no primeiro mês do ano. O valor representa alta de 2,8% acima do IPCA em relação ao mesmo período de 2023. Nos últimos meses, essa despesa tem alternado momentos de crescimento e de queda descontada a inflação. O Tesouro atribui a volatilidade ao ritmo variável no fluxo de obras públicas.

O Estado de S.Paulo - SP   29/02/2024

Diretora de macroeconomia para o Brasil do UBS Global Wealth Management, Solange Srour avalia que a sinalização de um Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) mais cauteloso na condução da política monetária pode exacerbar as fragilidades fiscais do Brasil nos próximos anos.

Hoje, o cenário do UBS Global Wealth Management é de que o BC norte-americano deve promover três cortes de 0,25 ponto nos juros em 2024. O primeiro seria em junho. Antes, a previsão era que o ciclo de afrouxamento monetário tivesse início em maio. “Isso tem levado a uma pressão nas taxas de juros globais. Então, afeta o Brasil e outros países”, afirma Solange.

Com um cenário mais desafiador nos EUA, Solange alerta para o fato de que o Brasil pode ficar mais vulnerável se não endereçar o rombo das contas públicas, com a manutenção das regras do arcabouço e sinalizações do cumprimento das metas de resultado primários propostas pela equipe econômica – em 2024, por exemplo, a promessa é zerar o rombo fiscal.

“Eu acho que a gente está tentando empurrar com a barriga essa discussão para o meio do ano, para alterar a meta ou fazer um contingenciamento”, afirma ela. “Se mudar a meta sem fazer contingenciamento algum e sem sinalizar nenhum tipo de controle de despesa, haverá um efeito de expectativas para pior nos próximos números de primário e no crescimento da dívida.”

A seguir os principais trechos da entrevista concedida ao Estadão.
Como a sra. analisa este começo de ano para a economia brasileira?

Vou começar com a parte internacional, porque é o mais relevante em termos de cenário para o Brasil. Estamos num ano em que se espera um ciclo de cortes de juros nas mais diversas economias, principalmente, nas desenvolvidas. E o que a gente está vendo nos Estados Unidos é muito relevante. É uma economia muito mais resiliente do que a expectativa. Estamos vendo os dados surpreenderem e colocando um viés positivo para o crescimento deste ano. Ao mesmo tempo, a desinflação está mais desafiadora. Você tem uma parte de serviços nos Estados Unidos - não relacionada ao mercado imobiliário - que está mais resiliente também. E junto com dados mais fortes de atividade, tem trazido uma preocupação para o Fed. Não é uma preocupação no sentido de que os juros não vão cair, mas no sentido de se já é o momento de se fazer o corte ou não.

E qual tem sido a consequência desse cenário?

Isso tem levado a uma pressão nas taxas de juros globais, então, afeta o Brasil e outros países. Estamos vendo as curvas de juros, por exemplo, na Europa reagir a isso. A grande incerteza hoje não é quando corta. É quanto corta. E qual o impacto isso vai ter para crescimento mundial.

E quando e quanto o Fed começa a cortar juros?

O call (projeção) é de um corte começando em junho. É um corte por trimestre. Então, são três cortes de 25 (pontos). É um pouco o que está implícito nas projeções do Fed. No final do ano, o mercado reagiu muito colocando o corte maior do que estava implícito no Fed, mas, agora, está mais ou menos parecido.
E qual vai ser o impacto para o Brasil?

Vai depender muito do caminho até junho. Se a gente continuar vendo esses dados mais fortes nos Estados Unidos, pode até ter uma reprecificação de menos cortes. Isso só vai afetar a nossa política monetária, como o próprio Banco Central tem dito, dependendo dos impactos que pode ter na trajetória de inflação. Depende muito do impacto que essa reprecificação de juros vai ter no câmbio e nas expectativas de inflação. Hoje, eu não vejo uma relação muito automática. No Brasil, a economia está mais resiliente também. As projeções de PIB estão aumentando no Focus. Estamos com um cenário de inflação mais tranquilo este ano, mas também com essa parte de serviços, relacionada à demanda, mais pressionada na margem.
E qual é o cenário para os juros no Brasil?

A gente vê o Banco Central continuando com o corte gradual de 50 em 50 (pontos). Não acho que (os diretores) estão numa situação muito confortável, porque você vê uma desinflação acontecer e, ao mesmo tempo, a economia surpreender para cima. Hoje, não tem por que acelerar, dar algum sinal de aceleração de cortes ou sinalizar para o mercado que vai parar numa taxa abaixo do (juro) neutro. A atuação do Banco Central está muito correta num cenário de tanta incerteza doméstica, marcada pela pressão sobre serviços - ou quanto mais os serviços vão desinflacionar - pelas incertezas fiscais, que ainda são bastante elevadas, e pela incerteza internacional enorme em relação aos impactos de uma postergação maior do Fed no corte de juros.
Até onde pode ir esse corte de juros no Brasil?

O que a gente trabalha é que corta de 50 em 50 (pontos) até chegar próximo do nível neutro. E a gente acha que o Focus está muito justo. Entre 9% e 9,25% seria próximo do neutro.
E sobre a incerteza fiscal, como a sra. vê a condução das contas públicas?

No curto prazo, a gente tem tido algumas surpresas positivas na arrecadação e na atividade. Quando a gente tem esses períodos de atividade, o mercado começa a esperar um PIB mais forte para o ano e, inevitavelmente, para a arrecadação, que também deve ser revista para cima. É o que o mercado está fazendo e dando um viés de baixa para o número que está no Focus, de 0,8% do PIB de déficit primário para este ano. Eu vejo o consenso indo para o número um pouquinho abaixo disso. Dito isso, ainda é um número muito longe de zero, que é a meta.
Não cumprir a meta vai trazer algum tipo de problema?

Evitar essa discussão no começo do ano, por ser um ano eleitoral ou não querer causar um corte de emendas, por exemplo, é muito ruim porque sinaliza que não há esforço para cumprir a meta. No curto prazo, não vai trazer problema porque os mercados ainda estão num humor favorável com a queda de juros que está acontecendo no Brasil e que vai acontecer lá fora. Agora, a gente fica vulnerável a um ambiente externo que pode mudar de um dia para outro. Eu acho que a gente está tentando empurrar com a barriga essa discussão para o meio do ano para alterar a meta ou fazer um contingenciamento. Muito provavelmente vai se alterar a meta, porque os gatilhos que o arcabouço coloca para o não cumprimento podem comprometer bastante alguns gastos em 2025 e 2026, e o governo não vai querer fazer isso. Eu acho ruim a gente adiar essa discussão e ficarmos vulneráveis ao ambiente que está incerto.

O ministro Fernando Haddad tem reforçado que persegue a meta zero. Poderia detalhar se uma eventual mudança vai trazer algum impacto?

Muita gente diz que mudar a meta deste ano não faz diferença porque ninguém espera que o (resultado) zero seja cumprido. Então, não vai piorar o preço de ativos, expectativas de inflação nem interferir na queda de juros. Eu acho que tudo depende das circunstâncias em que se muda a meta. Se mudar a meta sem fazer contingenciamento algum e sem sinalizar nenhum tipo de controle de despesa, tem um efeito de expectativas para pior nos próximos números de primário e no crescimento da dívida. No fundo, a política fiscal fica menos crível. Quando a gente está num ambiente como deste ano, em que está todo mundo numa expectativa forte de queda juros, o que é positivo, em que balança tem ajudado muito na performance do câmbio, tudo bem parecer que não faz diferença mudar a meta. Mas eu acho que deixa a gente mais vulnerável e isso não pode ser extrapolado para os próximos anos.

É uma preocupação maior com 2025 e 2026, então?

O arcabouço também está em xeque em 2025 e 2026. A gente voltou com uma regra do salário mínimo antiga (reajuste acima da inflação) sem fazer uma discussão em relação a outros gastos. O quanto, por exemplo, essa regra de salário mínimo vai implicar no crescimento muito elevado das despesas com Previdência, muito acima do que está no Orçamento. Isso vai comprimir as despesas discricionárias em 2025, junto com a nova regra (do gasto) da educação e da saúde, que cresce com a receita. No ano que vem, essa discussão do contingenciamento vai ser mais difícil ainda e pode levar, na minha opinião, a alterações do arcabouço, não só alteração na meta.
E tudo isso num contexto em que a queda de juros pode ser postergada nos Estados Unidos?

Exatamente. Se fosse um ambiente em que já estivesse claro que os juros (nos EUA) fossem cair em março ou maio, as chances de passar impune uma mudança de meta, sem medidas de controle de gastos, eram maiores do que é hoje. Eu acho que é por isso que o Haddad está realmente batendo o pé de que não vai mudar a meta. Só que se chegar num momento em que vai ficar óbvio que a meta não vai ser cumprida e isso implicar gatilhos, a gente vai ter de ter ou um contingenciamento muito forte ou uma mudança de meta com contingenciamento. Essa vai ser a hora da verdade. E aí vai depender muito do ambiente externo naquele momento.
Uma eventual eleição do Trump adiciona incerteza nesse ambiente externo?

A gente tem vários riscos no ambiente externo. A eleição americana é um dos principais. Fora isso, a gente até pode ter surpresas no conflito do Oriente Médio - não acho que a situação seja de tranquilidade extrema. Não é uma crise ainda resolvida. A mesma coisa com a guerra da Rússia. Mas em relação à eleição americana, eu acho que existe muita incerteza sobre duas pautas muito importantes nos Estados Unidos, tanto a questão da política externa e da guerra comercial como a questão doméstica, especificamente, do fiscal. A gente só vai ter um cenário mais claro com o presidente eleito.

A eleição americana, de fato, só vai começar a trazer mais preocupações para o mercado quando a gente conseguir ter um grau de conhecimento maior do que vai ser a política doméstica e externa. Hoje, é tudo tão imprevisível e essa discussão está fora do debate americano que fica difícil saber como o mercado vai reagir no dia seguinte da eleição. Mas, à medida que o próximo presidente for montando a sua equipe e mostrando qual vai ser a sua política doméstica e externa, eu acho que você pode ter uma mudança importante de cenário.
Dá para falar em pouso suave nos EUA?

O pouso suave descreve o cenário de 2024. O que estou dizendo é o seguinte: à medida que a taxa de juros fique alta por mais tempo, você pode contratar em 2025, não diria uma recessão gravíssima, mas uma desaceleração maior porque os juros reais estão altos e vão ficar por mais tempo. Mas não tem muita alternativa para o Fed. Se ele passar a impressão de que vai aceitar uma inflação muito mais alta, você pode acabar desancorando as expectativas de inflação. Não é o caso agora, mas pode ser o caso se ficar claro que existe uma pressa para cair juros.

Infomoney - SP   29/02/2024

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) apresentou deflação de 0,52% em fevereiro, informou nesta quarta-feira (28) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Assim, o indicador confirmou a tendência de perda de força, após registrar alta de 0,74% em dezembro e de apenas 0,07% em janeiro. A deflação no acumulado no ano chega a -0,45% e, em 12 meses, está em -3,76%.

A deflação em fevereiro foi mais intensa que a esperada pelo consenso LSEG de analistas, que previa queda de -0,50%.

Em fevereiro de 2023, o índice tinha registrado taxa de -0,06% no mês e acumulava aumento de 1,86% em 12 meses.
Mais uma vez, o que puxou o IGP-M para baixo foram a preços ao produtor, que caíram 0,90%, enquanto os preços ao consumidor voltaram a subir mês, embora tenham desacelerado para +0,53%.

Para André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, apesar d e a ocorrência do El Niño ter prejudicado algumas safras brasileiras, não se observa uma redução generalizada na produção agrícola nacional.

“Contrabalanceando esse cenário, a ampliação da oferta global de grãos promete atenuar as pressões inflacionárias sobre os preços dos alimentos no Brasil, proporcionando um alívio moderado à inflação”, comentou em nota.

Segundo ele, mercados da soja e do milho revelam uma queda acentuada nos preços, evidenciando as dinâmicas de oferta e demanda globais, com a soja recuando para uma baixa de 14,18% e o milho para 7,11%.
IPA

Em fevereiro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,90%, uma retração bem mais intensa que à observada em janeiro, quando registrou -0,09%.

O grupo de Bens Finais registrou um aumento de 0,35% em fevereiro, porém inferior a taxa de 1,06% registrada no mês anterior. Esse decréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos processados, cuja taxa evoluiu de 1,19% para -0,65% no mesmo intervalo.

A taxa do grupo Bens Intermediários caiu 0,42% em fevereiro, menos negativa do que a registrada no mês anterior, de -1,62%. O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -6,73% para -1,52%.

Já estágio das Matérias-Primas Brutas apresentou uma variação de -2,67% em fevereiro, um índice significativamente menor do que a alta de 0,49% registrada em janeiro.

A desaceleração deste grupo foi principalmente influenciada por itens chave, como a soja em grão, que intensificou a queda (de -5,98% para -14,18%), o milho em grão (cuja taxa diminuiu de 6,22% para -7,11%), e o minério de ferro, que inverteu sua trajetória de um aumento de 2,87% para uma queda de 1,22%.
IPC

Em fevereiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou uma variação de 0,53%, recuando em relação à taxa de 0,59% observada em janeiro. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, três delas exibiram desaceleração em suas taxas de variação.

O maior impacto veio do grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja taxa de variação decresceu de 2,11% para 0,11%. Dentro desta classe de despesa, a FGV destacou o recuo significativo no preço dos cursos formais, que passou de 4,78% na medição anterior para 2,04% na atual.

Também apresentaram recuo em suas taxas de variação os grupos Alimentação (1,62% para 1,09%) e Vestuário (0,16% para -0,17%). Por outro lado, os grupos Transportes (-0,16% para 0,45%), Despesas Diversas (0,10% para 1,52%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,19% para 0,51%), Comunicação (-0,07% para 0,46%) e Habitação (0,16% para 0,19%) tiveram crescimento em suas taxas de variação.
INCC

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma variação de 0,20%, um valor ligeiramente inferior à taxa de 0,23% observada em janeiro.

Nos três grupos que integram o indicador, as variações entre janeiro para fevereiro foram as seguintes: o grupo Materiais e Equipamentos apresentou uma elevação, passando de 0,09% para 0,20%; o grupo Serviços teve um aumento de 0,20% para 0,49%; e o grupo Mão de Obra registrou recuo, variando de 0,42% para 0,16%.

MINERAÇÃO

Investing - SP   29/02/2024

Os preços futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian ampliaram os ganhos pela segunda sessão consecutiva nesta quarta-feira, ajudados por esperanças renovadas de recuperação da demanda no principal comprador, a China, após uma melhora no mercado de aço, embora as preocupações persistentes com o setor imobiliário em dificuldades tenham limitado os ganhos.

O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,08%, a 889 iuanes (123,49 dólares) a tonelada.

"As expectativas de uma atividade mais forte de construção aumentaram. Os canteiros de obras domésticas foram reabertos após o feriado do Ano Novo Lunar e estão procurando aproveitar as melhores margens após o recente declínio do minério de ferro", disseram analistas do banco ANZ em nota.

A melhora do mercado de aço também está impulsionando o sentimento do mercado, disseram os analistas.

Os volumes de transações de produtos de aço para construção entre traders chineses pesquisados cresceram 98,3% em relação ao dia anterior, para 106.700 toneladas na terça-feira, mostraram dados da consultoria Mysteel.

"Se as siderúrgicas mostrarão mais interesse em reabastecer o minério nos próximos dias dependerá de até que ponto a demanda de aço se recuperará", disseram analistas da Huatai Futures em nota.

O minério de ferro de referência para março na Bolsa de Cingapura, no entanto, caía 1,29%, a 116 dólares por tonelada, arrastado para baixo por preocupações persistentes com o mercado imobiliário, o maior consumidor de aço na segunda maior economia do mundo.

A Country Garden Holdings disse na quarta-feira que uma petição de liquidação foi apresentada contra ela por falta de pagamento de um empréstimo de 205 milhões de dólares, aumentando os problemas do setor imobiliário da China, atingido pela crise de liquidez.

O mercado está observando atentamente qualquer possível estímulo da principal reunião de tomada de decisões da China - o Congresso Nacional do Povo - na próxima semana.

Globo Online - RJ   29/02/2024

Em meio a um impasse no processo de sucessão no comando da Vale, a mineradora voltou a ser alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o presidente, a companhia “precisa prestar contas ao Brasil” e não pode agir como “dona” do país. As declarações marcam nova ofensiva do governo federal para tentar emplacar um nome alinhado ao Palácio do Planalto no cargo de CEO da empresa, que foi privatizada na década de 1990.

— A Vale não pode pensar que ela é dona do Brasil, que ela pode mais do que o Brasil. As empresas brasileiras precisam estar de acordo com o entendimento de desenvolvimento do governo brasileiro — disse Lula em entrevista à RedeTV!, ressaltando, porém, que não discutia a sucessão da mineradora.

Depois da tentativa fracassada de emplacar o ex-ministro Guido Mantega no comando da Vale, o governo insiste em tentar um substituto para o atual CEO, Eduardo Bartolomeo, cujo mandato vai até maio. O executivo tem boa avaliação do mercado em aspectos como segurança e resultados operacionais, mas é alvo de críticas em relação ao trânsito político.

Para auxiliares de Lula, o atual comando não tem interlocução com o governo federal nem com governos estaduais e teria represado investimentos.

Monopólio do setor

O governo busca alguém alinhado e com foco na ampliação de investimentos no país. O nome mais cotado em Brasília passou a ser o de Paulo Caffarelli, como informou o colunista do GLOBO Lauro Jardim.

Ele chegou a ser secretário executivo de Mantega na Fazenda, é ex-presidente da Cielo (parceria do BB com Bradesco, também acionista da Vale), ex-diretor do BB e da CSN. Também circula o nome de Murilo Ferreira, ex-CEO da própria Vale.

Reunião dos ministros das Finanças do G20 começou nesta quarta-feira (28), em São Paulo

Nesta nova incursão para interferir no processo sucessório, os movimentos são feitos via Previ, fundo de pensão dos funcionários do BB e maior acionista da Vale, e em conversas com outros acionistas.

João Fukunaga, presidente da Previ, tem atuado nesta frente junto a alguns colegas de Conselho de Administração. O fundo tem dois assentos no Conselho. Outro nome que circula entre conselheiros é o de Luís Henrique Guimarães, ex-CEO da Cosan — empresa que tem ações da Vale.

Na entrevista, Lula disse ainda que a Vale não pode ter o que chamou de “monopólio” do setor.

— A Vale está tendo problemas no Pará, em Minas Gerais, não pagou o que gerou em Brumadinho. Eles ficam fazendo propaganda como se fosse a empresa mais importante do Brasil, mas é só perguntar para os mineiros — afirmou. — O que queremos é uma nova política mineral, queremos dar força para todas empresas que estão querendo cuidar de minerais críticos. A Vale não pode ter o monopólio. A Vale é que precisa prestar contas ao Brasil.

A referência a Brumadinho (MG) se deve ao rompimento de uma barragem que deixou 270 mortos cinco anos atrás. Apesar da afirmação de Lula, a mineradora firmou acordo de reparação de R$ 38 bilhões por causa do desastre.

Direito de explorar minas

No Pará, governado por Helder Barbalho (MDB), aliado de Lula, a Vale enfrentou problemas semana passada, quando a Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Pará (Semas) determinou a suspensão das licenças de operação de duas minas da Vale, Sossego (de cobre) e Onça Puma (de níquel).

Na última segunda-feira, a mineradora informou que conseguiu liminares no Judiciário paraense para retomar as licenças.

Lula criticou a venda de ativos por parte da mineradora, mas elas refletem posicionamento que a Vale tem adotado nos últimos anos, de focar em qualidade e nas minas de ferro, cobre e níquel, de olho na transição para economia de baixo carbono.

Entre os lançamentos da feira, que acontece em Barcelona, estão um laptop com tela transparente e celular flexível

Uma das vendas foi um projeto de produção de carvão em Moçambique, citado na entrevista por Lula. A saída de projetos de carvão está alinhada com esse objetivo.

Uma crítica nos bastidores do governo é que mineradoras estariam deixando de explorar direitos minerários, represando investimentos. Na prática, é referência ao direito de explorar minérios, sem levar adiante os projetos. Para ministros, é possível juridicamente cancelar direitos que não foram alvo de investimentos.

Integrantes do governo também se queixam da indefinição do Conselho de Administração. Em reunião neste mês, dos 13 membros do colegiado, seis votaram a favor da recondução de Eduardo Bartolomeo, outros seis votaram a favor da abertura de processo de sucessão e um último voto optou pela abstenção.

Ministros do governo dizem que, se a indefinição persistir, o governo vai subir o tom ainda mais e dizer que uma empresa do tamanho da Vale não pode ficar “à deriva”.

Para Sérgio Lazzarini, professor do Insper que pesquisa relações entre empresas e governos, desastres ambientais e sociais podem servir de motivo para críticas à Vale, mas não justificam interferências.

— Se a empresa cometeu erros, os governos têm instrumentos institucionais de cobrança. Pode aplicar multas, acionar o Judiciário, firmar acordos de compensação, como foi feito com a tragédia de Brumadinho. Só que essas ações não são tratadas com a presença do Guido Mantega na gestão da empresa — afirmou Lazzarini.

Risco ao investimento

Para o professor, o mesmo serve para as críticas em relação às regras do setor mineral. Se o governo não está satisfeito com o marco regulatório do setor, pode mandar nova proposta de legislação para o Congresso. Para lidar com monopólios, o Estado já tem órgãos de controle da concorrência.

Para o advogado Marcelo Trindade, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado de capitais, as declarações do governo Lula reforçam uma visão estatizante, ao mesmo tempo que parecem buscar garantir vagas para aliados. Mas essa ação pode ter impacto para as empresas:

— A governança reforça a resistência (a ingerências políticas). O problema é que toda a resistência gera fricção, portanto, gera custo. No caso concreto, esse custo é o Custo-Brasil. Os investidores quando olham as companhias privadas em que colocaram dinheiro sendo atacadas pelo governo no discurso, preferem outras empresas.

Com os ruídos políticos, as ações da Vale fecharam em queda de 1,10%, a R$ 66,74. Segundo analistas e investidores, a indefinição sobre a sucessão de Bartolomeo e a preocupações com a economia da China pesaram mais sobre as cotações.

Valor - SP   29/02/2024

Segundo o escritório Pogust Goodhead, a ação vai contemplar os moradores que não participam de nenhuma ação e ainda não fecharam acordo com as mineradoras

A Vale e a Samarco, em recuperação judicial, são alvo de um novo processo internacional movido contra as empresas para obtenção de reparação pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015. A nova ação conta com cerca de 30 mil indivíduos e empresas, representados pelo escritório Pogust Goodhead — o mesmo que defende 700 mil vítimas do desastre em uma ação na Inglaterra, com pedido de indenizações da ordem de R$ 230 bilhões.

O local onde a ação será movida é mantido em sigilo, mas o Pogust Goodhead informou que não será em Londres. Ainda segundo o escritório, a ação vai contemplar os moradores que não participam de nenhuma ação e ainda não fecharam acordo com as mineradoras.

A barragem rompida pertencia à Samarco, que tem como sócias a Vale e a BHP Billiton, e era usada pela empresa em recuperação judicial e pela Vale. O rompimento da estrutura causou a morte de 19 pessoas e um desastre ambiental sem precedentes no país.

A ação é movida pela Fundação Ações do Rio Doce, que aceitará o cadastro de mais interessados até sexta-feira (1º de março). A fundação atende os interessados via internet ou em pontos de atendimento em Mariana (MG), Governador Valadares (MG), Colatina (ES), Linhares (ES) e São Mateus (ES). Quem entrou com o processo já existente na Inglaterra ou foi indenizado no Brasil (exceto os R$ 1 mil pagos pela Fundação Renova) não pode entrar nessa ação.

“Mais de oito anos após o crime, milhares de atingidos ainda não receberam indenização adequada pelos danos sofridos. Fomos nomeados para atuar como consultor jurídico da Ações do Rio Doce e continuaremos trabalhando até que as mineradoras sejam responsabilizadas e paguem a reparação integral”, afirmou em comunicado o sócio-administrador e CEO do Pogust Goodhead, Tom Goodhead.

Ações na Inglaterra e na Alemanha

No caso da ação que é movida na Inglaterra, o julgamento está previsto para ter início em outubro. Essa ação tem como ré a BHP. A Vale entrou em uma ação de colaboração movida pela BHP, pedindo para que a empresa divida a responsabilidade — os custos — com a BHP em caso de condenação pelo rompimento da barragem de Mariana.

O movimento mais recente foi em janeiro deste ano, quando a juíza Finola O’Farrell, do Tribunal de Tecnologia e Construção, em Londres, decidiu atender a um pedido da Vale para estender em três semanas o tempo previsto para julgamento do caso.

O Pogust Goodhead — desta vez junto com o escritório alemão Manner Spangenberg — também representa 1.400 vítimas do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho (MG) em uma ação na Alemanha contra a Tüv Süd. A certificadora alemã atestou a estabilidade da barragem algumas semanas antes do seu rompimento, em 25 de janeiro de 2019. O rompimento causou a morte de 270 pessoas, sendo duas gestantes, e o vazamento de 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos pela região.

Essa ação tramita na Corte de Munique, com pedido de indenização de aproximadamente R$ 3,2 bilhões (600 milhões de euros). No fim de 2023, o Tribunal Distrital de Munique instruiu um especialista em direito brasileiro fazer uma avaliação sobre o caso. As primeiras avaliações devem acontecer até julho.

Valor - SP   29/02/2024

Recursos previstos até 2028 visam ampliar produção e reduzir impactos ambientais

A indústria da mineração programa investimentos de US$ 15,71 bilhões no Pará no período de 2024 a 2028, o que representa 28% dos recursos totais previstos para expandir a atividade mineral no país, que somam US$ 64,5 bilhões. Cobre, minério de ferro, bauxita, níquel, caulim, ouro e manganês receberão os principais investimentos produtivos no Estado, de acordo com o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann. Os recursos também serão destinados a melhorias na infraestrutura e nas condições socioambientais de áreas impactadas pela mineração.

Em 2023 o faturamento da indústria mineral paraense somou R$ 85,4 bilhões, pouco mais de um terço do total do país no setor. A Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) estima que a atividade respondeu por 84% das exportações paraenses no período, que somaram US$ 22,25 bilhões. A receita com embarques de minério de ferro, principal item da pauta de exportações, alcançou US$ 12,9 bilhões no ano passado.

A Vale extraiu no Sistema Norte, o conjunto de minas paraenses na região de Canaã dos Carajás, 53% dos 321,2 milhões de toneladas de sua produção de minério de ferro em 2023. A companhia tem um plano de investimento global de US$ 6 bilhões a US$ 6,5 bilhões por ano entre 2024 e 2027. No Pará, o principal projeto em execução prevê US$ 1,5 bilhão para aumentar em 20 milhões de toneladas anuais a capacidade de mineração e beneficiamento da mina S11D, que passará a um total de 120 milhões de toneladas anuais.

A produção de cobre da Vale no Estado alcançou 247,2 mil toneladas em 2023, com alta de 44,6% sobre o ano anterior. Em Marabá, onde foram extraídas 180,4 mil toneladas, uma nova mina, Salobo III, entrou em operação no último trimestre de 2023. O investimento foi de US$ 1,1 bilhão e, quando estiver em plena operação, no fim de 2024, a mina terá capacidade de processar 36 mil toneladas por ano. Na mina Sossego, em Canaã dos Carajás, a produção somou 66,8 mil toneladas em 2023.

Outra atividade da companhia no Pará é a mineração e processamento de níquel na unidade Onça Puma, em Ourilândia do Norte, responsável pela produção de 17 mil toneladas no ano passado. A companhia programa investir US$ 555 milhões em um segundo forno de produção de ferroníquel com capacidade de 12 a 15 mil toneladas anuais, com previsão de operação em 2025.

Em 2023, a Hydro extraiu 10,9 milhões de toneladas de bauxita de sua mina em Paragominas. Toda a produção foi encaminhada por um mineroduto para Barcarena, até a refinaria Alunorte, onde foram produzidas 6,2 milhões de toneladas de alumina, matéria-prima do alumínio. Do total produzido, 5,2 milhões de toneladas foram exportadas.

A companhia está investindo R$ 1,6 bilhão para reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) em suas atividades. A maior parte, R$ 1,3 bilhão, visa substituir o óleo pesado BPF, utilizado no processo de refino na Alunorte, por gás natural, ainda em 2024.

Outros R$ 300 milhões serão destinados a mais duas caldeiras elétricas para produzir o vapor necessário para o refino da alumina, além de uma que já opera desde 2022. Enquanto caldeiras tradicionais são abastecidas por óleo ou carvão, as elétricas usam energia solar e eólica. “Vamos eliminar a emissão de 1,1 milhão de toneladas de CO2 por ano, 35% das emissões da unidade”, diz Carlos Neves, vice-presidente de operações da Hydro.

A empresa também vai trocar sua frota de veículos a combustão por elétricos. Outra iniciativa é o início de operações remotas para a movimentação de bauxita em Paragominas, com o trator de esteira D11, de mais de 100 toneladas.

Em 2023, a Hydro concluiu investimentos de R$ 590 milhões em uma nova frente de lavra, Miltônia 5, que permitirá mais 30 anos de mineração de bauxita em Paragominas. A nova mina usará a metodologia Tailing Dry Backfill, que elimina a necessidade de barragens. “Os rejeitos inertes da mineração de bauxita são encaminhados às áreas já abertas e mineradas”, diz Neves.

A Alcoa também desenvolve um programa de descarbonização de suas atividades de mineração de bauxita em Juruti, no oeste do Pará, em uma área de floresta. Está investindo R$ 130 milhões para substituir o diesel como fonte geradora de energia da unidade, que comporta mina e porto, por energia elétrica de fonte renovável até 2026, quando estará concluída a construção de uma linha de transmissão de 51 km, que vai integrar a região ao Sistema Interligado Nacional (SIN). “Vamos reduzir em 35% nossas emissões”, diz Rogerio Carrilo, diretor comercial de bauxita e alumina da Alcoa Brasil.

Em 2023, a companhia extraiu cerca de 5,7 milhões de toneladas (base úmida) de bauxita em Juruti, 4% mais que em 2022. A capacidade da mina é de 7,5 milhões de toneladas anuais. Por volta de 95% da produção de Juruti é encaminhada para a Alumar - um complexo industrial em São Luís pertencente a Alcoa, Rio Tinto e South32 -, onde realiza a refinaria para a produção de alumina e o processo de redução para a obtenção do alumínio.

A Alcoa também está investindo R$ 100 milhões entre 2023 e 2024 em projetos socioeconômicos em Juruti, que tem 60 mil habitantes.

Investing - SP   29/02/2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente a administração da Vale (BVMF:VALE3) e cobrou mais responsabilidade da mineradora, tanto no pagamento de ações indenizatórias quanto na produção, e diz que empresas precisam se alinhar ao modelo de desenvolvimento do governo.

"O que nós queremos é que a Vale tenha mais responsabilidade. Inclusive a quantidade de minas que está na mão da Vale e que ela não explora há mais de 30 anos e fica funcionando como se fosse dona e vendendo. A Vale, ultimamente, está vendendo mais ativo do que produzindo o minério de ferro", criticou, em entrevista para a RedeTV! na noite de terça-feira.

"O dado concreto é que o potencial do Brasil tem que ser explorado e a Vale não pode ter o monopólio. A Vale tem que ser mais uma empresa. Ela é maior, que trabalhe mais."

Lula negou que tenha tentado interferir na sucessão para a presidência da companhia e que tenha discutido o tema. No entanto, fontes ouvidas pela Reuters confirmaram que o presidente gostaria de colocar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega no comando da companhia.

A resistência dos acionistas terminou por engavetar a ideia, já que o governo sozinho não tem poder para garantir seu candidato na sucessão.

Uma das razões para o presidente tentar influenciar na sucessão da empresa é a discordância com decisões administrativas.

"A Vale não pode pensar que ela é dona do Brasil. Ela não pode pensar que ela pode mais do que o Brasil. Então, o que nós queremos é o seguinte: as empresas brasileiras precisam estar de acordo com aquilo que é o pensamento de desenvolvimento do governo brasileiro. É só isso que nós queremos", cobrou.

Procurada, a Vale afirmou que não faria comentários sobre as falas do presidente.

Lula tem feito diversas críticas públicas contra a Vale, inclusive cobrando ações de reparação e compensação por rompimentos de barragens de rejeitos.

No caso do rompimento de estrutura da mineradora em Brumadinho (MG), em 2019, foram indenizadas mais de 15,4 mil pessoas do municípios e outros próximos, totalizando 3,5 bilhões de reais em pagamentos de indenizações cíveis e trabalhistas, além do fechamento do acordo coletivo de quase 38 bilhões de reais com autoridades.

Já no caso do rompimento de barragem da Samarco, joint venture da Vale com a BHP, até dezembro passado, foram destinados 34,7 bilhões de reais em ações de reparação e compensação a cargo da Fundação Renova (BVMF:RNEW11), responsável por gerir os trabalhos. Nesse caso, um acordo global ainda está em negociação entre mineradoras e autoridades.

Lula voltou a criticar a privatização da Eletrobras (BVMF:ELET3) durante o governo de Jair Bolsonaro, um tema que tem sido seu assunto desde a campanha eleitoral, e que chamou de "crime de lesa-pátria".

No entanto, o presidente garantiu que não irá tentar reverter a privatização, o que chegou a ser aventado e estudado pelo governo. Uma das alternativas seria recomprar ações que foram colocadas no mercado, já que a forma de privatização foi a de venda de ações pertencentes ao governo federal e diluição da sua participação.

"Não, porque também não vai gastar dinheiro do povo nisso agora. Eu tenho coisa mais importante para fazer, não vou ficar utilizando o dinheiro", afirmou quando perguntado se poderia tentar reverter.

Máquinas e Equipamentos

G1 - RJ   29/02/2024

O vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu a iniciativa do governo que prevê o abatimento de impostos para empresas que investirem em máquinas

Para Alckmin, que também é ministro da Indústria, a medida tem potencial para melhorar a produtividade de empresas e, consequentemente, o desempenho da economia

Segundo o vice-presidente, o estímulo deve custar aos cofres públicos cerca de R$ 1,7 bilhão neste ano; e mais R$ 1,7 bilhão em 2025

Na próxima sexta, o IBGE vai divulgar o resultado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. Investimento na produção é um dos fatores que puxam o indicador para cima

O vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu nesta quarta-feira (28) o programa do governo que prevê a redução de impostos com o objetivo de estimular a compra, pela indústria nacional, de máquinas. Para ele, a iniciativa pode "melhorar a produtividade" e fazer a economia do país crescer.

Alckmin – que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – fez as afirmações em entrevista à jornalista Míriam Leitão. O programa com a participação do vice-presidente vai ao ar nesta quarta-feira, a partir das 23h, na GloboNews.

Recentemente, o ministério chefiado por Alckmin enviou ao Congresso um projeto que prevê o abatimento de impostos para indústrias que investirem na compra de novas máquinas. As reduções serão no Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e na Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL).

A medida que trata da chamada "depreciação acelerada" tenta estimular setores econômicos a investirem em novos equipamentos, aparelhos e instrumentos. Com a modernização das fábricas brasileiras, o governo espera um aumento da produtividade.

"Você [empresário] vai investir em bens de capital, e você vai ganhar produtividade. Temos dois problemas na economia: baixo investimento, baixa produtividade. Você vai ao encontro dos dois. Melhorar investimento, melhorar produtividade. O que é a depreciação superacelerada? Substitua suas máquinas e equipamentos, eu diminuo imposto de renda da pessoa jurídica e diminuo a CSSL", afirmou Alckmin.

Segundo o vice-presidente, o estímulo deve custar aos cofres públicos cerca de R$ 1,7 bilhão neste ano; e mais R$ 1,7 bilhão em 2025.

Desde que Lula assumiu o poder, em janeiro de 2023, a equipe econômica do governo tenta melhorar o desempenho da economia e elevar a arrecadação para zerar o déficit fiscal – meta considerada "ambiciosa" por economistas e especialistas do mercado.

Na próxima sexta-feira (1º), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai divulgar o resultado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023.

Perdendo, tentaram o golpe, imagina se tivessem vencido

Na entrevista à jornalista Míriam Leitão, Alckmin também comentou sobre as investigações da Polícia Federal acerca de uma suposta tentativa de golpe de Estado que teria sido arquitetada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados.

"O presidente Lula salvou a democracia. Se, perdendo, eles tentaram o golpe, imagina se tivessem vencido. Isso é a pior coisa que tem para a própria economia. As ditaduras suprimem a liberdade em nome do pão. Não dão o pão que prometeram, nem devolvem a liberdade que tomaram", afirmou o vice-presidente.

Diário do Comércio - MG   29/02/2024

O faturamento do setor de máquinas e equipamentos manteve tendência de queda em janeiro, após fechar 2023 com declínio de 11% e recuar 22,4% em dezembro ante mesmo mês em 2022, mostraram nesta quarta-feira dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

A receita líquida total do setor em janeiro recuou 21,7% ante o mesmo mês do ano passado, a R$ 16,4 bilhões. Já a receita líquida interna registrou queda de 28,5% na mesma base de comparação, para R$ 11,1 bilhões.

O setor teve quedas na receita líquida total em todos os meses de 2023 na base anual. Em janeiro do ano passado, o recuo ano a ano foi de 6,4%.

Segundo o analista de economia e estatística da Abimaq, Leonardo Silva, a desacelaração nos investimentos é atribuída em grande parte às taxas de juros ainda elevadas, além de uma indústria “caminhando ainda de lado”.

“Apesar da gente ver um ciclo de queda (nos juros), ainda está em um patamar muito elevado se a gente comparar com alguns períodos anteriores”, disse Silva a jornalistas.

“A gente está vendo uma dificuldade de financiamento e o mercado, de forma geral, acaba respondendo comprando menos máquinas”. Silva acrescentou que o desempenho de janeiro também é, tradicionalmente, mais fraco em comparação ao todo.

Apesar da forte queda na receita do mês, Silva destacou que o segmento de máquinas para de bens de consumo não duráveis teve crescimento, com geração de emprego e recomposição da renda das famílias.

Já “os demais setores, ligados à indústria de transformação, ligados a componentes, infraestrutura, construção civil, máquinas agrícolas, vêm tendo uma diminuição no decorrer desse período”, uma vez que dependem de mais investimentos ou maior financiamento.

O consumo aparente de máquinas e equipamentos no mês passado recuou 17,7% frente a um ano antes, para 22,9 bilhões de reais, com desaceleração da atividade nos diversos setores da economia e falta de competitividade da indústria local, disse a Abimaq.

O nível de utilização de capacidade instalada da indústria caiu para 71,1% no período, 4,4% abaixo do nível observado no final de 2023, de 74,4%, afirmou a entidade.

As exportações e importações, por outro lado, subiram ambas 7,3% em janeiro versus o mesmo mês em 2023, para, respectivamente, US$ 1,1 bilhão e US$ 2,3 bilhões.

A Abimaq prevê crescimento de 3,5% na receita do setor no acumulado de 2024, mas “essa melhora ainda não vai ser suficiente para reverter a perda que a gente teve”, disse Silva.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   29/02/2024

Montadora não escapou dos efeitos da mudança na tecnologia de emissão de poluentes dos motores para o Euro 6, adotada no Brasil a partir de janeiro de 2023

A fabricante sueca de caminhões e ônibus pesados e semipesados Volvo não escapou dos efeitos da mudança na tecnologia de emissão de poluentes dos motores para o Euro 6, adotada no Brasil a partir de janeiro de 2023, e sentiu a queda de vendas que atingiu todo o setor. A montadora fechou 2023 com 19.647 caminhões emplacados, contra 24.093 licenciamentos no ano anterior, queda de 18,5%. O mercado total de caminhões caiu 37,9% no ano passado, segundo números da Anfavea, entidade que reúne as montadoras no país.

A expectativa para 2024 é de retomada no volume de vendas e crescimento na participação do mercado. A empresa trabalha com estimativa de expansão nos segmentos em que atua de 10% a 15% sobre 2023.

O presidente da Volvo para a América Latina, Wilson Lirmann, disse na manhã desta quarta-feira (27) que o primeiro trimestre foi o período mais difícil e as vendas foram crescendo ao longo do ano. A empresa perdeu a tradicional liderança nesse segmento, caindo para terceiro lugar, no começo de 2023. E retomou a liderança no fim do primeiro semestre, com 23,9%, mas ainda assim abaixo dos 24,6% de 2022. O Brasil representa 83% das vendas de caminhões da marca na América Latina.

Segundo os executivos da companhia, a montadora entrou o ano passado com baixo estoque de modelos com motores Euro 5 e perdeu mercado para os concorrentes que ainda tinham esses produtos para entregar. Os modelos com tecnologia Euro 6 são cerca de 20% mais caros. “Do total emplacado em 2023, 40% ainda foram com tecnologia Euro 5”, afirmou Alcides Cavalcanti, diretor-executivo da Volvo Caminhões. “Se formos analisar apenas as vendas de Euro 6, nossa participação de mercado em 2023 foi bem maior. Chega a 30% nos pesados.”

Dois outros fatores também atingiram as vendas de caminhões em geral no começo de 2023: as incertezas normais que surgem com a troca de governo e as taxas de juros ainda mais altas. Para 2024, a montadora trabalha com um cenário de manutenção na queda das taxas de juros, redução do desemprego, aumento do poder de compra e crescimento da indústria de turismo, que tem impacto na venda de ônibus.

No ano passado a Volvo entregou 700 chassis de ônibus no Brasil, crescimento de 6,4% sobre 2022, com destaque para a linha rodoviária, puxada pela retomada das viagens de turismo. O país representou 55% das vendas de ônibus na região.

Mas os executivos da montadora alertam para alguns pontos de atenção. Um deles é a expectativa de queda no volume da safra brasileira. Outra questão que pode influenciar o desempenho neste ano é a o equilíbrio fiscal do governo.

Lirmann lembrou que a montadora está no meio do seu maior ciclo de investimentos já feito no país. Entre 2023 e 2025 a empresa vai investir R$ 1,5 bilhão na operação local. A Volvo faturou R$ 19,7 bilhões no ano passado, queda de 9% sobre os R$ 21,6 bilhões de 2022.

O Estado de S.Paulo - SP   29/02/2024

A Apple cancelou seus planos de lançar um carro elétrico com capacidade de condução autônoma, um produto secreto que vinha sendo trabalhado havia quase uma década. A empresa disse aos funcionários em uma reunião interna na terça-feira, 27, que havia descartado o projeto e que os membros do grupo seriam transferidos para diferentes funções, inclusive na divisão de inteligência artificial da Apple, de acordo com uma pessoa informada sobre a discussão, que pediu anonimato porque o anúncio não era público.

Como parte da reestruturação, Kevin Lynch, um executivo que esteve envolvido no projeto do carro, se reportará a John Giannandrea, o chefe de estratégia de inteligência artificial da empresa, disse a pessoa.

A Apple não quis comentar. A notícia de que a Apple estava encerrando seu plano de carro foi relatada anteriormente pela Bloomberg.

Embora a Apple não tenha revelado seu carro aos consumidores, o produto foi, durante muitos anos, um dos segredos mais mal guardados do Vale do Silício, pois estava sendo testado em vias públicas. O cancelamento é uma medida rara por parte da Apple, que normalmente não arquiva projetos tão públicos e de grande visibilidade.

Nos últimos anos, a empresa tem se esforçado para encontrar novos caminhos para o crescimento, já que seu importantíssimo iPhone saturou o mercado e as pessoas estão atualizando seus telefones com menos frequência do que antes.

Tim Cook, executivo-chefe da Apple, deu a entender publicamente que a Apple estava interessada em entrar no mercado de automóveis. A empresa também vinha testando centenas de veículos equipados com tecnologia de direção autônoma em público há muitos anos. O carro, cujo codinome interno era Titan e Project 172, foi um produto desafiador para ser desenvolvido, já que partes da divisão foram fechadas, planos foram descartados e reiniciados e dezenas de funcionários foram demitidos ao longo do caminho.

O carro, que a Apple gastou bilhões de dólares em pesquisas, tinha como objetivo ser um rival dos veículos elétricos da Tesla, que incluem recursos de direção autônoma.

O produto era importante para o legado de Cook, pois teria contrariado a percepção de que a Apple havia perdido sua capacidade de inovar e criar a próxima grande novidade. Sob a liderança de Cook, a empresa lançou um pequeno número de novos produtos de hardware, incluindo o Apple Watch, que agora lidera o mercado de relógios inteligentes; o alto-falante inteligente HomePod, que fracassou; e o Vision Pro, os óculos de US$ 3.500 lançados este mês para rivalizar com os fones de ouvido de realidade virtual da Meta.

A empresa investiu muito no desenvolvimento de novas tecnologias. Nos últimos cinco anos, ela gastou US$ 113 bilhões em pesquisa e desenvolvimento.

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Online - SP   20/01/2023

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) arrefeceu a 0,35% na segunda prévia de janeiro, após registrar alta de 0,38% na mesma leitura de dezembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira.

Os três grupos componentes do índice apresentaram as seguintes variações: Materiais e Equipamentos (0,46% para -0,16%), Serviços (0,46% para 0,43%) e Mão de Obra (0,30% para 0,77%).

As maiores pressões para baixo sobre o INCC-M na segunda prévia de janeiro partiram de cimento Portland comum ( -0,07% para -4,36%); vergalhões e arames de aço ao carbono (3,14% para -0,87%); tubos e conexões de PVC (-1,58% para -0,95%); tubos e conexões de ferro e aço (-0,28% para -0,69%); e tijolo/telha cerâmica (-0,02% para -0,26%).

Na outra ponta, puxaram o índice para cima ajudante especializado (0,35% para 0,83%); servente (0,30% para 0,91%); elevador (0,64% para 1,20%); carpinteiro (fôrma, esquadria e telhado) (0,26% para 0,78%) e pedreiro (0,29% para 0,71%).

FERROVIÁRIO

O Estado de S.Paulo - SP   29/02/2024

Discutida há anos, a implementação de uma linha de trem expresso entre a cidade de São Paulo, Jundiaí e Campinas é um dos principais objetivos da concessão pública que vai a leilão nesta quinta-feira, 29, realizada na B3 pelo governo do Estado. A Parceria Público-Privada (PPP) prevê também criar uma linha que interligue Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas, no interior paulista, assim como mudanças na Linha 7-Rubi, da CPTM.

O contrato envolve a implementação, manutenção e operação das três linhas por 30 anos. A previsão é que o expresso até Campinas e as alterações na CPTM sejam entregues até 2031, enquanto a outra linha seria inaugurada em 2029. A concorrência é internacional.

A empresa ou consórcio selecionado no leilão será o que oferecer a menor contraprestação paga pelo Estado, cujo teto é de R$ 8,5 bilhões. O governo será responsável ainda por pagar, no máximo, cerca de R$ 9 bilhões dos R$ 13,5 bilhões a serem investidos em infraestrutura. Parte dos recursos estaduais serão oriundos de empréstimo de R$ 6,4 bilhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Chamado de Trem Intercidades (TIC), o expresso tem trajeto com duração estimada de 1h04 a 1h15, entre o Terminal Palmeiras-Barra Funda, zona oeste paulistana, e Campinas, com parada em Jundiaí. A velocidade média prevista é de 95 km/h. O valor médio estimado do bilhete é de R$ 50, com teto de R$ 64 (a ser atualizado anualmente, com base principalmente no IPCA).

Parte dos especialistas tem defendido a necessidade de retomada desse tipo de transporte, a fim de desafogar o tráfego de automóveis, ônibus e caminhões e fomentar uma alternativa de menor impacto ambiental. Hoje, praticamente não há linhas intercidades no País, enquanto redes amplas operam em outros países, especialmente da Europa. Os exemplos brasileiros mais próximos são os trens da Vale (entre o Espírito Santo e Minas Gerais e entre o Maranhão e o Pará), que também levam passageiros.

Por outro lado, a proposta do Estado também tem recebido críticas. Nas audiências públicas, por exemplo, já foi destacado que o valor da tarifa traria uma “elitização” do serviço e pouca efetividade na adesão daqueles que utilizam transporte por carro. Questionamentos envolvem, ainda, o trajeto (com a reivindicação de mais paradas e alterações), a velocidade mediana e o desembolso da maior parte do investimento pelo poder público (assim como mecanismos compensatórios no caso de receita tarifária abaixo da referência estimada), dentre outros.

Além disso, parte das críticas envolve o histórico recente de concessões ferroviárias do Estado. Após descarrilamentos e outros problemas, a ViaMobilidade chegou a firmarTermo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pelo que foi descrito como “falta de qualidade” dos serviços prestados nas Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, da CPTM, por exemplo.

Liderada pela CCR, a concessionária confirmou ao Estadão que analisa eventual apresentação de proposta no leilão. Sobre os problemas na concessão das linhas da CPTM, respondeu que tem investido na modernização dos serviços, com a compra de novos trens, melhorias nos trilhos e inspeções, dentre outros procedimentos.

Já o governo estadual diz que os problemas iniciais com a concessão das linhas da CPTM incentivaram ajustes no edital, como a fixação de maior tempo de transição (um ano) e a exigência de equipamentos de manutenção disponíveis desde o início. “Foi um aprendizado”, diz o secretário executivo de Parceria em Investimentos do Estado, André Isper Rodrigues Barnabé.

Discutida há cerca de duas décadas, a implementação do trem a Campinas passou a ganhar o contorno atual há seis anos. O estudo de viabilidade foi firmado na gestão Geraldo Alckmin (então no PSDB, hoje no PSB), em 2018. No governo João Doria (à época no PSDB) passou por novas etapas, como consulta e audiências públicas, além de sondagens. Por fim, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) fez novas alterações e publicou o edital definitivo.
União e Estado querem investir em ferrovias; ligação entre capital e Sorocaba pode ter leilão em 2025

A implantação do TIC tem sido destacado pela gestão Tarcísio como possível marco da retomada do transporte ferroviário de passageiros no Estado, hoje restrito às linhas da CPTM e turísticas. O governo há pouco contratou o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para estudar a viabilidade de um trem intercidades até Sorocaba, com possível leilão em 2025. Há, ainda, a intenção de retomar a ligação com Santos e São José dos Campos.

Em agenda pública recente, Tarcísio destacou a vontade de ampliação ainda maior e falou na possibilidade de “unir, por trem de passageiros, a região concentradora de PIB do Estado”. “Só que se leva de Campinas para São Paulo, daqui a pouco vai querer mais uma ‘perninha’ para Americana, Limeira... Vai começar a pensar em chegar em Ribeirão (Preto). Olha o que isso representa”, declarou.

Além disso, o leilão ocorre em contexto no qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também anunciou expansão da malha ferroviária em diferentes partes do País, pelo Novo PAC. Nesse caso, até agora, o enfoque envolve principalmente o transporte de carga.

A operação das linhas do leilão desta quinta envolveria construir novas vias para a circulação de trens, ao longo do trajeto já existente (utilizado para transporte de carga e, no trecho até Jundiaí, pela CPTM).

Esse traçado data do século 19, de modo que envolve estações tombadas como patrimônio cultural na esfera estadual — as quais precisarão passar por restauro, readequações e, em alguns casos, conversão para um novo uso, essa última opção no caso de locais que terão uma nova estação.

A ligação ferroviária da capital com Campinas foi discutida em outras ocasiões nas últimas décadas, como o projeto federal de trem-bala de São Paulo até o Rio. No âmbito estadual, diversas opções também foram tratadas, incluindo a possibilidade de ligação com o Aeroporto de Viracopos e uma extensão maior, até Americana, por exemplo.

Presidente do Conselho da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Joubert Flores diz que o projeto poderia passar por ajustes, mas que é importante por dar um primeiro passo na retomada desse modal, ainda mais diante do histórico de propostas nunca executadas. “Às vezes, o modelo não é perfeito e, em vez de se aprimorar, se abandona tudo e volta à estaca zero”, justifica.

Ele destaca a necessidade de acompanhar o serviço e a execução de penalidades a eventuais descumprimentos. Além disso, observa que o País vive uma tentativa de resgate desse tipo de transporte após décadas de enfraquecimento e desativações. Nesse contexto, cita também iniciativas voltadas a Veículos Leves Sobre Trilhos (VLT), uma, inclusive, em estudo na capital.

Já o diretor executivo da FGV Transportes, Marcus Quintella, avalia que a adesão talvez seja paulatina, diante do longo período sem esse tipo de opção de transporte disponível. A atratividade para passageiros dependeria de diversos fatores, como tarifa, segurança, qualidade do serviço e possibilidade de integração. “Depende de como o brasileiro entenderá como importante, porque não é coisa do cotidiano”, explica.

Como seria o funcionamento das linhas de trem até Campinas?

O contrato proposto prevê padrões de operação. Com 101 km de extensão, o serviço expresso funcionaria ao menos por 18 horas diárias, com intervalo de cerca de 15 minutos nos horários de pico, enquanto poderia alcançar até 60 minutos nos demais períodos. A velocidade chegaria a até 140 km/h, com capacidade de cerca de 860 passageiros por trem.

Em relação à tarifa, há a possibilidade de preço variável, a depender da data de compra, horário e tipo de viagem, dentre outros fatores. Assim, pode-se implementar diferenciação entre serviço convencional e executivo, por exemplo, mas mediante o atendimento ao teto da tarifa (hoje R$ 64). Na viagem expressa a Jundiaí, o preço seria de aproximadamente R$ 29.

Há também determinação de implementação do chamado Trem Intermetropolitano (TIM), com estações em Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas. O trajeto seria de cerca de 44 km, com tempo estimado de 33 minutos e velocidade média de 80 km/h.

Nesse caso, a tarifa dependerá da distância percorrida. O previsto é que chegue a cerca de R$ 14 no trecho entre Jundiaí e Campinas, com menor valor em trajetos mais curtos. A estimativa é que cada trem transporte 2.048 passageiros.

Na Linha 7-Rubi, o Estado calcula que a operação poderá ficar mais ágil. A estimativa é que caia em quase pela metade o intervalo entre trens nos horários de pico, chegando a cerca de 3,5 min. O máximo estabelecido no edital é de 15 min nos demais períodos (da capital até Francisco Morato) e de 30 min (restante da linha). Além disso, uma série de obras estão previstas na concessão.

Por outro lado, a medida pode resultar no encurtamento da linha, do Brás para Barra Funda. A alteração tem recebido críticas, pois deixaria de funcionar conectada à Linha 10-Turquesa, aumentando a necessidade de baldeações. Hoje, o passageiro consegue ir de Jundiaí a Rio Grande da Serra sem trocar de trem.

Estima-se que a soma do TIC, do TIM e da Linha 7-Rubi chegue a transportar mais de 550 mil pessoas diariamente no primeiro ano, com incremento paulatino nos anos seguintes. Entre as fontes de renda adicionais da concessionária, está a possibilidade de venda naming rights — como é feito em estações de metrô (como na Estação Paulista-Pernambucanas) — e o transporte de cargas, dentre outras.

Em paralelo, fora da concessão que vai a leilão, também está prevista a implantação de uma via específica de transporte de carga entre a Barra Funda e Jundiaí, a ser realizada pela concessionária que opera esse serviço no trecho. Desse modo, espera-se que facilite tanto o fluxo da Linha 7-Rubi (que não precisará mais dividir as vias atuais) quanto do transporte de cargas, possibilitando uma eventual redução no tráfego de caminhões.
Trajeto, impactos etc: o que diz o Estado sobre o Trem Intercidades?

Ao Estadão, o secretário executivo de Parceria em Investimentos, André Isper, destacou que um dos principais benefícios do TIC será a “pontualidade”, ainda mais em um panorama de infraestrutura rodoviária saturada e com pouco espaço possível de expansão. Isto é, diferentemente das estradas, que estão à mercê de engarrafamentos, teria menor variação do tempo de viagem e maior compromisso com o cumprimento dos horários de partida e chegada estabelecidos. “Talvez a malha rodoviária tenha chegado no limite ou muito próximo do limite”, avalia. “São Paulo precisa pensar em alternativas.”

Sobre críticas, responde que os valores foram firmados a partir de estudos de demanda, com preço semelhante ao do ônibus. “É uma tarifa adequada. A gente acredita que o teto provavelmente não será praticado”, disse. Também salientou que o levantamento considerou o potencial de migração dos que hoje utilizam ônibus, fretados, automóveis próprios e carros compartilhados por aplicativo.

Além disso, o secretário cita possíveis benefícios ambientais, com redução no tráfego rodoviário, e econômicos. Isso porque as novas linhas potencializariam o desenvolvimento também das cidades assistidas, cuja transformação dependeria de outros fatores, como das legislações urbanísticas municipais, por exemplo. “Tem o potencial de mexer na lógica de ocupação do espaço. Essas cidades vão ficar a 1 hora de São Paulo. Isso mexe muito na lógica urbana.”

Já sobre as críticas ao aporte bilionário feito pelo Estado, ressalta que cerca de R$ 5 bilhões do investimento em infraestrutura serão privados e que a concessionária terá gastos ainda maiores com a manutenção da operação.

Além disso, justificou que o traçado foi definido pela facilidade de implantação, principalmente porque a localização junto às linhas já existentes reduz a necessidade de desapropriações, por envolver terrenos que são majoritariamente públicos.

O Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) da medida identificou 52 impactos potenciais, entre positivos e negativos. Nas áreas diretamente afetadas, mapeou-se que 11,5% têm vegetação nativa, o que exigirá compensação ambiental, por exemplo.

Além disso, cerca de 600 edificações devem ser afetadas, parte delas em áreas irregulares e com moradores socialmente vulneráveis. O compromisso firmado é que essa população seja indenizada ou reassentada. Parte das famílias tem refutado eventual auxílio-aluguel e defendem a saída mediante destinação a uma moradia definitiva.

O leilão do TIC é parte de um pacote de desestatização do Estado, que envolve também as concessões das Linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade (todas da CPTM) e dos serviços lotéricos estaduais, bem como as vendas da Sabesp e da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), dentre outras.

NAVAL

Portos e Navios - SP   29/02/2024

Da Redação Portos e logística 28/02/2024 - 17:04

A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) anunciou o lançamento do Programa Portos Limpos, no valor de US$ 3 bilhões, para ajudar a financiar equipamentos e infraestruturas portuárias com emissões zero.

O programa foi estabelecido ao abrigo da Lei de Redução da Inflação de 2022 do presidente Biden, o maior investimento climático da história nos EUA, e visa reduzir a poluição dos portos estadudinenses ao mesmo tempo que cria empregos bem remunerados.

A EPA emitiu dois Avisos de Oportunidades de Financiamento (NOFOs) separados, totalizando quase US$ 3 bilhões como parte do anúncio feito nesta quarta-feira (28). Quase US$ 2,8 bilhões serão destinados a financiamento de equipamentos e infraestrutura portuária com emissão zero. US$ 150 milhões serão para financiar atividades de planejamento do clima e da qualidade do ar.

O financiamento está disponível para autoridades portuárias, agências estaduais, regionais, locais ou tribais que tenham jurisdição sobre uma autoridade portuária ou porto, agências de controle de poluição do ar e entidades privadas que se inscrevam em parceria com uma entidade elegível. Os fundos podem ser utilizados para projetos em portos aquáticos (costeiros e interiores), bem como projetos em instalações onde as mercadorias são transferidas entre vagões e caminhões (portos secos).

PETROLÍFERO

Valor - SP   29/02/2024

O petróleo WTI com entrega prevista para abril fechou a sessão em baixa de 0,42% e o Brent para o mesmo mês teve ligeira alta de 0,04%

O petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para abril fechou a sessão desta quarta-feira (28) em baixa de 0,42%, a US$ 78,54 por barril, após o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos informar um aumento bem maior que o esperado dos estoques da commodity. Já o petróleo Brent, a referencial global, para o mesmo mês anotou ligeira alta de 0,04%, a US$ 83,68 por barril.

De acordo com o DoE, os estoques americanos de petróleo cru aumentaram 4,199 milhões de barris na semana encerrada na última sexta-feira (23). A expectativa era por alta de 1,5 milhão de barris. O avanço acima do previsto sugere que a demanda por petróleo na maior economia do mundo tem desacelerado a um ritmo mais forte do que o mercado projeta.

Por outro lado, os estoques de gasolina no país caíram 2,832 milhões de barris, mais do que o esperado. Já os estoques de produtos destilados, como diesel e gás para calefação, recuaram apenas 510 mil barris, número menor que o previsto.

Em nota enviada a clientes, o analista-sênior Santosh Budankayala, da Rystad Energy, destaca que o período de 2020 a 2024 foi marcado por uma redução do investimento em exploração de petróleo cru e gás natural por grandes empresas do setor, como as americanas ExxonMobil e Chevron.

De acordo com ele, o investimento deve cair de US$ 10 bilhões para US$ 7 bilhões por ano, na comparação com o quadriênio anterior. “As principais empresas do setor de petróleo e gás continuarão a ser cautelosas nos gastos com exploração este ano, com a atividade de perfuração preparada para um ano que vem mais movimentado”, diz Budankayala.

Além dos sinais para a demanda, o mercado segue de olho na oferta global de petróleo, em meio aos rumores de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) possam estender os seus cortes de produção para além do primeiro trimestre. Há especulação até de que o cartel decida estender sua política atual até o fim do ano.

Valor - SP   29/02/2024

Perspectivas apontam para cerca de 16 bilhões de barris de petróleo nas reservas da área que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá

A superintendente de promoção de licitações da ANP, Marina Abelha: “diversas oportunidades exploratórias” — Foto: Leo Pinheiro/Valor

Candidata à nova fronteira petrolífera brasileira, a margem equatorial - área que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte e inclui as bacias marítimas da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar - tem previsão de receber, este ano, US$ 1,09 bilhão para a fase de exploração, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Apesar da controvérsia sobre a atividade em uma região ecologicamente sensível e que vem mostrando divergências entre as áreas ambiental e energética do governo, esse valor representa mais da metade do total de US$ 1,96 bilhão previsto para a fase de exploração de petróleo em 2024 no país. Os números, de janeiro, não levam em conta a segunda etapa, de desenvolvimento e produção.

Estados banhados pela margem têm boas expectativas. Para o presidente da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), Alex Dias Carvalho, a atividade petrolífera deverá movimentar a economia, ampliando oportunidades para fornecedores locais, na maioria pequenos e médios negócios, gerando emprego e renda. “Também deverão ocorrer incrementos em infraestrutura e logística para atender às necessidades da operação e o crescimento das atividades portuárias e marítimas”, afirma ele.

Com aumento da arrecadação de impostos, além da geração de royalties, o executivo espera benefícios socioeconômicos, em especial para as cidades que compõem o arquipélago do Marajó, onde estão cidades com os piores Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do país. A Fiepa também espera a criação de centros de estudos e pesquisa para a formação de profissionais locais, técnicos e pesquisadores.

A Petrobras, empresa com maior presença na margem equatorial, com 17 blocos, prevê investir na região US$ 3,1 bilhões entre 2024 e 2028, segundo seu plano estratégico. Os recursos irão para projetos de pesquisa e investigação do potencial petrolífero, com a perfuração de poços. Há 34 blocos, ainda na fase de exploração, sob concessão na área, segundo a ANP. Estão nas bacias de Barreirinhas (11), da Foz do Amazonas (9), Potiguar (9) e do Pará-Maranhão (5).

A margem equatorial se tornou a “menina dos olhos” do setor de óleo de gás a partir das descobertas na Guiana, há cerca de uma década. Desde então, o país já incorporou 11 bilhões de barris em reservas. O vizinho Suriname encontrou cerca de 4 bilhões de barris. Somados, os volumes superam as reservas provadas brasileiras, de 14,8 bilhões de barris segundo o Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da ANP, de 2023.

Em apresentação feita em junho passado para a Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, a superintendente de promoção de licitações da ANP, Marina Abelha, mostrou que a margem equatorial “apresenta diversas oportunidades exploratórias em modelo geológico similar” à Guiana e Suriname. E as perspectivas de volume apontam para cerca de 16 bilhões de barris de petróleo.

Os ativos da Petrobras na região estão distribuídos pelas bacias Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas e Potiguar, todos em fase de pesquisa. Em outubro, a estatal obteve o sinal verde do Ibama para a perfuração de dois poços na bacia Potiguar. O primeiro, concluído no fim de janeiro, mostrou indícios de hidrocarbonetos, mas os dados são ainda inconclusivos quanto à viabilidade econômica. O segundo poço tem conclusão prevista para o terceiro trimestre.

Ambientalistas rejeitam projeto por riscos de vazamento de óleo e aumento de emissões

Em maio de 2023, a Petrobras protocolou pedido para que o Ibama reconsidere sua posição negativa em relação à perfuração de um poço no bloco FZA-M-59, na Foz do Amazonas. A empresa aguarda a decisão. O Ibama diz que não tem prazo para concluir a análise. Um estudo da estatal, mencionado pelo ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, indica potencial de 5,6 bilhões de barris só nesse bloco, o que elevaria em 37% as reservas nacionais provadas.

Até agora, segundo o Ibama, só a Bacia Potiguar obteve licença para perfurar. Outras empresas com blocos na margem aguardam licenças, cujas análises estão em vários estágios. A Shell é um exemplo, com nove blocos na margem equatorial, dos quais opera sete. A região ainda tem a presença de petroleiras como Enauta, PetroRio, 3R, entre outras, que têm de um a três blocos.

A exploração na margem, porém, é rejeitada por ambientalistas e pesquisadores, por riscos de vazamento de óleo e aumento das emissões de gases do efeito estufa. O porta-voz do Greenpeace no Brasil, Marcelo Laterman, diz que a região tem questões sensíveis em aspectos variados, como ambientais, geopolíticos e locais. Como o Brasil busca retomar protagonismo global na agenda ambiental e climática, avalia, uma nova fronteira de petróleo em área ambientalmente sensível e perto da sede da COP30 “é uma contradição que pode transformar o país de líder em vilão”. A dinâmica das correntes marinhas e costeiras da região, pouco conhecida, é outra questão delicada, diz, uma vez que pode tornar imensuráveis os impactos de eventuais vazamentos.

Ricardo Fujii, especialista em conservação do WWF-Brasil, afirma que as emissões provenientes do petróleo da foz do Amazonas são estimadas em 1,7 bilhão de toneladas, uma “contribuição relevante no aquecimento global”.

Já o sócio da KPMG Anderson Dutra defende a exploração na região. “É um ativo bom que pode atrair investimentos para desenvolver uma área erma no país”, afirma. E, apesar de haver áreas de proteção indígena na nova fronteira petrolífera, ele acredita que a regulação pode ser flexível. “É preciso levar em conta que a região tem uma certa complexidade”, diz.

AGRÍCOLA

IstoÉ Dinheiro - SP   29/02/2024

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta uma queda de 11% na venda de máquinas agrícolas em 2024. A previsão foi apresentada em coletiva de imprensa realizada hoje. Se for confirmada, este será o segundo ano consecutivo de redução nas vendas. No ano passado, foram comercializadas 60.981 unidades. Para este ano, a projeção é de que sejam vendidas 54.300 unidades. O clima adverso decorrente dos efeitos do fenômeno climático El Niño, que provocou a quebra da safra 2023/24 e a queda nos preços das commodities agrícolas, pode representar riscos para a aquisição de maquinário por parte dos produtores.

Também as exportações devem diminuir neste ano, com 8.500 unidades, queda de 3% em relação a 2023. Mas, segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, a projeção de crescimento global da economia e do PIB do Brasil, além da queda da taxa de juros e do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), de R$ 1,4 trilhão, podem estimular o setor.

O presidente da CNH Industrial para a América Latina, Rafael Miotto, disse que no momento existe uma preocupação acentuada em relação ao rendimento das lavouras, especialmente em Mato Grosso, o maior Estado produtor de grãos do País, o que tende a encurtar as margens de investimentos dos agricultores. A queda nas vendas de colheitadeiras de grãos no ano passado, de 18,5%, já foi reflexo dessa preocupação, segundo ele. “A margem apertada influencia a decisão”, afirmou.

Ele ressalta, entretanto, que há boas chances de ocorrência de La Niña neste ano. Ao contrário de El Niño, o fenômeno pode trazer muitas chuvas para o Centro-Oeste e provocar estiagem no Sul do País, situação inversa da verificada na safra atual. “A tendência para Mato Grosso é de recuperação no próximo ano”, afirmou.

Exame - SP   29/02/2024

O Brasil vendeu 60.981 mil máquinas agrícolas em 2023. O volume representa uma queda de 13,2% em comparação com 2022, quando foram comercializadas 70.262 mil unidades. Os dados foram divulgados hoje, durante coletiva de imprensa on-line, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

O presidente da associação, Márcio de Lima Leite, disse que a queda está associada ao financiamento, responsável, segundo ele, por 60% da tomada de decisão dos consumidores de comprar uma máquina agrícola, com peso para as taxas e o tempo de pagamento, além da liberação de crédito.

Queda nos preços das commodities

Já o vice-presidente da Anfavea, Alexandre Bernardes, disse que o clima adverso e a queda nos preços das commodities agrícolas contribuíram para a queda nas vendas. Ainda assim, o executivo ressaltou que o ano foi excelente, considerando a série histórica da Anfavea. O ano passado superou 2019, quando o Brasil vendeu 38.728 mil unidades; 2020, com 40.983 mil unidades vendidas; e 2021, com vendas de 58.433 mil unidades.

A queda na venda de tratores de rodas em 2023 foi de 12,4%, com 53.793 mil, em comparação com 61.441 mil unidades em 2022. Já as vendas de colheitadeiras de grãos caiu 18,5%, para 7.188 mil unidades em 2023 ante 8.821 no ano anterior.

Em relação às vendas externas, houve queda de 17,8%, com vendas de 8.759 mil em 2023 em comparação com 10.661 mil em 2022. O Paraguai foi o principal destino das máquinas fabricadas no Brasil no ano passado, com 30% das compras (195 unidades), seguido pelos Estados Unidos, com 15% do mercado (95 unidades), e pela Bolívia, com 9% (55 unidades). O faturamento das exportações no ano passado foi de US$ 640 milhões, disse a Anfavea.

Tribuna - SP   29/02/2024

O Grupo Tracbel está ampliando ainda mais sua participação no agronegócio. A empresa criou a Tracbel Agro, uma nova unidade de negócios voltada exclusivamente para soluções, máquinas e implementos agrícolas. Victor Franco, que até então era o responsável pela unidade de veículos comerciais do Grupo, vai comandar a nova divisão.

“É a continuidade do projeto de expansão do Grupo em direção ao agribusiness”, declara Gidalto Santos, CEO do Grupo Tracbel. Recentemente, a empresa assumiu a concessão de outra área da John Deere no interior de São Paulo, com mais 10 concessionárias. Com este último negócio, a Tracbel passou a ter 16 lojas agrícolas da marca, com uma abrangência em mais de 200 municípios, numa área consagrada como um dos mais relevantes polos do agronegócio nacional.

Nova identidade visual

“A nova identidade visual já está sendo instalada em todas as casas. As redes anteriores da Itaeté Máquinas e Colorado Máquinas passam agora a se chamar Tracbel Agro. Ela já nasce com 550 funcionários e cerca de um terço do faturamento do Grupo, com uma forte penetração no mercado regional de produtos do setor”, diz Franco, o novo CEO da Tracbel Agro.

A ampliação da atuação é mais um importante avanço da Tracbel, uma das líderes na distribuição de máquinas pesadas e veículos comerciais do Brasil. “Estamos reforçando nossa participação no agronegócio brasileiro, que tem uma grande influência na economia. Com a Tracbel Agro, unificamos recursos, pessoal e estratégia para o setor agrícola”, explica Franco. “Queremos oferecer o que há de mais avançado em tecnologia e contribuir com o aumento da produtividade no campo e com a rentabilidade do produtor rural”, diz.

Além do fortalecimento da marca na região, a Tracbel Agro permitirá ampliar ainda mais a qualidade do atendimento aos produtores rurais. A empresa é reconhecida nacionalmente por sua excelência na área de pós-venda, com uma atuação marcada por forte foco no cliente e na utilização de ações inovadoras e tecnologias avançadas.

Otimismo

A direção do Grupo está otimista com o potencial da nova área. Ribeirão Preto polariza uma região onde se concentra um agronegócio altamente profissionalizado e comprometido com o desenvolvimento sustentável, um dos pilares da Tracbel. Ali está localizado um robusto parque de destilarias de etanol e usinas de açúcar, além de produtores de cana, laranja, grãos, amendoim, carnes, café e uma série de outras culturas, e inúmeras atividades relacionadas ao setor. O Norte e o Noroeste paulista ainda têm agroindústrias, cooperativas agropecuárias e empresas de insumos e fertilizantes e de outros segmentos que orbitam o agribusiness.

A criação da Tracbel Agro é o terceiro movimento do Grupo nesta direção. No final de 2021, a Tracbel passou a ser o principal acionista da Itaeté Máquinas, concessionária John Deere, com seis unidades no Noroeste do Estado. “Estamos aumentando a oferta de equipamentos agrícolas de alto grau de tecnologia embarcada, e também ambientalmente sustentáveis, alguns dos principais atributos dos produtos da John Deere”, destaca Franco.

A John Deere é líder mundial na produção de máquinas agrícolas. Colhedoras de cana, colhedeiras de grãos e tratores são alguns dos principais produtos comercializados no Norte do Estado, além de implementos e avançadas soluções tecnológicas e de conectividade da marca.

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