FORGOT YOUR DETAILS?

Seja bem-vindo ao INDA!

Olá, seja bem-vindo
ao INDA!

29 de Janeiro de 2024

INDA

Portal Fator Brasil - RJ   29/01/2024

Ante o mesmo ano em 2022.

As compras do mês de dezembro registraram queda de 19,8% perante a novembro, com volume total de 273,8 mil toneladas contra 341,6 mil. Frente a dezembro do ano passado (242,8 mil toneladas), apresentou alta de 12,8%, de acordo com os dados divulgados Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), no dia 24 de janeiro (quarta-feira).

Vendas — As vendas de aços planos em dezembro contabilizaram queda de 19,7% quando comparada a novembro, atingindo o montante de 263,6 mil toneladas contra 328,2 mil. Sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 257,0 mil toneladas, registrou alta de 2,6%.

Estoques — Em número absoluto, o estoque de dezembro obteve alta de 1,2% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 879,3 mil toneladas contra 869,1 mil. O giro de estoque fechou em 3,3 meses.

Importações (Chapas Grossas, Laminados a Quente, Laminados a Frio, Chapas Zincadas a Quente, Chapas Eletro-

Galvanizadas, Chapas Pré-Pintadas e Galvalume) — As importações encerraram o mês de dezembro com alta de 30,6% em relação ao mês anterior, com volume total de 276,9 mil toneladas contra 212,0 mil. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (165,7 mil toneladas), as importações registraram alta de 67,1%.

Projeções — Para janeiro de 2024, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma alta de 20% em relação ao mês de dezembro — disse o presidente-executivo do Instituto, Carlos Jorge Loureiro, que apresentou os números de fechamento do mês de dezembro de 2023 e as previsões para janeiro de 2024.

SIDERURGIA

Infomoney - SP   29/01/2024

O JPMorgan elevou a recomendação para ação da Usiminas (USIM5) de neutro para overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), com preço-alvo passando de R$ 8,00 para R$ 11,00, o que representa um potencial de alta de 22%. A Usiminas é agora a principal escolha do banco no setor, seguida por Ternium, com recomendação de compra, Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3), ambas com classificação neutra. Com a mudança de recomendação, os papéis USIM5 fecharam a sessão desta sexta-feira (26) com alta de 5,20%, a R$ 9,50, a maior alta do Ibovespa no dia.

Apesar do cenário macroeconômico global desafiador, analistas veem uma recuperação na demanda no Brasil, especialmente para aços planos, impulsionada por taxas de juros mais baixas. A Usiminas, em particular, torna-se mais atrativa devido à sua reviravolta operacional, completando a revitalização do Alto-Forno nº 3 e das oficinas de aço. “Essa mudança significa uma transição de operação com placas para uma fase quente tecnologicamente atualizada, resultando em maior capacidade operacional e economias de custo”, explicam.

O banco recomenda que os investidores prestem atenção às histórias específicas de cada empresa; assim, apesar da pressão nos preços, acredita que a Usiminas se destaca trazendo elementos únicos para a mesa. A empresa, agora é principal escolha do banco no setor, pois passou por uma reviravolta operacional significativa, completando a revitalização do Alto-Forno nº 3 e das oficinas de aço.
Analistas também destacam a possibilidade de ganhos potenciais provenientes da consolidação do controle do grupo nas mãos de um operador industrial renomado, o grupo Ternium. A Usiminas é negociada a um Valor da firma (EV)/lucro antes de juros impostos e depreciação (Ebita) de 4,0 vezes em 2024 e 3,1 vezes em 2025 (em comparação com a média de 4,9 vezes das empresas siderúrgicas da América Latina e 6,6x globalmente).

Por fim, o JPMorgan disse não esperar a implementação de impostos de importação no Brasil, apesar do influxo de aço chinês. Enquanto as empresas siderúrgicas na China operam com margens baixas ou negativas, o banco acredita que a China não reduzirá suas exportações. “No Brasil, não esperamos que o governo implemente impostos de importação, pois um aumento nos preços do aço impactaria os setores imobiliário e automotivo, importantes para os programas sociais”, ressalta o banco.

Portal Fator Brasil - RJ   29/01/2024

E se consolida como o segundo maior produtor do país. Estado é responsável por 27% da produção nacional de aço.

O Estado do Rio produziu 8,6 milhões de toneladas de aço em 2023, se consolidando como o segundo maior produtor do país — responde por 27% da produção nacional, atrás apenas de Minas Gerais. Em dezembro, o Rio de Janeiro produziu 581 mil toneladas de aço bruto, ou 23% da produção do país, no mês. Os dados são do Instituto Aço Brasil (IABr), entidade representativa das empresas brasileiras produtoras de aço.

— O Estado do Rio de Janeiro vive um momento de expansão econômica, e o crescimento da produção de aço comprova isso, já que a indústria siderúrgica é considerada um indicador de avanço econômico. O setor é um dos mais estratégicos para o desenvolvimento econômico e social: gera milhares de empregos, investimentos e divisas — ressalta o governador Cláudio Castro.

De acordo com o Instituto Aço Brasil (IABr), a produção brasileira de aço bruto foi de 31,9 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a dezembro de 2023.

— Hoje somos o segundo maior produtor de aço do país e, durante vários meses do ano passado, ocupamos a liderança da produção nacional, por conta do importante parque siderúrgico instalado no estado, formado por grandes empresas como ArcelorMittal, Ternium, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), e Gerdau — destaca o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, Vinicius Farah.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   29/01/2024

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no quarto trimestre de 2023 cresceu 3,3% na comparação anual, segundo cálculo inicial divulgado nesta quinta-feira, 25, pelo Departamento de Comércio do país. O resultado ficou acima do teto das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast/Estadão, que variavam de altas de 1% a 2,8%, com mediana de 2%.

A leitura inicial, porém, mostra desaceleração da economia americana em relação ao terceiro trimestre de 2023, quando o PIB dos EUA teve expansão anualizada de 4,9%.

Em todo o ano de 2023, o PIB americano mostrou crescimento acumulado de 2,5%, maior do que a alta de 1,9% no mesmo período de 2022.

O Departamento do Comércio informou também que o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu à taxa anualizada de 1,7% no quarto trimestre, perdendo força depois de avançar 2,6% no terceiro trimestre. Já o núcleo do PCE, que desconsidera preços de alimentos e energia, aumentou 2% entre outubro e dezembro, repetindo a variação do trimestre anterior.

O PCE é a medida de inflação preferida do Federal Reserve, ou Fed, como é conhecido o banco central dos EUA.

Globo Online - RJ   29/01/2024

A primeira prévia da inflação do ano, o IPCA-15, veio abaixo das expectativas do mercado, fechou em 0,31%, quando as projeções chegavam a 0,50%. O indicador, divulgado nesta sexta pelo IBGE, aponta ainda uma mostrou uma desaceleração em relação a dezembro , quando foi 0,40%. O resultado indica uma economia mais fraca, com queda na demanda, o que aumenta a pressão sobre Banco Central do Brasil (BC) para redução dos juros. O economista Luiz Roberto Cunha, consultor da PUC-Rio, não acredita, no entanto, numa mudança no ritmo de corte na reunião do Copom que começa na próxima quarta-feira.

- A maior pressão sobre o IPCA-15 veio dos alimentos, que subiram muito próximo do esperado. O resultado de alimentação fora do domicílio, artigos de residência e vestuário, no entanto, indicam uma demanda fraca. As vendas foram menores do esperado no Natal e as liquidações se ampliam em janeiro. Tudo isso indica que o consumidor está com o dinheiro mais curto, ou seja, uma queda na demanda, o que pressiona ainda mais o Banco Central a cortar juros. Não acredito, no entanto, em uma ampliação do corte para além dos 0,5 ponto percentual. Acredito que o BC continuará cauteloso - afirma Cunha, que aposta numa pressão ainda maior do governo daqui para frente.

Luiz Leal, economista-chefe do G5Partner, pondera que apesar de um resultado geral muito melhor do que o esperado, a composição do IPCA que pode deixar o BC com a pulga atrás da orelha. "Os serviços subjacentes, medida mais utilizada por ele (BC) nos seus comentários, não só atingiu o seu maior valor mensal desde agosto de 2022, como vem acelerando há quatro meses. No acumulado em 12 meses já é o segundo mês seguido de aceleração e na média móvel trimestral dessazonalizada e anualizada, o quarto. Certamente isso não vai impedir que o BC continue a cortar os juros ao ritmo de 0,50 p.p., mas pode trazer à tona novamente a discussão sobre se ele vai manter, no comunicado, o plural ao se referir ao número de reuniões em que esse ritmo vai ser mantido, " diz o economista em seu relatório.

Cunha chama atenção para que o índice capta a inflação de alimentos em seu pico, já que dezembro a uma pressão sobre as carnes, com as festas de fim de ano, e janeiro sobre os alimentos in natura por conta das chuvas e do efeito El Niño. Esse resultado, diz, aponta para revisões para baixo das previsões para a inflação mensal e a anual no próximo Boletim Focus. O mercado, aliás, vem revisando para baixo, semana a semana, a projeção de inflação para 2024. Há 4 semanas a estimativa era de uma taxa anual de 3,91%. No último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na segunda-feira, a previsão foi de 3,86%.

O resultado do IPCA-15, surpreendeu o economista André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, que previa uma taxa de 0,50%:

- Esse é um bom sinal, porque se a inflação sofre uma influência da sazonalidade, isso já é previsto. Agora, se afora essa sazonalidade, ela ganha uma inércia, quer dizer, subiu em dezembro e continua subindo em janeiro, mais do que no mês de dezembro isso é ruim, Porque ela estaria ganhando força e isso não aconteceu.

Se a alta 2,04% de alimentação no domicílio veio em linha com o esperado, diz Braz, vários preços importantes, pondera, apresentaram uma tendência contrária, subindo menos do que o esperado ou caindo:

- Teve queda em algumas cidades na tarifa de energia, houve uma redução de 15% na passagem aérea , tudo isso contribui para que número viesse abaixo da expectativa. E ainda tiveram outras contribuições a parte de alimentação fora de casa também subiu menos do que em dezembro, não mostrando nenhum efeito das férias para que esse tipo de serviço permanecesse em aceleração.

O Estado de S.Paulo - SP   29/01/2024

A surpresa do crescimento de 3% em 2023 não se deve à maturação de reformas da “era Temer”, como a trabalhista e a criação da TLP em substituição à TJLP, e, sim, a uma forte expansão da demanda agregada. Embora contribuam para aumentar a produtividade, tais reformas dificilmente poderiam ter superado o efeito sobre o PIB potencial vindo da queda da taxa de investimentos, que em 2023 chegou aos níveis mínimos da série publicada pelo IBGE.

Olhando pela ótica da demanda, a maior contribuição para o crescimento do PIB, em 2023, foi dada pelo consumo das famílias. Com a PEC da Transição, as transferências de renda às famílias, que entre 2016 e 2019 se mantiveram em R$ 45 bilhões por ano, subiram a R$ 170 bilhões. Se tais gastos fossem financiados por aumentos de impostos incidentes sobre os mais ricos, ou por cortes de outros gastos, não teriam elevado a demanda agregada, mas não foi isso que ocorreu.

Transferências de renda dessa magnitude reduzem a taxa de participação, com um efeito contracionista sobre a oferta de trabalho. Um estudo publicado no Boletim Macro do Ibre de outubro avaliou que um aumento de 10 pontos porcentuais nas transferências de renda sobre a massa salarial está associado a uma queda da taxa de participação de 1,1 ponto porcentual. A exemplo do ocorrido com a queda da taxa de investimento, esse movimento tem um efeito redutor sobre o PIB potencial.

Para não ficar apenas com os fatores negativos, é preciso reconhecer que os maiores ganhos de massa salarial ocorreram nos percentis de renda menores que a mediana, como indica a PNAD anual. Em 2023, os ganhos beneficiaram os trabalhadores menos qualificados dos setores de serviço sem carteira assinada, e esse era um efeito desejado da atual política. Mas isso em nada contribuiu para aumentar a produtividade.

Se quisermos crescer de forma sustentável, teremos de elevar a produtividade e a taxa de investimentos em capital fixo. Teríamos de substituir os estímulos à demanda agregada vindos de uma política fiscal expansionista por uma política fiscal que gere taxas reais de juros baixas, que eleve a taxa de investimento e produza uma trajetória sustentável da dívida pública. Mas isso contraria a visão do governo de que o crescimento depende dos gastos públicos, que elevam a popularidade do presidente.

Finalmente, não é com um documento graficamente bem elaborado de 102 páginas, no qual são vagamente definidas as “missões” e as “metas aspiracionais” de uma nova política industrial, que o País encontrará o caminho para o crescimento econômico sustentável e inclusivo.

Correio Braziliense - DF   29/01/2024

O Banco Central realiza, nesta semana, a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa na terça-feira e termina na quarta. A expectativa de analistas é de que não haverá surpresas, apesar de o colegiado contar com dois novos integrantes indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos) e Rodrigo Alves Teixeira (Administração) —, somando agora quatro dos nove diretores da autoridade monetária mais alinhados com o pensamento heterodoxo do que os demais integrantes indicados pelo governo anterior, mais ortodoxos.

O consenso dos especialistas é de que o Copom manterá o mesmo ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual, iniciado em agosto, e reduzirá a taxa básica da economia (Selic), de 11,75% para 11,25% ao ano. Contudo, ainda há um pouco de dúvidas entre o patamar dos juros básicos no fim do ano, que varia entre 9% e 9,25% anuais nas apostas.

“Não deve haver novidades na decisão. Há uma convergência na queda da Selic neste momento. As divergências vão aparecer quando precisar subir a taxa em algum momento no futuro. Por ora, estão todos de acordo”, destaca Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. Ele prevê a Selic encerrando o ano em 9,25%, um pouco acima da mediana das apostas do mercado coletadas pelo Banco Central no boletim Focus, de 9% ao ano, passando para 8,5% em 2025 e em 2026.

Na avaliação de Vale, da MB, a divisão entre os diretores pode começar também no ciclo final de queda dos juros. “Vai ser interessante observar os novos membros, talvez, trabalhando por uma queda maior. Ainda nessa decisão seria interessante um esforço maior de preocupação do BC em relação à questão fiscal, mas não me parece que vá acontecer”, destaca Vale, em referência às incertezas que persistem em relação ao contínuo descompasso entre as despesas e as receitas. Não à toa, ele prevê um rombo fiscal ainda elevado em 2024, em torno de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), apesar das apostas de deficit primário deste ano oscilarem em torno de 0,8% do PIB.

Luis Leal, economista-chefe da G5 Partners, também acha que não há razão para esperar por novidades no próximo Copom. “De novo, a única grande curiosidade do mercado é se o BC vai continuar mantendo o plural para designar que o ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual será mantido nas ‘próximas reuniões’, o que estenderia os cortes em 0,50 ponto até maio”, avalia o economista. “No mais, deve ser um ‘corta/cola’ do último comunicado, talvez com um pouco mais de tinta no cenário internacional por causa destes problemas no Mar Vermelho que estão elevando os fretes”, acrescenta ele, citando a mudança de rotas no Oriente Médio por conta dos ataques aos navios pelos houthis, no Iêmen, que apoiam os terroristas do Hamas.

Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da Ryo Asset, lembra que o plano de voo do BC “é bem conhecido e calibrado para a volatilidade da conjuntura atual”, e, por isso, ele mantém a projeção de cortes de 0,50 ponto na Selic nas reuniões do Copom de janeiro, março e maio. Ele prevê que o ciclo de redução dos juros termine em julho, com a taxa básica fechando o ano em 9,25% ao ano.

Sem ataques

Para o economista Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central e professor da Georgetown University, em Washington, não deverá haver divisão entre os integrantes do Copom na primeira reunião do ano. Ele lembra que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, acelerou de 0,28% para 0,56% entre novembro e dezembro, e, por conta disso, não deve haver divergências entre o ritmo de corte dos juros. “O IPCA de dezembro foi salgado. Não é hora de os heterodoxos atacarem”, aposta.

José Francisco Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator, aposta que o Copom, além de manter o ritmo de corte da Selic, “vai manter a promessa de política monetária contracionista até que a inflação corrente convirja para a meta e as expectativas de inflação sejam ancoradas”.

“Pela lista de temas, o ambiente externo piorou, a atividade doméstica melhorou em novembro, o dólar ficou um pouco mais alto, assim como os juros. A inflação corrente — e seus núcleos — deixou de melhorar e as expectativas continuam desancoradas”, afirma. Para Gonçalves, o dado da prévia da inflação oficial, o IPCA-15, divulgado na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ter ficado abaixo do esperado em janeiro, não muda as expectativas sobre a Selic, “mas leva a alguma revisão do IPCA de janeiro”. Após registrar alta de 0,40%, em dezembro, o IPCA-15 deste mês desacelerou para 0,31%, mas continuou pressionado pelas altas de preços dos alimentos, enquanto transportes e o custo de passagens aéreas contribuíram para um índice abaixo do esperado.

“Nada deve mudar em relação ao movimento do Banco Central, com novos cortes de 0,50 ponto percentual previstos para as próximas reuniões. A Selic deve fechar este ano em 9% e, em 2025, variando entre 8% e 8,5%. Devemos estar atentos a uma possível piora fiscal neste ano, o que pode exigir bons prêmios na rolagem da dívida pública, resultando numa taxa real de juros em torno de 4,5% a 5% ao ano”, destaca.

Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos, também prevê a Selic encerrando o ano em 9%, com o Copom desacelerando o ritmo para 0,25% na reunião de setembro, e, como a inflação deverá ficar em torno de 4%, a taxa de juros real ficará em torno de 5%, mesmo nível que o mercado considera neutro — o Banco Central fala em 4,5%. Para ele, apesar da desaceleração no IPCA-15 de janeiro, é preciso ficar atento com a inflação de serviços e com o mercado de trabalho, que está mais aquecido, e, como o IBGE vem registrando ganho real (acima da inflação), “isso acende uma luz amarela para o Comitê”. O aumento das tensões geopolíticas têm riscos relevantes. Por isso, não vemos motivos para uma aceleração no ritmo de corte da Selic e o Banco Central continuará recomendando cautela e serenidade”, explica.

O Estado de S.Paulo - SP   29/01/2024

O Brasil pode voltar a crescer como potência industrial, se nenhuma grande bobagem for cometida em Brasília. Emperrada e abandonada pelo governo por mais de dez anos, a indústria é reabilitada, agora, como um dos focos da política econômica. Com financiamento previsto de R$ 300 bilhões até 2026, o programa foi recebido com ceticismo e críticas por analistas do mercado. Se o dinheiro aparecer e as mudanças começarem, ainda será necessário um enorme esforço de recuperação. O setor produziu em novembro 17,6% menos que em seu pico histórico, atingido em maio de 2011. Mesmo com alguma retomada na fase pós-pandemia, a produção da indústria foi 0,9% menor que em fevereiro de 2020, quando ainda eram poucos, no País, os casos conhecidos de covid-19.

A quase paralisia continuou no primeiro ano do governo Lula. Nos 12 meses até novembro, foi nulo o crescimento em relação ao período imediatamente anterior. Não houve surpresa. O desempenho havia sido negativo em seis dos dez anos contados de 2013 a 2022. No curto mandato do presidente Michel Temer conseguiu-se remediar, em parte, o desastre fiscal e inflacionário deixado pelo governo Rousseff. Mas quase nada se avançou entre 2019 e 2022, quando o ocupante do Palácio do Planalto cuidou mais de interesses familiares que da tarefa de governar.

A eleição presidencial de 2022 permitiu a reinstalação, em Brasília, de uma efetiva administração nacional, reconhecível como governo por seus partidários e também pelos opositores. Confusões e algumas besteiras notáveis, como os ataques do presidente da República ao presidente do Banco Central, mancharam o primeiro ano do novo mandato. Ao mesmo tempo, no entanto, o Executivo se reorganizou e o poder central voltou a funcionar, apesar de erros e deficiências, com um roteiro adequado a uma economia emergente, isto é, ainda a caminho do desenvolvimento.

Resistindo às pressões do PT, o governo cuidou de suas contas com razoável parcimônia, evitando a gastança e avançando no rumo do equilíbrio das finanças federais. Para alcançar a meta fiscal deste ano, mais ambiciosa que a de 2023, o Executivo dependerá, no entanto, de uma ampliação das fontes de receita, solução rejeitada por empresários e complicada pela resistência parlamentar. Também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, inicialmente, a pretensão de déficit zero anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Mas acabou recuando e admitindo, aparentemente, o esforço proposto pelo ministro, principal fiador da gestão lulista perante o mercado financeiro.

Uma rara combinação de propósitos passa a marcar oficialmente, portanto, o governo federal. O Executivo se compromete, ao mesmo tempo, com a disciplina fiscal e com um programa de desenvolvimento voltado para a redução da pobreza, a expansão econômica e a recuperação de um papel relevante no mercado internacional. O Brasil se manteve como importante fornecedor de produtos agropecuários, mesmo nos piores momentos da gestão bolsonarista, mas o esforço de maior integração nas cadeias internacionais de produção foi claramente reduzido.

Há oportunidade, agora, de revitalização da diplomacia econômica e de novo esforço de inserção de todos os setores produtivos no mercado global. O sucesso dependerá, naturalmente, de avanços em produtividade e em competitividade e também da articulação de esforços pelas associações empresariais e pelo governo.

De imediato, o País passa a dispor de um plano de reindustrialização – ou neoindustrialização, como se diz no governo – resumido no documento intitulado Nova Indústria Brasil. Essa política atribui ao setor industrial missões em seis grandes áreas: 1. infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade; 2. agroindústria; 3. complexo industrial da saúde; 4. transformação digital; 5. bioeconomia; 6. tecnologia de defesa.

Compras governamentais, facilidades financeiras e preferências a componentes nacionais devem servir de apoio às mudanças empreendidas pelas empresas. São formas de ação também usadas nas economias mais desenvolvidas. Embora defensáveis, envolvem riscos, porque podem resultar em mero protecionismo comercial e em defesa da ineficiência, como já se observou no Brasil e em vários outros países. No caso brasileiro, basta lembrar a experiência custosa e desastrosa dos benefícios concedidos, ainda no século passado, a fornecedores de equipamentos para o setor petrolífero.

O presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, provavelmente conheceram, como todos os cidadãos bem informados, os custos econômicos e os escândalos ligados às velhas políticas de conteúdo nacional. Parte da devastação financeira da Petrobras, há algumas décadas, decorreu de políticas desse tipo. Devem estar prevenidos, portanto, para os perigos associados a esse tipo de proteção. Não basta fazer da indústria, novamente, um dos focos da política de crescimento. É essencial evitar a repetição de erros, como aqueles vinculados, por exemplo, à exigência de conteúdo local.

MINERAÇÃO

Agência Brasil - DF   29/01/2024

Brumadinho (MG) é a cidade do país com maior número de conflitos envolvendo a mineração. Um estudo divulgado pela Universidade Federal Fluminense (UFF) listou 30 ocorrências, em sua maior parte relacionadas com a tragédia ocorrida há cinco anos. No episódio, o rompimento de uma barragem da mineradora Vale no dia 25 de janeiro de 2019 resultou em 270 mortes, em grande devastação ambiental e em impactos nas comunidades da região.

O estudo foi coordenado pelo geógrafo Luiz Jardim Wanderley, professor da UFF. Ele resultou no Relatório de Conflitos da Mineração no Brasil, lançado no mês passado. A publicação foi fruto de uma parceria entre a UFF e o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração, que congrega diferentes organizações da sociedade civil.

Nesta quinta-feira (25), a tragédia completou exatos cinco anos. Os atingidos convocaram atos ao longo da semana para prestar homenagens aos que se foram, além de cobrar reparação justa e punição dos responsáveis. As famílias das vítimas contabilizam 272 mortes, levando em conta que duas mulheres estava grávidas.

"Desde 2020, quando começaram os levantamentos pelo Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração, Brumadinho tem sido o epicentro dos conflitos no Brasil. São dezenas de mobilizações em busca de reparação, são mais de duas dezenas de comunidades em conflito com a Vale e outras mineradoras que operam no município. A maioria dos conflitos envolve dispostas pela reparação e os efeitos do desastre sobre a terra e a água", diz Luiz Jardim Wanderley.

O geógrafo explica que a população de Brumadinho tem se mobilizado diante de violações e de negligências das mineradoras, em especial à Vale. "O município apresenta uma média de mais de um protesto por mês, que visam manter viva a denúncias pela não compensação devida pelo desastre e também evidenciar novas violações de direitos."

Procurada pela Agência Brasil, a Vale não comentou os resultados do levantamento. Em nota, a mineradora disse estar comprometida com a reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho, priorizando as pessoas, as comunidades impactadas e o meio ambiente.

Conforme os dados levantados pelos pesquisadores da UFF, na comparação com 2021, houve em 2022 um aumento de 22,9% no total de localidades com conflitos envolvendo a mineração. Ao longo do ano passado, foram registradas 45 mortes relacionadas com a atividade minerária. Os estados que mais concentraram localidades com ocorrências foram Minas Gerais (37,5%), Pará (12,0%) e Amazonas (7,4%).

Ao todo, o relatório contabiliza 792 localidades e 932 ocorrências de conflito, envolvendo mais de 688 mil pessoas. Mais de 90% dos conflitos envolveram disputas por terra ou água. Os minérios mais presentes nas ocorrências foram Minério de Ferro (40,1%) e Ouro (26,3%).

O relatório também lista as empresas relacionadas com os conflitos. A Vale lidera a relação com 115 ocorrências, 24% do total. No caso do garimpo ilegal, foram mapeados 270 conflitos, nos quais os indígenas são o grupo social mais violado. Eles são vítimas em 31,9% dessas ocorrências.

No relatório, estão sistematizados conflitos em meio rural e urbano. O mapeamento inclui tanto os casos envolvendo mineradoras como grupos que exploram o garimpo ilegal. Os registros são variados: perdas de vidas, remoções forçadas, pressões e ameaças.

De acordo com Luiz Jardim Wanderley, os danos vão desde o sofrimento humano até a desestruturação do tecido social das comunidades afetadas. "A mineração tem sido uma atividade de grande violações de direitos humanos e ambientais. Os mais violados, pela atividade legal ou ilegal, são os mais pobres, indígenas e negros", diz ele. Segundo o geógrafo, os dados revelam como opera o racismo ambiental.

Luiz Jardim Wanderley também observa que as disputas territoriais se sobressaem e se manifestam por meio da expulsão de pessoas, invasões e inviabilização do uso da terra. Ele destaca também a ocorrência de conflitos em decorrência dos impactos sobre os recursos hídricos, incluindo a captura excessiva e a contaminação das águas, bem como a poluição. Outras situações registradas no relatório estão relacionadas com condições degradantes de trabalho.

IstoÉ Dinheiro - SP   29/01/2024

Apesar de dar um salto tímido – mas promissor – de quase 2% no preço das ações na última terça-feira, 24, a Vale (VALE3) marca um momento para investidores ficarem de olho nas primeiras semanas de 2024. A mineradora teve queda de quase 12% em três semanas, com R$ 77,05 no dia 2/1 e batendo os R$ 68,36 no último dia 25.

As ações da companhia fecharam o último pregão com queda de 2,2%, acumulando perda de 11,3% desde o início do ano. Com isso, o valor de mercado atual da Vale é de R$ 309,1 bilhões.

Nesta quinta, a Justiça Federal condenou a dupla Vale e BHP Billiton, que controlam a Samarco S.A., a pagar uma multa de R$ 47,6 bilhões como indenização por danos morais coletivos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015. O valor, segundo a 4ª Vara federal cível e agrária de Belo Horizonte, deverá ser corrigido com juros desde a data do desastre.

A empresa viveu uma alta de 1,92% na manhã da última quarta-feira, com papéis a R$ R$ 70,55, e sensação de respiro. Porém, a queda da Vale em 2024 pode ter uma combinação de valores, segundo Rafael Zuanazzi, advogado empresarial e sócio da Russell Bedford Brasil.

“Uma parte da queda pode ser realização de lucros. No final do ano de 2023 houve um aumento do valor da ação, o que pode levar a venda agora”, avalia. Outro ponto que influência o valor é uma perspectiva de baixa no mercado chinês de construção, o que demandaria menos minério de ferro (principal produto de exportação da Vale).

Os contratos futuros de minério de ferro subiram na terça-feira, 23, subindo a confiança dos investidores. O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,42%, a 965,5 iuanes (134,70 dólares) a tonelada, o nível mais alto desde 12 de janeiro.

“Para este início de ano, parecer ser mais uma incerteza voltada ao preço do minério e da demanda da China por ele, do que casos ligados ao [Guido] Mantega”, afirma. O presidente Lula (PT) sugeriu e quer o ex-ministro da Fazenda para o Conselho de Administração da Vale.

“Há um barulho sobre Manteiga assumindo, e que estaria precificando no preço o risco do nome. Apesar de não parecer ser o nome mais forte, há pessoas que o consideram e precificam, logo, também não podemos desconsiderar”, diz Zuanazzi.

Preocupações com o crescimento da economia chinesa também são pontos cruciais, diz Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed. “Com a economia chinesa apresentando resultados ligeiramente positivos, mas sem o mercado acreditar em um processo mais estável e duradouro, as ações devem apresentar um comportamento de alternância entre quedas e ligeiras recuperações, com os preços travados dentro de um range entre R$ 60 e R$ 75”, avalia.

Valor - SP   29/01/2024

O conselho de administração da Vale deve se reunir de forma extraordinária na próxima sexta-feira (2) para discutir a sucessão do presidente da companhia.

Depois do recuo do governo em tentar colocar o ex-ministro Guido Mantega na Vale, a expectativa se volta agora para os próximos passos no complexo processo sucessório para CEO da mineradora. As negociações, apurou o Valor, vão se estender pelo mês de fevereiro.

O conselho de administração da Vale deve se reunir de forma extraordinária na próxima sexta-feira (2) para discutir a sucessão do presidente da companhia.

Antes, na quarta-feira (31), está marcada a reunião ordinária do colegiado da mineradora, cuja pauta está fechada há mais tempo, é extensa e não deve abordar a questão sucessória.

O recuo político do governo no caso Mantega significou vitória para parte dos acionistas da empresa e para gestores e investidores, que enxergam nos movimentos do Planalto uma clara interferência na mineradora, que foi privatizada há 27 anos, em 1997, e cuja governança foi sendo aprimorada, sobretudo depois das tragédias de Mariana (MG), em 2015, e Brumadinho (MG), em 2019.

“Nessa guerra se ganhou uma batalha”, avalia um interlocutor. Mas ainda há um longo caminho até a definição da liderança da Vale. O processo sucessório segue aberto e indefinido.

A “guerra” em questão começou quando o Planalto sinalizou, ainda em 2023, que gostaria de colocar Mantega na companhia. Seria uma escolha pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem colocado aliados em cargos-chave na volta ao poder (vide Aloizio Mercadante, no BNDES, e Marcio Pochmann, no IBGE).

No início de 2024, o tema Mantega na Vale chegou a esfriar, mas voltou com força nas últimas duas semanas à medida em que se aproximava o prazo final para definir o próximo presidente da empresa.

Na semana passada, o Planalto lançou mão de todo seu arsenal, que envolveu, inclusive, o próprio presidente Lula que, embora não tenha abordado o tema sucessório diretamente, fez postagem criticando a Vale no dia em que a tragédia de Brumadinho completou cinco anos, na quinta-feira (25). A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também entrou no jogo, ao defender Mantega para o conselho da mineradora em postagem na rede X (antigo Twitter).

Também no circuito, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ligou para acionistas da Vale para pressionar pela indicação de Mantega, conforme antecipou o colunista Lauro Jardim, de “O Globo”. Na sexta-feira (26), contudo, Silveira deu entrevista, em Brasília, para dizer que desconhecia qualquer movimento nesse sentido e voltou a criticar a gestão da Vale.

O Valor apurou que Silveira conversou com o presidente do conselho de administração da Vale, Daniel Stieler, e indicou que o governo está disposto a receber conselheiros do grupo para discutir os rumos da empresa. Fontes afirmam que Stieler teria conversado com Lula sobre a Vale na semana passada. O executivo não comenta o assunto.

No mesmo dia em que Lula desistiu de emplacar Mantega, o Ministério dos Transportes enviou notificação à Vale cobrando R$ 20 bilhões em concessões que foram renovadas de forma antecipada no fim do governo Jair Bolsonaro.

Em entrevista ao Valor, o ministro Renan Filho negou haver qualquer relação entre os dois episódios. A notificação feita à Vale, segundo o ministro, segue entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU) em um acordo já firmado pelo governo Lula com a Rumo. A ferrovia pertence a Rubens Ometto, sócio minoritário da Vale.

No entendimento do tribunal, a empresa descontou do valor da outorga, de maneira incorreta, os ativos não amortizados em uma ferrovia ao renovar antecipadamente a concessão. A Vale adotou procedimento semelhante ao renovar a concessão da Estrada de Ferro de Carajás por mais 30 anos, abatendo R$ 19,4 bilhões em ativos para pagar R$ 640 milhões de uma outorga de R$ 20 bilhões. No entendimento do ministro, esse abatimento deveria ser feito ao longo dos 30 anos e, da maneira como ocorreu, configura “duplo benefício”.

Procurada para falar sobre a concessão, a Vale confirmou ter recebido a notificação e informou que irá analisar o documento. “A empresa continua cumprindo com as obrigações decorrentes da renovação antecipada das ferrovias Estrada de Ferro Vitória a Minas e Estrada de Ferro Carajás em 2020, tendo entregado 100% do compromisso cruzado da Fiol e adquirido os equipamentos necessários para expansão da oferta de trem de passageiros. As obras de mobilidade urbana, que irão beneficiar 33 municípios a partir de investimentos previstos de R$ 2,8 bilhões, e a obra da Fico (Ferrovia de Integração do Centro-Oeste), com desembolsos de R$ 10,7 bilhões, seguem em implantação.”

A mineradora, contudo, não comenta sobre a sucessão.

Um ponto em aberto para o novo presidente da Vale é se o governo teria buscado uma contrapartida após o recuo sobre Mantega. O governo retiraria o nome do ex-ministro, mas não haveria a recondução do atual CEO, Eduardo Bartolomeo. Essa versão não é confirmada por fontes próximas à empresa, mas é possível que o arranjo seja colocado na mesa em algum momento.

O nome de Luís Henrique Guimarães, membro do conselho da Vale, tem sido defendido por parte dos acionistas. Guimarães, da Cosan, é executivo de confiança de Rubens Ometto, que se tornou acionista da Vale e tem apoio de parte dos investidores da mineradora, apurou o Valor. Um executivo de mercado também não está descartado.

Na semana passada, o comitê de pessoas, ligado ao conselho da Vale, se reuniu para seguir com a avaliação da gestão de Bartolomeo. O relatório do comitê ainda deve ser apresentado ao colegiado. Mas a palavra final será mesmo do board, formado por 13 integrantes, sendo 12 eleitos em assembleia e um pelos empregados da mineradora.

O conselho da Vale, que tem mandato até abril de 2025, parece estar dividido quanto à recondução de Bartolomeo, segundo relatos de pessoas próximas da discussão. A avaliação geral seria positiva em relação à gestão do executivo, que centrou o trabalho na recuperação da empresa depois de Brumadinho, a maior crise na história de mais de 80 anos da Vale.

Críticos dizem, porém, que também são apontados pontos “fracos” da gestão. Um deles seria a baixa interlocução com o governo, que é o “dono” das riquezas minerais exploradas pela Vale e também quem dá as licenças para operação de minas, ferrovias, portos. A Vale é, antes de tudo, uma empresa de logística integrada.

No conselho da Vale, a Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, aliada do governo, tem duas cadeiras. A Bradespar, holding de participação do Bradesco, e a japonesa Mitsui têm um assento cada uma. Há ainda oito conselheiros considerados independentes, além do representante dos empregados.

É desse colegiado que sairá a palavra final sobre o CEO, o que ainda pode demorar além do que se previa inicialmente. Colaborou Mônica Scaramuzzo

Infomoney - SP   29/01/2024

– Os preços do minério de ferro e de outras commodities ferrosas caíram nesta sexta-feira, mas a maioria dos produtos caminhava para encerrar a semana com ganhos, com os investidores se reconfortando com o otimismo em relação às políticas de apoio da China, maior mercado consumidor, para sustentar sua frágil economia.

O minério de ferro de maio mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, fechou em queda de 0,1%, a 989,50 iuanes (137,82 dólares) por tonelada.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro mais ativo de fevereiro caiu 0,2%, para 135,10 dólares a tonelada.
Em uma base semanal, o contrato de Dalian subiu 4,3%, o maior ganho desde novembro de 2023, enquanto o de Cingapura avançou 4,2%, no caminho para sua melhor semana desde novembro passado.

O banco central da China anunciou na quarta-feira um corte profundo nas reservas mantidas pelos bancos, em uma medida que injetará cerca de 140 bilhões de dólares no sistema bancário.

De acordo com uma reportagem da Bloomberg, as autoridades chinesas estavam considerando a possibilidade de mobilizar cerca de 2 trilhões de iuanes (278,61 bilhões de dólares) para estabilizar seu mercado acionário em queda, o que impulsionou o sentimento de risco.

“Qualquer nova flexibilização da política poderia funcionar como um catalisador de alta para os preços. Além disso, esperamos que os fundamentos se tornem mais favoráveis aos preços após o Ano Novo Chinês, em meados de fevereiro”, disseram os analistas do Citi em uma nota.

O centro siderúrgico da China, a cidade de Tangshan, na província de Hebei, anunciou que lançará uma resposta de emergência de nível 2 devido à forte poluição do ar a partir de 26 de janeiro, de acordo com uma declaração do governo da cidade de Tangshan em sua conta WeChat na quinta-feira.

Normalmente, as usinas siderúrgicas precisam reduzir sua capacidade de sinterização em 30% a 50% em resposta ao alerta, e não está claro quando os controles de poluição serão suspensos.

Money Times - SP   29/01/2024

A Vale (VALE3) reporta no início desta semana o relatório de produção e vendas referente ao quarto trimestre do último ano. Os números são considerados uma prévia para os resultados mais à frente, quando o mercado conhecerá o desempenho do ano cheio de 2023 da mineradora.

Analistas avaliam uma boa temporada para a companhia. O BTG Pactual segue defendendo o setor de mineração diante dos desafios enfrentados pela indústria siderúrgica, com Vale despontando como destaque positivo.

Na avaliação do banco, a companhia deve superar as expectativas do mercado, “já que o desempenho operacional melhorou em diversas frentes”: volumes, preços realizados e unidade de metais básicos (níquel e cobre).

De acordo com o BTG, com base em dados da Bloomberg, a Vale deve reportar uma produção de 91 milhões de toneladas de minério de ferro no quarto trimestre de 2023, levando a um aumento de receitas, a US$ 13,2 bilhões.

Lucro da Vale deve subir

Na avaliação da XP Investimentos, com o aumento sequencial nos preços do minério de ferro no quarto trimestre, não só Vale como CSN Mineração (CMIN3) devem apresentar resultados sólidos.

Como o BTG, a XP espera uma melhor performance vindo das mineradoras, enquanto os números das empresas siderúrgicas devem refletir um ambiente ainda desafiador para os preços do aço.

Para a Vale, a corretora projeta receitas de US$ 13,6 bilhões e aumento do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), totalizando US$ 6,47 bilhões (salto sequencial de 44% e anual de 29%).

O lucro líquido esperado pela XP é de US$ 3,77 bilhões, leve alta de 1% sobre o quarto trimestre de 2022, mas disparada de 33% em relação ao terceiro trimestre de 2023.

Analistas da instituição preveem também um aumento sequencial de 17% nos volumes de minério de ferro da Vale.

Em contrapartida, a XP acredita que a mineradora deve entregar números mais fracos das operações de metais básicos, com uma queda anual de 50% do Ebitda devido à fraqueza do segmento de níquel, impactado por volumes e preços realizados menores.

O Bank of America destaca queda do custo caixa C1 como um ponto positivo a se esperar no balanço da Vale.

O relatório de produção e vendas da Vale é esperado para segunda-feira (29), após o fechamento do mercado.
VALE3: recomendações divergem entre si

O BTG segue favorecendo teses com exposição ao minério de ferro em 2024, apesar de um início de ano desanimado para a commodity. Isso porque o banco prevê um déficit no mercado transoceânico de aproximadamente 30 milhões de toneladas, o que deve manter os preços elevados ao longo do ano.

“Reiteramos nossa estimativa de US$ 120/tonelada para o ano”, afirma.

Negociada a 4 vezes EV/Ebitda (Valor da Empresa/Ebitda) e com potencial de dividend yield (rendimento do dividendo) de ~12-13%, a Vale é a principal escolha do BTG no setor.

Mais cautelosa, a XP tem atualmente recomendação neutra para as ações da mineradora. O preço-alvo de R$ 73 implica um potencial de valorização limitado, considerando a cotação atual.

IstoÉ Online - SP   29/01/2024

Cerca de 700 mil indivíduos atingidos, entre famílias, municípios e povos tradicionais brasileiros aguardam o julgamento contra a mineradora Samarco, controlada pela Vale S.A. e pela BHP Billiton, para reparação coletiva de um dos maiores desastres socioambientais do país. As sessões começam nesta quarta-feira, 31, em Londres, para julgar a ação movida pelas vítimas após quase 9 anos do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG).

O julgamento de responsabilidade sob o colapso da barragem está marcado para outubro de 2024 na corte da Inglaterra e País de Gales. Na última quinta-feira, 25, a Justiça Federal no Brasil condenou a Vale, a BHP e a Samarco a pagar R$ 47,6 bilhões como indenização pelos danos morais coletivos causados pelo rompimento da barragem. Porém, a decisão não é final e cabe recurso.

A IstoÉ conversou com uma das representantes legais das vítimas que aguardam o julgamento em solo inglês. Confira:

O que aconteceu

Há pouco mais de oito anos, em 5 de novembro de 2015, a barragem do Fundão, que ficava em Mariana (MG), rompeu-se no subdistrito de Bento Rodrigues – cerca de 35 km de distância do centro da cidade -, liberando um volume de lama tóxica que atingiu o Rio Doce e chegou até o Oceano Atlântico. Banhando 230 municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo, o rio sofreu um pesado processo de contaminação pela lama tóxica.

A advogada Ana Carolina Salomão, sócia do escritório de advocacia Pogust GoodHead, representante das vítimas na ação coletiva movida na Inglaterra, costuma comparar o volume de lama tóxica derramada na região com o equivalente a 20 pirâmides do Egito. “Quando falamos da lama, dá a impressão que o problema foi acarretado por uma força de erosão, uma força física. Mas não foi o caso”, afirma.

Junto ao volume de terra derramada, havia rejeitos da operação de mineração, principalmente produtos químicos que não são absorvidos  pela natureza. Conforme o volume de terra com produtos químicos desceu de Mariana rumo ao litoral do Espírito Santo, foram arrastados corpos, casas, carros, escolas, igrejas, animais e vegetação, deixando um rastro de produtos químicos potencialmente letais.

O caso fez 19 vítimas fatais, incluindo crianças.

Desde 2018, a anglo-australiana BHP Billiton enfrenta na Inglaterra a maior ação coletiva ambiental do mundo, movida por cerca de 700 mil atingidos pelo rompimento da barragem do Fundão, em 2015; As duas mineradoras são controladoras da Samarco, empresa responsável pela operação da barragem quando o desastre ocorreu, via joint venture; Em 2023, a justiça inglesa acatou o pedido da BHP para incluir a Vale para dividir a responsabilidade – e consequentemente o valor da indenização e custos do processo – no julgamento. Por que o caso foi parar na Inglaterra?

Logo depois que o desastre aconteceu, diversas partes no Brasil se mobilizaram para organizar o processo de reparação para as vítimas: as próprias empresas, o Ministério Público e também alguns particulares. Ana Carolina reforça que nenhuma dessas diversas tentativas deu certo, “na medida de serem insuficientes para compensar essas pessoas por todo o dano que foi causado”.

“Existiram algumas tentativas de reparação feitas pela própria Samarco, enquanto empresa subsidiada pela Vale que operava a mina, e da própria Fundação Renova que foi criada também pela Samarco para fazer a tentativa de realocação e reparação das vítimas. Mas esse processo nunca foi completado, nunca foi suficiente para arcar com todos os danos e despesas que essas pessoas tiveram e têm direito a recuperar”, defende a advogada.

A Fundação Renova é uma organização não governamental privada criada em 2016 com a finalidade de reparar danos causados para as vítimas do rompimento da barragem do Fundão. A instituição foi considerada ‘ineficiente na condução do processo de reparação dos danos’, segundo a Comissão Extraordinária de Acompanhamento do Acordo de Mariana, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Leia aqui a decisão.

A legislação inglesa, conforme explica Ana Carolina, permite que os demandantes proponham a ação no domicílio do réu, no caso, a BHP na Inglaterra. A mineradora anglo-australiana controlava, em conjunto com a Vale, a operação da barragem do Fundão e as tomadas de decisões que levaram ao desastre socioambiental, e foram tomadas fora do Brasil.

“Embora o caso seja litigado nas cortes de Londres, a legislação utilizada é a legislação ambiental brasileira. Ela [legislação brasileira] tem conceitos bastante protetivos do meio ambiente, por exemplo, que o ente poluidor deve pagar pelos danos da ação que acarretou o dano ambiental. São aspectos muito relevantes, não só para esse caso, mas porque estamos conseguindo exportar a legislação brasileira num contexto de mudanças climáticas, num contexto em que o Brasil está tentando e conseguindo ter uma prioridade na pauta ambiental mundial”, alegam os advogados das vítimas.
As vítimas

O escritório Pogust GoodHead representa, nesta ação, cerca de 700 mil atingidos pelo rompimento da barragem do Fundão. Além de comunidade indígenas e quilombolas, há também pequenos negócios, companhias públicas, instituições religiosas e municípios, todos eles agrupados dentro da mesma ação. “As pessoas tentavam ter um acesso individual, mas ele era prejudicado. Mas não somos os advogados de um grupo de 700 mil; somos advogados de pessoas, de indivíduos”, diz Ana Carolina.

“Nós somos advogados, por exemplo, do Marcelo e do Michael Krenak, indígenas que estão ali pela pela região e que eles não só sofreram com relação à falta de acesso a água, que está até então poluída, mas também por uma questão de perda cultural; somos também advogados da Gelvana, mãe do Tiago, uma criança que foi arrastada pela lama; somos advogados da companhia de água, do município de Mariana, do município de Governador Valadares, que todos eles sofreram danos. É parte de um coletivo, mas eles são também individualizados”, diz a defesa.

“Sou mãe do Tiaguinho. O que eu espero dessa audiência em Londres é que sejamos reconhecidos. Não sejamos só um número, mas sim reconhecidos e que a justiça seja feita, pelo menos lá”.

Gelvana Aparecida Rodrigues, mãe de Tiago Damasceno, 7, vítima do desastre em Bento Ribeiro (MG).

Para o Povo Krenak, por exemplo, que vive em uma reserva protegida próxima a Resplendor (MG), o Rio Doce é sagrado – chamado de Uatu, e o consideram seu pai e mãe espiritual. Com a chegada da onda de rejeitos tóxicos ao trecho do rio que margeia a reserva, junto com a massa de peixes mortos e contaminados que a acompanhava, os Krenak passaram a acreditar que Uatu havia morrido. O consumo de água e a pesca foram cessados com a tragédia, assim como prejudicado o ato de transmitir a cultura e os conhecimentos do povo Krenak.

A indenização

Na disputa, os advogados pedem R$ 230 bilhões (US$ 44 bilhões), incluindo 12% de juros/ano, na indenização. “Sabemos qual foi a perda de cada um dos nossos clientes. Se teve algum familiar envolvido vítima fatal, se estavam no no local, quem teve que correr, se eram trabalhadores da mina, se tinham alguma casa ou alguma propriedade imobiliária que foi destruída; a perda de arrecadação tributária envolvida em consequência desse desastre. É uma metodologia bastante detalhada para individualizar o quanto cada um de fato tem de direito”, explica a advogada.

Em pontos percentuais, os danos totais estimados por grupo de reclamantes correspondem a: indivíduos – considerando indígenas e quilombolas (66%), municípios (23%), empresas (10%) e instituições religiosas e autarquias (1%).

“O que deveria chocar não é o valor da ação. O que deveria chocar é a extensão dos danos que jamais foram compensados, pelo menos não integralmente”, reforça Ana.
O que esperar da audiência?

As sessões dos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro  ocorrerão na Corte de Tecnologia e Construção, em Londres, e vão discutir a condução do processo, o que será apresentado no julgamento – marcado para outubro –, o planejamento das próximas audiências e o cronograma dos procedimentos judiciais.

As audiências, a cargo da juíza Finola O’Farrell , são denominadas “Case Management Conference” (Audiência para Gerenciamento do Caso, em português).

“Trata-se uma audiência de organização do caso. A juíza e as partes precisam acordar prazos, como é quando cada parte tem que colocar petição, depoimento de testemunha, rolamento de testemunha, e produção de evidência. Diferentemente do que acontece no Brasil, em que a gente tem tudo isso no Código de Processo Civil, na Inglaterra não é assim. Lá os procedimentos dependem de cada caso, especialmente em um julgamento tão complexo quanto esse”, alega a defesa.

Além do processo mais metódico e técnico, o Pogust GoodHead entende o momento como extremamente relevante para representatividade. Estarão presentes nas sessões algumas das vítimas do desastre, como Marcelo Krenak, vice-cacique de uma das oito comunidades; e Gelvana Aparecida Rodrigues, mãe de Tiago, de 7 anos, uma das vítimas fatais do desastre.

“Diante desse longo tempo que estamos sofrendo, esse crime segue acontecendo, pois estamos ao lado do nosso rio sagrado e ele está contaminado, está morto. A gente espera que dessa audiência que possa ter avanço nas discussões e que a corte inglesa se sensibilize pelas situações, pelos casos das pessoas atingidas. Não somente pelo nosso povo, mas por todos que foram atingidos, porque o rio é sagrado para o povo Krenak, é um ente querido que esteve desde o começo da existência do povo. O rio esteve ao nosso lado nos protegendo, nos guardando, sempre que precisássemos, ele nos socorria. Diante desse crime que aconteceu, essas empresas que poluem, que matam, que devastam o meio ambiente, devem e tem que ser punidas”

Marcelo Krenak, vice-cacique da comunidade, que hoje vive em Resplendor (MG).

A Samarco S.A. anunciou um plano de recuperação judicial em setembro de 2023. Questionados se o caso pode atrapalhar, em cenário de vitória, o pagamento da indenização, Ana Carolina contesta: “A Samarco é um modelo falido. [A recuperação judicial] tem um peso sim, no sentido de que evidencia que os mecanismos de compensação e de indenização disponíveis no Brasil são não apenas insuficientes, mas inapropriados. Não é o nosso argumento principal, mas é de fato, uma evidência de que hoje não existe um mecanismo de reparação das vítimas no Brasil”, afirma.

O escritório defende que o mais vantajoso seria fechar um acordo justo, suficiente e que cubra integralmente os danos que eles tiveram em decorrência desse desastre, considerando o tempo e recursos que essas empresas têm para arrastar essas decisões judiciais por um tempo prolongado, que não é favorável para as vítimas. Porém, não houve procura das empresas para fechar um acordo.

A defesa acredita que a audiência na Inglaterra já é ‘a maior e melhor esperança’ de reparação integral para as vítimas.

“O caso tem um fator endêmico: a barragem rompeu no Brasil e o rio que foi poluído é brasileiro, as vítimas fatais são brasileiras, porém ele reverbera no mundo todo. Foi uma multinacional baseada fora que entra no Brasil, explora os recursos naturais, recolhe os seus proveitos, repassa para cadeia de comando os seus lucros e sai sem nenhuma responsabilização, sem sequer obedecer à própria legislação ambiental brasileira”, finaliza a advogada do escritório Pogust GoodHead.

O atual prefeito da cidade de Mariana, Celso Cota, reforça que o local sofreu perdas incontáveis.

“Não tem dinheiro que paga o sofrimento vivido por todas essas famílias, não tem dinheiro que paga o tempo perdido, não tem dinheiro que paga os impactos sociais vividos por todos nós. Mas está na hora de darmos um ponto final nessa história, está na hora de sermos devidamente indenizados. (…) Temos muita esperança que a semana que inicia seja uma semana de grandes avanços em relação à justiça. Esperamos que de forma definitiva e muito clara, que as mineradoras possam reconhecer o dano causado”.

Celso Cota, prefeito de Mariana (MG).
O que dizem as empresas

A BHP afirma que ‘refuta integralmente os pedidos formulados na ação ajuizada no Reino Unido’ e continuará com sua defesa no processo, que é desnecessário por duplicar questões já cobertas pelo trabalho em andamento, sob a supervisão dos tribunais brasileiros, e objeto de processos judiciais em curso no Brasil. A mineradora diz que segue em colaboração com a Samarco e a Vale em prol da reparação das vítimas.

“A Renova já desembolsou mais de R$ 33 bilhões em ações de reparação, dos quais aproximadamente 50% foram pagos diretamente às pessoas atingidas por meio de indenizações individuais. Mais de 200 mil autores no processo inglês já receberam pagamentos no Brasil”, informou a BHP Billiton em nota.

Procurada, a Vale, até o fechamento desta reportagem, não se pronunciou a respeito.

Máquinas e Equipamentos

Valor - SP   29/01/2024

Fabricante de máquinas vai destinar R$ 120 milhões para nova unidade em Contagem (MG).

A Komatsu, fabricante japonesa de equipamentos para os setores de mineração, construção e florestal, está investindo R$ 175 milhões no Brasil para a instalação de duas unidades da divisão de mineração.

Ricardo Alexandre Vieira dos Santos, vice-presidente da divisão de mineração da Komatsu, disse que com as novas unidades em operação, a divisão vai aumentar em 30% a 40% sua capacidade operacional. “O foco principal é o minério de ferro, que representa 80% da mineração no Brasil. E também temos demanda crescente em mineração de cobre e ouro”, afirmou.

Nesta segunda-feira (29), a companhia lança a pedra fundamental da unidade de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, que consumirá R$ 120 milhões. A unidade será a nova sede da divisão de mineração no país e vai abranger as áreas de manutenção e reparo de equipamentos, além de almoxarifado de peças. As obras estão previstas para começar este mês. A expectativa é que entre em operação no fim de 2025.

Com o novo complexo, a sede em Lagoa Santa (MG) e o centro de reparos e escritório em Belo Horizonte serão fechados. Santos disse que os cerca de 350 empregados dessas unidades serão transferidos para Contagem. A unidade de reparos em Conselheiro Lafaiete (MG) será mantida.

A outra unidade, estimada em R$ 55 milhões, está em fase de construção em Parauapebas (PA) desde 2020 e deve ser concluída neste ano. A operação de mineração da Komatsu emprega 1,5 mil pessoas no Brasil - o grupo possui outras duas fábricas, em Arujá (SP) e Suzano (SP), voltadas para os setores de construção e florestal.

AUTOMOTIVO

Veja - SP   29/01/2024

Um dos marcos do nosso tempo é a voracidade da indústria chinesa, alimentada pela imensa capacidade produtiva, preços baixos e — agora, sim, finalmente, depois de tanto descaso — a qualidade do que é vendido. O avanço global começou com eletrônicos, chegou ao campo de roupas e calçados e alcançou agora um setor, o da indústria automotiva, que parecia para sempre dominado por americanos, japoneses, sul-coreanos e europeus. O salto foi promovido, sublinhe-se, plugado na tomada, por meio dos carros elétricos. Resumo da ópera: você ainda terá um carro made in China e muito provavelmente ele será eletrificado, como mandam os bons modos de preocupações com o ambiente, e adeus aos combustíveis fósseis.

Dois resultados fundamentais foram divulgados no fim do ano passado. A BYD (Build Your Dreams), fundada em 2003 na cidade de Xian, superou, pela primeira vez, a Tesla de Elon Musk em número de veículos a bateria negociados. No último trimestre de 2023, foram 526 000 unidades, contra 484 000 da rival americana. Com isso, tornou-se a maior fabricante de veículos elétricos do mundo, com 3 milhões de unidades, incluindo os híbridos. A maior parte fica dentro da China, mas as exportações começaram a ampliar horizontes — e o Brasil e a Europa são mercados estratégicos. Com isso, o Japão deixou de ser o maior exportador de carros do mundo. São sinais claros de que os tempos, enfim, são outros.

O resto do mundo, compreensivelmente, teme o avanço chinês. Não à toa, governos buscam impor taxas maiores de importação para tentar conter a concorrência e proteger as indústrias locais. No Brasil, por exemplo, até o final de 2023 os veículos elétricos e híbridos importados não pagavam impostos. Foram oito anos de isenção, o que fez com que quase nenhuma montadora com produção local investisse em modelos eletrificados — as únicas exceções são a Caoa Chery e a Toyota, que têm modelos híbridos leves. No ano passado, com a chegada da BYD e da GWM, outra grife chinesa, o governo decidiu rever a taxação, retomada a partir deste mês e que seguirá de forma progressiva até chegar a 35% em julho de 2026. Nos Estados Unidos, onde a presença oriental ainda é pequena, o presidente Joe Biden já afirmou que pode aumentar as tarifas de importação. Os europeus anunciaram uma investigação em torno dos carros chineses.

A batalha está apenas começando, mas é certo antecipar o capítulo inicial de uma reviravolta repleta de nós diplomáticos e armadilhas econômicas. As montadoras tradicionais, de fato, vão perder espaço, pois simplesmente não têm capacidade de concorrer com os chineses, que viram a oportunidade com antecedência. “Esse desenvolvimento começou há dez, quinze anos”, diz o consultor Cassio Pagliarini, da Bright Consulting, especializada no setor automobilístico. “Os chineses estão no fim desse caminho, e não vemos muitos grupos ocidentais em posição de disputar esse espaço”. Gigantes, como a alemã Volkswagen, não estão bem posicionadas na corrida elétrica e tendem a perder mercado. Ao mesmo tempo, o acesso a veículos eletrificados bons, bonitos e baratos, repletos de tecnologias, é algo de interesse global. Há uma demanda crescente por métodos menos poluentes de transporte, e os carros a combustão são responsáveis por cerca de 15% de todas as emissões mundiais de CO2.

Apesar da bem-vinda preocupação ambiental, é preciso manter os pés no chão. A estrada rumo à eletrificação total da frota global é longa. Mesmo em mercados mais maduros, como o americano, a infraestrutura está longe do ideal. No severo inverno de cidades como Chicago, imagens de filas de espera e das estações de carregamento da Tesla congeladas circularam o mundo e chamaram a atenção para a necessidade de cuidados especiais com as baterias. No Brasil, o preço ainda elevado dos modelos eletrificados restringe sua participação no mercado, hoje em torno de 7%, embora tenha dado um salto (no início do ano era de 3,5%). As montadoras já presentes aqui querem mudar a situação. “Para a BYD, o Brasil é o país mais relevante para a companhia fora da China”, diz Alexandre Baldy, presidente do conselho de administração da empresa no país. Outras marcas já anunciaram planos de atuar em território brasileiro, como Omoda e Jaecoo. A China correu, correu e chegou lá, elétrica.

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Dinheiro - SP   29/01/2024

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) desacelerou a 0,23% em janeiro, ante 0,26% em dezembro, informou nesta sexta-feira, 26, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o indicador acumula alta de acumula alta de 3,23% em 12 meses.

Houve, em janeiro, arrefecimento de Materiais, Equipamentos e Serviços (0,28% para 0,10%), mas avanço de Mão de Obra (0,23% para 0,42%).

As aberturas mostraram desaceleração de Materiais e Equipamentos (0,30% para 0,09%), com destaque para o subgrupo materiais para instalação (1,09% para 0,02%). Houve, em contrapartida, aceleração de Serviços (0,09% para 0,20%), sob influência de projetos (-0,12% para 0,18%).

Influências

As principais pressões para baixo sobre o INCC-M de janeiro partiram de tubos e conexões de PVC (3,84% para -2,89%), vergalhões e arames de aço ao carbono (-0,48% para -0,23%) e placas cerâmicas para revestimento (0,14% para -0,33%), junto com esquadrias de ferro (-0,33% para -0,21%) e concreto betuminoso usinado a quente (0,26% para -0,23%).

Em contrapartida, puxaram o resultado para cima os itens condutores elétricos (-0,26% para 3,42%), armador ou ferreiro (0,15% para 0,69%) e encarregado (0,22% para 0,73%), seguidos por pedreiro (0,13% para 0,21%) e bombeiro (0,84% para 0,51%).

Capitais

Cinco das sete capitais pesquisadas apresentaram decréscimo em suas taxas de variação: Salvador (0,13% para -0,02%), Brasília (0,10% para -0,13%), Belo Horizonte (0,25% para 0,13%), Rio de Janeiro (0,36% para 0,17%) e Porto Alegre (0,23% para 0,12%). Somente aceleraram no período Recife (0,18% para 0,21%) e São Paulo (0,28% para 0,38%).

IstoÉ Online - SP   29/01/2024

O Índice de Confiança da Construção (ICST) caiu 0,2 ponto em janeiro, para 95,8 pontos. Foi o quarto recuo seguido do indicador, na margem. Em médias móveis trimestrais, porém, o ICST teve alta de 0,2 ponto nesta leitura. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira, 26, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

“A relativa estabilidade da confiança em janeiro reflete uma correção das expectativas. As empresas de infraestrutura ficaram menos otimistas. Em contraposição, a confiança das empresas de Edificações Residenciais avançou impulsionada especialmente pelas perspectivas com a demanda”, explica a coordenadora de Projetos da Construção do Ibre/FGV, Ana Maria Castelo, em nota.

Ela, acrescenta, contudo, que, apesar do “pessimismo moderado” para o conjunto do setor, o porcentual de empresas que espera crescimento da demanda supera o porcentual de queda em todos os segmentos, o que, segundo Castelo, sinaliza que a expectativa que prevalece para o s primeiros meses do ano é de crescimento.

Nas aberturas do indicador em janeiro, houve queda de 1,0 ponto no Índice de Expectativas (IE-CST), a 97,2 pontos. O movimento foi puxado pela queda de 3,3 pontos no indicador de demanda prevista para os próximos três meses, para 97,6 pontos, menor nível desde junho do ano passado. Já o indicador de tendência dos negócios para os próximos seis meses subiu 1,3 ponto, para 96,8 pontos.

Em janeiro, também houve avanço no o Índice de Situação Atual (ISA-CST) avançou 0,7 ponto, a 94,7 pontos, segundo a FGV. O indicador que mede a situação atual dos negócios subiu 2,0 pontos, a 94,4 pontos, enquanto, o indicador do volume de carteira de contratos recuou 0,6 ponto, a 94,9 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção cedeu mais uma vez nesta leitura, em 1,7 ponto porcentual, atingindo 77,1%. O Nuci de Mão de obra retraiu 1,6 ponto, enquanto o Nuci de Máquinas e Equipamentos contraiu 0,8 ponto.

Valor - SP   29/01/2024

Apenas 28 dos condomínios previstos para serem entregues neste ano são horizontais; ao todo, serão 149,8 mil novas unidades entregues.

A cidade de São Paulo deve bater um recorde de entrega de novos condomínios em 2024, com 818 novos empreendimentos que estavam em construção e ficarão prontos para morar. Serão 149,8 mil unidades entregues. É quase o dobro dos 424 condomínios registrados em 2023, com 52,2 mil unidades. Apenas 28 dos condomínios previstos para serem entregues neste ano são horizontais (de casas). O levantamento foi feito pelo Data Lello, braço de inteligência de dados da administradora imobiliária Lello.

Os bairros que mais terão novos condomínios neste ano são Pinheiros, Vila Mariana, Perdizes, Butantã, Vila Clementino, Itaim Bibi, Ipiranga, Vila Nova Conceição e Brooklin. É um reflexo da preferência da produção imobiliária nos últimos anos, que se concentrou nas zonas Oeste e Sul.

São regiões valorizadas e com infraestrutura urbana, que também permitem mais construções, de acordo com o Plano Diretor e o Zoneamento da capital, revisados em 2023 e neste ano. "O Plano Diretor há muitos anos vem incentivando o desenvolvimento imobiliário onde há mais oferta de transporte público, corredores de ônibus, estações de trem e metrô", ressalta Angelica Arbex, diretora de marketing da Lello Condomínios e coordenadora do levantamento.

A quantidade recorde de condomínios a serem entregues em 2024 está relacionada ainda com um boom de lançamentos do setor, na pandemia. A queda da taxa de juros, que chegou a 2% ao ano, movimentou os novos projetos. O volume de unidades residenciais lançadas em São Paulo saltou de 60 mil em 2020 para 81,8 mil em 2021, segundo dados do Secovi-SP, entidade que representa o setor imobiliário. Um empreendimento leva cerca de três anos para ficar pronto.

Analistas do setor esperam um volume ainda maior para 2025, quando também podem ser entregues as 75,7 mil unidades lançadas em 2022. O número já caiu para 62,8 mil até novembro de 2023, dado mais recente.

Mais da metade de tudo o que será entregue na cidade neste ano é de padrão médio e médio-baixo. São 54,2 mil unidades de padrão médio e 50,7 mil de médio-baixo. Os bairros que mais receberão condomínios de padrão médio são Vila Mariana, Perdizes, Pinheiros, Vila Clementino e Moema. No médio-baixo, Butantã, Barra Funda, Belenzinho, Cambuci e Ipiranga são as áreas com mais entregas.

A diferença entre esses padrões está no preço: enquanto no padrão médio o metro quadrado sai, em média, por R$ 15,2 mil, e a unidade por R$ 710 mil, no médio-baixo o valor do metro quadrado cai para R$ 9 mil, com unidades que custam, em média, R$ 382 mil.

O padrão econômico é o terceiro com mais entregas, com 23,3 mil unidades. As regiões com mais condomínios novos são Parque Novo Mundo, Guaianases, Itaquera, Paraisópolis e Pirituba. Nelas, o valor médio do metro quadrado é de R$ 6,5 mil, e as unidades custam R$ 231 mil.

Os bairros Pinheiros, Vila Nova Conceição, Perdizes, Itaim Bibi e Vila Mariana são os que mais terão entregas de condomínios de alto padrão neste ano. Ao todo, serão 18 mil unidades entregues na cidade. Nesses prédios, o valor médio do metro quadrado sobe para R$ 22,6 mil, com preço médio da unidade em R$ 4,1 milhões.

Unidades mais caras do que essas são encontradas nos condomínios horizontais, que têm média de R$ 6,7 milhões por unidade. Os bairros que mais terão esse tipo de projeto são Jardim Guedala, Alto de Pinheiros e Brooklin. Ali, o preço médio do metro quadrado é de R$ 14,4 mil.

FERROVIÁRIO

O Estado de S.Paulo - SP   29/01/2024

O governo Lula notificou nesta sexta-feira, 26, a Vale para cobrar R$ 25,7 bilhões em outorgas não pagas na renovação antecipada dos contratos das Estradas de Ferro Carajás e Vitória Minas na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A notificação foi assinada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, e foi enviada ao presidente da mineradora, Eduardo Bartolomeo.

O governo também notificou a MRS Logística, no valor de R$ 3,7 bilhões. O Ministério dos Transportes pretende utilizar os recursos arrecadados para investir em novas ferrovias.

A notificação se baseia em decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que aprovou um acordo entre o governo federal e a Rumo, empresa logística do grupo Cosan. A concessionária pagará R$ 1,5 bilhão adicional pela renovação da concessão da Malha Paulista de ferrovia, feita antecipadamente em 2020.

No documento, ao qual o Estadão teve acesso, o Ministério dos Transportes dá 15 dias às empresas para informar “as providências adotadas para o cumprimento do rito determinado pelo TCU, com vistas à recomposição ao erário da indenização de ativos não amortizados abatidos da outorga por ocasião do termo aditivo de prorrogação antecipada”.

Caso não haja acordo, o ministério pretende levar a discussão ao TCU, com representação contra as empresas, alegando que a renovação antecipada lesou os cofres públicos.

A cobrança ocorreu no mesmo dia em que o governo recuou da tentativa de indicar o ex-ministro Guido Mantega para a presidência da companhia. Auxiliares de Lula, no entanto, não relacionam as duas ações e alegam que a cobrança sobre a Vale vem de 2023.

O governo deseja rediscutir os contratos porque questiona o abatimento de ativos não amortizados no valor da outorga paga à União. No caso da Estrada de Ferro Carajás, por exemplo, o contrato terminava em 2027, mas foi renovado antecipadamente em 2020 por 30 anos. A ferrovia, de quase 900 quilômetros de extensão, é usada para escoar minério de ferro da Serra dos Carajás (PA) até o Porto de Itaqui (MA).

Para renovar a concessão, com outorga precificada em R$ 15,9 bilhões, a Vale descontou investimentos feitos e não amortizados, pagando apenas R$ 641 milhões pelo contrato.

Trazidos a valor presente, ou seja, a preços atuais corrigidos, a companhia, segundo o governo, deve o excedente de R$ 21,2 bilhões pela Carajás e de R$ 4,6 bilhões pela Vitória Minas.

Segundo apurou a reportagem, a Vale chegou a oferecer R$ 6 bilhões por um acordo no contrato da Carajás, que foi rejeitado. Somados os valores adicionais corrigidos dos contratos da Vale e da MRS, o governo espera receber R$ 29,5 bilhões.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que os ativos não amortizados das companhias foram descontados indevidamente na renovação de contratos e que o entendimento do TCU sobre a Rumo é claro e se aplica aos demais casos. “Nós estamos em busca de um direito. Já há um acordo com a Rumo e um voto condutor do TCU”, afirmou.

Procurada, a Vale afirmou que recebeu a notificação e irá analisar o documento. “A empresa continua cumprindo com as obrigações decorrentes da renovação antecipada das ferrovias Estrada de Ferro Vitória a Minas e Estrada de Ferro Carajás em 2020, tendo entregado 100% do compromisso cruzado da Fiol e adquirido os equipamentos necessários para expansão da oferta de trem de passageiros”, disse em nota.

“As obras de mobilidade urbana, que irão beneficiar 33 municípios a partir de investimentos previstos de R$ 2,8 bilhões, e a obra da FICO, com desembolsos de R$ 10,7 bilhões, seguem em implantação”, diz a companhia.

A MRS Logística não se manifestou.

Diário do Comércio - MG   29/01/2024

O governo federal estuda implantar ferrovias na região do Sul de Minas Gerais para o escoamento da produção de café. Os estudos de viabilidade foram contratados em uma parceria do Ministério dos Transportes (MT) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O projeto conectaria trechos entre Varginha e a estação Engenheiro Bhering, em Lavras, revelou o diretor do Departamento de Outorgas Ferroviárias da Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário (SNTF) do ministério, Hélio Roberto.

Ele divulgou a intenção do ministério durante o seminário “Minas de volta à mobilidade”, realizado pela Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) em sua sede, em Belo Horizonte. Os estudos devem ser finalizados nos próximos meses.

A conexão dos trechos aproveitaria a malha da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), operada pela VLI. “Se houver viabilidade econômica, há possibilidade de ter chamamento público para escoar a produção de café via Porto Seco Sul de Minas para Barra Mansa (RJ) e de lá até Angra dos Reis (RJ)”, comenta Roberto. Os estudos são realizados para abertura de licitação ou prorrogação antecipada da concessão da FCA.

O processo retrocedeu alguns passos após a derrubada dos vetos do Marco das Ferrovias. O procedimento de chamamento público para autorizações estava regulamentado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) com os vetos.

Com a derrubada, algumas obrigações adicionais foram inseridas e a agência está em processo de adequação do seu portfólio regulatório. “De toda forma, nós estamos trabalhando, em paralelo, na realização de estudos, de modo que possamos harmonizar a finalização da questão regulatória da agência com a finalização dos estudos, de maneira que possamos realizar chamamentos públicos”, disse o diretor.
Ferrovias de Minas Gerais como projeto de desenvolvimento do Ministério dos Transportes

Hélio Roberto explica que o projeto estuda a revitalização do trecho ferroviário da região do Porto Seco Sul de Minas, em Varginha, por meio de uma ferrovia shortline. São linhas de menor distância que conectam pontos próximos mais importantes dentro da linha férrea. A produção de café sairia do Porto Seco para Barra Mansa que, por meio de outra shortline, chegaria até o Porto de Angra dos Reis.

O Ministério dos Transportes considera as ferrovias como impulsionadoras do desenvolvimento, capazes de atrair investimentos públicos e privados, desenvolvimento socioeconômico para regiões do percurso, e geração de empregos. “Por onde a ferrovia passa, há desenvolvimento. A nossa ideia, sob liderança do ministro Renan Filho (MDB), do secretário-executivo, George Santoro, e do secretário de Ferrovias, Leonardo Ribeiro, é que se aumente a malha ferroviária nacional, como está previsto pelo governo. O estado de Minas Gerais, com certeza, faz parte disso com destaque”, finaliza Roberto.

Além das conexões na região Sul do Estado, o diretor também aponta que, recentemente, a capacidade de transporte para escoamento de minério de ferro por meio da ferrovia Vitória-Minas aumentou. E que obras para resolução de conflitos urbanos com a malha ferroviária, em Juiz de Fora, estão inclusas no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo Lula (PT).

NAVAL

O Estado de S.Paulo - SP   29/01/2024

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que parte das críticas aos estímulos anunciados à indústria naval brasileira vêm de um “neoliberalismo anacrônico”, que não teria acompanhado a mudança da economia global. Em entrevista à Coluna do Estadão, o ex-senador negou taxativamente a volta de um BNDES do passado, padrinho de políticas pouco efetivas no setor marítimo ao longo dos primeiros governos do PT.

Na primeira era petista, o BNDES investiu bilhões de dólares em novos estaleiros que terminaram em recuperação judicial. Para Aloizio Mercadante, porém, é preciso “ver o que o mundo está fazendo de melhor” e “aprender com os erros do passado”.

Ele garantiu que o banco vai “cortar na carne” para financiar os projetos, com a redução de spreads (a diferença entre custo da captação e do empréstimo), sem depender de aportes do Tesouro Nacional.

“O que nós anunciamos é redução de spread. Não tem subsídio nenhum, não tem recurso do Tesouro, e não estamos reduzindo a taxa do Fundo da Marinha Mercante. Estamos cortando na carne para estimular investimento e dizer: precisamos de bons projetos. Vamos reduzir o spread para ativar o setor”, afirmou o presidente do BNDES, numa vacina ao “trauma” do mercado financeiro.

Para Mercadante, o cenário global hoje é outro, com Estados Unidos, União Europeia e China investindo na reindustrialização, e na casa dos trilhões. O petista lembra que a Organização Marítima Internacional passará a multar navios movidos a combustíveis fósseis a partir de 2030, tornando imperativa a renovação da frota.

Nas contas do dirigente, a soja brasileira, por exemplo, pode ficar de 15% a 30% mais cara para exportação, perdendo competividade no exterior, se as embarcações forem sobretaxadas.

“Temos um cenário desafiador e totalmente novo, porque a produção de motores com energia renovável é uma pauta nova. Precisamos ter a ambição de disputar o mercado, e vai ser fundamental ter uma frota com combustível renovável”, afirmou o petista, que coordenou o programa de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2023.

“Há uma disputa na reorganização das cadeias de valores. Precisamos ter a ambição de disputá-la. Como temos matriz energética limpa e temos uma grande liderança em etanol, biocombustíveis, o Brasil pode sair na frente.”, concluiu.

PETROLÍFERO

Valor - SP   29/01/2024

A Petrobras é a companhia com maior valor de mercado do Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira; a segunda colocada é a Vale, aos R$ 315,4 bilhões.

Impulsionada por um cenário favorável, a Petrobras alcançou valor de mercado de R$ 527,9 bilhões na quinta-feira (25), um recorde na história da petroleira. A marca ainda foi renovada na sexta-feira (26), quando a capitalização da petroleira atingiu R$ 536,1 bilhões. Em 12 meses encerrados na sexta, a ação preferencial da Petrobras subiu 95,1%, segundo o Valor Data.

A Petrobras é a companhia com maior valor de mercado do Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira. A segunda colocada é a Vale, com R$ 315,4 bilhões. A ação preferencial da petroleira, que fechou a semana aos R$ 39,96, acumula alta de 7,30% só em janeiro. Há um ano, o papel custava R$ 20,48.

A valorização da Petrobras se explica por vários fatores. Um deles é a expectativa de uma forte geração de caixa, com reduções de custos de extração no pré-sal e previsão de aumento da produção. Esses fatores levaram os investidores a entenderem que a ação da companhia está em um momento de baixo risco, segundo análise de Daniel Cobucci, analista do BB Investimentos.

Na visão de Cobucci, o mercado tem visto ainda uma maior possibilidade de alta das cotações do Brent, com eventual escalada dos conflitos no Oriente Médio. A Petrobras é uma exportadora de petróleo bruto e se beneficia das altas na commodity. O petróleo Brent subiu 1,21% na sexta, aos US$ 82,95. Em janeiro, a commodity acumula alta de 7,85%. Em 12 meses, há, porém, queda de 4,96%.

Cobucci cita alguns fatores no último ano que levaram à melhora de percepção sobre a estatal:

“A revisão da política de preços de combustíveis trouxe ajustes que não modificaram a dinâmica de mercado; a manutenção da regra de dividendos alinhada ao fluxo de caixa; a divulgação do plano de negócio realista, com aumento de investimentos e destaque para exploração e produção, com foco no pré-sal; investimento em refino, principalmente na Refinaria Abreu e Lima (Rnest)”.

O analista pondera que, apesar das críticas aos volumes de investimentos na Rnest, anunciados em visita do presidente Lula no dia 18 deste mês, o banco entende como importantes “para reduzir a dependência de importação de diesel e aproveitar a infraestrutura existente em um segmento bastante rentável”.

Cobucci ressalta que o ano ainda deve trazer desafios importantes para a Petrobras na exploração de novas fronteiras, na expansão da oferta de gás natural e no aumento de ativos ligados a energias renováveis. “Sobre as novas fronteiras, as atenções devem estar na Margem Equatorial, já que a companhia precisa repor reservas, mas ao mesmo tempo precisa fazer isso de modo que mitigue impactos ambientais.”

“Em relação aos ativos renováveis, temos um olhar construtivo, dada a diversificação que isso pode trazer para as receitas no médio prazo, mas preocupam algumas notícias sobre aumento de custos em projetos de eólicas offshore e de energia solar, dado que esses aumentos podem reduzir a atratividade de projetos.”

Na sexta (26), a Petrobras informou que atingiu a meta de produção de petróleo e gás natural estabelecida para 2023, de 2,78 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), 3,7% acima da produção de 2022. A estatal bateu recorde anual de produção total própria no pré-sal, com 2,17 milhões de boed.

Sergio Caetano Leite, diretor financeiro da petroleira, comentou a valorização de mercado da empresa: “Esse recorde [na capitalização da empresa], assim como os outros que a Petrobras atingiu em 2023, é fruto da retomada de investimentos e da valorização da companhia que realizamos no primeiro ano da nova gestão”, disse.

“Remuneramos bem os acionistas, inovando com o programa de recompra de ações. Apresentamos um plano estratégico para os próximos cinco anos com aumento de capex [investimento] total e também para projetos rentáveis de transição energética, com geração de valor a longo prazo.”

A política de preços, aprovada em 2023, também influenciou os resultados por trazer flexibilidade e competitividade para os combustíveis, disse Leite.

Petro Notícias - SP   29/01/2024

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) lança nesta terça-feira (30), a 6ª edição do “Perspectivas do Gás no Rio 2023”. O evento presencial ocorre na Casa Firjan, em Botafogo, a partir das 9h30, e marca a posição estratégica do estado do Rio para o desenvolvimento do mercado de gás, que pode estimular grandes investimentos cruciais para a competitividade do país. Voltado para especialistas e Leonardo Durans, empresários do mercado de gás, na abertura, o encontro terá a presença de Luiz Césio Caetano, vice-presidente da Firjan; Hugo Leal, secretário de Energia e Economia do Mar do Estado do Rio de Janeiro; Marcello Weydt, diretor do Departamento de Gás Natural no Ministério de Minas e Energia (MME); e , diretor de Desenvolvimento da Indústria de Insumos e Materiais Intermediários no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Depois, Cynthia Silveira, presidente do Conselho Empresarial de Petróleo e Gás da federação, irá moderar o painel “Contribuição das Agências Reguladoras e Planejamento Estratégico”, com a participação de Vladimir Paschoal, conselheiro na Agenersa; Heloíse Helena Costa, assessora de diretoria da ANP; e Heloisa Borges, diretora de Estudos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis na EPE.

Já Karine Fragoso(foto), gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, irá moderar o painel de lançamento da publicação “Perspectivas do Gás no Rio 2023”, com apresentação do estudo por Fernando Montera, coordenador de Conteúdo Estratégico de Petróleo, Gás e Naval da federação; e os debatedores Bruno Menezes, gerente executivo de Novos Negócios da PRIO; Luiz Felipe Coutinho, CEO da Origem Energia; e Marcos Prudente, gerente de Energia da Gerdau.

Valor - SP   29/01/2024

O barril do petróleo WTI com entrega prevista para março subiu 0,84%, a US$ 78,01, e o do Brent para o mesmo mês avançou 1,36%, a US$ 83,55.

O petróleo avançou na sessão desta sexta-feira (26), levando a uma alta de mais de 6% no acumulado desta semana. A commodity energética passou por um dia volátil, e só firmou alta perto do fim da sessão, após as primeiras horas de negócios terem sido marcadas por um movimento de venda após a forte alta da véspera.

O barril do petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para março subiu 0,84%, a US$ 78,01. Já o barril do Brent, a referência global, para o mesmo mês avançou 1,36%, a US$ 83,55. Na semana, os ganhos dos contratos foram de 6,50% e 6,35%, respectivamente.

Sinais de que a economia americana segue forte deram impulso para que o petróleo deixasse o território negativo das primeiras horas do dia. De acordo com o Escritório de Análises Econômicas (BEA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, os gastos de consumidores subiram 0,7% em dezembro ante novembro, acima do previsto pelo mercado.

Além disso, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) veio dentro da previsão e não suscitou temores de que a economia forte possa fazer com que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) seja mais conservador no futuro próximo, à medida que a entidade se aproxima do início do ciclo de corte de juros.

Além do noticiário econômico, os conflitos geopolíticos no leste europeu e Oriente Médio ainda dão suporte à commodity energética. Os últimos dias foram marcados por ataques ucranianos a instalações russas de commodities, enquanto os Estados Unidos e o Reino Unido seguem sua contraofensiva contra os rebeldes houthi, do Iemên.

Em uma nota, os estrategistas do Macquarie disseram que permanecem "estruturalmente pessimistas quanto ao petróleo, mas taticamente neutros a ligeiramente otimistas até que as tensões no Oriente Médio se equilibrem ou diminuam".

"A menos que haja uma escalada, prevemos que o preço permanecerá em sua faixa atual no primeiro trimestre de 2024, já que não se espera nenhuma perda de oferta", disseram eles.

Valor - SP   29/01/2024

Segundo a companhia, os indicadores de produção superaram o planejamento do PE23-27 e seguiram em linha com as projeções de produção revisadas em novembro, dentro da faixa em torno de 2%.

A Petrobras atingiu a produção total de petróleo e gás natural de 2,78 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d) em 2023, alta de 3,7% ante o registrado no ano anterior. A produção comercial de óleo e gás natural ficou em 2,44 milhões de boe/d e a produção de petróleo, em 2,24 milhões de barris por dia.

Segundo a companhia, os indicadores de produção superaram o planejamento do PE23-27 e seguiram em linha com as projeções de produção revisadas em novembro, dentro da faixa em torno de 2%.

No ano, a Petrobras atingiu recorde anual de produção total própria de óleo e gás natural no pré-sal, com 2,17 milhões de barris de óleo equivalente por dia, superando o recorde anterior de 1,97 milhão de boe/d, em 2022, e representando 78% da produção total da petrolífera.

Outro destaque, a companhia também atingiu o recorde de produção total operada de óleo e gás natural com 3,87 milhões de boe/d, superando o recorde anterior de 3,64 milhões de boe/d, de 2022.

Em 2023, a petrolífera registrou a entrada em operação de quatro novas plataformas. Em maio, entraram o FPSO Anna Nery, primeira unidade do projeto de revitalização de Marlim e Voador, e o FPSO Almirante Barroso, quinta unidade do campo de Búzios.

Em agosto, também foi registrada a entrada do FPSO Anita Garibaldi, segunda unidade do projeto de revitalização de Marlim e Voador, e, em dezembro, do FPSO Sepetiba, segundo sistema definitivo de produção do campo de Mero.

Ao longo do ano de 2023, foram alcançadas as capacidades máximas de produção de óleo das plataformas P-71, no campo de Itapu, do FPSO Guanabara, no campo de Mero e do FPSO Almirante Barroso, no campo de Búzios. Este último, ocorrido em outubro, menos de cinco meses após o primeiro óleo, um recorde no pré-sal.

Associe-se!

Junte-se a nós e faça parte dos executivos que ajudam a traçar os rumos da distribuição de aço no Brasil.

INDA

O INDA, Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, é uma Instituição Não Governamental, legalmente constituída, sem fins lucrativos e fundada em julho de 1970. Seu principal objetivo é promover o uso consciente do Aço, tanto no mercado interno quanto externo, aumentando com isso a competitividade do setor de distribuição e do sistema Siderúrgico Brasileiro como um todo.

Rua Silvia Bueno, 1660, 1º Andar, Cj 107, Ipiranga - São Paulo/SP

+55 11 2272-2121

contato@inda.org.br

© 2019 INDA | Todos os direitos reservados. desenvolvido por agência the bag.

TOP