FORGOT YOUR DETAILS?

Seja bem-vindo ao INDA!

Olá, seja bem-vindo
ao INDA!

28 de Junho de 2024

SIDERURGIA

Valor - SP   28/06/2024

Presidente afirmou que “é verdade” que a importação de aço da China prejudica a produção nacional, e que é preciso pensar “numa tributação para quem produz aqui dentro e exporta"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta quinta-feira uma proposta de empresários da indústria de aço no país que pediram a taxação das importações da China e afirmou que o problema é que os chineses aumentaram sua produção enquanto o Brasil ficou estagnado.

Segundo Lula, os empresários apresentaram proposta de investimento de R$ 100 bilhões numa reunião com ele e o vice-presidente Geraldo Alckmin, “mas não disseram o que vão fazer”. “Qual era a encomenda deles? De que é preciso taxar a importação de aço na China”, disse, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o “Conselhão”.

Lula afirmou que “é verdade” que a importação de aço da China prejudica a produção nacional, e que é preciso pensar “numa tributação para quem produz aqui dentro e exporta”.

“A China, não há muito tempo atrás, produzia quase a mesma quantidade do Brasil, 35 milhões de toneladas de aço. O que aconteceu com a China? Eles avançaram para 1 bilhão de toneladas e nós continuamos em 35 milhões. Esse é o dado concreto”, afirmou.

O problema do aço, disse o presidente, é que o Brasil perdeu sua indústria naval e viu a retração da indústria automobilística. “Se a indústria automobilística não cresce, se a indústria naval não cresce, não vai ter indústria do aço”, afirmou.

Lula comentou que quer uma “uma sociedade em que cada trabalhador possa consumir o que ele produz” e que isso não é um pensamento de Karl Marx (filósofo que propôs o comunismo), mas de Henry Ford, empresário que revolucionou a indústria americana.

— Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

Brasil Mineral - SP   28/06/2024

Nesses últimos cinco anos, foram quase R$ 500 milhões aplicados em novos equipamentos (Capex) e R$ 2 bilhões em despesas operacionais

A Usiminas informa que investiu R$ 2,5 bilhões entre 2019 e 2023 em projetos de grandes manutenções com foco em equipamentos ambientais no Centro Industrial de Ipatinga (MG). Os aportes da empresa têm crescido anualmente e tem como foco principal a redução das emissões de particulados do processo de produção denominado ‘pó preto’. Nesses últimos cinco anos, foram quase R$ 500 milhões aplicados em novos equipamentos (Capex) e R$ 2 bilhões em despesas operacionais, que incluem grandes reparos (Opex).

A companhia instalou canhões de névoa nos pátios de matéria-prima, implantou a Central de Monitoramento Ambiental, implementou – de forma pioneira no Brasil – a Rede Automática de Monitoramento de Partículas (Ramp), medidores de vazão nas chaminés e promoveu reformas de grandes equipamentos como sistemas de despoeiramento, filtros de manga, preciptadores eletrostáticos, entre outros. Apenas em 2023, a Usiminas destinou R$ 755 milhões em ações ambientais, o maior montante dos últimos anos.

No último ano, a Usiminas reformou a Aciaria 2, substituiu os sistemas de despoeiramento primário e secundário e na implantação de novas tecnologias para aumentar a eficácia do sistema de limpeza de gases do processo que evita emissões de particulados, assim como a substituição dos lavadores de gases existentes na área de Redução. “Nosso compromisso é de sermos bons vizinhos e reduzir a contribuição da Usiminas quanto ao pó que chega nos bairros próximos. Neste sentido, sabemos que ainda há um importante caminho a percorrer, por isso intensificamos os investimentos a cada ano em diferentes frentes”, reforça Lucas Lima, diretor de Segurança do Trabalho, Processo e Meio Ambiente da Usiminas.

ECONOMIA

Agência Brasil - DF   28/06/2024

O Banco Central (BC) elevou a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, de 1,9% para 2,3%, segundo o relatório de inflação do segundo trimestre, divulgado nesta quinta-feira (27). No primeiro trimestre do ano, o PIB cresceu 0.8%, ritmo considerado “robusto e superior ao esperado” pelo BC. O banco avaliou ainda que as enchentes no Rio Grande do Sul terão um impacto menor na atividade econômica do que o esperado.

Segundo o relatório, no cenário doméstico, a atividade econômica e o mercado de trabalho se mostraram aquecidos, o que contribuiu para a queda no desemprego e aumento nos salários. “Esses fatores justificaram revisão para cima da projeção de crescimento do PIB em 2024, de 1,9% para 2,3%. As enchentes no Rio Grande do Sul causaram expressiva queda na atividade econômica gaúcha, mas já há sinais de recuperação”, disse o BC.
Cenário externo

Em relação ao cenário externo, a instituição avalia que ambiente se mantém adverso e segue exigindo cautela por parte dos países emergentes. O relatório aponta que permanecem elevadas as incertezas sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e quanto à velocidade na queda da inflação de forma sustentada em diversos países.

“Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho”, diz o relatório.
Inflação

Para o BC, a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 4%, em 2024. A previsão anterior era de inflação em 3,5%

O relatório diz que, apesar de ter havido um recuo na inflação, aumentou a expectativa de desancoragem. No acumulado de 12 meses, o IPCA apresentou um recuo de 4,5% em fevereiro para 3,9% em maio. A inflação também registra queda, quando se observam seus núcleos e quando se considera a métrica trimestral.

“Contudo, o recuo da inflação no último trimestre foi menor do que o projetado no cenário de referência apresentado no Relatório anterior (surpresa de +0,14 p.p.), destacando se alta mais intensa dos alimentos. Em meio a aumento de incertezas nos cenários doméstico e externo, as expectativas de inflação para 2025 e 2026, que já se encontravam acima da meta de inflação para o período, aumentaram de 3,5% para 3,8% e 3,6%, respectivamente, segundo a mediana apurada pela pesquisa Focus”, diz o documento.

Para o BC, as projeções indicam aumento da inflação no segundo trimestre de 2024, mas com retomada da trajetória de declínio, permanecendo, porém, acima do centro da meta, que é de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Nesse cenário, a inflação acumulada em quatro trimestres, depois de terminado 2023 em 4,6%, com projeção de queda para 4,0%, em 2024, 3,4%, em 2025, e 3,2% em 2026, diante da meta de 3%.

O BC destaca, contudo que, em relação ao relatório anterior, a projeção de inflação para 2024 e 2025 aumentou. A elevação para 2024 atingiu 0,5 p.p. e para 2025 alcançou 0,2 p.p.

“Para o horizonte relevante, o aumento resultou principalmente da atividade econômica mais forte que o esperado, que levou a uma elevação no hiato do produto estimado. Contribuíram ainda o aumento das expectativas de inflação, a depreciação cambial, a inércia do aumento da projeção de curto prazo e a utilização de taxa de juros neutra maior. Por outro lado, o aumento da taxa de juros real foi fundamental para evitar um aumento mais significativo na projeção”, aponta o documento.

IstoÉ Dinheiro - SP   28/06/2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o atual mandato do presidente Lula terá uma inflação média inferior a 4%, percentual que é o menor desde que foi adotado o regime de metas. Ainda segundo o ministro, o crescimento médio do país vai beirar os 3%. A declaração foi feita no Itamaraty, durante a 3ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, mais conhecido como Conselhão.

“Presidente, é absolutamente possível o senhor terminar o seu mandato com uma inflação média abaixo de 4% e com um crescimento médio beirando os 3%”, disse Haddad ao lembrar que a meta é inflação em 2025 chegar a apenas 3%.

“Isso, para você ter uma ideia, é a menor inflação média de todos os mandatos desde que o regime de metas de inflação foi criado no Brasil. Portanto, aqueles que acusam o presidente Lula de não estar prestando atenção na inflação, na verdade não estão prestando atenção nos dados que estamos divulgando pelo IBGE a todo momento, mostrando que nós estamos convergindo para meta, que é uma meta exigente, e que foi ontem reafirmada na reunião do Conselho Monetário Nacional”, acrescentou.
Febraban

O olhar positivo sobre a economia do país foi compartilhado pelo presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney. “É preciso que nós reconheçamos que o Brasil, apesar do contexto mundial adverso, vem colhendo frutos e resultados positivos do trabalho econômico do ministro Fernando Haddad”, disse o representante do grupo de trabalho de crédito do Conselhão.

“Basta olharmos o PIB (Produto Interno Bruto) do ano passado e o do primeiro trimestre [de 2024], que apresentaram uma expansão robusta. Isso nos deixa bastante entusiasmados. Vemos que o que tem contribuído para o PIB é o consumo das famílias. Temos observado uma demanda doméstica pujante. Espero, ainda, uma retomada dos investimentos”, disse o executivo da Febraban.

Isaac Sidney destacou também o bom desempenho do mercado de trabalho que, segundo ele, está aquecido, com níveis muito baixos de desemprego, e de massa salarial com crescimento forte do ponto de vista da renda.

“A inflação está na meta. Estamos com projeções para 4% neste ano. A balança comercial está batendo recordes e as nossas reservas internacionais estão funcionando como se fosse uma blindagem. O grande desafio que temos é o de não deixar esse processo de retomada do crescimento perder tração”, disse.

Ele lembrou que esses resultados positivos foram obtidos em meio a um cenário externo complicado do qual nenhum país está imune. “Existem ruídos de uma eventual fragilidade fiscal. Entendo e respeito esse argumento, mas é importante destacar, sobretudo, que o ministro Haddad tem reafirmado sua determinação e compromisso com o arcabouço fiscal”, acrescentou.

Comitê Gestor do Conselho

Falando em nome do Comitê Gestor do Conselho, o coordenador do Fórum das Centrais Sindicais, Clemente Ganz, também destacou os bons resultados da economia, mas lamentou que, quando citados, vêm sempre acompanhados de previsões sobre crises que não se confirmam.

“Se observarmos como esses resultados aparecem no debate público vemos que, no geral, com resultados como o de que o emprego cresceu, anuncia-se também que o país está vivendo uma crise que não conseguimos observar”, criticou ao convocar os integrantes do Conselhão a atuarem para mudar essas manchetes, de forma a dar mais qualidade ao debate público sobre os resultados alcançados.
CNI

Representando a Comissão de Assuntos Econômicos do Conselhão, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, propôs uma reflexão sobre a dívida pública do país, que leve em conta o fato de ela ser proporcionalmente menor do que a de diversos outros países.

Segundo ele, há casos em que esse tipo de dívida pode ser positiva para o país. “Temos uma grande questão que se chama dinâmica da dívida pública. Todos sabemos que em muitos países é muito maior percentual dela em relação ao PIB. Temos que, talvez, fazer reflexão entre a dívida pública boa e a dívida pública ruim. Dívida pública boa é aquela que permite investimento, geração de riqueza, emprego e desenvolvimento social. Dívida pública ruim é aquela que mantém uma máquina pública altamente pesada para o país.”

O Estado de S.Paulo - SP   28/06/2024

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) acertou ao enfatizar a coesão do colegiado na decisão de manter os juros em 10,5% ao ano. Em meio a tantas incertezas, tudo que a autoridade monetária precisava demonstrar era convicção no diagnóstico do cenário econômico, sobretudo depois da desabrida pressão do presidente Lula da Silva sobre a instituição.

As expectativas de inflação, que guiam as decisões do Copom, já estavam desancoradas desde a reunião anterior, na qual os diretores divergiram sobre a magnitude do corte. Agora, no entanto, apresentaram “desancoragem adicional”. A despeito da perspectiva de juros mais elevados, as projeções do mercado para a inflação de médio prazo continuam a subir.

Boa parte dessa piora se deve à política fiscal do governo, que trabalha na direção oposta à política monetária. Como a ata menciona, no lugar da desaceleração gradual que o BC esperava, dados mais recentes da atividade econômica têm surpreendido, sustentados pelo mercado de trabalho, mas também pelo pagamento de benefícios sociais e de precatórios.

Políticas fiscal e monetária sincronizadas, destaca o documento, “contribuem para assegurar a estabilidade de preços e, sem prejuízo de seu objetivo fundamental, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”. O Copom reiterou que perseguirá a ancoragem das expectativas “independentemente de quais sejam as fontes por trás da desancoragem ora observada”.

Após a divulgação da ata, a maioria dos analistas descartou a possibilidade de que a taxa de juros volte a cair neste ano. Parte desses observadores, inclusive, já considera mais factível um aumento do que uma redução da Selic no curto prazo.

Nome mais cotado para assumir a presidência do BC no ano que vem, o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, reforçou a unidade do Copom. Galípolo disse que as próximas decisões do comitê estão em aberto e afirmou que a autoridade monetária precisa ter segurança de que os juros estão em patamar suficiente para a convergência da inflação às metas.

Era, portanto, para ser uma semana de boas notícias. Além da coesão demonstrada pelo Copom, o governo finalmente publicou o decreto presidencial que formaliza a meta contínua de inflação a partir de 2025 e estabelece uma antecedência mínima de 36 meses para que o objetivo seja alterado. Mas a retórica lulopetista, como sempre, não ajudou.

O dólar chegou a bater em R$ 5,52 depois que Lula, ignorando a realidade, relativizou, em entrevista ao UOL, a necessidade de o governo cortar gastos. “O problema não é que tem que cortar. O problema é saber se precisa efetivamente cortar, ou se a gente precisa aumentar a arrecadação. Temos que fazer essa discussão”, declarou.

Como se ainda houvesse dúvidas sobre o desequilíbrio fiscal, o Tesouro divulgou que o déficit primário atingiu 2,36% do PIB nos 12 meses encerrados em maio, ainda muito distantes da meta deste ano. Para Lula, no entanto, a culpa é do mercado que torce contra o governo, o que talvez indique que o BC precisa ser ainda mais duro em seus recados.

Agência Brasil - DF   28/06/2024

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou, nesta quinta-feira (27), em São Paulo, que uma eventual alta de juros não está no cenário base da instituição.

Em entrevista coletiva na qual comentou o Relatório Trimestral de Inflação, Campos Neto disse que o BC está acompanhando o cenário e permanece vigilante. “Sobre alta de juros, não é o nosso cenário base. A gente entende que a linguagem adotada é compatível com não ter dado guidance [orientação] para o futuro neste momento. Estamos acompanhando o cenário e seguimos vigilantes”, afirmou.

Campos Neto comentou também o decreto do governo, publicado no Diário Oficial da União, que instituiu a meta contínua de inflação. No regime de metas contínuas, o governo fixará uma meta que, na prática, será permanente. Qualquer alteração na meta terá de ser feita com três anos de antecedência.

Segundo ele, isso não vai significar mudanças na forma como o Banco Central enxerga a política monetária. “[O decreto] não significa uma mudança na forma como a gente enxerga a política monetária. Não significa nem maior, nem menor suavização. É um processo que já vem há algum tempo. Internamente, no Banco Central, por exemplo, ele vinha sendo discutido desde a minha chegada. Existia um entendimento de que o ano fiscal não era a forma mais eficiente de auferir os resultados atingidos.”

Para Campos Neto, o período mínimo de 36 meses estabelecido para uma mudança de meta mostra o compromisso do governo com a transparência. De acordo com o presidente do BC, o prazo dá estabilidade na previsão. “Isso mostra bastante o compromisso do governo com a transparência. Isso ajuda muito porque dá estabilidade na previsão da meta e faz com que os agentes financeiros consigam entender melhor o sistema e ter mais previsibilidade. E maior previsibilidade significa maior capacidade dos agentes se programarem.”
Políticas

Na entrevista, Campos Neto negou que tenha sido convidado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para ocupar algum cargo público caso este seja eleito presidente da República. “Não tive nenhuma conversa com o Tarcísio sobre ser ministro de nada. Não tenho pretensão de me candidatar a nada, nem de ser político”, afirmou.

Campos Neto disse que é amigo de Tarcísio e que já participou de eventos com outras autoridades políticas, mas ressaltou que, sempre que comparece a esse tipo de evento, está representando o Banco Central. “Quando vou a esses eventos entendo que minha presença é representando o Banco Central. Acho importante comparecer, e existe histórico não só de presidente do Banco Central do Brasil, mas de outros países, participarem de homenagens.”

Sobre as recentes críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sua atuação no Banco Central, Campos Neto preferiu não comentar. “Não cabe a mim, presidente do Banco Central, entrar em debate político. Vamos continuar mostrando que nossas decisões são técnicas.” Ele ressaltou, porém, que alguns desses pronunciamentos podem impactar negativamente no mercado e trazer dificuldades para a política do Banco Central. “O que se mostrou no passado recente – não é uma opinião minha, é uma constatação – é que, quando a gente olha movimentos de mercado em tempo real com os pronunciamentos, vê [que houve] piora em algumas variáveis macroeconômicas, em alguns preços de mercado.”

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   28/06/2024

Os preços dos contratos futuros de minério de ferro tiveram comportamento misto nesta quinta-feira, com o índice de referência de Dalian ampliando a alta pela terceira sessão, impulsionado pelos últimos esforços da China para estimular seu mercado imobiliário em dificuldades, enquanto em Cingapura os preços caíram.
O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,2%, a 819 iuanes (112,67 dólares) a tonelada.

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de crescimento para os próximos meses e anos
O minério de ferro de referência de julho na Bolsa de Cingapura, no entanto, perdeu os ganhos iniciais, sendo negociado em queda de 0,9%, a 105,65 dólares a tonelada, com a predominância de dados industriais fracos e cautela em relação aos altos estoques portuários. Pela manhã, o contrato havia atingido uma alta intradiária de 107,45 dólares por tonelada.
Na quarta-feira, Pequim, capital da China, anunciou medidas para reduzir o custo da compra de imóveis, incluindo o corte das taxas de juros das hipotecas e da taxa mínima de entrada, para tentar impulsionar o mercado imobiliário local.

As expectativas de uma demanda resiliente no curto prazo atuaram como ventos favoráveis para os preços do principal ingrediente da fabricação de aço, de acordo com os analistas.

A produção diária média de ferro-gusa em julho é esperada em cerca de 2,37 milhões de toneladas com base nos planos atuais de produção e manutenção, o que significa que a demanda por minério será relativamente rígida, disseram analistas da Everbright Futures em uma nota.

Além disso, “os traders também podem ter sido estimulados pela decisão de um tribunal de Hong Kong de adiar a audiência de liquidação da incorporadora chinesa (imobiliária) Shimao Group Holdings para julho, dando-lhe mais tempo para refinar seu plano de reestruturação da dívida”, disseram analistas do ANZ em uma nota.

Mas os ganhos do minério diminuíram depois que dados oficiais mostraram que o lucro industrial da China aumentou em um ritmo muito mais lento em maio, ressaltando as dificuldades enfrentadas pela segunda maior economia do mundo, já que a fraca demanda doméstica prejudica o crescimento geral.

Jota - DF   28/06/2024

Depois de mais de oito anos de o mar de lama da mineradora Samarco engolir o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), as vítimas ainda aguardam por decisões judiciais e indenizações. Também não houve punições criminais. Sem reparação, hoje a disputa se dá tanto na Justiça brasileira quanto na inglesa.

Há um ano e meio, o advogado e ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo atua na defesa das vítimas da tragédia do Rio Doce, no processo movido na Justiça da Inglaterra. Por lá, há um julgamento marcado para outubro. Ele defende que a reparação justa deve ser buscada em todas as instâncias.

O rompimento da barragem, em 5 de novembro de 2015, liberou 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração da Samarco. A lama correu e chegou até o mar do Espírito Santo. A empresa pertence às gigantes Vale e BHP Billiton, anglo-australiana, o que justifica a tramitação no país. Ainda assim, há questionamentos sobre a legitimidade da discussão ser feita fora do Brasil.

Em entrevista ao Estúdio JOTA, Cardozo afirma as vítimas atravessaram o Atlântico em busca de solução em razão da “má condução de negociações do Brasil”, que não as ouve. E, mais que isso, pela “omissão evidente e pela enrolação” em um acordo pelas mineradoras envolvidas.

O advogado acredita que uma decisão favorável às vítimas na Inglaterra impactará a discussão no Brasil e no mundo. No país, é capaz de elevar o patamar financeiro das indenizações, ao considerar que os valores em jogo na Inglaterra superam em muito o que está posto na mesa de negociação no Brasil.

“Essa indenização não vai recompor tudo, sabemos disso. Mas ela tem uma dimensão de recomposição patrimonial, para aqueles que perderam tudo; e uma dimensão pedagógica, para que não façam mais isso. A opinião pública de todos os países tem que saber disso. Não há outra reparação possível, infelizmente”
José Eduardo Cardozo, advogado, ex-ministro da Justiça

Além disso, ele entende que a decisão é paradigmática a nível global, para a defesa do meio ambiente e direitos fundamentais. “Ela tem um paradigma que ultrapassa em muito as fronteiras do Brasil. Daí a sua relevância não só para o Direito, mas para a própria dimensão humana relacionada à atuação empresarial”, afirma.

Enquanto isso, no Brasil, a proposta mais recente no plano de repactuação entre as empresas envolvidas e os governos de Minas Gerais, Espírito Santo e União prevê o pagamento de R$ 82 bilhões aos estados e à União ao longo de 20 anos. A mesa de discussão foi criada em 2021 era prevista para durar 120 dias, mas completou três anos neste mês ainda sem conclusão. Nesse acordo, Cardozo sustenta que os atingidos ficam de fora.

“Quando os atingidos são excluídos de uma mesa de negociação, a pretexto de que estão representados por outros, é uma piada democrática. Dentro desse contexto, eu espero que o governo Lula, coerente com os seus princípios, busque conduzir um amplo acordo em que as pessoas sejam ouvidas”

Leia os principais pontos da entrevista.

JOTA: De início, poderia contar um pouco de como foi a sua aproximação com o caso?

Cardozo: Eu acompanhava esse caso pela imprensa, com a indignação normal do cidadão brasileiro. Mas tinha um distanciamento total dos fatos. Foi então que eu fui procurado pelo escritório Pogust Goodhead para essa ação que tramita na Inglaterra, com mais de 600 mil proponentes representados por eles. Na Inglaterra, esta ação tramita sobre o Direito processual inglês, mas é aplicável o Direito Brasileiro.

Em Londres, acabei tendo contato com algumas das vítimas, sejam pessoas físicas sejam os municípios. Eles não estavam sendo ouvidos na mesa de negociação comandada naquele momento pelo CNJ [Conselho Nacional de Justiça]. Também pediram ajuda, então comecei também a manter essa relação aqui, mas não permitiriam que eu tivesse assento na mesa de discussão.

Essa falta de representação das vítimas é uma situação triste, então eu comecei a atuar nessa linha, inclusive como defensor da democracia.

Por que esse caso tramita no Brasil e na Inglaterra? Qual é a sua avaliação sobre essa tramitação dupla?

Em primeiro lugar, elas não são ações excludentes. O objeto da ação brasileira é um, e o da ação inglesa é outro. Ou seja, o fato de a Inglaterra, nos tribunais ingleses, ter aceitado julgar esse caso não significa nenhum desprezo, nenhum descaso à Justiça brasileira. A grande questão é que uma das empresas, a BHP, tem origem inglesa. Então a Justiça inglesa reconheceu a jurisdição. E foi a BHP que trouxe para o processo a Vale, como corresponsável.

“O fato de a Inglaterra, nos tribunais ingleses, ter aceitado julgar esse caso não significa nenhum desprezo, nenhum descaso à Justiça brasileira”

Para fazer uma retrospectiva temporal dessa negociação, a ação na Justiça britânica nasceu quando? Pode detalhar um pouco mais esse processo?

Ela nasceu em inércia das empresas não pagarem. É bem simples. Na medida em que uma indenização prometida não ocorreu, com situações bastante questionáveis da Fundação Renova — criada pelas empresas após a tragédia para lidar com a reparação. Ora, as pessoas diante disso se insurgiram e disseram: “se não estamos sendo ouvidos na tramitação da Justiça brasileira, vou procurar meus direitos”. E foram procurar na Inglaterra.

A ação inglesa só foi proposta pela má condução de negociações do Brasil. E, mais do que isso, pela omissão evidente e pela enrolação que essas mineradoras fazem.

Há questionamentos a respeito de uma eventual violação da soberania nacional pela tramitação do caso na Justiça da Inglaterra. Como o senhor entende essa questão?

As empresas brasileiras podem ser processadas no exterior, já as inglesas não podem ser processadas na sua terra. Por que não? Não é o mundo globalizado? Não é um mundo em que todos têm que responder por tudo? Elas podem vir aqui no Brasil fazer o que quiserem, destruir os nossos rios, aniquilar vidas, aniquilar culturas, como fizeram com os [indígenas] Krenak, Tupiniquim, Guarani e Pataxó. E não podem ser processadas lá? Eles têm que ser processados aqui e lá.

E se tiver algum outro país em que possa ser processado tem que ser, para que isso não mais se repita. A empresa tem que responder no país para onde remetia seus lucros. Não é caso de soberania nacional.

Além disso, tentam demonizar os advogados ingleses. Quando se tenta demonizar advogado é porque não há razão no Direito. Essa lição eu aprendi na faculdade. Quem não tem razão usa subterfúgios.

“As empresas brasileiras podem ser processadas no exterior, já as inglesas não podem ser processadas na sua terra. Por que não? Não é o mundo globalizado? Não é um mundo em que todos têm que responder por tudo?”

Ainda neste mês, o Instituto Brasileiro de Mineração pediu uma medida cautelar ao STF para reconhecer a inconstitucionalidade da atuação de municípios brasileiros em litígios no exterior. E o senhor chegou a assinar uma petição para que o Consórcio Público para Defesa e Revitalização do Rio Doce seja ouvido como amicus curiae, ainda sem resposta. Quais efeitos essa ação pode ter para esse caso?

Em primeiro lugar, a associação das mineradoras não tem legitimidade para propor esta ação. Segundo, pedem uma liminar para parar essa situação de contratação. Anos depois da ação proposta eles acham que é um perigo? Qual é o perigo? O perigo da derrota da Inglaterra.

Em terceiro lugar, a associação de mineradoras alega soberania nacional, porém está provado por meio de uma ata de reunião do Conselho Diretor do IBRAM, que é a BHP, uma mineradora estrangeira, quem está por trás dessa ação. Por isso, o IBRAM esta´ agindo ilegal e indevidamente como representante processual da BHP. Tudo para que essa empresa se furte de pagar uma indenizac¸a~o devida e justa a`s vi´timas, particularmente aos munici´pios. Então é uma ação, no meu ver, totalmente infundada.

Quais são as semelhanças e diferenças entre as ações no Brasil e na Inglaterra?

As semelhanças são em relação aos fatos, mas não em relação àquilo que se pede. Na Inglaterra, está se pedindo indenização àqueles que sofreram danos individualmente. Não está se cuidando de reparação objetiva, de obras que devem ser feitas ou de verba para a União ou para os estados.

Na ação no Brasil, corretamente, está se falando reparação do meio ambiente, em reparação daquilo que efetivamente ocasionou no rio, aos danos coletivos. Mas, até onde sabemos, já que o texto é confidencial e sem nenhum tipo de transparência ou participação popular, não há reparação pelos danos morais e materiais sofridos pelos indivíduos.

Outra diferença é que a tramitação na Inglaterra tem andado muito mais rápido do que no Brasil. A jurisdição foi aceita pela corte inglesa em 2022 e agora em 2024 já temos o julgamento marcado para outubro.

O que estará em jogo nessa30 data?

Essa será a primeira etapa do julgamento, quando se definirá se há responsabilidade ou não. A partir daí, se passa à apuração de quanto cada atingido deve receber. Eu tenho a convicção que nós vamos ganhar, e isso que está deixando as mineradoras em pânico.

Houve uma primeira fase de discussão, em que se discutiu seriamente, se seria competente à Justiça inglesa julgar esse caso. E afirmou-se que sim, são competentes, e que não seria uma duplicação de processos. Essa foi a primeira grande vitória por parte dos atingidos. Isto fez com que a BHP chamasse a Vale para o processo, temerosa de que tivesse que pagar sozinha pelo valor da indenização.

Então há uma perspectiva de que a Justiça inglesa seja favorável às vítimas?

Sinceramente, daquilo que eu tenho visto e acompanhado, a resposta é sim. Eu acho que as vítimas vão ganhar esse processo da Inglaterra, com valores indenizatórios muito superiores àqueles que estão sendo falados no Brasil. E só para eles, em um patamar superior ao geral que pretende se pagar no Brasil também para estados, municípios e União.

Se, na Justiça inglesa, as vítimas ganharem a ação ou pelo menos essa etapa, que impacto pode ter na tramitação da discussão aqui no Brasil?

É brutal. Qualquer negociação vai ser colocada em um patamar muito superior. Todos sabem que os padrões indenizatórios da Inglaterra são muito mais elevados. Enquanto eles falam aqui em R$ 110 e R$ 120 bilhões, lá se fala em R$ 220, R$ 230, R$ 240 bilhões. E, particularmente, no Brasil se não está dando uma atenção devida e orientada para os direitos dos atingidos, mas para o Estado. Por isso tentam matar a ação da Inglaterra, desacreditá-la aos olhos do Judiciário e da opinião pública brasileira.

“Qualquer negociação vai ser colocada em um patamar muito superior. Todos sabem que os padrões indenizatórios da Inglaterra são muito mais elevados”

Tendo em vista as dimensões culturais, ambientais, sociais da tragédia, as indenizações não têm o poder de reparar tudo. Qual é a importância delas?

Eles acabaram com a vida dos Krenak, os indígenas. Esta foi uma das coisas que mais me comoveram, que foi quando falei com os indígenas. Eles viviam do rio, que é considerado um deus deles na cultura local. A cultura deles era pesca. Ao acabarem com um rio, acabaram com a cultura de um povo.

Essa indenização não vai recompor tudo, sabemos disso. Mas ela tem uma dimensão de recomposição patrimonial, para aqueles que perderam tudo; e uma dimensão pedagógica, para que não façam mais isso. A opinião pública de todos os países tem que saber disso. Não há outra reparação possível, infelizmente.

Sobre esse tempo de tramitação dessas ações. Quais são os efeitos disso para as vítimas desse desastre tanto de forma atingidos mais diretamente quanto para aquela comunidade a demora para que isso tenha uma conclusão?

É uma dupla situação. A primeira é a perda mesmo, dos bens, da vida que tinham. A indenização vai trazer o filho de volta? Vai trazer o rio de volta? Não, não vai. Mas tem uma dimensão de pelo menos permitir que as pessoas recebam um valor para voltar a viver normalmente.

Maior do que isso é a sensação de injustiça. A sensação de injustiça que se perpetua no tempo é uma das piores que o ser humano carrega dentro do seu coração. Lutar contra essa injustiça é lutar por uma reparação interior das pessoas que sofreram a perda das suas vidas em todos os tipos.

Existe uma discrepância de poder econômico entre as mineradoras em relação às vítimas. Há também uma correlação de forças políticas para além da questão da tramitação lenta da justiça brasileira ou eventuais questões da Justiça britânica?

Eu nunca separei o Direito da política. O Direito envolve relações de poder e, como tal, é influenciado por elas. Sempre foi, é e será. A grande questão é que nós tínhamos uma situação durante o governo anterior em que não havia um desejo de ouvir as vítimas, de ver os reais danos. Com o atual governo Lula, há uma pegada mais firme na parte do meio ambiente, na busca de reparação de danos, mas ainda não senti intenção de ouvir as vítimas, com a sua própria voz.

“A indenização vai trazer o filho de volta? Vai trazer o rio de volta? Não, não vai. Mas tem uma dimensão de pelo menos permitir que as pessoas recebam um valor para voltar a viver normalmente”

Essa é uma reivindicação antiga das vítimas. Essa dificuldade se dá desde o início desse processo e há perspectiva de mudança?

Quando nós estamos num Estado Democrático de Direito, embora se tenha Ministério Público e Defensoria Pública fazendo uma representação dos interesses difusos e coletivos, quando há a oportunidade de ouvir a pessoa atingida, aquela que tem carne e osso que perdeu tudo, ela tem que ser ouvida. Ela deve poder opinar sobre o valor da indenização, sobre as consequências.

Se a reivindicação dela não for contemplada, eu entendo, é uma negociação. O que eu não entendo é o autoritarismo, a negação da possibilidade de a vítima poder falar com a sua própria voz. É inaceitável. Nesse caso, eu me sinto muito feliz de estar lutando pelo direito do indivíduo em ser ouvido e a receber uma indenização justa sem manipulações, como tem acontecido no Brasil.

A ausência de escuta dessas pessoas se dá por qual motivo?

Pois se entende que eles já estão representados [pelo Ministério Público, por exemplo]. Não há nenhuma declaração oficial sobre isso, mas é como eu ouço. Por que os indígenas não foram ouvidos diretamente na mesa de negociações ainda? Por que os quilombolas não são ouvidos? Por que os atingidos não são ouvidos? A associação dos atingidos? É incompreensível.

Quando compareci em uma reunião no CNJ não permitiram que eu tivesse assento. Por quê? Porque trabalho com o escritório inglês. Eu tenho uma procuração como advogado brasileiro para representar prefeitos brasileiros. Qual é o problema? Eu não posso representá-los na Inglaterra e aqui? Para mim, é algo inconcebível.

“Por que os indígenas não foram ouvidos diretamente na mesa de negociações ainda? Por que os quilombolas não são ouvidos? Por que os atingidos não são ouvidos? A associação dos atingidos? É incompreensível”

Essa discussão, de forma ampla, tem relação com o debate que hoje se faz de justiça climática e ambiental, tendo em vista os danos causados em ecossistemas, meios de subsistência e ganho de vida e organização cultural e mesmo urbana?

Esse tipo de discussão revela um novo momento da atuação do Direito e da Justiça. Se há empresas que atuam em vários países e trazem danos climáticos, consequências, é preciso discutir isso do ponto de vista global. Nós vamos caminhar cada vez mais para a construção de estruturas supranacionais de preservação de direitos humanos, de direitos fundamentais. Mas isso ainda é incipiente.

Seria possível e interessante para o governo brasileiro levar a solução desse caso para a COP 30 (a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas), que será realizada no Brasil, em novembro de 2025, quando a tragédia faz dez anos?

Se o governo Lula tiver vontade política que isso aconteça, seria fantástico. Mas não é esse acordo que as mineradoras estão tentando fazer. Quando os atingidos são excluídos de uma mesa de negociação, a pretexto de que estão representados por outros, é uma piada democrática. Dentro desse contexto, eu espero que o governo Lula, coerente com os seus princípios, busque conduzir um amplo acordo em que sejam ouvidos indivíduos.

Não há nenhuma resistência dessas 600 mil pessoas, nem do escritório Pogust Goodhead, de sentar e fazer um acordo. Mas um acordo digno, justo, que tenha um valor indenizatório devido, no qual as pessoas possam discutir os termos.

Há um dado de que essa se trata da maior ação coletiva ambiental do mundo. Essa informação pode impactar de que forma a análise do caso? E o que essa decisão representa?

Sem dúvida essa é a maior ação em curso no mundo hoje, e ela terá repercussões importantíssimas no mundo todo. Empresas das grandes potências mundiais que atuam em países em desenvolvimento terão que tomar muito mais cuidado. Essa decisão é paradigmática para o mundo, para a defesa do meio ambiente, para a defesa de direitos fundamentais. Ela tem um paradigma que ultrapassa em muito as fronteiras do Brasil. Daí a sua relevância não só para o Direito, mas para a própria dimensão humana relacionada à atuação empresarial.

Máquinas e Equipamentos

CIMM - SP   28/06/2024

Após um investimento de R$ 50 milhões anunciado no ano passado na fábrica de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a Case Construction Equipment, marca da CNH, lançou uma nova linha de tratores compactos de esteiras com produção 100% brasileira. A unidade recebeu melhorias significativas para se tornar o polo mundial de produção da linha de tratores de esteiras da marca, agora abrangendo seis modelos que variam de 6 a 22 toneladas.

Carlos França, líder da Case Construction Equipment para a América Latina, explicou que o investimento contemplou infraestrutura, capacitação de mão de obra e nacionalização de peças e componentes. A escolha da fábrica de Contagem como polo mundial foi baseada em um estudo de viabilidade que considerou fatores como a capacidade física da planta, logística de transporte, cadeia de suprimentos de fornecedores locais e a capacitação da mão de obra.

A Case expandiu seu portfólio com novos lançamentos como as miniescavadeiras CX22D, CX35D e CX42D, além da pá carregadeira W20G, que celebrou 50 anos de produção no Brasil em 2024. Também introduziu a miniescavadeira CX15EV, sua primeira máquina totalmente elétrica, na feira M&T em São Paulo.

A nacionalização da produção em Contagem visa atender um novo mercado brasileiro com tratores que oferecem facilidade de transporte, adaptabilidade a espaços reduzidos, menor custo operacional e alta produtividade. Desde 2023, todo o portfólio nacionalizado conta com telemetria para manutenção preditiva, otimização do combustível e aumento da produtividade.
Mercado externo

A produção de máquinas na unidade de Contagem teve início em 1970. Atualmente, a fábrica produz cinco gamas de produtos: retroescavadeiras, motoniveladoras, pás carregadeiras, escavadeiras hidráulicas e tratores de esteiras. Em julho de 2023, a linha de tratores de esteiras foi atualizada e expandida, consolidando a produção global do modelo em Minas Gerais.

As máquinas produzidas em Contagem serão comercializadas no Brasil e exportadas para mercados dos Estados Unidos e Ásia-Pacífico, com cerca de 90% da produção destinada ao mercado externo, principalmente para os Estados Unidos.

Monitor Digital - RJ   28/06/2024

O mercado de aluguel de máquinas no Rio de Janeiro vive um cenário altamente positivo. De acordo com o Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos (Sindileq-RJ), nos primeiros cinco meses deste ano o setor apresentou um crescimento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado, com a entrada de novas empresas e lojas de pequeno e médio porte. Esse aumento é continuidade da expansão computada de 2022 para 2023, quando houve um avanço de 27% do setor no estado.

Isso significa que tanto as empresas como a sociedade estão adquirindo o hábito de alugar máquinas para uso doméstico ou industrial. Comprar uma furadeira ou ferramenta para uso esporádico, por exemplo, deixou de ser interessante para as pessoas. Hoje a tendência é o compartilhamento e a experiência de uso e não necessariamente a propriedade de um produto. Uma vasta linha de equipamentos, desde os portáteis para obras e manutenções residenciais, até os mais pesados, como máquinas de grande porte para construção civil, saneamento e construção rodoviária, são encontrados nas empresas e lojas de rental.

Diante do cenário favorável, a capital fluminense foi escolhida para sediar a Analoc Rental Show 2024, marcada para acontecer de 2 a 4 de julho no Riocentro, evento totalmente focado nas empresas locadoras de máquinas para construção.

“Estamos confiantes com a realização da feira num momento em que o mercado da construção civil, saneamento e esgoto e obras de infraestrutura recupera a notoriedade”, comemora Sebastião Lucas Rentes, diretor do Sindileq-RJ.

Saneamento, petróleo e habitação

De acordo com ele, os investimentos em áreas estratégicas como obras de saneamento e esgoto impulsionadas pela privatização da Cedae têm aquecido o mercado de máquinas, uma vez que 50% do esgoto é coletado no estado e desses somente 20% recebem tratamento.
Há bastante obra em andamento e por fazer, mobilizando o setor de locação. Há cidades como Maricá, Macaé e Campos que atualmente voltaram a ser grandes canteiros de obras em função da Petrobrás.

“Essas regiões estão recebendo royalties do petróleo e com isso investindo na renovação e ampliação de toda infraestrutura urbana. Existem, ainda, as obras de expansão de gás do Polo GasLub, que foi redimensionado e irá produzir lubrificantes, querosene e diesel de aviação”, conjectura Rentes.

O diretor do Sindileq-RJ acrescenta que as obras habitacionais também voltaram a crescer no estado. “De 2015 a 2019, quando o mercado estava com estoques elevados, houve estagnação bastante acentuada. Hoje, com a situação mais regular, o setor voltou a investir em novas obras prediais, o que também movimenta bastante o mercado de locação”, observa. A demanda por locação vai desde equipamentos como furadeiras, parafusadeiras, andaimes, geradores de energia, betoneiras, compactadores manuais, até tratores, escavadeiras, retroescavadeiras, guindastes e plataformas elevatórias.

O Sindileq-RJ contabiliza aproximadamente 500 empresas locadoras em todo estado, ou seja, empresas cuja locação de máquinas consta como objeto do contrato social.

“Com o aquecimento da atividade de locação, muitas lojas de grandes redes de varejo de material de construção abriram departamento de locação, mas estas ainda não estão contabilizadas pelo Sindileq-RJ. Falamos só das locadoras, que até antes da pandemia eram por volta de 350”, diz.

A feira é realizada em parceria entre a Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Setoriais de Locação de Equipamentos para a Construção (Analoc) e o Grupo LocadoresBR. Os organizadores esperam uma visitação ainda maior que a alcançada em 2023, quando a primeira edição da feira aconteceu em Curitiba e mobilizou 4.850 visitantes. Além da exposição, serão realizadas palestras focadas no fortalecimento da gestão das empresas de locação e nas boas práticas na administração do negócio, capacitando-as para tornar o segmento ainda mais profissionalizado.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   28/06/2024

Parcela de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias dentro do valor de transformação industrial diminuiu de 8,7% para 5,3% entre 2013 e 2022

A indústria automobilística perdeu espaço na geração de riqueza originada do setor industrial, entre 2013 e 2022. É o que evidenciam os resultados da Pesquisa Industrial Anual (PIA) Empresa e Produto, anunciada nesta quinta-feira (27) pelo IBGE.

No estudo, os pesquisadores investigaram o Valor de Transformação Industrial, no período. O VTI é a diferença entre o valor bruto da produção industrial (VBPI) e o custo com as operações industriais (COI) e atingiu R$ 2,485,4 trilhões, em 2022.

Nesse total, a parcela de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias diminui de 8,7% para 5,3% entre 2013 e 2022. O impacto foi tão grande que o setor caiu da terceira para a sexta posição, em ranking das dez atividades com maior fatia no total de VTI, detalhou ainda o IBGE.

Também houve perda do setor na receita líquida de vendas (RLV), calculada a partir da receita bruta, deduzindo-se os impostos sobre vendas. Em 2022, as empresas industriais geraram R$ 6,7 trilhões em RLV. A fatia do setor automobilístico, representada pelo segmento fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, diminuiu de 11,3% para 7,9% entre 2013 e 2022.

Synthia Santana, pesquisadora do IBGE, foi questionada sobre as razões de perda de participação da indústria automobilística, na geração de riqueza do setor industrial. Ela citou dois motivos principais. O primeiro foi a sucessão de crises que o país enfrentou, desde começo de anos 2000 em diante. “Tivemos crises econômicas sucessivas. Em 2009, em 2010, o biênio [recessão] da crise 2015-2016 e a pandemia [em 2020]. Foi um setor que sofreu bastante [com a crise sanitária]” lembrou. Com a necessidade de isolamento social, durante o auge da covid-19, setores da indústria voltados para mobilidade foram fortemente prejudicados, na ocasião.

Outro motivo citado por ela foi a influência de decisões estratégias de grandes empresas do setor. “Grandes empresas passaram a atuar em outros países”, lembrou ela, sem citar nomes de companhias.

Em contrapartida, a extração de petróleo e gás natural, e a fabricação de produtos alimentícios foram destaque positivo, tanto no VTI quanto na RLV, entre 2013 e 2022. No caso do primeiro setor, a fatia no total do VTI subiu de 5,1% para 12,3% do total do VTI em 2022. No caso da parcela no total da RLV, a fatia do setor cresceu de 10,2% para 12,4%.

Já a fabricação de produtos alimentícios foi a principal atividade em 13 das 27 unidades da Federação. No total do VTI, subiu de 14,9% em 2013 para 15,1% em 2022. Na fatia no total da RLV, avançou de 18,9% para 22,5%, no mesmo período.

CNN Brasil - SP   28/06/2024

A indústria brasileira registrou um recorde de vendas de R$ 6,68 trilhões em 2022, de acordo com a Pesquisa Industrial Anual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicada nesta quinta-feira (26).

Dentre os 29 setores das empresas industriais destacados pelo IBGE, a automotiva tinha a quarta maior receita, representando 7,9% das vendas totais.

Porém, o que chama atenção é que, em 10 anos, o setor apresentou o recuo mais forte da indústria, de 3,4 pontos percentuais (p.p.).

Desde o início da série histórica, em 2007, o setor de fabricação de veículos caiu de segundo maior setor da indústria para o quarto.

“A indústria automotiva tem grande representatividade no resultado total da produção industrial do país, no entanto, vem enfrentando dificuldades nos últimos anos”, pontua o analista socioeconômico do IBGE, Jefferson Mariano.

“Vale destacar que ao longo do período houve o fechamento de importantes unidades produtivas, provocando impactos em cidades cuja economia orbitava em torno da atividade”, explica.

General Motors, Mercedes-Benz e Toyota estão entre as montadoras que tiveram de encerrar algumas de suas operações no Brasil.

Em 2020, Mercedez chegou a fechar sua produção de carros no país, mantendo duas fábricas que produzem caminhões, cabines e chassis de ônibus.

No ano passado, a montadora alemã encerrou um turno da unidade de São Bernardo do Campo (SP), justificando o cenário de “juros elevados e de dificuldades na concessão de financiamentos”.

Outro movimento que chamou atenção nos últimos anos foi o da Ford, que “saiu da pista” em 2021, após fechar suas últimas três fábricas no Brasil. A montadora já havia anunciado o fim de sua operação em São Bernardo dois anos antes.

Mas há um cenário positivo no horizonte. Com os investimentos recorde que vem sendo anunciado por montadoras, a expectativa é que o setor veja uma retomada nos próximos anos.

De acordo com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, o setor automotivo deve investir R$ 100 bilhões no país até 2029.
Setor de peso

Além do recorde de vendas, a indústria brasileira registrou em 2022 o maior número de empresas da série histórica da pesquisa, com 346 mil CNPJs.

A indústria também gerou 8,3 milhões de emprego naquele ano, a maior quantidade de pessoas ocupadas desde 2014.

“A indústria tem ainda um grande peso na economia brasileira. Além de ter como característica elevadas taxas de formalização de empregos, gera grande quantidade de empregos indiretos”, aponta Mariano.

O contingente cresceu pelo terceiro ano consecutivo. Porém, ainda é 8,3% menor que o recorde registrado em 2013, de 9 milhões de pessoas ocupadas.

CNN Brasil - SP   28/06/2024

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse à CNN que o governo brasileiro não pretende aumentar a tributação para carros elétricos fabricados no país.

Segundo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, o Imposto sobre Produtos Industrializado (IPI) Verde, previsto no programa Mover, não vai aumentar a carga tributária dos veículos eletrificados.

“Não tem nenhum aumento de imposto para veículos elétricos no Brasil. O que se discute é um estímulo a descarbonização”, falou ao CNN 360º (segunda a sexta, 15h).

Se eu tenho um veículo muito poluente, ele paga um pouco mais. Se eu tenho um veiculo com baixa emissão de carbono, eu pago menos. Mas não haverá nenhuma tributação sobre carros elétricos fabricados no Brasil
Geraldo Alckmin

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou o programa Mover em evento do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, no Palácio do Itamaraty. O Mover concede incentivos para a indústria automotiva e estimular a descarbonização.
Taxação de importados

Em abril, o Brasil tornou-se o maior mercado de exportação do mundo para carros híbridos e elétricos fabricados na China, ultrapassando a Bélgica. Com pouco mais de 40 mil unidades, as importações brasileiras aumentaram 13 vezes em relação ao mesmo mês do ano passado.

Devido a “invasão” dos elétricos chineses, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) pediu ao governo um aumento imediato para 35% (máximo permitido pelo Mercosul) da tarifa de importação sobre carros elétricos.

A associação argumenta ainda que outros países e blocos, como Estados Unidos e União Europeia, estão adotando medidas restritivas à entrada de carros chineses.

Alckmin disse que vai encaminhar a questão para Câmara de Comércio Exterior (Camex) e que, por acordo, no dia primeiro de Julho terá um acréscimo do imposto de importação desses veículos.

“É um pleito deles e vamos analisar na Camex esse pleito” afirmou Alckmin.

Automotive Business - SP   28/06/2024

O pedido da Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores) para antecipar o aumento do imposto de importação para carros elétricos e híbridos não foi bem recebido pelas demais associações do setor automotivo.

Segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, o atual cronograma, que prevê um aumento gradual da alíquota até julho de 2026, não seria suficiente para conter o avanço das marcas chinesas no país.

Com isso, o executivo solicitou que a vigência do imposto máximo de 35% seja antecipada em dois anos. Ironicamente, o próprio presidente da Anfavea havia informado no começo de junho que ainda não era o momento de revisão dos termos.

A Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) e Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) criticaram o pedido encabeçado pela entidade que representa as montadoras com fábrica no Brasil.

"A entidade reforça o argumento de que políticas protecionistas não trazem benefícios ao Brasil, ressaltando que, nos anos 1990, não fosse a abertura do mercado interno para veículos importados, o país não teria o parque industrial de hoje, com algumas dezenas de fabricantes", escreveu a Abeifa, que tem como afiliadas marcas como BYD, Volvo e Kia Motors.
ABVE diz que pedido da Anfavea é "quebra de acordo"

Já a ABVE, em entrevista ao site "InsideEVs Brasil", disse que a proposta da Anfavea "representaria uma quebra de acordo e geraria insegurança jurídica para o setor de veículos elétricos" no país.

Para Ricardo Bastos, presidente da entidade, o foco deveria estar no incentivo à produção nacional de carros elétricos e híbridos, o que estimularia a competitividade da indústria e a geração de empregos.

O site lembrou ainda que o aumento no imposto de importação de veículos eletrificados acabou alterando a estratégia comercial de marcas como a GWM.

A empresa chinesa havia decidido que uma picape da Poer seria o primeiro modelo a ser produzido no Brasil, mas, o reajuste da alíquota fez a montadora optar pelo Haval H6, cuja produção local seria mais viável.
Imposto de 35% entra em vigor em 2026

Após um período de alíquota zerada, o governo decidiu retomar o imposto de importação a partir de janeiro de 2024, inicialmente com tarifa de 12% para carros híbridos e 10%, para veículos elétricos.

Novos reajustes serão realizados anualmente a cada mês de julho, sendo que a alíquota máxima estipulada de 35% entrará em vigor em julho de 2026.

Vale lembrar que, à época, a decisão foi tomada a pedido da própria indústria brasileira, que cobrava mais previsibilidade para tomar suas decisões.

Valor - SP   28/06/2024

Para CEO na América Latina, enfrentar concorrência chinesa independe de data da tributação

Guy Rodríguez, presidente da Nissan na América Latina: “Vamos anunciar [a eletrificação] no momento certo e quando tudo estiver alinhado internamente” — Foto: Gabriel Reis/Valor

Nos últimos dias, dirigentes da indústria automobilística começaram a se mobilizar para convencer o governo a rever o aumento gradual do Imposto de Importação para carros elétricos e promover a elevação para alíquota máxima, de 35%, de uma só vez. Para o presidente da Nissan América Latina, Guy Rodríguez, no entanto, o enfrentamento da concorrência chinesa independe de quando ou como as alíquotas do tributo vão subir. “Não estamos preocupados se vão antecipar ou retardar as alíquotas, o importante é ter regras claras e justas”, disse.

Rodríguez diz que a Nissan vai manter o cronograma do investimento, que totaliza R$ 2,8 bilhões entre 2023 e 2025 e que recebeu reforço no fim de 2023. “Não vamos mudar nada. Podem chegar mais dez concorrentes. Se novos fabricantes abrirem fábricas serão bem-vindos. Temos que ser mais espertos”, destacou o executivo em conversa com jornalistas durante visita ao escritório da montadora em São Paulo na quinta-feira (27).

Rodríguez, executivo argentino que dirige a operação latino-americana da Nissan no México, lembra que o mercado mexicano é aberto, com vários concorrentes que importam. “E mesmo assim a Nissan, que produz localmente, é líder há 16 anos, com 17,5% do mercado”, destacou.

O executivo lembrou, ainda, que a marca japonesa já compete com os chineses na própria China, onde também produz. “Dos 3,4 milhões de veículos produzidos globalmente pela Nissan em 2023, 800 mil foram na China”, disse.

A Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) criticou o pedido de aumento imediato do Imposto de Importação para veículos híbridos e elétricos para 35%. A entidade informou que “solicita previsibilidade nas políticas industriais do setor automotivo, sobretudo em respeito aos consumidores, que têm direito à escolha por tecnologias de ponta”.

No fim de 2023, o governo decidiu retomar a cobrança do Imposto de Importação em carros 100% elétricos, suspensa desde 2016, e aumentar o tributo em híbridos. Foi definida elevação gradual em dois anos. Começou em janeiro, com 12% para híbridos e 10% para elétricos. A partir de julho subirá para 25% e 18%, respectivamente.

Os próximos aumentos serão em julho de 2025 e julho de 2026, quando, então, todos os carros importados de países com os quais o Brasil não tem acordo de livre intercâmbio passarão para a alíquota máxima de 35%.

“Qualquer medida adicional a isso seria uma quebra de regras, de contrato. O governo brasileiro tem repetido em fóruns internacionais que o Brasil tem regras estáveis e previsibilidade”, diz Ricardo Bastos, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

O primeiro aumento do tributo não foi suficiente para frear a entrada dos produtos chineses. Essas marcas reforçaram estoques e têm feitos sucessivos lançamentos de modelos, que chamam a atenção do consumidor pelo apelo da tecnologia.

A agressividade chinesa, principalmente em elétricos, não preocupa, diz a direção da Nissan. A empresa prefere manter o ritmo cauteloso e firme que sempre a caracterizou. Se a estratégia não fosse acertada, destaca Gonzalo Ibarzábal, presidente da Nissan do Brasil, “as vendas da marca não teriam, no ano passado, aumentado 35,2%”, quase três vezes do que o mercado nacional de carros e comerciais leves.

Qualquer medida adicional seria uma quebra de regras, de contrato”

— Ricardo Bastos

A partir do novo ciclo de investimentos, o portfólio da marca vai crescer. A fábrica de Resende (RJ) vai produzir dois novos modelos. O primeiro, a ser lançado em 2025, será a nova geração do pequeno utilitário Kicks. Seu sucessor será maior, segundo Rodríguez. Posteriormente, será produzido um novo utilitário esportivo, sobre o qual Rodríguez não revela nenhum detalhe. Está previsto também o lançamento de um novo motor turbo.

A terceira etapa da estratégia de renovação de produtos se dará com a produção de uma nova picape na fábrica da Argentina. Segundo Rodríguez, 80% do trabalho para adequar a fábrica de Resende para receber as novas linhas já está concluído e os funcionários já foram treinados.

Com novos produtos, a Nissan pretende dobrar a participação no mercado brasileiro, em relação a 2023, alcançando 6% em 2026. “Vamos ser maiores”, diz Rodríguez, a despeito da ameaça de novos concorrentes.

Além disso, com os novos veículos, a montadora pretende ampliar o mercado externo. Segundo Rodríguez, a expectativa é vender os novos SUVs em 20 países da América Latina. A exportação, segundo ele, é uma forma de atingir “tranquilidade em relação às variações cambiais”.

A direção da Nissan não dá nenhuma pista de quando pretende começar a produzir carros eletrificados no país, uma decisão já sinalizada pela companhia. Há expectativa de que futuramente sejam produzidos no país modelos do chamado e-Power, uma tecnologia desenvolvida pela marca japonesa e já uma realidade no México.

Com o e-Power, o veículo tem um motor a combustão e outro elétrico. A diferença em relação aos híbridos convencionais é que o motor a combustão não é usado na tração do carro, mas exclusivamente para “abastecer” o motor elétrico. Dessa forma, o carro só roda no sistema elétrico. “Vamos anunciar [a eletrificação] no momento certo e quando tudo estiver alinhado internamente”, diz Rodríguez.

A direção da Nissan na América Latina demonstra ter alcançado uma posição mais confortável depois das mudanças globais na aliança da empresa japonesa com Renault e Mitsubishi.

No fim de 2023, as empresas envolvidas na aliança criada em 1999 anunciaram a separação das áreas de compras. “Cada um agora compra as suas peças”, afirma Rodríguez. Segundo ele, isso não significa que a aliança terminou.

Mas a decisão confere a cada integrante da aliança mais independência. “Somos um grupo econômico”, afirma Rodríguez.

Quando anunciou a mudança, o grupo destacou que os mercados estão cada vez mais regionais e que a ideia seria explorar os pontos fortes de cada um, além dos recursos técnicos e a experiência de cada empresa.

A aliança deixa, ainda, de estar sob o comando de um único executivo, como foi nos tempos de Carlos Ghosn, o brasileiro que idealizou a união dessas empresas e tornou-se o comandante de todas.

Ghosn foi preso no Japão em novembro de 2018, acusado de uso indevido de ativos da empresa para enriquecimento pessoal. No ano seguinte, enquanto estava em prisão domiciliar, ele fugiu, escondido dentro de uma enorme caixa para instrumentos musicais, e refugiou-se no Líbano, onde vive até hoje.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Infomoney - SP   28/06/2024

O pedido de recuperação judicial da Odebrecht Engenharia e Construção (OEC) foi aceito na tarde de hoje (27) pela 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. A decisão partiu do juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho. Execuções, arrestos e penhoras contra a empresa do grupo Odebrecht pelos credores da RJ estarão suspensas pelo prazo de 180 dias. Cabe recurso da decisão.

O plano de recuperação judicial da empresa deve ser apresentado em até 60 dias. A OEC, que chegou a um acordo de recuperação extrajudicial de US$ 3 bilhões em 2019 com credores, nunca se recuperou totalmente da Lava Jato, que levou a um pedido de recuperação judicial da holding Odebrecht, agora chamada Novonor.

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

A OEC disse em suas demonstrações financeiras do ano passado que está em dificuldades devido à redução dos gastos públicos em grandes projetos após a pandemia e à falta de crédito para infraestrutura.

A empresa também foi prejudicada pelas provisões que precisou fazer por causa da redução esperada no valor recuperável de pagamentos do governo da Venezuela e pela contabilização de títulos reestruturados pela Novonor Finance garantidos pela OEC.

A companhia tem US$ 46 milhões em bonds (títulos) vencendo em outubro, e está em negociações com o BTG Pactual (BPAC11) para um empréstimo, segundo pessoas a par do assunto ouvidas pela Bloomberg.

O banco estaria negociando para fornecer um empréstimo ‘debtor-in-possession’ (DIP) após o início do processo de recuperação judicial, disseram as pessoas. O empréstimo seria de US$ 50 milhões a US$ 100 milhões, segundo as pessoas.

Representantes da OEC confirmaram o pedido de recuperação judicial, sem mais comentários. O BTG e os assessores financeiros e jurídicos não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

Infomoney - SP   28/06/2024

Os contratos de compra de casas usadas nos Estados Unidos caíram inesperadamente em maio, indicando que as vendas poderão permanecer fracas por algum tempo, já que os compradores em potencial enfrentam preços e taxas e hipotecas mais altos.

A Associação Nacional de Corretores de Imóveis (NAR) informou nesta quinta-feira que seu Índice de Vendas Pendentes de Moradias, baseado em contratos assinados, caiu 2,1% no mês passado, para 70,8.

Economistas consultados pela Reuters previam que os contratos, que se tornam vendas depois de um ou dois meses, avançariam 2,5%.

As vendas pendentes de casas caíram 6,6% em maio na comparação anual.

“O mercado está em um ponto interessante, com estoques em alta e demanda menor”, disse o economista chefe da NAR, Lawrence Yun.

O mercado imobiliário foi afetado pelo ressurgimento das taxas de hipoteca, com as vendas e a construção de casas caindo em maio. A taxa média da popular hipoteca de 30 anos fixa atingiu um pico de seis meses de 7,22% no início de maio, antes de recuar para 7,03% no final do mês, segundo dados da agência de financiamento hipotecário Freddie Mac. Desde então, caiu para uma média de 6,87% durante a semana encerrada em 20 de junho.

“A primeira metade do ano não atendeu às expectativas com relação às vendas de imóveis, mas superou as expectativas relacionadas aos preços dos imóveis”, disse Yun. “No segundo semestre de 2024, espere taxas hipotecárias moderadamente mais baixas, vendas de imóveis mais altas e estabilização dos preços dos imóveis.”

Globo Online - RJ   28/06/2024

Embora seja ainda impossível dimensionar com precisão um valor de referência para a reconstrução total, economistas e consultores convergem em que obras emergenciais ligadas à indústria da construção serão o principal motor para a retomada da economia gaúcha. Antes das enchentes, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) havia projetado uma expansão de 4,7% para o Produto Interno Bruto (PIB) do estado neste ano de 2024.

— Os investimentos serão um elemento importante para a atividade econômica das regiões afetadas. Inclusive para garantir a oferta de mão de obra, insumos e máquinas para realizar esse esforço de recuperação, que será um desafio e provavelmente envolverá todo o país — avalia Silvana Machado, diretora executiva do Bradesco.

A Alvarez&Marsal, que disponibilizou 30 consultores a serviço do governo do estado e da Prefeitura de Porto Alegre para estruturar um modelo de gestão dos impactos, calcula que as obras civis para recuperar a infraestrutura pública — rodovias, ferrovias, portos, pontes, viadutos, túneis, malha viária e sistemas de abastecimento e distribuição de água e energia, de esgotamento sanitário e de manejo de águas pluviais —, além de residências, hospitais, postos de saúde, escolas e delegacias, entre outros, exigirão investimentos públicos e privados de mais de R$ 100 bilhões.

União e fé na recuperação: Autoridades e população somam esforços para reativar a economia e a autoestima dos gaúchos após uma catástrofe sem precedentes

No epicentro da tragédia no RS: No Vale do Taquari, cidades serão deslocadas para sobreviver; processo de reerguimento pode demorar anos

Para se ter uma ideia, essa estimativa corresponde ao faturamento total de todas as empresas de engenharia e construção do país em 2022. — Daí o grande desafio de como executar tudo isso, haja vista que precisaremos de muita mão de obra, insumos e empresas especializadas para lidar com um volume tão significativo de obras em tão curto tempo — aponta Filipe Bonaldo, sócio-diretor da A&M Infra.

Reparo de rodovias

O número se aproxima de cálculos da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), que estima ser necessário investimento da ordem de R$ 110 bilhões a R$ 174 bilhões, montante que tem como base parâmetros internacionais sobre o custo médio global de resposta a desastres naturais. A reparação de rodovias estaduais e federais exigirá aportes entre R$ 3 bilhões e R$ 9 bilhões. Foram comprometidos mais de 4,5 mil quilômetros de ruas, avenidas, rodovias estaduais e federais e estradas vicinais.

Ainda não existem dados sobre os impactos na malha ferroviária gaúcha, utilizada em grande parte para o escoamento de grãos. Segundo dados do governo estadual, as enchentes afetaram de forma direta 283 mil residências, cerca de 5,3% do total de endereços estaduais, impactando quase 600 mil pessoas. Eldorado do Sul foi o município mais afetado, com oito em cada dez residências atingidas. Diversos imóveis sofreram danos estruturais, como o de Jaqueline Aguiar, que conseguiu salvar seus pertences, à exceção de dois guarda-roupas e uma estante, antes de deixar sua casa, feita de madeira.

— Caiu uma parte do assoalho e não consegui voltar. A gente não imaginava que ia chegar a essa proporção — lembra Jaqueline.

Dono de uma loja de material de construção em Eldorado do Sul, Gessiel Serpa espera que a demanda por produtos ligados a obra seja retomada. Nas primeiras semanas após as enchentes, a procura era outra: botas, luvas e capas de chuva

— Mesmo que as pessoas tenham perdido suas casas, não deu nem tempo ainda de pensar em reconstruir algo — diz o comerciante.

Um levantamento da Fiergs aponta que 81% das 220 indústrias consultadas informaram problemas.

—Os prejuízos mais comuns relatados incluem questões logísticas para escoamento da produção ou para o recebimento de insumos, além de problemas relacionados ao quadro de pessoal e às dificuldades com fornecedores — diz Giovani Baggio, economista-chefe da federação. — De acordo com dados da Receita estadual, aproximadamente 44 mil estabelecimentos, o equivalente a 16% do total no Rio Grande do Sul, estava em áreas inundadas .

Diante do cenário, Silvana Machado, do Bradesco, avalia que o mais importante é restabelecer a infraestrutura necessária para o retorno das atividades econômicas a algum grau de normalidade. Isso, segundo ela, garantirá renda às pessoas.

— Investimentos para tornar a infraestrutura pública e a estrutura produtiva privada mais resilientes a eventos climáticos podem favorecer o aumento da produtividade, na medida em que se tem a oportunidade de criar uma infraestrutura melhor que a anterior. Mas isso demora mais tempo.

Evitar demissões, a urgência número 1

Entidades empresariais temem que eventual má gestão da crise dificulte a recuperação econômica do estado. Entre as demandas do setor produtivo estão medidas para evitar demissões de trabalhadores, um grande desafio em situações como a atual. No começo de junho, a Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) encaminhou ofício à Presidência da República listando várias medidas emergenciais, como suspensão temporária dos contratos de trabalho, pagamento de auxílio por três meses para manutenção de emprego e renda, linha de crédito especial e renda mínima para as categorias mais prejudicadas.

— Meu sentimento é que a onda de demissões já começou e será seguida de êxodo dos trabalhadores. O envio de currículo para Santa Catarina quadruplicou — conta o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa.

Um painel da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Turismo de Porto Alegre confirma que 300 mil trabalhadores formais foram afetados de alguma maneira. No Centro Histórico, mais de seis mil empresas do setor de serviços amargaram danos.

— Algumas companhias ainda estão prejudicadas pelas chuvas de setembro e novembro do ano passado. E muitas outras, endividadas pela pandemia, ficaram mais de um mês sem faturamento — diz Costa.

Economista e professor da PUC-RS, Gustavo de Moraes estima que 45 mil trabalhadores da capital podem ter sido demitidos:

— Pelos relatos que temos, inclusive das companhias, a opção pelo desligamento dos profissionais está se confirmando na Região Metropolitana e no Vale do Taquari — informa. Na sua avaliação, a taxa de desemprego no estado deve seguir pressionada por seis meses e voltar aos habituais 5% apenas em 2025. — As experiências vividas por países como México, com os terremotos, e Estados Unidos, com o furacão Katrina, mostram que essa é a tendência.

No curto prazo, porém, a força da construção civil para reerguer as áreas pode equilibrar o cenário, diz o professor.

O painel da prefeitura da capital mostra que, na indústria, as do ramo da transformação foram as mais atingidas. Em outra pesquisa, da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, as indústrias de máquinas, equipamentos, borracha e plástico encabeçam a lista dos setores prejudicados.

—O pequeno e o médio comércio atingido não irão conseguir retomar nem mesmo com injeção de dinheiro da indústria que fez alguns movimentos para ajudar — prevê Silvana Dilly, superintendente da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal).

O setor de calçados, produto que figura entre os dez mais exportados pelo estado, sofreu com alagamentos de fábricas e falta dos trabalhadores por dificuldades de mobilidade. O fechamento do Aeroporto Salgado Filho continua afetando a remessa para a Argentina. Em maio, a Assintecal lançou o Movimento Próximos Passos, que visa levantar R$ 20 milhões para reconstruir casas de funcionários que perderam tudo — o grupo já angariou R$ 6 milhões. Arezzo&Co, Anacapri, Via Marte, Ipanema, Grendene Kids, Vulcabras, Beira Rio e Melissa são marcas embaixadoras da iniciativa. Até o momento, não houve demissões entre as filiadas da entidade.

Maior do estado em receita, a Yara Fertilizantes teve sua antiga fábrica da capital alagada por três semanas. Perdeu móveis e computadores e agora passa por limpeza, rescaldo e secagem técnica. A companhia também não tem planos demissionais para seu quadro de dois mil colaboradores.

— Vamos manter todos os trabalhadores porque precisamos da nossa gente firme e saudável para retomar — enfatiza Marcelo Pinto, vice-presidente de Operações.

Com duas plantas e 3,9 mil colaboradores, a Gerdau também não fez cortes. Suas usinas ficaram paradas por duas semanas até ter condições de retomada, sem prejuízo ao balanço da companhia nem à produção do que abastece a indústria automobilística nacional. A siderúrgica assumiu a construção e reforma das residências de funcionários atingidas.

— Estamos chocados, porém, com garra para ajudar a quem mais precisa. Agora, o restabelecimento da economia vai demandar anos, e os recursos da iniciativa privada não serão suficientes. Vamos precisar de políticas públicas acertadas nos próximos anos, inclusive para evitar outras tragédias — opina o CEO Gustavo Werneck. A companhia aportou R$25 milhões em iniciativas de recuperação do RS, como doação de metal para construção de pontes.

NAVAL

Monitor Digital - RJ   28/06/2024

As exportações brasileiras via portos do Arco Amazônico alcançaram a marca de 66,5 milhões de toneladas de carga no primeiro quadrimestre de 2024. Os dados são do Painel do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), consolidados em junho.

Desse total, foram exportadas pelos portos do Arco Amazônico 46 milhões de toneladas de minério de ferro, 13 milhões de toneladas de soja e 2 milhões de toneladas de milho. O valor total é 5,3% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram transportadas 63 milhões de toneladas – de janeiro a abril de 2023.

Segundo a Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport), os números comprovam o crescimento que o setor observa na última década.

“Os portos do Arco Norte vem apresentando crescimento ascendente nos últimos anos. Temos uma vocação natural na nossa região, com rios navegáveis e vemos nossas exportações crescerem ano a ano. Somos competitivos do ponto de vista da logística e temos expertise em oferecer soluções mais econômicas e viáveis para nossos clientes”, explica Flávio Acatauassú, diretor presidente da Amport.

De acordo com a Antaq, há dez anos, os portos amazônicos não eram bem vistos, porém hoje são alternativa aos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). A agência explica que, em 2010, a movimentação nos portos do Arco Norte respondiam por apenas 23% da produção nacional de soja e milho. Em 2015, essa participação já tinha saltado para 31%, até atingir 50% em 2022.
Exportação de granéis

O setor vem se destacando, inclusive, na exportação de granéis, principalmente milho e soja. “Hoje, nós temos uma capacidade instalada de 52 milhões de toneladas e já há investimentos em andamento para mais 48 milhões de toneladas de granéis. Ou seja, teremos uma capacidade de embarque de cerca de 100 milhões de toneladas de grãos nos próximos cinco anos”, explica o executivo.

Só no primeiro trimestre do ano, de acordo com relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do total das exportações de milho no país no período, 43,3% saíram pelos portos do Arco Amazônico. “Esse é um retrato da nossa capacidade. Estamos preparados e nos modernizando ainda mais para continuarmos crescendo de forma competitiva”, finaliza Acatauassú.

Portal Fator Brasil - RJ   28/06/2024

A movimentação de cargas rodantes no Porto do Rio Grande alcançou um marco significativo, ultrapassando 2.500 unidades entre janeiro e maio de 2024. Durante esse período, o porto processou automóveis, motocicletas, reboques, tratores, entre outros, consolidando-se como um hub logístico crucial para o Conesul.

O navio Roll-on Roll-off (RoRo) Chesapeake Highway atracou no dia 25 de junho (quarta-feira), desembarcando 549 unidades da nova versão do Chevrolet Equinox, produzido no México. Os veículos foram nacionalizados “em água”, permitindo um desembarque rápido e eficiente, contribuindo para a redução de custos e tempo de armazenamento.

A chegada desses automóveis marca o início das vendas do segundo semestre de 2024. O Rio Grande do Sul, com sua ampla rede de concessionárias e densa malha rodoviária, facilita a distribuição e venda de veículos, sustentando uma movimentação econômica significativa no setor automotivo.

—O complexo portuário do Rio Grande conta com a característica da multimodalidade a seu favor. Isso permite a realização de operações diversas, como o embarque e desembarque de cargas rodantes. Possuímos um pátio automotivo com capacidade para armazenamento de veículos que atende tanto as importações como as exportações. Sua proximidade com a área de cais permite que as operações ganhem em agilidade, o que se reflete em um menor tempo de permanência do navio no Porto — pontuou o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger.

Valor - SP   28/06/2024

Calado do Guaíba foi reduzido em 2,3 m em função dos detritos trazidos pelas enchentes

A recuperação da estrutura portuária de Porto Alegre afetada pelas enchentes de maio deve consumir ao menos R$ 600 milhões em serviços de batimetria (que indica os pontos de assoreamento), dragagem, reparação das instalações e reposição de equipamentos de sinalização náutica. Os esforços, segundo a Portos RS, responsável pela gestão do cais público, são para dotar o porto da capital gaúcha de condições mínimas de funcionamento. As chuvas destruíram equipamentos como balanças de pesagem, o sistema elétrico (haverá a necessidade de construção de uma nova subestação), as instalações administrativas, mobiliário, computadores e servidores de rede, além do arquivo histórico.

Se houver necessidade de intervenções estruturais, o montante a ser aplicado será maior - laudos técnicos ainda estão sendo preparados para avaliar o real impacto provocado pelas águas. “Há danos estruturais aparentes no prédio onde funcionava a central de operações”, afirma Cristiano Klinger, presidente da Portos RS, acrescentando que os técnicos estão avaliando se há condições de recuperar ou se será necessário demolir e construir outro edifício.

A estimativa é que os trabalhos de limpeza e coleta dos resíduos trazidos pela enchente sejam concluídos na segunda quinzena de julho. “Estamos discutindo a destinação correta dos diferentes tipos de resíduos”, diz Kingler.

A Portos RS ainda faz diagnósticos sobre as condições do sistema hidroviário do Estado, que deve passar por dragagens para retomar a navegabilidade anterior. Imagens de satélite mostraram um volume muito grande de sedimentos arrastados pelas correntezas do rio Guaíba em direção à lagoa dos Patos. Devido à grande quantidade de detritos e carregada até o canal, curso natural do lago Guaíba para o mar, a Portos RS reduziu de 14,2 m para 11,9 m o calado em Rio Grande. Houve avarias também na sinalização náutica.

Dos três portos públicos, apenas o de Porto Alegre está inoperante, já que foi o mais afetado e ficou 30 dias submerso. Cerca de 70 mil toneladas de fertilizantes que estavam estocados em um armazém foram perdidas. As águas baixaram, mas ainda estão acima do nível normal. O porto previa retomar as atividades, em caráter contingencial, no dia 25, com o descarregamento de insumos para a produção de fertilizantes. Os trabalhos serão feitos com improvisos. Segundo Kingler, contêineres serão alugados para abrigar o pessoal da administração e para funcionar como banheiro. Além disso, será preciso instalar um novo gerador de energia elétrica.

Instalações portuárias privadas também foram afetadas pelas águas. Em Charqueadas, a 60 quilômetros de Porto Alegre, a água danificou a estrutura de carregamento de carvão mineral do terminal privado da Copelmi. O fornecimento do insumo para a planta da Braskem no polo petroquímico do Estado está sendo feito por rodovia. O minério estocado em dois galpões teve que ser removido às pressas. O reparo começou no dia 3 de junho e o terminal, que movimenta em torno de 40 mil toneladas por mês, deve voltar a operar na primeira semana de julho. Luís Roberto Lutkemeier, diretor de controle da Copelmi, calcula em R$ 1,5 milhão os prejuízos financeiros.

Em Rio Grande, os dois terminais de contêiner (Tecon) da Wilson Sons estão funcionando normalmente; o de Santa Clara ficou temporariamente desativado, mas em pouco tempo retomou as operações. Já um dos terminais graneleiros da Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL), o Termasa, ficará inativo por um período de 12 a 18 meses, em consequência de um acidente ocorrido em 11 de maio: durante uma manobra, um navio foi jogado pela correnteza contra o píer. Não houve perdas de cargas, diz Carlos Vianna, presidente da CCGL mas a colisão abalou a sustentação do píer. “Vamos ter que reconstruir a estrutura de carregamento de navios”, diz. Ele estima em R$ 150 milhões o desembolso para a execução das obras.

Por conta do acidente, a movimentação de carga foi transferida para outros terminais graneleiros da região. Segundo Vianna, o Termasa representa entre 20% e 25% da operação de granéis agrícolas no porto de Rio Grande, principalmente soja.

O porto público de Rio Grande, porém, não registrou pontos de alagamento em nenhum momento nem teve suas atividades paralisadas. O de Pelotas, cuja principal operação é o embarque de toras de madeira, voltou a funcionar normalmente após um período de 15 dias de restrição porque “a beira do cais ficou uma lâmina d’água”, segundo Klinger. Apesar disso, a fábrica da CMPC, empresa de celulose localizada em Guaíba, às margens do lago homônimo, funcionou normalmente por causa dos estoques e porque foi abastecida por caminhão. Além disso, a navegação por barcaça para levar a celulose produzida até Rio Grande não parou com a cheia.

Investing - SP   28/06/2024

Programa Navegue Simples é avanço para setor portuário e ampliará investimentos, diz CNI

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nota em que avalia que o Programa Navegue Simples, instituído em decreto no Diário Oficial da União (DOU) da quarta-feira, é um marco para o setor portuário. "A medida tende a tornar mais eficiente e célere o fluxo atual de autorizações para a construção e exploração das instalações portuárias", considera a CNI.

Conforme o decreto, entre os objetivos do programa está "melhorar a eficiência das políticas públicas de outorgas portuárias por meio da promoção, do desenvolvimento, da implementação e da avaliação de medidas e ações de desburocratização, inovação e simplificação dos respectivos processos, modelos, instrumentos, legislações, regulamentos, atos normativos e procedimentos administrativos".

O Brasil tem 174 terminais de uso privativo e 142 áreas portuárias arrendadas. "Atualmente, o processo de liberação para exploração privada é moroso e envolve a análise conjunta da Secretaria Nacional de Portos (SNPTA/MPOR) e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq)", aponta a CNI.

A expectativa do governo é reduzir as cargas regulatória e administrativa, com critérios de "revisão, unificação, harmonização, consolidação, transparência, previsibilidade e segurança jurídica". O programa também visa a estimular a competitividade e a concorrência nos portos organizados, nas instalações autorizadas e nas atividades portuárias amparadas por contratos de outorga.

Para o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, "a proposta de desburocratização do setor portuário pode tornar o ambiente de negócios mais atrativo ao ente privado e, com isso, não apenas ampliar, mas acelerar os investimentos nessas infraestruturas".

Governança do programa

O Decreto nº 12.078/2024 estabelece que caberá ao ministro de Estado de Portos e Aeroportos o planejamento e a gestão estratégica do programa. A Antaq atuará em conjunto com o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) na prestação de apoio técnico para o desempenho das atividades.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.

De acordo com o normativo, o Navegue Simples tem caráter permanente e será planejado e estruturado em ciclos quadrienais sucessivos. O decreto estabelece previsão legal para formação de um Comitê Técnico Interinstitucional para promover, apoiar e acompanhar a implementação do programa.

A Antaq abriu a Tomada de Subsídio 01/2024 para receber contribuições voltadas para a simplificação dos processos de arrendamento. O período de contribuições se estende até 17 de julho deste ano.

PETROLÍFERO

Valor - SP   28/06/2024

Deve ser o primeiro ano desde 2017 em que país fica sem realizar certames de óleo e gás; decisão preocupa indústria e entidades setoriais

Julio Moreira: “Imaginamos que a postergação dos leilões pode se relacionar a uma questão ambiental” — Foto: Divulgação

A indústria de petróleo tem enfrentado uma lista de entraves neste ano e pode ter que lidar com mais um: a falta de leilão de exploração em 2024. Entre debates sobre a Margem Equatorial, greve dos agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), proximidade da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas - a COP30, programada para Belém (PA) no ano que vem - e reclamações da Agência Nacional de Petróleo (ANP) sobre falta de recursos, os agentes do setor podem ter em 2024 o primeiro ano desde 2017 sem um certame por parte da agência reguladora.

Segundo a ANP, a expectativa mais conservadora é que a publicação de novos editais de leilões ocorra no começo de 2025. Isso acontece porque, em dezembro do ano passado, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) estabeleceu novas diretrizes para definição de regras de conteúdo local nos próximos ciclos de licitações sob os regimes de concessão e de partilha dentro da oferta permanente. Nessa modalidade, as empresas não precisam esperar a rodada “tradicional” de leilões, ficando permanentemente aptas para arrematar blocos de petróleo.

Procurada, a ANP diz que aproveitou a mudança do CNPE para revisar instrumentos licitatórios: “Trata-se de uma oportunidade de implementar melhorias no edital.”

Debates sobre Margem Equatorial, greve de servidores e COP30 são alguns dos entraves

A diretoria da agência aprovou nesta quinta-feira (27) a revisão dos editais relacionados à Oferta Permanente de Concessão. Segundo a ANP, a revisão dos documentos passará por consulta pública por 45 dias e depois por uma audiência pública. Depois da aprovação final pela diretoria, o texto será avaliado pelo Tribunal de Contas da União, que tem mais 90 dias.

O último leilão de áreas realizado pela ANP foi em 13 de dezembro, quando a agência disponibilizou blocos da oferta permanente sob os regimes de concessão e de partilha. O certame foi considerado melhor que o esperado pela agência, apesar de terem negociado 193 blocos, 32% dos mais de 600 ofertados nos dois regimes.

Julio Moreira, diretor-executivo de exploração e produção do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), afirma que a importância do setor para a economia brasileira faz com que a falta de leilão em 2024 seja mais preocupante. Segundo Moreira, antes de 2017, houve um período em que o país ficou alguns anos sem leilão, o que impactou negativamente nas reservas de petróleo e gás do país. Este impacto negativo sobre as reservas pode se repetir com a ausência de leilão, na visão do especialista.

Em abril, o Brasil produz 4 milhões de barris de óleo equivalente por dia. A expectativa é chegar a 5,4 milhões em dez anos, segundo Moreira. O país tem cerca de 12 a 15 anos de reservas neste momento, conforme os dados do IBP.

“Não entendemos os motivos que levaram a ANP a postergar [a realização de leilões]”, diz o diretor-executivo do IBP, que completa: “Imaginamos que a postergação dos leilões pode se relacionar a uma questão ambiental, mas entendemos que existem outros elementos que impactaram a ANP a ponto de atrasar o leilão”, diz.

Moreira lembra que a falta de leilões posterga descobertas: “A falta de previsibilidade e de continuidade de leilões têm impacto negativo para o setor e para a economia nacional. Projetos de exploração no país, desde o leilão até a descoberta do primeiro óleo, levam de sete a dez anos”, afirma o executivo do IBP.

Na semana passada, o presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa, disse que a falta de um leilão neste ano preocupa a companhia, que é a única empresa privada que participou de todos os certames da ANP desde a abertura do mercado. Segundo o executivo, a companhia europeia continua demonstrando interesse em aumentar a produção brasileira: “Acreditamos que uma sequência de leilões é importante para a indústria.”

Para a Associação Brasileira das Empresas de Bens e Serviços de Petróleo (Abespetro), a regularidade dos leilões é importante para assegurar a autossuficiência energética do país: “A regularidade dos leilões é fundamental para o planejamento das petroleiras presentes no país, bem como para a sustentabilidade da cadeia produtiva de fornecimento de bens e serviços, e estabilidade da geração de empregos e arrecadação de impostos no setor.” A associação de prestadoras de serviço destaca a importância de preservar a estrutura da ANP para que possa exercer o papel de reguladora e fiscalizadora.

Fontes ouvidas pelo Valor afirmam que a revisão de regras de conteúdo local é um tema complexo e que requer tempo, mas ressaltam que motivações políticas e de agenda podem ser o motivo desse atraso maior por parte da agência. Uma pessoa ligada à indústria diz que a falta de recursos da ANP pode ser um dos motivos. Os servidores da agência reguladora estudam entrar em “operação-padrão”, com redução da carga de atividades, por falta de recursos.

No início do mês, a diretora da ANP Symone Araújo disse ao Valor que a reguladora tem enfrentado dificuldades devido aos cortes de recursos sofridos no orçamento de 2024. “De modo geral, a agência, como todos os órgãos reguladores, recebeu um corte orçamentário forte, na casa de 20%, para 2024. Nosso orçamento é calculado para dez anos e sofreu reduções”, disse na ocasião. Esse corte orçamentário impacta questões de apuração e distribuição, por diminuir acesso a instrumentos de tecnologia de informação, e compromete a capacitação, disse a diretora.

Para uma das fontes ouvidas pela reportagem, a falta de leilão neste ano pode ser uma forma de a ANP chamar a atenção do governo para a redução de orçamento. “Não há razão objetiva para atrasar tanto o leilão”, disse.

Outra fonte diz que a agenda do Ministério de Minas e Energia (MME) tem outras prioridades neste ano, como a tentativa de liberar com o Ibama a licença para que a Petrobras inicie a exploração na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, e a preparação para a COP30, em novembro de 2025. “O MME está escolhendo as brigas. Colocar um leilão agora seria dissipar os esforços. A ANP não tem uma relação direta com isso, mas é uma agenda que concorre. O maior significado é o gesto que representa a falta de um leilão por um ano. Rever a regra de conteúdo local é complexo, mas daria para ter sido feito em um ano.”

O ministério rebate: “O MME informa que tem atuado de maneira firme para que o leilão da ANP ocorra ainda em 2024, incluindo aspectos estabelecidos pelo CNPE sobre obrigatoriedade de conteúdo local, gerando emprego e renda para brasileiras e brasileiros. Destaca também, que o leilão da PPSA [Pré-Sal Petróleo] acontecerá em 31 de julho deste ano”. A PPSA é a empresa pública vinculada ao ministério e que faz leilões da parcela de petróleo e gás da União.

Valor - SP   28/06/2024

Companhia também recebeu autorização da UTG São Roque; com isso, iniciará protocolos de comissionamento e partida, com previsão de entrada em operação de forma definitiva até 1º de julho

A PetroReconcavo concluiu, nesta quinta-feira (27), as assinaturas dos contratos de concessão de blocos exploratórios localizados na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte. Os blocos POT-T-492 e POT-T-793 foram adquiridos pela companhia no quarto ciclo da oferta permanente de concessão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Juntos, os blocos refletem a incorporação de uma área de 56 quilômetros quadrados na Bacia Potiguar, em áreas adjacentes às operadas pela companhia. O prazo para cumprimento do programa exploratório mínimo é de cinco anos.

Operação da UTG São Roque

A companhia também informou que obteve, nesta quinta-feira (27), autorização da diretoria colegiada da ANP para operação da unidade de tratamento de gás natural (UTG) São Roque.

De acordo com a empresa, a unidade, no município de Mata de São João, na Bahia, possui capacidade de processamento de até 400 mil metros cúbicos por dia e irá receber a produção das concessões Mata de São João, Remanso, Jacuípe e Riacho São Pedro, ampliando as alternativas de processamento de gás natural na Bahia.

“A construção da UTG, com investimento de R$ 23 milhões, tem como objetivo otimizar os custos de processamento e escoamento de gás natural e é um avanço no plano de confiabilidade operacional da companhia”, destacou a PetroReconcavo.

Com a autorização, a companhia irá iniciar os protocolos de comissionamento e partida, com previsão de entrada em operação de forma definitiva até 1º de julho.

AGRÍCOLA

Valor - SP   28/06/2024

Fabricantes ficaram ilesos; Estado responde por 10% da receita com máquinas agrícolas no país

As enchentes afetaram mais a logística de distribuição de insumos, peças e acessórios do que a indústria de máquinas e equipamentos, sobretudo agrícolas. “Os fabricantes não foram afetados diretamente”, diz Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). “Houve problemas com fornecedores, mas não foi algo que tenha paralisado a produção”. Mas os impactos serão sentidos, já que o Rio Grande do Sul responde por cerca de 10% das vendas internas do setor.

O Estado enfrentou dois anos de seca e, em seguida, enchentes de proporções históricas, o que derrubou produtividade e rentabilidade - e capitalização - do campo. A Abimaq revisou sua projeção inicial de queda de até 10% nas vendas para um recuo de 18% por causa dos efeitos das enchentes e do cenário incerto na região.

Dona das marcas Massey Ferguson, Valtra e Fendt, a AGCO não chegou a ter a operação afetada, segundo Rodrigo Junqueira, gerente geral da empresa e vice-presidente da Massey Ferguson América do Sul. A unidade de Canoas -uma das cinco no Rio Grande do Sul -, no entanto, ficou praticamente um mês fechada porque as águas alcançaram a subestação de energia próxima à empresa.

Nesse período, a AGCO focou no apoio aos afetados; mobilizou perto de 200 funcionários para a produção de mais de 3 mil refeições diárias na cozinha na fábrica. “Foi uma operação de guerra”, comenta o executivo. Entre os empregados do grupo, 331 perderam suas casas. “Continuamos recebendo doações e enderençando por meio de voluntários que trabalham na limpeza e recuperação das áreas afetadas. Montamos ainda outra frente para ajudar nossos clientes a recuperar máquinas de forma que ele seja onerado o mínimo possível”, assegura Junqueira.

Na John Deere, as águas atingiram o centro de treinamento e a área de armazenagem pós-venda da Ciber/Wirtgen (equipamentos para construção de estradas) em Porto Alegre, mas não chegaram à fábrica. As áreas de produção de tratores agrícolas em Montenegro e de pulverizadores em Canoas, fabricados pela PLA by John Deere, também foram preservadas, assim como a de colheitadeiras e plantadeiras em Horizontina. Segundo a empresa, 211 funcionários afetados e suas famílias receberam suporte financeiro e apoio psicológico. A John Deere antecipou o pagamento de impostos ao Estado, flexibilizou horas de trabalho de funcionários que atuaram como voluntários e destinou recursos para compra de roupas, kits de saúde e higiene e colchões.

Fabricante de tratores, caminhões, ônibus, utilitários e componentes em três unidades em Caxias do Sul, a Agrale não sofreu prejuízos diretos nem ocorrências graves envolvendo colaboradores. A companhia informou que apoia instituições que atendem pessoas atingidas pelas inundações.

Associe-se!

Junte-se a nós e faça parte dos executivos que ajudam a traçar os rumos da distribuição de aço no Brasil.

INDA

O INDA, Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, é uma Instituição Não Governamental, legalmente constituída, sem fins lucrativos e fundada em julho de 1970. Seu principal objetivo é promover o uso consciente do Aço, tanto no mercado interno quanto externo, aumentando com isso a competitividade do setor de distribuição e do sistema Siderúrgico Brasileiro como um todo.

Rua Silvia Bueno, 1660, 1º Andar, Cj 107, Ipiranga - São Paulo/SP

+55 11 2272-2121

contato@inda.org.br

© 2019 INDA | Todos os direitos reservados. desenvolvido por agência the bag.

TOP