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28 de Fevereiro de 2024

SIDERURGIA

Valor - SP   28/02/2024

A Nippon Steel adicionou outra empresa de lobby à sua lista, na tentativa de preparar o caminho para a aquisição da U.S. Steel.

O site de divulgação de lobby do Senado dos Estados Unidos mostra que a empresa de comunicações estratégicas Vox Global se juntou à equipe da Nippon Steel como subcontratada da Akin Gump Strauss Hauer & Feld, que a Nippon Steel contratou em dezembro.

Documentos públicos mostram que a Vox será representada por James Baril, que anteriormente atuou como vice-diretor regional no gabinete do senador John Cornyn, um republicano do Texas. Cornyn atua como membro republicano graduado do subcomitê do Comitê de Finanças do Senado para comércio internacional, alfândega e competitividade global.

A medida sinaliza que a siderúrgica japonesa está expandindo suas atividades de defesa de direitos, acrescentando poder de fogo republicano no Capitólio.

Os lobistas da Akin que auxiliam a Nippon Steel incluem Reginald Babin, que atuou como conselheiro-chefe do líder da maioria no Senado, Chuck Schumer (democrata de Nova York), e Hunter Bates, ex-chefe de gabinete do líder da minoria no Senado, Mitch McConnell (republicando do Kentucky).

O anúncio da Nippon Steel, em 18 de dezembro, de que iria adquirir a icônica siderúrgica americana por mais de US$ 14 bilhões foi imediatamente rechaçado pelo United Steelworkers (USW), o maior sindicato industrial da América do Norte, bem como por legisladores da Pensilvânia, onde a U.S. Steel está sediada. A oposição ocorreu apesar da promessa da siderúrgica japonesa de proteger empregos e manter a sede em Pittsburgh.

Após a reação negativa, a Nippon Steel contratou a Akin para ajudar com suas mensagens e, desde então, colocou anúncios em publicações dos Estados Unidos para destacar os benefícios do acordo.

“Esta medida mostra que a Nippon Steel reconhece os desafios políticos do acordo”, disse William Chou, membro do conselho japonês do grupo de reflexão do Instituto Hudson, ao “Nikkei Asia”. "Eles estão tentando resolver o problema, provavelmente de olho na reunião de acionistas da U.S. Steel - prevista para março - para aprovar o acordo, o que provavelmente atrairá novas atenções."

Mas na segunda-feira, o USW emitiu um comunicado qualificando a campanha mediática de “cortina de fumaça”.

“A esta altura, você provavelmente já viu os anúncios na TV e na imprensa proclamando o quão grande é este acordo para os trabalhadores e para a indústria siderúrgica”, disse o comunicado. O USW disse que a U.S. Steel está investindo "enormes quantias de dinheiro" em relações públicas e fazendo lobby junto a funcionários do governo nomeados e eleitos em Washington, bem como nas capitais dos estados, pedindo "confiança imerecida".

"Nós, como membros do sindicato, não negociamos com base na confiança. Baseamos as nossas decisões em contratos executáveis que protegem a nossa segurança no emprego, a nossa segurança econômica e a nossa segurança na aposentadoria”, afirmou o comunicado.

A Nippon Steel tem apoiadores em Washington. John Murphy, vice-presidente sênior e chefe internacional da Câmara de Comércio dos Estados Unidos, escreveu em um blog em 14 de fevereiro que bloquear a venda representaria riscos significativos para a prosperidade e segurança dos Estados Unidos.

Observando que o Japão é um dos principais investidores nos Estados Unidos - mais de US$ 700 bilhões em todo o país - e um dos aliados mais próximos dos americanos, Murphy argumentou que "bloquear este investimento poderia inspirar movimentos de imitação no estrangeiro".

Se governos estrangeiros bloquearem os investimentos dos Estados Unidos por motivos espúrios, isso prejudicaria os interesses econômicos americanos em todo o mundo, escreveu ele.

A consultoria de risco político Baron Public Affairs, com sede em Washington, escreveu num memorando este mês que a oposição ao acordo por parte de legisladores conservadores contradiz as prioridades econômicas e os valores sociais que normalmente apoiam.

“O Japão está bem posicionado para apoiar a visão dos conservadores nacionais de uma economia industrial doméstica mais forte e de se afastar da dependência da China”, escreveu a empresa. “As empresas japonesas já empregam mais trabalhadores americanos do que as empresas de qualquer outro país.”

Mas Baron observou que, devido à crescente influência política dos conservadores nacionais, as grandes empresas buscarão cada vez mais o seu apoio.

“Em última análise, a controvérsia da Nippon Steel representa um teste para o movimento conservador nacional”, disse a empresa. "Por crescer em influência política, o movimento se torna um eleitorado cada vez mais valioso, cujo apoio as grandes empresas irão procurar e, portanto, o movimento conservador nacional irá provavelmente enfrentar estes tipos de cenários que opõem os interesses corporativos aos princípios do movimento com maior frequência."

Globo Online - RJ   28/02/2024

Disciplina e austeridade são bases para uma gestão bem-sucedida, diz Gustavo Werneck. Aos 50 anos e perto de completar duas décadas na Gerdau — maior produtora de aço do Brasil e com operações em nove países, incluindo os Estados Unidos —, o engenheiro assumiu o comando da companhia em 2018, com um assento no Conselho de Administração a partir do ano seguinte.

Na primeira de uma série de entrevistas de CEOs sobre como progredir na carreira, Werneck conta que, mesmo em tempos de abundância, pensa como se estivesse em escassez: “Esse medo de morrer como empresa é uma coisa que sempre está muito dentro de mim”, frisa ele, sublinhando que não se deve presumir que a trajetória de mais de 120 anos da companhia seja garantia de outro século de operação pela frente.

O foco desta série do GLOBO, exclusiva para assinantes, será mostrar como os líderes de empresas de diferentes portes, perfis e vocação veem o profissional do futuro. E o que colocam na balança na hora de fazer uma contratação e montar sua equipe.

Na visão de Werneck, há uma qualidade profissional que vem à frente da competência técnica para atuar no grupo: foco em pessoas e em serviço ao cliente.

Ele defende a criação de equipes mais diversas e inclusivas — reconhecendo que o mundo corporativo ainda engatinha nessa jornada — e o uso da tecnologia para acelerar ganhos de competitividade.

Leia, abaixo, os atributos listados pelo executivo como essenciais para uma carreira de sucesso. E veja, neste primeiro vídeo, em rápidas respostas, como Werneck lida com as perguntas que desafiam todos os líderes, como "Remoto, presencial ou híbrido?", "Vivência ou currículo?", "Uma derrota pessoal e o que faria diferente?".

CONTRATAÇÃO IRRESISTÍVEL: “É aquele que consegue ter um pensamento não só de resultados financeiros, mas olhar com amplitude maior"

Antes de responder, preciso dizer que é quase imprescindível que o gestor atue pessoalmente nessa contratação. É uma atividade que não pode ser delegada. É fundamental que quando você vai trazer pessoas para sua equipe, você se envolva pessoalmente.

O RH pode te apoiar, mas o protagonismo da decisão é todo do gestor. Em segundo lugar, eu aprendi que quando se quer trazer um profissional do mercado, você já está há muito tempo observando a atuação dele, já sabe quem é, se tem capacidade de aderência cultural à organização, o que pensa.

Dificilmente hoje eu peço para contratar um profissional, delego essa atividade a alguma empresa de hunting (de busca de talentos) sem que eu já conheça os profissionais. Eu acho que é uma forma de ter assertividade.

Gustavo Werneck fala sobre perfil profissional que seria contratação irresistível

Posto isso, acho que o profissional irresistível é aquele que cada vez mais consegue ter um pensamento não só de shareholder (acionista), de resultados financeiros, mas pessoas que conseguem olhar com amplitude maior todas as necessidades da sociedade, equilibrar isso de forma adequada.

Pessoas que têm uma visão social, uma visão de mundo muito moderna, compreendendo que cada vez mais o papel das empresas não é só gerar resultado financeiro, mas também contribuir de forma decisiva para atender os desafios da sociedade.

Procuro muito também trazer pessoas para trabalhar comigo que são melhores do que eu, que têm capacidade de formular soluções para problemas diferentes das que eu tenho.

PARA CRESCER PROFISSIONALMENTE: “É preciso cativar, entender as necessidades e criar valor no longo prazo para os clientes”

O profissional iniciando agora no mercado precisa se acostumar a ter um olhar muito profundo para a criação de valor para os clientes. Eu vejo muitos jovens profissionais com uma preocupação grande de aprender como a empresa funciona e, de alguma forma, querer mostrar para os seus líderes que são bons em determinados aspectos.

Mas aqueles jovens que entram na empresa e têm um olhar muito diferenciado para o cliente — como se cativa, entende as necessidades, cria valor no longo prazo para o cliente —, cada vez mais serão os profissionais que vão trilhar histórias de sucesso.

Mas o nosso olhar, de forma geral para as empresas, no que diz respeito aos clientes, ainda é muito raso. Os clientes estão se transformando, cada vez mais precisando encontrar parcerias em toda a cadeia de fornecimento de criação de valor compartilhado, e mesmo os profissionais mais experientes ainda têm um pouco de dificuldade de entender isso.

TER UM TIME DE SUCESSO: “Ter uma cultura de baixa hierarquia e montar uma equipe diversa, que consiga trabalhar com ego baixo”

Para montar um time vencedor, a questão da cultura da empresa faz muita diferença. Porque, no mundo atual, a gente pode copiar modelos de negócio, levantar dinheiro, montar uma empresa, mas a questão da cultura, da liderança e de pessoas, não é copiável.

Ter uma cultura de baixa hierarquia, de participação conjunta na busca da solução para os dilemas que as empresas da sociedade têm é fundamental.

E trazer pessoas assim na equipe, que têm um potencial, um conhecimento muito melhor do que o da gente, é importante. Quando a gente consegue montar uma equipe diversa, que se complemente, que consiga trabalhar com ego absolutamente baixo, que aceite feedback, eu tenho cada vez mais visto as possibilidades que nós temos de montar times muito vencedores.

TRABALHO E VIDA PESSOAL: “As pessoas criam folclores corporativos. Tenho tempo para fazer absolutamente tudo, porque delego muito”

É muito mais simples do que a gente imagina. As pessoas criam talvez folclores, inverdades corporativas, dizendo que a gente não tem tempo. A grande questão é que ainda tem numa hierarquia tradicional com ego elevado, com muito medo de delegar.

Quando você tem medo de delegar, centraliza as decisões e, de fato, não há tempo para nada. Mas quando você consegue compartilhar com a tua equipe, delega, dá autonomia para as pessoas, fica muito mais simples conciliar o tempo de trabalho e o tempo pessoal.

Gustavo Werneck fala como administrar o tempo e conciliar trabalho e vida pessoal

Eu tenho tempo para fazer absolutamente tudo que eu quero, porque delego muito, dou autonomia e responsabilidade para minha equipe.

O meu principal hobby é a arte marcial, é onde eu consigo também equilibrar a minha vida do dia a dia, a profissional com a pessoal, porque ela estimula momentos de introspecção, de concentração, de tranquilidade.

QUALIFICAÇÕES RELEVANTES: “Quando se entende que a melhor solução está num ponto intermediário entre o que eu penso e o outro pensa"

Eu resumiria tudo na capacidade de cuidar de pessoas. A gente tem muita empatia para entender que o ativo mais importante das companhias são suas colaboradoras, seus colaboradores, suas pessoas. Então, essa questão de saber negociar acaba dentro da empatia também.

Quando se tem uma escuta ativa, um olhar atento ao ser humano e se entende que, geralmente, a melhor solução está em algum ponto intermediário entre o que eu penso e o que a pessoa pensa, aí essa mágica acontece. Essas pessoas aprendem e desenvolvem conhecimento.

DIVERSIDADE E INCLUSÃO: “As pessoas continuam colocando dificuldades, restrições, como se as soluções não estivessem nas nossas mãos”

As empresas já vêm lançando um outro olhar em relação a isso. Eu diria que a gente saiu da inércia, mas ainda há muito a ser feito. Ainda há muitos vieses conscientes ou inconscientes, muitas desculpas para a gente não fazer esses temas avançarem.

As pessoas continuam colocando dificuldades, restrições, como se as soluções não estivessem nas nossas mãos. A gente avançou muito com relação a esse tema na Gerdau, e quanto mais a gente avança mais os resultados vêm, mais o olhar profundo para a sociedade.

Ele passa a fazer parte do dia a dia, então é um desafio para as empresas. Na nossa, a gente conseguiu avançar bem. É um caminho sem volta, e a gente tem muito para fazer ainda.

TRABALHO E SAÚDE MENTAL: “Estamos engatinhando. Mas colocar a solução, muitas vezes, não é tão complexo quanto a gente imagina”

É indissociável. Se a empresa não tem uma cultura onde a pessoa se sente acolhida, ela não tem coragem de falar o que está acontecendo. Se você tem um problema de depressão, de ansiedade, financeiro ou de outra natureza e se sentir acolhido pela empresa, sabendo que se levar o problema vai ter uma resposta muito positiva, da empresa te apoiar, aí a mágica começa a acontecer.

E começa por esse papo porque as pessoas não têm coragem de falar, de compartilhar os seus problemas. Para nós, essa criação da cultura, o que a gente vem fazendo há algum tempo, de acolhimento ao ser humano, ela começa a trazer os problemas para fora.

E aí colocar a solução, muitas vezes, não é tão complexo quanto a gente imagina. Por isso que eu fui ao Butão no ano passado, para olhar o sistema de felicidade bruta do país.

Agora, a gente está num processo de transcrição desses conceitos do Índice de Felicidade Bruta (usado no país) para o nível empresarial, entender como aplicar dentro das organizações e ajudar as pessoas a terem uma saúde mental melhor.

Estamos engatinhando. Mas, ao mesmo tempo, acredito que empresas como a nossa dão luz ao tema quando falam mais e mostram resultados. Causam impacto muito positivo para acelerar essa mudança.

COMO LIDAR COM CRISES: “Mesmo em momentos de abundância, temos que viver esse pensamento de escassez”

Eu penso que a gente tem de viver, mesmo em momentos de mais abundância, esse pensamento de escassez. A gente nunca deve abandonar isso da escassez, no sentido de ter um olhar austero para as coisas, disciplinado.

Em momentos em que os mercados são mais favoráveis, se consegue ter resultados melhores, mas nos momentos em que o mundo tem dificuldades mais gerais, na economia, a gente está sempre pronto para enfrentar esses desafios.

As empresas não deveriam ficar mudando seus pensamentos toda hora para abundância ou escassez. De certa forma, é preciso ter essa disciplina e austeridade para poder viver todos os momentos de tal forma que quando vem crise ou vem dificuldade não tenha que mudar radicalmente a sua organização.

Porque a pior coisa que tem é quando começa a se criar um clima de derrota, de piora dos resultados. Aí se afeta toda a organização.

Na Gerdau, sempre olhamos o mundo de uma forma muito austera. Em momentos em que a crise vem, a gente está sempre muito bem preparado para isso.

COMPETITIVIDADE: “Esse medo de morrer como empresa está muito dentro de mim. Cada dia de trabalho é um dia novo”

A gente tem que ter sempre o pensamento de que as coisas podem mudar muito radicalmente e as empresas desaparecerem. Numa empresa como a nossa, de 122 anos de história, nunca se pode ter a arrogância de achar que a gente ter vivido durante todo esse tempo dá a garantia de que a gente vai conseguir construir uma história de mais cem anos.

Esse medo de morrer como empresa é uma coisa que sempre está muito dentro de mim. Termos a humildade necessária para ver quem está fazendo melhor do que nós, para saber que cada dia que a gente começa o nosso trabalho é um dia novo. O sucesso de ontem não garante o sucesso de hoje. É entender que quanto mais a gente consegue ter uma empresa que mantém a sua cultura naquilo em que ela foi positiva ao longo do tempo e, ao mesmo tempo, consegue incorporar novos elementos é um ponto muito importante para nós da competitividade.

Gustavo Werneck fala como aprender com a concorrência e ganhar competitividade

A gente tem conseguido manter o nosso desempenho organizacional tradicional com a incorporação intensa de novas metodologias vindas do mundo digital. E consegue ser uma empresa do que se chama no mercado de ambidestra: mantém o que é bom do mundo tradicional, da velha economia, mas, ao mesmo tempo, vai incorporando de uma forma muito intensa e decisiva os conceitos da nova economia.

Toda a transformação digital, Inteligência Artificial, estão muito presentes. No nosso dia a dia há uma utilização intensa de dados e algoritmos, para tomar decisão. Isso tem nos ajudado muito na nossa competitividade.

USO DE REDES SOCIAIS: “A gente não consegue hoje passar as nossas mensagens se não estiver presente”

Tem que usar. A gente não consegue hoje passar as nossas mensagens, as narrativas adequadas, se não estiver presente. Em paralelo, isso exige muita transparência nas coisas que a gente posta, faz, até uma clareza de que não é possível separar os temas pessoais dos temas empresariais.

Acho que tem de se estar (nas redes), mas tem que ter uma estratégia, uma disciplina, saber exatamente quais as histórias que a gente quer contar.

A gente tem uma boa gestão da utilização das redes sociais. É uma forma muito positiva de se conectar de maneira mais próxima com a sociedade. Mas é preciso respeitar o compliance (as regras internas da empresa), a legislação. Acho que uma nova grande atribuição da área de comunicação corporativa é como fazer uma gestão adequada das redes sociais, o que é um desafio.

PARA ATUAR NO SETOR DO AÇO: “É cada vez menos a formação acadêmica e cada vez mais o olhar do indivíduo que tem feito diferença”

(Formação acadêmica específica) não é essencial. Cada vez mais a gente tem aberto a Gerdau para todo profissional, das mais diversas formações, que trazem vivências diferentes, pontos de vista diferentes. Independente da formação acadêmica, aquelas pessoas que têm uma visão de cliente muito profunda, que compreendem a importância do nosso papel de servir o cliente, a sociedade (contam mais).

É cada vez menos a formação acadêmica e cada vez mais o olhar de cada indivíduo, de cada profissional com relação ao mundo as suas transformações, seus clientes, que tem feito diferença.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS: “Cada colaboradora e colaborador precisa saber o impacto de cada atividade que faz para a redução da temperatura global”

É absolutamente fundamental (ter um olhar para mudanças climáticas). Ainda mais no pós-pandemia, onde percebo que o senso de urgência com relação às ações a serem implantadas para reduzir os efeitos climáticos no planeta se reduziu. Se a gente não tiver pessoas que mantenham esse senso de urgência, vamos enfrentar um período muito difícil.

Nessa questão, a preocupação com o planeta, que é o “E” do ESG (sigla em inglês para práticas ambiental, social e de governança nas empresas) e a preocupação com as pessoas, que é o resto, têm de fazer parte da cultura da empresa. Não têm que estar só nos níveis mais altos da organização, dentro de uma narrativa elaborada pela área de comunicação. Isso precisa fazer parte da cultura. Cada colaboradora e colaborador precisa saber exatamente o impacto de cada atividade que faz no dia a dia para a redução da temperatura global, para a redução das emissões de gases de efeito estufa.

Essa cultura das empresas precisaria trazer esse ponto muito mais intenso do que traz atualmente. Os últimos eventos climáticos têm mostrado a urgência da gente colocar ações cada vez mais aceleradas para mitigar esses grandes riscos que a gente está vivendo.

ECONOMIA

Agência Brasil - DF   28/02/2024

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, ficou em 0,78% em fevereiro deste ano. A taxa é superior ao 0,31% de janeiro deste ano e ao 0,76% de fevereiro do ano passado.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 acumula 1,09% no ano e  4,49% em 12 meses.

O principal impacto na prévia da inflação de fevereiro veio dos aumentos das taxas dos cursos regulares, que subiram 6,13% no período. Os reajustes de preços são habitualmente praticados no início do ano.

Entre os cursos com maiores reajustes destacam-se ensino médio (8,58%), ensino fundamental (8,23%) e pré-escola (8,14%). Com essas altas de preços, o grupo de despesas com educação registrou inflação de 5,07% na prévia do mês. Na prévia de janeiro, o grupo educação tinha variado apenas 0,39%
.
Inflação

Oito dos nove grupos de despesa apresentaram inflação na prévia de fevereiro. Além de educação, destacou-se o de alimentação e bebidas, com inflação de 0,97% no período.

Entre os itens com maiores altas de preços estão cenoura (36,21%), batata-inglesa (22,58%), feijão-carioca (7,21%), arroz (5,85%) e frutas (2,24%).

Outros grupos com inflação na prévia de fevereiro foram saúde e cuidados pessoais (0,76%), comunicação (1,67%), despesas pessoais (0,46%), transportes (0,15%), habitação (0,14%) e artigos de residência (0,45%).

O único grupo de despesas com deflação (queda de preços) na prévia de fevereiro foi vestuário, com -0,39%.

Infomoney - SP   28/02/2024

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) ficou estável na passagem de janeiro para fevereiro, mantendo os 97,4 pontos, na série com ajuste sazonal, informou nesta terça-feira (27) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, porém, o índice avançou 1,4 ponto, a 96,8 pontos.

Segundo o economista Stéfano Pacini, do FGV/Ibre, o resultado sinaliza uma acomodação após um período de melhora da demanda e normalização dos estoques. Para os próximos meses, ele prevê que há uma perspectiva mais favorável relacionada às contratações, ainda que, no geral, a perspectiva seja de cautela.

“Aparentemente, a nova política industrial ainda não teve um impacto forte nas expectativas do setor, que parece estar aguardando seu desdobramento e ações relacionadas, mas o maior otimismo em relação ao emprego parece ser um sinal positivo”, disse em nota.

Entre os componentes do ICI no mês, houve alta de 0,2 ponto no Índice da Situação Atual (ISA), para 98,0 pontos. O movimento foi puxado pelo crescimento do componente que mede a situação atual dos negócios, que cresceu 1,2 ponto, a 99,0 pontos, maior nível desde agosto de 2022 (101,1 pontos). Por outro lado, o componente do nível de estoques caiu 0,4 ponto na margem, para 99,8 pontos.

Já o Índice de Expectativas (IE) recuou 0,2 ponto no mês, atingindo agora 96,8 pontos. A abertura que mede a produção nos três meses seguintes caiu 1,9 ponto, a 97,4 pontos, após três leituras consecutivas de crescimento.

A tendência de negócio para os seis meses seguintes, por sua vez, recuou ainda mais, 2,2 pontos porcentuais, atingindo 94,3 pontos. Foi a primeira queda depois de quatro meses de alta. Houve, por outro lado, avanço de 3,7 pontos no componente que mede o ímpeto sobre novas contratações, a 99,1 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (Nuci) recuou 0,2 ponto, a 80,8% nesta leitura.

Exame - SP   28/02/2024

O Boletim Focus divulgado nesta terça-feira, 27, reduziu a expectativa para a inflação de 2024. Os analistas elevaram a estimativa para o PIB deste ano pela segunda semana seguida. A divulgação das estimativas de economista, que é divulgada às segundas-feiras, foi adiada devido à operação de greve adotada pelos funcionários do Banco Central (BC).

IPCA no Focus

A estimativa do IPCA para 2024 caiu de 3,82% para 3,80%. Um mês antes, a mediana era de 3,81%. Considerando as 152 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 passou para 3,78%.

Para 2025, que também está no foco da política monetária, a projeção caiu, passando de 3,52% para 3,51%. A projeção para 2026 permaneceu em 3,50%, mesmo nível dos últimos 33 boletins.

O Comitê de Política Monetária (Copom) tem projeção de 3,50% para o IPCA de 2024. Para 2025, também seguiu em 3,20%. O colegiado reduziu a Selic pela quinta vez consecutiva em 0,50 ponto porcentual, para 11,25% ao ano.

PIB

A mediana das projeções para o PIB deste ano subiu pela segunda semana consecutiva, de 1,68% para 1,75%, alta de 0,07 pontos percentuais. Um mês antes, a projeção era de 1,60%. Nas estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 subiu para 1,80%. A projeção para 2025 foi mantida em 2% pela 11ª semana seguida, assim como a de 2026 se manteve em 2% pela 29ª semana.

A estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,2%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,7% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.

Selic

A projeção do mercado para a taxa básica de juros, a Selic, permaneceu em 9% pela 9ª semana consecutiva. A estimativa para 2025 continuou em 8,50%, e a projeção para 2026 ficou em 8,50% pela 30ª semana.

Na última reunião, o Copom cortou a Selic pela quinta vez consecutiva em 0,50 ponto porcentual, para 11,25% ao ano. O colegiado manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,50 ponto continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões - no plural.

Câmbio

Os economistas do mercado financeiro manteve as expectativas para o dólar no fim deste ano. A mediana do relatório Focus para 2024 ficou em R$ 4,93, após alta de 0,01 ponto percentual na última semana. Nas estimativas dos últimos cinco dias, a expectativa para a moeda neste ano é de R$ 4,96. A projeção para o fim de 2025 continuou em R$ 5,00, o mesmo nível da edição anterior e de seis semanas antes.

Agência Brasil - DF   28/02/2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta terça-feira (27) a exclusão da reoneração gradual de impostos para 17 setores econômicos que constava na Medida Provisória (MP) 1202, editada no final do ano passado. Com isso, esses setores ficam isentos do pagamento de impostos, por enquanto, até que o assunto seja resolvido por meio da tramitação de um projeto de lei de urgência, que ainda será enviado pelo governo federal.

A decisão de Lula já era aguardada e foi fruto de um acordo feito com lideranças do Congresso Nacional, fechado ainda na semana passada. O anúncio da revogação foi feito pelo ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Segundo ele, o texto já foi despachado pelo presidente e estará publicado na edição de quarta-feira (28) do Diário Oficial da União (DOU).

A prorrogação da isenção de impostos foi aprovada pelo Congresso Nacional em 2023, por mais quatro anos, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a medida. Em seguida, o Congresso derrubou o veto presidencial. Mesmo assim, uma nova MP foi editada pelo presidente, já em dezembro, reonerando os mesmos setores, mas de forma gradual até 2027, e incluindo outras medidas para melhorar a arrecadação, como a revogação dos benefícios fiscais do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) e a limitação no percentual para compensação tributária por decisões judiciais passadas. A revogação do Perse e a compensação por decisões judiciais seguem na MP, mantendo-se em vigor até que o Congresso aprove ou não a medida.

"Hoje [27], assinado pelo presidente Lula, vai estar publicado amanhã [28], o caminho para a continuidade dessa negociação. A retirada, da Medida Provisória, do ponto específico sobre reoneração dos setores econômicos. Isso vai para um projeto de lei em regime de urgência. Vai permitir que a gente possa continuar tratando, no âmbito da MP, os pontos relacionados ao Perse, programa criado na época da pandemia, que já acabou, para os setores eventos, que começa a gerar um impacto muito grande na saúde das contas públicas. E também o tema da compensação tributária, que continua", afirmou Padilha em vídeo postado nas redes sociais.

Diferentemente da MP, que tem efeito imediato e, por isso, a cobrança dos tributos sobre a folha já retornaria em abril, o projeto de lei, mesmo com urgência, precisa de aprovação prévia e sanção presidencial para começar a valer, e o prazo para isso é incerto. A edição de uma reoneração gradual dos mesmos setores que haviam tido o benefício prorrogado pelo Congresso gerou um conflito entre legisladores e o governo federal. Parlamentares de oposição exigiam que o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolvesse a MP 12/21/2023 sem nem analisá-la, por entender que o Congresso já havia decidido sobre o tema. No entanto, durante as negociações que se arrastaram ao longo das últimas semanas, o próprio governo recuou prometendo retirar os trechos que causavam o impasse.

Um outro ponto que constava na MP era a reoneração da folha de pagamento de municípios com menos de 156 mil habitantes, que também foi revogada por Lula no texto que será publicado no DOU. Neste caso, o governo não informou quando e se enviará um projeto de lei para retomar a cobrança tributária.

Na semana passada, associações e sindicatos patronais que representam os 17 setores econômicos afetados pela MP que reonerou a folha de pagamento de funcionários lançaram um manifesto em defesa do benefício tributário, aumentando a pressão sobre o governo. Esses 17 setores, que agora voltam a ser beneficiados com isenção de impostos, são: confecção e vestuário; calçados; construção civil; call center; comunicação; empresas de construção e obras de infraestrutura; couro; fabricação de veículos e carroçarias; máquinas e equipamentos; proteína animal; têxtil; tecnologia da informação (TI); tecnologia de comunicação (TIC); projeto de circuitos integrados; transporte metroferroviário de passageiros; transporte rodoviário coletivo; e transporte rodoviário de cargas.

Infomoney - SP   28/02/2024

O índice de confiança do consumidor nos Estados Unidos, elaborado pelo Conference Board, recuou de 110,9 em janeiro (dado revisado para baixo, de 114,8 antes informado) para 106,7 em fevereiro, informou nesta terça-feira (27) a instituição. O dado veio baixo do captado pelo consenso LSEG de analistas, que era de 115,0.

A queda ocorre após três meses seguidos de avanços no índice, mas o Conference Board aponta que, após a revisão de janeiro, os números agora sugerem que não houve mudança substancial na confiança dos consumidores desde o início deste ano.

O índice da situação atual recuou de 154,9 em janeiro a 147,2 em fevereiro. Já o de expectativas passou de 81,5 em janeiro a 79,8 em fevereiro.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   28/02/2024

Os contratos futuros do minério de ferro se recuperaram nesta terça-feira, apoiados por esperanças de recuperação da demanda na China, principal mercado consumidor do minério, e por um possível imposto de exportação sobre o minério de ferro indiano de baixa qualidade, embora a menor produção de aço no curto prazo tenha limitado os ganhos.

O minério de ferro de maio mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,24%, a 897,5 iuanes (124,70 dólares) por tonelada.

O minério de ferro de referência de março na Bolsa de Cingapura subiu 1,75%, a 117,45 dólares a tonelada.
A Índia está considerando a aplicação de um imposto de exportação sobre o minério de ferro de baixa qualidade, depois que pequenos produtores de aço pediram ao governo que o país reduza suas vendas no exterior, segundo duas fontes diretamente envolvidas no assunto.

A China normalmente responde por mais de 90% dos embarques globais de minério de ferro da Índia, que é o quarto maior produtor mundial do ingrediente siderúrgico.

O sentimento também está sendo impulsionado por um mercado de ações em alta na segunda maior economia do mundo.

“O mercado está buscando uma direção a partir da expectativa macroeconômica e, diante de uma realidade fraca no momento, vale a pena acompanhar como a demanda por aço se recupera”, disseram os analistas da Everbright em uma nota.

Algumas siderúrgicas chinesas adiaram os planos de retomar a produção em meio à pressão das margens fracas do aço ou até mesmo das perdas, disseram os analistas da consultoria Mysteel em uma nota.

A produção de aço bruto da China caiu 6,9% em relação ao ano anterior, para 77,2 milhões de toneladas em janeiro, segundo dados da Associação Mundial do Aço.

Outros ingredientes de fabricação de aço na Bolsa de Dalian registraram ganhos, com o carvão metalúrgico e o coque subindo ambos 2,11%.

Infomoney - SP   28/02/2024

As ações da Vale (VALE3) acumulam queda de cerca de 15% em 2024, mas diversas casas de análise têm reiterado otimismo com os ativos. Na semana pós-resultado da mineradora, o JPMorgan e o Itaú BBA reiteraram recomendação de compra ou equivalente para os ativos, ressaltando os motivos para tanto.

O JPMorgan seguiu com classificação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para a ação VALE3, com preço-alvo de R$ 102, e listou quatro razões principais para possuir ações da mineradora.

Em primeiro lugar, os analistas do banco apontam que a Vale teve um desempenho abaixo do minério de ferro. Enquanto o minério de ferro tem registrado um desempenho mais forte do que o esperado pelo mercado, a Vale teve um desempenho substancialmente inferior à commodity, tanto na alta quanto na baixa, o que o banco vê como uma oportunidade para os investidores.
Em segundo lugar, de acordo com o JPMorgan, a cada dia que o preço do minério de ferro permanece substancialmente acima dos US$ 70-80, que os investidores acreditam ser um nível normalizado, a mineradora está lucrando com preços anormalmente altos, fortalecendo o Fluxo de Caixa Livre (FCF), que provavelmente se converterá em dividendos e/ou recompras de ações mais elevados. No valor atual de US$ 120/t (tonelada), isso representa US$ 50-60/t de preços anormalmente altos, o que, em um ano, se traduz em em cerca de US$ 15-18 bilhões de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).

Para analitas, após a Vale decepcionar no lado operacional por alguns anos, as expectativas em torno do papel estão baixas. Mas o banco acredita que 2024 pode ser um ano em que a Vale poderia verdadeiramente superar as expectativas, depois de se reunir recentemente com diretor de operações de minério de ferro da Vale, Carlos Medeiros.

O JPMorgan, em terceiro lugar, também destaca que a China permanece em modo de crescimento. Dessa forma, mais recursos devem ser direcionados para esforços de estímulo – em habitação social, infraestrutura, energia alternativa – todas as áreas que deveriam se traduzir em maior consumo de aço (e, consequentemente, maior consumo de minério de ferro).

A produção também deve apresentar melhorias, sendo este o quarto ponto. Desde 2019, apesar dos esforços da administração, os níveis de produção de minério de ferro têm se mantido relativamente estáveis em 285-315 Mt (milhões de toneladas). No entanto, acreditamos que possamos estar em um ponto de virada. A empresa tem trabalhado na estabilidade operacional e, com medidas simples, como o aumento de inventários intermediários e mais peças sobressalentes, a Vale deve ser capaz de aumentar a produção, especialmente nos trimestres sazonalmente mais fracos. Isso já foi observado no 4T24, quando a produção foi bastante forte e surpreendeu positivamente. Embora não consideremos volumes de produção acima das orientações da Vale, não descartamos que isso possa significar um aumento em relação às nossas estimativas.

Com esse cenário, em termos de avaliação, o banco vê a Vale como a opção mais barata para se expor ao minério de ferro. Analistas lembram que historicamente, a mineradora tem uma alta correlação com os preços do minério de ferro (0,84). No entanto, nos últimos 3 meses, observa-se uma diferença maior entre os preços do ferro e as ações da Vale.

Segundo análise, a Vale também está barata quando comparada aos concorrentes. A empresa é negociada a 3,7 vezes Valor da Firma (EV)/Ebitda para 2024, em comparação com a média global dos concorrentes, que é de 4,6 vezes EV/Ebitda para 2024.

Além disso, se os preços do minério de ferro continuarem acima de US$ 125/t (até 2025), o JPMorgan disse que poderíamos observar um aumento de 20% em relação ao ao valor justo. Além disso, estima que a empresa deve gerar um rendimento de FCF de 12,6% em 2024. Ao realizar um exercício com múltiplos de 2025, a Vale está atualmente precificando o minério de ferro a US$ 88/t e, considerando uma análise de DCF (Fluxos de caixa descontados), a empresa está precificando um valor presente líquido de longo prazo de US$75/t, o que analistas acreditam ser muito baixo. Para cada aumento de US$ 5/t nos preços do minério de ferro, a estimativa de Ebitda para 2024 aumenta em US$ 1,3 bilhão.

Na última segunda-feira (26), o Itaú BBA também reiterou recomendação de compra para a Vale, ainda que reduzindo o preço-alvo dos ADRs (recibo de ações, na prática ações da empresa brasileira negociadas na Bolsa de Nova York) de US$ 18 para US$ 17, ao estimar um Ebitda de R$ 19,6 bilhões para 2024, 4% abaixo das suas projeções anteriores. Por outro lado, o papel continua sendo a preferência do banco em mineração e siderurgia ao enxergar o ativo como uma boa fonte de retorno aos acionistas, com potencial aumento de 26% para o valor da ação e 13% de rendimento via dividendos e recompras de ação.

Para o setor de ferrosos, o BBA segue com a estimativa de preço médio de US$ 120 por tonelada para 2024, ajudada por uma produção de aço ainda resiliente na China ao longo de 2024 e pelos fortes níveis de preço observados no começo do ano. Assim, estima uma receita líquida de US$ 36,5 bilhões para o segmento e um resultado operacional de US$ 19,3 bilhões em 2024. Para metais de base, projeta uma receita líquida de US$ 7,1 bilhões, estável contra as estimativas anteriores, mas com um resultado operacional de US$ 1,4 bilhão, em comparação aos US$ 2 bilhões de suas estimativas anteriores, principalmente devido a maiores custos de produção com níquel e cobre.

Valor - SP   28/02/2024

Presidente deu entrevista à "RedeTV" e comentou sobre vários temas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas, nesta terça-feira, à mineradora Vale. Segundo ele, a companhia está "vendendo mais ativos" do que produzindo minério de ferro ultimamente. Por conta disso, Lula defendeu que a Vale não pode ter o "monopólio" do setor mineral, mas, sim, deve ser "mais uma" no mercado. Além disso, a empresa deve "prestar contas" ao Brasil, disse o presidente em entrevista à emissora “RedeTV”.

Lula falou sobre o assunto ao ser questionado se o governo está ou não tentando influenciar no processo de sucessão da Vale. Isso porque, há algumas semanas, o Palácio do Planalto articulou nos bastidores para tentar emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega na direção da mineradora.

Lula: Vale está vendendo mais ativos do que produzindo minério de ferro — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

"Eu não discuto sucessão da Vale e também não discuto a Vale. Eu discuto a questão mineral nesse país, eu discuto a questão mineral. A Vale está tendo um problema no estado do Pará, a Vale está tendo problema no estado de Minas Gerais. A Vale não pagou as desgraças que eles causaram em Brumadinho, O que nós queremos é que a Vale tenha mais responsabilidade", disse.

Lula também acusou a companhia de ficar "vendendo" minas pelo Brasil. "A quantidade de minas que está na mão da Vale e que ela não explora há mais de 30 anos e fica funcionando como se fosse dona e vendendo. A Vale, ultimamente, está vendendo mais ativo do que produzindo o minério de ferro. E ela está perdendo o jogo para algumas empresas australianas", afirmou.

Em seguida, o presidente aproveitou para defender uma "nova política mineral" para o país, na qual a Vale tem que ser "mais uma" e não a principal empresa desse segmento.

"O que nós queremos é ter uma nova política mineral, que esse país dê força a todas as empresas que querem cuidar dos chamados minerais críticos. O dado concreto é que o potencial do Brasil tem que ser explorado e a Vale não pode ter o monopólio. A Vale tem que ser mais uma empresa. Eu acho que a Vale tem que saber o seguinte: não é o Brasil que é da Vale. É a Vale que é do Brasil. Não é o Brasil que tem que prestar conta para a Vale, é a Vale tem que prestar conta para o Brasil", defendeu.

O presidente defendeu, por fim, que as empresas brasileiras precisam seguir o "pensamento" do governo. "A Vale não pode pensar que ela é dona do Brasil. Ela não pode pensar que ela pode mais do que o Brasil. Então, o que nós queremos é o seguinte: as empresas brasileiras precisam estar de acordo com aquilo que é o pensamento de desenvolvimento do governo brasileiro. É só isso que nós queremos", defendeu.

Lula também citou a questão da privatização da Eletrobras e voltou a dizer que a venda da empresa foi "crime de lesa pátria". Segundo ele, a sociedade brasileira ainda "vai descobrir o que aconteceu na Eletrobrás". Questionado, então, se pretende retomar o controle da companhia, ele refutou.

"Também não vamos gastar dinheiro do povo nisso agora. Eu tenho coisa mais importante para fazer, não vou ficar utilizando o dinheiro. Mas para que vender uma BR, para que vender uma BR? Para que vender a empresa de gás que tinha a Petrobras para equilibrar o preço do gás desse país? Quando os governos são incompetentes e não sabem o que fazer, eles vendem as coisas", disse em crítica indireta à gestão de Jair Bolsonaro.

Bolsonaro

Lula também respondeu sobre a manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em São Paulo, no último domingo. Ele reconheceu que o ato atraiu grande número de simpatizantes, mas afirmou que Bolsonaro e seus aliados adotaram tom "vaselina" nos discursos. Segundo ele, governadores próximos a Bolsonaro optaram por adotar tom ameno, por recomendação de seus advogados.

Bolsonaro, com o governador Tarcísio de Freitas (SP) e a ex-primeira-dama Michelle — Foto: Maria Isabel Oliveira /Agência O Globo

"Os discursos foram muito vaselina. O discurso era um discurso recomendado pelos advogados. 'Olha, cuidado com as palavras, não fale nada que possa depor contra uma instituição, não fale nada que possa depor contra a democracia.' Então, estava todo mundo... parecia um colégio de iniciantes", ironizou.

Além disso, o presidente declarou que a manifestação teve por objetivo "defender" os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. "O dado concreto é que o ato foi feito para defender os golpistas. Esse é um dado concreto", disse.

Lula disse que Bolsonaro se "acovardou" e está pedindo "anistia antecipada" por receio das investigações que apuram sua participação na tentativa de golpe.

Militares

Lula também falou sobre os militares durante a entrevista. Segundo o presidente, esta é a primeira vez que militares estão sendo punidos no Brasil, mas, apesar disso, defendeu que seu governo vai continuar trabalhando para aproximar a sociedade das Forças Armadas.

Lula falou sobre o assunto ao ser questionado sobre a participação de generais nos ataques de 8 de janeiro do ano passado. Isso porque alguns deles estão sendo investigados por suposta participação em um plano golpista.

"Em nenhum momento da história deste país os militares foram punidos como estão sendo punidos agora. Lembre algum momento em que general foi chamado pela Polícia Federal para prestar depoimento. Coronel, todos, todos que foram provados e todos que provarem que participaram serão julgados, serão punidos", disse.

Em seguida, Lula defendeu que é preciso reconstruir a "civilidade" nas Forças Armadas como forma de acabar com o estigma de que os militares são "inimigos". Neste sentido, o presidente também elogiou o papel do ministro da Defesa, José Múcio.

"Eu estou convencido que nós estamos no caminho certo e estou convencido que o [José] Múcio tem feito um trabalho adequado. Ou seja, nós precisamos aproximar a sociedade brasileira e as Forças Armadas. Não se pode tratar a vida inteira como uma forte inimiga. As Forças Armadas têm um papel, o papel delas é constitucional", ponderou.

Biden

Sobre a eleição deste ano nos Estados Unidos, Lula afirmou que torce para que Joe Biden seja reeleito em novembro. Segundo ele, a candidatura de Biden representa uma "garantia" maior para o regime democrático no mundo.

"Seria presunçoso da minha parte tentar dizer que tenho candidato nos Estados Unidos. Eu sou amante da democracia, eu sou resultado da democracia. Peço a Deus que os Estados Unidos consigam se manter da forma mais democrática do mundo", disse.

O principal cotado para disputar as eleições contra Biden é o ex-presidente Donald Trump, que tem boa relação com o clã de Jair Bolsonaro e é conhecido por se apresentar como um político conservador.

Sobre isso, Lula defendeu o "isolamento" da extrema-direita no mundo. "A extrema direita não tem limite para mentir, é a primeira vez que temos que levantar de manhã combatendo mentira. Eu acho que temos que isolar a extrema-direita e fortalecer o regime democrático, e isso é fortalecer as instituições. É importante que a gente não negue o papel da Câmara, do Senado, das instituições", ponderou.

Genocídio

Lula voltou a criticar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusando o israelense de querer aproveitar a guerra contra o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, para "exterminar" os palestinos que vivem na região.

"O primeiro-ministro de Israel está praticando um genocídio. Eu considero um genocídio porque temos um Exército amplamente armado atacando uma sociedade indefesa", disse. "O governo de Israel quer acabar com os palestinos na Faixa de Gaza, querem exterminar, é isso, não tem outra explicação. Moram 2 milhões de pessoas apinhadas lá [na Faixa de Gaza], isso é um genocídio ou não é? Vamos ficar esperando tipificar o genocídio?" questionou.

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel — Foto: Abir Sultan/Pool Photo via AP

Lula falou rechaçou as críticas que recebeu por ter comparado a crise humanitária na região ao Holocausto, como ficou conhecido o assassinato em massa de judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial.

O presidente brasileiro argumentou que, na ocasião, estava falando sobre o governo israelense e não sobre o Estado judeu. "Eu separo bem [o governo de Israel do Estado de Israel], eu não misturo povo com governo, não misturo povo com atitudes do seu governante. Eu, por exemplo, acho que o Bolsonaro praticou genocídio. O Tribunal Internacional já julgou Israel. A minha luta contra a desigualdade da fome e contra a desigualdade da cor passa também pela desigualdade na Faixa de Gaza", respondeu.

Por fim, Lula foi questionado sobre o papel dos Estados Unidos na guerra. Isso porque os norte-americanos são um tradicional aliado de Israel, mas têm aumentado o tom das críticas às ações militares israelenses no enclave palestino, embora seja um dos principais fornecedores de armamentos para o país.

Sobre isso, o presidente deu a entender que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não tem a mesma influência sobre Israel que seus antecessores. "Eu não sei se o Biden tem a força que os EUA já tiveram em relação a Israel", disse.

ONU

Para Lula, a Organização das Nações Unidas (ONU) deixou de ser uma "referência" e não tem força pra fazer com que os países cumpram suas decisões, ao comentar sobre as duas guerras que acontecem simultaneamente: entre Israel e o Hamas, e entre Ucrânia e Rússia.

"O que eu acho sobre essas duas guerras que estão acontecendo neste momento mais o conflito entre Venezuela e Guiana? Não existe mais governança mundial. A ONU era pra ser um ponto de equilíbrio na paz mundial, mas ela perdeu a referência", disse.

Diante desse cenário descrito pelo presidente, Lula defendeu que "é preciso" mudar a "geopolítica que compõe" o Conselho de Segurança da ONU e acabar com o poder de veto no colegiado.

"Desde a demarcação das terras em Israel, quantas vezes já foram descumpridas [as decisões do Conselho de Segurança]? A ONU não tem força para fazer cumprir [suas decisões]. Ucrânia e Rússia têm que sentar numa mesa de negociação; na hora que começa a guerra, ninguém quer parar. Agora a gente começa a perceber que já tem lado disposto a negociar", explicou.

Money Times - SP   28/02/2024

A Vale (VALE3) voltou a subir nesta terça-feira (27), após a forte queda do último pregão, quando os preços do minério de ferro atingiram o menor nível em quatro meses.

Hoje, com a recuperação dos contratos de referência da commodity na Ásia, a companhia avançou 2,63% na bolsa, cotada a R$ 67,48.

Apesar disso, a Vale ainda acumula perdas no ano, atingindo uma desvalorização de 12,6% até agora, mesmo com sinalizações positivas do mercado para a recuperação do desempenho operacional da mineradora daqui para frente.

Além da recente correção do minério de ferro, fatores como riscos na gestão e provisões extras para a Samarco têm adicionado volatilidade às ações.

Investidores estão olhando principalmente para a decisão sobre o atual CEO, Eduardo Bartolomeo. A recondução do executivo no cargo segue indefinida após as últimas reuniões do conselho de administração. O colegiado parece dividido quanto à renovação do contrato de Bartolomeo, que termina no fim de maio.

Outro assunto envolvendo a Vale que voltou ao foco do mercado foi a notícia de provisão extra para a Samarco e o caso do rompimento da barragem de Fundão em Mariana (MG). Nos resultados do quarto trimestre de 2023, a Vale informou que realizou um provisionamento extra de US$ 1,2 bilhão para o caso, menos do que o mercado esperava.

Durante a teleconferência, a Vale reforçou que está confortável com o nível de provisões e sinalizou que a diferença entre o montante de provisões em seu balanço patrimonial (US$ 4,2 bilhões) e nos resultados da BHP (US$ 6,5 bilhões) pode estar relacionada por diferentes estimativas quanto à capacidade da Samarco em contribuir com a Fundação Renova.

A Vale disse que está trabalhando junto com representantes do governo para chegar a um acordo sobre o acidente, o que poderia acontecer ao longo dos próximos meses, na primeira metade do ano.

Vale é alvo de cortes de preços-alvo

Após a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2023, analistas de três instituições atualizaram a tese da Vale com preços-alvo menores.

Isso aconteceu com BB Investimentos, Itaú BBA e, mais recentemente, Banco Safra. Os motivos para os cortes se concentraram nos preços estimados para a commodity de referência.

O BB passou a considerar o preço-alvo de R$ 89, de R$ 94 anteriormente, para a Vale na B3. A instituição revisou o modelo financeiro para a companhia, incorporando além do último balanço as novas estimativas da Vale e projeções atualizadas de preço de minério de ferro e câmbio.

O BB destaca que os indicadores da indústria siderúrgica na China continuam em ritmo lento. Ao mesmo tempo, dados mais recentes de produção e consumo no país sinalizam queda na comparação anual e as incertezas sobre o nível de demanda de aço no país em 2024 podem levar a novas correções no preço da commodity.

Enquanto isso, o BBA reduziu o preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) da Vale (VALE), de US$ 18 a US$ 17, após incorporar no modelo os últimos resultados e novas estimativas para a performance operacional da companhia – Ebitda de R$ 19,6 bilhões para 2024, 4% abaixo das estimativas anteriores.

Por fim, o Safra, em relatório publicado ontem, reduziu o alvo em 12 meses de VALE3 para R$ 86, de R$ 90,50. O ADR negociado na bolsa de Nova York caiu de US$ 18,10 para US$ 17,90.

A revisão considera, além de uma redução das estimativas para os preços do minério de ferro, um câmbio menor, levando a um novo Ebitda projetado de US$ 18,4 bilhões em 2024, 2% abaixo do número esperado anteriormente.

Por outro lado, a revisão para cima do Ebitda em 2025, a US$ 16,8 bilhões, considera uma visão mais positiva da casa para os custos por tonelada.
Vale é, apesar de tudo, uma tese a ser comprada

Mesmo com a atualização da tese, as três instituições mencionadas acima têm recomendação de compra para o nome.

Analistas destacam o valuation descontado (28% em relação ao múltiplo histórico, de acordo com o BB) e os elevados retornos de caixa esperados para os próximos anos.

O Safra continua otimista com a Vale, principalmente por ser uma companhia exposta ao minério de ferro e haver um potencial de-risking relacionado a preocupações com provisões adicionais e o processo de sucessão de CEO.

Valor - SP   28/02/2024

Grupos a favor e contra a recondução do atual presidente indicam representantes para tentar composição; solução segue indefinida

Na tentativa de destravar a sucessão do CEO, emperrada há duas semanas, a Vale considera algumas alternativas, mas ainda sem acordo definitivo entre as partes. Diante do impasse, uma das propostas passa por estabelecer mandato de transição para o atual presidente, Eduardo Bartolomeo. Nessa recondução, o mandato seria menor do que o estipulado no estatuto da companhia, que é de três anos, e incluiria o compromisso de se trabalhar mais adiante por uma sucessão, apurou o Valor.

Em janeiro, este jornal já havia adiantado que a possibilidade de um mandato mais curto era uma alternativa em estudo, mas depois essa hipótese não foi mais aventada publicamente. O tema volta à baila agora, duas semanas depois de uma reunião do conselho de administração da companhia evidenciar um racha no tema sucessório. O impasse deixou o colegiado travado, em um impasse.

Na ocasião, em 15 de fevereiro, houve um empate de votos entre os conselheiros que apoiam a recondução direta de Bartolomeo e aqueles que querem um processo competitivo para escolher o principal executivo da empresa a partir de uma lista tríplice. De lá pra cá, o colegiado segue dividido, não há uma nova reunião extraordinária marcada, mas foram designados representantes de ambos os lados para buscar um entendimento.

Ao mesmo tempo, porém, o governo segue tentando influenciar a sucessão nos bastidores. A interlocução se daria via ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, apurou o Valor. Pessoas próximas ao MME negaram, porém, que Silveira esteja envolvido e disseram que o ministério aguarda a empresa definir a vida corporativa para discutir temas importantes que interessam ao país, como um acordo global de reparação da tragédia de Mariana (MG), de 2015, e questões envolvendo direitos minerários.

“Estamos aguardando a Vale se resolver", disse fonte ligada ao MME. O interlocutor afirmou ainda que, diante do impasse para indicar o CEO, a companhia demostra que tem problemas de interesses não resolvidos entre os próprios acionistas: “Quais são os interesses controversos entre os acionistas que levaram à essa falta de definição?”, questionou o interlocutor.

Ontem o colunista Lauro Jardim, de “O Globo”, publicou que o governo tem intensificado as pressões para fazer o CEO da Vale e estaria articulando o nome de Paulo Cafarelli, ex-presidente do Banco do Brasil, para suceder Bartolomeo. Procurado, Cafarelli não comentou. Cafarelli seria o plano B depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter desistido de fazer o ex-ministro Guido Mantega como CEO diante da repercussão negativa.

Nos bastidores, as articulações indicam que seria de interesse do grupo contrário à recondução de Bartolomeo, incluindo parte do governo, estender o processo pelo tempo que for necessário, o que leva a mais desgaste tanto do atual CEO como da própria companhia. Para o grupo que apoia a recondução, a busca é de uma solução dentro da governança da empresa o mais breve possível. Desde o começo do ano, a ação da Vale recuou, saindo de um patamar de R$ 77 para R$ 67 (ver quadro).

O desempenho da Vale e, por consequência, a ação da empresa, são influenciados por razões conjunturais, caso do preço do minério de ferro e o câmbio, mas a sucessão tem sido fator de desgaste para a companhia há meses. Na conferência de resultados do quatro trimestre, na semana passada, analistas de bancos insistiram no assunto e as respostas da empresa foram protocolares. O mercado reconheceu, porém, o bom resultado operacional em 2023.

Racha na Vale mostra que há interesses não resolvidos entre os próprios acionistas da companhia

O que está claro, na visão de pessoas próximas à Vale, é que a solução por um mandato mais curto é complexa e não resolve definitivamente o problema da empresa. A medida faria com que em curto espaço de tempo, muito antes do fim do mandato a ser fixado, se iniciasse novo processo sucessório que deixaria a companhia em contínua campanha pela eleição para CEO. “Não é o ideal”, disse uma fonte.

Existem ainda questões legais a serem resolvidas para tornar viável essa solução. Uma delas é se seria necessário mudar o estatuto da Vale, que prevê mandato de três anos para toda a diretoria-executiva, incluindo o CEO, enquanto o conselho de administração tem mandato de dois anos, vencendo agora só em abril de 2025. Esse descasamento foi feito para dar mais independência à diretoria depois da tragédia de Brumadinho, em janeiro de 2019.

As discussões sobre uma eventual necessidade de mudar o estatuto estão em curso. Também é possível que, se não houver uma solução até maio, quando termina o mandato de Bartolomeo, o executivo possa permanecer no cargo numa espécie de prorrogação. Mas há também quem siga apostando na seleção de um nome a partir de lista tríplice como a melhor alternativa. A corda na Vale, como se vê, segue esticada.

AUTOMOTIVO

O Estado de S.Paulo - SP   28/02/2024

As montadoras estão lançando novas plataformas de veículos elétricos de 800 volts, que prometem reduzir o tempo de recarga pela metade. Hoje, a maioria dos veículos elétricos (VEs) é baseada em projetos de 400 volts, que podem demorar 20 minutos para adicionar 200 quilômetros (km) de alcance. Um VE de 800 volts pode fazer o mesmo trabalho em cerca de dez minutos.

Sete dos dez maiores fabricantes de automóveis do mundo em termos de receita anunciaram plataformas de 800 volts que introduzirão novos veículos ao mercado de massa nos próximos anos. A BMW, por exemplo, lançará seis modelos de sua plataforma Neue Klasse a partir de 2025.

Até agora, a tecnologia de 800 volts tem sido associada a veículos premium, com modelos como o Porsche Taycan e o Audi e-tron GT.

Mas ela está se tornando menos nicho, segundo a análise de mercado da Bloomberg. Os modelos de 800 volts com carregamento mais rápido tiveram uma participação de 4% de todas as vendas de veículos elétricos a bateria no terceiro trimestre de 2023, em comparação com apenas 0,8% em 2020. E isso pode melhorar ainda mais à medida que a tecnologia chega ao mercado de massa.

O veículo mais popular, com mais de 218 mil unidades vendidas desde o lançamento em 2021, tem sido o Hyundai Ioniq 5, com preço relativamente modesto, que começa em torno de US$ 41,8 mil (R$ 206 mil) nos EUA. Somente esse modelo foi responsável por 35% de todas as vendas de 800 volts.

A montadora chinesa Geely está lançando um veículo elétrico de 800 volts ainda mais barato, o Zeekr 007, por menos de US$ 30 mil (R$ 148 mil) no mercado interno.

Ford, Toyota e Honda são os principais fabricantes que ainda não revelaram planos para modelos de 800 volts. Há um certo risco de que a contenção os torne não competitivos. No entanto, pode valer a pena ser um seguidor. Leva de quatro a oito anos para lançar um veículo no mercado. Eles poderiam aproveitar a nova tecnologia quando outros já tiverem investido na cadeia de suprimentos e os custos tiverem sido reduzidos.

Há também outra questão além do custo. A infraestrutura de carregamento tem sido tradicionalmente voltada para veículos de 400 volts. Atualmente, os carregadores de tensão mais baixa representam 86% dos carregadores rápidos dos EUA que podem fornecer mais de 100 quilowatts de potência. Mesmo na Alemanha, que tem feito um trabalho melhor na instalação de carregadores de tensão mais alta, os carregadores de 400 volts representam 55% dos disponíveis.

Os fabricantes de automóveis precisam projetar novos carros para funcionar em todos esses carregadores, mesmo que não consigam fornecer a potência máxima de carregamento de 350 quilowatts (kW) anunciada para os veículos.

Até o momento, há três abordagens de engenharia diferentes. O Porsche Taycan tem um componente eletrônico de potência adicional, chamado de carregador de impulso, para aceitar uma carga de 400 volts; o Hyundai Ioniq 5 incorporou a função no motor do veículo já existente, eliminando a necessidade de um componente extra; e o Tesla Cybertruck usa a tecnologia split-pack. Essa tecnologia conecta e desconecta baterias menores de baixa voltagem umas das outras para atingir a voltagem de carga necessária.

Embora seja improvável que os compradores de veículos elétricos saibam alguma coisa sobre as complexidades de engenharia desses modelos, as diferentes abordagens destacam os desafios complexos e a divergência que permanece no mercado de veículos elétricos. Haverá mais veículos elétricos de 800 volts nas ruas nos próximos dois anos, e a estratégia e os projetos por trás deles determinarão quais montadoras sairão na frente.

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

CNN Brasil - SP   28/02/2024

Os fabricantes de automóveis da Europa não contestarão a decisão da União Europeia de banir efetivamente os veículos movidos a combustíveis fósseis a partir de 2035, independentemente de quem vencer as eleições parlamentares europeias deste ano, disse o líder do grupo da indústria automotiva do continente na segunda-feira.

Em uma entrevista coletiva no Salão do Automóvel de Genebra, Luca de Meo, presidente da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), disse que a responsabilidade da indústria automotiva “como líderes empresariais… não é argumentar contra a regulamentação”.

“Não estamos contestando 2035”, afirmou de Meo, que também é presidente-executivo da montadora francesa Renault.

A proibição total de carros movidos a combustíveis fósseis em 2035 “é potencialmente viável, mas as condições corretas precisam ser colocadas”, acrescentou.

A desaceleração do crescimento da demanda por veículos elétricos aumentou a pressão sobre a indústria automotiva da Europa para cortar custos e desenvolver modelos mais acessíveis, à medida que novos rivais chineses chegam com modelos de custo mais baixo.

As montadoras têm argumentado repetidamente que são necessários mais subsídios governamentais e uma infraestrutura de recarga de baterias mais ampla para estimular a demanda por veículos elétricos e incentivar a adoção em massa.

Auto Data - SP   28/02/2024

A XCMG vendeu sete caminhões para a CSN, Companhia Siderúrgica Nacional. As sete unidades são do caminhão pipa XG90H, com capacidade para transportar 50 mil litros. Todas já foram entregues.

A CSN também comprou alguns equipamentos e veículos elétricos que serão usados para testes em sua operação, como a escavadeira XE270E, a pá-carregadeira XC968-EV, dois caminhões off-road XDR80TE e duas unidades do caminhão XGE95.

São Paulo – A XCMG vendeu sete caminhões para a CSN, Companhia Siderúrgica Nacional. As sete unidades são do caminhão pipa XG90H, com capacidade para transportar 50 mil litros. Todas já foram entregues.

A CSN também comprou alguns equipamentos e veículos elétricos que serão usados para testes em sua operação, como a escavadeira XE270E, a pá-carregadeira XC968-EV, dois caminhões off-road XDR80TE e duas unidades do caminhão XGE95.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor - SP   28/02/2024

Empresa ainda vê espaço para gestora própria atuar em mais áreas; grupo tem novo CEO no Brasil e em negócios internacionais

Martins defende conceito de organização mais “asset light”; movimento evita aumento maior na alavancagem — Foto: Gabriel Reis/Valor

A mudança no comando da JHSF Participações ontem, quando Augusto Martins assumiu a presidência da companhia, pode abrir espaço para uma estratégia mais ativa no mercado de incorporação imobiliária com a recente queda na taxa de juros.

Além disso, o CEO vê a possibilidade de ampliar a atuação da gestora do grupo com foco em fundos imobiliários, a JHSF Capital, para a entrada de investidores em outros negócios da empresa, o que demandaria menos investimentos próprios.

Martins deixou o comando da JHSF Capital e substituiu Thiago Alonso de Oliveira, que esteve na liderança do grupo no Brasil por cinco anos. Oliveira agora tornou-se CEO da JHSF UK, controladora dos negócios no Reino Unido, Estados Unidos e Uruguai, numa mudança simultânea de funções.

Na JHSF Capital, no lugar de Martins, entrou Paulo Gonçalves (ex- Cyrela), já executivo do grupo.

A decisão foi comunicada ao mercado no fim de dezembro, e na noite de segunda-feira (26) foi informado que os executivos assumiram ontem as novas funções.

Martins também passa a ser diretor financeiro da JHSF, mas há uma expectativa no mercado, segundo apurou o Valor, que um novo nome seja definido para essa diretoria no curto prazo.

A alteração na linha de frente acontece num momento em que o cenário de recuo na taxa de juros se consolida e a inflação perde força - algo que pode levar a JHSF a avaliar investimentos na área de incorporação de imóveis.

“A companhia vem crescendo mais orientada para as atividades de shoppings, hotéis e na JHSF Capital do que nas incorporações, dentro de uma decisão planejada após a alta da Selic. Mas começamos a ver reduções de juros de forma mais animadora e inflação controlada”, diz Martins.

“Nesse ambiente devemos analisar, com mais profundidade, novos lançamentos”, afirma ele, reforçando que se trata de uma discussão em andamento, a depender do momento do mercado. O CEO acredita que o país deve fechar o ano com Selic de um dígito.

Para 2024, está no radar avançar com o Reserva Cidade Jardim, formado por unidades residenciais e hoteleiras, integrado ao shopping de mesmo nome, em São Paulo, e o Fazenda Santa Helena, composto por lotes e residências, em Bragança Paulista (SP). O Reserva está em pré-lançamento e o Santa Helena ainda não foi lançado.

Seguramos a oferta [em lançamentos] para não baixar preço”

— Augusto Martins

Nos últimos tempos, dentro da ideia de tentar proteger rentabilidade, a JHSF decidiu ser mais conservadora com a venda de produtos e de novos lançamentos. A postura se repetiu em outras incorporadoras. “Seguramos a oferta para não baixar tanto preço, e não entrar nessa de vender por vender”.

Também passou a ser mais rigorosa com os fluxos de pagamento e a política de crédito de unidades vendidas. A margem bruta de incorporação segue pressionada, apesar dos esforços de limitar a oferta, segundo relatórios de analistas que acompanham o papel.

O índice caiu quase 17 pontos, para 54,5% no terceiro trimestre frente a 2022, algo parcialmente compensado por ganhos em áreas como hotéis e gastronomia.

Atualmente, o grupo opera em incorporação e renda recorrente, que inclui shoppings, hotéis e gastronomia, aeroporto e abertura e gestão de fundos (JHSF Capital), entre outros. Focada em alta renda, a empresa controla o Fasano no país, tem 50% do Shopping Cidade Jardim e é dona do Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz (SP) e do São Paulo Catarina Aeroporto.

Martins diz que a divisão entre a área de incorporação e de renda recorrente na geração de caixa está equilibrada, dividida em meio a meio, e há alguns anos era 80% e 20%, respectivamente. Mas a expectativa é que renda recorrente atinja, em cinco anos, o dobro da geração de caixa de incorporação, mesmo com uma eventual retomada deste segmento.

“Por meio da JHSF Capital, estamos abrindo para a entrada de investidores como parceiros desses projetos de renda recorrente, e com isso, temos um desembolso menor mantendo o ritmo de crescimento”, diz. Segundo ele, a participação de terceiros em novos projetos pode estar aberta a outras áreas, inclusive em shoppings de alta renda, dentro do conceito de um grupo mais “asset light”.

É uma forma ainda de evitar uma pressão maior na alavancagem. De julho a setembro, segundo o banco de dados do Valor Pro, a relação entre dívida líquida e ebitda (não ajustado) da empresa estava em 3,32 vezes, versus 1,85 vezes um ano antes.

Isso está acontecendo, por exemplo, com o Hotel Fasano Londres, na Inglaterra, negócio alocado em um fundo da JHSF Capital, com possível abertura até 2026. O negócio está dentro da alçada de Thiago de Oliveira, o novo CEO de negócios internacionais.

Com Oliveira focado nesse mercado, a ideia é dar novo ritmo ao negócio por meio da JHSF Capital. O plano é ter braço de gastronomia e hotéis em 20 localidades no mundo - hoje, são quatro operações, entre anúncios e lançamentos.

É a primeira atuação de Martins (ex-Banco Alfa) numa empresa com tamanha diversidade de áreas, mas o executivo diz que sua experiência no mercado financeiro nos últimos anos esteve centrada na alta renda, o “core” da JHSF. “Ainda conto com o apoio do conhecimento de Zeco [Zeco Auriemo, controlador] que continua muito ativo no grupo”.

Globo Online - RJ   28/02/2024

Após quatro anos de atraso, a construção de 600 unidades do programa Minha Casa Minha Vida na Mangueira, Zona Norte do Rio, deve começar ainda este ano. Um dos espaços em que um condomínio de 272 unidades será erguido está o terreno na Avenida Visconde de Niterói onde ficava o antigo prédio do IBGE — implodido em 2018. A prefeitura acredita que os contratos serão assinados em março, o que permitirá o início das obras que tem previsão de conclusão de até dois anos. Também deve começar em breve as intervenções no Itanhangá, Zona Oeste, de outras 400 unidades.

Segundo o secretário municipal de Habitação Patrick Correa de Oliveira Leite, atualmente 4,5 mil famílias recebem o Auxílio Habitacional Temporário, de R$ 400 mensais, e devem ser beneficiadas com as construções. Nesta semana também será publicado um edital para convocar empresas que queiram construir outras 466 unidades no Centro e Zona Norte do Rio. A escolha pelos bairros é uma nova política do programa habitacional, após anos de críticas por construir unidades em áreas distantes da cidade e que ainda não tinham grande infraestrutura.

— Os terrenos foram aprovados com nota máxima pela Caixa Econômica Federal por ser áreas com infraestrutura já. O que aconteceu antes foi um equívoco de colocar as pessoas em lugares mais distantes e depois levar a urbanização. A determinação da prefeitura é buscar terrenos nas áreas centrais onde já tenha escolas, hospitais, saneamento e transporte — diz Correa.

As mil unidades na Mangueira e Itanhangá devem custar para as construtoras cerca de R$ 170 milhões. O terreno mais antigo implodido é o da antiga fábrica Lanifício, implodida em 2014. Serão 200 unidades habitacionais de R$ 34 milhões. Onde o Ministério da Fazenda tinha um prédio, derrubado em 2018, serão erguidos 128 apartamentos a R$ 21,7 milhões. No terreno do edifício do IBGE serão outras 272 unidades a R$ 46,2 milhões.

O secretário de Habitação creditou o atraso nas obras da Mangueira por um problema burocrático. Em 2018 o programa mudou de nome para se chamar "Casa Verde e Amarela" e trocas nas faixas de renda dos contemplados teriam impedido a continuação das obras. As unidades serão destinadas a Faixa 1, em que a pessoa tem que ter renda familiar de até R$ 2.640 .

A Caixa Econômica financia os imóveis para os contemplados. Quem recebe Bolsa Família está inseto do pagamento.

Energia solar

Nos telhados dos condomínios serão instalados painéis de geração de energia solar, que podem reduzir em até 60% a conta dos beneficiários. Também haverá espaço para hortas comunitárias e está previsto a criação de espaço para cursos profissionalizantes. Para a construção, explica Patrick Correa, serão contratados profissionais da região.

— Não queremos só entregar concreto. A gente quer dar a oportunidade dos moradores construírem seus sonhos. Ainda estamos procurando terrenos para desapropriar e construir outras cinco mil unidades.

Valor - SP   28/02/2024

Adaptações para instalar tomadas geram dúvidas e até brigas entre moradores

O advogado Marcio Rachkorsky, especialista em condomínios, está acostumado a esclarecer dúvidas de moradores que, às vezes, acabam até em brigas. Recentemente, começaram a chegar até ele questões relacionadas a carregamento de carros elétricos. O que Rachkorsky não poderia imaginar é que uma dessas discussões ia virar caso de polícia.

O caso envolveu um morador que acabara de comprar um veículo elétrico e ficou indignado ao perceber que o prédio não oferecia tomada adequada. Enfurecido, foi tirar satisfação com o síndico. A discussão acabou com a intervenção da polícia.

Quando os carros elétricos começaram a ser vendidos no Brasil surgiu a dúvida de como seria o carregamento, tanto doméstico quanto em locais públicos.

As dúvidas ainda persistem porque a participação dos elétricos nas vendas de carros ainda é pequena. Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), em 2023, modelos com baterias recarregáveis externamente representaram 2,67% (52,3 mil unidades) do mercado. Isso inclui os puramente elétricos, que dependem exclusivamente de tomada, e os chamados híbridos “plug-in”, que também funcionam com motor a combustão, mas podem ser carregados em tomadas.

Apesar de a fatia ainda ser pequena, esse mercado tem registrado forte expansão. Em 2023, o volume dos 100% elétricos e híbridos “plug-in” cresceu 178,4% na comparação com 2022 e mais do que triplicou em relação a 2021.

Alguns apostam que a demanda vai começar a cair no Brasil, em decorrência da recente decisão do governo de retomar a cobrança do Imposto de Importação para esses modelos. Na Europa, as vendas de elétricos caíram depois que alguns governos suspenderam a concessão de bônus.

Por outro lado, modelos mais baratos, na faixa dos R$ 100 mil, começam a chegar, o que pode elevar a demanda. Soma-se a isso a expectativa de produção no país. “As chinesas têm planos sérios”, afirma Pedro de Conti, cofundador da Tupinambá, empresa de tecnologia especializada em serviços de carregamento.

Conti lembra que o Brasil ainda precisa expandir a infraestrutura em locais públicos, como rodovias, shoppings e supermercados. Mas esse mercado tem atraído a iniciativa privada, com o envolvimento de montadoras, fabricantes de equipamentos e prestadores de serviços. Em espaços comerciais, a rotatividade de visitantes favorece o interesse em oferecer o serviço.

Se cada morador decidir puxar um cabo do medidor de energia do seu apartamento no futuro vai faltar espaço”

— Marcelo Morelli

Já o carregamento doméstico ainda traz dúvidas e debates mais acalorados nos condomínios. Para Rachkorsky, a discussão mal começou porque, na maioria dos casos, os preços dos carros elétricos ainda são elevados. Além disso, as dúvidas em torno da infraestrutura de recarga ainda provocam resistência. O especialista também sente falta de uma regulamentação do poder público, exigindo adaptações desses locais à era da eletromobilidade.

O mínimo necessário para carregar um carro elétrico é ter, por perto, uma tomada de 220 volts aterrada. A etapa seguinte é a escolha do tipo de carregador. O carro costuma vir com um portátil, de recarga mais lenta - com esse, são necessárias em torno de 12 horas para carregar a bateria. Existem, também, equipamentos conhecidos pelo nome de “wall box”, que oferecem um bom nível de recarga com seis a oito horas. Acima desses, vêm os rápidos e ultrarrápidos, mais comuns em áreas públicas.

Numa casa, a instalação é simples. A discussão começa quando a garagem é área comum para todos os moradores e o prédio foi construído antes de o carro elétrico ser inventado. Se a ideia é adaptar o edifício, a solução é contratar empresa especializada para um diagnóstico da melhor opção.

Uma saída é, a partir do medidor de energia de cada apartamento, instalar uma espécie de duto único para levar a energia até a área das garagens.

“A partir dessa instalação, o morador interessado contrata um eletricista para puxar, por meio de cabo, uma extensão dessa central até a respectiva vaga”, explica Marcelo Morelli, proprietário da Difuzão. Criada há 27 anos, a empresa especializada em instalações elétricas percebeu nova oportunidade de negócios quando shopping centers a procuraram para prestar consultoria para a instalação de eletropontos nas garagens.

Nos condomínios, no caso de não haver consenso entre os moradores, a opção é cada interessado chamar um especialista e puxar, do medidor de energia de sue apartamento, um cabo até a vaga. O problema dessa solução, diz Morelli, é, no futuro, faltar espaço físico na chamada “eletrocalha” de cabos se mais moradores decidirem ter carro elétrico.

Outra solução é instalar um sistema inteligente de medição. No condomínio onde mora, em Jaraguá do Sul (SC), Carlos Bastos Grillo, diretor-superintendente de digital e sistemas da WEG, os carregadores são conectados na energia do edifício, a mesma de tomadas e lâmpadas da garagem. Ou seja, na conta coletiva. Porém, cada carregador é monitorado por um sistema desenvolvido pela própria WEG, o “smart charger”, que mede o consumo. Com as informações ali colhidas, o síndico ou administrador acrescenta na despesa do condômino o gasto com a energia do carregamento do carro.

Uma vantagem, diz Grillo, é que, no caso de vários veículos estarem conectados em tomadas ao mesmo tempo, o monitoramento inteligente controla o carregamento conforme o nível da bateria de cada um, evitando sobrecarga.

No caso de vagas rotativas, uma opção é definir qual terá ponto de carregamento. O uso da energia pode ser gerenciado por aplicativo, que cobra taxa de serviço. O pagamento é feito com cartão. A solução já é usada em hotéis, segundo Davi Bertoncello, presidente da Tupinambá.

A solução requer bom senso, lembra Arthur Carrão, cofundador da Recharge Brasil, empresa de engenharia e eletromobilidade. “A situação se complica se um morador tiver que aguardar a vez de usar a vaga do carregador enquanto o que deixou o carro lá resolve ir tomar banho mesmo sabendo que sua bateria já está carregada.”

Rachkorsky recomenda que os condomínios se antecipem e encomendem um diagnóstico. Alguns moradores argumentam que sequer pensam em comprar um carro elétrico. Para o especialista, porém, a discussão tende a se tornar cada vez mais coletiva. “Basta comparar com outras despesas. É preciso comprar cloro mesmo que nem todos usem a piscina”, afirma.

NAVAL

Revista Ferroviaria - RJ   28/02/2024

Esse desvio de rota de saída para os portos que ficam acima do paralelo 16 —que inclui as regiões Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste e do Sudeste— eliminou grandes distâncias, reduziu custos e melhorou preços pagos aos produtores.

A grande seca do ano passado, no entanto, mostrou que a estrutura para essas saídas ainda não está pronta. Os rios baixaram e as dificuldades de navegabilidade fizeram com que, pela primeira desde 2019, a saída de soja e de milho pelos portos da parte de cima do país ficasse abaixo das do porto de Santos (SP).

Devido à importância que as novas fronteiras agrícolas assumiram nos últimos anos, não se esperava mais que o volume de Santos voltasse a superar o dos portos do Norte e Nordeste, afirma Elisangela Pereira Lopes, assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

Há um período do ano em que a navegabilidade pelos rios fica mais difícil, mas no ano passado o efeito da seca foi muito forte. Elisangela afirma que estão sendo feitos investimentos privados na ampliação do sistema portuário da região, mas os maiores gargalos são os acessos.

Entre os rios importantes nos novos caminhos para as exportações de grãos pelo Arco Norte estão Madeira, Tapajós e Amazonas. A melhora dos acessos até esses pontos é fundamental, segundo a assessora técnica da CNA.

Em 2022, saíram pelos portos do Arco Norte 52,3 milhões de toneladas de milho e de soja (inclui uma porção pequena de farelo), 12% a mais do que o volume exportado pelo porto de Santos. No ano passado, porém, a atividade portuária de Santos atingiu 61,8 milhões de toneladas desses dois produtos, superando o volume escoado pelo Arco Norte.

A importância dos portos acima do paralelo 16 cresce, uma vez que a produção se deslocou para essas regiões nos últimos anos. Segundo dados da CNA, as colheitas de soja e de milho renderam 253% a mais nessas regiões nas últimas 14 safras, um percentual bem acima dos 71% obtidos no Arco Sul. No ano passado, 69% da produção saiu das regiões que ficam acima do paralelo 16.

As exportações seguem a mesma tendência, subindo de 7,2 milhões de toneladas, em 2009, para 61,7 milhões no ano passado. Em 2023, saíram pela parte de cima do país 34% das vendas externas desses dois produtos, acima dos 16,6% de 2009. Nos portos do Arco Sul, a participação recuou de 83,4% para 66% no período.

O Brasil tem um ritmo acelerado de crescimento no setor de grãos. A produção teve evolução de 7,2% na taxa média das últimas 14 safras, acrescentando todo ano um volume extra de 12,8 milhões de toneladas no mercado.

Esse crescimento vem basicamente das áreas de produção que estão acima do paralelo 16, responsáveis por 10,1 milhões do volume acrescido anualmente.

Os números de exportação, no entanto, mostram uma realidade que precisa ser mudada. O crescimento da produção se dá nas novas fronteiras, mas a saída de produtos pelos portos dessa região aumenta apenas 3,9 milhões de toneladas por ano. O potencial de exportação já está próximo do limite. O volume dos portos do Arco Sul cresce 6 milhões anualmente.

A saída de soja e de milho pelo complexo portuário do Arco Norte superou a registrada pelo porto de Santos pela primeira vez em 2020, tendência que se manteve nos dois anos seguintes.

Em 2022, os portos da região chegaram a superar em 5,5 milhões de toneladas o volume de Santos, mas, no ano passado, ficaram 100 mil toneladas abaixo. Em 2013, essa diferença era de 15,3 milhões de toneladas a favor do terminal de Santos.

Dois conjuntos portuários se destacam no sistema Arco Norte: São Luís, Itaqui e PDM, no Maranhão, e Belém e Barcarena, no Pará. O primeiro movimentou 20,2 milhões de toneladas de soja e de milho no ano passado, e o segundo, 19,1 milhões.

Os portos do Arco Norte são importantes não apenas para a saída de grãos mas também para a entrada de fertilizantes, uma vez que há um crescimento contínuo da área cultivada na região.

As importações de fertilizantes pelos portos do Arco Norte já se igualam às de Paranaguá, até então principal entrada. No ano passado, ambos receberam 10 milhões de toneladas, conforme o boletim logístico da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Portos e Navios - SP   28/02/2024

Os preços para construção de navios tanque aumentaram cerca de 50% desde 2020, segundo relatório do corretor de navios Xclusiv. “Após a análise da semana anterior sobre os valores dos granéis sólidos, agora nos concentramos na análise da evolução dos preços dos navios-tanque nos últimos anos. Desde o final de 2020, os preços têm apresentado uma tendência ascendente estável. VLCC, Suezmax, Aframax/LR2 e Panamax/LR1 aumentaram cerca de 50% cada", informa a Xclusiv.

De acordo com a Xclusiv, os preços elevados de construção vêm impactando os preços de segunda mão, que dispararam desde fevereiro de 2022. No segmento VLCC, navios com cinco anos antes avaliados em cerca de US$ 70 milhões agora custam cerca de US$ 110 milhões.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   28/02/2024

A decisão do governo de Joe Biden, que suspendeu a construção de novos terminais de exportação de gás natural liquefeito (GNL) nos Estados Unidos, já causou fortes reações no mercado. A luta daqui em diante será ferrenha e o lobby das empresas norte-americanas já arregaçou suas mangas, mostrando que não vai aceitar a medida de braços cruzados. Numa petição apresentada nesta semana ao Departamento de Energia dos EUA (DOE), o American Petroleum Institute (API) e seis outros grupos dizem que a suspensão é ilegal, violando a legislação do país. Além disso, a API afirma que a decisão de Biden diminui a vantagem energética dos Estados Unidos ao ameaçar empregos, segurança nacional e progresso ambiental.

“Em um momento de turbulência geopolítica ao redor do mundo, a suspensão arbitrária do DOE sobre o GNL não é apenas ilegal – ela entrega a vantagem energética dos Estados Unidos a nações hostis, ao mesmo tempo em que coloca em risco milhares de empregos americanos”, disse o vice-presidente de Mercados de Gás Natural da API, Rob Jennings (foto principal). “O GNL dos EUA é uma pedra angular da segurança energética global, e seus benefícios – que incluem o fortalecimento da economia americana, a redução das emissões globais e o reforço de nossa segurança nacional – são bem estabelecidos. Há um reconhecimento bipartidário de que essa medida é política, e continuaremos a tomar todas as medidas necessárias para retomar a liderança americana no GNL”, completou.

Para lembrar, na última semana, Biden anunciou que suspenderia a aprovação de novos projetos de exportação de gás natural liquefeito no país. O presidente americano está em plena corrida eleitoral e se vê pressionado por demandas de grupos ambientalistas. Durante um pronunciamento oficial, Biden disse que Durante esse período de suspensão de licenças, o governo analisará atentamente os impactos das exportações de GNL nos custos da energia, na segurança energética da América e no nosso ambiente. “Esta pausa nas novas aprovações de GNL vê a crise climática como ela é: a ameaça existencial do nosso tempo”, afirmou Biden. Atualmente, os Estados Unidos lideram o ranking de exportação de GNL no mundo.

Em sua petição, a API argumenta que a pausa do DOE contradiz o mandato claro do Natural Gas Act (Lei do Gás Natural) para que o DOE emita licenças de exportação de GNL para países não membros do Acordo de Livre Comércio na ausência de uma constatação de que não é de interesse público. A pausa indefinida também viola o requisito do Administrative Procedure Act (Lei do Procedimento Administrativo) para que o DOE atue “dentro de um prazo razoável”. A API criticou a pausa na exportação de GNL como “arbitrária e caprichosa”, destacando a falha do DOE em fornecer uma justificativa para mudar sua posição de longa data. A API observou que o DOE implementou a pausa sem aviso prévio ou a capacidade de comentar, conforme exigido pela Administrative Procedure Act.

Em 2022, os EUA abasteceram seus mercados domésticos enquanto enviavam mais de 800 cargas de GNL para a Europa – um aumento de 141% em relação a 2021 – para ajudar a mitigar o impacto da utilização política do suprimento de energia pela Rússia. Estudos recentes mostram que a Europa e a Ásia enfrentam potenciais lacunas de abastecimento de gás natural a longo prazo, ameaçando sua segurança energética.

A API diz que os consumidores americanos se beneficiam de preços de gás natural entre os mais baixos do mundo, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE). Enquanto as exportações de GNL dos EUA atingiram recordes em 2023, os preços domésticos caíram 62% em relação ao ano anterior, à medida que a produção de gás natural dos EUA também atingia níveis recordes.

Valor - SP   28/02/2024

O petróleo WTI com entrega prevista para abril avançou 1,66%, a US$ 78,87 por barril, e o Brent para o mesmo mês subiu 1,36%, a US$ 83,65 por barril

O petróleo fechou em alta forte nesta terça-feira (27), em meio à possibilidade de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) estenda os cortes de oferta adotados no ano passado para além do primeiro trimestre de 2024, conforme disseram fontes ligadas ao grupo a veículos da imprensa internacional.

O petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para abril avançou 1,66%, a US$ 78,87 por barril. Já o petróleo Brent, a referência global, para o mesmo mês subiu 1,36%, a US$ 83,65 por barril.

De acordo com fontes ligadas à organização, a entidade pode considerar estender os cortes voluntários de produção acordados no ano passado, de forma a continuar dando apoio aos preços, em um ano em que se espera uma redução no crescimento da demanda global por petróleo.

As discussões em torno da política de cotas da Opep+ deixaram em segundo plano as negociações em prol de um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Segundo a Reuters, rebeldes houthis e membros do Hezbollah afirmaram que podem repensar a ofensiva no Oriente Médio caso Israel concorde em suspender os bombardeios na Palestina.

O alto grau de incerteza no mercado de petróleo deve fazer com que que os preços da commodity energética continuem voláteis no curto prazo, ainda que Brent deva ficar na faixa entre US$ 80 e US$ 85 por barril, diz David Fyfe, economista-chefe da Argus Media.

Segundo ele, o foco deve ficar sobre os riscos ligados à oferta, por causa de uma desaceleração do crescimento econômico da China neste e no próximo ano e de um potencial aperto da oferta russa, considerando as sanções impostas ao país e os ataques de forças da Ucrânia à infraestrutura petrolífera russa. Ao mesmo tempo, eleições em todo o mundo devem ter implicações para a política energética global. “Isso diz para mim que 2024 será um ano bem desafiador e volátil”, pontua Fyfe.

Diário do Comércio - MG   28/02/2024

Depois de um crescimento global nas vendas de 0,53% em 2023, a perspectiva é que o desempenho das distribuidoras de gás liquefeito de petróleo (GLP), ou seja, o gás de cozinha, neste ano possa superar o do ano anterior, segundo o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sergio Bandeira de Mello.

Só que para que isso se concretize, na avaliação do dirigente, é necessário que o desempenho das variáveis macroeconômicas seja positivo, com destaque para crescimento do emprego e da renda do consumidor neste ano, bem como que a atividade produtiva esteja aquecida. “Com os níveis atuais de atividade econômica, a perspectiva para 2024 é positiva”, diz.

Até o momento, o cenário se mantém positivo, já que no último dia 22, analistas ouvidos pelo Banco Central (BC) subiram a expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) e reduziram a da inflação para este ano, segundo informações do boletim Focus.

O dirigente não fala em percentuais de crescimento. Entretanto, especialistas no segmento afirmam que é possível crescer entre 1% a 1,5% em 2024. E Minas Gerais tem participação relevante no segmento, já que é o segundo maior mercado consumidor do País, com mais de 10% do total, só perdendo para São Paulo.

Em janeiro deste ano, o consumo aparente de botijões de 13 quilos foi de 4,35% frente a igual mês de 2023. As outras embalagens apresentaram alta de 5,12% no período. O incremento total, considerando todos os tipos de cilindros, foi de 4,58%.

O consumo brasileiro é da ordem de 7,3 milhões de toneladas anuais. Em 2023, o Estado consumiu 772 mil toneladas de GLP e o vizinho São Paulo, 1,755 milhão. A terceira posição foi ocupada pelo Paraná, com 562 mil toneladas.
Mercado potencial de GLP

Para ele, ainda há um grande mercado a ser conquistado, a partir do momento que o consumidor perceber as vantagens econômicas e ambientais na comparação com outras matrizes energéticas. “O GLP é mais competitivo, por exemplo, que o gás natural para o consumo residencial. Outra vantagem é a diversidade de fornecedores que oferecemos ao nosso consumidor”, diz.

Além disso, Mello destaca que o setor tem uma ampla cobertura nacional, já que está presente em praticamente 100% dos municípios brasileiros, diferente do gás natural que precisa viabilizar uma infraestrutura e hoje está presente, em especial, nos grandes centros.

Ele destaca os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostram que 91% dos lares brasileiros declaram utilizar GLP e 96% dos lares afirmam estar equipados para consumir GLP. “São cerca de 35 milhões de botijões de 13 quilos vendidos por mês no Brasil, com tempo médio de entrega de 17 minutos, o que mostra a nossa eficiência logística”, observa.

São 22 distribuidoras no País e cerca de 60 mil revendas. Em torno de 71% das vendas do setor são de cilindros de até 13 quilos. “A nossa segmentação é pautada na segmentação por embalagem. A estimativa é que 82% das vendas sejam para residências”, diz,

De acordo com o Balanço Energético Nacional (BEN) 2023, referente ao ano de 2022, a lenha ocupa 25,9% de participação na matriz energética residencial e o GLP, 22,1%. “Em torno de 8% a 20% dos lares consomem lenha, o que não quer dizer, que é exclusivamente. Afinal, há residências que podem usar ocasionalmente ou para complementar”, explica. O dirigente destaca que a eficiência da lenha é baixa, cerca de 4%.

Além da importância do crescimento da atividade econômica nos negócios do setor, a atividade pode crescer com medidas governamentais para reduzir a pobreza energética. “Outro desafio é o cultural. O consumidor está acostumado a consumir energia elétrica e não percebe que o chuveiro a gás, por exemplo, é mais competitivo que o elétrico”, diz.
Consumo do GLP em 2023 foi considerado satisfatório

O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sergio Bandeira de Mello, avalia o resultado do setor em 2023 como satisfatório. “Foi bom, mas não foi espetacular”, define.

No ano passado, o consumo do GLP nas embalagens de até 13 quilos teve recuo de 0,99%, enquanto que para botijões acima de 13 quilos foi verificado incremento de 4,06%. “O resultado já era esperado, já que a maior parte das pessoas voltou a trabalhar de forma presencial. Logo, o consumo nos refeitórios e restaurantes, por exemplo, voltou a crescer”, diz.

Ele explica que aconteceram mudanças no mercado pós-pandemia, período e que as vendas de botijões de até 13 quilos tiveram alta de 4% a 5%, fruto do consumo do GLP para alimentação nos lares, ao mesmo tempo, com a redução da atividade econômica, as embalagens maiores do produto tiveram recuo de 10% a 15% no período. O resultado geral foi de crescimento de 0,53% em 2023 na comparação com o exercício anterior.

O dirigente observa que, apesar do aumento do desemprego na época, as vendas de embalagens menores não foram impactadas de forma relevante graças à ajuda do governo federal por meio do auxílio emergencial. “O GLP é um bem de primeira necessidade”, destaca.

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