Infomoney - SP 26/07/2024
As vendas de aços planos por dia útil dos distribuidores no Brasil bateram recorde em junho, no melhor desempenho em um mês desde pelo menos 2015 e que motivou o setor a adotar um tom positivo para sua previsão de crescimento de 3% em 2024, segundo dados divulgados nesta quinta-feira.
A venda diária de aço plano pelos distribuidores em junho foi de 16,9 mil toneladas, 19% acima do registrado um ano antes, segundo dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Em 2015, o volume foi de 12,3 mil toneladas.
“Junho foi um mês de recuperação grande tanto para as usinas (siderúrgicas) quanto para nós da distribuição”, disse o presidente do Inda, Carlos Loureiro, em entrevista a jornalistas.
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“Tanto pelo aumento de preços que aconteceram, como desse clima de eventuais outros aumentos”, acrescentou o executivo, citando que o mercado interno de aços planos “está muito firme”. Ele se referiu a um movimento de antecipação de compras de aço ocorrido no final do semestre antes da entrada em vigor de imposto de importação de 25% sobre produtos que ultrapassarem cotas criadas pelo governo em abril.
A nova tributação ajudou usinas a anunciarem aumentos de preços para agosto, com Gerdau e CSN elevando preços de produtos planos em 7% a 8%. Segundo Loureiro, os reajustes das duas usinas “se mantiveram”, embora ainda não há informações sobre se as rivais ArcelorMittal e Usiminas vão acompanhar.
Após os reajustes, o “prêmio”, ou quanto mais caro é o preço do aço produzido no Brasil em relação ao importado, está em 12% a 13% no caso da bobina a quente, afirmou Loureiro, acrescentando que com o imposto de importação incluído o prêmio cai para zero, o que pode tornar possível novos reajustes pelas usinas.
“Daqui para a frente, as importações deverão continuar em tendência decrescente”, afirmaram analistas do Bradesco BBI em relatório a clientes nesta quinta-feira, que cita dados da entidade. “Especialmente porque a quota (de importação) para o período atual – junho a setembro – foi quase totalmente concluída para a maioria dos produtos”, disseram os analistas.
Segundo os números do Inda, em chapas zincadas e galvalume as cotas de importação entre junho e setembro foram preenchidas entre 80% e 100% até o início desta semana. Isso ocorre também com alguns tipos de bobinas a quente e frias.
Em junho, as importações de aços planos de aços planos pelo Brasil caíram 13,3% ante maio, mas ainda mostraram crescimento de cerca de 5% sobre junho do ano passado, a 211,17 mil toneladas, afirmou o Inda. No acumulado do primeiro semestre, houve expansão de 22% nas importações, a 1,28 milhão de toneladas.
“Mas o pico de variação percentual (do acumulado) já começou a cair”, disse Loureiro, citando a expansão de 26% de janeiro a maio.
Nesse volume, há importações feitas pelas próprias usinas siderúrgicas nacionais, como a CSN, que segundo Loureiro importou cerca de 300 mil toneladas de aço no primeiro semestre.
O presidente do Inda afirmou que a venda de aço plano pelos distribuidores em julho “vai ser bem acima de julho do ano passado” e com isso a “perspectiva de crescimento de 3% (em 2024) nos parece muito factível”.
Segundo a entidade, a previsão para as vendas de julho é de 333,6 mil toneladas, 7,5% acima do registrado um ano antes, mas 1,5% abaixo das 338,7 mil de junho.
O setor, responsável por cerca de um terço do consumo de aço produzido pelas usinas brasileiras, terminou o semestre passado com estoques de 929,5 mil toneladas, uma expansão de 9,4% sobre o volume de um ano antes e equivalente a 2,7 meses de vendas. A maior expansão nos estoques ocorreu em materiais zincados, cujo volume subiu 30,2%, a 133,1 mil toneladas.
TradingView - SP 26/07/2024
As importações de aço plano no Brasil tiveram uma queda acentuada em junho na base mensal, de 14%, para 211 mil toneladas, de acordo com analistas do Bradesco BBI em nota a clientes, referindo-se a dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aços Planos (Inda).
"Daqui para a frente, as importações deverão continuar em tendência decrescente segundo a Inda, especialmente porque a quota para o período atual - Junho-Set/2024 - foi quase totalmente concluída para a maioria dos produtos", citaram.
Os analistas também destacaram que os dados do Inda para junho vieram acima das expectativas de novo, refletindo fundamentos saudáveis ??da demanda por aço no Brasil.
O crescimento de 18% na base mensal no volume vendido superou o aumento de 12% na mesma comparação reportado pelo Aço Brasil, que representa a maior parte do parque siderúrgico nacional, o que sugere que os distribuidores conseguiram recuperar participação de mercado no mês, pontuaram.
De acordo com o Bradesco BBI, o Inda vê potencial para uma tendência de alta nos preços de planos nos próximos meses, com as usinas anunciando aumentos de 7,5% a 8,0% para os pedidos de julho a agosto – os preços de referência da BQ subiram 1% desde o início de julho.
A partir dos dados, os analistas reforçaram a visão positiva sobre o setor de aço brasileiro, já que a combinação de consumo aparente robusto e penetração de importações potencialmente menor deve apoiar a implementação de preços e destravar melhor ímpeto de resultados para as siderúrgicas no segundo semestre.
Diário do Comércio - MG 26/07/2024
Junho registrou o maior índice de vendas diárias desde 2015, alcançando 16,9 mil toneladas
O setor de distribuição de aços planos no Brasil encerrou o mês de junho com alta de 7,3% nas vendas frente ao mês de maio, atingindo o montante de 338,7 mil toneladas contra 315,6 mil. Já na comparação com junho do ano passado, quando foram vendidas 284,6 mil toneladas, o acréscimo foi ainda maior, com alta de 19%, superando as expectativas do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). O sexto mês do ano registrou o maior índice de vendas diárias desde 2015, alcançando 16,9 mil toneladas.
“Isso mostra que junho foi realmente um mês muito bom para o setor. Foi um mês bem forte, um pouco acima do que imaginávamos, tanto para as usinas quanto para o setor de distribuição”, afirmou o presidente executivo do Inda, Carlos Jorge Loureiro.
Para ele, o crescimento é fruto dos reajustes de preços aplicados por algumas usinas e pela iminência de outras aplicarem alta nos preços também. “O aumento das usinas fez com que todo mundo tentasse se abastecer o mais cedo possível a preços anteriores a eventuais altas”, explicou.
Loureiro se refere à movimentação de antecipação de compras de aço que aconteceu no final do semestre, antes de entrar em vigor a taxação de 25% de importação sobre os produtos que ultrapassassem as cotas criadas e anunciadas pelo governo federal em abril. O resultado mensal fez com que, no primeiro semestre, o crescimento saísse do negativo e alcançasse alta de 2,2%.
Expectativa é de crescimento
O presidente do Inda ressaltou ainda que a expectativa é que as vendas de aço plano em julho também fiquem acima do resultado obtido no ano passado. Com isso, a perspectiva para este ano é de crescimento de 3%.
Quanto aos estoques, junho registrou um aumento considerado baixo de 14 mil toneladas. Em número absoluto, o sexto mês do ano obteve alta de 1,5% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 929,5 mil toneladas contra 915,4 mil. O giro de estoque fechou em 2,7 meses. “É um número ideal. Abaixo disso pode haver dificuldade de abastecimento e, acima disso, começamos a registrar um excesso de estoque”, explica Loureiro.
Compras também subiram
Quando analisadas as compras, os dados do Inda mostram que elas também subiram. A alta foi de 12,3% perante maio, com volume total de 352,9 mil toneladas contra 314,2 mil. Frente a junho do ano passado (293,5 mil toneladas), o acréscimo foi de 20,2%.
Na análise no primeiro semestre (sobre as compras de janeiro a junho), a alta foi de 3% na comparação com o mesmo período do ano passado. O destaque vai para as negociações de chapas grossas ou placas (11,8%) e laminados a quente (5,8%). Para o mês de julho, a expectativa é que as compras e vendas tenham uma queda de 1,5% em relação a junho, consequência do mês anterior muito forte.
Importações de aços planos caíram 13,3%
Já as importações encerraram o mês de junho com queda de 13,3% em relação ao mês anterior, com volume total de 211 mil toneladas contra 243,6 mil. Porém, se comparado com o mesmo mês do ano anterior (201,3 mil toneladas), houve uma alta de 4,9%.
Quanto ao primeiro semestre deste ano, as importações também registraram alta de 22% na comparação com o mesmo período do ano passado. Porém, conforme pontuou Loureiro, no acumulado do ano, o índice de crescimento acumulado comparado com o ano de 2023 tem caído mês a mês.
“Em maio, o crescimento comparado com o ano passado era 26%. Daqui para frente deve reduzir ainda mais tendo em vista que as importações foram mais fortes no segundo semestre do ano passado. Com a diminuição, fecharemos o ano como no ano passado ou até abaixo”, projetou o presidente do Inda.
China lidera exportações
A China é ainda o grande exportador de produtos acabados para o Brasil. O país asiático é responsável por uma fatia de 57,6% dos aços planos importados pelo País, seguido da Rússia, com 26,7% das importações.
Valor - SP 26/07/2024
'Nossa estratégia de marketing não é só para vender mais aço. É influenciar pessoas, contar histórias', diz o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck
Marketing
Luana Dandara e Cynthia Malta
De São Paulo
Maior produtora brasileira de aço, a Gerdau renovou o patrocínio ao Rock in Rio pela segunda edição consecutiva, sendo responsável pela montagem do maior palco do festival, com aço 100% reciclável. E também está investindo para melhorar as condições de vida dos moradores da favela do Morro da Providência, na capital carioca.
“Nossa estratégia de marketing não é só para vender mais aço. É influenciar pessoas, contar histórias. Nós trabalhamos com aço reciclado e desse processo fazem parte 1 milhão de catadores de sucata", disse o executivo-chefe (CEO) da Gerdau, Gustavo Werneck, ao Valor. Atualmente, cerca de 70% da produção de aço mundial da empresa vem de material reciclado.
A empresa vai investir R$ 2 milhões na favela do Morro da Providência, em um projeto do qual participam também a Rock World, dona do festival de música, a Vokswagen e a fabricante de óculos Chilli Beans.
O projeto com a Chilli Beans, explicou o CEO, tem o objetivo de reverter ao projeto Favela 3D, tocado pela ONG Gerando Falcões, o equivalente a 20% da receita das vendas dos óculos. “Pensamos em projetos sociais que possam mudar a sociedade”, diz Werneck. A Gerdau já havia feito parceria com Edu Lyra, executivo da ONG, na favela Haiti, em São Paulo, e foi decidido, então, tocar um segundo projeto em uma outra favela, dessa vez no Rio.
A iniciativa pretende beneficiar 250 famílias, moradoras do Morro da Providência, no Rio de Janeiro (RJ), em projetos de qualificação profissional, digitalização e intervenções em habitações e infraestrutura como saneamento básico.
O objetivo do investimento no Rock in Rio é também rejuvenescer a marca e aproximá-la do público mais jovem. “Queremos tirar um pouco da ideia áspera e rígida do segmento, mostrando como o aço está presente no cotidiano das pessoas e como o seu uso pode ser mais sustentável”, diz Pedro Torres, diretor de comunicação da empresa. Desde 2022, a Gerdau é a maior recicladora de sucata metálica da América Latina. Ao todo, são 11 milhões de toneladas de material reciclado por ano.
A cenografia do Rock in Rio vai reutilizar as 200 toneladas de aço do palco fornecidas para a edição de 2022, em um visual mais moderno e em uma estrutura maior, com 104 metros de largura e 30 metros de altura, equivalente a um prédio de 10 andares, um novo recorde histórico para o evento.
Para Werneck, é preciso mudar a imagem dos brasileiros em relação à indústria do aço. “Não queremos mais ser vistos como uma empresa atrasada. Passamos por um processo de inovação e reinvenção. A indústria brasileira é muito relevante e competitiva. Infelizmente, já passamos por crises que arranharam a nossa imagem, mas queremos que as pessoas voltem a sentir orgulho de nós”, afirmou ele.
Os desastres ambientais de Mariana, em 2020, e Brumadinho, em 2019, provocados por atividade de mineração da Samarco e da Vale, respectivamente, impactaram a imagem do setor siderúrgico. O minério de ferro é o principal insumo na produção do aço. Não à toa, o Instituto de Mineração do Brasil (Ibram) está veiculando uma campanha na TV, afirmando que o setor é importante para o desenvolvimento do país. “A sociedade ficou cética com essa indústria e estamos nesse ecossistema”, disse Torres ao Valor, em abril.
Segundo o CEO, desde que a empresa começou a investir mais no marketing houve ganhos como a melhora nos processos de contratação: “Ano passado tivemos o maior número de inscrições em nosso programa de trainee. Isso é importante, desejamos aumentar nossa atração de talentos”.
Avaliação do setor
O CEO da Gerdau fez, ainda, uma avaliação do setor de aço nos maiores mercados da companhia: Brasil, Estados Unidos e México. "Nossa visão é otimista, embora haja volatilidade de curto prazo nos EUA por causa das eleições", disse Werneck. O cenário nos EUA para os próximos cinco anos, observou, é de uma demanda forte, sólida, em especial em projetos de infraestrutura e de energia renovável. No Brasil, a procura por aço mostra-se estável, com expectativa de crescer um pouco.
Até o fim do ano, a Gerdau pretende investir R$ 6 bilhões em modernização e na área de mineração, com a abertura de uma grande unidade em Minas Gerais, com processamento a seco, sem uso de barragens, e que deve garantir minério de ferro para a empresa pelos próximos 50 anos. O executivo estuda também a abertura de uma quarta fábrica no México, especializada na produção de aço para a indústria automotiva. Essa decisão deve ser tomada até o fim deste ano, disse.
A empresa possui, atualmente, 30 unidades produtivas e presença em sete países, sendo os maiores mercados o Brasil, Estados Unidos e México.
Werneck elogiou as medidas adotadas pelo governo federal em junho, quando foram implementadas cotas e novas tarifas de importação para produtos de aço, após impacto negativo na indústria devido às importações mais baratas vindas da China.
"A China não segue as regras, e com isso nenhuma produtora de aço do mundo consegue competir. A discussão avançou um pouco com as novas cotas e tarifas para defesa comercial, um modelo semelhante aos que os países do bloco europeu e Inglaterra adotaram, e vemos como um primeiro passo importante. Vamos medir os resultados até setembro, e o governo se comprometeu a tomar medidas adicionais caso as já tomadas não sejam suficientes. É preciso reduzir os patamares de importação predatória chinesa", pontuou o CEO.
O acho chinês, observou o executivo, representava cerca de 10% do mercado brasileiro. Agora, abocanha cerca de 20%. Em sua visão, o certo seria o produto importado da China voltar à faixa de 10%.
Money Times - SP 26/07/2024
A Kapitalo, com R$ 25 bilhões em gestão, elevou participação acionária na Usiminas (USIM5) para 5,01%, mostra documento enviado ao mercado nesta quinta-feira (25).
Com isso, a gestora passou a deter 27 milhões de papéis preferenciais da companhia.
No dia 16 de junho, a BlackRock também elevou participação acionária na Usiminas, o que inclusive fez o papel disparar no dia seguinte.
A Usiminas vive uma recuperação na bolsa após resultados e projeções aquém no mercado. No primeiro trimestre, os números não agradaram investidores, com o papel derretendo mais de 20% em menos de uma semana.
Porém, desde 10 de junho, a ação disparou 17%. Isso, no entanto, não foi suficiente para apagar as perdas do ano. A empresa acumula queda de 8,31% no período.
A siderúrgica, inclusive, deverá divulgar o seu resultado amanhã. Na avaliação da Genial Investimentos, os dias de luta para a companhia devem continuar.
Apesar de esperarem números consolidados fracos, a Genial vê como provável uma ligeira melhora sequencial no segmento de mineração, com uma recuperação parcial de preços.
A expectativa é de um Ebtida ajustado de R$ 271 milhões, uma queda de 34,9% em comparação com o primeiro trimestre de 2024 e 25,8% menor que o reportado no mesmo período no ano passado.
Já para o lucro líquido a estimativa é de R$ 23 milhões no segundo trimestre de 2024, o que a Genial aponta como “bastante anêmico, refletindo a dificuldade enfrentada não apenas pela Usiminas, mas também pelas usinas domésticas expostas ao aço plano”.
CNN Brasil - SP 26/07/2024
A economia dos EUA está à beira de uma conquista extremamente rara.
O crescimento econômico no primeiro semestre do ano foi sólido, com a economia expandindo a uma robusta taxa anualizada de 2,8% no segundo trimestre, de acordo com novos números do Departamento de Comércio divulgados nesta quinta-feira (25), ajustados pela inflação e oscilações sazonais.
As ações subiram pela manhã após a poderosa demonstração de resiliência da economia, mas ficaram mistas à medida que o dia avançava. O Dow subiu 205 pontos, ou 0,5% no meio da tarde, após saltar mais de 500 pontos no início da sessão.
O S&P 500 subiu 0,01% e o Nasdaq Composite perdeu 0,2%. Isso ocorre depois que o índice de referência e o Nasdaq, com forte presença de tecnologia, registraram na quarta-feira seus piores dias desde 2022.
O Produto Interno Bruto (PIB), a medida mais ampla da produção econômica, foi muito mais forte no segundo trimestre do que os economistas previram. O relatório do PIB mostrou que as empresas continuam investindo e que os consumidores ainda estão abrindo suas carteiras.
Isso é fundamental, porque os gastos do consumidor são o motor econômico dos Estados Unidos, respondendo por cerca de dois terços da produção econômica dos EUA.
À medida que a economia continuou a se expandir de abril a junho, a inflação retomou a tendência de queda e parece estar a caminho de desacelerar ainda mais em direção à meta de 2% do Federal Reserve (Fed).
A economia dos Estados Unidos está prestes a passar pelo que é chamado de “pouso suave”, que é quando a inflação retorna à meta do Fed sem uma recessão — um feito que só aconteceu uma vez, durante a década de 1990, de acordo com alguns economistas.
O último relatório do PIB mostrou que um indicador-chave da demanda do consumidor aumentou no segundo trimestre para uma taxa anual de 2,9%, igualando a taxa do quarto trimestre de 2023 para o ritmo mais forte em dois anos.
Uma medida de investimento empresarial também se fortaleceu no período de abril a junho.
A saúde atual da economia americana mostra que o Fed, com Jerome Powell no comando como presidente, lidou com a inflação com sucesso até agora, com a linha de chegada ficando clara.
O Fed começando a cortar as taxas de juros indica que os funcionários do banco central estão confiantes de que a inflação está sob controle o suficiente.
A força duradoura da economia também é uma bênção para a administração Biden. Apesar do Fed aumentar agressivamente as taxas de juros para conter a inflação, que está em uma alta de 23 anos desde julho passado, a economia até agora evitou uma recessão.
No ano passado, a resiliência do consumidor dos EUA chocou os economistas que esperavam amplamente uma desaceleração econômica.
“O relatório do PIB de hoje deixa claro que agora temos a economia mais forte do mundo”, disse o presidente Joe Biden em uma declaração na quinta-feira.
“A vice-presidente e eu continuaremos lutando pelo futuro da América — um futuro de promessas e possibilidades, de americanos comuns fazendo coisas extraordinárias.”
Mas mesmo que a economia em geral permaneça robusta, os americanos ainda se sentem azedos. A inflação é um problema de toda a economia, então o pessimismo foi sentido amplamente.
Comprar uma casa em muitos mercados em todo o país continua fora de vista, com os preços dos imóveis em alta recorde e as taxas de hipoteca ainda dolorosamente elevadas.
O mercado de trabalho em expansão após a pandemia da Covid-19 voltou ao normal recentemente, e está se tornando muito mais difícil encontrar um novo emprego.
Esperando o Fed
Autoridades do Fed se reúnem na próxima semana para definir a política monetária, e é amplamente esperado que mantenham as taxas de juros estáveis.
A reunião também oferecerá uma chance para o Fed comunicar se ganhou ou não alguma confiança adicional de que a inflação está sob controle. De qualquer forma, está claro que as autoridades estão satisfeitas com o desempenho da economia até agora.
“Os dados atuais são consistentes com a obtenção de um pouso suave, e estarei buscando dados nos próximos meses para reforçar essa visão”, disse o membro do Fed Christopher Waller, um importante banqueiro central, no início deste mês em um evento em Kansas City.
“Embora eu não acredite que tenhamos alcançado nosso destino final, acredito que estamos nos aproximando do momento em que um corte na taxa básica de juros é justificado.”
Os operadores de Wall Street estão apostando fortemente que o Fed decidirá cortar as taxas em sua reunião de 17 e 18 de setembro.
O presidente do Fed, Jerome Powell, não deu um sinal definitivo de que cortes nas taxas estão chegando, mas ele deu algumas dicas sutis. Powell disse aos legisladores no início deste mês que “a inflação elevada não é o único risco que enfrentamos”, apontando o quanto o mercado de trabalho esfriou recentemente.
O chefe do Fed disse que um desemprego inesperadamente maior levaria o banco central a cortar as taxas mais cedo, já que, além de estabilizar os preços, o Fed também é responsável por maximizar o emprego.
“Os preços estão diminuindo e o crescimento é forte. Tínhamos algumas preocupações sobre a desaceleração do PIB em junho passado, mas elas não se concretizaram”, disse David Russell, chefe global de estratégia de mercado da TradeStation , em nota na quinta-feira.
Infomoney - SP 26/07/2024
O ciclo de alívio monetário foi interrompido e, desde que o Banco Central decidiu segurar a Selic na reunião de junho do Comitê de Política Monetária (Copom), as projeções econômicas do mercado para o segundo semestre de 2024 foram revistas. No Santander Brasil (SANB11) não foi diferente. Até pouco tempo atrás, a instituição financeira previa que os juros básicos da economia terminariam o ano próximo de 9%. Agora, projeta uma taxa de 10,5%.
“Houve uma mudança material na forma como a gente vê a macroeconomia se desenvolvendo no segundo semestre. Isso não quer dizer que a gente não acredita na agenda fiscal do governo, deixando claro”, afirmou Mario Leão, CEO do banco, durante apresentação dos números do Santander no segundo trimestre de 2024 para os jornalistas.
A manutenção de taxas elevadas, contudo, não alivia a situação das grandes empresas que tomam empréstimos com juros atrelados ao CDI – que tem a Selic como referência. “O fato de o CDI [Certificado de Depósito Interbancário) não estar caindo, não ajuda”, diz o executivo.
Leão avalia que as médias e grandes empresas ainda pagam um nível de juros “mais alto do que caberia em seus fluxos de caixa”.
“A economia está melhorando, mas, para alguns setores, não chegou ao nível de recuperação de geração de caixa compatível com o custo dessa dívida”, reconhece.
Recentemente, o Santander foi um dos bancos que emprestou dinheiro para o Grupo Madero, de Junior Durski. Na operação, a rede de restaurantes levantou R$ 500 milhões para substituir a parte mais cara de sua dívida por uma mais barata. A dívida bruta do Madero chegou a superar R$ 1 bilhão.
Questionado pelo InfoMoney se o banco se sentia mais confiante para conceder crédito a empresas mais alavancadas, Mario Leão respondeu que a análise é estrutural, “nome a nome, setor a setor”.
Conheça o Método Warren Buffett de avaliar empresas e saiba como interpretar os indicadores para fazer as melhores escolhas
“Não dá para generalizar. O nosso papel primordial, seja para a pequena, média ou grande empresa é estar próximo, entender seu modelo de negócio e apoiá-lo – a crescer ou gerir momentos mais difíceis de alavancagem”, diz o CEO.
“Nosso papel não é virar as costas e sumir do cliente quando ele está passando por necessidade. O que também não quer dizer que vamos dar crédito de forma ilimitada”, complementa.
Foco nas pequenas
No segmento de empresas que faturam até R$ 4 milhões, o Santander Brasil quer dobrar o volume de negócios “de forma não linear”, em um prazo ainda não definido. Para tanto, o banco reformulou o modelo de atendimento, com a atuação dos especialistas no próprio endereço do empreendedor.
“Aumentamos em 25% o número de especialistas e eles se organizam em microrregiões em um raio de cobertura de poucos quilômetros. Isso é importante porque, muitas vezes com uma caminhada, ele consegue fazer muito mais visitas e uma melhor gestão de risco”, diz Leão.
O CEO ressaltou que também existe uma transformação tecnológica em curso no segmento pessoa jurídica. “Temos melhorado de forma exponencial as jornadas digitais do cliente PJ, seja para contratar crédito ou serviço, ou evoluindo em automação e digitalização de documentos”. Leão revela que 94% das pequenas empresas clientes do Santander Brasil são digitais.
Investing - SP 26/07/2024
A contenção de gastos de R$ 15 bilhões anunciada pelo governo não é suficiente para atingir o piso da meta de primário para 2024, afirma o diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente do Senado), Marcus Pestana, em entrevista ao jornal digital Poder360.
O economista calcula que para chegar a um deficit primário de 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2024, o governo terá que, além de efetivar esse corte de gastos já proposto, promover um 2º congelamento, próximo de R$ 14 bilhões no 2º semestre.
“Eles bloquearam e contingenciaram R$ 15 bilhões. Ainda não quer dizer que é definitivo. Não é um corte ainda, é uma suspensão de gastos que pode ou não se materializar em um corte até o final do ano”, diz.
O cálculo considera que, sem nenhum congelamento, haveria um deficit primário de 0,50% do PIB este ano –excluindo os gastos com o socorro ao Rio Grande do Sul. Ou seja, para alcançar um deficit menor, de 0,25% do PIB, seria necessário ou um aumento adicional de receitas ou um corte de gastos nesta mesma proporção.
O cenário base da IFI é de um PIB nominal de R$ 11,5 trilhões este ano. Por isso, 0,25% do PIB equivale a R$ 28,8 bilhões, nos parâmetros da instituição.
Enxugando gelo
“As receitas cresceram 8% acima da inflação [nos primeiros 6 meses do ano]. O esforço por novas receitas que o governo apresentou ao Congresso Nacional e foi aprovado gerou resultado. É um resultado muito forte e importante para uma economia que está crescendo 2% ao ano. Mas acontece que as despesas cresceram 10,5% acima da inflação, então [o governo] fica enxugando gelo”, diz Pestana.
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O economista afirma que esse aumento das despesas está atrelado principalmente aos gastos obrigatórios, particularmente às despesas com Previdência e Benefício de Prestação Continuada (BPC). “O próprio relatório bimestral reconheceu, mas ainda em números abaixo do que a IFI projeta”, acrescenta.
Estabilização da dívida
A IFI, diz Pestana, tem chamado a atenção que o objetivo final, ao se falar sobre o resultado primário, é alcançar a estabilização da relação entre a dívida pública e o PIB. Esse cenário, porém, parece distante, e nos cálculos da instituição precisa de um superavit de 1,4% do PIB para ser atingido.
“Nós estamos torcendo, todo mundo está controlando, para dar um deficit de 0,25% do PIB. Para estabilizar a dívida, precisamos de um resultado positivo de 1,4% do PIB. Então estamos distantes ainda do equilíbrio fiscal desejado e necessário”, afirma.
A trajetória para os próximos anos, segundo a IFI, deve ser de uma sequência de deficits. “A trajetória é de agravamento e não de correção de rumo. O governo está fazendo um esforço, mas se nada for feito, se não mudar a dinâmica das finanças públicas, nós teremos deficits permanentes e crescentes em 2025, 2026 e 2027.
Globo Online - RJ 26/07/2024
Acemoglu e Robinson, em “Por que as nações fracassam”, nos ensinaram que as instituições contam. Os Estados Unidos hoje enfrentam ameaças dificilmente imagináveis 20 ou 30 anos atrás, mas não dá para entender como o país alcançou o grau de desenvolvimento que teve sem compreender o papel desempenhado pelo seu mercado acionário e pela expansão do seu mercado de capitais.
Mal comparando, se Brasil e Argentina eram muito parecidos no começo dos anos 1980 e hoje são tão diferentes, é entre outras coisas pelo nosso Banco Central (Bacen).
Institutional building (“construção institucional”) é um tema fascinante e, nesse sentido, na linha do tempo da evolução de nossa institucionalidade monetária, há alguns marcos, entre eles o Plano Real, a criação do Copom (Comitê de Política Monetária), o regime de metas de inflação e a lei que concedeu autonomia à instituição.
Foi um lento processo que demorou três décadas e que ainda está sendo escrito, uma vez que a autonomia formal do órgão em si está apenas engatinhando.
Ela foi sendo discutida no Congresso desde o governo FHC. Como senso de urgência não é uma virtude nacional, o timing para a viabilização da aprovação da lei só amadureceu na gestão de Jair Bolsonaro, por méritos compartilhados entre a gestão Temer — cuja equipe tinha deixado a “bola quicando” para o sucessor “chutar em gol” — e o empenho do Paulo Guedes (PG) em favor da medida.
Com isso, o primeiro mandato da autonomia abrangeu os últimos dois anos do governo anterior e os primeiros dois do governo atual.
Nesse período, a atual gestão enfrentou quatro grandes desafios:
i) os efeitos da pandemia, iniciada em 2020, mas cujas consequências se mantiveram durante 2021 e parte de 2022, e que levaram o Bacen a percorrer “mares nunca navegados”, quando a Selic diminuiu até 2%;
ii) uma enorme aceleração da inflação mundial, levando a que mesmo nos países avançados houvesse uma taxa de variação dos preços de dois dígitos, algo que não se via há décadas;
iii) a necessidade de dar um choque intenso de juros, que levou a taxa de 2% a quase 14% em um período de aproximadamente 18 meses, coincidindo com o ciclo eleitoral de 2022; e
iv) a convivência com um ambiente político hostil, em 2023/2024, devido às críticas insistentes do próprio presidente da República e do partido do governo (o PT) à ação da autoridade monetária, personalizada na pessoa do presidente do Bacen.
Na média dos quatro primeiros anos da autonomia, a meta de inflação anual foi de 3,4% e, assumindo uma previsão da ordem de 4% para o ano em curso, a taxa de variação média anual do IPCA terá sido de 6,1%. A taxa ficou dois anos acima do teto da “banda” de tolerância e terá ficado dois anos no lado superior dessa banda, abaixo do teto, mas acima do centro.
Sob essa ótica, não pareceria ser um desempenho brilhante. É fundamental, porém, levar em conta três fatos.
Primeiro, não dá para desvincular essa análise do contexto mundial e ignorar que mesmo nos EUA a inflação média desses quatro anos terá sido também muito elevada, da ordem de 5% ao ano, o que torna nossos 6% um número perfeitamente aceitável.
Segundo, não foi nada fácil implementar uma política monetária coerente no contexto brasileiro de 2021/2024, inicialmente no contexto da instabilidade suscitada por Bolsonaro até 2022 e depois no ambiente de críticas — vamos usar um termo leve — digamos, “intensas”, do seu sucessor nos dois anos posteriores.
E terceiro, o desempenho da instituição não pode ser avaliado apenas pela inflação, e sim por outros elementos, entre os quais se destaca todo o esforço que o Bacen fez para propiciar um espaço favorável ao desenvolvimento financeiro do país, desde o apoio às fintechs até a criação do Pix, para o que o apoio do Bacen foi fundamental. Por tudo isso, a tarefa executada foi exemplar.
O sucessor do atual presidente da instituição terá o desafio de dar continuidade a essa gestão. Se tiver sucesso, será bom para todos: para ele, para o Bacen e para o Brasil.
Agência Brasil - DF 26/07/2024
O Brasil passou, neste ano, a ser a oitava maior economia do mundo e apresenta bons indicadores, afirmou nesta quinta-feira (25) o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ao participar do Fórum de Comércio e Inovação Coreia-ALC, no Rio de Janeiro. Entre os indicadores positivos, Alckmin salientou a queda do risco país de 254 pontos para 160 pontos, a redução da inflação de 4,5% para 3,7%, a queda do desemprego de 8,3% para 7,1% e a aprovação da reforma tributária.
Alckmin disse que a reforma tributária simplifica e estimula investimentos e exportação porque desonera completamente investimento e exportação. "Acaba com a cumulatividade. Isso deve dar um impulso à nossa economia”, acrescentou o ministro, ao citar estudo do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea) que prevê que, em 15 anos, a reforma tributária pode aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 12%, os investimentos, em 14%, e as exportações, em 17%.
Para ele, outro fator positivo foi a ampliação do Mercado Comum do Sul (Mercosul), com a entrada da Bolívia no bloco. Alckmin lembrou que o Brasil, sozinho, responde por metade do PIB de toda a América do Sul e apresenta boas oportunidades de investimento em várias áreas, como as de energias renováveis, hidrogênio de baixo carbono, SAF (sigla do nome em inglês Combustível Sustentável de Aviação), complexo industrial da saúde, área aeronáutica e, em especial, a de tecnologia. Com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Eximbank da Coreia do Sul, Alckmin afirmou ter certeza de que o país vai "avançar ainda mais nesse trabalho”.
Ele também deixou claro que o Brasil tem compromisso com a democracia e o desenvolvimento.
Alckmin manifestou satisfação por participar do fórum promovido pela Coreia do Sul, país com o qual o Brasil tem 65 anos de relações diplomáticas, amizade e parceria, além de importante relação comercial e investimentos recíprocos. Grandes empresas coreanas estão instaladas no Brasil, como a Hyundai, que tem fábricas nas cidades paulistas de Piracicaba e Araraquara. “Tenho certeza de que esse encontro vai estimular ainda mais o nosso comércio exterior, nossa complementaridade econômica e, de outro lado, investimentos recíprocos.”
Geraldo Alckmin brincou com os participantes do fórum afirmando que a Coreia do Sul dá sorte ao Brasil, porque a última Copa do Mundo de Futebol na qual o Brasil foi campeão ocorreu na Coreia e no Japão.
Globo Online - RJ 26/07/2024
A arrecadação tributária federal atingiu mais um recorde e somou R$ 1,298 trilhão na primeira metade do ano, um crescimento de 9,08% frente ao primeiro semestre de 2023, já descontada a inflação, divulgou a Receita Federal nesta quinta-feira. O montante representa a maior entrada de recursos tributários para o período desde o início da série histórica, em 1995.
Apenas em junho, a receita alcançou R$ 208,8 bilhões, alta de 11,02% ante o sexto mês de 2023, também um recorde para o período. O melhor resultado até hoje tinha acontecido em 2022 (R$ 194,6 bilhões).
Em relação às receitas administradas pela Receita Federal, o valor arrecadado em junho de 2024 foi de R$ 200,5 bilhões, representando um acréscimo real de 9,97%, enquanto no período acumulado de janeiro a junho de 2024, a arrecadação alcançou R$ 1,235 trilhão, um aumento de 8,93%, já desconsiderando a inflação.
Em junho, o resultado das receitas administradas pelo fisco foi devido principalmente ao bom desempenho das arrecadações dos tributos sobre comércio exterior (45,71%), do PIS/Cofins (21,95%), do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) - Capital (10,10%), relativo à tributação de fundos exclusivos, e Trabalho (12,34%), o que se deve ao aumento da massa salarial.
No caso do comércio exterior, o coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal, Marcelo Gomide, explicou que todos os três fatores que influenciam a tributação contribuíram positivamente: taxa de câmbio, valor das importações em dólar e a recomposição de alíquotas da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, cuja redução terminou no fim do ano passado.
No ano, o crescimento real de 18,79% do PIS/Cofins, de 20,59% do IRPF Capital, decorrente dos fundos exclusivos, e de 21,26% do IRPF, devido à atualização de bens e direitos no exterior, foram citados pela Receita como fatores que apoiaram o avanço da arrecadação.
De maneira geral, a Receita afirmou que o desempenho da arrecadação pode ser explicado pelo comportamento da economia, pelo retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis, pela tributação dos fundos exclusivos e pela atualização de bens e direitos no exterior (offshores), assim como pela calamidade ocorrida no Rio Grande do Sul.
Sem considerar os pagamentos atípicos, haveria um crescimento real de 10,37% na arrecadação do período acumulado e de 10,72% na arrecadação do mês de junho.
— O crescimento da arrecadação está bem superior aos próprios índices macroeconômicos, isso graças às medidas de incremento da arrecadação que já trouxeram resultado satisfatório — destacou Claudemir Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal.
Recado do congresso: Deputados resistem a congelar emendas após anúncio de bloqueio de R$ 15 bi
Em junho, os fatores não recorrentes apresentaram um saldo negativo de R$ 3,130 bilhões devido às medidas para atenuar os impactos das chuvas para os gaúchos, de R$ 3,7 bilhões. Isso foi apenas marginalmente compensado pela tributação de fundos exclusivos e a atualização dos bens no exterior.
No ano, as medidas extraordinárias contribuem positivamente com R$ 14,160 bilhões, valor menor que no mesmo período de 2023 (R$ 27,750 bilhões). Nesse caso, a maior contribuição é da tributação de fundos exclusivos (R$12,730 bilhões). As ações relativas ao Rio Grande do Sul representaram perda de R$ 8,0 bilhões em recursos no primeiro semestre, conforme o fisco.
Houve ainda redução de 46,6% nas compensações tributárias (uso de créditos tributários para pagamento de impostos) com o uso de receitas derivadas de ações judiciais, resultado de outra medida proposta pelo Ministério da Fazenda. No geral, contudo, a queda das compensações tributárias foi de 5,36%, já que as empresas usam outros créditos para abater seus tributos.
Incerteza sobre receitas
Na última segunda-feira, o secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, já havia antecipado o bom resultado da arrecadação do mês passado, já incorporado no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 3º bimestre. A meta é de resultado primário zero, com tolerância de déficit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente, a projeção do governo está exatamente no limite de tolerância, prevendo um rombo de R$ 28,8 bilhões em 2024.
— A arrecadação vai muito bem, mas um pouco inferior à necessidade para cobrir as despesas por causa de algumas desonerações. Já tínhamos considerado a desoneração da folha salarial dos 17 setores da economia (no 2º bimestre) e agora retiramos mais R$ 5,2 bilhões (de receita) referentes aos municípios (no segundo semestre) — disse Barreirinhas na segunda, acrescentando que, no total, o Fisco calcula perda de R$ 26,2 bilhões com a medida.
A estimativa de déficit do governo não considera a compensação da desoneração da folha salarial de 17 setores e de municípios pequenos. O assunto está sendo discutido no Congresso.
Mas o governo conta com a receita de medidas extraordinárias, como os julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), de transações tributárias e de concessões de ferrovias para fechar as contas do ano.
Nesta quinta-feira, o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, afirmou que, até junho, não houve entrada de recursos extraordinários relativos aos julgamentos do CARF e também de transações tributárias.
— Não temos informações de valores exatos, então até junho, não houve nenhum sinal (de entrada de recursos). Em transação, tem a Petrobras que entrou agora — disse.
No ano, o governo projeta arrecadar R$ 37,7 bilhões com as medidas excepcionais relacionadas ao Carf e quase R$ 23 bilhões com as transações tributárias.
Os recursos referentes ao acordo com a Petrobras serão contabilizados em julho. Segundo a empresa, a primeira parcela é de R$ 3,57 bilhões. Até o fim do ano, devem entrar nos caixa do governo em relação a esse acordo R$ 11,85 bilhões.
Benefícios fiscais
A Receita divulgou nesta quinta-feira também os dados referentes ao cadastro de benefícios fiscais, inovação criada pelo único dispositivo que foi mantido na Medida Provisória (MP) que tratava da limitação das compensações tributárias do PIS/Cofins, devolvida pelo Congresso.
Entre janeiro e maio, o valor total de benefícios informados pelos contribuintes atingiu R$ 26,9 bilhões. Desse valor, R$ 8,2 bilhões se referem somente à desoneração da folha de pagamentos - o subsídio de maior impacto. O programa emergencial para o setor de eventos (Perse) vem na sequência, com R$ 6,0 bilhões. Em terceiro,aparecem os incentivos para os produtos agropecuários em geral (R$ 3,9 bilhões).
Foram 357 mil declarações de pessoas jurídicas que utilizam créditos tributários decorrentes de benefícios fiscais. “A sociedade brasileira cada vez mais busca informações sobre as renúncias fiscais, já que esses recursos são, em última instância, custeados pela coletividade”, disse o secretário Robinson Barreirinhas, em nota.
Sobre o impasse em relação à compensação da desoneração da folha para a elaboração do orçamento de 2025, Malaquias disse, na coletiva sobre a arrecadação de junho, que o momento atual é de avaliação de impacto e cenário sobre as variáveis que impactam o orçamento do ano que vem.
Ele reforçou ainda que serão apresentadas medidas junto à proposta orçamentária, que tem de ser enviada ao Congresso até 31 de agosto, para o aumento da arrecadação.
— Todas as considerações, não só da desoneração da folha e as demais, estão sob análise. Nesse período, se fazem as estimativas de impacto, avaliações de cenário e se trabalha em medidas que vão ser propostas junto com o PLOA, na forma indicada no PLDO. No PLDO já foi sinalizado que havia medidas de incremento de arrecadação e elas serão todas contempladas no momento certo.
IstoÉ Dinheiro - SP 26/07/2024
O mercado ainda dá como certo o início de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro, mas vê menor probabilidade de uma redução agressiva até dezembro, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group. A mudança na precificação ocorre após o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA vir bem acima do esperado no segundo trimestre, junto a leituras divergentes de dados sobre inflação, emprego e comércio.
Por volta das 10h (de Brasília), a ferramenta do CME Group exibia 100% de probabilidade de cortes de juros pelo Fed em setembro, mantendo a mesma precificação. Deste total, a chance de redução de 25 pontos-base (pb) ampliou vantagem e subiu para 85,7%, de 80,3% antes dos dados, enquanto a de redução de 50 pb caiu de 18,7% para 13,7%.
O mercado ainda vê como majoritária a chance de redução acumulada de 75 pontos-base nos juros pelo Fed até dezembro, com ligeira queda de 56,9% para 56,3% após os dados americanos. Contudo, a probabilidade de cortes de apenas 50 pb avançou de 28,8% a 32,8% no período. Em terceiro lugar, a probabilidade de redução acumulada de 100 pb em 2024 recuou para 8,3%, de 12,1% antes do dado.
Infomoney - SP 26/07/2024
A batalha do Federal Reserve para manter a inflação sob controle provavelmente enfrentará novos desafios caso Donald Trump reconquiste a Casa Branca, uma dinâmica que poderá colocar o banco central dos EUA novamente na mira do ex-presidente republicano.
Uma ampla gama de economistas considera que a agenda tarifária de Trump, juntamente com os objetivos de deportar milhões de trabalhadores sem documentos e a probabilidade de aumento dos déficits, reacenderá as pressões sobre os preços que agora estão diminuindo e provavelmente levará o Fed a reagir com uma política monetária mais restritiva do que a prevista atualmente.
Os analistas preveem que o plano de Trump de impor tarifas gerais de 10% sobre os produtos importados — e taxas ainda mais altas sobre os produtos chineses — geraria um aumento único na inflação, enquanto as deportações aumentariam os salários dos trabalhadores remanescentes, aumentando a pressão.
Um modelo da Oxford Economics que analisa as prováveis posturas políticas dos candidatos, por exemplo, prevê que, em um segundo governo Trump, uma medida de inflação acompanhada de perto pelo Fed e que exclua os preços de alimentos e energia atingiria um pico entre 0,3 e 0,6 ponto percentual acima do que seria esperado de acordo com a legislação e a política orçamentária atuais.
Isso se compara a um possível excesso de inflação entre 0,1 e 0,2 ponto percentual em um governo democrata liderado pela vice-presidente Kamala Harris, a candidata presumida agora que o presidente Joe Biden desistiu da disputa. Oxford e outros consideram que Kamala dará continuidade, em grande parte, às políticas econômicas de Biden.
O recrudescimento da inflação seria um revés para o Fed, que, após aumentos agressivos das taxas, está prestes a reprimir uma inflação que já vinha de uma geração, agora recuando em direção à meta de 2% do banco central. Os mercados agora projetam um corte nas taxas de juros dos EUA em setembro, com mais cortes a seguir.
“O programa econômico de Trump é inerentemente inflacionário”, disse Mark Sobel, presidente do Fórum Oficial de Instituições Monetárias e Financeiras dos EUA e veterano do Departamento do Tesouro dos EUA sob presidentes democrata e republicano. “Tarifas muito mais altas, uma política fiscal expansionista e deportação em massa de imigrantes: Todos esses fatores se combinariam para elevar a inflação e as taxas de juros a níveis mais altos do que seriam de outra forma.”
Diane Swonk, economista-chefe da KPMG U.S., disse em uma nota que os aumentos de tarifas de Trump, juntamente com uma restrição “acentuada” aos trabalhadores estrangeiros, significam “um ressurgimento” da inflação que provavelmente forçaria o Fed a manter as taxas nos níveis atuais por “muito mais tempo”.
A abordagem comercial de Biden e Kamala “permanece a léguas de distância do que Trump vem propondo em relação à política tarifária”, disse Oscar Muñoz, estrategista-chefe de macro dos EUA da TD Securities. Segundo ele, sob as ações comerciais “cirúrgicas” previstas por um governo Harris, “não prevemos que essas políticas representem um risco significativo para nossas previsões de inflação/crescimento”.
Os analistas da Evercore ISI acreditam que o Fed responderá mais lentamente do que os mercados a uma nova perspectiva caso Trump vença. No entanto, uma vitória de Trump poderia fazer com que os formuladores de política monetária reduzissem alguns dos cortes agora esperados para o próximo ano, podendo até mesmo incluir um aumento da taxa no final de 2025, disseram eles.
Questionada sobre como a agenda política de Trump contrariaria as expectativas dos economistas em relação a uma inflação mais alta, a secretária de imprensa nacional da campanha de Trump, Karoline Leavitt, disse: “O povo americano não precisa que os economistas lhes digam qual presidente colocou mais dinheiro em seus bolsos”.
“Quando o presidente Trump estiver de volta à Casa Branca, ele reimplantará sua agenda pró-crescimento, pró-energia e pró-emprego para reduzir o custo de vida e elevar todos os americanos.”
Globo Online - RJ 26/07/2024
A mineradora Vale registrou lucro de R$ 14,6 bilhões no segundo trimestre, resultado 219% maior que no mesmo período de 2023. A receita líquida somou R$ 51,7 bilhões, alta de 8,3% na mesma base de comparação. Na comparação com o 1º trimestre, o lucro cresceu 65%.
Parte da melhora do resultado, porém, é atribuído ao fato de a empresa ter realizado desinvestimentos e ter gastado menos com impostos.
Com base nos resultados do período, o conselho de administração da Vale aprovou o pagamento de R$ 8,9 bilhões em juros sobre capital próprio aos acionistas, o que representa R$ 2,0937 por ação.
A remuneração a acionistas da B3 será em 4 de setembro, com data de corte em 2 de agosto. Para acionistas detentores de recibos de ações (ADRs, na sigla em inglês) negociados na Bolsa de Nova York, o pagamento será a partir de 11 de setembro.
Para o período de abril a junho, a Vale já havia anunciado que produziu 80,6 milhões de toneladas de minério de ferro no trimestre, 2,4% a mais do que no mesmo período do ano anterior. As vendas avançaram 7,3%, para 79,792 milhões de toneladas.
O minério de ferro é uma das principais commodities com pior desempenho do ano, com queda de mais de 25%, uma vez que a crise imobiliária da China prejudica a demanda e as grandes mineradoras continuam a adicionar volumes ao mercado marítimo. A Vale obtém cerca de 90% de suas receitas do setor de siderurgia.
As ações da Vale fecharam em alta de 0,28% no pregão regular da B3 e subiram 0,93% no after market de hoje. O papel é negociado com desconto em comparação com outros grandes mineradores devido a questões específicas da empresa.
A Vale ainda está lidando com as consequências do desastre da represa de rejeitos de 2015 na Samarco, uma joint venture de minério de ferro com o BHP Group. A empresa esperava chegar a um acordo final no mês passado, mas as negociações com as autoridades brasileiras ainda estão em andamento.
A Vale também tem enfrentado uma turbulenta mudança de liderança, com o CEO Eduardo Bartolomeo mantendo o cargo até dezembro, enquanto a busca por um sucessor continua. O próximo CEO será escolhido a partir de três nomes pré-selecionados que serão apresentados por uma empresa de consultoria até o final de setembro.
IstoÉ Dinheiro - SP 26/07/2024
Desde que ficou decidida a saída do presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, em março deste ano, a companhia ficou “acéfala” e “sem alguém com autoridade” para tratar de assuntos que são relevantes ao interesse nacional, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à Reuters.
Na avaliação do ministro, a situação dificulta a conclusão de um acordo entre Vale, BHP e Samarco com autoridades federais e estaduais para a reparação e compensação pelo rompimento de barragem em Mariana, em Minas Gerais, que ocorreu em 2015. Silveira, que é mineiro, disse estar preocupado com a “falta de proatividade” das companhias.
“Me preocupa inclusive uma postura da Vale, que parece que só vai mudar, infelizmente, na hora que nós tivermos que aplicar medidas e sanções mais duras na empresa. E se necessário até avaliar a legislação brasileira nesse sentido, dela mudar a postura arrogante dela com relação ao Brasil”, afirmou Silveira em entrevista à Reuters na quarta-feira, durante visita ao Estado de Sergipe.
A expectativa de todas as partes, inclusive do governo, é que um acerto seja concluído ainda neste ano. Havia expectativa de que o acordo pudesse ser fechado até o final do primeiro semestre, mas uma proposta de desembolso totalizando 140 bilhões de reais ficou aquém do pretendido pela autoridades.
“Não deveria ser assim, mas o fato de a Vale estar acéfala é evidente que está atrasando um acordo (por Mariana)”, disse o ministro.
Segundo Silveira, a Vale “deixou de ser mineradora” e “passou a ser quase que exclusivamente vendedora da infraestrutura”, não explorando ativos estratégicos no país.
‘Sanções mais duras’
Ele disse ainda que o governo estuda inclusive “medidas e sanções mais duras” contra a empresa, avaliando a legislação brasileira, e por meio de políticas públicas, sem entrar em detalhes.
Silveira comentou também que tem de “estar muito atento” para a postura da maior companhia de mineração do país.
Para ele, trata-se de uma mineradora “quase que monopolista, que deixou e deixa de explorar ativos estratégicos no país, que passou a comercializar esses ativos com investidores internacionais e distribui esses dividendos sem nenhum critério estratégico convergente com o interesse do país”.
Uma fonte com conhecimento do assunto afirmou, na condição de anonimato, que há estudos sobre possível mudança nas regras sobre direitos minerários. Essa fonte não detalhou o que poderia ser alterado.
Com frequência, o ministro e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm feito duras críticas contra a Vale e sua gestão, em momento em que a companhia, uma das maiores mineradoras do mundo e privatizada há cerca de 30 anos, trabalha no processo de sucessão de seu presidente.
Mudança na presidência
O mandato do CEO vencia em maio deste ano, mas foi estendido até dezembro, após o conselho — responsável pela escolha da nova liderança — ter ficado dividido entre manter o presidente por mais um período ou abrir um processo para a escolha de uma nova liderança.
“Desde que anunciaram a saída do atual presidente, a gente sabe bem como isso acontece, a Vale ficou sem alguém com autoridade para tratar de assuntos que são extremamente relevantes ao interesse nacional”, disse Silveira.
“Está passando inclusive do limite da razoabilidade a forma e a condução da direção da Vale com relação a esses assuntos que precisam ser resolvidos, e eu vou te afirmar que está muito próximo do limite da tolerância.”
Procurada, a Vale afirmou que não tem comentários sobre as declarações do ministro. Disse ainda que segue “engajada” junto com autoridades para estabelecer um acordo sobre o desastre de Mariana “que garanta a reparação justa e integral às pessoas atingidas e ao meio ambiente”.
Bartolomeo manterá seu cargo até o final de dezembro deste ano. A companhia definiu também que o CEO apoiará a transição para a nova liderança no início de 2025 e que atuará como advisor da companhia até 31 de dezembro do próximo ano.
‘Nunca houve uma ingerência do governo’
O impasse no conselho sobre a sucessão da Vale ocorreu em meio a diversas notícias de que o governo estaria tentando emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como CEO da mineradora. Silveira voltou a afirmar que “nunca houve uma ingerência do governo com relação à Vale”.
“E eu afirmei peremptoriamente e desafiei qualquer conselheiro a dizer que nós intervirmos falando sobre o ministro (Guido Mantega)”, disse Silveira.
Na semana passada, o colunista Lauro Jardim publicou que o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, foi sondado por conselheiros da Vale para entrar na corrida pela presidência.
Questionado sobre a notícia, Silveira disse entender “que seria um grande erro, porque o secretário-executivo é governo”.
“Eu sou daqueles que entendem que na vida pública não basta ser honesto, tem que parecer ser honesto”, afirmou. “Não basta a gente não querer intervir. A gente tem que parecer que não está intervindo.”
O conselho da Vale tem competência exclusiva para decidir sobre a escolha do presidente da companhia. No início do mês, a mineradora anunciou a segunda renúncia de um membro independente de seu conselho de administração em três meses.
No primeiro caso, ao deixar a empresa em março, o então membro independente José Luciano Penido enviou uma carta ao presidente do colegiado, apontando que o processo de sucessão estava sendo conduzido de maneira manipulada, com influência política, segundo o documento visto pela Reuters à época.
Penido defendia a renovação do mandato de Bartolomeo, segundo a Reuters publicou à época.
Silveira, porém, defendeu que “o que ele (Penido) diz não tem nada a ver com o governo”. “Todo mundo teve essa impressão. O Penido fez uma denúncia com relação ao conselho da Vale”, afirmou.
O ministro disse ainda que quer que a escolha do novo presidente “aconteça rápido” e de forma técnica para ter “alguém que possa compreender melhor o papel da Vale”.
Nos últimos anos, a Vale passou a ter um controle pulverizado, com novas normas para tentar blindar sua governança corporativa de interferências políticas. Mas tem ainda como importante acionista a Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, que é uma instituição de economia mista controlada pelo Estado brasileiro.
Valor - SP 26/07/2024
Receita da companhia caiu 8% em base anual, para US$ 14,46 bilhões
A Anglo American reportou prejuízo líquido de US$ 672 milhões no primeiro semestre deste ano, revertendo o lucro de US$ 1,26 bilhão relatado no mesmo período do ano anterior. A receita caiu 8% em base anual, para US$ 14,46 bilhões.
A previsão era de USS 1,12 bilhão em lucro líquido e receita de US$ 14,27 bilhões, segundo consenso compilado pela Visible Alpha.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou US$ 5 bilhões, uma queda de 3% em base anual.
Segundo a empresa, a decisão de abrandar temporariamente o projeto de nutrientes para as culturas de Woodsmith, no Reino Unido e, assim, adiar o seu calendário de produção resultou num prejuízo de US$ 1,6 bilhão.
“Estou muito encorajado por um desempenho forte operacional que proporcionou volumes constantes e uma melhoria de 4% nos custos unitários, ao mesmo tempo que enfrenta mercados cíclicos fracos para metais do grupo da platina e diamantes”, diz o diretor-presidente, Duncan Wanblad.
Ele afirma estar no caminho certo para reduzir os custos e que o foco do desempenho operacional é nos negócios de cobre e minério de ferro premium. Segundo o presidente, o cobre está caminhando bem, e Minas-Rio, no Brasil, alcançou sua produção mais forte no primeiro semestre em vários anos, e Kumba, na África do Sul, continua tendo desempenho forte.
Investing - SP 26/07/2024
Os preços futuros do minério de ferro ampliaram as perdas nesta quinta-feira, pressionados pela ampla oferta global e pelo mercado de aço persistentemente fraco na China, maior consumidora mundial de minério, embora sugestões de estímulos monetários mais fortes tenham ajudado a limitar as perdas.
O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China caiu pela quinta sessão consecutiva, encerrando as negociações do dia com uma perda de 1,55%, para 764,5 iuanes (105,50 dólares) a tonelada.
O minério de ferro de referência de agosto na Bolsa de Cingapura caiu abaixo do nível psicológico de 100 dólares por tonelada, caindo 1,14% para 99,75 dólares por tonelada.
Associações regionais de trading de aço na China estão buscando adiar novos padrões de qualidade para o vergalhão, usado na construção civil, depois que uma onda de vendas de estoques, estimuladas por pânico, pressionou o mercado de ferrosos.
Os índices de referência do aço na Bolsa de Futuros de Xangai ficaram mais fracos. O vergalhão e o aço inoxidável caíram mais de 2%, a bobina laminada a quente recuou mais de 1,7% e o fio-máquina perdeu quase 4,5%.
As esperanças de otimismo no mercado de trading do complexo de metais da China foram recebidas com uma "decepção esmagadora" depois que a reunião plenária da China não atendeu às expectativas de estímulos econômicos, disse Atilla Widnell, diretor administrativo da Navigate Commodities.
O mais preocupante é que uma série de dados desanimadores da China na semana passada mostrou um ritmo acelerado de contração no mercado imobiliário, em termos de construção, conclusão de empreendimentos e preços, o que significa que as políticas do governo para eliminar o excesso de estoques de imóveis estão tendo pouco impacto, acrescentou Widnell.
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No entanto, os preços do minério de ferro recuperaram parte das perdas depois que o banco central da China surpreendeu os mercados ao realizar uma operação de empréstimo não programada com taxas acentuadamente mais baixas, sugerindo que as autoridades estão tentando fornecer estímulo monetário mais pesado.
Money Times - SP 26/07/2024
A Vale (VALE3) pagará R$ 2,09 por ação em juros sobre o capital próprio, mostra documento enviado ao mercado nesta quinta-feira (25).
Segundo o comunicado, a data de corte será o dia 02 de agosto de 2024, com pagamento a ocorrer em 04 de setembro de 2024.
As ações da Vale serão negociadas ex-remuneração na B3 e na NYSE a partir de 05 de agosto de 2024.
Resultado da Vale
A Vale também divulgou o seu resultado, com lucro líquido atribuível aos acionistas de US$ 2,7 bilhões no segundo trimestre de 2024, disparada de 210% em relação ao mesmo período do ano passado. No trimestre, a alta foi de 65%.
O número ficou acima do consenso da Bloomberg, que esperava lucro de US$ 2 bilhões.
A mineradora divulga seu resultado após reportar produção de 80,5 milhões de toneladas métricas (Mt) de minério de ferro no segundo trimestre de 2024, alta de 2,4% no ano e 13,8% no trimestre. Os números foram considerados sólidos por analistas.
Valor - SP 26/07/2024
A China expandirá seu programa de estímulo em aproximadamente 300 bilhões de yuans (US$ 41,5 bilhões) para subsidiar compras de veículos de passeio e eletrônicos de consumo, buscando impulsionar gastos estagnados no varejo.
A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e o Ministério das Finanças fizeram um anúncio conjunto na quinta-feira. O financiamento será coberto pelo 1 trilhão de yuans a ser levantado este ano pela emissão de títulos especiais do tesouro ultralongos.
Os subsídios para aqueles que trocam seus carros de passeio por veículos de nova energia dobrarão para 20 mil yuans, em comparação com o subsídio de 10 mil yuans anunciado em abril. As trocas de veículos a gasolina aumentarão de 7 mil yuans para 15 mil yuans.
Estima-se que a indústria automotiva, incluindo serviços, seja responsável por quase 10% do produto interno bruto (PIB) da China. As vendas domésticas de veículos novos em junho caíram abaixo do nível do ano anterior pelo segundo mês consecutivo.
"O consumo não foi suficientemente revigorado enquanto a competição no mercado se intensificou", disse um alto funcionário do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação.
A China está enfrentando críticas crescentes sobre sua supercapacidade de veículos elétricos e outros veículos de nova energia, o que levou ao excesso de estoques sendo enviados para o exterior.
Alguns observadores acreditam que as autoridades chinesas estão lançando as novas medidas de estímulo para sustentar a demanda doméstica e afastar a pressão do exterior.
Os subsídios também apoiarão o setor de eletrônicos de consumo, onde as vendas domésticas têm sido lentas devido à crise imobiliária. O programa terá como alvo oito tipos de produtos, incluindo geladeiras, máquinas de lavar, televisores, condicionadores de ar e computadores pessoais.
Os subsídios para eletrônicos de consumo geralmente serão equivalentes a 15% do preço de venda até 2 mil yuans. Um comprador só pode receber o subsídio uma vez para cada uma das oito categorias de produtos.
Os fundos também apoiarão as instalações de fabricação, visando atualizações de equipamentos nos setores industrial, ambiental, de transporte e logística.
Valor - SP 26/07/2024
A Ryanair sinalizou o fim das “viagens de vingança”, grupos de artigos de luxo estão perdendo força e o setor automobilístico sofre um verdadeiro "acidente"
O boom de consumo pós-pandemia tem durado mais que o esperado. Mas a lição tirada dos resultados recentes é que – em algum momento – os bolsos esvaziados vão se fechar.
A Ryanair sinalizou o fim das “viagens de vingança”. Os grupos de artigos de luxo estão perdendo força. E o setor automobilístico sofre um verdadeiro "acidente".
A Stellantis viu o preço de sua ação cair cerca de 10% nesta quinta-feira (25), depois de anunciar resultados horríveis. Ela não cumpriu as expectativas do mercado, anunciando uma queda de 48% no lucro líquido do primeiro trimestre, de 5,6 bilhões de euros, em relação ao mesmo período do ano passado, e um fluxo de caixa livre negativo de 400 milhões de euros.
Os investidores nas concorrentes Nissan e Ford pisaram no freio, com suas ações caindo 7% e 13%, respectivamente. Nervosos, os mercados também derrubaram a Renault e a General Motors (GM), apesar do que pareceram ser desempenhos mais sólidos.
A expectativa já era de que 2024 seria um ano difícil para as montadoras. Este é, tardiamente, o desenrolar do boom pós-pandemia, quando os problemas nas cadeias de abastecimento permitiram às montadoras aumentar os preços, se concentrar nos modelos mais chamativos e refazer os estoques dos atacadistas.
Muita oferta, pouca demanda
Isso foi um triplo impulso para a lucratividade. Mas agora, a oferta abundante e a demanda fraca estão afetando a capacidade de formação de preços. O Citigroup estima que os preços médios de venda dos carros caíram 6% desde o fim de 2022 ou começo de 2023.
Essa desaceleração está afetando a Stellantis mais do que a maioria, em parte porque a empresa pisou no acelerador com muita força durante o boom. As margens de lucro se beneficiaram dos cortes de custos quando Peugeot e Fiat Chrysler foram unidas.
Mas a companhia também aumentou os preços médios de venda nos EUA em 50% nos bons tempos, em comparação a um aumento de menos de 20% do setor como um todo, segundo números do Citigroup. Também empurrou um estoque maior para o sistema atacadista do que seus concorrentes.
Agora, enquanto espera a chegada de uma série de novos modelos, a Stellantis luta para vender automóveis – especialmente nos EUA, seu maior mercado. A participação de mercado caiu acentuadamente. O resultado é a queda da lucratividade, com as margens nos EUA recuando espantosos 6,1 pontos porcentuais em temos anuais, para 11,4%.
Longo caminho antes da retomada
O perigo para os investidores é que este seja apenas o começo de um ambiente competitivo vicioso. O fechamento de fábricas, como a da Volkswagen na Europa, em quase nada contribuirá para reduzir o excesso de capacidade do setor. Embora os preços médios das transações nos EUA tenham caído, eles ainda estão bem acima dos níveis pré-pandemia.
Os estacionamentos lotados dos atacadistas e a redução da demanda poderão muito bem conspirar para reduzir ainda mais os preços, prejudicando o setor em geral. As montadoras poderão ter um longo caminho a percorrer antes que o ritmo normal de vendas seja retomado.
Money Times - SP 26/07/2024
A temporada de resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24) já começou, no entanto, é no mês de agosto que as divulgações ganham tração.
No setor de construção civil, os balanços começam com a EZTEC (EZTC3) na próxima sexta-feira (1) após o fechamento do mercado.
No dia 6 de agosto, é a vez da Cury (CURY3) e, logo depois, no dia 7, Lavvi (LAVV3) e Tenda (TEND3) reportam seus números. Na quinta-feira (08), a Cyrela (CYRE3), Moura Dubeux (MDNE3), Mitre (MTRE3) e a Plano & Plano (PLPL3) divulgam seus resultados.
Já na próxima semana, no dia 12 de agosto, após o fechamento do mercado, a MRV (MRVE3) e a Direcional (DIRR3) compartilham com o mercado os seus números.
Por fim, na terça-feira (13) a Even (EVEN3), Melnick (MELK3) e a Trisul (TRIS3) encerram a temporada de balanços das construtoras.
O que esperar dos resultados?
Na primeira quinzena de julho, as construtoras e incorporadoras listadas na bolsa de valores relataram suas prévias operacionais do segundo trimestre.
Para as instituições financeiras, esse foi um setor que apresentou bons números no período, com diversos recordes sendo batidos tanto nas empresas voltadas ao público de baixa renda, quanto as de média e alta.
Os números animadores vêm em um momento em que a taxa básica de juros está congelada em 10,50% e sem uma previsão para voltar a cair.
Outro fator que tem alavancado as empresas de construção civil são os programas de incentivo à moradia realizadas pelo governo, como é o caso do Minha Casa Minha Vida (MCMV) e o programa Pode Entrar, feito pela prefeitura de São Paulo.
Para Caio Nabuco, analista da Empiricus Research, o destaque positivo entre as prévias na classe popular ficou por conta da Direcional (DIRR3), que há alguns semestres tem apresentado uma melhora na margem e no número de vendas. Neste trimestre, o analista destacou os recordes de vendas de lançamentos acima das projeções.
Já no de alta renda, o profissional destaca até o momento os números da Cyrela (CYRE3), principalmente o nível de vendas, o que para ele foi uma boa resposta em um trimestre com poucos lançamentos.
Calendário dos resultados do 2T24 das construtoras, shoppings e logística
Companhia Ticker Setor Data Horário de divulgação
Multiplan MULT3 Shoppings 25/07/2024 Após o fechamento
EZTEC EZTC3 Construção Civil 01/08/2024 Após o fechamento
Log Comercial Properties LOGG3 logística 01/08/2024 Após o fechamento
Cury CURY3 Construção Civil 06/08/2024 Após o fechamento
Iguatemi IGTI11 Shoppings 06/08/2024 Após o fechamento
Lavvi LAVV3 Construção Civil 07/08/2024 Após o fechamento
Tenda TEND3 Construção Civil 07/08/2024 Após o fechamento
Log-In LOGN3 logística 07/08/2024 Horário a confirmar
Cyrela CYRE3 Construção Civil 08/08/2024 Após o fechamento
Moura Dubeux MDNE3 Construção Civil 08/08/2024 Após o fechamento
Plano & Plano PLPL3 Construção Civil 08/08/2024 Horário a confirmar
Mitre MTRE3 Construção Civil 08/08/2024 Horário a confirmar
JHSF JHSF3 Construção Civil 08/08/2024 Após o fechamento
MRV MRVE3 Construção Civil 12/08/2024 Após o fechamento
Direcional DIRR3 Construção Civil 12/08/2024 Após o fechamento
Trisul TRIS3 Construção Civil 13/08/2024 Após o fechamento
Even EVEN3 Construção Civil 13/08/2024 Após o fechamento
Melnick MELK3 Construção Civil 13/08/2024 Antes da abertura
Allos ALOS3 Shoppings 13/08/2024 Após o fechamento
Portos e Navios - SP 26/07/2024
A movimentação de cargas nas ferrovias de Santa Catarina cresceu 8,9% no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. Segundo dados apurados pela Gerência de Ferrovias, da Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), as duas concessionárias que atuam no estado transportaram 3,5 milhões de toneladas.
O desempenho das concessionárias que atuam em Santa Catarina ficou acima da média nacional, que foi 5,03% maior em comparação com o primeiro semestre de 2023.
“O setor segue mantendo um crescimento consistente ao longo de 2024 e acima do que já foi registrado em 2023. Fica a expectativa de como será o segundo semestre, principalmente no agronegócio que é o setor que mais movimenta cargas pelo modal ferroviário em Santa Catarina”, avalia o secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins.
Até agora o mês de maior desempenho do setor foi abril, com a movimentação de 628,9 mil toneladas. O segundo trimestre, com 1,8 milhões de toneladas, foi 3,5% maior que o primeiro trimestre, que movimentou 1,7 milhões de toneladas.
Pela Rumo Logística, concessionária da Malha Sul, foram movimentadas 2 milhões de toneladas de cargas. Pela Ferrovia Tereza Cristina, foram movimentadas 1,5 milhões de toneladas.
Os maiores volumes registrados foram o transporte de 1,6 milhão de toneladas de soja e 1,2 milhão de toneladas de carvão. Também passaram pelas ferrovias catarinenses 321 mil toneladas de milho, 300 mil toneladas de cargas conteinerizadas, 36 mil toneladas de óleo diesel, 24,4 mil toneladas de gasolina, 10,2 mil toneladas de cloreto de potássio, 4,2 mil toneladas de adubo orgânico a granel. 417 toneladas de fosfato e 275 toneladas de álcool.
A movimentação nos 763 quilômetros de malha ferroviária em operação corresponde a 1,4% da movimentação nacional, que foi de 253,9 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024.
Revista Ferroviaria - RJ 26/07/2024
Promessa que se arrasta há pelo menos duas décadas, a construção da linha 2 do metrô de Belo Horizonte pode começar em 60 dias. O licenciamento ambiental para o início da obra foi aprovado pelo Estado nesta quarta-feira (24). Com isso, as primeiras intervenções no ramal que vai interligar a Linha 1, já existente, ao Barreiro foram antecipadas para setembro deste ano – a previsão inicial era março de 2026.
Na prática, a aprovação do licenciamento pela Câmara Técnica de Infraestrutura (CIF) do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Copam) dá sinal verde para a execução da obra em si. O aval vale tanto para a instalação da Linha 2, que terá 10,5 km, quanto para a ampliação da Linha 1, que ganhará mais 1,6 km, unindo o terminal Eldorado à futura estação Novo Eldorado, em Contagem.
Segundo o governo de Minas, a antecipação do cronograma aconteceu por se tratar de um “projeto prioritário”. O processo de licenciamento foi formalizado na Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) em 11 de março deste ano, com prazo para análise de até seis meses. No entanto, os trâmites foram concluídos em julho.
Qual o trajeto da Linha 2?
O novo ramal vai ligar a atual Linha 1 até o Barreiro, passando por sete estações: Nova Suíça, Amazonas, Salgado Filho, Vista Alegre, Ferrugem, M. Vallourec e Barreiro. A estimativa é a de que mais de 50 mil usuários usem a linha, todos os dias.
A concessão do metrô completou, em março, um ano de operação. A duração será de 30 anos. O contrato foi firmado entre o governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), e a concessionária Metrô BH.
Até agora, foram implantados internet wi-fi nos trens e estações e sistema de bilhetagem digital. A reforma dos terminais de embarque e desembarque, das vias permanentes e da rede aérea do sistema da Linha 1 está em andamento. Esse ramal transporta 100 mil pessoas por dia.
Em maio, 24 trens foram comprados pela empresa que opera o metrô. O primeiro deve entrar circulação no primeiro semestre de 2026. As novas composições vão ser usadas tanto na Linha 1 como na Linha 2.
A estimativa é a de que sejam investidos R$ 3,7 bilhões para melhorias e ampliações ao longo do contrato.
Desse total, R$ 2,8 bilhões são aportes do governo Federal e cerca de R$ 440 milhões são provenientes do Termo de Reparação assinado pelo Governo de Minas, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) com a mineradora Vale em decorrência do rompimento da barragem de Brumadinho. A tragédia matou 272 pessoas e provocou uma série de danos sociais, econômicos e ambientais em Minas.
CNN Brasil - SP 26/07/2024
Uma liminar expedida pela Justiça Federal do Amazonas nesta quinta-feira (25) suspendeu a licença prévia para reconstrução e asfaltamento de um trecho da BR-319, que conecta Manaus a Porto Velho.
A liminar, assinada pela juíza Maria Elisa Andrade, atende a um pedido feito pelo Observatório do Clima. A organização alega que a licença desconsiderou dados técnicos, análises científicas e estudos de impactos climáticos.
A licença prévia foi emitida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em julho de 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
A decisão afirma que o Ibama desprezou “prognósticos catastróficos” de desmatamento, degradação e grilagem de terras no entorno da rodovia.
A juíza ainda afirma que há uma “verdadeira inviabilidade ambiental da obra, até que o cenário de governança ambiental e fundiária seja drasticamente fortalecido por diversos atores políticos”.
Segundo a decisão, a governança ambiental e o controle do desmatamento devem ser estabelecidos antes da recuperação da rodovia.
Caso a suspensão seja desrespeitada, o agente público responsável pela obra será multado em R$ 500 mil sobre o patrimônio pessoal. A decisão foi comunicada ao Ibama, ao DNIT e ao Ministério Público Federal.
Segundo o Observatório BR-319, formado por entidades da sociedade civil, a área de influência da rodovia atinge 13 municípios, 42 unidades de conservação e 69 terras indígenas entre Amazonas e Rondônia.
Em nota, o Observatório do Clima afirma que a decisão tem importância “gigantesca”. “A decisão da justiça federal demonstra que a política não pode se sobrepor à lei e à técnica. Não há governança na região capaz de controlar o desmatamento gerado pelo asfaltamento do trecho do meio da BR 319”, afirmou Nauê Bernardo, especialista da organização.
O Ibama informa, que até o momento, não foi formalmente intimado da decisão e irá se manifestar oportunamente, após tomar conhecimento da decisão.
O DNIT diz que já foi notificado desta liminar da Justiça Federal do Amazonas. A autarquia está analisando todas as providências a serem tomadas para então se manifestar sobre a decisão. Esclarecemos que seguem em curso os estudos e projetos necessários para a continuidade da licença ambiental, seguindo todos os requisitos prévios para avançar no empreendimento, cumprindo as condicionantes e respeitando as premissas ambientais.
Portos e Navios - SP 26/07/2024
No primeiro semestre de 2024, o Porto do Rio Grande movimentou 18.531.991 toneladas, enquanto o Porto de Pelotas alcançou 523.570 toneladas e o Porto de Porto Alegre, 368.245 toneladas. No total, 1.735 embarcações passaram pelas unidades: 1.417 no Rio Grande, 238 barcaças em Pelotas e 80 navios em Porto Alegre. Graneis sólidos e cargas gerais foram os principais destaques.
No cais público de Porto Alegre, as principais cargas foram fertilizantes (139.021 toneladas), trigo (132.323 toneladas), cevada (57.742 toneladas), sebo bovino (25.877 toneladas), sal (11.605 toneladas) e cargas gerais (1.677 toneladas). As enchentes de maio afetaram a operação em Porto Alegre, que foi retomada em junho com o descarregamento de insumos para fertilizantes.
Em Pelotas, as toras de madeira lideraram com 458.266 toneladas, seguidas pelo clínquer com 65.304 toneladas.No Porto do Rio Grande, houve um crescimento na movimentação de soja em grão (25,01%), celulose (7,98%), polietileno (6,52%), cavaco de madeira (1,50%) e trigo (0,65%). A movimentação de contêineres aumentou 24,73%, atingindo 367.029 TEUs, com junho sendo o mês mais movimentado (77.432 TEUs).
As exportações do Porto do Rio Grande tiveram como principais destinos a China (3.662.249 toneladas), Vietnã (769.457 toneladas), Filipinas (727.843 toneladas), Estados Unidos (279.395 toneladas) e Irã (475.097 toneladas). As importações vieram principalmente da Argentina (753.791 toneladas), China (659.495 toneladas), Rússia (392.491 toneladas), Marrocos (288.098 toneladas), Estados Unidos (279.395 toneladas) e Peru (209.944 toneladas).
Portos e Navios - SP 26/07/2024
Com recursos do Novo PAC, o Porto da Imetame terá 17 metros de calado e capacidade para receber embarcações de grande porte
A cidade de Aracruz, no Espírito Santo, será beneficiada com um complexo portuário destinado ao recebimento de grandes embarcações, essencial para o escoamento de grãos, especialmente para o mercado asiático. Nesta quinta-feira (25), o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, participou da cerimônia de anúncio de R$ 2,7 bilhões em investimentos para as obras do Porto da Imetame Logística. O projeto inclui um Complexo de Terminais Privados com administração portuária própria, abrangendo terminais para contêineres, grãos, carga geral e granéis líquidos.
Os investimentos fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que combina recursos públicos, privados e parcerias público-privadas (PPP). Os portos desempenham um papel estratégico nas relações comerciais do Brasil com o mundo. Por isso, o Novo PAC foca em obras que aumentam a competitividade portuária, incluindo a manutenção, ampliação da capacidade e redução de interferências urbanas nas áreas portuárias.
Com 17 metros de calado e amplo espaço de manobra, o terminal estará preparado para receber os maiores navios do mundo, com inauguração prevista para meados de 2025. A demanda por capacidade portuária e soluções logísticas modernas na região tem crescido, impulsionada pela atividade industrial e comércio no Espírito Santo, bem como pelo crescimento da agricultura, pecuária e agroindústria no Centro-Oeste e em Minas Gerais, que são parte da área de influência direta do Porto da Imetame Logística.
Silvio Costa Filho destacou que o terminal terá a capacidade de receber navios de grande porte, o que é crucial para a criação de emprego e renda para a população. "Sempre digo que o maior programa social do Brasil é o emprego e a renda. Durante o pico das obras do Porto, estão previstos 650 empregos diretos e mais 300 indiretos", afirmou, ressaltando a importância do complexo para a economia do estado.
O secretário Nacional de Portos, Alex Ávila, disse que o porto tem uma posição estratégica, importante no escoamento de grãos. “É um projeto fantástico com potencial já com investimentos de R$ 2,7 bilhões, podendo chegar até R$ 4 bilhões. Algo que, com toda certeza, com a localização estratégica da região, venha a contribuir com o fortalecimento do setor portuário e com a ampliação da capacidade e elevação do nível de serviço. É tudo que a gente precisa para fazer o nosso setor avançar cada vez mais”, declarou.
A infraestrutura parcial do Porto da Imetame está prevista para iniciar operações no segundo semestre de 2025, com a inauguração oficial agendada para o segundo semestre de 2026. No primeiro ano de operação, a previsão é de movimentar 80 mil contêineres e 500 mil toneladas de carga geral.
Infomoney - SP 26/07/2024
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que não há “necessidade nenhuma” de mudança no Plano Estratégico da Petrobras (PETR4) no curto prazo, o que implica manter a projeção de investimentos, de forma a garantir que a companhia permaneça atrativa para investidores.
Ao tomar posse em maio, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou ter se comprometido com a celeridade de projetos e tem mantido todos os planos determinados pelo atual planejamento para o período 2024-2028, que projeta mais de 100 bilhões de dólares em investimentos.
Segundo Silveira, o governo quer celeridade com segurança técnica e transparência, e conciliando com o papel social da companhia.
“O que nós queremos é primeiro observar a rentabilidade dela, ela (a Petrobras) precisa continuar sendo atrativa”, disse Silveira à Reuters, em entrevista durante um trajeto para visitar as obras de conexão da malha de gasodutos TAG com o terminal de regaseificação da Eneva, em Sergipe.
“Qualquer decisão no sentido de aumento de investimentos deve passar primeiro pelo crivo da rentabilidade dela, para que a gente sinalize claro para os investidores que ela é uma empresa atrativa.”
Questionado sobre dificuldades enfrentadas pela Petrobras para contratar duas plataformas previstas para entrar em operação em águas profundas de Sergipe em 2028, para produzir em importantes descobertas de gás, Silveira afirmou que Chambriard “está muito confiante de que conseguirá cumprir o prazo”.
A primeira unidade tem capacidade de produzir 120 mil barris de petróleo por dia e 10 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Já a segunda unidade terá capacidade de processamento diário de 120 mil barris de petróleo e 12 milhões de metros cúbicos de gás.
O projeto também contará com um gasoduto de escoamento com 134 km de extensão, sendo 111 km no mar e 23 km em terra.
A companhia deverá relançar a licitação para as plataformas, após mais uma tentativa de contratar não ter dado certo. “Ela acha que com o remodelamento do processo que teve insucesso no passado ela está muito confiante que consegue cumprir o prazo em 2028”, afirmou Silveira.
Questionado se as unidades poderiam exigir maior conteúdo local, para atender uma demanda do governo para recuperar a indústria naval, Silveira afirmou que as exigências de contratação no país são uma necessidade para desenvolver a indústria, mas ponderou que não podem ser um empecilho aos investimentos.
Chambriard assumiu a liderança da empresa em maio, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter decidido trocar o CEO anterior Jean Paul Pratas, que foi alvo de muitas críticas públicas feitas por Silveira, que demandava maior celeridade para a realização de investimentos.
Silveira afirmou que o governo tem a “lucidez de que a governança da Petrobras deve ser respeitada a todo custo”.
Entretanto, pontuou que o governo tem seis membros indicados no conselho da petroleira e que eles “devem ser, sim, muito atuantes — um dos seis é presidente da Petrobras — nas decisões dos planos estratégicos da empresa, para onde a empresa vai”.
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