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26 de Abril de 2024

INDA

Terra - SP   26/04/2024

Os distribuidores de aços planos do Brasil adotaram uma posição de "esperar para ver" antes de tomarem novas decisões sobre seus estoques após o governo anunciar nesta semana aumento para 25% do imposto de importação que incide sobre alguns produtos siderúrgicos.

"O importante nesta história é que o mercado está fraco", afirmou o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro, a jornalistas nesta quinta-feira ao comentar os efeitos da medida anunciada na terça-feira.

"Hoje poucos distribuidores pensam em especular com estoque...Não acredito em nenhuma corrida para compra de aço pelos distribuidores. O pessoal vai esperar", afirmou o executivo, citando que existe ainda uma série de dúvidas sobre como as medidas de proteção comercial vão funcionar.

Segundo ele, não há clareza se as cotas de importação sem o imposto maior serão por país de origem ou por importador, por exemplo.

"Depois da regulamentação poderemos ter uma ideia melhor" sobre como o mercado nacional vai se movimentar, disse. Loureiro afirmou que a elevação da tarifa paralisou "todas as negociações" para novas importações, diante da incerteza e do prazo de quatro a cinco meses para recebimento das encomendas.

Citando o mercado fraco, em que as vendas dos distribuidores de aços planos em março caíram 16,3% sobre um ano antes, acumulando no primeiro trimestre recuo de 3% - ante perspectiva inicial de crescimento -, Loureiro afirmou que não vê "nenhuma possibilidade" de aumento de preços das usinas siderúrgicas nos próximos 60 dias.

Segundo o executivo, a elevação do imposto pode até ocasionar no curto prazo uma corrida para internalização de material que já está parado em portos, o que deve acelerar as importações. Nas contas do Inda, atualmente existem cerca de 200 mil toneladas de aços planos aguardando serem nacionalizadas em portos do país.

As importações de aços planos no primeiro trimestre somaram 585 mil toneladas, aumento de 17,4% sobre um ano antes, algo que Loureiro citou como "tendência preocupante".

Agência CMA - SP   26/04/2024

As vendas de aços planos recuaram 16,3% em março em relação ao mesmo mês de 2023, ficando em e 309,8 mil toneladas, segundo dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Na comparação mensal, houve alta de 0,8%, superando as 307,3 mil toneladas vendidas em fevereiro deste ano.

Em março, as compras de aços planos recuaram 15,5%, em base de comparação anual, para 304,9 mil toneladas. Com relação a fevereiro, em que foram compradas 321 mil
toneladas, as aquisições recuaram 5%.

Em número absoluto, o estoque de março obteve queda de 0,5% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 903 mil toneladas contra 907,9 mil. O giro de estoque fechou em 2,9 meses.

As importações totais de aços planos avançaram 49,1% em março em relação ao mesmo período do ano anterior, com volume de 249,1 mil toneladas. Ante o mês anterior, houve avanço de 29,3% nos embarques.

Para abril de 2024, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma alta de 7% em relação a março.

Diário do Comércio - MG   26/04/2024

Diante de um mercado enfraquecido, as vendas de aços planos feitas pelas distribuidoras recuaram 16,3% em março frente a igual período do ano passado. Com o resultado, as negociações ficaram 3% inferiores no primeiro trimestre, e somaram 947 mil toneladas.

O resultado causou frustração, uma vez que era esperado avanço nas vendas. Para abril, a estimativa é que as vendas cresçam cerca de 7% sobre março.

Conforme o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro, as vendas do setor, frente a fevereiro, apresentaram um crescimento de apenas 0,8%, atingindo, então, o montante de 309,8 mil toneladas contra 307,3 mil.

“O crescimento das vendas foi muito pífio, de apenas 0,8%. A gente esperava um número melhor que este, mas, de qualquer maneira, foi o que tivemos. De janeiro a março tivemos uma queda de 3%, uma grande surpresa negativa porque estávamos imaginando um resultado positivo”.

Com a queda nas vendas, o setor seguiu segurando os níveis de estoques. Os dados do Inda mostram que as compras das distribuidoras de aços planos, em março, registraram queda de 5% quando comparadas com fevereiro, chegando, assim, em um volume total de 304,9 mil toneladas. Frente a março do ano passado, as compras caíram 15,5%.

Desta forma, no acumulado dos primeiros três meses do ano, as compras chegaram a 970,7 mil toneladas de aços planos, superando em 1,2% o volume registrado em igual período de 2023.
Estoques de aços planos

No fechamento de março, considerando o desempenho das compras e vendas, os estoques das distribuidoras de aços planos retraíram 0,5% frente a fevereiro, chegando a 903 mil toneladas. O volume é suficiente para um giro de 2,9 meses.

“O estoque registrou uma pequena queda, mas continua em um número muito bom, confortável e sendo perfeitamente suficiente para atender as necessidades e cumprir a função de abastecer os clientes”, disse Loureiro.

Para abril, segundo o representante do Inda, a expectativa é um pouco melhor, mas, caso alcançada, será apenas suficiente para recompor as perdas de março.

“Em abril, estamos estimando um crescimento de 7% nas compras e vendas. No ano passado, no mesmo período, tivemos uma queda grande nas vendas, de quase 18%. Então, se a gente crescer 7%, vamos terminar o quadrimestre praticamente no zero a zero. É uma recuperação em relação a março, mas não representa mais do que uma compensação do resultado de março”, disse.
Importações ainda em alta

O presidente do Inda comentou também sobre a taxação imposta pelo governo federal sobre o aço importado. A alíquota do imposto de importação passou para 25% sobre alguns produtos siderúrgicos. Segundo ele, a decisão foi sábia.

“A barreira é interessante no sentido de propiciar às usinas um certo horizonte que estava desaparecido com o grande volume de importação. Por outro lado, na medida em que não se cria um imposto generalizado, acaba agradando também as associações de consumidores de aços. Os consumidores estavam muito receosos em relação a criação de um preço de importação mais alto e que permitisse que as usinas aumentassem os preços. Também não acabou com as importações, criou-se um aumento de custo somente para uma parte do material. Então, a solução foi salomônica”.

Quanto às importações de aços planos, as mesmas seguiram aquecidas em março. Conforme os dados do Inda, as importações encerraram março com alta de 29,3% em relação ao mês anterior, somando, então, um volume de 249,1 mil toneladas. Frente ao mesmo mês do ano anterior, as importações registraram alta de 49,1%. Com o resultado, no primeiro trimestre, ingressaram no País 585 mil toneladas de aços, aumento de 17,4% quando comparado com igual período de 2023.

Segundo Loureiro, com o aumento do imposto, a tendência é que haja uma alta na importação nos próximos 60 dias. A estimativa é que haja uma corrida para internalização do material que está parado nos portos, acelerando, assim, as importações. Conforme o Inda, atualmente existem cerca de 200 mil toneladas de aços planos nos portos do País.
Setor distribuidor de aços planos à espera de uma melhor definição do cenário

Conforme o presidente do Inda, com a criação do imposto, a pressão que havia sobre as usinas para uma possível queda de preço foi reduzida, por outro lado, há uma tendência de aumento da nacionalização dos produtos que estão nos portos. Assim, não é possível estimar as tendências de preços.

Diante do cenário, o setor distribuidor se manterá à espera de resultados para tomar decisões em relação aos estoques.

“As decisões tomadas estão no panorama global e, neste panorama global, o mercado está fraco. Assim, hoje, poucas pessoas pensam em especular os estoques. O que move a distribuição para aumentar os estoques é o consumo. Hoje, é muito perigoso trabalhar em cima de decisões que não reflitam no consumo real. Não acredito em nenhuma corrida para comprar. Todo mundo vai deixar decantar bem para ver como o mercado reage e decidir se aumenta ou não o estoque”.

SIDERURGIA

Valor - SP   26/04/2024

Nos 12 meses até fevereiro, a China exportou 95 milhões de toneladas de aço

A China tem aumentado suas exportações de aço para níveis que estão perturbando os mercados internacionais, com governos de países ricos e emergentes abrindo investigações antidumping ou já aplicando contramedidas para barrar a inundação de produtos siderúrgicos chineses.

As exportações chinesas de aço cresceram 33% em 2023. Nos 12 meses até fevereiro, a China exportou 95 milhões de toneladas de aço, segundo dados da Alfândega chinesa -- para se ter uma ideia do tamanho dessa escala esse volume exportado pelas siderúrgicas chinesas supera as estimativas do consumo total de aço pelos Estados Unidos em todo o ano de 2022.

Esse crescimento das exportações de bens da China surge como resultado da persistente crise imobiliária e de uma queda dos gastos do consumidor que impactam a economia do país. Nesse cenário, o governo chinês vem canalizando seus investimentos nas fábricas para tentar acelerar o crescimento econômico.

Desde 2019, a China tem produzido cerca de 1 bilhão de toneladas de aço todos os anos, de acordo com a “Bloomberg”.

O problema decorre da queda na demanda interna da China por aço, devido principalmente ao arrefecimento do mercado imobiliário, obrigando os grandes produtores do país a despejarem seus produtos a preços abaixo do custo no mercado internacional.

“Novo choque chinês”

O aumento recente das exportações chinesas de aço é um exemplo potente da crescente preocupação com a perspectiva de um “novo choque chinês” no comércio mundial, assim como aconteceu no começo dos anos 2000.

Estima-se que o aumento das exportações chinesas na época tenha custado cerca de dois milhões de empregos na indústria manufatureira nos EUA.

No entanto, em contraste com o começo dos anos 2000, quando a China fabricava principalmente produtos de menor valor agregado, hoje o país compete com indústrias de outros países emergentes e economias avançados em uma ampla variedade de produtos, como aço, têxteis, cerâmicos, semicondutores, veículos elétricos e outros equipamentos de alta tecnologia.

Em uma viagem recente à China, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, alertou que a China é agora simplesmente grande demais para o resto do mundo absorver sua crescente produção industrial, que segundo autoridades americanas é apoiada por subsídios generosos e empréstimos orientados pelo Estado.

“Quando o mercado global é inundado por produtos chineses artificialmente baratos, a viabilidade das empresas americanas e de outras empresas estrangeira é colocada em dúvida”, disse Yellen.

Reações globais

Nesse cenário, o aumento das exportações chinesas estão piorando as tensões comerciais em todo o mundo, principalmente em relação aos Estados Unidos.

Na semana passada, o presidente Biden pediu a triplicação de uma tarifa importante sobre o aço chinês para 25%, um imposto que se soma a uma segunda tarifa de 25% aplicada ao aço chinês pelo ex-presidente Donald Trump em 2018, por razões de segurança nacional.

Dados do governo chinês mostram que as exportações de aço para os EUA diminuíram desde que as tarifas do governo Trump entraram em vigor. A China exportou 1,2 milhão de toneladas de aço para os EUA em 2018. Em 2023, elas caíram para 815 mil toneladas.

Dessa forma, o aço chinês barato está sendo despejado em outras regiões, pressionando os produtos em países como Brasil, Vietnã, Índia, Reino Unido, Filipinas e Turquia.

Na América Latina, as exportações de aço para o Brasil aumentaram 29% no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, e os embarques para Colômbia e Chile subiram 46% e 32%, respectivamente, segundo a Kallanish Commodities. Todos os três países lançaram ou estão preparando medidas comerciais para lidar com o aumento.

No início desta semana, o Chile anunciou a imposição de tarifas antidumping temporárias sobre os produtos siderúrgicos chineses utilizados pelo setor de mineração do país, numa tentativa de apoiar a indústria local. As esferas de aço chinesas e as barras utilizadas na sua fabricação estarão sujeitas a tarifas de 33,5% e 24,9%, respectivamente, nos próximos seis meses.

Além disso, as exportações de aço para a Índia nos 12 meses até fevereiro foram 84% maiores do que no ano anterior, somando cerca de 3 milhões de toneladas. As exportações para o Vietnã cresceram 78% para quase 10 milhões de toneladas.

As exportações chinesas de aço para o Egito aumentaram 95% no primeiro trimestre, enquanto as para os Emirados Árabes Unidos aumentaram 81%.

Os maiores destinos do aço chinês hoje são, pela ordem, Vietnã, Coreia do Sul e Emirados Árabes Unidos.

Infomoney - SP   26/04/2024

Embora tenha atendido ao pleito do setor de siderurgia, o aumento na taxação sobre importações de aço promovido pelo governo na última terça-feira (23) ainda tem efeitos incertos, avaliam entidades setoriais expostas ao metal. Do lado das siderúrgicas, definições em aberto ainda não permitem um prognóstico sobre mudanças nas projeções. Já pelas companhias que dependem da matéria-prima, resta entender se as mudanças vão impactar seus custos.

À frente dos debates junto ao governo para conter o avanço do aço chinês no mercado brasileiro, o Instituto Aço Brasil avalia que um dos principais méritos da medida é dar “uma sinalização ao mundo de que aqui não é terra de ninguém”.

Para o presidente-executivo do Instituto, Marco Polo de Mello Lopes, o Brasil não vinha acompanhado pares como Estados Unidos e países europeus, que adotaram políticas tarifárias para proteger suas indústrias de siderurgia. “O setor recebe muito bem. Foi tomada uma decisão importante, estratégica, de estabelecer regras, um sistema de cota-tarifa”, diz.

Nas discussões junto ao governo, o Instituto reivindicava a inclusão de 18 NCMs (produtos) na lista — no fim, ficaram apenas 11 que, no entanto, representam 87% do total do pleito da entidade.

No modelo definido pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior do Brasil (Gecex), serão taxadas em 25% as importações que ultrapassarem uma cota equivalente a 130% da média de importações entre 2020 e 2022. “Estamos sentando agora com o governo para operacionalizar a visão política dessa sistemática de maneira que ela seja operacional e eficaz”, diz Marco Polo.
Efeito sobre preços é incerto

Segundo o Gecex, a decisão de elevar o impostos “não trará impacto nos preços ao consumidor”. Para a Aço Brasil, esse é um “componente normal” e as discussões foram pautadas em volume e na retomada de uma parcela de mercado pelas empresas brasileiras.

Ainda assim, o Instituto não consegue fazer projeções sobre possíveis mudanças em vendas e ocupação da capacidade instalada. “A expectativa é que se tenha condições melhores de operação [ ] Provavelmente, vamos rever os dados que previam crescimento de 20% das importações e quebra de 6% [na produção]”, diz Marco Polo.

Entidades representantes de outras instituições setoriais, no entanto, ainda avaliam se os seus custos aumentarão com o aumento dos impostos incidentes nas importações de volumes superiores às cotas.
Impacto na construção civil

Em nota à imprensa, a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) diz que o governo seguiu uma abordagem que preserva a competitividade de grande parte do mercado e “a maioria do aço utilizado pelo setor da construção civil não foi afetada pelo aumento”.

“A elevação dos custos associados ao fio-máquina pode ter repercussões significativas na viabilidade econômica dos empreendimentos, prejudicando não apenas as empresas do setor, mas também a população que depende de moradias acessíveis”, pondera a associação.

O fio-máquina – produto muito usado na indústria – foi incluído no aumento do imposto de importação. “A decisão impacta diretamente a construção industrializada, uma prática fundamental em projetos de construção populares”, informou a Abrainc. “A indústria da construção e incorporação imobiliária espera que não haja aumento nos preços e segue monitorando a situação”, complementou por nota.
Máquinas e montadoras

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), também em nota, afirmou que acompanhará de perto a aplicação das regras e sua repercussão no mercado e nos preços da indústria durante os próximos doze meses, período estabelecido pelo Gecex para o aumento tarifário.

“A Abimaq continuará no debate aberto com o governo e na sociedade, no esforço prioritário para aumentar a competitividade da indústria, para que o país produza mais e exporte mais”, diz o comunicado.

A Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea) ainda apura se a medida afetará os custos de produção. A associação garante, no entanto, que a elevação da taxa não impacta o ciclo de investimentos de RS 130 bilhões dessa indústria. “São investimentos de longo prazo que não serão afetados por questões pontuais de mercado.”
Prazo das medidas

De acordo com o Aço Brasil, os 12 meses, que passam a correr em cerca de 30 dias, estipulados pelo governo para a nova política de imposto, são um “de praxe”. Ao fim, o setor vai avaliar se as medidas foram atingidas e, caso não, pode-se pedir o prolongamento do prazo. Embora não tenha formalizado nada, a entidade diz que se comprometeu informalmente, nas negociações, a não paralizar plantas e manter empregos e investimentos.

O Estado de S.Paulo - SP   26/04/2024

As siderúrgicas brasileiras, que se sentiram afetadas pela invasão de aço importado, principalmente da China, avaliam que as medidas do governo anunciadas nesta semana foram um importante avanço. “Não podemos dizer que estamos plenamente satisfeitos, porque isso vai depender dos resultados do sistema de cota com tarifa de 25% aplicada ao volume que exceder”, disse ao Estadão o presidente do grupo ArcelorMittal no Brasil, Jefferson De Paula, que também é presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil.

O executivo disse que foram nove meses de constantes reuniões com autoridades em Brasília, principalmente os ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Fazenda para mostrar o quanto o setor estava sendo afetado por “importações predatórias” de aço. “Da forma que estava, com aumento de 50% no ano passado em relação a 2022, ociosidade de 40% da capacidade de produção e participação de 20% a 25% (dos importados) no consumo do mercado brasileiro, não tinha como continuar operando nem mantendo o ritmo de investimentos no País”, disse De Paula.

A ArcelorMittal é a principal fabricante de aço do Brasil, responsável por 42% do volume total de produção. Outros grupos de peso são a Gerdau, Ternium (que controla a Usiminas) e CSN. Outras de menor porte são Aperam (aço inox e elétrico), Simec, Sinobras, AVB e Vallourec (tubos). A capacidade do setor é de 51 milhões de toneladas, mas a produção ficou em 34 milhões no ano passado. As importações de material acabado somaram quase 5 milhões de toneladas em 2023, sendo cerca de 65% da China.

As medidas anunciadas pelo MDIC no meio da semana definiram a adoção de uma cota da média das importações entre 2020 e 2022, acrescida de 30%. O que exceder, será sobretaxado em 25%. Assim, se a média de um determinado tipo de aço no período foi de 100 mil toneladas, significa que até 130 mil toneladas continuam com a tarifa anterior. O que exceder receberá sobretaxa de 25%.

Com previsão, inicialmente de um ano, as medidas, de caráter emergencial, devem entrar em vigor dentro de um mês, após conversas no âmbito do Mercosul e trâmites internos no governo. No todo, a lista escolhida abrangeu 11 tipos de produtos - oito de aços planos, um de longos e dois de tubos.

Na definição dos tipos de aços, o vergalhão, muito usado na construção civil, ficou de fora, com o argumento de que não houve um volume tão alto como o visto em fio-máquina (que é usado na fabricação de arames, pregos e grampos). Porém, a informação de pessoas próximas do governo é de que o produto foi deixado de fora por ser item importante no setor da construção civil. Várias empresas do País são fabricantes de vergalhão que tem vindo da Turquia, Egito e Peru, mas nos dois últimos países têm acordos de preferência no Mercosul, com tarifa quase zero.

De Paula destaca que foi acertado com o governo que haverá um monitoramento dos resultados, tanto da aplicação da cota-tarifa quanto de artifícios dos exportadores. Por exemplo, uma empresa que exportava um tipo de aço ao Brasil, como fio-máquina, e passa a exportar outro, como o vergalhão.

“Se, de forma geral, não funcionar e o mercado brasileiro continuar a ser inundado, vamos ter de rever as medidas e fazer ajustes. Isso ficou claro nas negociações com o pessoal do governo”, disse o executivo da ArcelorMittal. Ele destacou que há um excesso de oferta de 550 milhões de toneladas no mundo (sendo 200 milhões na China) e que usinas chinesa vêm exportando com valor inferior de US$ 20 a US$ 40 por tonelada e operando até com Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo.

Para De Paula, o governo se sensibilizou de que não pode matar o negócio do aço no Brasil, uma indústria de base. “Pedimos que fossem incluídos 18 tipos de aços, mas só foram acatados nove - oito de aços planos e um de longos”. Dois outros eram pedidos da Abitam, que reúne fabricantes de tubos no País.

Segundo o executivo, é esperar para ver se as medidas vão funcionar. Um risco é a aceleração das importações, que podem esgotar a cota num curto espaço de tempo. Talvez uma medida a ser adotada sejam volumes trimestrais, como na Europa e EUA. Ele admite que os resultados podem levar alguns meses para acontecer e disse que ainda não tem definido qual volume de aço cairá na sobretaxa de 25%.

Um temor do governo era que as siderúrgicas no País continuassem a fazer demissões e paralisassem fábricas, caso de Gerdau, ou suspendessem investimentos (como a Aperam). “Para continuarmos investindo R$ 12 bilhões ao ano no setor e não paralisar plantas de produção, o volume de importações predatórias terá de estancar”, afirmou o executivo.

Infomoney - SP   26/04/2024

Os acionistas da Usiminas (USIM5) reunidos em assembleia geral ordinária aprovaram nesta quinta (25) o pagamento de dividendos no montante de R$ 330,3 milhões, correspondente a R$ 0,25732541629 por ação ordinária e R$ 0,28305795791 por ação preferencial.

O pagamento será efetuado no dia 24 de junho aos acionistas titulares de ações de emissão da companhia em 25 de abril.

Dessa forma, as ações de emissão da Usiminas passarão a ser negociadas “ex-dividendos” a partir do dia 26 de abril.
O valor do dividendo não estará sujeito à atualização monetária ou qualquer remuneração.

Valor - SP   26/04/2024

Aplicações de inteligência artificial ganham tração nos mais diversos setores da economia

Daniel Moczydlower, da Embraer: ferramenta é usada em manutenção de aeronaves, estoques e cibersegurança — Foto: Hermes de Paula/Agência O Globo

Um ano e meio após o mundo ser surpreendido pela inteligência artificial generativa, grandes companhias já exibem casos de uso concretos em diferentes áreas e processos.

Com presença em 41 países, a brasileira Stefanini, de softwares e serviços de tecnologia, usa IA desde 2012 em mais de 100 clientes de setores como energia, jurídico, automotivo, bancário, saúde, governo, varejo, mineração e siderurgia em todo o mundo.

“Quando o ChatGPT surgiu, já tínhamos maturidade. Não se trata de uma unidade de negócios, e sim de uma ferramenta transversal. O importante é a empresa saber que problema pretende resolver ou qual oportunidade quer abraçar”, afirmou Marco Stefanini, CEO global da Stefanini.

No Web Summit Rio, ele apresentou cases de empresas como Gerdau, que obteve melhorias operacionais em suas plantas; Itaú, que utilizou IA para a campanha “iPhone pra Sempre”; e O Boticário, com uso da ferramenta em campanhas de vendas.

Em 2023, a Gerdau criou a divisão IA Inovation Center para estudar o uso da inteligência artificial generativa como uma evolução de seu hub de de dados. A IA generativa já é usada para auxiliar técnicos de manutenção e para recomendar produtos aos clientes.

“Mais de 50% dos cases do IA Inovation Center são associados à IA generativa”, diz Gustavo França, diretor global de TI e digital da Gerdau. Na manufatura, a IA generativa é associada à tecnologia de gêmeo digital (reprodução digital de um ativo), projeto iniciado na produção de aço da Usina de Ouro Branco (MG), maior fábrica da Gerdau no mundo.

“Já utilizamos na laminação e estamos escalando para toda a planta, o que nos permite simular cenários e tomar decisões muito rápidas. A Ouro Branco foi piloto, mas já replicamos para outras plantas no mundo”, disse França.

A Embraer criou a Embraer-X em 2017, como incubadora e aceleradora de negócios disruptivos, como o eVTOL, o táxi aéreo elétrico urbano. Daniel Moczydlower, diretor global de ecossistemas de inovação da Embraer e CEO da Embraer-X, disse que agora a IA foi escolhida como uma das verticais de inovação do grupo.

A empresa tem pesquisas com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde está criando o Centro de IA focado em cibersegurança com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A Embraer usa IA em manutenção preditiva para antever falhas nos 8 mil aviões em operação, que funcionam como hubs de coleta de milhares de dados analisados por IA para reconhecer padrões e gerar alertas.

A inteligência artificial também é usada para otimização de estoques das 50 mil peças diferentes que cada avião tem. “Não adianta ter a peça no estoque do Brasil, e o cliente estar precisando em Cingapura”, disse Moczydlower. “O terceiro case é a criação de um copiloto de IA para auxiliar o piloto a ser mais eficiente”, acrescentou.

A IA é muito eficiente para detectar pequenos padrões num mar de informação”

— Lincoln Mattos

A Tempest, empresa de cibersegurança adquirida pela Embraer em 2020, procura identificar riscos nos sistemas de IA monitorando vulnerabilidades. “IA é uma ferramenta muito eficiente para detectar pequenos padrões num mar de informação. Soluções de LLM (Large Language Model, modelo de rede neural) como ChatGPT e Gemini são muito recentes, e novos tipos de ataques e defesas estão surgindo”, disse Lincoln Mattos, CEO da Tempest.

A Eletrobras criou o Atmus, centro de inteligência em meteorologia que produzirá modelos de IA para ajudar a empresa na adaptação às mudanças climáticas. O Atmus atuará associado a três centros de excelência: de dados, industrial (internet das coisas), e de drones e robótica, para captação de informações por uma infinidade de sensores em torres de transmissão, que já têm inspeção por drones.

A estratégia de IA visa também preparar a empresa para as oportunidades. “Segundo a Agência Internacional de Energia, o mundo estará consumindo 30 mil terawatt/hora em 2028. A previsão é de que 1 TW/h será consumido pela IA, um volume maior do que todo o consumo e a produção do Brasil”, diz Juliano Dantas, vice-presidente de inovação, P&D, digital e TI da Eletrobras.

Por lidar com um dos dados mais sensíveis do cidadão, sua vida financeira, o Bradesco cercou-se de uma série de controles, criando um comitê de governança de IA. Pioneiro no uso de IA em massa ao lançar a assistente virtual BIA em 2015, o banco usa hoje IA generativa para sumarização e categorização de demandas na ouvidoria e para aumento de produtividade do departamento jurídico. No call center de cartões, o atendente tem acesso rápido a todos os benefícios de cada tipo de cartão.

“São casos para uso interno. Agora estamos testando, com muito cuidado, trazer a IA generativa para a BIA, que interage diretamente com o cliente, o que amplia a responsabilidade ética”, ressaltou Petrovic.

Há um ano, a Vibra vem testando o Copilot, programa de IA generativa da Microsoft, em toda a área corporativa, para produtividade pessoal de 300 dos 3,5 mil funcionários em áreas como recursos humanos, logística, marketing e vendas. “Criamos peça de campanhas de acordo o público usando IA e o método tradicional. Em vários cenários, a peça criada pela IA é mais efetiva para o engajamento”, disse Aspen Andersen, vice-presidente de gente e tecnologia da Vibra.

A Icatu também adotou o Copilot, da Microsoft, para teste por 200 dos 2,3 mil funcionários e em 2023 iniciou dois projetos de IA preditiva na área de vendas. “Vamos avaliar e analisar se vamos escalar o uso para toda a empresa”, disse Luciano Antoniolo, superintendente de transformação digital da Icatu.

ECONOMIA

Money Times - SP   26/04/2024

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta quinta-feira que aposta em uma estabilidade do dólar ante o real após a valorização recente da moeda norte-americana no país.

Falando a jornalistas em evento no Rio de Janeiro, Alckmin disse já estar vendo flutuações sem grandes oscilações no câmbio após a alta do dólar na semana passada.

“Nosso câmbio é flutuante e ele está flutuando sem grandes oscilações”, afirmou Alckmin. “Acredito que o câmbio vai se estabilizar. É natural que ele oscile, mas é um câmbio competitivo que está ajudando as exportações.”

Na última semana, o dólar teve uma valorização global após a redução das expectativas de participantes do mercado em relação à cortes de juros pelo Federal Reserve devido a dados fortes de inflação nos Estados Unidos, além das contínuas tensões geopolíticas no Oriente Médio.

No Brasil, a moeda norte-americana atingiu seu maior valor de fechamento ante o real em mais de um ano, aproximando-se do patamar de 5,27 reais. O cenário do câmbio brasileiro também tem sido atribuído a uma maior incerteza em relação ao compromisso fiscal do governo.

Desde então, o dólar tem recuado ante o real. Na quarta-feira, a moeda norte-americana fechou em 5,1492 reais na venda.

Na conversa com jornalistas, Alckmin mostrou confiança de que a taxa básica de juros terá uma nova queda na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), em maio. Ele apontou que a Selic, atualmente em 10,75%, continua elevada no país.

“O juro ainda é alto, mas ele está em ritmo de queda e deveremos ter mais uma queda importante na próxima reunião do Copom”, disse o vice-presidente.

Diante dos panoramas doméstico e externo, especialistas consultados pelo BC em sua pesquisa Focus elevaram suas projeções para a taxa Selic neste ano e no próximo. O levantamento mostra que a estimativa para a Selic ao final de 2024 subiu a 9,50%, de 9,13%, enquanto a projeção para 2025 foi a 9,0%, depois de 19 semanas em 8,50%.

Na ata de sua reunião mais recente, o Copom projetou um sétimo corte consecutivo de 0,5 ponto percentual nos juros no encontro de maio, mas retirou a orientação futura de cortes no mesmo valor para suas futuras decisões, argumentando haver ainda incerteza no ambiente externo e na inflação doméstica.

IstoÉ Dinheiro - SP   26/04/2024

O monitoramento do CME Group mostrava ajustes, após a publicação de dados do Produto Interno Bruto (PIB) e do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos no primeiro trimestre, na manhã desta quinta-feira, 25. O PIB veio abaixo do esperado, mas os números do PCE, medida de inflação preferida do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), seguiam fortes e pareciam influir mais no posicionamento do mercado para a política monetária no país neste ano.

Para a decisão de setembro, crescia há pouco para 36,2% a chance de que os juros estejam no nível atual, entre 5,25% e 5,50%, com 63,7% de chance de algum relaxamento e 0,1% de alta de 25 pontos-base.

Observando o detalhamento das faixas para setembro, o quadro visto como mais provável (45,5%) há pouco era de um corte de 25 pontos-base, seguido (36,2%) por manutenção, corte de 25 pb (16,6%), redução de 50 pb (1,6%) e alta de 25 pb (0,1%).

Já para dezembro, o cenário apontado como mais provável (37,6%) é de um corte de 25 pontos-base, seguido (31,1%) por uma redução de 50 pb; por manutenção no nível atual (17,0%); corte de 75 pb (12,0%); redução de 100 pb (2,1%); 0,1% de elevação de 25 pontos-base ante o nível de hoje; e 0,1% de corte de 125 pb. Logo antes do dado, um corte de 50 pontos-base ao longo de todo o ano atual era visto como mais provável.

No caso da decisão de julho, a chance de manutenção crescia a 64,8% há pouco (de 55,9% ontem e 55,0% antes dos dados); com 35,2% de probabilidade de relaxamento.

IstoÉ Dinheiro - SP   26/04/2024

O dólar à vista apresentou alta moderada na sessão desta quinta-feira, 25, e voltou a superar a marca de R$ 5,15 no fechamento. A perspectiva de inflação ainda resistente nos Estados Unidos voltou a provocar avanço firme das taxas dos Treasuries, o que provocou nova rodada de depreciação de divisas latino-americanas, como o real e os pesos mexicano e colombiano.

A primeira leitura do PIB dos EUA no primeiro trimestre mostrou alta de 1,6%, bem abaixo da mediana de Projeções Broadcast (2,4%) e da expansão anualizada de 3,4% no quarto trimestre. Já o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) acelerou de 1,4% no trimestre passado para 3,4% nos três primeiros meses de 2024 (taxa anualizada). O núcleo do PCE – que exclui alimentos e energia – acelerou de 2% para 3,7%.

“O PCE do primeiro trimestre veio bem acima das expectativas e serviu de gatilho para movimento de abertura das taxas de juros americanos e de alta do dólar. Isso aumentou a expectativa para o PCE de março amanhã e para a reação do Fomc na semana que vem”, afirma o chefe da mesa de operações do C6 Bank, Felipe Garcia, em referência ao encontro do comitê de política monetária do Federal Reserve na próxima quarta-feira, 1º de maio.

O dólar até chegou a ensaiar uma baixa na primeira meia hora do pregão, quando tocou mínima a R$ 5,1119, mas trocou de sinal assim que saíram dados dos EUA e trabalhou o restante do pregão em alta. A máxima veio ainda pela manhã, a R$ 5,1930, e coincidiu com os picos das taxas dos Treasuries, sobretudo da T-note de 2 anos.

Com moderação dos ganhos ao longo da tarde, em sintonia com o exterior, o dólar à vista fechou a R$ 5,1635, avanço de 0,30%. Apesar de emendar hoje o segundo pregão seguido de alta, a moeda ainda recua 0,69% nesta semana.

O economista-chefe do Banco Fibra, Marco Maciel, pondera que a abertura dos dados do PIB do primeiro trimestre nos EUA mostra que a demanda doméstica, a parte mais sensível ao nível da taxa de juros, continua aquecida E o resultado trimestral do deflator implícito do consumo pessoal sugere um PCE em março mais pressionado.

Ele ressalta que esse quadro levou a T-note de 2 anos a superar o nível de 5% hoje, com a curva de juros futuros mostrando apenas uma queda da taxa básica americana neste ano, enquanto as projeções mais recentes de dirigentes do Fed são de três cortes. A taxa de câmbio “perto de R$ 5,17 corresponde ao valor justo consistente com o juro futuro de 2 anos nos EUA na vizinhança de 5,0%”

Para Maciel, a curva de juros americana “continua em claro movimento de ‘overshooting’, motivado pelo aquecimento do mercado de trabalho e pelos elevados números de inflação. “A curva de juros tende a convergir para o plano de voo do Fomc, abaixo da precificação atual”, afirma Maciel, que prevê corte dos juros pelo Fed a partir de setembro e “consequente convergência” do dólar para R$ 5,10 em maio.

À tarde, o BC informou que o fluxo cambial foi negativo em US$ 1,113 bilhão na semana passada (de 15 a 19 de abril), com saídas líquidas de US$ 4,164 bilhões pelo canal financeiro sobrepujando as entradas líquidas de US$ 3,051 bilhões via comércio exterior. Em abril, até o dia 19, o fluxo total ainda é positivo em US$ 165 milhões.

De Brasília, vieram boas notícias para a diminuição da aversão ao risco, o que pode reduzir a pressão de curto prazo sobre o real. Após aprovação da distribuição de 50% de dividendos extraordinários da Petrobras que haviam sido retidos em março, o Broadcast apurou com fontes que o presidente Lula deu seu aval para distribuição de outra metade ao longo do segundo semestre. Trata-se de uma boa notícia para os cofres do governo, o principal acionista da petroleira, em meio à desconfiança sobre o cumprimento da meta de déficit primário zero neste ano.

O Estado de S.Paulo - SP   26/04/2024

No início deste mês, era perceptível um clima de otimismo na economia. Expectativa de queda nos juros, inflação sob controle, emprego em crescimento, oportunidades de negócio em alta. E o mais importante, diversos anúncios de investimento divulgados por grandes empresas, de vários segmentos. Além disso, a receita da União vai conseguindo expressivos ganhos reais.

A realidade hoje é outra, bem diferente. A reversão parece ter começado nas desventuras governamentais na gestão da Petrobras, que quase produziram a queda do seu atual presidente. Na sequência, a proposta do Ministério da Fazenda de mudar a meta para as contas públicas, para 2025, de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para zero, gerou grande descrédito sobre o novo arcabouço fiscal. Além disso, o crédito suplementar de R$ 15 bilhões para novos gastos, no Orçamento da União de 2024, soou como um passa-moleque no arcabouço fiscal, articulado entre o Executivo federal e o Congresso Nacional.

A reação do mercado financeiro foi de descrédito com a condução da política fiscal. O presidente do Banco Central apressou-se em afirmar que vacilos na política fiscal poderiam exigir mais da política monetária. Como resultado, a queda da taxa Selic a um dígito, menos que 10% ao ano, já enfrenta sérias dúvidas.

É um pouco estranho que uma piora tão grande nas expectativas seja explicada por uma mudança limitada nas metas fiscais. Então, temos de inserir o componente externo em nosso quebra-cabeças. O mundo está em conflito e isso atrapalha muito, por agudizar os temores de um confronto em larga escala que impacte o preço do petróleo. Vale notar que esse preço é tão essencial na economia brasileira que um aumento de 10% ampliaria o IPCA mensal em algo como 0,49%.

Os problemas externos não param por aí. O Federal Reserve (FED), que é o banco central dos Estados Unidos, tem sinalizado que o aquecimento da economia deve frear a trajetória de queda da taxa de juros básica da economia norte-americana. Os impactos sobre países emergentes são imediatos, dado que a taxa de juro alta torna os mercados especulativos muito mais inseguros para fundos e aplicadores. A saída de investimentos estrangeiros de US$ 30 bilhões da bolsa brasileira espelha este movimento externo, com uma pitada das dúvidas sobre a política econômica atual.

Diversos elementos deste contexto financeiro inserem questionamentos e inseguranças sobre a nossa economia. Juro americano em patamar elevado leva a uma fragilização das cotações das commodities, dado que todos os mercados de renda variável tendem a perder aplicadores. Isso afeta sobremaneira o Brasil, especialmente em produtos como a soja e o minério de ferro. Saída de capitais e perspectiva de redução de entradas de dólares por essa via representam tensão sobre a paridade cambial. O movimento de desvalorização do real deste mês tem esses aspectos bem concretos em sua explicação sob a ótica financeira.

Todas essas questões são relevantes, mas convenhamos que não têm poder para causar uma mudança de humores tão grande e repentina como a ocorrida. Indo mais a fundo na análise, é crucial notar que temos uma deterioração do cenário político em franco desenvolvimento.

O descompasso entre o Executivo e o Legislativo é evidente, para não falar dos destemperos com o Judiciário. As famigeradas pautas-bomba voltaram ao noticiário como elementos que podem dinamitar a capacidade do governo de gerir as contas públicas. As dificuldades no campo da elevação de receitas também são imensas. Seja porque os impactos da pandemia nos setores econômicos ainda se mostrem no balanço das empresas – vide setores aéreo, de turismo e de eventos –, seja porque questões como a desoneração da folha são muito mais profundas e complexas do que aparentam.

O orçamento secreto deu a senha para uma intervenção de grande magnitude nos gastos governamentais. O crescimento, ano a ano, do volume das emendas de parlamentar e a emergência de uma obrigatoriedade de execução, o caráter impositivo, deixam transparecer uma grande dificuldade do Executivo em manejar o Orçamento. Em verdade, tanto se fala nos gastos obrigatórios com saúde e educação, mas é aí, no buraco negro das relações com o Congresso, que está o grande elemento de instabilidade.

Mas não é só na despesa que reside o problema. O ativismo do Congresso em matéria tributária gerou uma espécie de fragmentação na condução da política fiscal. O governo federal, hoje, perdeu parte da iniciativa em matéria tributária para o Congresso. A tramitação das leis complementares da reforma tributária pode colocar ainda mais tensão nesse processo.

É um engano achar que a mudança de 0,5% do PIB na meta para o superávit seja o problema. É um mero sintoma. A verdade é que a percepção sobre as contas públicas é de que há uma fragilização da capacidade do Executivo de comandar a execução da política fiscal, seja pela via da arrecadação, seja em relação ao controle da despesa.

MINERAÇÃO

Valor - SP   26/04/2024

Produção de minério de ferro da empresa entre janeiro e março foi de 71 milhões de toneladas, 6% a mais que em igual período do ano passado.

O presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, afirmou, nesta quinta-feira (25), em teleconferência com analistas, que a companhia teve, entre janeiro e março deste ano, a maior produção para um primeiro trimestre desde 2019.

A produção de minério de ferro da empresa entre janeiro e março foi de 71 milhões de toneladas, 6% a mais que em igual período do ano passado. O S11D, em Carajás, teve a maior produção para um primeiro trimestre desde 2020, com 18 milhões de toneladas.

Bartolomeo também destacou que a empresa atingiu antes do prazo 100% da meta de uso de energia renovável em suas operações. “Nosso foco em nos tornarmos líderes em ESG na minerção segue dando frutos”, disse Bartolomeo.

O consumo de eletricidade 100% renovável nas operações da Vale , no Brasil, foi atingida dois anos antes do previsto.

'Ebitda proforma de US$ 3,8 bilhões no 1º tri'

O vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores da Vale, Gustavo Pimenta, ressaltou o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) proforma, de US$ 3,8 bilhões, obtido pela companhia nos três primeiros meses do ano.

Pimenta frisou que as vendas de minério de ferro cresceram 15% entre janeiro e março e também destacou a maior produção da commodity para um primeiro trimestre desde 2019.

O executivo destacou a redução de custos nos três primeiros meses do ano, para US$ 23,5 por tonelada no primeiro trimestre, e ressaltou que os custos também caem nos segmentos de níquel e cobre. A redução no segmento de cobre foi de 26% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, enquanto no níquel, na mesma comparação, o recuo foi de 14%.

Condições na China “estão indo bem”

Vice-presidente executivo de soluções de minério de ferro da Vale, Marcello Spinelli afirmou que as condições microeconômicas da China “estão indo bem”. País é o principal cliente da Vale.

Spinelli disse que há uma “resiliência” da economia chinesa e se mostrou otimista com o cenário global. “Vemos um mercado parecido com o do ano passado”, disse Spinelli.

Contratos das ferrovias

O executivo também comentou os contratos das ferrovias, que foram renovados no governo do então presidente Jair Bolsonaro, com todas as aprovações regulatórias necessárias. “Temos contratos sólidos nas ferrovias e estamos em conformidade com nossas obrigações”, disse Spinelli.

Ele acrescentou que a empresa tem conversado com o Ministério de Transportes, e a ideia é “ajustar algumas condições”. “Podemos esperar um equilíbrio nas negociações sobre ferrovias”, completou.

Infomoney - SP   26/04/2024

Após uma prévia operacional considerada positiva e já colocada na conta do mercado, os resultados da Vale (VALE3) foram considerados mornos, com o aumento dos custos dando o tom dos dados financeiros no primeiro trimestre de 2024 (1T24). Contudo, analistas de mercado seguem em sua maioria positivos com a ação, vendo um desconto grande em relação aos pares do setor. Os ativos VALE3 caem cerca de 14% no ano, com os investidores também precificando aumento de provisões e ruídos sobre mudanças de executivos e intervenção governamental.

O Itaú BBA ressaltou que o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês), que ficou em torno de US$ 3,3 bilhões e teve queda de 11% na comparação anual, ficou 3% abaixo do consenso.

A diferença em comparação às estimativas do mercado foi devido a uma performance em custos pior do que o projetado. Os preços realizados mais baixos e custos mais elevados acabaram ofuscando a melhoria nos volumes na comparação anual.
Adicionalmente, a Vale manteve o seu guidance (projeção) de investimentos, mas alterou o valor da expansão de Serra Sul de US$ 1,5 bilhão para US$ 2,8 bilhões. Por último, a companhia apresentou uma geração de caixa sólida de US$ 2,0 bilhões no trimestre.

O BBA manteve recomendação de “compra” para a ação negociada na Bolsa de Nova York (ADR), com preço-alvo de US$ 14 ao fim de 2024.

Na divisão de ferrosos, o Ebitda caiu 2% em base anual, com realização de preço de minério de ferro mais fraca e maiores custos mais do que compensando maiores volumes. Os volumes de vendas, por sua vez, aumentaram 15% na comparação anual diante de uma estação chuvosa menos intensa em relação ao ano passado. Em custos, o custo caixa de produção subiu US$ 2,70 a tonelada na comparação trimestral e se manteve estável na comparação anual, em US$ 23,50 a tonelada, com menores custos de demurrage e maior diluição de custos fixos, compensados pelo impacto negativo da valorização do real no trimestre.

A divisão de metais básicos registrou um Ebitda de US$ 251 milhões, baixa de 56% na comparação anual. Por segmento, o Ebitda de níquel diminuiu para US$ 17 milhões no trimestre (queda anual de 95%) devido à diminuição de preços e volumes. Em cobre, o Ebitda aumentou na comparação anual, para US$ 284 milhões, ajudado por melhores volumes com o ramp up (início de operação) de Salobo III.

Além da parte operacional, a companhia reportou ainda uma geração de caixa sólida no trimestre na visão do BBA, em torno de US$ 2,0 bilhões no período, ajudada principalmente por uma liberação de capital de giro de US$ 1,5 bilhão. A dívida líquida expandida atingiu US$ 16,4 bilhões no primeiro trimestre, em linha com o guidance da companhia. A Vale desembolsou US$ 2,6 bilhões com dividendos e recompras no período.

A XP viu o balanço como em linha com expectativas, destacando um Ebitda praticamente no mesmo nível esperado pelo consenso. Com os números operacionais já divulgados, o banco vê os os resultados desproporcionalmente afetados por ventos contrários relacionados ao cenário macro, como a queda do minério e alta do real afetando custos. Numa nota positiva, o fluxo de caixa livre (FCF) atingiu um forte nível, enquanto a revisão para cima de investimentos de Serra Sul pode ser vista como um destaque negativo.

Já para o Bradesco BBI, a Vale apresentou números operacionais sólidos, atingindo a maior produção no 1T desde 2019. Do lado negativo, o trimestre foi impactado pelos menores preços realizados de minério. O BBI apontou que esperava uma reação neutra do mercado a esses resultados, uma vez que os investidores haviam ajustado suas expectativas para cima após os sólidos dados operacionais da empresa. O banco também reafirma sua recomendação de compra para VALE3, com um desconto de 27% ante os pares, contra a média histórica de aproximadamente 15%.

A XP também segue com recomendação de compra para os papéis. “Com os preços do ferro de volta ao nível de US$ 110-115/t e o real saltando para cerca de R$ 5,15, esperamos que os resultados melhorem gradualmente nos próximos trimestres. Além disso, acreditamos que os atuais níveis de preços do minério de ferro implicam espaço para um valor atrativo de dividendos no 2S24, com a assimetria positiva entre ação x commodities que vemos para a Vale proporcionando uma margem de segurança, em nossa opinião, reforçando nossa postura positiva em relação ao nome”, avalia.

Valor - SP   26/04/2024

“Ainda é precoce apontar aumento de dividendos extraordinários potenciais”, frisou vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores da Vale, Gustavo Pimenta

O vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores da Vale, Gustavo Pimenta, afirmou, nesta quinta-feira (25), em teleconferência com investidores, que o potencial de a empresa pagar dividendos extraordinários “depende de vários fatores”.

“Ainda é precoce apontar aumento de dividendos extraordinários potenciais”, frisou Pimenta. Ele destacou que a empresa está confiante com as entregas dos projetos de crescimento no setor de minério de ferro.

O presidente da companhia, Eduardo Bartolomeo, disse que a Vale começou o ano “com o pé direito” e lembrou que sempre disse que “ganhamos o ano no primeiro trimestre”, quando ocorre a estação chuvosa no Norte do Brasil.

“Nossos projetos estão no prazo e no orçamento”, afirmou.

Investing - SP   26/04/2024

Os preços futuros do minério de ferro na bolsa em Dalian ampliaram a alta pela segunda sessão consecutiva nesta quinta-feira, apoiados pelas esperanças de demanda persistente na China, principal mercado consumidor do minério, embora um movimento de realização de lucros tenha limitado os ganhos.

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,03%, a 879,5 iuanes (121,36 dólares) a tonelada, depois de subir mais de 3% na quarta-feira.

O minério de ferro de maio, referência na Bolsa de Cingapura, no entanto, devolveu ganhos iniciais e caiu 0,36%, para 117,5 dólares a tonelada. Na quarta-feira, o contrato subiu mais de 5%.

Os analistas da Soochow Futures disseram em nota que o aumento da produção e da demanda de aço elevou as expectativas de maior produção de metais quentes.

"O mercado optou por negociar antecipadamente os dados da demanda aparente de aço para construção, com alguns participantes estimando-a em 2,87 milhões de toneladas, um aumento de 65.000 toneladas em relação à sessão anterior", disseram os analistas da Shengda Futures em nota.

Os ganhos de preço diminuíram depois que a bolsa de Dalian revelou, na quarta-feira, planos para ajustar o volume de negociação de posições abertas com entrega em maio e setembro para alguns clientes para 500 lotes a partir de sexta-feira, a fim de conter a especulação.

"Alguns investidores fecharam suas posições compradas para realizar lucros após o anúncio dos limites de negociação, limitando o aumento dos preços hoje", disse Pei Hao, analista da corretora internacional Freight Investor Services (FIS), com sede em Xangai.

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Embora a maioria das empresas de construção downstream pesquisadas esteja com estoques baixos e tenha demonstrado alguma disposição para reabastecer os produtos de aço, a maioria delas optou por adiar o momento de estocagem, segundo uma pesquisa da consultoria Mysteel na quarta-feira.

Cerca de 81% das empresas pesquisadas esperam que os preços do aço se enfraqueçam após o feriado do Dia do Trabalho, de acordo com a Mysteel.

IstoÉ Dinheiro - SP   26/04/2024

A mineradora britânica Anglo American registrou alta, nesta quinta-feira (25), de 13% na Bolsa de Londres, após uma oferta de compra pela concorrente anglo-australiana BHP, uma operação que criaria o maior produtor de cobre do mundo.

A gigante australiana da mineração quer comprar sua concorrente britânica, com sede em Londres, e que opera importantes jazidas de cobre no Chile e no Peru, por US$ 38,8 bilhões (R$ 200,4 bilhões, na cotação atual).

A BHP, sediada na Austrália, é avaliada na bolsa em cerca de US$ 148 bilhões (R$ 764,6 bilhões) e a Anglo American, em cerca de US$ 36 bilhões (R$ 186 bilhões).

“O conselho diretor está revisando atualmente esta proposta com seus assessores”, disse a Anglo American em um comunicado, acrescentando que “não há certeza” sobre a oferta de compra nem sobre suas condições.

A companhia comunicou que essa oferta “não solicitada” deve ser formulada antes do prazo de 22 de maio.

A BHP propõe uma cessão por parte da Anglo American de suas atividades de produção de platina e de minério de ferro na África do Sul.

Uma das maiores mineradoras do mundo, a BHP registrou recentemente uma queda em seus lucros pelo declínio dos preços do níquel e pelas indenizações que teve que pagar pelo rompimento da barragem em Mariana, Minas Gerais, desastre ocorrido em 2015.

– “Maior produtor de cobre” –

Esta fusão, se concretizada, “criaria o maior produtor de mineração e cobre cotado em bolsa do mundo”, aponta Neil Wilson, analista da Finalto. “Não tenhamos medo de dizer que é algo monstruoso”.

A Anglo American anunciou no início deste ano sua intenção de eliminar milhares de postos de trabalho em seu negócio de platina na África do Sul.

O analista Neil Wilson observa que o aumento das ações da Anglo American nesta quinta-feira, que até agora não teve um ano muito bom, “apaga suas perdas na bolsa nos últimos 12 meses”.

“Está claro que a BHP quer se fazer com os ativos de cobre”, acrescenta Wilson, que acredita que esse fato não passará despercebido pelas autoridades de concorrência “dada a posição que as duas empresas combinadas ocupariam no mercado de cobre”, equivalente a 10% da produção mundial.

As propriedades do cobre, em particular sua alta condutividade e sua ductilidade, devido à capacidade de se deformar sem quebrar, o tornam um metal-chave para a transição energética, permitindo diversos usos industriais, como na composição de baterias de veículos elétricos.

Caso concretizada, a operação também representaria um novo golpe para a Bolsa de Londres, que perderia mais valor do seu índice FTSE 100.

A fraqueza da libra em relação ao dólar e a subvalorização das empresas listadas na Bolsa de Londres em comparação com Wall Street tornam as empresas que cotam na capital britânica cada vez mais alvos de aquisições.

Diário do Comércio - MG   26/04/2024

Ao oferecer uma oferta de aquisição à Anglo American, a BHP fortalece seu potencial na mineração e visa a manutenção de seu poder na entrega e precificação do minério no mercado global, avaliam especialistas. A gigante inglesa balançou o mercado ao fazer uma oferta de cerca de US$ 39 bilhões pela companhia. Caso prospere, o acordo criará a maior mineradora de cobre do mundo, responsável por 10% da produção do mineral no planeta.

O economista e sócio da 3A Investimentos, Samuel Chagas, acredita que a aquisição da Anglo é uma estratégia da BHP para aumentar seus volumes de toneladas de minério e continuar relevante na disputa por preço e entrega do mineral. “Em uma avaliação prévia, isso vem para ‘blendar’ um minério de maior qualidade da BHP”, afirma.

A BHP tem até o dia 22 de maio para declarar oficialmente sua firme intenção de fazer uma oferta pela mineradora ou anunciar que não pretende comprar a empresa, de acordo com a legislação do Reino Unido. Ambas as empresas envolvidas na negociação têm operações em Minas Gerais. A BHP, em uma joint venture com a Vale, a Samarco, em Mariana, e a Anglo, no Complexo Minas-Rio, que também conta com participação da Vale.

O economista da 3A Investimentos disse, inclusive, que a possível aquisição da Anglo pela BHP não representa uma ameaça para a Vale, já que a própria companhia tem vantagem imensa no setor com a exploração em Carajás, no Pará, com uma extração de baixo custo de minério de ferro e um teor muito elevado.

O CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, disse, durante conferência com analistas de mercado sobre resultados no primeiro trimestre, que a mineradora está atenta ao anúncio da oferta da BHP, mas não vê impacto em seu projeto Minas-Rio, junto da Anglo, caso o acordo seja realizado.

Chagas observa também uma especulação do mercado financeiro sobre a negociação, ao oferecer para a China uma espécie de arcabouço das reservas mundiais já licenciadas do insumo siderúrgico. É que o governo chinês tem participações na BHP e uma aquisição da Anglo aumentaria, indiretamente, seu alcance sobre o mineral. A estatal chinesa Chinalco é a maior acionista da mineradora Rio Tinto, uma das líderes mundiais do setor. O economista ressalta que essa possibilidade é algo aventado no campo especulativo pelos investidores.
Possíveis barreiras da BHP na aquisição da Anglo

Mas nem tudo são flores no caminho dos ingleses. O ministro de recursos minerais da África do Sul, Gwede Mantashe, criticou uma possível aquisição da Anglo pela BHP. Em entrevista ao Financial Times, ele afirmou que a experiência da gigante da mineração inglesa não foi positiva no país, após a fusão com a sul-africana Billiton, em 2001.

Mantashe ressaltou, porém, que sua declaração não era posição oficial do governo. O Public Investment Corporation (PIC), gestora estatal do país africano, é o maior acionista da Anglo American. Recentemente, a BHP, junto da Vale, foi alvo de uma nova ação no judiciário holandês das vítimas da tragédia de Mariana.

O coordenador de Ciências Contábeis do Centro Universitário Estácio, Alisson Batista, comenta que a possível aquisição da Anglo é bastante interessante para a BHP, uma vez que ampliaria seu horizonte na mineração. “Quando ela tem mais capilaridade, mais ativos, fortalece seu potencial”, aponta.

Caso a Anglo venha realmente a ser adquirida, a empresa vai se tornar a segunda grande aquisição da BHP em cerca de um ano, após comprar a mineradora de cobre Oz Minerals em 2023, e, provavelmente, estaria entre os dez maiores negócios de mineração de todos os tempos, em termos de valor.

“Com os retornos futuros, isso melhora vários indicadores, como retorno sobre investimentos, ativos que ela possui dentro do contexto da mineração, toda essa gama de serviços que, em um mercado de alto valor agregado, que é o mercado mineiro, que possui minério de qualidade, Minas Gerais só tem a ganhar”, completa Batista.

Valor - SP   26/04/2024

Presidente da mineradora, Eduardo Bartolomeo, disse que a companhia poderia ter interesse na Anglo American, mas destacou que atualmente tem “melhores opções dentro de casa para observar e até mais baratas”

A Vale acompanha com atenção os desdobramentos da proposta feita pela BHP Billiton para compra da Anglo American. Na quinta-feira (25), em teleconferência com analistas sobre o resultado do primeiro trimestre, o presidente da mineradora brasileira, Eduardo Bartolomeo, disse que a companhia ainda está “digerindo, processando o que está acontecendo”, e afirmou que “claramente” poderia ter interesse na Anglo American, mas destacou que atualmente a Vale tem “melhores opções dentro de casa para observar e até mais baratas.”

Bartolomeo também fez questão de dizer aos investidores que a fusão, caso se concretize, não afetaria a Vale, que tem uma joint venture, 50%-50%, com a BHP na Samarco. Com a Anglo, a Vale fechou, em fevereiro, acordo pelo qual passou a deter 15% de participação no Minas-Rio, operação de minério de ferro com capacidade de produção de 26,5 milhões de toneladas por ano.

Pelo acordo firmado com a Anglo, a Vale contribuirá com recursos de minério de ferro de alto teor de Serra da Serpentina (MG) e um desembolso complementar de caixa de US$ 157,5 milhões pelos 15% de participação, com opção de compra de mais 15% no futuro caso ocorram certos eventos relativos a uma futura expansão do Minas-Rio.

“A gente não vê nenhum impacto [da possível fusão BHP-Anglo] no negócio do Minas-Rio. Ele está sendo feito pela Anglo, será respeitado por quem vier depois, se vier depois”, disse Bartolomeo.

O CEO da Vale disse ainda que a Anglo poderia ser interessante para a mineradora brasileira, mas descartou a possibilidade de “entrar em uma licitação que pode não fazer sentido pra gente”. “Iremos acompanhar de forma bem próxima o desenvolvimento dessa negociação, mas não afeta a nossa estratégia e a nossa mentalidade”, disse Bartolomeo.

Essa estratégia, deixou claro o executivo, passa por uma “plataforma de crescimento no minério de ferro” que prevê a adição de 50 milhões de toneladas em capacidade nova nos próximos anos, com um produto de alta qualidade e baixo custo: “Nenhum outro ativo pode ser tão atraente quanto a gente nesse sentido”, afirmou Bartolomeo.

O vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores da Vale, Gustavo Pimenta, citou os três principais projetos de minério de ferro em desenvolvimento: Vargem Grande e Capanema, ambos em Minas, e S11D+20, no Pará. Em Vargem Grande, a expectativa é iniciar a operação no segundo semestre deste ano, em projeto que deve adicionar 17 milhões de toneladas anuais à capacidade da Vale.

“Esse é um projeto chave que prometemos entregar até 2026 para aumentar a nossa capacidade e levar a Vale a uma faixa de 340 milhões a 360 milhões de toneladas [ano, de capacidade]. Então estamos seguindo com o plano e estamos bem confiantes com essas entregas”, disse Pimenta.

Em Capanema, também em Minas Gerais, a previsão de inauguração é no primeiro semestre de 2025, em um projeto com capacidade de 18 milhões de toneladas por ano. O S11D+20 é a expansão do projeto original, no Pará, que vai acrescentar 20 milhões de toneladas anuais à produção. O início da operação está previsto para o segundo semestre de 2026.

O analista de commodities do Itaú BBA, Daniel Sasson, disse que a fusão entre BHP e Anglo, caso aconteça, criará a maior produtora de cobre do mundo. Ele acrescenta que seria também a entrada da BHP no Brasil para além da joint-venture com a Vale na Samarco. Para Sasson, a motivação para a oferta da BHP Billiton pela Anglo American poderia ser justamente o cobre, uma vez que novos projetos encontram cada vez mais barreiras de licenciamento e adquirir ativos já operacionais seria uma forma de se posicionar na produção de um “metal vencedor” na transição energética.

“Um consenso vem se formando com relação a um déficit na indústria de cobre que pode ficar mais aparente nos próximos anos. E talvez aqui a intenção da BHP seja de fato aumentar sua exposição a cobre via ‘M&A’ [fusão e aquisição]”, diz Sasson.

Máquinas e Equipamentos

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   26/04/2024

A John Deere, empresa global de tecnologia que fornece software e equipamentos para os setores agrícola, de construção e florestal, e o Grupo Wirtgen, empresa global com foco em tecnologias e equipamentos de pavimentação, apresentam na M&T Expo 2024 soluções inovador para os setores de construção, pavimentação e mineração.

As novidades apresentadas foram a retroescavadeira 310 P (foto) e a pá-carregadeira 944 X da John Deere (ambas já na nova estratégia de versões G, P e X) e a Vögele SUPER 1400, vibroacabadora do grupo Wirtgen.

A Nova Estratégia de Versões, com modelos G, P e X, é a grande novidade da John Deere na feira. Os modelos G fornecem a versatilidade e robustez necessárias para os trabalhos de construção com menor complexidade e maior diversidade de aplicações.

Os modelos P contam com recursos avançados que oferecem desempenho, eficiência, conforto e vida útil excepcionais em aplicações exigentes e de alta produção. Já os modelos X contam com tecnologias disruptivas e recursos inovadores.

“O portfólio da John Deere atende às expectativas e considerações dos clientes com soluções que tratam das mais variadas necessidades em relação a recursos de desempenho, conforto e preço”, afirma Thomas Spana, gerente de Marketing da Divisão de Construção da John Deere para a América Latina.

Já o Grupo Wirtgen traz ao espaço o que há de mais inovador em pavimentação, com a vibroacabadora compacta Vögele SUPER 1400, que oferece uma taxa de aplicação de 600 t/h; a fresadora a frio W150 F, ideal para obras em grandes centros urbanos; e o rolo compactador HC 110 G, com capacidade de escalada de 58%.

“A inteligência do Wirtgen Group somada aos anos de experiência da John Deere trouxeram para a M&T Expo 2024 o que há de mais moderno e tecnológico no segmento de equipamentos para construção e recuperação de rodovias. Nosso objetivo é facilitar a vida dos operadores e aumentar a rentabilidade do seu trabalho”, acrescenta Adriano Correia, diretor-presidente da Wirtgen Brasil.

A prévia da feira está na edição de abril da Revista M&T, que traz a cobertura completa do evento na edição no 284, de junho.

Valor - SP   26/04/2024

Vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços afirmou que o incentivo vai ajudar a renovar e fortalecer o parque industrial brasileiro

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, defendeu nesta quinta-feira (25) a redução de impostos para a compra de máquinas pela indústria. Segundo Alckmin, o incentivo vai ajudar a renovar e fortalecer o parque industrial brasileiro.

“Vamos ter uma boa notícia que é a depreciação acelerada, a redução de impostos para estimular troca de máquinas e equipamentos. Isso vai ajudar a renovar e fortalecer o parque industrial brasileiro”, disse a jornalistas na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro.

Alckmin participou da abertura de um evento sobre a nova política do governo, no auditório da instituição. O vice-presidente disse que governo espera uma nova queda de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. “Os juros ainda estão altos, mas estão em ritmo de queda. Devemos ter mais uma queda importante na próxima reunião do Copom”, afirmou.

Segundo Alckmin, as exportações estão sendo favorecidas por um câmbio competitivo, mas que deve iniciar um processo de estabilização. “O tripé é câmbio, juros e imposto. O câmbio é flutuante, mas diria que ele está flutuando sem grandes oscilações”, afirmou.

O vice-presidente disse ainda que a reforma tributária deve destravar os investimentos, mas alertou que é preciso ter cuidado com o excesso de penduricalhos no processo de regulamentação.

“A gente tem que ter cuidado na regulamentação, para focarmos no IVA que é um grande salto de qualidade, por não ser um imposto cumulativo”, observou.

Também participaram do evento desta quinta o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; o presidente da ABDE e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Celso Pansera; e a deputada federal Luísa Canziani, presidente da Frente Parlamentar Mista de Apoio ao Sistema Nacional de Fomento para o Financiamento ao Desenvolvimento.

Após Mercadante pedir celeridade do Congresso Nacional na aprovação do projeto que cria Letra de Crédito de Desenvolvimento (LCD), instrumento para aumentar o funding do banco, Alckmin afirmou que o PL está em regime de urgência na Câmara dos Deputados.

Vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin — Foto: Cadu Gomes/VPR

Valor - SP   26/04/2024

Fábrica em Fazenda Rio Grande (PR) começa a operar em 2026 com geladeiras e há planos para lavadora e secadora de roupa

Daniel Song: “Temos plano de expandir fortemente nossa operação de linha branca” — Foto: Gabriel Reis/Valor

A LG Electronics está expandindo a produção de linha branca no Brasil e lançando um programa de relacionamento para conhecer melhor o consumidor brasileiro. No primeiro trimestre de 2026, a gigante sul-coreana de eletroeletrônicos e eletrodomésticos inicia a produção de geladeiras em Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba (PR).

O investimento na operação será de R$ 1,29 bilhão (US$ 250 milhões na conversão do dólar pelo Banco Central), podendo alcançar R$ 1,55 bilhão (US$ 300 milhões), informa Daniel Song, presidente da LG no Brasil e executivo-chefe da empresa na América Latina, em entrevista ao Valor.

“Temos um plano de expandir fortemente nossa operação de linha branca [no Brasil]. Primeiro, tomamos iniciativa com refrigeradores”, diz o executivo, que assumiu a operação latino-americana em janeiro deste ano. Song mantém a presidência da LG no Brasil, onde atua desde o ano passado.

Além dos refrigeradores, a nova fábrica produzirá lavadoras e secadoras de roupas. Atualmente, os refrigeradores são importados da Indonésia, China, Coreia do Sul e do México, dependendo da linha. Entre as lavadoras, 90% da produção atual vem da China.

Inicialmente, a produção atenderá a demanda local, mas a LG avalia exportar parte da produção para a Argentina, informa o executivo. “O novo presidente de Argentina [Javier Milei] está adotando uma política para ter mais liberdade e importar produtos”.

A localização de nova fábrica, em Curitiba, facilita a logística de exportação aos vizinhos argentinos. A companhia possui em Manaus (AM) uma fábrica de aparelhos de TV, computadores, fornos microondas e aparelhos de ar-condicionado, e mantém instalações em Taubaté (SP). Esta antiga fábrica no interior paulista abriga serviços de atendimento e manutenção desde 2021, quando a LG deixou de produzir celulares globalmente e transferiu a produção de notebooks e monitores para Manaus.

Com 30 anos de LG, sendo 17 atuando em países latino-americanos, o executivo sul-coreano afirma que “o Brasil tem um alto potencial de crescimento”. Além de ampliar a produção local, a empresa estreou seu programa de relacionamento, o LG Family Club, no Brasil, no início de abril.

“Pensamos em uma forma de ter um contato mais direito com os consumidores porque, geralmente, o consumidor compra o produto na loja, naquele momento, mas depois de comprar o produto, o contato desaparece", explica Song, que criou o programa em 2016 no Peru, e levou a ideia ao México, em 2021.

A proposta, segundo Song, é oferecer mais informações sobre os produtos, incluindo tutoriais em vídeo, conforme a demanda dos clientes, e estabelecer um contato rápido com a marca pelo site e por um canal no WhatsApp aos clientes cadastrados.

“Quando notamos que vários consumidores estão perguntando sobre uma mesma função podemos criar um curso on-line para aquele tema ou informar sobre uma atualização de um produto”, explica Song. Além de tutoriais, o programa oferece sorteios de experiências, como ingressos para shows de música ao vivo. Desde o início do mês, 5,9 mil consumidores se conectaram ao programa, informa a LG.

Atualmente, os maiores faturamentos da empresa são feitos nos Estados Unidos, na Índia e na Coreia do Sul, terra natal da empresa. Os mercados do Brasil, da Alemanha e do Canadá disputam as posições seguintes.

A LG Electronics encerrou o primeiro trimestre fiscal de 2024, com lucro global de 585,4 bilhões de wons sul-coreanos (US$ 426 milhões), alta de 24,2% ante o lucro reportado um ano antes. A receita consolidada nos três meses encerrados em março foi de 21,09 trilhões de wons sul-coreanos (US$ 15,4 bilhões), avanço de 3,4% ante o resultado do primeiro trimestre de 2023. O segmento de linha branca e condicionadores de ar, que gera a maior fatia da receita da LG, faturou 8,6 trilhões de wons sul-coreanos no primeiro trimestre, alta de 7,2% em base anual. A divisão de entretenimento doméstico, que abriga a produção de TV, teve receita de 3,5 trilhões de wons sul-coreanos, com aumento de pouco mais de 4% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

O cenário que a LG informa em seu balanço para o mercado global como um todo (não necessariamente para as suas vendas), indica uma demanda em queda para eletrodomésticos no primeiro semestre, e em crescimento na segunda metade do ano.

Na quinta-feira (25), as ações da LG Electronics fecharam em queda de 1,74% na bolsa de valores de Seul, a 90,6 mil wons sul-coreanos (US$ 65,93).

Auto Data - SP   26/04/2024

As duas fábricas instaladas no Interior paulista, que produzem máquinas de construção, serão expandidas e modernizadas

São Paulo – A John Deere investirá US$ 200 milhões nas duas fábricas que mantém em Indaiatuba, SP, onde produz equipamentos da linha amarela. O aporte, programado até 2026, visa à expansão da capacidade produtiva e modernização das unidades como apoio à crescente demanda esperada pela companhia no Brasil e na América Latina.

“Traremos mais tecnologia para as fábricas nacionais”, afirmou Adílson Butzke, diretor de vendas e marketing da John Deere. “Queremos avançar e oferecer produtos mais modernos e que atendam a todas as demandas dos clientes.”

O anúncio ocorreu em meio às comemorações dos 10 anos de operação das fábricas do Interior paulista. No período foram produzidas mais de 25 mil máquinas, metade vendida no mercado nacional e a outra metade dedicada à exportação para mais de oitenta países.

Os investimentos da John Deere não param nas máquinas de construção. Em máquinas agrícolas a empresa investirá R$ 700 milhões na unidade de Catalão, GO, para nacionalizar uma nova tecnologia na unidade que é responsável por 95% da produção global de colheitadeiras de cana-de-açúcar. Na unidade de Horizontina, RS, sua primeira fábrica no Brasil, foi anunciado no ano passado um aporte de R$ 145,1 milhões para expansão da capacidade.
Nova retroescavadeira 310 P foi apresentada na M&T Expo 2024

Thomas Spana, gerente de vendas da divisão de construção, afirmou que espera manutenção do crescimento do mercado de máquinas nos próximos anos, com possíveis oscilações.

Lançamentos na M&T Expo

A John Deere aproveitou a MT&Expo, feira dedicada ao setor de construção, mineração e pavimentação, para mostrar aos clientes a nova estratégia de posicionamento das suas máquinas. Não são mais produzidas em série, mas em versões G, P e X.

As versões G são para operações de menor complexidade e maior diversidade de aplicações, ideal para o segmento de locação, segundo a companhia. Os modelos P oferecem a mesma capacidade de trabalho dos G, só que com mais recursos avançados para aplicações mais exigentes e com alto ritmo de trabalho. Já os modelos X somam todas as características citadas das outras versões a novas tecnologias e a recursos inovadores.

No estande foi apresentada a nova retroescavadeira 310 P e a pá-carregadeira 944 X.

São Paulo – A John Deere investirá US$ 200 milhões nas duas fábricas que mantém em Indaiatuba, SP, onde produz equipamentos da linha amarela. O aporte, programado até 2026, visa à expansão da capacidade produtiva e modernização das unidades como apoio à crescente demanda esperada pela companhia no Brasil e na América Latina.

“Traremos mais tecnologia para as fábricas nacionais”, afirmou Adílson Butzke, diretor de vendas e marketing da John Deere. “Queremos avançar e oferecer produtos mais modernos e que atendam a todas as demandas dos clientes.”

O anúncio ocorreu em meio às comemorações dos 10 anos de operação das fábricas do Interior paulista. No período foram produzidas mais de 25 mil máquinas, metade vendida no mercado nacional e a outra metade dedicada à exportação para mais de oitenta países.

Os investimentos da John Deere não param nas máquinas de construção. Em máquinas agrícolas a empresa investirá R$ 700 milhões na unidade de Catalão, GO, para nacionalizar uma nova tecnologia na unidade que é responsável por 95% da produção global de colheitadeiras de cana-de-açúcar. Na unidade de Horizontina, RS, sua primeira fábrica no Brasil, foi anunciado no ano passado um aporte de R$ 145,1 milhões para expansão da capacidade.
Nova retroescavadeira 310 P foi apresentada na M&T Expo 2024

Thomas Spana, gerente de vendas da divisão de construção, afirmou que espera manutenção do crescimento do mercado de máquinas nos próximos anos, com possíveis oscilações.

Lançamentos na M&T Expo

A John Deere aproveitou a MT&Expo, feira dedicada ao setor de construção, mineração e pavimentação, para mostrar aos clientes a nova estratégia de posicionamento das suas máquinas. Não são mais produzidas em série, mas em versões G, P e X.

As versões G são para operações de menor complexidade e maior diversidade de aplicações, ideal para o segmento de locação, segundo a companhia. Os modelos P oferecem a mesma capacidade de trabalho dos G, só que com mais recursos avançados para aplicações mais exigentes e com alto ritmo de trabalho. Já os modelos X somam todas as características citadas das outras versões a novas tecnologias e a recursos inovadores.

No estande foi apresentada a nova retroescavadeira 310 P e a pá-carregadeira 944 X.

AUTOMOTIVO

Monitor Digital - RJ   26/04/2024

A Scania, líder europeia na fabricação de caminhões, está ativamente focada no mercado chinês para aproveitar as oportunidades significativas em meio ao amplo impulso da China pelo desenvolvimento de alta qualidade, segundo o presidente da unidade da empresa na China.

Em uma entrevista à Xinhua recentemente, Mats Harborn, presidente do Grupo Scania China, disse que vê um potencial tremendo na transformação econômica da China.

Segundo ele, a ênfase da China em fomentar novas forças produtivas de qualidade promete perspectivas favoráveis para empresas estrangeiras que fazem negócios aqui a longo prazo.

“A economia chinesa está passando de um foco em quantidade para foco em qualidade, sustentabilidade e eficiência. No centro dessa transformação está, de fato, o transporte e a logística sustentáveis e eficientes. É por isso que acreditamos que nossa empresa pode desempenhar um papel importante na China,” disse Harborn.

“Embora seja muito desafiador, estamos confiantes de que o governo chinês gerenciará essa transformação porque essa é a base sobre a qual o futuro da China repousa,” ele adicionou.

O período atual é um “bom momento para investir na China,” Harborn observou. “O investimento é para o futuro do mercado chinês, e também para nós podermos exportar para outros mercados fora da China.”

Uma clara demonstração do compromisso da empresa em aumentar o investimento no maior mercado automotivo do mundo é a construção de uma fábrica de emissão zero em Rugao City, localizada na província de Jiangsu, leste da China. Esta instalação é o terceiro centro global de produção da empresa após Europa e América Latina.

“Em mais de 60 anos, a Scania nunca fez um investimento tão grande no exterior,” disse Harborn, observando que, com o início das operações em 2025, a fábrica terá uma capacidade projetada para produzir 50.000 caminhões anualmente, com uma força de trabalho de 3.000, incluindo trabalhadores e engenheiros.

Além da fábrica, a Scania está estabelecendo uma empresa de P&D em Rugao, com uma filial em Shanghai, visando integrar novas tecnologias e novos componentes ao sistema modular único da empresa.

Harborn elogiou a posição de liderança da China em inovação, particularmente em áreas como eletrificação, condução autônoma e veículos conectados inteligentes. “Queremos aproveitar o poder inovador da China e também suas cadeias de suprimentos,” ele disse.

A demanda da China por veículos especializados, como caminhões de lixo, caminhões varredores e caminhões-pipa, está em alta, indicando perspectivas promissoras para esse segmento de mercado, observou Harborn.

“Vemos que os fabricantes chineses estão ficando cada vez mais fortes e também ampliando presença nos mercados externos. Estar na China nos dá acesso a novas tecnologias no maior mercado de veículos comerciais, o que nos tornará mais fortes em todo o mundo,” disse Harborn. Fim

O Estado de S.Paulo - SP   26/04/2024

Nos arredores de Chongqing, a maior cidade do oeste da China, há um enorme símbolo do excesso de fábricas de automóveis no país. É um complexo de edifícios cinzentos, com quase um quilômetro quadrado de tamanho. Os milhares de funcionários que costumavam trabalhar lá se mudaram. Suas docas de carga carmesim estão fechadas.

A instalação, uma antiga fábrica de montagem e de motores, era uma joint venture de uma empresa chinesa e da Hyundai, a gigante sul-coreana. O complexo foi inaugurado em 2017 com robôs e outros equipamentos para fabricar carros movidos a gasolina. A Hyundai vendeu o campus no final do ano passado por uma fração dos US$ 1,1 bilhão necessários para construí-lo e equipá-lo. A grama não cortada no local já está na altura dos joelhos.

“Tudo era altamente automatizado, mas agora está desolado”, disse Zhou Zhehui, 24 anos, que trabalha para uma montadora chinesa rival, a Chang’an, e cujo apartamento tem vista para o antigo complexo da Hyundai.

A China tem mais de 100 fábricas com capacidade para construir cerca de 40 milhões de carros com motor de combustão interna por ano. Isso é aproximadamente o dobro do número de carros que as pessoas na China querem comprar, e as vendas desses carros estão caindo rapidamente à medida que os veículos elétricos se tornam mais populares.

No mês passado, pela primeira vez, as vendas de carros elétricos a bateria e híbridos plug-in a gasolina e elétricos superaram as de carros a gasolina nas 35 maiores cidades da China.

Dezenas de fábricas de veículos movidos a gasolina mal estão funcionando ou já foram desativadas.

O setor automobilístico do país está próximo do início de uma transição de veículos elétricos que deve durar anos e, por fim, reivindicar muitas dessas fábricas. A forma como a China administrará essa longa mudança influenciará seu crescimento econômico futuro, já que o setor automotivo é tão grande e pode transformar sua força de trabalho.

Os riscos também são grandes para o resto do mundo.

A China, o maior mercado de automóveis do mundo, tornou-se o maior exportador no ano passado, ultrapassando o Japão e a Alemanha. As vendas de automóveis da China no exterior estão explodindo.

Três quartos dos carros exportados pela China são modelos movidos a gasolina que o mercado interno não precisa mais, disse Bill Russo, consultor de carros elétricos em Xangai. Essas exportações ameaçam achatar os produtores em outros lugares.

Ao mesmo tempo, as empresas de veículos elétricos da China ainda estão investindo pesadamente em novas fábricas. Espera-se que a BYD e outras montadoras apresentem mais modelos elétricos na abertura do salão do automóvel de Pequim, na quinta-feira.

As vendas de carros elétricos na China ainda estão crescendo. Mas o ritmo de crescimento caiu pela metade desde o verão passado, já que os gastos dos consumidores na China diminuíram devido a uma crise no mercado imobiliário.

“Há uma tendência de desaceleração, especialmente para veículos elétricos puros”, disse Cui Dongshu, secretário geral da Associação de Carros de Passageiros da China.

A China também tem excesso de capacidade na fabricação de veículos elétricos, embora menos do que nos carros movidos a gasolina. O corte de preços dos veículos elétricos é comum. A Li Auto, uma fabricante chinesa em rápido crescimento, reduziu seus preços na segunda-feira. A Tesla fez o mesmo um dia antes e, na terça-feira, informou uma grande queda nos lucros durante os três primeiros meses deste ano. A BYD, líder do setor na China, fez cortes de preços em fevereiro. A Volkswagen e a General Motors também reduziram os preços dos veículos elétricos na China este ano.

Os fabricantes de automóveis com fábricas próximas à costa da China estão exportando carros movidos a gasolina. Mas muitas das fábricas ameaçadas estão em cidades no interior do país, como Chongqing, onde os altos custos de transporte para o litoral tornam a exportação muito cara.

Quase todos os carros elétricos da China são montados em fábricas recém-construídas, que se qualificam para receber subsídios de governos municipais e bancos estatais. É mais barato para os fabricantes de automóveis construir novas fábricas do que converter as existentes. O resultado tem sido um enorme excesso de capacidade.

“A indústria automobilística chinesa está passando por uma revolução”, disse John Zeng, diretor de previsões para a Ásia da GlobalData Automotive. “A antiga capacidade de combustão interna está morrendo.”

As vendas de carros movidos a gasolina despencaram para 17,7 milhões no ano passado, de 28,3 milhões em 2017, ano em que a Hyundai abriu seu complexo em Chongqing. Essa queda é equivalente a todo o mercado de automóveis da União Europeia no ano passado, ou a toda a produção anual de carros e caminhões leves dos Estados Unidos.

As vendas da Hyundai na China caíram 69% desde 2017. A empresa colocou a fábrica à venda no verão passado, mas nenhuma outra montadora a quis. A Hyundai acabou vendendo o terreno, os prédios e grande parte do equipamento para uma empresa de desenvolvimento municipal em Chongqing por apenas US$ 224 milhões.

A empresa municipal disse este ano, enquanto buscava um seguro para o local, que não tinha um novo inquilino.

Outras montadoras multinacionais reduziram a produção na China. A Ford Motor tem três fábricas em Chongqing que estão funcionando com uma pequena fração de sua capacidade nos últimos cinco anos.

A Hyundai é uma das poucas montadoras, principalmente estrangeiras, que interromperam totalmente a produção em alguns locais, embora a empresa ainda tenha três fábricas na China.

“Não parece haver um esforço conjunto para fechar o excesso de capacidade, mas mais uma mudança de propriedade estrangeira para propriedade chinesa”, disse Michael Dunne, ex-presidente da General Motors Indonésia.

A referência de longa data é que as fábricas de automóveis devem operar com 80% da capacidade, ou mais, para serem eficientes e ganharem dinheiro. Porém, com a abertura de novas fábricas de carros elétricos e o fechamento de poucas fábricas mais antigas, a utilização da capacidade em todo o setor caiu para 65% nos primeiros três meses deste ano, em comparação com 75% no ano passado e 80% ou mais antes da pandemia de covid-19, de acordo com o National Bureau of Statistics da China.

Sem um grande surto de exportações no ano passado, o setor teria operado ainda mais abaixo da capacidade total.

Os fabricantes chineses, muitos deles de propriedade parcial ou total dos governos municipais, têm se mostrado relutantes em reduzir a produção e cortar empregos. A Chang’an, uma montadora estatal, tem uma fábrica a apenas 20 minutos de caminhada pelas ruas ladeadas de buganvílias cor-de-rosa do antigo complexo da Hyundai. Os muitos hectares de estacionamento da fábrica estavam completamente cheios de carros não vendidos no domingo.

As cidades que são particularmente dependentes da produção de carros movidos a gasolina, como Chongqing, enfrentam um dilema de empregos. A montagem de veículos elétricos exige um número consideravelmente menor de trabalhadores do que a fabricação de carros movidos a gasolina, pois os E.V. têm muito menos componentes.

Os trabalhadores com sólida formação técnica, especialmente em robótica, podem encontrar emprego com facilidade e rapidez se forem demitidos, disseram os trabalhadores do setor automotivo em Chongqing em entrevistas. Mas os trabalhadores semiqualificados - inclusive os mais velhos e que não fizeram cursos de treinamento para desenvolver suas habilidades - agora estão tendo mais dificuldade para conseguir trabalho.

Zhou disse que, quando se candidatou ao emprego em Chang’an, “a competição era acirrada”.

Ainda assim, é extremamente difícil encontrar ex-trabalhadores da Hyundai desempregados em Chongqing atualmente, mesmo na vizinhança da antiga fábrica.

A maioria dos trabalhadores de fábricas na China são migrantes que cresceram em áreas rurais e têm poucos vínculos com as comunidades onde os carros movidos a gasolina foram construídos. Portanto, eles podem se mudar facilmente para outras cidades ou setores quando perdem o emprego.

No entanto, um tom sombrio paira sobre o setor automobilístico em Chongqing, à medida que a demanda diminui e os trabalhadores menos qualificados têm menos oportunidades de receber o pagamento de horas extras. A sinalização da Hyundai ainda é visível em muitos lugares de sua antiga fábrica, mas uma grande sombra no portão da frente mostra onde um slogan otimista costumava ser pendurado: “New Thinking, New Possibilities” (Novo pensamento, novas possibilidades).

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

Valor - SP   26/04/2024

A marca chinesa Morris Garages, ou apenas MG Motor, prepara seu retorno Brasil. Motivada pelo sucesso de conterrâneas como BYD, GWM e Caoa Chery, a fabricante vai apostar bastante no segmento de SUVs e terá modelos híbridos e elétricos.

Conforme apurado por “Autoesporte”, a operação da MG está em fase de planejamento. A marca, que pertence ao Grupo SAIC, um dos maiores do setor na China, está sondando o mercado desde 2023 e elaborando sua estratégia de vendas.

Diferentemente de sua primeira passagem por aqui, entre 2011 e 2013, quando era representada pelo Grupo Forest Trade e tinha apenas uma concessionária, a MG retorna com operação própria. Ainda não registrou carros no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), mas “Autoesporte” ouviu de fontes ligadas à marca que eletrificação é um dos principais tópicos em pauta. Nos mercados em que atua, a marca aposta em carros híbridos plug-in e até elétricos, investindo também na infraestrutura local de carregadores.

Atualmente, a fabricante chinesa tem seis carros eletrificados no catálogo global. O modelo mais em conta é o MG3, um hatch com motor híbrido semelhante ao do Toyota Corolla nacional. Ele parte de 18 mil libras no Reino Unido (R$ 144 mil na conversão direta) e não tem fonte externa de recarga.

O elétrico mais barato é o MG4, um hatch que parte de 26 mil libras (R$ 165 mil sem impostos) e tem mais de 500 km de autonomia. Este carro também tem uma versão esportiva, chamada MG4 EV XPower, capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos. Sua autonomia, porém, é menor, na faixa de 385 km.

O SUV compacto ZS EV também é elétrico e custa 30 mil libras (R$ 191 mil). O possível futuro rival do BYD Yuan Plus tem 440 km de autonomia declarados pela marca. Acima dele, a MG5 EV é uma perua elétrica com exatamente o mesmo preço e 402 km de autonomia.

Por fim, o SUV eletrificado mais caro da MG é o HS híbrido plug-in. O utilitário parte de 31 mil libras no Reino Unido (aproximadamente R$ 200 mil) e combina motor 1.5 turbo com unidades elétricas instaladas nos dois eixos. Segundo a MG, o HS pode rodar até 50 km no modo exclusivamente elétrico.

Se a marca seguir a mesma estratégia das rivais chinesas, os carros mais cotados para o Brasil são o SUV elétrico ZS EV e o utilitário híbrido plug-in HS.

A MG é uma das marcas de carro mais tradicionais da Inglaterra. Foi fundada em 1924 com foco na produção de cupês e esportivos. Em 2007, após décadas difíceis, abriu falência e foi adquirida pelo Grupo SAIC (uma das quatro maiores fabricantes de veículos da China, ao lado de Geely, BYD e Dongfeng).

Portanto, a MG já estava sob controle do grupo chinês quando fez sua primeira aparição no Brasil. A passagem foi apagada, com só uma concessionária na capital paulista, e muitos brasileiros nem lembram que a marca já foi vendida por aqui. Com poucos emplacamentos, a importação acabou em 2013.

A MG está presente em outros mercados na América do Sul, e isso permitiu que sua marca fosse exibida no Brasil. A empresa tinha os direitos de patrocínio da Conmebol Sulamericana, o segundo maior torneio continental de futebol da região, e sua propaganda foi exibida em alguns estádios do país.

O retorno da MG é mais uma etapa da invasão chinesa no mercado brasileiro. Além dela, outras quatro marcas também iniciam operações em 2024: Zeekr, Neta, Omoda e Jaecoo.

O Estado de S.Paulo - SP   26/04/2024

Menos de dois meses após o anúncio do ciclo de investimentos que prevê R$ 30 bilhões no Brasil entre 2025 e 2030, a Stellantis revelou nesta quinta-feira, 25, que R$ 13 bilhões - ou seja, 43% do total - serão desembolsados na fábrica do grupo em Goiana, no norte de Pernambuco. A confirmação aconteceu durante reunião dos diretores da montadora com a governadora do Estado, Raquel Lyra.

Sem antecipar mais informações, como os nomes dos carros que entrarão nas linhas de montagem de Pernambuco, a montadora abre apenas que estão previstos novos modelos, alguns deles inéditos no mercado brasileiro. As plataformas que serão instaladas nas fábricas da Stellantis dentro do novo ciclo de investimentos permitirão a produção tanto de carros convencionais, movidos a gasolina ou a etanol, quanto veículos híbridos ou puramente elétricos.

O plano contempla ainda a ampliação do parque de fornecedores no entorno da fábrica de Goiana, dos atuais 38 para mais de 100 nos próximos anos. O objetivo, no caso, é aproximar os fornecedores de peças do polo da Stellantis na região para reduzir custos de logística, dada a preocupação da montadora em preservar a competitividade da fábrica após o fim, em 2033, dos incentivos à produção de automóveis no Nordeste.

Atualmente, são produzidos em Goiana as picapes Toro, da Fiat, e Rampage, da Ram, além de três utilitários esportivos da marca Jeep: Commander, Compass e Renegade. As fábricas do grupo são, porém, flexíveis para absorver outras marcas. Em entrevista a jornalistas antes do anúncio dos investimentos em Pernambuco, o presidente da Stellantis na América do Sul, Emanuele Cappellano, frisou que as escolhas de onde o grupo produz seus lançamentos são baseadas na eficiência de produção que cada fábrica pode oferecer ao produto.

Dentro do maior plano de investimentos já anunciado por uma montadora no Brasil, a Stellantis terá quatro novas plataformas de produção, de onde sairão carros híbridos, e prevê lançar 40 modelos na América do Sul até 2030. A montadora ainda não revela como irá distribuir os R$ 17 bilhões restantes do ciclo entre as duas outras unidades industriais brasileiras: em Betim (MG), onde são produzidos carros da Fiat, e Porto Real (RJ), fábrica da marca francesa Citroën.

Assim como já tinha garantido em entrevista ao Estadão/Broadcast no início do mês, Cappellano assegurou que todas as fábricas receberão investimentos para produção das novas tecnologias.

Na Argentina, a montadora vai investir outros R$ 2 bilhões a partir do ano que vem. No ciclo que está sendo finalizado neste ano no país vizinho, iniciou a produção, com lançamento em breve, do Peugeot 2008, seu primeiro utilitário esportivo montado na Argentina, fruto de investimentos de mais de US$ 270 milhões na fábrica de El Palomar, na província de Buenos Aires. “Seguramos um pouco esse anúncio, esperando para ver o cenário político e econômico da Argentina, mas está na hora de lançar esse novo produto”, comentou Cappellano.

Ainda que esteja nos planos a produção de carros puramente elétricos, mais caros e cuja infraestrutura de recarga ainda é incipiente no Brasil, a Stellantis pretende calibrar as tecnologias que serão produzidas nas novas plataformas de acordo com a demanda do mercado. Conforme Cappellano, a melhor forma de alcançar metas de emissões com menor impacto em custo é combinar os propulsores elétricos com motores flex ou movidos exclusivamente a etanol.

“É uma tecnologia que custa muito menos do que um carro elétrico [...] O compromisso que nós temos é olhar a tecnologia, a descarbonização, mas também que caiba no bolso das famílias brasileiras”, comentou o presidente da Stellantis na América do Sul.

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Dinheiro - SP   26/04/2024

O Índice de Confiança da Construção (ICST) caiu 1,4 ponto em abril, para 95,2 pontos. Em médias móveis trimestrais, o ICST recuou 0,2 ponto. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira, 25, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

“Nos últimos meses, diferentes forças afetaram negativamente a evolução da confiança setorial, contribuindo para manter o indicador abaixo do nível de neutralidade (100)”, afirma a coordenadora de Projetos da Construção do Ibre/FGV, Ana Maria Castelo, em nota.

As perspectivas conservadoras para a taxa de juros e dificuldades fiscais do governo provavelmente contribuíram para diminuir o otimismo das empresas, sem, no entanto, reverter as projeções de crescimento em 2024, pondera.

Nas aberturas, o Índice de Situação atual (ISA-CST) manteve-se aos 94,1 pontos, mesmo resultado de março, sob influência da situação atual dos negócios, que subiu 0,4 ponto, para 93,9 pontos. O volume da carteira de contratos, por outro lado, cedeu 0,3 ponto, para 94,3 pontos.

O Índice de Expectativas (IE-CST) recuou 2,9 pontos no período, para 96,5 pontos, menor nível desde outubro de 2023 (96,2 pontos). Ambas as aberturas do IE-CST caíram: o indicador de demanda prevista para os próximos três meses caiu 2,5 pontos, para 98,0 pontos, e o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses retraiu 3,2 pontos, para 95,0 pontos, menor nível desde outubro do ano passado (94,0 pontos).

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção subiu 1,6 ponto porcentual em abril, para 79,9%. O NUCI de Mão de Obra avançou 1,6 ponto porcentual, para 81,3%, e o NUCI de Máquinas e Equipamentos subiu 1,1 ponto porcentual, para 74,6%.

IstoÉ Online - SP   26/04/2024

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) acelerou de 0,24% para 0,41% na passagem de março para abril, informou nesta quinta-feira, 25, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o indicador acumula alta de 3,48% nos últimos 12 meses.

Houve, nesta leitura, avanço de Mão de obra (0,23% para 0,74%) e desaceleração de Materiais, equipamentos e serviços (0,25% para 0,18%).

Influências

As principais influências para cima no INCC-M de abril partiram de pedreiro (0,47% para 0,95%); pintor (0,45% para 2,18%); condutores elétricos (1,68% para 3,61%); blocos de concreto (0,02% para 0,82%) e bombeiro (0,20% para 0,61%).

Na outra ponta, puxaram o índice para baixo cimento Portland comum (0,52% para -1,18%); vergalhões e arames de aço ao carbono (-0,11% para -0,20%); placas cerâmicas para revestimento (1,28% para -0,46%); ladrilhos e placas para pisos (0,76% para -1,42%); tela de proteção para fachada (0,73% para -0,74%).

Capitais

Seis das sete capitais pesquisadas pela FGV registraram aceleração no INCC-M entre março e abril: Salvador (0,41% para 1,14%); Brasília (0,07% para 0,48%); Belo Horizonte (0,57% para 0,81%); Recife (0,09% para 0,36%); Porto Alegre (0,09% para 0,18%) e São Paulo (0,12% para 0,22%).

Houve desaceleração apenas no Rio de Janeiro (0,34% para 0,33%).

FERROVIÁRIO

Globo Online - RJ   26/04/2024

A desembargadora Maria Laura Tavares, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), autorizou a assinatura do contrato do governo de São Paulo com o consórcio C2 Mobilidade Sobre Trilhos, que venceu a licitação para construir o Trem Intercidades (TIC) que ligará a capital a Campinas. A assinatura deve ocorrer em maio.

O consórcio, formado pelas empresas Comporte Participações e CRRC Sifang, venceu o leilão no dia 29 de fevereiro. Mas na última segunda (22), a juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara de Fazenda Pública da capital, havia atendido a um pedido do Sindicato dos Trabalhadores Em Empresas Ferroviárias de São Paulo (STEFSP) e determinado a suspensão da assinatura até que o mérito do processo fosse julgado.

Ao acolher um recurso do governo estadual nesta quinta (25), a desembargadora afirmou que é preciso aguardar a manifestação do governo no processo antes que se suspenda a assinatura. Além disso, ela discordou da argumentação da juíza de primeiro grau, que havia argumentado que a assinatura do contrato faria a ação (um mandado de segurança) perder o objeto. Isso porque a licitação pode ser contestada a qualquer momento se houver irregularidades, mesmo após ter sido o firmado contrato.

Em nota, a Secretaria de Parcerias e Investimentos destacou que "segue todos os ritos legais" e que com a decisão favorável, "segue-se o rito para a celebração do contrato de concessão entre o estado e o Consórcio C2 Mobilidade Sobre Trilhos, que deve acontecer em maio".

Prioridade do PAC

O leilão que definiu a empresa que tocará a obra do TIC Campinas ocorreu na B3, em 29 de fevereiro. Houve apenas um lance: o C2 Mobilidade Sobre Trilhos ofereceu 0,01% de deságio, o maior desconto percentual sobre a contraprestação financeira máxima que o governo paulista vai pagar ao longo dos 30 anos — cerca de R$ 8 bilhões.

O consórcio tem 40% de participação dos chineses e 60% do grupo Comporte. A CRRC é a maior fabricante de trens do mundo, além de fazer operação ferroviária. Tem uma operação semelhante à do TIC São Paulo/Campinas no México.

O grupo Comporte é da família Constantino de Oliveira e opera o metrô de Belo Horizonte, o VLT da Baixada Santista, além de controlar uma série de empresas de ônibus, como a Piracicabana e a Prata. A família também é fundadora da Gol, empresa aérea que entrou em recuperação judicial nos Estados Unidos.

O projeto do trem de São Paulo para Campinas, considerado prioritário da gestão do governador Tarcísio de Freitas, faz parte do Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC) do governo federal.

60 mil passageiros por dia

Ele será feito por meio de Parceria Público Privada (PPP) em que o governo entra com uma parte dos recursos e a vencedora custeia o restante. O governo vai investir R$ 8,98 bilhões na obra, e a maior parte (R$ 6,8 bilhões) desses recursos será obtida através de um empréstimo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Este será o primeiro trem de média velocidade do país, rodando a até 150 quilômetros por hora. A expectativa é que seja transportada uma média de 60 mil passageiros por dia.

Rodoviário

O Estado de S.Paulo - SP   26/04/2024

Paradas há quase seis anos, as obras do Rodoanel Norte serão retomadas nesta quinta-feira, 25, em Arujá, na região metropolitana de São Paulo. Uma nova concessionária, a Via Appia, será responsável pela construção do trecho de 44 quilômetros que irá completar o anel viário em torno da capital, cujo primeiro trecho (Oeste) foi liberado ao tráfego em dezembro de 2001. Com obras de engenharia, como a construção de 12 km de túneis, a previsão é de que o último trecho do Rodoanel seja entregue em setembro de 2026.

A conexão do Rodoanel Norte com o Aeroporto Internacional de Guarulhos, obra muito reivindicada pelos usuários, ficou fora do contrato com a Via Appia. A Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) afirma que ela será realizada por meio de um Termo Aditivo Modificativo entre o governo e a concessionária.

A obra, que prevê uma ligação exclusiva de 3,6 quilômetros, entre o rodoanel e a região aeroportuária, é a principal aposta para reduzir a dificuldade de acesso ao maior aeroporto do País.

Hoje, o principal acesso rodoviário ao aeroporto é a Rodovia Hélio Smidt (SP-109), que se interliga às rodovias Dutra e Ayrton Senna. Estas, por sua vez, recebem o tráfego da Marginal Tietê, uma das vias mais movimentadas da capital e que trava nos horários de pico e mesmo fora deles.

Com o Rodoanel completo, os usuários das regiões sul e oeste da capital, todas as cidades do oeste da região metropolitana de São Paulo, e ainda quem vem do interior e do litoral poderão chegar ao aeroporto pelo Rodoanel Norte, sem passar pela marginal.

Ainda não há data definida para a assinatura deste aditivo, assim como não há definição sobre o valor do investimento, segundo o CEO da Via Appia, Brendon Azevedo Ramos.

“Quando foi feito o edital de licitação, essa reivindicação já existia. Não está no contrato, mas pode ser adicionado. Desde que assinamos o contrato, discutimos com o governo do Estado e com a prefeitura de Guarulhos a melhor forma de fazer esse acesso”, disse.

Em dezembro do ano passado, segundo ele, após tratativas com o governo estadual e a prefeitura de Guarulhos, a concessionária recebeu o aval para iniciar os estudos avançados.

“Estamos trabalhando nisso. A ideia é ter entre as rodovias Fernão Dias e Dutra uma alça para dar acesso à região metropolitana de Guarulhos e ao aeroporto. A gente tem de atender à demanda de cargas do aeroporto, que é significativa, mas também precisa atender a população da região”, explicou.

O plano prevê usar a SP-036, que na área urbana se transforma na Avenida Candeas, para a ligação com o aeroporto, tendo também alças de acesso ao sistema viário local. “Isso vai exigir uma reformulação no viário urbano para dar fluidez no trânsito, o que será feito junto com a prefeitura”, disse Ramos.

A prefeitura de Guarulhos confirmou os estudos conjuntos e informou que sempre defendeu o acesso ao aeroporto por meio da Avenida Candeas, o que deverá ser viabilizado pelo aditivo ao contrato de concessão.
Anel de 176 quilômetros

O Rodoanel Norte vai ligar a rodovia Presidente Dutra, em Arujá, à Rodovia dos Bandeirantes, próximo à Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, na capital. Com a obra, serão interligados o trecho sul e o leste, fechando o anel viário de 176 quilômetros.

O leilão para a concessão do Rodoanel Norte foi realizado em março de 2023. A Via Appia FIP Infraestrutura arrematou o lote e ficará responsável pela conclusão da obra. Durante os 31 anos de concessão, o grupo vai realizar os investimentos e explorar o sistema rodoviário, inclusive com a cobrança de pedágio.

O investimento da concessionária será de R$ 2,55 bilhões, segundo a Artesp. A esse valor se somará um aporte de cerca de R$ 1 bilhão do poder público.

O trecho terá pedágios sem cabines, no sistema free-flow (fluxo livre). De acordo com a Via Appia, a tarifa está fixada em R$ 0,15 por km rodado, somando o valor de R$ 6,60 para quem percorre toda extensão do trecho norte.

De acordo com o governo estadual, a conclusão do Rodoanel Norte vai desafogar o trânsito da Marginal Tietê, retirando da malha urbana de São Paulo cerca de 18 mil caminhões por dia. Também vai facilitar o acesso até o Porto de Santos para os caminhões de carga, que atualmente utilizam os trechos oeste e sul. A previsão é de um trânsito de 65 mil veículos por dia, quando o trecho estiver pronto.

Obras

De acordo com o CEO da Via Appia, as obras seguirão um fluxo linear a partir da Dutra até a Bandeirantes, mas dois pontos críticos vão receber atenção especial.

“Um deles é uma rocha muito grande no meio do percurso que terá de ser perfurada. Uma das opções seria usar explosivos, que causam um impacto muito grande. Então optamos por construir um falso túnel, ou seja, escavar a rocha até onde a circunferência dela permitir, como no túnel convencional, e depois, onde ela perder altura, concretar o que falta da rocha para formar o túnel”, explicou.

Outro ponto crítico são dois viadutos na região de Perus, na capital, que precisarão de intervenções especiais.

“Como devem demorar mais tempo e temos um cronograma definido, nesses dois pontos vamos começar a trabalhar já. O restante da obra vai seguir de forma linear e não por trechos, o que nos permitiu antecipar a retomada das obras.”

Com isso, segundo ele, os estudos técnicos complementares podem ser feitos enquanto os trabalhos avançam.

No total, está prevista a construção de sete túneis duplos, 107 obras de arte especiais, quatro paradas para cargas especiais, dois postos de atendimento aos usuários, dois postos de fiscalização, duas praças de pesagem, além de câmeras de monitoramento.

Ramos disse que, embora a extensão dos túneis do Rodoanel Norte esteja próxima dos construídos na Nova Tamoios, a complexidade das obras na pista que liga o planalto ao Litoral Norte foi maior, já que a rodovia transpõe a Serra do Mar.
O cronograma do Rodoanel Norte prevê a liberação do trecho entre a Fernão Dias e a Dutra em setembro de 2025.A última fase da obra será a ligação com o trecho leste, na Rodovia dos Bandeirantes. Desde que o trecho mais recente foi liberado para o trânsito, passaram quase dez anos.Em julho de 2014, foi entregue o Rodoanel Leste, com 43 km de extensão.Quatro anos antes, em abril de 2010, foram liberados ao tráfego os 57 km do Sul, o trecho mais longo.Desde fevereiro de 2002, os motoristas já usavam o trecho Oeste, com 32 km.

As obras do Rodoanel Norte foram paralisadas em 2018, quando o Ministério Público de São Paulo (MPSP) apontou indícios de superfaturamento.

Novos processos de licitação foram abertos, atualizando os custos das obras, mas o leilão só aconteceu em março de 2023.

O governo justificou o atraso pela necessidade de rever o traçado, que atingia áreas de preservação ambiental. Houve ainda a necessidade de corrigir falhas em projetos apontados por vistorias técnicas e apurar os efeitos do abandono em obras já realizadas.

Em dezembro de 2018, a estatal paulista Desenvolvimento Rodoviário SA (Dersa), hoje extinta, rescindiu os contratos dos lotes do Rodoanel Norte que estavam a cargo das empresas OAS e Mendes Junior devido ao “abandono” das obras.

Na época, as empresas eram investigadas pelo braço paulista da Operação Lava Jato, que apurava denúncias de fraude e superfaturamento em obras públicas.

A Dersa, controlada pelo Estado, alegou a “incapacidade” das empresas de continuar com a construção dos trechos que lhes cabiam.

As empresas OAS, atual Metha, e Mendes Júnior foram procuradas e não responderam.

PETROLÍFERO

IstoÉ Dinheiro - SP   26/04/2024

O petróleo fechou em alta hoje, em meio à fraqueza do dólar após os dados da inflação do PCE americana e do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano.

O WTI para junho fechou em alta de 0,92% (US$ 0,76), a US$ 83,57 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para julho subiu 0,84% (US$ 0,73), a US$ 87,77 o barril, na Intercontinental Exchange.

Pela manhã, foi informado que o PIB americano avançou 1,6% no primeiro trimestre, na leitura anualizada, abaixo da mediana do Projeções Broadcast, de 2,4%, e com clara desaceleração após o ganho de 3,4% visto no trimestre anterior. Já o PCE subiu de 3,4% na mesma leitura, depois de alta de 1,8% no quarto trimestre, e o núcleo do índice subiu 3,7%.

Segundo o Citi, o foco de hoje foi o núcleo do PCE mais forte do que o esperado, embora tenha crescido também expectativas de que o Federal Reserve (Fed) corte juros antes do esperado para conter a desaceleração do crescimento neste ano.

Após a divulgação do dado, os ganhos do petróleo diminuíram, e o preço oscilou próximo da estabilidade. Porém, conforme investidores balizaram os resultados e o dólar perdeu força, a commodity ganhou força outra vez.

Também hoje, o Banco Mundial divulgou sua projeção atualizada para o preço do barril do Brent. A instituição espera que o valor desacelere a US$ 84 por barril neste ano, e então caia a US$ 79 em 2025. Este cenário, porém, pressupõe que os conflitos no Oriente Médio não afetarão a cadeia de distribuição da commodity, caso os conflitos se alastrem, o Brent pode chegar a US$ 100 até o fim do ano, no pior cenário previsto pelo Banco.

Petro Notícias - SP   26/04/2024

O Brasil e a Argentina estão estreitando laços no setor de gás natural. A Petrobrás anunciou hoje (18) que assinou um Memorando de Entendimentos (MoU) com a empresa estatal argentina de energia Enarsa. O acordo, com duração de três anos, prevê estudos de parcerias no segmento de gás natural e possibilitará o intercâmbio de informações.

Segundo a Petrobrás, as duas empresas vão avaliar alternativas para cooperação e complementariedade energética entre as duas companhias. “O memorando prevê também a coordenação de ações para maior garantia de fornecimento de gás natural para a Argentina durante o inverno, período de maior demanda naquele país, sem qualquer impacto para o abastecimento de gás no Brasil nem custo financeiro adicional para a Petrobrás”, disse a petroleira brasileira.

A Enarsa nasceu em 2004 e atua principalmente nos segmentos de petróleo, gás natural e eletricidade. A companhia declarou que o novo memorando vai resolver o abastecimento de gás do Noroeste Argentino, enquanto as obras recentemente licitadas de reversão do Gasoduto Norte são concluídas. Na ocasião da assinatura, o presidente da Enarsa, Juan Carlos Doncel Jones, destacou a importância desse acordo na conjuntura enfrentada pelo abastecimento de gás na região do Noroeste Argentino.

Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o governo Lula deve importar gás natural da Argentina. As negociações entre dos dois países estão em curso e incluem também Bolívia e Paraguai. Existem duas alternativas sobre a mesa: trazer o gás argentino por meio do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) ou criar uma rota pelo Paraguai com destino a Mato Grosso do Sul.

Nesta semana, o vice-presidente Geraldo Alckmin também declarou que o Brasil precisa concentrar esforços para negociar a compra do gás argentino produzido no gigantesco campo de Vaca Muerta. Atualmente, o Brasil importa gás da Bolívia por meio do Gasbol. No entanto, a produção do país vizinho mostra sinais de esgotamento. Atualmente, o Gasbol opera com 46% de sua capacidade e a tendência é que a quantidade de gás boliviano que chega ao Brasil caia nos próximos anos.

TN Petróleo - RJ   26/04/2024

Com o objetivo de fornecer gás natural para o Triângulo Mineiro, a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) abriu um edital de chamada pública conjunta com a Agência Goiana de Gás Canalizado S.A. (Goiasgás) e a Companhia Brasiliense de Gás (Cebgas) para aquisição de gás natural.

O gás natural é uma solução competitiva e que favorece a transição energética. Além de ser uma fonte de energia versátil, com combustão facilmente regulável, o gás natural é mais confiável, seguro e têm baixas emissões de poluentes.

“Somos uma Companhia que investe no desenvolvimento da sociedade e que tem envidado seus melhores esforços para ampliar a sua rede de gasoduto. Levar o gás natural ao Triângulo Mineiro é impulsionar ainda mais a economia da região”, evidencia Gilberto Valle, Presidente da Gasmig.

A chamada pública conjunta

Esta modalidade de chamada pública em conjunto é importante para viabilizar o gasoduto de transporte para atendimento ao Triângulo Mineiro, Goiás e Brasília, a partir da cidade de São Carlos, no Estado de São Paulo.

“Com esta Chamada Pública Conjunta estamos buscando a viabilização do atendimento a importantes áreas do país que, atualmente, não tem acesso ao gás natural. No Brasil, apenas 13% da população utiliza o gás natural como matriz energética, mas queremos ampliar este número. Temos grandes oportunidades no segmento”, ressalta o Presidente da Gasmig.

Esse gasoduto de transporte a partir de São Paulo é, atualmente, a alternativa mais viável para atender o Triângulo Mineiro, o Estado de Goiás e o Distrito Federal.

“Tanto a Goiasgás, como a CEBGAS, veem nessa chamada pública em conjunto com a Gasmig, distribuidora referência no país, uma oportunidade de viabilizar a chegada de forma definitiva e competitiva do gás natural a partir de um gasoduto de transporte para o Estado de Goiás, Distrito Federal e para a região do triângulo mineiro”, salienta André Macedo, Diretor Administrativo Financeiro da Goiasgás.

A ação conjunta está sendo vista com bastante entusiasmo pelas Companhias, uma vez que apresenta grande relevância para as respectivas regiões de atuação das empresas.

A ausência de um gasoduto de transporte para fornecimento de gás natural canalizado, como já possuem outros 16 Estados da Federação, faz com que o avanço industrial no Estado de Goiás e Distrito Federal seja retardado por questões afeitas ao suprimento energético.

“Esse chamamento pode concretizar o projeto gasoduto de transporte do Brasil Central que vai atender de forma definitiva, não apenas o Estado de Goiás e Distrito Federal, mas também ao Triângulo Mineiro, que é uma importante região econômica do Estado de Minas Gerais e do Brasil”, enfatiza Macedo.

O Triângulo Mineiro

O Triângulo Mineiro recebeu este nome justamente porque tem a forma de um triângulo, está situada entre os rios Grande e Paranaíba, fazendo divisa com os estados de São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul.

A região, que possui mais de um milhão de habitantes, é composta por 35 municípios, divididos em sete microrregiões: Araxá, Frutal, Ituiutaba, Patos de Minas, Patrocínio, Uberaba e Uberlândia.

Entre as regiões mais produtivas do País. Com destaque para o agronegócio, 7% do total das exportações de Minas Gerais é proveniente do Triângulo, segundo o governo do estado.

“Hoje, atendemos a 48 municípios, totalizando mais de 100 mil clientes dos segmentos industrial, comercial, residencial e veicular. Queremos expandir e, por isso, depois de mais de uma década, retomamos os grandes investimentos. Temos muitas oportunidades. E isso nos motiva.”, enfatiza Gilberto Valle.

As propostas

As empresas interessadas devem encaminhar as propostas para o endereço eletrônico informado pelas companhias até a data limite 03/06, bem como o preenchimento dos formulários e as devidas comprovações.

As propostas apresentadas, cumprindo os pré-requisitos estabelecidos, serão avaliadas de acordo com os critérios objetivos definidos para cada possibilidade de fornecimento.

O início de fornecimento está previsto para janeiro de 2031 para as três Companhias.

Mais informações

As dúvidas com relação ao processo devem ser encaminhadas à comissão através dos e-mails compradegas@gasmig.com.br, compradegas@goiasgas.com.br e compradegas@cebgas.com.br. As questões serão publicadas sem origem das indagações.

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