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25 de Abril de 2024

INDA

IstoÉ Online - SP   25/04/2024

A Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), aprovou ontem proposta de criação de cotas de importação para alguns tipos de aço (itens da siderurgia). Conforme antecipou o Estadão/Broadcast, se a importação desses produtos ficar dentro da cota, as alíquotas atuais são mantidas, mas sobem para 25% caso os volumes superem os limites fixados. A decisão vai afetar 11 tipos de aço – NCMs (Nomenclatura Comum do Mercosul) -, número bem menor do que os 30 itens para os quais a indústria siderúrgica pedia sobretaxa.

As regras definidas pela Camex vão levar em conta as médias de importação de cada item entre os anos de 2020 e 2022. Na prática, o governo vai aplicar a sobretaxa sobre produtos cujas importações no ano passado superaram em 30% a média das compras nos três anos anteriores. Ou seja, o Imposto de Importação maior incidirá sobre produtos que entraram maciçamente no Brasil a partir do ano passado.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, classificou a decisão de estabelecer cotas e sobretaxar itens da siderurgia importados em excesso como “criteriosa”. “Nossa análise é que grande parte ficará dentro da cota, sem nenhuma alteração”, disse.

Sobre a decisão de adotar a barreira tarifária, Alckmin ressaltou que foi constatado no ano passado um grande aumento na importação de alguns itens siderúrgicos – que em alguns casos chegou a mais de 1.000%. “É uma indústria importante, de base, extremamente necessária ao País”, disse Alckmin.

Na verdade, o governo vinha sendo fortemente pressionado pelas siderúrgicas nacionais, que desde o ano passado alertam sobre a invasão do aço chinês no mercado brasileiro. Algumas siderúrgicas chegaram a desativar unidades produtivas – caso da Usiminas, em Cubatão -, outras, como a Aperam, suspenderam investimentos em razão do excesso de oferta de aço no mercado nacional.

Mesmo assim, num universo de cerca de 200 itens (NCMs) de aço, os pleitos para aumento de taxação pelas siderúrgicas se voltavam a 31 produtos. O governo vai aplicar a nova regra para apenas 11 itens. Com a solução intermediária, o governo busca uma saída que não tenha impactos inflacionários nem crie um problema geopolítico, especialmente com a China.

Segundo o Mdic, estudos técnicos mostraram que a medida anunciada ontem não terá impacto nos preços ao consumidor ou a produtos derivados da cadeia produtiva. “Durante os 12 meses, o governo vai monitorar o comportamento do mercado. A expectativa do governo é que a decisão contribua para reduzir a capacidade ociosa da indústria siderúrgica nacional”, disse a pasta em comunicado.

MENOS PRESSÃO

A criação de cotas deve aliviar a pressão sobre as usinas nacionais, que vêm sendo forçadas a manter os preços em patamar abaixo do que seria o adequado, disse ao Estadão/Broadcast o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, Carlos Jorge Loureiro. “Um possível aumento de preços vai depender de como estará o mercado, e agora ele está fraco. Devemos fechar o primeiro quadrimestre sem crescimento, então acompanhamos um interesse mais fraco por consumo de aço.”

Ele reconheceu, porém, que há chances de haver uma corrida por importação de produtos siderúrgicos. “Em um momento inicial haverá a entrada maior de importados. Mais para frente, provavelmente o volume de importações que estava crescendo passará por uma normalização”, ponderou.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, disse ao Estadão/Broadcast que o setor de construção civil não deverá ser afetado pela decisão do governo de estabelecer cotas para a importação de produtos siderúrgicos, pois o vergalhão, principal produto consumido pelas construtoras, ficou de fora da medida. Com isso, a previsão é a de que, se houver impacto, ele será indireto, disse Correia.

O Mdic informou que a decisão de criar cotas e aplicar sobretaxas ainda terá de ser apresentada e analisada pelos parceiros do Brasil no Mercosul, antes da publicação da medida no Diário Oficial da União (DOU). Assim, a aplicação das regras de cotas para a taxação do aço importado só deve entrar em vigor dentro de aproximadamente 30 dias. A medida terá validade por 12 meses.

CHINA

Questionado sobre uma eventual reação da China, Alckmin avaliou que a decisão do governo não deve afetar as relações entre os países. “Veja que o mundo todo está procurando estabelecer critérios na suas alíquotas de importação. Só fizemos essa mudança para o que estiver acima da cota, e demos cota grande”, disse, lembrando da ociosidade elevada da indústria local. “Tem mais de 40% de ociosidade em algumas áreas. Foi medida de preservação do emprego, de estímulo a novos investimentos, e que na realidade é extremamente cuidadosa”, defendeu o ministro.

Broadcast - SP   25/04/2024

A decisão tomada pelo governo nesta terça-feira, 23, que estabelece cotas de importação para 11 tipos diferentes de produtos siderúrgicos, é considerada uma vitória para as usinas nacionais e deve trazer fôlego ao setor, em meio a um mercado que tem sido pressionado pela entrada do aço chinês a preços mais baixos do que o praticado pela indústria local.

De acordo com a agência de preços de commodities Fastmarkets, a bobina a quente (um dos principais produtos siderúrgicos) vendida no Brasil em abril era negociada a US$ 760 a tonelada (R$ 3.900/t). O mesmo material vindo da China para a América do Sul, incluindo o custo do frete, era comercializado a US$ 630 (R$ 3.230/t, na cotação atual).

Desde meados de 2023, o setor siderúrgico tem denunciado a existência de práticas desleais de comércio por parte da indústria siderúrgica chinesa, apontando que as usinas da região operam com margens negativas, o que significa que o custo para produzir determinados modelos de aço é maior que o preço da venda.

A medida do governo ocorre no mesmo dia em que a Usiminas, uma das maiores siderúrgicas do País, apresentou uma queda de 93% em seu lucro líquido apurado nos três primeiros meses de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 36 milhões.

As ações da empresa registraram queda 13,9%, o que impulsionou uma perda de R$ 1,7 bilhão em valor de mercado. Nesta manhã, o presidente da companhia, Marcelo Chara, defendeu em teleconferência com analistas a necessidade de o governo impor barreiras para impedir as importações predatórias. "O início de 2024 já começou desafiador, com forte entrada de produtos importados e competição desleal", afirmou o executivo.

Outras empresas do setor, como a Gerdau e a CSN, também registraram queda nas ações, de 4,03% e 2,4%, respectivamente.

O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, foi enfático ao destacar que o governo mostrou extrema sensibilidade em meio às dificuldades do setor. Segundo o executivo, a decisão anunciada hoje acompanha ações que estão sendo realizadas em outros países. Ele citou como exemplos medidas tomadas nos Estados Unidos, União Europeia, Chile, Reino Unido e México.

Para ele, é uma falácia dizer que o aço chinês é mais barato. "O que ocorre é que há uma venda dos produtos chineses abaixo do custo de produção Isso é uma prática predatória. Os dados de consumo na China estão caindo e a produção se mantém, então há uma política de Estado que incentiva a exportação", afirmou Marco Polo.

O presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, Carlos Jorge Loureiro, que representa as empresas distribuidoras de produtos siderúrgicos, que cumprem o papel de intermediárias entre as grandes usinas e o consumidor final, avaliou que a medida pode ajudar as produtoras de aço a recuperar um mercado antes perdido por conta da entrada de produtos chineses.

Na visão dele, a maior probabilidade é que ocorra nos próximos meses um aumento no nível de produção das usinas. Questionado sobre o risco de aumento de preços, tido como uma das principais preocupações dos consumidores de produtos siderúrgicos, o executivo mencionou que não vê uma elevação dos valores acontecendo no curto prazo.

Conforme Loureiro apontou, antes desta decisão existiam riscos das usinas nacionais precisarem praticar preços menores para evitar perder a disputa contra o aço chinês. Agora, a perspectiva é de mudança do quadro.

"Não vejo nenhuma possibilidade das usinas de reduzir preços com a tomada dessa decisão. Por outro lado, um possível aumento de preços vai depender de como vai estar o mercado, e agora ele está fraco. Devemos fechar o primeiro quadrimestre sem crescimento, então acompanhamos um interesse mais fraco por consumo de aço", afirmou Loureiro.

Sobretaxa

A decisão sobretaxa os produtos importados acima da cota. Se as empresas compradoras de aço ultrapassarem os limites estabelecidos pelas novas regras, que levam em consideração a média do volume importado de 2020 a 2022, haverá uma elevação na tarifa para o excedente adquirido, que será taxado em 25%.

De acordo com o analista da S&P Global Platts, José Guerra, a medida deve ser semelhante à que foi implementada nos Estados Unidos, que adotou a Seção 232, com o objetivo de garantir a segurança nacional. Segundo o especialista, na época da implementação da medida nos EUA, os preços dos produtos siderúrgicos aumentavam conforme as importações ficavam próximas do limite fixado para as cotas.

"Vendo por esse lado, não sei se cabe um eventual aumento imediato de preços, já que a dinâmica de demanda continua fraca, mas devemos observar uma maior volatilidade de preços conforme a cota for preenchida", afirmou Guerra.

O Broadcast procurou as siderúrgicas para repercutir a informação, mas não obteve retorno até o fim da reportagem.

O ex-ministro da Fazenda e sócio da Tendências Consultoria , Maílson da Nóbrega, avaliou a medida como justificável. "Existia uma inundação do mercado mundial de produtos importados, em função de um forte aumento da produção na China. Essa ação agressiva da indústria chinesa dá a entender que as usinas na região contavam com algum incentivo do governo, embora comprovar estes fatos seja difícil", afirmou.

SIDERURGIA

IstoÉ Dinheiro - SP   25/04/2024

O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, disse em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que a decisão tomada pelo governo nesta terça-feira, 23, de estabelecer cotas de importação para 11 tipos diferentes de produtos siderúrgicos, mostra uma extrema sensibilidade das lideranças do poder público com relação ao momento vivido pela indústria de siderurgia.

“A nossa posição é de reconhecimento ao trabalho que o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), na pessoa do ministro Geraldo Alckmin e do secretário Márcio Fernando Elias Rosa, que mostraram extrema sensibilidade para a grande dificuldade que a siderurgia brasileira está vivendo. Recebemos com bastante otimismo a decisão que foi tomada hoje”, afirmou Marco Polo.

Segundo o executivo, a decisão tomada pelo Brasil acompanha ações que estão sendo realizadas em outras nações. Marco Polo citou como exemplo medidas de restrição tomadas pelos Estados Unidos, União Europeia, Chile, Reino Unido e México. “Todos esses países adotaram medidas para tentar proteger e defender aquilo que é tido como mais importante, que são os mercados internos”.

Segundo Marco Polo, o Instituto Aço Brasil trabalhou ao longo do tempo para mostrar que a necessidade do setor siderúrgico é recuperar a participação do mercado que foi perdida por importações predatórias. Ele acrescentou que a solução por meio da implementação de cotas foi uma alternativa sugerida pelo setor ao governo.

“É uma falácia dizer que o aço chinês é mais barato. O que ocorre é que há uma venda dos produtos chineses abaixo do custo de produção Isso é uma prática predatória. Os dados de consumo na China estão caindo e a produção se mantém, então há uma política de Estado que incentiva a exportação”, acrescentou.

O executivo citou que há trabalhos apontando para a existência de margens negativas nas operações siderúrgicas na China, em torno de US$ 50 a US$ 56 a tonelada exportada do produto. “É deste problema que estamos falando. Não estamos falando sobre arrumar condições para competir com o aço importado. Nós investimos R$ 12 bilhões por ano para ter uma siderurgia moderna. Temos usinas modernas que não devem nada contra nenhuma outra instalada no mundo. Agora… Não dá para competir contra práticas predatórias”, comentou.

Segundo o presidente do Instituto Aço Brasil, a preocupação principal do setor é interromper as importações realizadas de forma incorreta, com margem negativa e perfil predatório. Para Marco Polo, a decisão tomada pelo governo deixa claro que o Brasil “não é terra de ninguém”.

O porta-voz do setor relembrou que em 2023 o volume de importações atingiu um volume total de 5 milhões de toneladas, volume equivalente a 16% da produção nacional e 26% das vendas internas. “Onde isso iria parar?”, indagou.

Questionado sobre quais são as expectativas do setor para a redução das importações de caráter predatório, Marco Polo confirmou não existir dúvidas de que haverá uma diminuição do volume de produtos com essa característica que chegam ao Brasil, mas a decisão precisa ser avaliada de forma criteriosa para que se entenda de forma detalhada o impacto que ela pode trazer ao segmento siderúrgico.

Money Times - SP   25/04/2024

Ontem, o comitê da Câmara de Comércio Exterior (Camex) anunciou o aumento do imposto de importação para 25% para alguns produtos de aço.

A medida deve entrar em vigor em cerca de 30 dias e, segundo o ministro do Desenvolvimento e Indústria, Geraldo Alckmin, esse era um pedido de entidades siderúrgicas para preservar e reduzir a ociosidade da indústria nacional.

Henrique Cavalcante, analista de ações na Empiricus, lembra que esse é um debate antigo e que as empresas brasileiras têm sentido em seus resultados esse alto volume de importação de aço chinês, que é mais barato.

“A China, em uma tentativa de reativar a sua economia e alcançar patamares mais elevados de crescimento, ela subsidia bastante a siderurgia do seu país para que eles produzam aço. Só que eles não conseguem utilizar todo esse aço, então exportam aço para o mundo”, afirmou durante o Giro do Mercado desta quarta-feira (24).

Segundo ele, as margens dos resultados do último trimestre das empresas siderúrgicas brasileiras vieram pressionadas por causa disso.

Imposto para o aço vai salvar a siderurgia brasileira?

No entanto, Ygor Araujo, analista de ações da Genial Investimentos, embora a medida seja bem-vinda, ela não resolve o problema das siderúrgicas.

Ele aponta que essa elevação é válida para um grupo seleto de 11 tipos de produtos de aço (NCMs) e figurará como alíquota complementar incidida apenas sobre a diferença entre o volume total de importação e à cota média registrada entre 2020 e 2022. Quando não houver volume excedente, a alíquota permanecerá em torno de 14%.

“Nossa visão é de que a medida não representa uma solução que dê respaldo as necessidades integrais da indústria de aço brasileira e o número de NCMs contemplados está abaixo dos 30 produtos que o IABr [Instituto Aço Brasil] havia solicitado em seu pleito”, destaca em relatório.

Cavalcante, da Empiricus, projeta que o impacto será marginal no resultado das empresas, sendo que o cenário competitivo deve se manter difícil, já que o aço chinês vai continuar chegando a preços mais baixos. E isso acabou mexendo com as ações das companhias.

“As ações reagem sempre versus ao que o mercado estava esperando. Então, se você pega a regra de taxação de importação anterior, a medida é positiva. Mas em relação ao que o mercado estava esperando, ela não atendeu as expectativas da indústria”, aponta.

Hoje, a Usiminas (USIM5) cai 5,16% — puxada também pelo balanço do primeiro trimestre –, seguida por Metalúrgica Gerdau (GOAU4), em 2,22%, Gerdau (GGBR4), em 1,70%, e CSN (CSNA3), em 0,97%, por volta de 13h22.

Em relatório, os analistas do Bank of America consideram o anúncio marginalmente positivo para as siderúrgicas brasileiras, que têm lutado com uma demanda interna fraca, lucratividade ruim, com margens abaixo das médias históricas e poder de precificação limitado. Mas deixam um alerta.

“Embora a medida anunciada deva permitir que as siderúrgicas capturem alguma parte das importações, uma recuperação substancial da procura interna ainda é necessária, na nossa opinião, para gerar ganhos de quota de mercado mais significativos e para aumentar o poder de fixação de preços”, diz o documento.

CNN Brasil - SP   25/04/2024

A nova tarifa de importação para produtos de aço no Brasil ficou aquém do pedido da indústria siderúrgica brasileira e também não atendeu totalmente ao pleito dos grandes consumidores de aço.

A decisão, tomada nesta terça-feira (23) pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), definiu cotas máximas que, se ultrapassadas, a tarifa de importação aplicada será de 25%. O colegiado também reduziu as NCMs de 200 para 11 – as entidades siderúrgicas queriam uma redução para 35.

De acordo com nota divulgada pelo MDIC nesta terça-feira (23), a medida valerá por 12 meses. Além disso, outras quatro NCMs serão monitoradas e poderão receber o mesmo tratamento.

Segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, a proposta é também uma forma de não criar uma crise diplomática com um dos maiores parceiros comerciais do Brasil: a China.

De acordo com o Alckmin, a medida visa atender a indústria siderúrgica sem ferir as relações com a China e não afetar o mercado doméstico dependente desses insumos.

“Nós só fizemos essa mudança para o que estiver acima da cota e nós demos uma cota grande, inclusive, pode até não ter impacto (para os produtos importados). Se você ficar dentro dos 30% acima da média da importação, você não terá impacto”, afirmou em coletiva de imprensa, na tarde desta terça.

Na visão do vice-presidente, a medida também visa movimentar a indústria siderúrgica brasileira que está com uma “ociosidade muito grande” e que visa “cuidar” do mercado doméstico.

“Você tem mais de 40% de ociosidade em algumas áreas, uma indústria importante, uma indústria de base, que é essencial ao país. Então eu diria que foi medida de preservação do emprego e preservação de estímulo até de novos investimentos, de modernização, mas que na realidade, é uma medida extremamente cuidadosa”, disse Alckmin.

A indústria siderúrgica tem aumentado a pressão sobre o governo para sobretaxar o aço desde meados do ano passado. Isso porque a China, uma das principais produtoras de aço, está em desaceleração muito grande principalmente no mercado imobiliário – mercado interno que mais utiliza o insumo.

Assim, o gigante asiático tem “despejado” as sobras de aço no mercado global, o que levou os Estados Unidos e Chile a revisarem suas tarifas de importação do insumo como uma forma de fortalecer a indústria doméstica.

No Brasil, apesar de não ter tanta utilização de aço em construção civil, há uma cadeia industrial consumidora do insumo, como produção de equipamento e montadoras, que se posicionaram contra a sobretaxa pois o custo sobraria para eles, e também alertaram para um possível risco de desindustrialização.

Por outro lado, as indústrias siderúrgicas argumentam que o surto de importações chinesas e despejo de aço com preços predatórios encolhem a produção nacional. Resultando até em possíveis demissões em massa.

“Após análises das equipes técnicas, foi concedida a majoração às NCMs cujo volume de compras externas, em 2023, superou em 30% a média das compras ocorridas entre 2020 e 2022. Este é o caso das 15 selecionadas. Dessas, as quatro que seguem em avaliação apresentaram variações de preço, que exigirão novos estudos”, afirmou MDIC, em nota divulgada nesta terça-feira.

A decisão foi tomada pelo Gecex, o comitê executivo de gestão da Camex, que prometeu avaliar os impactos da elevação de tarifas sobre os preços praticados no mercado brasileiro.

“Estudos técnicos mostram que a medida não trará impacto nos preços ao consumidor ou a produtos derivados da cadeia produtiva. Durante os 12 meses, o governo vai monitorar o comportamento do mercado. A expectativa do governo é que a decisão contribua para reduzir a capacidade ociosa da indústria siderúrgica nacional”, diz o comunicado.

A medida deverá entrar em vigor em 30 dias e precisa ser apresentada e analisada pelos parceiros do Mercosul. O processo ainda envolve ajustes junto à Receita Federal, bem como publicação de portaria regulamentando as cotas.
Confira as NCMs sancionadas
Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a 600 mm, revestidos de ligas de alumínio-zinco;Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a 600 mm, folheados ou chapeados, ou revestidos, galvanizados por outro processo, de espessura inferior a 4,75 mm;Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a 600 mm, não folheados ou chapeados, nem revestidos, em rolos simplesmente laminados a frio, de espessura superior a 1 mm, mas inferior a 3 mm;Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a 600 mm, não folheados ou chapeados, nem revestidos, em rolos simplesmente laminados a frio, de espessura igual ou superior a 0,5 mm, mas não superior a 1 mm;Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a 600 mm, laminados a quente, não folheados ou chapeados, nem revestidos, em rolos, simplesmente laminados a quente, de espessura igual a superior a 4,75 mm, mas não superior a 10 mm;Outros produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a 600 mm, não folheados ou chapeados, nem revestidos, em rolos, simplesmente laminados a quente, de espessura igual ou superior a 3 mm, mas inferior a 4,75 mm;Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a 600 mm, não folheados ou chapeados, nem revestidos, em rolos, simplesmente laminados a quente, de espessura inferior a 3 mm, com um limite mínimo de elasticidade de 275 MPa;Outros produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a 600 mm, não folheados ou chapeados, nem revestidos, em rolos, simplesmente laminados a quente, de espessura inferior a 3 mm;Outros fios-máquinas de ferro ou aço não ligado, de seção circular, de diâmetro inferior a 14 mm;Tubos dos tipos utilizados em oleodutos ou gasodutos, soldados longitudinalmente por arco imerso, de seção circular, de diâmetro exterior superior a 406,4 mm, de ferro ou aço;Outros tubos dos tipos utilizados em oleodutos ou gasodutos, soldados longitudinalmente, de seção circular, de diâmetro exterior superior a 406,4 mm, de ferro ou aço.Abaixo, as quatro NCMs que vão permanecer em análise:

Outros tubos e perfis ocos, sem costura, de ferro ou aço, dos tipos utilizados em oleodutos ou gasodutos;Outros tubos de ligas de aços, não revestidos, sem costura, para revestimento de poços, etc;Outros tubos dos tipos utilizados em oleodutos ou gasodutos;Outros tubos soldados de outras seções.

Investing - SP   25/04/2024

Cotas e tarifas maiores às importações foram apelos da indústria siderúrgica brasileira no ano passado, diante do acirramento do ambiente competitivo, principalmente com maiores compras da China, e agora podem beneficiá-las, principalmente a Usiminas (BVMF:USIM5), sendo a ação mencionada pelo Citi, Itaú BBA e Bank of America.

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A Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), estabeleceu a criação de cotas para onze produtos de aço e elevou a tarifa da commodity importada para 25% no próximo ano, sendo que as taxas serão elevadas somente quando as cotas forem ultrapassadas.

De acordo com o Itaú BBA, a Usiminas é a siderúrgica brasileira mais beneficiada pela decisão, diante de alavancagem operacional mais elevada e exposição ao setor nacional de aços planos. O Itaú BBA estima que o aumento da tarifa para 25% reduziria o prêmio de paridade de importação de 22% para 8%. “Historicamente, o prêmio tem sido de cerca de 10-15%, portanto, uma redução para 8% proporcionaria alguma flexibilidade para possíveis variações de preços ou, pelo menos, poderia ajudar os produtores a evitar oferecer descontos no atual fraco ambiente de demanda interna”, detalham os analistas.

Já o Bank of America elencou como principais beneficiadas Usiminas e CSN (BVMF:CSNA3), pois a grande maioria dos produtos contemplados pelas novas medidas são aços planos. O BofA (NYSE:BAC) considerou que a ação é “positiva para um setor pressionado, mas não um divisor de águas”. As companhias, segundo o BofA, lutam “com uma demanda interna fraca (demanda interna estável no acumulado do ano), lucratividade fraca, com margens abaixo das médias históricas e poder de precificação limitado”.

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O BofA detalha ainda que a Usiminas teve 81% de sua receita proveniente das vendas domésticas de aço em 2023, enquanto a CSN teve representatividade de 36% e a Gerdau (BVMF:GGBR4) uma fatia de 34%.

Para o Citi, a Usiminas seria a mais favorecida por ser mais voltada a aços planos, sendo Gerdau e CSN mais diversificadas. “Na prática, esperaríamos um benefício limitado quando o mercado interno estivesse fraco – como no momento. As usinas nacionais teriam uma taxa de utilização melhor, mas não muito para aumentar o preço”, destaca o Citi.

Investing - SP   25/04/2024

A associação que representa o setor de máquinas e equipamentos, a Abimaq, disse nesta quarta-feira que o governo buscou o equilíbrio e a tecnicidade em sua decisão de elevar para 25% o imposto de importação de 11 produtos de aço e estabelecer cotas de volume de compra desses produtos de outros países.

"Para a Abimaq, o Gecex buscou o equilíbrio e a tecnicidade indispensáveis para que essa decisão fosse a melhor possível para o país e para a competitividade da indústria", afirmou em nota a entidade nesta quarta-feira, referindo-se ao Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior do Brasil (Camex).

A medida do Gecex/Camex vale por 12 meses e será aplicada em produtos como laminados planos e tubos, que atualmente possuem taxas de importação de 9% a 12,6%.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse a repórteres na terça-feira que o imposto de 25% será cobrado apenas quando a cota de volume de importação para cada um desses 11 produtos exceder a média das compras ocorridas entre 2020 e 2022 em mais de 30%.

Segundo o ministério, ao qual o Gecex é ligado, a elevação alcançaria 15 das 31 NCMs (produtos) com base nesse critério, mas quatro delas permanecem em pauta para análises adicionais.

A indústria siderúrgica cobrava há meses do governo medidas de proteção comercial, citando como principal alvo as importações chinesas de aço pelo Brasil, que reduzem o poder de precificação das usinas locais.

O presidente do conselho do Aço Brasil, instituição que representa siderúrgicas instaladas no país, Jefferson De Paula, disse no ano passado que empresas chinesas e russas estavam "inundando o mercado com produtos siderúrgicos a preços subsidiados".

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Nesta quarta-feira, o Aço Brasil afirmou em nota que a medida foi uma "importante ação do governo para conter a importação predatória que ameaça a produção de aço brasileira".

"Ao atender o pleito, o governo brasileiro vai ao encontro de iniciativas implementadas por outros países que, da mesma forma que o Brasil, têm sido fortemente prejudicados pelas importações do aço que competem de forma desleal e predatória nos respectivos mercados internos", acrescentou a instituição.

As novas regras comerciais ainda dependem do aval do Mercosul e poderão entrar em vigor dentro de um mês, segundo o Gecex/Camex.

Valor Investe - SP   25/04/2024

Decisão do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior do Brasil (Gecex) eleva o imposto de importação de 11 produtos de aço e estabelece cotas de volume de importação para esses produtos

A decisão do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior do Brasil (Gecex) de elevar o imposto de importação de 11 produtos de aço e estabelecer cotas de volume de importação para esses produtos era esperada pelo mercado, mas não ajudou a evitar o tombo das ações de siderugia no pregão de hoje na bolsa.

A Usiminas(USIM5) , que deve ser a principal beneficiária da tarifa de 25% sobre a importação do aço que o governo brasileiro implementou, dada sua alavancagem operacional elevada e exposição ao mercado doméstico de aços planos, segundo o Itaú BBA, teve recuo de 3,74%, a R$ 8,76.

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3), outra empresa beneficiada, segundo o Itau BBA, dado que boa parte das receitas vêm do mercado doméstico de aços planos, computou perdas de 0,90%, a R$ 14,29.

Já o dia da Gerdau nas ações preferenciais (GGBR4) foi de perdas de 2,50%, a R$ 18,36.

Os analistas do Itaú BBA liderados por Daniel Sasson escrevem que o impacto da tarifa para fabricantes de aços longos, como Gerdau e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), é negligenciável, dado que são poucos os produtos incluídos na tarifa.

O banco destaca que a tarifa pode começar a ter efeitos já no terceiro trimestre, caso o ritmo de importações continue no ritmo atual, já que 60% da quota permitida antes da aplicação da tarifa já foi alcançada.

Eles calculam que o prêmio do aço importado sobre o nacional deve cair de 22% para 8% com a nova tarifa, abaixo da média histórica entre 10% a 15%, dando flexibilidade para as companhias elevarem preços.

Já o BofA pontua que os termos da imposição de tarifa de 25% sobre o aço importado poderiam ser mais agressivos.

Para os analistas Caio Ribeiro, Leonardo Neratika e Guilherme Rosito, a tarifa terá impacto de somente 2% sobre o aço consumido no mercado doméstico, no melhor cenário possível.

O banco acredita que as siderúrgicas vão ganhar espaço de mercado sobre as chinesas, mas uma melhoria estrutural sobre a demanda do aço no Brasil precisa acontecer para que as empresas capturem todo o benefício das tarifas.

Diário do Comércio - MG   25/04/2024

Ao atender um antigo pleito da indústria siderúrgica nacional e estabelecer cotas de importação de aço mais imposto de 25% sobre o excedente, o governo federal possibilita que as usinas siderúrgicas tenham mais espaço para ajustar o preço do insumo no mercado, avaliam especialistas. Mas questão é apontada ainda como um “cabo de guerra” entre a siderurgia nacional e os setores que utilizam o aço como insumo principal dos seus produtos, que, por sua vez, protestam contra a alíquota.

O anúncio da sobretaxa, feito nessa terça-feira pelo governo federal, tem impactos positivos, no geral.

“Isso é um ‘cabo de guerra’, porque os grandes clientes das usinas siderúrgicas não querem que aumente a alíquota, porque eles podem comprar o aço importado ou o aço nacional mais barato”, explica o analista de investimentos Pedro Galdi. Ele aponta que outros países, como os Estados Unidos, já adotam a taxação contra o insumo originado na China.

Especialista no mercado de commodities, Galdi afirma que a importação do produto pelo país asiático inibe a indústria nacional de majorar o valor no mercado. “O aço chinês chega no Brasil a preço de custo, então a siderurgia brasileira tem que dar desconto para competir. Existe uma pressão das grandes consumidoras de aço de que essa alíquota não vigore”, comenta.

Em nota, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) declarou que o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex), colegiado do governo federal que reúne dez ministérios, buscou o equilíbrio e a tecnicidade para que a decisão fosse a melhor possível para o País e para a competitividade da indústria.

A entidade disse entender o problema do setor siderúrgico com a importação do aço, e que foi afirmado durante o debate que não haveria aumentos de preços. A associação afirma ainda que acompanhará de perto a aplicação das regras estabelecidas e sua repercussão, no mercado e nos preços da indústria, durante os próximos 12 meses.

A economista do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Diana Chaib, considera que a medida é uma preocupação do governo federal com o fortalecimento da indústria nacional e dos produtores locais de aço. “A tentativa do governo é estimular a produção nacional e evitar perdas de participação do mercado nacional, em função do aço importado a preços mais baixos, como se fosse evitar uma ‘concorrência desleal’”, disse.

Também pesquisadora do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), ela acredita que o aumento nas tarifas de importação do aço poderá gerar impactos positivos para as siderúrgicas do País, ao estimular a demanda interna do produto.

“Isso vai ser viável, principalmente, porque essa medida não vai gerar impactos nos preços aos consumidores e nem em nenhum elo da cadeia produtiva. Isso porque os produtores nacionais vão ter uma maior flexibilidade e uma maior margem para os preços, uma vez que a concorrência externa deve diminuir”, aponta.

Impactos

De acordo com o governo federal, estudos técnicos mostraram que a medida não trará impacto nos preços ao consumidor ou a produtos de derivados da cadeia produtiva. Nos próximos 12 meses, o comportamento do mercado será monitorado e a expectativa oficial é que a medida contribua para reduzir a capacidade ociosa da indústria siderúrgica nacional.

Inclusive, nessa quarta-feira (23), a companhia Ternium disse que vê uma ligeira melhora no mercado de aço brasileiro, mas que o Brasil ainda enfrenta fluxo elevado da importação de aço a preços considerados pela empresa como injustos. A companhia acrescentou que seu alto-forno no País está passando por reparos, após uma interrupção temporária.

O CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, em entrevista coletiva no final do ano passado, disse que a China “tem inundado o mundo com aço subsidiado” ao desabafar contra a importação. Ele considerou as importações chinesas como o maior problema enfrentado pela indústria nacional e que o País terá de escolher entre exportar minério e gerar empregos no país asiático, ou taxar o produto chinês e preservar postos de trabalho nas usinas siderúrgicas brasileiras.

Globo Online - RJ   25/04/2024

Sob pressão da indústria siderúrgica, o governo anunciou a imposição de cotas e de uma sobretaxa de 25% sobre as importações de aço que excederem o limite — hoje a tarifa praticada está em 10,8%. Repete-se uma história conhecida: recorre-se ao protecionismo para atender ao interesse da indústria nacional, e os consumidores deixam de ser beneficiados por preços baixos no exterior.

O motivo alegado pelo governo é a “inundação” de aço chinês, comprovada, diz o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), por importações, em 2023, 30% superiores à média verificada entre 2020 e 2022. De nada adiantou a mobilização em Brasília de mais de uma dezena de entidades representativas de setores que têm o aço como insumo básico — construção civil, máquinas e equipamentos, veículos, eletrodomésticos, construção naval ou autopeças. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil ainda tentou explicar ao comitê de dez ministérios autor da medida que o principal fornecedor de vergalhão às construtoras é a Turquia, e não a China. Foi em vão.

Para se justificar, o governo recorre também ao avanço do protecionismo no mundo, em particular ao exemplo do presidente americano, Joe Biden, que defende triplicar as tarifas sobre o aço chinês e acusa Pequim de praticar comércio desleal. Mas Biden tem motivos políticos — garantir o voto em estados americanos produtores de aço. A tarifa deveria se justificar em termos econômicos. Não é o caso.

No governo Michel Temer, a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos (Seae) simulou em estudo uma abertura comercial ampla, zerando alíquotas de importação. Constatou que os preços cairiam em cerca de 5% na economia como um todo. Em setores protegidos demais, como automóveis, couro, têxteis ou vestuário, a deflação ficaria entre 6% e 16%. Ao mesmo tempo, o nível total de empregos ficaria inalterado e, na sequência da abertura comercial, 75% dos setores da economia abririam novas oportunidades de trabalho.

É preciso, ainda, exorcizar o fantasma histórico da quebradeira generalizada no caso de uma abertura ampla da economia ao exterior. O mesmo estudo analisou os efeitos do corte de tarifas de 37% para 12% feito sobre a importação de produtos manufaturados entre 1990 e 1995. A produtividade do país, em queda na segunda metade dos anos 1980, cresceu em razão da reação das empresas à competição externa. Para reagir, elas tiveram acesso mais fácil a máquinas, equipamentos e insumos importados.

A decisão equivocada de criar cotas e estabelecer tarifas sobre o aço chinês mostra, portanto, que o país esquece até as políticas que deram certo. Ao reagir com a criação de barreiras à importação, o Brasil deixa de aproveitar preços mais baixos no exterior, alimentando a inflação. Além disso, retira um incentivo para o parque siderúrgico se tornar mais eficiente e produtivo. Quem pagará o preço será o consumidor.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   25/04/2024

Em um quadro de maior cautela sobre as perspectivas de inflação nos Estados Unidos, a curva futura voltou a embutir cenário mais provável de apenas um corte de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) este ano, embora as apostas sigam bem divididas. É o que mostra a plataforma de monitoramento do CME Group.

Pouco antes do fechamento deste texto, a ferramenta exibia 34% de chance de a autoridade monetária reduzir a taxa básica em 25 pontos-base até dezembro, comparado com 31% na véspera. Ligeiramente atrás, a possibilidade de haver uma baixa acumulada de 50 pontos-base aparecia com 33,9%, frente aos 34,9% apontados ontem. O risco de nem haver corte no período, por sua vez, cresceu de 10,5% para 12,8%.

O mercado financeiro ainda espera majoritariamente um primeiro passo no ciclo de relaxamento em setembro, embora essa hipótese também tenha perdido força. Atualmente, a taxa dos Fed Funds está na faixa entre 5,25% e 5,50%.

O ambiente de maior prudência reflete os indícios de que a economia dos EUA permanece resiliente, o que tende a dificultar a volta da inflação à meta. Nesta manhã, o governo revelou que as encomendas de bens duráveis saltaram 2,6% em março ante fevereiro, mais que o esperado por analistas.

Investing - SP   25/04/2024

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quarta-feira que a autarquia quer "dar tempo" para entender como os reajustes na curva de juros dos Estados Unidos afetarão o mandato local de controle da inflação, o que, segundo ele, está em linha com a comunicação oficial do BC.

Galípolo defendeu que o BC não deve se "emocionar" com flutuações de curto prazo no mercado e agir de forma precoce, mas alertou que essa postura gera um risco de que a autoridade monetária acabe esperando demais para reagir a eventos externos.

"Talvez o que seja mais adequado na linha de parcimônia e serenidade é conseguir dar tempo, quando acontece esses tipos de reajustes na curva americana, para entender como isso desdobra no mandato do Banco Central, que é a meta de inflação", disse Galípolo em palestra realizada no Upload Summit 2024, em São Paulo.

"Acho importante a gente ter calma e não se emocionar muito e entender como isso vai se desenrolar, ainda que o risco seja de estar um pouco mais atrasado nesse processo de reação", acrescentou.

O diretor do BC disse que as oscilações recentes na curva de juros dos EUA talvez sejam o maior responsável pelas perdas expressivas do real ante o dólar em sessões recentes, e apontou uma maior correlação entre a curva americana e a brasileira.

Participantes do mercado no mundo todo têm reprecificado as perspectivas de cortes de juros pelo Federal Reserve, com a maioria passando a ver apenas dois ajustes no final deste ano e alguns apostando que não haverá afrouxamento da política em 2024.

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Essa mudança ocorreu em parte a dados fortes da inflação dos EUA neste início de ano, alinhados à contínua força da atividade econômica norte-americana e a um mercado de trabalho robusto, com uma taxa de desemprego baixa em níveis históricos.

O novo cenário gerou uma valorização global do dólar. No Brasil, a moeda norte-americana atingiu na semana passada seu maior valor ante o real em mais de um ano, o que também tem sido atribuído a uma maior incerteza em relação ao compromisso fiscal do governo.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem reiterado que o BC não deve reagir com intervenções cambiais a essa reprecificação, já que o câmbio é flutuante e a autoridade monetária só age em casos de disfuncionalidades no mercado.

Outra reação aos recentes desenvolvimentos foi a mudança na expectativa de especialistas consultados pelo BC em sua pesquisa Focus para a taxa Selic. Eles agora veem a taxa de juros encerrando este ano e o próximo em patamares maiores do que antes.

META DE INFLAÇÃO

No evento desta quarta-feira, Galípolo foi questionado sobre a viabilidade da meta de inflação do BC, atualmente em 3% para este ano e os dois próximos.

O diretor afirmou que não cabe à autarquia opinar sobre qual deveria ser a meta de inflação, argumentando que o mandato do BC é apenas perseguir a meta estabelecida.

"Do ponto de vista de diretor de política monetária, isto não é um tema... Meta não é para se discutir, é para se perseguir", afirmou.

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Ele indicou ter uma opinião ainda mais "radical" de que o BC não deveria ter direito à voto na determinação da meta de inflação no Conselho Monetário Nacional, defendendo que ela seja estabelecida pelo "poder democraticamente eleito".

O CMN é composto pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e Orçamento, e pelo presidente do BC.

Galípolo ainda disse estar otimista em relação ao Brasil, apontando que o país reúne vantagens comparativas para aproveitar oportunidades de realocações em meio a tensões geopolíticas.

Ele disse acreditar que o consumo das famílias brasileiras deve se manter resiliente, seja pela queda da inflação e da taxa Selic, seja pelo aumento do salário mínimo, seja pela manutenção de gastos elevados do governo.

Globo Online - RJ   25/04/2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou ontem ao Congresso Nacional o primeiro projeto com as regras para a aplicação da Reforma Tributária. Aprovada no ano passado depois de quatro décadas de discussões, a reforma dos impostos sobre bens e serviços precisa ser regulamentada, como os produtos que vão estar na cesta básica nacional, com isenção total do imposto, e o cashback, que é a devolução de tributos pagos por famílias de baixa renda.

O projeto apresentado por Haddad tem 300 páginas e 500 artigos. Pelo menos outros dois projetos, mais específicos, ainda serão propostos. O ministro entregou o texto pessoalmente aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), depois de validar a proposta com o presidente Lula.

Veja os cinco principais pontos abordados na regulamentação da Reforma Tributária

1. Cesta básica nacional, com impostos zerados e reduzidos

O governo propôs, juntamente com os estados, uma redução no número de produtos para a cesta básica nacional, que contará com isenção dos futuros impostos sobre o consumo. A cesta básica com alíquota zero, proposta pelo governo, tem 15 itens (com diferentes categorias), como arroz, feijão, margarina, raízes, farinhas, óleo, açúcar e leite. Haverá uma cesta maior, com redução de 60% no imposto, com carnes, ovos alguns peixes, crustáceos (exceto lagostas e lagostim).

2. Cashback: devolução de imposto para baixa renda

A equipe econômica recomenda “cashback” às famílias com renda per capita de até meio salário mínimo (hoje, o equivalente a R$ 706). Pela proposta, haverá devolução de 100% do imposto pago no caso da CBS (IVA federal) e de 20% para o IBS (IVA estadual e municipal), no caso do gás de cozinha; de 50% para a CBS e 20% para o IBS, no caso de energia elétrica, água e esgoto; e de 20% para a CBS e para o IBS, nos demais casos.

3. ‘Imposto do pecado’ sobre bebidas e petróleo

O governo propôs, que o Imposto Seletivo, chamado de "imposto do pecado", seja cobrado sobre cigarros, bebidas alcoólicas, sobre bebidas açucaradas, veículos poluentes e sobre a extração de minério de ferro, de petróleo e de gás natural. O objetivo é que bens e serviços que sejam prejudiciais à saúde e ao meio ambiente tenham um imposto maior do que o restante da economia. As alíquotas, porém, só serão conhecidas no futuro.

4. Desconto de 30% na alíquota geral para profissionais liberais

O projeto traz a lista completa das categorias de profissionais liberais que terão alíquota reduzida em 30% em seus serviços: administradores; advogados; arquitetos e urbanistas; assistentes sociais; bibliotecários; biólogos; contabilistas; economistas; profissionais de educação física; engenheiros e agrônomos; estatísticos; médicos veterinários e zootecnistas; museólogos; químicos; profissionais de relações públicas; técnicos industriais; e técnicos agrícolas.

5. Escolas, hospitais, laboratórios e dentistas terão desconto

O projeto propõe que serviços ligados a escolas e hospitais particulares tenham um desconto de 60% no imposto pago. A proposta traz ainda a lista de medicamentos e equipamentos médicos com isenção total do imposto, ou redução de 60% sobre a alíquota. Não precisarão pagar imposto 383 princípios ativos de medicamentos, listados em anexo no projeto de lei complementar. Estão na lista, por exemplo, vacinas de prevenção a Covid-19, dengue, febre amarela e gripe.

MINERAÇÃO

Investing - SP   25/04/2024

Os preços dos contratos futuros de minério de ferro se recuperaram nesta quarta-feira, atingindo o nível mais alto em mais de seis semanas, auxiliados por esperanças renovadas de melhora na demanda de aço na China, principal mercado consumidor do minério, e pela perspectiva de menor oferta depois que uma grande mineradora reduziu sua projeção de embarque anual.

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 3,08%, a 888 iuanes (122,55 dólares) a tonelada, o maior valor desde 8 de março. Na terça-feira, o contrato caiu mais de 1,5%.

O minério de ferro de maio, referência na Bolsa de Cingapura, subiu 5,12%, para 118,55 dólares a tonelada, o maior valor desde 7 de março.

Os fundamentos do minério de ferro melhoraram e a expectativa é de que o valuation do mercado de ferrosos aumente, disseram os analistas da Galaxy Futures em nota.

"A emissão de títulos especiais deve acelerar à frente, enquanto a melhora na demanda de aço pode se manter, já que o consumo de aço para construção continuará a se recuperar e a demanda do setor industrial provavelmente permanecerá resiliente."

Os títulos especiais são normalmente usados para financiar projetos de infraestrutura.

O planejador estatal da China disse na terça-feira que orientaria os governos locais a acelerar o progresso na construção de projetos e o uso de fundos, e os analistas da Zijintianfeng Futures previram que a produção de metais quentes cresceria ainda mais nas próximas semanas.

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A produção diária de aço bruto entre as principais usinas membros da Associação de Ferro e Aço da China (CISA) aumentou 0,33% entre 11 e 20 de abril em relação ao período anterior de 10 dias, para cerca de 2,12 milhões de toneladas.

O sentimento do mercado também foi impulsionado depois que a australiana Fortescue, a quarta maior fornecedora de minério de ferro do mundo, registrou uma queda acima do esperado nos embarques de minério de ferro no terceiro trimestre, após um descarrilamento de vagões de minério e interrupções climáticas que levaram a um ligeiro corte em sua projeção de embarques anuais.

Infomoney - SP   25/04/2024

A Vale (VALE3) registrou lucro de US$ 1,679 bilhão de forma líquida (atribuível aos acionistas) no primeiro trimestre de 2024 (1T24). Um ano antes, o lucro foi de US$ 1,837 bilhão, configurando uma queda de 9% na base anual. Fora isso, o número ficou abaixo do consenso do mercado, que enxergava um lucro de US$ 1,83 bilhão.

Já a receita da mineradora foi de US$ 8,459 bilhões, mantendo-se praticamente estável no ano e abaixo dos US$ 8,64 bilhões do consenso. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado da Vale ficou em US$ 3,438 bilhões, baixa de 7% na base anual e também ficando aquém do consenso, de US$ 3,6 bilhões.

Segundo relatório, o desempenho se deve aos menores preços realizados de finos de
minério de ferro.

A margem Ebitda ajustada, por sua vez, atingiu 41% no primeiro trimestre de 2024, baixa anual de 3 pontos percentuais.

O custo caixa C1 de finos de minério de ferro, excluindo compras de terceiros, foi ligeiramente menor na comparação anual, atingindo US$ 23,5 por tonelada no 1T, apesar do efeito negativo da apreciação do real.

As despesas com vendas, gerais e administrativas somaram R$ 140 milhões no 1T24, um crescimento de 19% em relação ao mesmo período de 2023.

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 437 milhões no primeiro trimestre de 2024, uma retração de 18% sobre as perdas financeiras da mesma etapa de 2023.

Em 31 de março de 2024, a dívida líquida da companhia era de R$ 10,105 bilhões, um crescimento de 23% na comparação com a mesma etapa de 2023.

Os investimentos de manutenção das operações totalizaram US$ 1,028 bilhão no primeiro trimestre, US$ 224 milhões maior na base anual, devido, principalmente, aos maiores desembolsos no projeto de extensão da mina de Voisey’s Bay (VBME) e maiores investimentos na melhoria das operações.

A geração de Fluxo de Caixa Livre foi de US$ 2,0 bilhões no trimestre representando uma conversão de Ebitda em caixa de 57%, positivamente impactada pelo forte recebimento das vendas do 4T23.

Valor - SP   25/04/2024

A Anglo American disse em comunicado que seu conselho está atualmente analisando a proposta com consultores

A gigante mineradora BHP ofereceu-se para comprar a Anglo American, uma rival de longa data com uma capitalização de mercado de cerca de US$ 35 bilhões, em um potencial mega-acordo que poderia remodelar a indústria de mineração global.

A Anglo American disse nesta quinta-feira que recebeu uma proposta da BHP composta por uma oferta de todas as ações da empresa, condicionada à cisão das participações da Anglo American em duas unidades listadas na África do Sul, Anglo American Platinum e Kumba Iron Ore.

A Anglo American disse em comunicado que seu conselho está atualmente analisando a proposta com consultores. Ela acrescentou que a proposta não era solicitada, nem vinculativa e altamente condicional.

A BHP não quis comentar.

Uma parceria entre a BHP, com sede na Austrália, e a Anglo American, listada em Londres, criaria um gigante da indústria mineradora, no que seria o maior negócio na mineração dos últimos anos.

O acordo daria à BHP, a maior mineradora do mundo, acesso às minas da Anglo American na América do Sul e no Brasil.

O setor minerador global está passando por uma onda de negociações que não se via há anos. A transição energética e as políticas governamentais, como a Lei de Redução da Inflação nos EUA, estão impulsionando a atividade de aquisições, uma vez que a subida dos preços das matérias-primas que se seguiu à invasão da Ucrânia pela Rússia no início de 2022 deixou as empresas cheias de dinheiro.

O cobre está no centro da onda de negócios, em meio a expectativas de que a demanda pelo metal aumentará à medida que o mundo se descarbonizar. Os veículos elétricos e os parques eólicos utilizam cobre em quantidades muito maiores do que os carros movidos a gasolina e as centrais elétricas a carvão.

Os preços do cobre subiram cerca de 15% até agora este ano, embora permaneçam quase 10% abaixo do máximo recorde de 4,929 dólares por libra-peso alcançado no início de março de 2022.

A BHP depende do minério de ferro, o principal ingrediente do aço, para a maior parte dos seus lucros, mas tem aumentado constantemente as apostas na transição para um mundo de baixo carbono. Ela comprou a mineradora australiana de cobre e ouro Oz Minerals por US$ 6,34 bilhões em maio do ano passado, o que representou sua maior aquisição desde 2011, quando comprou a Petrohawk Energy por mais de US$ 12 bilhões.

A BHP também reduziu a sua exposição aos combustíveis fósseis, vendendo a sua unidade de petróleo e gás à Woodside Energy em meados de 2022.

Diário do Comércio - MG   25/04/2024

Promotores de Justiça de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) iniciaram nesta quarta-feira, 24 de abril, fiscalizações in loco nas barragens construídas pelo método a montante em todo Estado de Minas Gerais.

São 38 estruturas que estão em processo de descaracterização, determinado pela Lei Mar de Lama Nunca Mais (Lei nº 23.291, de 25/02/2019), e que receberão a visita das equipes técnicas do MPMG e das auditorias independentes contratadas.

As primeiras estruturas a serem fiscalizadas foram as barragens B2 Auxiliar, da empresa Minérios Nacional, localizada em Rio Acima; a Sul Superior, da Vale, em Barão de Cocais; e a B3/B4, também da Vale, localizada em Nova Lima.

A ação integra o projeto Desativando Bombas-Relógio, concebido pelo MPMG para acompanhar, por meio da atuação preventiva, a desativação dessas estruturas a montante remanescentes. “As auditorias têm como objetivo avaliar o cumprimento das etapas de descaracterização e dos acordos previstos nos Termos de Ajustamento de Conduta”, explica o Promotor de Justiça e coordenador de Meio Ambiente e Mineração, Lucas Marques Trindade.

A previsão é que todas as barragens a montante em Minas Gerais sejam descaracterizadas até 2035. Segundo o coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça do Meio Ambiente (Caoma), promotor de Justiça Carlos Eduardo Ferreira Pinto, “por vezes, essas estruturas, sobretudo as que estão em nível 3 de emergência, não permitem o acesso de trabalhadores. O trabalho precisa ser feito com toda a cautela necessária para que o descomissionamento não incremente esse risco. Então, não é simplesmente fechar a estrutura e fazer plantio em cima. É um processo de descaracterização muito difícil, muito técnico e que requer responsabilidade e seriedade. É preciso que seja feito no menor tempo possível, com a técnica e cautela necessárias”.

Site de acompanhamento

Em Minas, são 54 estruturas nesse método, sendo 16 que já finalizaram o processo de descaracterização. O cidadão que quiser acompanhar a descaracterização das 38 barragens alteadas a montante ainda existentes em Minas Gerais pode verificar a evolução dos processos por meio do site.

Infomoney - SP   25/04/2024

Os preços dos contratos futuros de minério de ferro se recuperaram nesta quarta-feira, atingindo o nível mais alto em mais de seis semanas, auxiliados por esperanças renovadas de melhora na demanda de aço na China, principal mercado consumidor do minério, e pela perspectiva de menor oferta depois que uma grande mineradora reduziu sua projeção de embarque anual.

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 3,08%, a 888 iuanes (122,55 dólares) a tonelada, o maior valor desde 8 de março. Na terça-feira, o contrato caiu mais de 1,5%.

O minério de ferro de maio, referência na Bolsa de Cingapura, subiu 5,12%, para 118,55 dólares a tonelada, o maior valor desde 7 de março.
Os fundamentos do minério de ferro melhoraram e a expectativa é de que o valuation do mercado de ferrosos aumente, disseram os analistas da Galaxy Futures em nota.

“A emissão de títulos especiais deve acelerar à frente, enquanto a melhora na demanda de aço pode se manter, já que o consumo de aço para construção continuará a se recuperar e a demanda do setor industrial provavelmente permanecerá resiliente.”

Os títulos especiais são normalmente usados para financiar projetos de infraestrutura.

O planejador estatal da China disse na terça-feira que orientaria os governos locais a acelerar o progresso na construção de projetos e o uso de fundos, e os analistas da Zijintianfeng Futures previram que a produção de metais quentes cresceria ainda mais nas próximas semanas.

A produção diária de aço bruto entre as principais usinas membros da Associação de Ferro e Aço da China (CISA) aumentou 0,33% entre 11 e 20 de abril em relação ao período anterior de 10 dias, para cerca de 2,12 milhões de toneladas.

O sentimento do mercado também foi impulsionado depois que a australiana Fortescue, a quarta maior fornecedora de minério de ferro do mundo, registrou uma queda acima do esperado nos embarques de minério de ferro no terceiro trimestre, após um descarrilamento de vagões de minério e interrupções climáticas que levaram a um ligeiro corte em sua projeção de embarques anuais.

Máquinas e Equipamentos

Automotive Business - SP   25/04/2024

A perspectiva de melhora do mercado de máquinas de construção na América Latina fez com que a CNH Industrial preparasse a sua fábrica de Contagem (MG) para nacionalizar a produção de alguns equipamentos.

A unidade recentemente recebeu investimentos em automação para a área de solda. Os recursos, em torno de US$ 37 milhões, foram aplicados na compra de robôs e de equipamentos para a linha de montagem de escavadeiras.

"Com a automação conseguimos melhorar a flexibilidade da linha. Agora, podemos rodar seis modelos. Antes, produzíamos duas máquinas", disse Rafael Ricciard, gerente comercial da New Holland, durante a M&T Expo 2024.

"É um processo que estamos implantando na fábrica, a produção de máquinas ainda é muito manual e agora automatizamos parte do processo", completou. A New Holland é uma marca subsidiária à CNH.

Segundo o executivo, a fábrica opera em dois turnos de produção e, atualmente, é a unidade exclusiva de montagem de tratores de esteira da empresa no mundo.

"Historicamente, no primeiro semestre, usamos em torno de 80% da capacidade instalada. Nos meses finais do ano, fazemos os ajustes e os investimentos necessários para melhorar a eficiência da unidade", contou Ricciard.

A fábrica vai começar a produzir as novas linhas de retroescavadeira B110C e B95C da New Holland, que foram lançados durante a feira. "Estamos apresentando duas novas linhas de máquinas e três novos modelos. Nos últimos dois anos, lançamos mais de 45 produtos", disse o gerente de marketing de produto, Rafael Barbosa.

As retroescavadeiras são equipadas com o motor mecânico modelo S8000 da CNH, com baixo consumo de combustível, segundo a New Holland Construction. “Essa uniformidade simplifica a manutenção e aquisição de peças, proporcionando uma experiência consistente aos nossos clientes em diferentes regiões”, ressaltou Barbosa.
New Holland também lançará mini-escavadeira

Além das retroescavadeiras, serão lançados no mercado latino-americano a mini-escavadeira E35D e a pá-carregadeira W12D, que serão importadas da Itália, e a carregadeira compacta W80C, que virá da Índia.

"O Brasil tem uma capacidade instalada para atender um mercado de 55 mil máquinas por ano. Os programas de infraestrutura, como o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], o Marco do Saneamento e as privatizações, sempre geram uma expectativa no mercado, mas, essas vendas ainda não vieram", disse Paula Araújo, responsável pela marca New Holland na América Latina.

Para este ano, segundo ela, as vendas de máquinas e equipamentos de construção devem chegar a 36 mil unidades ante um mercado de 32,5 mil apurados no ano passado, de acordo com os dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

"Vamos crescer de 5% a 7% neste ano. Estamos observando um mercado em ritmo crescente e isso deve continuar nos próximos anos", afirmou a executiva.

Automotive Business - SP   25/04/2024

A locação de máquinas e equipamentos de construção já representa cerca de 25% do mercado no Brasil. Esse percentual, apesar de estar em rota de crescimento, ainda é pequeno se comparado aos Estados Unidos, Europa e Japão, que já são mais de 50% das vendas dos equipamentos, segundo o vice-presidente da Case Construction Equipment para a América Latina, Carlos França.

No ano passado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), as vendas de máquinas e equipamentos somaram 32,5 mil unidades. Para 2024, a expectativa é de comercialização é de 36 mil máquinas e equipamentos.

“É um mercado que está em expansão no Brasil. Na Case, por exemplo, as vendas para empresas de locação já representam 31% das vendas. É o nosso maior segmento de atuação”, disse França durante a M&C Expo. “Aquele cliente que não consegue adquirir uma máquina de construção, ele prefere a modalidade e isso vem crescendo no país.”

Segundo o executivo, neste segmento está ocorrendo concentração de mercado, com fusões e aquisições de pequenas locadoras pelas empresas maiores. Além disso, as cinco maiores companhias do segmento estão abrindo capital e atraindo fundos de investimentos.

“Essas companhias têm aumentado as cotações principalmente para a expansão da frota. Os números do primeiro trimestre mostram que esse ano as vendas para o segmento na Case devem ser maiores do que em 2023. Mas, ainda, a renovação segue em alta. Tradicionalmente a cada três a quatro anos, essas companhias vão ao mercado”, ressaltou França.
Sete segmentos puxam vendas da Case no Brasil

Apesar do crescimento da representação da locação de máquinas no Brasil, a Case, segundo o executivo, não tem, pelo menos por enquanto, planos de abrir uma empresa neste segmento. “Não é uma opção para a companhia. É um mercado que tem grande expressão na Case”, disse o executivo.

Além da locação, para a Case há seis segmentos representativos em termos de venda: agrícola, infraestrutura, industrial, governamental, florestal e mineração. E para atender todos os mercados, a companhia lançou 11 produtos durante a feira M&T Expo. Uma das novidades é o novo trator compacto de esteiras, o 850M, produzido na fábrica da CNH, em Contagem (MG), informou França. A Case é uma marca do Grupo CNH assim como a New Holland Construction.

A unidade, que teve investimentos em automação, passou a produzir globalmente a linha de tratores compactos de esteiras para a companhia e fez da Case a única marca produtora dessa linha no Brasil. A máquina será comercializada no país e exportada para mercados dos Estados Unidos e Ásia-Pacífico, informou a empresa.

A Case também lançou a nova geração da pá carregadeira W20G. Esse modelo, que há 50 anos é produzido no Brasil, tem mais visibilidade, dando mais precisão e eficiência ao operador em uma variedade de ambientes.

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   25/04/2024

Com o lançamento local de duas máquinas compactas elétricas – a Volvo L25 Electric e a Volvo ECR25 Electric, a Volvo Construction Equipment (Volvo CE) amplia sua jornada global na oferta de equipamentos elétricos.

A iniciativa reforça o compromisso da marca em zerar emissões de CO2 em suas máquinas até 2040, em atendimento à crescente demanda por soluções ambientalmente responsáveis, sem renunciar à eficiência.

“Dentro dessa jornada de descarbonização, a meta é que 35% de nossas vendas globais sejam de máquinas elétricas até o fim dessa década, como parte da iniciativa Science Based Target (dados baseados em ciência)”, assegura Luiz Marcelo Daniel, presidente da Volvo CE na América Latina.

A carregadeira compacta Volvo L25 Electric e a escavadeira compacta Volvo ECR25 Electric chegam ao mercado latino-americano logo após um consagrado sucesso nos mercados europeus e norte-americano. Os primeiros testes no Brasil já comprovaram que as máquinas elétricas têm operação mais rápida do que as equivalentes a diesel, o que traz vantagens para a operação.

Além de maior agilidade, os novos equipamentos combinam versatilidade, silêncio e eficiência energética de maneira excepcional, tudo isso livre de emissões durante a operação.

Características – A Volvo L25 Electric, nova carregadeira de rodas compacta, possui peso operacional de 5 toneladas e uma capacidade de carga de 1,7 toneladas. Com uma operação notavelmente silenciosa, graças ao seu sistema de tração totalmente elétrico, a máquina se torna o equipamento indicado para áreas sensíveis ao ruído, permitindo trabalhos em horários não convencionais ou em ambientes internos, reduzindo as preocupações com a poluição sonora.

As baterias de Lítio-íon de 48V e 40kWh de capacidade oferecem até oito horas de operação, dependendo da intensidade do uso. Com opções flexíveis de carregamento é possível recarregar a bateria em 100% em até duas horas, otimizando a operação e minimizando as paradas. Além disso, as baterias são protegidas contra vandalismo e projetadas para suportar até 2.500 ciclos completos de carga, garantindo uma vida útil longa, sem necessidade de manutenção.

Da mesma forma, a Volvo ECR25 Electric, nova escavadeira compacta elétrica da Volvo, com peso operacional de 2,7 toneladas, se destaca por seu funcionamento silencioso, indicada para trabalhos em áreas urbanas ou sensíveis a ruídos, como operações próximas a hospitais, por exemplo.

Com o aumento das zonas de baixas emissões nas cidades, a Volvo ECR25 Electric abre novas oportunidades de negócios para usuários finais e empresas de locação de máquinas. O novo equipamento também se destaca por seu design compacto, de raio de giro zero, que o torna ideal para aplicações em espaços reduzidos, como obras de escavação em porões e demolição.

Outro uso indicado é no campo. A Volvo ECR25 Electric é altamente dirigida para trabalhos no agronegócio, como em granjas, currais e todo o tipo de trato com animais. Como oferecem baixo nível de ruído, não interferem no bem-estar da criação, mantendo-a sem estresse.

CBN Campinas - SP   25/04/2024

Troca de experiências e muitos negócios. A M&T Expo reúne mais de 600 expositores e deve receber 35 mil visitantes. São pessoas do setor do agronegócio, da infraestrutura e construção que apresentam novidades que podem impactar a categoria num futuro próximo.

Motores que funcionam com combustíveis menos poluentes, máquinas agrícolas para auxiliar no plantio e tecnologia para a pavimentação de ruas. Essa é a diversidade de artigos que compõe a M&T Expo que vai até a próxima sexta-feira (26), no São Paulo Expo, na capital paulista.

Uma infinidade de tratores, guindastes, caminhões e componentes ajudam a ilustrar o espaço. Participando do evento pela segunda vez, uma empresa de motores representada pelo engenheiro Rodrigo Bezerra apresenta as novidades. Com sede na Finlândia ela atua no Brasil há 30 anos e de olho na sustentabilidade desenvolveu um motor menos poluente.

Pra quem trabalha na construção civil é o momento de se atualizar, como fez o engenheiro Marcelo Rodrigo.

O captador Guilherme Silva aproveitou o evento pra fazer networking e conhecer as novidades tecnológicas aplicadas na construção.

De acordo com o vice-presidente da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração) o setor está voltando aos patamares de antes da Operação Lava Jato, que impactou diretamente uma série de construtoras que foram denunciadas. Para 2024, a expectativa é de crescimento de 7% no volume de vendas.

Além da área de concreto e asfalto, a M&T Expo 2024 terá ainda lançamentos de máquinas com tecnologia embarcada e inovações dos principais fabricantes de máquinas da linha amarela e de elevação de carga.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   25/04/2024

No mesmo período, a receita da Ford somou US$ 42,78 bilhões, alta de 3,2% na comparação anual

A Ford Motors registrou um lucro de US$ 1,33 bilhão no primeiro trimestre, queda anual de 24,4%. O lucro líquido por ação caiu de US$ 0,44 para US$ 0,33.

No mesmo período, a receita da Ford somou US$ 42,78 bilhões, alta de 3,2% na comparação anual.

Os resultados ficaram abaixo das expectativas do mercado. Analistas escutados pela FactSet esperavam que a Ford registrasse um lucro por ação de US$ 0,43 e receitas de US$ 42,9 bilhões.

O fluxo de caixa operacional no período foi de US$ 1,4 bilhão, refletindo os efeitos do capital de giro de cerca de 60 mil veículos que estavam em estoque no final do primeiro trimestre, mas que devem ser entregues no segundo trimestre.

Os custos e despesas totais também subiram 5,6% no ano , para US$ 41,55 bilhões.

A Ford também anunciou o pagamento de dividendos no valor de US$ 0,15 por ação. O pagamento será realizado em 3 de junho, com base na composição acionária do dia 08 de maio.

Nesta tarde, as ações da Ford no pós-mercado em Nova York subiam 2,1%, a US$ 13,31. No pregão regular, os papéis subiram 0,8%, a US$ 13,05.

As vendas no atacado de veículos elétricos Ford Model E caíram 20% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto a receita encolheu 84%, para US$ 100 milhões.

A montadora explica que essa divisão foi afetada por pressões de preços que afetam toda a indústria de veículos elétricos, porém, ela acredita que os custos devem melhorar no futuro, o que pode compensar a pressão sobre as receitas.

Já a Ford Blue, que comercializa uma linha de veículos a gás e híbridos, viu a sua receita diminuir 13%, para US$ 21,8 bilhões. Segundo a Ford, essa queda foi causada pelo início da produção e pelos veículos em estoque da nova picape 2024 F-150, que agora estão sendo entregues a clientes e concessionárias.

Além disso, a Ford Blue teve uma queda total de 11% nas unidades vendidas, mesmo diante do aumento de 36% nas vendas de veículos híbridos.

A linha Ford Pro, que ajuda os clientes comerciais a transformar as suas operações com veículos a gás, híbridos e elétricos, foi a única divisão que apresentou crescimento nos resultados. As receitas chegaram a US$ 18 bilhões, um aumento de 36% em base anual, com as vendas subindo 21%, impulsionadas pelo aumento na produção de caminhões Super Duty.

A Ford também destaca que as assinaturas de softwares de clientes comerciais da Ford Pro cresceram 43% em relação ao primeiro trimestre de 2023, para mais de 560 mil assinantes. Softwares e serviços físicos representaram cerca de 13% do lucro operacional da divisão, se aproximando da meta da companhia de alcançar pelo menos 20% desse resultado em alguns anos.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Grandes Construções - SP   25/04/2024

Dados recentemente divulgados pelo Green Building Council Brasil, organização não-governamental que visa fomentar a construção sustentável no país, indicam um crescimento de 40% em construções residenciais verdes no último ano, comparado a 2022. Este número sinaliza uma mudança significativa no setor imobiliário, rumo a práticas ambientalmente responsáveis.
Um dos principais impulsionadores desse fenômeno é o crescente interesse dos consumidores finais em soluções de baixo impacto ambiental, como o steel frame, por exemplo.

Esta técnica construtiva, que utiliza estruturas de aço galvanizado como base, tem se destacado não apenas por sua durabilidade e resistência, mas também por sua contribuição para a redução do desperdício de recursos e para a sustentabilidade do ambiente.

Segundo o Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), o steel frame oferece uma série de benefícios ambientais em comparação com métodos construtivos tradicionais. Um dos mais evidentes é a redução significativa no consumo de recursos naturais, como madeira, uma vez que a estrutura de aço pode ser reciclada e reutilizada em novas construções.

Além disso, a fabricação das estruturas de aço é menos poluente do que métodos considerados tradicionais, resultando em uma pegada de carbono reduzida durante todo o ciclo de vida do edifício.

Ainda segundo a entidade, optar pela construção industrializada em aço permite maior precisão e controle de qualidade durante todo o processo construtivo, o que resulta em menos desperdício de materiais e em prazos de entrega mais curtos. “Isso não apenas reduz os custos de construção, mas também minimiza o impacto ambiental causado pela geração de resíduos de uma obra”.

Para o CBCA, à medida que a conscientização sobre o impacto ambiental das escolhas construtivas se amplia entre os consumidores, a crescente demanda por residências sustentáveis continuará a impulsionar o crescimento do setor da construção em aço.

“Assim, o avanço do steel frame no mercado imobiliário brasileiro não apenas reflete uma busca por soluções eficientes e duráveis, mas também representa um passo significativo em direção a um futuro mais sustentável e ecologicamente responsável”, afirma o CBCA.

FERROVIÁRIO

O Estado de S.Paulo - SP   25/04/2024

A Justiça de São Paulo determinou a suspensão da assinatura do contrato da concessão do Trem Intercidades (TIC), que abrange a implementação de transporte expresso de passageiros entre a capital paulista, Jundiaí e Campinas e a operação de outras duas linhas. A decisão é liminar e acatou ação movida pelo Sindicato dos Trabalhadores Em Empresas Ferroviárias de São Paulo (STEFSP).

O resultado da concessão havia sido anunciado no fim de fevereiro, em leilão realizado pelo governo do Estado na B3, no qual o Grupo Comporte e a gigante chinesa CRRC fizeram a única oferta, em nome do consórcio C2 Mobilidade Sobre Trilhos.

Procurada, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) respondeu que irá recorrer da decisão, datada de terça-feira, 23. “A Secretaria de Parcerias em Investimentos reforça que responderá a todos os questionamentos e que cumpre todos ritos legais do processo de acordo com a legislação vigente”, destacou em nota.

Na decisão, a juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti (da 9ª Vara de Fazenda Pública) determinou a suspensão da assinatura do contrato enquanto o tribunal não julgar a ação movida pelo sindicato.

“Para evitar a ineficácia da medida, pois com a assinatura o mandado de segurança perde o objeto, determino a suspensão da assinatura do contrato até que as informações sejam prestadas e o mérito possa ser analisado”, determinou.

O sindicato entrou com o pedido de liminar pouco antes do leilão, no qual aponta supostas ilegalidades no certame. Dentre elas, estão a ausência de inventário detalhado dos bens públicos que passariam a ser de responsabilidade da concessionária, a falta de uma justificativa técnica para a decisão por uma concessão e a aglutinação de diferentes linhas em um só contrato — o que prejudicaria a competitividade e restringiria o volume de empresas que poderiam participar.

Além do Trem Intercidades, a Parceria Público-Privada (PPP) prevê a implementação de uma linha que interligue Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas, no interior paulista, e mudanças na operação da Linha 7-Rubi, da CPTM. O consórcio fez a proposta de 0,01% de desconto na contraprestação que será paga pelo governo do Estado, cujo teto era de cerca de R$ 8 bilhões.

Ligado à família Constantino (da Gol), o Grupo Comporte é responsável pela operação do VLT da Baixada Santista, que liga São Vicente a Santos, e do Metrô BH, na capital mineira, dentre outras atividades no ramo de transportes. Já a CRRC (sediada em Pequim) é uma das maiores referências internacionais no fornecimento de equipamentos ferroviários.

Com a concessão, o governo seria responsável, ainda, por pagar quase R$ 9 bilhões dos R$ 14,2 bilhões a serem investidos em infraestrutura, enquanto o restante seria arcado pela concessionária. Parte dos recursos estaduais será oriunda de empréstimo de cerca de R$ 6,8 bilhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O que está previsto na concessão do Trem Intercidades?

O contrato envolve a implementação, manutenção e operação das três linhas por 30 anos. A previsão é que o expresso até Campinas e as alterações na CPTM sejam entregues até 2031, enquanto a outra linha seria inaugurada em 2029.

O Trem Intercidades tem trajeto com duração estimada de 1h04 a 1h15, entre o Terminal Palmeiras-Barra Funda, zona oeste paulistana, e Campinas, com parada em Jundiaí. A velocidade média prevista é de 95 km/h. O valor médio estimado do bilhete é de R$ 50, com teto de R$ 64 (a ser atualizado anualmente, com base principalmente no IPCA).

Discutida há cerca de duas décadas, a implementação do trem a Campinas passou a ganhar o contorno atual há seis anos. O estudo de viabilidade foi firmado na gestão Geraldo Alckmin (então no PSDB, hoje no PSB), em 2018.

No governo João Doria (à época no PSDB) passou por novas etapas, como consulta e audiências públicas, além de sondagens. Por fim, o governo Tarcísio fez novas alterações e publicou o edital definitivo no ano passado.

Parte dos especialistas defende a necessidade de retomada desse tipo de transporte, a fim de desafogar o tráfego de automóveis, ônibus e caminhões e fomentar uma alternativa de menor impacto ambiental.

Praticamente não há linhas intercidades no Brasil, enquanto redes amplas operam em outros países, especialmente da Europa. Os exemplos nacionais mais próximos são os trens da Vale (entre o Espírito Santo e Minas Gerais e entre o Maranhão e o Pará), que também levam passageiros.

Por outro lado, a proposta do Estado também tem recebido críticas. Nas audiências públicas, por exemplo, já foi destacado que o valor da tarifa traria uma “elitização” do serviço e pouca efetividade na adesão daqueles que utilizam transporte por carro.

Questionamentos envolvem, ainda, o trajeto (com a reivindicação de mais paradas e alterações), a velocidade mediana e o desembolso da maior parte do investimento pelo poder público (assim como mecanismos compensatórios no caso de receita tarifária abaixo da referência estimada), dentre outros.

O traçado adotado data do século 19, de modo que envolve estações tombadas como patrimônio cultural na esfera estadual — as quais precisarão passar por restauro, readequações e, em alguns casos, conversão para um novo uso, essa última opção no caso de locais que terão uma nova estação. Segundo o Estado, a opção foi pela implementação das novas linhas em vias ao longo do caminho já em atividade (pela CPTM e o transporte de cargas) para reduzir o custo com desapropriações.

O contrato proposto prevê padrões de operação. Com 101 km de extensão, o serviço expresso funcionaria ao menos por 18 horas diárias, com intervalo de cerca de 15 minutos nos horários de pico, enquanto poderia alcançar até 60 minutos nos demais períodos. A velocidade chegaria a até 140 km/h, com capacidade de cerca de 860 passageiros por trem.

Há também determinação de implementação do chamado Trem Intermetropolitano (TIM), com estações em Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas. O trajeto seria de cerca de 44 km, com tempo estimado de 33 minutos e velocidade média de 80 km/h.

Na Linha 7-Rubi, o Estado calcula que a operação poderá ficar mais ágil. A estimativa é que caia em quase pela metade o intervalo entre trens nos horários de pico, chegando a cerca de 3,5 minutos. O máximo estabelecido no edital é de 15 minutos nos demais períodos (da capital até Francisco Morato) e de 30 minutos (restante da linha). Além disso, uma série de obras estão previstas na concessão.

Por outro lado, a medida pode resultar no encurtamento da linha, do Brás para Barra Funda. A alteração tem recebido críticas, pois deixaria de funcionar conectada à Linha 10-Turquesa, aumentando a necessidade de baldeações. Hoje, o passageiro consegue ir de Jundiaí a Rio Grande da Serra sem trocar de trem.

Estima-se que a soma do TIC, do TIM e da Linha 7-Rubi chegue a transportar mais de 550 mil pessoas diariamente no primeiro ano, com incremento paulatino nos anos seguintes. Entre as fontes de renda adicionais da concessionária, está a possibilidade de venda naming rights — como é feito em estações de metrô (como na Estação Paulista-Pernambucanas) — e o transporte de cargas, dentre outras.

O Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) da medida identificou 52 impactos potenciais, entre positivos e negativos. Nas áreas diretamente afetadas, mapeou-se que 11,5% têm vegetação nativa, o que exigirá compensação ambiental, por exemplo.

Além disso, cerca de 600 edificações devem ser afetadas, parte delas em áreas irregulares e com moradores socialmente vulneráveis. O compromisso firmado é que essa população seja indenizada ou reassentada. Parte das famílias tem refutado eventual auxílio-aluguel e defendem a saída mediante destinação a uma moradia definitiva.

PETROLÍFERO

Valor - SP   25/04/2024

Segundo Pietro Mendes, que também é presidente do conselho de administração da Petrobras, se o país insistir em reduzir a produção sem enfrentar a necessidade de conter a demanda, pode se tornar importador de petróleo no futuro

O secretário de petróleo e gás do Ministério de Minas e Energia (MME), Pietro Mendes, afirmou que o Brasil precisa buscar a redução da demanda por petróleo e seus derivados, em vez de optar, de partida, por reduzir a produção no processo de transição energética.

A declaração do secretário, que também preside o conselho de administração da Petrobras, foi dada no seminário "Transição Energética Justa, Inclusiva e Equilibrada: caminhos para o setor de O&G viabilizar a nova economia verde”, realizado nesta tarde na sede do MME.

Mendes disse que, em discussões no âmbito técnico, foram identificados alguns “pilares” da transição energética no país. “A gente precisa reduzir a demanda e não a produção de petróleo no país”, diz Mendes.

Para o secretário, existe a necessidade de apostar em iniciativas que reduzam a demanda por derivados de petróleo. “Enquanto não tivermos medidas para aumentar a eletrificação, a participação de biocombustíveis e combustíveis sintéticos e estimular as energias eólica e solar, não vai adiantar, se essa demanda por petróleo permanecer”, afirmou.

O técnico do governo afirmou que, se o país insistir em reduzir a produção sem enfrentar a necessidade de conter a demanda, pode se tornar importador de petróleo no futuro.

Isso, segundo ele, viria da interrupção da produção brasileira, com “baixa pegada de carbono”, passando a importar de países produtores onde o produto tem um maior fator de emissão de gases poluentes.

Uma saída possível para o Brasil, na visão de Mendes, é adotar o modelo usado pela Noruega. Segundo ele, aquele país já conta com uma “eletrificação muito forte” e os recursos da exportação de grandes volumes de petróleo vai para o financiamento de iniciativas voltadas para a transição energética, se beneficiando do fato da emissão ser registrada no país onde se dá o consumo.

O secretário de petróleo e gás do Ministério de Minas e Energia (MME) e presidente do conselho de administração da Petrobras, Pietro Mendes — Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

IstoÉ Dinheiro - SP   25/04/2024

O petróleo fechou em queda nesta quarta-feira, 24, mesmo diante da forte baixa nos estoques norte-americanos, em meio à força do dólar e enquanto as tensões no Oriente Médio vão saindo de foco. O WTI para junho fechou em queda de 0,66% (US$ 0,55), a US$ 82,81 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para julho caiu 0,40% (US$ 0,35), a US$ 87,04 o barril, na Intercontinental Exchange.

Nesta quarta, os estoques de petróleo bruto dos EUA caíram pela primeira vez em cinco semanas, em uma redução bem maior do que o esperado, de acordo com dados do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês).

Logo após o indicador, os preços do petróleo chegaram a oscilar perto da estabilidade, mas os ganhos não se sustentaram.

Circularam notícias sobre uma possível ofensiva gradual israelense contra a cidade de Rafah, último reduto do Hamas em Gaza. O avanço gradativo é resposta às pressões dos EUA e internacionais contra um ataque total e violento na região.

Apesar disso, a Capital Economics destaca que a escalada do conflito entre Israel e o Irã tem sido largamente ignorada pelo mercado petrolífero. Enquanto isso, o TD Securities pontua que a recente queda dos preços tem sido “esmagadoramente associada” à diminuição dos prêmios de risco da oferta.

Agora, investidores aguardam a divulgação da primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre deste ano, que pode dar pistas sobre as perspectivas de demanda do país pela commodity.

O Estado de S.Paulo - SP   25/04/2024

O Brasil pode perde R$ 5 trilhões se deixar de avançar sobre a exploração de óleo e gás ainda não descoberto. O calculo consta de estudo sobre os possíveis impactos econômicos e ambientais no eventual cenário em que o Brasil deixa de explorar esses potenciais.

Nas projeções apresentadas pela diretora da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Heloisa Borges, ainda que o mundo esteja caminhando para a transição energética, a demanda por derivados de petróleo é crescente e se mantém acima de três bilhões de barris de óleo equivalente diários em 2050, em todas as trajetórias avaliadas.

O estudo foi apresentado durante o seminário “Transição Energética Justa, Inclusiva e Equilibrada: caminhos para o setor de O&G viabilizar a nova economia verde”, realizado em Brasília em parceria entre o Ministério de Minas e Energia e a EPE.

Sobre os possíveis impactos da demanda nacional em razão do projeto de lei dos combustíveis do futuro, que prevê ampliação de uso de biocombustíveis, Heloisa disse que a projeção da EPE indica que a demanda nacional por derivados de petróleo ainda crescerá 700 mil boe/d até 2050.

Na parte ambiental, a diretora defendeu que a produção de petróleo no Brasil contribui, de forma direta e indireta, para a redução global de emissão de carbono. “Se o País deixar de produzir petróleo, não só não entregaremos contribuição sobre redução da emissão doméstica de carbono, como vamos contribuir para aumentar emissões globais”, afirmou Heloisa ao apresentar dados que indicam que o petróleo explorado no Brasil emite menos carbono que outros países.

Entre as saídas para atender os anseios por redução de emissão de carbono, a diretora defendeu que vê forte potencial na eletrificação acelerada de transporte.

O secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME), Thiago Barral, também reforçou que o governo federal mantém o reconhecimento da importância do setor de óleo e gás no processo de transição energética.

“Precisamos enxergar todos os atores para tomar decisões da melhor forma, democrática e transparente. Entendimento de escolhas que precisamos fazer como País. Não só para mitigar emissões, mas para desenvolvimento econômico e social”, disse durante o evento.

O secretário afirmou que o governo ainda busca o desenho da proposta de arquitetura de um plano para a transição energética passando por duas dimensões: setorial e ambiental. “Temos escrito na nossa lei a necessidade de equilibrar segurança energética, equidade energética e sustentabilidade. Não é trivial o equilíbrio entre esses objetivos”, disse ele.

“Parar de produzir petróleo não implica acabar com a demanda pelos derivados”, afirmou Barral, que destacou que, atualmente, um terço da energia consumida no mundo vem do O&G.

Contudo, o secretário afirmou que reconhecer a importância do O&G não significa redução dos compromissos do governo com a infraestrutura para a transição energética e economia de baixo carbono. “Temos oportunidade de fazer da energia a propulsora do desenvolvimento sustentável do País.”

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