FORGOT YOUR DETAILS?

Seja bem-vindo ao INDA!

Olá, seja bem-vindo
ao INDA!

25 de Março de 2024

INDA

Portal Fator Brasil - RJ   25/03/2024

Comparado ao mês anterior, atingindo 907,9 mil toneladas.

As compras do mês de fevereiro registraram queda de 6,9% perante a janeiro, com volume total de 321 mil toneladas contra 344,8 mil. Frente a fevereiro do ano passado (279 mil toneladas), apresentou alta de 15,1%, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), no dia 22 de março (sexta-feira).

Vendas — As vendas de aços planos em fevereiro contabilizaram queda de 6,8% quando comparada a janeiro, atingindo o montante de 307,3 mil toneladas contra 329,9 mil. Sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 294,5 mil toneladas, registrou alta de 4,4%.

Estoques — Em número absoluto, o estoque de fevereiro obteve alta de 1,5% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 907,9 mil toneladas contra 894,2 mil. O giro de estoque fechou em3,0 meses.

Importações: —Chapas Grossas, Laminados a Quente, Laminados a Frio, Chapas Zincadas a Quente, Chapas Eletro-

Galvanizadas, Chapas Pré-Pintadas e Galvalume—, encerraram o mês de fevereiro com alta de 46,2% em relação ao mês anterior, com volume total de 192,7 mil toneladas contra 131,8 mil. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (154,2 mil toneladas), as importações registraram alta de 25%.

Projeções — E, de acordo com o presidente Executivo do Instituto, Carlos Jorge Loureiro, que fêz a apresentação dos números de fechamento do mês de fevereiro de 2024 e as previsões para março de 2024. A expectativa da rede associada para março, é de que as compras se mantenham igual a fevereiro, e as vendas tenham uma alta de 6%.

SIDERURGIA

Portal Fator Brasil - RJ   25/03/2024

Alta de 13,1% ante o mesmo período em 2023. No primeiro bimestre de 2024 somaram 5,5 milhões de toneladas, alta de 6,4% ante o mesmo período do ano anterior. Já as exportações tiveram redução tanto no mês como no bimestre. As vendas acumularam alta de 7,3% em fevereiro e, 4,3% respectivamente, comparadas ao mesmo período em 2023.

O Instituto Aço Brasil (IABr) divulgou os dados do mês de fevereiro e dos primeiros dois meses de 2024, no dia 21 de março (quinta-feira), onde mostra a produção brasileira de aço bruto em 2,8 milhões de toneladas no mês de fevereiro, um aumento de 13,1% frente ao apurado no mesmo mês de 2023. Já a produção de laminados foi de 1,8 milhão de toneladas, 3,8% superior à registrada em fevereiro de 2023. A produção de semiacabados para vendas foi de 759 mil toneladas, uma retração de 3,3% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2023.

Consumo e vendas — As vendas internas avançaram 7,3% frente ao apurado em fevereiro de 2023 e atingiram 1,6 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 1,9 milhão de toneladas, 11,5% superior ao apurado no mesmo período de 2023.

Exportações — As exportações de fevereiro de 2024 foram de 700 mil toneladas, ou US$ 587 milhões, o que resultou em queda de 26,2% e de 25,1%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2023.

Importações — As importações de fevereiro de 2024 foram de 446 mil toneladas e de US$ 491 milhões, um aumento de 37,2% em quantum e de 32,3% em valor na comparação com o registrado em fevereiro de 2023.

Produção bimestral— A produção brasileira de aço bruto foi de 5,5 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a fevereiro de 2024, o que representa um aumento de 6,4% frente ao mesmo período do ano anterior. A produção de laminados no mesmo período foi de 3,8 milhões de toneladas, crescimento de 6,0% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2023. A produção de semiacabados para vendas totalizou 1,5 milhão de toneladas de janeiro a fevereiro de 2024, uma queda de 10,0% na mesma base de comparação.

Vendas — As vendas internas foram de 3,2 milhões de toneladas de janeiro a fevereiro de 2024, o que representa uma elevação de 4,3% quando comparadas com igual período do ano anterior.

Consumo — O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 3,9 milhões de toneladas no acumulado até fevereiro de 2024. Este resultado representa um aumento de 6,2% frente ao re g istr a d o n o m e s m o período de 2023.

Importações — As importações alcançaram 813 mil toneladas no acumulado até fevereiro de 2024, um aumento de 15,7% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 897 milhões e avançaram 4,0% no mesmo período de comparação.

Exportações — As exportações de janeiro a fevereiro de 2024 atingiram 1,6 milhão de toneladas, ou US$ 1,2 bilhão. Esses valores representam, respectivamente, redução de 13,8% e de 19,8% na comparação com o mesmo período de 2023.

O IABr também divulgou o Indíce de Confiança da Indústria do Aço(ICIA), referente a março de 2024, o ICIA caiu 0,6 pontos, e chegou aos 44,6 pontos, abaixo da linha dos 50 pontos, indicando um quadro de falta de confiança.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   25/03/2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, engrossaram o coro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha para reduzir a taxa básica de juros, Selic, mais rapidamente no Brasil. Enquanto Haddad dava entrevista em São Paulo, após a divulgação em Brasília do relatório bimestral de despesas e receitas, Alckmin – que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – participava de inauguração de um centro de inovação no Rio. Mas o discurso foi o mesmo: o Banco Central (BC) precisa aumentar a velocidade do corte da Selic.

No último comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgado na quarta-feira, 20, a autoridade monetária sinalizou a possibilidade de mudar o atual ritmo de corte dos juros, ao referendar uma nova redução de 0,5 ponto porcentual apenas para a reunião de maio.

Apesar disso, o ministro Fernando Haddad se disse “otimista” em relação à possibilidade de continuidade nos cortes da Selic, ainda que o comunicado do BC não tenha se comprometido com o atual ritmo. O BC fez cortes de 0,50 ponto porcentual nas últimas seis reuniões. Com isso, a taxa básica de juros atualmente caiu para 10,75% ao ano.

“Eu acredito que ele (Banco Central) resolveu aguardar junho para tomar uma decisão”, disse Haddad, ao ser questionado sobre o comunicado mais recente do Copom.

“Ele não falou que vai aumentar para 0,75 (ponto porcentual), nem que vai manter meio ponto, nem diminuir para 0,25 (ponto porcentual). Eu vou tirar o plural para ter liberdade de tomar decisão à luz do que estiver acontecendo no mundo. E eu sou otimista com relação ao que estará acontecendo no mundo até lá”, disse o ministro.

Ao citar o termo “plural”, ele se refere ao fato de o comunicado do Copom mencionar que deve realizar outro corte de 0,50 ponto porcentual na próxima reunião (em maio), mas sem deixar claro que os cortes continuarão na mesma proporção nas reuniões seguintes.

Haddad repetiu que espera em meados deste ano o início de um ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos e na Zona do Euro, e que este cenário é baseado tanto no que o próprio mercado prevê quanto em conversas com as autoridades monetárias dessas regiões. “Se isso acontecer, desanuvia o ambiente econômico internacional. Como a nossa inflação está mais bem comportada do que a de nossos pares e até que a de alguns países desenvolvidos, não vejo razão para este ciclo não continuar”, afirmou.

‘Uma das piores coisas’

No Rio, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou que “o juro alto é uma das piores coisas que temos para a economia”. Ele ressaltou que o ritmo de queda da taxa deveria ser mais acelerado. “O juro ainda é alto, mas está em queda, caindo 0,5 ponto porcentual em cada encontro. Deveria ser mais rápido.”

“Estamos começando um novo ano com um quadro interessante”, disse, frisando a queda do risco país, do câmbio, do desemprego e da inflação, além do avanço do PIB. “O câmbio – de R$ 5 a R$ 4,90 – está variando pouco e está competitivo, ajuda exportação e turismo.”

O vice-presidente afirmou ainda que, conforme um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 15 anos, a reforma tributária pode fazer o Produto Interno Bruto (PIB) crescer 12% porque traz eficiência econômica. “A reforma fiscal desonera investimento e exportação.”

Alckmin participou ontem da inauguração do Cápsula, Centro de Inovação Senac RJ, no centro do Rio. O local oferecerá laboratórios, estúdios, espaços para prototipagem de serviços, áreas de uso compartilhado para coworking, salas multiúso e para cursos de extensão, auditório e espaços de eventos.

O presidente da Fecomercio-RJ, Antonio de Queiroz Junior, declarou que o Brasil sofre de desemprego estrutural, com vagas abertas e sem profissionais capacitados para ocupar os postos abertos.

Infomoney - SP   25/03/2024

O yuan está se enfraquecendo contra o dólar nesta sexta-feira (22) após um movimento recente de estabilidade, e tocou as mínimas em 2024, de acordo com dados da Tullett Prebon. O enfraquecimento ocorreu depois que o Banco do Povo da China (PBoC) estabeleceu uma taxa de referência diária mais fraca para o yuan internamente, o que foi interpretado como um sinal de que o banco central está disposto a permitir que a moeda seja negociada em baixa.

Os analistas também acreditam que o yuan está sofrendo com a mudança de apostas em outros lugares, após uma grande semana de movimentos de bancos centrais, na qual o Japão encerrou sua longa experiência com taxas negativas, e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sinalizou três cortes nas taxas este ano.

O compromisso do Fed com cortes nas taxas deverá enfraquecer o dólar no longo prazo, mas por enquanto muito depende do momento certo. A instável economia da China é outro fator que pesa sobre a moeda local. O PBoC cortou algumas taxas no ano passado, ampliando o diferencial de juros entre China e EUA.

O Estado de S.Paulo - SP   25/03/2024

O morticínio em Gaza, a guerra na Ucrânia e as lambanças atribuídas ao ex-presidente Jair Bolsonaro são muito mais interessantes que a pífia taxa de investimento – 14,7% do Produto Interno Bruto (PIB) – estimada para o mês de janeiro pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Mas os cricris da imprensa, da Faria Lima e da academia podem apontar mais um detalhe sinistro. Além de pífia, essa taxa é menor que a mísera média mensal, de 16,3%, do período iniciado em janeiro de 2015. O presidente Lula pode ter excelentes motivos, ainda mais como presidente do Grupo dos 20, para dar mais atenção àqueles assuntos do que a uns números medíocres. Ministros da área econômica talvez possam, ou devam, gastar algum tempo com essas ninharias. Mas serão, mesmo, ninharias?

O otimismo presidencial só parece ter sido afetado, nos últimos dias, pela perda de popularidade apontada por algumas pesquisas. Ele cobrou mais trabalho dos ministros, mais atenção à saúde e maior esforço de comunicação. Maior empenho pode ser uma boa ideia, principalmente se houver objetivos claros e estratégias bem definidas. Os otimistas ainda esperam esses detalhes. O presidente pode, com razão, festejar o crescimento econômico de 2,9% no ano passado, mas o horizonte está pouco claro neste momento.

Os sinais positivos observados no começo do ano ainda são pouco entusiasmantes. A recuperação da indústria permanece como um dos desafios principais. A produção industrial diminuiu 1,6% em janeiro e acumulou avanço de 0,4% em 12 meses. Mas ainda ficou 0,8% abaixo do patamar pré-pandemia (começo de 2020) e em nível 17,5% inferior ao recorde alcançado em maio de 2011. Em fevereiro novo recuo deve ter ocorrido, segundo estimativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O País continua incapaz, tudo indica, de reverter a desindustrialização, mas o assunto foi pelo menos incluído na pauta do governo.

A produção deve ter aumentado 0,6% em janeiro, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). O Monitor do PIB, atualizado mensalmente pela FGV, indicou expansão de apenas 0,1%, liderada pela agropecuária e pelos serviços. Mas a economia rural, embora ainda vigorosa, deve crescer menos neste ano que em 2023, segundo as últimas projeções. O avanço geral será mais dependente da indústria do que vem sendo há alguns anos. Mas o setor industrial dependerá de renovação e de muito investimento para reassumir, por um período longo, o velho papel de principal motor do crescimento.

Contudo, a formação de capital produtivo na indústria e na maior parte da infraestrutura tem sido, neste século, muito limitada. Tem-se investido muito mais na modernização e na expansão produtiva do agronegócio. Também os serviços têm avançado mais que o setor industrial na expansão da capacidade e na renovação. Somadas todas as parcelas, a taxa de investimento da economia continua muito abaixo da necessária para sustentar um crescimento mais vigoroso. A média do período iniciado em 2015 foi estimada pela FGV em 16,3% do PIB. É uma taxa muito inferior, portanto, àquelas observadas no mundo emergente, com frequência superiores a 20% do PIB.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conhece a importância da formação de capital produtivo, mas tem-se mostrado, na prática, pouco propenso a cuidar do assunto de uma forma ampla. Não se vai longe quando se concentra o esforço nos chamados “investimentos sociais” e pouco se trabalha pelos outros objetivos. Uma boa malha de transportes – para citar um exemplo fácil – pode beneficiar tanto o grande empresário rural ou industrial quanto as populações mais necessitadas.

A atenção a essas populações depende, é claro, de políticas especiais e às vezes complexas, mas um governo eficiente deve buscar ao mesmo tempo o aumento da produção e a promoção da igualdade. Importantes em todo o mundo, as políticas educacionais e de formação de mão de obra são especialmente relevantes no Brasil, assim como o saneamento e a promoção da saúde pública. O setor privado pode ter papel importante nessas tarefas, mas a responsabilidade básica e intransferível é do setor público.

Para isso é preciso gastar muito, com muita competência e com muito cuidado na fixação de objetivos, porque o dinheiro é escasso e o orçamento público é muito ruim. Recursos públicos são engessados, a gestão de pessoal é pouco flexível e a elaboração orçamentária é sujeita à apropriação de verbas para fins pessoais de parlamentares. Num país onde faltam recursos para investir em equipamentos materiais, pode ser especialmente difícil mobilizar capital e vontades para o desenvolvimento humano. Se quiser produzir, em seu governo, um legado relevante, o presidente Lula terá de se empenhar nestes dois investimentos, o físico e o social, ambos essenciais para a construção de um país mais produtivo e mais moderno em todos os sentidos. Se engajar todos os ministros nessa aventura, ainda terá de batalhar pelo apoio, muito mais difícil, de parlamentares muito raramente voltados para grandes questões nacionais.

O Estado de S.Paulo - SP   25/03/2024

Na decisão a ser divulgada hoje pelo Copom, o mercado unanimemente prevê um corte de 0,5 ponto porcentual (pp) da Selic, de 11,25% para 10,75%, e o debate se moveu para como será o comunicado - e, semana que vem, a ata.

[a coluna foi publicada antes da decisão do Copom, que cortou a Selic em 0,5pp na quarta-feira, 20/3]

Talvez o principal tópico de discussão seja a fórmula, que vem sendo repetida na comunicação ao longo deste ciclo de afrouxamento monetário, de que os membro do Copom "anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões", o que se traduz como no mínimo mais dois cortes de 0,5pp.

Uma corrente do mercado considera que telegrafar mais dois cortes de 0,5pp a esta altura do campeonato é amarrar demais as mãos da política monetária, e que seria o momento de, pelo menos, reescrever aquela frase no singular. Isto é, mais um corte de 0,5pp "na próxima reunião".

[o Copom efetivamente mudou a expressão para o singular]

Mas há outra questão importante sobre a qual também é válido ficar atento em relação a eventuais mudanças na comunicação do BC, que é o fato de que as perspectivas da política monetária nos Estados Unidos recentemente se tornaram mais hawkish, isto é, mais duras. Evidentemente, essa questão e a sinalização de outros cortes de 0,5pp estão ligadas.

Um complicador adicional é que hoje o FOMC, comitê de política monetária dos EUA (do Federal Reserve, FED, BC norte-americano), também tomou hoje (20/3) decisão sobre os Fed Funds, taxa básica dos EUA, com a comunicação de praxe. A taxa básica foi mantida em 5,25-5,50%.

Nos Estados Unidos, há não muito tempo a visão da política monetária prospectiva era bastante benigna, com ideia de cinco ou seis cortes dos Fed Funds possivelmente a partir desta reunião demarço. Mas isso é passado. Como nota o economista Tony Volpon, ex-diretor do BC, recente piora detectada na tendência da inflação americana, junto com a economia e o mercado de trabalho bastante aquecidos, vêm fazendo o Fed sinalizar adiamentos dos planos de cortes dos Fed Funds. Agora se esperam menos reduções, e se iniciando mais à frente no tempo.

O que pode mudar, naturalmente, o cenário para a política monetária no Brasil. Não se sabe se e como o Copom vai comunicar, ainda que indiretamente, essa questão da política monetária americana na ata de hoje. Um gestor de recursos, fonte da coluna, pensa que o Copom pode aumentar o tom ao comentar os riscos no cenário externo, mas mencionando que não existe relação direta com decisões sobre a Selic aqui. O canal mais plausível de uma coisa afetar a outra é via taxa de câmbio.

Que, aliás, provavelmente já foi afetada pela mudança no cenário da política monetária norte-americana. Fernando Rocha, sócio e economista-chefe da gestora JGP, observa que, recentemente, quando ainda se acalentava a ideia de um ciclo mais rápido e profundo de cortes dos Fed Funds, esse cenário vinha junto com a ideia de um câmbio se apreciando no Brasil, e não vindo para os R$ 5 de hoje.

Volpon inclusive pensa que o BC brasileiro perdeu uma janela de oportunidade de cortar mais velozmente a Selic naquele momento, em que tanto a perspectiva de política monetária nos Estados Unidos quanto os sinais da inflação no Brasil eram bem animadores. Agora, há dúvida também quanto a esse segundo quesito, com uma discussão no mercado se recente piora no núcleo da inflação de serviços é fortuito ou configura uma tendência atrelada ao mercado de trabalho aquecido.

Assim, apesar de o corte de 0,5pp da Selic na reunião de hoje parecer garantido, o mercado estará ávido por pistas no comunicado (e na ata, semana que vem) sobre como o Banco Central se reposiciona (ou não) diante de um cenário um pouco mais difícil no front da política monetária.

Globo Online - RJ   25/03/2024

O Ministério do Planejamento divulgou na manhã desta sexta-feira o Relatório de Receitas e Despesas do primeiro bimestre de 2024. O resultado apontou para um déficit de R$ 9,3 bilhões, ou 0,1% do PIB, dentro da meta fiscal cujo objetivo é zerar o déficit público. Além disso disso, o governo decidiu bloquear R$ 2,9 bilhões no Orçamento deste ano. O detalhamento dos ministérios afetados será anunciado na semana que vem.

Apesar do bloqueio de R$ 2,9 bilhões de recursos federais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a projeção de arrecadação feita pelo governo está em linha com o projetado no Orçamento. E acrescentou que o governo está buscando normalizar as contas do país, depois da bagunça de 2022, último ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A meta do governo é um déficit zero. Porém, o arcabouço fiscal prevê um intervalo de tolerância, pelo queal o resultado pode variar entre 0,25% do PIB de déficit ou superávit. Dessa forma, se o país tiver até R$ 28,8 bilhões de déficit fiscal, ainda estará dentro da meta estabelecida pelo ministro Fernando Haddad. Por isso, não foi necessário fazer um contingenciamento para cumprir a meta fiscal neste primeiro bimestre (leia abaixo a diferença entre bloqueio e contigenciamento).

— Se o déficit ultrapassar a barreira de R$ 28,8 bilhões, teremos a necessidade de contingenciamento — disse o secretário de Orçamento do Ministério do Planejamento, Paulo Bijos.

O resultado é considerado positivo pelo governo, que justificou o cenário sem contingenciamento pelo aumento de arrecadação nos meses de janeiro e fevereiro. Os números do governo são mais otimistas do que a do mercado financeiro, que espera um déficit de 0,75% do PIB para este ano. O mercado espera que as receitas sejam menores do que calcula o governo.

Paulo Bijos destacou que além da elevação da arrecadação, o governo investiu na revisão de despesas:

– Começamos 2023 com uma revisão de gastos, como na Bolsa Família, e começamos 2024 com uma revisão de gastos previdenciários. Mas precisamos continuar atentos aos esforços de revisão de gastos.

INSS: Ainda há chance de o STF validar a ‘revisão da vida toda’? Especialistas respondem

Haddad chegou a falar ao presidente Lula nesta semana que o boqueio seria de menos de R$ 5 bilhões, como mostrou O GLOBO. Os números finais foram melhores porque algumas despesas acabaram sendo reduzidas.

Diferença entre bloqueio e orçamento

Há uma diferença técnica entre "bloqueio" e "contigenciamento". O primeiro ocorre quando há um crescimento de despesas obrigatórias, como a Previdência, e é preciso controlar gastos não obrigatórios — isso é necessário para não estourar o limite de gastos previsto no arcabouço fiscal. O contingenciamento acontece quando há frustração de receitas e é necessário segurar gastos para cumprir a meta fiscal.

O bloqueio anunciado hoje decorre do aumento de gastos com benefícios previdenciários e sentenças judiciais.

É preciso bloquear despesas não obrigatórias (discricionárias) para garantir a execução das despesas obrigatórias.

O bloqueio de R$ 2,9 bilhões equivale a 1,42% das despesas discricionárias. O bloqueio pode ser ampliado ou reduzido nos próximos meses, a depender do andamento das contas públicas.

O governo prevê um crescimento de 2,2% do PIB em 2024 e uma inflação de 3,5%. Já a previsão para a taxa básica de juros, Selic, é de 9,6% até o final do ano, e leva em consideração a previsão do Boletim Focos do Banco Central.

O desempenho das contas públicas no primeiro bimestre vem sendo comemorado dentro do governo. No fim do ano passado, algumas projeções apontavam a necessidade de um contingenciamento na ordem de R$ 20 bilhões neste mês para garantir a meta fiscal do ano.

Esse cenário não se concretizou. O bloqueio na casa dos R$ 3 bilhões fará com que o governo reforce a promessa de entregar a meta de "déficit zero" no fim do ano, segundo integrantes da equipe da Fazenda. Um bloqueio da dimensão que se pensava originalmente poderia levar Lula a mudar a meta, de acordo com integrantes do governo.

Frustrações de receitas com novas leis aprovadas

Apesar do resultado positivo até agora, a previsão do governo é arrecadar menos com medidas aprovadas de redução de benefícios fiscais para empresas, aprovadas no ano passado no Congresso Nacional. A Lei Orçamentária Anual (LOA) previa uma arrecadação de até R$ 10 bilhões com o fim do Juros sobre Capital Próprio (JCP), porém, com as modificações da proposta pelos parlamentares, que mantiveram a modalidade, a previsão de arrecadação passou para zero. O JCP é uma modalidade de distribuição de lucros de acionistas em grandes empresas.

Também houve frustração de receita com a medida que mudou a forma pela qual benefócios estaduais impactam impostos federais. Antes, era previsto um montante de R$ 35 bilhões, agora a estimativa é de R$ 25 bilhões. A lei regulamenta o fim de isenções fiscais em impostos federais para atividades de custeio em empresas que possuem incentivos estaduais de ICMS para custeio.

Paulo Bijos afirma, no entanto, que as previsões de arrecadação ao longo do ano tendem a equilibrar as frustrações com as medidas.

— Em linhas gerais, o esforço de arrecadação se mantém no globo, porque há outras medidas de arrecadação.

De acordo com o ministério, apesar da frustração nas medidas acima, houve elevação no incremento total de receitas previstas com medidas de arrecadação. A LOA previa R$ 167,9 bilhões de arrecadação com novas medidas fiscais, e o relatório traz a previsão de um aumento de R$ 168,3 bilhões até o final do ano.

No total, porém, a previsão de receitas foi reduzida em R$ 16,8 bilhões por uma série de fatores. Uma das justificativas é uma redução de R$ 37,5 bilhões de Imposto de Renda das empresas e de R$ 10,3 bilhões de CSLL. Outro fator é um corte de R$ 12 bilhões na previsão de arrecadação com concessões. Essa rubrica inclui uma arrecadação de R$ 34,5 bilhões com negociação de contratos de ferrovias — mas, até agora, o Executivo só levantou R$ 1,5 bilhão.

Por outro lado, despesas de algumas despesas discricionárias caíram, o que dispensa o contigenciamento.

Globo Online - RJ   25/03/2024

Talvez você tenha lido alguma notícia sobre a crise migratória na fronteira dos Estados Unidos com o México. Mas eu duvido que o leitor consiga adivinhar a nacionalidade que teve mais crescimento no número de detenções migratórias: os chineses.

Ao fim de 2023, o número de imigrantes chineses detidos na fronteira era quase 600% maior do que no mesmo período do ano anterior. Mas como há um crescimento percentual tão forte no número de pessoas que estão saindo de um país que está a 11 mil quilômetros para imigrar por terra? Eu, que moro nesta fronteira, também me fiz essa pergunta.

Quase todos eles, ao cruzar, pedem asilo político — e vão ter seu caso julgado pelas autoridades migratórias. Mas os chineses, vindo de uma ditadura, têm uma probabilidade muito maior de sucesso em seus casos. Em 2021, 17% dos pedidos de asilo de mexicanos foram aceitos. Entre os salvadorenhos, o percentual sobe para 28%. Entre chineses a taxa foi de 81%.

A probabilidade de sucesso torna a arriscada viagem um pouco mais atrativa. Para muitos deles, ela começa no Equador (país que não exige visto para chineses) e segue por terra cruzando Colômbia, América Central, até a fronteira Norte do México.

Existem fatores políticos e tecnológicos que podem ajudar a explicar esse incremento no fluxo.

Há um aumento na repressão política. Políticas recentes incluem interferências sem precedentes em universidades, prisão de advogados de defesa e repressão a protestos em províncias como Hong Kong. Ao mesmo tempo, à medida que as tensões entre EUA e China têm aumentado nos últimos anos, o acesso a vistos de turismo para chineses tem se tornado mais limitado.

Na esfera tecnológica, a conhecida censura do governo hoje tem implementação mais difícil. Com o uso de softwares de redirecionamento de rede, muitos chineses têm acesso à mídia social ocidental. Entre aqueles que chegaram nos Estados Unidos, muitos relataram ter aprendido sobre o trajeto da viagem no Instagram e no TikTok (ou seus equivalentes chineses).

Igualmente importante, há muitos fatores econômicos que ajudam a explicar esse tipo de fluxo migratório. Durante décadas, nos acostumamos a ver a economia chinesa crescendo a 10%. Mas a partir da década passada, a trajetória começou a arrefecer, com taxas rondando os 6%. Recentemente, o crescimento chegou a ficar abaixo dos 3% e o FMI prevê que nos próximos anos deve ficar entre 3-4%.

Como consequência, as projeções futuras de quando a economia chinesa ultrapassará a americana têm sido revisadas para o futuro. Por exemplo, em 2021 o FMI previa que a economia chinesa seria, no ano passado, 76% do tamanho da economia americana. Na verdade, com o crescimento mais baixo, ela chegou em 2023 com 65% da economia americana.

A previsão mais recente é que nem mesmo em 2028 vá se alcançar os 72% citados anteriormente. Alguns institutos privados já preveem que a economia chinesa nunca vá alcançar o tamanho da economia americana!

Em parte, a explicação é demográfica. A população americana continua expandindo, por causa do fluxo constante de imigrantes. Já a população chinesa tem envelhecido e estagnado em tamanho, muito em função da política de filho único ali existente.

Mas também há uma desaceleração no crescimento da produtividade do trabalho na China.

Isso não deveria ser uma surpresa tão grande. Um dos mais influentes economistas do século passado, Robert Solow, ganhou o Nobel principalmente por uma teoria do crescimento que previa que países mais pobres (com menos capital acumulado) tenderiam a crescer mais rápido do que aqueles com muito capital.

O Brasil também passou por seu milagre do crescimento. Hoje a China tem uma renda per capita próxima ao brasileiro. A dúvida que fica é se, como nós, eles também vão cair na “armadilha da renda média” — quando um país sai da pobreza e em seguida para de crescer. Num país em que tem taxas de poupança muito altas, infraestrutura bem melhor que a nossa e excesso de estoque de imóveis, é difícil pensar em avenidas tradicionais para estimular o crescimento.

E isso se reflete do outro lado do mundo. Muitos dos jovens chineses que cruzaram a fronteira falaram a repórteres que saíram da China porque hoje está muito mais difícil encontrar emprego. Para eles, chegou ao fim o milagre chinês. A pergunta mais importante é: e para os chineses, muito mais numerosos, que ficaram em casa? O que o futuro reserva?

Agência Brasil - DF   25/03/2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje (22), em São Paulo, que a meta do governo em zerar o déficit primário neste ano vai depender da evolução da economia e da aprovação de medidas que foram encaminhadas ao Congresso Nacional.

"É o que eu sempre falo: hoje, a meta é uma lei. O resultado não depende só de fixar na lei o que você quer. Depende de um esforço do Executivo, do Legislativo e do Judiciário em proveito do equilíbrio de contas”, disse o ministro, em entrevista concedida no início da tarde.

Apesar disso, Haddad afirmou que o governo está otimista com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. “Nós estamos prevendo 2,2% (de crescimento), mas alguns atores do mercado já estão projetando um cenário ainda mais benigno. Já há economistas muito sérios falando em 2,5%. Então, há uma especulação sobre um crescimento maior do que projetado pelo governo. Isso ajuda na arrecadação, naturalmente.”

Durante a entrevista coletiva, ele falou sobre o bloqueio de R$ 2,9 bilhões do Orçamento de 2024 em gastos discricionários (não obrigatórios), anunciado pelo Ministério do Planejamento. Para Haddad, os resultados estão próximos do esperado pelo governo federal,

“A cada bimestre, a Receita Federal vai fazendo uma reavaliação das receitas que podem entrar ainda ao longo do ano, os riscos de frustração e avaliações dessa natureza, como foi o caso da receita de concessões, que foi revista para baixo. E ela vai reavaliando as outras receitas, as receitas ordinárias, que no nosso entendimento, já desde o ano passado, poderiam estar subestimadas. Mas a minha impressão, e a impressão da equipe, era de que talvez as receitas correntes estivessem um pouco subestimadas e as receitas extraordinárias um pouco superestimadas. E isso está se comprovando, mas elas estão se compensando razoavelmente bem e até aqui nós estamos com uma projeção para o ano boa.”

O Planejamento revisou para R$ 9,8 bilhões a estimativa para este ano de déficit primário – resultado negativo das contas do governo sem os juros da dívida pública. O arcabouço fiscal estabelece meta de déficit zero neste ano, mas permite um limite de tolerância de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), o que equivale a R$ 28,8 bilhões.
Receitas e despesas

O ministro da Fazenda também considerou "bom" o resultado das receitas e despesas do governo federal no primeiro bimestre. Ontem, foi divulgado que a arrecadação federal bateu recorde em fevereiro. No mês passado, o governo federal arrecadou R$ 186,522 bilhões em tributos, alta de 12,27% acima da inflação oficial em relação a fevereiro do ano passado. Em valores corrigidos pela inflação, essa foi a maior arrecadação para meses de fevereiro desde o início da série histórica, em 1995.

“Nós tivemos um bom primeiro bimestre, mas vamos continuar acompanhando com o mesmo rigor a evolução do ano”, afirmou.

Sobre como será feito o remanejamento do bloqueio que foi anunciado hoje, Haddad disse que será o Ministério do Planejamento que vai definir isso. “Agora, o bloqueio, aí é o Planejamento que vai provavelmente oferecer a dotação para poder remanejar, para aumentar a despesa com a Previdência, que veio acima das projeções do ano passado.”

Edição: Maria Claudia

IstoÉ Dinheiro - SP   25/03/2024

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que a China está prestes a enfrentar uma encruzilhada na condução da economia – confiar nas políticas que funcionaram no passado ou atualizá-las para uma nova era de crescimento de alta qualidade. A declaração foi feita no Fórum de Desenvolvimento da China, neste domingo, 24.

Segundo Georgieva, um pacote abrangente de reformas pró-mercado poderia levar a China a um crescimento consideravelmente mais rápido em relação ao cenário atual. “Esse crescimento adicional representaria uma expansão de 20% da economia real nos próximos anos – em termos atuais, é como adicionar US$ 3,5 trilhões à economia chinesa”, ressaltou.

A diretora do FMI destacou que medidas para reduzir a quantidade de habitação inacabada no país e um maior espaço para correções baseadas no mercado imobiliário podem acelerar a solução dos entraves atuais do setor imobiliário e, assim, aumentar a confiança do consumidor e do investidor.

Para um crescimento com qualidade, Georgieva destaca uma maior dependência do consumo doméstico. Ela ainda salientou a busca do país por oportunidades no big bang da Inteligência Artificial e destacou o potencial da China para a economia verde.

“Essa transição de altas taxas para um crescimento de alta qualidade é a encruzilhada certa a seguir, e a China está determinada a fazê-lo”, completou.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   25/03/2024

Os contratos futuros de minério de ferro tiveram comportamento misto nesta sexta-feira, mas caminhavam para fechar a semana com ganhos com a crescente expectativa de aumento na demanda na China, principal mercado consumidor de minério, em meio a sinais de melhora no consumo de aço.

O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,50%, a 844 iuanes (116,79 dólares) a tonelada, com um aumento semanal de 6,1%.

A produção média diária de metal quente subiu 0,3% em relação à semana passada, para 2,21 milhões de toneladas em 22 de março, segundo uma pesquisa com siderúrgicas chinesas, revertendo uma tendência de baixa de quatro semanas. Já a lucratividade subiu de 21,21% para 22,94%, de acordo com dados da consultoria Mysteel.
“Mais usinas com equipamentos em manutenção podem retomar a produção em abril”, disseram os analistas da First Futures em uma nota.

No entanto, o minério de ferro de referência para abril na Bolsa de Cingapura caiu 1,07%, para 108,6 dólares a tonelada nesta sexta-feira, parcialmente pressionado por um dólar norte-americano mais forte, registrando um aumento semanal de 8,7% até o momento.

“O mercado de minério de ferro deve ficar relativamente equilibrado e evitar que os preços caiam muito abaixo dos níveis atuais em meio ao baixo crescimento da oferta e da demanda de outros setores, compensando a retração no setor imobiliário residencial”, disseram analistas do ANZ em uma nota.

“Apesar de alguns sinais positivos, o mercado de aço ainda enfrenta certo risco de baixa, já que o consumo atual de aço ainda é mais fraco do que no mesmo período dos últimos anos e os estoques de aço permaneceram altos”, disseram analistas da Huatai Futures em uma nota.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   25/03/2024

Empresa diz que os operários são, principalmente, das áreas de engenharia, tecnologia e software na sede e centro técnico em Auburn Hills, Michigan, ao norte de Detroit

O presidente da Stellantis, Carlos Tavares, ao lado da caminhonete elétrica Ram 1500 Revolution — Foto: Foto AP/John Locher

A fabricante de jipes Stellantis está demitindo cerca de 400 trabalhadores administrativos nos EUA, enquanto lida com a transição de motores de combustão para veículos elétricos. A empresa, formada na fusão de 2021 entre PSA Peugeot e Fiat Chrysler, disse que os trabalhadores são, principalmente, de engenharia, tecnologia e software, na sede e no centro técnico em Auburn Hills, Michigan, ao norte de Detroit.

Leia mais: Ações da Tesla caem com cortes de produção na China e queda em entregas

Os empregados afetados foram notificados a partir da manhã de sexta-feira (22). “À medida que a indústria automobilística continua a enfrentar incertezas sem precedentes e pressões competitivas crescentes em todo o mundo, a Stellantis continua a tomar as decisões estruturais apropriadas em toda a empresa para melhorar a eficiência e otimizar a nossa estrutura de custos”, afirmou a empresa, num comunicado.

Os cortes, a partir de 31 de março, representam cerca de 2% da força de trabalho global da Stellantis em engenharia, tecnologia e software, disse o comunicado. Os trabalhadores receberão um pacote de desligamento e ajuda para transição, disse a empresa.

“Embora entendamos que se trata de uma notícia difícil, estas ações irão alinhar melhor os recursos, preservando ao mesmo tempo as competências críticas necessárias para proteger a nossa vantagem competitiva, à medida que continuamos focados na implementação da nossa ofensiva de produtos EV”, afirmou o comunicado.

O CEO, Carlos Tavares, disse repetidamente que os veículos eléctricos custam 40% mais para fabricar do que aqueles que funcionam a gasolina, e que a empresa terá de cortar custos para tornar os VE acessíveis à classe média. Ele disse que a empresa está continuamente buscando maneiras de ser mais eficiente.

As vendas de veículos elétricos nos EUA cresceram 47% no ano passado, para um recorde de 1,19 milhão, à medida que a participação de mercado de EV aumentou de 5,8% em 2022 para 7,6%. Mas o crescimento das vendas desacelerou no final do ano. Em dezembro, subiram 34%.

A Stellantis planeia lançar 18 novos veículos elétricos este ano, oito dos quais na América do Norte, aumentando a sua oferta global de veículos elétricos em 60%. Mas Tavares disse aos jornalistas, durante teleconferências de resultados no mês passado, que “o trabalho não está feito” até que os preços dos veículos eléctricos desçam ao nível dos motores de combustão – algo que os fabricantes chineses já conseguem alcançar através de custos laborais mais baixos.

"Ofensiva chinesa"

“A ofensiva chinesa é possivelmente o maior risco que empresas como a Tesla e nós enfrentamos neste momento”, disse Tavares aos jornalistas.

“Temos que trabalhar muito, muito duro para garantir que oferecemos aos consumidores ofertas melhores do que as dos chineses.

No ano passado, a Stellantis ofereceu pacotes de aquisição e reforma antecipada a cerca de 6.400 trabalhadores assalariados não sindicalizados, mas não informou quantos aceitaram as ofertas.

Lucro líquido de 7,7 mil milhões de euros

Em 2022, a empresa anunciou que planeava fechar uma fábrica em Belvidere, Illinois, e despedir 1.350 pessoas num esforço para reduzir a sua área de produção. Mas durante controversas negociações contratuais no ano passado com o United Auto Workers, a Stellantis concordou em manter a fábrica aberta para fabricar EVs, bem como adicionar uma fábrica de baterias em Belvidere.

A terceira maior fabricante de automóveis do mundo reportou lucro líquido de 7,7 mil milhões de euros (8,3 mil milhões de dólares) no segundo semestre do ano passado. Este valor foi inferior aos 8,8 mil milhões de euros registados no mesmo período do ano anterior.

Ford e General Motors

As reduções da força de trabalho da Stellantis ocorrem depois que as rivais Ford e General Motors cortaram milhares de empregos de colarinho branco, também devido à transição para veículos elétricos.

No verão de 2022, a Ford dispensou cerca de 4.000 trabalhadores a tempo inteiro e contratados, num esforço para cortar despesas. O CEO, Jim Farley, disse que grande parte da força de trabalho da Ford não tinha as habilidades certas durante a transição de veículos de combustão interna para veículos movidos a bateria.

Cerca de 5.000 trabalhadores assalariados da GM, muitos deles em engenharia, se aposentaram antecipadamente e ofereceram ofertas de aquisição na primavera passada.

CNN Brasil - SP   25/03/2024

A BYD tem planos de ir além dos carros e espera melhorar a infraestrutura de carregamento no Brasil. Em parceria com a Raízen, a montadora anunciou nesta sexta-feira (22), em São Paulo, uma nova linha de carregadores, que estarão disponíveis tanto para uso público como particular.

Serão três tipos de novos carregadores: os Wallbox de corrente alternada com potência de 7 kW e 22 kW, carregadores rápidos de corrente direta com potência de 60 kW, 120 kW, 150 kW e 180 kW e o carregador ultrarrápido Grid Zero de 210 kW.

Esse último, além de ser mais potente, exige menos da rede elétrica, consumindo apenas 60 kW. Enquanto não está sendo utilizada, a estação se carrega de forma automática armazenando a energia em uma bateria, produzida pela própria BYD – como se fosse um grande power bank para carros.

De acordo com a montadora, em um carregador DC de 60 kW, o BYD Dolphin pode carregar de 30% a 80% em 30 minutos. Já o sedã Seal vai de 30% até os 80% em 25 minutos, se plugado na estação de 150 kW. Os preços para a versão doméstica dos carregadores ainda não foram divulgados.

Junto dos carregadores, a empresa também apresentou o BYD Recharge, novo app para gerenciamento de carregamentos. Entre suas funções, será possível encontrar as mais de 500 estações de carregamento da empresa, realizar pagamentos e reservas.

O evento também serviu para reafirmar a parceria entre a Raízen e a BYD. Juntas, as empresas anunciaram que vão inaugurar, nos próximos três anos, mais de 30 hubs de recarga Shell Recharge, todos com energia limpa gerada por fazendas solares.

As estações estarão espalhadas por oito capitais brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Salvador, Belém e Brasília. Ao todo, serão 600 novos pontos de recarga DC, somando mais de 18 MW de potência instalada.

FERROVIÁRIO

Valor - SP   25/03/2024

Inclusão de um terminal a mais nos planos da ferrovia que vai de Mato Grosso ao Pará é novo ponto de discussão

A Ferrogrão, projeto de ferrovia com extensão de 933 quilômetros entre Sinop (MT) e Itaituba (PA), ainda conta com resistência de grupos ambientalistas engajados na preservação de áreas de proteção e povos tradicionais das bacias do Xingu e do Tapajós. O mais recente ponto de embate gira em torno da retomada da proposta de incluir um terminal de transbordo no trajeto, localizado em Matupá (MT).

O acréscimo do terminal de logística a pouco mais de 200 quilômetros de Sinop foi cogitado na discussão sobre o desenho original. Seria um ponto a mais de embarque de cargas nos vagões dos futuros trens. A ideia foi abandonada, pelo menos no discurso, por quem defendia o projeto, para fortalecer o conceito de construir um “corredor verde” no meio da Amazônia, com o argumento de oferecer baixo impacto ambiental devido à ausência de paradas na extensão da ferrovia.

Logo no primeiro ano de gestão, o governo Lula 3 conseguiu retomar os estudos ao pacificar uma questão jurídica que se arrastava nos últimos anos no Supremo Tribunal Federal (STF). O problema envolvia a forma como havia sido alterada a demarcação do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, para acomodar o megaprojeto ferroviário.

Prevendo a resistência ao projeto, o Ministério dos Transportes criou um grupo de trabalho com representações do governo e de entidades envolvidas na discussão para construir consenso em torno do projeto. Em reunião no último dia 7 de fevereiro, integrantes do Instituto Socioambiental (ISA) foram surpreendidos com a inclusão de um terminal a mais na ferrovia.

“Por muito tempo, a gente questionou ao governo se existiria ou não estações intermediárias, porque sempre foi entendido que seria um projeto que não teria. Esse é um dado muito importante para o dimensionamento dos impactos”, disse Mariel Nakane, que é assessora técnica e economista do ISA.

Integrantes do instituto já haviam identificado referências ao terminal nos estudos econômicos da Ferrogrão, enviados ao Tribunal de Contas da União (TCU), relacionados à demanda por cargas. Chamava a atenção o fato da parada de trem em Matupá não ser mencionada nas análises de viabilidade ambiental.

Nakane explica que o terminal ferroviário traria o impacto socioeconômico da intensa movimentação de carga para áreas mais próximas das florestas, no entroncamento com a rodovia estadual MT-322 (antiga BR-080). Ela explica que os povos tradicionais da região sofreram décadas atrás na construção da BR-163, de Cuiabá (MT) a Santarém (PA).

O exemplo mais emblemático, conta Nakane, foi a retirada de cerca de 80% do povo Panará do seu território, na década de 70, para a construção da rodovia, no que seria o primeiro contato dessa comunidade indígena com outras civilizações. Só nos anos 90, eles conseguiram retornar para a região de origem.

Orçada em mais de R$ 20 bilhões, a Ferrogrão é defendida por empresários do agronegócio do Estado de Mato Grosso, que enxergam a oportunidade de derrubar o preço do frete ao fazer chegar a carga de grãos aos portos da região Norte.

Procurado, o Ministério dos Transportes disse que o projeto está na fase de receber contribuições da sociedade civil, especialistas e entidades interessadas no empreendimento e que a inclusão da estação intermediária encontra-se em análise preliminar dos aspectos socioambientais.

NAVAL

A Tribuna - SP   25/03/2024

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) está propondo uma reforma regulatória que visa ampliar as formas de contratação voltadas às áreas e instalações de portos públicos, o que é bem-visto por especialistas ouvidos por A Tribuna. O órgão regulador espera instituir a nova norma até o final deste ano.

A Antaq abriu audiência pública com consulta pública, na semana passada, recebendo na ocasião oito contribuições à proposta de alteração da Resolução Normativa-Antaq nº 7, de 31 de maio de 2016. O período de consulta pública se estenderá até o próximo dia 4 de abril.

Segurança jurídica
Em nota, a agência reguladora explicou que “a norma não trata de concessões portuárias, e sim de contratos de diferentes naturezas que podem ser firmados para a exploração de determinada área ou instalação. Nesse sentido, de fato, ela ampliará as formas de contratação, eliminando inseguranças jurídicas e superando paradigmas, facilitando os novos negócios nos portos públicos”.

O órgão esclareceu ainda que “a proposta de alteração normativa não afeta as outorgas de autorizações, ou seja, tem como campo de ação apenas os portos públicos”, ou seja, terminal de uso privado (TUP), estação de transbordo de cargas (ETC), instalação portuária pública de pequeno porte (IP4) e instalação portuária de turismo (IPTur) não estão incluídos.

Sobre a necessidade de revisão da regulação, a Antaq explicou que “o normativo no seu texto vigente está defasado frente à Lei Federal 14.047, de 2020. Ademais, o Decreto 10.139, de 2019, impele que a agência consolide e mantenha atualizados os normativos. É necessário ainda regulamentar certas inovações e avanços que o setor vem esperando, principalmente em função de auditoria operacional dos órgãos de controle, inclusive em face da maturidade do mercado e do seu crescimento. Pretende-se endereçar problemas tal como a ociosidade de áreas, por exemplo”.

Próximas etapas
Quanto ao trâmite da consulta pública, a Antaq informou que, após a coleta de contribuições da sociedade, avaliará as sugestões. “A minuta reformulada será enviada para o colegiado para avaliação final. Assim, não existe data determinada, porém, estima-se que até o final do ano possamos aprovar o novo texto”.

Alteração é importante
Advogada especializada em Direito Aduaneiro e Comércio Exterior Flávia Bentes afirmou que a Antaq busca alinhar a normativa portuária às inovações legislativas e às práticas de mercado, visando a eficiência, a segurança jurídica e o desenvolvimento do setor portuário brasileiro.

A especialista afirma que a proposta apresenta diversos conceitos relevantes à compreensão e aplicação das normas. “Além disso, analisa se é possível regulamentar novas formas de ocupação e exploração de instalações portuárias que não estejam previstas na legislação específica, o que possibilita que a Antaq considere as inovações e práticas de mercado que possam surgir e que demandem um enquadramento”.

Flávia diz que a seleção simplificada para a celebração de contratos de uso temporário pretende agilizar e simplificar os processos de contratação para usos específicos e de curta duração em áreas portuárias, o que pode ser benéfico para a eficiência operacional dos portos. “O instituto do espelho d’água refere-se à utilização da superfície aquática dentro das poligonais dos portos organizados”.

Flávia Bentes ressaltou que “a internalização da distinção entre o arrendamento portuário e a concessão portuária é uma questão importante, pois são modalidades distintas de delegação da exploração de áreas do porto organizado. A legislação recente trouxe inovações que podem impactar como essas modalidades são tratadas e, portanto, a Antaq busca incorporar essas mudanças na sua regulamentação”.

A advogada especialista em Direito Marítimo, Portuário e Aduaneiro Daniella Castro Revoredo observou que há um movimento para rever a atual Lei dos Portos (12.815/2013). A comissão de juristas nomeados para elaborar uma proposta de revisão do arcabouço legal nos portos organizados foi instalada pela Câmara dos Deputados no dia 12.

“A Antaq está representada nessa comissão. Logo, é essencial que esse órgão obtenha sugestões dos intervenientes do porto para a revisão das normas que regulam a exploração de áreas e instalações portuárias no âmbito dos portos. É a oportunidade de escutar o pleito da comunidade portuária para que as melhores práticas sejam implementadas nos portos organizados no Brasil”.

Portos e Navios - SP   25/03/2024

Com previsão de conclusão para o mês de abril, a segunda fase das obras de pavimentação das vias internas do Porto do Rio Grande alcançou os 89%. Essa etapa compreende, além da execução de asfalto, melhorias no sistema de drenagem, construção de caixas separadoras de água e óleo, rampa de lavagem e sinalização.

Para realizar a obra, a autoridade portuária fez um investimento de R$ 9,7 milhões com recursos próprios, beneficiando uma área de 40 mil m2. Ao final, essas melhorias trarão mais agilidade e segurança para as operações, agregando mais competitividade ao Porto do Rio Grande.

Em 2022, ano em que ocorreu a transformação de autarquia para empresa pública, a Diretoria de Infraestrutura executou a primeira fase, com a pavimentação de 20 mil m2 de área e investimento de R$ 3,5 milhões.

O diretor de infraestrutura da Portos RS, Lucas Meurer, disse que a realização desta obra faz parte do compromisso da Diretoria com o planejamento estratégico do porto.

“Estamos trabalhando para realizar melhorias na estrutura das três unidades da Portos RS. Ainda para o ano de 2024, estamos prevendo uma terceira fase da pavimentação para a unidade Rio Grande e também investimentos no cais de Porto Alegre, cuja primeira fase de pavimentação contemplará uma área de aproximadamente 14.000 metros quadrados”, disse Meurer.

Portos e Navios - SP   25/03/2024

Representantes da Secretaria Nacional dos Portos e Transporte Aquaviário, vinculada ao Ministério de Portos e Aeroportos, estiveram durante dois dias visitando todo o Complexo do Porto do Itaqui, com o objetivo de iniciar um levantamento que subsidiará um estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental para a construção de um novo terminal de fertilizantes. O projeto atenderá à crescente demanda global por insumos agrícolas.

“O novo terminal, sendo concretizado, trará um impulso significativo ao desenvolvimento do Porto do Itaqui; um porto altamente demandado, principalmente para escoamento de grãos e granéis sólidos como fertilizantes. O novo terminal fortalecerá ainda mais a posição do Porto do Itaqui como um dos principais polos logísticos do Brasil”, pontuou Ellen Brissac, gerente de Contratos e Arrendamentos do Porto do Itaqui.

Bruno Neri, diretor do Departamento de Novas Outorgas e Políticas Regulatórias Portuárias da Secretaria Nacional de Portos e Aeroportos Aquaviários, ressaltou a importância da visita, essencial para participação no processo de modelagem, em parceria com a LabTrans, empresa licitada para elaborar os estudos. “O Ministério possui um convênio de descentralização firmado com a empresa, o que viabiliza a elaboração dos estudos de viabilidade técnica e ambiental em áreas portuárias de todo o Brasil”, afirmou o diretor.

Em 2023, o Porto do Itaqui movimentou mais de três milhões de toneladas em fertilizantes, um crescimento de mais de 22% em relação ao ano de 2022, segundo dados de movimentação de cargas anual da Emap.

PETROLÍFERO

IstoÉ Dinheiro - SP   25/03/2024

Os contratos futuros de petróleo fecharam com sinal negativo, nesta sexta-feira, 22. Com isso, a commodity prolongou movimento de ajuste nos últimos dias, após chegar a tocar nesta semana máximas em quatro meses, com tensões geopolíticas em foco.

O WTI para maio fechou em queda de 0,54% (US$ 0,44), em US$ 80,63 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para junho caiu 0,48% (US$ 0,41), a US$ 84,83 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na comparação semanal, o contrato para maio do Brent, que era o mais líquido ao fim da semana passada, avançou 0,11%.

O quadro negativo foi visto pelo terceiro dia seguido. Hoje, o dólar forte influiu. Também esteve no radar proposta de resolução por um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, votada no Conselho de Segurança, mas o texto acabou vetado por China e Rússia. Além disso, o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou ao governo americano que levará adiante a invasão da cidade de Rafah, mesmo que os EUA não apoiem a iniciativa.

Segundo a Capital Economics, o petróleo foi apoiado nesta semana por mais ataques da Ucrânia em refinarias da Rússia. A consultoria diz que relatos segundo os quais os EUA falaram para os ucranianos pararem com essas ações podem ter contido os ganhos dos preços, mas acrescenta que é cedo para dizer se esses ataques não prosseguirão. A Capital afirma ainda, em relatório a clientes, que caso os ataques à infraestrutura russa de petróleo sejam interrompidos e as exportações da Rússia cresçam, enquanto suas refinarias estão em manutenção, isso poderia provocar “certa pressão de baixa” nos preços.

Já Stephen Stanley, economista-chefe do Santander para os EUA, destaca o fato de que a Índia parou de aceitar entregas de petróleo russo de navios-tanque da própria Rússia, por temer sanções americanas. Stanley também nota, em comentário, a aparente pressão americana para que a Ucrânia não ataque instalações de petróleo russas, pois isso poderia levar o preço da commodity para cima e provocar retaliações. Nesse contexto, o economista mostra ceticismo sobre a disposição dos EUA de reforçar a pressão sobre a Rússia.

O Estado de S.Paulo - SP   25/03/2024

Para alguns, pareceu que o executivo do setor de petróleo deixou escapar em voz alta a parte que era para ser silenciosa. “Devemos abandonar a fantasia de eliminar gradualmente o petróleo e o gás”, disse Amin Nasser, chefe do que é, de longe, a maior produtora de petróleo do mundo, a Saudi Aramco.

A transição energética está “visivelmente fracassando”, acrescentou ele, dizendo que as previsões do pico iminente da demanda de petróleo e gás estavam completamente erradas. A sala, repleta de representantes do setor de combustíveis fósseis em uma conferência em Houston, recebeu a declaração com aplausos.

Os comentários de Nasser demonstraram as visões totalmente divergentes sobre o papel que os combustíveis fósseis desempenharão na economia global nas próximas décadas. A queima de combustíveis fósseis é a principal causa das mudanças climáticas.

O setor petrolífero afirma que seus produtos, ou seja, o petróleo e o gás natural, desempenharão um papel dominante nas próximas décadas. E eles estão investindo em novos desenvolvimentos, especialmente em gás, com isso em mente.

Por outro lado, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), considerada uma das maiores autoridades nessa questão, projeta que a demanda de petróleo e gás atingirá seu pico em 2030, à medida que as vendas de energia renovável e de veículos elétricos crescerem exponencialmente, estimuladas por incentivos e subsídios. Há apenas alguns meses, na maior cúpula anual sobre o clima, negociadores de quase todas as nações do mundo concordaram em fazer a transição “para longe dos combustíveis fósseis”.

Em uma entrevista ao The New York Times no ano passado, Fatih Birol, diretor executivo da IEA, disse que achava que pessoas como Nasser não estavam vendo o quadro completo. “Tenho uma sugestão gentil para os executivos do setor de petróleo: eles só falam entre si”, disse. “Eles deveriam conversar com os fabricantes de automóveis, com o setor de bombas de calor, com o setor de energias renováveis, com os investidores e ver como todos eles acham que será o futuro da energia.”

No entanto, Nasser, em seu discurso no Texas esta semana, sugeriu que a IEA era a única que estava interpretando mal os mercados, concentrando-se demais nos países ricos e ignorando o enorme aumento na demanda por energia esperado em países da Ásia e da África que estão apenas começando a se industrializar.

Sua resposta foi, basicamente, perguntar se a IEA achava que as empresas de petróleo e gás estavam desperdiçando seu dinheiro ao investir coletivamente trilhões de dólares no aumento da exploração, perfuração e infraestrutura. “É improvável que o pico do petróleo e do gás ocorra daqui a algum tempo, muito menos em 2030", disse Nasser, falando na conferência CERAWeek da S&P Global. “Parece que ninguém está apostando nisso.”

Embora tenham falado de forma menos direta na conferência, os CEOs da Shell, da Exxon Mobil e da Petrobras, a empresa estatal de petróleo do Brasil, concordaram com os argumentos de Nasser. Em uma entrevista concedida ao The New York Times no início deste mês, o CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que vê o aumento da produção de petróleo no Brasil nas próximas décadas.

O diretor executivo da Shell, Wael Sawan, disse que suas previsões dependiam do rápido crescimento dos mercados asiáticos. Essa mesma análise sustenta as projeções feitas no ano passado pela Opep, o cartel global do petróleo, de que a demanda de óleo não atingiria o pico até 2045, no mínimo.

A Casa Branca está do lado da IEA.

“O chefe da Saudi Aramco disse que achava que as estimativas de demanda da IEA e de outros estavam erradas”, disse John Podesta, assessor sênior do presidente Biden para política climática internacional, a repórteres na terça-feira. “Não achamos isso. Acreditamos que há uma grande demanda por eletrificação.”

Mesmo com a eletrificação decolando em alguns setores da economia americana, as exportações de petróleo bruto e gás natural liquefeito dos EUA atingiram recordes em 2023. Atualmente, as energias eólica e solar fornecem menos de 4% da energia mundial. Uma porcentagem ainda menor de veículos produzidos é parcial ou totalmente elétrica.

O gás natural, em particular, teve um crescimento imenso e está sendo incorporado mais amplamente do que nunca ao comércio global de energia. As técnicas de fracking (técnica para extrair gás de xisto) abriram caminho para que os Estados Unidos se tornassem o líder mundial na produção de gás.

Os tradicionais produtores de petróleo do Golfo Pérsico — entre eles, a Saudi Aramco — também estão entrando na produção de gás em grande escala, como a empresa nacional de petróleo e gás do Catar, a QatarEnergy. Seus planos permitiriam que eles ultrapassassem os Estados Unidos em produção logo após 2030. Em uma recente coletiva de imprensa, o diretor executivo da QatarEnergy, Saad al-Kaabi, disse aos repórteres que “ainda achamos que há um grande futuro para o gás por pelo menos 50 anos”.

Mesmo que a demanda de petróleo comece a se estabilizar, as empresas ainda precisarão fazer investimentos para evitar o declínio dos campos de petróleo existentes, disse Patrick Pouyanné, executivo-chefe da TotalEnergies.

Sem esses investimentos, argumentou ele, os mercados de energia que determinam os preços que as pessoas pagam por todos os tipos de necessidades básicas começariam a flutuar descontroladamente. Assim como os outros executivos do setor de petróleo, ele não via as energias renováveis e a eletrificação do transporte crescendo com rapidez suficiente para substituir a demanda existente de combustíveis fósseis, muito menos em países com populações em rápido crescimento e setores dependentes de combustíveis fósseis.

“O declínio natural dos campos de petróleo é de cerca de 4% ao ano, portanto, precisaremos continuar a investir em campos de petróleo e gás” para manter os níveis atuais de produção, disse ele. “Caso contrário, o preço vai subir e as pessoas ficarão muito irritadas.”

Valor - SP   25/03/2024

Vice-presidente disse que atualmente o Brasil produz em torno de 45 milhões de metros cúbicos (m³) e que esse número deve aumentar em 15 milhões de m³ com o gasoduto Rota 3

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, avalia que o Brasil precisa ampliar a oferta de gás natural para impulsionar a transição energética do país.

“Precisamos ter mais oferta de gás natural, ele será importante na transição energética. Nós produzimos hoje no Brasil em torno de 45 milhões de metros cúbicos (m³) e esse número deve aumentar, neste ano, 15 milhões com a Rota 3, que é Itaboraí, no Rio de Janeiro”, disse Alckmin a jornalistas após a cerimônia de inauguração da Cápsula - Centro de Inovação do Senac, nesta sexta-feira, no Rio.

O gasoduto Rota 3 está pronto e escoará gás natural do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos até o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, onde está a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN Rota 3).

Segundo Alckmin, a unidade de tratamento de gás natural deve ficar pronta até o fim do ano. A expectativa é que a unidade aumente em até 30% a mais de oferta de gás natural no Rio de Janeiro.

O vice-presidente mencionou ainda os projetos de integração energética na América Latina, como o gás importado da Bolívia e o gás natural que deve ser trazido da Argentina, com o Gasoduto Néstor Kirchner, conhecido como "Vaca Muerta". De acordo com Alckmin, há duas alternativas sendo estudadas. Quem está à frente do processo é o Ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira.

O vice-presidente destacou também o Projeto Mover - Mobilidade Verde, que prevê R$ 3,5 bilhões por ano para impulsionar a inovação e a descarbonização. Segundo ele, a indústria automotiva, com toda a cadeia de autopeças, representa 20% da indústria brasileira.

Alckmin também avaliou que os setores de serviços e indústria devem ser os principais impulsionadores do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, considerando que o setor agrícola tem sido impactado pela seca.

Alckmin também comemorou a notícia de que a Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira (20), o projeto de urgência do presidente Lula que estabelece a Depreciação Acelerada e prevê R$ 3,4 bilhões para estimular a renovação do parque de máquinas e equipamentos.

“Em vez de depreciar uma máquina em 12-15 anos, você vai depreciar em 2 anos, com redução de imposto de renda de pessoa jurídica e contribuição social sobre lucro líquido, estimulando a renovação de máquinas e equipamentos”, disse.

Segundo ele, o projeto vem ao encontro dos objetivos de aumentar investimentos no Brasil e melhorar produtividade e competitividade.

O vice-presidente ainda destacou o projeto de Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD), que está em regime de urgência na Câmara. A medida viria na esteira da LCA, para Agricultura, e LCI, para o setor Imobiliário.

"Não tem dinheiro público, é [captação via] mercado, mas você pode tornar os juros 1,5% mais baratos, porque na Letra de Crédito tem redução do imposto de renda da pessoa física e jurídica", afirmou, ressaltando que a reforma tributária desonera completamente investimentos e exportação.

Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin — Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Valor - SP   25/03/2024

País advertiu que as ofensivas podem aumentar os preços globais do petróleo e provocar retaliação

Os Estados Unidos pediram que a Ucrânia interrompa os ataques contra as refinarias de petróleo e infraestruturas energéticas da Rússia, advertindo que as ofensivas podem aumentar os preços globais do petróleo e provocar retaliação, informou hoje o “Financial Times”(FT).

Os pedidos do governo americano foram enviados a segurança do estado da Ucrânia (SBU, na sigla em inglês), e sua direção de inteligência militar, conhecida como GUR, segundo a publicação do jornal britânico, à medida que ambas as unidades de inteligência expandiram seus programas de drones para atacar alvos russos.

Pessoas familiarizadas com o assunto disseram ao “FT” que a Casa Branca ficou cada vez mais frustrada com os “ousados ataques com drones” da Ucrânia, atingindo refinarias de petróleo, terminais, depósitos e instalações de armazenamento em toda a Rússia e prejudicando sua capacidade de produção.

Apesar das sanções ocidentais ao setor de gás e petróleo, a Rússia continua sendo um dos mais importantes exportadores de energia do mundo.

Além disso, o governo americano estaria preocupado de que, se a Ucrânia continuar atingindo instalações russas, a Rússia poderia retaliar atacando infraestruturas energéticas na qual o ocidente depende, como o oleoduto CPC, que transporta petróleo do Cazaquistão através da Rússia para o mercado global.

Questionada sobre o apelo dos EUA para interromper os ataques às refinarias, a vice-primeira-ministra para a Integração Europeia e Euro-Atlântica da Ucrânia, Olha Stefanishyna, afirmou que o lado ucraniano respondeu “precisamente alcançando seus objetivos e realizando operações muito bem-sucedidas conduzidas no território da Rússia”.

"Entendemos os apelos de nossos parceiros americanos. Ao mesmo tempo, estamos lutando com as capacidades, recursos e práticas que temos hoje", completou durante o Fórum de Segurança de Kiev.

A Ucrânia tem aumentado constantemente os ataques com drones à medida que as suas tecnologias avançam. Na semana passada, Kiev lançou dois dos seus maiores e mais difundidos ataques de drones, atingindo sete instalações energéticas russas em dias consecutivos.

O objetivo das "operações especiais" é dificultar o fornecimento de combustível para as tropas russas e cortar o financiamento para o esforço de guerra do Kremlin, de acordo com o “FT”.

Militar da Ucrânia com drone — Foto: Libkos/AP Photo

Associe-se!

Junte-se a nós e faça parte dos executivos que ajudam a traçar os rumos da distribuição de aço no Brasil.

INDA

O INDA, Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, é uma Instituição Não Governamental, legalmente constituída, sem fins lucrativos e fundada em julho de 1970. Seu principal objetivo é promover o uso consciente do Aço, tanto no mercado interno quanto externo, aumentando com isso a competitividade do setor de distribuição e do sistema Siderúrgico Brasileiro como um todo.

Rua Silvia Bueno, 1660, 1º Andar, Cj 107, Ipiranga - São Paulo/SP

+55 11 2272-2121

contato@inda.org.br

© 2019 INDA | Todos os direitos reservados. desenvolvido por agência the bag.

TOP