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24 de Maio de 2024

INDA

Agência CMA - SP   24/05/2024

As vendas de aços planos cresceram 10,3% em abril em relação ao mesmo mês de 2023, ficando em 332,1 mil toneladas, segundo dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Na comparação mensal, houve alta de 7,2%, superando as 309,8 mil toneladas vendidas em março deste ano.

Em abril, as compras de aços planos cresceram 8,7%, em base de comparação anual, para 345,7 mil toneladas. Com relação a março de 2024, em que foram compradas 304,9 mil toneladas, as aquisições cresceram 13,4%.

Em número absoluto, o estoque de março obteve alta de 1,5% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 916,7 mil toneladas contra 903 mil. O giro de estoque fechou em 2,8 meses.

As importações totais de aços planos avançaram 50,5% em março em relação ao mesmo período do ano anterior, com volume de 242,3 mil toneladas. Ante o mês anterior, houve queda de 2,7% nos embarques.

Para maio de 2024, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma alta de 3,5 em relação a março.

COTAS

O presidente executivo do Instituto, Carlos Jorge Loureiro, disse que a possível estabilidade de preços nas usinas brasileiras é reflexo da criação do imposto de importação de até 25% sobre as compras além do limite. No fim de abril, o Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu que 11 produtos de aço importados passarão a ser submetidos a cotas de importações. Caso o volume máximo seja superado, eles pagarão 25% de Imposto de Importação para entrarem no país. O imposto atualmente é de 10,8%.

“As usinas estão aguardando para ver qual será o impacto desta medida no volume de aço importado para o país e como isso afetará o preço. Diante disso, não há uma tendência de recuo nos preços do aço no mercado interno no momento”, explicou Loureiro, que destacou ainda que é preciso regulamentar a cota de importação para que a medida entre em vigor efetivamente. A expectativa é que o governo publique a regulamentação no início de junho.

Válida por 12 meses a partir da publicação, a medida tem como objetivo evitar a concorrência desleal com o aço nacional. Em 2023, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o volume de importações dos 11 produtos de aço superou em 30% a média das importações entre 2020 e 2022. Nos últimos meses, as siderúrgicas brasileiras têm afirmado haver uma invasão do aço chinês, que chega ao Brasil mais barato que os produtos nacionais.

IstoÉ Dinheiro - SP   24/05/2024

As importações de aços planos saltaram 50,5% em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado, alcançando um volume de 242,280 mil toneladas. No acumulado de janeiro a abril, as importações somaram 827,332 mil toneladas, o que representa uma alta de 25,4% ante o mesmo intervalo de 2023.

Os dados são do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), o que mostra a manutenção no quadro de aumento da entrada de aço importado no Brasil.

Conforme aponta o Inda, a China é o principal fornecedor de aços planos ao Brasil, representando 75,5% do total de produtos que entraram no País, seguida pelo Japão (10,7%) e Venezuela (7,1%).

No mês de abril, a bobina laminada a quente foi um dos principais produtos importados, com a aquisição de 53,6 mil toneladas, o que representa um aumento de 92,1% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Em igual intervalo, as importações de laminados a frio somaram 28,3 mil toneladas, aumento de 8,3%. Outros produtos que registraram aumento no nível de importações no mês de abril foram galvalumes (+91,7%), chapas zincadas a quente (+77,5%) e zincados (+93,3%). O único material que apresentou recuo nas importações foi chapa grossa, com queda de 81,2%.

O setor de distribuição de aço também contabilizou aumento nas vendas. De acordo com os dados do Inda, o volume vendido foi de 332,1 mil toneladas em abril, o que representa um aumento de 10,3% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O resultado ficou acima do projetado para o mês pela entidade, que esperava um volume de 326,3 mil toneladas comercializadas. Na comparação com março, há aumento de 7,2%. A expectativa do setor é que as vendas em maio fiquem em torno de 343,7 mil toneladas.

No acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, o cálculo do Inda mostra que os distribuidores de aço venderam um total de 1,279 milhão de toneladas, o que representa uma pequena variação positiva de 0,2% ante igual intervalo de 2023. Contudo, o ano de 2024 mostra um comportamento mais volátil para o desempenho das vendas.

Com relação às compras realizadas pelo setor de distribuição, em abril foram adquiridas 345,7 mil toneladas de aços planos, valor 8,7% maior na comparação com o mesmo período do ano anterior e avanço de 13,4% ante março.

No acumulado, o total comprado pelos distribuidores de produtos siderúrgicos foi de 1,316 mil toneladas, número 3% maior ante as 1,277 mil toneladas adquiridos em igual intervalo de 2023.

Investing - SP   24/05/2024

As importações de aço plano no Brasil deverão se mostrar ainda elevadas quando houver o somatório de material que foi internalizado no país em maio, antes da entrada em vigor da medida de proteção comercial decidida pelo governo federal no final de abril, estimou nesta quarta-feira o presidente da associação de distribuidores, Inda, Carlos Loureiro.

"Maio também deve ser mês forte de importação...O material que chegou em abril foi fechado (encomendado) no final do ano passado. As encomendas estão a caminho", afirmou o executivo em entrevista a jornalistas.

O governo decidiu no final de abril adotar um sistema de cotas de importação sobre 11 produtos siderúrgicos que pagarão 25% de sobretaxa caso ultrapassem os limites estabelecidos.

Segundo os dados do Inda divulgados nesta quinta-feira, as importações de aço plano pelo Brasil no mês passado cresceram 50,5% sobre o mesmo mês de 2023, acumulando no primeiro quadrimestre expansão de 25,4%. O destaque de abril foram as importações de laminados a quente, galvalume e zincados, todos com altas acima de 90%.

Os números foram divulgados no mesmo dia em que a Aço Brasil, associação que representa siderúrgicas, publicou queda de 1,1% na produção em abril sobre um ano antes, para 2,73 milhões de toneladas e alta de 9,5% nas vendas no mercado interno.

Questionado sobre como as cotas poderão ser operacionalizadas, a partir de junho ou julho a depender da ação do governo, Loureiro afirmou que "o mais provável" é que sejam definidas por empresa importadora, com base num volume médio importado entre 2020 e 2022 acrescido de 30%. "Isso será o máximo que a empresa poderá importar", disse o executivo, citando discussões em andamento de integrantes do setor com o governo.

"Parece mais provável uma cota trimestral a partir de junho", acrescentou.

Diante do cenário, os distribuidores de aços planos elevaram as compras de material em abril, tendo como base um entendimento de que os preços no Brasil não vão recuar. As compras do setor terminaram abril em alta de 13,4% ante março e 8,7% acima de um ano antes, a 346 mil toneladas.

Com isso, os estoques do setor fecharam o quadrimestre em 916,7 mil toneladas, crescimento anual de 12% e volume suficiente para 2,8 meses de vendas, ante uma média histórica de 2,5 meses.

A expectativa do Inda para maio é que as compras, e as vendas, dos distribuidores, cresçam 3,5% ante abril. Mas Loureiro frisou que houve discrepâncias entre os membros da entidade e por isso a expectativa pode não se confirmar.

"O aumento das compras é fruto do clima do final de abril, em que houve toda essa discussão de cotas e tarifas e criou-se a sensação de que os preços do aço não vai cair mais", disse Loureiro.

"Não há nenhum movimento de descontos que estava acontecendo antes. Os preços estão estáveis", acrescentou, citando descontos em preços de produtos específicos que vinham sendo concedidos pelas siderúrgicas no caso de grandes pedidos.

Sobre o Rio Grande do Sul, o presidente do Inda disse que a entidade ainda não tem um quadro da situação do setor no Estado, mas que "alguns distribuidores ficaram embaixo d'água" e citou perdas de materiais como laminados finos a frio e galvanizados devido à corrosão causada pelo contato com a água.

"É uma perda razoável...Caxias do Sul tem grandes fabricantes de autopeças e esse pessoal vai demorar para recuperar...em maio e junho, o consumo (de aço) no Rio Grande do Sul vai cair." Segundo o Inda, o Estado é responsável por 10% do consumo de aço dos distribuidores filiados à entidade.

SIDERURGIA

IstoÉ Dinheiro - SP   24/05/2024

Em mais uma medida para barrar a concorrência desleal de aço importado a preços baixos, o Comitê Executivo de Gestão (Gecex), da Câmara de Comércio Exterior (Camex), estendeu medidas antidumping para dois tipos de aços laminados a frio vindos da China. O governo identificou que siderúrgicas chinesas estavam reduzindo teores de cobre e de zinco às misturas para burlar a maior tarifa de importação.

De 2013 a 2019, a Camex tinha aplicado sobretaxa de US$ 629,44 por tonelada para esses produtos. A Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex-Mdic), no entanto, constatou o uso de artifícios para burlar a medida.

Quase inexistentes antes da aplicação da tarifa antidumping, as importações das variedades com pequenas reduções no teor de cobre e de zinco aumentaram 500% nos últimos anos.

A investigação da Secex durou seis meses e constatou que as importações dos aços modificados ocorreram somente com o objetivo de frustrar a eficácia da medida antidumping que estava em vigor. Segundo o Mdic, o governo recorreu à legislação de combate à chamada circunvenção – importações de produtos com barreiras comerciais que passam por terceiros países – para estender a esse “novo aço” o antidumping existente.
Tarifa antidumping

Prática autorizada pela Organização Mundial do Comércio (OMC), a tarifa antidumping consiste na sobretaxação de produtos produzidos abaixo do nível de custo. Esse tipo de medida tem como objetivo proteger a indústria nacional de concorrência desleal com produtos importados.

Nos últimos meses, o governo tem tomado diversas medidas para diminuir a ociosidade nas siderúrgicas nacionais. Em fevereiro, a Camex restaurou as tarifas de importação para cinco itens. Em abril, o órgão anunciou cotas de importação por um ano para 11 tipos de produtos de aço e taxação de 25% sobre o que exceder os limites.

Após os anúncios, as siderúrgicas brasileiras divulgaram a intenção de investir R$ 100,2 bilhões no Brasil nos próximos cinco anos.

Segundo o Instituto Aço Brasil, de janeiro a março, o Brasil importou cerca de 1,3 milhão de toneladas de aço, alta de 25,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos últimos anos, o segmento criticava a concorrência desleal do aço estrangeiro, que impedia o aumento da produção brasileira.

IstoÉ Dinheiro - SP   24/05/2024

As importações de aço em abril somaram 449 mil toneladas, o que representa uma alta de 11,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já o montante financeiro das compras de produtos siderúrgicos produzidos fora do Brasil foi de US$ 450 milhões, recuo de 4,9% em igual intervalo de comparação, segundo dados do Instituto Aço Brasil divulgados nesta quinta-feira, 23.

No sentido contrário às importações, a produção nacional de aço bruto somou 2,7 milhões de toneladas em abril, queda de 1,1% frente ao apurado no mesmo mês de 2023. Por outro lado, as vendas internas cresceram 9,5%, para 1,7 milhão de toneladas.

A produção de laminados em abril somou 1,9 milhão de toneladas, com pequena variação positiva de 0,3% ante abril de 2023. No mesmo intervalo, a produção de semiacabados somou 566 mil toneladas, queda de 26,6%.

O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 2,2 milhões de toneladas em abril, 13,2% acima na comparação anual.

As exportações no período somaram 740 mil toneladas em abril, o que representa uma queda de 11,5% ante o mesmo mês de 2023. Considerando igual intervalo, os ganhos com as vendas para o mercado externo totalizaram US$ 640 milhões, número 17,1% menor para o setor.

Acumulado de 2024

As importações nos quatro primeiros meses de 2024 somaram 1,7 milhão de toneladas, aumento de 21,5% frente ao mesmo período do ano passado. Os valores de importação foram de US$ 1,8 bilhão, o que indica um leve recuo de 0,8% na mesma base de comparação.

O Brasil produziu 11 milhões de toneladas de aço considerando o intervalo de janeiro até abril, aumento de 3,9% em relação ao mesmo período de 2023. Já a produção de laminados somou 7,7 milhões de toneladas, avanço de 5,1% em igual período de comparação. O total de semiacabados foi de 2,8 milhões de toneladas, equivalente a uma queda de 5,2% ante um ano.

As vendas internas de janeiro a abril de 2024 somaram 6,6 milhões de toneladas, o que representa uma avanço de 2,9% quando comparadas com igual intervalo do ano passado. O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 8,1 milhões de toneladas, avanço de 5,8%.

As exportações nos quatro primeiros meses de 2024 atingiram 3,3 milhões de toneladas, redução de 17,1% na comparação com igual período de 2023. Os ganhos com as vendas para o mercado externo totalizaram US$ 2,6 bilhões, queda de 22,1% no período.

IstoÉ Dinheiro - SP   24/05/2024

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou nesta quinta-feira, 23, que o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex) decidiu estender medidas antidumping para mais dois tipos de aços laminados a frio vindos da China.

Em nota, a pasta informa que a sobretaxa para esses produtos, de US$ 629,44 por tonelada, foi aplicada originalmente em 2013 e prorrogada em 2019. “A partir da prorrogação, no entanto, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex-MDIC), constatou o uso de artifícios para burlar a medida: importadores passaram a comprar tipos diferentes de laminados, com pequenas alterações do nível de cromo e níquel presentes nas ligas do aço, mas que na prática se caracterizam como sendo o mesmo produto sobretaxado.”

“O governo brasileiro está atento a possíveis manobras que possam prejudicar nossa defesa de comércio”, disse o vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, conforme divulgado na nota. “Temos de defender e sobretudo fortalecer a indústria do aço, tão relevante para nossa economia.”

De acordo com a diretora do Departamento de Defesa Comercial (Decom), Rafaela Noman, as importações dos aços modificados ocorreram somente com o objetivo de frustrar a eficácia da medida antidumping que estava em vigor. “As importações dessa variedade, quase inexistentes antes da aplicação do antidumping, subiram 500% nos últimos anos”, disse.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   24/05/2024

Os cenários com a Selic em dois dígitos ao fim de 2024 se alastraram pelo mercado nas duas últimas semanas e, agora, são maioria. Segundo o Estadão/Broadcast, a mediana do mercado financeiro para a taxa básica de juros no fim deste ano subiu mais uma vez, desta vez para 10,25%, ante 10% em levantamento de 14 de maio. A mediana para 2025, por outro lado, permaneceu em 9%.

O movimento refletiu a deterioração das expectativas de inflação, registrada pelo boletim Focus, e declarações mais duras proferidas por membros do Comitê de Política Monetária (Copom) — incluindo a entrevista do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao Estadão/Broadcast, e falas do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, em evento com investidores.

“O que nós observamos foi uma série de manifestações verbais dos membros do Banco Central bem mais hawkish do que estávamos antecipando”, afirma o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Daniel Xavier. “Se o BC for entregar o que está sugerindo, a tendência é pausar o ciclo no nível atual.”

Entre 34 casas consultadas no levantamento, 23 preveem um novo corte de 0,25 ponto da Selic em junho. Outras 11, porém, já esperam que o comitê opte pela estabilidade da taxa, em 10,50%.

Xavier elevou a projeção de Selic em 9,75% no fim do atual ciclo de cortes para 10,50%. Ele avalia que ao declarar em entrevista que não poderia adiantar novos cortes, Campos Neto sugeriu que está propenso a votar por uma Selic estável em junho.

Outro vetor que corrobora a mudança na estimativa, acrescenta, foi a piora das expectativas de inflação no Focus. Na edição de segunda-feira, 20, a mediana do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 subiu a 3,80%, ante 3,73% há um mês, e a de 2025 alcançou 3,74%, ante 3,60% — em ambos os casos, as estimativas estão acima do centro da meta de inflação, de 3%.

O ajuste de Xavier no cenário é similar em magnitude ao realizado pela ASA Investments, que também espera agora que o comitê opte pela estabilidade da Selic, em 10,50%, em junho. O aumento das expectativas de inflação de longo prazo foi determinante para a alteração, afirma o economista Leonardo Costa.

O economista salienta que a divisão na decisão de maio do Copom também reforçou a possibilidade de maior leniência do colegiado com a inflação a partir do próximo ano, o que corrobora o aumento das expectativas de longo prazo.

Costa reconhece que Galípolo, um dos principais cotados para assumir a presidência do BC em 2025, tem sido um pouco mais duro em declarações recentes, mas diz que ainda há dúvidas no mercado se esse discurso irá se materializar em ações.

O economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz, também revisou a projeção para Selic no fim de 2024, mas de 9,75% para 10,25%. Ele atribui o aumento da taxa terminal à desancoragem das expectativas de inflação e à incerteza na dinâmica fiscal doméstica. Kautz pondera, no entanto, que uma pequena melhora no cenário internacional, com desaceleração da atividade e da inflação nos Estados Unidos, abre espaço para mais um corte de 0,25 ponto porcentual da Selic.

O Santander Brasil também elevou a projeção para a Selic no fim de 2024 recentemente, mas manteve a taxa em um dígito. A estimativa passou de 9% para 9,75%. O cenário do banco, porém, tem uma peculiaridade.

O Santander avalia que o Copom deve realizar um novo corte de 0,25 ponto em junho, levando a Selic a 10,25%, e realizar uma pausa na sequência, mas somente até novembro. “(É) quando consideramos o começo dos cortes pelo Fed. Isso abriria espaço para mais dois cortes de 0,25 ponto em 2024", escreve, em relatório.

A continuidade do ciclo de flexibilização, pondera, depende muito das expectativas de inflação não piorarem muito mais adiante. Portanto, diz, há riscos altistas para a estimativa.
Projeções

Após iniciar o ano em 9%, a mediana para Selic no fim de 2024 subiu para 9,25% em meados de março. O aumento ocorreu após surpresas para cima na inflação de serviços e mudança do forward guidance do Copom — que retirou o plural da sinalização à frente, mas manteve a indicação de manutenção do ritmo de cortes, na época de 0,50 ponto porcentual.

A mediana voltou a subir no dia 18 de abril, para 9,50%, após declarações de Campos Neto colocarem o guidance em cheque. As falas ocorreram em um momento de deterioração da situação fiscal doméstica, com a mudança das metas de resultado primário, e do cenário externo, diante da percepção de que o Federal Reserve (Fed) demoraria mais para cortar os juros nos Estados Unidos, o que gerou pressão sobre o câmbio.

O aumento da mediana ganhou novo fôlego após a reunião de maio do Copom, encerrada no último dia 8, e atingiu 10% no último dia 14. Na comunicação do encontro, que foi marcado por divisão dos membros na votação, o comitê frisou a necessidade de cautela na condução da política monetária, diante das conjunturas local e internacional incertas. Não houve sinalização do plano de voo.

Infomoney - SP   24/05/2024

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse nesta quinta-feira (23) que deseja que os países orientados para o mercado apresentem um “muro de oposição” à China em relação às suas políticas industriais, uma questão fundamental que ela está promovendo em uma reunião de finanças do G7 nesta semana.

Yellen também disse em uma coletiva de imprensa que está buscando um “acordo geral sobre o conceito” dos ministros das Finanças e dos presidentes dos bancos centrais do G7 sobre um plano para antecipar os rendimentos de cerca de US$ 300 bilhões em ativos russos congelados que poderiam fornecer à Ucrânia um apoio financeiro significativo para além de 2025.

Os dois tópicos devem dominar a reunião dos ministros das Finanças e dos presidentes dos bancos centrais no norte da Itália na sexta-feira e no sábado.

Yellen disse que muitos países além das democracias industriais avançadas do G7 estão preocupados com o investimento excessivo da China em veículos elétricos, produtos solares, semicondutores, aço e outros setores estratégicos, incluindo México, Índia e África do Sul.

Sem mudanças na política chinesa, Yellen disse que as economias orientadas pelo mercado enfrentam uma enxurrada de exportações baratas da China que ameaçará a viabilidade de seus fabricantes.

Ela disse que não está pedindo aos países que espelhem as tarifas dos EUA ou que coordenem de perto as respostas de suas políticas comerciais.

“Mas precisamos nos unir e enviar uma mensagem unificada à China”, disse Yellen. “Para que eles entendam que não é apenas um país que se sente assim, mas que eles enfrentam um muro de oposição à estratégia que estão adotando.”

Ela disse que as autoridades do G7 discutirão suas respostas e preocupações que irão apresentar a Pequim.

O apelo de Yellen pela unidade do G7 em relação à China ocorre logo após o governo Biden ter anunciado novas tarifas pesadas sobre veículos elétricos, baterias, painéis solares e outros produtos chineses, em uma tentativa de proteger os investimentos dos EUA para desenvolver esses setores no país. Algumas dessas tarifas mais altas começarão em 1º de agosto

Yellen pediu esta semana que os EUA e a Europa respondam ao investimento excessivo da China em veículos elétricos, produtos solares, semicondutores, aço e outros setores importantes de uma “forma estratégica e unida” para manter os fabricantes viáveis em ambos os lados do Atlântico.

IstoÉ Dinheiro - SP   24/05/2024

A curva de juros perdeu inclinação nesta quinta-feira, 23, resultado de um leve viés de baixa nas taxas da ponta curta e de uma queda firme nos trechos intermediário e longo. O movimento refletiu um ajuste nas apostas do mercado no compromisso que o Banco Central terá com a inflação a partir de 2025. Declarações do diretor de Política Econômica da autarquia, Diogo Guillen, reforçando que o Copom está unido no propósito de levar o IPCA para o alvo abriram espaço para o movimento.

Investidores aproveitaram para devolver parte dos prêmios acumulados na curva, após as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) terem subido aos maiores níveis em mais de um mês ontem. Assim, o juro do DI para janeiro de 2025 caiu de 10,399% no ajuste anterior para 10,385%, enquanto o do DI para janeiro de 2027 passou de 11,150% para 11,040% e o do contrato para janeiro de 2029, de 11,639% para 11,490%.

Em uma palestra, Guillen minimizou o racha entre os membros do Copom na última reunião do colegiado, quando uma minoria formada pelos quatro indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva votou por um corte maior, de 0,5 ponto porcentual, na taxa Selic. Segundo o diretor de Política Econômica, todos os diretores do BC concordam que a política monetária terá de ser mais “mais cautelosa, restritiva e flexível” daqui para a frente.

Para profissionais do mercado, as declarações serviram como um esforço para indicar que a autoridade monetária continuará comprometida com o controle da inflação mesmo a partir de 2025. Assim, abriram espaço para compra de contratos na ponta mais longa da curva, o que explica a perda de inclinação.

“Se você tem a visão de que essa próxima encarnação do BC vai ser um pouco mais comprometida, a ideia é que, se não houver mais cortes da Selic agora, você joga parte desse orçamento para a frente e isso ajuda a ter uma pequena queda na inclinação da curva”, resume o economista-chefe da Terra Investimentos, João Maurício de Lemos Rosal.

Os mandatos do presidente do BC, Roberto Campos Neto, e dos diretores Carolina de Assis Barros (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) e Otávio Damaso (Regulação) acabam no fim deste ano. Sete dos noves membros do Copom terão, então, sido indicados pelo atual governo.

Instantes antes do fim do pregão, os juros voltaram a testar mínimas. Segundo profissionais do mercado, o movimento refletiu a expectativa pela regulamentação da meta de inflação pelo governo, após a consultoria Arko Advice ter apurado que equipes do Ministério da Fazenda e do BC trabalham para construir o decreto e publicá-lo até o fim de junho.

O Estado de S.Paulo - SP   24/05/2024

O Banco Central (BC) bem que tentou, mas o argumento técnico utilizado para explicar o racha entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) não convenceu todo o mercado financeiro, e os investidores rapidamente se ajustaram a esse cenário turbulento.

A última edição do Boletim Focus mostrou o preço da quebra das expectativas. Tudo piorou. A projeção para a inflação deste ano subiu de 3,76% para 3,80%, e para o IPCA de 2025, de 3,66% para 3,74%. A estimativa para o déficit primário deste ano aumentou de 0,64% para 0,70% do Produto Interno Bruto (PIB), e para o ano que vem, de 0,60% para 0,63% do PIB.

Para a Selic, a previsão dos analistas ouvidos pela pesquisa é a de que ela encerre o ano em 10% ao ano, ante 9,75% na semana anterior e 9,50% há um mês. O dólar, por sua vez, subiu de R$ 5,00 para R$ 5,04. E até a expectativa para o crescimento do PIB deste ano recuou de 2,09% para 2,05%, algo que não ocorria desde junho do ano passado.

Pode-se argumentar que há razões variadas por trás do mau humor manifestado pelo mercado. Há dúvidas sobre o início do corte de juros nos Estados Unidos, mais uma vez postergado em razão da inflação elevada e do crescimento da economia. No cenário interno, a mudança nas metas fiscais de 2025 e 2026 também não foi bem recebida nem o pedido de abertura de crédito extraordinário para permitir gastos extras de R$ 15,7 bilhões neste ano.

Esses fatores, no entanto, já vinham sendo assimilados pelos investidores nas últimas semanas, tanto que as expectativas já haviam piorado um pouco. A novidade, desde a semana passada, foi a divulgação da ata da reunião do Copom. Todos reconheceram que as expectativas de inflação estão desancoradas, mas isso não impediu que quatro dos nove diretores votassem por uma redução maior dos juros.

Se essa decisão se deveu, de fato, à defesa da sinalização dada pelo Copom na reunião anterior, e não por tolerância dos membros indicados pelo presidente Lula da Silva com uma inflação mais alta, isso poderá ser comprovado em breve. O teor do documento foi considerado duro e não deixou muito espaço para uma nova redução da taxa básica de juros na reunião de junho. Na dúvida, os analistas ajustaram suas posições para a Selic e para a inflação – ambas para cima, o que, em tempos normais, soaria até contraditório.

Outro aspecto ainda a ser devidamente mensurado pelo mercado é o impacto das chuvas no Rio Grande do Sul. O Estado é hoje a quarta maior economia do País, e as cheias atingiram as regiões mais pujantes, como a região metropolitana de Porto Alegre e a Serra Gaúcha, além de municípios populosos como Santa Maria e Pelotas.

Retomar as atividades será um processo lento e que pode causar efeitos severos na economia gaúcha, mas os impactos da tragédia não são unicamente locais. Fábricas da Volkswagen em São Paulo, por exemplo, anunciaram férias coletivas por falta de peças fornecidas por empresas instaladas no Rio Grande do Sul, que estão impossibilitadas de produzi-las e transportá-las a outras localidades.

Há ainda risco de que a calamidade no Sul impulsione o preço dos alimentos em todo o País e derrube a arrecadação estadual e dos municípios gaúchos. Novas rodadas de repasses de recursos são mais do que esperadas.

Sabe-se que a ajuda federal já anunciada, de R$ 12,2 bilhões, será suficiente apenas para ações emergenciais e não dará conta do valor necessário para a reconstrução da infraestrutura do Estado nem para o apoio permanente a uma parcela de população que não compunha o grupo dos vulneráveis, mas que pode vir a necessitar de benefícios assistenciais para sobreviver em um cenário de destruição.

A depender da forma como essa ajuda venha a se materializar, pode haver uma percepção de piora do quadro fiscal, aumento das expectativas de inflação e, consequentemente, ainda mais pressão sobre os juros. Nesse cenário, as próximas declarações dos integrantes do Copom e as decisões do Banco Central serão analisadas com lupa. A autonomia e a credibilidade da instituição serão postas à prova.

Globo Online - RJ   24/05/2024

O ministro Fernando Haddad passou bem por uma série de embates na sessão da Comissão de Finanças e Tributação na Câmara, nesta quarta-feira. No entanto, ao falar que a meta da inflação é "exigentíssima" , "um negócio inimaginável" acabou alimentando dúvidas no mercado financeiro. A fala do ministro já teve reflexo em taxas de juros futuros e no dólar. E o que provocou essa reação? A declaração de Haddad pode levar à conclusão de que o governo não está comprometido com essa meta de 3% que permite uma taxa de até 4,5%. A inflação em doze meses está abaixo disso no momento.

— Os núcleos (da inflação) estão rodando abaixo da meta, que é exigentíssima... Uma meta, para um país com as condições do Brasil, de 3% de inflação, é um negócio inimaginável. Desde que o regime de metas foi instituído, quantas vezes o Brasil teve 3% de inflação? Em quantos anos isso aconteceu, nos 25 anos de regime de metas? — afirmou Haddad.

E eu sei que o ministro está comprometido com a inflação baixa, estabilizada, mas a sua frase deixa margem a uma interpretação do mercado financeiro de que ele está pensando em mudar a meta de inflação, afinal ele faz parte do comitê do Banco Central do Brasil que decide qual será a meta. É muito ruim quando o ministro da Fazenda deixa uma frase mal explicada.

Mudar a meta de inflação, diga-se de passagem, não resolve o problema. A meta hoje é de 3% com uma banda de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, com essa taxa de flutuação, pode chegar a 4,5%. Se for elevada para 4%, isso significaria que a taxa poderia chegar a 5,5%, e aí começa a ficar uma inflação perigosa.

O Brasil tem uma longa história com a inflação alta e ela não é boa. Este ano se completam três décadas do Plano Real, que foi muito bem concebido e implementado, e livrou o país de 50 anos de superinflação e de um episódio traumático de hiperinflação.

Como jornalista de economia vivi tudo isso, escrevi sobre isso, inclusive um livro, o "Saga Brasileira". E a história mostra que no Brasil quando se chega a um determinado patamar de inflação ela rapidamente escala para dois dígitos. E quando chega nos dois dígitos, tem o risco de continuar subindo e provoca um mau humor completo em relação ao governo, perda de popularidade e de apoio, aconteceu no governo Dilma e no de Jair Bolsonaro.

No caso do governo Bolsonaro, para vencer a inflação de dois dígitos, a política econômica tomou medidas artificiais para baixar na marra a inflação. Isso deixou um custo muito alto para o governo Lula sobre o qual o ministro falou ontem. Um desses custos foi ter que compensar governadores que foram forçados a suspender o ICMS sobre combustíveis fósseis. Haddad pontuou isso na sessão da Câmara ao falar dos precatórios e do calote dos estados. Todos artifícios usados para conter a inflação com fins eleitoreiros, o que acabou não dando certo, porque ele não foi reeleito.

Mas a lição que ficou de vários episódios de índices mais altos é que inflação alta não é bom para a política, não é bom para o social, não é bom para a economia.

Globo Online - RJ   24/05/2024

Cresceu a projeção do governo para o buraco nas contas públicas até o final do ano. Pelos cálculos do Tesouro, o resultado primário — diferença entre receitas e despesas, sem contar pagamentos de juros — será um déficit de R$ 14,5 bilhões, R$ 5,2 bilhões além da estimativa anterior. Na interpretação das autoridades em Brasília, tudo continua sob controle. Como a regra fiscal permite um déficit de R$ 28,8 bilhões, dizem haver folga.

O discurso benevolente tenta encobrir uma realidade bem mais preocupante. Nunca se pode perder de vista o endividamento e sua trajetória. Em dez anos, a dívida bruta saiu de menos de 60% do PIB para os atuais 74,4%. No ritmo atual, tardará a cair. Quanto mais demorar, piores os efeitos sobre taxa de juros, câmbio e crescimento.

A credibilidade da política fiscal já viveu dias melhores. O arcabouço aprovado em 2023 não completou nem um ano, mas já foi alterado para afrouxar as metas. Mesmo com as mudanças, há dúvidas se as contas fecharão dentro do estipulado pelas regras. Para chegar a dezembro com um déficit de até 0,25% do PIB (os tais R$ 28,8 bilhões), será necessário atingir uma projeção de arrecadação inflada. Entre o primeiro e o segundo bimestre, o Tesouro Nacional elevou a estimativa de receitas primárias federais em R$ 16 bilhões. Ao mesmo tempo, houve aumento de R$ 24,4 bilhões nas despesas primárias, R$ 20,1 bilhões delas obrigatórias.

O cálculo do Tesouro leva em conta o recebimento integral dos dividendos extraordinários da Petrobras. A petroleira reteve R$ 42 bilhões no começo do ano. No mês passado, voltou atrás e aprovou a distribuição de metade aos acionistas, passando R$ 6,4 bilhões à União. Para o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, é certo que a segunda metade será paga. Dado o grau de intervenção do Palácio do Planalto na Petrobras, é até provável que Ceron esteja certo nesse item. Mas as demais previsões serão mais difíceis de cumprir.

As receitas são projetadas pelo governo com expectativa de crescimento do PIB de 2,5%, sem levar em conta as consequências negativas das chuvas no Rio Grande do Sul na economia. No quesito das despesas, a tragédia gaúcha e o esforço de reconstrução também terão peso. O discurso oficial de que a ajuda não será comedida e, ao mesmo tempo, zelará pelas finanças públicas é contraditório. Os montantes transferidos ou as renúncias a impostos ficarão fora da meta e dos limites fiscais, mas isso não quer dizer que sairão de um vácuo. Truques contábeis à parte, empurrarão a dívida para cima.

A situação fiscal e as perspectivas são alarmantes e exigem medidas à altura. O déficit estrutural deu um salto no primeiro ano do governo e fechou 2023 em 1,65% do PIB. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem razão quando diz ser preciso “pensar nas condições institucionais”. Seriam bem-vindas mudanças para desengessar o Orçamento. Embora desejável, parece pouco provável que o governo tenha a intenção de abrir essa frente no Congresso em ano com eleições municipais e desafios da magnitude da regulamentação da reforma tributária.

Como medidas para alavancar a arrecadação têm limites, a alternativa à disposição do governo é, com a ajuda do Legislativo, implementar um plano consistente de ajuste de gastos. A ilusão de que a dívida pública ascendente é inofensiva fez o Brasil chegar a um endividamento próximo de 80% do PIB. É preciso acabar com o autoengano.

Infomoney - SP   24/05/2024

A produção industrial brasileira voltou a mostrar evolução, com o índice atingindo 51,2 pontos no mês, no segundo resultado consecutivo acima do nível médio de 50 pontos, de acordo com dados da Sondagem Industrial divulgados nesta quinta-feira (23) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A entidade destacou que o movimento de alta na passagem de março para abril que ocorreu neste ano não é comum para o período, uma vez que o índice de evolução da produção costuma ficar abaixo dos 50 pontos em abril.

O resultado atípico, segundo a CNI, deve-se sobretudo ao crescimento da produção das grandes empresas e à estabilidade das médias. O índice de evolução para grandes empresas ficou em 53,5 pontos e o índice relativo às médias empresas ficou praticamente sobre a linha divisória, em 50,1 ponto. Já o indicador de pequenas empresas mostrou queda na produção, ao ficar em 47,6.

Emprego

O índice de evolução do número de empregados atingiu 50,1 pontos em abril de 2024, o que sinaliza que o número de empregados na indústria se manteve praticamente estável na passagem de março para abril. É o terceiro mês seguido em que o índice fica acima, ainda que próximo, da linha divisória dos 50 pontos.

Como no caso da produção, a estabilidade é atípica: o usual é que haja queda no número de empregados no setor em abril.

Entre os indicadores para indústrias de diferentes portes, apenas o índice para pequenas empresas sinalizou recuo no número de empregados. Já os indicadores para médias e grandes indústrias sinalizam que houve expansão no número de empregados em abril, embora o usual para o período é que haja queda.

Capacidade instalada

A Utilização da Capacidade Instalada atingiu 70% em abril de 2024, após avançar 2 pontos percentuais desde março. O índice se encontra 3 p.p. acima da média dos meses de abril da série, indicando que o nível de utilização se encontra em um patamar superior ao usual para o período.
Estoques

O indicador de evolução do nível de estoques ficou em 50 pontos em abril de 2024, indicando estabilidade ante março. O índice de estoque efetivo em relação ao planejado também ficou em 50 pontos em abril no mês, avançando 0,2 ponto em relação ao índice de março.

O indicador sinaliza que os estoques permanecem ajustados de acordo com o planejado pelos empresários industriais. Esse é o quinto período consecutivo em que não há excesso de estoques.

O indicador de expectativa de compras de matérias-primas atingiu 54,1 pontos em maio, após recuar 0,7 ponto em relação a abril. O índice de expectativa de demanda, por sua vez, atingiu 56,1 pontos, após recuar 0,4 pontos na passagem de abril para maio.

Tanto para expectativa de compras de matérias-primas quanto para expectativa de demanda, os indicadores para empresas de médio porte apresentaram avanço na passagem de abril para maio, enquanto os índices para pequenas e grandes empresas caíram e puxaram os índices gerais para baixo.
Investimentos

O indicador de intenção de investimento ficou 56,9 pontos em maio de 2024, praticamente inalterado na comparação com o índice de abril (-0,1 ponto). Com isso, o indicador permanece 5 pontos acima da média histórica da série, de 51,9 pontos.

O Estado de S.Paulo - SP   24/05/2024

O arcabouço fiscal, que vem perdendo credibilidade desde o seu lançamento, está cada vez mais perto de sofrer, nas palavras de um ex-secretário do Tesouro Nacional, o “tiro de misericórdia”. O risco é apontado já para o ano que vem, quando o avanço rápido das despesas obrigatórias - como pagamento de pessoal ou despesas previdenciárias - exigirá um corte estimado entre R$ 15 bilhões e R$ 30 bilhões nos demais gastos de um governo que, na avaliação de especialistas em contas públicas, não deu provas até agora de que está disposto a conviver com restrições orçamentárias.

Dos dois pilares que deveriam sustentar a confiança na regra fiscal, o primeiro, das metas a serem observadas nas contas primárias, ruiu de vez com a mudança, confirmada há um mês, nas metas fiscais dos próximos anos. Para economistas, foi provavelmente a primeira de outras que virão, uma vez que, enquanto o governo promete fechar tanto 2024 quanto 2025 com déficit zero, o mercado entende que o buraco nas contas públicas só vai ser coberto completamente em 2028.

O segundo pilar, referente ao compromisso em obedecer um limite às despesas públicas, ainda se sustenta, embora comprometido por manobras para abrir espaço a mais gastos. Pode, no entanto, desmoronar se houver uma elevação desse limite ou se forem excluídas despesas dele. É um risco monitorado no mercado pela facilidade, da qual o governo tem aproveitado, com que a lei do arcabouço pode ser alterada.

“Se o coração do arcabouço é o limite de gastos, qualquer alteração dele seria um tiro de misericórdia na regra fiscal. Tanto faz se a mudança for elevar os limites de crescimento da despesa ou excluir mais alguma despesa, qualquer criação artificial de espaço deve ser vista como o fim da regra”, diz o economista da ASA Investments Jeferson Bittencourt, que foi secretário do Tesouro Nacional em 2021.

As despesas públicas estão crescendo a um ritmo de 6% acima da inflação, quando o limite de expansão de gastos no marco fiscal é de 2,5%. Para acomodar no orçamento a escalada das despesas obrigatórias, será preciso que o governo faça cortes nos investimentos e no custeio dos serviços públicos.

As despesas discricionárias (sobre as quais o governo tem poder de decisão) nos próximos dois anos, observa Bittencourt, teriam de cair, respectivamente, para 1,5% e 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB), saindo de um porcentual, neste ano, de 1,8%. Em tese, é algo possível, já que em 2021 as discricionárias ficaram abaixo de 1,4% do PIB. Porém, a permeabilidade da regra à pressão política antecipou no mercado um debate sobre o fim do arcabouço, algo que só deveria ser considerado em 2027, com a volta dos precatórios ao limite de gastos.

Há dúvidas se o governo aceitará limitar um espaço no orçamento onde estão, por exemplo, as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A tendência é de a pressão só aumentar no próximo ano, em especial quando o governo enviar, em abril, as diretrizes do orçamento de 2026, ano de eleições presidenciais. “A intolerância a cortes aumenta conforme as eleições se aproximam”, lembra Bittencourt.

Em entrevista ao Estadão na terça-feira, 21, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, considerou exagerada a preocupação no mercado com os rumos fiscais. “Estamos entregando exatamente o que falamos que íamos entregar e que ninguém acreditava que íamos conseguir”, disse (leia aqui a entrevista).
Fora do teto

O economista da XP Investimentos Tiago Sbardelotto concorda que a credibilidade de todo o arcabouço será reduzida a zero se houver novas alterações. “Uma regra com vida tão curta traria um efeito muito adverso para o mercado em relação à política fiscal.”

Conforme os especialistas em contas públicas, o governo já mostrou não estar disposto a trabalhar com despesas discricionárias mais baixas em alguns momentos. Entre eles, quando houve a antecipação de R$ 15 bilhões em crédito suplementar, aprovada num “jabuti” do projeto de lei que cria um seguro a vítimas de acidentes de trânsito. Também citam o uso de um fundo de garantia no programa Pé-de-Meia, que oferece incentivo financeiro contra a evasão de estudantes do ensino médio de escolas públicas, para tirar R$ 6 bilhões do limite de gastos.

“O governo está criando várias deduções do limite de gastos”, diz o economista Gabriel Leal de Barros, ex-diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado. “O arcabouço vem sendo cumprido com artimanhas, contornos e atalhos. Já deu errado.”

Diretora de macroeconomia para o Brasil do UBS Global Wealth Management, Solange Srour entende que o governo poderá usar restos a pagar para compensar as despesas que superarem o limite de gastos no ano que vem. “Mas, para fins de credibilidade, isso pouco importa. O fato é que o teto não é mais teto. Há consenso de que a política fiscal vai perder credibilidade ao longo do tempo, seja por mudança da lei, seja pela utilização de mecanismos permitidos, mas que na prática tiram a credibilidade.”
Indexação de gastos e reajuste de servidores

Para os analistas, a indexação de gastos obrigatórios, considerada incompatível com os limites do marco para as contas públicas, estrangula as demais despesas do orçamento e reforça o ceticismo do mercado sobre o futuro do arcabouço fiscal.

A maior pressão contra o limite de gastos vem da vinculação dos benefícios da Previdência ao salário mínimo, que passou a ter reajustes acima da inflação, e dos pisos de saúde e educação à arrecadação, cujos resultados têm surpreendido.

Por ora, a desvinculação dos benefícios previdenciários é uma bandeira levantada dentro do governo apenas pela ministra do Planejamento, Simone Tebet. Ao mesmo tempo, como contou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista recente ao Estadão/Broadcast (leia aqui), a discussão sobre rever os mínimos constitucionais dos investimentos em saúde e educação “não prosperou”.

Dentro do funcionalismo, reajustes a servidores e a volta dos concursos amarram ainda mais o orçamento, contribuindo, conforme especialistas, para inviabilizar o arcabouço. “A dinâmica de gastos consome muito do espaço fiscal futuro. Não tem como a despesa crescer menos de 2% ao ano com as decisões que foram tomadas”, diz Barros. “O arcabouço é a regra fiscal que deu errado em menor tempo na história do Brasil.”

Para evitar o risco de uma paralisação de serviços públicos, o shutdown, Barros espera que o arcabouço seja flexibilizado de alguma maneira. “Não vai ficar do jeito que está até o fim do mandato de forma alguma”, prevê. Ele classifica como um erro primário, cometido apenas por regras fiscais de primeira geração, a vinculação dos gastos com saúde e educação à arrecadação.

Na avaliação de Solange Srour, foi um erro “muito grande” não alterar as regras de indexação no ano passado, na votação do arcabouço, quando havia um entendimento no Congresso de que o novo marco fiscal precisaria ser crível. “Agora, será praticamente impossível trazer esse ambiente político de volta”, avalia a economista, citando o pouco interesse dos parlamentares em votar às vésperas das eleições municipais temas impopulares, como restrições aos gastos em saúde e educação.

Fora isso, o foco neste ano está na regulamentação da reforma tributária. Nesse contexto, o economista do Santander Ítalo Franca frisa que o avanço na agenda de revisão da eficiência dos gastos será importante para reduzir a pressão contra o arcabouço nos próximos anos. “Para 2025, vemos uma necessidade de ajustes de despesas de R$ 15 bilhões a R$ 20 bilhões, caso a agenda de controle das despesas não avance”, aponta.

Além da dificuldade em segurar nos próximos anos as despesas dentro do limite do arcabouço, analistas veem menor apetite, tanto do governo quanto do Congresso, em aprovar novas medidas de arrecadação, o que dificulta o objetivo de reverter o déficit das contas públicas. Coloca-se, assim, um cenário mais desafiador na dívida, sobretudo porque os juros não vão cair o tanto que se esperava no início do ano.

Para Solange Srour, os juros acima de 6% em termos reais, como é o cenário atual, tornam insustentável a trajetória da dívida. “Ninguém acredita que o crescimento do Brasil vai ser acima de 6%. Isso significa que a dívida vai estar em trajetória insustentável, a menos que sejam feitos superávits primários em uma ordem que não vimos na história do Brasil”, diz.

MINERAÇÃO

Valor - SP   24/05/2024

De acordo com as regras de aquisição do Reino Unido, a mineradora australiana tem até 29 de maio para declarar se pretende fazer uma nova oferta ou não

A gigante de mineração britânica Anglo American rejeitou uma oferta de aquisição melhorada de quase US$ 50 bilhões da BHP, dizendo que a proposta continua subvalorizando a empresa. Embora a BHP tenha dito que a oferta seria a última, ela não parece definitiva, dizem analistas.

“A estrutura do acordo continua sendo um ponto central de discórdia”, escrevem analistas do Berenberg, em relatório, acrescentando que esperam que o conselho da Anglo busque um preço mais alto. A Anglo disse que está disposta a se envolver com a BHP e solicitou uma prorrogação de uma semana no prazo formal da oferta, até 29 de maio.

Analistas da RBC Capital Markets veem a notícia como positiva para a Anglo American, dado que a prorrogação deixa espaço para a negociação de uma oferta mais alta, e negativa para a BHP, dado o que eles consideram como um projeto excessivo e com riscos de execução de sinergia.

A oferta de 29,34 libras esterlinas por ação está bem acima do que o banco canadense vê como um aumento de valor para a BHP. Em última análise, o prazo alargado mostra uma vontade de envolvimento e aumenta a probabilidade de se chegar a um acordo, disse o RBC.

“Essas são medidas encorajadoras, pois esperamos que novas discussões levem a uma oferta recomendada da BHP que poderia incluir uma possível mudança na estrutura do negócio”, escrevem analistas do Jefferies.

Segundo eles, a Anglo American pode receber ofertas rivais. “Seria uma surpresa para nós se a BHP adquirisse a Anglo sem que a Glencore tentasse pelo menos se envolver de alguma forma”, dizem analistas do Jefferies. Ainda assim, a probabilidade de um acordo entre a BHP e a Anglo aumentou, e as negociações podem levar a uma oferta recomendada, dizem.

Para conseguir um acordo, seria necessário que a BHP assumisse todo o negócio, em vez de perseguir as cisões contingentes, disse o Berenberg. De acordo com as regras de aquisição do Reino Unido, a mineradora australiana tem até 29 de maio para declarar se pretende fazer uma nova oferta ou não.

As ações da Anglo American fecharam em alta de 0,4%, a 26,99 libras esterlinas, na quarta-feira, recuperando-se com as notícias de uma queda de 2,8% no início da sessão. As ações da BHP em Londres caíram 4%, para 23,29 libras, com a notícia.

Infomoney - SP   24/05/2024

Os contratos futuros do minério de ferro caíram nesta quinta-feira, acompanhando um mercado mais fraco de metais básicos e preciosos, já que um dólar norte-americano mais forte alimentou mais apetite a risco.
O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações da manhã com queda de 1,09%, a 906,5 iuanes (125,13 dólares) a tonelada.
O minério de ferro de referência para junho, na Bolsa de Cingapura, foi negociado em baixa de 1,77%, a 119,45 dólares a tonelada.

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Um dólar mais forte após a ata hawkish do Federal Reserve dos EUA, que revelou uma disposição de aumentar as taxas de juros entre algumas autoridades, pressionou os preços dos metais.
“O minério de ferro também sofreu algum impacto de outros metais básicos e preciosos, como o cobre e a prata, bem como da queda do mercado acionário”, disse Pei Hao, analista da corretora internacional Freight Investor Services (FIS), com sede em Xangai.
O Shanghai Copper perdeu mais de 4%, enquanto a prata caiu quase 5%.
Entretanto, as quedas foram limitadas pelo mais recente estímulo imobiliário na China, com várias cidades reduzindo pagamentos e taxas de juros de empréstimos hipotecários para aumentar a demanda.
Isso ocorreu depois que Pequim anunciou medidas “históricas” na última sexta-feira para estabilizar seu setor imobiliário atingido pela crise.
“Ainda há expectativa de um novo aumento na produção de metais quentes, já que as usinas ainda têm alguma margem mas a redução de estoques de minério de ferro nos portos não tem ocorrido de forma tranquila”, disseram analistas da Shengda Futures em uma nota.

Infomoney - SP   24/05/2024

A Vale (VALE3) contratou a consultoria Russell Reynolds para auxiliar a mineradora na escolha do novo presidente da companhia, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira (23).
O atual presidente é Eduardo Bartolomeo, que deve ficar no cargo para fazer a transição para a nova liderança, no início de 2025, e também deve atuar como membro do Conselho de Administração até 31 de dezembro do ano que vem.
O conselho aprovou a contratação da consultoria, ressaltando que o processo de sucessão segue o estatuto social da companhia e a legislação aplicável.

“A Vale reitera que manterá o mercado informado a respeito de evoluções materiais sobre a definição do seu novo presidente”, diz a companhia.
O processo ainda vai incluir a definição de uma lista tríplice de candidatos. A escolha final será efetivada até o final do ano.
O processo de sucessão de Bartolomeu ganhou notoriedade após o governo federal tentar emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega no cargo, o que foi visto como uma interferência pelo mercado.

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Máquinas e Equipamentos

InfraRoi - SP   24/05/2024

A organização da Brazil Equipo Show aposta na edição 2025 do evento, que acontece em Jaguariúna, interior de São Paulo, como uma etapa de consolidação. Será o segundo evento da marca, sendo que o primeiro foi realizado em agosto do ano passado no mesmo local, na Red Eventos, e recebeu mais de 9 mil visitantes.

No ano que vem, a expectativa é que o País mantenha o crescimento nos investimentos em infraestrutura e construção previstos em várias áreas, o que significa demanda por mais máquinas e equipamentos. A feira foi bem recebida pelas marcas por considerarem um espaço propício para fechar negócios.

“A filosofia da feira será mantida, ou seja, teremos muita apresentação de equipamentos ao vivo, reforçando que a BES 2025 é um evento dinâmico, para experimentar de fato como funcionam as máquinas expostas”, resume Guilherme Ramos, diretor da STO Feiras, empresa que organiza o evento.

O executivo destaca que a edição do ano que vem deve posicionar a BES como o evento mais dinâmico de equipamentos para construção e mineração do País. “Queremos trazer Jaguariúna como hub de tecnologia e negócios para linha amarela e demais máquinas”, afirma.

A experiência de empresas parceiras na edição de 2023 confirma a avaliação de Ramos. É o caso da JLG, líder mundial em projeto e fabricação de equipamentos de acesso, e da Convicta, fabricante de linha de produtos e serviços para a produção, mistura, transporte e bombeamento de concreto usinado.

Adriano Peres, gerente comercial da JLG, declarou que a presença de público superou as expectativas da fabricante no ano passado. “A quantidade de vendas também, o que nos faz convidar os nossos clientes para a BES 2025”, resumiu.

Já Suelen Prudente, gerente comercial da Convicta, complementou dizendo que “a experiência da BES foi incrível, com público muito qualificado”. “Com certeza, vamos nos encontrar em 2025”, disse a executiva.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   24/05/2024

Aloizio Mercadante, defende adoção de crédito subsidiado para setores estratégicos, como o de combustíveis renováveis

Três projetos de lei de interesse do governo devem avançar no Congresso Nacional ainda no primeiro semestre, segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin. Em participação por videoconferência em um evento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Alckmin afirmou esperar que a Câmara dos Deputados aprove, na semana que vem, o programa Mover, que concede créditos tributários a empresas do setor automotivo que investirem na descarbonização da frota, e o PL de depreciação acelerada para a indústria.

Ainda de acordo com o vice-presidente, o projeto que cria a Letra de Crédito de Desenvolvimento (LCD) deve ter aprovação e sanção do presidente Lula até o fim de junho. O texto que prevê a criação da LCD foi aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada e segue para o Senado Federal.

A letra de crédito foi pensada como um instrumento de captação de recursos da ordem de R$ 10 bilhões para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “A medida vem na esteira da LCA, para agricultura, e LCI, para o setor imobiliário. A medida pode tornar os juros 1,5% mais baratos, porque na letra de crédito tem redução do imposto de renda da pessoa física e jurídica”, disse.

Alckmin reafirmou que o Brasil almeja uma indústria exportadora e que o BNDES vai com o ministério para a Arabia Saudita, em reunião com nove fundos soberanos, e depois para a China, que é o maior parceiro comercial do Brasil. “O Brasil abriu nos últimos 15 meses 107 novos mercados, em quase 50 países, onde conseguimos avançar no agro, agroindústria, indústria e queremos retomar o setor de serviços.”

Também no evento, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, defendeu a adoção de crédito subsidiado para setores estratégicos, como o de combustíveis renováveis. Mercadante disse que o país pode ser líder na produção de etanol e entrar com peso na produção do Combustível Sustentável de Aviação (SAF), com boas janelas de oportunidade também no Combustível de Navegação.

“Precisamos saber usar com responsabilidade os poucos recursos que temos para alavancar setores fundamentais para a economia”, disse. “Queremos uma indústria descarbonizada e inovadora, há uma oportunidade gigante que está se abrindo para o Brasil pela nossa matriz energética limpa”.

O presidente do BNDES reafirmou que é preciso “combater o negacionismo econômico e o protecionismo comercial” e disse que o governo pode avançar na proteção ao setor siderúrgico, ampliando a cesta de produtos com alíquota de 25% no imposto de importação. No mês passado, o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior do Brasil (Gecex) decidiu elevar para 25% o imposto de importação de 11 produtos de aço e estabelecer cotas de volume de importação para esses produtos, após pressão do setor siderúrgico por medidas de proteção comercial.

"Estamos começando com 11 produtos e vamos acompanhar as necessidades da indústria e também o compromisso do setor, que é manter empregos, fazer novos investimentos e não ter abuso dos preços", disse em conversa com jornalistas. "Com isso você protege a produção nacional, mas permite que se mantenham importações que ajudem a regular o mercado", completou.

Quanto ao Rio Grande do Sul, Mercadante não quis comentar se a linha de crédito especial estudada pelo governo para reconstruir a infraestrutura gaúcha terá taxas subsidiadas ou recursos não reembolsáveis. Ele ainda informou ainda que o BNDES vai lançar no dia 19 de junho uma linha para o setor audiovisual, mas que será anunciada pelo presidente Lula.

O Estado de S.Paulo - SP   24/05/2024

Capazes de produzir muito mais carros do que podem vender na China, empresas chinesas como a BYD estão entrando em mercados de todo o mundo. Sua expansão global ocorre no momento em que as principais montadoras dos EUA - cujas vendas na China, outrora lucrativas, estão minguando - se retiraram de mercados promissores como Índia, Indonésia e Tailândia para se concentrar em sua base americana.

Enquanto os fabricantes chineses tentam vender o maior número possível de carros para manter seus funcionários empregados, seus concorrentes americanos estão apostando em tornar cada venda de veículo mais valiosa, vendendo aos consumidores assinaturas de software para entretenimento, direção sem o uso das mãos e atualizações de desempenho.

As estratégias contrastantes envolvem riscos para ambos os lados à medida que se aproximam do que alguns analistas dizem ser uma luta inevitável pelo mercado de automóveis dos EUA. Elas também destacam o que está em jogo com a imposição pelo presidente Biden de tarifas de 100% sobre os veículos elétricos chineses na semana passada.

Se as empresas americanas - amplamente consideradas como estando atrás das chinesas em termos de ofertas de veículos elétricos - não conseguirem usar a mais recente proteção tarifária para recuperar o atraso em relação aos veículos de emissão zero, o mercado que é sua principal fonte de lucros poderá estar em risco.

“Ficamos encurralados”, disse Michael Dunne, ex-presidente da General Motors (GM) Indonésia, que agora é consultor do setor.

O recuo global dos americanos aumentou os lucros, deixando-os com uma base geográfica mais restrita. Tanto a Ford quanto a GM mantêm posições dominantes na América do Norte e ainda produzem e vendem veículos na China, o maior mercado de automóveis do mundo. Mas seus lucros são, em grande parte, obtidos em casa com as vendas de picapes e veículos utilitários esportivos.

A redução internacional da GM tem sido especialmente notável. Em 2015, a empresa deixou a Indonésia dois anos depois de reabrir uma fábrica que havia fechado pela primeira vez em 2005. Em 2017, deixou a Europa depois de vender suas duas principais marcas europeias e saiu da Índia e da África do Sul.

Também saiu da Tailândia em 2020, com a fábrica da GM vendida para a Great Wall Motors da China, seguida pela Nova Zelândia e Austrália.

Na época, as autoridades da GM disseram que estavam se retirando dos mercados em que não conseguiam identificar um caminho para a lucratividade. Em vez de investir mais dinheiro em operações deficitárias, eles optaram por economizar dinheiro para financiar o desenvolvimento de novos veículos elétricos.

Do ponto de vista financeiro, a estratégia funcionou. No ano passado, a GM ganhou mais de US$ 10 bilhões, quase o dobro do lucro anual obtido uma década antes. Os ganhos da Ford ultrapassaram US$ 4 bilhões.

Mas esses lucros ocultam uma fraqueza preocupante na China, onde as vendas anuais de veículos de mais de 26 milhões são aproximadamente 70% maiores do que nos Estados Unidos.

Até recentemente, a China era uma história de sucesso para a GM, que produz carros para o mercado chinês por meio de várias joint ventures. De 2010 a 2022, a empresa vendeu mais veículos na China do que nos Estados Unidos.

Mas como as montadoras americanas demoraram a introduzir novos modelos com a tecnologia mais recente, os consumidores chineses passaram a preferir cada vez mais as marcas nacionais. No ano passado, mais da metade dos carros de passeio vendidos na China eram de marcas nacionais, em comparação com 36% em 2019, de acordo com a AlixPartners, uma empresa de consultoria.

A partir de 2015, generosos subsídios governamentais impulsionaram o sucesso dos veículos elétricos na China.

“Eles são concorrentes formidáveis”, disse um executivo do setor automobilístico americano, falando sob condição de anonimato para discutir as empresas rivais.

No ano passado, a GM vendeu na China metade dos veículos que vendeu em 2017; sua receita proveniente das operações chinesas diminuiu em quase 80% desde 2014. No primeiro trimestre, a empresa registrou um prejuízo de US$ 106 milhões.

A GM - que estabeleceu sua primeira parceria chinesa em 1997 - não está sozinha. As vendas da Ford na China no ano passado caíram 28% em relação a dois anos atrás e sua participação no mercado ficou abaixo de 2%, menos da metade do que era em 2016. De 2018 a 2022, a Ford registrou mais de US$ 3,7 bilhões em perdas antes dos impostos em seus negócios na China. (A empresa não divulga mais os resultados regionais).

Até mesmo a Tesla, que dobrou a capacidade de sua fábrica na China em 2021, vem perdendo terreno. Sua participação de mercado na China caiu ao longo de 2023 de 10,5% no primeiro trimestre para 6,7% nos últimos três meses daquele ano, de acordo com a Bloomberg News.

Se as tendências atuais continuarem, algumas montadoras estrangeiras, incluindo as americanas, poderão ser excluídas do mercado chinês, disseram alguns analistas.

“Estamos agora em uma posição em que a ideia de sair da China, de alguma forma, deve estar na mesa para essas empresas”, disse John Murphy, analista do setor automotivo do Bank of America.

Quando Murphy perguntou, no mês passado, se a GM poderia vender ou abandonar seus negócios na China, a executiva-chefe da GM, Mary Barra, insistiu que a empresa está comprometida com o país “a longo prazo” e espera voltar a ter lucratividade no trimestre atual, que termina em 30 de junho.

“Ainda achamos que há um papel e um lugar para a GM”, disse ela.

Tanto a GM quanto a Ford ainda operam em alguns mercados estrangeiros, incluindo a América do Sul. Este ano, a GM voltou à Europa com seu sedã EV de luxo, o Cadillac Lyriq. A Ford tem uma forte presença no mercado comercial da Europa e, no ano passado, anunciou um esforço para reformular sua presença no país, cortando 3.800 empregos e “reinventando completamente a marca Ford”.

Como parte de seu desenvolvimento de carros elétricos, a Ford também anunciou a abertura de uma nova fábrica em Colônia, na Alemanha, após um investimento de US$ 2 bilhões.

A Stellantis, produto da fusão da Fiat Chrysler e do Grupo PSA da França em 2021, é menor que a GM e a Ford. Mas, devido à sua linhagem corporativa, ela vende mais carros na Europa do que na América do Norte.

A estratégia de Detroit é concentrar-se nos lucros, e não no volume, com “veículos definidos por software”, de acordo com Mark Wakefield, co-líder global da prática automotiva e industrial da AlixPartners. A ideia é vender aos consumidores assinaturas de serviços no carro, como WiFi, localização de veículos roubados, assistentes virtuais e capacidade de condução autônoma.

Essas vendas proporcionariam às montadoras uma nova fonte de receita recorrente. A GM estabeleceu uma meta de dobrar a receita anual até 2030, em parte por meio do aumento das vendas de serviços habilitados por software.

“Os modelos de negócios estão mudando”, disse Wakefield.

O reequilíbrio geográfico do setor automotivo deixa as montadoras americanas com pouca exposição aos mercados com maior potencial de crescimento de volume. Prevê-se que as vendas globais de veículos leves aumentem de 1% a 3% ao ano até 2026, com o crescimento mais rápido no Sudeste Asiático e na Índia.

Mas Murphy disse que os lucros sobre as vendas de veículos básicos nesses mercados emergentes oferecem lucros escassos. A GM e a Ford tomaram uma “decisão racional” de sair, disse ele.

Ainda assim, os investidores não ficaram impressionados com o desempenho das empresas. Nos últimos cinco anos, as ações da GM e da Ford subiram menos de 25%, ficando atrás do ganho de 85% do índice S&P 500.

As montadoras chinesas têm um conjunto diferente de problemas, que envolvem principalmente encontrar clientes fora do país para absorver todo o excesso de produção do setor.

No ano passado, a China se tornou o maior exportador de automóveis do mundo, superando o Japão e a Alemanha, de acordo com Colin Langan, analista do Wells Fargo. Mesmo tendo exportado 5 milhões de carros em 2023, a China tem capacidade de produção excedente de mais de 11 milhões de veículos, o suficiente para inundar os mercados globais com produtos de baixo custo, escreveu Langan em um relatório recente.

Muitos veículos produzidos na China são de “alta qualidade e oferecem excelente tecnologia”, disse Langan. O CEO da Tesla, Elon Musk, e o CEO da Ford, Jim Farley, elogiaram a qualidade dos elétricos chineses e os consideraram uma séria ameaça às montadoras globais.

A participação de mercado dos fabricantes chineses aumentou em muitos mercados nos últimos cinco anos, passando de 3% para 10% na Tailândia, de 1% para 9% na Austrália e de nada para 13% no México, de acordo com a Wells Fargo. Os ganhos chineses na Rússia foram ainda mais acentuados, saltando de quase nada para mais de um terço do mercado depois que muitas montadoras ocidentais, inclusive a Ford, se retiraram devido à invasão da Ucrânia pela Rússia.

O boom da China criou novos gigantes do setor automotivo, incluindo a BYD, que é apoiada pela Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, e agora está lado a lado com a Tesla como a fabricante de veículos elétricos mais vendida do mundo. As vendas globais da BYD cresceram sete vezes em três anos e devem ficar a apenas 150 mil veículos da Ford este ano, disse Langan.

As montadoras chinesas fabricam a maioria de seus veículos em casa, mas algumas, como a BYD, planejam expandir a produção na Europa e na América Latina - o que ajudará essas empresas a contornar as tarifas de importação destinadas a proteger a produção local.

Na Europa Ocidental, as marcas chinesas conquistaram cerca de 9,5% do mercado de veículos elétricos; incluindo os modelos da Tesla produzidos em Xangai, a participação total dos veículos elétricos fabricados na China dobra, de acordo com a Schmidt Automotive Research, uma empresa alemã.

Espera-se que a Europa imponha taxas de importação de até 30% sobre os carros elétricos da China nas próximas semanas, em um esforço para proteger as montadoras nacionais, mas alguns produtores chineses ainda poderão obter “margens de lucro confortáveis (...) devido às vantagens substanciais de custo de que desfrutam”, concluiu a consultoria Rhodium Group em um relatório recente.

Os fabricantes chineses de veículos elétricos fizeram incursões na Europa, em parte, adquirindo marcas ocidentais, como a MG. A venerável placa de identificação britânica está agora afixada em veículos fabricados na China e exportados para a Europa.

Para impulsionar ainda mais as exportações, tanto a BYD quanto a SAIC investiram em frotas de navios de transporte de carros.

A unidade de logística da SAIC tem a maior frota de transportadoras de automóveis da China, com 31 tipos diferentes de embarcações, incluindo algumas que têm até 13 andares de altura; ela transporta carros de fabricantes chineses, incluindo Dongfeng, Yutong Bus, Great Wall Motor e SAIC para a Europa, México, Sudeste Asiático e costa oeste da América do Sul, de acordo com o site da empresa.

À medida que a indústria automobilística da China continua seu impulso global, as maiores montadoras dos EUA precisam aproveitar a proteção fornecida pelas tarifas de Biden para reconsiderar a introdução de mais modelos híbridos gás-elétricos ou atualizar suas ofertas de produtos com mais frequência, disse Nishit Madlani, diretor-gerente da S&P Global Ratings.

A GM também tem uma meta de 200 mil a 300 mil vendas de veículos elétricos este ano. Atingir essa meta significa que a empresa provavelmente alcançaria as eficiências de custo de fabricação necessárias para tornar os VEs lucrativos.

“Isso está lhes dando tempo. Também está ajudando-os a pensar em como evitar mais erros estratégicos”, disse Madlani.

Valor - SP   24/05/2024

Grupo alemão busca atender à crescente demanda das montadoras por conteúdo local

Paulo Alvarenga: “Nosso trabalho é tático; agimos rapidamente. Esse mercado não para” — Foto: Ana Paula Paiva/Valor

Embora para muitos thyssenkrupp ainda remeta a marca de elevador, a principal atividade do grupo alemão hoje, no Brasil, é produzir componentes para a indústria automobilística. E tudo indica que continuará a ser assim. A empresa está prestes a anunciar investimento de R$ 120 milhões para modernizar e ampliar fábricas que atendem o setor automotivo.

A decisão foi tomada para acompanhar a recente onda de novos investimentos na indústria automobilística. Só nas montadoras de carros e comerciais leves os ciclos definidos para a década chegam a R$ 115,5 bilhões, segundo dados levantados pelo Valor .

“Nosso trabalho é tático, agimos rapidamente”, diz Paulo Alvarenga, presidente da thyssenkrupp para a América do Sul. Segundo ele, o investimento poderá ser ampliado futuramente. A primeira fase abrangerá o período de 2024 a 2027. “Estamos olhando; esse mercado não para”, diz.

O setor automotivo representa 50% da receita do grupo no Brasil, que em 2023 totalizou R$ 5 bilhões. E 7% do segmento automotivo global do grupo. Seis fábricas da thyssenkrupp atendem o setor automotivo - duas em São Paulo, três em Minas Gerais e uma no Paraná.

Grande parte das linhas produz componentes tradicionais, velhos conhecidos de quem entende de motor a combustão - virabrequins e bielas, por exemplo.

Mas, a despeito do processo de eletrificação global, por aqui esses componentes não estão com os dias contados. Isso porque os novos planos de investimentos das maiores montadoras com produção no Brasil se destinarão ao desenvolvimento de carros híbridos - que carregam dois motores, um elétrico e outro a combustão, que se complementam e se alternam conforme o uso.

Os motores a combustão continuarão a usar, por exemplo, os virabrequins produzidos na fábrica de Campo Limpo Paulista (SP). Já responsável por 30% da produção mundial dessa peça no grupo, a unidade tende a ganhar relevância com a perspectiva de expandir exportações a partir da suspensão de fabricação desse componente em países desenvolvidos.

Segundo Alvarenga, os Estados Unidos já representam hoje o principal destino das vendas externas de Campo Limpo Paulista, também a mais antiga fábrica do grupo. Foi inaugurada em 1961.

A história da thyssenkrupp no Brasil, é, no entanto, bem mais antiga. Começou na época do Império. A primeira venda da companhia para a América do Sul foi em 1837, quando foram enviados ao Brasil dois cilindros para cunhagem de moedas. A entrega aconteceu entre a abdicação de Dom Pedro I e declaração de maioridade de seu filho, Dom Pedro II.

Alvarenga, um engenheiro eletricista que começou a trabalhar no grupo em 2010, conhece bem a história que veio depois. Na década de 1950, a empresa pretendia instalar aqui uma fábrica de rodas para trens. Mas ao visitar o país, em 1959, chamou a atenção de Alfred Krupp, herdeiro do fundador da Krupp, as obras rodoviárias, que seguiam o plano de desenvolvimento do governo de Juscelino Kubitschek. Imediatamente ele mudou os planos para produzir componentes de motor de veículos automotores. Foi a primeira fábrica do grupo fora da Alemanha.

E para quem estranha que o nome da empresa seja todo em letras minúsculas, Alvarenga explica que foi uma decisão tomada ao longo do processo de fusão de duas empresas, iniciado em 2010. Não cabia à Thyssen ou à Krupp aparecer mais do que a parceira.

A venda da divisão de elevadores à TKE, da qual a thyssenkrupp mantém fatia minoritária, foi em 2020 para alimentar, diz o executivo, os planos de descarbonização do grupo, dono de faturamento global de € 38 bilhões e que assumiu o compromisso de ser empresa livre de carbono até 2050.

Mas, exceto na Alemanha, onde a marca é mais conhecida pelo aço, pesquisas no mundo todo mostram que a companhia é ainda mais conhecida pelos elevadores. Isso não amola o grupo. “Temos orgulho da nossa história”, afirma.

No comando da região desde 2017, Alvarenga, um defensor dos biocombustíveis, principalmente o etanol, diz que independentemente do rumo que a eletrificação tomará, a necessidade de investir no Brasil veio da percepção dos planos de aumento de nacionalização dos veículos produzidos no país, segundo os projetos das montadoras que já estão em poder dos principais fornecedores.

“Hoje, por exemplo, importamos matérias-primas semi-trabalhadas. A ideia é agregar mais trabalho local”, destaca.

Essa percepção de nacionalização é que guiará, por exemplo, o plano de aumentar em 50% a capacidade de produção de eixos de comandos de válvulas na fábrica de Poços de Caldas (MG). Ou de elevar o conteúdo local das colunas de direção fabricadas em São José dos Pinhais (PR).

Com 4 mil funcionários na América do Sul - a maioria no Brasil -, a empresa não revela se pretende aumentar a quantidade de vagas. “Haverá uma mudança de perfil, com empregos de mais qualidade”, diz. “Essa é uma indústria com efeito multiplicador em empregos.”

Valor - SP   24/05/2024

Os EUA deveriam ter como foco criar a próxima Tesla, e não esforços dispendiosos e fúteis para superar rivais de baixo custo

O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acaba de anunciar uma tarifa de 100% sobre a importação de veículos elétricos (VEs) produzidos na China, o que instigou Donald Trump a prometer uma de 200% sobre os carros chineses feitos no México, caso seja eleito em novembro. Nenhuma das duas políticas teria efeito perceptível no mercado automotivo dos EUA, uma vez que as importações de VEs chineses pelo país são ínfimas, em função de tarifas anteriores e do sentimento anti-China que tomou conta do país nos últimos anos. Ainda assim, o anúncio é importante por três motivos.

Primeiro, as novas tarifas - que incluem fortes aumentos para vários outros produtos, desde semicondutores a agulhas e seringas - são o último prego no caixão da cooperação comercial entre EUA e China. As negações quanto a um desacoplamento completo entre os dois países agora podem ser deixadas de lado. Acabou qualquer fingimento de que os EUA estão apenas erguendo uma “cerca alta” ao redor de um “quintal pequeno” ou tentando gerenciar riscos de segurança nacional sem prejudicar a cooperação econômica bilateral. EUA e China agora estão em guerra econômica total - e ela terá consequências geopolíticas de longo alcance.

Segundo, as tarifas indicam uma derrota. Atrás nas pesquisas enquanto a eleição deste ano se aproxima, Biden e sua equipe sentem-se obrigados a aderir ao fervor anti-China e anticomércio que emergiu como um dos poucos temas unificadores em um país polarizado. Além disso, as tarifas, combinadas às reclamações americanas de que a China produz em excesso e pressiona o sistema econômico internacional, revelam uma ansiedade de raízes profundas quanto à competitividade internacional dos EUA.

Essas preocupações existem apesar das tarifas anteriores, das restrições às exportações e da política pública industrial agressiva sendo executada através da Lei da Ciência e Chips e da Lei de Redução da Inflação (IRA). Ao ampliar a guerra comercial, o governo está efetivamente admitindo que as políticas anteriores (ainda) não deram resultados, e que a China avança a passos rápidos apesar dos ventos contrários. Mesmo que as tarifas sejam em grande medida apenas simbólicas, elas são um símbolo de fraqueza.

Terceiro, e talvez mais importante, as tarifas sobre os VEs enfraquecem seriamente um plano maior, de combate às mudanças climáticas. Há consenso entre especialistas de que o tempo é essencial na redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. A cada ano que passa sem ação, os custos das mudanças climáticas aumentam e nos aproximam de perigosos pontos de inflexão planetários. Na ausência de uma política de atribuição de preços às emissões de carbono, que se mostrou politicamente inviável nos EUA, a redução das emissões do transporte há muito vem sendo uma alternativa viável.

A China é, de longe, a produtora de VEs mais competitiva em termos de preço, graças a altos subsídios ao consumidor que começaram em 2010, a grandes investimentos na infraestrutura de abastecimento e a requisitos de conteúdo local que favorecem as baterias de fabricantes chinesas. Por meio dessas políticas, a China conseguiu se beneficiar de externalidades de rede e do aprendizado na prática.

Muitas das disposições da IRA e do Pacto Verde Europeu - incluindo requisitos de conteúdo local - almejam emular o sucesso da China. No entanto, EUA e Europa começam em grande desvantagem de custo em relação à China; e, embora seja possível debater se o uso no passado de requisitos de conteúdo local pela China foi “justo”, isso não muda o fato de que sua indústria de VEs é mais competitiva (em especial na faixa de mercado de preços mais baixos).

Os EUA estão dizendo que políticas climáticas são aceitáveis se promoverem interesses do trabalhador nas economias avançadas, mas não se beneficiarem a China. Se EUA e Europa não se dispõem a colocar o meio ambiente à frente de seus interesses de curto prazo, por que alguém mais deveria?

Como não podemos reescrever a história, deveríamos tentar aproveitar as circunstâncias criadas pela história. Do ponto de vista climático, beneficiar-nos dos VEs produzidos a preços baixos pela China teria sido um passo na direção certa. Agora, contudo, as tarifas atrasarão a adoção dos VEs e poderão colocar em risco todo o mercado de VEs. No melhor cenário, as produtoras dos EUA e da Europa se equipararão às da China, mas só depois de muitos anos. No pior cenário, os consumidores dos EUA simplesmente abrirão mão dos VEs, afastados pelos custos mais altos associados à fabricação nos países ocidentais.

Além das consequências diretas para as emissões de gases causadores do efeito estufa, as tarifas sobre os VEs também expõem a hipocrisia de alguns defensores do combate às mudanças climáticas e enfraquecem ainda mais a causa. O governo Biden está dizendo que as políticas climáticas são aceitáveis se promoverem os interesses dos trabalhadores locais nas economias avançadas, mas não são se beneficiarem a China. Muitos no Ocidente podem considerar essa forma de ver aceitável. Mas será muito mais difícil pressionar países menos ricos, como a Índia, a adotar políticas verdes que podem ser custosas no curto prazo. Se os EUA e a Europa não estão dispostos a colocar o meio ambiente à frente de seus interesses econômicos de curto prazo, por que alguém mais deveria?

A esta altura, deveria ser óbvio que os esforços recentes para promover interesses econômicos internos por meio da proteção no comércio exterior não conseguiram produzir os resultados desejados. Ainda assim, sempre que um conjunto de medidas desaponta, os EUA intensificam o conflito na esperança de que restrições adicionais sejam mais eficazes. No processo, enfraquecem as próprias causas que defendem (neste caso, o combate às mudanças climáticas).

A melhor maneira de ficar à frente dos rivais não é derrubá-los: é correr mais rápido, concentrando-se no que se faz de melhor. Para os EUA, isso significa promover pesquisa e desenvolvimento, estimular a criação e troca de novas ideias, encorajar a inovação e aproveitar os talentos internacionais. Os EUA deveriam ter como foco criar a próxima Tesla, e não esforços dispendiosos e fúteis para superar rivais de baixo custo. (Tradução de Sabino Ahumada)

Pinelopi Koujianou Goldberg, ex-economista-chefe do Banco Mundial e editora-chefe da “American Economic Review”, é professora de Economia na Universidade de Yale. Copyright: Project Syndicate, 2024.

Infomoney - SP   24/05/2024

Depois de uma greve e muitas negociações, a Toyota, seus funcionários da fábrica de Indaiatuba (SP) e o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e região chegaram a um acordo, nesta quinta-feira (23), sobre o plano de demissão voluntária (PDV) da unidade, que será fechada e cujas operações serão transferidas para Sorocaba (SP).

Segundo o sindicato, o novo pacote para quem optar pela demissão voluntária será de 45 salários, mais dois salários extras por ano trabalhado. A entidade afirma que se tratar de um acordo bem maior do que a proposta inicial da Toyota, que era de 30 salários nominais e um extra por ano trabalhado.

A fábrica de Indaiatuba é responsável pela produção do Corolla há 26 anos, além de fazer componentes do Corolla Cross e do Yaris. A mudança para a unidade de Sorocaba deve acontecer até julho de 2026.

“Todos os trabalhadores da Toyota terão estabilidade no emprego até julho de 2026, além da garantia de convênio médico e cartão cesta por 36 meses a partir da data de demissão”, diz o comunicado do sindicato.

Além disso, eles destacam que este é “o maior acordo de salários e benefícios já alcançados na história das montadoras no Brasil”.

Para efeito comparativo, o acordo da General Motors com trabalhadores das fábricas de São José dos Campos e São Caetano do Sul, no fim do ano passado, é bem menor.

A montadora norte-americana ofereceu duas opções: seis meses de salário, adicional de R$ 15 mil e plano médico de seis meses (ou R$ 6 mil) para quem tinha de um a seis anos de casa; ou cinco meses de pagamento, um Chevrolet Onix LS (ou R$ 85 mil) e plano médico durante seis meses (ou R$ 12 mil) para quem tinha sete anos ou mais de empresa.
Transferência

Quem optar por ir para Sorocaba terá um plano diferente. Os funcionários receberão dois salários e um adicional de R$ 15 mil. Os que mudarem de cidade também ganharão os valores acima e mais 2,4 salários.

Além disso, quem mudar de unidade terá um “prazo de arrependimento” de até sete meses para optar pelo PDV, com direito a um pacote de benefícios que inclui plano de saúde e vale alimentação.

O sindicato e a Toyota também concordaram em garantir a estabilidade de emprego para os transferidos até junho de 2029.

Em nota ao UOL, a Toyota confirma que “a proposta foi elaborada em comum acordo entre a empresa e a entidade, e aprovada na Assembleia Soberana”. A montadora afirma que se manterá disposta a um diálogo aberto até a mudança.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor - SP   24/05/2024

A retomada de obras paradas é a prioridade; PAC Seleções prevê R$ 40 bilhões em novos projetos

O PAC Cidades Sustentáveis e Resilientes, eixo de investimentos urbanos do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), promete mobilizar recursos que somam R$ 609 bilhões, sendo R$ 505,4 bilhões destinados à construção e financiamento de moradias e outros R$ 104,3 bilhões para projetos de adequação e modernização de infraestrutura urbana.

É uma injeção importante de recursos para promover melhorias em municípios que, em sua grande maioria, não possuem recursos próprios para investir. Dos 5.568 municípios brasileiros, mais de 4.300 dependem de repasses federais ou estaduais para cobrir 80% ou mais de suas despesas, de acordo com informações de 2020 do Tesouro Nacional.

Urbanistas, no entanto, avaliam que a concepção do Novo PAC repete erros de planejamento e execução dos PACs 1 e 2, que deixaram um legado de 5.334 obras não concluídas, sendo que 2.688 obras se encontravam paradas em dezembro de 2023, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU). No PAC Copa, elaborado para promover mobilidade nas cidades sedes da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, 38% das obras ainda não foram entregues dez anos depois do evento.

“A grande maioria dos municípios não conta com engenheiros e técnicos capacitados para elaborar, executar e fiscalizar obras. O dinheiro se perde e as obras ficam pela metade”, diz Alexsandro Ferreira Cardoso da Silva, professor do Instituto de Políticas Públicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e pesquisador do Observatório das Metrópoles. “Não há indícios de que o governo federal tenha entendido a realidade dos municípios e melhorado a governança do PAC.”

O novo PAC também não é visto como capaz de induzir um processo de transformação estrutural que amplie a sustentabilidade das cidades brasileiras. “É uma agenda de obras pontuais concebida sem uma visão de planejamento urbano de longo prazo”, diz Ciro Biderman, diretor da FGV Cidades e ex-diretor de inovação da prefeitura de São Paulo na gestão Fernando Haddad.

Para Biderman, a natureza do PAC é apenas a do investimento, contratar obras, sem antes entender os problemas e definir as melhores soluções. Um exemplo é a construção de moradias do Minha Casa, Minha Vida que, muitas vezes, foram erguidas em locais destituídos de infraestrutura e mobilidade que atendam os novos moradores, quando seria mais barato e adequado contratos de locação social. Outro exemplo é urbanizar parcialmente uma favela, com a construção de praça e pavimentação de ruas, sem garantir a presença do Estado com segurança e serviços sociais.

A maioria dos recursos orçamentários em infraestrutura urbana do Novo PAC será destinada a dar continuidade às obras paralisadas dos PACs 1 e 2. Os novos projetos serão elencados dentro do chamado PAC Seleções, sistema pelo qual os gestores municipais encaminham propostas de obras que passarão pelo crivo do Ministério das Cidades. No total, estão previstos R$ 40,04 bilhões a serem contratados no eixo Cidades Sustentáveis e Resilientes no PAC Seleções, em duas etapas de triagem de projetos.

No início de maio, o Ministério das Cidades anunciou os escolhidos na primeira etapa do processo. Serão contemplados 532 municípios com investimentos de R$ 18,2 bilhões em obras de urbanização de favelas, saneamento, acesso à água, mobilidade urbana, contenção de encostas e drenagem. Os prefeitos terão até 7 de junho para apresentar a documentação necessária e efetivar a contratação das obras. A segunda etapa do PAC Seleções ocorrerá em 2025.

É uma agenda de obras pontuais concebida sem uma visão de planejamento urbano de longo prazo”

— Ciro Biderman

“É um sistema de contratação que privilegia as cidades maiores e organizadas, que são mais ágeis em apresentar projetos. Seria mais adequado estabelecer quantias de recursos por tipo de município e região do país, para as cidades menores também terem acesso ao programa”, diz Silva.

Na primeira etapa do PAC Seleções, o total de recursos previstos para projetos de prevenção de desastres naturais, tema que assombra o país depois da calamidade das chuvas no Rio Grande do Sul, soma R$ 1,7 bilhão. Não representa uma mudança significativa de padrão de investimentos. Em 2023, foram destinados R$ 1,47 bilhão para a prevenção de desastres e R$ 1,38 bilhão no ano anterior, de acordo com a associação Contas Abertas.

Os recursos para urbanização de favelas somam R$ 5,3 bilhões em 48 municípios. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa que o Brasil tem 11.403 favelas, onde vivem cerca de 16 milhões de pessoas em 6,6 milhões de domicílios. Para melhorias no sistema de abastecimento de água estão programados recursos totais de R$ 400 milhões. Outros R$ 313 milhões serão empregados em regularização fundiária.

Em mobilidade urbana, a grande aposta da primeira etapa do PAC Seleções é a renovação de frota. Os recursos somam R$ 10,57 bilhões para 98 municípios realizarem a aquisição de 2.529 ônibus elétricos, 2.782 ônibus a diesel tipo Euro 6, menos poluentes, e 39 veículos sobre trilhos.

Infomoney - SP   24/05/2024

As vendas de novas residências unifamiliares nos Estados Unidos caíram mais do que o esperado em abril em meio a um ressurgimento das taxas hipotecárias e preços mais altos, mais uma evidência de que o mercado imobiliário está perdendo força no segundo trimestre.

As vendas de novas moradias caíram 4,7% no mês passado, para uma taxa anual ajustada sazonalmente de 634.000 unidades, informou o Departamento de Comércio nesta quinta-feira. O ritmo de vendas de março foi revisado para baixo, para 665.000 unidades ante 693.000 informadas anteriormente.

Economistas consultados pela Reuters previam que as vendas de casas novas, que representam mais de 10% das vendas de moradias nos EUA, recuariam para uma taxa de 679.000 unidades.

As vendas de casas novas são contabilizadas na assinatura de um contrato, o que as torna um indicador importante do mercado imobiliário. No entanto, elas podem ser voláteis em uma base mensal.

As vendas caíram 7,7% em abril na comparação anual. As incorporadoras têm construído casas menores e dado incentivos aos compradores para oferecer alguma proteção contra as taxas de hipoteca mais altas. Isso contribuiu para que o investimento residencial crescesse em seu ritmo mais rápido em mais de três anos no primeiro trimestre.

A taxa média da popular hipoteca fixa de 30 anos aumentou até abril, voltando a ficar acima de 7%, segundo dados da agência de financiamento hipotecário Freddie Mac.

O preço médio das casas novas aumentou 3,9% em abril em relação ao ano anterior, para 433.500 dólares. A maioria das casas novas vendidas no mês passado estava na faixa de preço de 300.000 a 499.999 dólares.

Rodoviário

A Notícia Digital - PR   24/05/2024

O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), autarquia da Secretaria de Infraestrutura e Logística (SEIL), completou uma semana de atividades emergenciais nas rodovias do Rio Grande do Sul, estado atingido por fortes chuvas e enchentes desde o início desse mês.

Os serviços foram priorizados em dois municípios gaúchos, conforme planejamento do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Sul (DAER/RS).

Em Santa Tereza, na ERS-444, são realizados os serviços de remoção de barreiras, desobstrução de bueiros, limpeza de valetas, limpeza da pista com uso de caminhão-pipa, espalhamento de material acumulado na faixa de domínio, sinalização emergencial em pontos de risco e disponibilização de uma carregadeira na pedreira do município.

Em Roca Sales, na ERS-129, está sendo realizado o alargamento de pista e reforço do subleito da rodovia no trecho não-pavimentado, e rebaixamento da faixa de domínio para melhorar a visibilidade. Em um ponto com rampa elevada e sinuosa também estão sendo auxiliados os veículos pesados que passam no trecho, com previsão de realizar correções na mesma para facilitar o tráfego.

Além disso, foram disponibilizados à prefeitura um caminhão munck e um caminhão-pipa, sendo utilizados para limpeza das vias públicas do município, principalmente no acesso ao hospital local.

As prefeituras de Santa Tereza e Roca Sales estão auxiliando o DER/PR na realização das atividades, que também contam com apoio da polícia rodoviária estadual gaúcha.

Nos próximos dias as frentes de trabalho devem ser deslocadas para outros municípios, de acordo com programação sendo definida pelo DAER/RS.

COMBOIO– No último dia 14 um comboio de equipamentos pesados das superintendências regionais do DER/PR partiram de Curitiba rumo a Bento Gonçalves, no alto da Serra Gaúcha, tendo chegado no dia seguinte ao seu destino.

Profissionais do DER/PR foram deslocados para conduzir e operar o maquinário, que incluem quatro caminhões basculantes, um caminhão carroceria, dois caminhões munck, dois caminhões-pipa, quatro caminhões prancha, três carregadeiras frontais, uma escavadeira hidráulica, uma retroescavadeira, um trator de esteira e quatro veículos leves de apoio.

A previsão é de permanecer 14 dias no estado vizinho, realizando serviços para melhorar a trafegabilidade das rodovias gaúchas, prazo que pode ser prorrogado a pedido do governo do Rio Grande do Sul.

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