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22 de Julho de 2024

SIDERURGIA

Diário do Aço - MG   22/07/2024

No mês de junho deste ano a siderurgia brasileira conquistou uma importante marca, que pode significar uma retomada do setor. Conforme o Instituto Aço Brasil, foram comercializados em todo território brasileiro 1,8 milhão de toneladas de aço, o que representa um crescimento de 11,5% frente ao apurado em junho de 2023. Os números representam a maior venda desde setembro de 2022.

No acumulado do ano, as vendas também mostram evolução. De janeiro a junho de 2024 a siderurgia nacional negociou 10,15 milhões de toneladas, ante a 9,8 milhões do mesmo período em 2023, uma evolução de 3,5%.

Já o consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2,2 milhões de toneladas, 10,3% superior ao apurado no mesmo período do ano passado.

Com um significativo parque industrial, Minas Gerais continua como o estado que produziu maior volume de aço bruto no país. Uma das empresas que contribuem para as estatísticas é a Usiminas, com a planta em Ipatinga. Durante a abertura da Expo Usipa, dia 17/7, o CEO da empresa, Marcelo Chara, comentou sobre as perspectivas de um cenário positivo neste segundo semestre.

“Estamos acompanhando a evolução do mercado interno, as perspectivas de crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] do Brasil são positivas, com moderação, digamos. Estamos confiantes em nossa capacidade industrial e de fornecimento ao mercado de forma competitiva, porque temos um alto-forno 3, que todos vocês conhecem em detalhes, um importante investimento. Estamos indo muito bem em produção. De fato, já conseguimos produzir a valor do projeto, em muito boas condições. Estamos felizes de como ele está evoluindo, como nosso time está aprendendo e aplicando as melhores práticas para poder produzir com ele a capacidade plena. Estamos conseguindo isso e isso está contribuindo claramente para o nosso melhor posicionamento no mercado”, afirmou o executivo.

Produção
Em junho de 2024 a produção brasileira de aço bruto foi de 2,9 milhões de toneladas, uma elevação de 11,8% comparado ao mesmo mês de 2023, quando foram geradas 2,5 toneladas do material. Já a produção de laminados foi de 1,8 milhão de toneladas, 13,9% superior à registrada em junho de 2023. A produção de semiacabados para vendas foi de 847 mil toneladas, uma queda de 11,3% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2023.

No recorte do acumulado do ano, a produção nacional foi de 16,4 milhões de toneladas em 2024, também significando um aumento, desta vez, mais tímido, de 2,4%, comparado aos meses de janeiro a junho do ano passado. A produção de laminados no mesmo período foi de 11,4 milhões de toneladas, crescimento de 4,8% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2023. A produção de semiacabados para vendas totalizou 4,3 milhões de toneladas de janeiro a junho de 2024, uma redução de 13,9% na mesma base de comparação.

Taxa de importação
Após pressão de representantes do setor, o governo federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), estabeleceu cotas para a importação de aço e aumentou para 25% o Imposto de Importação sobre o volume excedente. São atingidos pela decisão, 11 produtos de ferro e aço, que poderão ser importados de acordo com o imposto atualmente vigente até limites que variam entre 1.261 e 470 mil toneladas.

Os produtos que foram alvo da medida tinham tarifas que variavam de 9% a 12,6%. Em maio de 2022, o Comitê Executivo de Gestão da Camex aprovou uma resolução que permitia a queda em 10% dos impostos, medida que agora é revisada, dada a reação do setor siderúrgico nacional.

“O governo tomou medidas de cota e taxa de 25%. Estamos acompanhando e temos expectativas moderadamente positivas. Temos que acompanhar, depende muito do que acontece com as importações, se elas realmente reduzirão e o país manterá sua perspectiva de crescimento. Insisto, nós olhamos para dentro, estamos muito melhor preparados, porque já temos um alto forno de última geração, que é responsável da nossa principal fonte de fabricação do aço, que está operando em excelentes condições, por isso somos confiantes. Mais por nossa competitividade própria do que por um crescimento de mercado”, concluiu Marcelo Chara.

IstoÉ Dinheiro - SP   22/07/2024

A Nippon Steel contratou um reforço de peso para destravar sua oferta de compra da U.S. Steel. Mike Pompeo, que foi secretário de estado no governo de Donald Trump, e que esteve na convenção Republicana que indicou Trump como candidato oficial do partido para a eleição presidencial deste ano, vai atuar como conselheiro da siderúrgica japonesa.

Em dezembro, a Nippon Steel anunciou a oferta de compra da U.S. Steel, por US$ 14,1 bilhões. Dois dias depois, o presidente da siderúrgica japonesa, Eiji Hashimoto, disse que, com a aquisição, ele criaria um campeão mundial livre numa indústria dominada pela China. Caso a negociação se efetive, a Nippon Steel seria a maior produtora global de aço, “excluindo a China, no mundo de livre concorrência”, disse Hashimoto.

Mas se a intenção era se apresentar como alternativa à China, um argumento que agrada a Washington, a oposição política à venda de uma siderúrgica americana aos japoneses, foi um dos poucos temas a unir democratas e republicanos. Alguns membros do Congresso disseram que tentariam bloqueá-lo. Donald Trump declarou que, caso eleito, bloquearia o acordo, enquanto Joe Biden disse que é importante que a siderúrgica americana continue sob o comando dos Estados Unidos. Sem contar United Steelworkers, sindicato que representa cerca de 11 mil trabalhadores da U.S. Steel, que classificou a venda como gananciosa.

Em abril, acionistas da U.S. Steel votaram a favor do acordo, mas a efetivação depende de uma série de autorizações governamentais e das autoridades de regulação americanas.

JD Vince, oficializado como candidato à vice na chapa de Donald Trump, na convenção republicada de quinta-feira, 18, é uma das mais ativas autoridades contra a venda. Poucos dias antes da assembleia de acionistas da U.S. Steel, Vince enviou uma carta ao CEO da siderúrgica americana, David Burritt, e ao presidente do conselho, David Sutherland, na qual afirma que a U.S. Steel não deixou claro aos acionistas os “obstáculos políticos e regulatórios” que a proposta de fusão enfrentaria. “Receio que os acionistas tenham sido assim induzidos em erro”, escreveu o agora candidato a vice presidente dos Estados Unidos.

Por maior que seja o trânsito de Pompeo nas esferas do poder americano, a tarefa de fazer o acordo seguir adiante não será tarefa fácil.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   22/07/2024

Em mais uma boa notícia econômica para o Brasil, o FMI elevou o crescimento potencial do País de 2% para 2,5% no seu recém-lançado documento "artigo 24" sobre o Brasil, um relatório geralmente anual divulgado depois que membros do staff do Fundo visitam o país-membro e conversam com autoridades econômicas.

No documento, para justificar o upgrade da capacidade de o Brasil crescer de forma sustentável, o FMI cita como razões a queda projetada dos juros reais para o nível neutro (hoje estão acima disso, para desinflacionar a economia), os efeitos da reforma tributária e a aceleração da produção de petróleo e gás (que vai crescer em ritmo forte até pelo menos o fim desta década).

Em relação à reforma tributária, o FMI acredita que acabar com maneira incompleta como as empresas hoje no Brasil recebem créditos por impostos pagos no sistema de taxação do valor agregado pode aumentar o PIB brasileiro entre 6% e 11%. Mas isso depende de como a informalidade vai evoluir, alerta o Fundo, que também vê um impulso à formalização do mercado de trabalho vindo da reforma.

O economista Fernando Veloso, à frente do Observatório de Produtividade Regis Bonelli do IBRE-FGV, se diz um pouco mais cético sobre o timing desse aumento do produto potencial derivado da reforma tributário (deixando claro que o FMI também cita outros fatores para justificar o novo número de 2,5%).

O problema é que a implementação da reforma tributária (na parte da substituição de impostos) vai de 2026 a 2033, e supor que o produto potencial aumente por causa disso já no presente implica forte antecipação dos efeitos por parte dos agentes econômicos - e é aí que reside a dúvida de Veloso.

Por outro lado, o economista do IBRE considera plausível que tenha havido algum aumento do PIB potencial brasileiro, a partir especialmente da evolução recente do mercado de trabalho.

Veloso chama a atenção para a melhora da dinâmica da produtividade do trabalho desde 2023, com crescimento no ano passado de 1,9% por hora efetiva trabalhada. A produtividade total dos fatores (PTF) cresceu 0,7% em 2023. A pandemia causou oscilações incomuns da produtividade por fatores idiossincráticos, mas o ponto positivo é que tanto a produtividade do trabalho quanto a PTF ainda se mantêm acima da tendência de queda do período de 2017 a 2019, após a grande recessão de 2014-16.

Desde 2021, nota o economista do IBRE, a formalização tem predominado na criação de empregos no Brasil, fazendo a recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia ter um padrão bem diferente da retomada pós recessão de 2014-16, que foi puxada pelos empregos informais.

É um tema que pede mais pesquisa, mas Veloso vê como possível que esse novo padrão tenha como uma das causas a reforma tributária - não pela criação de novas formas de contratação, mas sim pela redução da insegurança jurídica em relação à Justiça do Trabalho.

Ele menciona trabalho de 2022 de economistas da USP e do Insper (Raphael Corbi, Rafael Xavier Ferreira, Renata Narita e Danilo Paula de Souza), que mostrou que a redução de processos trabalhistas em função da reforma tributária foi um fator de aumento do emprego formal. O principal item da reforma responsável por esse efeito foi a transferência de custos advocatícios das empresas em disputas trabalhistas quando o trabalhador perde na Justiça do Trabalho.

Veloso aponta que um dos canais potenciais de benefícios da reforma tributária é semelhante, com um sistema menos complexo e distorcido provavelmente levando à queda dos litígios e, portanto, da insegurança jurídica.

Ele cita outros vetores pró-produtividade da reforma tributária, como estímulo à formalização, fim da guerra tributária e desverticalização das empresas (que, para fugir da atual cumulatividade de impostos, buscam produzir seus próprios insumos). O problema, porém, é quando esses efeitos se farão sentir efetivamente na economia real.

Um outro ponto interessante do relatório "artigo 24" do FMI sobre o Brasil é um box no qual o Fundo estima que 45% dos postos de trabalho no Brasil podem vir a ser expostos à inteligência artificial (mais que a média dos emergentes), com aumento de produtividade em 1/3 deles - o que significa 15% do total dos empregos do País. Isso, por sua vez, segundo análise do FMI com modelo econométrico, pode elevar o PIB brasileiro em 5%. Considerando outros efeitos, o produto poderia crescer 8% e a PTF, 4%, o que ocorreria majoritariamente em uma década de transição. Os autores ressalvam que esses cálculos devem ser vistos com cautela, já que os efeitos econômicos da inteligência artificial ainda se mantêm bastante incertos.

CNN Brasil - SP   22/07/2024

O déficit primário recorrente, que exclui eventos financeiros de natureza não permanente, foi de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos 12 meses até junho deste ano, segundo relatório do Instituto Fiscal Independente (IFI). Com isso, o esforço necessário para atingir a meta seria de 1,3 ponto percentual do PIB.

Para 2024, a gestão federal prevê déficit zero — ou seja, equivalência entre as variáveis. E, recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou o bloqueio de R$ 11,2 bilhões e o contingenciamento de R$ 3,8 bilhões do Orçamento deste ano, a fim de garantir o cumprimento do arcabouço fiscal.

O bloqueio de despesas discricionárias acontece quando as obrigatórias avançam acima do teto previsto pelo arcabouço fiscal, de 2,5% em relação ao gasto do ano anterior.

Já o contingenciamento ocorre quando há descasamento entre as receitas e as despesas previstas para o ano.

Segundo o IFI, apesar do crescimento real de 8% das receitas primárias nos primeiros seis meses do ano, as despesas primárias registraram incremento superior, de 10,5%.

No primeiro semestre de 2024, as receitas teriam crescido 6%, enquanto as despesas teriam aumentado 10,9%, sem considerar eventos não recorrentes — aqueles que ajudam somente em momentos específicos —, como antecipação de dividendos da Petrobras, arrecadação atípica no Imposto de Renda e antecipação do 13º salário do INSS.

No relatório deste mês, o Instituto alerta “sobre a possibilidade de um estrangulamento fiscal em 2027, mantidas as regras atuais da gestão fiscal e orçamentária. Isto ocorre pelo progressivo crescimento das despesas primárias obrigatórias apontadas aqui como cerca de 92% das despesas totais em 2022 e 2023”.

As despesas primárias obrigatórias são aqueles gastos descritos no orçamento para prover serviços públicos à sociedade, manter as atividades governamentais e realizar investimentos em áreas como Saúde e Educação, assim como a manutenção de estradas e aeroportos.

Mas, segundo o relatório do IFI, “o mínimo para regular o funcionamento da máquina pública federal envolveria 0,7% do PIB para complementação do cumprimento da vinculação constitucional de gastos com saúde e educação”, entre outras. Isso totaliza 1,3% para despesas primárias discricionárias rígidas.

O Estado de S.Paulo - SP   22/07/2024

O esforço de reconstrução após as cheias no Rio Grande do Sul fez o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisar para cima a perspectiva de crescimento econômico do Brasil em 2025, de 2,1% para 2,4%. Do mesmo modo, foram também os efeitos da tragédia gaúcha sobre a economia, especialmente em relação à safra, os responsáveis pela ligeira queda prevista para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, de 2,2% para 2,1%.

Os ajustes feitos neste mês pelo FMI nas previsões feitas em abril do relatório Perspectiva Econômica Global (WEO, na sigla em inglês) mostraram um cenário menos ruim para o Brasil. Como destaque para a economia brasileira no próximo ano, além da recuperação do Rio Grande do Sul, o aumento na produção de petróleo e derivados (hidrocarbonetos) mereceu citação dos técnicos do fundo.

Se há algo a comemorar na avaliação do FMI, são os efeitos de setores distintos que minimizaram o impacto da devastação provocada pelo desastre climático no setor agrícola, nas indústrias e na logística do Estado gaúcho. A reconstrução está ainda em fase inicial, mas, ao menos na visão dos observadores externos, tende a ser rápida e forte.

A citação específica aos hidrocarbonetos como um componente estrutural que ajudará a puxar a economia em 2025 mostra também que, em meio ao esforço global de descarbonização e à estruturação da transição energética, a produção de petróleo no País é ainda – e o será por mais algumas décadas – um fator impulsionador do crescimento. Por isso o Brasil precisa planejar de forma consciente o desenvolvimento de seus campos de petróleo.

A economia do País caminha neste ano meio passo à frente da média de seus vizinhos da América Latina e Caribe, região que deve crescer 1,9%, segundo o FMI, mas muito aquém de seus pares emergentes e em desenvolvimento que, com PIB médio de 4,3%, evidenciam a marcha lenta do crescimento brasileiro.

Em ocasião anterior, o FMI salientou que a simplificação tributária acarretará, já no período de sete anos de transição – entre 2026 e 2033 –, aumento adicional de até 0,5 ponto porcentual ao PIB por ano. Assegurar o bom andamento da reforma é hoje tão importante quanto demonstrar que é para valer o empenho para equilibrar as contas públicas, tema que foi destaque em outro documento recente do FMI. Na ocasião, técnicos do fundo calcularam que as contas do Brasil só voltarão ao azul em 2028 e que a redução da dívida depende de um esforço mais ambicioso do País.

O FMI faz uma avaliação positiva do País, elevando de 2% para 2,5% o crescimento econômico no médio prazo, resultado da resiliência no controle da inflação, como diz o relatório, com política monetária proativa “e adequadamente restritiva” e um cenário favorável de oferta e demanda. Mas está na recomendação futura o principal recado do FMI para o Brasil, quando salienta “desafios de longa data” que ainda permanecem, como a dívida pública elevada e o caminho lento em direção a um padrão de vida mais alto. Sinal de que a busca por crescimento sustentável está apenas no começo.

O Estado de S.Paulo - SP   22/07/2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conseguiu uma vitória e tanto nesta semana. Na quinta-feira, quando o dólar voltava a se apreciar em meio a incertezas sobre a política fiscal do governo e a um cenário externo mais adverso, o ministro antecipou a informação que era aguardada apenas para a próxima semana e anunciou um congelamento de despesas da ordem de R$ 15 bilhões para tentar atingir a meta fiscal. “Estamos antecipando justamente para evitar especulação”, disse o ministro.

Simbólico, o anúncio foi feito no Palácio do Planalto, logo após uma reunião entre os ministros que compõem a Junta de Execução Orçamentária (JEO) e o presidente Lula da Silva, numa clara tentativa de mostrar que o presidente havia sido convencido da necessidade de conter gastos. Ao menos, foi essa a mensagem que Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, tentaram transmitir em conjunto.

Desses R$ 15 bilhões, R$ 11,2 bilhões serão bloqueados porque o crescimento dos gastos obrigatórios ultrapassou o limite determinado pelo arcabouço, de 2,5% acima da inflação. Outros R$ 3,8 bilhões serão contingenciados porque as receitas não têm tido o comportamento que o governo esperava e podem comprometer o cumprimento da meta fiscal. Ambos os valores podem vir a ser liberados se as estimativas melhorarem ao longo dos próximos meses.

Como há pouquíssimo espaço para rever gastos obrigatórios, tanto o bloqueio quanto o contingenciamento deverão ter forte impacto nas despesas discricionárias, rubrica que inclui o custeio de atividades administrativas dos ministérios, investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e emendas parlamentares.

As pastas que mais concentram gastos não obrigatórios, além do Ministério dos Transportes, são as da Saúde e da Educação, algumas das mais sensíveis aos olhos da base de apoio do governo. Ademais, qualquer mexida nas emendas parlamentares sempre traz algum desgaste nas relações com o Congresso.

O governo ainda precisará detalhar como essa tesourada será materializada, mas, segundo Haddad, esses números não incluem o resultado do pente-fino em programas sociais. A estratégia funcionou, ao menos por enquanto, e trouxe alguma tranquilidade ao mercado. O congelamento foi maior do que os R$ 12 bilhões que a maioria esperava, mas inferior aos R$ 26 bilhões necessários para cumprir a banda inferior da meta.

Ou seja, com o anúncio desta semana, o governo deixou implícito que não almeja exatamente o centro da meta de déficit zero, mas que trabalhará com a margem de tolerância de 0,25 ponto porcentual. Isso permitiria um saldo negativo entre receitas e despesas de até R$ 28,8 bilhões neste ano.

Se assim for, o governo ainda terá de anunciar mais uma contenção de despesas na próxima revisão bimestral do Orçamento, em setembro. E, se tudo der certo, em novembro, poderá fazer uso do tradicional empoçamento – diferença entre os pagamentos que foram autorizados e os que efetivamente ocorreram – para remanejar recursos entre as áreas.

Até lá, há a dura realidade com a qual o governo terá de lidar. Como tradicionalmente acontece, o Orçamento deste ano conta com despesas que foram subestimadas, especialmente os benefícios previdenciários e de assistência social, que avançam em ritmo superior à inflação.

Na outra ponta, as receitas foram superestimadas, entre elas a expectativa de arrecadação com a retomada do voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Até agora, dos R$ 56 bilhões inicialmente previstos, nada entrou. E ainda não houve acordo com o Senado sobre as medidas arrecadatórias para compensar a renúncia de R$ 18 bilhões associada à desoneração da folha de pagamento de 17 setores e dos municípios.

O problema de mirar o limite inferior, em vez do centro da meta, é que o governo não terá qualquer margem de manobra caso ocorra algum imprevisto. Mas, diante do cenário que se desenhava, alcançar um déficit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) ainda é melhor que nada. Por ora, Haddad venceu a batalha, mas a guerra ainda está longe de terminar.

Globo Online - RJ   22/07/2024

A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou na noite desta sexta-feira o pacote de US$ 1,2  trilhão para a reconstrução da infraestrutura do país, financiar novas iniciativas para a transição climática e expandir o acesso à banda larga na internet, dando com isso a aprovação final a uma peça central da agenda do presidente Joe Biden após um dia de drama que pôs em campos opostos moderados e progressistas no Partido Democrata.

Mas um pacote ainda maior de medidas sociais e ambientais ficou em suspenso, com meia dúzia de democratas centristas recusando-se a dar-lhe apoio até que uma análise não partidária possa estabelecer o impacto financeiro que ele vai ter.

Para Biden, a aprovação do pacote marcou o cumprimento de uma significativa promessa feita  logo do início de e sua Presidência: o maior investimento de recursos federais em projetos de infraestrutura em mais de uma década, incluindo um substancial esforço para fortalecer a resposta do país ao aquecimento do planeta. "Esta noite, demos um passo monumental adiante como nação", comemorou o presidente em um comunicado logo após a aprovação.

— Foi um avanço colossal  — disse o presidente na manhã deste sábado na Casa Branca, tachando o pacote de "investimento que só acontece uma vez em cada geração". —  Fizemos algo que já devíamos ter feito há muito tempo.

Biden também ressaltou que a maior parte dos empregos a serem gerados com os novos investimentos não vão requerer diplomas universitários, num aceno à classe trabalhadora.

— A todos aqueles que se sentem abandonados e marginalizados por uma economia que muda tão rapidamente: esta lei é para vocês — disse ele.

Votações preliminares: Biden chama republicanos de 'irresponsáveis' e diz que EUA podem romper teto da dívida

As derrotas que os briguentos democratas sofreram em eleições na terça-feira deram um novo sentido de urgência aos pedidos de Biden por ação do Legislativo. Nesta sexta, ele pôs sua credibilidade em jogo, apelando aos progressistas para que terminassem o bloqueio de meses e lhe enviassem imediatamente o pacote de infraestrutura —  já aprovado pelo Senado —  sem a aprovação prévia da prioridade por eles estabelecida: a aprovação do pacote socioambiental.

Agora se espera que ele assine rapidamente a lei do pacote de infraestrutura, que vai fornecer US$ 550 bilhões em novos recursos em uma década para reformar estradas e pontes, melhorar o acesso à internet e modernizar a rede elétrica  do país. O pacote também inclui o maior investimento para preparar os EUA para as mudanças climáticas: US$ 50 bilhões em ajuda às comunidades para que possam lidar com incêndios devastadores, tempestades, enchentes e secas que cientistas dizem estar sendo agravados pelo aquecimento global.

Em uma votação no fim da noite de sexta-feira que se seguiu a um dia de quase morte para a agenda de Biden, a Câmara aprovou o pacote de infraestrutura por 228 a 206, com 13 republicanos desafiando a liderança de seu partido e  se unindo à maioria democrata — seis deputados do partido do presidente não apoiaram a medida. O triunfo na votação foi uma espécie de reconhecimento dos esforços de Biden para obter apoio bipartidário a um tema que ambos os partidos vêm há muito tempo considerando uma prioridade.

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Mas, no fim das contas, a aprovação veio não apenas pelo voto dos republicanos, mas porque os democratas progressistas decidiram confiar em que seus correligionários centristas vão acabar vindo para seu lado. A aprovação estava travada havia meses, enquanto os progressistas negavam-lhe apoio para forçar os moderados a um acordo sobre o pacote socioambiental. No fim, um número suficiente de progressistas aceitaram um compromisso de cinco colegas centristas, divulgado às 22h desta sexta-feira, afirmando que apoiariam o pacote socioambiental em meados de novembro, se as contas fecharem.

— É um desafio a mais — disse a presidente da Câmara, a deputada democrata Nancy Pelosi, ao anunciar o adiamento do votação do pacote socioambiental, que também se esperava ocorrer nesta sexta-feira. — Mas vejo cada desafio como uma oportunidade.

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Para Biden, a aprovação do pacote de infraestrutura foi um progresso bem-vindo em um momento vulnerável. Os índices de aprovação do presidente declinaram nos últimos meses em meio a preocupações com inflação crescente, uma pandemia persistente e a confusa retirada americana do Afeganistão.  E ele voltou de uma viagem ao exterior esta semana para encontrar realidades políticas angustiantes em casa, após os republicanos vencerem a eleição para governador na Virgínia e quase derrotarem o candidato democrata ao governo de Nova Jersey. Os resultados reforçaram um sentimento de temor entre os democratas, que já estavam se preparando para perdas nas eleições de meio de mandato em 2022 que podem lhes custar o controle do Congresso.

Mais do que tudo, a perspectiva de perdas aprofundou as divisões que vinham pondo em perigo os dois pilares da agenda de Biden. Progressistas, moderados e conservadores tinham todos dito que a  lição das derrotas nas recentes eleições era que os eleitores precisavam ver ação e competência.

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CNN Brasil - SP   22/07/2024

Os investidores se fixaram na reunião de 17 e 18 de setembro do banco central dos Estados Unidos como o início dos cortes na taxa de juros que, segundo o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, representará uma mudança “importante” na política monetária, passando da batalha contra a inflação na era da pandemia para uma fase de afrouxamento.

O final do processo é incerto. Mudanças nos padrões de oferta e investimento durante a era da Covid-19, novas tensões geopolíticas e até mesmo o risco de guerras tarifárias instigadas por um possível segundo governo Trump podem tornar a saída do Fed da taxa de juros alta tão desafiadora quanto sua luta contra a inflação.

Mas a virada inicial, pelo menos, parece estar próxima.

O fato de setembro marcar o ponto de partida dependerá do comportamento dos dados próximo ao esperado pelas autoridades do Fed, com progresso contínuo na redução da inflação em direção à meta de 2% do banco central e um mercado de trabalho que permaneça em equilíbrio com ganhos modestos de salários e empregos mensais.

O Fed de manter sua taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,50% em sua reunião de 30 e 31 de julho, mas o novo comunicado também pode mudar as descrições da economia e as perspectivas para estabelecer as bases para um corte em setembro.

O intervalo de sete semanas entre as reuniões de julho e setembro é uma semana a mais do que o normal, o que permite o acúmulo de mais dados. Ele também inclui a conferência anual do Fed de Kansas City em Jackson Hole, Wyoming, um local frequentemente usado pelos chefes do Fed para transmitir mensagens relevantes.

“Na verdade, saberemos muito entre julho e setembro”, disse o presidente do Fed de Nova York, John Williams, em uma entrevista recente ao Wall Street Journal.
A desinflação continuará?

Em seus comentários finais antes da próxima reunião de política monetária, as autoridades do Fed disseram acreditar que a inflação provavelmente continuará a desacelerar e que cortes nos juros serão apropriados se isso acontecer.

A inflação, com base no índice de preços preferido do Fed, o PCE, ficou em 2,6% em maio, e muitos economistas esperam que ela caia para 2,5% ou menos quando os dados de junho forem divulgados em 26 de julho.

Em seguida, antes da reunião de setembro, as autoridades receberão a leitura de julho do PCE em 30 de agosto, além de dois relatórios sobre o índice de preços ao consumidor em 14 de agosto e 11 de setembro, respectivamente, cobrindo os dados de julho e agosto. Eles também terão os dados de preços no atacado para ambos os meses.

Apesar das preocupações mais cedo neste ano de que a inflação estava reacelerando, dados recentes mostraram uma nova desaceleração.
Mercado de trabalho

Powell recentemente se referiu ao mercado de trabalho como em “equilíbrio”, uma frase que, em seu sentido mais amplo, significa que o número de trabalhadores disponíveis está mais ou menos equilibrado com a demanda das empresas por mão de obra, o fluxo mensal de novas contratações e demissões em massa está alinhado com o crescimento populacional, e o crescimento dos salários está se alinhando com a meta de inflação do Fed.

A atual taxa de desemprego de 4,1% é aproximadamente o que as autoridades do banco central consideram sustentável no longo prazo com a inflação em 2%, e as autoridades estão esperançosas de que conseguirão encerrar a luta contra a inflação e começar a reduzir os juros sem um aumento substancial no desemprego.

Os próximos relatórios de emprego serão analisados para confirmar que o aumento dos salários e a escassez de mão de obra não representam mais um risco para a inflação, enquanto os sinais de enfraquecimento poderão – se forem suficientemente ruins – influenciar o tamanho e o ritmo de futuros cortes nos juros.

A taxa de desemprego vem subindo de forma lenta mas contínua desde a mínima histórica de 3,4% registrado no ano passado, e algumas autoridades do Fed observaram que, muitas vezes, quando a taxa de desemprego começa a subir, ela acaba subindo rapidamente.

Antes de se reunirem em setembro, as autoridades receberão os relatórios de emprego do Departamento do Trabalho referentes a julho e agosto em 2 de agosto e 6 de setembro, respectivamente. Os dados sobre pedidos de auxílio-desemprego chegam semanalmente, e os números têm aumentado, embora a série seja volátil e fortemente influenciada por fatores sazonais.

Os relatórios sobre vagas de emprego em aberto e níveis de demissão de trabalhadores para junho e julho serão divulgados em 30 de julho e 4 de setembro, respectivamente.

O Estado de S.Paulo - SP   22/07/2024

Foi preciso mais pressão e nova esticada nas cotações do dólar para que o governo Lula se mexesse e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciasse o congelamento de cerca de R$15 bilhões (R$ 11,2 bilhões serão bloqueados e R$ 3,8 bi contingenciados) nas despesas públicas para reduzir o déficit fiscal neste ano.

Tudo indica que ainda é pouco se o objetivo é atingir as metas do arcabouço fiscal, porque as receitas parecem superestimadas e as despesas, subestimadas. Mas é passo na direção certa, apesar das fartas manobras e declarações em contrário feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Além disso, ajuda a melhorar a percepção sobre o comportamento da economia neste segundo semestre. O Fundo Monetário Internacional (FMI) recentemente reduziu as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deste 2024 por conta do impacto da tragédia climática no Rio Grande do Sul, mas melhorou suas estimativas sobre o avanço do PIB para 2025, de 2,1% para 2,4%. Não é ainda prenúncio de crescimento sustentável, porque poupança e investimentos continuam muito baixos, mas é mais do que boa parte das projeções vinha apontando.

Também a inflação pode ficar pouco abaixo dos 4% neste ano (a meta é 3%), como os números de junho, surpreendentemente positivos, chegaram a indicar. Mais atividade econômica e inflação sob relativo controle também indicam alguma melhora da arrecadação.

As contas externas continuam exuberantes, apesar da quebra de quase 10% no volume das safras agrícolas, em consequência de clima adverso no País. O superávit da balança comercial (exportações menos importações) pode chegar aos US$ 85 bilhões. E a expectativa de entrada de Investimento Direto no País continua nos US$ 70 bilhões. E, para reforço da tranquilidade, as reservas externas se mantêm nos US$ 357 bilhões, o que por si só desestimula corridas ao dólar.

Outro indicador positivo é o da queda do desemprego no trimestre encerrado em maio, agora nos 7,1%, o mais baixo desde 2014, fator que deve ajudar na recuperação da renda média nas faixas mais pobres da população. É também sinal de que a reforma trabalhista, levada a cabo no período Temer, vem produzindo efeitos positivos.

O setor-chave que continua preocupando é o das contas públicas. O governo vinha no modo gastança, especialmente diante do temor de maus resultados nas eleições de outubro. O presidente Lula parece convencido de que qualquer aumento de incertezas nessa área tende a botar abaixo a percepção do que está melhor na economia e a puxar para cima as cotações da moeda estrangeira, mesmo com os bons resultados da área externa.

Daí o primeiro sinal verde para bloquear e contingenciar despesas públicas.

MINERAÇÃO

Investing - SP   22/07/2024

Os preços futuros do minério de ferro caíram nesta sexta-feira e fecharam a semana com perda em base semanal, à medida que a falta de estímulos econômicos concretos por parte da China, principal mercado consumidor do minério, e a fraca demanda sazonal por aço pesaram sobre o mercado.

O contrato mais negociado de setembro do minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 0,19%, a 804,5 iuanes (110,72 dólares) a tonelada, recuando 2,54% em relação ao preço de fechamento da última sexta-feira.

O contrato atingiu uma baixa intradiária de 792,5 iuanes, o nível mais fraco desde 26 de junho.

O minério de ferro de referência para agosto na Bolsa de Cingapura caiu 0,99%, a 104,45 dólares a tonelada. Na semana, o contrato encerrou com perda de 2,33%, a maior queda semanal desde 7 de junho.

A maioria dos índices de referência do aço na Bolsa de Futuros de Xangai registrou ganhos marginais na sexta-feira. O vergalhão, a bobina laminada a quente e o aço inoxidável subiram perto de 0,1% cada, enquanto o fio-máquina perdeu 0,25%.

As vendas sazonais de terrenos atingiram uma mínima de vários anos, sugerindo perspectivas de demanda fraca para o aço, enquanto os estoques de minério de ferro da China subiram para uma máxima sazonal de vários anos, sinalizando demanda fraca e oferta forte, disseram os analistas do ANZ em uma nota.

O aumento dos estoques portuários permaneceu como um obstáculo. O total acumulado em 45 grandes portos chineses alcançou novo recorde desde meados de abril de 2022, tendo crescido 0,9% na semana, para 151,3 milhões de toneladas em 18 de julho, segundo dados da consultoria Mysteel.

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O minério de ferro também caiu depois que a reunião plenária da China não conseguiu sinalizar nenhuma mudança importante de política em meio a dados econômicos fracos, acrescentaram os analistas do ANZ.

As autoridades chinesas reconheceram nesta sexta-feira que a ampla lista de metas econômicas reenfatizada no final de uma importante reunião do Partido Comunista nesta semana continha "muitas contradições complexas", apontando para um caminho turbulento à frente para a implementação de medidas.

Portal Fator Brasil - RJ   22/07/2024

Expansão da unidade, a ser concluída no próximo ano, garantirá a presença da empresa na economia e no desenvolvimento social local.

A Mina Serra Azul, localizada em Itatiaiuçu, na região metropolitana de Belo Horizonte, completa 55 anos de atividades no dia 21 de julho. A sua trajetória está diretamente ligada ao município e é marcada pela perenidade do negócio, inovação e relacionamento transparente com as comunidades.

—Atingimos essa marca histórica renovando nosso compromisso de atender às demandas atuais e futuras da sociedade. São diversos avanços operacionais, tecnológicos e ambientais alcançados ao longo das décadas. A planta minerária está estrategicamente localizada, o que facilita o escoamento da nossa produção para o mercado interno e externo— destaca Wagner Barbosa, vice-presidente de Energias Renováveis, BioFlorestas e Mineração Brasil da ArcelorMittal Aços Longos.

Em 2025, a unidade iniciará uma etapa da sua história, com a entrada em operação da nova planta de produção de pellet feed, um minério de alta qualidade que integrará a planta à rede global de produção de aço da ArcelorMittal, com fornecimento contratado para usinas do grupo localizadas no México.

—Iremos produzir um minério altamente concentrado para produção de pelotas a serem usadas em redução direta, o que contribui para o processo de descarbonização da siderurgia —disse Barbosa. A unidade processará o chamado itabirito compacto, material que até então não era aproveitado. Para isso, uma nova planta de beneficiamento e concentração de minério está sendo instalada, já em fase final de construção, e toda a configuração da mina foi modificada.

Expansão e futuro da mina — O projeto de expansão e modernização da mina, iniciado em 2021, conta com investimento de R$ 1,8 bilhão. O processamento das reservas de itabirito compacto ampliará a vida útil da mina em 33 anos, até 2056, e triplicará a atual capacidade de produção, dos atuais 1,5 milhão de toneladas para 4,5 milhões de toneladas por ano.

A previsão é a de que a mina alcance o novo patamar produtivo já no próximo ano. O número de empregados na unidade subirá das atuais 495 pessoas (sendo 22% mulheres) para cerca de 700 pessoas. A promoção da diversidade de gênero e etnia é um dos pilares da política de novas contratações.

O investimento se justifica porque a atual planta de beneficiamento de minério foi planejada para processar somente o chamado itabirito friável — um material mais fácil de ser processado, mas que se esgotará em breve. Por isso a necessidade da transição para a nova planta, com equipamentos capazes de processar itabirito compacto e abastecer as plantas de pelotização da empresa no México.

Compromisso sustentável e atuação social — Para além da importância estratégica na rede global de negócios do Grupo, a Mina de Serra Azul mantém também seu compromisso com as comunidades, a segurança e o meio ambiente. A unidade acaba de completar cinco milhões de horas trabalhadas sem acidentes com afastamento, se destacando por ser uma operação que nunca registrou acidente fatal.

Além de contar com várias certificações ISO, a mina é caracterizada por sua “pegada sustentável”, reduzindo o impacto das operações no meio ambiente. A recirculação de água já alcançou os 89%, índice bastante positivo no segmento de mineração. A proteção da biodiversidade e dos ecossistemas de cerrado e mata atlântica no entorno da mina é outra frente de foco e atuação. O trabalho realizado pela planta tem sido reconhecido pelas principais entidades estaduais ligadas ao meio ambiente e entidades certificadoras.

A ArcelorMittal mantém o compromisso de ser agente do desenvolvimento sustentável, econômico e social, das comunidades que abrigam suas atividades. Por meio da atuação da Fundação ArcelorMittal, a empresa leva às comunidades de Itatiaiuçu e região ações e programas nas áreas de cultura, esporte e educação.

—Com nossos projetos nos eixos de cultura, educação e esporte estivemos mais próximos e proporcionamos mais transformação na vida de crianças e jovens. Os resultados que alcançamos em Mateus Leme e Itatiaiuçu mostram a importância dessas iniciativas na vida das pessoas. No último ano, investimos mais de R$ 272 mil nas duas cidades, mais de 3 mil pessoas estiveram presentes nos espetáculos gratuitos e Itatiaiuçu recebeu, ainda, o Cine Autorama —um projeto de cinema drive-in itinerante —destaca Fabiana Lopes, gerente de Relacionamento com Comunidades da ArcelorMittal.

No esporte, o programa Mais Ação chegou para quase 200 pessoas nestas cidades, promovendo iniciativas voltadas para a inclusão de crianças e adolescentes através do esporte. Por meio das Leis de Incentivo, a empresa é uma das maiores incentivadoras do esporte em Minas Gerais e no Brasil, gerando oportunidades de inclusão e formação.

Canal aberto— A Mina de Serra Azul tem uma equipe dedicada ao relacionamento para atendimento aos moradores, que organiza ações, palestras, cursos, eventos e mantém o contato e os vínculos ativos, por meio dos acompanhamentos psicossociais e do diálogo. Desde 2023, foram formados três grupos comunitários: o Grupo de Mulheres, o Grupo da Juventude e o Grupo de Desenvolvimento Territorial. “Todos eles realizam encontros frequentes e são pensados em conjunto para atender às necessidades da comunidade”, explica Fabiana.

O projeto Revivescer — Laboratório Criativo de Cerâmica para a Sustentabilidade —, por exemplo, é um espaço de diálogo e desenvolvimento social que reúne moradores de Pinheiros e região para formação em produção de peças artesanais de cerâmica e empreendedorismo.

Trajetória — A Mina de Serra Azul foi fundada em 1969, em 1974 se tornou sociedade por cotas e foi adquirida pela ArcelorMittal em 2008. Estrategicamente situada para a logística de escoamento da produção, a unidade atende as empresas do grupo no Brasil e no exterior, bem como aos mercados domésticos e transoceânicos.

Sobre a ArcelorMittal —Maior produtor de aço no Brasil e líder no mercado global, o Grupo ArcelorMittal tem cerca de 127 mil empregados, sendo 20 mil no Brasil, e atende a clientes em 140 países, com o propósito de criar aços inteligentes para as pessoas e o planeta.

A empresa tem unidades industriais em oito estados (MG, ES, RJ, SC, CE, BA, SP e MS), além de unidades de distribuição e serviços em todo o país. É a única empresa do setor do aço no Brasil a contar com a certificação ResponsibleSteel.

As plantas brasileiras têm capacidade de produção anual de 15,5 milhões de toneladas de aço bruto e de 5,1 milhões de toneladas de minério de ferro e atende as indústrias automobilística, de eletrodomésticos, construção civil, óleo e gás, naval, dentre outras.

A empresa atua, ainda, em áreas como geração de energia para consumo próprio, produção de biorredutor renovável (carvão vegetal a partir de florestas plantadas de eucalipto) e tecnologia da informação.

IstoÉ Dinheiro - SP   22/07/2024

Os planos da Vale de tirar do papel um projeto bilionário de mineração, que ficou paralisado por anos, para expandir sua produção de minério de ferro, tem sido alvo de polêmica e preocupações sobre o impacto ambiental na região do Parque Nacional da Serra do Gandarela, em Minas Gerais.

Ambientalistas e pesquisadores alertam que a implementação do empreendimento em uma das poucas áreas de Minas ainda intocadas pela mineração ameaça a biodiversidade e pode destruir um aquífero responsável por abastecer com água mais de dois milhões de pessoas em Belo Horizonte e Região Metropolitana.

Em nota, a Vale nega impacto sobre os recursos hídricos e afirma que o projeto seria implementado após o ponto de captação de água. “A empresa irá monitorar os cursos d’água e, caso seja verificada qualquer alteração, será feita a reposição conforme exige a legislação”, diz.

A região em questão está localizada no chamado Quadrilátero Ferrífero, uma zona de montanhas ricas em ferro no centro-sul do estado. A área abrange diversos municípios, incluindo Mariana, onde o rompimento de uma barragem em 2015 causou danos persistentes até hoje.

Batizado de Projeto Apolo, o plano da Vale para a última zona da região intocada pela mineração iniciou em 2009. Foi pausado em meio às tragédias com rompimento de barragens, e retomado após uma década com um novo formato, que a mineradora alega ser “mais sustentável” por não gerar rejeitos e eliminar o uso de barragens.

A Vale tem promovido audiências públicas para explicar e defender o novo empreendimento, mas a empresa ainda aguarda a avaliação das autoridades e depende de licenciamento ambiental.

O novo Projeto Apolo

O investimento feito pela empresa no Projeto Apolo chega a US$ 2 bilhões. A previsão de quantidade de minério de ferro extraída anualmente após início das operações chega a 14 milhões de toneladas por ano.

Há ainda a previsão de gerar cerca de 2.600 empregos temporários no pico das obras. Após o início da operação, a estimativa é de 740 empregos diretos entre funcionários próprios e terceirizados, além de 2.100 empregos indiretos. A massa salarial seria de R$ 138 milhões, com adição de R$ 151 milhões em impostos.

Sem barragens

A Vale reestruturou o projeto ao longo de uma década para eliminar o uso das polêmicas e perigosas barragens. “Com a adoção do processamento de minério de ferro a umidade natural, a necessidade de água nova para o novo projeto reduziu em 95%”, informa em nota.

No lugar das represas, seria utilizada uma pilha de estéril, método já adotado em outras regiões do estado que amontoa os resíduos secos.

O geólogo Paulo Rodrigues, pesquisador do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), afirma, porém, que a medida pode ser ainda mais arriscada, pois as pilhas, diferente das barragens, não são cercadas adequadamente.

“Com as chuvas que nós estamos tendo, cada vez mais fortes por conta das mudanças climáticas, o material das pilhas vai espalhar para tudo quanto é canto”, afirma Rodrigues.

Ao menos um caso assim já foi registrado em 2022, quando uma montanha de resíduos da mineradora Vallourec desabou. Os detritos chegaram a um dique e acabaram espalhados pela rodovia BR-040, que ficou interditada por dois dias na altura do município de Nova Lima.
O aquífero

Porém a maior preocupação é com os potenciais danos causados pela mineração no aquífero Cauê, que abastece a bacia do Rio das Velhas, aponta o geólogo Paulo Rodrigues.

Aquíferos são as zonas de água subterrânea onde ficam armazenadas as águas que, ao emergir da terra, criam as nascentes dos rios. Esses reservatórios naturais são abastecidos pelas águas das chuvas, que são trazidas dos oceanos.

Segundo Rodrigues, o Cauê possui uma configuração única em relação aos demais do mundo: é um aquífero vertical, feito de ferro e de uma pedra denominada canga, materiais porosos, que permitem a entrada de água sem contaminação.

Há plena chuva mansa na região – ideal para reabastecimento de aquíferos, pois demora mais a escorrer e assim é mais absorvida – e baixo teor de minerais que sofrem intemperismo, ou seja, que se decompõem e contaminam a água.

Rodrigues explica que, como o aquífero é feito de ferro, é impossível compatibilizar a mineração e a manutenção do reservatório. Retirar o minério seria remover o próprio sistema de captação. “Quando eu destruo o aquífero e seu mecanismo de captação de água, é irreversível”, alerta.

Em nota, a Vale afirma que irá monitorar o curso da água dos rios para que seja feita reposição em caso de alteração. A empresa afirma porém que o faria com a própria água do aquífero.
O parque

A Vale alega que a mineração não destruirá a serra e o aquífero pois há uma parte da região protegida pelo Parque Nacional da Serra do Gandarela (Parna), criado em 2014. “Quase 50% da área do parque, o que representa 15 mil hectares do total de 31.270 hectares da unidade de conservação, pertencem à empresa e poderão ser doados ao ICMBio como compensação ambiental de projetos”, acrescenta.

Porém o limite do Projeto Apolo informado pela mineradora fica a apenas cerca de 80 metros do início do parque em um ponto. Além disso, os limites do parque não estão de acordo com a recomendação dos técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela criação e gestão das unidades de conservação federais.

“A principal parte da serra ficou de fora. Foi criado o Parque da Serra do Gandarela sem a Serra do Gandarela”, afirma João Madeira, biólogo que era coordenador de Criação de Unidades de Conservação e de Diagnóstico no ICMBio quando foi elaborado o projeto do parque.

Segundo a Vale, a criação do parque reduziu em 32% a área do Projeto na comparação com o escopo de 2009, passando de 2.000 hectares para 1.368 hectares. São 890 campos de futebol a menos na área do empreendimento.

Com a maior parte da serra fora do Parque, Rodrigues dá como certa a destruição da capacidade de armazenamento de água do aquífero. “Não vai sobrar água suficiente para alimentar uma população que não para de crescer”, diz.

Além disso, haveria consequências para o próprio propósito do parque. “Parques nacionais ecológicos precisam das paisagens, que é o que se tem ainda por lá”, afirma Madeira. “Você vai deixar de ter se tiver só um buraco imenso de mineração, cheio de caminhões gigantescos.”

A destruição da Serra levaria também a redução da vegetação de cangas, um tipo quase em extinção no país justamente por conta da destruição das camadas de canga pela mineração.
Paleotoca

Ficou de fora dos limites do Parna outra preciosidade da região: um sistema de cavernas que serviu de morada para um animal pré-histórico, provavelmente um bicho-preguiça gigante.

Descobertas em 2011, as cavidades na canga não podem ser destruídas por serem consideradas cavernas de relevância máxima. A proposta da Vale é deixar um “perímetro protetivo” com raio de 250 metros ao redor delas.

O biólogo João Madeira afirma que a proposta segue absurda. “Vão cavar 250 metros ao redor de um raio de 250 metros. Vai ficar uma grande coluna no meio do nada. Do que adianta preservar isso? Quem vai poder visitar esta caverna?”
População dividida

Nas reuniões promovidas para debate do projeto da Vale com a comunidade, há geralmente uma divisão. Parte dos moradores sentem-se atraídos pela proposta de criação de empregos, enquanto a outra chama atenção para a finitude dos recursos e os impactos deixados.

“Emprego em mineração é temporário, porque o minério não é pra sempre” afirma a bióloga e professora da rede pública Daniela Campolina, moradora da região da Serra. “E quando as pessoas falam: você tem celular, você tem vários objetos de ferro, eu respondo: mas você bebe água. Que atividade existe sem água? Ninguém bebe minério.”

Organizações da sociedade civil como a Fundação SOS Mata Atlântica também têm realizado oposição ao Projeto Apolo. “É fundamental que haja atenção tanto do governo federal como do governo do estado para a proteção dessa região e ampliação do Parque da Serra do Gandarela”, afirma Malu Ribeiro, diretora de políticas públicas da instituição. Campanhas e abaixo-assinados contra o avanço do projeto também tem se espalhado nas redes.

Procurado, o governo do estado de Minas Gerais informou que dois processos tramitam atualmente na Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) referentes ao Projeto Apolo.

“Os referidos processos estão em fase de análise pela equipe técnica e todas as medidas de compensação bem como a definição dos monitoramentos contínuos serão definidos no parecer do licenciamento, que se encontra em elaboração”, conclui o governo em nota.

O Estado de S.Paulo - SP   22/07/2024

Refém do assédio do governo Lula da Silva, a Vale prepara a sucessão na presidência executiva num processo lento – que se arrasta desde o ano passado – e frequentemente estressado por rumores os mais diversos, em evidentes sinais da batalha travada nos bastidores. Ocasionalmente, informações oficiais escapam, dando conta da pressão que extrapola os limites corporativos, mas são os boatos os principais motores da especulação que cerca a empresa há meses.

Dado o porte e a importância da Vale, uma das líderes mundiais na produção de minério de ferro e níquel e uma das principais concessionárias de logística do País, é plausível ser identificada como empresa estratégica, ainda mais por atuar no segmento extrativista. O interesse do Estado brasileiro nos passos da Vale é óbvio e, por isso mesmo, foram criadas as golden shares (ações de ouro, em tradução livre) na privatização, assim como em outras estatais estratégicas que passaram à iniciativa privada, como Embraer, IRB e Eletrobras.

O mecanismo de golden share dá ao governo poder de veto em uma série de decisões que vão desde a mudança de sede, para o caso de intenção de deixar o País, até a liquidação da empresa, alienação ou encerramento de atividades do sistema integrado de exploração de jazidas, minas, ferrovias, portos e terminais marítimos. Ou seja, o governo manteve, mesmo após a decisão de privatizar a mineradora, a garantia de que o interesse econômico estaria prioritariamente voltado ao País.

Mas, por óbvio, a União não detém poder de gestão numa ex-estatal, como quer o governo Lula da Silva não apenas na Vale, mas também na Eletrobras, como comprovaram inúmeras declarações do presidente. Durante a posse de Magda Chambriard na Petrobras, Lula lamentou que a Vale tenha sido “rifada por 899 mil pequenos fundos”. Referia-se ao processo que tornou a Vale uma empresa de capital pulverizado, sem controlador. “Você não tem um dono para conversar”, reclamou.

Alguém “para conversar” é o que Lula da Silva vem buscando na Vale desde o início de sua terceira gestão, quando foi cogitado o nome de seu ex-ministro e fiel escudeiro Guido Mantega para a presidência da empresa. Agora, quando a consultoria Russel Reynolds, contratada para assessorar o processo sucessório, listou 15 candidatos, nenhum deles do governo, surgem rumores de que Dario Durigan, o número dois de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda, teria sido sondado para o cargo, mesmo sem nenhuma experiência no setor de mineração.

Difícil imaginar que uma empresa como a Vale, dependente de tantas decisões governamentais, desde a autorização de lavra até multas operacionais, opte por uma blindagem total contra o governo, mesmo sabendo do interesse, declarado por Lula da Silva, de obrigar a mineradora a ter o “papel social” de “atendimento das necessidades soberanas do País”. Em outras palavras, trata-se de direcionar a gestão da empresa para o financiamento de projetos de interesse do governo, sem preocupação com gestão ou governança. Além de uma afronta à iniciativa privada, é uma temeridade.

AUTOMOTIVO

Globo Online - RJ   22/07/2024

De olho na transição energética, montadoras estão levando adiante um ciclo de investimentos para a fabricação de caminhões movidos a gás natural no país.

O movimento ocorre mais de 25 anos após a popularização do combustível — que emite menos carbono que o diesel — em automóveis e décadas atrás da Europa no abastecimento de veículos pesados. Agentes do setor apontam o gás como a principal rota do transporte rodoviário de carga rumo à economia de baixo carbono.

A Scania, que detém 17% do mercado brasileiro de caminhões, incluiu em seu plano de investimentos uma linha de produção de caminhões movidos a gás natural veicular (GNV) e gás natural liquefeito (GNL) na fábrica de São Bernardo do Campo (SP).

A montadora projeta investimentos totais para os próximos quatro anos de R$ 2 bilhões (sem detalhar quanto será destinado a essa nova aposta). Já a rival Iveco, que tem participação de 6,8% nas vendas de veículos pesados no país, vai concluir até o fim de 2025 um conjunto de aportes de R$ 1,1 bilhão, que inclui uma linha de produção de veículos pesados a gás em Sete Lagoas (MG).

Alex Nucci, diretor de Vendas de Soluções da filial brasileira da Scania, diz que o caminhão a gás ainda é uma novidade incipiente no mercado brasileiro. Para essa transição ganhar fôlego, avalia, é necessária a participação do governo e de parceiros privados para prover a infraestrutura de abastecimento necessária:

— Fizemos parcerias com distribuidores de gás, criando rotas e identificando potencialidades. A comercialização desses caminhões começou com empresas com foco em ESG (sigla em inglês para ações ambientais, sociais e de governança). E saímos de zero a mil unidades em quatro anos — afirma, acrescentando que a fábrica brasileira passou a ser um hub mundial da marca, produzindo veículos a gás para a venda no exterior.

Sertanejo coleciona máquinas de luxo

A aposta das empresas no segmento mira no futuro, no contexto imperativo da transição energética para deter o aquecimento global. A Scania prevê alta de 14% nas vendas de caminhões a gás este ano, chegando a 400 unidades, considerando mercado doméstico e externo. Para 2025, a expectativa é de alta de 25%.

Infraestrutura é desafio

Marco Querichelli, CEO da Iveco para América Latina, avalia que a substituição do diesel pelo gás como combustível para veículos pesados só é atrasada pela falta de estrutura de abastecimento dos caminhões em longas distâncias:

— O potencial do gás é absurdo, gigantesco. É o próximo passo da transição energética. O grande desafio é a infraestrutura estar preparada.

Para Vladimir Pinto, especialista em energia da XP, os investimentos sinalizam demanda promissora adiante:

— As duas montadoras são consolidadas no segmento global de caminhões a gás e grandes entusiastas da tecnologia. E ocupam espaço. A entrada de concorrentes pode ser difícil.

Na comparação com o diesel, o veículo a gás natural pode emitir até 20% menos CO2, ainda que o combustível também seja de origem fóssil. Já a redução de óxidos de nitrogênio, que também causam o efeito estufa, é de quase 90%. Outra vantagem é a menor emissão de material particulado, que podem causar doenças respiratórias e cardiovasculares. A diminuição dessa “fuligem” chega a 85%.

— São caminhões de tecnologia diferente, mas com o mesmo nível de entrega de performance — diz Nucci.

De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o setor de transporte correspondeu a 33% da energia consumida no país no ano passado. Os motores a diesel representam 43,4%, enquanto a fatia do gás natural foi de apenas 1,8%.

Para Camila Ludovique, pesquisadora de Planejamento Energético da Coppe-UFRJ, o momento é propício para a expansão da frota a gás. Mas ela frisa que o investimento obtém seu retorno por quilômetro rodado no longo prazo:

— Com o aumento (da participação) dos carros elétricos, o consumo de gás deve diminuir (em automóveis) nos próximos anos. O Brasil depende de transporte rodoviário, é deficitário em diesel (importa o produto) e o principal consumidor é o transporte de carga.

Entraves à expansão

Segundo a Anfavea, que reúne as montadoras brasileiras, o número de novos caminhões movidos a gás licenciados no Brasil no ano passado foi de 145, o equivalente a 0,13% do total. No primeiro semestre, foram 69 veículos pesados licenciados. No mesmo período, foram 65,1 mil movidos a diesel.

— Caminhões a gás são recentes no Brasil. São vendidos na Europa desde a década de 1980. Essa realidade vem mudando, e a expectativa é de aumento da malha de atendimento no curto prazo — diz Eduardo Freitas, vice-presidente da Anfavea.

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Quando se observa o total da frota de caminhões em circulação no país, há pouco menos de 1,5 mil movidos puramente a gás ou híbridos (que podem alternar diesel e gás). Segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás (Abegás), o número inclui caminhões que foram convertidos de diesel para híbridos.

Na China são 800 mil veículos pesados movidos à gás, com uma fatia de 7% do setor. Em abril, um a cada três caminhões vendidos por lá era impulsionado pelo combustível. Na Europa, que aproveita a canalização de aquecimento residencial para abastecer postos, são cerca de 475 mil veículos pesados a gás. Nos EUA, são 190 mil caminhões e ônibus usando o combustível.

Para Marcelo Mendonça, diretor técnico-comercial da Abegás, o aumento na frota a gás poderá se concretizar se houver políticas públicas para incentivar esse novo mercado, ajudando o Brasil a cumprir metas de redução de emissões de carbono. Segundo ele, são 210 milhões de toneladas de CO2 emitidas anualmente pelos transportes no país:

— Para replicar o crescimento que tivemos em carros a gás na frota pesada, é importante trabalhar em incentivo para acelerar a substituição.

Ao contrário dos automóveis movidos a GNV, não há redução da alíquota de IPVA para caminhões a gás, o que poderia ser um fator de atração. Além disso, no Brasil, a rede de abastecimento deixa a desejar. Algumas distribuidoras de gás criaram os chamados “corredores azuis” em rodovias em que há canalização paralela ao traçado, o que facilita a abertura de postos.

Um exemplo é o corredor implementado na Via Dutra por uma parceria entre a Naturgy o governo fluminense. Há 1,7 mil postos de GNV no país, segundo a Abegás, a maioria na faixa litorânea. Desses, em 2023, só 45 postos atendiam caminhões, que demandam equipamentos diferentes para um abastecimento mais rápido.

Parceria empresarial

Segundo especialistas, empresas que trocam sua frota por veículos pesados movidos a gás buscam certificações que reconheçam a pegada menor de carbono, mas falta uma definição mais ampla de meta de corte de emissões a atingir.

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— O fato de usar gás natural é positivo para as metas de descarbonização e impacto ambiental. Com um mercado de (créditos de) carbono, empresas iriam seguir nesse sentido — diz Vladimir Pinto, da XP.

A Eneva, empresa de energia que atua na produção de gás, tenta impulsionar esse mercado. Lino Cançado, diretor-presidente da empresa, vê espaço para crescimento:

— É um mercado que vai se desenvolver com transportadores em rotas específicas, nas quais eles têm a produção e precisam levar para o porto, por exemplo. O caminho é colocar postos de abastecimento ao longo dessas rotas.

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Eneva, Scania e VirtuGNL firmaram uma parceria para descarbonizar frotas. A VirtuGNL criou uma rede própria de abastecimento de gás natural liquefeito para operar caminhões-tanque que transportam o gás produzido pela Eneva no Complexo do Parnaíba para as operações da mineradora Vale, em São Luís, e da fabricante de celulose Suzano, em Imperatriz, no Maranhão.

Com investimentos de R$ 5,7 bilhões até 2030, a VirtuGNL pretende atuar também no transporte de grãos no Matopiba, região agrícola entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Quer fechar o ano com 200 veículos a gás próprios. Para 2025, a expectativa é que novos contratos quadrupliquem esse número.

Biometano pode ajudar a acelerar transição

Uma alternativa à dificuldade de distribuição do gás natural (que geralmente vem da produção de petróleo no mar) pode vir da capacidade de produção do biometano.

Gerado a partir da decomposição de detritos de fazendas (como o bagaço de cana), aterros sanitários e estações de tratamento de esgoto, este combustível também pode ser utilizado nos caminhões a gás sem que os veículos necessitem de qualquer tipo de alteração.

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Essa alternativa pode contribuir para a criação de pontos de abastecimento de gás veicular onde não há gasodutos para a criação de “corredores azuis” com gás natural.

— Imagina um caminhão desses que sai do Mato Grosso para Santos. Precisa ter gás no interior. O biometano pode ser produzido em todo o país e é um indutor para a interiorização, que é ponto fundamental para a viabilização (do mercado de caminhões a gás) — diz Vladimir Pinto, especialista em energia da XP.

O analista observa que todas as cidades têm aterros sanitários, que podem ser aproveitados para a produção do gás. Com o uso do biometano, a redução de emissão de CO2 dos veículos é ainda maior na comparação com os movidos a diesel, alcançando 95%.

Solução para insegurança

Segundo um estudo da USP publicado no fim de junho, o Brasil utiliza apenas 1,5% da sua capacidade de produção de biogás. Para se tornar biometano, o biogás passa por um processo de purificação. O Brasil produziu, em 2019, cerca de 1,3 bilhão de metros cúbicos (m3) de biogás, enquanto o potencial de produção do país era de cerca de 84,6 bilhões de m³.

Com o devido tratamento, a oferta de biometano poderia chegar a 44,7 bilhões de m³, cerca de 80 vezes a capacidade instalada hoje, de 522 milhões de m³. A estimativa conservadora é a de que o país possa produzir, até 2030, 7,3 bilhões de m³ do gás por ano.

Para Geraldo Lemos, pesquisador que liderou o estudo, o aumento da disponibilidade e a maturação econômica do setor demandam incentivos públicos, como os impulsos recebidos pela indústria petrolífera para se ampliar:

— O desenvolvimento do biometano pode ser favorecido se os entes federados atuarem colaborativamente, contribuindo para o crescimento do mercado. A insegurança que empresas enfrentam pode ser diminuída se o ambiente normativo puder ser melhorado.

Em Santa Catarina, a Cetric, empresa de gerenciamento de resíduos, utiliza caminhões a gás para fazer a coleta dos detritos dos clientes. O combustível dos veículos é gerado pela própria empresa, através do tratamento do lixo coletado.

Há na companhia projetos para instalação de postos de biometano ao longo de duas rodovias que cruzam o estado, com o objetivo de criar infraestrutura para impulsionar o uso do gás como combustível na logística rodoviária do Estado.

Automotive Business - SP   22/07/2024

Se na gestão do governo democrata de Joe Biden os Estados Unidos já estão fechando o cerco sobre veículos elétricos chineses, em um eventual mandato de Donald Trump, candidato republicano nas eleições presidenciais que ocorrem em novembro, o protecionismo contracena com atração de novas fábricas.

Durante convenção do seu partido realizada na quinta-feira, 18, no estado de Wisconsin, Trump afirmou que as montadoras estrangeiras passarão a produzir nos Estados Unidos, e não no México. Do contrário, o imposto de importação aumentará ainda mais, cerca de 200% por unidade.

SAIBA MAIS

"Agora mesmo, enquanto falamos, grandes fábricas estão sendo construídas do outro lado da fronteira no México pela China para fabricar carros para vender nos EUA. Essas fábricas serão construídas nos Estados Unidos e nosso povo vai operar essas fábricas", disse o candidato, que tenta reeleição.

O candidato não citou nominalmente nenhuma empresa, mas a gigante BYD já apresentou planos de construir uma fábrica de veículos elétricos nos Estados Unidos.

Trump disse, ainda, que vai usar "impostos, tarifas e incentivos" para ajudar o setor automobilístico dos Estados Unidos. Sua agenda está inclinada a dar suporte financeiro a veículos híbridos, por exemplo, em oposição ao plano de governo de Joe Biden, mais favorável ao comércio de elétricos puros.

Coincidência ou não, as ações da Tesla, fabricante de veículos elétricos sediada nos Estados Unidos, apresentaram queda na sexta-feira, 19, um dia após o discurso de Trump. "Acabarei com a obrigatoriedade de veículos elétricos no primeiro dia", disse o candidato, ainda que nos EUA não haja tal obrigação.

O Estado de S.Paulo - SP   22/07/2024

Durante a maior parte dos últimos cinco anos, as montadoras gastaram bilhões de dólares em uma corrida frenética para desenvolver veículos elétricos e construir fábricas para produzi-los, com a expectativa de que os consumidores aderissem a esses novos modelos.

No entanto, nos últimos 12 meses, a taxa de crescimento das vendas de veículos elétricos diminuiu. Alguns compradores de carros não gostaram dos altos preços dos carros e caminhões elétricos e das dificuldades de carregá-los, especialmente em viagens longas.

A mudança no sentimento do consumidor agora está forçando muitas montadoras a recuar em seus planos de investimento agressivos e a voltar, pelo menos em parte, para os veículos com motor de combustão interna que ainda são responsáveis pela maioria das vendas de carros novos e por uma grande parcela dos lucros corporativos.

O exemplo mais recente veio na quinta-feira, 18, quando a Ford disse que iria reequipar uma fábrica no Canadá para produzir grandes caminhonetes, em vez dos veículos utilitários esportivos elétricos que havia planejado fabricar anteriormente.

A decisão da Ford ocorre um dia depois que a General Motors disse esperar fabricar de 200 mil a 250 mil carros e caminhões movidos a bateria este ano, cerca de 50 mil a menos do que havia previsto anteriormente.

“Após a pandemia, houve uma enorme exuberância em torno dos veículos elétricos e acho que muitos fabricantes pensaram que o crescimento continuaria”, disse Arun Kumar, sócio e diretor administrativo da prática automotiva e industrial da AlixPartners, uma empresa de consultoria. “Mas a realidade é que esse não é o caso, e é uma medida inteligente garantir que você não esteja perdendo participação no mercado de combustão interna.”

A hesitação das montadoras em relação aos veículos elétricos ocorre em um momento politicamente tenso para o setor. As regulamentações automotivas dos EUA podem mudar significativamente se o ex-presidente Donald Trump vencer a eleição em novembro. Trump prometeu desfazer muitas das políticas do presidente Joe Biden, incluindo aquelas que promovem o uso de carros movidos a bateria para lidar com as mudanças climáticas.

Mas mesmo antes do início da campanha presidencial, a Ford, a GM e outras montadoras vinham diminuindo seus investimentos em veículos elétricos, atrasando alguns modelos novos e o trabalho em fábricas de baterias. Há apenas alguns anos, a GM e a Ford esperavam conseguir fabricar mais de 1 milhão de veículos elétricos por ano até meados da década.

Em um evento da CNBC nesta semana, Mary T. Barra, CEO da GM, disse que levaria mais tempo para atingir esse nível de capacidade devido ao crescimento mais lento das vendas de veículos elétricos.

Até mesmo a Tesla, a principal produtora de carros elétricos, mudou seus planos porque não espera mais que as vendas cresçam 50% ao ano; suas vendas globais caíram 6,6% nos primeiros seis meses do ano. A empresa desacelerou seus planos de construir uma fábrica de carros elétricos no México e cancelou uma reunião em abril entre seu CEO, Elon Musk, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, para discutir uma nova fábrica naquele país.

Recentemente, a fábrica da Ford em Oakville, Ontário, deixou de produzir o utilitário esportivo Ford Edge, movido a gasolina, e estava programada para produzir novas versões elétricas do Ford Explorer e do Lincoln Aviator, ambos utilitários esportivos de três fileiras. Em vez disso, a Ford transformará a fábrica em um terceiro local de produção para sua picape Super Duty, um de seus modelos mais lucrativos.

Jim Farley, CEO da Ford, disse que as outras fábricas da Super Duty da empresa em Kentucky e Ohio não conseguiam produzir tantos veículos quanto os clientes comerciais desejavam.

“Não podemos atender à demanda”, disse ele em um comunicado. Em abril, Farley disse que o número de pedidos do Super Duty Ford era o dobro do número de caminhões que a empresa conseguia fabricar. No primeiro semestre deste ano, a Ford produziu mais de 200 mil caminhões Super Duty.

A Ford disse que a fábrica de Oakville deve começar a produzir caminhões Super Duty em 2026, com uma capacidade de 100 mil veículos por ano. A empresa planeja gastar US$ 3 bilhões para expandir a produção dos caminhões.

No final da década, a Ford planeja introduzir caminhões Super Duty atualizados. Entre os novos designs está um modelo eletrificado, provavelmente um caminhão híbrido que combina um potente motor de combustão interna com um motor elétrico. Um trem de força puramente elétrico provavelmente não forneceria a potência de reboque e a autonomia de que os clientes da Super Duty precisam.

Os modelos da Super Duty incluem os modelos F-250 e F-350, que geralmente são vendidos por US$ 70 mil ou mais e normalmente são usados como caminhões de trabalho em construção, silvicultura, mineração e outros setores.

A mudança para a fabricação de caminhões Super Duty em Oakville garantirá cerca de 1.800 empregos na fábrica, além de outros 50 em uma fábrica de motores em Windsor, Ontário. Para apoiar o aumento da produção do Super Duty, a Ford também espera adicionar horas extras e funcionários em uma fábrica de transmissões em Ohio e em fábricas de componentes e eixos em Michigan.

Em abril, a Ford disse que adiaria o início da produção do Ford Explorer e do Lincoln Aviator elétricos em Oakville de 2025 para 2027, levantando preocupações sobre a situação dos empregos na fábrica.

O sindicato canadense de trabalhadores da indústria automobilística, Unifor, saudou o novo plano para a produção de picapes. “Chegamos a um acordo que não apenas fará com que nossos membros voltem ao trabalho mais cedo, mas também protegerá os empregos de nossos membros no futuro”, disse Lana Payne, presidente da Unifor, em um comunicado.

A Ford disse que ainda planejava fabricar o Explorer e o Aviator elétricos, mas não disse quando ou onde faria isso.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Grandes Construções - SP   22/07/2024

Na construção civil, a segurança e a integridade estrutural são pilares fundamentais para garantir a durabilidade e a habitabilidade de edificações.

A sustentação das obras de grande porte, particularmente, requer um planejamento minucioso e a utilização de materiais adequados que possam suportar cargas elevadas e condições adversas. Entre esses materiais, as estruturas de aço têm se destacado por suas propriedades mecânicas e flexibilidade de aplicação.

Em fevereiro desse ano, um incidente em Praia Grande, litoral de São Paulo, chamou a atenção para a importância da sustentação adequada em construções.

Um prédio com 133 apartamentos e 23 andares foi esvaziado às pressas após moradores sentirem tremores e chamarem os bombeiros que fizeram a vistoria, constatando danos nas colunas de sua estrutura e solicitando a evacuação da edificação.

Alexsandro Martins da Cunha, engenheiro metalúrgico e especialista em construção civil, comenta sobre o caso: "O incidente em Praia Grande é um exemplo claro do que pode ocorrer quando a sustentação de uma obra não é devidamente planejada e executada. A escolha dos materiais e a correta aplicação das técnicas de construção são de extrema importância para evitar tragédias".

A cidade de Santos, também no litoral paulista, enfrenta um problema crônico de prédios tortos. Essa situação, que afeta várias edificações na região, é causada por falhas na sustentação e no solo em que foram construídas. Esse fenômeno ressalta a importância de uma avaliação geotécnica rigorosa e de técnicas de sustentação adequadas para evitar deformações e colapsos estruturais.

"Os prédios tortos em Santos são um alerta para toda a indústria da construção civil. Problemas de sustentação, muitas vezes ligados a uma análise inadequada do solo e ao uso de técnicas construtivas ineficazes, podem levar a deformações irreversíveis e comprometer a segurança dos moradores", acrescenta Alexsandro.

Estruturas de aço – As estruturas de aço apresentam diversas vantagens que as tornam uma opção segura e eficiente para grandes obras. Entre elas:

Resistência e durabilidade – O aço possui alta resistência à tração e compressão o que permite a construção de estruturas que suportam grandes cargas sem deformações significativas;

Flexibilidade de design – A maleabilidade do aço facilita a criação de projetos arquitetônicos inovadores e adaptáveis às necessidades específicas de cada obra;

Rapidez na construção – Estruturas de aço podem ser pré-fabricadas e montadas no local da obra, reduzindo significativamente o tempo de construção;

Sustentabilidade – O aço é um material reciclável, o que contribui para a redução do impacto ambiental das construções.

A sustentação adequada é essencial para garantir a segurança e a longevidade das grandes construções. O uso de estruturas de aço na construção civil se destaca como uma solução eficaz, oferecendo resistência, flexibilidade e sustentabilidade.

O incidente em Praia Grande e os prédios tortos em Santos servem como lembretes da importância de seguir rigorosamente os padrões de engenharia e de utilizar materiais de alta qualidade.

"Investir em materiais e técnicas de construção seguros não é apenas uma questão de conformidade, mas de responsabilidade com a vida das pessoas que habitarão ou utilizarão essas edificações. A engenharia deve sempre priorizar a segurança em cada etapa do processo construtivo", finaliza da Cunha.

Grandes Construções - SP   22/07/2024

No 1º semestre, o setor de construção civil registrou alta em diversas vertentes, como no volume de vendas de imóveis, valorização imobiliária e geração de empregos.

É o que aponta o Senior Index, relatório que monitora indicadores de mercado publicado pela Senior Sistemas.

Divulgado nesta sexta-feira (19), o índice considera as operações de contratos de vendas de imóveis novos gerenciados através das soluções da Senior, que engloba 45 das 100 maiores construtoras do país, de acordo com o Ranking Intec.

Movimentação – Segundo o relatório, o setor teve alta de 4,5% no volume de vendas de imóveis no 1º semestre de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023.

“Em contrapartida, o número de distratos comerciais aumentou 11,4% com relação ao 1º semestre do ano passado, o que levanta um ponto de atenção para o segmento”, sinaliza Marcelo Xavier, diretor do segmento de construção na Senior Sistemas.

Quando avaliado o Valor Geral de Vendas (VGV) dos empreendimentos analisados, a performance nas vendas representa um aumento de 9,1% na movimentação financeira na economia do segmento.

Pela primeira vez, o Senior Index traçou um panorama do valor do metro quadrado (m²) dos imóveis negociados no Brasil no período.

De acordo com o levantamento, os imóveis estão valendo mais. É o caso de Brasília, no qual o preço do metro quadrado chega a R$ 10.857,82, e Goiânia (GO), negociado por R$ 10.699,78, dependendo da região.

Na sequência aparecem São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Uberlândia (MG), com o valor do m² custando R$ 9.997,69, R$ 9.498,06 e R$ 5.232,88 por metro quadrado, respectivamente.

Empregabilidade – O Senior Index também acompanha o movimento do mercado de trabalho no segmento e mostra que houve aumento de 7,32% no saldo de vagas de emprego na construção.

Dentre as regiões com melhor performance, o relatório destaca o Distrito Federal, com alta de 22,9%, e os estados do Paraná e São Paulo – com crescimento de 18,6% e 7,8% no volume de empregos, respectivamente.

IstoÉ Online - SP   22/07/2024

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) desacelerou a 0,53% na segunda prévia de julho, após registrar alta de 1,05% na mesma leitura do mês anterior, dentro do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). A informação foi dada nesta sexta-feira, 19, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Houve arrefecimento nas três aberturas do índice: Materiais e equipamentos (0,41% para 0,33%); Serviços (0,45% para 0,14%); Mão de obra (1,98% para 0,85%).

Influências

As maiores pressões para baixo sobre o INCC-M na segunda prévia de julho partiram de cimento Portland comum (-0,05% para -0,58%); eletrodutos de PVC (-0,38% para -0,41%); bloco cerâmico (-0,02% para -0,26%); mangueiras e caixa para mangueiras (0,23% para -0,40%) e tela de aço soldada para concreto (-1,22% para -0,41%).

Na outra ponta, puxaram o índice para cima pedreiro (1,49% para 1,47%); eletricista (1,69% para 1,31%); bombeiro (1,37% para 1,31%); blocos de concreto (1,17% para 0,78%) e engenheiro (2,0% para 0,77%).

FERROVIÁRIO

Veja - SP   22/07/2024

A audiência pública para passar a gestão das linhas 11, 12 e 13 de trens urbanos de São Paulo para a iniciativa privada iniciou nesta semana. O governo de Tarcísio de Freitas também pretende dar o mesmo destino para as linhas 10 e 14, o projeto para a concessão deste lote está em fase de estudos.

Com a gestão privada dos trens, o plano do governo estadual é que os servidores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos atuem como consultores para ampliação da malha férrea de São Paulo. O governo entende que a expertise dos funcionários da CPTM pode contribuir para o plano de ampliar o transporte por ferrovias.

Em maio, Tarcísio de Freitas lançou o programa SP Nos Trilhos, que reúne mais de 40 projetos para o transporte de cargas e passageiros por ferrovias. O governo estima 194 milhões de reais em investimentos nos projetos de para mais de 1.000 quilômetros de ferrovias.

Rodoviário

O Estado de S.Paulo - SP   22/07/2024

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta sexta-feira, 19, que irá destinar R$ 9,4 bilhões de debêntures incentivadas emitidas pela CCR Rodovias para financiar obras em São Paulo e no Rio de Janeiro.

O valor é o maior já financiado para o setor de infraestrutura via emissão de debêntures incentivadas, que permitem às empresas captar recursos no mercado para financiar projetos de infraestrutura a partir da emissão de títulos de dívida. Por esse modelo, os investidores contam com isenção ou redução de Imposto de Renda sobre os lucros obtidos.

Além da debênture incentivada, a transação contempla também uma linha de financiamento na modalidade Finem, um financiamento do BNDES destinado à produção e aquisição de máquinas e equipamentos novos, no valor de R$ 1,34 bilhão, totalizando os R$ 10,75 bilhões comprometidos.

O volume representa quase 70% dos cerca de R$ 15,5 bilhões investidos na execução de obras nas rodovias Presidente Dutra (BR-116/RJ/SP) e Rio-Santos (101/RJ/SP), consideradas entre as mais importantes vias do País, conectando regiões metropolitanas muito utilizadas para a logística de cargas. O contrato de concessão das rodoviais foi feito em março de 2022 e terá a duração de 30 anos.

O CEO do grupo CCR, Miguel Setas, celebrou na manhã desta sexta-feira o anúncio de investimentos do governo federal para obras de melhorias na rodovia Presidente Dutra. Segundo o empresário, o investimento, que vai totalizar R$ 15,5 bilhões, “é o maior da história para uma concessão”. Com promessas de que o investimento promoverá mais segurança e iluminação, por exemplo, Setas brincou que a via poderia ser vista do espaço.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, também destacou o volume de investimentos, exaltando o trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A reforma da Dutra é Lula”, destacou em meio a aplausos, e prevendo prêmio internacionais para o projeto.

“A operação com a CCR não tem subsídios, a garantia é o próprio projeto”, disse o ministro, destacando o modelo de debêntures incentivadas. Mercadante finalizou sua fala afirmando que o objetivo é chegar em R$ 50 bilhões de investimentos na infraestrutura ainda neste ano.

Maior participação do BNDES

A participação do banco federal em operações de debêntures tem aumentado nos últimos anos, mas registrou um salto a partir de 2023, com a chegada de Mercadante. Em 2022, o BNDES coordenou emissão total de R$ 6,3 bilhões e subscreveu R$ 5,3 bilhões. No ano passado foram R$ 18 bilhões coordenados, com ancoragem/subscrição próxima de R$ 11 bilhões.

A subscrição de debêntures tem, segundo o BNDES, os seguintes objetivos: fomentar o crédito de longo prazo, compartilhar risco com outros financiadores, favorecer práticas sustentáveis, e viabilizar emissões por meio de investimentos âncoras em empresas e projetos no País. A ancoragem também pode ser feita em parcerias com outros bancos. Essa alternativa garante que a empresa emissora tenha todos os papéis comprados.

O maior apoio às emissões já resulta, neste ano, no maior volume anual emitido desde que a modalidade foi criada, em 2012. Somadas a emissão da CCR e outras oito autorizadas neste ano, o valor total está em R$ 19,3 bilhões, com projeção de que alcancem R$ 30 bilhões até dezembro.

Para as empresas interessadas nas emissões, a vantagem é a captação de recursos com taxas de juros inferiores a outras modalidades de financiamento.

A partir da aquisição dos papéis, além de garantir o crédito buscado para financiar projetos de interesse nacional, o BNDES lucra com os juros a serem pagos pela empresa emissora ou, como é feito costumeiramente, pode revender os ativos.

Em 2023, o banco federal foi premiado como o melhor coordenador de ofertas de debêntures na América Latina “Bond Arranger of the Year”, em premiação do Project Finance and Infrastructure Journal (IJ Global).
Incentivo para infraestrutura

O secretário executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, diz que a participação do BNDES nas emissões fortalece as concessionárias, principalmente no contexto de demanda por grandes investimentos previstos para os mais de 30 projetos de concessões que compõem a atual carteira do ministério.

“Uma das reclamações do mercado era sobre a dúvida quanto a participação do BNDES. Temos feito nossos projetos com análise do BNDES, que já diz como ele pode financiar cada projeto”, diz Santoro ao defender que, a partir dessa perspectiva, há aumento de garantias e previsibilidade para participação nos leilões de ativos.

Outra modalidade para o setor, as debêntures de infraestrutura, criada por lei no início deste ano, teve regulamentação publicada no Diário Oficial da União (DOU) da quinta-feira, 18.

A nova categoria, em vez de incentivar o investidor, beneficia as empresas emissoras através da dedução de 30% dos juros pagos relativos às Debêntures de Infraestrutura da determinação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

NAVAL

Portal Fator Brasil - RJ   22/07/2024

Em tecnologia e sustentabilidade. Portos da Amazônia se caracterizam por adotar soluções modernas e que atendam aos critérios socioambientais para aqueles que operam em uma região tão sensível e estratégica.

Os portos amazônicos exportaram 51 milhões de toneladas de grãos, um crescimento de 22% com relação ao ano anterior (2022), o que foi impulsionado por investimentos em tecnologia e inovações. No primeiro quadrimestre de 2024, foram exportadas 46 milhões de toneladas de minério de ferro, 13 milhões de toneladas de soja e 2 milhões de toneladas de milho através do chamado Arco Amazônico, que engloba a região Norte e o estado do Maranhão.

Segundo Flávio Acatauassú, presidente da Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport), a região é celeiro de boas práticas, ideias inovadoras e soluções tecnológicas. —Nós temos muito orgulho dos projetos que desenvolvemos na Amazônia, com o compromisso de aliar eficiência, tecnologia a soluções sustentáveis. Assim, garantimos maior segurança para todos aqueles que navegam nos rios da região e permitimos a proteção do meio ambiente. Continuaremos com soluções de ponta, exportando para todo o mundo e contribuindo para a movimentação da economia brasileira — explica o executivo.

Um case de sucesso desenvolvido pela Amport foi o projeto de monitoramento do Canal do Quiriri, que possibilitou o aumento do calado de 11,50 para 13,90 metros na localidade, sem a realização de dragagem ou outra intervenção significativa no meio ambiente. Esse aumento foi possível devido à instalação de três estações de monitoramento meteoceanográficas, que permitem a navegação de navios maiores e de maior calado, possibilitando, assim, uma maior eficiência no transporte de cargas na região.

A iniciativa permitiu o aumento gradativo do calado ao longo dos anos, chegando à medição atual, que alcança quase 14 metros, mesmo considerando uma Folga Abaixo da Quilha (FAQ) de 1,50 metros. A ação teve o investimento de cerca de R$ 6 milhões e foi realizada através das empresas Hidrovias do Brasil S/A, Hydro Alunorte, Terminais de Grãos Ponta da Montanha (TGPM) e, Navegação Unidas Tapajós (Unitapajós).

O graneleiro MV Harvest Frost, com 84.802 toneladas de grãos de soja carregadas no TGPM em 2022, por sua vez, bateu o recorde de carregamento de soja em um único navio, sendo o maior volume embarcado na Região Norte do Brasil. Esse volume poderia ter sido bem maior, se o porto de origem recebesse navios com 13,90 metros. Infelizmente, o calado do maior terminal de granéis vegetais da Europa é de 13,00 metros, o que demonstra a competitividade dos portos do Arco Amazônico.

Outra recente e importante solução promovida pela Amport é o sistema de monitoramento de embarcações através de sinal AIS “A” na região dos Estreitos, no Pará. A Amport doou o sistema para a Marinha do Brasil, permitindo que a autoridade marítima tenha condições de monitorar 24 horas os grandes comboios que navegam naquela localidade. Tal monitoramento garante maior segurança a embarcações menores e de passageiros que também passaram a ser monitoradas por esse sistema.

Soluções inovadoras — Com o crescimento do setor na região, outras soluções vêm se destacando – as chamadas Estações de Transbordo Flutuante, que por sua natureza versátil e de fácil manejo, se tornaram uma alternativa em uma região em que terrenos às margens de rios com potencial portuário já são escassos. As Estações Flutuantes têm grande apelo econômico na sua implantação e vem batendo recordes de movimentação. As empresas Mega Logística e Transportes Bertolini possuem, cada, três operações deste tipo no Arco Norte. Só em 2023, essas empresas movimentaram cerca de 6,4 milhões de toneladas de granéis vegetais sólidos nessas estações, e as previsões para 2024 são promissoras.

A Hidrovias do Brasil, por sua vez, teve o seu empurrador HB Poraquê reconhecido recentemente como a melhor embarcação do mundo na categoria “Empurrador Médio” pela revista Work Boat World, ficando à frente de mais de 400 embarcações de outros países. O HB Poraquê é o primeiro empurrador com sistema de propulsão híbrido já produzido e tem como grande diferencial o fato de que emite muito menos gases poluentes. Além disso, a embarcação permite desonerar as operações portuárias por reduzir custos operacionais e a dependência das operações de combustíveis derivados de petróleo.

O Petróleo - SP   22/07/2024

O grupo norueguês de embarcações DOF garantiu novos contratos com a Petrobras, ampliando sua operação no Brasil com a mobilização de três navios adicionais. Os contratos incluem os navios de manuseio de âncoras, rebocadores e suprimentos (AHTS) Skandi Jupiter e Skandi Mercury, que foram selecionados após um processo competitivo no início do ano. Ambos os navios, atualmente operando no Mar do Norte, serão modificados para atender aos requisitos da Petrobras e estão previstos para começar as operações no Brasil entre o segundo e o terceiro trimestre de 2025, com duração de três anos e opções de extensão.

Fonte: DOF

Além desses, o navio de suprimento multipropósito (MPSV) Skandi Salvador, construído e com bandeira brasileira, foi contratado por um importante fornecedor de EPCI-SURF para apoiar operações nos campos do pré-sal da Petrobras. Este contrato, com início imediato e duração firme de 180 dias, prevê a utilização do Skandi Salvador, equipado com um guindaste AHC de 140t e dois veículos operados remotamente (WROVs).

Atualmente, o Skandi Salvador está operando como MPSV para a Petrobras no campo de Libra, com entrega programada para o início de agosto. O navio Geoholm assumiu temporariamente o contrato até que o Skandi Salvador seja liberado de seus compromissos atuais.

Além dos contratos de frete, a DOF Subsea Brasil também assegurou um contrato de serviços de vistoria a bordo das embarcações.

Mons S. Aase, CEO do DOF Group, destacou a importância desses novos contratos: “Estamos satisfeitos em expandir nossa presença no Brasil com a Skandi Jupiter e a Skandi Mercury, fortalecendo nossa atuação no segmento AHTS. Com o Skandi Salvador e os contratos de serviços de vistoria, ampliamos nossa base de clientes e consolidamos nossa posição no mercado brasileiro.”

Em setembro de 2023, a DOF e a Petrobras firmaram três novos contratos de serviço no valor de mais de US$ 260 milhões, para serviços de pesquisa e inspeção. Em abril, foram concedidos contratos para os navios Skandi Amazonas e Skandi Rio. Em junho, a DOF assegurou novos trabalhos para o PLSV Skandi Vitória e os navios PLSV Skandi Niterói e AHTS Skandi Botafogo.

Recentemente, a DOF anunciou a aquisição da Maersk Supply Service (MSS), expandindo sua frota com mais 22 embarcações.

PETROLÍFERO

O Petróleo - SP   22/07/2024

A AIS anunciou recentemente a obtenção de múltiplos contratos com diversas empresas de engenharia, aquisição, construção e instalação (EPCI), além de fabricantes de equipamentos originais (OEM). Esses acordos visam o fornecimento de soluções submarinas abrangentes para um grande projeto de desenvolvimento de campo de petróleo em águas profundas, localizado na Bacia de Santos, na costa brasileira.

Os contratos abrangem a entrega de componentes submarinos críticos, como flutuabilidade de instalação, flutuabilidade distribuída, reforços de curvatura, isolamento térmico, grampos de retenção, flutuabilidade de carretel e jumper, além de flutuabilidade de eslinga. Esses elementos são fundamentais para garantir a segurança, eficiência e durabilidade da infraestrutura submarina, especialmente em um dos ambientes mais desafiadores do mundo.

John Drury, diretor comercial da AIS, destacou a relevância dessa conquista:

“Somos reconhecidos por nossas excepcionais capacidades no setor submarino. Nosso compromisso com inovação, qualidade e confiabilidade faz da AIS a escolha preferida para grandes empresas de EPCI e OEM que operam em projetos complexos de águas profundas. Esses novos contratos reforçam nossa posição de liderança em soluções submarinas, proporcionando uma gama de produtos comprovada em campo que atende às diversas necessidades de nossos clientes.”

Capacidades Integradas do Grupo AIS

A abordagem integrada do grupo AIS permite atender a todas as necessidades auxiliares submarinas de seus clientes. Ao fornecer um conjunto completo de produtos a partir de uma única fonte, a AIS simplifica a logística, reduz prazos de entrega e assegura a perfeita integração dos componentes. Esta estratégia não apenas aumenta a eficiência dos projetos, mas também gera economias significativas de custos para os clientes. As sinergias internas do grupo permitem oferecer soluções personalizadas de ponta a ponta, abrangendo design, fabricação e suporte técnico.
Excelência em Fabricação e Alcance Global

Utilizando sua capacidade global e instalações de fabricação avançadas, a AIS está preparada para entregar produtos auxiliares submarinos de maneira eficiente e confiável em todo o mundo. Este alcance global facilita a logística, encurta prazos de entrega e garante a perfeita integração dos componentes. As instalações de fabricação de última geração da AIS possibilitam a oferta de soluções personalizadas que atendem aos mais altos padrões da indústria, independentemente da localização dos clientes.

A AIS espera fortalecer ainda mais suas parcerias com empresas líderes de EPCI e OEM, continuando a contribuir para o sucesso dos desenvolvimentos de campos de petróleo em águas profundas globalmente. A dedicação da empresa à excelência e à melhoria contínua visa exceder as expectativas dos clientes e estabelecer novos padrões na indústria submarina.

O Petróleo - SP   22/07/2024

A Sinopec, conhecida como China Petroleum & Chemical Corp., registrou um crescimento mínimo em sua produção de petróleo bruto no primeiro semestre de 2024. A empresa processou 126,69 milhões de toneladas métricas de petróleo, equivalente a 5,08 milhões de barris por dia, um aumento marginal de apenas 0,1% em comparação ao ano anterior. Este resultado contrasta fortemente com o crescimento de 1,7% observado no primeiro trimestre, indicando uma desaceleração significativa no segundo trimestre, atribuída aos preços elevados do petróleo bruto e à demanda doméstica enfraquecida.

Queda nas Vendas de Combustível

As vendas de combustível refinado da Sinopec no mercado interno caíram 2,5% ano a ano, totalizando 90,14 milhões de toneladas, com as vendas no varejo sofrendo uma queda mais acentuada de 4,7%, atingindo 56,96 milhões de toneladas. Esses resultados refletem a continuidade dos fracos desempenhos financeiros da empresa, que já havia reportado uma queda de 13% nos lucros de 2024 devido aos preços mais baixos do petróleo e do gás.

Impacto nos Lucros e Margens de Refino

A Sinopec reportou um lucro líquido de 58,3 bilhões de yuans (US$ 8 bilhões) em 2024, uma redução em relação aos 66,2 bilhões de yuans registrados em 2022. A queda nos preços do petróleo, que diminuiu 17%, reduziu o valor da produção de perfuração da empresa, embora tenha cortado seus custos com petróleo bruto. As margens de refino da Sinopec também foram pressionadas pela contração dos lucros upstream, enquanto seus negócios químicos continuaram deficitários.
Perspectivas e Investimentos Futuros

Para 2024, a Sinopec prevê um orçamento de despesas de capital de 173 bilhões de yuans, ligeiramente abaixo dos 176,8 bilhões de yuans do ano anterior, refletindo uma redução no segmento de produtos químicos. A empresa pretende manter um crescimento modesto na produção e processamento, com a produção de petróleo projetada para aumentar 1% e o rendimento de refino com um incremento de apenas 0,8%.
Crescimento Econômico e Expectativas

Embora a Sinopec preveja um aumento de 1,6% nas vendas internas de produtos refinados em 2024, em comparação com um salto de 16% em 2023, o panorama econômico do país apresenta um cenário mais otimista. O Fundo Monetário Internacional revisou a previsão de crescimento econômico da China para 2024 para 5%, ante uma estimativa anterior de 4,6%, após a divulgação de dados semestrais que mostraram um crescimento do PIB de 5% no primeiro semestre.

Valor - SP   22/07/2024

Sessão foi marcada pela pane cibernética global.

Os contratos futuros de petróleo encerraram o pregão desta sexta-feira em forte queda e anotaram a segunda semana consecutiva de perdas, em um dia marcado pela pane cibernética global, que intensificou a aversão a risco nos mercados financeiros. Ao mesmo tempo, as preocupações com a demanda por petróleo continuaram a pesar sobre os preços da commodity, diante de sinais de enfraquecimento da economia chinesa.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do petróleo tipo Brent para entrega em setembro fechou em queda de 2,91%, a US$ 82,63. Já na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para agosto recuou 3,25% e encerrou o dia cotado a US$ 80,13 por barril. Na semana, o Brent caiu 2,82% e o WTI perdeu 1,27%.

AGRÍCOLA

Valor - SP   22/07/2024

Indicador deve ter queda de 13,8% e atingir R$ 953 bilhões em 2024, o menor valor desde 2019; analistas veem ajuste normal no setor.


Fonte: Sérgio Vale: “A expectativa para 2025 é de safra melhor, com câmbio mais alto e preços um pouco melhores no geral” — Foto: Claudio Belli/Valor

A renda agropecuária deverá somar R$ 953 bilhões em 2024, 13,8% a menos que no ano passado, já descontada a inflação, refletindo uma safra menor e exportações mais fracas, com algum efeito da tragédia no Rio Grande do Sul. Será o menor número desde 2019 nas projeções da consultoria MB Agro, um sinal de ajuste depois de um período excepcional para o segmento - e num ano em que as condições climáticas são menos favoráveis.

O desempenho mais fraco do setor é um dos motivos para um crescimento menor da economia brasileira neste ano. No PIB, a agropecuária deverá recuar em 2024, depois de crescer 15,1% em 2023. O consenso de mercado aponta queda de 1,6% do segmento nas contas nacionais, um dos fatores que levarão o PIB a ter expansão mais próxima de 2% neste ano - no ano passado, foi de 2,9%.

Esses números, porém, não mostram crise na agropecuária, segundo analistas. Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, 2024 “é um ano de ajuste” depois de três anos muito favoráveis. Entre 2021 e 2023, a renda agropecuária ficou acima de R$ 1,1 trilhão, em valores atualizados a preços de 2024. O indicador leva em conta os preços e as quantidades produzidas.


Segundo Vale, as três variáveis fundamentais para o setor - preço, volume e câmbio - arrefeceram neste ano ou em parte dele, contribuindo para um resultado mais fraco. Com a perspectiva de juros mais altos nos EUA, os preços de commodities se acomodaram, e a safra no Brasil sofre os efeitos do El Niño, o que colabora para uma queda de volumes, ainda mais depois do desempenho excepcional de 2023, diz ele. Além disso, apenas recentemente o câmbio voltou a ficar pressionado, acrescenta Vale.

O dólar ganhou mais força no segundo trimestre e subiu mais a partir de junho, mas passou o primeiro trimestre praticamente inteiro abaixo de R$ 5. Não era um nível ruim para os exportadores, mas uma moeda americana mais baixa é menos favorável para quem vende ao exterior.

Em 2024, a renda agrícola deve ficar em R$ 642 bilhões, queda de 12,9%, já descontada a inflação, em relação ao ano passado, estima a MB Agro. Já a renda pecuária deve ter um recuo mais forte, de 15,4%, para R$ 306 bilhões.

Impacto da soja

Pelos números mais recentes do IBGE, a safra de grãos deste ano deverá ficar em 295,9 milhões de toneladas, 6,2% inferior à do ano passado. Vale ressalta o impacto da soja, produto que deverá ter uma queda forte nas exportações em 2024. Nas estimativas da MB Agro, as vendas externas do complexo soja (grão, farelo e óleo) devem atingir US$ 51,8 8 bilhões neste ano, um recuo de 23% em relação a 2023, com baixa de 6% dos volumes e 18% dos preços. “É o produto que acabou por apresentar mais perda na exportação neste ano”, diz Vale, avaliando que “houve um pouco mais de dificuldade na safra de soja, mas nada muito dramático; não é uma quebra significativa, mas, pela importância da cultura, tem efeito relevante”.

As exportações totais do agronegócio, incluindo aí produtos com transformação industrial, também vão cair neste ano. Nas previsões da MB Agro, elas deverão ficar em US$ 146,5 bilhões em 2024, 12% a menos do que no ano passado, com recuo de 10% dos volumes e 2% das cotações. A queda das exportações do milho também será forte, de acordo com a consultoria. O recuo de deve ser de 42%, para US$ 7,861 bilhões, com tombo de 37% das quantidades e 8% dos preços.

O resultado de 2024, porém, não é uma tendência para a agropecuária, diz Vale. “Isso deve ser visto como um fator temporário”, afirma ele. “A expectativa para 2025 é de uma safra melhor, com câmbio mais alto e preços um pouco melhores no geral, com a perspectiva de queda de juros nos EUA.”

“O ano de 2023 foi atípico; a nossa produção foi muito forte”

— Fernando Honorato

O economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, também vê a queda da agropecuária em 2024 como um fenômeno normal. Segundo ele, o recuo era esperado, dado o avanço excepcional no ano passado, num cenário em que a soja na Argentina se recupera neste ano, depois de um 2023 em que a safra do produto no país vizinho foi abalada por uma seca severa.

“O ano de 2023 foi atípico; a nossa produção foi muito forte”, afirma Honorato.

Para 2024, o desempenho mais fraco da agropecuária neste ano vai, claro, afetar o desempenho do PIB. “O agro foi essencial para os quase 3% de expansão ano passado, mas neste ano ele tende a tirar crescimento”, diz Vale, projetando que o ritmo de expansão do PIB ficará ligeiramente inferior, entre 2% e 2,5%. A estimativa de junho da MB para a agropecuária no PIB era de recuo de 0,5%, mas Vale diz que a queda pode ser um pouco mais intensa.

Baixa no PIB

O Bradesco, por sua vez, vê uma baixa bem mais forte da agropecuária no PIB em 2024. Há duas semanas, o banco revisou a projeção para o setor nas contas nacionais neste ano de um recuo de 3,5% para uma queda de 5,2%. Essa revisão incorpora os efeitos da tragédia no Rio Grande do Sul sobre o setor, mas também a expectativa de um resultado mais fraco de todo o segmento agropecuário.

Honorato reitera que não vê uma crise no segmento, mas problemas localizados. “Sempre haverá alguns produtores ‘descobertos’, que podem ter se alavancado e agora sofrem as consequências financeiras da queda da produção”, afirma ele. Há, desse modo, quem tenha se endividado e tem que enfrentar os problemas com o recuo do que é produzido. A expectativa do banco é de uma recuperação do setor em 2025, com alta de 3,9% do PIB agropecuário. Em junho, a previsão era de um crescimento de 1,9% no ano que vem.

Condições climáticas

Para os economistas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), a produção agrícola ainda tem resultados negativos “simplesmente pelas condições climáticas menos favoráveis deste ano e pela safra recorde de 2023”. Para o segundo trimestre, eles estimam queda de 2,2% do PIB da agropecuária em relação ao trimestre anterior, feito o ajuste sazonal.

“Sem dúvida, haverá um impacto negativo no setor devido ao desastre no Rio Grande do Sul, mas esse efeito é mais moderado, devido ao avanço das colheitas na região até abril de 2024”, escrevem, no Boletim Macro mais recente do FGV Ibre, os pesquisadores Silvia Matos, Caio Dianin e Bruno Issler. Para este ano, eles preveem que o PIB vai crescer 2%, com a agropecuária recuando 2%.

A aposta dominante é que o ano que vem vai ser de recuperação da agropecuária, mas ainda há incógnitas no cenário. “Para 2025, o quadro ainda não está muito claro, pois o clima tem sido muito mais volátil do que nos últimos anos”, diz Vale.

“A princípio estimo uma expansão de 3%. Mas isso vai depender da safra, da conjunção de preço e câmbio”, pondera ele. “Com uma queda de juros nos EUA, os preços de commodities podem ter reação positiva. O câmbio, por sua vez, depende da situação fiscal”, afirma Vale. “Como não parece que haverá solução definitiva, o câmbio pode estar buscando um novo ponto de equilíbrio acima dos R$ 5 em que estava anteriormente. Isso tende a dar um sentido de retomada para o setor ano que vem.”

No PIB, o peso direto da agropecuária é de 7,1%, segundo números das contas nacionais de 2023. Já a participação do agronegócio é bem maior, refletindo o efeito do setor nos outros segmentos da economia. No ano passado, a fatia ficou em 23,8% do PIB, de acordo com estimativas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O cálculo considera a agropecuária, o setor de insumos, a agroindústria e os agrosserviços. Desse modo, uma retomada da agropecuária em 2025 terá um impacto positivo sobre vários setores, ampliando os seus efeitos sobre a economia brasileira.

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