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22 de Fevereiro de 2024

SIDERURGIA

O Estado de S.Paulo - SP   22/02/2024

A Gerdau vai entrar com pedidos de defesa antidumping contra empresas chinesas e asiáticas nos próximos meses tanto para aços longos quanto planos, informou o diretor-presidente da siderúrgica, Gustavo Werneck, nesta quarta-feira, 21, durante divulgação dos resultados do quarto trimestre da companhia. O pedido será feito ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

De acordo com Werneck, a empresa esperava uma decisão do governo sobre aumento da alíquota de importação para produtos siderúrgicos até fevereiro, expectativa que foi frustrada em meio a um esforço intenso do Instituto Aço Brasil, entidade que representa as siderúrgicas, para sensibilizar o governo em relação ao pleito das empresas.

Werneck comentou que a decisão da Gerdau “já está tomada” em relação ao próximo movimento da companhia para a adoção de pedidos de defesa antidumping, mas não detalhou quais produtos seriam alvos dos pedidos por uma razão estratégica. O executivo relembrou ainda que em 2022 a siderúrgica já havia feito um pedido semelhante para o aço laminado a quente, mas não foi atendido pelo governo.

Sobre o pleito feito em 2022, Werneck disse ter recebido uma resposta do Getip (Grupo Técnico de Interesse Público), órgão do Mdic, que reconheceu que a Gerdau sofreu danos em seus resultados por conta de uma concorrência desleal, mas que não poderia atender ao pleito da empresa por conta de um “risco inflacionário” e prejuízos em outros setores da economia. “É um negócio que só vemos no Brasil”, acrescentou.

“Estamos fazendo essas formalidades, mas estamos descrentes de que isso (uma aprovação) pode acontecer”, afirmou Werneck, acrescentando que uma tomada de decisão específica sobre o pleito demora em média 18 meses, o que seria um tempo muito longo para a urgência exigida atualmente pelo cenário enfrentado pela siderúrgica no Brasil.

“Pedimos que o governo coloque medidas de curtíssimo prazo como a elevação das tarifas para 25%. Quem sabe até a implementação de cotas, como aconteceu na Seção 232 nos Estados Unidos”, afirmou Werneck.

O vice-presidente executivo de Finanças e diretor de Relações com Investidores da Gerdau, Rafael Japur, afirmou que a empresa também avalia entrar com outras ações em conjunto com outras companhias do setor. “Estamos avaliando entrar com outras empresas com medidas de defesa contra a concorrência, mas não podemos detalhar quais são as linhas ou produtos. Estamos verificando taticamente a melhor decisão, tomando todas as precauções jurídicas e de governança”, afirmou.

Werneck acrescentou que, do ponto de vista técnico, a Gerdau está munida de informações e preparo para entrar com um pedido consistente junto ao MDIC.

Money Times - SP   22/02/2024

A companhia viu o lucro líquido consolidado ajustado recuar 45,1% no quarto trimestre de 2023 ante mesmo intervalo de 2022, a R$ 732 milhões.

Da mesma forma, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 2,03 bilhões no período, representando um recuo de mais de 40% em relação a um ano antes.

O Bradesco BBI chama atenção para a fraqueza das operações no Brasil, com a margem Ebitda tendo atingido o nível mais baixo desde o quarto trimestre de 2015.

“Apesar do custo/tonelada sequencialmente mais baixo no Brasil (queda de 5% no trimestre), os resultados continuaram sendo afetados negativamente por preços realizados mais fracos e menores volumes de vendas (com maior mix de exportações)”, destacam Rafael Barcellos, do BBI, e Renato Chanes, da Ágora Investimentos, em relatório divulgado nesta quarta-feira (21).

Na divisão da América do Norte, os resultados também mostraram deterioração, machucados por preços realizados e volumes menores, destaca o Itaú BBA, também em relatório pós-balanço.

A instituição ainda menciona o impacto cambial negativo nas operações da América do Sul após a implantação de novas medidas econômicas na Argentina. Isso levou a uma queda sequencial de embarques, além de um tombo de 75% nos preços, diz.

Gerdau reporta balanço fraco, mas com pontos positivos

As ações da Gerdau avançam nesta quarta, mesmo com a análise predominantemente negativa dos especialistas sobre os números do quarto trimestre do ano passado e o mercado de minério de ferro ampliando perdas em meio a preocupações persistentes com a demanda na China.

Apesar do balanço desanimador, há quem enxergue aspectos positivos nos números da Gerdau.

O BBI, por exemplo, destaca que a companhia siderúrgica gerou R$ 1,3 bilhão em caixa (já ajudado por um impacto positivo do capital de giro), ajudando sua alavancagem a permanecer em níveis baixos de 0,4 vez relação Dívida Líquida/Ebitda.

Também para o BTG Pactual, o fluxo de caixa livre no trimestre foi um dos destaques. O valor chegando a R$ 1,3 bilhão (para um yield anualizado próximo a 13%), é visto como “bastante sólido” pelo banco.

“Esse resultado foi impulsionado por uma liberação de capital de giro de magnitude semelhante (R$ 1,3 bilhão), o que limita a qualidade do resultado, mas ainda assim é bem-vindo”, comenta.

Mesmo com a dívida líquida vindo um pouco acima das estimativas, o BTG avalia a empresa em métricas de alavancagem ainda “muitos saudáveis”.

Hoje mais cedo, Gustavo Werneck, presidente-executivo da Gerdau, disse que a companhia está acelerando planos para readequar o tamanho de suas operações no Brasil em meio à “demora” do governo federal em tomar medidas de defesa comercial contra importações de aço da China e outros países da Ásia.

Vale lembrar que, juntamente com os resultados trimestrais, a Gerdau divulgou dividendos, além de projeções de investimentos na ordem de R$ 6 bilhões para 2024.

O guidance de capex veio em linha/acima das expectativas dos analistas. As estimativas não consideram a Gerdau Next e devem limitar a geração de caixa este ano, de acordo com o BTG.
GGBR4 é oportunidade de compra? Analistas estão divididos

A Gerdau é aposta para analistas do BBI. A ação é a top pick da casa no setor de mineração e siderurgia.

“Os fundamentos dos mercados siderúrgicos permanecem saudáveis nos Estados Unidos e a margem Ebitda no Brasil já atingiu o piso”, afirma a instituição. Ainda, uma eventual melhora do tom sobre as tendências do primeiro trimestre de 2024 pode apoiar a tese de uma dinâmica de lucros mais forte nos próximos trimestres.

O Goldman Sachs, na aposta de que o primeiro trimestre deste ano se mostrará um ponto de partida melhor para a companhia, reforça a recomendação de compra para o nome. O banco acredita que as revisões dos resultados e as notícias negativas envolvendo o setor já estão, em boa parte, precificadas.

Gerdau, sob o ticker da holding controladora, GOAU4, é uma recomendação de compra da Empiricus Research devido aos resultados ainda saudáveis, considerando o cenário atual e a forte geração de caixa.

“Negociando a 4,2 vezes EV/Ebitda (Valor da Empresa/Ebitda) para este ano, com uma carteira de pedidos ainda saudável, gestão qualificada e diversificação geográfica, enxergamos uma assimetria positiva nos preços atuais”, afirma o analista Henrique Cavalcante.

Mais cautelosos, analistas do BTG estão neutros com a Gerdau, embora considerem a companhia um ativo de primeira classe. A recomendação se sustenta pela perspectiva de que o ambiente operacional deverá continuar pressionado no futuro.

O BBA tem classificação de “market perform” (desempenho esperado em linha com a média do mercado, equivalente a neutro) para GGBR4, com preço-alvo ao fim de 2024 de R$ 26.

A Genial Investimentos indica manter a ação, após “um trimestre para esquecer”. A corretora gosta da tese, mas vê uma carência de gatilhos de alta no curto prazo, embora entenda que dados negativos já tenham sido precificados.

“Salientamos que, mesmo diante de uma taxa de juros mais baixa nos Estados Unidos no segundo semestre de 2024, ainda assim haverá um tempo de delay até a redução fazer efeito dentro da economia real”, destaca. “Sabendo da mentalidade de curto prazo da maioria dos investidores institucionais com quem conversamos, preferimos aguardar um momento mais oportuno para alterar o rating da companhia.”

Infomoney - SP   22/02/2024

Diante da demora do governo federal brasileiro em decidir adotar medidas de proteção contra as importações de aço, principalmente da China, o grupo Gerdau avaliou que o tempo se esgotou agora em fevereiro. Por isso, a maior produtora de aço no país de capital nacional começa a implementar medidas de curto prazo em suas operações e a debater internamente, durante este ano, um plano de longo prazo de suas estratégias de investimentos futuros. Esse é o recado do presidente global da companhia, Gustavo Werneck, em coletiva de imprensa para falar do balanço financeiro do quarto trimestre e de 2023, nesta quarta-feira (21).

Segundo o executivo, no cargo desde o início de 2018, os danos das importações à indústria do aço no país foram fortes, levando à redução de produção das empresas e de queda nos ganhos e competitividade. Werneck lembrou que a participação dos importados no consumo aparente do mercado brasileiro dobrou em 2023, na comparação com 2020. Foi a 18,4%.

No curto prazo, diz o CEO, a empresa já começa a acelerar fechamentos de capacidade e demissão de pessoas em suas unidades operacionais, buscando adequar o tamanho da Gerdau à demanda do mercado brasileiro. Com o desligamento de 100 pessoas em Pindamonhangaba (SP), na unidade que faz aços especiais, o total de cortes no país já chegam a mil, segundo o CEO. “Não é possível manter o nível de produção sem que sejam tomadas as medidas de proteção. Fevereiro era o mês limite para essa situação”, destaca o executivo.

Conforme dados divulgados pela siderúrgica, o nível de utilização de capacidade de produção de suas operações brasileiras ficou em 60% em 2023, e isso se deve em boa parte à competição com aço importado, destaca Werneck. “O patamar saudável para o setor é de 80%”, informou.

Desde setembro do ano passado, quando as importações ganharam velocidade e atingiram volume de 5 milhões de toneladas no ano – sendo 4,4 milhões de aços acabados, onde há o confronto o produto estrangeiro, com crescimento de 40% frente a 2023 -, o Instituto Aço Brasil vem pedindo ao governo brasileiro que imponha tarifas de importação de 25%, em linha com países como México e EUA.  São seis meses de seguidas reuniões com autoridades do governo, como ministros Geraldo Alckmin, do MDIC, e Fernando Haddad, da Fazenda, sem avanços.

Segundo apuração do IM Business, o Aço Brasil aguarda encontro com Lula, presidente da República, que vem pedindo desde o ano passado, para demonstrar ao número 1 do Planalto a importância de conter a entrada de aço estrangeiro. O setor destaca que são medidas emergenciais e que as autoridades de comércio exterior podem avaliar alternativas, como cotas de volume de importação. Em 2023, a China despejou 90 milhões de toneladas no mercado mundial – o Brasil foi o sétimo maior comprador de aço chinês.

Segundo Werneck, as importações continuam firmes neste início de ano. Por isso, diz Rafael Japur, diretor-financeiro da Gerdau, a empresa está avaliando entrar com pedidos de ações antidumping contra aço chinês e de outros países Rússia, Coreia do Sul, Turquia), tanto em aços planos (chapas e bobinas) quanto em longos(vergalhões, perfis, fio-máquina e outros). “A decisão já foi tomada e o processo já se iniciou”, acrescenta o CEO, lembrando que é uma decisão individual das empresas. A CSN já tinha saído na frente nesse caminho, em dezembro, como informou o IM Business no início de janeiro.

Numa visão mais longo prazo – cinco a dez anos -, informou Werneck,  a empresa já debate internamente, considerando os reflexos da reforma tributária até 2032, se vai olhar mais para outras geografias na hora de investir. Por exemplo, os EUA e o México, que está aproveitando a política de nearshoring e se tornando um grande exportador ao mercado americano. “Vamos avaliar se é o caso de direcionar para esses lugares os investimentos que seriam feitos no Brasil”. Até fim do ano essa ideia será amadurecida, considerando dois movimentos: atitude do governo e comportamento das importações vindas da China.

No momento, a Gerdau tem investimentos em curso no país de R$ 8 bilhões em vários projetos. Não há decisão de paralisá-los, pois avalia-se que são estratégicos para trazer retornos à empresa no futuro, lembrou o executivo. Grande parte estão em operações localizada em Minas Gerais. “Estamos alertando não só o governo federal do problema, mas também governadores e prefeitos das dificuldades para manter níveis de empregos”.

O CEO da empresa destacou na coletiva de imprensa que o maior impacto nos resultados da companhia no Brasil no ano passado foi a entrada de aço em grande volume da China, a preços abaixo dos custo de produção. Lembrou que vários países (México, EUA e da União Europeia) adotaram ações de proteção contra o aço chinês – alíquotas de 25% e medidas de salvaguarda. “O Brasil não teve a mesma celeridade”.

A Gerdau informou no balanço que terminou 2023 com recuo de 16,4% na receita líquida, para R$ 68,91 bilhões, ante 2022.  O lucro líquido da companhia caiu 40,9% , ficando em R$ 6,85 bilhões. Nas operações do Brasil, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – na sigla em inglês) teve retração de 47,6% e ficou com participação de 24,5% no valor total do grupo, que foi R$ 13,5 bilhões. As operações dos EUA responderam por quase 53,5% e uso de 82% da capacidade de produção de aços laminados.  O volume total de vendas da siderúrgica registrou recuo de 4,9% no ano.

Financeiramente, a empresa encerrou o ano com alavancagem (na relação da dívida líquida sobre o Ebitda) baixa, de 0,40 vez. O caixa da empresa fechou o ano com em R$ 5,3 bilhões. O fluxo de caixa livre em 31 de dezembro era de R$ 7 bilhões, um resultado muito bom, de acordo com Japur.

A empresa informou que seu programa de investimentos para este ano é de R$ 6 bilhões, pouco acima dos R$ 5,7 bilhões do ano passado. Metade do valor se destinará a ganho de competitividade, destacou o executivo financeiro, sendo cinco projetos com maior potencial de geração de valor.

Grandes Construções - SP   22/02/2024

Após baterem recorde em 2023, com um total de 800 mil toneladas, as exportações de sucatas ferrosas, insumo usado na fabricação de aço, iniciaram este ano com volume expressivo. As vendas externas em janeiro atingiram 77.504 toneladas, um aumento de 104,5% em relação ao mesmo mês de 2023, quando somaram 37.891 toneladas.

Os dados foram divulgados pelo Ministério da Economia, Secex. No ano passado, as exportações já tinham se expandido em 116% em relação a 2022, diante da retraída procura pelo insumo no mercado interno.

“O ano começou e permanecem as dificuldades para empresas de reciclagem de sucatas, com baixa demanda por parte das usinas siderúrgicas. As exportações continuam sendo a alternativa para manter a subsistência do ciclo da reciclagem e operações das empresas recicladoras, essencial para o sustento de mais de 5 milhões de pessoas que vivem dessa atividade”, afirma Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,5 mil empresas recicladoras que praticam a economia circular, reinserindo insumos no ciclo da transformação.

O cenário ruim no país se torna ainda mais preocupante diante da falta de sensibilidade do Governo e boa parte de representantes do Congresso Nacional, que vêm deixando de atender aos pleitos de associações de classes para incremento da reciclagem. O setor é fundamental na preservação do meio ambiente e ao incremento da economia circular.

Evidência do desinteresse pelo segmento foi a ausência de estímulo à reciclagem na reforma tributária. Caso não haja mudanças no texto, a PEC/45-2019, aprovada no Congresso, deverá onerar o setor em cerca de 27,5% de imposto.

A reforma tributária, quando implementada, vai substituir cinco tributos -- ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins – em uma cobrança única. No âmbito federal, haverá a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e nos Estados e Municípios o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

Embora a alíquota desses impostos ainda não esteja definida, a estimativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é que fique em torno de 27,5%.

Atualmente, as empresas e cooperativas de reciclagem não pagam PIS e Cofins, em função de um benefício concedido pelo governo há mais de 15 anos, e têm o ICMS diferido dentro do Estado de São Paulo. No caso do PIS e Cofins, a cobrança poderá voltar, caso seja mantida a decisão do STF de 2022, que proíbe a isenção.

No dia 16 de fevereiro, o STF começou julgar embargos de declaração do setor contra a volta da cobrança dos impostos. O julgamento, virtual, termina dia 23.

“A reforma tributária, em vez de incentivar um setor que preserva o meio ambiente, ao coletar e destinar adequadamente materiais recicláveis, que, caso contrário, teriam como destino os lixões e aterros, penalizou ainda mais o segmento”, afirma Alvarenga.

A reciclagem é responsável pelo recolhimento e reaproveitamento de expressivo volume de materiais descartados nas áreas urbanas que, segundo levantamento de 2022 das Empresas de Limpeza Púbica e Resíduos Especiais (Abrelpe), atingiu mais de 81 milhões de toneladas.

Money Times - SP   22/02/2024

A CSN (CSNA3) perdeu R$ 2 bilhões em valor de mercado na semana, segundo Einar Riveiro, da Elos Ayta Consultoria.

O tombo ocorre em meio ao risco com desaquecimento da economia chinesa. Nesta quarta, os preços do minério voltaram a cair, a terceira queda seguida. Já na terça, a commodity tombou 4%, atingindo mínimas de três meses.

Na China, os estoques dos cinco principais produtos siderúrgicos acabados mantidos por comerciantes em 132 cidades subiram para uma máxima de quase 11 meses na semana encerrada em 17 de fevereiro, saltando 15,6% em relação à semana anterior, segundo a última pesquisa da Mysteel.

“A oferta dos principais produtores, Brasil e Austrália, até o momento tem se mantido em um nível relativamente alto em comparação com os anos anteriores; o clima até o momento este ano nos principais centros de produção está melhor do que a média dos últimos cinco anos”, disse Pei Hao, analista da corretora internacional FIS, com sede em Xangai à Reuters.

O que fazer com o papel da CSN?

No começo da semana, a XP revisou a tese da CSN e atualizou a recomendação para neutra, antes em compra.

Segundo a corretora, após um forte desempenho das ações de 54% desde que a XP assumiu a cobertura da CSN com uma classificação de compra, “vemos agora espaço limitado para novos upsides”.

“Dito isto, acreditamos que a assimetria positiva que vimos para as ações já foi precificada, com o atual desconto de participação implícito (usando os preços atuais das ações da CSN e da CSN Mineração) emv apenas 12%, limitando o espaço para um maior potencial de valorização para o ações”, argumenta.

O preço-alvo da CSN é de R$ 19.

Valor - SP   22/02/2024

Estrangeiros não se sentirão encorajados a buscar investimentos produtivos nos EUA se a aquisição da US Steel for barrada

No fim do ano passado, a japonesa Nippon Steel anunciou que chegara a um acordo para adquirir a US Steel Corporation por US$ 14,1 bilhões - um negócio que a tornaria a segunda maior produtora de aço do mundo em termos de capacidade. Pelo acordo, a Nippon Steel não mudará o nome da US Steel, manterá a sede da empresa na Pensilvânia, cumprirá todos os contratos com trabalhadores representados por sindicatos e preservará suas instalações, que passarão por uma modernização tecnológica para elevar sua produtividade e deixá-la mais próxima dos níveis japoneses. Além disso, a companhia prometeu não transferir unidades de produção ou empregos que já existem para o exterior. É um acerto muito bom.

Mas o anúncio provocou uma forte reação negativa dos dois partidos no Congresso. O senador republicano J.D. Vance disse que a transação equivalia a “leiloar” uma “parte essencial da base industrial da área da defesa dos EUA” para estrangeiros. O senador democrata Joe Manchin classificou-a de uma “ameaça direta” à segurança nacional. O também democrata Sherrod Brown instou o presidente Joe Biden a “proteger a indústria siderúrgica americana, os trabalhadores do setor e nossa segurança nacional e econômica”.

Agora, a Casa Branca exigiu uma “análise rigorosa” da transação, que incluirá uma revisão pela Comissão de Investimento Estrangeiro nos EUA para determinar se ela é condizente com os interesses nacionais de segurança. O sindicato United Steelworkers também se manifestou contra a aquisição.

Toda essa oposição é incompreensível - e não apenas porque o United Steelworkers recebeu garantias de que os empregados serão mantidos e os contratos honrados. Na verdade, os líderes políticos deveriam comemorar o acordo, que promete benefícios extensivos para a economia americana e seus trabalhadores, e possivelmente até para a política externa e a segurança dos EUA.

Biden estabeleceu três objetivos chave para sua política econômica: aumentar o número de “bons empregos”, em parte com o estímulo ao investimento direto estrangeiro; fortalecer a indústria manufatureira e a produção local dos EUA; e acelerar a adoção de tecnologias modernas. O presidente também procurou transferir mais comércio, especialmente importações de mercadorias essenciais, para países aliados dos EUA - o chamado “friend-shoring”. A fusão no setor do aço promoverá todos esses objetivos, ao mesmo tempo em que pode reforçar os laços com um aliado importante dos EUA.

Para entender o porquê disso, comecemos com o contexto histórico. Quando a 2ª Guerra Mundial terminou, as empresas siderúrgicas japonesas eram muito menos produtivas do que as rivais americanas, como a US Steel - então um ícone da industrialização do país. Mas ao longo das décadas seguintes a indústria siderúrgica do Japão avançou rapidamente e sua produtividade ultrapassou as concorrentes dos EUA nos anos 1970. Sem ter como competir em termos de custos, os produtores americanos procuram proteção nas tarifas há muito tempo - e em geral a recebem. Mas nem mesmo o protecionismo foi capaz de acabar com a diferença: o aço americano está entre os mais caros do mundo.

Ao longo dos anos, o emprego na indústria siderúrgica dos EUA despencou, de mais de 180 mil postos entre 1987 e 1991 para 87,1 mil em 2010 e 83,2 mil em 2022. Mas a responsabilidade não pode ser atribuída à concorrência estrangeira; afinal, a produção e o consumo de aço nos EUA aumentaram no período. Na verdade, o declínio é em grande parte resultado dos ganhos de produtividade proporcionados pela tecnologia: hoje é preciso apenas 1,5 homem-hora para produzir uma tonelada de aço nos EUA, em comparação com 10,1 homens-horas nos anos 1980. Para manter o mesmo nível de emprego em um contexto de avanços de produtividade tão grandes seria necessário que o consumo mais do que dobrasse.

Se uma companhia japonesa não pode possuir instalações manufatureiras nos EUA sem pôr em risco a segurança nacional e econômica do país, será que alguma empresa estrangeira poderá produzir qualquer coisa em solo americano?

Uma inovação fundamental - que a Nippon Steel adotou - foi o forno elétrico a arco, que usa sucata como matéria-prima e eletricidade como combustível, pode ser desligado quando não está em operação e exige uma quantidade limitada de mão de obra. Mas a US Steel continua a depender mais dos altos-fornos, que usam minério de ferro e carvão como matérias-primas, têm um custo maior, são mais antigos e precisam de mão de obra mais intensiva.

Como resultado, os custos da US Steel são altos, mesmo em comparação com outros produtores americanos. Quando a aquisição foi anunciada, a US Steel vinha perdendo participação de mercado em nível nacional e mundial quase continuamente desde os anos 1970 e era a menos lucrativa das grandes fabricantes dos EUA.

A aquisição da US Steel pela Nippon Steel - e a modernização tecnológica associada a ela - deve reverter esse declínio. Os termos da transação significam que é muito provável que a aquisição resulte em maior produtividade na indústria siderúrgica americana. À medida que os preços do aço dos EUA caírem, o incentivo à importação diminuirá e os fabricantes americanos de mercadorias como frigoríficos e automóveis poderão reduzir custos e, assim, tornar-se mais competitivos. Tudo isso fortalecerá o setor industrial e a base tecnológica dos EUA e garantirá a oferta constante -- e a possível criação - de “bons empregos”.

Não são muitas as grandes transações empresariais que promovem todos os três objetivos-chave da política econômica de Biden. Todos os americanos - inclusive os que trabalham no setor siderúrgico - deveriam aplaudir essa iniciativa, que representa uma oportunidade real de reverter o destino da US Steel e melhorar as perspectivas da indústria siderúrgica americana. A alternativa é sombria: se a aquisição não for aprovada, a indústria siderúrgica dos EUA continuará a depender de tarifas protetoras e outros setores dos EUA continuarão a perder competitividade, já que são obrigados a pagar preços maiores pelo aço.

Ao mesmo tempo, os estrangeiros não se sentirão encorajados a buscar investimentos produtivos nos EUA. Se uma empresa japonesa não pode possuir instalações manufatureiras no país - enquanto introduz tecnologia moderna e mantém trabalhadores e capacidade fabril - sem pôr em risco a segurança nacional e econômica dos EUA, será que alguma empresa estrangeira poderá produzir qualquer coisa em solo americano?

Anne O. Krueger é ex-economista-chefe do Banco Mundial, ex-primeira vice-diretora gerente do FMI e professora pesquisadora de Economia Internacional na School of Advanced International Studies da Universidade Johns Hopkins e membro do Center for International Development da Universidade de Stanford. Copyright: Project Syndicate, 2024.

www.project-syndicate.org

Valor - SP   22/02/2024

Empresa já demitiu quase 1.000 e alerta para novos cortes. Em dezembro, disse o presidente da Gerdau, a taxa de penetração do aço importado chegou a 25%

O crescimento das importações brasileiras de aço, sobretudo da China e em condições desleais de concorrência, segundo as siderúrgicas instaladas no país, foi o principal fator de impacto nos resultados da Gerdau em 2023, de acordo com o presidente da companhia, Gustavo Werneck. O assunto dominou boa parte da videoconferência para comentar os resultados do quarto trimestre.

“As importações de aço da China foram o principal fator de impacto nos nossos negócios”, disse o executivo. “Nos assusta um pouco a demora do governo em tomar alguma decisão [de proteção comercial]”, acrescentou.

Conforme Werneck, com a redução do crescimento econômico na China, motivada principalmente pela fraqueza nos setores de infraestrutura e construção civil, o governo chinês passou a subsidiar as usinas locais para manter o nível de emprego e um excedente crescente de aço passou a ser exportado.

“O governo chinês subsidia a produção de aço, com exportações a preços inferiores ao custo, e esse aço vai para países que não adotaram medidas de proteção comercial, caso do Brasil”, afirmou.

No ano passado, segundo dados do Instituto Aço Brasil (IABr), as importações de aço foram recordes, com 5 milhões de toneladas. Em dezembro, disse o presidente da Gerdau, a taxa de penetração desses produtos chegou a 25% e o ritmo acelerado de importação se mantém neste início de 2024.

“Isso está levando ao fechamento de produção e coloca em risco milhares de empregos no Brasil”, reiterou Werneck. Na Gerdau, com a demissão de mais 100 trabalhadores na usina de Pindamonhangaba (SP) na semana passada, os cortes já chegaram a 1 mil trabalhadores. E a siderúrgica seguirá avaliando novos ajustes, alertou o executivo.

Questionado sobre a possibilidade de a Gerdau revisar o plano de investimentos de R$ 6 bilhões anunciado para 2024 por causa desse cenário, o executivo disse que não haverá redução dos desembolsos no curto prazo, mas a siderúrgica já avalia medidas de ajuste do tamanho da operação no Brasil às condições atuais de mercado. “Os investimentos que estamos fazendo agora visam a trazer retorno ao longo do tempo”, explicou.

Contudo, se a China se mantiver como grande exportadora de aço e o Brasil não adotar medidas de proteção comercial, a siderúrgica poderá direcionar mais investimentos a outros países, como o México, que tem se consolidado como importante plataforma de exportação aos Estados Unidos, do que ao país.

“Fazemos um apelo ao governo federal brasileiro que analise de forma rápida esse tema, evitando que um setor relevante e estratégico como o do aço seja duramente penalizado, perdendo competitividade futura”, afirmou. As usinas instaladas no país pedem o aumento da alíquota de importação de aço para 25% desde o segundo semestre, para mais de três dezenas de NCMs, mas o governo não atendeu ao pleito até agora.

Gerdau já demitiu quase 1.000 funcionários

De acordo com Werneck, a companhia está, neste momento, acelerando as iniciativas de fechamento temporário de capacidade e demissão de trabalhadores para adequar o tamanho da operação no Brasil ao momento negativo do mercado, de demanda desaquecida e entrada elevada de aço importado da China.

“Já usamos todos os mecanismos possíveis da legislação brasileira na esperança de que o governo tomaria uma decisão [de elevação da alíquota de importação para 25%]”, afirmou.

Entre as medidas avaliadas estão o fechamento temporário de novas capacidades, redução de turnos e novos desligamentos, enumerou.

“Desligamos quase mil pessoas nos últimos meses e seguimos olhando, nas próximas semanas, o que vamos fazer adicionalmente”, afirmou.

Na avaliação da Gerdau, a decisão do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) de recompor as tarifas de importação de cinco produtos de aço (tubos e barras) que haviam sido reduzidas em 2022, para um intervalo de 12% a 16%, em linha com Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, é “absolutamente ineficiente”.

Questionado sobre potenciais reajustes do aço no mercado doméstico, o presidente da Gerdau disse que não há “ambiente adequado” para medida dessa natureza no momento e que a melhoria de resultados da siderúrgica em 2024 virá de ajustes de estrutura, não de preço.

ECONOMIA

Globo Online - RJ   22/02/2024

Pelo quarto ano consecutivo, o mercado financeiro começa a revisar para cima as projeções de crescimento da economia brasileira. As estimativas de alta do PIB neste ano, que hoje estão em torno de 1,6%, segundo a mediana do Boletim Focus do Banco Central, devem se aproximar dos 2,2% estimados pelo Ministério da Fazenda.

O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, diz que os dados recentes de atividade têm referendado o cenário da pasta e que a projeção ainda pode subir após a divulgação do PIB do quarto trimestre de 2023, no mês que vem.

Nesta semana, diversas casas de investimentos e bancos já começaram a revisar as projeções para cima. O banco de investimentos UBS BB melhorou a estimativa de 1,4% para 2%. O economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, alterou a projeção de 1,87% para 2,04%. Alexandre Manoel, da AZ Quest, subiu de 1,6% para 1,8%, mas diz que o viés é de alta.

Sérgio Vale, da MB Associados, por ora mantém o número de 1,7%, mas afirma que a taxa deve ficar maior, em torno de 2%. O banco BTG, que hoje prevê 1,7% de crescimento, também diz que a taxa será revista para cima. O entendimento é o mesmo no Itaú Unibanco.

— Nosso PIB está em 1,8% para 2024. Mas, como destacamos no último cenário, divulgado em 5 de fevereiro, temos um viés altista, com perspectiva melhor para o crédito à pessoa física e crescimento global mais elevado — disse a economista Natália Cotarelli, do Itaú.

Consumo mais forte

A divulgação do PIB do quarto trimestre de 2023 pelo IBGE, no dia 1º de março, deve acionar o gatilho das revisões entre bancos e consultorias. Esse dado é importante para saber em que patamar a economia brasileira estava girando no fim do ano passado, além de servir de parâmetro para o chamado “carregamento estatístico” para 2024. Ou seja, a influência do PIB de 2023 sobre o PIB de 2024.

Também há o entendimento de que o consumo em 2024 será mais forte, amparado pelo pagamento dos precatórios pelo governo — foram mais de R$ 90 bilhões que ficaram disponíveis para saques neste ano. Precatórios são dívidas do governo determinadas pela Justiça para as quais que não cabe mais recurso.

O governo Jair Bolsonaro havia limitado o pagamento desses débitos até 2026, mas a gestão Lula decidiu antecipar e quitar o estoque devido. Além disso, o consumo deve ser impulsionado pelo pagamento de dívidas, com a redução dos índices de inadimplência, pelo reajuste do salário mínimo e por programas sociais como o Bolsa Família.

— Nosso número oficial é 2,2%, mas ele pode subir, a depender do resultado do quarto trimestre (do PIB). Agora, mais importante do que tentar cravar o dado é entender que a composição do crescimento este ano é mais sustentável, puxada pelos investimentos e com recuperação da indústria — afirmou o secretário Guilherme Mello.

A melhora nas projeções começou após a divulgação do índice de atividade do Banco Central, o IBC-Br, no início desta semana. O crescimento foi de 0,82% em dezembro, pouco acima do esperado, com revisões para melhor também dos números de novembro e outubro.

Esses dados tornaram menos provável a hipótese de o PIB ficar negativo no quarto trimestre de 2023, o que durante muito tempo vigorou na planilha dos economistas. Agora, a expectativa é que fique estagnado ou ligeiramente positivo.

Alexandre de Ázara, economista-chefe do UBS BB, tem uma das visões mais otimistas do mercado para a inflação, o que também vai ajudar o cenário no ano. Ele entende que o IPCA de 2024 vai encerrar no centro da meta, em 3%, o que permitirá ao Banco Central reduzir a Selic dos atuais 11,25% para 8% até o fim do ano, um ponto a menos do que o previsto pelo Boletim Focus — que reúne cálculos de aproximadamente 160 instituições financeiras.

Luis Otávio Leal, economista-chefe do G5 Partners, diz que desde outubro de 2023 já previa um crescimento de 2,1% neste ano, maior do que a mediana do mercado. Enquanto 2023 teve impulso do agronegócio e dos gastos promovidos pela PEC da Transição, 2024 terá os efeitos da queda da Selic, que começam a chegar na ponta.

Leal estima que o PIB do quarto trimestre de 2023 vá crescer 0,1%. Caso o número venha melhor do que isso, ele pode revisar sua estimativa para 2024.

— A gente já sabia que em 2024 não haveria a ajuda do agronegócio. Mas teremos juros em queda e recuperação do mercado de crédito. Isso favorece o consumo. Além disso, o investimento vai aumentar. Isso explica por que já estávamos mais otimistas — comentou.

Efeitos secundários

Perguntado sobre por que o mercado financeiro tem sido pessimista nas estimativas, Mello acredita que há dificuldade de os modelos captarem efeitos secundários de crescimento, que podem vir de setores como o agronegócio e programas de transferência de renda:

— Ninguém erra porque quer, e nós também erramos. No mercado, quem acerta mais ganha mais dinheiro. Então não acredito que haja má-fé ou algo do tipo. Há mesmo uma dificuldade de se captar os efeitos secundários do crescimento de alguns setores, principalmente depois da pandemia.

Para ele, o que mais importa é perceber que há agora uma convergência de visões em torno do crescimento:

— O cenário do mercado está ficando mais próximo do nosso, com expectativa de crescimento baixo no primeiro semestre e aceleração a partir do terceiro trimestre.

Silvia Mattos, do Ibre/FGV, e Nicolas Tingas, da Acrefi, porém, ainda adotam um tom de cautela. Silvia diz que continua prevendo alta de 1,4% em 2024, enquanto Tingas, de 1,8%.

— As sondagens do Ibre neste início de ano vieram mais fracas, e, por ora, vamos manter o número. Mas a economia, mesmo crescendo menos, vai a acelerar ao longo dos trimestres — afirmou Silvia.

Embora os números sejam mais altos, os economistas ponderam que o patamar ainda é baixo para as necessidades de crescimento do país e, por isso, dizem que é preciso continuar buscando o equilíbrio fiscal e a aprovação da agenda de reformas, tanto macro quanto micro, no Congresso.

CNN Brasil - SP   22/02/2024

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira (21) que a taxa de juros no Brasil está “mais perto do equilíbrio” que em outros países emergentes.

“O que faz a política monetária acontecer é comparar a taxa de juro real com a taxa de equilíbrio. Quando o juro real está perto da taxa de equilíbrio é um processo que não gera inflação nem desinflação, mas ela é diferente para diversos países. O importante é observar qual é a distância da taxa de juros real que se tem hoje para a sua taxa real de equilíbrio”, disse em participação no café da manhã oferecido pela Frente da Economia Verde.

“Quando a gente olha a nossa taxa hoje, a gente vê que o Brasil está bem perto do mundo avançado, ainda acima, mas quando olha nas economias emergentes, que está mais perto da taxa de equilíbrio que em outros países”, disse.
“Inflação de serviços tem preocupado”

Campos Neto ainda destacou que a inflação no país e no mundo tem mantido uma trajetória de queda, se aproximando do centro da meta. No entanto, a inflação de serviços tem preocupado. Segundo ele, ainda não há “componentes necessários” para entender se a desinflação nesse setor vai ser mais linear ou mais lenta.

“A inflação de serviços está muito alta no mundo e está aliada a mão de obra, que está apertada no mundo inteiro. Uma surpresa é que esse movimento não é só brasileiro, nos Estados Unidos e outros países também. Tem um componente estrutural que é a pandemia e das mudanças que a pandemia impôs. A gente olha a parte de serviços que está bastante alta e precisa ver como vai ser a convergência da última milha”, afirmou.

“O Brasil está com a inflação de serviços ainda rodando um pouco acima. A gente está num processo de convergência. Nos últimos números de inflação, a de serviço foi marginalmente pior, quando olha os componentes de inflação de serviço ainda não temos componentes necessários para entender se a desinflação de serviços vai ser mais linear ou mais lenta. Nesses últimos números vieram alguns comentários de serviço um pouco mais altos, os serviços financeiros ajudaram na inflação de serviços, mas a gente está observando com calma esse processo”, frisou.

O banqueiro central também voltou a dizer que os analistas de mercado têm errado nas previsões de crescimento do país por diversos fatores, entre eles, não considerar as reformas que foram feitas nos últimos anos.

Mas, pontuou que é necessário falar sobre a trajetória da dívida no Brasil. No último relatório sobre o tema publicado no final de janeiro, o Tesouro Nacional registrou que a dívida pública federal subiu 3,09% em dezembro ante novembro, fechando 2023 em R$ 6,520 trilhões.

“Uma diferença muito grande entre previsão do mercado e o que o governo tem de metas. O Brasil tem um histórico de ajustar a parte de gastos, e tem um componente no arcabouço que é a trajetória da dívida que tende a estabilizar. Em algum momento a gente vai ter que falar sobre convergência da dívida e está alinhado não só no Brasil, mas em outros países”, pontuou.

Investing - SP   22/02/2024

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira que as tensões geopolíticas que estão atrapalhando o transporte marítimo na região do Mar Vermelho levantam o risco de interrupção da desinflação global, o que significaria juros altos por mais tempo.

"Tem um fator de risco daqui para frente, porque (a tensão no Mar Vermelho) pode fazer com que esse processo de desinflação que a gente tem visto se interrompa", disse Campos Neto em palestra promovida à Frente da Economia Verde. "Se de fato o processo de desinflação for interrompido, a gente vai ter que viver com juros mais altos."

As interrupções de frotas marítimas têm sido provocadas por militantes houthis aliados ao Irã, que vêm atacando navios internacionais no Mar Vermelho em apoio ao grupo militante palestino Hamas, alvo de Israel na guerra que assola Gaza.

BRASIL

Sobre o cenário doméstico, Campos Neto voltou a dizer nesta quarta-feira que o Brasil possui uma inflação de serviços ainda em um patamar "um pouco acima" do ideal, avaliando que a autoridade monetária não tem os componentes necessários para concluir como será o ritmo da "última milha" do indicador no caminho da convergência.

Seus comentários vieram depois que dados de janeiro do IPCA surpreenderam para cima, embora tenham desacelerado frente a dezembro, com preocupação do mercado financeiro com o nível elevado da inflação de serviços excluindo as passagens aéreas, item mais volátil.

O presidente do BC chamou a atenção também para as expectativas de inflação ainda um pouco acima da meta para os próximos anos, repetindo comentários anteriores. "Para fazer uma queda de juros com credibilidade, a gente precisa ter esse movimento com expectativas de inflação decrescentes, para que tenha uma propagação ao longo da curva", disse Campos Neto.

O mais recente boletim Focus mostra projeção de inflação de 3,51% em 2025 e 3,50% para os dois anos seguintes. O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Apesar dos riscos, Campos Neto frisou que o processo de desinflação no Brasil ainda está em andamento e, num geral, em linha com as expectativas da autoridade monetária.

Sobre o fiscal, o presidente do BC disse que o país está num processo de trajetória de dívida que tende a se estabilizar ou a subir numa velocidade menor após a instituição do arcabouço fiscal, mas cobrou soluções mais profundas para a questão num longo prazo.

"A questão é: em algum momento a gente vai precisar falar de como fazer a convergência da dívida. Eu acho que esse é um tema que tem dominado o debate, e está muito associado a um nível de juros de equilíbrio com que você consiga trabalhar, não só no Brasil como em outros países", afirmou Campos Neto.

Ele disse ainda que "o Brasil tem uma dificuldade grande histórica em ajustar a parte de gastos" de seu Orçamento. O plano de controle das contas públicas do Ministério da Fazenda, liderado pelo ministro Fernando Haddad, tem foco no aumento da arrecadação em detrimento de cortes de despesas.

O Estado de S.Paulo - SP   22/02/2024

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira, 21, que a autoridade monetária está acompanhando com atenção a pressão dos salários sobre a inflação. “Olhamos os reajustes e acordos coletivos no detalhe para entender a pressão de salários”, declarou Campos Neto durante participação no café da manhã da Frente Parlamentar da Economia Verde, em Brasília.

Após reforçar que é muito importante assegurar que a inflação no Brasil continue convergindo em direção à meta, Campos Neto disse que os últimos dados da inflação de serviços vieram marginalmente piores. Ele relacionou, porém, o comportamento mais recente da inflação de serviços a fatores não recorrentes, como a alta nos preços de serviços bancários.

Ele disse, entretanto, que faltam elementos para a autoridade monetária entender a velocidade do último estágio do processo de desinflação de serviços, a chamada “última milha”. “Não temos componentes para entender se a última milha da desinflação de serviços vai se dar de forma linear ou com momentos de convergência mais lenta.”

Esse cenário não é particular do Brasil, já que no resto do mundo a desinflação de bens, com a contribuição da China, que “exporta deflação”, vem mostrando comportamento mais benigno do que a de serviços, cuja inflação segue relativamente alta em termos históricos.

Conforme Campos Neto, o grande debate hoje é sobre quais fatores e riscos serão observados no processo de desinflação daqui para frente. Se o processo for revertido, alertou, o mundo terá de conviver com juros mais altos por mais tempo.

Os preços de energia e alimentos, que vinham contribuindo para a desinflação global, já não caem na mesma velocidade, disse o presidente do BC. Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos, o processo como um todo é desinflacionário, porém os últimos índices surpreenderam com leituras de inflação acima da esperada.

PIB

O presidente do BC voltou a chamar a atenção também para o crescimento acima do esperado da economia brasileira, atribuído a fatores conjunturais e estruturais, lembrando que economistas têm errado frequentemente as previsões sobre o desempenho da atividade econômica.

Da mesma forma, pontuou Campos Neto, há uma diferença muito grande entre a meta do governo de zerar o déficit fiscal e os cenários do mercado, que vê ainda um buraco de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) nas contas primárias neste ano.

O presidente do BC considerou que, mesmo com o arcabouço fiscal, a dívida pública pode se estabilizar ou subir em menor velocidade, mas não há uma tendência de recuo. “Em algum momento teremos de debater a convergência da dívida brasileira”, defendeu Campos Neto.
Juro real

O executivo disse também que os juros do Brasil, em termos reais, estão mais perto da taxa neutra do que os de outras economias emergentes.

Ele salientou que a diferença entre os juros reais e a taxa de equilíbrio aproximou-se - “está bem perto” - da observada no mundo avançado.

Quando a referência são pares emergentes, os juros do Brasil, disse Campos Neto, estão mais perto da taxa de equilíbrio do que outros países. Ele citou como exemplo, nessa comparação, o Chile. Ao explicar por que os juros no país vizinho estão mais baixos do que os do Brasil, Campos Neto observou que a taxa de equilíbrio no Chile, em termos reais, está entre 1% e 1,5%, enquanto no Brasil ela gira entre 4,5% e 5%. “A questão é: por que nossa taxa de equilíbrio é tão alta?”, assinalou Campos Neto.

IstoÉ Dinheiro - SP   22/02/2024

Os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) avaliaram na reunião de política monetária de janeiro, que os riscos altistas para inflação diminuíram, segundo mostra a ata do encontro, divulgada nesta quarta-feira, 21,. Porém, eles destacaram que a inflação continua acima da meta de 2% ao ano.

Os participantes do encontro observaram que, embora os riscos para alcançar as metas de emprego e inflação estejam caminhando para um melhor equilíbrio, eles permanecem muito atentos, diz o documento. “Alguns” deles observaram que há riscos de esse progresso estagnar, principalmente se a demanda agregada crescer, ou se a melhora do lado da oferta desacelerar mais do que o esperado. “Vários” deles mencionaram como mais um risco altista para inflação e atividade a possibilidade de as condições financeiras ficarem “menos restritivas do que apropriado”.

Outras fontes de risco de alta para a inflação citadas incluem: perturbações nas cadeias de suprimentos por causa de eventos geopolíticos; uma recuperação no núcleo de preços de bens; e a possibilidade de o aumento nos salários continuar elevado.

Do lado baixista, tanto para a inflação como para a atividade, os participantes observaram os risco geopolíticos que possam desacelerar a demanda; possível disseminação do efeito de baixo crescimento em algumas economias estrangeiras; risco de as condições financeiras ficarem restritivas por tempo demais; e de os balanços das famílias contribuírem para uma desaceleração mais forte que o previsto do consumo.

“Poucos participantes mencionaram a possibilidade de a atividade econômica poder surpreender para o lado positivo e a inflação para o lado negativo, devido a uma evolução mais favorável do que o esperado do lado da oferta”, afirma a ata. Os participantes discorreram sobre as incertezas em torno do cenário econômico.

O Estado de S.Paulo - SP   22/02/2024

O crescimento econômico em torno de 3% projetado para 2023 deverá ser embaciado por uma severa queda, de 3,4%, do investimento nacional, como mostrou o Monitor do PIB, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Uma incômoda constatação de que o Brasil caminha de lado, num momento em que poderia aproveitar a janela de oportunidades global aberta pelo rearranjo do comércio mundial, pelas mudanças geopolíticas e pela transição energética para alicerçar sua relevância econômica.

O baque mais forte (-8,5%) virá do investimento em máquinas e equipamentos, justamente o que aponta a disposição da indústria em empregar capital no aumento e modernização da produção. Ou seja, é o que traça o desempenho futuro. Como é consenso entre economistas, para sustentar um crescimento razoável da economia, em torno de 4% ao ano, o País precisaria assegurar uma taxa de investimento ao redor de 25% por, pelo menos, duas a três décadas.

Nestes últimos 23 anos, o máximo alcançado foi em 2013, com taxa de investimento de 22,8% em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). E não há, ao menos por enquanto, perspectiva de mudanças no horizonte. Pelos cálculos da FGV, o ano passado registrou a decepcionante taxa de 18,1%. O saldo ficou abaixo da média verificada desde 2000, que também não chegou a encostar em 20% ao ano.

Apesar de avanços no cenário econômico, como o esforço para a simplificação da estrutura tributária, o Brasil permanece um país muito caro para investir. Como, aliás, reconheceu o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, em reunião recente com empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O diagnóstico é amplamente conhecido. O peso do custo Brasil sobre a atividade também.

Apesar disso, 2023 registrou crescimento acima do inicialmente previsto em razão, como é notório, da excepcional contribuição do agronegócio, especialmente na primeira metade do ano. Este início de 2024, principalmente por causa de problemas climáticos, não está repetindo a mesma façanha, o que torna ainda mais premente a adoção de uma política industrial que, de fato, sustente o crescimento – e não um soluço fruto de intervenções estatais e projetos megalômanos, mas sim o desenvolvimento de uma base de prioridades em infraestrutura, além do respeito à segurança jurídica e à responsabilidade fiscal, por parte do Estado. E, por óbvio, cumprimento das reformas que possam, enfim, reduzir o custo Brasil.

Os dados oficiais sobre a evolução da economia no ano passado serão conhecidos somente no início de março, quando for divulgado o resultado do PIB de 2023. Para antecipar tendências, o estudo da FGV usa as mesmas fontes de dados e a metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo.

O resultado oficial não deve diferir da prévia. O que se espera é que a evolução futura represente, enfim, um crescimento econômico que reflita uma confiança real na economia.

O Estado de S.Paulo - SP   22/02/2024

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) estuda uma proposta para aumentar a alíquota do Reintegra de 0,1% para 2% nos próximos dois anos. O custo estimado da medida é de R$ 11 bilhões por ano.

O Reintegra é um programa que restitui parte do imposto pago pelas companhias exportadoras. Segundo a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, a mudança pode aumentar as vendas externas do País em R$ 25 bilhões até 2026.

A proposta é discutida internamente no Mdic e ainda será debatida com a Fazenda, diante da necessidade de se encontrar espaço fiscal para o eventual aumento da alíquota. A ideia é criar uma espécie de transição para 2027, ano em que a reforma tributária começará a ser implementada, dando início à desoneração de grande parte das exportações brasileiras.

Em 2011, quando foi criado, no governo Dilma Rousseff, o Reintegra tinha alíquota de 3%, mas foi sucessivamente reduzida até cair a 0,1% – patamar que permanece desde maio de 2018.

“(O aumento da alíquota) Seria por dois anos, 2025 e 2026, período em que o exportador brasileiro de produtos industrializados poderia ter o seu resíduo acumulado (de impostos) devolvido”, afirma Tatiana ao Estadão.

A possibilidade de uma nova alíquota do Reintegra foi citada pela primeira vez pelo vice-presidente da República e ministro do Mdic, Geraldo Alckmin, nesta segunda-feira, 19, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

“Um tema que a gente deve avançar é tentar melhorar o Reintegra, que hoje está com 0,1%. Faria um Reintegra de transição até chegar na reforma tributária, que aí resolve o problema, acaba a cumulatividade e desonera completamente exportação e desonera completamente investimento”, afirmou Alckmin.

A recomposição do Reintegra sempre foi uma das prioridades dos principais setores industriais do País. No início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, houve uma discussão para ampliar a alíquota, mas a equipe econômica não viu espaço fiscal para avançar com a medida.

“O debate é retomado nesse novo contexto, em que há uma clareza sobre a reforma tributária e um horizonte de tempo”, afirma Tatiana. “A vantagem da discussão neste momento é o fato de que o benefício é datado. É um Reintegra com prazo para acabar, porque ele seria colado na reforma.”

Como já existe uma lei para o Reintegra, se houver espaço fiscal, a alíquota pode ser ampliada por meio de um decreto.

Exportação de tributos

O modelo atual é considerado disfuncional, já que as empresas brasileiras acabam exportando tributos, o que tira a competitividade do produto nacional no exterior. Hoje, quanto mais longa a cadeia de produção, maior é o resíduo tributário.

Nas contas do Mdic, por exemplo, esse resíduo é de pelo menos 3% do valor dos produtos de maior sofisticação.

Os tributos federais que criam essa distorção nas exportações são IPI, Pis e Cofins. Em 2027, eles serão substituídos pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).

“Do ponto de vista da desoneração das exportações, o ganho da reforma tributária é evidente”, afirma a secretária de Comércio Exterior. “Quanto mais longa a cadeia, maior o impacto positivo.”

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   22/02/2024

Os contratos futuros de minério de ferro caíram pela terceira sessão consecutiva nesta quarta-feira, atingindo o nível mais baixo em quase quatro meses, conforme persistem as preocupações com a demanda de curto prazo na China, principal mercado consumidor do minério.

O minério de ferro de maio mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian da China encerrou as negociações do dia com queda de 3,98%, a 893 iuanes (124,29 dólares) por tonelada, o menor fechamento desde 31 de outubro, após uma queda de mais de 5% no dia anterior.

O minério de ferro de referência de março na Bolsa de Cingapura recuava 1,8%, a 118,65 dólares por tonelada, também alcançando uma mínima desde 31 de outubro.
Entre os fatores de pressão sobre os preços do principal ingrediente da fabricação de aço, está o aumento da oferta em um momento em que a recuperação da demanda tem sido mais lenta do que o esperado após a semana de férias do Ano Novo Lunar, disseram os analistas.

“A oferta dos principais produtores, Brasil e Austrália, até o momento tem se mantido em um nível relativamente alto em comparação com os anos anteriores; o clima até o momento este ano nos principais centros de produção está melhor do que a média dos últimos cinco anos”, disse Pei Hao, analista da corretora internacional FIS, com sede em Xangai.

“A fraca lucratividade de muitas usinas siderúrgicas limitou o aumento da demanda de minério no curto prazo.”

Papel tem forte queda na sessão com baixa do minério, mas queda acumulada no ano também tem outros fatores

Os estoques dos cinco principais produtos siderúrgicos acabados mantidos por comerciantes em 132 cidades em todo o país subiram para uma máxima de quase 11 meses na semana encerrada em 17 de fevereiro, saltando 15,6% em relação à semana anterior, segundo a última pesquisa da Mysteel.

Outros ingredientes siderúrgicos em Dalian subiram em meio a preocupações com a oferta, com o carvão metalúrgico e o coque registrando ganhos de 6,19% e 3,79%, respectivamente.

Investing - SP   22/02/2024

A Rio Tinto (LON:RIO) divulgou nesta quarta-feira uma queda de 12% nos lucros anuais subjacentes, em linha com as previsões, mas pagou um dividendo final melhor do que o esperado, dizendo que as pressões inflacionárias estavam começando a diminuir.

A Rio disse que seus lucros subjacentes chegaram a 11,8 bilhões de dólares para 2023, abaixo dos 13,4 bilhões de dólares do ano anterior, principalmente devido aos preços mais baixos do alumínio e de sua divisão de minerais. O desempenho ficou alinhado com a estimativa de consenso da LSEG de 11,7 bilhões de dólares.

A companhia declarou um dividendo final de 258,0 centavos de dólar por ação, acima dos 225,0 centavos de dólar por ação em 2022 e acima da estimativa do LSEG de 247,0 centavos de dólar por ação.

O maior produtor de minério de ferro do mundo disse que espera que os custos de produção de Pilbara aumentem em 2024 devido à inflação persistente de mão de obra e de componentes na Austrália Ocidental.

No entanto, o pior da pressão inflacionária provavelmente já passou, disse o diretor financeiro Peter Cunningham a repórteres.

"Estamos começando a vê-los (custos) moderados agora, à medida que avançamos para 2024", disse ele.

"A realidade é que continuamos em uma posição financeira muito forte e podemos nos dar ao luxo de realizar nossa agenda de crescimento e continuar com um payout de 60%."

Na divisão de minério de ferro da Rio, que respondeu por cerca de 80% de seus lucros, os ganhos subjacentes cresceram 6%, superando o aumento de 2% nos preços do minério de ferro.

No entanto, a Rio alertou que prevê que os custos de produção unitários aumentem para entre 21,75 e 23,50 dólares por tonelada, de 21,50 dólares em 2023.

"Embora a inflação tenha diminuído, continuamos a ver efeitos atrasados em seu impacto sobre nossos custos de terceiros, como taxas de empreiteiros, consumíveis e algumas matérias-primas; esperamos que isso se estabilize em 2024", disse a empresa em um comunicado.

O CEO Jakob Stausholm disse em agosto passado que a Rio Tinto estava aberta a pequenas aquisições para moldar seu portfólio, inclusive no lítio do Canadá, mas que os valuations estavam muito altos.

Ele manteve essa opinião na quarta-feira, mesmo depois de uma queda nos preços do lítio que atingiu o valuation da empresa.

"Vi que os preços das empresas de lítio caíram, mas ainda permanecem em patamares elevados, portanto, não é algo que me entusiasme muito neste momento", disse Stausholm à imprensa em uma ligação após a divulgação dos resultados.

Por enquanto, a Rio Tinto está se concentrando no desenvolvimento de seu projeto argentino de lítio Rincon e buscando a aprovação do governo para desenvolver sua mina Jadar na Sérvia, disse ele.

É improvável que a empresa entre em outros minerais para baterias, como níquel ou cobalto, dada a crescente participação de mercado das baterias de fosfato de ferro-lítio (LFP), que não os utilizam, acrescentou.

Infomoney - SP   22/02/2024

As ações da Vale (VALE3) passam por um momento difícil na Bolsa, recuando cerca de 13,9% neste ano e operando com tendência de baixa, segundo a análise técnica. Em fevereiro, os papéis da mineradora acumulam queda de quase 2%, mas no pregão desta quarta (21), por volta das 13h00, recuperavam parte destas perdas, com alta de 0,7%, a R$ 66,51.

Parte das explicações para o desempenho das ações em 2024 vem das recentes quedas do preço do minério de ferro na China, em meio às preocupações crescentes em relação à demanda. Além disso, investidores também aguardam o balanço da Vale, previsto para sair nesta quinta-feira, após o fechamento do mercado, bem como avanços em torno de uma eventual troca no comando da mineradora.

Mesmo diante deste quadro, analistas fundamentalistas seguem posicionados com recomendação de compra para as ações da Vale, com projeção de preço de R$ 82 a R$ 96, até o final do ano. Do ponto de vista, da análise técnica, a tendência de curto, médio ou longo prazos é de baixa.
Com base no fechamento desta terça-feira (20), a R$ 66,01, o analista técnico Rodrigo Paz aponta os seguintes pontos de suporte: R$ 65,00 (1), R$ 60,00 (2) e R$ 57,00 (3). Enquanto isso, as resistências encontram-se em R$ 66,60 (1), R$ 69,24 (2) e R$ 78,20 (3).
Análise técnica: Vale (VALE3)

Com base na análise do gráfico semanal de médio da prazo da Vale, aponta Paz, é possível observar que o ativo negocia com movimento descendente. Isso alinhado à baixa registrada neste começo de 2024.

“VALE3 vem rompendo relevantes regiões de suporte, e mostra que ainda possui potencial para maiores baixas. Briga na região da média de 200 períodos e neste momento negocia abaixo.”

Conforme ele, caso mantenha-se abaixo e perca o suporte de R$ 65,00, VALE3 poderá buscar a importante faixa de suporte na região dos R$ 60,00.

“Perdendo tal faixa tende a intensificar ainda mais o movimento baixista, a fim de buscar as regiões de R$ 57,20 e alvo mais longo nos R$ 52,00”, avalia.

Para que recupere o movimento de alta, acrescenta Paz, será necessário que VALE3 retome acima das médias curtas na faixa de R$ 68,50/R$ 69,80. Então, poderia mirar resistência nos R$ 78,20.

Esse rompimento, reforça Paz, trará potencial interessante para que VALE3 retome fôlego comprador a fim de buscar o topo na faixa de R$ 90,00.
Gráfico semanal VALE3. Fonte: Nelogica. Elaboração Técnica: Rodrigo Paz Para “pai” das Bandas de Bollinger, segredo para trader é ser “o menos emotivo possível” Curto prazo

Enquanto isso, analisando o curto prazo, as ações da Vale negociam de forma mais lateralizada. Para ele, o papel buscou um certo repique e se segurou acima do forte suporte de R$ 65,00.

“O ativo segue abaixo das médias e poderá intensificar fluxo vendedor perdendo região de R$ 65,00. Em caso de rompimento, o ativo mostrará potencial para buscar a forte região dos R$ 60,00, com alvo mais longo no suporte em R$ 57,00.”

No sentido inverso, de acordo com ele, para retomar movimento comprador, será necessária uma boa entrada de fluxo comprador para reverter este movimento.

Inicialmente, diz o analista, VALE3 tem que superar as médias de curto prazo nos R$ 66,60 e R$ 67,40.

A partir daí, poderia buscar faixas de R$ 69,24/ R$ 71,70, com alvo mais longo na resistência de R$ 78,20, finaliza.
Gráfico diário VALE3. Fonte: Nelogica. Elaboração Técnica: Rodrigo Paz

Agência Senado - DF   22/02/2024

Segue para análise da Câmara dos Deputados projeto que exige que atividades mineradoras tenham projeto de gerenciamento de risco de acidentes ambientais. O texto (PL 1.303/2019), da senadora Zenaide Maia (PSD-RN), foi aprovado na Comissão de Meio Ambiente (CMA), nesta quarta-feira (21), com parecer favorável da senadora Teresa Leitão (PT-PE).

O relatório, que acolheu as três emendas aprovadas previamente na Comissão de Infraestrutura (CI), altera o Código de Minas (Decreto-Lei 227, de 1967) para criar um mecanismo legal e garantir condições de segurança e sustentabilidade ambiental na exploração das atividades minerais. O objetivo, segundo a autora, é evitar outras tragédias semelhantes à de Mariana e Brumadinho.

— Isso aqui não é nenhuma política contra a extração mineral. Estamos fazendo o papel do Congresso, que é justamente o acompanhamento da defesa da vida das pessoas e do meio ambiente. Aquelas pessoas dependiam do meio ambiente, da agricultura familiar, do turismo e eles perderam tudo. Cinco anos depois, não foram indenizadas. Não porque a mineradora não tenha condição de indenizar, mas aqui usam tudo o que podem de recurso, e aquelas pessoas [vítimas] ficam sem água, sem o rio para pescar — explicou Teresa Leitão.

Ela também chamou a atenção para o drama dos que têm seus familiares soterrados.

Emendas

Na Comissão de Infraestrutura (CI), o projeto recebeu três emendas – todas aprovadas agora na CMA. Uma é de redação. Outra torna obrigatório que as mineradoras apresentem um relatório de gerenciamento de risco ambiental juntamente com o Relatório Anual de Lavra. E outra emenda estipula o prazo de 18 meses para que as mineradoras que já possuem plano de aproveitamento econômico apresentem também seus projetos de avaliação, gerenciamento e comunicação de risco ambiental.

Teresa Leitão reforçou seu apoio à medida como instrumento de segurança e prevenção.

— A preocupação com a sustentabilidade ambiental na indústria de mineração ganhou relevância após os desastres ocorridos em Mariana e Brumadinho, gerando inquietações tanto entre a população quanto no seio governamental. Esses eventos salientaram as deficiências na gestão dos riscos ambientais, enfatizando a necessidade premente de um escrutínio mais rigoroso nessa seara. Isso se alinha com o art. 225 da Constituição, que determina o direito de todos a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, atribuindo ao Poder Público e à coletividade a responsabilidade de protegê-lo e preservá-lo para as atuais e futuras gerações.

Valor - SP   22/02/2024

A Rio Tinto, negociada em Londres, investirá US$ 6,2 bilhões em uma mina, uma ferrovia e um porto na República da Guiné, em parceria com pelo menos outras sete empresas, sendo cinco da China

O conselho de administração da Rio Tinto aprovou o maior projeto de mineração do mundo, na África ocidental, segundo o executivo-chefe Jakob Stausholm, que detalhou a ambição da empresa de produzir minério de ferro do projeto de US$ 20 bilhões talvez já em 2025.

A Rio Tinto, negociada em Londres, investirá US$ 6,2 bilhões em uma mina, uma ferrovia e um porto na República da Guiné, em parceria com pelo menos outras sete empresas, sendo cinco da China.

“O conselho de administração avalizou ontem o maior projeto de mineração do mundo”, disse Stausholm ao “Financial Times”.

As estatais chinesas parceiras da Rio Tinto, entre as quais a Chinalco, maior produtora mundial de alumínio, e a Baowu, a maior de aço, ainda precisam da aprovação final de Pequim para o investimento, mas Stausholm disse estar “muito confiante” de que isso se dará em breve.

Stausholm disse que a Baowu levantou 10 bilhões de yuans (US$ 1,4 bilhão) em janeiro, por meio de uma emissão de títulos de dívida na China para ajudar a custear o projeto, acrescentando que o governo chinês está discutindo o financiamento com cada empresa estatal, o que é “a última parte do processo”.

O projeto envolve a construção de uma linha ferroviária de 552 quilômetros para transportar o minério de ferro de alta qualidade de duas novas minas nas montanhas de Simandou - uma a ser construída e operada pela Rio Tinto - para um novo porto de águas profundas na costa atlântica da Guiné.

“No início de novembro, eu estive lá. Sobrevoei de helicóptero a linha ferroviária, as minas e o porto, é incrível”, disse Stausholm, acrescentando que os túneis ao longo do corredor ferroviário já foram preparados e materiais, encomendados.

Stausholm conversou com o “FT” enquanto a empresa anunciava um lucro básico antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de US$ 23,9 bilhões em 2023, 9% menor do que em 2022, mas dentro do esperado pelo mercado.

Em 2021, a Rio Tinto anunciou lucros antes de impostos de US$ 37,7 bilhões e devolveu US$ 16,8 bilhões em dividendos aos acionistas, até então o segundo maior pagamento na história empresarial do Reino Unido. Desde então, os preços dos metais se desvalorizaram. A empresa reduziu os dividendos para 2023 para US$ 4,35 por ação, 12% abaixo do ano anterior.

O pagamento total, de US$ 7,1 bilhões, representa 60% do lucro básico da Rio Tinto, de US$ 11,8 bilhões.

Mesmo com a queda nas cotações de suas principais commodities, como minério de ferro, alumínio, cobre e lítio, Stausholm argumentou ter conseguido fortalecer a empresa em seus três anos como executivo-chefe. "Estou muito satisfeito, porque nós, da Rio Tinto, agora podemos, de uma maneira mais desimpedida, aproveitar as oportunidades deste mundo."

Além do projeto Simandou, a Rio Tinto elevará a produção na mina de cobre subterrânea Oyu Tolgoi, na Mongólia, com a meta de produzir 500 mil toneladas por ano do metal a partir de 2028.

Stausholm disse que as perspectivas da demanda por cobre e alumínio vêm melhorando, enquanto o apetite da China por minério de ferro, ingrediente-chave na produção de aço, permanece inalterado.

“A realidade é que a China com a qual nos deparamos, [que é] a economia concreta da China, está crescendo”, disse. “As siderúrgicas estão funcionando a todo vapor, a demanda está forte e você vê uma retomada da demanda por cobre e alumínio a partir do desenvolvimento maciço de energia renovável e veículos elétricos [no país].”

Stausholm acrescentou que a Rio Tinto não desistiu da esperança de desenvolver o projeto de lítio Jadar, na Sérvia, mesmo depois de o governo revogar as licenças da empresa em 2022 após protestos ambientais. “É óbvio que você precisa de aprovação do governo e também precisa ter licença social em termos de aceitação da comunidade.”

Money Times - SP   22/02/2024

A Vale (VALE3) reporta seus resultados nesta quinta-feira (22), depois do fechamento do mercado. Com dados de produção e vendas atingindo o guidance de 2023, analistas acreditam que o balanço trimestral da mineradora sinalizará melhorias operacionais e crescimento nas principais linhas.

A Genial Investimentos, por exemplo, está confiante com a performance da companhia no quarto trimestre do ano passado. Segundo a corretora, em relatório de prévia, essa temporada deve mostrar um crescimento de duplo dígito tanto em base sequencial quanto anual em todas as linhas do balanço da Vale – receita, Ebitda e lucro líquido.

A Genial está com grande expectativa para o Ebitda, especialmente, com projeções para o indicador proforma do quarto trimestre de US$ 7,2 bilhões, saltos de 61,2% e 44,1% nas bases trimestral e anual, respectivamente, considerando a “notável receita do minério de ferro fino e das pelotas” no período.

Além disso, com uma receita em alta mais forte que a ascensão do custo, mesmo considerando o frete mais caro, o custo caixa C1 por tonelada deve mostrar impactos satisfatórios da maior capacidade de diluição, “pondo fim às consequências mais nefastas do ponto de vista de margem em relação ao empecilho logístico de Ponta da Madeira” que pressionou a companhia no início de 2023, completa a corretora.

Vale produziu 89,4 milhões de toneladas de minério de ferro no quarto trimestre de 2023

Conforme relatório divulgado no fim do mês passado, a Vale reportou 89,4 milhões de toneladas métricas de minério de ferro no quarto trimestre de 2023.

No ano cheio de 2023, a produção da commodity pela Vale totalizou 321,1 milhões de toneladas. Com isso, a empresa superou o guidance proposto de ~315 milhões de toneladas.

No entanto, além das metas alcançadas de produção, o que surpreendeu positivamente os analistas foi a divisão de metais básicos. Antes da prévia operacional, algumas casas levantaram possibilidade de operações ainda fracas.

De acordo com o BTG Pactual, a ala de cobre surpreendeu positivamente, com os embarques totalizando 97,5 mil toneladas, alta de 36% ano a ano e 15% acima das expectativas.

A produção de cobre disparou, a 99,1 mil toneladas, beneficiada pelo ramp-up bem-sucedido da Salobo III, destaca.

Do lado do níquel, embora a performance de produção tenha sido mais fraca no comparativo anual, veio em linha com o guidance, aponta a Empiricus Research, em relatório do último mês.

A equipe de análise da XP Investimentos projeta melhora para o segmento, refletindo volumes e preços acima do esperado – embora o níquel ainda deva seguir como destaque negativo.

Um levantamento elaborado pela Bloomberg mostra que o consenso do mercado trabalha com um lucro líquido de R$ 18,9 bilhões (ou algo próximo de US$ 3,83 bilhões) para a Vale no quarto trimestre de 2023.
Novo CEO, provisões extras e o que mais o mercado está olhando

As ações da Vale sofrem nesse início de ano. Além da recente correção dos contratos futuros do minério de ferro negociados na Ásia, ruídos envolvendo o nome da companhia, em especial o futuro da gestão, vêm impedindo que os papéis se recuperem na bolsa.

Após reuniões que terminaram sem definição, membros do conselho de administração da Vale estão divididos sobre renovar ou não o mandato do atual CEO, Eduardo Bartolomeo, com data de término no fim de maio.

Também no radar, investidores olham com atenção para a possibilidade de a Vale anunciar provisões extras para o caso do rompimento da barragem da Samarco, visto que a BHP comunicou um aumento de US$ 3,2 bilhões para cobrir os custos necessários referentes ao acidente.

Máquinas e Equipamentos

IstoÉ Dinheiro - SP   22/02/2024

O governo do presidente Joe Biden planeja investir US$ 20 bilhões na fabricação nacional de guindastes de carga, buscando combater o uso de produtos fabricados na China com software avançado em muitos portos norte-americanos, sob temores de um possível risco à segurança nacional. A medida faz parte de um conjunto de ações que estão sendo tomadas pelo governo nesta quarta-feira com o objetivo de melhorar a segurança cibernética marítima.

Elas incluem uma diretriz de segurança da Guarda Costeira dos EUA para exigir certos requisitos de segurança digital para guindastes de construção estrangeira atualmente implantados em portos marítimos estratégicos, bem como uma ordem executiva do presidente Biden estabelecendo padrões básicos de segurança cibernética para redes de computadores que operam nos portos dos EUA.

Autoridades do governo disseram que mais de US$ 20 bilhões devem ser investidos em segurança portuária, incluindo a produção doméstica de guindastes de carga, nos próximos cinco anos. O dinheiro apoiará uma subsidiária americana da Mitsui, uma empresa japonesa, para produzir os guindastes. Segundo as autoridades, será a primeira vez em 30 anos que os guindastes serão construídos internamente. Os recursos para a construção são provenientes do projeto de lei bipartidário de infraestrutura de US$ 1 trilhão, aprovado em 2021.

Embora comparativamente bem feitos e baratos, os guindastes atuais, fabricados pela chinesa ZPMC, contêm sensores sofisticados que podem registrar e rastrear a origem e o destino dos contêineres, o que gera preocupações de que a China possa capturar informações sobre o envio de material militar para dentro ou fora dos EUA. Eles representam quase 80% dos guindastes navio-terra em uso nos portos dos EUA, segundo as autoridades.

Até o momento, as autoridades dos EUA se recusaram a dizer se os chineses usaram os guindastes para cometer delitos relacionados à segurança nacional. Anteriormente, a China já havia descartado as preocupações dos EUA com as ameaças cibernéticas de Pequim, incluindo os guindastes, como sendo “movidas por paranoia”.

Terra - SP   22/02/2024

Dados sobre o mês de dezembro de 2023, apontam que a receita líquida de vendas do setor de máquinas e equipamentos diminuiu. O valor foi 13,2% menor que o mês anterior e 22,4% menor que o mesmo mês do ano de 2022. O estudo divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), apontou também dados sobre o mercado interno, que encolheu 25,3%, e também sobre as exportações, que registraram uma queda de 5%. O relatório mostra que entre os segmentos do mercado, apenas o setor fabricante de máquinas e equipamentos para a produção de bens de consumo não duráveis apresentou crescimento na receita total, com uma expansão de 15,2% em relação ao mesmo período de 2022, juntamente com o setor fabricante de componentes para bens de capital, que registrou um aumento de 1,4%. Todos os outros setores enfrentaram redução nas receitas.

O relatório divulgado pela Abimaq aponta dados sobre as exportações, que, segundo o documento, apresentou um desempenho positivo, crescendo 14,6% em dólares ou 5,8% em reais, representando agora 24,7% da receita total do setor. O relatório afirma que apesar desse crescimento nas exportações, a receita total de máquinas e equipamentos, considerando mercado doméstico e exportação, registrou uma queda de 11% em 2023.

Ainda sobre os números apresentados no estudo, é possível observar que após uma queda de 31% em novembro de 2023, houve um crescimento de 14,5% nas exportações em dezembro, totalizando US$ 1,12 bilhão no mês. No entanto, em comparação com dezembro de 2022, as exportações ainda ficaram 5% abaixo. No acumulado do ano (jan/dez), as exportações atingiram a marca de US$ 14 bilhões, um resultado 14,6% superior ao observado em 2022. Sobre dados de importação, nota-se que os números apresentaram uma nova queda em dezembro de 2023, contribuindo para uma desaceleração no crescimento acumulado do ano, que passou de 8% em novembro para 7,2%. As importações totalizaram US$ 2,194 bilhões em dezembro, contra US$ 2,22 bilhões em dezembro de 2022. No ano (jan/dez), as importações superaram em 7,2% o resultado de 2022, atingindo US$ 26,77 bilhões, refletindo a desaceleração do mercado doméstico, segundo apontado pela publicação.

José Antônio Valente, diretor da empresa de franquia Trans Obra, comentou sobre o relatório afirmando que nas exportações, apesar das dificuldades enfrentadas no mercado doméstico, vê a importância da visão global para a indústria. José Antônio continuou dizendo que compreender como o setor se posiciona internacionalmente não apenas diversifica as fontes de receita, mas também permite que as empresas se adaptem a condições econômicas variáveis em diferentes regiões. "As empresas podem aproveitar as informações fornecidas para identificar áreas de melhoria, explorar novos mercados e ajustar suas estratégias de produção".

O relatório, que pode ser lido na íntegra através do link informado no início da matéria, aponta dados sobre o consumo aparente nacional de máquinas e equipamentos, que também sofreu uma queda em dezembro, agravando o desempenho acumulado em 2023. Com um consumo de R$ 24,5 bilhões, o menor do ano, houve uma redução de 13,1% em relação a novembro de 2023 e de 20,4% em comparação com dezembro de 2022. No acumulado do ano, o consumo nacional alcançou R$ 356,92 bilhões, ante R$ 403,42 bilhões do ano anterior.

CONSTRUÇÃO CIVIL

CNN Brasil - SP   22/02/2024

Os impactos da crise imobiliário da China no setor bancário se tornam mais concretos a medida que grandes bancos divulgam seus resultados financeiros.

O HSBC registrou uma grande queda no lucro trimestral nesta quarta-feira (21), depois de sofrer um impacto de US$ 3 bilhões em sua participação no Banco de Comunicações da China (BoCom) e outra cobrança relacionada à exposição ao problemático setor imobiliário do país.

O credor com foco na Ásia relatou uma queda de 80% no lucro antes dos impostos nos últimos três meses de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022, afirmou em comunicado.

O HSBC atribuiu o declínio a duas acusações que recebeu. Do total, US$ 3 mil milhões foram relacionados com o BoCom, um dos maiores bancos da China, enquanto US$ 2 mil milhões foram provenientes da venda do seu negócio bancário de retalho em França.

O HSBC disse que a redução ao valor recuperável de US$ 3 bilhões foi calculada após uma avaliação de dezembro, que incluiu uma estimativa de fluxos de caixa futuros no BoCom.

Separadamente, o HSBC constituiu US$ 3,4 mil milhões em provisões para cobrir perdas de crédito esperadas e outros encargos relacionados com a sua exposição ao setor imobiliário comercial na China continental.

“Retirando grande parte da bagunça, parece que o desempenho foi um pouco pior do que o esperado, com custos operacionais mais elevados mais do que compensando deficiências ligeiramente melhores”, escreveu Matt Britzman, analista de ações da Hargreaves Lansdown, em uma nota de pesquisa.

“A China continental continua a ser um ponto de interrogação embora os encargos com perdas com empréstimos tenham sido melhores do que o esperado, o setor imobiliário comercial chinês continua fraco”, disse ele.

Mas o banco com sede no Reino Unido, o maior da Europa em valor de mercado, manteve uma visão positiva sobre a China.

“A recuperação da China após a reabertura foi mais acidentada do que o esperado, mas a sua economia cresceu em linha com a sua meta anual de cerca de 5% em 2023. Esperamos que isto se mantenha em 2024, com medidas políticas anunciadas recentemente para apoiar o setor imobiliário e a dívida do governo local fluindo gradualmente para a economia em geral”, disse o presidente Mark Tucker no comunicado.

A economia da China tem sido prejudicada por uma crise imobiliária desde 2021, quando uma repressão governamental aos empréstimos por parte dos promotores desencadeou uma restrição de financiamento no setor.

Desde então, o mercado imobiliário entrou numa recessão prolongada, marcada por um declínio contínuo no investimento imobiliário e nas vendas de propriedades.

Dezenas de grandes incorporadores deixaram de pagar suas dívidas, com Evergrande, que já foi a segunda maior construtora residencial do país, condenada à liquidação no mês passado.

As acusações comunicadas pelo HSBC lançaram uma sombra sobre o seu lucro anual recorde, que foi de US$ 30,3 mil milhões, um aumento de 78% em relação a 2022. Um grupo de analistas consultados pelo próprio banco previa um lucro anual antes de impostos de US$ 34,1 mil milhões.

As ações do HSBC listadas em Hong Kong caíram após o anúncio dos resultados, fechando quase 4% mais baixas. Suas ações listadas em Londres caíram 7% quando o mercado abriu.

O banco disse ter uma participação de 19% no BoCom, que comprou em 2004.

“O BoCom continua a ser um parceiro forte na China e continuamos focados em maximizar o valor mútuo da nossa parceria. As nossas opiniões positivas sobre as oportunidades de crescimento estrutural a médio e longo prazo na China continental permanecem inalteradas”, afirmou.

O HSBC não é o único credor europeu a ser afetado pelos problemas imobiliários da China. Em Outubro, o rival Standard Chartered reportou uma despesa de imparidade de crédito de US$ 186 milhões relacionada com imóveis comerciais no país.

Valor - SP   22/02/2024

Índice de refinanciamento recuou 11,4% e o índice de compra caiu 10,1%, informou a Mortgage Bankers Association's

Os pedidos de hipotecas caíram 10,6%% na semana terminada em 16 de fevereiro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (21) pela Mortgage Bankers Association's (MBA). Com a queda, o índice MBA de pedidos de hipoteca recuou de 203,1 pontos ajustados para 181,6.

O índice de refinanciamento perdeu 11,4%, de 482 ajustados para 427 pontos. Já em relação ao mesmo período do ano passado, o indicador registrou alta de 0,1%. O índice de compra caiu 10,1% para 133,6, de 148,6 ajustados no período anterior e recuou 13% no ano.

“As taxas hipotecárias voltaram a subir acima de 7% na semana passada, após o aumento da inflação em janeiro, diminuindo as esperanças de um corte nas taxas no curto prazo”, disse Mike Fratantoni, vice-presidente sênior e economista-chefe do MBA.

Segundo ele, como resultado, os pedidos de hipoteca caíram, principalmente os pedidos de refinanciamento. “Os potenciais compradores de casas são bastante sensíveis a essas mudanças nas taxas, uma vez que a acessibilidade é prejudicada tanto pelas taxas mais altas quanto pelos valores residenciais mais elevados neste mercado com oferta limitada", disse.

NAVAL

Petro Notícias - SP   22/02/2024

Um novo gigante dos mares brasileiros está ganhando forma. A Equinor anunciou hoje (21) que concluiu a instalação do topside do FPSO Bacalhau, que será instalado no campo de mesmo nome, no pré-sal da Bacia de Santos. O topside é a estrutura que fica na parte superior do casco do navio e é responsável pelo processamento de óleo e gás.

A obra do navio está sendo liderada pela japonesa Modec. A construção do casco aconteceu no estaleiro Dalian Shipbuilding Industry Co. (DSIC), na China. Em junho do ano passado, a embarcação partiu rumo ao estaleiro Jurong, em Singapura, onde foi realizada a integração dos módulos. Lá também será realizado o comissionamento da unidade. O primeiro óleo do FPSO está previsto para 2025.

Com uma capacidade de produção de 220 mil barris por dia, o que equivale a uma planta terrestre de processamento de óleo e gás com uma área de 10 quilômetros quadrados, o peso do módulo superior de tratamento de óleo e gás do FPSO Bacalhau chega a 50 mil toneladas. A embarcação inteira tem até 34 mil tubos, pesando cerca de 4 mil toneladas, e o comprimento total dos cabos é de cerca de 800 mil metros.

O campo de Bacalhau será operado pela petroleira norueguesa Equinor (40%), em parceria com ExxonMobil (40%), Petrogal Brasil (20%) e Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA, gestora do contrato de partilha; não investidora). A Modec, por sua vez, foi contratada pelo consórcio para conduzir a engenharia, a aquisição, a construção e a instalação da embarcação. O FPSO de Bacalhau será operado pela Modec durante seu primeiro ano de atividades. Depois, a Equinor assumirá o controle da instalação até o final do período de licença.

PETROLÍFERO

Valor - SP   22/02/2024

O caso pode ser levado para deliberação do tribunal do órgão no fim de março

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tende a aceitar o pedido da Petrobras e liberar a estatal da obrigação de vender refinarias e ativos restantes no mercado de distribuição e transporte de gás natural, segundo apurou o Valor com fontes que participam das negociações. As vendas estão previstas nos acordos firmados em 2019 que visaram reduzir a participação da empresa nos dois setores. O Cade deve impor “remédios comportamentais”, que são restrições mais leves do que a venda de ativos. O caso pode ser levado para deliberação do tribunal no fim de março.

No fim de 2023, a atual gestão da Petrobras pediu uma revisão dos dois Termos de Compromisso de Cessação (TCC) fechados no primeiro ano da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A estatal se comprometeu a vender oito refinarias para abrir o mercado de refino e três redes de gasoduto. Os desinvestimentos faziam parte de um amplo programa de governo que previa a desestatização da empresa.

Desde então, após sucessivos pedidos de adiamento com a alegação de não encontrar interessados nos ativos, a Petrobras vendeu quatro refinarias e dois gasodutos. Crítico dessa operação desde a época em que era senador, o atual presidente da estatal, Jean Paul Prates, que tem participado das negociações com o Cade, pediu a revisão no fim do último ano.

Segundo o Valor apurou, a tendência no Cade é que essa medida estrutural de desinvestimento seja substituída, sem grandes divergências, por remédios comportamentais, que envolveriam, por exemplo, não discriminação de concorrentes, garantia de formação de preços de mercado e outras.

Ainda está sendo discutido adotar medidas de governança que garantam a atuação de forma independente no caso de a terceira unidade de gás não ser vendida. A negociação sobre o gás está mais adiantada que a das refinarias, mas a ideia é os dois casos serem analisados de forma conjunta para homologação pelos conselheiros. Essa é a dinâmica geral dos TCCs - são negociados pela Superintendência-Geral e homologados pelo tribunal.

Setores do governo também avaliam que, com a maioria do tribunal recém-indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a tendência é que o caminho para a Petrobras seja mais fácil - quatro conselheiros tomaram posse no início deste ano. A depender dos termos da revisão, segundo especialistas, pode haver insegurança jurídica no setor.

Faltou ‘enforcement’ do Cade para cumprir os acordos”

— Pedro Rodrigues

Ainda não há uma proposta fechada. Fontes do processo de negociação disseram que os contatos com o Cade têm sido muito dinâmicos, com muitas “idas e vindas”, com o recebimento de propostas da própria estatal. Mas os diálogos estão avançados. No limite, a Petrobras ainda poderia ser multada se o conselho entender que ela descumpriu os acordos, o que não está na mesa no momento.

Ao Valor, Pedro Rodrigues, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), afirmou que a desobrigação pode causar insegurança jurídica, tanto em relação aos compradores das quatro refinarias vendidas quanto a possíveis “players” que queiram entrar no Brasil. “Faltou ‘enforcement’ do Cade no cumprimento dos acordos firmados. Assim, houve insegurança para investidores que poderiam se interessar pelos ativos”, avaliou. “A mudança de direção da política da Petrobras é legítima, o questionável é um órgão de estado como o Cade modificar acordo que trazia segurança tanto para agentes que já investiram quanto para futuros investidores”, disse.

Os TCCs foram firmados para encerrar uma investigação aberta pelo Cade em 2018 sobre a atuação da empresa nesses mercados. No refino, o órgão de defesa da concorrência recebeu uma denúncia da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que alegou que a Petrobras estaria praticando preços abaixo da paridade internacional, o que teria afetado expectativas e a continuidade dos investimentos realizados pelos importadores a partir das sinalizações anteriores da empresa.

Já em relação ao mercado do gás, suspendeu três processos diferentes instaurados no órgão contra a Petrobras por abuso de monopólio. Ao propor vender os ativos, existe a avaliação no órgão de que a empresa fez na época uma oferta “irrecusável” ao Cade, que era se desfazer de posição dominante. Isso, consequentemente, encerrava eventual ilícito praticado.

À época, no início das negociações, a venda dos ativos não foi uma imposição do Cade, pois poderiam ter sido adotadas medidas alternativas, como os remédios comportamentais que agora estão em discussão, segundo fontes. Eles alegam que desde o início o acordo poderia ser revisto a depender de uma série de fatores, entre eles a alteração de estratégia.

Ainda há interpretações entre integrantes do órgão no sentido de que a recente mudança na política de preços, que alterou o modelo do PPI, poderia justificar a obrigação da venda das refinarias.

Sergio Araujo, presidente da Abicom, avalia que o Cade deve firmar remédios alternativos robustos caso aceite o pedido da Petrobras. “Com a revisão do acordo, quem investir em refino vai competir com o dominante (Petrobras) que pode ter uma política de precificação não aderente ao mercado”, criticou.

A Petrobras, procurada, não se manifestou até o fechamento.

Infomoney - SP   22/02/2024

Os contratos futuros de petróleo chegaram a recuar em parte do dia, mas fecharam a quarta-feira, 21, com sinal positivo. Notícias do setor e avaliações sobre ele seguiam como foco, com reação discreta à publicação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no período da tarde.

O contrato do WTI para abril registrou alta de 1,13% (US$ 0,87), a US$ 77,91 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês subiu 0,84% (US$ 0,69), a US$ 83,03 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

No início do dia, o petróleo estendia perdas do dia anterior, em quadro de certa cautela antes da ata do Fed. Continua a haver certa cautela com o quadro no Oriente Médio, mas sem reviravoltas. Ao longo da sessão, houve ganho de fôlego nos contratos, em meio a relatos ainda incertos sobre eventual acordo entre Israel e o Hamas.
Diretor de Recursos Naturais na América do Norte da Fitch, Lucas Aristizabal afirmou nesta quarta-feira, em evento virtual, que o conflito no Oriente Médio afetava mais a logística, não a produção de petróleo. Segundo ele, a agência mantém avaliação “neutra” sobre o mercado do óleo em 2024, em quadro “confortavelmente equilibrado”.

O Bank of America, por sua vez, também avalia o mercado e considera os preços “relativamente baratos”, particularmente diante do nível atual dos estoques globais. O BofA diz que muitos fatores colaboram para estabilizar os preços do petróleo na sua faixa atual, de US$ 80 o barril para o Brent, e o banco também considera que pode redução na volatilidade.

Já a Eurasia, ao observar o quadro geopolítico, acredita que os EUA devem ampliar sanções contra a Rússia, por causa da morte do dissidente Alexei Navalny. A consultoria acredita, porém, que metais devem ser o alvo, sem medidas para conter de modo significativo as exportações do óleo do país.

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