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21 de Maio de 2024

SIDERURGIA

IstoÉ Dinheiro - SP   21/05/2024

O governo planeja publicar no início de junho a regulamentação da cota de importação de 11 itens da siderurgia, anunciada no final de abril. O estabelecimento de cotas – com imposto de importação majorado a 25% sobre o que entrar além do limite – foi definido pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), mas, para entrar em vigor, precisa ser regulamentado.

O Executivo precisava cumprir algumas etapas para publicar as regras, como obter o aval dos parceiros do Mercosul. Além disso, teve de estudar formas para evitar que uma corrida pela compra de produtos atropele importadores com menos capacidade. A medida terá validade de 12 meses, a partir da publicação da portaria.

A forma como o governo vai operacionalizar o regime de cotas é acompanhada com atenção e ansiedade pelo setor. Esse alerta foi dado nesta segunda-feira, 20, diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin.

Em discurso no encontro promovido no Palácio do Palácio do Planalto, o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, disse ser “imprescindível’ que o sistema “cota-tarifa” seja eficiente e bloqueie as importações “predatórias”.

“O sistema é novo no Brasil e precisará ser acompanhado e refinado”, observou Lopes.

Técnicos já têm apontado nos bastidores que a implementação das cotas vai exigir monitoramento sob diversos aspectos. Por exemplo, o governo terá de verificar se o cálculo da cota – que é a média de importação entre 2020 e 2022 acrescido de 30% – está correto, superestimado ou subestimado.

A avaliação é que a metodologia poderá ser constatada como imprecisa, por exemplo, se a importação de nenhum dos aços afetados chegar ao limite da cota, porque dessa forma o governo não estaria conseguindo proteger efetivamente a indústria nacional das compras externas.

Além disso, a Camex ainda precisará monitorar o comportamento das outras NCMs não incluídas na decisão – pelo risco de a importação desses itens aumentar em substituição aos que terão sobretaxa (“NCM de fuga”). Por fim, a Camex também terá de dar uma resposta sobre os quatro produtos siderúrgicos que restaram na pauta para uma segunda avaliação. Entre eles estão aços usados em oleodutos ou gasodutos e em revestimento de poços.

Investimentos

Representantes da indústria do aço apresentaram ao presidente Lula investimentos de 100,2 bilhões (US$ 19,4 bilhões) em cinco anos no encontro desta segunda. A iniciativa foi condicionada à “eficácia” das medidas de controle e defesa comercial adotadas pelo governo.

Alckmin comemorou a previsão de investimentos pela indústria siderúrgica. Em conversa com a imprensa após reunião, ele listou medidas tomadas pelo governo para o setor.

“São R$ 100,2 bilhões de investimento anunciado hoje. Fizemos trabalho no Mdic estabelecendo cotas, por preocupação à importação de aço, que levou à ociosidade em indústria de base importante. Também agimos na defesa comercial, estabelecendo cinco mecanismos antidumping, comprovados os dumping, e dez investigações em curso (…). Isso foi entendido pela indústria e o resultado são R$ 100 bilhões de investimento, melhorando competitividade, gerando emprego e renda”, disse Alckmin.

Ele avaliou a implementação do sistema cota-tarifa como um primeiro passo para combater o excesso das compras vindas da China e cobrou que o regime seja executado de forma eficaz e monitorada.

O vice-presidente afirmou ainda que Lula deve sancionar, na próxima semana, a depreciação acelerada para indústria, com incentivo fiscal para estimular a indústria a investir em novas máquinas e equipamentos.

A “depreciação acelerada” funciona como uma antecipação de receita para as empresas em um período de dois anos. O programa permite que as empresas abatam o valor das compras de um bem de capital (como maquinário e equipamentos) nas declarações futuras de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

O texto foi aprovado no Congresso no final de abril. Pelo texto aprovado nas duas Casas, esse abatimento dos produtos comprados em 2024 poderá ser feito em dois anos, e não em até 25 anos, como previsto anteriormente. O projeto é uma das prioridades da agenda do Mdic.

O governo estimou uma renúncia fiscal de no máximo R$ 1,7 bilhão com o programa em 2024. Pelo texto aprovado na Câmara e no Senado, o valor poderá ser ampliado por meio de decreto caso haja espaço no Orçamento.

Patamar ‘inaceitável’

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda que o consumo de aço no Brasil está baixo e vai aumentar. Ele deu a declaração durante a solenidade com representantes do setor.

“Tenho certeza que o consumo de aço vai aumentar muito, ele está num patamar inaceitável”, declarou. Haddad afirmou que medidas na área microeconômica permitem o governo apoiar comércio, indústria e serviços.

Segundo o ministro, o Brasil será mais competitivo no mercado global de aço se mirar na produção verde. “O aço verde terá apelo no mercado internacional”, disse, acrescentando que o produto deve se tornar o “carro-chefe.”

Ele defendeu a criação da cota-tarifa para importação de aço e disse que os países centrais da economia global estão mais protecionistas. “O Mdic foi muito bem em eliminar concorrência desleal (em aço).” Haddad também afirmou que o País precisa ficar atento para mudanças geopolíticas. Segundo ele, isso não é adotar “dogmas sem olhar o comportamento dos parceiros”.

O ministro afirmou que o Brasil tem a capacidade de alavancar sua produção de aço com medidas voltadas à indústria automobilística e com o Minha Casa, Minha Vida.

Ele ainda pediu apoio dos industriais para a regulamentação da reforma tributária no Congresso e para a votação do marco dos seguros. De acordo com Haddad, os Três Poderes estão construindo um novo cenário econômico em aliança com a iniciativa privada. Ele disse que “o trabalho tem que continuar”, sem se deixar levar por “vozes dissonantes.”

Agência Brasil - DF   21/05/2024

Empresas do setor siderúrgico pretendem investir R$ 100,2 bilhões no Brasil até 2028. O valor foi anunciado nesta segunda-feira (20) após reunião entre representantes do segmento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros da área econômica.

Os detalhes sobre os investimentos não foram divulgados. O anúncio ocorre menos de um mês depois de o governo anunciar cotas de importação por um ano para 11 tipos de produtos de aço e taxação de 25% sobre o que exceder os limites. Em fevereiro, o governo tinha restaurado as tarifas de importação para cinco itens.

Por meio das redes sociais, o presidente Lula comemorou a decisão do setor siderúrgico. “Além de lançarmos o Novo PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] nesses 16 meses de governo, após pegarmos um país desestruturado, também recebemos o anúncio de R$ 130 bilhões do setor automobilístico e agora estamos anunciando mais R$ 100 bilhões de investimentos da indústria siderúrgica nos próximos cinco anos", escreveu.

Em entrevista coletiva após a reunião, o vice-presidente Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, classificou a decisão de “anúncio importante” e disse que os investimentos são consequência das políticas do governo de apoio ao setor siderúrgico.

“O resultado são R$ 100 bilhões em investimentos, melhorando a competitividade, gerando descarbonização, emprego e renda", afirmou. Alckmin ressaltou que a imposição de cotas de importação é algo inédito na política industrial brasileira e que o governo tem aplicado outros instrumentos, como tarifas antidumping, sobretaxas para a comercialização de produtos abaixo do preço de custo, e que há dez investigações comerciais em curso.

Segundo o vice-presidente, a política de apoio ao aço ajudará a diminuir a ociosidade no setor siderúrgico. “Houve uma grande preocupação em relação à importação de aço. Nos últimos anos, teve um crescimento muito grande da importação, levando à ociosidade uma indústria de base importante”, acrescentou Alckmin. Ele ressaltou que o aço brasileiro poderá ser usado pela indústria automotiva, que nos últimos meses anunciou investimentos no país.
Repercussão

Segundo o Instituto Aço Brasil, de janeiro a março, o Brasil importou cerca de 1,3 milhão de toneladas de aço, alta de 25,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos últimos anos, o segmento criticava a concorrência desleal do aço estrangeiro, que impedia o aumento da produção brasileira.

Presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, Jefferson de Paula ressaltou que o setor investiu R$ 162 bilhões em 15 anos e emprega 2,9 milhões de pessoas. No entanto, as siderúrgicas nacionais operam com cerca de metade da capacidade instalada, tendo produzido 26,6 milhões de toneladas, diante de um potencial de produção de 51 milhões. Segundo Jefferson, no ano passado, 26% do aço consumido no país foi importado, sendo 58% vindo da China.

Também presente ao anúncio, o presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Ricardo Alban, comemorou a iniciativa, mas pediu providências em relação a outros segmentos que enfrentam problemas de concorrência com os produtos importados. Ele citou os setores petroquímico, químico, de fertilizantes e da construção civil como áreas que precisam de medidas.

Investing - SP   21/05/2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 20, que o consumo de aço no Brasil está baixo e vai aumentar. Ele deu a declaração em solenidade com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, representantes do setor siderúrgico e outros ministros, no Palácio do Planalto.

"Tenho certeza que o consumo de aço vai aumentar muito, ele está num patamar inaceitável", declarou Haddad.

Ele afirmou que medidas na área microeconômica permitem o governo apoiar comércio, indústria e serviços.

Haddad citou a redução na inflação e o câmbio. Segundo ele, o valor do Real está estável, apesar da taxa de juros dos Estados Unidos e outros fatores da economia global. Também mencionou a aprovação da reforma tributária e o marco das garantias.

O ministro disse que Lula herdou uma série de dificuldades do governo anterior - apesar de não ter citado o chefe da última gestão, Jair Bolsonaro. Segundo ele, o presidente já enfrentou dificuldades antes, mas dessa vez "o destino caprichou".

"É fundamental colocar ordem na bagunça que foi herdada desse período", disse o ministro. "Este ano vai ser infinitamente melhor do que o ano anterior, e assim sucessivamente", afirmou ele.

Haddad afirmou que o governo conduz uma política macroeconômica responsável.

Protecionismo

O ministro da Fazenda defendeu ainda a criação da cota-tarifa para importação de aço e disse que os países centrais da economia global estão mais protecionistas.

"O MDIC [Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços] foi muito bem em eliminar concorrência desleal em aço", disse Haddad.

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Ele também afirmou que o País precisa ficar atento para mudanças geopolíticas. Segundo ele, isso não é adotar "dogmas sem olhar o comportamento dos parceiros".

Haddad afirmou que o Brasil tem a capacidade de alavancar sua produção de aço com medidas voltadas à indústria automobilística e com o Minha Casa, Minha Vida.

Aço verde

O ministro da Fazenda disse também que o Brasil será mais competitivo no mercado global de aço se mirar na produção verde. "O aço verde terá apelo no mercado internacional", disse Haddad.

Segundo ele, o produto deve se tornar o "carro-chefe".

O ministro pediu apoio dos industriais para a regulamentação da reforma tributária no Congresso e para a votação do marco dos seguros.

De acordo com Haddad, os Três Poderes estão construindo um novo cenário econômico em aliança com a iniciativa privada.

Ele disse que "o trabalho tem que continuar", sem se deixar levar por "vozes dissonantes".

ECONOMIA

Globo Online - RJ   21/05/2024

O mercado elevou para 10% a projeção para a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, no fim deste ano. É o terceiro aumento consecutivo registrado pelo Boletim Focus, que reúne estimativas de analistas compiladas pelo Banco Central, para os juros. Na semana passada, eles projetavam 9,75%. O Focus também apontou maior inflação, dólar mais alto e menor crescimento econômico este ano.

Essa mudança reflete as preocupações com o controle das contas públicas no Brasil e as incertezas em relação ao comportamento dos juros nos Estados Unidos.

Câmbio até a R$ 5,15

Para o IPCA, as estimativas do Focus em 2024 passaram de 3,76% para 3,80%. Lucas Farina, economista da Genial Investimentos, explica que as projeções do mercado começaram a se descolar ainda mais das metas fixadas para a inflação depois da divisão na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,5% ao ano.

Pacheco diz que desoneração da folha está ‘estabilizada’ após decisão de Zanin e que projeto deve sair nos próximos dias

— Tivemos uma maior desancoragem das expectativas futuras de inflação por conta dos desdobramentos do voto rachado, que passou uma percepção de uma ala mais hawkish (restritiva) e outra mais dovish (flexível). A nova diretoria que assume no ano que vem pode entrar com uma credibilidade arranhada. Ainda temos que esperar para ver, mas basta a percepção para fazer preço, principalmente nas expectativas — afirma Farina.

Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, em reunião privada com diretores do BC, economistas disseram não ver espaço para mais cortes na Selic, devido ao aumento das expectativas da inflação.

Os analistas presentes na reunião levantaram receios de que o Copom se torne mais brando em relação à inflação, disseram as fontes. A maior parte deles projeta o IPCA acima da meta de 3%, e há quem aposte que pode chegar a 4%.

Com relação ao cenário externo, a projeção de um dólar mais elevado no fim deste ano — as estimativas do Focus passaram de R$ 5 para R$ 5,04 — deve-se à mudança no cenário de juros nos Estados Unidos. Espera-se que o Federal Reserve (Fed, o BC americano) cortasse a taxa, hoje no intervalo entre 5,25% e 5,5%, ainda em junho.

Mas os últimos dados mostram uma inflação resistente, e membros do Fed já sinalizaram que os juros ficarão nesse patamar por mais tempo.

Juros altos nos EUA tornam os investimentos em renda fixa lá mais atraentes que os de economias emergentes, como o Brasil, considerados de maior risco, explica Farina.

— Revisamos nossa taxa de câmbio de R$ 5,05 para R$ 5,15 no fim do ano, por conta dos juros nos Estados Unidos — diz o economista da Genial.

Álvaro Frasson, economista do BTG Pactual, vê uma piora no cenário:

— Há uns dois meses, o mercado tinha um ou dois dados de inflação ruins nos Estados Unidos. Mas passou um tempo e foram três, então o mercado ficou com medo de que em maio tivesse mais um dado ruim. A história está presente faz tempo, mas a intensidade mudou.

O economista Álvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec, lembra que a tragédia no Rio Grande do Sul contribuiu para a piora nas projeções do PIB, de 2,09% para 2,05%. Ele avalia que o Focus ainda deve mostrar novas pioras nas estimativas nas próximas semanas.

— O PIB provavelmente vai ter um impacto dessa tragédia no Rio Grande do Sul. O mercado está começando a incorporar esse choque e vai reduzir, em alguma medida, a projeção para este ano. Fora que uma Selic mais alta também pode levar o mercado a ver um crescimento um pouco menor — afirma Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo Corretora.

Para Farina, ainda é preciso esperar pelos próximos dados para se ter uma noção mais precisa do tamanho do impacto das enchentes na economia.

Ibovespa recua 0,31%

O Focus teve impacto no Ibovespa, que fechou em queda de 0,31%, aos 127.751 pontos. Nos juros futuros, os contratos com vencimento em janeiro de 2025 permaneceram estáveis, em 10,37%, mas aqueles com vencimento em janeiro de 2026 subiram de 10,655% para 10,70% e os com vencimento em janeiro de 2027 avançaram de 11% para 11,05%.

— Na ponta mais curta da curva de juros, o mercado praticamente não precifica nenhum corte na Selic, mas vemos um aumento olhando mais para a frente, em parte não só porque a Selic subiu para 10% no Focus, mas porque as expectativas da inflação continuam subindo — explica Costa.

O Estado de S.Paulo - SP   21/05/2024

Aos 24 anos, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) está em xeque com os consecutivos resultados negativos das contas públicas. Depois de 14 anos no azul, desde a criação da lei em 2000, as contas do governo federal foram parar no negativo em 2014, justamente no ano em que houve a primeira grande alteração para refinanciar a dívida dos Estados e municípios. De lá para cá, os gastos ainda não voltaram para a superfície de forma sustentável. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estipulou a meta de zerar o déficit em 2024, mas ainda admite resultados negativos até o fim do mandato.

O projeto de criação da lei enfrentou forte oposição no País. Em julho de 1999, por exemplo, o então prefeito de Belo Horizonte, Célio de Castro (PSB), chamou a LRF, proposta pelo governo Fernando Henrique Cardoso ao Congresso Nacional, de “AI-5 fiscal”, comparando o projeto ao Ato Institucional nº 5, baixado em 1969, o mais forte instrumento de poder da ditadura militar.

Foram várias as críticas de prefeitos, governadores e parlamentares, que se aproximavam de um ano eleitoral e temiam ter de cortar gastos e comprometer a campanha municipal. O próprio relator na Câmara, o deputado Pedro Novais (PMDB-MA), dizia que a proposta era “muito malfeita” e que serviria para enquadrar “pequenos funcionários e prefeitos miseráveis”.

A LRF foi aprovada, promulgada no dia 4 de maio de 2000 e completou 24 anos neste mês. A mudança deu início a um período com resultados positivos para as contas públicas, queda de endividamento dos Estados e maior transparência sobre os gastos dos municípios, mas o Brasil voltou a ficar com as contas no vermelho e ainda enfrenta o desafio de controlar a dívida pública.

Gastando mais do que arrecada, o governo precisa se endividar para bancar os serviços públicos e fazer investimentos. A LRF obriga o poder público a perseguir metas para equilibrar as contas e o endividamento. No ano passado, o governo federal gastou R$ 230,5 bilhões a mais do que arrecadou, sem contar as despesas com juros. A dívida bruta do governo geral, que reúne União, Estados e municípios, atingiu 75,7% do PIB em março deste ano, impondo um desafio para a estabilização.

Uma das autoras da LRF, a economista Selene Peres Peres Nunes afirma que o arcabouço fiscal desenhado pelo governo Lula tira a credibilidade da legislação ao estabelecer uma meta de resultado primário (receitas e despesas) com intervalos de tolerância que, na prática, jogam os esforços para baixo. Em 2024 e 2025, a meta do governo é zerar o déficit público, mas ainda há uma tolerância de déficit equivalente a 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).

A meta que admite somente resultados positivos foi adiada para 2027, depois do mandato atual do presidente Lula. “Na prática, se você estabelece uma banda, a sua meta para valer vai ser a banda inferior porque é ela que dispara os mecanismos da LRF (como a necessidade de bloquear despesas)”, diz Selene, assessora econômica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão durante a elaboração da lei e atual secretária de Economia de Goiás.

O Brasil também enfrenta um cenário de queda dos investimentos públicos. E a queda se intensificou depois de 2014, coincidindo com o início do déficit fiscal e as mudanças na LRF. Em 2010, o investimento público totalizou 1,15% do PIB. Em 2014, 0,99%. No ano passado, caiu para 0,54% e com um componente a mais: um terço do valor foi capturado por emendas parlamentares, que se traduzem em projetos paroquiais e sem vinculação com projetos de desenvolvimento nacional.
Dívida dos Estados cai, mas Rio de Janeiro, Rio Grane do Sul e Minas Gerais estão em alerta

Nos Estados, houve queda do endividamento. Quando a LRF foi aprovada, 17 Estados tinham dívidas maiores do que suas arrecadações. Hoje, são quatro (Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo). No total, a dívida dos governos regionais caiu de 73% da receita corrente líquida em 2016 para 31% em 2022, de acordo com dados do Tesouro Nacional. Três Estados, porém, estão em alerta maior: Rio de Janeiro, com dívida de 188%, Rio Grande do Sul (185%) e Minas Gerais (168%).

A LRF não admite um endividamento superior a 200% da arrecadação, o que tem levado os governos estaduais a rodadas de negociação com a União, o principal credor dos débitos. “Às vezes a gente dá três passinhos para a frente, mas dá um passinho para trás porque a nossa resistência em avançar e aceitar que as contas públicas têm de ser equilibradas é muito grande”, diz Selene Peres Nunes.

Desde a promulgação da lei, a LRF passou por oito governos diferentes (FHC 2, Lula 1, Lula 2, Dilma 1, Dilma 2, Temer, Bolsonaro e Lula 3) e por mudanças no regramento fiscal, incluindo o teto de gastos públicos, o orçamento de guerra da pandemia de covid-19 e agora o novo arcabouço fiscal. Nos Estados e municípios, porém, é a LRF que permanece como a referência para os gestores públicos.

A lei fixou o limite de despesas do poder público com funcionários: 50% da receita corrente líquida na União e 60% nos Estados e municípios. Na época da votação, 15 Estados estouravam o teto e não havia sequer dados sobre outras 10 unidades da federação. Em 2023, apenas dois ficaram acima do limite: Rio Grande do Norte e Minas Gerais, sem considerar os que descumpriram os limites individuais de cada Poder.

A presidente da Associação da Auditoria de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU), Lucieni Pereira, aponta um problema na verificação dos gastos: cada vez mais governos locais vêm burlando a LRF por meio da contratação de serviços e terceirizados para realizar as atividades da administração pública, escapando dos limites. “O equilíbrio fiscal ainda não é um valor na sociedade”, diz.

Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) identificou que 35,4% das prefeituras brasileiras contratavam organizações sociais para prestação de serviços em 2022. Desse universo, 40% dos municípios registravam apenas 10% desses gastos como despesas de pessoal e 42,3% não sabiam que parte correspondia a gastos com pessoal, evidenciando que a maioria dos valores não estava sendo registrada nos limites da LRF.

Para a auditora do TCU, o cenário de burla aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal se soma aos constantes resultados negativos das contas públicas nacionais, ao endividamento dos governos locais, com rodadas atrás de rodadas de refinanciamento por parte da União, e à queda dos investimentos públicos. “É uma tempestade perfeita sobre as finanças públicas, e ainda com o Judiciário com a visão de que a União tem de assumir todas as obrigações de Estados e municípios”, diz Lucieni.

IstoÉ Dinheiro - SP   21/05/2024

O dólar à vista apresentou ligeira valorização nesta abertura de semana, em dia marcado por sinal predominante de alta da moeda norte-americana no exterior e por um pequeno avanço das taxas dos Treasuries. Na ausência de indicadores relevantes nos EUA, investidores absorveram nova rodada de comentários cautelosos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em relação aos próximos passos da política monetária.

Entre o fim da manhã e o início da tarde, o dólar até ensaiou uma queda no mercado local e rompeu pontualmente o piso de R$ 5,10. Operadores relataram internalização de recursos por exportadores, estimulada pela valorização do minério de ferro, e ajustes pontuais de posições no segmento futuro. O real acabou perdendo força ao longo da tarde. Analistas afirmam que a taxa de câmbio ainda carrega prêmios de risco associados à questão fiscal e à piora de expectativas de inflação, chancelada nesta segunda-feira pelo Boletim Focus.

No fim da sessão, o dólar à vista era negociado a R$ 5,1047, em alta de 0,05%, após ter encerrado a semana passada com desvalorização de 1,09%. As oscilações foram bem contidas, com variação de pouco menos que quatro centavos de real entre a mínima (R$ 5,0914) e a máxima (R$ 5,1045). No mês, o dólar ainda acumula baixa de 1,69%. No ano, avança 5,18%.

No exterior, o índice DYX – termômetro do comportamento do dólar em relação a seis divisas fortes – passou o dia em leve alta, com máxima aos 104,649 pontos. A moeda americana avançou na comparação com maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities, que, na sexta-feira, haviam se beneficiado do anúncio de estímulos ao setor imobiliário na China.

O economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, observa que o DXY experimentou certo alívio recente com dados de emprego e inflação mais moderados nos EUA, mas que ainda se mantém em nível elevado, o que contribui para que a taxa de câmbio apresente “rigidez” no mercado doméstico.

Para Velho, com a agenda de indicadores norte-americana esvaziada nesta segunda e na terça-feira, os investidores devem adotar uma postura mais cautelosa e evitar aumento da exposição ao risco à espera da divulgação, na quarta-feira, 22, da ata do Federal Reserve.

“Vejo o Fed mais duro, com diretores mais ortodoxos que o próprio mercado. A curva americana já está precificando queda de juros em setembro. A ata deve reforçar esse tom cauteloso do Fed, sem compromisso de queda de juros. E com isso não há espaço para o dólar ter uma queda consistente”, afirma Velho.

Dirigentes do Fed reiteraram nesta segunda-feira que é preciso mais confiança no processo de desinflação para que haja uma alteração na política monetária americana. À tarde, a presidente da distrital de São Francisco, Mary Daly, afirmou que ainda não vê recuo sustentado da inflação em direção à meta e, por isso, não há pressa em ajustar a taxa de juros. Em tom mais duro, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, disse que o BC americano pode manter ou até aumentar os juros, caso haja estagnação ou reversão do progresso obtido no controle da inflação.

Por aqui, o Boletim Focus trouxe aumento das expectativas para o IPCA neste ano (de 3,76% para 3,80%) e no próximo (de 3,66% para 3,74%). A projeção para a taxa Selic em dezembro subiu de 9,75% para 10%, apenas 0,50 ponto porcentual abaixo do nível corrente.

Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, adotou postura mais conservadora em conversas com investidores no fim da semana passada, reiterando que o BC vai agir contra a desancoragem das expectativas.

“O BC faz bem em indicar uma Selic terminal em nível maior. Teoricamente, isso levaria a uma queda do dólar. Mas existem outros fatores, como a curva de juros americana e o fluxo cambial mais fraco neste ano, que dão rigidez ao dólar. Não tem nada que puxe a taxa de câmbio para baixo de forma sustentada”, afirma Velho, da JF Trust.

IstoÉ Dinheiro - SP   21/05/2024

As preocupações internas com as dinâmicas da inflação, do juro básico e das contas públicas pesam no Ibovespa nesta segunda-feira, 20, se sobrepondo à influência do viés de alta da maioria dos índices de ações dos Estados Unidos. A agenda de indicadores interna e externa está esvaziada, mas os investidores monitoram falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e o boletim Focus, informado pelo Banco Central (BC), mais cedo.

A pesquisa Focus mostrou revisão para cima nas estimativas do mercado para a taxa básica, que atualmente está em 10,50% ao ano. A Selic no levantamento para 2024 passou de 9,75% para 10,00% ao ano.

Ainda no relatório, houve alteração nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano (de 3,76% para 3,80%) e do seguinte (de 3,66% para 3,74%), além de redução na expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 e aumento na estimativa do déficit primário deste ano.

“A revisão na projeção de inflação para cima é ponto de atenção na Focus, ao passo que o mercado já vinha reavaliando a possibilidade de uma Selic maior. Agora, fala-se em taxa de 10% no final do ano e não mais de 9,75%, tampouco de 9,50%. E nos EUA, antes falava-se qual seria o ritmo de corte dos juros, agora há dúvidas se de fato haverá queda”, diz Raony Rossetti, CEO e cofundador da Melver. Desta forma, acrecenta, os mercados ficam sem entender qual direção devem seguir.

A queda do petróleo e as incertezas acerca de qual será a conduta da nova gestão na Petrobras, ainda que a nomeação da presidente indicada pelo cargo esteja prestes a acontecer, também entram como limitadores a uma alta do Índice Bovespa por conta da elevação do minério de ferro na China.

Nem mesmo impulsiona o principal indicador da B3 a informação de que a Braskem poderá receber uma indenização bilionária da Novonor . As ações da Braskem sobem quase 5,00%, mas sem forças para animar o Ibovespa.

Além do fato de o banco central chinês ter mantido suas principais taxas de juros inalteradas, os investidores ainda digerem a informação de que a Vale apresentou nova proposta relacionada ao rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, no Estado de Minas Gerais. A informação foi antecipada na sexta-feira pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Ao mesmo tempo, miram a reunião que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá à tarde com o setor siderúrgico, para anunciar medidas ao segmento.

Em dia de agenda parca de indicadores, os mercados aguardam sinais sobre a política monetária americana. Hoje, há discursos de vários dirigentes do Federal Reserve e na quarta será divulgada a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) de maio.

Mais cedo, o vice-presidente para Regulação do Federal Reserve (Fed), Michael Barr, afirmou que crescimento dos EUA é “sólido” e o desemprego está baixo, enquanto na inflação houve avanços nos dois últimos anos, mas “ainda há um caminho pela frente”.

Além das incertezas externas, Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, acrescenta que a piora nas projeções na Focus reforçam o clima de desconforto que ficou nos mercados após o placar dividido no Comitê de Política Monetária (Copom) de maio. Isso, diz, somado aos riscos fiscais crescentes e de iniciativas intervencionistas como na Petrobras, deságua na piora das expectativas.

“O Focus está refletindo um pouco o entendimento que o mercado teve sobre a decisão e o argumento do Banco Central nas ultimas semanas”, reforça o economista Carlos Lopes, do BV. No Copom deste mês, o BC optou por uma decisão mais dura, ao reduzir a Selic em 0,25 ponto porcentual, ao mesmo tempo em que mostrou divisão entre os diretores, com os membros indicados pelo governo optando por um recuo de meio ponto da Selic, explica. “Isso fez com que o mercado majoritariamente entendesse que o próximo BC pode ser mais propenso a tomar o risco de reduzir a Selic, quem sabe aceitando uma taxa de inflação maior”, avalia Lopes.

Às 11h17, o Índice Bovespa subia 0,01%, na máxima aos 128.169,06 pontos, ante recuo de 0,52%, na mínima aos 127.487,97 pontos. Vale caía 0,09% e Petrobras tinha elevação entre 0,71% (PN) e 0,41% (ON). No setor de siderurgia, Gerdau PN cedia 1,33%.

MINERAÇÃO

Diário do Comércio - MG   21/05/2024

Começa nesta terça-feira (21) a Oferta Pública da 8ª Rodada de Disponibilidade de Áreas da Agência Nacional de Mineração (ANM), que inclui áreas disponíveis também em Minas Gerais. São mais de 5.000 áreas disponíveis tanto para pesquisa quanto para lavra envolvendo os mais variados tipos de substâncias minerais em todos os estados da federação, sendo que 687 dessas áreas ficam em Minas Gerais.

O edital foi publicado na sexta-feira (17) e o objetivo é girar economicamente um passivo de cerca de 60 mil áreas no estoque, que podem ser usadas para pesquisa e lavra, contribuindo com a melhoria da economia de todo o País.

Em Minas Gerais a ANM tem oferta de lavra-concessão de ferro, minério de ouro, de manganês e de titânio, calcário, granito, quartzito, gnaisse, dentre outros. Já para pesquisa terão áreas de minério de ferro, minério de ouro, diamante, minério de bauxita, granito, quartzo, dentre outras substâncias.

A etapa de Oferta Pública que começa nesta terça-feira terá seu prazo limite até 22/07/2024. A manifestação de interesse pode ser realizada em múltiplas áreas disponíveis. Caso haja dois ou mais interessados em uma mesma área, acontece, então, a etapa de Leilão Eletrônico, entre os dias 23/7/2024 e 31/7/2024.

O projeto de Disponibilidade de Áreas da ANM seleciona interessados em dar prosseguimento a processos minerários já outorgados no passado, mas que retornaram à disponibilidade pelos mais variados motivos, como indeferimentos de requerimentos, caducidade de títulos, abandono da jazida ou mina, desistência e renúncia.

O processo envolve duas etapas: a fase de Oferta Pública, quando é possível manifestar o interesse pelas áreas, por meio da Plataforma Sople. Havendo dois ou mais interessados em uma mesma área, acontece então a etapa de Leilão Eletrônico, em que o maior lance adquire o direito à pesquisa ou à lavra da área.

Desde que começaram as rodadas da ANM, em setembro de 2020, já foram disponibilizadas 16.869 áreas. As 5.000 áreas da 8ª Rodada totalizam 7.600.925,98 hectares (ha), ou seja, 76.009,26 Km2, uma área superior ao estado do Rio de Janeiro e Alagoas somadas.

Vale lembrar que os investimentos estimados pelo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) em Minas Gerais, relativos a projetos da indústria da mineração para o período de 2024 a 2028, são da ordem de US$ 17,2 bilhões. Enquanto isso, no Brasil, a estimativa de investimentos é de US$ 64,5 bilhões.

A previsão inclui Minas Gerais como o principal destino dos recursos, respondendo por 30,6% do total nacional. Pará, com US$ 15,71 bilhões, sendo 28% de participação, e Bahia, com US$ 9 bilhões e os outros 16,1% vêm na sequência. Além dos três, outras 13 unidades da federação constam na lista de contemplados das mineradoras. Já os aportes em múltiplos estados devem somar US$ 8,2 bilhões.

Infomoney - SP   21/05/2024

Os contratos futuros de minério de ferro atingiram o nível mais alto em três meses nesta segunda-feira, com investidores recebendo bem as últimas medidas de apoio da China para o setor imobiliário local atingido pela crise, o qual representa parte importante da demanda por minério de ferro.

O minério de ferro mais negociado para setembro na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China fechou em alta de 1,1%, a 894,50 iuanes (123,72 dólares) por tonelada.

No início da sessão, o contrato chegou a subir até 2,4%, para 906 iuanes, o maior valor desde 20 de fevereiro.

Na sexta-feira, a China anunciou medidas “históricas” para estabilizar seu setor imobiliário, com o banco central facilitando 1 trilhão de iuanes em financiamento extra e flexibilizando as regras de hipoteca, e os governos locais se preparando para comprar “alguns” apartamentos.

O minério de ferro e o aço são muito utilizados no setor de construção e a China é o maior consumidor mundial dessas commodities.

O minério de ferro de referência para junho na Bolsa de Cingapura subia 1,4%, a 119 dólares a tonelada.

Os ganhos em outros metais, como o cobre e o ouro, com ambos atingindo altas recordes na segunda-feira, também impulsionaram o sentimento de traders em negociações no complexo ferroso, disse um trader.

No entanto, com a margem das siderúrgicas chinesas permanecendo em território negativo, é provável que os preços das matérias-primas caiam em breve, quando as siderúrgicas começarem a pressionar seus fornecedores, acrescentou o trader.
A produção de aço bruto na China nos primeiros quatro meses de 2024 caiu 3% em relação ao ano anterior, e um analista espera que a produção anual deste ano não ultrapasse o nível de 2023.

O último lote de dados da China para o setor imobiliário mostrou que a demanda permaneceu fraca.

Investing - SP   21/05/2024

A mineradora Vale (BVMF:VALE3) afirmou, em nota ao mercado, que as negociações sobre proposta de acordo relacionado ao rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), estão em andamento e são realizadas exclusivamente por meio de mediação conduzida pelo Tribunal Regional Federal da 6ª Região. A companhia disse ainda que seguirá em busca de um acordo que “garanta reparação justa e integral às pessoas afetadas e ao meio ambiente”.

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A nota veio após notícia publicada pela Agência Estado – Broadcast que menciona nova proposta de acordo. “Nova proposta foi apresentada no dia 16 de maio e os termos e condições são confidenciais por imposição da Lei 13.149/2015 (Marco Legal da Mediação) e em atendimento ao Código de Processo Civil de 2015 e à Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça”, alegou a Vale.

As ações da Vale proporcionam alto rendimento ao acionista, segundo o InvestingPro, plataforma premium do Investing.com. A companhia tem margens de lucro bruto impressionantes e o valuation implica forte rendimento do fluxo de caixa livre, de acordo com as Protips, insights de inteligência artificial (IA) com base em indicadores fundamentalistas.

A pontuação geral de saúde financeira é 3, acima da média (considerada em 2,75), ou nota C, considerada como bom desempenho pela plataforma.

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O preço-justo é avaliado em R$80,53, de acordo com 15 modelos de investimentos do InvestingPro. O alvo de dez analistas é mais otimista, em R$74,04.

Máquinas e Equipamentos

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   21/05/2024

O aumento na oferta de ferramentas elétricas é uma das tendências que mais tem chamado a atenção no mercado de máquinas.

Tanto no segmento de manuais quanto no de compactas, as elétricas não possuem emissões durante o uso, têm menor custo operacional em comparação com os modelos a combustão, são de manutenção simplificada e possibilitam boa competitividade em um cenário global cada vez mais exigente e preocupado em descarbonizar os canteiros de obras e as indústrias.

Esse grande marco para redução de emissões será um dos pontos importantes da 2ª Analoc Rental Show, que será realizada de 2 a 4 de julho no Rio Centro, no Rio de Janeiro, e reunirá os principais fabricantes e fornecedores de equipamentos e serviços, para apresentar novidades específicas a locadores de todo o país.

O evento é realizado em parceria entre a Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Setoriais de Locação de Equipamentos para a Construção (Analoc) e o Grupo LocadoresBR.

“A tecnologia tem sido aprimorada para propiciar um forte impacto à sustentabilidade e à produtividade nos canteiros. Por isso, a feira deve apresentar os principais avanços nesse sentido”, reforça Reynaldo Fraiha, coordenador do evento.

Outro ponto bastante discutido entre a indústria e o setor de locação, segundo Fraiha, é como oferecer suporte a práticas como redução perdas, reciclagem de material e uso de energia limpa nas obras.

“As locadoras têm frequentemente dialogado com os fabricantes para contribuir de maneira propositiva na implementação de melhorias, e as conquistas têm sido importantes. A ideia é sempre trabalhar em conjunto, o setor de locação pode fornecer feedbacks e informações de campo importantes para a indústria de equipamentos deixar seus produtos sempre condizentes com as necessidades do mercado. Ou seja, o rental é um grande laboratório para a indústria aprimorar as máquinas”, explica Fraiha.

De acordo com ele, a feira será um local para o encontro perfeito entre locadores, a indústria em geral, com forte presença da construção, e os fabricantes de máquinas, além de importante balcão de negócios para se obter condições especiais de compra.

Ritmo de crescimento – Dados da Analoc apontam que o mercado de locação apresentou um bom crescimento em 2023, deve avançar ainda mais em 2024 e manter o ritmo em 2025.

“Desde a pandemia, identificamos uma melhoria contínua do setor. Em 2021, por exemplo, registramos um salto de aproximadamente 9% e de lá para cá, continuamos a crescer de maneira consistente”, reconhece o coordenador da Analoc Rental Show.

Leônidas Ferreira, conhecido como Leo Sisloc, diretor executivo da Sisloc Softwares de Gestão, presidente do Grupo LocadoresBR e coordenador da Analoc Rental Show, salienta que o mercado de locação é tradicionalmente comprador e precisa renovar suas frotas com frequência, já que as empresas de locação chegam a representar 95% das compras de alguns tipos de equipamentos, fomentando a alavancagem da indústria.

“Semanalmente visitamos locadoras de diversos tamanhos, em sua grande maioria as de médio e pequeno porte, e temos constatado que o rental vem se consolidando como alternativa estratégica e econômica, nas mais diversas linhas de equipamentos”, observa Leo.

De acordo com ele, todos os setores da cadeia produtiva no país recorrem às locadoras em busca de máquinas para manutenções industriais, construção civil, obras de rodovias, terraplenagem, agronegócio, ferrovias, portos, aeroportos, saneamento básico, transporte, até para obras civis, que vão desde edificações até as domésticas.

“Mas, para manter o mercado aquecido, é preciso política de estado ao invés dos planos setoriais que se modificam a cada governo, ou a cada quatro anos. Somente assim será possível ter segurança jurídica e econômica que possibilitam investimentos com mais qualidade em todas as frentes,” observa.

Serviço
2ª Analoc Rental Show
Data: 2 a 4 de julho de 2024
Riocentro, Rio de Janeiro, RJ

Jornal de Brasília - DF   21/05/2024

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deve sancionar, na próxima semana, a depreciação acelerada para indústria, com incentivo fiscal para estimular a indústria a investir em novas máquinas e equipamentos. A declaração ocorreu nesta segunda-feira, 20, em reunião para anúncios referentes ao setor da indústria do aço no Palácio do Planalto.

A “depreciação acelerada” funciona como uma antecipação de receita para as empresas em um período de dois anos.

O programa permite que as empresas abatam o valor das compras de um bem de capital (como maquinário e equipamentos) nas declarações futuras de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

O texto foi aprovado no Congresso no final de abril. Pelo texto aprovado nas duas Casas, esse abatimento dos produtos comprados em 2024 poderá ser feito em dois anos, e não em até 25 anos, como previsto anteriormente.

O projeto é uma das prioridades da agenda do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O relator no Senado foi o senador Jaime Bagattoli (PL-RO).

O governo estimou uma renúncia fiscal de no máximo R$ 1,7 bilhão com o programa em 2024.

Pelo texto aprovado na Câmara e no Senado, o valor poderá ser ampliado por meio de decreto caso haja espaço no Orçamento.

Valor - SP   21/05/2024

Cenário de taxas de juros mais baixas que favoreceram o crédito, inflação mais controlada, aumento da massa de rendimentos colabora para os resultados

Puxadas por aparelhos de ar-condicionado e ventiladores, devido às temperaturas altas em parte do país, sobretudo no Sudeste, as vendas de eletrodomésticos dispararam 36% no primeiro trimestre de 2024, ante igual período de 2023. Os dados foram antecipados ao Valor pela Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletreletrônicos (Eletros) e consideram as vendas da indústria para o varejo.

O impulso do calor para o desempenho do setor tinha aparecido também na Pesquisa Industrial Mensal Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com alta de 17% do volume produzido de eletrodomésticos no primeiro trimestre de 2024, ante igual período do ano passado.

Taxas de juros mais baixas que favoreceram o crédito, inflação mais controlada, aumento da massa de rendimentos e atrasos nas entregas do fim de 2023 por causa da seca nos rios da Amazônia, que prejudicou o escoamento de produtos da Zona Franca de Manaus no período, são alguns dos fatores que contribuíram para a categoria de eletrodomésticos como um todo, apontam fabricantes e especialistas.

No caso de ar-condicionado e ventiladores, pesaram o calor e os produtos com mais eficiência energética, que reduzem o peso na conta da luz por esses aparelhos. Fabricantes também citam os investimentos em tecnologia e o uso de inteligência artificial, que não só colaboram na questão do gasto de energia como garantem mais conforto para o consumidor. A alta de 36% foi a maior dos últimos anos para um primeiro trimestre - pelo menos desde 2019. No caso da linha de ar-condicionado, o aumento foi ainda mais intenso, de 82%.

“Nosso produto acaba sendo um termômetro da economia. Se a economia vai bem, o consumidor troca o aparelho. Se não, manda consertar. Com a redução do juro, a parcela ficou menor, o que ajudou nas vendas. Além disso, tem redução do desemprego, mais dinheiro circulando e crescimento da construção civil. E o calor ajudou em ar-condicionado e ventilador. Com três noites de calor, o consumidor já corre”, diz o presidente-executivo da Eletros, Jorge Nascimento.

Gerente-geral da Electrolux Brasil, Ricardo Araújo também vê a influência da maior disponibilidade de crédito e da inflação mais estável na chamada linha branca, que reúne itens como geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa. Preços sob controle aumentam a confiança na hora da compra, diz ele, que cita também um mercado que lança mão de promoções para convencer o consumidor.

A redução de juros também é citada pelo vice-presidente de vendas B2C da LG Electronics do Brasil, Roberto Barboza, para explicar o bom desempenho de linha branca e TVs neste ano após “condições macroeconômicas desafiadoras”, como volatilidade das taxas de câmbio. No caso da empresa, cita também ações estratégicas para melhorar o portfólio de negócios.

Na avaliação de diretor sênior da divisão de TVs e monitores da Samsung Brasil, Erico Traldi, o segmento é favorecido pela “superdisponibilidade de produtos” com novas tecnologias e pelos movimentos de troca para telas maiores. Hoje, as TVs com 65 polegadas ou mais respondem por 27% do faturamento desse nicho da Samsung. Mas ele admite influência das secas dos rios da Amazônia: “No fim do ano passado o abastecimento ficou um pouco comprometido e aí parte disso ficou para o primeiro trimestre. Mas o crescimento é fruto de uma conjunção de fatores”, afirma.

No segmento de ar-condicionado, a empresa aponta o efeito das temperaturas altas. O diretor da divisão de ar-condicionado da Samsung Brasil, Thiago Dias, lembra que o país teve uma primavera quente, seguida por um verão mais quente que o usual. “A questão da temperatura puxou o mercado”, afirma Dias.

Nosso produto acaba sendo um termômetro da economia”

— Jorge Nascimento

As mudanças na regulamentação, que aumentaram a exigência em eficiência energética, além dos investimentos em tecnologia, também fazem parte desse contexto, além do aumento da oferta de produtos, segundo ele: “Oferecemos cada vez mais produtos para as pessoas usufruírem do conforto do ar-condicionado, mas com eficiência energética”, afirma Dias.

Outra justificativa dos fabricantes para o crescimento da categoria de ar-condicionado é a baixa penetração no mercado brasileiro. Dados da Kantar Worldpanel mostram que apenas 22,6% das casas no Brasil têm algum aparelho. “É uma penetração muito baixa. Em mercados como Estados Unidos e União Europeia, isso passa dos 60% dos lares. Há muito espaço para crescer”, diz Rodrigo Fiani, um dos vice-presidentes da LG no Brasil.

Apesar do crescimento de vendas de eletrodomésticos no começo do ano, o ritmo de expansão não deve se manter para o fechamento de 2024, diz Nascimento, da Eletros. Cauteloso, estima alta de 10% do volume de vendas este ano. Caso se confirme, será possível superar o patamar de antes da pandemia, em 2019.

“Tem vários fatores que ajudaram nesse crescimento do primeiro trimestre que não sabemos se vão se repetir, como o efeito climático, a manutenção de redução dos juros e a melhora do mercado de trabalho, por exemplo. Além disso, há previsão de seca nos rios da Amazônia novamente”, afirma ele.

Esse cenário não contempla eventuais efeitos da tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, diz Nascimento. Segundo ele, ainda é cedo para estimar o impacto no setor. Se na produção de eletrodomésticos o Estado tem pouca representatividade, o cenário é diferente no consumo. Neste processo de reconstrução do Estado e da vida das famílias, o presidente da Eletros acredita na necessidade de uma política específica para a população gaúcha ter acesso a eletrodomésticos e diz estar em conversas com o governo neste sentido, ainda “em estágio inicial.”

“Uma coisa é montar uma casa durante dois, três anos e comprar as coisas aos poucos. Quando se perde tudo e precisa montar de uma hora para a outra, acho que teria uma política de facilitação de acesso aos produtos eletroeletrônicos. Estamos conversando com o governo, tudo é muito embrionário, para pensar num plano de ação de forma facilitada”, afirma.

AUTOMOTIVO

Infomoney - SP   21/05/2024

A Volkswagen parou nesta segunda-feira, 20, a produção de três fábricas em razão da interrupção das entregas de fornecedores de peças gaúchos, cuja produção foi impedida pelas enchentes sem precedentes no Rio Grande do Sul. Já a General Motors (GM) está retomando parcialmente a produção em Gravataí (RS), onde produz o Onix, um dos carros mais vendidos no País.

A Volks informa que alguns de seus fornecedores com fábricas no Estado não conseguem produzir no momento.

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Assim, a montadora iniciou nesta segunda-feira férias coletivas de dez dias nas fábricas de automóveis em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e Taubaté, interior paulista.

A fábrica de motores da Volks em São Carlos (SP) também está com parte do time de produção em férias, que vão durar 11 dias.

Em São José dos Pinhais (PR), onde a Volks monta o utilitário esportivo T-Cross, a produção segue normalmente.

A General Motors, por sua vez, informa que suas operações em Gravataí estão retornando gradualmente. Nesta segunda, um dos turnos voltou.

A fábrica ficou parada nos últimos 12 dias em razão das chuvas no Rio Grande do Sul. “A empresa continua monitorando as condições e adequando a produção do complexo industrial alinhada também ao restabelecimento de fornecedores”, informa a GM, acrescentando que a prioridade no momento é a segurança dos empregados, assim como as ações solidárias ao Estado.

InfraRoi - SP   21/05/2024

O volume de emplacamentos de implementos rodoviários no primeiro quadrimestre de 2024 cresceu 2,63% em relação aos quatro primeiros meses de 2023. A Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir) explica que o número é resultado da força do agronegócio, que aumentam a demanda por transporte no início do ano para suportar o escoamento da produção agrícola.

O setor de Reboques e Semirreboques (Pesados) segue sendo o motor de crescimento da indústria de implementos rodoviários em 2024. De janeiro a abril foram emplacados 30.154 produtos. No mesmo período do ano passado o setor registrou a comercialização de 27.096 unidades.

O segmento de Carroceria sobre chassi (Leves) registrou nos primeiros quatro meses do ano 19.463 produtos emplacados. Em igual período de 2023, o setor comercializou 21.248 unidades. Isso representa retração de 8,4%.

A queda dos emplacamentos em veículos leves não foi suficiente para derrubar o total de vendas do setor, como já foi dito. O total de vendas dos implementos rodoviários chegou a 49.617, 2,63% acima dos 48.344 registrados entre janeiro a abril do ano passado.

Expectativas mistas por causa da Selic

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou que espera que a economia brasileira cresça esse ano 1,9%. O índice está abaixo do registrado pelo País em 2023 (2,9%) mas acima da última estimativa oficial (1,8%). A taxa Selic deve ter mais uma redução em maio, segundo o informado pelo Copom- Comitê de Política Monetária, de 0,5 ponto. A expectativa é que haja uma pausa no ciclo de cortes a partir de junho.

A Anfir diz que, mesmo com a redução na taxa Selic ela permanece em nível muito elevado para que o País tenha um desenvolvimento saudável da economia e isso pode comprometer a evolução do PIB brasileiro.

Infomoney - SP   21/05/2024

Líder de mercado, a Stellantis, dona das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, anunciou nesta segunda-feira (20) que deverá destinar R$ 14 bilhões para o desenvolvimento de seu polo automotivo na cidade mineira de Betim de 2025 a 2030. Além desse montante, a empresa também vai investir R$ 454 milhões para a ampliação da capacidade de produção de motores flex de alta eficiência e baixas emissões, que serão associados às tecnologias de “hibritização” de sua frota, com uma tecnologia chamada Bio-Hybrid. A capacidade da produção de motores na planta passará dos atuais 200 mil para 1,1 milhão ao ano. “É o maior investimento que nós algum dia fizemos em Betim”, disse Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis na América do Sul.

A ampliação da unidade deverá ser finalizada no início do segundo semestre. A investida é um passo para que a empresa possa se preparar para produzir modelos híbridos e elétricos nos próximos anos com maior eficiência de custo – até 2030, serão lançados pelo menos oito modelos do tipo. A estratégia passa pelo compromisso assumido pela empresa de zerar suas emissões de carbono a nível global até 2038.

“As novas tecnologias para carros híbridos ou elétricos, com a nossa tecnologia de segurança veicular, aumentam o custo dos carros. Se nós quisermos ser acessíveis e que os nossos carros possam ser comprados por uma maioria dos consumidores, pela classe média brasileira, vamos ter de recompensar esse maior custo sendo mais eficientes nos nossos processos, na gestão e na produção”, afirmou Cappellano. “A eficiência operacional é claramente uma prioridade para o grupo.”

A Stellantis encerrou o primeiro trimestre de 2024 com participações de mercado de 30,3% no Brasil; 33,9% na Argentina e 23,4% na América do Sul. “Foi um primeiro trimestre difícil, mas bem-sucedido para a indústria. O mercado vem crescendo no Brasil, mas claramente isso não foi acompanhado pelas outras regiões do continente sul-americano, que não estão crescendo no mesmo patamar”, analisou Cappellano.

Até 2030, a empresa deverá investir R$ 32 bilhões na América do Sul, sendo R$ 30 bilhões para sua operação no Brasil e R$ 2 bilhões na Argentina. O montante impulsionará, ainda, o lançamento de 40 produtos no período.
Leapmotor

Sem dar maiores detalhes, a empresa também confirmou que está se preparando para trazer a marca chinesa Leapmotor, que produz modelos elétricos, para a América do Sul até o fim deste ano. Em 2023, a Stellantis adquiriu uma fatia de 20% da startup chinesa, em troca de um investimento de US$ 1,6 bilhão. A aposta, agora, ganha novos contornos com a chegada do produto no país. A ideia é que a joint venture firmada com a Leapmotor faça com que a empresa freie o ganho de mercado da BYD no Brasil.

Além de apoiar a distribuição dos modelos da Leapmotor no país, a Stellantis se beneficiará de ganhos com a troca de tecnologia com a startup chinesa. O executivo considera a parceria um “ganha-ganha”, e aponta que não haverá canibalização de mercado.

“A estratégia com a Leapmotor traz duas oportunidades: uma de produto, de brand, e uma de acesso a novas tecnologias. A [operação da Stellantis na] América do Sul é interessada em ambas as coisas”, revela Cappellano. “A gente enxergou a possibilidade de ter uma marca que pode ser complementar aos nossos outros brands do ponto de vista de posicionamento, de tecnologia e até de acesso a tecnologias que não estavam diretamente no nosso cardápio. Nesse sentido, enxergarmos a Leapmotor como um elemento a mais, uma cereja no bolo a mais do que nós já temos”, conclui.

Rodoviário

Jornal de Brasília - DF   21/05/2024

A reconstrução do Rio Grande do Sul exigirá planejamento e definição de prioridades por parte da gestão Eduardo Leite (PSDB). Especialistas ouvidos pela Folha de S.Paulo destacam que, a curto e médio prazo, o governo deve centrar seus esforços na construção de moradias e na recuperação de rodovias e pontes, afetadas pela tragédia climática.

A partir de então, o foco deverá ser direcionado aos equipamentos públicos de saúde e educação.

Leite anunciou, na última sexta (17), um plano de trabalho que será dividido em três etapas:

Emergencial/curto prazo (focado em assistência social, segurança); reconstrução/médio prazo (habitação e infraestrutura); e futuro/longo prazo (fortalecer a resiliência a eventos climáticos).

“Recuperar as redes de rodovias [regionais, estaduais e federais], assim como pontes e cabeceiras, significa a ligação entre os territórios. É um primeiro passo para recompor o sistema de circulação das pessoas e de mercadorias”, afirma Luiz Afonso dos Santos Senna, engenheiro e professor da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

O fechamento do Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre, previsto para ser reaberto somente em setembro, piora ainda mais a logística.

De acordo com painel interativo do estado atualizado até sexta, pelo menos 139 trechos de 57 rodovias federais e estaduais estão com fluxos bloqueados. Isso ocorre quando há inundação na pista, avaria em ponte, deslizamento de encostas.

Senna estima que, a médio e longo prazo, o governo também deverá se preocupar com as estradas que ficaram alagadas por vários dias, mas voltaram a operar. “Com o tempo, começa aparecer aquelas panelas [buracos], é necessário reavaliar a sub-base, onde há compostos de areia e brita”, diz o engenheiro.

A situação dos bloqueios levou o Comando Rodoviária da Brigada Militar a disponibilizar um site indicando trajetos alternativos.

“É crucial manter as rotas desobstruídas para garantir o acesso aos serviços essenciais e facilitar o transporte de ajuda humanitária. Pedimos que evitem circular nas rodovias sem necessidade”, afirma a Brigada.

A arquiteta Clarice Misoczky de Oliveira, co-presidente da IAB-RS (Instituto de Arquitetos do Brasil) e professora da UFRGS, também afirma que a reconstrução do estado só será possível a partir da reabilitação das rodovias.

A proposta para recuperar e construir casas também deve compor o rol de prioridades. Mais de 540 mil pessoas tiveram que deixar suas casas, sendo que ao menos 77 mil estão em abrigos.

“Muitas escolas hoje servem como abrigos e devem voltar ao uso original”, diz Oliveira.

“A questão habitacional é mais dramática. Há municípios no Vale do Taquari, como Muçum e Roca Sales, que se desenvolveram em áreas de encostas. Cidades como Santa Tereza em que parte das casas estão em áreas de inundações. Precisamos construir com segurança”, prosseguiu.

O governo federal irá comprar junto ao setor privado os imóveis em áreas urbanas já concluídos ou que ficarão prontos até o final de 2025 –cerca de 5.000 unidades.

Outra medida na área de habitação, anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é o Vale Reconstrução, um pagamento único de R$ 5.100 a famílias que perderam seus bens na catástrofe.

“A política habitacional no país não é tão azeitada como a de educação e saúde. Será necessário fortes investimentos para moradias em locais seguros, porque poderemos ter novas inundações”, afirma Gustavo Fernandes, professor de administração pública da FGV/EASP.

O cineasta Tadeu Jungle, que dirigiu “Rio de Lama”, documentário sobre o rompimento da barreira da Samarco que soterrou Bento Rodrigues, em Mariana (MG), afirma que, nesse processo de reconstrução, o auxílio psicológico será vital.

“Perder tudo é uma situação dificílima. Pessoas que voltaram à cidade pela primeira vez recordavam que ali tocavam músicas todos os finais de semana, as pessoas iam até a praça assistir. Outra senhora que chora vendo a escola, que era muito bonita. A casa é o teto do afeto, você perde o vizinho, o caminho do dia a dia. Nada disso mais tem”, recorda Jungle.

Além de habitação e pavimentação, a gestão Leite deverá priorizar os reparos dos equipamentos nas áreas de saúde e educação. Dados da Secretaria Estadual de Saúde mostram que 269 hospitais tiveram seus prédios danificados. Em Porto Alegre, das 134 unidades básicas de saúde, 37 foram fechadas.

Com a desativação desses locais, profissionais de saúde vêm atendendo a população em abrigos, de forma improvisada.

O arquiteto e urbanista Anderson Kazuo Nakano, professor do Instituto das Cidades da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), classifica o processo de reconstrução como uma oportunidade para reconstruir todo o sistema de drenagem.

“Precisamos combinar esse sistema de drenagem com outras obras como os jardins de chuva, recuperar mata-auxiliar. É a oportunidade para que as cidades se adaptem aos impactos climáticos, como o aumento na intensidade de chuvas e as ondas de calor”, diz Nakano.

Para o professor de administração pública Alvaro Martim Guedes, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), as obras nos sistema de drenagem e de contenção devem ser conduzidas concomitantemente às de restauração das casas, pavimentação, hospitais e escolas.

“Tudo indica que as inundações podem se repetir, é preciso dar ênfase na prevenção para termos garantia de toda essa recuperação. Caso contrário, é como construir castelo na areia”, diz Guedes.

PETROLÍFERO

IstoÉ Dinheiro - SP   21/05/2024

No pedido para revisar o Termo de Compromisso de Cessação (TCC) na área de gás, a Petrobras afirma que a manutenção da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) no portfólio da estatal está alinhada ao posicionamento estratégico para o segmento de Gás e Energia do novo Plano Estratégico e também “demonstra o interesse da Petrobras em manter em sua carteira de ativos uma participação societária que lhe rende dividendos de forma consistente e robusta, com baixíssima alavancagem financeira e de baixo risco associado”.

A estatal ainda argumentou ao Cade que manter a TBG estaria alinhado ao posicionamento estratégico de descarbonização de suas operações. “A Petrobras possui importantes refinarias próximas ao traçado do gasoduto da TBG e necessita que o sistema de transporte de gás tenha alta confiabilidade operacional para mitigar qualquer risco de comprometimento da sua operação, ou de sua meta de descarbonização. Além disso, conhecimento técnico e operacional da TBG tem potencial para o desenvolvimento de novos negócios alinhados ao PE 2024-2028 da Petrobras, particularmente em projetos de Captura, Uso e Armazenagem de Carbono (“CCUS”) de indústrias”, disse a estatal ao órgão antitruste.

Para a Petrobras, a desverticalização da TBG não é condição necessária para alcançar os objetivos do TCC assinado em 2019, além de defender que sua alienação afetaria negativamente a nova estratégia e o novo modelo de negócios da Petrobras. “A Compromissária buscou negociar obrigações alternativas que confiram ao CADE o conforto necessário para afastar qualquer dúvida acerca da preservação da concorrência no mercado brasileiro de gás natural”, diz a Petrobras.

No documento, a estatal diz que a governança corporativa da TBG já assegura à empresa independência operacional em relação à Petrobras, mas sugere medidas adicionais para convencer o Cade a mudar o acordo original, que previa a venda de controle da transportadora. Segundo a empresa, a proposta visa eliminar qualquer possível influência da Petrobras em mecanismos de gestão que possam ser considerados relevantes do ponto de vista concorrencial.

A Petrobras sugere, por exemplo, algumas obrigações até a emissão de certificação de independência da empresa pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “Assim a independência de membros do Conselho de Administração eleitos pela Petrobras será mantida até que o órgão regulador (i) estabeleça, de forma superveniente, os critérios de independência que julgar adequados ao regular o art. 5, ? 3º da Nova Lei do Gás; e (ii) avalie, no caso concreto, a conformidade da governança corporativa da TBG a tais critérios, emitindo a certificação de independência da empresa”, lista a Petrobras.

Propõe-se também que a nomeação de conselheiros independentes pela estatal seja necessariamente intermediada por um Head Hunter independente. A Superintendência-Geral do Cade já apresentou um parecer favorável à proposta feita pela Petrobras. “Os novos compromissos previstos no quarto aditivo endereçam os objetivos precípuos do TCC, qual seja, a abertura de mercado de gás natural”, disse a área técnica.

Infomoney - SP   21/05/2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá descobrir em breve que trocar o presidente da Petrobras (PETR4) não é suficiente para transformar a empresa estatal de petróleo no motor de criação de empregos e desenvolvimento que foi durante seus primeiros mandatos, de 2002 a 2010.
Na semana passada, Lula encarregou Magda Chambriard, indicada para ser a nova CEO, de acelerar os investimentos em estaleiros, fábricas de fertilizantes, refinarias e linhas de gás natural para impulsionar a economia brasileira, de acordo com fontes familiarizadas com as conversas.

Em sua primeira declaração pública desde que foi indicada CEO, Chambriard afirmou em um post no LinkedIn nesta segunda-feira seus “compromisso com o crescimento contínuo da nossa indústria!”.
No entanto, há fatores muito além de sua força de vontade que podem desacelerar as coisas, disseram as fontes.

Depois de um grande escândalo de corrupção revelado em 2014 pela investigação da Operação Lava Jato, novas regras de controle sobre as decisões de negócios na Petrobras foram estabelecidas.

Esses novos processos “diminuem um pouco” o poder do governo, o acionista controlador da empresa, de conduzir a política corporativa como quiser, disse Florival Carvalho, ex-diretor da agência reguladora brasileira de petróleo e gás ANP.

Os novos mecanismos de governança dificultam a aprovação de projetos na Petrobras que não sejam claramente lucrativos, por exemplo, ou a venda de combustível com prejuízo para ajudar o governo a conter a inflação — ambas práticas comuns quando o PT de Lula estava no comando.

“As leis atuais e os estatutos da Petrobras em vigor tornariam um desafio para uma nova administração alterar significativamente as políticas de alocação de capital e de preços de combustíveis”, disseram os analistas do Goldman Sachs aos clientes em uma nota após a troca do CEO na semana passada.

“Será importante para os investidores monitorar se algum aspecto da governança será alterado”, acrescentaram os analistas.

O aumento da supervisão do setor público por órgãos independentes também pode pesar sobre os esforços de Chambriard para acelerar um plano de investimento de 102 bilhões de dólares para o período de 2024-2028.

Por um lado, ela poderia encontrar resistência do Tribunal de Contas da União (TCU), que tem o poder de investigar negócios do setor público, inclusive contratos da Petrobras.

O TCU interveio este ano quando a Petrobras tentou viabilizar a operação de duas fábricas de fertilizantes, na Bahia e em Sergipe, por meio de um acordo com a Unigel, que arrendou as unidades anteriormente junto à estatal.

Os sindicatos fizeram lobby junto ao governo para ajudar a manter as linhas em funcionamento, mas o tribunal alertou que isso poderia gerar perdas para a empresa de até 487 milhões de reais em oito meses.

“Em linhas gerais, o TCU e a Petrobras vivem às turras, brigando há muito tempo”, disse José Augusto Dias de Castro, sócio do TozziniFreire Advogados, um escritório de advocacia no Brasil.

“Um dos grandes desafios da nova presidente da Petrobras vai ser essa diplomacia com o TCU”, acrescentou. “É algo que pode ser um problema, o TCU pode querer começar a olhar na lupa todos os contratos.”

As ambições da nova CEO também podem enfrentar obstáculos do órgão ambiental brasileiro, o Ibama, que tem autoridade de licenciamento independente.

A Petrobras tem demorado a obter licenças do Ibama para explorar seus principais prospectos offshore ao longo da costa norte do Brasil, em uma região chamada Margem Equatorial.

A exploração de uma bacia promissora, a Foz do Amazonas, próxima à foz do rio Amazonas, tem sido especialmente complicada, com o Ibama exigindo estudos sobre o impacto da perfuração sobre as comunidades indígenas antes de decidir se emitirá uma licença.

A Petrobras tem se recusado a realizar os estudos, mas pode não ter muita escolha se quiser prosseguir com o licenciamento, disse a ex-chefe do Ibama Suely Araujo, agora coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima.
“A palavra final é do presidente do Ibama, sem possibilidade de recurso para ministro do Meio Ambiente, ou a qualquer ministro, nem mesmo ao presidente da República”, disse Araujo.

Se Lula tentasse pressionar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a desestabilizar o Ibama, isso poderia prejudicar sua posição no exterior e arriscar um rompimento com Marina, disse o ambientalista Delcio Rodrigues, diretor executivo do Instituto Climainfo, uma organização sem fins lucrativos.

“Ele tá usando o prestígio internacional da Marina como um dos alicerces da sua política externa”, disse Rodrigues.

Monitor Digital - RJ   21/05/2024

Os EUA estão a caminho de atingir a maior produção mensal de petróleo de todos os tempos, o que deverá acontecer ainda este ano. O recorde será alcançado mesmo com o número de plataformas de perfuração estar em queda.

Atualmente, a produção de petróleo dos EUA está em 13,1 milhões de barris por dia, aproximadamente 200 mil barris abaixo do recorde de 13,3 milhões. A Administração de Informações sobre Energia dos EUA (EIA) previu que, em 2024, a produção de petróleo crescerá 260 mil barris por dia.

Os Estados Unidos somaram 604 plataformas na semana passada, um aumento em relação à semana anterior, mas uma queda de 116 em relação ao ano passado, de acordo com os dados semanais divulgados pela empresa de serviços petrolíferos Baker Hughes, com sede em Houston, na sexta-feira (17).

O número de sondas de petróleo é um importante indicador para o mercado de energia, mas, graças aos avanços tecnológicos, a produtividade dos poços permitiu que os produtores extraíssem mais petróleo bruto.

Os preços mais favoráveis estão por trás do aumento de produção. Este ano, os contratos futuros de petróleo West Texas Intermediate (WTI) acumularam um aumento de 10,43% em relação ao ano anterior.

Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022, a atividade de perfuração de petróleo e gás teve um crescimento substancial até meados de 2023. Esse aumento foi impulsionado pela alta dos preços do petróleo no mercado global, devido às sanções impostas à Rússia e às interrupções no fornecimento do produto.

Nas últimas semanas, porém, os preços cederam. Nesta segunda-feira, houve queda no valor do barril. O contrato de WTI para entrega em junho caiu US$ 0,26 (0,32%), para fechar em US$ 79,80 por barril na Bolsa Mercantil de Nova York. O petróleo Brent para entrega em julho caiu US$ 0,27 (0,32%), para fechar em US$ 83,71 por barril na London ICE Futures Exchange.

Monitor Digital - RJ   21/05/2024

Brasil precisa implementar novos avanços exploratórios no setor de petróleo e gás. Existe uma dependência energética do pré-sal, o que reafirma a urgência de descoberta de novas fronteiras. A explicação é do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), que divulgou nesta segunda-feira o seu 2º Boletim de Produção e Exploração de Petróleo e Gás, de periodicidade trimestral.

A edição analisa a produção do setor no primeiro trimestre de 2024, com base nos dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e faz uma ampla análise sobre os números divulgados no ano passado.

A produção média de petróleo e gás natural no primeiro trimestre de 2024 (1T24) foi de 4,38 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). A produção do pré-sal no período foi de 3,36 milhões boe/d, valor que representa 76,7% da produção nacional. A produção do pós-sal e terrestre foi de, respectivamente, 800 mil e 220 milboe/d.

A produção média de petróleo no 1T24 foi de 3,44 milhões boe/d. Este volume representa uma redução de 4,5% em comparação com o 4T23, enquanto registra um aumento de 7% em relação ao mesmo período do ano anterior (1T23). “Observou-se uma tendência gradual de redução da produção de petróleo desde dezembro de 2023”, mostra o boletim.

No mesmo período, a produção média de gás natural atingiu 0,94 milhões boe/d, volume 4,3% maior que o registrado no 1T23 de 2023 e 5,2% menor que o verificado no 4T23. Assim como ocorreu com a produção de petróleo, a produção de gás natural vem apresentando tendência gradual de queda nos últimos quatro meses.

No 1T24, a Bacia de Santos destacou-se como a principal região produtora de óleo e gás do país, responsável por 74,9% da produção nacional, totalizando uma média de 3,28 milhões boe/d.

Em relação ao primeiro trimestre de 2023 (1T23), a produção nacional apresentou aumento de 6,4%. Merece destaque o crescimento da produção terrestre em 13%. Por sua vez, o pré e o pós-sal apresentaram incremento de, respectivamente, 6,7% e 3,4%.

“É essencial que os investimentos em exploração sejam retomados, a fim de descobrir novos reservatórios que possam garantir a reposição das reservas nacionais e o abastecimento futuro do país”.

“No ano de 2023, observou-se um incremento das reservas provadas de petróleo e gás natural no Brasil, segundo a ANP. Tal evento se justifica, especialmente, pelos avanços dos projetos de desenvolvimento dos campos de Búzios e Tupi no pré-sal da Bacia de Santos, bem como no campo de Raia Manta no pré-sal da Bacia de Campos”, destaca o boletim.

Em 2023, foi declarado o volume de 15,9 bilhões de barris de petróleo de reservas provadas, revelando um incremento de 6,9% em relação a 2022. No que diz respeito às reservas provadas de gás natural, o volume foi de 517 bilhões de m³, valor 27,1% superior ao do ano anterior. “Cerca de 79% do volume das reservas provadas de petróleo e 71% das reservas de gás se concentram em ativos da região do pré-sal. Esses percentuais são os maiores verificados nos últimos nove anos”,

Petrobras

No primeiro trimestre de 2024, a Petrobras foi a principal responsável pela produção nacional na posição de operadora e concessionária. Como operadora, a Petrobras liderou a produção com uma média de 3,88 milhões boe/d, o que representa 88,6% da produção total do período. As demais petroleiras, nacionais e multinacionais, operaram a produção de 0,5 milhões boe/d, o que correspondeu a 11,4% do total.

Enquanto concessionária, a Petrobras deteve 64,5% da produção total, alcançando a marca de 2,81 milhões boe/d. As demais petroleiras responderam por 1,55 milhão boe/d, o que corresponde a 35,5% da produção nacional no 1T24

Pré-sal

“É esperado que a concentração da maioria das reservas provadas e da produção nacional ocorra no pré-sal, afinal, trata-se de uma das maiores descobertas do mundo no século XXI. No entanto, poucos avanços exploratórios foram feitos em outras bacias do país, mesmo após mais de 15 anos de produção na região”, analisa a publicação.

a ANP, entre 2013 e 2023, foram perfurados apenas 71 poços pioneiros1 no mar no Brasil, o que representa uma redução de 83,3% em relação ao período de 2003 a 2012, quando foram feitas as principais descobertas do pré-sal. As bacias de Campos e Santos concentraram 62% dessas atividades, com 47 poços pioneiros perfurados entre 2013 e 2023, uma queda de 84,1% em relação aos poços pioneiros perfurados entre 2003 e 2012.

O Ineep conclui que na última década houve redução das atividades exploratórias no país, em grande parte relacionada à diminuição dos investimentos em exploração e produção pela Petrobras a partir de 2016 e às mudanças estratégicas da empresa, que passou a priorizar o desenvolvimento e a produção dos ativos de alto rendimento do pré-sal. “Em segundo lugar,

observa-se a continuidade, embora em níveis mais baixos, da concentração das atividades exploratórias nas Bacias de Campos e Santos”, exemplifica. Os dados da ANP comprovam que considerando a produção e as reservas provadas no ano passado, a relação entre reservas e a produção de petróleo e gás natural (R/P) é de 13 anos.

O Estado de S.Paulo - SP   21/05/2024

A Petrobras apresentou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) suas propostas para manter seu atual parque de refino, o que vai demandar a assinatura de um novo aditivo ao acordo firmado em 2019 com o órgão antitruste. O documento original previa a venda de oito refinarias pela petroleira.

Em quase 60 páginas apresentadas ao Cade na última sexta-feira, 17, a estatal discorre sobre as mudanças no mercado de petróleo desde que o Termo de Compromisso de Cessação (TCC) foi firmado, diz não haver indícios de que as alienações resultaram em ganhos competitivos e sugere uma gama de medidas, que são lidas dentro do Cade como compromissos “comportamentais” por parte da estatal. A Superintendência-Geral do Cade já apresentou posição favorável à proposta feita pela empresa.

Entre os compromissos sugeridos está a divulgação pela Petrobras de suas diretrizes gerais comerciais para entregas de petróleo por via marítima não discriminatórias e “em estrita observância ao direito da concorrência brasileiro”. A aplicação seria monitorada rotineiramente pelo Cade.

“Em estrito alinhamento ao objetivo de manutenção da competitividade no mercado de refino de petróleo no Brasil, a Petrobras se compromete, com esta proposta de 6º Aditivo ao TCC, a disponibilizar em seu sítio eletrônico suas diretrizes gerais comerciais na venda de petróleo a terceiros para entregas por via marítima em território brasileiro e divulgar comunicado afirmando expressamente que não discriminará refinaria independentes em território brasileiro na venda de petróleo para entregas por via marítima”, afirma na proposta.

A proposta prevê também a oferta de Contratos Frame a qualquer refinaria independente em território brasileiro, conferindo-lhes vantagem de extrair “maiores benefícios” em suas negociações para suprimento de petróleo por via marítima com outras contrapartes.

A Petrobras ainda sugere proporcionar ao Cade o acompanhamento da aplicação da nova estratégia comercial da companhia para a oferta no Brasil de produtos derivados de petróleo que são objeto de investigação no órgão, notadamente: gasolina, diesel, gás liquefeito de petróleo (GLP), querosene de aviação (QAV), óleo combustível e asfalto (em conjunto, derivados de petróleo).

“Tais relatórios serão atualizados e disponibilizados no Data Room a cada 30 dias, permitindo ao Cade analisar, com elevado grau de transparência e detalhamento, as decisões de precificação efetivamente adotadas no curto prazo, munindo-o com informações suficientes para verificar a conformidade das práticas comerciais adotadas pela Petrobras à Lei de Defesa da Concorrência”, explicou a estatal.

O documento também contém o pedido para suprimir do acordo original as obrigações de venda de “determinadas” refinarias. A nota da SG explicita a solicitação da petroleira em manter a Repar, Refap, Rnest, Regap e a Lubnor. Das oito refinarias previstas no TCC original, já houve a alienação integral de toda a infraestrutura da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), da Refinaria Isaac Sabbá (Reman) e da Unidade de Industrialização de Xisto (Six).

O documento ainda observa que os compromissos sugeridos ainda estão sujeitos aos trâmites regulares de aprovações internas da Petrobras.
O que previa o plano

O plano do governo Temer, liderado pelo então presidente da Petrobras, Pedro Parente, consistia na venda de duas refinarias no Nordeste (Rnest/PE e Rlam/BA) e duas no Sul do País (Repar/PR e Refap/RS) a partir de 2018, com capacidade de refino de cerca de 800 mil barris diários.

Em 2019, ao assumir o governo e nomear Roberto Castello Branco para a presidência da estatal, o ex-presidente Jair Bolsonaro colocou à venda as quatro refinarias e dobrou a aposta, colocando mais quatro no programa de vendas, somando metade da capacidade instalada de refino da Petrobras — ou cerca de 1 milhão de barris diários.

Em junho de 2019, a estatal assinou com o Cade um TCCs comprometendo-se a vender as oito refinarias (de um total de 13) para reduzir a fatia de 98% que detinha no setor. Após a assinatura, o Cade suspendeu um inquérito administrativo que apurava suposto abuso de posição dominante, por parte da estatal, no mercado de refino de petróleo.

Das oito refinarias ofertadas à iniciativa privada pelo governo Bolsonaro, apenas uma de grande porte foi vendida, a Rlam, na Bahia, hoje Refinaria de Mataripe, com capacidade instalada para processar 300 mil barris por dia de petróleo. As outras duas vendidas, juntas, somam pouco mais de 50 mil barris por dia: a Six, que produz petróleo de xisto, no Paraná; e a Reman, em Manaus.

A Lubnor, no Ceará, chegou a ser vendida, mas acabou não sendo entregue. No final do ano passado, a Petrobras anunciou que o negócio estava desfeito, com o argumento de que algumas condições precedentes para transferência do ativo não foram concluídas. A Grepar, grupo que comprou a refinaria, anunciou que iria pedir indenização. Em entrevista ao Estadão, o controlador do grupo, Clovis Greca, afirmou que não vai mais investir no Brasil. “Vou pegar o meu recurso e tirar do País”, disse.

AGRÍCOLA

Agroplanning - SP   21/05/2024

O setor de máquinas e implementos agrícolas no Brasil enfrenta um cenário desafiador em 2024, marcado por uma série de fatores que impactam diretamente a rentabilidade dos agricultores e, consequentemente, as vendas do segmento.

Um dos principais desafios é a queda nos preços das commodities, especialmente de produtos como soja e milho, que são fundamentais para a economia agrícola brasileira. Essa redução nos preços tem gerado uma menor rentabilidade para os produtores, que acabam adiando investimentos em novos equipamentos.

Além disso, os altos juros praticados no mercado, como os do ModerFrota, que atualmente estão em 12,5%, também contribuem para desestimular os agricultores a adquirir novos maquinários. Muitos agricultores acreditam que esperar por uma redução nas taxas de juros poderia ser mais vantajoso a longo prazo.

Outro fator que impactou negativamente a rentabilidade dos produtores foi a quebra de safra causada pela seca severa que atingiu o Brasil. Essa condição climática adversa resultou em menor produtividade e, consequentemente, em menor rentabilidade para os agricultores.

Essa conjuntura financeira e climática também afetou as exportações de máquinas agrícolas brasileiras, que estão concentradas principalmente na América Latina. Países como Argentina, Paraguai e Bolívia, importantes mercados para as máquinas brasileiras, também sofreram com a queda nos preços das commodities e viram sua rentabilidade diminuir, o que impactou negativamente a demanda por novos equipamentos.

No mercado interno, as importações de máquinas agrícolas também caíram, acompanhando a redução na demanda interna. Setores como o de máquinas de colheita de algodão e acessórios foram os mais afetados.

Para o ano de 2024, não se espera um aumento nas vendas de máquinas agrícolas, devido principalmente aos problemas enfrentados pelos agricultores em relação à rentabilidade. No entanto, é importante ressaltar que esses desafios são passageiros e que estruturalmente o Brasil está bem posicionado, com estimativas de aumento significativo da área cultivada nos próximos anos. O ministério da agricultura projeta um aumento de 20% a 30% nas exportações de produtos agrícolas para os próximos 10 anos. Para conseguirmos este aumento será necessário um aumento de 18 milhões de hectares na área plantada que representa 21% a mais na atual área.

As empresas do setor estão atentas às oportunidades apresentadas pela demanda por biocombustíveis, buscando desenvolver máquinas que possam utilizar diferentes tipos de combustíveis, como motor elétrico híbrido, elétrico com etanol, diesel e biodiesel. Esse é um mercado promissor e que pode impulsionar a demanda por novos equipamentos agrícolas nos próximos anos.

Apesar dos desafios enfrentados em 2024, a indústria de máquinas agrícolas no Brasil tem potencial para se recuperar e continuar crescendo, impulsionada pela necessidade de maior eficiência e sustentabilidade no campo.

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