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21 de Março de 2024

SIDERURGIA

Valor - SP   21/03/2024

Depois dos setores que usam aço, transformadores de plástico e consumidores se uniram contra pedido de aumento da alíquota de 76 produtos

Mais uma queda de braço dentro da indústria por causa do potencial aumento do imposto de importação de matérias-primas chega ao governo. Depois dos setores que usam aço, a indústria brasileira do plástico e outras que consomem seus produtos - como a de alimentos (nas embalagens) e construção civil (em tubos e conexões) - se uniram contra o pedido de aumento da alíquota de importação de 76 produtos, incluindo resinas como polietileno, polipropileno e PVC, feito pelo setor químico e petroquímico.

O pleito já foi levado à Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), e a lista ficará em consulta pública até 25 de abril. Se avançar, vai resultar em elevação da alíquota na Lista de Exceções da Tarifa Externa Comum (Letec) para esse conjunto de produtos de 12,6% para 20%.

De acordo com o presidente do conselho da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, a elevação da alíquota vai comprometer a competitividade de uma série de indústrias. E vai encarecer uma lista ainda mais ampla de insumos, com reflexos no preço da cesta básica e em programas do governo como “Minha Casa, Minha Vida” e Farmácia Popular. “Os plásticos são utilizados como matéria-prima em uma vasta gama de setores” afirma.

Assim como o setor siderúrgico, a indústria química argumenta que está enfrentando surtos de importação de resinas e outros produtos petroquímicos, vindos sobretudo da Ásia, em condições desleais de competição. Conforme a Abiquim, em 2023, as compras externas de plastificantes saltaram 57,3%, enquanto as de resinas termofixas cresceram 44,2% e as de resinas termoplásticas, 17,1%. Como a demanda local caiu, os importados passaram a responder pela fatia recorde de 47% do mercado brasileiro de químicos de uso industrial.

Conforme a Abiplast, as importações são essenciais na competição com a resina produzida no país, que é concentrada em poucos produtores, com destaque para a Braskem. Além disso, uma vez que os produtores locais praticam a paridade de preços e incluem os custos de internação dos produtos, qualquer aumento na alíquota de importação vai se refletir também na elevação dos preços locais.

ECONOMIA

Agência Brasil - DF   21/03/2024

O comportamento dos preços fez o Banco Central (BC) cortar os juros pela sexta vez seguida. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic, juros básicos da economia, em 0,5 ponto percentual, para 10,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.

Em comunicado, o Copom informou que deverá fazer apenas mais uma redução de 0,5 ponto na próxima reunião, em maio, o que aumenta a chance de a autoridade pausar o ciclo de cortes a partir de junho. Nos textos anteriores, o órgão indicava que prosseguiria com as reduções “nas próximas reuniões”.

Segundo o comunicado, o cenário para a inflação permanece inalterado, com riscos tanto de alta como de baixa. Entre os fatores que podem elevar a inflação, estão a persistência das pressões inflacionárias globais e o aquecimento do setor de serviços. Entre os possíveis fatores de queda, estão a desaceleração da economia global maior que a projetada e impactos mais fortes que o esperado das altas de juros em outros países.

A taxa está no menor nível desde março de 2022, quando também estava em 10,75% ao ano. De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
Inflação

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em fevereiro, o indicador ficou em 0,83% e acumula 4,5% em 12 meses. Após sucessivas quedas nos últimos meses, a inflação voltou a subir levemente por causa de alimentos e de serviços de educação.

O índice em 12 meses está exatamente no teto da meta de inflação. Para 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não podia superar 4,5% nem ficar abaixo de 1,5% neste ano.

No Relatório de Inflação, divulgado no fim de dezembro pelo Banco Central, a autoridade monetária manteve a estimativa de que o IPCA fecharia 2024 em 3,5% no cenário base. A projeção, no entanto, pode ser revista na nova versão do relatório, que será divulgada no fim de março.

As previsões do mercado estão mais otimistas que as oficiais. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 3,79%, abaixo portanto do teto da meta. Há um mês, as estimativas do mercado estavam em 3,82%.
Crédito mais barato

A redução da taxa Selic ajuda a estimular a economia. Isso porque juros mais baixos barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais baixas dificultam o controle da inflação. No último Relatório de Inflação, o Banco Central reduziu para 1,7% a projeção de crescimento para a economia em 2024.

O mercado projeta crescimento um pouco melhor. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem a expansão de 1,8% do PIB em 2023.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

Globo Online - RJ   21/03/2024

A maioria dos operadores do mercado financeiro (58%) acha que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano fique dentro das expectativas, em 1,78%. Cerca de um terço (32%) espera que a economia brasileira cresça mais do que essa taxa. Já os pessimistas, que calculam um crescimento menor, são minoria: 10%.

Os dados fazem parte da nova rodada de pesquisas da Genial/Quaest. Os pesquisadores entrevistaram 101 pessoas com fundos de investimento com sede no Rio e São Paulo, entre os dias 14 e 19 de março. O público-alvo da pesquisa são gestores, economistas, analistas, tomadores de decisão do mercado financeiro.

Quando perguntados sobre qual é o maior risco para o governo Lula, metade (50%) responde "intervencionismo na economia". Para 23%, a ameaça é o estouro da meta fiscal, e, para 19%, perda da popularidade do presidente. Baixo crescimento (3%), cenário externo (2%), confronto com o Congresso (2%) e volta da inflação (1%) foram outras respostas.

A alta dos preços, aliás, foi ponto de outra sondagem. Os pesquisadores perguntaram aos operadores se eles veem o governo Lula preocupado com o controle da inflação. Para essa pergunta, 51% responderam que sim, e 49%, que não.

Apesar disso, 19% deles acreditam que a inflação de 2024 será maior que a de 2023, quando o Brasil encerrou o ano com a taxa acumulada em 4,62%. Para 36%, o índice será semelhante ao do ano passado, e para 46% ele será menor.

A crença na promessa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o governo vai conseguir zerar o déficit este ano é quase nula. Isso porque 99% acreditam que a meta não será alcançada.

IstoÉ Dinheiro - SP   21/03/2024

O corte de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, foi considerado “insuficiente” pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o presidente da entidade, Ricardo Alban, a decisão, anunciada há pouco pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, penalizará ainda mais a atividade econômica no Brasil.

“A situação da inflação no Brasil já permite, há algum tempo, uma redução mais intensa dos juros reais. O Copom também tem que considerar em suas decisões o prejuízo que a elevada taxa básica de juros vem provocando à economia”, afirma o presidente da CNI. A entidade defende que, mantido o cenário de inflação sob controle, “é imprescindível uma aceleração no ritmo de redução da taxa Selic já na próxima reunião do Copom”.

A CNI destaca, em nota, que o quadro inflacionário do País segue positivo, com a inflação medida pelo IPCA em 4,5% nos 12 meses terminados em fevereiro de 2024, ou seja, dentro do limite superior da meta de inflação do ano (4,5%).

“Nesse cenário, é importante que o Banco Central compreenda a realidade brasileira e dê a sua contribuição para a tão necessária redução do custo financeiro suportado pelas empresas, que se acumula ao longo das cadeias produtivas, e pelos consumidores. Sem essa mudança urgente de postura, fica mais difícil avançar na agenda de neoindustrialização, o que, consequentemente, anula oportunidades de mais prosperidade econômica para o país”, afirma Alban.

IstoÉ Dinheiro - SP   21/03/2024

Impulsionado pelas remessas de minério de ferro, petróleo e soja, o volume exportado pelo Brasil para a China saltou 49,1% no primeiro bimestre de 2024 ante o mesmo período de 2023. As trocas comerciais com os chineses responderam por 43% do superávit de US$ 11,9 bilhões registrado pela balança comercial brasileira no primeiro bimestre deste ano, apontou o Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta quarta-feira, 20, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Segundo a FGV, o resultado evidencia a dependência nacional das compras chinesas, além de uma pauta de exportações concentrada em commodities. O superávit da balança comercial brasileira alcançou US$ 5,4 bilhões em fevereiro, um recorde para o mês dentro da série histórica da pesquisa.

“Começamos o ano com resultados favoráveis, mas há dúvidas que essa trajetória de resultados recordes possa se consolidar. As projeções indicam saldos ao redor de US$ 80 bilhões. Duas questões ficam no radar. A primeira é relativa ao crescimento da China, que poderá ficar abaixo dos 5% projetados pelo governo do país e, logo, afeta o crescimento das exportações brasileiras. A segunda, como os dados do Icomex ilustram, é a reafirmação da concentração das exportações em commodities e no mercado chinês. Em adição, o destaque da indústria extrativa no primeiro bimestre de 2024, liderada pelo petróleo, poderá ter um papel mais relevante que do que o da agropecuária”, afirma o relatório do Icomex.

Na pauta de exportações para a China, o petróleo responde por 25% das vendas brasileiras, o minério de ferro tem uma fatia também de 25%, enquanto a soja concentra 22%.

“Um índice de concentração de 72% em três produtos. No primeiro bimestre, a participação da China nas exportações brasileiras foi de 29,1%, com aumento em valor de 47% nas exportações (alta de 49,1% em volume). O saldo foi de US$ 5,2 bilhões, 43% do superávit total do Brasil”, frisou a FGV.

Quanto aos demais principais parceiros comerciais do Brasil, as exportações para os Estados Unidos cresceram 21,5% no primeiro bimestre, em volume, e avançaram 20,5% para a Ásia (excluídos China e Oriente Médio).

“Para o segundo principal mercado, Estados Unidos (participação de 12,1%), a pauta de exportações é mais diversificada, mas o petróleo é o principal produto, com participação de 15%, seguido das semimanufaturas de ferro e aço, 9,7%”, apontou a FGV.

Já para a União Europeia, as vendas brasileiras recuaram 3,7% no primeiro bimestre de 2024 ante o primeiro bimestre de 2023. As exportações para a Argentina despencaram 28,7%, em meio à crise econômica no País vizinho. Para os demais países da América do Sul, houve recuo de 6,1% no volume exportado no primeiro bimestre deste ano ante o mesmo bimestre do ano passado.

“Com a União Europeia e a Argentina, perdeu-se nas exportações e importações. A queda em 28,7% das exportações brasileiras para a Argentina, concentrada no setor automotivo, afeta o desempenho da indústria no comércio exterior, pois não se vislumbra, no curto prazo, que mercado poderá substituir o da Argentina”, completou o relatório do Icomex.

No primeiro bimestre de 2024 ante o primeiro bimestre de 2023, em valores, as exportações brasileiras cresceram 17,4%, enquanto as importações subiram 1,0%. Os volumes aumentaram, mas os preços diminuíram.

Em volume, as exportações cresceram 20,2%, e as importações subiram 11,4%. Quanto aos preços, houve recuo de 2,3% para as exportações e redução de 9,2% para as importações.

Considerando a categoria de uso das importações, houve um avanço no volume importado pela indústria de transformação, tanto de bens de capital (alta de 12,2% no primeiro bimestre) quanto de bens intermediários (aumento de 12,7%). O movimento sinaliza investimentos na produção.

“O aumento das importações pela indústria de transformação sugere crescimento do nível de atividade. Ao mesmo tempo, a queda de preços, como alguns setores de bens intermediários têm destacado, a deflação liderada pelas importações chinesas prejudicaria a produção doméstica. Uma questão que poderá ganhar relevância no debate doméstico da política comercial, aumentando o caso de investigações sobre dumping em relação à China e/ou demandas para medidas protecionistas”, concluiu o Icomex.

Veja - SP   21/03/2024

Das 694 palavras escritas no comunicado do Comitê de Política Monetária que anunciou a nova redução da taxa Selic em meio ponto percentual nesta quarta-feira, 20, duas delas monopolizam a atenção dos investidores e sinalizam um novo ciclo na condução da política monetária. O Banco Central trocou do plural para o singular o trecho conhecido como ‘forward guidance’, que mostram quais são os próximos passos do colegiado.

Nos comunicados de cortes dos juros, de julho até janeiro, o BC sinalizava que haveriam cortes da mesma magnitude, de meio ponto percentual nas “próximas reuniões”. Agora, o BC sinalizou o corte apenas para a “próxima reunião”. Segundo o colegiado, há uma elevação da incerteza no cenário inflacionário e, com isso, uma necessidade de flexibilidade na condução da política monetária. Ou seja, o Banco Central deve acompanhar de perto os dados da economia para avaliar o grau das reduções após a reunião de maio. A aposta do mercado financeiro é que os juros encerrem o ano em 9%, ou seja, 1,75 ponto percentual abaixo da taxa atual.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em fevereiro, o indicador acelerou para em 0,83% e acumula 4,5% em 12 meses — chegando no teto da meta estabelecido neste ano pelo Conselho Monetário Nacional. O aquecimento do mercado de trabalho cria uma resiliência na inflação de serviços, e por isso, o comitê deve analisar mais de perto a situação, podendo diminuir o ritmo de cortes a partir da reunião de junho.

“É interessante notar que, mesmo em relação a esse guidance, há um elemento mais importante, que dá um sentido mais hawkish: quando o Copom pontua que prevê essa redução de mesma magnitude na próxima reunião, é acrescentado um condicional, com a adição da frase “em se confirmando o cenário esperado”. Isso reforça uma cautela. Há uma incerteza, existe a retirada do guidance para as próximas, mantendo no singular, e mesmo assim houve a opção de condicionar ao cenário se desenrolar como esperado”, afirma Marco Antonio Caruso, economista-chefe do PicPay.

O mercado chama atenção que, além da mudança do plural para o singular, o comunicado vem em tom mais duro, reforçando a cautela. “A autoridade monetária se mostra mais conservadora do que o mercado esperava e de fato demonstra maior propensão a continuar um ciclo de maneira mais prudente e cautelar na sua etapa final”, afirma Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez.

Balanço de riscos

No comunicado, o Banco Central afirma que a conjuntura atual é caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária.

IstoÉ Dinheiro - SP   21/03/2024

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou que a inflação nos Estados Unidos desacelerou, mas segue muito elevada e, portanto, o caminho da política monetária no país ainda é “incerto”. “A inflação ainda é muito elevada e estamos vendo progressos em seu processo de desaceleração. Não está garantido progresso em andamento e o caminho a seguir é incerto”, disse Powell, em coletiva de imprensa, no período da tarde desta quarta-feira, 20, na sequência da decisão do Fed que manteve os juros dos EUA estáveis entre 5,25% e 5,50% ao ano, como amplamente esperado no mercado.

Segundo ele, o Fed segue focado em seu duplo mandato para emprego e inflação, focado em retornar o índice de preços à meta de 2% ao ano. “Nossa postura tem colocado pressão de baixa na atividade e na inflação”, acrescentou.

Também em linha com as expectativas de Wall Street, o BC dos EUA manteve a projeção de três cortes de juros para este ano, a despeito de uma inflação resistente e o forte crescimento da economia americana.

“Dirigentes em geral revisaram para cima projeções de crescimento”, destacou Powell, a jornalistas.

A projeção do Fed para o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) foi elevada para 2,6%, de 2,4% em dezembro. O indicador exclui itens voláteis como os preços de alimentos e energia. Por sua vez, a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA subiu para 2,1% contra 1,4%, nesta ordem.

Globo Online - RJ   21/03/2024

O Federal Reserve (Fed), banco central americano, decidiu manter a sua taxa de juros inalterada entre 5,25% e 5,5% pela quinta vez seguida. A manutenção da faixa, que está no mesmo patamar desde julho de 2023, era consenso entre os agentes de mercado.

A grande expectativa dos agentes nesta quarta-feira era justamente em relação ao pronunciamento do presidente da autoridade americana, Jerome Powell. O presidente do Fed indicou que, apesar de esperar os dados do comportamento da economia dos EUA, a instituição deve iniciar seu ciclo de cortes em breve. Ele ressaltou o comportamento da inflação e as incertezas do cenário, mas disse de que as decisões serão tomadas “de reunião em reunião”.

– O aperto monetário provavelmente atingiu seu pico neste ano. O comitê acredita que o início da redução do aperto quantitativo deve ter início em breve.

Para Powell, efeitos sazonais podem ter elevado a inflação em janeiro, mas que o dado não muda a trajetória de desinflação em curso.

De acordo com o comunicado do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), os dados de emprego e inflação, divulgados recentemente, sugerem que a atividade econômica vem se expandindo num ritmo sólido. Portanto, o colegiado informou que espera receber os dados de inflação, emprego e atividade econômica dos próximos meses para balizar as próximas decisões: “Não acreditamos ser apropriado reduzir o intervalo da meta até que exista confiança de que a inflação caminha de forma sustentável para a meta de 2%”.

O Fed manteve a projeção mediana de três cortes de 0,25% ainda neste ano, terminando 2024 em torno de 4,6%. Para 2025, a mediana das expectativas calcula que a taxa de juros seja de 3,9%. Em comparação a dezembro, houve uma diminuição da expectativa de redução, já que a estimativa era de 3,6%. Já para 2026, houve um aumento da mediana para 3,1%, diante de uma expectativa de 2,9% em dezembro.

Para Gustavo Cruz, da RB Investimentos, o tom desses dados demonstra que a conversão da inflação para a meta de 2% só deve acontecer no médio prazo:

– Esse aumento nas taxas futuras passa uma mensagem de que talvez eles precisem conviver com uma inflação persistente por mais tempo.

Apesar de buscar alcançar a meta, a instituição revelou que a mediana de expectativas para o PCE “cheio”, índice de inflação do país incluindo os preços de alimentação e energia, finalize o ano em 2,4%. Para 2025, houve um ligeiro aumento na expectativa, para 2,1%.

Já para o PIB, a autoridade monetária projeta um crescimento da economia americana em 2,1%. Há três meses, a mediana das expectativas era de 1,4%. Para Francisco Nobre, analista da XP, a resiliência da economia impulsionou o aumento da previsão:

– Houve surpresa nos indicadores do início do ano e, com mercado de trabalho também aquecido e crescimento salarial alto, isso deve sustentar o consumo nos Estados Unidos. Isso fez o Fed incorporar esse movimento, até mais agressivo do que se esperava.

No começo de 2024, o início da trajetória de queda da taxa americana era esperado para ser anunciado na reunião de hoje. Mas os dados positivos de emprego e inflação anunciados posteriormente, demonstrando um aquecimento na maior economia do mundo, já eram lidos como um motivo para a postergação do anúncio. Para analistas, esse ainda é um resquício do momento de afrouxamento monetário.

Na primeira semana de março, a pesquisa JOLTs mostrou que o número de vagas de trabalho em aberto no mês de janeiro ficou estável em 8,9 milhões nos EUA. Foram cerca de 5,7 milhões de contratações no primeiro mês do ano, contra 5,3 milhões de demissões.

Já a inflação dos preços ao consumidor veio acima do esperado pelo mercado nos dois primeiros meses do ano: em fevereiro, o índice foi de 0,4%, após o registro de alta de 0,3% em janeiro. No acumulado de 12 meses, o índice já alcança 3,2%.

A taxa básica de juros americana é um importante indicador da maior economia do mundo. Sua influência é global. Atualmente em um patamar alto, a diferenciação dos percentuais das taxas em relação a outros países pode levar os agentes a migrarem seus investimentos de países emergentes, como o Brasil, para os Estados Unidos, que têm a renda fixa considerada como a mais segura do mundo.

Decisão pode impactar o Brasil

O anúncio do Fed impacta a economia de todo globo, inclusive a brasileira. Para Cruz, da RB, a manutenção dos juros americanos indica que o BC deverá demonstrar paciência nas próximas reuniões do Copom, indicando que o fluxo negativo de recursos estrangeiros deixando a bolsa brasileira pode ser lido como um termômetro.

Dados divulgados pela B3 e compilados pelo Valor mostra que o fluxo negativo de investimentos estrangeiros beira os R$ 21,2 bilhões.

Apesar da diminuição do diferencial de juros - com a americana estabilizada e a brasileira em trajetória de queda -, Nobre aponta que a possibilidade de pressão sobre o câmbio e também sobre a inflação já devem estar no radar do Banco Central do Brasil para definição de suas próximas suas reuniões:

– Ainda acho que há espaço para cortar juros. Estamos no meio do processo de flexibilização monetária. Eventualmente, ao se aproximar de taxas consideradas neutras, a diferenciação dos juros entre os dois países entrará em pauta.

Monitor Digital - RJ   21/03/2024

A concentração das exportações brasileiras em três produtos (soja, minério de ferro e petróleo bruto) coincide com a pauta de exportações para a China, na qual petróleo e minério de ferro participaram cada um com 25% das vendas brasileiras, e soja, com 22%. Um índice de concentração de 72% em três produtos.

No primeiro bimestre de 2024, a participação da China nas exportações brasileiras foi de 29,1%, com aumento em valor de 47%. O saldo com os chineses foi de US$ 5,2 bilhões, 43% do superávit total do Brasil em janeiro e fevereiro deste ano, que ficou em US$ 11,9 bilhões.

Os dados estão no boletim de março do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). “Começamos o ano com resultados favoráveis, mas há dúvidas que essa trajetória de resultados recordes possa se consolidar. As projeções indicam saldos ao redor de US$ 80 bilhões”, anota a divulgação do Icomex. No ano passado, a balança comercial terminou com superávit recorde de US$ 98,8 bilhões.

O indicador da FGV-Ibre destaca a reafirmação da concentração das exportações em commodities e no mercado chinês. “Em adição, o destaque da indústria extrativa no primeiro bimestre de 2024, liderada pelo petróleo, poderá ter um papel mais relevante que o da agropecuária.”

Commodities representaram 70% das exportações de janeiro e fevereiro. Bens que não as commodities tiveram queda de preços e volume. Em termos de valor, a variação no valor exportado das commodities foi de 29,5%, entre os primeiros bimestres, com aumento de 33,2% no volume e queda de 2,8% nos preços.

As exportações por categoria de uso mostram a liderança dos bens não duráveis (26%) e dos bens intermediários (21,7%), em termos de volume. Os não duráveis explicaram 16,9% das exportações, e os intermediários, 76,2%, no primeiro bimestre de 2024.

A queda de 22,4% dos bens duráveis está associada ao recuo nas vendas do setor automotivo para a Argentina, o principal mercado para o Brasil. A categoria registrou participação de 1,5% nas exportações totais. As commodities se concentram principalmente nos bens intermediários, único grupo a registrar queda de preços.

Do lado das importações, todas as categorias aumentaram o volume e registraram queda de preços, entre os primeiros bimestres de 2023 e 2024. “O aumento das importações pela indústria de transformação sugere crescimento do nível de atividade”, destaca o Icomex.

Com o calor batendo recorde, um dos destaques na alta das importações foi o ar-condicionado (aumento de 352% em valor e de 319% em peso). O produto, porém, tem participação pequena na pauta das importações dos bens duráveis (0,6%). O principal item de importações são os automóveis, com participação de 62% e variação em valor de 59% e, em peso, de 54%.

Segundo principal mercado brasileiro, os Estados Unidos (participação de 12,1%) tem pauta de exportações mais diversificada, mas o petróleo é o principal produto, com participação de 15%, seguido das semimanufaturas de ferro e aço (9,7%). O crescimento em valor foi de 19,4% nas exportações. Para a Argentina (participação de 3,4% nas vendas brasileiras), a queda no valor foi de 28%.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   21/03/2024

Os preços dos contratos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian ampliaram seus ganhos para a terceira sessão consecutiva nesta quarta-feira, apoiados pelas crescentes expectativas de uma onda de retomada da produção entre as siderúrgicas da China, principal mercado consumidor de minério.

O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,23%, a 823,5 iuanes (114,39 dólares) a tonelada.

A produção de metais quentes, bastante utilizada para medir a demanda de minério, pode mostrar algum aumento esta semana, disseram analistas da Chaos Ternary Futures em nota, acrescentando que a crescente competitividade de custo do minério após uma queda significativa de preço provavelmente aumentará seu apelo.
Analistas do ANZ disseram em nota que “a recente queda nos preços parece ter provocado algumas compras oportunísticas”.

Os volumes de transações de minério de ferro nos principais portos chineses pesquisados pela Mysteel aumentaram 20% em relação ao dia anterior, atingindo 1,27 milhão de toneladas na terça-feira, segundo dados divulgados pela consultoria.

O minério de ferro de referência para abril na Bolsa de Cingapura, no entanto, caía 0,98%, a 105,6 dólares a tonelada, influenciado por preocupações persistentes sobre o momento e a escala da recuperação da demanda de minério, bem como pelo alto nível remanescente dos estoques de minério no porto.

A produção de aço bruto na China deve cair em março em relação aos níveis do ano anterior, uma vez que as usinas adiaram o reinício das atividades ou iniciaram manutenção após o feriado do Ano Novo Lunar em fevereiro, em meio à demanda fraca, disseram analistas.

Jornal de Brasília - DF   21/03/2024

A Justiça de primeira instância em Minas Gerais determinou nesta quarta (20) a interrupção das atividades da mineradora Fleurs Global Mineração na região da Serra do Curral, cartão-postal de Belo Horizonte, e que tem parte de sua área sob proteção ambiental.

A decisão foi tomada dentro de ação movida pelo MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) que questiona o licenciamento obtido pela empresa para exploração de minério de ferro da área.

A Fleurs já é investigada pela Polícia Federal, pelo mesmo motivo, e pelo MPF (Ministério Público Federal) por extração ilegal de recursos minerais na região. A reportagem procurou a companhia para comentar a decisão judicial, mas não houve resposta até a publicação.

Por desmatamento apontado como ilegal para exploração de minério de ferro, o Ministério Público pediu na ação o bloqueio de R$ 30 milhões nas contas da empresa, o que foi concedido.

Por ser de primeira instância, cabe recurso à decisão, tomada pela 2ª Vara Cível da Comarca de Nova Lima, município vizinho a Belo Horizonte. A área da Serra do Curral alcança três municípios, Belo Horizonte, Sabará e Nova Lima. Outra mineradora, a Tamisa, também foi impedida de atuar na região.

Na ação, o Ministério Público pede a suspensão das atividades da Fleurs por avaliar que a empresa não cumpriu etapas necessárias para receber a autorização de funcionamento junto aos órgãos estaduais, que seria a obtenção de três licenças: prévia, de instalação e de operação. Segundo a Promotoria, isso não ocorreu -a investigação da Polícia Federal aponta o mesmo.

“Veja que a empresa é reincidente em ilícitos ambientais, mormente pelas diversas autuações administrativas sofridas ao longo de seu funcionamento”, afirma a juíza Maria Juliana Albergaria Costa na decisão.

A Serra do Curral tem sua face norte voltada para Belo Horizonte, no extremo sul da capital. Essa parte já passou por tombamento municipal. Na região está, por exemplo, o Parque das Mangabeiras, um dos maiores do município. Outros pontos da serra, porém, não são protegidos e abrigam áreas que pertencem a mineradoras.

Em novembro do ano passado o TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) realizou uma audiência pública para discutir o tombamento da parte da serra que ainda não está sob proteção.

Agora, resta ao Iepha (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais) a conclusão dos estudos de tombamento e votação do conselho do instituto para que a serra passe a ser totalmente protegida.

Diário do Comércio - MG   21/03/2024

Ao longo do primeiro bimestre, Minas Gerais arrecadou R$ 607,7 milhões em royalties da mineração. Assim, o valor arrecadado com a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) registrou um aumento de 44,1% sobre o recolhimento nos mesmos meses de 2023, quando o volume de recursos chegou a R$ 421,6 milhões.

Conforme os dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), o recolhimento da Cfem chegou a R$ 288,9 milhões em fevereiro. Assim, na comparação com o mesmo período de 2023, houve um incremento de 34,1%, uma vez que naquele período a Cfem havia ficado em R$ 215,3 milhões. Frente a janeiro, quando o valor ficou em R$ 318,8 milhões, a queda chegou a 9,37%.

Os dados da Agência Nacional de Mineração mostram que, no Brasil, a arrecadação da Cfem entre janeiro e fevereiro somou R$ 1,350 bilhão. Portanto, o valor aumentou 35,3% quando comparado com os R$ 997,7 milhões registrados no primeiro bimestre de 2023.

Conforme os dados, nos primeiros dois meses do ano, Minas Gerais liderou o recolhimento da Cfem. O valor respondeu por 45% do total recolhido no País. Logo em seguida, veio o estado do Pará, com o valor de R$ 337,9 milhões recolhidos no primeiro bimestre.

Quando considerado apenas o mês de fevereiro, Minas Gerais também permaneceu na liderança do recolhimento de royalties de mineração no Brasil. O segundo lugar ficou com o Pará, que recolheu R$ 257 milhões. Já o montante nacional foi de R$ 617,7 milhões.
Confira o top 5 dos municípios mineiros na Cfem

Conforme os dados disponibilizados pela ANM, entre as cidades de Minas Gerais, os maiores volumes da Cfem no primeiro bimestre de 2024 foram observados em Conceição do Mato Dentro, Congonhas, Itabirito, Itabira e Mariana.

Em Conceição do Mato Dentro, o recolhimento da Cfem somou R$ 45,96 milhões em janeiro e R$ 25,8 milhões em fevereiro, encerrando, então, o bimestre com o valor de R$ 71,48 milhões.

Em seguida veio Congonhas, com o recolhimento no bimestre de R$ 64,7 milhões, sendo que do total, R$ 35,8 milhões foram arrecadados em fevereiro e R$ 28,9 milhões em janeiro.

Itabirito foi responsável pelo recolhimento de R$ 42,08 milhões no bimestre, em seguida veio Itabira, com R$ 33 milhões no mesmo período, e, por fim, Mariana, com um valor de R$ 24,3 milhões.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   21/03/2024

O Mover é um programa de incentivo e modernização do setor automobilístico lançado no fim de 2023 por meio de medida provisória, que ainda não foi aprovada

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou ao Congresso Nacional o texto do projeto de lei que institui o Programa Mobilidade Verde e Inovação - Programa Mover. A informação consta em despachos do presidente Lula publicado nesta quarta-feira no Diário Oficial da União (DOU).

Recentemente, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse que o governo enviaria o projeto de lei em regime de urgência. O Mover é um programa de incentivo e modernização do setor automobilístico lançado no fim de 2023 por meio de medida provisória (MP), que ainda não foi aprovada.

Na ocasião, Alckmin afirmou ainda que havia acordo entre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a respeito do tema. “Combinei com ele (Lira) que a medida provisória continua vigorando, vai até o começo de junho”, contou Alckmin no dia 12 de março, em entrevista à Rádio Itatiaia.

— Foto: Cadu Gomes/VPR

O Estado de S.Paulo - SP   21/03/2024

O governo de Joe Biden anunciou nesta quarta-feira, 20, limites mais rígidos dos Estados Unidos para as emissões de poluentes de carros de passeio e caminhões leves, que contribuem para o aquecimento global. É uma tentativa controversa de acelerar a transição do país para os veículos elétricos.

A regra da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) - a regulamentação climática de maior alcance do presidente Biden até o momento - exigiria que as montadoras aumentassem as vendas de veículos elétricos e, ao mesmo tempo, reduzissem as emissões de carbono dos modelos movidos a gasolina, que respondem por cerca de um quinto da contribuição dos Estados Unidos para o aquecimento global.

Mas, ao contrário da regra proposta no ano passado, as montadoras não precisariam aumentar drasticamente as vendas de veículos elétricos até depois de 2030. O atraso no cronograma reflete uma concessão aos sindicatos em ano eleitoral - eles são um importante eleitorado democrata e já levantaram preocupações sobre uma rápida mudança para os carros elétricos.

Em outra mudança em relação à proposta anterior, as montadoras poderiam cumprir a legislação aumentando as vendas de veículos híbridos plug-in, além dos veículos totalmente elétricos. Os híbridos plug-in recentemente se mostraram mais populares entre os consumidores dos EUA, em parte por conta das preocupações com a falta de infraestrutura pública de recarga.

A regra final ainda evitará que 7,2 bilhões de toneladas métricas de emissões de carbono entrem na atmosfera até 2055, de acordo com a EPA. Ela também reduzirá o material particulado fino e os óxidos de nitrogênio, evitando até 2,5 mil mortes por poluição do ar anualmente a partir de 2055, disse a agência.

“Nossa regra final oferece a mesma - se não mais - redução de poluição do que a que estabelecemos na proposta anterior”, disse o administrador da EPA, Michael Regan. “Esses padrões finais também reduzirão alguns dos poluentes mais graves que afetam a saúde pública.”

É provável que os Estados liderados pelos republicanos e as empresas de combustíveis fósseis contestem a regra nos tribunais. Mas a Alliance for Automotive Innovation (Aliança para Inovação Automotiva), um grupo comercial cujos membros incluem Ford, General Motors, Stellantis e Toyota, elogiou a decisão da EPA de adiar os requisitos mais rigorosos de veículos elétricos até depois de 2030.

“Moderar o ritmo de adoção de veículos elétricos em 2027, 2028, 2029 e 2030 foi a decisão certa”, disse John Bozzella, presidente e CEO da aliança, em um comunicado. “Essas metas ajustadas de veículos elétricos - ainda uma meta ambiciosa - devem dar ao mercado e às cadeias de suprimentos uma chance de se atualizarem.”
Desaquecimento das vendas

As vendas de veículos elétricos nos EUA arrefeceram nos últimos meses. De acordo com as estimativas da Kelley Blue Book, as vendas de veículos elétricos nos EUA aumentaram 40% em relação ao ano anterior no quarto trimestre de 2023, em comparação com um salto de 49% no terceiro trimestre e um aumento de 52% no segundo trimestre.

No entanto, Albert Gore, diretor executivo da Zero Emission Transportation Association e filho do ex-vice-presidente Al Gore, disse que outros números mostram um quadro mais animador. Ele observou que um recorde de 1,2 milhão de veículos elétricos foi vendido nos Estados Unidos no ano passado, elevando a participação de mercado dos veículos elétricos para 7,6% em 2023, em comparação com 5,9% em 2022.

“Quer estejamos ou não falando de uma desaceleração real, a tendência para veículos elétricos tem sido de crescimento fenomenal nos últimos dois anos”, disse Gore.

O preço dos carros elétricos também está caindo tão rapidamente que agora eles custam quase o mesmo que os carros movidos a gasolina. A diferença média de preço no mês passado foi de US$ 5 mil, de acordo com dados da Cox Automotive.

Ainda assim, a recente desaceleração das vendas fez com que algumas montadoras reduzissem seus planos de veículos elétricos, com a Ford cortando a produção da tão falada picape elétrica F-150 Lightning. Muitas montadoras estão agora se voltando para os híbridos plug-in mais vendidos - um compromisso entre os motores de combustão interna do passado e as baterias do futuro.

Disputa com sindicatos

A regra desta quarta-feira vem depois de uma longa disputa entre a United Auto Workers (o poderoso sindicatos dos trabalhadores na indústria automotiva) e o governo Biden sobre se - e como - a mudança para os veículos elétricos beneficiará os trabalhadores.

Em setembro, o UAW lançou uma greve histórica contra as três maiores montadoras de Detroit - Ford, General Motors e Stellantis. Os trabalhadores alertaram que o aumento dos veículos elétricos poderia eliminar empregos bem remunerados no setor automotivo, uma vez que muitas fábricas de veículos elétricos estão sendo construídas em Estados do sul, menos favoráveis ao trabalho sindicalizado.

Apesar dessas advertências, a EPA emitiu uma ambiciosa proposta de regra em abril passado que exigia que os carros elétricos respondessem por 67% de todas as vendas de carros de passeio e caminhões leves novos até 2032. Semanas depois, o presidente do UAW, Shawn Fain, escreveu que o sindicato estava negando seu apoio à campanha de reeleição de Biden por conta das “preocupações com a transição dos veículos elétricos”.

No entanto, o sindicato reverteu o curso e se uniu a Biden depois que a EPA sinalizou que relaxaria o cronograma na regra final. O UAW endossou o presidente em sua conferência legislativa anual em janeiro, e Fain participou do discurso de Biden sobre o Estado da União neste mês.

As montadoras ainda poderiam cumprir a regra final fazendo com que os carros elétricos representassem 67% das vendas de carros novos em 2032, de acordo com a EPA. Mas elas também poderiam atender às exigências fazendo com que os veículos totalmente elétricos representassem 56% e os híbridos plug-in 13%, informou a agência.

O ex-presidente Donald Trump, o provável candidato republicano à presidência, chamou Fain de “idiota” e criticou repetidamente as metas de Biden para veículos elétricos. Ele alegou, falsamente, que os veículos elétricos não podem viajar muito com uma única carga e prometeu descartar a regra da EPA no segundo dia de um eventual segundo mandato.

Na segunda-feira, 18, Trump tentou defender sua declaração dada no fim de semana de que haveria um “banho de sangue” se ele perdesse em novembro, alegando que estava apenas descrevendo um banho de sangue para o setor automotivo. Ele escreveu em sua plataforma de mídia social que estava “simplesmente se referindo às importações” permitidas por Biden, que, segundo ele, “estão matando a indústria automobilística”.

Manish Bapna, presidente e CEO do NRDC Action Fund, o braço político do Natural Resources Defense Council, criticou a retórica anti-carros elétricos de Trump.

“A indústria está apostando seu futuro em carros elétricos, motoristas os estão comprando em números recordes e o acordo do UAW do último outono garante que os trabalhadores se beneficiem”, disse Bapna em um e-mail. “Biden tem uma estratégia para apoiar essa mudança. Trump quer reverter a situação.”
Oposição das petroleiras

O setor de combustíveis fósseis tem procurado estimular a oposição à regra da EPA, que poderia reduzir a demanda por seus produtos petrolíferos. A American Fuel & Petrochemical Manufacturers (AFPM), um grupo comercial do setor, lançou uma campanha milionária contra o que chama de “proibição de fato de carros a gasolina”. A campanha inclui anúncios em Estados em conflito, alertando que a regra restringirá a escolha do consumidor.

“Para ter certeza, o governo se refere a essas regulamentações como ‘padrões’, não como ‘proibições’ ou ‘mandatos’”, disse o presidente e CEO da AFPM, Chet Thompson, em uma conversa com repórteres neste mês. “Mas eles fazem isso porque sabem como as proibições são impopulares entre os americanos.”

Os membros da AFPM incluem gigantes dos combustíveis fósseis como ExxonMobil, Chevron, Marathon Petroleum e Valero Energy. A Marathon Petroleum, a maior refinaria do país, fez uma campanha secreta em 2018 para reverter os padrões de emissões de carros estabelecidos pelo presidente Barack Obama.

Mike Sommers, executivo-chefe do American Petroleum Institute, disse que o grupo de lobby do setor petrolífero planeja contestar os novos padrões no tribunal. “Faremos tudo o que pudermos para impedir a regra”, disse ele.

Os órgãos reguladores da Califórnia estão indo mais longe do que a EPA, buscando acabar com as vendas de novos carros a gasolina em todo o Estado até 2035. No passado, mais de uma dúzia de outros Estados optaram por seguir as regras mais rígidas da Califórnia em relação à emissão de poluentes dos carros.

A California Air Resources Board anunciou na terça-feira, 19, um acordo com a Stellantis, dona das marcas Jeep e Ram. Por esse acordo, a Stellantis concordou em cumprir os requisitos de vendas de veículos elétricos da Califórnia, mesmo que eles sejam bloqueados por um tribunal ou por um possível segundo governo Trump.

A montadora já havia criticado esses requisitos por darem aos rivais uma vantagem injusta. Mas, na terça-feira, o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, chamou o acordo de “solução ganha-ganha” que evitará de 10 milhões a 12 milhões de toneladas métricas de emissões de gases de efeito estufa até 2030.

“As maiores e mais influentes empresas do mundo entendem que é assim que podemos combater as mudanças climáticas juntos”, disse o governador da Califórnia, Gavin Newsom, do Partido Democrata, em um comunicado.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor - SP   21/03/2024

Índice de refinanciamento caiu 2,5%, no mesmo período, e o índice de compra recuou 1,2%

Os pedidos de hipotecas caíram 1,6% na semana terminada em 15 de março, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (20) pela Mortgage Bankers Association's (MBA). Com a alta, o índice MBA de pedidos de hipoteca recuou de 201,5 para 198,2 pontos.

O índice de refinanciamento caiu 2,5% a 468,4 pontos, de 480,3 pontos anteriormente. Já em relação ao mesmo período do ano passado, o indicador registrou queda de 3%. O índice de compra caiu 1,2% para 146, de 147,7 pontos no período anterior e recuou 14% no ano.

“As hipotecas aumentaram na semana passada, à medida que os dados econômicos divulgados mostraram que a inflação ainda estava mais alta do que o esperado, o que alimentou preocupações sobre o momento e a extensão em que o Fed poderá ser capaz de reduzir as taxas dos juros este ano. Após três semanas de quedas, a hipoteca fixa de 30 anos aumentou para 6,97%”, disse Joel Kan, economista do MBA.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   21/03/2024

Já está viajando para o Brasil o novo FPSO da Enauta, que vai ficar no Campo de Atlanta, na Bacia de Santos. O estaleiro Drydocks World, em Dubai, concluiu as atividades para o primeiro teste de mar e liberou a embarcação para vir rumo ao Brasil. Segundo a companhia, a partida do navio está em linha com o cronograma do projeto. O tempo de viagem é estimado em 45 dias, podendo variar em função das condições de mar, como explica Vinicius Passos, Gerente Executivo de Implantação de Atlanta: “Essa é mais uma etapa importante, que marca a conclusão bem-sucedida da fase de adaptação do FPSO Atlanta, objetivando entregar o projeto no prazo e dentro do orçamento previsto. Foram mais de 9 milhões de horas trabalhadas, sem incidentes, o que demonstra o mais alto nível dos padrões de segurança por parte da equipe que trabalhou na adequação do navio.”

Após a chegada da plataforma ao Campo de Atlanta se iniciarão os processos de ancoragem e conexão aos sistemas submarinos. O primeiro óleo está previsto para agosto de 2024. Além da adaptação em Dubai, o FPSO Atlanta e seu sistema submarino possuem importantes equipamentos construídos no Brasil incluindo a contratação local dos serviços para apoio aéreo e marítimo. O FPSO Atlanta foi adequado à produção do óleo do Campo de mesmo nome e conta com capacidade de processamento de até 50 mil barris de óleo e 140 mil barris de água por dia, e de estocagem de 1,6 milhão de barris de petróleo. O navio também terá um processo eficiente de gestão de carbono, o que reduzirá significativamente as emissões de gases que provocam o efeito estufa. O investimento total nesta fase 1 do Sistema Definitivo de Atlanta foi de US$ 1,1 bilhão. A Enauta e a Yinson Production firmaram o acordo para construção do navio em 2022 e em julho do ano passado, a Yinson Production exerceu sua opção de compra do FPSO Atlanta. O exercício da opção deu início a vigência dos contratos de afretamento, operação e manutenção por 15 anos com possibilidade de extensão por cinco anos adicionais, totalizando um contrato de 20 anos com valor de US$ 2 bilhões.

Valor - SP   21/03/2024

Maior produtor de petróleo dos contratos de partilha foi o campo de Búzios, seguido por Mero e por Sépia

A produção de petróleo dos oito contratos de partilha de produção nos campos do pré-sal em janeiro foi de 1,009 milhão de barris por dia (barris/dia), informou nesta quarta-feira (20) a Pré-Sal Petróleo (PPSA), estatal responsável pela gestão e comercialização do óleo destas reservas.

Segundo a empresa, o resultado indica estabilidade de produção pelo terceiro mês seguido, diante da extração de 1 milhão de barris/dia em novembro e de 992 mil barris/dia em dezembro.

"Deste total, 50 mil bpd foram de direito da União [o chamado óleo lucro], que registrou também uma produção de 2,2 mil barris diários oriundos das jazidas unitizadas de Atapu e Tupi que possuem áreas não contratadas", disse a PPSA, em comunicado.

O maior produtor de petróleo dos contratos de partilha foi o campo de Búzios, com 516,48 mil barris/dia, seguida por Mero, com 240,13 mil barris/dia, e por Sépia (93,34 mil barris/dia).

Ainda de acordo com a PPSA, a produção de gás natural nos contratos de partilha foi de 3,54 milhões de metros cúbicos por dia (m³/dia) em janeiro, aumento de 10% em relação a dezembro, devido ao aumento da eficiência de exportação de gás do campo de Búzios.

No contrato de partilha de produção, o Estado brasileiro é proprietário do petróleo e gás natural produzidos em áreas do pré-sal, de modo que as petroleiras atuam como operadoras. A PPSA é a responsável pela gestão dos contratos no regime de partilha.

O Estado de S.Paulo - SP   21/03/2024

A 3R Petroleum reformulou seu conselho de administração em um movimento que, segundo fontes de mercado, deve acelerar uma das maiores fusões do setor de óleo e gás do País, envolvendo sua operação em terra e os ativos da petroleira baiana PetroReconcavo.

Em assembleia que durou pouco menos de uma hora na tarde desta quarta-feira, 20, os acionistas da 3R Petroleum reduziram o número de conselheiros de sete para cinco.

Segundo pessoas a par da votação, três conselheiros foram reeleitos: Paula Kovarsky, Harley Lorentz e Guilherme Ferreira. Outros dois nomes, Fabio Vassel e Paulo Thiago Mendonça, completam o novo colegiado. Todos têm mandato de dois anos.

Os cinco nomes contavam com indicação prévia da sueca Maha Energy, que tem 5% de participação na petroleira e solicitou a realização da assembleia. Também partiu da Maha, em carta enviada em 18 de janeiro ao antigo conselho da 3R, a provocação para a fusão em terra com a PetroReconcavo.

Os novos conselheiros, Vassel e Mendonça, já passaram pelo conselho da 3R Petroleum no passado e serão os nomes fortes da Maha no colegiado. Mendonça, inclusive, ocupa a presidência do conselho da Maha.

Segundo fontes, a mudança tende a acelerar o processo de análise interna da 3R para chegar à proposta de fusão a ser enviada para a PetroReconcavo. O intuito da Maha era que a proposta fosse enviada até o fim de fevereiro, o que não aconteceu.

O movimento de fusão contaria com o apoio dos maiores acionistas da 3R. Hoje com 8,4% das ações, o maior acionista da 3R é o Gerval Investimentos, fundo que tem entre os acionistas membros da família Gerdau. Depois, vêm o BTG Pactual, com 5,8%, a própria Maha com outros 5%, e o Fundo Coronation, com 5%. O restante das ações estão pulverizadas entre outros acionistas menores.

Uma apresentação a qual o Estadão/Broadcast teve acesso mês passado, mostra que a Maha projetava a finalização da negociação e acordos com a PetroReconcavo ao longo do segundo trimestre. Já a obtenção de aval de autoridades e credores era planejada para o terceiro trimestre. Com a reformulação do conselho da 3R, a expectativa de investidores favoráveis à fusão é que as tratativas ganhem tração, se aproximando desses prazos.

No início do mês, em teleconferência com investidores, o diretor Financeiro da 3R Petroleum, Rodrigo Pizarro, já havia dito que a companhia pretendia acelerar o máximo possível os estudos para uma possível fusão com a PetroReconcavo, já que a transação “faz todo o sentido” para as duas companhias. A tendência é que o ímpeto nesse sentido fique ainda mais forte na alta administração da empresa.

Com a reforma, quatro nomes deixam o conselho da 3R, entre eles o de Roberto Castello Branco, até então presidente do colegiado. Também estão de saída Richard Gerdau Johannpeter, André Bartelle e Carlos Alberto de Oliveira.
Potencial da fusão

Se avançar, a união da operação em terra, na Bahia e Rio Grande do Norte, das duas petroleiras independentes faria surgir a terceira maior operadora de petróleo do País, com produção de mais de 80 mil barris de óleo equivalente por dia (boed), só atrás de Petrobras e da Prio em operação própria.

Nos bastidores, fala-se em redução de gastos com pessoal e infraestrutura, além de balanço comum mais equilibrado, com espaço para futuras consolidações.

Além disso, a 3R é dona de estruturas de escoamento de petróleo e processamento de gás das quais a PetroReconcavo necessita, o que seria ponto-chave para boa aceitação da proposta.
PetroReconcavo

Procurada, a PetroReconcavo não se manifestou. No início de março, o diretor-presidente da companhia, José Firmo, disse em teleconferência com investidores e analistas que o negócio é visto com “muito mérito” pelas partes.

Dias depois, em 8 de março, a empresa informou ao mercado por meio de comunicado que ainda não havia recebido qualquer proposta formal de combinação de negócios envolvendo a 3R e, portanto, não haveria qualquer acordo sobre prazos, condições, estrutura, relação de troca ou data limite para eventual transação.

Na ocasião, a PetroReconcavo informou ter firmado acordos de confidencialidade com a 3R e com assessores financeiros Jefferies e Rothschild para auxiliá-la no processo de avaliação técnica e due diligence dos portfólios.
3R Petroleum

A 3R, por sua vez, se limitou a confirmar que foi realizada uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) na tarde desta quarta-feira, 20. A empresa disse que o resultado será informado ao mercado em fato relevante, seguindo as normas para companhias de capital aberto.

Valor - SP   21/03/2024

Primeiros passos incluem implantação de duas centrais e aquisição de 150 caminhões movidos a GNL

A VirtuGNL deu início a seu plano de investir R$ 5,7 bilhões até 2030 na implantação de um corredor de descarbonização de transportes, com o uso da tecnologia de gás natural liquefeito (GNL) como parte de seu modelo de negócios. A empresa, que já atua no transporte de GNL, vai passar a movimentar - a partir de agosto - cargas em caminhões movidos também pelo insumo e não mais por óleo diesel.

O começo do plano se dará no Maranhão, onde serão instalados dois postos de abastecimento para caminhões movidos a GNL. A empresa já adquiriu os primeiros 150 caminhões que serão utilizados no negócio. Para essa primeira etapa, os investimentos somam cerca de R$ 180 milhões, entre aquisição de veículos e construção das centrais.

Os investimentos se inserem no momento em que o país debate alternativas de descarbonização da matriz de transportes. O gás natural é considerado por especialistas como combustível de transição porque, embora seja fóssil, não tem componentes químicos poluentes encontrados no diesel.

Em paralelo, há uma discussão no mercado de gás brasileiro sobre como monetizar as reservas. Cerca de metade do gás produzido no país é reinjetado nas jazidas por falta de infraestrutura. O transporte de gás por rodovias é visto como uma alternativa aos gasodutos tradicionais.

A VirtuGNL presta o serviço de transporte, por rodovias, do gás extraído do campo de Azulão (AM), da Eneva, para a térmica Jaguatirica (RR), num trajeto de 1.100 quilômetros. O gás é liquefeito num terminal da Eneva no próprio campo, transportado e regaseificado nas instalações da termelétrica. A VirtuGNL passará a transportar, a partir de maio, o GNL da Bacia do Parnaíba, também da Eneva, para as instalações da Vale, em São Luís, e da Suzano, em Imperatriz (MA), ambas com planos de descarbonizar as respectivas operações.

A Eneva é a principal parceira da VirtuGNL na joint venture GNL Brasil, que fará o transporte do gás para Vale e Suzano. Para atender a esse contrato, a VirtuGNL fechou acordo com a Scania para aquisição de 30 caminhões.

Se eu levo gás a nosso cliente, por que não agregar à cadeia de valor”

— José de Moura Jr.

De olho no potencial de negócios com GNL, a empresa decidiu seguir em um novo caminho: monetizar o gás que transporta como combustível para abastecimento de caminhões, de acordo com o presidente da VirtuGNL, José de Moura Junior. O modelo, porém, vai além da venda de gás e envolve a locação dos caminhões para potenciais clientes, como transportadores de grãos, granéis sólidos e líquidos, e voltados para a mineração, entre outros segmentos.

“Se eu levo gás para fazer o processo industrial para nosso cliente, por que não agregar mais à cadeia de valor? Daí nasceu nosso projeto”, disse Moura. Verticalizado, o negócio é fornecer solução completa de caminhões movidos a GNL para as transportadoras que precisam descarbonizar as operações.

Os primeiros passos se deram com a assinatura de um contrato com o Porto do Itaqui para a instalação dos dois primeiros postos de abastecimento, de um total de 39 unidades, denominadas “centrais de descarbonização”, que totalizam R$ 180 milhões de investimentos. As centrais serão instaladas nos municípios maranhenses de Presidente Dutra e Balsas. Essa fase, com início em agosto, contará com 150 caminhões.

O acordo envolve o escoamento de produtos pelo Porto do Itaqui, de olho na região batizada de “Matopiba”, um cinturão agropecuário dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O plano da VirtuGNL é de comprar 5,3 mil caminhões até 2030.

Para colocar de pé as rotas de abastecimento, o plano de investimentos conta com parcerias com a própria Eneva e com outros fornecedores de gás natural - nesses casos, a VirtuGNL atua como comercializadora do insumo. O executivo disse que as centrais de descarbonização não funcionarão, nesse primeiro momento, como postos de combustíveis para venda de GNL a terceiros. Eles vão atender somente à frota da companhia, devido a questões regulatórias.

Infomoney - SP   21/03/2024

O petróleo fechou em queda nesta quarta-feira, 20, em meio à reação dos mercados à manutenção da taxa de juros nos Estados Unidos em um desfecho que confirmou as expectativas dos analistas. A commodity foi pressionada por dados mistos de estoques norte-americanos da commodity bruta e derivados, após os contratos do WTI e Brent terem renovado na terça-feira as máximas intradiárias desde novembro de 2023.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para maio fechou em queda de 1,76% (US$ 1,46), a US$ 81,27 o barril, enquanto o Brent para maio recuou 1,63% (US$ 1,43), a US$ 85,95 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manteve a taxa dos Fed Funds em 5,25% a 5,50% ao ano, em comunicado divulgado no período da tarde desta quarta-feira. A decisão unânime ficou em linha com as expectativas do mercado financeiro.
Os negócios com o petróleo fecharam em meio à entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, que desencadeava desvalorização do dólar.

Na véspera, os petróleos WTI e Brent renovaram o maior nível desde novembro de 2023 nas máximas intraday, a US$ 83,12 e US$ 87,70, respectivamente.

Os números de estoques de petróleo dos EUA injetaram volatilidade nos preços do ativo mais cedo. Os estoques americanos de petróleo recuaram 1,952 milhão de barris, na semana encerrada no dia 15, informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês).

Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam baixa menor, de 1,2 milhão de barris. Os estoques de gasolina caíram mais que o previsto, mas os de destilados subiram inesperadamente.

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