FORGOT YOUR DETAILS?

Seja bem-vindo ao INDA!

Olá, seja bem-vindo
ao INDA!

20 de Dezembro de 2023

INDA

Investing - SP   20/12/2023

A associação de distribuidores brasileiros de aços planos, Inda, avalia que as usinas siderúrgicas poderão elevar seus preços no Brasil no primeiro bimestre em cerca de 5% a 6%, diante de um quadro no mercado interno de redução da diferença do valor cobrado pela liga ante o estabelecido no exterior, o chamado prêmio.

"O prêmio hoje, com dólar a 4,90 e com esses pequenos reajustes aplicados lá fora, está um pouco abaixo de 10% e isso é muito baixo", disse o presidente do Inda, Carlos Loureiro, em entrevista a jornalistas nesta terça-feira. Mais cedo neste ano, os prêmios chegaram a ficar acima de 20%.

Essa redução no prêmio cria um quadro que não estimula importações, afirmou o executivo.

"As usinas estão muito apertadas e há um movimento grande delas para ajustar alguma coisa (nos preços no Brasil)", acrescentou Loureiro.

Broadcast - SP   20/12/2023

As vendas de aços planos somaram 328,2 mil toneladas em novembro, o que representa uma alta de 13% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Na comparação com outubro, houve queda de 3,5%, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira, 19, pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda).

As compras em novembro, por sua vez, foram de 341,6 mil toneladas, aumento de 20,3% ante um ano e queda de 3% na comparação mensal. Os estoques das distribuidoras de aço somaram 869,1 mil toneladas, alta de 1,6% na comparação com o mês imediatamente anterior.

As importações de aços planos somaram 212,017 mil toneladas em novembro, alta de 35,3% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. No período acumulado de janeiro a novembro a entrada do produto no Brasil aumentou 46%, para 2,21 milhões de toneladas.

Do total de volumes comprados no mercado externo em novembro, 89,6% são provenientes da China. Se considerar o período acumulado, o gigante asiático representa 66,6% da origem dos aços planos importados.

Já as exportações de aços planos somaram 769,669 mil toneladas em novembro, com os Estados Unidos se mantendo como o principal comprador do aço brasileiro, representando 69,5% do total de vendas.

O período acumulado mostra que o Brasil exportou 9,136 milhões de toneladas de aços planos. A maior parte das vendas externas foram de placas (8,177 milhões), enquanto o restante vendido contou com perfis de maior valor agregado.

Diário do Comércio - MG   20/12/2023

O aumento dos preços do minério de ferro e do carvão, principais insumos da fabricação do aço, está impulsionando a cotação internacional do produto. O reajuste combinado com o dólar na casa dos R$ 4,90 e um prêmio pouco abaixo de 10% devem contribuir para um arrefecimento das importações. Com custos mais altos e importações menores, a tendência é que as usinas reajustem os preços do aço no Brasil logo no início de 2024. De acordo com o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), a estimativa é que os valores subam de 5% a 6% durante o primeiro bimestre.

Conforme o presidente executivo do Inda, Carlos Jorge Loureiro, com a alta dos preços internacionais e o valor do dólar, a tendência é de arrefecimento das importações de aço.

“O prêmio está pouco abaixo de 10% e a situação atual não encoraja a importação. Temos um dólar a R$ 4,90 e reajuste do carvão e do minério de ferro, que devem se manter firmes nos primeiros meses de 2024. Com um prêmio abaixo de 10%, é muito arriscado importar. É importante lembrar que os contratos fechados agora serão recebidos daqui a cinco meses. Neste período, não se sabe em quanto estará o dólar e o mercado não está muito bom”.

Preços do aço podem subir de 5% a 6% nas usinas

Com a tendência de importações menores, é esperado, então, que haja reajuste por parte das usinas, que seguem com margens apertadas. Loureiro explica que os players do mercado preveem a tonelada do minério de ferro a US$ 130 no primeiro semestre e não há chances do preço do carvão afrouxar.

“Diante disso e do aperto dos resultados das usinas, a perspectiva de haver alguma queda nos preços do aço, no mercado interno, praticamente desapareceu no curto prazo. Com a tendência de importação pouco mais comprimida e dos maus resultados das usinas, há um movimento de reajustar os preços internos. É possível que isso ocorra no primeiro bimestre, algo em torno de 5% a 6%”, disse Loureiro.
Vendas de aço plano caem em novembro

Ao longo de novembro, as vendas de aços planos, feitas pelas distribuidoras de aço associadas ao Inda, registraram queda de 3,5% quando comparadas a outubro, atingindo o montante de 328,2 mil toneladas, contra 340 mil toneladas. Em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 290,6 mil toneladas, foi verificada alta de 13%.

Conforme o Inda, as compras também ficaram menores. No período, a queda ficou em 3% frente a outubro, com volume total de 341,6 mil toneladas. Já na comparação com novembro do ano passado, quando as compras somaram 284,0 mil toneladas, o resultado foi uma alta de 20,3%.

“A queda nas vendas ficou um pouco abaixo do estimado, que era de 4%. Com isso, os estoques ficaram um pouco maiores, mas dentro do esperado pelo setor”.

Conforme os dados do Inda, o estoque de novembro cresceu 1,6% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 869,1 mil toneladas. Assim, o giro de estoque fechou em 2,6 meses. “O estoque subiu um pouco, mas, de qualquer, um giro de 2,6 meses é muito bom e está bem controlado. Não existe nenhuma compra especulativa”, disse Loureiro.
Importações

Quanto às importações, conforme os dados do Inda, em novembro, foi registrado aumento de 3,6% em relação ao mês anterior. Ao todo, o volume total foi de 212,0 mil toneladas ante as 204,6 mil toneladas vistas em outubro. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando as importações somaram 156,7 mil toneladas, a alta registrada é de 35,3%.

Nos primeiros 11 meses do ano, as importações cresceram 46%, somando, então, 2,21 milhões de toneladas de aços planos.

“Depois do pico de importações em setembro, muito originário da mudança da cobrança de imposto, o que agilizou a nacionalização do material que estava nos portos, em outubro e novembro, os volumes voltaram aos níveis anteriores”.

Conforme Loureiro, para dezembro, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma queda de 15% em relação ao mês de novembro. ‘Essa queda é esperada em função dos feriados de dezembro e férias”, disse.

Quanto ao fechamento do ano, a estimativa é encerrar com a venda de 3,8 milhões de toneladas, superando em 2% o resultado de 2022. Para 2024, a princípio, é esperado avanço de 3%, chegando, então, a 3,9 milhões de toneladas.

SIDERURGIA

Money Times - SP   20/12/2023

O Itaú BBA rebaixou a tese da Gerdau (GGBR4) para “market perform” (desempenho esperado em linha com a média do mercado, equivalente a “neutro”). Além disso, cortou o preço-alvo de R$ 30 para R$ 26 ao fim de 2024.

A atualização considerou cinco principais pontos, segundo os analistas:
fundamentos fracos para a dinâmica do aço no Brasil no curto prazo; o momento mais enfraquecido para os resultados nos Estados Unidos, o que provavelmente deve pesar sobre as margens à frente; o potencial de alta limitado do fluxo de caixa descontado de 10%; a probabilidade de gerar apenas um fluxo de caixa livre “decente” em 2024 (com yield de fluxo de caixa de 7%), devido a aproximadamente R$ 6 bilhões em capex; e o valuation justo, com a ação negociada a 4,3 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2024, não muito longe dos níveis históricos.

“Olhando para frente, acreditamos que os resultados no Brasil permanecerão pressionados em 2024, visto que enxergamos um modesto aumento de 2% a/a nos volumes de aço doméstico e esperamos que o ambiente competitivo permaneça feroz, limitando espaço para preços mais elevados”, comentam Daniel Sasson e a equipe setorial de Mineração e Siderurgia, em relatório publicado nesta segunda-feira (18).

Em relação aos negócios na América do Norte, embora os analistas enxerguem potencial de alta vindo pelas iniciativas de estímulo do governo americano, os resultados devem começar a dar sinais de deterioração devido aos preços menores do aço.

Com isso, o BBA espera que a margem Ebitda das operações Brasil caia de 12,9% para 11,8% em 2024. Para a unidade da América do Norte, a margem deve recuar de 25,6% em 2023 para 17,4% no próximo ano.

O que esperar da Gerdau na próxima temporada de resultados?

O BBA aproveitou a atualização e lançou suas premissas quanto aos resultados do quarto trimestre de 2023 da Gerdau. De modo geral, o time espera margens sequencialmente mais fracas para as divisões Brasil e EUA.

O Ebitda deve atingir R$ 2 bilhões, o que representa um tombo sequencial de 40%.

Na divisão de Aços Especiais, o BBA antecipa um declínio de 25% t/t em volumes de vendas. Com a queda nos preços do aço e custos maiores esperados para o período, a unidade deve entregar um Ebitda de R$ 272 milhões, com margem de 14%.

Para o quarto trimestre, o BBA estima lucro líquido (excluindo minoritários) de R$ 772 milhões, queda sequencial de 51,6% e anual de 36,7%.

IstoÉ Dinheiro - SP   20/12/2023

A União Europeia (UE) anunciou nesta terça-feira (19) que, junto com os Estados Unidos, decidiu prorrogar até 31 de março de 2025 a suspensão de suas tarifas sobre produtos americanos, adotadas em meio a uma disputa que se arrasta desde o governo de Donald Trump.

A rivalidade comercial começou com uma série de medidas adotada pelo então presidente Trump em 2018, que incluía pesadas taxas às exportações de aço e alumínio da UE.

Em resposta, a UE adotou medidas equivalentes, mas, em 2022, decidiu suspender a cobrança dessas taxas para permitir que as partes negociem uma solução para a disputa.

Nos Estados Unidos, o governo de Joe Biden também suspendeu temporariamente a cobrança de taxas sobre o aço e o alumínio e passou a adotar um sistema baseado em volumes negociados.

Originalmente, a suspensão destas tarifas por parte da UE era válida até 31 de dezembro de 2023, mas a Comissão decidiu estender a medida até março de 2025.

“Esta extensão é o resultado de um acordo alcançado com Estados Unidos”, indicou a Comissão em uma nota oficial.

A suspensão mútua de medidas restritivas “proporciona o tempo e o espaço político necessário” para negociar uma saída definitiva da controvérsia, informou a Comissão.

Simultaneamente, a representante comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês), Katherine Tai, observou, em um comunicado, que as conversas são “tecnicamente complexas”. Em sua nota, ela destacou que o objetivo das negociações em andamento é incentivar a “produção justa e limpa” no segmento de siderurgia.

A Comissão garantiu que continuará negociando com os Estados Unidos para a eliminação total destes direitos tributários.

A nota de Tai observou, por sua vez, que os Estados Unidos “continuam comprometidos com nossa parceria com a UE e com as permanência à mesa de negociações para continuar o progresso que fizemos até agora”.

Diário do Aço - MG   20/12/2023

Em 1856, o Engenheiro Metalúrgico inglês Henry Bessemer criou o primeiro equipamento que removendo as impurezas do ferro, produziu pela primeira vez o aço: liga metálica com maior resistência ao desgaste, ao impacto e à corrosão que o ferro e com grande maleabilidade, durabilidade e condutividade térmica.

Hoje, o aço é umas das ligas metálicas mais usadas no mundo e representa 90% de todos os metais consumidos na indústria. Ele está presente no cotidiano das pessoas, em diversas áreas e produtos, como nas construções, nas máquinas, no transporte (rodoferroviário, naval e aéreo), além de ferramentas, eletrodomésticos e utensílios.
Toda infraestrutura responsável pelo desenvolvimento econômico-social brasileiro está diretamente associada à indústria do aço, que produz matéria-prima para hidrelétricas, torres de transmissão, ferrovias, edifícios, pontes, viadutos etc. Por isso, reconhecida como um setor estratégico, a siderurgia sempre mereceu atenção especial por parte do Estado brasileiro.

Em 1941, o então presidente, Getúlio Vargas, contrariando interesses estrangeiros, assinou o decreto para a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Em 1973, foi criada a Siderbrás, responsável por controlar e coordenar a produção de aço no Brasil. O País era 17° produtor mundial e 50% da produção vinha de três usinas estatais (CSN, Usiminas e Cosipa). Oito anos depois, a produção era de 13,22 milhões de toneladas. Em 1990, subiu para 20,56 milhões. Durante o governo Collor, a Siderbrás foi extinta. Entre 1988 e 1993 nove das maiores siderúrgicas estatais foram privatizadas.

De lá para cá, com altos e baixos, a produção interna foi se estabilizando. Em razão da Pandemia do coronavírus e das políticas equivocadas do último período, o Brasil apresentou queda no segmento industrial. Contudo, já começa a dar sinais de recuperação. Hoje, é o 9º maior produtor de aço do mundo, exporta para dezenas de países e tem na China, líder no mercado mundial, o seu maior concorrente. O setor tem faturamento líquido de R$ 209,1 bilhões, R4 paga 35,2 de impostos e emprega 127 mil trabalhadores diretos e indiretos.

“Se para importadores e compradores, preços mais baixos
parecem promissores, a médio e longo prazos os efeitos
são devastadores para a soberania nacional”

O Instituto Brasil Aço estima a produção brasileira em 31,4 milhões de toneladas no ano de 2023 – uma queda de 8% em relação a 2022 – e uma redução nas vendas internas para 19,2 milhões de toneladas (-5,6%). Minas Gerais responde por cerca de 29,5% da produção total do País e o setor vem investindo R$ 12 bilhões/ano em modernização e desenvolvimento tecnológico. Já as importações chegarão à casa de 5 milhões de toneladas.

Contudo, a indústria do aço vive uma crise que tem sua origem na concorrência predatória. Atualmente, o aço produzido no exterior chega ao Brasil a um preço, em média, 10% inferior do que o nacional, segundo a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). Não há quem resista a preços artificialmente baixos e à concorrência desleal praticada pela China.

Duas das maiores empresas do Brasil anunciaram desinvestimentos no Vale do Aço. A Aperam adiou a instalação de um novo laminador a frio, que geraria 1,5 mil vagas temporárias. Depois de um orçamento de R$ 3,2 bilhões para 2023 e de investir R$ 2,7 bilhões no alto-forno 3, a Usiminas vai abafar o alto-forno 1 – o que acarretará demissões e desaquecimento da economia local. É preciso destacar que outros setores industriais são diretamente atingidos, a exemplo da silvicultura – sendo que Minas Gerais tem a maior área de floresta plantada do País.

Se para importadores e compradores, preços mais baixos parecem promissores, a médio e longo prazos os efeitos são devastadores para a soberania nacional, a indústria local, tanto siderúrgica como de outras áreas, e para os próprios compradores que ficarão reféns da produção e de regras estrangeiras.

Para mitigar o problema imediato e tornar o metal brasileiro mais competitivo no mercado interno, o Governo Federal antecipou o fim da redução de 10% no imposto de importação do aço. Determinada pelo governo anterior, a medida, que favorecia produtores forasteiros, valeria até 31 de dezembro, entretanto o governo atual acabou com o desconto em 30 de setembro.

Entre as medidas emergenciais, o setor reivindica a elevação da alíquota de importação de 9,6 para 25% (a exemplo do México, EUA e UE). Por seu turno, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) avisa que prepara uma intervenção mais robusta, a partir de uma política industrial que vise a fortalecer, restaurar e proteger as empresas sediadas no terreno nacional e toda cadeia produtiva a jusante.

Minas Gerais e o Brasil não podem assistir inertes ao desmanche de um setor essencial e produtor de riquezas. Do nosso Vale parte uma voz unida em defesa da produção de Aço que combine crescimento econômico, geração de empregos e conservação ambiental.

Diário do Comércio - MG   20/12/2023

Recentemente, a Convaço firmou mais um contrato de três anos com a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) para atuar na preservação da Coqueria 2 da unidade de Ipatinga, no Vale do Aço. A empresa será responsável por garantir a eficiência operacional, produtividade e disponibilidade dos fornos do equipamento, em um projeto que vai empregar 200 colaboradores.

O novo acordo fortalece uma parceria de décadas entre a prestadora de serviços em engenharia de montagem e manutenção industrial e a gigante da siderurgia brasileira. Nascida em 1970, a também ipatinguense Convaço atende a Usiminas praticamente desde sua fundação. O primeiro negócio fechado pelas companhias foi em 1971, para a prestação de serviços de eletromecânica.

Houve sinergia. No decorrer dos anos, as empresas fecharam diversos outros contratos, como para manutenção de telhados da usina, grande reparo eletromecânico na própria Coqueria 2 e reforma do alto-forno 1. Atualmente, a Usiminas é a principal cliente da Convaço. A companhia mantém, inclusive, um revelante quadro efetivo de funcionários na planta da siderúrgica.

“Dentro da Usiminas, hoje, apenas no contrato de refratário, que já temos há mais de 20 anos, são quase 200 pessoas. No de refrigeração, são pouco mais de 100 funcionários. O de eletromecânica também já tem um número expressivo. Então, juntando toda a equipe da Convaço que atende a Usiminas, são cerca de 1.000 funcionários. Com esse novo contrato (da Coqueria 2), serão mais 200 colaboradores para somar a equipe”, disse o gerente comercial da Convaço, Carlos Quintão.

Além da Usiminas, Convaço presta serviços para outras notáveis siderúrgicas, mineradoras e produtoras de celulose

Consolidada no mercado, a Convaço presta serviços, sobretudo, para o setor siderúrgico, de mineração e de celulose. Além da Usiminas, a companhia atende a Aperam South América, ArcelorMittal Brasil, Samarco, Anglo American e Cenibra, por exemplo. São em torno de 2.500 empregados efetivos, número que pode subir ainda mais conforme os projetos em andamento.

“Atuamos não somente com contratos fixos, mas também com obras temporárias. Temos cerca de 2.500 funcionários fixos em contratos continuados e esse efetivo flutua até mais de 3.000, 3.500, dependendo dos projetos, especialmente em períodos determinados”, explicou Quintão.

O gerente comercial da Convaço exemplifica citando um atendimento prestado à Cenibra em setembro, época em que a produtora de celulose realizou uma parada de 30 dias em Belo Oriente para manutenção geral da planta. O trabalho envolveu 500 funcionários adicionais, sendo que a prestadora de serviços já mantém um quadro permanente de quase 400 colaboradores no local.
Diferenciais e unidades de apoio

A principal atuação da Convaço é em Minas Gerais, mas a empresa também presta atendimento em outros estados, principalmente, do entorno do território mineiro. São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Mato Grosso estão entre eles. E, segundo Quintão, a companhia está em busca por novos contratos no mercado, que sejam parcerias éticas e duradouras.

Conforme ele, os diferenciais da prestadora de serviços estão, justamente, no compromisso, respeito e ética com os negócios. O gerente comercial ainda diz que a companhia preza bastante pela segurança e produtividade dos empregados e por uma entrega de qualidade que dê resultados para os clientes. De acordo com Quintão, outro ponto forte da Convaço, diz respeito a flexibilidade e agilidade em mobilizar mão de obra, graças a uma gestão descentralizada.

Para apoiar os trabalhos, a Convaço tem filiais em lugares como Timóteo, Mariana, Itatiaiuçu e em cidades paulista e capixaba e um escritório em Belo Horizonte. Já seu escritório central fica em Ipatinga. A empresa ainda tem uma unidade em Santana do Paraíso, que abriga equipamentos e um braço industrial da companhia, a Convaço Service, que atende, sobretudo, hidrelétricas.

ECONOMIA

Globo Online - RJ   20/12/2023

O Banco Central divulgou na manhã desta terça-feira a Ata do Copom da reunião que reduziu a Selic em meio ponto percentual, de 12,25%, para 11,75%, na semana passada. O documento - sempre divulgado na semana seguinte - traz novas explicações e indicações sobre a política do juros.

Esse é o menor patamar de juros desde março de 2022. Foi a quarta redução consecutiva da Selic, que começou a cair do nível de 13,75% ao ano partir da reunião de agosto.

O Banco Central já anunciou ao mercado financeiro que os juros vão cair em mais meio ponto nas próximas reuniões, o que indica pelo menos mais dois cortes nessa intensidade, nos encontros de janeiro e março.

"Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", disse o BC no comunicado da decisão.

O Comitê de Política Monetária (Copom), formado pelos diretores do BC, se reúne a cada 45 dias. A reunião da Ata divulgada hoje foi a última de 2023.

Conjuntura favorável

A política monetária vem refletindo a queda da inflação medida pelo IBGE, mas também a redução das expectativas, medidas pelo Boletim Focus. No cenário internacional, também há uma conjuntura de queda sincronizada da inflação em queda nas principais economias.

Um fator decisivo para o início do ciclo de cortes foi a manutenção da meta de inflação de 2026, em 3%, em junho deste ano. Sem essa incerteza, o BC começou a cortar a taxa na reunião seguinte, em agosto.

Selic em um dígito no fim de 2024

Pelas projeções do Boletim Focus, a Selic teve terminar o ano de 2024 em 9,25%. Na semana passada, o IBGE divulgou o IPCA de novembro, que ficou em 0,28%, abaixo dos 0,41% do mesmo mês do ano passado. Com isso, a taxa acumulada em 12 meses caiu de 4,82% para com 4,68%, já dentro do intervalo de tolerância da meta.

Das 16 capitais pesquisadas pelo IBGE, metade já está com a inflação da meta: Rio de Janeiro (3,97%), Campo Grande (4,71%), Goiânia (3,94%), Fortaleza (4,64%), Curitiba (4,69%), Salvador (4,01%), Recife (3,86%) e São Luís (2,28%).

Desde o início do ano, a expectativa de inflação para 2023 caiu de 5,3% para 4,5%, ou seja, passou a ficar dentro da margem de tolerância da meta, que é de 3,25% com 1,5 ponto percentual de margem, para cima ou para baixo. Para 2024, houve ligeira piora, de 3,62% para 3,92%, também dentro da meta, e para os anos seguintes a projeção está "ancorada" em 3,5%, para um centro de meta de 3%.

BC americano ajuda

Na semana passada, o Banco Central americano, Fed, manteve a taxa de juros inalterada, no intervalo entre 5% e 5,25%. O comunicado do banco foi considerado mais "leve" do que o previsto o mercado, o que ajudará a condução da política monetária no Brasil.

Quanto mais cedo os juros caírem mais lá, mais confortável fica o BC brasileiro a cortar a Selic aqui. Isso por causa do chamado "diferencial de juros". Se a taxa por aqui fica muito mais alta do que a dos EUA, dólares vêm para o Brasil em busca de rentabilidade, o que fortalece o real e ajuda no combate à inflação.

Segundo o economista-chefe do G5 Partners, Luis Otávio Leal, o Fed reduziu as projeções de inflação de 5,1% para 4,6%, em 2024, de 3,9% para 3,6% em 2025, permanecendo em 2,9%. em 2026.

"Apesar de não ser uma surpresa a manutenção dos juros, podemos dizer que o resultado do FOMC foi surpreendentemente dovish. A percepção do FED, tanto com relação ao crescimento, quanto com a inflação foi mais benigna", disse Leal em uma rede social.

Essa visão pode ajudar o BC brasileiro a acelerar os cortes de juros, segundo ele.

"Os mercados responderam a contento a esse novo cenário dos juros nos EUA que pode deixar o BCB mais a vontade para deixar a porta aberta para uma aceleração do ritmo de cortes dos juros", afirmou.

Infomoney - SP   20/12/2023

A política monetária global deve ser marcada em 2024 por um movimento que o mercado financeiro e os economistas costuma chamar de “pivot”, aquele ponto de inflexão em que as taxas de juros encerram um período de estabilidade após um ciclo de alta e passam a ser cortadas, com diferentes velocidade, dependendo das condições econômicas locais.

Na semana passada, o Bank of America divulgou um relatório prevendo 152 cortes de taxas no próximo ano por parte dos BCs, a maior flexibilização vista desde 2020, quando a pandemia exigiu juros mais brandos.

A inflexão virá depois que as autoridades monetárias fizeram um forte movimento coordenado de alta, subindo agressivamente as taxas mais de 300 vezes entre 2021 e 2023, comparou o BofA.
Embora as esperanças e até algumas projeções mais arriscadas apontem que o novo movimento pode começar já no final do primeiro trimestre de 2024 – há reuniões do Federal Reserve (Fed) agendadas para 20 de março, do Banco da Inglaterra (BoE) em 21 de março e do Banco Central Europeu (BCE) em 11 de abril – é difícil por ora cravar uma data.

Ainda que tenha tentado renovar a mensagem de cautela, o presidente do Fed, Jerome Powell, se atreveu a comentar na coletiva de imprensa pós decisão de juros pelo Fomc no dia 13 de dezembro que o ciclo de alta provavelmente acabou e que um prazo para iniciar cortes chegou a ser discutido.

Isso incentivou participantes do mercado renovar estimativas de um “orçamento” de flexibilização superior a 100 pontos-base no ano que vem, com início cada vez mais próximo, embora o sumário de projeções (SEP, na sigla em inglês) dos diretores do Fed tenha admitido, no máximo, 75 bps.

Em relatório recente sobre expectativas para o próximo ano, o UBS, afirmou que a combinação de menor crescimento e menor inflação deverá levar a vários cortes nas taxas de juro em 2024, isso apesar de a inflação provavelmente permanecer acima das metas de 2% durante a maior parte ou todo o ano.

“Acreditamos que os decisores estarão suficientemente confiantes em meados do ano que a inflação está caindo de forma sustentável em direção à meta. Nosso cenário base é que o BCE e o Banco de Inglaterra reduzam as taxas em 75 pontos-base em 2024, enquanto esperamos que a Fed e o Banco da Suíça reduzam as taxas em 50 pontos-base”, escreveu o banco de investimentos antes da última reunião do Fomc.

No dia seguinte à reunião do Fed, a presidente do BCE, Christine Lagarde, precisou conter um pouco os ânimos de quem pedia sinais de uma antecipação do novo ciclo na zona do euro ao afirmou que não é o momento de baixar a guarda com a inflação. Isso após o Banco ter decidido novamente manter os juros nos atuais patamares.

Mas isso depois de admitir que os efeitos da política monetária contracionista já estão fortemente presentes quando se observam as expectativas de inflação, os índice de preços subjacentes e até atividade econômica mais fraca e o mercado de trabalho menos pressionado.

De qualquer maneira, o Business Insider destacou na semana passada que, historicamente, os bancos centrais seguem, em grande parte, o exemplo da Fed. Ou seja, quando BC americano começar a cortar as taxas, as demais autoridades monetárias acabam por seguir o exemplo.

O diretor do JP Morgan Asset Management, Phil Camporeale, destacou em entrevista à CNBC na última sexta-feira que, além do Fed, “muitos dos bancos centrais do G4 estão com vontade de tornar as coisas um pouco mais fáceis” no ano que vem.
Zona do euro ou EUA?

Então, como projetar o momento mais provável do início do “pivot”? Luiz Cezario, economista chefe da Asset 1 Investment, comenta que, em 2024, será preciso observar que os ciclos monetários passarão a apresentar dinâmicas diferentes, refletindo os fundamentos de cada economia.

“Avaliamos que a zona do euro está melhor posicionada para iniciar um ciclo de corte de juros no início do 2º trimestre de 2024. Em resposta ao aperto monetário implementado pelo BCE, as condições financeiras encontram-se bastante apertadas na região, e a economia europeia caminha para uma recessão. A política fiscal, por sua vez, deve ficar moderadamente contracionista em 2024”, destaca.

Ele também observa que a inflação europeia tem caído rapidamente e já se encontra abaixo da variação de preços observada em outras economias desenvolvidas, como os EUA e o Reino Unido – a prévia do CPI anualizado na zona do euro passou de 4,3% em setembro para 2,9% em outubro e mostrou prévia de 2,4% em novembro.

“Os fundamentos da zona do euro indicam que o processo de convergência da inflação para a meta está mais avançado na região, o que deve permitir que o BCE inicie um ciclo de corte de juros em breve, visando levar a política monetária para uma postura neutra, ou talvez até expansionista (colocando a taxa de juros abaixo do juro neutro)”, prevê.

Mas, apesar do discurso até moderado de Powell, Cezario compara que os EUA se deparam com condições econômicas menos favoráveis para o início de um início mais rápido do ciclo de corte de juros.

“Avaliamos que o Fed demorará mais para iniciar um ciclo de afrouxamento monetário e precisará manter a política monetária contracionista por mais tempo do que o BCE. Em contraste com o cenário descrito para a zona do euro, nos EUA as condições financeiras encontram-se menos apertadas e a economia, após sustentar um ritmo de crescimento acima do potencial por cinco trimestre consecutivos, tem desacelerado para um ritmo de crescimento um pouco abaixo do potencial”, alerta.

Sobre a  política fiscal, o economista da Asset1 vê um movimento “menos expansionista em 2024” para os EUA, ante a tendência contracionista na zona do euro. “E os dados indicam que a desinflação nos EUA será mais lenta daqui por diante, com sinais de maior rigidez na inflação de serviços”, compara.

Sobre o mercado de trabalho, a avaliação é que, embora ele esteja apertado nas duas economias, o desequilíbrio entre oferta e demanda de trabalhadores é muito maior nos EUA do que na zona do euro. E demorará mais tempo para ser solucionado.

“Deste modo, esperamos que o Fed inicie um ciclo de redução de juros apenas no 3º trimestre de 2024, de forma a reduzir o grau de aperto da política monetária.”

Como consequência, a economia europeia deve voltar a crescer no final do ano que vem, enquanto os EUA devem passar por um processo mais lento de desaquecimento. “O diferencial de juros entre as duas economias deverá aumentar ao longo de 2024, o que gerará pressão para a apreciação do dólar americano contra o euro”, argumenta.
Efeitos

E que impactos isso poderia trazer para emergentes como o Brasil? A gestora BlackRock não cravou um cenário em seu último relatório, mas alertou que cortes pelo Federal Reserve normalmente prejudicar as moedas dos mercados emergentes.

Isso pode trazer impactos na política monetária do BC brasileiro, que já iniciou seu ciclo de cortes há alguma reuniões? Para o economista chefe da Oriz Partners, tudo depende de os EUA  conseguirem, de fato, chegar a um pouso suave em sua economia. Assim, os juros de lá estarão mais calibrados para iniciar uma redução mais para o final do ano e o nosso BC vai conseguir entregar uma Selic abaixo de dois dígitos – projeção da Oriz.

Para a analista chefe da Money Wise Research, Cleide Rodrigues,  a que a queda das taxas de juros lá fora, especialmente nos Estados Unidos, cria um ambiente mais atrativo para investimentos em mercados emergentes, como o Brasil.

“Com taxas mais baixas nos EUA, os investidores buscam retornos mais atrativos em outros mercados, favorecendo a entrada de capital estrangeiro na bolsa brasileira. Olhando para frente, o cenário para 2024 se apresenta promissor para os investidores em bolsa de valores, alimentado por esse ambiente global mais favorável”, analisa.

Sobre até que ponto esse ciclo de queda pode ir, o economista Kenneth Rogoff fez uma alerta num artigo recente. Para ele, mesmo que inflação global diminua, as taxas de juros provavelmente permanecerão mais elevadas durante a próxima década do que estava na década após a crise financeira de 2008.

O ex-economista chefe do FMI explicou que isso reflete uma variedade de fatores, incluindo o aumento dos níveis de dívida dos países, a desglobalização, o aumento das despesas nacionais com as áreas de defesa, a transição para a energia verde e as exigências populistas de redistribuição de renda.

“Mesmo as mudanças demográficas, frequentemente citadas como justificativa para taxas de juro perpetuamente baixas, podem afetar os países desenvolvidos de forma diferente, à medida que elevam os gastos para apoiar as populações que envelhecem rapidamente, explicou.

Agência Brasil - DF   20/12/2023

Influenciado por fatores externos e internos, o mercado financeiro teve um dia de ganhos. O dólar caiu para abaixo de R$ 4,90 e atingiu o menor nível em um mês. A bolsa de valores subiu pela segunda vez consecutiva e voltou a bater recorde.

O dólar comercial encerrou esta terça-feira (19) vendido a R$ 4,865, com recuo de R$ 0,04 (-0,81%). A cotação operou em baixa durante todo o dia. Na mínima da sessão, por volta das 15h30, chegou a cair para R$ 4,85, logo após a divulgação da notícia de que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P Global) elevou a nota da dívida pública brasileira.

A moeda norte-americana caiu para o menor valor desde 20 de novembro. A divisa acumula queda de 1,02% em dezembro e de 7,86% em 2023.

No mercado de ações, o dia também foi otimista. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 131.851 pontos, com alta de 0,59%. O indicador tinha perdido fôlego durante a tarde, mas recuperou-se perto do fim das negociações, após a melhoria da classificação do Brasil.

Nesta tarde, a S&P Global elevou a nota da dívida brasileira de três para dois níveis abaixo do grau de investimento, garantia de que o país não dará calote na dívida pública. A agência citou a aprovação da reforma tributária e as recentes medidas para elevar a arrecadação como justificativa.

No plano interno, a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) animou os investidores. O Banco Central informou que pretende promover pelo menos dois cortes de 0,5 ponto percentual até março na Taxa Selic (juros básicos da economia), afastando a possibilidade de acelerar os cortes para 0,75 ponto percentual.

Embora reduza as expectativas de crescimento econômico para o próximo ano, a queda menor dos juros anima o mercado financeiro. Isso porque os juros brasileiros continuarão bem mais altos que os dos Estados Unidos, o que estimula a entrada de capital financeiro no país.

O cenário internacional também contribuiu para a euforia no mercado financeiro. A alta no preço do petróleo pelo segundo dia seguido e a forte queda do dólar no mercado global também contribuíram para diminuir a cotação da moeda no Brasil.

Agência Brasil - DF   20/12/2023

Pela primeira vez em 12 anos, a agência de classificação de riscos Standard & Poor’s (S&P) elevou a nota da dívida soberana brasileira. O país saiu da nota BB-, três níveis abaixo do grau de investimento, para a nota BB, dois níveis abaixo. A S&P concedeu perspectiva estável, o que não indica alterações nos próximos meses.

A última vez em que a S&P havia elevado a nota da dívida brasileira tinha sido em 2011, quando o Brasil passou da nota BBB- (grau de investimento, garantia de que o país não dará calote na dívida pública) para BBB (um nível acima do grau de investimento). Desde então, o país tinha sofrido sucessivos rebaixamentos, tendo perdido o grau de investimento em setembro de 2015.

Desde junho deste ano, a S&P tinha indicado que elevaria a classificação do país, ao conceder perspectiva positiva para a nota brasileira.

Em nota, a S&P atribuiu a melhoria da nota brasileira à aprovação da reforma tributária, ocorrida na sexta-feira (15). Segundo a agência, a conclusão das discussões em torno da modernização do sistema tributário brasileiro amplia a trajetória de implementação de políticas pragmáticas no país nos últimos 7 anos.

A S&P, no entanto, adverte que continuam riscos para a economia brasileira, como as perspectivas de fraco crescimento econômico e de situação fiscal “débil”, o que justificou a perspectiva estável para a nota do país. “Isso reflete nossas expectativas de que o país fará progresso lento em enfrentar desequilíbrios fiscais e projeções econômicas ainda fracas, compensadas por uma forte posição externa e uma política monetária que está ajudando a reancorar as expectativas de inflação”, destacou o comunicado.

Desde janeiro de 2018, a S&P Global enquadrava o Brasil três níveis abaixo do grau de investimento. Em julho deste ano, a Fitch elevou a nota da dívida brasileira para dois níveis abaixo do nível do grau de investimento. A Moody’s classifica o país nesse patamar desde fevereiro de 2016.
Tesouro

Em nota, o Tesouro Nacional informou que a elevação da nota brasileira confirma os esforços do governo federal para reequilibrar as contas públicas e fazer as reformas necessárias para a economia. Segundo o órgão, a melhoria na classificação do país resultará em queda dos juros e aumento do emprego no médio prazo.

“O Ministério da Fazenda reitera seu compromisso com a agenda de reformas em curso, que contribuirá não apenas para o melhor balanço fiscal do governo, mas também levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito, ao mesmo tempo em que assegurará a estabilidade dos preços. Desta forma, serão criadas as condições para a ampliação dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do país”, destacou o comunicado.

* Matéria alterada às 16h52 para acrescentar nota do Tesouro Nacional e às 18h55 para correção no sexto parágrafo.

IstoÉ Dinheiro - SP   20/12/2023

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira, 19, trouxe que a resiliência no consumo das famílias novamente foi uma surpresa positiva, e pode estar relacionada ao aumento da renda bruta, tanto pela expansão do mercado de trabalho e de benefícios sociais quanto pela desinflação.

Sobre a atividade econômica doméstica, o colegiado pontuou que a divulgação referente ao PIB do terceiro trimestre indicou moderação do crescimento econômico, em linha com o cenário de desaceleração já antecipado pelo Comitê. “A resiliência do consumo das famílias, que novamente surpreendeu positivamente, pode estar relacionada a um aumento da renda bruta das famílias, em função da expansão do mercado de trabalho, de benefícios sociais e de ganhos de renda relacionados à desinflação em importantes segmentos da cesta de consumo”, diz o documento.

O Copom ainda pondera que a formação bruta em capital fixo, mais sensível às condições financeiras e às perspectivas e incertezas futuras, continua em queda depois de uma forte elevação durante o período da pandemia.

“Alguns membros avaliaram que a persistência de uma conjunção de maior resiliência do consumo e queda no investimento poderia provocar, no médio prazo, um excesso de demanda em relação à oferta, com potenciais impactos sobre preços. Em suma, os dados de atividade divulgados desde a última reunião corroboram o cenário delineado pelo Copom”, diz o documento.

IstoÉ Dinheiro - SP   20/12/2023

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,1% em outubro ante setembro, segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Em relação a outubro de 2022, houve avanço de 2,4% no PIB de outubro de 2023.

“Após dois meses consecutivos de retração, a atividade econômica apresentou variação positiva de 0,1% em outubro, em comparação a setembro. Isto se deve às contribuições positivas da indústria e dos serviços. Pela ótica da demanda, destaca-se a retração de 0,5% no consumo das famílias após quatro meses consecutivos de alta, tendo havido retração em todas as categorias de consumo analisadas. É possível que esse resultado seja pontual, mas chama atenção dado o peso do consumo no PIB e a influência positiva que tem representado em 2023 para o desempenho da economia”, afirmou Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB – FGV, em nota oficial.

O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.

No acumulado em 12 meses até outubro, a atividade econômica teve um crescimento de 2,9%.

No trimestre móvel encerrado em outubro, ante o mesmo mês do ano anterior, o PIB teve uma expansão de 2,0%. Nesse tipo de comparação, sob a ótica da demanda, o consumo das famílias subiu 2,6%, mantendo a trajetória de desaceleração no ritmo de crescimento, com menor contribuição de todas as categorias de consumo.

“Ainda assim, observa-se que, à exceção do consumo de produtos semiduráveis, todas as demais categorias de consumo cresceram”, observou a FGV.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) teve uma retração de 6,2% no trimestre até outubro de 2023 ante o trimestre até outubro de 2022.

“Este recuo é explicado pelas retrações nos segmentos de máquinas e equipamentos e construção. Contudo, a contribuição negativa da construção foi de apenas -0,8 p.p., quando comparado aos -5,7 p.p. de máquinas e equipamentos”, informou a nota do Monitor do PIB, acrescentando que o desempenho fraco de máquinas e equipamentos é disseminado, apesar da relevante contribuição negativa do segmento de caminhões e ônibus.

A exportação de bens e serviços registrou crescimento de 11,4% no trimestre encerrado em outubro de 2023, puxada por produtos agropecuários e extrativa mineral, enquanto a importação encolheu 5,4%, pela menor entrada no País de bens intermediários importados.

Em termos monetários, o PIB alcançou aproximadamente R$ 8,950 trilhões no acumulado de janeiro a outubro, em valores correntes.

A taxa de investimento da economia foi de 17,1% em outubro.

Agência Brasil - DF   20/12/2023

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reforçou a importância do cumprimento da política fiscal do governo para equilíbrio das contas públicas e consequente queda da inflação. As expectativas de inflação acima da meta preocupam o BC e é um fator que impacta a decisão do BC sobre a taxa básica de juros, a Selic.

Para os membros do colegiado, em reunião na semana passada, a redução das expectativas requer o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições públicas como dos arcabouços fiscal e monetário, que compõem a política econômica brasileira.

“Com relação ao cenário fiscal, tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”, diz a ata da reunião, divulgada nesta terça-feira (19) pelo BC.

“O Comitê reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”, acrescenta o documento.

A taxa neutra é aquela que nem estimula, nem desestimula a economia, ou seja, é a taxa de juros real consistente para manter o nível de atividade econômica, com o fomento ao pleno emprego e a inflação na meta.

Quando o BC quer conter a demanda aquecida e frear a inflação, ele aumenta a taxa básica de juros para uma posição acima do juro neutro. Já para incentivar a produção e o consumo, o Copom diminui a Selic. Em caso de economia estável, com a inflação no centro da meta, a Selic tende a ficar próxima da taxa neutra. Então, quanto maior for o juro neutro, maior será a Selic.

De acordo com o último Relatório de Inflação da instituição financeira, a média da taxa de juros real neutra está em 4,8%, com intervalo entre 4,5% e 5%.

O comitê relembrou que não há relação mecânica desses fatores com a política monetária mas as variáveis, como a dinâmica fiscal ou o cenário externo, podem alterar as expectativas de mercado, fator que impacta a decisão do BC sobre os juros.

“Houve um progresso desinflacionário relevante, em linha com o antecipado pelo comitê, mas ainda há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta, o que exige serenidade e moderação na condução da política monetária”, diz a ata.
Taxa Selic

Na semana passada, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic, de 12,25% ao ano para 11,75% ao ano. O comportamento dos preços fez o BC cortar os juros pela quarta vez no semestre, em um ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada por economistas.

A taxa Selic é o principal instrumento de BC para alcançar a meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A autarquia não adiantou quando parará de reduzir a Selic e informou que o momento dependerá do comportamento da inflação no primeiro semestre de 2024.

“A magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, diz a ata.

“O comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, afirmou o colegiado.

Para o BC, a decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta para 2024 e o de 2025.

A meta definida pelo Conselho Monetário Nacional para os próximos dois anos é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.

Na ocasião, as expectativas de inflação para 2024 e 2025 estavam em torno de 3,9% e 3,5%, respectivamente. Os dados são do boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo BC com a projeção de analistas do mercado para os principais indicadores econômicos.

Em novembro, o aumento de preços dos alimentos pressionou o resultado da inflação. O IPCA ficou em 0,28%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual foi maior que a taxa de setembro, que teve alta de 0,24%.

A inflação acumulada este ano atingiu 4,04%. Nos últimos 12 meses, o índice está em 4,68%.
Atividade econômica

O Copom ainda avaliou um conjunto de indicadores recentes que indica o cenário de desaceleração da economia, como era esperado com a manutenção da Selic em alta por tempo prolongado. “A divulgação do PIB [Produto Interno Bruto - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país] do terceiro trimestre confirmou a moderação de crescimento que estava antecipada, mas com resiliência no consumo das famílias. O mercado de trabalho segue aquecido, mas apresenta alguma moderação na margem”, diz a ata.

Superando as projeções, no terceiro trimestre do ano a economia brasileira cresceu 0,1%, na comparação com o segundo trimestre de 2023, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre janeiro e setembro, a alta acumulada foi de 3,2%.

Pra o BC, a resiliência do consumo das famílias pode estar relacionada a um aumento da renda bruta em função da expansão do mercado de trabalho, de benefícios sociais e de ganhos de renda relacionados à queda da inflação em importantes segmentos da cesta de consumo. Por outro lado, a formação bruta em capital fixo (investimentos das empresas), que é mais sensível às condições financeiras e às perspectivas e incertezas futuras, segue em queda, após uma forte elevação ao longo do período da pandemia.

“Alguns membros avaliaram que a persistência de uma conjunção de maior resiliência do consumo e queda no investimento poderia provocar, no médio prazo, um excesso de demanda em relação à oferta, com potenciais impactos sobre preços”, destacou o BC.

A autarquia também observa uma maior desaceleração na concessão de crédito às empresas. De acordo com a ata, mesmo com as condições monetárias restritivas, já é possível observar a transmissão do ciclo de política monetária esperada pelo mercado, de redução dos juros básico, para as taxas correntes de novas concessões de crédito, levando, em particular, a um maior dinamismo no mercado de capitais no período recente.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   20/12/2023

Empresa pretende alcançar a meta de margem de lucratividade de 6,5% em 2026

A Volkswagen chegou a um acordo com seus funcionários para cortes de vagas de trabalho que vão ajudar a empresa a reduzir até 4 bilhões de euros em custos no ano que vem.

A montadora alemã pretende reduzir 20% do pessoal administrativo na sua principal marca como parte de um processo de reestruturação que busca diminuir custos do grupo em até 10 bilhões de euros.

Com a implementação dos cortes, a marca Volkswagen pretende alcançar a meta de margem de lucratividade de 6,5% em 2026 e contribuir com lucro de 10 bilhões de euros naquele mesmo ano.

Como compensação, a empresa vai estender benefícios de aposentadoria parcial para funcionários nascidos em 1967 e manter um congelamento nas contratações. A redução no número de funcionários vai acontecer em janeiro.

Analistas esperam que a marca Volkswagen tenha um resultado antes de juros e impostos (Ebit) de 3,06 bilhões de euros neste ano e de 2,28 bilhões de euros em 2024. Ano passado, o indicador ficou em 2,65 bilhões de euros.

Os cortes acontecem ao mesmo tempo em que o sindicato americano United Auto Workers (UAW) tenta convencer funcionários da Volkswagen em uma fábrica no Tennessee a se sindicalizarem.

Há pouco, as ações da Volkswagen subiam 0,20% na Bolsa de Frankfurt.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Infomoney - SP   20/12/2023

As construções de moradias iniciadas nos Estados Unidos subiram 14,8% em novembro na comparação com outubro, informou nesta terça-feira (19) o Departamento de Comércio, ao ritmo anual sazonalmente ajustado de 1,560 milhão. Analistas consultados pelo FactSet previam queda de 0,9%.

O número de outubro foi revisado para baixo, para 1,359 milhão, dos 1,372 milhão antes informados.

O total de permissões para novas obras, por sua vez, caiu 2,5% na comparação mensal de novembro, a 1,460 milhão, ante 1,498 milhão no dado revisado do mês anterior.

O Estado de S.Paulo - SP   20/12/2023

A liberação para shoppings e templos religiosos de megaporte foi incluída no novo texto do projeto de lei que altera o zoneamento da cidade de São Paulo, apresentado na terça-feira, 19, e com votação final nesta quinta-feira, 21. A alteração coloca esse tipo de construção entre as exceções que não precisam obedecer ao tamanho máximo de terreno na área urbana da cidade, de 20 mil m², e de fachada, de 150 m. Trata-se de uma lista restrita, que envolve cemitérios, estádios, bases militares e outros casos específicos.

Questionado pelo Estadão, o relator da revisão, vereador Rodrigo Goulart (PSD), justificou que as mudanças visam adequar a legislação às demandas da realidade. Destacou que os shoppings tem um potencial de gerador de empregos e são importantes para a economia da cidade. “Já os templos cumprem uma função social. É algo intangível”, afirmou. O novo texto inclui outras alterações significativas, como a liberação de prédios mais altos nos miolos de bairro.

Essa proposta constava na primeira minuta de alteração do zoneamento, de dezembro de 2017, na gestão João Doria (PSDB), com a justificativa técnica de que seria um ponto “a favor da promoção da atividade econômica”. À época, foi criticada em uma carta aberta assinada por 52 associações, coletivos e afins (como a Rede Nossa São Paulo e o departamento paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil). Dizia-se que criaria “ilhas urbanas”.

“Isso faz com que, para circular, tenhamos que dar grandes voltas em torno destas verdadeiras ‘ilhas urbanas’”, aponta o texto. “Importante ressaltar que 20 mil m² é o tamanho de dois quarteirões da região da (Avenida) Paulista, ou seja, um empreendimento maior que isso não é compatível com uma cidade que se proponha a ser sustentável e para as pessoas”, continua a carta. A proposta foi retirada na versão seguinte, em 2019, na gestão Bruno Covas (PSDB), e não estava em nenhuma das minutas apresentadas pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) neste ano, inclusive a enviada à Câmara.

A demanda tem sido defendida pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) nos últimos anos. Foi apresentada ao menos durante a revisão do Plano Diretor no âmbito municipal. Não há informação se foi apresentada aos vereadores neste ano.

Na revisão do Plano Diretor, a organização justificou que não seria “cabível a exigência de parâmetros de parcelamento e destinação de área pública, principalmente nas hipóteses de projetos de expansão em situações já consolidadas” nesse tipo de empreendimento. “É indispensável que o uso de shopping center também seja contemplado na lista de exceções aos parâmetros de tamanho e frente/face máximos de lote e quadra”, ressaltou em documento apresentado à época.

O novo artigo apresentado pelo relator permite, ainda, a implantação de construções com outros usos no mesmo megaterreno, desde que o shopping ou templo ocupe ao menos metade do lote. Outras exigências nesse caso também envolvem o cumprimento do tipo de atividade autorizado naquele zoneamento e a localização do acesso direto em uma via com ao menos 12 m de largura.

Hoje, megatemplos e megashoppings são exceções na cidade, anteriores ao atual zoneamento, de 2016. Mesmo assim, a implantação de alguns desses empreendimentos no passado envolveu questões contestadas e até judicializadas.

Diretor de Arquitetura, Urbanismo e Design na Uninove e ex-diretor do Departamento do Uso do Solo (DEUSO) da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (durante a elaboração do atual zoneamento), Daniel Todtmann Montandon criticou a mudança. Ele avalia que megashoppings não deveriam ser permitidos dentro da cidade, diante do impacto potencial para o entorno, mesmo com eventuais compensações como polo gerador de tráfego.

“Os grandes centros de compra que já existem, ok. Novos megacentros de compras precisam ir para estradas. Precisa melhorar a proporção de áreas públicas e privadas. A quem interessa fazer grandes shoppings ao invés de fomentar o comércio de rua, nas fachadas ativas?”, diz.

O urbanista também questiona o porquê do aval a templos desse tamanho. “Alguns locais que fazem trabalhos sociais incríveis não precisam de adensamento. Por que outros precisam?”

A mudança nas restrições abrange, ainda, imóveis em Zona de Centralidade lindeira a Zeis (ZC-Zeis), que são os “centrinhos de bairro” próximos de zonas voltadas à moradia para baixa renda. Esse tipo de classificação envolve basicamente algumas quadras nas periferias, em extremos das regiões norte, leste e sul, o que inclui distritos próximos das represas.

Além disso, o texto substitutivo isenta que esses megaempreendimentos (em terrenos de 20 mil m² a até 40 mil m²) destinem parte do lote para áreas públicas, como novas ruas, por exemplo. Isso é válido quando preencherem alguns pré-requisitos, como com a implantação de praças privadas e outros.

O Estado de S.Paulo - SP   20/12/2023

A dois dias da votação final, o relator da revisão da Lei de Zoneamento, Rodrigo Goulart (PSD), apresentou nesta terça-feira, 19, diversas alterações em relação ao texto aprovado em 1ª votação na semana passada. Parte das principais mudanças propostas permite a verticalização dos “centrinhos” e “miolos” de bairro. A segunda e definitiva votação está marcada para esta quinta-feira, 21.

Com o texto substitutivo, mudará o limite de altura nas Zonas de Centralidade e nas Zonas Mistas, que representam grande parte da área urbana da cidade, com milhares de quadras. O máximo foi elevado de 48 metro para 60 metros, nos centrinhos, e de 28 m para 42 m, nos miolos, em quadras mais internas dos bairros. Entre as principais vizinhanças com esses tipos de zonas, estão quadras dos entornos do Parque da Aclimação, no centro expandido, e do Horto Florestal, na norte.

Essa liberação envolve condomínios em que parte dos apartamentos seja voltada à população de baixa renda ou que adote a chamada “cota de solidariedade”. No caso da cota, o pagamento pode ser feito de diversas formas, como por meio do depósito de 10% a 20% do valor do terreno no Fundo de Desenvolvimento Urbano (Fundurb), voltado prioritariamente à habitação de baixa renda e mobilidade.

“É uma determinação para que, nas demais áreas, também tenha incentivo à HIS (Habitação de Interesse Social), para que tenha HIS em toda a cidade”, disse o relator do projeto à imprensa. Em entrevista ao Estadão em setembro, antes da revisão chegar à Câmara, Goulart afirmou que considerava “difícil uma mudança de gabaritos” nos centrinhos e miolos de bairro. “Mas não posso definir sozinho”, acrescentou à época.

Em ambos os casos, a ampliação do gabarito máximo (limite de altura) passa a ser válida no caso de imóveis em vias com ao menos 12 m de largura. O aumento da altura máxima nesses locais é uma demanda defendida especialmente pelo setor imobiliário.

Por outro lado, motiva críticas de parte dos especialistas. Isso porque poderia enfraquecer os “eixos de verticalização”, que são as vizinhanças de estações de metrô e trem e de corredor de ônibus, áreas que têm ampla gama de benefícios e incentivos públicos para aumentar a população que mora perto do transporte coletivo. Também fala-se que os eixos foram criados justamente para poupar os miolos de bairro do avanço de prédios altos.

O projeto de lei foi enviado pela gestão Ricardo Nunes (MDB) à Câmara em outubro e passou por alterações. Oficialmente chamado de Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, o zoneamento delimita normas que impactam no dia a dia dos moradores e no futuro da cidade, como o limite de altura dos prédios, o máximo de barulho, as áreas de proteção ambiental, os incentivos ao setor imobiliário etc. Essas regras são fixadas por quadras ou vizinhanças, classificadas em cerca de 35 zonas, desde exclusivamente residenciais até eixos de verticalização.

Nas últimas semanas, representantes de associações do setor imobiliário (como Secovi-SP e Abrainc) e incorporadoras defenderam publicamente a mudança no limite de altura dos prédios nos miolos de bairro, inclusive em audiências públicas.

Uma das sugestões mais apontadas nas audiências por esses grupos foi de aumento do limite nas zonas de Centralidade para 72 m e na zonas mistas para 48 m, mas sem a restrição para a mudança quando combinada com apartamento de baixa renda (habitação de interesse social).

Alterações nesses dois tipos de zonas estavam em proposta de revisão na gestão Bruno Covas (PSDB), em 2019, o que gerou uma série de críticas à época. Posteriormente, foram retiradas das demais versões do texto, todas apresentadas pela gestão Nunes e, mais recentemente, pela Câmara.

Eixos para prédios sem limite de altura crescem 34,8%, diz relator

Outra alteração envolve os “eixos de verticalização”, áreas que concentram a maioria dos novos apartamentos lançados e com benefícios construtivos atraentes, no entorno de estação de metrô e trem e de corredor de ônibus. O debate desse tema já havia chamado a atenção durante a revisão do Plano Diretor.

O relator destacou que a proposta exclui 11% dos eixos hoje vigentes, por critérios como alta declividade, presença de cursos d’água e outros. Também afirmou que a expansão dos eixos será de 34,8%, salientando que é inferior ao que seria permitido pela nova lei do Plano Diretor e foi projetado por estudos diversos, como do laboratório Arq.Futuro, do Insper, por exemplo. “Bem longe do que alguns previram”, disse Goulart.

O texto manteve uma alteração já incluída pela Câmara que também facilita a verticalização. Com o trecho incluído, construções novas poderão ter altura superior ao zoneamento daquele endereço se ao menos 40% da área dos lotes daquela quadra tiverem altura superior. Hoje, essa flexibilização é válida no caso de 50% dessa área.

Após críticas, os incentivos a “prédios conceito” (de menor impacto ambiental) foram alterados e mais detalhados, com a retirada do termo do texto. A proposta dificulta esse tipo de benefícios a prédios corporativos “pele de de vidro” e também determina a demolição de áreas construídas caso a aplicação desse tipo de intervenções não seja realizada.

Vereadores reagem à nova versão do texto

Vereadores favoráveis e contrários se manifestaram ao fim da audiência. Presidente da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente, Rubinho Nunes (União Brasil), destacou que o texto é o resultado de uma mediação das demandas apresentadas por diferentes setores, moradores e parlamentares. “Nenhum está 100% satisfeito”, disse.

Também membro da Comissão de Política Urbana, Silvia Ferraro, da Bancada Feminista (PSOL), criticou a mudança. “Sabemos que não vai ser essa a realidade (destinação para moradia popular no miolo dos bairros). Se queremos moradia popular, vamos demarcar ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social, onde há mais incentivos e exigências para moradias populares) nos eixos (áreas com incentivo à verticalização)”, declarou. Na opinião da parlamentar, há fiscalização insuficiente para verificar se apartamentos originalmente voltados para a baixa renda vão mesmo para as parcelas mais pobres.

Já o líder do governo na Câmara, Fabio Riva (PSDB), elogiou a transformação de perto das Zonas Especiais de Proteção Ambiental (Zepam) em ZEIS quando em áreas com ocupação consolidada, como em Perus, junto à Serra da Cantareira. Como o Estadão mostrou, a alteração foi alvo de críticas. “Já estava implantado, com toda a infraestrutura, mas o zoneamento de 2016 não enxergou”, disse.

Moradores pressionam por mudanças

A alteração foi criticada por uma parte dos presentes na audiência pública. Com atraso de duas horas na realização, por problemas técnicos, a situação incomodou uma parcela dos presentes, que também reclamou do curto tempo (dois dias) para a análise do texto antes da votação.

A alteração também não foi suficiente para sanar todas as demandas do mercado imobiliário. Um representante do setor defendeu maior ampliação dos eixos onde é permitida a verticalização e das condições de aumento do limite de altura para prédios nos miolos de bairro.

Moradora da Vila Madalena, na zona oeste, a administradora Beatriz Torres, de 56 anos, criticou parte das alterações, como a transformação de duas quadras da Vila Madalena em eixo de verticalização, mudança não prevista no primeiro mapa da Câmara. Os dois trechos ficam no perímetro formado pelas ruas Rodesia, Jericó, Girassol e Purpurina.

“A gente até parou de falar sobre isso porque tinha saído do mapa (em comparação à proposta prevista no mapa proposto pela Prefeitura no envio à Câmara) e agora retornou essa surpresa. Lá estão algumas das únicas casinhas com as características primordiais da Vila Madalena. Se subir só prédio, deixa de ser o que a gente conhece da Vila Madalena. E não comporta no viário de jeito nenhum”, afirma

Já a aposentada Eliana Oliveira, de 64 anos, celebrou a mudança após ter comparecido a grande parte das audiências públicas. O lado da rua onde vive (nas imediações das estações Ana Rosa e Vila Mariana, na zona sul) é zona mista e passará a ser um eixo de verticalização, valorizando o imóvel e tornando-o atrativo para a venda. Segundo ela, hoje a manutenção é de alto custo e já ocorreram até tentativas de invasões.

“As casas estão deterioradas, algumas vazias. E não tenho como manter: sou aposentada”, disse ela, que mostrou vizinhos celebrando a mudança em um grupo de WhatsApp. “Aleluia, aleluia”, dizia uma das mensagens. “É o meu presente de Natal”, resume a moradora.

Como é o atual zoneamento de São Paulo?

O Estadão desenvolveu um mapa interativo do zoneamento atual. A ferramenta foi criada a partir da base de dados oficiais públicos. O material também permite a busca por endereço e seleção por zona.

O Estado de S.Paulo - SP   20/12/2023

A metragem dos apartamentos tem encolhido e desafiado a qualidade de vida na cidade de São Paulo, o que demanda a reformulação das políticas públicas. Esse foi um dos temas principais discutidos no seminário Lide Real Estate, realizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) com o Grupo Estado, na quarta-feira, 13.

“Precisamos discutir como o mercado imobiliário pode ajudar na qualidade de vida das pessoas nas grandes cidades”, diz o diretor presidente do Grupo Estado, Francisco Mesquita, que elogiou a parceria no evento com o Lide.

A evolução do mercado imobiliário nos últimos anos, com redução dos espaços e encarecimento dos terrenos, tem representado lançamentos com imóveis cada vez menores. Na capital paulista, os apartamentos com metragem de até 45 metros quadrados (m²) representavam 30% do estoque de imóveis residenciais novos à venda nos idos de 2016.

De lá para cá, essas unidades passaram a dominar o mercado e já representam 68% do estoque total, de acordo com pesquisa de mercado imobiliário do Sindicato da Habitação (Secovi-SP). Atualmente, 20% do estoque total são de moradias com menos de 30 m², embalado pela oferta crescente de estúdios nos últimos anos.

A diminuição da metragem dos apartamentos (bem como a localização em bairros mais distantes das regiões centrais) resulta do encarecimento dos custos de construção, especialmente do preço dos terrenos, dizem os empresários e autoridades do setor. Portanto, fazer apartamentos menores em bairros mais afastados foi a solução para os imóveis caberem no bolso dos consumidores.

O ex-secretário estadual de habitação de São Paulo Lair Krahenbuhl disse que um dos principais entraves para o setor é o excesso de exigências e restrições para o aproveitamento dos terrenos – tema que está em discussão na Câmara Municipal com a revisão da lei de zoneamento. “Eu acho que a política de verticalização ainda é modesta e tímida. A verticalização deveria ser ampliada para se garantir uma maior ocupação das áreas”, afirmou Krahenbuhl.

Moradias distantes do centro

Se o terreno recebe poucos apartamentos, o preço de venda do imóvel e a mensalidade do condomínio precisam ser maiores, o que limita a capacidade de compra da população e empurra as pessoas de menor renda para os bairros mais distantes ou para apartamentos compactos, explicou o executivo. “Se não tiver adensamento, não vai ter vida no centro.”

O ex-secretário, que foi o mentor do programa habitacional Cingapura nos anos 1990, alertou que a falta de moradia a um preço acessível é um problema ainda mais grave para as pessoas de baixa renda. Hoje, 21% do déficit habitacional vem da chamada “coabitação”, quando há uma quantidade excessiva de pessoas morando em um único lugar.

Uma habitação insalubre, com pouca ventilação e iluminação, prejudica diretamente a saúde de seus habitantes, afirmou Krahenbuh. Os espaços pequenos chegam a impactar o desempenho escolar dos jovens. “Crianças que não conseguem ter um local para estudar são 18% dos casos de evasão escolar”, citou ele.

Infraestrutura

O empresário Luiz Augusto Pereira de Almeida, sócio da Sobloco Construtora, responsável pela Riviera de São Lourenço, em Bertioga (SP), defendeu que haja mais investimentos públicos na expansão das redes de transporte. “A infraestrutura tem de acompanhar o adensamento. É inadmissível não ter metrô em todos os cantos da cidade. O ônibus deveria servir como o last mile, o trecho final do destino. A maior parte do trajeto deveria ser por metrô.”

A arquiteta e presidente do grupo Infra Women Brazil, Márcia Ferrari, observou que a busca por qualidade de vida tem feito muitas pessoas saírem da capital paulista em direção às cidades da região metropolitana e ao interior. Tanto que o maior aumento proporcional da população foi nas cidades situadas nos eixos das rodovias Raposo Tavares, Castelo Branco e Anhanguera/Bandeirantes.

“Isso mostra para onde vai o crescimento”, afirmou ela. “Antes de tudo, é preciso fazer uma política integrada, combinando transporte com as regiões a serem adensadas. Não dá para o poder público ficar correndo atrás”, disse Márcia Ferrari.

Trem SP-Campinas

Nesse sentido, é positivo que haja investimentos em novos projetos, como o futuro trem que fará a ligação direta entre Campinas e São Paulo. “É preciso lembrar que as conexões são tão importantes quanto os pontos onde as pessoas vivem. O deslocamento precisa ser tranquilo para garantir a qualidade de vida”, disse, citando a necessidade de aprimoramento da infraestrutura de transportes.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apresentou em setembro o novo edital do Trem Intercidades, que ligará a capital paulista a Campinas, com parada em Jundiaí. O leilão está previsto para 29 de fevereiro de 2024, com investimento de R$ 13,5 bilhões. A expectativa é que as obras sejam concluídas em 2031, sendo o trecho de Campinas até Jundiaí, em 2029.

A viagem deve durar 64 minutos e a passagem sairá por R$ 64, no máximo. Quando pronto, o trem deve desafogar o movimento do sistema Anhanguera-Bandeirantes e fomentar a economia local e acelerar o movimento de condomínios em regiões fora de São Paulo.

A expectativa inicial é que haja um serviço expresso entre a Barra Funda e Campinas e outro intermetropolitano, com paradas em Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas. O Trem Intercidades é uma promessa antiga dos governadores de São Paulo. Em outras gestões, chegou-se a marcar uma data para lançar o edital, mas não foi adiante.

Rodoviário

O Estado de S.Paulo - SP   20/12/2023

O governo de São Paulo realizará no dia 16 de abril de 2024 o leilão do lote Litoral Paulista de rodovias, transferindo à iniciativa privada a gestão de 213,5 km de estradas que ligam a região do Alto Tietê ao litoral sul.

Haverá pedágio, mas sem a construção de novas praças: a tarifa será cobrada no sistema “free flow” (fluxo livre), sem que o motorista precise parar para fazer o pagamento. Os valores variam de R$ 1,08 a R$ 6,29, em cada trecho, conforme a extensão percorrida. Quem for de Praia Grande a Itanhaém, por exemplo, rodando 53 quilômetros, vai pagar R$ 10,50. Hoje o trecho não é pedagiado.

A concessionária terá de investir R$ 4,3 bilhões no prazo de 30 anos, inclusive na duplicação de pistas. O edital foi publicado no Diário Oficial do Estado na sexta-feira, 15.

A concessão abrange as rodovias Padre Manoel da Nóbrega (SP-55), Mogi-Dutra (SP-88) e a Mogi-Bertioga (SP-98), que passam pelas cidades de Arujá, Itaquaquecetuba e Mogi das Cruzes (na Grande São Paulo), Bertioga, Santos, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe (no litoral) e Itariri, Pedro de Toledo e Miracatu (no Vale do Ribeira).

O trecho entre Arujá e Mogi das Cruzes será duplicado, com três faixas em cada sentido. Haverá duplicação também na ligação entre Bertioga e Santos – o trecho contará com ciclovia – e entre Miracatu e Peruíbe.

O deslocamento entre Mogi e Bertioga passará a contar com faixas adicionais e rampas de escape. O trajeto entre Praia Grande e Peruíbe terá marginais e mais dispositivos de ligação entre bairros.

O sistema de cobrança automática de tarifas será instalado em toda a extensão do trecho concedido, totalizando 15 pórticos. Segundo a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), o maior número de pórticos permite que o motorista pague menos quando usar um trecho pequeno da estrada. A rodovia Padre Manoel da Nóbrega terá o maior número de pórticos: serão 12, cobrindo uma extensão de 125 quilômetros. A Mogi-Dutra terá dois portais em extensão de 16,5 km e a Mogi-Bertioga, apenas um pórtico em 41,5 km.

Alguns pontos da malha atual terão tratamento diferenciado, segundo a Artesp. O trecho que compreende a ponte de Itanhaém não terá cobrança para evitar que os motoristas desviem para o sistema viário urbano do centro histórico. Em Mogi das Cruzes, não será cobrada tarifa de veículos com origem ou destino no Distrito Industrial do Taboão, assim como os carros que saem ou adentram o centro da cidade.

A licitação do trecho será na modalidade concessão patrocinada, uma forma de parceria público-privada (PPP). O modelo prevê a outorga de serviços públicos em que há cobrança de tarifa dos usuários e a aplicação de recursos por parte do Estado em forma de contraprestação

O leilão será pelo critério de menor valor da contraprestação a ser paga pelo Estado em favor da concessionária. Vence o certame a empresa que der o maior percentual de desconto sobre o valor fixado pelo governo em R$ 180 milhões por ano. Poderão participar empresas brasileiras e estrangeiras isoladamente ou em consórcio. Os documentos estão disponíveis para consulta no site da Artesp.

A cobrança de pedágio em rodovias incluídas no lote Litoral Paulista vem sendo alvo de protestos de prefeituras e usuários. A prefeitura de Itanhaém entrou com representação no Ministério Público estadual contra a proposta, mas não conseguiu suspender o processo. A prefeitura de Mogi das Cruzes obteve liminar da Justiça para paralisar a concessão, mas a medida foi suspensa por ação da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Grupos contra a cobrança na Mogi-Dutra e na Mogi-Bertioga fizeram protestos e se mobilizaram em redes sociais.

NAVAL

Valor - SP   20/12/2023

Empresa, operada pelas empresas globais de navegação Maersk e MSC, também pagará até R$ 700 milhões em outorgas

A BTP (Brasil Terminal Portuário) renovou seu contrato no Porto de Santos por mais 20 anos, em troca de R$ 1,9 bilhão de investimentos, que deverão ser realizados já nos próximos quatro anos, segundo o presidente da empresa, Ricardo Arten. Com isso, a empresa, controlada pela TIL (da empresa de navegação MSC) e pela APM Terminals (da Maersk), irá operar o terminal de contêineres até 2047. O extrato do termo aditivo foi publicado no Diário Oficial da União nesta terça-feira (19).

O pedido de renovação havia sido protocolado em maio de 2021, com previsão de R$ 1,5 bilhão de investimento — o valor foi corrigido pela inflação do período. A companhia também pagará outorgas que deverão alcançar cerca de R$ 700 milhões. Desse montante, R$ 350 milhões serão desembolsados no início do novo contrato e o restante deverá ser pago ao longo da concessão (como uma parcela é variável, poderá haver flutuações no montante final).

Com a renovação, a capacidade do terminal deverá sair de 1,5 milhão de TEUs (medida equivalente a um container de 20 pés) para 2,1 milhões de TEUs, o que representa um aumento de 40%.

As obras incluídas no aditivo incluem novos equipamentos, reforço do piso, automatização dos portões e realocação do prédio administrativo, para liberar espaço a uma área de empilhamento de contêineres. Além disso, haverá um aumento da área de contêineres refrigerados, que passará de 2.128 tomadas para 3.500 tomadas.

A ampliação não deverá alterar de forma significativa o perfil da movimentação no terminal. Para isso, seria necessário garantir o aprofundamento do canal de acesso no Porto de Santos, para permitir a passagem das maiores embarcações do mercado global, segundo Leo Huisman, diretor-executivo da APM Terminals na América Latina.

“O mais importante que ainda precisa acontecer em Santos é o aprofundamento do canal para 17 metros. Isso ainda precisa acontecer, porque é algo crítico. Acreditamos que os maiores navios precisam vir ao Brasil, e o país ainda não tem capacidade porque há problemas em Santos”, diz o executivo.

Segundo os executivos, a BTP ainda não iniciou negociações com o governo federal para uma possível incorporação de parte da área vizinha no Porto, na região do Saboó — onde o governo passado pretendia fazer um novo terminal de contêineres, o STS 10, mas que a atual gestão planeja distribuir entre diferentes usos. Uma possibilidade em avaliação seria adensar uma parcela desta área ao terminal da BTP.

“O bom é ter mais capacidade no Porto de Santos, seja no nosso terminal, seja com o STS10. [O novo plano do governo] é interessante. Não é meu papel julgar os planos do governo, há muitas demandas no porto, precisa haver uma deliberação cuidadosa do governo. O que expressamos é que queremos continuar a investir, e se o governo nos convidar a olhar parte da área, com certeza vamos discutir”, afirmou Huisman.

Segundo Arten, a BTP vinha focada em concretizar a renovação e ainda é preciso entender melhor quais são os planos do governo para avaliar a posição da empresa.

Questionado sobre o plano de fazer um novo terminal de contêineres na Ilha de Bagres, Patricio Junior, diretor da TIL, afirmou que há interesse em investir em capacidade adicional em Santos. “Temos interesse em investir. Se há uma nova ilha que o governo quer trazer, será mais do que bem vindo. Os dois acionistas estão interessados em desenvolver mais capacidade, no STS 10, no Saboó, na BTP, em Bagres, queremos adicionar capacidade a Santos”, disse.

PETROLÍFERO

Globo Online - RJ   20/12/2023

A Azevedo & Travassos Infraestrutura assinou uma carta de intenção para construir um gasoduto para o consórcio formado por Equinor, Repsol e Petrobras com o objetivo de transportar gás produzido no pré-sal da Bacia de Campos. O acordo é estimado em R$ 500 milhões e envolve ainda o desenvolvimento de instalações em Macaé, no norte fluminense.

O bloco onde será produzido o gás fica a 200 Km de distância da costa do Rio de Janeiro e a 2.900 metros de profundidade e tem reservas estimadas acima de um bilhão de barris de óleo equivalente (que inclui óleo e gás). A área é formada por um consórcio entre Equinor (35%), que é a operadora, Repsol Sinopec Brasil (35%) e Petrobras (30%).

Segundo as petroleiras, a área tem capacidade de escoamento estimada em 16 milhões de metros cúbicos de gás por dia, número que equivale ao consumo de todo o estado de São Paulo. O desenvolvimento da área vai consumidor investimentos de US$ 9 bilhões e tem o potencial para criar 50 mil empregos ao longo de todo o ciclo de exploração e produção, segundo as companhias.

Recentemente, a Equinor, por ser a operadora, apresentou para a Agência Nacional do Petróleo (ANP) as declarações de comercialidade de duas áreas de desenvolvimento do bloco, que terão os nomes de Raia Manta e Raia Pintada.

O GLOBO conversou com seis ex-ceos da estatal

A expectativa é que a produção na área comece em 2028. Estima-se que o gasoduto entre o bloco de petróleo em alto-mar e Macaé tenha uma extensão de 200 quilômetros. Segundo Ivan Carvalho, presidente do Grupo Azevedo & Travasso.

-O contrato compreende as fases de projeto executivo, aquisição de equipamentos, construção, execução de instalações, comissionamento e entrega para operação. Vai interligar a estação de válvulas que será construída no Terminal de Cabiúnas e as instalações de recebimento de gás que serão construídas próximo ao gasoduto existente da NTS em Macaé - disse ele.

A Azevedo & Travassos é uma empresa de construção pesada com capital aberto e fundada há 102 anos. Em junho deste ano, a A&T relançou a subsidiária Azevedo & Travassos Petróleo, que entre os anos 1970 e 1980 atuou no setor de óleo e gás.

Em agosto deste ano, a Azevedo & Travassos assinou um memorando de entendimentos para desenvolver estudos técnicos, jurídicos e financeiros para definir uma futura parceria comercial visando a exploração dos campos de petróleo operados pela Petroil, dona de oito concessões de blocos exploratórios.

Depois, em outubro, a empresa assinou outro memorando de entendimentos para comprar parte ou todas as ações da Nion Energia, assim como ativos. A Nion tem seis contratos de concessões de blocos em terra e produção de 230 barris óleo equivalentes por dia.

-O momento no Brasil é propício para adquirir ou formar joint ventures para investimento em ativos que possuem potencial para aumento da produção de óleo e gás - afirma Carvalho.

Petro Notícias - SP   20/12/2023

A Transportadora Associada de Gás – TAG conseguiu recursos que vão financiar dois projetos atualmente em construção considerados prioritários pelo Ministério de Minas e Energia (MME): o gasoduto GASFOR II, no Ceará, e a conexão do Terminal GNL em Sergipe, ambos interligados à malha integrada de transporte de gás natural nacional. A empresa conseguiu concluir ontem (18) o processo de registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) da sua primeira emissão de debêntures incentivadas. A operação, no valor de R$ 600 milhões tem prazo de vencimento de 10 anos e foi precificada a IPCA + 5,99% com isenção de imposto de renda para os investidores. Esta é a primeira emissão de debêntures incentivadas do setor de transporte de gás natural no Brasil. De acordo com o diretor financeiro da TAG, Joaquim Saboia, as debêntures, ofertadas para investidores qualificados, abrem uma nova frente de financiamento de longo prazo, com custo competitivo, para os projetos da empresa, cuja carteira de investimentos entre 2023 e 2027 alcança aproximadamente R$ 3,3 bilhões: “As debêntures incentivadas são hoje a principal fonte de financiamento de longo prazo para infraestrutura e os projetos que vamos financiar com esses recursos estão totalmente qualificados para atrair os investidores. São projetos prioritários, que eliminam gargalos operacionais e permitem ampliar a oferta de gás natural. Garantem a segurança energética do país e a continuidade da abertura do setor de gás natural.“

Para Lembrar, o Gasfor II irá reforçar a malha de dutos do Rio Grande do Norte, permitindo a oferta de gás natural de 1,5 milhão de m3/dia. Essa produção corresponde apenas à primeira fase do projeto, que conecta os municípios de Horizonte e Caucaia, no Ceará, com gás produzido no Pólo Industrial de Guamaré, a cerca de 180 quilômetros de Natal. O trecho, com 83,2 quilômetros de extensão, permitirá a desativação do segmento do Gasfor I que interfere nas obras de duplicação do Anel Viário de Fortaleza. De acordo com o plano original, a segunda etapa do Gasfor II permitiria aumentar a vazão do duto para até 5 milhões de m3/dia.

Já a conexão do Terminal GNL em Sergipe, a TAG ficou responsável pela implementação de um gasoduto de aproximadamente 25 km e das infraestruturas de acesso necessárias para conectar o Terminal de Armazenamento e Regaseificação de GNL da CELSE à Rede de Transporte de gás natural da TAG. A CELSE ficará responsável pelo pagamento mensal de uma Tarifa de Conexão, ao longo de 30 anos, para remunerar os investimentos que serão realizados pela TAG. Esse contrato representa mais um importante avanço no processo de abertura e expansão do mercado de gás natural no Brasil. Para o mercado como um todo, trata-se da viabilização do acesso de uma importante fonte de suprimento à demanda nacional de gás natural, proporcionando maior competição de preços, liquidez de transações, flexibilidade e segurança de suprimento em benefício de todos os usuários conectados ao sistema integrado de transporte e distribuição.

Associe-se!

Junte-se a nós e faça parte dos executivos que ajudam a traçar os rumos da distribuição de aço no Brasil.

INDA

O INDA, Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, é uma Instituição Não Governamental, legalmente constituída, sem fins lucrativos e fundada em julho de 1970. Seu principal objetivo é promover o uso consciente do Aço, tanto no mercado interno quanto externo, aumentando com isso a competitividade do setor de distribuição e do sistema Siderúrgico Brasileiro como um todo.

Rua Silvia Bueno, 1660, 1º Andar, Cj 107, Ipiranga - São Paulo/SP

+55 11 2272-2121

contato@inda.org.br

© 2019 INDA | Todos os direitos reservados. desenvolvido por agência the bag.

TOP