Portal Fator Brasil - RJ 19/07/2024
Estado acumula 4,3 milhões de toneladas de janeiro a junho de 2024, e fica apenas atrás de Minas Gerais, que é o primeiro no ranking nacional, mas à frente do Espírito Santo (terceiro) e, São Paulo (quarto).
No primeiro semestre do ano, a produção de aço bruto no Estado do Rio de Janeiro registrou um aumento de 3,9%, na comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a junho, o estado acumula 4,3 milhões de toneladas produzidas. Em junho, o Rio de Janeiro produziu 781 mil toneladas de aço, um crescimento de 10,1% da produção, na comparação com junho do ano passado, respondendo por 27,2% da produção total do país. Os dados são do Instituto Aço Brasil (IABr) que representa as empresas brasileiras produtoras de aço.
—O aumento contínuo da produção do aço bruto no estado é um indicador importante do crescimento econômico vivenciado hoje no Rio de Janeiro. A indústria siderúrgica exerce impactos significativos na economia: cria milhares de empregos diretos e indiretos, contribuindo para a geração de renda, promove investimentos e avanços tecnológicos, estimulando a competitividade, beneficia outros segmentos da indústria, e contribui para a balança comercial — ressaltou o governador Cláudio Castro.
Nos cinco primeiros meses do ano, de janeiro a maio de 2024, a produção de aço bruto no Rio de Janeiro acumulou 3,5 milhões de toneladas, um aumento de 2,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. O Estado aparece em segundo lugar no ranking nacional, apenas atrás de Minas Gerais, mas à frente do Espírito Santo (terceiro) e, São Paulo (quarto).
—O Rio de Janeiro é o segundo maior produtor nacional de aço, essencial para a construção civil e obras públicas, e seu consumo tem ligação direta com o progresso econômico— explicou a secretária interina de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, Fernanda Curdi.
De acordo com o Instituto Aço Brasil (IABr) no acumulado de janeiro a junho de 2024, a produção brasileira de aço bruto foi de 16,4 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 2,4% frente ao mesmo período do ano anterior. A produção mensal nacional, em junho, foi de 2,9 milhões de toneladas, um crescimento de 11,8% na comparação com o mesmo mês no ano passado.
Portal Fator Brasil - RJ 19/07/2024
Maior produtora brasileira de aço estará presente com amplo portfólio de produtos e serviços no principal ponto de encontro da cadeia construtiva da América Latina; Gerdau Graphene também apresentará nova linha de dispersão de grafeno no evento.
A Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço, estará presente na Concrete Show 2024, o maior evento de negócios da cadeia produtiva da construção civil da América Latina, que ocorre de 06 a 08 de agosto(terça a quinta-feira), no São Paulo Expo, em São Paulo (SP). A companhia oferecerá aos visitantes uma experiência única em seu estande, apresentando um amplo portfólio de produtos e serviços que destacam a versatilidade e a tecnologia do aço Gerdau.
Entre os principais destaques que a empresa vai expor está o vergalhão Gerdau GG 70, um aço da categoria CA-50 que atende clientes com necessidades de alta performance, entregando ganhos significativos em produtividade e sustentabilidade. Além disso, o GG 70 estará exposto também na versão cortada e dobrada, uma inovação da Gerdau que permite o fornecimento desse produto em quantidades, formatos e tamanhos conforme as demandas específicas de cada projeto. Esse serviço é disponibilizado direto das unidades, utilizando vergalhões em rolo de carretel como matéria-prima, o que proporciona uma solução completa ao cliente, reduzindo custos e aumentando a produtividade.
Assim como os demais vergalhões da Gerdau, o GG 70 é 100% soldável em todas as bitolas disponíveis e oferece uma combinação de alta performance e redução de custos com menor impacto ambiental. Destinado a diversos segmentos da construção, com ênfase em infraestrutura, construções industriais e comerciais, o vergalhão Gerdau é uma escolha versátil para projetos exigentes.
Além disso, a Gerdau também apresentará no evento o funcionamento do aplicativo Gerdau PRO, um serviço pioneiro voltado para o mercado de corte e dobra, que auxilia os responsáveis pelo recebimento de produtos, como vergalhões, no canteiro de obras, permitindo a verificação rápida, fácil e segura das etiquetas. Desenvolvido para smartphones, o aplicativo Gerdau PRO é o primeiro lançado pela empresa para atender clientes como incorporadoras e construtoras. Outros produtos em exposição incluem o carretel de aço, tela para concreto e espaçador W.
—A Concrete Show é um importante ponto de encontro da construção civil, uma indústria fundamental para o desenvolvimento do País, e é, também, uma oportunidade para a Gerdau fortalecer parcerias com o setor. Ao longo de seus 123 anos de história, a Gerdau construiu um portfólio completo de produtos e serviços voltados para a construção civil, e seguimos comprometidos em gerar cada vez mais valor para nossos clientes, com foco em inovação, tecnologia e sustentabilidade— afirma Débora Baum, líder de marketing da Gerdau.
Gerdau Graphene — Visando demonstrar sua capacidade de oferecer um atendimento completo aos clientes, a Gerdau Graphene, uma empresa da Gerdau Next, braço de novos negócios da Gerdau, criada para diversificar o portfólio da companhia com produtos e serviços em segmentos adjacentes ao aço, terá um espaço especial no estande para expor a linha NanoCONS. Este portfólio inclui soluções com nanoplacas de grafeno destinadas ao mercado de construção civil, com destaque para o produto W104, uma dispersão à base de água que pode ser aplicada em matrizes cimentícias, como pastas de cimento, argamassas e concretos.
. Concrete Show 2024, de 06 a 08 de agosto (terça a quinta-feira), das 13 às 20 horas, na São Paulo Expo – Rodovia dos Imigrantes na altura do km 1,5, Jabaquara, São Paulo | Estande G40. | https://shre.ink/De54
Portal Fator Brasil - RJ 19/07/2024
Alta de 11,8% ante o mesmo período em 2023. Assim como alta na produção dos laminados, mas queda nos semiacabados. As exportações no mês teve queda, tanto em volume como em valores, ao passo que teve aumento nas importações, mas queda em quantum. No semestre a produção do aço bruto teve alta de 2,4% comparado com o mesmo período em 2023. Período também de queda no semiacabados. Ainda no semestre as exportações diminuíram em volume e valores. Já as importações aumentaram em volume e recuaram 0,1%.
Em junho de 2024 a produção brasileira de aço bruto foi de 2,9 milhões de toneladas, uma elevação de 11,8% frente ao apurado no mesmo mês de 2023. Já a produção de laminados foi de 1,8 milhão de toneladas, 13,9% superior à registrada em junho de 2023. A produção de semiacabados para vendas foi de 847 mil toneladas, uma queda de 11,3% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2023, dados divulgados .
Consumo e vendas — As vendas internas cresceram 11,5% frente ao apurado em junho de 2023 e totalizaram 1,8 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2,2 milhões de toneladas, 10,3% superior ao apurado no mesmo período de 2023.
Exportações — As exportações de junho de 2024 foram de 647 mil toneladas, ou US$ 569 milhões, o que resultou em queda de 45,5% e de 47,7%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2023.
Importações — As importações de junho de 2024 foram de 428 mil toneladas e de US$ 423 milhões, um aumento de 12,1% em quantum e uma redução de 5,0% em valor na comparação com o registrado em junho de 2023.
Produção no primeiro semestre — A produção brasileira de aço bruto foi de 16,4 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a junho de 2024, o que representa um aumento de 2,4% frente ao mesmo período do ano anterior. A produção de laminados no mesmo período foi de 11,4 milhões de toneladas, crescimento de 4,8% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2023. A produção de semiacabados para vendas totalizou 4,3 milhões de toneladas de janeiro a junho de 2024, uma redução de 13,9% na mesma base de comparação.
Vendas — As vendas internas foram de 10,1 milhões de toneladas de janeiro a junho de 2024, o que representa um crescimento de 3,5% quando comparadas com igual período do ano anterior.
Consumo— O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 12,4 milhões de toneladas no acumulado até
junho de 2024. Este resultado representa um aumento de 6,0% frente ao registrado no mesmo período de 2023.
Exportações — As exportações de janeiro a junho de 2024 atingiram 4,7 milhões de toneladas, ou US$ 3,8 bilhões. Esses
valores representam, respectivamente, redução de 25,3% e de 30,1% na comparação com o mesmo período de 2023.
Importações — As importações alcançaram 2,7 milhões de toneladas no acumulado até junho de 2024, um aumento de
23,9% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 2,8 bilhões e recuaram 0,1% no mesmo período de comparação.
No ranking mundial o Brasil hoje é o décimo país produtor de aço bruto.
ICIA: O Instituto Aço Brasil (IABr) também divulgou o Índice de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) referente ao mês de julho de 2024, onde indicador atingiu 53,4 pontos ante o mês anterior, maior patamar desde outubro de 2022. Mas ainda abaixo da linha dos 100 pontos.
Infomoney - SP 19/07/2024
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta quinta-feira (18), que o governo federal fará uma contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento deste ano, com o objetivo de cumprir as exigências do arcabouço fiscal.
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O movimento deve constar no próximo Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Públicas (RARDP) referente ao terceiro bimestre, a ser divulgado na próxima segunda-feira (22) pela equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lá serão apresentadas as novas estimativas do Poder Executivo para o comportamento das contas públicas no ano e as motivações para o congelamento de gastos.
Segundo Haddad, dos R$ 15 bilhões indicados, a maior parte (R$ 11,2 bilhões) será objeto de bloqueio, para respeitar a regra de limite de despesas públicas para 2024.
Conforme estabelece o novo marco fiscal, os gastos de um ano devem apresentar um crescimento real entre 0,6% e 2,5% em relação às despesas do ano anterior. O fator exato de correção depende da evolução das receitas no último Orçamento.
Já o montante restante da contenção anunciada por Haddad (R$ 3,8 bilhões) será feito como contingenciamento, para que a projeção de resultado primário do ano fique dentro da banda de tolerância da meta fiscal.
Conforme estabelecido pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, a meta de resultado primário para o exercício é de déficit zero. Como o arcabouço fiscal prevê uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB), o governo pode encerrar o ano com um desequilíbrio de até 0,25% do PIB sem incorrer em descumprimento da regra fiscal − e, portanto, sem ficar sujeito às sanções previstas.
Embora tecnicamente sejam movimentos distintos, o bloqueio e o contingenciamento de despesas orçamentárias têm resultados práticos similares e provocarão uma diminuição dos recursos disponíveis para setores da administração pública federal. As áreas que serão alvo da contenção ainda não foram apontadas.
A sinalização de contenção orçamentária era aguardada com ansiedade pelo mercado financeiro, que tem observado com certo ceticismo a disposição do governo federal em avançar com uma agenda de corte de despesas − o que, no fundo, lança uma preocupação sobre o cumprimento do próprio arcabouço fiscal.
O anúncio de Haddad ocorre após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os integrantes da chamada Junta de Execução Orçamentária (JEO) − que inclui, além de Haddad, os ministros do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB); da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck; e da Casa Civil, Rui Costa (PT).
Em conversa com jornalistas ao lado dos demais ministros, Haddad disse que a parcela referente a contingenciamento está relacionada à persistência do impasse envolvendo o Senado Federal no caso das desonerações sobre a folha de salários concedidas pelo Congresso Nacional a 17 setores econômicos e milhares de municípios.
No mês passado, a Corte atendeu a um pedido feito pelo governo federal e exigiu que Legislativo e Executivo chegassem a um entendimento sobre fontes de compensações para os benefícios fiscais − e determinou que, do contrário, as desonerações seriam canceladas, e os grupos contemplados seriam cobrados regularmente. Foi concedido prazo de 60 dias para que um acordo fosse construído e o projeto aprovado.
Apesar de relatos de ambas as partes de que as tratativas avançaram nos últimos dias, não foi possível construir chegar a um entendimento antes do recesso parlamentar. Com isso, Executivo e Legislativo pediram uma prorrogação no prazo para as tratativas − o que foi concedido, até o fim de agosto, pelo ministro de plantão na Corte, Edson Fachin.
“Tomamos a decisão de já incorporar uma eventual perda [com as desonerações], em função desse adiamento [da votação da matéria para depois do recesso parlamentar], para contemplar o arcabouço fiscal dentro da banda prevista na LDO”, disse Haddad.
Segundo o ministro, o congelamento de R$ 15 bilhões será suficiente para colocar a execução orçamentária dentro da banda de tolerância estabelecida pelo novo marco fiscal para o resultado primário do ano − entre 0% e um déficit de 0,25% do PIB −, porém, mais “próximo do teto”.
“Levando em consideração que a Receita [Federal], por prudência, neste momento, não está considerando compensação. Ou seja, se as negociações com o Senado avançarem, esse contingenciamento deve ser revisto”, afirmou.
Por outro lado, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), pontuou que uma eventual revisão do bloqueio de R$ 11,2 bilhões seria “mais difícil”, já que dependeria de um movimento improvável de crescimento menor das despesas obrigatórias (como gastos com Previdência Social) nos próximos meses.
O Estado de S.Paulo - SP 19/07/2024
O Ministério da Fazenda revisou a projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 e em 2025. Segundo a nova grade de parâmetros macroeconômicos da Secretaria de Políticas Econômicos (SPE), divulgada nesta quinta-feira, 18, a estimativa neste ano passou de 3,7% para 3,9%, dentro do intervalo de tolerância da meta estipulada para 2024, que é de 3%, com variação de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.
Já para 2025, a projeção de IPCA passou de 3,20% para 3,30%. O último boletim macrofiscal da SPE havia sido divulgado em maio de 2024.
No documento, a SPE argumenta que a revisão da projeção do IPCA para este ano já considera os impactos do câmbio mais depreciado e da calamidade no Rio Grande do Sul nos preços, além dos reajustes recentes anunciados para os preços da gasolina e GLP. Para a média das cinco principais métricas de núcleo, a previsão foi revisada de 3,4% para 3,7%.
No caso de 2025, a previsão de inflação medida pelo IPCA foi revisada principalmente para incorporar a expectativa de maior cotação do dólar, mas a perspectiva de desinflação permanece, disse a SPE, devendo ser observada tanto para preços livres como para monitorados.
O Ministério da Fazenda também revisou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para a correção do salário mínimo. A estimativa para o indicador neste ano passou de 3,5% para 3,65%. Para 2025, a projeção passou de 3,1% para 3,15%.
Já a estimativa da Fazenda para o IGP-DI em 2024 foi revisada de 3,5% para 3,6% e mantida em 4% para 2025. Para a projeção deste ano, a SPE observou que variações expressivas foram registradas para o IGP-DI em maio e junho, repercutindo principalmente a aceleração dos preços no atacado.
Em maio, a alta na inflação de minério de ferro explicou majoritariamente o avanço, enquanto em junho, pesou a aceleração nos preços de produtos agropecuários (com destaque para batata, milho e arroz), repercutindo em grande parcela o incidente no RS, apontou a secretaria. Em função desses resultados, a inflação medida pelo IGP-DI acelerou de -2,32% em abril para 2,88% em junho.
A SPE pontuou ainda que, até agosto, a expectativa é de alta na inflação apontada por esse índice, refletindo a saída de fortes deflações registradas até meados de 2023 da base de cálculo. Em seguida, deverá haver desaceleração gradual até 3,6% em dezembro.
No último relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, 15, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central projetaram IPCA de 4% em 2024 e de 3,9% no próximo ano.
Projeção para o PIB
A Fazenda manteve a projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024. A estimativa para a expansão da atividade este ano continua em 2,5%. Para 2025, a projeção passou de 2,8% para 2,6%.
Para o PIB do setor agropecuário em 2024, a queda esperada passou a ser de 2,5% em 2024, ante expectativa de queda de 1,4% no boletim de maio. Embora a safra projetada para este ano se mantenha em nível historicamente elevado, as últimas estimativas do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola e os impactos das inundações no Rio Grande do Sul têm sinalizado um cenário menos positivo.
Para o PIB da indústria, a projeção subiu de 2,4% no boletim de maio para 2,6%. A revisão reflete, principalmente, maiores estimativas para o crescimento da indústria de transformação e da construção, beneficiadas pelas políticas de estímulo ao investimento produtivo, medidas de incentivo à reconstrução do RS e pela expansão dos recursos voltados ao financiamento de moradias populares.
A alta projetada para o setor de serviços em 2024 passou de 2,7% para 2,8%. Segundo o boletim, atividades ligadas ao consumo das famílias, comércio e outros serviços devem ser destaques, “refletindo o bom desempenho do mercado de trabalho e as condições menos restritivas do crédito, além das medidas de apoio às famílias no RS”.
As projeções da SPE sobre a variação do PIB nos próximos anos foram mantidas ou sofreram pequenas modificações. Em 2026, passou de 2,5% para 2,6%. Para 2027, a projeção de crescimento se manteve em 2,6%. Já em 2028, a projeção continuou em 2,5%.
Já a revisão do PIB em 2025, segundo o boletim, repercute a pausa no corte de juros pelo Banco Central este ano, que se manteve em 10,5%. “Apesar da menor contribuição vinda da política monetária, efeitos de encadeamento derivados de um crescimento inclusivo e guiado pela expansão dos investimentos e da indústria em 2024 devem contribuir positivamente para a atividade em 2025, mitigando em parte os impactos dos juros”, avalia.
Para os anos seguintes, a SPE destaca que o crescimento esperado segue próximo a 2,5%, “podendo inclusive surpreender positivamente como reflexo dos efeitos da reforma tributária e da maior produção e exportação de petróleo sobre a atividade potencial”, diz a nota.
No último relatório Focus, divulgado na última segunda-feira, 15, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central projetaram uma alta de 2,11% para o PIB de 2024. Para 2025, a estimativa no Focus é de alta de 1,97%. As projeções de mercado para 2026 e 2027 estão em 2%, para os dois anos.
CNN Brasil - SP 19/07/2024
Líderes chineses reiteraram nesta quinta-feira suas metas de política econômica, desde a modernização do complexo industrial até a expansão da demanda doméstica e a redução da dívida e dos riscos do setor imobiliário, sem detalhar as etapas de implementação.
As promessas foram publicadas na leitura da agência oficial de notícias Xinhua da reunião do Comitê Central do Partido Comunista, liderada pelo presidente Xi Jinping, conhecida como plenária e que ocorre aproximadamente a cada cinco anos.
Segundo a agência, Pequim quer expandir a demanda interna, melhorar a seguridade social, os sistemas de saúde e de distribuição de renda e introduzir reformas agrárias – promessas que foram feitas em outros documentos oficiais na última década.
A divulgação não informou quais mudanças Pequim pretende implementar, mas disse que as “tarefas” devem ser concluídas até 2029. Um documento mais detalhado deve ser publicado nos próximos dias.
Analistas disseram que o resultado da plenária indicou continuidade, em vez de qualquer mudança na formulação de políticas ou no modelo de crescimento econômico que a China busca.
“Não há nenhum sinal claro de mudança nas políticas macroeconômicas”, disse Zhang Zhiwei, economista-chefe da Pinpoint Asset Management.
Considerado pela mídia estatal como “marcante”, a plenária ocorreu em um momento de dificuldades financeiras para um número cada vez maior de chineses e de maior adversidade contra as políticas industriais do país no exterior.
A segunda maior economia do mundo cresceu em um ritmo mais lento do que o esperado no segundo trimestre, apoiando-se fortemente na produção industrial e na demanda externa, enquanto o setor imobiliário e o consumo das famílias continuaram a decepcionar.
A China se comprometeu a resolver o desequilíbrio cada vez mais profundo entre os altos níveis de investimento e produção e a demanda morna em uma plenária semelhante há mais de uma década. No entanto, em vez de direcionar os recursos para os consumidores, ela despejou dinheiro em infraestrutura e imóveis, acumulando dívidas em um ritmo insustentável.
O comunicado desta quinta-feira reiterou que a China quer “expandir ativamente a demanda interna”, sem dar detalhes.
“Ainda parece haver uma tensão entre as políticas destinadas a aumentar a segurança econômica e expandir o lado da oferta da economia e aquelas destinadas a dar às forças de mercado um papel mais importante e reequilibrar o crescimento em direção ao consumo”, disse Julian Evans-Pritchard, chefe de economia da China na Capital Economics.
Impulso industrial
O comunicado enfatizou novamente a busca da China por “novas forças produtivas”, um termo cunhado por Xi no ano passado que prevê pesquisa científica e avanços tecnológicos que podem modernizar a manufatura e dar início a uma nova era de alto crescimento.
“Aprimoraremos as instituições e os mecanismos para promover novas forças produtivas de qualidade de acordo com as condições locais”, afirmou.
A liderança também reiterou suas ambições de reformar a tributação e o sistema financeiro e disse que a China “aprimorará o papel dos mecanismos de mercado na economia, criará um ambiente de mercado mais justo e dinâmico e otimizará a eficiência da alocação de recursos”.
A redação anterior nos documentos oficiais era de que os mercados “desempenhariam um papel decisivo” na economia.
“As restrições ao mercado serão suspensas, ao mesmo tempo em que será garantida uma regulamentação eficaz para melhor manter a ordem no mercado e remediar as falhas do mercado”, disse.
O Estado de S.Paulo - SP 19/07/2024
O congelamento de verbas previstas no Orçamento do governo federal, a ser anunciado no relatório bimestral de julho, deverá ser de R$ 12,0 bilhões, indica a mediana das estimativas de 15 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast. Esse montante ainda deve ser insuficiente para o governo cumprir o novo arcabouço fiscal, a regra de controle de gastos que, se descumprida, gera desconfiança sobre as contas do governo e impacta a cotação do dólar e a política de juros.
Para este ano, a meta é de déficit zero, com margem de tolerância para mais ou para menos de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). A mediana do mercado indica que, para o cumprimento do alvo com o máximo de déficit possível (-0,25% do PIB), o ajuste total das despesas deve ser em torno de R$ 26,40 bilhões, embora haja divergências nas previsões entre os analistas de mercado (ler mais abaixo). Nesta quinta-feira, 18, Haddad diz que Lula autorizou medidas adicionais para garantir corte de R$ 25,9 bi no Orçamento.
A cada bimestre, o governo federal publica um relatório que projeta as receitas e despesas para o resto do ano e estabelece o cronograma de desembolso mensal, com bloqueios ou desbloqueios.
Os R$ 12 bilhões de congelamento estimados pelo mercado relatório bimestral de julho incluem ajustes tanto via contingenciamento quanto a partir de bloqueio de verbas. O contingenciamento ocorre quando há falta de receitas que comprometem o cumprimento da meta de resultado primário (contas do governo sem os juros da dívida pública). O bloqueio ocorre quando o aumento dos gastos do governo supera o limite de 70% do crescimento da receita acima da inflação e pode ser revertido se surgir espaço no Orçamento.
Embora o cumprimento da meta não seja consenso entre os analistas, o déficit de 0,25% do PIB poderá ser atingido via novos congelamentos de despesas discricionárias (não obrigatórias, como recursos para custeio e investimentos) nos relatórios bimestrais seguintes, de setembro e novembro, ou mesmo a partir da revisão de gastos obrigatórios já neste ano, como efeito do “pente-fino” realizado pelo governo no pagamento de alguns benefícios, pontuam os analistas.
A avaliação dos economistas também é a de que, mais do que o valor em si do congelamento da próxima semana, é importante acompanhar qual o “sinal” que o governo vai emitir ao mercado em relação ao quão crível serão os números apresentados.
As contas dos analistas
O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, prevê que, no relatório bimestral de julho, o governo vai congelar R$ 16 bilhões, dos quais R$ 7 bilhões de bloqueio e R$ 9 bilhões de contingenciamento.
Ele avalia, porém, que seria preciso congelar um total de R$ 26,8 bilhões até o final do ano para atingir o déficit de 0,25% do PIB.
Para ele, a magnitude do congelamento no Orçamento em julho está atrelada a como será a revisão da estimativa do governo para as receitas deste ano, que, atualmente, é de uma alta real de 10,5% na comparação com 2023. O número está superestimado, na avaliação do economista, que projeta que a alta real da receita líquida ao final do ano será de 8,2%.
“Se o governo revisar a receita (para baixo) de uma vez, ele teria de fazer todo o contingenciamento necessário já agora”, detalha. “Inicialmente, ele deve congelar na casa dos R$ 16 bilhões para depois fazer o restante. À medida que for revisando a receita, vai fazendo os ajustes”, complementa.
A projeção da sócia e economista-chefe da Gap Asset, Anna Reis, é que o governo vai optar por um congelamento um pouco menor agora, de R$ 10,0 bilhões, metade com bloqueio e metade com contingenciamento. Ela explica que o principal foco de pressão para o orçamento vem das despesas, sobretudo as de pagamento com benefícios previdenciários e de Prestação Continuada (BPC), que estão subestimadas pelo governo em cerca de R$ 15,0 bilhões.
“Se o governo for para uma nova estimativa de despesas parecida com a nossa, é isso (R$ 15,0 bilhões) que precisaria ser congelado no total”, afirma a economista. Ela pontua, porém, que esse é um tipo de ajuste que pode ser feito ao longo do tempo, isto é, a partir de revisões nos relatórios bimestrais seguintes, de setembro e novembro.
Reis atenta, porém, para a possibilidade de o governo conseguir, já neste ano, efetivar cortes em despesas obrigatórias, a partir do “pente-fino” no pagamento de alguns benefícios. “Se isso acontecer, diminui o tamanho do valor que precisa ser congelado (que se refere a despesas discricionárias, ou seja, não obrigatórias, como recursos para custeio e investimentos)”, explica.
O economista Renan Martins, da MCM Consultores, também espera que o congelamento na próxima semana seja de R$ 10,0 bilhões, valor que ele considera “o mínimo possível agora”. “O governo tem feito isso nas últimas revisões bimestrais, de postergar os problemas”, afirma Martins.
Ele destaca que os últimos relatórios estavam com algumas distorções, tanto de despesas quanto de receitas. Nas receitas, ele cita que o governo superestimou a arrecadação com decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e que, dado o impasse, a compensação da desoneração da folha de pagamento ainda não incorporada às projeções fiscais do Ministério da Fazenda. “Talvez o mercado enxergasse como mais realista o governo colocar (o custo) com a manutenção da desoneração no Orçamento”, avalia.
O governo atingirá a meta?
Para atingir o déficit de 0,25%, o valor total do congelamento deveria ser de R$ 50,0 bilhões, nas contas de Martins, que acredita que o governo não conseguirá entregar esse resultado.
Já Salto, da Warren, espera que haja cumprimento da meta primária neste ano. Ele calcula que, já levando em consideração o congelamento da semana que vem, a projeção da Warren para o resultado fiscal do ano é de déficit de 0,51% do PIB. A perspectiva de moderação desse saldo negativo à frente está, segundo ele, ligada ao desempenho positivo da arrecadação observado até aqui, além do compromisso explícito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o cumprimento da meta.
Reis, da GAP, também prevê que o governo vai cumprir ao menos com a banda inferior da meta primária em 2024. “Ainda está factível”, diz. Além de uma possível surpresa com arrecadação do Carf no segundo semestre, ela cita que está no radar a perspectiva de cortes em despesas por conta do chamado “empoçamento” de recursos. “Historicamente sempre sobra, no fim do ano, algum valor, entre R$ 15,0 e R$ 20,0 bilhões que você não consegue executar, por questões operacionais”, lembra.
Infomoney - SP 19/07/2024
Por mais de dois anos, a inflação tem sido o principal foco do Federal Reserve, o banco central americano. Em uma movimento aguardado com ansiedade pelos mercados globais, isso está prestes a mudar.
Os banqueiros centrais dos EUA estão prontos para reduzir as taxas de juros em setembro, com a crescente confiança de que a estabilidade de preços está ao alcance — enquanto os riscos para o mercado de trabalho aumentaram. Eles estabeleceram as bases para essa decisão em discursos nas últimas semanas, e o presidente Jerome Powell provavelmente irá destacá-la de forma mais explícita após a reunião de política monetária em 30 e 31 de julho.
Ainda não é algo definitivo. Os funcionários do Fed ainda querem ver os números mensais de preços continuarem a diminuir em direção à meta de inflação anual de 2% antes de se comprometerem a reduzir os custos de empréstimos de uma alta de duas décadas. Mas Powell e seus colegas também estão determinados a não perder a oportunidade de garantir um pouso suave para a economia dos EUA, que está mostrando pelo menos alguns sinais de perda de força.
“Não se trata apenas de reduzir a inflação”, disse Powell aos legisladores da Câmara em 10 de julho. “Precisamos estar atentos à situação do mercado de trabalho.”
O indicador de inflação preferido pelo Fed caiu para 2,6%, e o mercado de trabalho, que antes estava superaquecido, voltou aos níveis pré-pandemia. Embora os funcionários continuem a descrever o mercado de trabalho como forte, eles também afirmaram que ele pode estar chegando a um ponto de virada, com uma queda constante nas vagas e um aumento gradual no desemprego.
“Acredito que estamos nos aproximando do momento em que um corte na taxa de juros é justificado”, disse um diretor do Fed, Christopher Waller, na quarta-feira. Ele afirmou que o mercado de trabalho está em uma “situação favorável”, mas o Fed precisa mantê-lo assim.
“Há mais riscos de aumento do desemprego do que temos visto há muito tempo”, acrescentou.
A maioria dos funcionários não especificou quando o primeiro corte provavelmente ocorrerá, mas economistas e investidores interpretaram seus comentários como um sinal de que ocorrerá em setembro.
“Há um forte impulso dentro do comitê para reduzir as taxas em setembro”, disse Jonathan Pingle, economista-chefe para os EUA do UBS. “Estamos vendo uma desaceleração em muitas áreas do mercado de trabalho onde houve força.”
A presidente do Fed de San Francisco, Mary Daly, disse em uma entrevista que as falhas no mercado de trabalho não são tão graves a ponto de exigir uma ação imediata. No entanto, os formuladores de políticas reconhecem que as coisas podem mudar rapidamente.
“Não queremos chegar a um ponto em que começamos a ver o mercado de trabalho enfraquecer substancialmente — falhar — porque, nesse momento, muitas vezes é tarde demais para recuperá-lo”, disse Daly.
O número de vagas de emprego para trabalhadores desempregados, que atingiu um recorde no período pós-Covid, voltou aos níveis de 2019. A contratação, embora ainda sólida, desacelerou e se concentrou em um pequeno número de setores.
A taxa de desemprego aumentou nos últimos três meses e atingiu 4,1% em junho — ainda historicamente baixa, mas a mais alta desde 2021 — e os ganhos salariais diminuíram. A governadora do Fed, Lisa Cook, falando em 10 de julho, disse que o Fed está “muito atento” à taxa de desemprego e seria “responsivo” se piorasse.
Desaceleração do consumo
O reequilíbrio no mercado de trabalho tem sido acompanhado por uma moderação nos gastos do consumidor, à medida que os altos preços e os custos de empréstimos pesam sobre os americanos.
No último Livro Bege do Fed — que compila observações sobre as condições de negócios nos 12 distritos do banco central — quase metade das regiões relataram atividade econômica estável ou em declínio. Olhando para o futuro, as expectativas das empresas eram de um crescimento mais lento.
Embora os funcionários continuem a enfatizar que a política será guiada pela totalidade dos dados recebidos, eles estão cientes de que manter sua postura atual em meio à desaceleração da inflação é, na verdade, uma forma de aperto.
“Se você vai apertar, deve garantir que está apertando por escolha, não por padrão”, disse Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, em uma entrevista.
A sequência recente de leituras de inflação – descritas pelos formuladores de políticas em termos que variam de “encorajadoras” a “muito boas” – fortaleceu a crença do Fed de que os preços estão na trajetória correta. Powell disse no início desta semana que os dados do último trimestre “contribuem um pouco para a confiança”.
Os formuladores de políticas também fizeram questão de enfatizar que mais informações são necessárias antes da grande decisão de cortar as taxas.
“Na verdade, vamos aprender muito entre julho e setembro”, disse o presidente do Fed de Nova York, John Williams, em uma entrevista ao Wall Street Journal publicada na quarta-feira.
Questão eleitoral
Os investidores já dão como quase certo um corte de taxa em setembro. Desde o final do mês passado, os rendimentos dos títulos do Tesouro de dois anos — que são sensíveis à política do Fed — caíram cerca de 30 pontos-base.
A comunicação inicial dos funcionários do Fed também pode ajudar a convencer o público — uma tarefa importante dada a política conturbada de reduzir os custos de empréstimos menos de dois meses antes de uma eleição presidencial.
Em uma entrevista à Bloomberg Businessweek, o candidato republicano e ex-presidente Donald Trump disse que o Fed não deveria cortar as taxas antes das eleições. O senador Kevin Cramer, republicano de Dakota do Norte, disse que quaisquer medidas políticas antes de novembro poderiam criar uma “má percepção”.
“O risco agora é que eles causem uma desaceleração real no mercado de trabalho”, disse Stephanie Roth, economista-chefe da Wolfe Research. “Por causa da preocupação política, eles querem transmitir essa mensagem.”
Quando questionados sobre como a disputa presidencial pode afetar o cronograma dos cortes de taxa, os funcionários do Fed enfatizam que o banco central se mantém afastado da política. O Fed até incluiu uma seção de foco especial sobre a importância da independência e transparência em seu relatório semestral ao Congresso no início deste mês.
A mensagem de Powell e seus colegas é que o Fed ignorará o cronograma eleitoral e fará o que for melhor para a economia.
“É realmente hora de ter ambos os nossos mandatos duplos em mente”, disse Daly. “Temos que observar ambos enquanto fazemos a gestão de riscos de como chegamos a um ponto em que temos tanto estabilidade de preços sustentável quanto pleno emprego.”
CNN Brasil - SP 19/07/2024
Donald Trump dedicou parte de seu discurso no fechamento da Convenção Republicana em Milwaukee, no estado do Wisconsin, às críticas sobre a forma como o presidente Joe Biden conduz a economia dos Estados Unidos. “Temos uma liderança incompetente”, afirmou o republicano.
Trump prometeu que vai reduzir a taxa de juros e cortar impostos de trabalhadores. O republicano sugeriu o corte de impostos sobre gorjetas de garçons, garçonetes e motoristas.
Durante o discurso afirmou que vai reduzir os custos de energia, incluindo aumentando a produção de petróleo por meio de perfuração.
“No meu governo anterior as pessoas não percebiam que os impostos estavam tão baixo. Trouxemos bilhões de investimentos. Vamos pagar a dívida e reduzir os juros. Eles (os democratas) querem aumentar os impostos em quatro vezes”, afirmou.
“Temos uma crise de inflação que está tornando a vida inacessível, devastando os rendimentos das famílias trabalhadoras e esmagando o nosso povo”, continuou.
Cerco contra China
Trump voltou a criticar a China e disse que vai trabalhar para aumentar a produção de produtos nos EUA. “(Os produtos) terão que ser feitos nos EUA”, disse.
IstoÉ Dinheiro - SP 19/07/2024
O presidente do Federal Reserve (Fed) de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou nesta quinta-feira, 18, que “se sente melhor” na análise de que a inflação caminha de volta à meta de 2% nos Estados Unidos, mas evitou se comprometer com uma data para o começo do ciclo de corte de juros. “Não gosto de atar as mãos antes das reuniões”, explicou, em entrevista ao Yahoo Finance.
Goolsbee reconheceu que os índices de preços arrefeceram de maneira substancial sem induzir uma recessão, um fenômeno raro na história americana, segundo ele. Os últimos meses trouxeram “múltiplos” dados “bons” nesse sentido, com avanços nos segmentos residencial e de serviços, mas o trabalho de combate à escalada inflacionário ainda não terminou, disse o dirigente. Goolsbee não vota nas reuniões deste ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc).
O líder da distrital de Chicago acrescentou que o mercado de trabalho está esfriando para um quadro de melhor equilíbrio, sem apresentar superaquecimento. De acordo com ele, o desemprego é uma área que potencialmente merece preocupação, mas atualmente está em nível historicamente baixo. Goolsbee admitiu que um afrouxamento monetário tardio pode ameaçar à atividade, mas reiterou que as decisões são tomadas a cada reunião.
Infomoney - SP 19/07/2024
Os preços futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian ampliaram perdas nesta quinta-feira, arrastados pelo enfraquecimento do mercado de aço na China, principal mercado consumidor do minério, enquanto os investidores aguardavam detalhes das prováveis medidas de estímulo da reunião plenária em Pequim.
O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 0,9%, a 811,5 iuanes (111,86 dólares) a tonelada.
No início da sessão, o contrato atingiu uma mínima intradiária de 798 iuanes por tonelada, seu valor mais baixo desde 26 de junho.
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O minério de ferro de referência de agosto na Bolsa de Cingapura, no entanto, subia 0,67%, a 105,65 dólares a tonelada.
Os preços de referência do aço na Bolsa de Futuros de Xangai foram pressionados pela demanda fraca, limitada pela temperatura e pelas fortes chuvas em algumas regiões.
O vergalhão e a bobina laminada a quente perderam cerca de 0,8%, o fio-máquina caiu quase 1,2% e o aço inoxidável recuou perto de 0,2%.
Os volumes diários de transações de produtos de aço para construção diminuíram 18% em relação à terça-feira, para 95.300 toneladas na quarta-feira, segundo dados da consultoria Mysteel.
A retração no setor imobiliário chinês ocorre no momento em que a indústria siderúrgica entra em seu período mais calmo de verão, quando a demanda tende a enfraquecer, escreveram analistas do ANZ em nota. O setor imobiliário é um dos principais consumidores de aço na China.
Os investidores e traders ainda estão aguardando detalhes sobre possíveis estímulos na terceira reunião plenária dos principais líderes do Partido Comunista da China, que está programada para terminar na quinta-feira.
Não se espera que Pequim lance novas medidas que levem a um aumento na demanda doméstica do setor imobiliário, disseram os analistas do ANZ. No entanto, os preços do minério de ferro não devem colapsar, já que maiores investimentos em habitação social e infraestrutura, juntamente com o crescimento dos setores de manufatura, maquinário e transporte marítimo, devem elevar o consumo de aço da China, acrescentou o ANZ.
Valor - SP 19/07/2024
Operação brasileira de minério de ferro Minas-Rio da companhia atingiu recorde de 6,4 milhões toneladas no período, crescimento de 1% no ano e de 9% sobre o primeiro trimestre.
A Anglo American produziu 15,6 milhões toneladas de minério de ferro no segundo trimestre, mantendo estabilidade na comparação anual e alta de 3% sobre o primeiro trimestre.
A mineradora britânica teve vendas de 16,5 milhões toneladas de minério de ferro entre abril e junho, alta de 5% na comparação anual e de 27% sobre os três primeiros meses do ano.
Na operação brasileira de minério de ferro Minas-Rio, a produção da Anglo American foi recorde de 6,4 milhões toneladas no período, crescimento de 1% no ano e de 9% sobre o primeiro trimestre.
As vendas da commodity chegaram a 6,8 milhões de toneladas em Minas-Rio, alta de 8% sobre o mesmo período de 2023 e crescimento de 47% na comparação anual. Os preços realizados foram de US$ 86 por tonelada no primeiro semestre, queda de 17% no ano.
A companhia manteve estimativa de produção de minério de ferro inalterada ente 58 milhões de toneladas e 62 milhões de toneladas no ano, sendo 23 milhões de toneladas a 25 milhões de toneladas em Minas-Rio.
A Anglo American também teve produção de 196 mil toneladas de cobre, queda de 6% na comparação anual. A produção de platina caiu 15%, a 921 mil onças, a de diamantes recuou 15%, a 6,4 milhões de quilates, e a de manganês recuou 63%, a 356 mil toneladas.
Já a produção de carvão metalúrgico cresceu 26%, a 4,2 milhões de toneladas, o que fez a mineradora aumentar metas para o ano do produto. A produção de níquel subiu 1%, a 10 mil toneladas.
“Tivemos uma boa performance operacional no segundo trimestre, evidenciando a boa qualidade da nossa base de ativos”, afirma Duncan Wanblad, diretor-presidente da Anglo American, em nota.
Agência Camara - DF 19/07/2024
A repactuação dos acordos de reparações socioeconômica e ambiental de Mariana (MG) será uma das prioridades, neste segundo semestre, da Comissão Externa da Câmara dos Deputados sobre Fiscalização dos Rompimentos de Barragens.
A meta é destravar o efetivo amparo aos atingidos pelo colapso da Barragem do Fundão – das mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton –, que deixou 19 mortos e um rastro de poluição por rejeitos de minério de ferro ao longo da bacia do rio Doce, desde 5 de novembro de 2015.
O coordenador da comissão, deputado Rogério Correia (PT-MG), resumiu as recomendações já encaminhadas à Advocacia Geral da União (AGU), aos governos de Minas Gerais e Espírito Santo, aos ministérios públicos e defensorias públicas dos dois estados e ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 6ª Região, responsáveis pela repactuação de acordos que, até hoje, não saíram do papel.
“São quase 100 propostas que nós relatamos e entregamos às autoridades. Várias questões, ou quase todas, não foram superadas. Os pescadores ainda não pescam, a água continua contaminada, os rejeitos não foram retirados. Muitas e muitas famílias sequer tiveram suas moradias refeitas. Então, nós nos debruçaremos nesta repactuação no segundo semestre, com a visão de buscar um acordo bom para os atingidos e atingidas”, disse Correia.
As mineradoras sinalizaram aporte de mais R$ 82 bilhões para as reparações. Em junho, a AGU, em conjunto com outras instituições públicas, apresentou contraproposta de R$ 109 bilhões, sem contar o que as empresas já destinaram a Mariana.
Recomendações
Desde que foi reinstalada, em fevereiro de 2023, a comissão externa da Câmara dos Deputados aprovou 52 recomendações gerais para a repactuação dos acordos desse crime socioambiental.
O relatório da comissão elaborado pelo deputado Helder Salomão (PT-ES) defende, entre outros pontos:
indenização calculada por instituições independentes; criação do Conselho de Participação Social para monitorar a repactuação; e substituição dos Termos de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) pela obrigação de as mineradoras pagarem as ações de reparação.
Outras 22 recomendações foram aprovadas em junho, em relatório da deputada Célia Xakriabá (Psol-MG), com foco específico nos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos ainda afetados pela contaminação de metais pesados no rio Doce e em suas terras tradicionais. Protagonismo dos atingidos e proteção à saúde pública dominam as sugestões presentes nos dois relatórios sobre Mariana.
Política Nacional
No balanço de um ano e meio de atividades da comissão externa, Rogério Correia destacou as articulações em torno da aprovação definitiva da Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (Lei 14.755/23), também conhecida como PNAB.
“A PNAB é muito importante porque agora você sabe quem são os atingidos: eles são cadastrados, são reconhecidos e têm seus direitos estabelecidos nessa legislação. Nós apresentamos outras [propostas de] leis que precisam ter sequência, como uma nova lei ambiental no caso das mineradoras, que coloca maiores compromissos delas com o meio ambiente e com as questões sociais”, explicou o deputado.
Antônio Cruz/Agência Brasil
Comunidade de Bento Rodrigues foi destruída pelo rompimento da barragem em Mariana
Muitos desses projetos de lei surgiram na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o crime socioambiental de Brumadinho (MG), que deixou 272 mortos após o rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, da mineradora Vale, em 2019.
Rogério Correia foi o relator da CPI, que chegou a propor a tipificação do crime de “ecocídio” (PL 2787/19) e a inclusão da prevenção a desastres induzidos por ação humana (PL 2791/19) na Política de Proteção e Defesa Civil (Lei 12.608/12). Esses dois projetos já foram aprovados na Câmara e aguardam análise do Senado.
Os deputados ainda analisam propostas da CPI sobre novas normas para licenciamento ambiental (PL 2785/19) e fundo especial para ações emergenciais em caso de desastres causados por empreendimentos minerários (PL 2789/19).
A atual comissão externa mantém a vigilância para que esses temas não caiam no esquecimento, segundo Correia. “A comissão acaba ficando quase que permanente e nós fazemos toda essa fiscalização: são 43 barragens que têm algum nível de risco de rompimento”, afirmou.
Situação de risco
Um relatório do deputado Padre João (PT-MG) sobre barragens em situação de risco foi aprovado em dezembro com 12 recomendações, que, inclusive, levam em conta a maior frequência de eventos climáticos extremos no País.
Em agosto, a comissão vai votar o relatório do deputado Pedro Aihara (PRD-MG) com sugestões específicas para os acordos de reparação do crime socioambiental de Brumadinho.
Além disso, o deputado Zé Silva (Solidariedade-MG) apresentará em breve um relatório sobre o aperfeiçoamento da legislação que trata de segurança de barragens.
A comissão externa sobre barragens atua pela segunda legislatura seguida. A composição atual tem 18 parlamentares. Desde 14 de fevereiro do ano passado, foram ouvidas mais de 120 pessoas em 48 reuniões, 14 audiências públicas, 11 visitas técnicas, 7 reuniões técnicas e um seminário.
Infomoney - SP 19/07/2024
Móveis e eletrodomésticos da chamada linha branca poderão ter isenção do Imposto Sobre Produto Industrializados (IPI) para residentes de áreas atingidas por desastres naturais ou eventos climáticos extremos, como as enchentes que assolaram recentemente o Rio Grande do Sul.
A isenção está prevista no Projeto de Lei (PL) 4731/2023, aprovado pelo Senado na quarta-feira (17).
O projeto segue para a sanção presidencial, mas há um acordo para que o governo vete parte do texto e restrinja a isenção do imposto apenas ao Rio Grande do Sul.
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De autoria das deputadas Maria do Rosário (PT-RS) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), o projeto já havia sido aprovado pela Câmara. O texto foi apresentado em 2023, antes das enchentes do Rio Grande do Sul, mas o principal motivo para a aprovação foi a ajuda aos atingidos pelo desastre.
No Senado, o projeto foi aprovado com relatório favorável do senador Paulo Paim (PT-RS), que propôs emenda de redação e rejeitou alterações de mérito, para que o texto não tivesse que retornar à Câmara.
Serão contemplados com a redução do IPI (desde que fabricados em território nacional):
Fogões de cozinha; Refrigeradores; Máquinas de lavar roupa; Tanquinhos; Cadeiras; Sofás; Mesas; Armários.
De acordo com o relatório, a alíquota do tanquinho por exemplo é 13%; e refrigeradores de uso doméstico, 9,75%.
A alíquota zero vale para pessoas físicas e microempreendedores individuais (MEIs) residentes ou com domicílio fiscal em municípios cuja calamidade pública ou situação de emergência tenham sido reconhecidos pelo Executivo federal. Para obter a concessão do benefício, o interessado deverá comprovar que residia ou tinha domicílio fiscal na localidade do desastre e que a edificação foi diretamente atingida.
O texto limita o uso da isenção a uma única vez por um membro de cada uma das famílias atingidas e para um produto, segundo regulamento da Receita Federal.
Auto Industria - SP 19/07/2024
O Brasil está perdendo a batalha da balança comercial entre exportações e importações de veículos. Nos últimos anos, desde 2015 o País sempre alcançou superávit com destaque em 2017. Mas este ano o crescimento das importações vai superar as exportações, segundo projeções da Anfavea. Trata-se de uma combinação deletéria. Para manter o nível de empregos na indústria automobilística é necessário que exportações compensem importações. Se o balanço for superavitário, melhor ainda.
No fechamento do primeiro semestre deste ano na comparação com igual período do ano passado a produção total de veículos leves e pesados subiu apenas 0,5%. Passou de 1,132 para 1,138 milhões de unidades. De janeiro a junho de 2024 as exportações caíram 28,3% e importações subiram bem mais: 37,7%. O resultado pífio deu-se em contraste com o firme aumento de vendas internas (varejo e atacado; leves e pesados), na soma de veículos nacionais e importados, que subiram 14,6%.
Na realidade o aumento das importações — nada contra isso, contudo de forma prudente — deu-se em razão de carros elétricos e híbridos, além de concentradas em marcas chinesas. Híbridos convencionais e plug-in (somados 4,5%) e elétricos (2,9%) ainda representaram parcela muito pequena das vendas de veículos leves no primeiro semestre deste ano.
No entanto a Anfavea defende uma volta imediata do imposto de importação de 35% para veículos elétricos e híbridos, sem o escalonamento em curso de 2024 a 2026. Será difícil o governo voltar atrás sobre o estabelecido.
A Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) reúne hoje 10 marcas entre as 50 que atuam no mercado brasileiro de veículos leves, pesados e máquinas, sem incluir motos.
Marcelo Godoy, presidente da Abeifa, afirma que “medidas protecionistas ou barreiras alfandegárias artificiais são sempre ineficazes e prejudiciais a toda a cadeia automotiva”. Mesmo discurso simplista de sempre. Ele tem razão num ponto: “Além disso, poderá prejudicar as relações com um parceiro comercial importante para o Brasil como a China”.
A BYD é, de longe, a maior associada da entidade em vendas, no primeiro semestre: 32.572 unidades, 71%. GWM vendeu menos, porém não se associou. Mas o otimismo extrapola. A chinesa já previu comercializar 120.000 unidades este ano e depois corrigiu para 100.000. Só que a Abeifa projeta 94.000 veículos emplacados das 10 marcas em 2024. Uma das duas estará errada.
Novo lançamento da GM incluirá versão híbrida básica
O primeiro dos produtos incluído no plano de investimentos de R$ 1,2 bilhão para modernização da fábrica de Gravataí (RS) será, como esperado, um SUV compacto inédito que terá como base o Onix, ou seja, menor do que o atual Tracker. O novo modelo está previsto para 2026. O que se antevê é uma versão híbrida flex básica com alternador e motor de arranque integrados, além de uma pequena bateria auxiliar.
A GMB se convenceu, ao sondar clientes, que passar direto para carros elétricos no Brasil vai demorar em razão do preço alto e de uma rede de recarga incompleta. Um híbrido pleno para veículos maiores, a exemplo de Tracker, Montana, S10 e Trailblazer, deve chegar numa segunda etapa.
Fábio Rua, vice-presidente da GM, afirmou que o novo produto (não adiantou que se tratava de um SUV) está sendo desenvolvido pela engenharia da empresa, líder mundial para este projeto. Será exportado para países da América do Sul e México. No Brasil vai mirar, principalmente, no Kardian, Pulse e, em breve, no modelo equivalente da VW.
Outra atualização esperada, segundo o site Autos Segredos, é a injeção direta de combustível no motor a combustão interna. Até agora a Chevrolet era uma das poucas marcas a manter a injeção multiponto no duto de admissão por achá-la uma solução de menor custo e suficiente. Porém, o tempo mostrou que se trata de uma mudança viável e necessária aos olhos do mercado. Deve estrear já neste novo SUV.
No total a empresa americana investirá R$ 7 bilhões no Brasil entre este ano e 2028 na renovação de seus modelos, introdução de tecnologias avançadas e agregação de novos negócios.
BYD avança com híbrido plugável Song Pro
SUV de porte médio da fabricante chinesa tem a seu favor o estilo atraente e o conjunto motriz. O sistema híbrido plugável a gasolina também é um recurso vantajoso que se reflete em baixo consumo de combustível. Todavia, o alcance médio declarado de até 1.100 km refere-se à antiga norma europeia NEDC abandonada por pouco refletir a realidade e caiu em desuso a partir de 2017. Sem sentido continuar a citá-la.
Pela norma brasileira NBR 7024, revista e utilizada pelo Inmetro, o alcance médio é de 780 km, mas na prática pode ser um pouco melhor com bateria totalmente carregada e tanque de 52 litros cheio.
Por outro lado, uma característica bem interessante informada pela BYD é a eficiência térmica de 43% do conjunto comparável aos melhores motores a diesel. O Song Pro, na versão GS de topo que dispõe de uma bateria maior (18,3 kW·h), entrega 235 cv e 43,8 kgf·m ao combinar, segundo a fábrica, um motor a gasolina de 98 cv e 12,4 kgf·m ao elétrico de 197 cv e 30,6 kgf·m. Bom lembrar que torque combinado tecnicamente não pode ser medido em aplicações em um mesmo eixo, embora BYD insista.
Aceleração de 0 a 100 km/h em 7,9 s comprova desempenho muito melhor do que o Corolla Cross híbrido não plugável limitado por seu motor flex de apenas 101 cv (etanol)/14,1 kgf·m associado a um motor elétrico 72 cv e 16,6 kgf·m com potência combinada de somente 122 cv.
Isso ficou claro na primeira e curta avaliação pelas ruas de São Paulo. O SUV chinês tem ótimo desempenho. Mas ao partir da imobilidade há um certo atraso na resposta do acelerador, sem aquela reação fulminante dos elétricos. Impressiona o silêncio a bordo com os vidros dianteiros de dupla camada para isolamento de ruído. Porém, ao rodar em asfalto irregular ou passar por lombadas falta o acerto fino das suspensões.
Também se destaca pelo espaço interno com distância entre eixos de 2.712 mm, pouco menor que a do Song Plus. Os passageiros no banco traseiro, além do assoalho plano, contam com regulagem do encosto. Bancos dianteiros são confortáveis e o do motorista tem regulagem elétrica (só no GS). O porta-malas oferece 520 litros, mas não inclui estepe e perde espaço devido a uma maleta contendo carregador portátil da bateria e seus cabos.
Preços: R$ 189.800 (GL) e R$ 199.800 (GS).
O Estado de S.Paulo - SP 19/07/2024
As incorporadoras listadas na Bolsa que atuam no Minha Casa, Minha Vida (MCMV) tiveram recordes de vendas no segundo trimestre — um reflexo dos incentivos ao programa habitacional vindos do governo federal e de Estados que turbinaram o poder de compra da casa própria. Cury, Direcional, MRV e Plano & Plano tiveram picos de vendas de imóveis entre os meses de abril e junho, conforme mostraram suas prévias operacionais. A Tenda também ampliou as vendas de forma relevante mesmo sem ter batido um recorde.
Juntas, as cinco incorporadoras tiveram, no segundo trimestre de 2024, vendas líquidas de R$ 7,2 bilhões, alta de 33,4% em relação ao mesmo período de 2023. Todas aceleraram os novos projetos também.
Ao todo, elas lançaram empreendimentos avaliados em R$ 7,1 bilhões, avanço de 31,8% na mesma base de comparação anual.
O diretor financeiro e de relações com investidores da MRV&Co, Ricardo Paixão, afirmou que o MCMV está em sua melhor fase, como resultado da entrada em vigor de várias medidas de incentivo nos últimos meses. “O momento é muito bom. E vai ficar ainda melhor”, afirmou, referindo-se a outras melhorias em implementação.
Incentivos para casa própria
Desde a metade de 2023, o governo federal aumentou o subsídio dado às famílias para aquisição de imóveis (de R$ 47,5 mil para R$ 55 mil), cortou os juros em 0,25 ponto porcentual para o financiamento das famílias de menor renda (para o patamar de 4% a 4,25% ao ano) e elevou o teto de preços dos imóveis de R$ 265 mil para até R$ 350 mil em todo o País, permitindo que mais moradias fossem enquadradas. Também houve expansão do prazo de financiamento de 30 para 35 anos.
Mais recentemente, foi cortada de 4% para 1% a alíquota do Regime Especial de Tributação (RET) para projetos da faixa 1 do MCMV, para famílias com renda de até R$ 2,6 mil, o que aumentou o apetite das construtoras neste segmento. O mais recente benefício que passou a valer foi o chamado “FGTS Futuro”, em que o mutuário pode agregar os depósitos futuros no seu FGTS para pagar as parcelas do financiamento, o que na prática significa um poder de compra maior.
A Moura Dubeux, com atuação no Nordeste, também fechou o trimestre com expansão dos lançamentos e das vendas. O resultado foi considerado muito positivo pelo presidente da incorporadora, Diego Villar. “Foi o recorde de vendas para qualquer trimestre da história da companhia”, disse. “Isso é devido à consistência dos produtos. Quando tivemos ousadia em lançar mais, o mercado respondeu, comprando mais.”
Por sua vez, a Eztec cresceu em vendas apesar do recuo nos lançamentos. “Vemos com bons olhos o crescimento significativo nas vendas de unidades prontas, reduzindo a posição do estoque, o que poderia aumentar gradualmente o apetite da Eztec para aumentar os lançamentos”, apontaram os analistas Ygor Altero e Ruan Argenton em relatório da XP.
Os governos estaduais passaram a ofertar subsídios adicionais aos compradores de imóveis do MCMV. Isso tem funcionado como maneira de colocar para dentro do mercado as famílias de renda mais baixa.
Por exemplo: o programa Casa Paulista, de São Paulo, oferece subsídios entre R$ 11 mil e R$ 16 mil para aquisição de moradias do MCMV. Já o Morar Bem, de Pernambuco, aporta R$ 20 mil, assim como o Casa Fácil, do Paraná. Também existem iniciativas do mesmo tipo no Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Sul e outros Estados.
“Esses programas ajudaram a turbinar as vendas”, apontaram os analistas Bruno Mendonça, Pedro Lobato e Herman Lee, em relatório do Bradesco BBI, destacando que as incorporadoras conseguiram ganhar liquidez em seus negócios. Na MRV, por exemplo, 55% das cidades onde a companhia atua já têm programas extras e outras 25% sinalizaram que receberão medidas do gênero em breve. Já a Tenda apontou que os programas regionais ampliaram as vendas brutas em São Paulo, Ceará e em Pernambuco.
Preços mais altos
O crescimento das vendas aconteceu a despeito da subida de preços, o que irá se traduzir em ganho de margem de lucro pelas empresas. O preço médio dos apartamentos da MRV foi de R$ 245 mil no segundo trimestre, avanço de 9,6% em um ano. Na Cury, foi de R$ 301,5 mil, alta de 8,3%; na Plano & Plano, R$ 235 mil, aumento de 8,5%; e na Tenda, R$ 212,1 mil, alta de 4,4%. A Direcional não divulgou esse dado.
A Cury mostrou números operacionais classificados como “impressionantes”, segundo os analistas de construção civil do Santander. “Os lançamentos tiveram crescimento forte, acima da nossa estimativa, ilustrando a forte demanda por unidades do MCMV. Mais importante ainda, as vendas contratadas líquidas tiveram um aumento grande”, apontaram os analistas Fany Oreng, Antonio Castrucci e Matheus Meloni, em relatório do Santander.
A Tenda também foi avaliada positivamente. “Apesar do volume mais leve de lançamentos no trimestre devido a alguns atrasos nas aprovações de projetos, a companhia apresentou uma velocidade de vendas consistente”, citaram os analistas Mendonça, Lobato e Lee do Bradesco BBI.
A Direcional foi apontada como um destaque por combinar crescimento com geração de caixa. “A Direcional apresentou números operacionais fortes, com uma velocidade de vendas consistente”, afirmaram os analistas Gustavo Cambaúva e Elvis Credendio, em relatório do BTG Pactual.
Diário do Comércio - MG 19/07/2024
Uma velha questão, do mais relevante interesse para o Estado, parece finalmente caminhando no rumo da solução. Estamos falando da BR-040, no trecho entre Belo Horizonte e Conselheiro Lafaiete, transformado numa espécie de via exclusiva para movimentação de carretas que transportam minério de ferro, com todas as consequências indesejadas. Projetada na década de 50 no século passado e inaugurada em 1960, a antiga BR-03 é a principal ligação rodoviária entre Rio de Janeiro e Brasília, passando por Belo Horizonte, transportando passageiros e cargas entre os dois pontos. Muita coisa aconteceu, muita coisa mudou nestes 60 anos.
Objetivamente, o que interessa anotar nesse momento foi o incremento da extração mineral no chamado Quadrilátero Ferrífero, um processo que não foi adequadamente acompanhado pela infraestrutura de transportes. Assim a rodovia, que foi também uma das peças do Brasil Moderno desenhado por JK, chegou aos dias atuais com uso para o qual não foi projetado e uma tarefa que não tem como se ocupar. De tudo isso, a consequência mais relevante é que o trecho se transformou num dos mais perigosos, com mais altos índices de acidentes na malha rodoviária nacional.
Para responder aos desafios colocados, autoridades estaduais, Ministério Público e empresas mineradoras firmaram esta semana um acordo para levar à construção da Rodovia do Minério, com investimentos previstos de R$ 300 milhões. Sobretudo, com a promessa e o compromisso de que dentro de um ano e meio, dezembro de 2024, portanto, carretas transportando minério não mais circularão pelas BRs 040 e 356. Uma espécie de corrida contra o tempo cuja primeira marca será o dia 28 de novembro próximo, data em que o projeto estará pronto e entregue. Além da construção da nova rodovia, foram definidas ações de melhoria no traçado atual, com intervenções emergenciais envolvendo fiscalização, recapeamento, limpeza e mais apoio aos veículos de carga e seus condutores.
Estamos falando, lembrarão os leitores mais atentos, de providências que já foram reclamadas e cobradas nesse mesmo espaço. E devemos acrescentar, por oportuno, que na movimentação agora relatada não pode deixar de ser percebida a ausência de representantes das áreas ambientais. Para acrescentar que as mineradoras que operam na região, Vale à frente, propuseram a mais de uma década exatamente o mesmo tipo de solução, uma via exclusiva para o transporte de minério correndo paralela à BR-040. Ideia que não prosperou justamente porque esbarrou em questões ambientais que não foram superadas. Fica o alerta.
O Petróleo - SP 19/07/2024
O consórcio Enseada-Tenenge anunciou a reativação do estaleiro Enseada do Paraguaçu em Maragogipe, Bahia, durante a assinatura do protocolo de intenções com o governo do estado. O evento, realizado na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, contou com a presença de representantes do consórcio e do governo.
Com a retomada das operações, estima-se a criação de 3 mil empregos diretos e indiretos. O consórcio planeja implantar uma linha de montagem para fabricar balsas mineraleiras e graneleiras, com a expectativa de produzir 80 unidades em um período de três anos. O investimento previsto para esse projeto é de R$ 9 milhões.
Histórico e Importância do Estaleiro
O estaleiro Enseada do Paraguaçu, inaugurado em 2012, já foi um grande impulsionador do desenvolvimento econômico no Recôncavo baiano, chegando a empregar mais de 7 mil pessoas em seu auge. Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida, o estaleiro foi fundamental para triplicar o PIB de Maragogipe durante esse período.
Situação Atual e Desafios
Atualmente, o estaleiro opera com menos de 15% de sua capacidade e emprega apenas 200 trabalhadores. Essa subutilização tem causado prejuízos econômicos significativos à região, levando muitos trabalhadores a buscar emprego em outras localidades. O custo de construção do estaleiro foi de R$ 3 bilhões, e sua plena reativação é vista como essencial para reverter esses impactos negativos.
Expectativas Futuras
A reativação do estaleiro também traz a expectativa de um renascimento da construção naval e offshore na Bahia. Mário Moura, diretor industrial e representante do consórcio, destacou a importância desse movimento para revitalizar a indústria naval no estado.
Em abril, o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, anunciou que a estatal fará encomendas de 38 navios de apoio, com um investimento de R$ 2,5 bilhões. Espera-se que parte dessas encomendas seja destinada ao estaleiro Enseada do Paraguaçu, o que aumentará ainda mais a geração de empregos e renda na região.
Importância da Indústria Naval Brasileira
A reativação do estaleiro é um passo importante na recuperação da indústria naval brasileira, que foi severamente afetada pela “Operação Lava Jato” e a crise econômica. A geração de empregos e a qualificação da mão de obra local são vistas como fundamentais para o desenvolvimento sustentável da indústria naval no país. Atualmente, 96% do transporte marítimo e de cabotagem de combustíveis no Brasil é realizado por navios estrangeiros, destacando a necessidade de uma frota nacional.
A retomada das atividades do estaleiro Enseada do Paraguaçu representa um marco na recuperação da indústria naval baiana e brasileira. Com o apoio da Petrobrás e investimentos substanciais, espera-se que a reativação traga desenvolvimento econômico, geração de empregos e fortalecimento da indústria nacional, produzindo uma frota brasileira para competir globalmente.
O Petróleo - SP 19/07/2024
O Brasil está se posicionando como um potencial líder no mercado global de reciclagem de navios, segundo a ONG Shipbreaking Platform. O extenso litoral brasileiro e a robusta indústria marítima local são fatores que impulsionam essa transformação, com diversas instalações existentes prontas para expandir suas operações para incluir a reciclagem de embarcações.
O professor Newton Pereira, da Universidade Federal Fluminense (UFF), destacou que o Brasil tem todos os requisitos para se tornar um destino estratégico para armadores que buscam soluções sustentáveis para o descarte de seus ativos. Os estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco, por exemplo, já possuem infraestrutura significativa para suportar essas operações.
Além disso, o Brasil está em vias de aprovar um projeto de lei nacional que se alinha ao Regulamento de Reciclagem de Navios da União Europeia, reforçando as regulamentações sobre o gerenciamento de resíduos perigosos. A Petrobras, gigante do setor de petróleo e gás, também está mudando sua política, iniciando o desmantelamento de suas plataformas P-32 e P-33 no Brasil.
Essas iniciativas indicam uma “transformação radical” no setor, conforme descrito pela Shipbreaking Platform, consolidando o Brasil como um polo sustentável de reciclagem de navios.
O Petróleo - SP 19/07/2024
A CIMC Raffles, subsidiária do CIMC Group, fechou contratos de engenharia, aquisição e construção (EPC) com a Seatrium para fornecer cascos para duas unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência (FPSO) destinadas à Petrobras. Com este acordo, a CIMC Raffles já entregou dois cascos e está construindo quatro para a Petrobras.
As novas plataformas FPSO, denominadas P-84 e P-85, são projetadas para alta capacidade de produção e incorporação de tecnologias inovadoras que priorizam a sustentabilidade. Cada FPSO terá a capacidade de produzir 225.000 barris de petróleo por dia e processar 10 milhões de metros cúbicos de gás diariamente.
Estas unidades de última geração incluem tecnologias avançadas como queima e ventilação zero, acionamentos de velocidade variável e medidas para controle de emissões e captura de CO2. Além disso, possuem um conceito totalmente elétrico que foca na eficiência energética, prometendo uma redução de 30% na intensidade das emissões de gases de efeito estufa.
A CIMC Raffles será responsável pelo EPC dos cascos, alojamentos e módulo M15B das embarcações. Após concluídos, os navios serão alocados nos campos de Atapu e Sépia, na Bacia de Santos, a cerca de 200 quilômetros da costa do Rio de Janeiro.
Em maio de 2024, a Seatrium fechou contrato com a Petrobras, operadora dos consórcios Atapu e Sépia, para fornecer as novas plataformas FPSO P-84 e P-85. A construção começará no primeiro trimestre de 2025, com previsão de entrega final em 2029.
No início de maio, a Petrobras e seus parceiros decidiram investir na segunda fase de desenvolvimento dos campos de Atapu e Sépia, onde as novas FPSOs serão implantadas.
Valor - SP 19/07/2024
Operadores, União e especialistas divididos entre ampliar atuais terminais ou leiloar nova área.
Os operadores de contêineres do Porto de Santos travam uma disputa em torno dos planos de expansão da capacidade portuária, que hoje está em situação crítica. De um lado, as empresas de navegação Maersk e MSC, acionistas do terminal BTP (Brasil Terminal Portuário), tentam convencer o governo a tirar do papel o leilão de um novo terminal, o chamado STS 10. De outro, Santos Brasil e Ecoporto, da Ecorodovias, têm sido contrários à licitação. O plano alternativo seria fazer o aumento de capacidade por meio da ampliação de terminais existentes.
Por trás das divergências, há uma intensa troca de acusações sobre os interesses comerciais das empresas para defender cada um dos cenários, segundo fontes próximas a operadores e do poder público que pediram anonimato.
Críticos da Santos Brasil afirmam que a empresa tenta barrar a licitação porque se beneficia das tarifas elevadas, causadas pela falta de capacidade, e que o cenário eleva seu valor de mercado, inclusive para uma eventual aquisição da empresa. Já Maersk e MSC - que são tanto clientes dos terminais quanto acionistas da BTP - são acusadas de defender a expansão acima do necessário para baixar os preços e porque teriam interesse em conquistar um novo terminal próprio em Santos, reduzindo a dependência em relação a operadores bandeira branca, como a própria Santos Brasil. Há ainda rumores de que os armadores querem desfazer a sociedade na BTP, o que fontes próximas aos grupos negam.
Trata-se de uma disputa que se arrasta desde o governo passado e que, na visão de analistas, ajuda a travar a ampliação de Santos. Para uma fonte do poder público, independentemente da estratégia escolhida, é importante que o governo defina logo o plano, para solucionar a situação crítica.
O desentendimento entre operadores se acirrou em 2022, por conta do projeto do STS 10, que seria um megaterminal de contêineres. À época, Santos Brasil e outros grupos acionaram o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) contra a possibilidade de Maersk ou MSC disputarem o leilão. Havia o temor de concorrência desleal, dado que as duas empresas, que controlam a maior parte dos navios na costa brasileira, dariam preferência a seus terminais próprios e deixariam de usar os independentes. Já os armadores afirmaram que as acusações eram uma tentativa de limitar a competição e que os grupos nunca agiram de forma anticoncorrencial.
Ao fim, o projeto não saiu do papel e, com o novo governo, os planos mudaram. A nova administração em Santos decidiu engavetar o STS 10 e propôs outras formas de ocupar o local.
A ideia da Autoridade Portuária de Santos (APS) é que a área seja dividida: uma parte seria incorporada ao BTP; outra seria destinada ao novo terminal de passageiros, o Concais. Outro pedaço ficaria com o Ecoporto, que tenta renovar seu contrato, em um processo considerado controverso por técnicos, já que a renovação foi negada no passado. A concessão já deveria ter terminado e segue em vigor via liminar.
Além do rateio da área do STS 10, o plano da APS inclui outras expansões para contêineres: uma delas é a ampliação do terminal da Santos Brasil, incorporando um tereno hoje ocupado por moradia irregular, e, futuramente, a construção de um novo terminal, em local que hoje também é tomado por habitação ilegal.
Os planos da APS têm sido alvo de questionamento. Em março, um relatório da área técnica do TCU (Tribunal de Contas da União) questionou a proposta de ampliações sem licitação e apontou falta de estudos sobre o plano. O documento também critica a renovação do Ecoporto. O processo, porém, ainda não tem decisão por parte do ministro relator.
Segundo Anderson Pomini, presidente da APS, a autoridade portuária deverá concluir os estudos sobre o tema em um mês, e encaminhá-los à Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). Ele reitera suas ressalvas ao STS 10 e diz que o terminal geraria um gargalo no acesso rodoviário. “Se hoje tivéssemos o STS 10 funcionando, Santos estaria totalmente parada na margem direita, porque não temos vias para escoar.” As obras viárias deverão ficar prontas em até cinco anos, diz ele.
Pomini também afirma que as ampliações de capacidade previstas são suficientes para atender a demanda até 2035. Além dos projetos futuros em estudo, já estão contratadas obras de ampliação na Santos Brasil, na BTP e no terminal privado da DP World.
A percepção, porém, é questionada por parte das empresas e especialistas. Luis Carlos Montenegro, diretor da Neowise e consultor da TIL no Brasil (subsidiária da MSC), afirma que hoje a ocupação já é crítica e que só tende a piorar. Ele aponta que o tempo de fila dos navios neste ano chegou a 24,3 horas. “Estamos muito acima do limite. Em 2023 chegamos a uma taxa de ocupação de 87%, isso não existe no mundo, é caótico. Várias cadeias de produtos dependem disso, é um impacto generalizado.” Ele explica que a taxa de ocupação ideal é de 63%, para não haver filas.
“Na atual conjuntura, todas as respostas precisam ser analisadas”
— Roberto Levier
Com essa margem, a projeção de Montenegro é que, mesmo com as expansões contratadas e o eventual adensamento da BTP, a capacidade está aquém da demanda projetada. E mesmo se o projeto original do STS 10 saísse do papel, a perspectiva é que haveria um alívio só até 2035.
“O STS 10 daria a Santos um respiro de dez anos”, diz Patrício Júnior, diretor da TIL. Segundo ele, mesmo que o desenho do terminal seja alterado para comportar o terminal do Concais - atendendo parte do plano da APS - é possível manter a capacidade inicialmente prevista e aliviar a situação.
Já Antonio Carlos Sepúlveda, presidente da Santos Brasil, defende que a ampliação dos terminais existentes é um plano melhor e mais rápido. “Três terminais funcionam mais do que quatro, porque permite concentrar a carga de transbordo. O STS 10 também é uma solução mais demorada, os adensamentos atendem de forma mais célere.”
Ele nega que trabalhe contra o projeto por interesse próprio. “Não defendemos o não desenvolvimento do porto para ter vantagem, a prova disso é o plano de investimento que será antecipado para que o porto não tenha filas. Está se criando uma narrativa para gerar instabilidade.”
Entre analistas do setor também não há consenso sobre o melhor plano. Para Marcos Pinto, diretor da Alvarez & Marsal, o novo terminal não necessariamente significa que os armadores irão trazer carga adicional ao porto. “Seria importante garantir que é volume adicional, e não deslocado de outro terminal. A licitação não dará essa garantia.” Para ele, faltam ao Brasil arranjos jurídicos para isso.
Na visão de Roberto Levier, Coordenador do MBA de gestão portuária da FGV-SP, os planos não precisam ser excludentes, dada a expectativa de alta da demanda. “Na atual conjuntura, todas as respostas precisam ser analisadas. Não podemos deixar o parque industrial desabastecido.”
Procurada, a Maersk afirmou, em nota, que o congestionamento no Porto de Santos é uma questão estrutural. “A realidade nos diz que as cargas estão sofrendo para serem escoadas há tempos”. A empresa também pede “o cumprimento do planejamento público e a ampliação da capacidade em Santos para cargas conteinerizadas, sob o risco do Brasil perder competitividade. Nesse sentido, o maior projeto do portfólio do setor portuário brasileiro é o STS10”.
O Ecorporto disse, em nota, que sua transferência para a nova área “não impede a expansão das operações de contêineres e ainda resultaria em ganhos de eficiência” e disse que hoje é “o único terminal multipropósito da região com experiência para operar cargas especiais e de grandes dimensões”.
O Ministério dos Portos e Aeroportos não se manifestou.
Valor - SP 19/07/2024
Preocupações com o crescimento da economia global se equilibram com o otimismo dos investidores com a queda dos estoques americanos e com a possibilidade de os EUA começarem a cortar os juros em breve.
Os preços do petróleo fecharam perto da estabilidade hoje à medida que preocupações com o crescimento da economia global se equilibram com o otimismo dos investidores com a queda dos estoques americanos e com a possibilidade de os EUA começarem a cortar os juros em breve.
Além da desaceleração da economia chinesa, os investidores estão preocupados com o crescimento da zona do euro. Hoje, a presidente do Banco Central Europeu (BCE) disse que a economia da zona do euro irá desacelerar nos próximos trimestres e que a inflação deve atingir a meta de 2% apenas no decorrer do próximo ano. A desaceleração econômica tende a reduzir a demanda por petróleo.
Do lado positivo, autoridades do Federal Reserve (Fed) têm sinalizado que o momento do corte de juros está próximo. Hoje, o presidente da distrital de Chicago do Fed, Austen Goolsbee, disse que se os próximos dados de inflação repetirem os mais recentes, o Fed estará próximo da meta de inflação de 2% e do afrouxamento monetário. Ontem, o diretor do Fed, Christopher Waller disse literalmente que o momento do primeiro corte se aproxima, o que animou os investidores. Juros baixos impulsionam a demanda por petróleo.
Também ontem, o Departamento de Energia (DoE) dos EUA informou que os estoques de petróleo do país caíram 4,87 milhões de barris na semana passada, o que provocou um rali nas cotações, que acabou sendo devolvido hoje.
No fechamento, o petróleo Brent - referência mundial - para setembro ficou em US$ 85,11, ligeiramente acima dos US$ 85,08 de ontem. Já o petróleo WTI - referência americana - para agosto caiu 0,04% a US$ 82,82.
Valor - SP 19/07/2024
Companhia mineira pretende desembolsar R$ 5,8 bilhões até 2033; plano prevê atender Vale do Jequitinhonha e distribuir biometano.
Fonte: Valle, presidente, conta que para este ano estão previstos 107 quilômetros de redes para atender o mercado urbano — Foto: Divulgação
A Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) tem planos de investir R$ 5,8 bilhões até 2033, o maior aporte já feito pela empresa. O projeto contempla a construção de mais de 1 mil quilômetros de linhas de distribuição no Sul de Minas e Triângulo Mineiro.
Estatal também pretende atender futuramente o Vale do Jequitinhonha e distribuir biometano, mais sustentável que o gás natural de origem fóssil. Alguns projetos dependem de aportes por transportadores de gás ou da instalação de usinas térmicas para garantir demanda firme.
Os investimentos serão feitos com recursos próprios. A estatal não recebe repasses do governo de Minas Gerais, que conseguiu do Supremo Tribuna Federal (STF) aval para prorrogar até agosto a suspensão do pagamento da dívida de R$ 165 bilhões com a União, enquanto aguarda a regulamentação do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), em discussão entre Congresso e Ministério da Fazenda.
A Gasmig tem usado recursos próprios e de terceiros para financiar seus projetos. A última captação foi em 2020, com a emissão de debêntures de R$ 850 milhões, com vencimento até 2031. A Fitch Ratings classifica o risco nacional de longo prazo da Gasmig em AA+(bra), com perspectiva estável. Segundo a agência, a nota reflete a geração operacional forte e a perspectiva de crescimento puxado pelos planos de investimento e pelo marco regulatório do setor.
Na avaliação de Rivaldo Moreira Neto, especialista em energia e diretor da A&M Infra, mais relevante que a viabilidade financeira dos projetos de expansão da Gasmig é a sua capacidade de atrair uma demanda firme pelo gás natural, permitindo que os custos dos investimentos sejam diluídos na tarifa com o aumento de clientes.
“Esse é o grande desafio, a modicidade tarifária, garantir que a tarifa não suba de forma desproporcional”, afirmou Moreira. Para a expansão da rede é fundamental ter demanda nova de indústrias, que são os maiores consumidores de gás. O especialista acrescentou que todos os projetos da distribuidora passam por escrutínio público e só são aprovados se tiverem viabilidade técnica e financeira.
Gilberto Valle, presidente da Gasmig, disse que até 2028 está garantido o investimento de R$ 380 milhões na construção de 130 quilômetros de rede de distribuição ligando Extrema a Pouso Alegre, no sul do Estado, para atender indústrias locais.
Neste ano, a Gasmig deu início às obras do Gasoduto Centro-Oeste, com construção de 300 quilômetros de linhas do sistema em 8 municípios. O projeto é orçado em R$ 800 milhões, aportados até 2026. “Dos 110 quilômetros de tubos de aço carbono previstos, 25 km já foram enterrados e 50 quilômetros foram desfilados [fase anterior ao aterramento]. O cronograma está em dia”, disse Valle.
Também estão previstos investimentos da ordem de R$ 600 milhões no adensamento da rede de distribuição no Estado, com instalação de mais 900 km de tubulação em municípios mais populosos.
Para este ano, está prevista a construção de 107 km de redes para atender o mercado urbano. Outros 480 milhões serão usados na ampliação da rede de distribuição de gás natural veicular (GNV) em postos de combustíveis. A Gasmig possui uma rede de 1.675 quilômetros de gasodutos, que atendem 47 municípios mineiros. Atualmente, 94% do gás distribuído pela Gasmig via para a indústria, 2% para residências e o restante é para veículos. Em junho, a Gasmig atingiu 100 mil clientes ligados em sua rede.
“O problema da térmica é que depende de leilão do governo para sair”
— Rivaldo Moreira
Em relação ao projeto no sul do Estado, a Gasmig negocia com a Nova Transportadora do Sudeste (NTS) a construção do Gasbex, duto para ligar o Gasoduto Bragança Paulista (SP) à Extrema (MG). Essa interligação permitirá atender o sul de Minas até Pouso Alegre, com possibilidade de expansão para o Triângulo Mineiro.
A Gasmig planeja construir 120 quilômetros de linhas de Extrema a Pouso Alegre, com investimento de R$ 500 milhões. “Temos três clientes que são grandes consumidores em Extrema e Pouso Alegre, e que hoje são atendidos por caminhões, que fazem a entrega de gás natural comprimido [GNC]”, disse Valle. Um deles é a Pandurata, dona da Bauducco, que consome 30 mil metros cúbicos de gás por dia.
A NTS afirmou, em nota, que o Gasbex terá capacidade de entrega de 300 mil metros 3 de gás por dia à Gasmig e está em fase de “desenvolvimento de engenharia básica e licença prévia com o Ibama”. A NTS já realizou em junho discussões com a população e autoridades de Bragança Paulista, Vargem (SP) e Extrema sobre o projeto.
Outro projeto em vista é a construção de um gasoduto para atender Triângulo Mineiro, Goiás e Brasília a partir da cidade de São Carlos (SP). O projeto é desenvolvido com a Agência Goiana de Gás Canalizado (Goiasgás) e a Companhia Brasiliense de Gás (Cebgas). As empresas abriram um edital de chamada pública em abril para viabilizar o fornecimento de até 3,5 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural pelo gasoduto da Transportadora de Gás do Brasil Central (TGBC), a partir de 2031. O projeto está em fase de licenciamento ambiental pelo Ibama.
Outra alternativa em estudo para atender o Triângulo Mineiro seria a construção de um gasoduto de Jacutinga (MG) a Uberaba (MG), que seria ligado ao gasoduto Gaspaj da NTS.
A expansão para o Vale do Jequitinhonha depende da construção de uma térmica na área da Sudene de 750 megawatts (MW), prevista no plano da Eletrobras, que consumiria 3 milhões de metros 3 de gás por dia. Para se ter uma comparação, a Gasmig distribui por dia no Estado 2,6 milhões de metros 3. Grupos privados avaliam implantar usina térmica na região. Segundo Valle, a região receberia gás da Transportadora Associada de Gás (TAG), a partir de um duto ligando Bahia ou Espírito Santo a Minas.
“O problema da térmica é que depende de leilão do governo para sair do papel. No caso de Minas, no primeiro momento, a expansão é mais viável na região metropolitana e região centro-oeste, que tem grandes indústrias”, disse Moreira.
A Gasmig também planeja aumentar a oferta a partir do biometano e negocia a compra com dois possíveis produtores, em um processo de chamada pública. Valle vê ainda possibilidade futura a compra de gás natural líquido (GNL) proveniente de Vaca Muerta na Argentina por navios.
O Petróleo - SP 19/07/2024
Delegados da OPEP+ indicam que a reunião de monitoramento do grupo no próximo mês deve seguir sem surpresas, mantendo inalterados os planos de aumentar a produção de petróleo no quarto trimestre. A expectativa é que o encontro, programado para 1º de agosto, não resulte em novas recomendações sobre a política de produção.
Liderado pela Arábia Saudita e Rússia, o grupo havia decidido no mês passado restaurar gradualmente cerca de 2,2 milhões de barris por dia a partir de outubro. Essa medida veio após uma queda nos preços, mas foi destacada a possibilidade de adiamento do aumento caso necessário. No entanto, com a recuperação do mercado e os futuros do Brent sendo negociados novamente perto de US$ 85 por barril, a urgência do grupo diminuiu.
Fontes afirmam que o Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial da OPEP+ não deve emitir novas diretrizes sobre a produção, mas o grupo ainda terá algumas semanas para decidir sobre a oferta antes de definir as alocações de carga para os clientes, no início de setembro. Esse cronograma está alinhado com as decisões anteriores dos oito membros envolvidos nos cortes voluntários.
Jorge Leon, vice-presidente sênior da consultoria Rystad Energy AS, comentou que “a OPEP+ provavelmente esperará para ver se o esperado aumento da demanda no verão se concretiza antes de tomar qualquer decisão sobre a produção”. A coalizão tem restringido a oferta há quase dois anos para manter os preços, enfrentando o crescimento da produção dos Estados Unidos.
A intervenção da OPEP+ teve êxito em mover o mercado para um déficit neste trimestre, estabilizando uma fonte crucial de receita. Membros como os Emirados Árabes Unidos estão ansiosos para retomar a produção e utilizar novas capacidades, enquanto Rússia, Iraque e Cazaquistão têm sido mais lentos em cumprir os cortes acordados, buscando maximizar a receita.
Em uma conversa recente, o presidente russo Vladimir Putin e o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman discutiram a cooperação dentro da OPEP+. Moscou prometeu compensar sua falha em cumprir os cortes com restrições adicionais, mas ainda não detalhou como isso será feito.
Leon destaca que, se a demanda crescer no segundo semestre deste ano, a OPEP+ terá espaço para desfazer os cortes a partir de outubro. Contudo, há motivos para que o grupo possa optar por pausar ou reverter o aumento programado da oferta. Apesar da previsão de redução nos estoques globais neste trimestre, a demanda da China pode esfriar, estabilizando os estoques no quarto trimestre e potencialmente levando a um superávit no próximo ano, mesmo que o aumento planejado seja arquivado.
O estrategista de commodities do BNP Paribas, Aldo Spanjer, expressou ceticismo, dizendo que “ainda não acredito que o mercado será forte o suficiente por tempo suficiente para justificar volumes significativos da OPEP”.
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