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19 de Junho de 2024

SIDERURGIA

Exame - SP   19/06/2024

Numa conversa de uma hora com Jefferson de Paula, CEO da Arcelor Mittal no Brasil, dá até para esquecer das dificuldades enfrentadas pela indústria siderúrgica no país.

Enquanto o setor sofre em meio à enxurrada de produtos chineses – cuja importação aumentou 50% no ano passado e mais 25% só no primeiro trimestre deste ano –, a Arcelor está implementando um dos maiores planos de expansão no país, com investimentos de R$ 25 bilhões entre 2022 e 2026.

Desse valor, R$ 11,5 bilhões foram desembolsados no ano passado com a compra da Companhia Siderúrgica do Pecém, que acrescentou 3 milhões de toneladas de capacidade e abriu as portas para os mercados do Norte e Nordeste, onde a companhia, a maior fabricante de aço do país, com 42% da produção, ainda não tinha nenhuma unidade.

Outros R$ 4,2 bilhões foram investidos numa joint venture com a Casa dos Ventos para assegurar 40% do seu abastecimento energético com a matriz limpa de energia eólica, com um projeto na Bahia.

Os cerca de R$ 9 bilhões restantes estão sendo gastos em diversas fábricas espalhadas em oito Estados do País – de uma nova unidade de pelotização de minério de ferro na também mineira Serra Azul até uma nova linha de produção em laminados a frio em São Francisco do Sul (SC), passando por investimentos que eram ensaiados há anos, como a ampliação da unidade de aços especiais de João Monlevade (MG).

Tudo isso deve levar a um aumento da capacidade de produção dos atuais 15,5 milhões de toneladas de aço para 17,5 milhões por ano em 2026.

“O Brasil é um mercado consumidor enorme, em que falta tudo em termos de infraestrutura: saneamento, habitação, rodovias, ferrovias, transmissão de energia. A oportunidade de crescimento é gigantesca”, aponta De Paula.

Hoje, o consumo de aço no Brasil é de 108 kg por habitante, menos da metade dos 230 kg da média mundial. Ainda assim, trata-se quase de uma profissão de fé na capacidade do Brasil de fazer projetos estruturantes: em 40 anos, o consumo per capita avançou apenas 8%, numa das estatísticas mais emblemáticas da vocação nacional de perder oportunidades.

Enquanto outras siderúrgicas fizeram um ciclo de investimentos mais robusto nos últimos anos, a ArcelorMittal ficou mais atrás e hoje opera praticamente a plena capacidade, com utilização de 85% do seu parque fabril – com um fator de ociosidade considerado ideal para acomodar eventuais paradas para manutenção.

A média do setor é de uma utilização de capacidade é de 65%, o que se traduz em margens apertadas (quando não negativas) em meio à menor diluição dos custos fixos.

“Outra característica da Arcelor no Brasil é que crescemos muito via aquisições, ou seja, não compramos apenas capacidade, mas também os clientes e o mercado consumidor que eram abastecidos por essas empresas”, diz o CEO.

A Arcelor Mittal Brasil responde por 12% da receita do grupo no mundo, mas por 25% do EBITDA – com um nível de excelência de operação e margens que a colocam entre as melhores do globo para o conglomerado. “O bom desempenho financeiro certamente é um dos principais fatores pelos quais o Brasil está recebendo os investimentos”, diz o executivo, que tem 30 anos de casa e já comandou as operações do grupo na Argentina e na Europa.

Parte desse bom desempenho vem da operação integrada da companhia, que atua desde o upstream, garantindo a matéria-prima com operações de minério de ferro e carvão vegetal para abastecer parte de sua indústria, até o downstream, beneficiando o aço bruto nos diversos produtos, além de controlar também grande parte da distribuição.

O fator China

Engana-se, contudo, quem acredita que a China não tenha tirado o sono de De Paula.

“Por ora, isso não mexeu em nada nos nossos planos de investimentos, que segue a pleno vapor. Mas a situação é complicada e se resume em duas palavras: concorrência desleal”, aponta.

No ano passado, as vendas da Arcelor Mittal no Brasil cresceram 2,2 milhões de toneladas, para 13,7 milhões de toneladas – um número que deveria ficar mais próximo da estabilidade não fosse a aquisição de Pecém.

Ainda que menos vocal na mídia que outras empresas do setor que foram obrigadas a fechar algumas fábricas no país – como a Gerdau, cujo CEO Gustavo Werneck incorporou a pauta em 10 de cada 10 discursos –, De Paula teve mais de uma centena de reuniões com membros do governo desde o ano passado, na condição também de presidente do conselho do Aço Brasil, associação que reúne as siderúrgicas nacionais.

É, em parte, dele a vitória que resultou num imposto de importação de 25% para os 11 principais produtos siderúrgicas que chegam da China para o país, anunciada neste ano.

A proposta ficou longe do que queria o setor: um imposto na cabeça para qualquer tipo de produto siderúrgico chinês que chegasse ao país, a exemplo do que fizeram países como Estados Unidos, Europa e vizinhos latino-americanos como o México e até mesmo o Chile, considerado um dos países mais liberais e abertos ao comércio internacional da região.

Por aqui, o alívio veio na forma de um arranjo complexo: o governo estabeleceu uma cota de produtos que podem entrar no país sem imposto de importação. A base foi a importação chinesa de 2020 a 2022, antes do boom de 2023, portanto.

Mas, em meio ao lobby dos setores de máquinas e construção, os principais consumidores de aço, essa média foi acrescida em 30%. Tudo que superar esse patamar está sujeito ao novo imposto.

De novo, um complicador: quem já importa aço chinês terá direito a 80% dessa cota. Os 20% restantes ficarão a cargo de eventuais novos importadores.

O monitoramento da entrada de produtos chineses vai acontecer de forma trimestral.

“É o que o setor siderúrgico queria? Não. As fórmulas são complexas, foi só assim que o governo aceitou. Mas é um avanço, especialmente por conta desse acompanhamento que vai ser feito. O objetivo final é reduzir a importação chinesa. Se essa importação não cair, a gente vai ter que rediscutir de novo”, afirma o executivo.

Sinergias de Pecém

Um ano depois da compra da siderúrgica de Pecém, De Paula afirma que a integração vem acontecendo mais rápido que o esperado. De acordo com o balanço fechado de 2023, as sinergias capturadas desde a aquisição foram de US$ 100 milhões, o dobro do estimado antes da compra.

“Compramos a CSP, no curto prazo, porque tem rentabilidade. Mas no médio e longo prazo, é uma oportunidade, porque essa planta é o futuro da Arcelor Mittal no Brasil”, afirma.

Com a capacidade de produção de 3 milhões de toneladas em placas quase toda tomada, a unidade pode ser expandida para 5 milhões de toneladas “com pouco investimento”, segundo executivo.

“Não temos presença industrial no Norte e Nordeste, podemos ir mais para a rente, no downstream. Hoje a gente só faz produtos intermediários.”

Próxima ao porto e com cerca de 70% da produção voltada o mercado externo, há possibilidade de fazer produtos e abastecer também América Latina, Central e o Sul dos Estados Unidos.

Outra vantagem da região é o acesso à energia limpa, com um acesso à eletricidade verde que promete transformá-la numa das pioneiras na produção de hidrogênio verde – crucial para a descarbonização dos altos fornos da siderurgia.

“Pecém pode virar um hub para aço de baixo carbono”, afirma De Paula.

Energia limpa

A Arcelor Mittal é pioneira nos compromissos para a redução das emissões de carbono. A meta global é reduzir em 25% as emissões por tonelada de aço até 2030, tornando-se net zero em 2050.

“A meta intermediária é o que está a nosso alcance, o que conseguimos fazer hoje com as tecnologias que estão na nossa mão”, afirma De Paula.

A descarbonização completa depende de outras tecnologias que hoje estão em desenvolvimento, como o uso de hidrogênio verde e outras fontes para produzir aço a partir da redução direta.

Patrocinadora das Olimpíadas de Paris, a companhia produziu uma tocha olímpica com aço de zero emissão que já está rodando o mundo. Mas não aposta no fim dos altos-fornos. “A indústria siderúrgica não tem margem para isso, por isso, como grupo, estamos apostando em tecnologias de captura e armazenamento de carbono, para estocar essas emissões e não permitir que elas cheguem até a atmosfera.”

Por mais que o Brasil tem uma vantagem em relação a outros países do mundo quando o assunto é matriz energética renovável, De Paula ainda não vê uma vantagem clara na forma de preço por parte dos concorrentes.

“Tem muito interesse, principalmente por parte da indústria automobilística, de entender melhor nossas metas. Mas pagar prêmio por um aço mais limpo ainda não é uma realidade, ao menos não em escala”, diz.

Ele também não aposta no CBAM, o imposto que será cobrado pela Europa para produtos intensivos em carbono e que passa a valer no ano que vem, como uma alavanca para o produto brasileiro.

“Eles não consideram o escopo 2 [de consumo de energia], somente o escopo 1 [envolvido na produção] e, de certa forma, tem um componente bastante protecionista nessa agenda”, diz.

Ainda assim, a companhia vem apostando alto em limpar cada vez mais a matriz energética no Brasil.

Além dos investimentos no projeto com a Casa dos Ventos na Bahia – que vai corresponder a 40% da necessidade de energia da companhia até 2030 –, a companhia está “em fase avançada” para a entrada também em projetos solares, que devem contribuir para atender a metade de ser 100% abastecida por fontes renováveis até o fim da década, diz o executivo.

A companhia em forte atuação em Minas Gerais, um dos estados de mais insolação e com os maiores projetos de energia solar do Brasil.

Investing - SP   19/06/2024

O sistema que eleva para 25% o imposto de importação de alguns produtos de aço e fixa cotas de volume de importação para esses produtos deve começar a ter efeitos no setor a partir do segundo semestre, afirmou o presidente do conselho do Instituto AçoBrasil, Jefferson de Paula, nesta terça-feira.

"Nossa visão é de que a partir do segundo semestre já vai começar a ter efeito", afirmou de Paula durante coletiva da entidade para apresentar os dados da indústria de janeiro e maio deste ano. "Agora, não vai ser 100% do efeito que a gente espera (já) no segundo semestre, mas já vai ter efeito importante."

O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior do Brasil (Gecex) decidiu em abril elevar para 25% a tarifa de importação para 11 produtos de aço, além de estabelecer limites ao volume de importação desses produtos, por 12 meses, após pedidos do setor que destacavam atividade "predatória" chinesa nas importações e uma grande ociosidade na indústria.

O Aço Brasil estima que, com a medida do governo, deixarão de ser importadas entre 1 milhão e 1,5 milhão de toneladas do material, que em vez de serem importadas serão vendidas no mercado interno em 2024. Além disso, o consumo aparente deve subir entre 1% e 3% no mesmo período.

"Mas são previsões, a gente vai ter que ter um termômetro aí... Quem quiser importar aço pagando 25%, importa, faz parte da regra do jogo", afirmou o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes. "A gente tem que esperar para ver como essa sistemática vai funcionar."

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As importações, antes esperadas para subirem 20% este ano, agora devem cair 7%, segundo dados divulgados pela entidade representativa do setor. As exportações, por sua vez, devem recuar 4,2%, contra previsão de alta de 1,3% no ano passado.

A produção de aço bruto do Brasil de janeiro a maio deste ano subiu 0,6% sobre um ano antes, a 13,56 milhões de toneladas, enquanto as vendas internas no mesmo período subiram 1,9% ano a ano, a 8,32 milhões de toneladas.

A exportação de aço neste período recuou 16% na comparação anual, a 4,24 milhões de toneladas, enquanto as importações do material no acumulado do ano até maio subiram 26,4%, para 2,31 milhões de toneladas, de acordo com o Aço Brasil.

Após a decisão do Gecex, a entidade prevê um leve aumento de 0,7% na produção de aço bruto em 2024, versus previsão anterior de queda de 3% no período. As vendas internas do material devem subir 2,5%, ante expectativa passada de queda de 6%.

Lopes, presidente-executivo do instituto, acrescentou que a ideia é manter reuniões frequentes com o governo para acompanhar o desenvolvimento do sistema.

"As reuniões serão frequentes, já temos uma na semana que vem para correção de rumos. Evidente que passado um período, por exemplo, de quatro meses, que a gente faça um balanço para verificar se foi de fato eficiente e eficaz a sistemática."

Diário do Aço - MG   19/06/2024

Somando a minha voz à da maioria dos brasileiros, creio que o País precisa urgentemente voltar à normalidade político-institucional. Essa é uma exigência para enfrentar com êxito as dificuldades que a conjuntura internacional nos impõe como também para superar os grandes desafios da soberania nacional, do desenvolvimento econômico-social e da melhoria das condições de vida de nosso povo. O período de turbulência e insegurança precisa dar lugar a um tempo de união nacional em prol do bem comum.

A partir dessa consciência e atendendo a um apelo do setor siderúrgico nacional, que sofria com a concorrência do aço importado, principalmente da China, o governo anunciou o estabelecimento de cotas de importação de aço e um aumento para 25% o Imposto de Importação sobre o volume excedente. Os produtos que foram alvos da medida têm tarifas que variam de 9% a 12,6%.

No Brasil, as compras de produtos estrangeiros, alvos da medida, cresceram 29% em 2023, na comparação com um ano antes. Enquanto isso, a produção nacional de aço bruto apresentou queda de 8% em 2023, na comparação com um ano antes, segundo dados do Instituto Aço Brasil.

Creio que uma demanda judicial, na contramão dos esforços nacionais, não pode comprometer o setor e colocar em risco novos investimentos na Usiminas. Por isso, foi com estranheza que tomei conhecimento dos desdobramentos do litígio judicial entre a CSN e a Ternium e que pode ter seu desfecho nessa terça-feira, dia 18 de junho, no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O placar está empatado em 2 a 2, e o último voto será dado pelo ministro da 4ª Turma, Antonio Carlos Ferreira.

A depender do entendimento do ministro sobre os embargos de declaração, a Ternium terá que pagar R$ 5 bilhões à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A autora da demanda tenta provar que houve compra de controle da companhia em 2011. Contudo, a tese foi rechaçada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e em três instâncias do Judiciário, incluindo o próprio STJ, já que a Ternium se tornou controladora da Usiminas apenas em 2023.
“O período de turbulência e insegurança precisa dar lugar a um tempo de união nacional em prol dobem comum”

A decisão pode trazer um revés inédito para os investimentos da empresa ítalo-argentina no Brasil, com especial impacto para a Usiminas e o estado de Minas Gerais. Representará uma insegurança jurídica e uma perda muito relevante para a principal acionista da Usiminas, que certamente precisaria rever seu plano de investimentos para o Brasil. Certamente, abalará as possibilidades de novos investimentos estrangeiros no território nacional, em especial aqueles italianos.

Nenhum país pode ser soberano ou promover o crescimento econômico sem uma siderurgia forte. O aço é um insumo essencial para produtos de maior valor agregado e tecnologia, como máquinas e equipamentos, automóveis, ônibus, caminhões, eletrodomésticos, autopeças e construção civil.

Sendo a indústria do aço importante, necessária e imprescindível, ela não pode ficar a mercê de interpretações e querelas que valorizam a instabilidade jurídica e promovem a desestabilização econômico-financeira. Não por acaso, o tema foi pauta de conversas entre a primeira-ministra Giorgia Meloni e o Presidente Lula durante a reunião do G7, o grupo das sete maiores economias do mundo, neste final de semana.
“Nenhum país pode ser soberano ou promover o crescimento econômico sem uma siderurgia forte”

Esperamos que o ministro Antonio Carlos Ferreira, cônscio de suas obrigações e em consonância com a Constituição Federal, a legislação infraconstitucional e o arcabouço jurídico nacional, se mantenha firme na defesa dos interesses nacionais impedindo o desmanche de uma das mais importantes e tradicionais empresas do Brasil: a Usiminas.

A garantia da manutenção, o estímulo e a ampliação dos investimentos da Ternium na Usiminas não só preserva os empregos como promove a modernização do setor que conta hoje com ociosidade em algumas áreas.

Esperamos que a decisão do ministro siga o rumo do caminho que vem sendo ajustado pelo Governo Federal e integre o esforço de concórdia em proveito da indústria nacional, do emprego de qualidade e de dias melhores para nossa gente.

Exame - SP   19/06/2024

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu nesta terça-feira que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) deve receber uma indenização de cerca de R$ 5 bilhões do grupo ítalo-argentino Ternium. O julgamento envolve a compra de ações da Usiminas, ocorrida em 2011.

Na época, o Ternium comprou 27,7% do total de ações da Usiminas, que antes pertenciam à Votorantim e à Camargo Corrêa. A CSN, que tinha 12,9%, considerou que o grupo deveria ter realizado uma oferta pública para a compra das ações dos minoritários.

Inicialmente, o recurso da CSN foi rejeitado pelo STJ. Entretanto, a empresa apresentou embargos de declaração, um tipo de recurso utilizado para esclarecer pontos da decisão, mas que pode ser utilizado para reverter o entendimento. Foi o que aconteceu neste caso.

O julgamento ocorreu na Terceira Turma. Havia um empate: o relator, Villas Bôas Cueva, e a ministra Nancy Andrighi consideraram que o caso deveria voltar à instância de origem, para a produção de mais provas. O ministro Moura Ribeiro abriu divergência, votando para atender os pedidos, e foi acompanhado por Humberto Martins.

A análise foi desempatada nesta terça-feira pelo ministro Antonio Carlos Ferreira, que teve que ser convocado porque Marco Bellizze declarou-se impedido.

Para Ferreira, a compra feita pelo grupo Ternium, que incluiu ações da Caixa de Empregados da Usiminas, permitiu ao grupo "implementar alterações significativas" na Usiminas e a ter o poder de veto.

— Importante ressaltar que o grupo Ternium não apenas adquiriu as ações e a mesma posição político-administrativa do grupo Votorantim (e da) Camargo Corrêa, mas também obteve uma parcela das ações da Caixa de Empregados da Usiminas, e logrou implementar alterações significativas no acordo de acionistas que disciplina o bloco controlador, conferindo poder de veto sobre as mais relevantes decisões tomadas pelo grupo.

Valor - SP   19/06/2024

Segundo o Instituto Aço Brasil, a decisão do governo de estabelecer cotas para importação de 11 tipos de produtos siderúrgicos trará melhorias para a indústria brasileira no decorrer do segundo semestre

A decisão do governo federal de estabelecer cotas para importação de 11 tipos de produtos siderúrgicos, com alíquota de 25% sobre o volume excedente, trará melhorias para a indústria brasileira no decorrer do segundo semestre, indicou nesta terça-feira (18) o Instituto Aço Brasil. Embora as importações de aço ainda tenham crescido com força até maio, em meio ao excesso de oferta no mercado mundial e às práticas de concorrência desleal adotadas por alguns países produtores, a expectativa é que, a partir da adoção das medidas, neste mês, 1,5 milhão de toneladas deixem de ser importadas em 2024.

"Não é o melhor [acordo], nem aquele que queríamos inicialmente. Mas acreditamos que é um acordo que, funcionando, já vai melhorar muito a situação da indústria do aço no Brasil", disse o presidente do conselho diretor do Aço Brasil, Jefferson De Paula.

De janeiro a maio, as importações de produtos siderúrgicos saltaram 26,4%, para 2,3 milhões de toneladas, enquanto a produção nacional ficou praticamente estável, com leve alta de 0,6% e 13,6 milhões de toneladas.

De acordo com o presidente executivo da entidade, Marco Polo de Mello Lopes, o acréscimo de 30% à média das importações de produtos siderúrgicos entre 2020 e 2022 para definição das cotas não era exatamente o que buscava a indústria brasileira. "A cota é generosa, além daquilo que achávamos que tinha de ser dado para regularizar o mercado, por causa desse delta de 30%", afirmou. Representantes do setor vão se reunir na próxima semana com o governo para discutir os resultados da medida até o momento e eventuais correções, se necessárias - a indústria já detectou um avanço nas importações de vergalhões, que não estão contemplados na lista inicial de produtos.

Agora, as siderúrgicas brasileiras projetam expansão de 0,7% na produção de aço neste ano, a 32,2 milhões de toneladas, contra previsão anterior de queda de 3%. Para as importações, a estimativa, que era de crescimento de 20%, passou para queda de 7%, a 4,7 milhões de toneladas. Já as vendas internas devem crescer 2,5%, para 20 milhões de toneladas, em comparação à previsão inicial de retração de 6%.

Conforme De Paula, o consumo de aço no país não teve crescimento importante nos primeiros meses do ano, mas é possível que, em base acumulada, encerre 2024 com expansão de 1% a 3%. Essa leitura leva em conta o bom desempenho da construção civil, com mais obras no Minha Casa, Minha Vida e a retomada de lançamentos imobiliários, e o mercado automotivo, de leves e pesados, mais aquecido.

Economia de mercado

A expectativa é que, com o reflexo das medidas no mercado doméstico, o setor gradualmente reduza a ociosidade em suas usinas e mantenha o pacote de investimentos programados de R$ 100 bilhões para os próximos cinco anos. Sobre aumentos de preço do aço no mercado interno, que já começaram a ser anunciados, o comando da associação recorreu à economia de mercado.

"Não foi dito que não haveria aumento de preços. Uma coisa era a alegação de setores consumidores de que a indústria queria alavancar preços. Especulação de preços não está no radar, mas, numa economia de mercado, as empresas terão de fazer seus ajustes", disse Marco Polo.

Uma comprovação de que as usinas brasileiras seguem o mercado internacional, conforme o Aço Brasil, é a queda de 12,7% no preço das bobinas a quente de janeiro de 2023 a meados de junho deste ano, em linha com o praticado em outros países como a China.

“Nesses dez meses [de conversas com o governo], falou-se muito sobre preço. Mas o preço é definido pelo mercado e foi acordado que nossos preços serão os de mercado”, reiterou De Paula.

Diante do avanço do aço importado no mercado brasileiro a partir do fim de 2022, a indústria pleiteava junto ao governo alguma iniciativa de defesa comercial. Em fevereiro deste ano, após meses de negociação, o Aço Brasil pediu a adoção do sistema de cota-tarifa para 18 tipos (NCMs) de produtos dierúrgicos) e conseguiu a medida para 9 delas — outras 2 NCMs referentes a tubos foram aprovadas também.

Agora, disse Marco Polo, a indústria e o governo estão monitorando outras 27 NCMs para evitar que as importações de produtos parecidos, e fora da lista sujeita a cotas, sejam usadas para driblar as regras.

“Conseguimos aprovar um sistema moderno, sofisticado, que vai ser acompanhado pelo governo, mas também pelo Aço Brasil. O entendimento é que o sistema tem de ser eficiente e eficaz para frear as importações predatórias”, afirmou.

Exame - SP   19/06/2024

A Gerdau continua como maior recicladora de sucata na América Latina. Para cada tonelada de sucata reciclada, evita-se a emissão de 1,5 tonelada de CO2e. A siderúrgica recicla aproximadamente 11 milhões de toneladas por ano e consegue produzir 71% de seu aço partindo desse material.

O desempenho dá à empresa uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa (CO2e), de 0,86 tonelada de CO2e por tonelada de aço, o que representa cerca de metade da média global do setor, de 1,91 tonelada de CO2e por tonelada de aço (worldsteel). Paralelamente, a Gerdau avança no programa de redução de emissões de gases de efeito estufa. Por exemplo, com o uso de biomassa em substituição ao carvão de origem mineral.

Valor - SP   19/06/2024

As estimativas para importação de aço passaram de alta de 20% para queda de 7%

A decisão do governo federal de estabelecer cotas para importação de 11 tipos de produtos siderúrgicos, com alíquota de 25% sobre o volume excedente, trará melhorias, ainda que moderadas, para a indústria brasileira no decorrer do segundo semestre, avalia o Instituto Aço Brasil.

Embora as importações ainda tenham crescido até maio, em meio ao excesso de oferta no mercado mundial e às práticas de concorrência desleal adotadas por alguns países produtores, a expectativa da entidade setorial é que a partir da adoção das medidas, neste mês, 1,5 milhão de toneladas deixem de ser importadas no ano.

“Não é o melhor [acordo], nem aquele que queríamos inicialmente. Mas acreditamos que é um acordo que, funcionando, já vai melhorar muito a situação da indústria do aço no Brasil”, disse o presidente do conselho diretor do Aço Brasil e presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson De Paula.

De janeiro a maio, as importações de produtos siderúrgicos subiram 26,4%, para 2,3 milhões de toneladas, enquanto a produção nacional teve leve alta de 0,6% e 13,6 milhões de toneladas. Em todo o ano passado, as importações somaram 5 milhões de toneladas, a maior parte com origem na China, 50% acima do visto em 2022, e a produção doméstica encolheu 6%.

De acordo com o presidente executivo da entidade, Marco Polo de Mello Lopes, o acréscimo de 30% à média das importações de produtos siderúrgicos entre 2020 e 2022 para definição das cotas não era exatamente o que buscava a indústria brasileira. “A cota é generosa, além daquilo que achávamos que tinha de ser dado para regularizar o mercado, por causa desse delta de 30%”, afirmou.

Representantes do setor vão se reunir na próxima semana com o governo para discutir os resultados da medida até o momento e eventuais correções, se necessárias - a indústria já detectou, por exemplo, um avanço nas importações de vergalhões, que não estão contemplados na lista inicial de produtos sujeitos às cotas.

Ainda assim, haverá ganhos e as siderúrgicas revisaram para cima as previsões para 2024. Agora, projetam expansão de 0,7% na produção de aço, a 32,2 milhões de toneladas, contra estimativa anterior de queda de 3%. Para as importações, a projeção, que ao fim de 2023 era de crescimento de 20%, passou para queda de 7%, a 4,7 milhões de toneladas. Já as vendas internas devem crescer 2,5%, para 20 milhões de toneladas, contra previsão inicial de retração de 6%.

Conforme De Paula, o consumo de aço não teve crescimento importante nos primeiros meses do ano, mas é possível que, em base acumulada, encerre 2024 com expansão de 1% a 3%. Essa leitura leva em conta o bom desempenho da construção civil, com mais obras no Minha Casa, Minha Vida e a retomada de lançamentos imobiliários, e o mercado automotivo, de leves e pesados, mais aquecido.

A expectativa é que, com o reflexo das medidas no mercado doméstico, o setor gradualmente reduza a ociosidade e mantenha o pacote de investimentos programados de R$ 100 bilhões para os próximos cinco anos. Questionado sobre aumentos de preço do aço no mercado interno, que já começaram a ser anunciados, o comando da associação recorreu à economia de mercado.

“Não foi dito que não haveria aumento de preços. Uma coisa era a alegação de setores consumidores de que a indústria queria alavancar preços. Especulação de preços não está no radar, mas numa economia de mercado, as empresas terão de fazer ajustes”, disse Marco Polo.

Uma comprovação de que as usinas brasileiras seguem o mercado internacional, conforme o Aço Brasil, é a queda de 12,7% no preço doméstico das bobinas a quente de janeiro de 2023 a meados de junho deste ano, em linha com o praticado em outros países.

“Nesses dez meses [de conversas com o governo], falou-se muito sobre preço. Mas o preço é definido pelo mercado e foi acordado que nossos preços serão os de mercado”, reiterou De Paula.

Diante do avanço do importado a partir do fim de 2022, a indústria pleiteava junto ao governo alguma iniciativa de defesa comercial. Em fevereiro deste ano, o Aço Brasil pediu a adoção do sistema de cota-tarifa para 18 tipos (NCMs) de produtos siderúrgicos e conseguiu para 9 deles. Duas NCMs referentes a tubos foram aprovadas também.

Agora, disse Marco Polo, a indústria e o governo estão monitorando outras 27 NCMs para evitar que as importações de produtos parecidos, e fora da lista sujeita a cotas, tentem driblar as regras.

Valor - SP   19/06/2024

STJ define que houve mudança de controle na siderúrgica e determina indenização de R$ 5 bilhões

O voto de desempate do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antonio Carlos Ferreira, decidiu ontem que houve mudança de controle com a entrada do grupo ítalo-argentino Ternium na Usiminas. A compra da participação de 27,7% foi anunciada em 2011, por R$ 4,1 bilhões, e a CSN, de Benjamin Steinbruch, sócia minoritária da siderúrgica mineira, entrou na Justiça para fazer valer o direito de “tag along”, ou seja, de estender a oferta aos demais acionistas.

Com a decisão do STJ, por 3 votos a 2, a Corte acolheu o recurso de Steinbruch no litígio bilionário entre os acionistas da Usiminas, determinando que o grupo Ternium terá de pagar indenização que pode chegar a R$ 5 bilhões. O grupo ítalo-argentino informou que vai recorrer da decisão e avalia as estratégias cabíveis. Ontem, as ações ordinárias da CSN fecharam em alta de 9,07%, a R$ 12,99. Já os papéis PNA da Usiminas subiram 1,83%, cotados a R$ 7,23.

Em seu voto, o ministro afirmou que houve “abrupta mudança no controle da empresa” em 2011, quando houve a alienação das ações da Votorantim e da Camargo Corrêa (hoje Mover) ao grupo Ternium. A posição de Ferreira divergiu da dos ministros Ricardo Cueva e Nancy Andrighi, que votaram para enviar o caso de volta à primeira instância, na qual a CSN poderia voltar a produzir provas.

Os ministros Humberto Martins e Moura Ribeiro já haviam votado a favor da CSN. Esse julgamento é considerado “leading case” sobre o assunto e, a partir da decisão de ontem, tende a servir de precedente para processos semelhantes, nos quais existe a substituição de parte do bloco que atua no grupo do controle da empresa.

A defesa da Ternium vinha alegando que uma decisão favorável à CSN poderia criar incertezas para companhias que avaliam operações de compra de participações em grupos com bloco de controle e que poderia ferir as regras do mercado de capitais.

Na avaliação de Gustavo Gonzalez, ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e especialista em direito societário, a decisão do STJ cria enorme insegurança jurídica, ao ressuscitar dúvidas sobre as hipóteses de incidência do “tag along”. “Essas dúvidas já haviam sido em larga medida sanadas há anos. A decisão joga por terra o importante trabalho feito pela CVM ao longo de anos para estabelecer parâmetros que, até hoje, forneciam um importante grau de previsibilidade e calculabilidade ao mercado brasileiro.”

Já os representantes jurídicos da CSN informaram que a decisão do STJ é justamente o contrário. “O voto do ministro demonstrou que houve alienação de controle. Venceu o mercado de capitais e também os minoritários”, disse uma fonte.

Neste caso, o minoritário é a CSN, que tem cerca de 14% de ações ON na Usiminas. Uma decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou que a companhia de Steinbruch tem até o fim do ano para vender as ações da siderúrgica mineira. Essa decisão segue entendimento do tribunal do órgão antitruste, que determinou em 2014 que a CSN reduzisse a fatia na concorrente - à época, Steinbruch tinha 17% das ações.

Na decisão de ontem, o ministro Ferreira disse que o fato de o grupo ítalo-argentino ter adquirido as ações do controle por valores superiores aos de mercado mostra que os novos controladores “não pretendiam apenas substituir o dueto Votorantim e Camargo Corrêa [no comando da empresa]”. Na compra dos 27,7% das ações realizada em 2011, o preço pago por ação pela Ternium foi de R$ 36, com um desembolso total de R$ 4,1 bilhões.

“O grupo Ternium não só adquiriu as ações, mas obteve também parcela das ações dos empregados da Usiminas para implementar ações significativas no acordo de acionistas, com poder de veto nas mais relevantes ações tomadas pelo grupo, algo que não ocorria na configuração [de controle] anterior”, justificou o ministro em seu voto vencedor.

Ainda segundo o ministro, esses fatos “desqualificam a tese de defesa de que não houve alteração relevante no bloco de controle”. “Abrupta mudança no controle da empresa é a circunstância que enseja o direito de ‘tag along’ para proteger os minoritários quando se depara com alteração no rumo da empresa”, complementou o ministro.

O grupo ítalo-argentino, segundo afirmou Ferreira, “adquiriu protagonismo” tão logo as ações foram adquiridas na década passada. Ele citou como exemplo “notadamente na escolha dos dirigentes da companhia”.

Em comunicado, a Ternium informou que vai recorrer. “Ao ir contra jurisprudência firmada e consolidada pela CVM e por várias instâncias judiciais ao longo de 12 anos, a decisão traz insegurança jurídica para o mercado de capitais brasileiro e coloca em risco operações de fusão e aquisição nas quais haja alienação de partes de blocos de controle.”

A Ternium reafirmou ainda, em nota, que não houve alteração do controle no momento de sua entrada no capital da Usiminas e não havia obrigação legal de realização de Oferta Pública de Ações (OPA).

Já para Ernesto Tzirulnik, que atuou pela CSN no processo, “os controladores respeitarão mais os minoritários após o entendimento da Corte”. “Essa decisão confirma que o Judiciário brasileiro é sensível às fraudes contra a ordem pública econômica e não se curva às pressões externas”, considerou. Os escritórios Warde Advogados e Cesar Asfor Rocha também assessoram a companhia.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   19/06/2024

Depois do grande estresse no mercado com o placar dividido na última decisão do Copom, em maio, analistas e investidores têm uma única certeza para o desfecho da reunião desta quarta-feira, 19: o ciclo de corte de juros será interrompido, e a taxa Selic será mantida em 10,50%, numa votação unânime pelos diretores do Banco Central.

Em razão da polêmica na última reunião, as expectativas inflacionárias de 2024 e de 2025 não pararam de subir e se distanciaram cada vez mais da meta de 3% perseguida pelo BC. Além disso, a piora na percepção do risco fiscal e os ruídos políticos – envolvendo até um aparente enfraquecimento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad – empurraram o dólar de uma cotação de R$ 5,09, no dia do anúncio da última reunião do Copom, para quase R$ 5,43 no auge do nervosismo na semana passada. Uma desvalorização cambial dessa magnitude, se prolongada, acaba sendo repassada para os preços na economia.

A melhor forma com que o Copom poderia ajudar para acalmar os nervos dos investidores em relação à turbulência atual dos ativos brasileiros será com uma decisão unânime, eliminando a polarização observada na última reunião, quando os quatro diretores indicados pelo presidente Lula votaram contra a desaceleração do ritmo de corte de juros endossada pela maioria. O placar dividido reacendeu temores do mercado de uma política monetária menos austera e mais tolerante à inflação a partir de 2025, quando o comando do BC passará para um substituto de Roberto Campos Neto a ser nomeado por Lula.

Além disso, se espera que o comunicado do Copom não somente sinalize que manterá a Selic em nível restritivo o suficiente para atingir a meta de inflação e que os próximos passos da política monetária serão dependentes dos índices de preços e dos dados de atividade econômica, mas também que o BC revise para cima as projeções de inflação de 2024 e de 2025, afetando 2026, mesmo com os juros parando acima do que se esperava inicialmente.

Mas será tudo isso suficiente para recuperar a confiança na política monetária? A dúvida é se o Copom irá endereçar o bode na sala: uma parcela do mercado passou a apostar que o BC terá de voltar a elevar os juros ainda em 2024, diante da deterioração das expectativas inflacionárias, da piora do risco fiscal e de um mercado de trabalho muito aquecido, o que pode levar a um repique da inflação. A curva de juros está precificando mais de duas altas da Selic até o fim do ano. Se o governo não recuperar a credibilidade do arcabouço fiscal, o mercado pode exigir juros mais altos do que 10,50%.

Globo Online - RJ   19/06/2024

Na véspera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a nova Taxa Selic, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu o tom ontem contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao afirmar em entrevista à rádio CBN que ele “tem lado” e não demonstra “capacidade de autonomia”.

As declarações foram interpretadas nos bastidores do governo e no mercado como tentativa de pressão política sobre a autoridade monetária diante da possibilidade de fim do ciclo de queda de juros, hoje em 10,5% ao ano.

Após as críticas do presidente, o dólar renovou a máxima do ano e encerrou os negócios cotado a R$ 5,43, na maior cotação desde 4 de janeiro do ano passado.

Com o governo sob pressão para cortar gastos, diante dos sinais de esgotamento da política de ajuste fiscal apenas pelo lado de aumento das receitas, Lula afirmou que o comportamento do chefe do Banco Central é a única coisa “desajustada” na economia do país. E comparou Campos Neto ao ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União-PR), que foi o responsável por condená-lo na Lava-Jato.

Comitê de Política Monetária (Copom) é formado pelo presidente do BC e mais oito diretores

— Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil nesse instante, é o comportamento do Banco Central, essa é uma coisa desajustada. Um presidente do BC que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e que na minha opinião trabalha muito mais para prejudicar o país do que ajudar, porque não tem explicação a taxa de juros do jeito que está — disse Lula à CBN.

Proximidade com Tarcísio

A crítica do petista foi motivada pela participação do presidente da autoridade monetária em evento promovido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Jair Bolsonaro cotado para concorrer à Presidência em 2026.

— O que é importante saber é a quem esse rapaz é submetido. Como que ele vai para uma festa de São Paulo quase que assumindo um cargo no governo de São Paulo? Cadê a autonomia dele? — indagou Lula.

Na ocasião, segundo o jornal Folha de S.Paulo, o presidente do BC disse que aceitaria ser ministro da Fazenda em um eventual governo de Tarcísio.

— Não é que ele encontrou com o Tarcísio em uma festa. A festa foi para ele, foi uma homenagem que o governo de São Paulo fez para ele, certamente porque o governador de São Paulo está achando maravilhoso a taxa de juros de 10,5% — afirmou: — Quando ele se ‘autolança’ para um cargo, eu fico imaginando, a gente vai repetir um Moro? Um paladino da Justiça, com rabo preso a compromissos políticos? Então, o presidente do BC precisa ser uma figura séria, responsável e ele tem que ser imune aos nervosismos momentâneos do mercado — disse o presidente, em referência ao fato de o ex-juiz ter assumido o Ministério da Justiça no governo Bolsonaro.

Lula disse que indicará novo presidente do Banco Central — o mandato de Campos Neto termina no fim do ano — que seja sério, tenha compromisso com o desenvolvimento e não pense só no controle da inflação.

— Porque é o crescimento econômico, é o crescimento da massa salarial que vai permitir que a gente possa controlar a inflação com uma certa tranquilidade.

Ação contra campos neto

Em outra frente,a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, vai apresentar na Justiça ação para obrigar Campos Neto a não se manifestar politicamente em eventos públicos.

Poucas horas após Lula atacar Campos Neto, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu a autonomia do Banco Central, uma das medidas apoiadas pela Câmara, em sua gestão, para, segundo ele, “impedir retrocessos”.

Fotos de 1994 mostram o impacto do lançamento do Plano Real na população

— A Câmara tem apoiado reformas econômicas e impedido retrocessos. A autonomia do Banco Central, às vésperas do Copom, aumentou a credibilidade da nossa política monetária — disse Lira durante o evento CNN Talks.

‘Sou muito pragmático’

Citado por Lula na entrevista, Moro rebateu a fala do presidente dizendo que a comparação é “nuvem de fumaça” para a “incompetência” do governo na área da economia.

O governo tem sido pressionado a promover o equilíbrio das contas públicas cortando despesas, e não apenas por meio de aumento de arrecadação, como tem feito até agora. Perguntado sobre gastos públicos, como Previdência, despesas com saúde e educação, o presidente disse “estar disposto” a discutir o Orçamento de 2025 com o Congresso, empresários e a imprensa.

Lula afirmou que o governo está fazendo estudo sério sobre o Orçamento e que não gosta de gastar o que não tem.

— Sou um político muito pragmático. Na hora que as pessoas me mostrarem provas contundentes de que as coisas estão equivocadas ou erradas, a gente vai mudar. Você não pode esquecer que fui eu, logo em 2003, que fiz a Reforma da Previdência. Não tenho nenhum problema de mexer nas coisas que estão erradas.

A nova investida de Lula contra o BC de Campos Neto e o nível de juros não surpreendeu integrantes do governo e do mercado financeiro. Na avaliação de interlocutores do Ministério da Fazenda, do Banco Central e agentes de mercado, o chefe da autoridade monetária “levantou a bola para Lula cortar” ao evidenciar a proximidade com Tarcísio, uma das opções da direita para eleição presidencial de 2026.

O episódio, dizem interlocutores, colocou de vez a política no centro das discussões no Copom. Mesmo que as decisões dos diretores do BC sejam técnicas, a avaliação é que Campos Neto deu espaço a críticas de que também tem teto de vidro, não só membros do Copom indicados por Lula.
— Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

O episódio, dizem interlocutores, colocou de vez a política no centro das discussões no Copom. Mesmo que as decisões dos diretores do BC sejam técnicas, a avaliação é que Campos Neto deu espaço a críticas de que também tem teto de vidro, não só membros do Copom indicados por Lula.

Divisão de diretores

Na última reunião do colegiado, houve racha entre os quatro diretores escolhidos pelo atual governo e os cinco que já estavam no comitê no governo de Jair Bolsonaro. A maioria preferiu corte mais modesto da Selic, de 0,25 ponto percentual, enquanto os indicados por Lula queriam queda de 0,50 ponto.

No mercado financeiro, a leitura imediata foi de que o BC a partir do ano que vem, quando os “nomes de Lula” serão maioria, será mais tolerante com a inflação.

Além disso, cresceu a pressão sobre o diretor de Política Monetária e ex-número 2 da Fazenda, Gabriel Galípolo, mais cotado para assumir o lugar de Campos Neto em 2025.

Como mostrou O GLOBO, Galípolo está se equilibrando entre Lula e o mercado financeiro para conseguir ser confirmado no cargo sem perder sua credibilidade, algo importante para o BC conseguir controlar a inflação. (Colaboraram Gabriel Sabóia, Victoria Abel e Luana Reis).

Infomoney - SP   19/06/2024

Na decisão desta quarta-feira do Comitê Política Monetária (Copom), do Banco Central, a maior parte (94%) dos gestores de multimercados com mandatos macro acredita que a autoridade monetária deve manter a taxa de juros em 10,50% ao ano. As casas também não veem mais chance de cortes ao longo de 2024. É isso o que mostra uma pesquisa feita pela XP com 33 casas entre os dias 5 e 12 de junho.

Conheça a estratégia que faz a diferença na hora de investir

Na visão das gestoras, os recentes aumentos nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 e 2026, além da piora do risco fiscal e ruídos vindos de Brasília são fatores que devem demandar cautela por parte do Banco Central.

No último Boletim Focus divulgado nesta semana, a estimativa do IPCA para este ano subiu de 3,90% para 3,96%, enquanto a previsão para a inflação de 2025 avançou de 3,78% para 3,80%. Já a projeção para 2026 foi mantida em 3,60%, mas registrou forte alta em relação aos 3,50% esperados um mês antes.
Redução das posições aplicadas em juros Brasil

Em junho, também foi possível notar uma redução substancial das posições aplicadas (que se beneficiam da queda) das casas em juros no Brasil, na comparação com a pesquisa anterior feita em maio. O estudo mostrou ainda uma maior preferência das gestoras por juros reais (juros que é obtido ao descontar o percentual da inflação sobre a taxa de juros nominal) e não nominais.

Já nos mercados mais desenvolvidos, houve aumento das alocações aplicadas em juros, o que indica maior apetite dos investidores por posições que podem se beneficiar do corte de juros ao redor do mundo.

Olho no dólar

A pesquisa também mostrou que as gestoras intensificaram as posições compradas (que se beneficiam de uma valorização) em dólar contra outras moedas ao redor do globo, com o percentual de casas com essa alocação passando de 89%, em maio, para 94%, em junho.

Já a visão mais negativa para o real permaneceu predominante em junho, com 63% das gestoras com uma exposição vendida (que aposta na desvalorização) na moeda brasileira, número que permaneceu semelhante ao visto em maio.
Visão mais positiva para Bolsa global e menos para local

Em junho, cresceu também a parcela de gestoras que estão com uma perspectiva mais negativa para a economia local, com o percentual saltando de 14%, em maio, para 60% neste mês.

Uma maior desconfiança com o desempenho da economia local e dos juros elevados, aliado a ruídos de Brasília, tiveram efeitos sobre a alocação em Bolsa dos gestores. Neste mês, o percentual de casas com posições compradas em ações locais reduziu para 65%, contra 71% em maio.

Por outro lado, as casas adotaram uma visão mais positiva com a economia global. O percentual de gestores que responderam que estão mais otimistas chegou a 47% em junho, contra 23% em maio.

Nesse quesito, aumentaram também as alocações compradas de gestoras em Bolsa global na passagem de maio (60%) para junho (70%). De acordo com a XP, um otimismo maior com o desempenho das economias e dos impulsos tecnológicos proporcionados pela inteligência artificial têm motivado uma visão mais positiva com o mercado acionário global.

O Estado de S.Paulo - SP   19/06/2024

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou nesta terça-feira, 18, que o nível de juros elevado no País inibe a captação de poupança e a própria concessão de crédito no País.

“É evidente que o nível de juros, da taxa de juros básica no Brasil, é restritivo e elevado e inibe não só a captação da caderneta de poupança como a própria concessão de crédito em diferentes modalidade, e dificulta o mercado de crédito imobiliário”, afirmou durante o evento CNN Talks, que discute o crédito para o Brasil.

O secretário comentou que o funding (captação de recursos para investimentos) da poupança para a habitação é inferior à Selic, e que, por isso, seria importante uma redução da taxa básica, para que diminuir a diferença entre a Selic e poupança.

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, irá decidir sobre a taxa básica de juros nesta quarta-feira, 19, em meio à escalada das críticas do presidente Luiz Inácio da Silva ao presidente do BC, Roberto Campos Neto. A aposta majoritária do mercado é que o órgão deverá manter a Selic em 10,50% ao ano, depois de sete quedas consecutivas.

No evento, Mello defendeu a medida provisória do Programa Acredita, que traz ações de microcrédito para pessoas vulneráveis, ações voltadas para Microempreendedores Individuais (MEIs), Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, a criação de um mercado secundário de crédito imobiliário e um mecanismo de hedge cambial (proteção contra variações cambiais), o Eco Invest Brasil.

Ele mencionou que independentemente da validação da MP ou de um projeto de lei, é importante que a votação ocorra no período de vigência do texto, para que não haja prejuízos ou paralisação das atividades de quem já se beneficiou das medidas. Um exemplo é o Desenrola para pequenos negócios.

Ele também disse que é preciso construir a governança do processo de securitização do crédito imobiliário, já que a proposta do governo permitiu que a Empresa Gestora de Ativos (Emgea) atue tanto como securitizadora como investidora no mercado imobiliário.

MINERAÇÃO

Valor - SP   19/06/2024

Segundo CEO da entidade, que reúne 24 das maiores mineradoras do mundo, transição também exigirá que governos acelerem a avaliação e a liberação de lavras de exploração mineral

A transição energética vai exigir um aumento significativo na produção de minerais críticos, como cobre, níquel e lítio, usados em projetos de geração de energia fotovoltaica, eólica, em motores de veículos elétricos, entre outros. Nesse cenário, as mineradoras precisarão acelerar investimentos que englobem aumento de produção e respeito à biodiversidade. E, para que esses projetos deslanchem, os governos precisam dar celeridade à avaliação e liberação de lavras de exploração mineral. A avaliação é do presidente e CEO do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM), Rohitesh Dhawan, que está em visita ao Brasil.

Até 2030, o investimento necessário para satisfazer a procura pelos minerais e metais necessários para a transição energética global será de US$ 360 bilhões a US$ 450 bilhões, segundo o ICMM.

“Não é apenas uma questão de dinheiro, tem mais a ver com aumentar a velocidade na emissão das licenças de mineração, reduzir a burocracia em torno do licenciamento, sem reduzir o padrão de exigência de mineração responsável”, afirmou o executivo, em entrevista ao Valor.

No mundo, observou Dhawan, 127 novas minas começaram a ser exploradas nos últimos 20 anos. Em média, as mineradoras demoraram em torno de 16 anos desde a descoberta de minério no local até obter as licenças para começar a extração. “É um prazo muito longo para atender às necessidades de transição energética. Os governos são os principais intervenientes para nos ajudar a mudar isso”, disse Dhawan.

O executivo considera que os governos despertaram nos últimos cinco anos para a necessidade de acelerar o passo, para fazer a transição energética. Ele citou a criação, há dois meses, de um painel na Organização das Nações Unidas (ONU) de trabalho sobre metais críticos e de transição energética, que reúne 35 governos e organizações internacionais para desenvolver princípios que vão orientar a mineração responsável.

Um dos desafios do setor, segundo Dhawan, é justamente a existência de padrões diferentes usados no mundo quando se trata de mineração responsável. Ele defende a consolidação de um padrão único, que permita às mineradoras em qualquer lugar do mundo produzir de forma responsável.

Dhawan citou como outro desafio para o setor a inexistência hoje de prêmio para a produção do aço verde e de outros minerais produzidos de forma sustentável e com baixas emissões de carbono.

“Muitas pessoas estão preocupadas se, com o aumento da mineração para suprir a demanda de minerais críticos para transição energética, haverá piora da natureza. Queremos dar garantias à sociedade de que iremos minerar cuidando da natureza, para minimizar nosso impacto direto, tanto quanto possível, enquanto maximizamos a nossa contribuição”, disse Dhawan.

De acordo com o executivo, os membros do ICMM que operam no Brasil têm algumas das melhores práticas do mundo em conservação e proteção da natureza. Ele citou como exemplo o projeto de mineração da Vale em Carajás (PA), onde a empresa conserva e protege 11 hectares de área para cada um hectare usado na mineração, totalizando 800 mil hectares conservados de Floresta Amazônica. Outro exemplo é da norueguesa Hydro, que usa tecnologia para reabilitar a terra usada na extração de bauxita.

Em relação ao Brasil, Dhawan observou que o país é um competidor global muito importante, com suas reservas de minério de ferro, cobre, níquel, grafite e lítio. O país também tem boas relações internacionais com os principais compradores, especialmente com Estados Unidos e China. E tem capacidade de minerar de forma sustentável e responsável, graças às abundantes fontes de energia renovável. “A questão é, o Brasil está maximizando todo o seu potencial? Me parece que há mais que pode ser feito para maximizar resultados como país fornecedor de minerais críticos”, afirmou Dhawan.

Em janeiro, as grandes mineradoras globais lançaram em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, um conjunto de compromissos de preservação ambiental, sendo o principal a perda zero de biodiversidade nas operações diretas, tendo como referência o ano de 2020. A meta é que após o fechamento de uma mina, a região não apresente perda de biodiversidade em relação ao que foi medido em 2020.

Dhawan disse que esse compromisso envolve três níveis. Além do impacto direto causado pela mineração, a agenda envolve a restauração e conservação da natureza da região e dos municípios onde há a atividade minerária, incluindo os impactos causados pelos fornecedores e clientes. Em última instância, o setor se compromete a trabalhar para mudar o sistema financeiro, para que a valorização da natureza seja considerada em todas as decisões de negócios.

Dhawan visita nesta terça-feira (18) Brumadinho (MG) com outros representantes do setor de mineração. Eles visitarão as comunidades atingidas pelo rompimento da barragem da Vale, em janeiro de 2019. O rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão causou a morte de 270 pessoas, incluindo duas gestantes, e um desastre ambiental na Bacia do Rio Paraopeba. Do total de vítimas, três ainda não tiveram os restos mortais encontrados. As buscas seguem até hoje.

Dhawan vai ver de perto as ações de reparação promovidas pela Vale. Ele também vai visitar a área onde é feita a busca dos restos mortais. Na quarta (19) e na quinta-feira (20) ele terá reuniões com representantes do setor para discutir assuntos do ICMM.

“Optamos em vir para o Brasil para que as outras empresas possam visitar Brumadinho, conhecer as ações de reparação e avaliar os acidentes que ocorreram. Queremos que a antiga indústria de mineração garanta que levamos adiante as lições de Brumadinho e garanta que isso nunca mais acontecerá”, afirmou Dhawan.

O ICMM possui como membros 24 das maiores mineradoras do mundo. Juntas, respondem por um terço da produção mineral global. Fazem parte do ICMM as empresas Alcoa, Anglo American, Anglo Gold Ashanti e Vale.

Dhawan disse ainda que, durante a visita, será avaliado o trabalho feito no Brasil pelas mineradoras membros para implementar o padrão global da indústria na gestão de rejeitos. Esse padrão foi desenvolvido após o desastre de Brumadinho.

Infomoney - SP   19/06/2024

Os preços futuros do minério de ferro se recuperaram nesta terça-feira, mas fecharam abaixo da máxima da sessão, já que os investidores realizaram lucros após rumores de mercado sobre um controle da produção de aço na província de Fujian, no sul da China, principal mercado consumidor do minério.

O contrato mais negociado de setembro do minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) na China devolveu os ganhos registrados mais cedo, encerrando as negociações do dia com alta de 0,24%, a 820,5 iuanes (113,08 dólares) a tonelada.
O contrato havia atingido uma alta intradiária de 840 iuanes por tonelada mais cedo, recuperando-se de uma queda na sessão anterior.

O minério de ferro de referência para julho na Bolsa de Cingapura subiu 1,09%, para 106,35 dólares a tonelada.

Circulou a informação de que as autoridades de Fujian se reuniram com as siderúrgicas locais na segunda-feira para discutir detalhes sobre restrições de produção deste ano, exigindo que os fabricantes estatais locais não excedam 85% da capacidade de aço aprovada antes da reunião.

O departamento provincial de indústria e tecnologia da informação não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.
A produção de aço bruto na província de Fujian aumentou 6,5% em relação ao ano anterior, para aproximadamente 34,06 milhões de toneladas em 2023, representando 3,3% do total do país, segundo dados do Departamento Nacional de Estatísticas da China.

“A notícia sobre controle da produção de aço bruto já havia sido precificada, então alguns traders fecharam certas posições vendidas após as últimas negociações”, disse um trader do norte da China, pedindo anonimato pois não está autorizado a falar com a imprensa.

“Fujian não é um grande produtor de aço e estamos analisando o quanto exatamente a produção de metal quente será cortada”, disse um trader de Cingapura.
Embora dados de produção acima do esperado tenham sustentado os preços na última sexta-feira, os analistas da Huatai Futures acreditam que o espaço para um novo aumento será limitado em meio a uma demanda sazonalmente fraca de aço.

Agência Brasil - DF   19/06/2024

O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que representa as maiores mineradoras do país, moveu uma ação onde busca impedir que municípios brasileiros ingressem com ações em tribunais estrangeiros. A entidade alega ser inconstitucional que entes federativos se envolvam em litígios no exterior. O caso foi levado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada. O ministro Cristiano Zanin foi nomeado relator.

A movimentação inaugurou uma batalha judicial. Dois dias depois, o Consórcio Público de Defesa e Revitalização do Rio Doce (Coridoce) solicitou para ingressar no processo. Ele é composto pelos prefeitos dos municípios envolvidos em um processo judicial em tramitação no Reino Unido, que discute a reparação dos danos do rompimento da barragem da mineradora Samarco. No episódio ocorrido na cidade de Mariana (MG) em novembro de 2015, uma avalanche de rejeitos foi liberada, causando 19 mortes e afetando centenas de cidades ao longo da bacia do Rio Doce.

Insatisfeitos com o processo reparatório no Brasil, cerca de 700 mil atingidos e 46 municípios, além de empresas e instituições religiosas acionaram as cortes britânicas visando responsabilizar a BHP Billiton. A mineradora anglo-australiana, com sede em Londres, é uma das acionistas da Samarco. A multinacional brasileira Vale, outra sócia, foi posteriormente incluída no processo. Audiências marcadas para outubro deste ano irão avaliar a responsabilidade das duas mineradoras.

De acordo com nota divulgada pelo Ibram, a ação levada ao STF é uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) que tem o objetivo central de resguardar a soberania brasileira. A entidade alega que, sem passar pelo crivo da Justiça brasileira, a transparência das ações movidas no exterior fica comprometida. Além disso, sustenta que a participação do Ministério Público nos processos envolvendo entes federativos é obrigatória, o que ficaria inviabilizado em casos que tramitam fora do país.

"Ações ajuizadas no exterior por municípios escapam do controle do Poder Público, não obedecem a princípios constitucionais e a organização do Estado brasileiro. Por não passarem pelo crivo do Poder Judiciário brasileiro e tramitarem perante jurisdição estrangeira, fica prejudicada a transparência dos processos e a participação do Ministério Público, essenciais para defender a ordem jurídica brasileira e promover a pacificação social", registra o texto.

O Ibram afirma ainda que a judicialização fora do país vem afetando a mineração e gera consequências adversas para o setor. Acrescenta que é competência privativa da União tratar de assuntos internacionais e que é vedado aos municípios se relacionarem diretamente com Estados ou jurisdições estrangeiras. "Dessa forma, qualquer ação judicial proposta no exterior pelos municípios deve contar com a anuência da União", finaliza a entidade.

O escritório Pogust Goodhead, que representa os atingidos e municípios na ação movida no Reino Unido, divulgou nota em que o advogado Tom Goodhead classifica a ação do Ibram como um "movimento aparentemente orquestrado" e uma "cortina de fumaça" para desviar a atenção do crime socioambiental cometido na bacia do Rio Doce.

Ele menciona ainda ações que tramitam em outros países. Sete municípios atingidos pela tragédia de 2015 processaram subsidiárias da Vale e da Samarco sediadas na Holanda. Já na Alemanha, o município de Brumadinho (MG) integra uma ação movida contra a Tüv Süd, consultoria que assinou o laudo de estabilidade da barragem da Vale que se rompeu em 2019. No episódio, 272 pessoas morreram, incluindo nessa conta os bebês de duas vítimas que estavam grávidas. “Não é uma coincidência que as mineradoras que processamos no exterior sejam associadas ao Ibram", afirmou.
Reação

A reação dos municípios que integram o Coridoce é assinada pelo advogado e ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Eles criticam o Ibram por levantar a questão faltando quatro meses para as audiências marcadas pela cortes britânicas para julgar as responsabilidade da BHP Billiton e da Vale. Alegam se tratar de uma manobra para que municípios brasileiros afetados por tragédias não possam utilizar jurisdições estrangeiras para buscar medidas reparatórias para os danos causados.

O prefeito de São José do Goiabal (MG) e presidente do Coridoce, José Roberto Gariff Guimarães, afirmou em nota se tratar de uma movimentação para impedir que a justiça seja realizada e para retardar a reparação. “A atitude das mineradoras reflete suas ações nos últimos sete anos, ou seja, tentam de todas as maneiras se eximirem do crime por elas cometido”.

O Coridoce também considera que o Ibram não tem legitimidade para apresentar a ADPF. Dizem ainda que a entidade quer obrigar os municípios a concordarem com acordos reparatórios nos quais não são ouvidos. No Brasil, o processo reparatório gira em torno do Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) - firmado entre as três mineradoras, a União e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo. Com base nele, foi criada a Fundação Renova. Ela assumiu a gestão de mais de 40 programas, cabendo às mineradoras o custeio de todas as medidas.

Porém, passados mais de oito anos, a atuação da entidade é alvo de diversos questionamentos judiciais e desde 2022 há uma tentativa de repactuação do processo reparatório, capaz de apontar solução para mais de 85 mil processos que tramitam sobre a tragédia. Os município novamente não participa das tratativas, que atualmente registram um impasse porque os valores propostos pelas mineradoras ainda não atenderam às expectativas da União e dos governos de Minas Gerais e do Espírito Santo.

A movimentação do Ibram também foi criticada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). A entidade anunciou que entregou uma carta ao STF solicitando audiência com o ministro Cristiano Zanin. “Não pode haver dúvida de que o Ibram tenta se utilizar da ação para defender interesses puramente comerciais das mineradoras que cometeram no Brasil alguns dos maiores crimes ambientais da história, e buscam a qualquer custo se esquivar do dever de reparação. Inclusive, a ação é assinada pelos advogados que representam a mineradora anglo-australiana BHP nas questões relacionadas à tragédia de Mariana”, diz o documento.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Grandes Construções - SP   19/06/2024

A Juntos Somos Mais, joint venture da Votorantim Cimentos, Tigre e Gerdau, que atua na digitalização e na propagação de benefícios para o setor da construção civil, e o Instituto de Pesquisas Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco), anunciam o lançamento do Termômetro JS+ Anamaco, novo indicador do varejo da construção elaborado pela vertical de inteligência da empresa.

O estudo, cuja primeira edição será publicada em 17 de junho, reúne um conjunto de informações que permite analisar o panorama geral do varejo de materiais de construção (matcon), além de trazer insights que apoiam a tomada de decisão dos principais atores do setor de construção, como indústrias, varejistas, distribuidores e atacadistas.

“Como a Juntos Somos Mais opera o maior e mais abrangente ecossistema do varejo de matcon do país, seu histórico de transações, online e offline, entre indústria e varejo, fornece todas as informações necessárias à elaboração de um dos mais completos mapas de performance e análise de tendências do comércio varejista da construção civil”, coimenta Juliana Carsoni, CEO da Juntos Somos Mais.

O Termômetro JS+ Anamaco se diferencia de outros índices do mercado por sua cobertura de dados, análise por regiões e indicadores exclusivos. A ferramenta combina dados agregados das transações de indústrias e lojistas de matcon com números da pesquisa Tracking Anamaco, que utiliza a metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviews) para a coleta das informações.

Além disso, a medição abarca diversos segmentos de lojas e categorias do segmento, como cimento, aço hidráulico, tintas, materiais elétricos, ferramentas elétricas e manuais, fechaduras, entre outros. Dessa forma, permite mensurar informações como sell-in (vendas do fabricante para o varejista), positivação (quantidade de lojas comprando das indústrias) e variação de preços (comparação do valor dos itens vendidos para as lojas de materiais de construção). O estudo também traz comparativos mensais, anuais e dentro do intervalo dos últimos 12 meses, além de discriminar os dados por regiões.

“O novo indicador traz um termômetro de vendas essencial para a economia, uma vez que reflete as tendências e necessidades do mercado. Estamos confiantes de que será um recurso valioso para orientar decisões e promover o crescimento sustentável do setor”, destaca Cassio Tucunduva, presidente da Anamaco.

Em sua primeira edição, O Termômetro do Varejo da Construção Civil vai considerar a análise de dados de mais de 21 milhões transações de vendas, em todas as regiões do país, com base em dados dos últimos três anos, além de se basear em entrevistas realizadas mensalmente com mais de 600 lojas de matcon.

Com a publicação de atualizações mensais e edições consolidadas anualmente, a ferramenta deve se consolidar como referência para apoiar estudos de mercado, bem como o planejamento estratégico e tático de todos os players do setor.

“As informações contidas no Termômetro são fundamentais para, de um lado, a indústria gerenciar suas ofertas e reorganizar prateleiras no ambiente digital, e, do outro, para os lojistas repensarem estratégias e acompanharem os movimentos de mercado na hora de reporem seus estoques”, afirma Katia Ratnieks, consultora do Instituto de Pesquisas da Anamaco.

Inteligência de dados – O lançamento do Termômetro JS+ Anamaco representa mais um avanço na frente de inteligência de dados da Juntos Somos Mais, empresa que entrou no mercado de construção civil com um programa de fidelidade, o Juntos Somos +, e, mais recentemente, passou a operar um marketplace B2B próprio, a Loja Virtual, por onde, somente no ano passado, transacionou mais de R$ 10 bilhões.

Com sua vertical de inteligência, a Juntos pretende se estabelecer, também, como uma referência na geração de dados e insights para o setor da construção civil.

“O fornecimento de dados para o mercado está diretamente ligado ao propósito do nosso negócio, que é impulsionar a digitalização para transformar a construção civil. Diante da escassez de informações consolidadas para nortear as decisões tomadas pelos principais agentes do setor, decidimos usar nossa expertise e compartilhar informações, livremente concedidas pelos nossos parceiros, em favor de toda a cadeia da construção”, afirma Carsoni.

FERROVIÁRIO

Portal Fator Brasil - RJ   19/06/2024

A MRS Logística, uma das melhores operadoras de carga do mundo, que administra a Malha Regional Sudeste, ferrovia que detém a concessão de 1.643 quilômetros nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, atingiu no primeiro trimestre de 2024 receita líquida de R$ 1,6 bilhão, aumento de 32% na comparação com o mesmo período em 2023. Em lucro líquido, o valor chegou a R$ 316 milhões, aumento recorde de 116,5% em relação ao início de 2023.

Esse desempenho favorável de receita líquida reflete o crescimento no volume transportado. Vale destacar que o aumento no transporte de cargas gerais foi expressivo nesse primeiro trimestre: 12% a mais do que nos três primeiros meses do ano passado, alcançando o total de 17,5 Mt neste período.

—Este é um indicador relevante, uma vez que a estratégia da companhia tem como objetivo destinar investimentos para modernização da infraestrutura ferroviária e para a aquisição de novos ativos, com foco em dobrar o transporte de cargas gerais. O crescimento reflete tanto o aumento nas demandas de clientes quanto as condições climáticas favoráveis —ressalta Guilherme Segalla de Mello, presidente da MRS.

Ainda sobre o transporte de cargas gerais, neste primeiro trimestre, a empresa atingiu 46,6 toneladas de carga transportada, o equivalente a 3,4 milhões de carretas bitrem. No comparativo entre períodos, houve crescimento de 1,9 tonelada de carga geral, com destaque para: Produtos agrícolas: volume 11 Mt (+11,4% em relação ao primeiro trimestre de 2023) — principais itens soja (+1,5%), farelo de soja (+10%) e açúcar (+64,7%);

Produtos siderúrgicos – volume: 1,86 Mt (+16,6% em relação ao primeiro trimestre de 2023);

Celulose – volume: 1,4 Mt (+0,8% em relação ao primeiro trimestre de 2023);

Contêineres – volume: 588 mil toneladas (+27,2% em relação ao primeiro trimestre de 2023);

Construção civil – volume: 573 mil toneladas (+5,2% em relação ao primeiro trimestre de 2023);

Outros produtos – volume: 2,04 Mt (+18,4% em relação ao primeiro trimestre de 2023).

Houve também aumento significativo no volume de transporte de mineração, que representa 62,4% do total da empresa. —Nosso transporte de minério cresceu 30% neste primeiro trimestre de 2024, encerrando com 29,1 Mt. Importante indicador que contribuiu para esse resultado foi o aumento no transporte para o mercado externo, que ficou em 86,7%, contra 84% em 2023 —acrescenta Mello.

A companhia ultrapassou R$ 894 milhões em Ebitda, aumento de 45,3% em relação ao período do ano anterior. Vale ressaltar que, mesmo com robusto volume de investimentos, a alavancagem segue sob controle. A relação dívida líquida/Ebitda ficou novamente em 1,0x, índice confortável graças à performance operacional e a estratégias assertivas na gestão do endividamento.

Investimentos — A MRS investiu, aproximadamente, R$ 1 bilhão no segmento de material rodante apenas nos dois primeiros meses deste ano, com a compra de 560 novos vagões e 30 novas locomotivas. Parte da entrega dos ativos começou neste 1º trimestre e, até o final de 2025, todos os novos ativos já estarão em operação.

As aquisições são parte da renovação da frota ferroviária da empresa, que permitirá aumentar a performance da companhia, potencializando a operação dos clientes, de portos e terminais de cargas. Graças à maior eficiência energética e à redução do consumo de combustível com menos emissões de gases, será possível contribuir ainda com a sustentabilidade.

Perfil — A MRS é uma operadora logística que administra uma malha ferroviária de 1.643 km nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, região que concentra cerca da metade do PIB brasileiro. A companhia está entre as melhores ferrovias de carga do mundo, com produção quase quatro vezes superior àquela registrada na década de 90. A malha ferroviária conecta regiões produtoras de commodities minerais e agrícolas a alguns dos principais parques industriais do país aos maiores portos da região Sudeste, o que gera uma operação de transporte diversificada, como contêineres, siderúrgicos, cimento, bauxita, agrícolas, coque, carvão e minério de ferro. Aproximadamente 20% de tudo o que o Brasil exporta e um terço de toda a carga transportada por trens no país passam pelos trilhos da MRS.

Rodoviário

Grandes Construções - SP   19/06/2024

No próximo ano, o Brasil celebrará um marco significativo: os 30 anos da primeira concessão de uma rodovia federal à iniciativa privada.

Este ciclo começou em 1995, com a concessão da Ponte Rio-Niterói, e desde então, transformou radicalmente a infraestrutura rodoviária do país.

Esse modelo pioneiro abriu o caminho para um dos maiores e mais bem-sucedidos programas de concessões rodoviárias do mundo, com investimentos acumulados que superam os R$ 250 bilhões.

Hoje, cerca de 30 mil quilômetros de estradas pavimentadas – ou 13,5% da malha nacional – estão sob gestão privada, evidenciando o impacto positivo desse modelo.

O sucesso dessas concessões é corroborado por dados da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), que mostram uma redução significativa na severidade dos acidentes nas rodovias concedidas.

Essas vias têm uma taxa de acidentes três vezes menor em comparação com rodovias não concedidas, e nas últimas duas décadas, o número de acidentes e fatalidades caiu mais de 50% nas rodovias sob concessão.

Além da segurança, as concessões trouxeram melhorias significativas na qualidade da infraestrutura, promovendo uma rede rodoviária mais eficiente e confiável.

O ano de 2023 estabeleceu um recorde histórico, com investimentos de R$ 12 bilhões pelas concessionárias, um aumento de 21% em relação a 2022, superando o auge anterior de 2013.

Esse crescimento acentuado nos investimentos é um reflexo direto do dinamismo do setor e da confiança dos investidores no modelo de concessão.

A expectativa é que esse impulso continue, impulsionado por novos projetos e pela renegociação de concessões existentes que demandam reequilíbrio econômico-financeiro.

Papel das Construtoras – No contexto de expansão do mercado de concessões rodoviárias, fui honrado em participar do II Summit Concessões de Rodovias, organizado pela Hiria em parceria com a NürnbergMesse Brasil.

No evento, discutimos a “Próxima Geração das Concessões Rodoviárias” e como nos preparar para novos modelos de contratos. Foi um debate essencial que reuniu líderes do setor, como Felipe Queiroz, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), e Marco Aurélio de Barcelos Silva, da ABCR, entre outros.

A discussão centrou-se na necessidade de uma colaboração mais estreita entre concessionárias e construtoras. Como representante da SEEL Engenharia, destaquei que o setor de construção é fundamental para o sucesso das concessões.

Nossa experiência, desde a fundação da SEEL, está profundamente ligada ao desenvolvimento das concessões rodoviárias no Brasil. As primeiras grandes obras da nossa empresa, em 1995, foram realizadas para a CONCER, uma das pioneiras no mercado de concessões.

Uma tendência emergente é a integração antecipada das construtoras nos projetos de concessão. Este movimento, ainda na fase de elaboração do Capex, permite que as construtoras tragam sua vasta experiência para garantir a viabilidade e exequibilidade dos projetos.

Essa colaboração precoce resulta em soluções inovadoras que reduzem custos e aumentam a competitividade das concessionárias nos leilões. Além disso, proporciona um planejamento mais robusto e eficiente, assegurando que os recursos necessários estejam disponíveis quando os projetos forem implantados.

Essa abordagem representa uma mudança significativa em relação ao passado, quando as construtoras eram envolvidas apenas após a concessão já estar bem encaminhada.

A consequência desse distanciamento era frequentemente a subestimação dos custos, resultando em contratos desequilibrados e obras inacabadas, problemas que todos nós, envolvidos no setor, queremos evitar no futuro.

Parcerias e Sustentabilidade – Com a previsão de um aumento substancial de obras rodoviárias no Brasil nos próximos anos, é vital que a colaboração entre todos os elos da cadeia de concessões – do poder público aos investidores, das concessionárias às construtoras – continue a se fortalecer.

Este alinhamento precoce e integrado é crucial para superar os desafios futuros, como a escassez de recursos humanos e materiais e, potencialmente, até de construtoras qualificadas.

As construtoras, por sua vez, precisam investir em iniciativas para atrair, qualificar e reter mão de obra, minimizando a rotatividade e garantindo a eficiência e a perpetuação do conhecimento adquirido.

A criação de ambientes de trabalho saudáveis e acolhedores, alinhados aos compromissos ESG, é essencial para que os colaboradores vejam a empresa como um caminho para seu crescimento profissional e pessoal.

Depois de quase três décadas de experiência com concessões rodoviárias, o Brasil dispõe de um setor maduro e resiliente. Todos os participantes desta cadeia de valor têm agora uma compreensão clara dos caminhos necessários para alcançar o sucesso nos novos desafios que virão.

A união desses elos desde o início dos projetos é a chave para assegurar resultados práticos, imediatos e mensuráveis. Afinal, como demonstrado pela ABCR, o sucesso de nossas rodovias concedidas não só melhora a infraestrutura e a economia, mas também salva vidas.

Enquanto nos preparamos para a próxima geração de concessões rodoviárias, devemos celebrar as conquistas alcançadas e nos concentrar nos desafios que ainda estão por vir.

A colaboração precoce e a inovação contínua são essenciais para assegurar que o Brasil continue a ser um líder global em infraestrutura rodoviária. Nossa missão é clara: construir um futuro em que nossas estradas sejam mais seguras, eficientes e resilientes, beneficiando a todos os brasileiros.

NAVAL

Portal Fator Brasil - RJ   19/06/2024

A PortosRio marcou presença no painel “A importância da Logística para Competitividade no Mercado Internacional”, durante o Encontro de Comércio Exterior do Brasil, o Encomex-RJ 2024, no ddia 14 de junho (sexta-feira). Promovido pela Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Brasil (Cisbra) e do Estado do Rio de Janeiro (Caerj), o evento reuniu, no auditório da  Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), empresários, autoridades, líderes e especialistas para debater temas cruciais para o comércio exterior brasileiro.

Em sua participação, o presidente da PortosRio, Francisco Martins, ressaltou que, a curto e médio prazos, os cinco portos públicos do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro, Itaguaí, Niterói, Angra dos Reis e Forno – terão o maior pacote de arrendamentos do país, com 11 áreas disponíveis a serem lançadas no mercado. Ele também destacou os significativos investimentos em infraestrutura portuária, incluindo três dragagens, a modernização do Cais da Gamboa e melhorias na segurança portuária, todos fundamentais para aumentar a competitividade dos portos: —Nossos portos estão em expansão e não em retroação. A PortosRio é a quinta empresa estatal federal com melhor índice de execução orçamentária. Nossa preocupação é continuar crescendo e o compromisso da minha gestão e do corpo funcional da empresa é atingir esse objetivo—.

Moderado pelo gerente de Desenvolvimento de Negócios da PortosRio, Eduardo Miguez, o painel contou ainda com a participação de Helson Braga, presidente da Abrazpe; Delmo Pinho, assessor da Fecomercio-RJ; e André Seixas, presidente da Logística Brasil. Delmo Pinho enfatizou que o Porto do Rio de Janeiro é um dos principais ativos do Estado em geração de emprego, renda e impostos: —Temos o mais moderno terminal de trigo do país e um dos principais terminais de cruzeiros do Brasil e as lideranças empresariais e políticas do Rio precisam conhecer e valorizar os ativos estratégicos—.

Sobre regulação, André Seixas salientou que os usuários ainda usam muito pouco a agência reguladora e que é necessário compreender melhor a regulação para lutar por sua eficiência e contribuir mais para o setor portuário. —Estamos unidos para defender o Porto do Rio de Janeiro—.

O Encomex-RJ 2024 ofereceu uma programação rica e diversificada, com painéis, oficinas e palestras que abordaram desde políticas estratégicas para o desenvolvimento das relações comerciais no cenário global até as oportunidades proporcionadas pelo G20 Brasil 2024. Outros temas de destaque incluíram a internacionalização da economia criativa do Rio de Janeiro, o protagonismo das mulheres no comércio exterior, negócios de Nearshoring na relação bicentenária entre Brasil e Estados Unidos, e a implementação da Declaração Única de Importação (Duimp).

IstoÉ Dinheiro - SP   19/06/2024

O governo federal lançou oficialmente nesta terça-feira, 18, o programa Navegue Simples, que busca desburocratizar o setor portuário brasileiro. O foco será a simplificação e aperfeiçoamento de outorgas portuárias buscando incentivar investimentos pela iniciativa privada.

Neste momento, o objetivo do programa é simplificar processos de autorização de Terminais de Uso Privado (TUPs), visando à redução do tempo de tramitação processual. O prazo para concessão de um TUP é de cerca de três anos, segundo técnicos do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor). A ideia é reduzir isso para de seis a oito meses.

Segundo o MPpor, o programa buscará melhorias contínuas. Cada ciclo do Navegue Simples vai durar quatro anos e, a cada ano, serão executadas ações de melhoria e inovação. O governo espera que as medidas resultem em investimentos da ordem de R$ 5,4 bilhões em autorizações e arrendamentos portuários.

Produtos

Nos termos da divulgação, o Navegue Simples irá entregar como produtos processos redesenhados e simplificados, procedimentos e ritos administrativos aperfeiçoados em relação aos atuais, com inovação e com menor carga burocrática. O objetivo é encurtar o tempo para se obter um contrato de autorização, arrendamento ou concessão ou ainda, para realizar um aditivo contratual.

“Isso será materializado em revisões de portarias, instruções normativas e resoluções, além de uma área no site do Ministério de Portos e Aeroportos dedicado ao Programa, com todas as informações e painéis acessíveis de forma transparente”, considera o MPor.

A Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) afirma que, com o Navegue Simples, será possível mapear o fluxo atual de autorização de construção e exploração de instalações portuárias privadas, identificar os pontos de gargalo e sugerir fluxo desburocratizado visando à redução no tempo processual total.

Para participar do programa, os interessados deverão enviar propostas para um Comitê Técnico. Ao longo do Programa, o Comitê fará seminários e debates online, consultas, audiências públicas, tomadas de subsídio e outros eventos abertos aos interessados, para levantar ideias e sugestões ou críticas para o aperfeiçoamento das outorgas.

O MPor destaca que o Navegue Simples não terá interferência nos contratos vigentes. O foco será nos processos que resultarão nos futuros contratos e aditivos contratuais, sempre com a finalidade de aperfeiçoamento e eliminação de ineficiências e de carga burocrática.

Uma das demandas do setor, tendo sido apresentada pela Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) no ano passado, é transformar os contratos de arrendamento em contratos de exploração, com natureza privada.

PETROLÍFERO

CNN Brasil - SP   19/06/2024

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta terça-feira, continuando o movimento de avanços nos preços das cotações e que já leva os preços ao seu maior nível em um mês. Neste cenário, a demanda chinesa é alvo de forte atenção, especialmente após a publicação de indicadores no país, enquanto o compromisso com cortes na produção de importantes exportadores é alvo de escrutínio.

O WTI para agosto fechou com alta de 1,54% (US$ 1,24), a US$ 81,57 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto subiu 1,28% (US$ 1,08), a US$ 85,33 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

“O processamento de petróleo bruto na China poderá estagnar este ano pela primeira vez em duas décadas, com exceção de 2022, que foi impactado pelos bloqueios por causa do coronavírus. Como resultado disto, o processamento de petróleo bruto atingiu um nível recorde no ano anterior”, aponta o Commerzbank.

O aumento da demanda da China de petróleo deverá, portanto, ser significativamente menor este ano. Por exemplo, a Agência Internacional de Energia (AIE) espera um aumento de 500 mil barris por dia na China este ano, após um aumento de 1,5 milhões de barris por dia em 2023. “Isto também explica por que se espera que a procura global de petróleo aumente em cerca de 1 milhão de barris por dia, menos do que no ano passado. Isto significa que o crescimento da demanda regressou ao nível habitual antes da pandemia do coronavírus”, aponta o banco.

Na semana passada, Casaquistão, Iraque e Rússia confirmaram de forma independente a sua vontade de reduzir a superação dos seus objetivos de produção ao abrigo do acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e de compensar a anterior sobreprodução com cortes mais profundos. O Casaquistão e a Rússia reduziram a sua produção de petróleo em maio, embora não o suficiente para cumprir a meta, aponta o Commerzbank.

No entanto, a produção está pelo menos avançando na direção certa, o que torna credível o anúncio de uma nova redução, avalia o banco. “A situação é diferente quando se trata do Iraque. Este último aumentou ainda mais a sua produção de petróleo em maio e, segundo o relatório mensal da AIE, produziu 280 mil barris por dia mais do que o acordado. O compromisso assumido com a Opep+ no início de maio de reduzir a produção em mais 600 mil barris por dia até ao final do ano já foi, portanto, anulado”, aponta o Commerzbank. “A paciência dos outros países da Opep+ com o Iraque está provavelmente se esgotando”, conclui.

Uma das grandes notícias do setor foi a de que a Berkshire Hathaway comprou cerca de 2,9 milhões de ações da petrolífera entre quinta e segunda-feira por cerca de US$ 176 milhões.

Valor - SP   19/06/2024

O valor da operação, anunciada em meados de maio, foi de R$ 890 milhões

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra da Infra Gás pela Energisa, negócio anunciado em meados de maio por R$ 890 milhões.

O órgão certificou a conclusão do processo administrativo, que não recebeu recursos. A superintendência-geral do Cade havia aprovado a operação em 29 de maio e aguardava a eventual apresentação de recursos.

A aprovação pelo Cade era um dos precedentes para a conclusão do negócio. A Infra Gás controla cinco distribuidoras de gás canalizado no Nordeste.

Além da Infra Gás, a Energisa detém a concessão da ES Gás, distribuidora de gás canalizado do Espírito Santo.

O Estado de S.Paulo - SP   19/06/2024

Maior economia do País, o Estado de São Paulo produz pouco mais de dois terços da energia que consome. Em 2022, o Estado gerou apenas 45% da energia elétrica necessária para atender sua demanda e a suficiência de energia paulista foi de 69,9% do uso energético total do Estado, de acordo com o Balanço Energético Estadual-2023.

Em paralelo, São Paulo vem intensificando sua agenda de transição energética. Em dezembro foi apresentado o Plano Estadual de Energia 2050, resultado de uma parceria da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Uma das premissas do planejamento para buscar a redução das emissões de gases causadores de efeito estufa é intensificar o uso de fontes de energia mais limpas de modo combinado à garantia da segurança energética necessária para o crescimento da economia paulista.

No setor privado, o compromisso que guia a Compass é promover uma transição energética segura e eficiente. Criada em 2020, já com a experiência de controlar a Comgás (maior distribuidora de gás canalizado do País, com mais de 2,5 milhões de clientes), a Compass investiu desde então mais de R$ 9 bilhões em projetos de gás natural e, mais recentemente, em biometano — gás de fonte renovável obtido do aproveitamento de subprodutos da indústria sucroalcooleira ou dos resíduos urbanos e do saneamento.

“O gás natural é essencial na matriz energética brasileira. É competitivo, confiável e sustentável na substituição de combustíveis com maior impacto ambiental. Além disso, tem o papel de complementar fontes renováveis, intermitentes ou sazonais como a solar, a eólica e a hidráulica. Já o biometano é 100% renovável e, por ser compatível com o gás natural, pode ser usado de maneira combinada, no consumo residencial, comercial e industrial, na geração de energia e como combustível para veículos”, explica Antonio Simões, CEO da Compass.

GNL: SEGURANÇA DE ABASTECIMENTO

No começo deste ano, a Compass deu início às operações da Edge, nova companhia que reúne atividades de infraestrutura e comercialização da empresa e já surge com um portfólio robusto, com destaque para o Terminal de Regaseificação de São Paulo (TRSP).

Localizado no Porto de Santos, o empreendimento de aproximadamente R$ 1 bilhão conta com um navio especializado em armazenar e regaseificar gás natural liquefeito (GNL) importado. Com a iniciativa, a Edge viabiliza a expansão da oferta do energético e o mercado livre de gás.

Parte do gás será comercializado para clientes não conectados às redes de distribuição e que querem substituir combustíveis como carvão, diesel e óleo combustível.

“O TRSP é um ativo estratégico que amplia nossas opções de suprimento para o Estado de São Paulo e para todo País trazendo de forma segura uma oferta de flexibilidade e competitividade para todos nossos clientes. E vamos ampliar ainda mais nossa proposta de valor com o GNL B2B, que é a entrega de gás através do modal rodoviário”, afirma Demétrio Magalhães, CEO da Edge.

BIOMETANO: NOVA FRONTEIRA

A Edge também vai congregar as operações de biometano da Compass. “Estamos investindo em parcerias para ampliar também a oferta de biometano, formando um ecossistema de soluções confiáveis, competitivas e sob medida ao cliente”, acrescenta Magalhães.

Uma das parcerias é com a Orizon, uma das principais gestoras de aterros sanitários do país, para a construção da maior planta de produção de biometano do Brasil, proveniente do biogás produzido a partir do aterro de Paulínia, no interior de São Paulo. A planta, deve produzir 180 mil metros cúbicos por dia biometano, com capacidade para chegar a 300 mil metros cúbicos diários. O investimento é estimado em até R$ 450 milhões.

Outro acordo é com a usina sucroenergética São Martinho. O contrato vai permitir a comercialização pela Edge de 63 mil metros cúbicos diários de biometano produzido a partir de resíduos da cana de açúcar pela usina Santa Cruz, em Américo Brasiliense (SP).

DISTRIBUIÇÃO DE GÁS: EM CRESCIMENTO

Todos esses negócios convergem para uma das metas da Compass: liderar a distribuição do biometano até 2030. Em uma iniciativa inédita, a companhia lançou ainda em 2023 um total de R$ 1,7 bilhão em debêntures atreladas a metas ESG. São dois compromissos, um deles é atingir 250 mil metros cúbicos/dia de biometano distribuído até 2027 e, até 2030, alcançar 500 mil metros cúbicos/dia de biometano distribuído.

Para isso, a Compass segue investindo em infraestrutura. No segmento de distribuição, sua controlada Comgás encerrou 2023 com recorde de ligações: foram mais de 170 mil novos clientes conectados. No oeste paulista, a Necta — distribuidora de gás canalizado da Commit (joint venture entre Compass e Mitsui) — iniciou recentemente a operação da primeira rede de gasodutos exclusiva para a distribuição de biometano do Brasil. A iniciativa liga a Usina Cocal, em Narandiba (SP), ao mercado consumidor em Presidente Prudente e Pirapozinho. Estas e outras iniciativas estão no Relatório de Sustentabilidade da Compass.

“Expandir a infraestrutura de gás natural como as redes de distribuição representa também ampliar a escala do mercado de biometano no futuro”, diz Adriano Zerbini, Diretor de Relações Institucionais, Comunicação e Sustentabilidade da Companhia.

Agência Camara - DF   19/06/2024

A exploração de petróleo e gás natural na bacia sedimentar do Tacutu, em Roraima, ainda depende de mais estudos técnicos que comprovem o potencial da região. A avaliação foi feita nesta terça-feira (18) por debatedores em audiência pública realizada pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.

A audiência foi solicitada pelo deputado Gabriel Mota (Republicanos-RR). A bacia do Tacutu está localizada na fronteira com a Guiana, país por onde ela se estende. A parte brasileira tem cerca de 15 mil km², segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A agência planeja incluir dois blocos da bacia no processo de oferta permanente – espécie de prateleira onde ficam os blocos pré-aprovados para leilão –, para avaliação das empresas petrolíferas interessadas.

Segundo o diretor de política de exploração e produção de petróleo e gás natural, da Secretaria Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Jair Rodrigues dos Anjos, a bacia do Tacutu tem uma grande perspectiva, mas há necessidade de mais dados sobre a acumulação de petróleo e gás na região.

“A gente precisa saber das informações, saber do potencial petrolífero das áreas para, aí sim, tomar uma decisão”, disse. Segundo Jair dos Anjos, a última perfuração na região ocorreu na década de 1980, e foi realizada pela Petrobras.

Manifestação ministerial
Também presente no debate, a gerente de projetos da Secretaria-Executiva do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Moara Giasson, informou aos deputados que no início do segundo semestre o MME e o MMA devem divulgar a manifestação conjunta sobre a exploração no Tacutu, documento que autoriza a entrada dos dois blocos de Tacutu na oferta permanente da ANP.

A manifestação conjunta deve indicar as ressalvas socioambientais para a exploração de petróleo e gás na bacia. Após isso é que a agência reguladora poderá publicar uma minuta do edital de licitação dos blocos, realizar a audiência pública sobre o edital e, por fim, publicar o edital de licitação.

“Há uma previsão de leilão [de blocos] o início do ano que vem. Então, a gente tem esse tempo para finalizar todas as manifestações que vão poder entrar em leilão no próximo ano”, disse Moara Giasson.
Renato Araujo/Câmara dos Deputados

Denarium, governador de Roraima, pediu pressa para pesquisas e exploração

Pressa
A audiência pública foi acompanhada pelas principais lideranças políticas do estado, como o governador Antonio Denarium (PP), o prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique (MDB) e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Soldado Sampaio (Republicanos). Eles pediram pressa na realização das etapas que antecedem a colocação dos blocos em licitação.

“Chamo a atenção agora da Petrobras, do Ministério de Minas e Energia, da ANP para que possam fazer o mais rápido possível as pesquisas para exploração no estado de Roraima”, afirmou Denarium.

Já o deputado Gabriel Mota disse que a exploração da bacia do Tacutu é um sonho antigo da população de Roraima. “O nosso povo nunca entendeu como Roraima, que está ali, ao lado da Guiana, que hoje é uma potência de petróleo, nunca explorou”, disse Mota.

Também participaram da audiência pública os deputados Helena Lima (MDB-RR), Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR), Pastor Diniz (União-RR), Defensor Stélio Dener (Republicanos-RR), Sidney Leite (PSD-AM) e João Carlos Bacelar (PL-BA).

AGRÍCOLA

IstoÉ Dinheiro - SP   19/06/2024

A 18ª edição da Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães (BA), bateu recorde em negócios, se encerrando com movimentação de R$ 10,949 bilhões. Os números foram divulgados pela organização da feira de tecnologia agrícola e superam os R$ 8,249 bilhões da edição passada, com avanço de 32,7%.

Quanto ao público, a Bahia Farm Show também foi maior do que o quórum do ano passado. Dados divulgados pela assessoria de imprensa da feira mais cedo indicam que a edição deste ano teve 111.377 visitantes, superando os 100.262 de 2023.

Segundo a organização da Bahia Farm Show, os setores que lideraram as vendas foram os de revendas de máquinas agrícolas, como plantadeiras, colheitadeiras e tratores, e da linha amarela, voltada para a construção civil, além das concessionárias de veículos, equipamentos de irrigação e estruturas para armazenagem.

A feira contou com a exposição de mais de mil marcas de 434 empresas distribuídas em uma área total de 262 mil metros quadrados, que incluiu estacionamento externo e três galpões cobertos.

De olho na próxima edição, a 19ª Bahia Farm Show tem data marcada e será realizada entre 9 e 14 de junho de 2025.

A feira agrícola terá oficialmente um dia a mais, destinado para a abertura na segunda-feira, que contará com a presença de representantes do poder público, expositores, patrocinadores, produtores, representantes do setor agrícola e público em geral.

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INDA

O INDA, Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, é uma Instituição Não Governamental, legalmente constituída, sem fins lucrativos e fundada em julho de 1970. Seu principal objetivo é promover o uso consciente do Aço, tanto no mercado interno quanto externo, aumentando com isso a competitividade do setor de distribuição e do sistema Siderúrgico Brasileiro como um todo.

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