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19 de Abril de 2024

SIDERURGIA

Exame - SP   19/04/2024

Dez milhões de toneladas de aço chinês entraram na América Latina no ano passado, um recorde que ameaça a indústria siderúrgica regional.

— Fechar Huachipato seria uma bomba atômica — diz Carlos Ramirez, funcionário da principal usina siderúrgica do Chile, que está sofrendo com a concorrência feroz da China.

A Huachipato, em Talcahuano, a 500 quilômetros ao sul de Santiago, anunciou a suspensão gradual das operações, sobrecarregada pela avalanche de aço chinês que está inundando os mercados e é vendido no Chile 40% mais barato do que o aço local.

A interrupção das atividades ocorre num momento em que o governo chileno avalia uma petição para impor uma taxa de 25% sobre as importações de aço. Se as operações na fábrica forem suspensas, estarão ameaçados 2.700 empregos diretos e 20 mil indiretos.

No Brasil, o maior produtor de aço da região, também há preocupação. No ano passado, as importações da China aumentaram 50% e a produção caiu 6,5%, de acordo com o Instituto Aço Brasil.

A Gerdau, uma das maiores siderúrgicas do país, já demitiu 700 trabalhadores. Os últimos, em fevereiro, deixaram a usina de Pindamonhangaba, em São Paulo, devido ao "cenário desafiador enfrentado pelo mercado brasileiro diante das condições predatórias das importações chinesas de aço ", informou a empresa, que não quis responder às perguntas da AFP.

Devido à forte concorrência da China, a Gerdau decidiu colocar funcionários da sua fábrica em São José dos Campos em layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho ou tempo de inatividade) por cinco meses, a partir deste mês.

As siderúrgicas brasileiras também estão exigindo uma tarifa de 25%, como a imposta pelo México sobre 205 tipos de produtos siderúrgicos, alinhando suas tarifas com as dos Estados Unidos, seu principal parceiro comercial.

No México, o aço é responsável por 1,4% do PIB e gera 700 mil empregos. De acordo com dados oficiais, 77,5% das exportações vão para os Estados Unidos.

O governo americano, que anunciou nesta quarta-feira que vai encaminhar um pedido de aplicação de sobretaxa sobre o aço chinês, quer coibir as brechas para que o produto da China entre no mercado americano via uma triangulação com o México.

China está 'presente demais'

Nas últimas duas décadas, a China aumentou sua participação no mercado mundial de aço de 15% para 54%, de acordo com a Associação Latino-Americana de Aço (Alacero).

Na América Latina, as importações cresceram em um recorde de 44% em 2023, para mais de 10 milhões de toneladas. Duas décadas atrás, a China exportava apenas 85 mil toneladas de aço.

— A China está muito presente na América Latina — lamenta Alejandro Wagner, diretor executivo da Alacero. — Ninguém é contra o comércio entre países, mas sempre falamos de comércio justo.

As preocupações com o excesso de capacidade da indústria siderúrgica chinesa cresceram nos últimos anos, devido à crise no setor de construção civil do país, que reduziu sua demanda por aço.

Em uma recente visita à China, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, expressou preocupação com o "excesso" de produção chinesa e disse que os Estados Unidos "não aceitarão" que o mundo seja inundado por produtos do país vendidos abaixo do custo. Em 2018, os EUA impuseram uma tarifa adicional de 25% sobre o aço chinês.

Doloroso 'terremoto social'

O fechamento do Huachipato, de propriedade do grupo privado CAP, seria um duro golpe para Talcahuano, um porto do sul do Chile, onde o Huachipato tem sido o principal pilar há 70 anos e onde desempenha um importante papel social. O clube de futebol Huachipato, atual campeão chileno, nasceu sob suas asas.

Carlos Ramirez está envolvido com a empresa desde criança. Primeiro como jogador nas divisões inferiores, depois como profissional e, quando se aposentou do esporte, como diretor de um dos sindicatos da empresa.

— O que estamos passando é muito doloroso — disse o homem de 56 anos, que viajou a Santiago com outros líderes para expor o "terremoto social" que se aproxima.

Em último esforço para se manter à tona — após perdas de mais de US$ 1 bilhão desde 2009 — Huachipato solicitou à Comissão Antidistorção do Chile uma tarifa de 25% sobre o aço importado.

A Comissão encontrou "provas suficientes para apoiar a existência de dumping" — venda de um produto abaixo do custo — por parte da China e recomendou uma taxa de 15%, considerada "insuficiente" por Huachipato.

— Não estamos pedindo subsídios ou resgates. A Huachipato tem a capacidade de ser lucrativa em um ambiente competitivo — disse seu gerente, Jean Paul Sauré.

Para o governo do esquerdista Gabriel Boric, a Huachipato é uma empresa estratégica, especializada em insumos essenciais para a mineração: barras e esferas de aço para moagem de cobre, do qual o Chile é o maior produtor mundial.

Durante a pandemia, quando o comércio mundial foi interrompido, "foi a Huachipato que manteve o fornecimento de aço do país", disse o ministro da Economia, Nicolás Grau.

A decisão de impor medidas de proteção não é fácil. O Chile assinou um Tratado de Livre Comércio com a China em 2006, o que o expõe a possíveis retaliações comerciais.

Na América Latina, o aço gera 1,4 milhão de empregos, que são altamente especializados e de difícil reconversão.

O impacto a curto prazo na região dependerá da adoção de medidas pela China para reduzir seu excesso de produção e, em nível local, de iniciativas para restringir a entrada de aço, disse José Manuel Salazar-Xirinachs, secretário executivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Exame - SP   19/04/2024

O governo dos Estados Unidos impôs na manhã desta quinta-feira, 18, sanções contra o Irã, em resposta ao ataque "sem precedentes" realizado pelo país contra Israel, neste fim de semana. Em comunicado, o presidente Joe Biden reafirmou sua defesa de Israel e disse que os norte-americanos "ajudaram a derrotar este ataque".

Biden disse que os EUA miram agora novas sanções e controles sobre as exportações do Irã. A punição mira líderes e entidades conectadas à Guarda Revolucionária islâmica, ao Ministério da Defesa do país e ao programa de mísseis e drones do governo de Teerã.

O presidente dos EUA afirmou que discutiu com os líderes do G7 na manhã desta quinta o compromisso de "agir coletivamente para elevar a pressão econômica sobre o Irã". E acrescenta que aliados devem emitir sanções e medidas adicionais para restringir os programas militares do país persa.

Biden lembrou que, durante seu governo, os EUA impuseram sanções contra mais de 600 indivíduos e entidades, incluindo o Irã e aliados dele, como o Hamas, o Hezbollah e os Houthis, e acrescenta que manterá essa pressão.

O presidente dos EUA ainda reforça o compromisso com a segurança do Irã e diz que "não hesitaremos em adotar todas as ações necessárias para tornar vocês responsáveis", referindo-se aos autores do mais recente ataque iraniano.

Em outro comunicado, o Tesouro americano detalha os alvos das ações, 16 indivíduos e duas entidades, com vínculos com os programas de drones do Irã, por exemplo. O setor siderúrgico do Irã também foi punido, e a nota lembra que ele gera bilhões de dólares ao país anualmente, sobretudo com a exportação de aço.

Monitor Digital - RJ   19/04/2024

Após meses seguidos de alta, as exportações de sucatas ferrosas, insumo usado na fabricação de aço pelas siderúrgicas, caíram com força em março deste ano. As exportações alcançaram 36.658 toneladas no mês passado, um recuo de 48,7% em relação a março de 2023, com 71.399 toneladas. Se comparadas a fevereiro deste ano, com 74.099 toneladas, a redução foi ainda maior, de 50,5%.

No primeiro trimestre do ano, as exportações em 2024 somaram 188.262 toneladas, volume ainda superior em 11,6% ante os três primeiros meses de 2023, com 168.629 toneladas, conforme dados divulgados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

“As dificuldades no mercado interno continuam, apesar da pequena melhora, mas em março alguns fatores excepcionais levaram à queda das exportações: fretes marítimos em alta em função de conflitos no Mar Vermelho; período de ramadã para os muçulmanos, com diminuição dos negócios; e eleições na Índia, um dos grandes consumidores de sucata brasileira”, afirma Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,5 mil empresas que praticam a economia circular, reinserindo insumos no ciclo da transformação.

Segundo Alvarenga, não está claro qual será o comportamento do mercado de sucata ferrosa nos próximos meses.

“Há uma incógnita tanto no exterior como no mercado nacional. A melhora interna é pontual e o momento das empresas de reciclagem de ferro e aço é de cautela”, diz o presidente do Inesfa.

Uma das maiores preocupações do setor é a questão tributária. A reforma, de acordo com Alvarenga, penalizou a reciclagem no Brasil.

“Caso não haja mudanças no texto, a PEC/45-2019, aprovada no Congresso, deverá onerar o setor em cerca de 27,5% de imposto. Atualmente, a reciclagem é isenta do PIS e Cofins na venda à indústria de transformação (situação ainda em análise no STF) e tem o diferimento de ICMS nas operações dentro do Estado”, afirma.

De acordo com o relatório Global Waste Management Outlook 2024, publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em março deste ano, mais de 2 bilhões de toneladas de lixo são geradas mundialmente a cada ano. A entidade relata que a falta de medidas eficazes pode fazer com que a produção global de resíduos chegue a 3,78 bilhões de toneladas até 2050, o que representa uma alta de 56% quando comparado ao ano de 2020. A gestão incorreta destes resíduos coloca em risco a existência de paisagens únicas e icônicas ao redor do mundo, que sofrem com o acúmulo de sujeira.

Investing - SP   19/04/2024

A U.S. Steel e sua compradora japonesa Nippon Steel disseram que a companhia sediada em Pittsburgh continuará a ser uma "empresa norte-americana icônica" mesmo após uma aquisição planejada de 14,9 bilhões de dólares, repetindo a promessa do presidente norte-americano, Joe Biden, a trabalhadores siderúrgicos locais.

As duas gigantes do aço responderam horas depois que Biden prometeu, na quarta-feira, que a U.S. Steel permaneceria uma "empresa totalmente norte-americana", repetindo sua oposição ao acordo. "E isso vai acontecer, eu prometo a vocês", disse Biden à multidão que o apoiou durante um evento em Pittsburgh.

A U.S. Steel Corp concordou em ser comprada pela Nippon Steel por 14,9 bilhões de dólares, mas o acordo foi descrito como sob ameaça desde que o presidente democrata anunciou sua oposição à negociação no mês passado.

"A parceria entre a U.S. Steel e a Nippon Steel é a combinação certa para garantir que a U.S. Steel continue sendo uma empresa norte-americana icônica para as próximas gerações", disseram as siderúrgicas em um comunicado conjunto.

"Seu nome icônico permanecerá inalterado e seus produtos continuarão a ser extraídos, derretidos e fabricados nos Estados Unidos", disse o comunicado, acrescentando que os empregos e as fábricas serão protegidos.

A parceria também fortaleceria a resistência da indústria siderúrgica dos EUA contra as ameaças da China e apoiaria a aliança "crucial" entre os EUA e o Japão, disseram as empresas.

Uma autoridade sênior não quis dizer se Biden usaria as alavancas do governo para impedir a concretização do acordo.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   19/04/2024

O noticiário econômico é focado no curto prazo porque vem muito de analistas e instituições financeiras atuantes neste horizonte em que procuram ganhar dinheiro. Não busca lições do passado nem discute as previsões mais longas. Usualmente, estas últimas repetem o presente quase sem alterações.

O relatório Focus, do Banco Central, que aponta previsões de analistas, vem mostrando taxas do PIB para o ano corrente que se alteraram. As desta semana, por exemplo, são de um crescimento de 1,95%, taxa que veio subindo devagar, mas persistentemente, há nove semanas. Mas a previsão para 2025, 2026 e 2027 é de 2%, há 18, 36 e 38 semanas, respectivamente.

Assim, não há lições do passado e simplesmente se prevê que o mau desempenho do PIB vai continuar. Quanto ao passado, desde 1980 a economia passou a crescer bem menos do que crescia até então, levando assim à estagnação, tomada como um crescimento abaixo do seu potencial.

Por que cresceu menos? Como poderia crescer mais? A sociedade brasileira não parece se preocupar com isso e a sua classe política tampouco, pois sabe que o assunto não atrai eleitores, além de ela ter seus próprios interesses pessoais e de grupos.

Um crescimento bem maior exigiria efetiva ampliação dos investimentos públicos e privados em formação do capital fixo da economia, em novas fábricas, fazendas, estabelecimentos comerciais e de serviços, em infraestrutura e outros itens, e ampliação do capital já existente, o que geraria mais produção, renda e empregos. Mas o Brasil vem investindo muito pouco, e a última medida pelo IBGE do investimento total em relação ao PIB foi de 16,5%, em 2023. Um gráfico do economista Francisco Pessoa Faria relativo ao período 1995/2023 revelou média de 17,6%, e só em cinco anos ficou entre 20% e 21%. Idealmente, essa taxa deveria estar sempre acima de 25%.

Há aí uma questão estrutural dificílima de resolver. No período pós-1980 o Estado brasileiro cresceu muito a sua arrecadação tirando recursos de famílias e empresas que investem proporcionalmente mais que ele. E, também, reduziu seus próprios investimentos. Dados do Instituto Brasileiro de Economia da FGV revelam que os investimentos públicos como proporção do PIB atingiram 11% do PIB por volta de 1974, mas hoje estão perto de apenas 2% (!) do PIB. Não sou contra a ampliação de gastos sociais, mas sua expansão deveria ser mais equilibrada de forma a permitir uma renovada expansão dos investimentos públicos em formação de capital. Para isso, seria preciso fazer ajustes também nas despesas públicas em geral, mas os governos nos seus vários níveis abominam isso. O federal só quer saber de aumentar impostos.

Mas em que ponto estamos hoje na economia? 2023 fechou com o PIB crescendo a 2,9%, mas muito influenciado por uma excepcional safra agrícola, e 2024 começou com previsões de 1,5% e veio caminhando até chegar à de 1,95% já citada, refletindo alguma melhoria do mercado de trabalho, expansão do consumo e inflação mais baixa. É pouco, mas transparece uma satisfação de vários segmentos com apenas isso, o que atribuo a baixas aspirações da sociedade e de seus governantes quanto ao crescimento. O Brasil cresce menos que a média de seus pares no grupo dos países emergentes e vamos ficando para trás.

O Executivo federal se enroscou no seu gravíssimo problema fiscal, este com sério impacto no seu endividamento, o que tem ramificações nos juros altos, que levam a uma maior expansão da dívida. Imaginou um arcabouço fiscal com um déficit primário (que exclui juros da dívida) zerado em 2024 e superávits a partir de 2025 até o fim do mandato, mas já começou a se desviar dessas metas, aceitando aumentos de despesas. O próprio presidente Lula não acredita no arcabouço e é propenso à gastança.

Mesmo que não fosse, vê-se também tolhido pelo maior poder do Congresso na gestão das finanças federais. Num editorial no dia 10 deste mês, intitulado Caindo na real, este jornal citou o economista Luiz Schimura, da FGV: “(...) em 2014, 83% dos recursos discricionários da União distribuídos a Estados, municípios e entidades privadas foram feitos diretamente pelo Executivo e 17% por emendas parlamentares. Em 2023 as emendas parlamentares representaram 46% refletindo o poder do Legislativo no Orçamento”. Segundo o mesmo economista, “a visão geral é de que a multiplicação das emendas pulveriza os recursos em ações paroquiais, em detrimento de uma estratégia nacional de investimento do Estado”. Assim, o Executivo também está tolhido pelo Congresso.

Neste contexto, lamento não ver perspectivas de um crescimento bem mais forte, que também ajudaria a resolver problemas de várias naturezas. Não há vontade nem pressão política nessa direção. O único segmento que vejo com um potencial para exercer essa pressão seria o dos empresários. Suas entidades deveriam unir-se para tanto, ir além da defesa dos próprios interesses e passar também aos do Brasil.

IstoÉ Online - SP   19/04/2024

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Nova York, John Williams, afirmou não sentir urgência de cortar juros. O dirigente disse que as taxas dos Estados Unidos precisarão cair eventualmente, mas que o momento do relaxamento será determinado pela evolução da economia – que, na sua visão, segue bastante aquecida.

“É bom ter a economia forte, mas dados sugerem que os juros que temos não a fez desacelerar tanto assim”, comentou ele, em um painel do evento World Economy Summit, realizado pelo Semafor.

Williams também afirmou que o Fed poderia voltar a elevar juros, caso os dados assim exigissem. No entanto, ele disse que esse não é o seu cenário base.

Com direito a voto no conselho do Fed, o dirigente ressaltou que houve progresso na desinflação, embora considere que o trabalho não está concluído.

O Estado de S.Paulo - SP   19/04/2024

As declarações dadas nesta quarta-feira, 17, pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, levaram o mercado a prever, ou ao menos considerar, uma diminuição no ritmo de cortes de juros já no mês que vem, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) volta a se reunir, entre os dias 7 e 8.

Em Washington, durante evento da XP Investimentos, Campos Neto disse que o comitê pode pisar no freio se as incertezas seguirem muito altas. Junto com o compromisso de que o BC fará tudo o que for necessário para a inflação voltar à meta central, fixada em 3%, a fala foi entendida no mercado como um aviso sobre a reunião do Copom de maio.

Até então, o BC vinha enfatizando em documentos e declarações de diretores que, a despeito das incertezas tanto internas quanto externas, o cenário-base não tinha mudado, de modo que havia um consenso no mercado de que a redução no ritmo de cortes da Selic era uma possibilidade apenas para junho. Para maio, havia uma unanimidade de que haveria um corte de 0,5 ponto porcentual, como indicado nos documentos da última reunião.

Essa percepção, porém, foi mudando ao longo da semana, na esteira da escalada das tensões no Oriente Médio, dado o ataque de drones iranianos a Israel no sábado, seguida por mudanças, no Brasil, nas metas do arcabouço fiscal. Em paralelo, são cada vez maiores as apostas de que o Federal Reserve vai esperar mais tempo para começar a diminuir os juros nos Estados Unidos. O reflexo apareceu no câmbio, que chegou a bater em R$ 5,28 durante o pregão de terça-feira, a maior cotação em mais de um ano.

Com a mensagem de Campos Neto, a leitura é a de que o BC abandonou a sinalização, o chamado forward guidance, de manutenção em maio do ritmo de cortes das últimas reuniões do Copom. Abriu-se, assim, completamente a porta para o colegiado diminuir o passo pela metade, de 0,5 para 0,25 ponto porcentual daqui a três semanas.

Economistas começaram a incorporar essa tendência no cenário, e agora entendem que o BC tem um espaço menor para cortar juros. Entre as revisões anunciadas nesta quarta-feira, a equipe da ASA Investments passou a ver uma flexibilização mais lenta a partir de maio, e uma Selic a 9,75%, e não mais 8,5%, ao fim do ciclo de cortes.

Quem não refez as contas reconhece que aumentou a probabilidade de o BC ser mais conservador. Na curva de juros futuros, onde os investidores colocam o dinheiro, uma redução de 0,25 ponto passou a ser precificada integralmente.

“Tudo pode mudar até o próximo Copom, mas, por enquanto, é razoável discutir essa possibilidade de reduzir o ritmo já em maio”, disse o economista-chefe do PicPay, Marco Caruso, que também vê o corte de 0,25 ponto porcentual como o mais provável.

Ao indicar que os juros podem cair menos do que era esperado, as falas de Campos Neto, a oito meses do fim de seu mandato, também podem ter desdobramentos políticos, alimentando protestos dentro e ao redor do governo.

Ex-diretor do BC, Luís Eduardo Assis acredita que as palavras de Campos Neto serão usadas para aumentar a tensão entre governo e BC, sendo que os atritos podem piorar ainda mais quando o ciclo de cortes de juros perder ritmo, algo que, na avaliação do economista, deve acontecer apenas em junho. “Difícil achar hoje alguém que espere a Selic fechando o ano em 9%.”

O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, prevê um racha entre diretores do BC na próxima reunião do Copom, cujas decisões têm sido tomadas por unanimidade. “A partir do momento em que tivemos mudanças no fiscal, há a possibilidade de o BC também ajustar a sua condução da política monetária. É possível que o Copom de maio já apresente divergências”, projeta o economista. / Eduardo Laguna, Denise Abarca, Marianna Gualter, Gabriela Jucá, Francisco Carlos de Assis e Daniel Tozzi Mendes

Agência Brasil - DF   19/04/2024

A incerteza econômica internacional agravou-se nas últimas semanas e, por enquanto, comprometeu a capacidade de o Banco Central (BC) antever os desdobramentos da crise, disse nesta quinta-feira (18) o presidente da instituição BC, Roberto Campos Neto. Ele concedeu entrevista coletiva ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e disse que a autoridade monetária só intervirá no câmbio em caso de mau funcionamento dos mercados.

“O câmbio flutuante serve a um bom propósito. Nós achamos que, se você intervir contra algo que é estrutural, o que você faz é criar distorção em outras variáveis macroeconômicas. O câmbio flutuante serve a um bom propósito porque é um absorvedor de choques [econômicos externos]”, disse Campos Neto em Washington, após uma reunião de ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do G20.

Na avaliação do presidente do BC, atualmente existem três cenários: o prolongamento da incerteza, o retorno à normalidade após algumas semanas e uma continuidade da turbulência externa que gere uma “reprecificação” (revisão das estimativas econômicas) pelo mercado. Segundo Campos Neto, somente após alguma definição será possível haver uma reação por parte da autoridade monetária.

Para Campos Neto, o mercado financeiro global ficou mais sensível a dados da economia dos Estados Unidos e a declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). Isso levou à disparada do dólar nas últimas semanas, em reação ao aumento da demanda pelos juros dos títulos públicos norte-americanos, considerados os investimentos mais seguros do planeta.
Situação forte

O presidente do BC ressaltou que o Brasil está menos frágil que outros países emergentes porque tem as contas externas “muito fortes”, com alto volume de dólares entrando no país por causa das exportações. “Sim, o dólar forte é sempre um problema e pode gerar reação dos Bancos Centrais ao redor do mundo, mas, no caso do Brasil, vemos que a situação tem sido melhor”, declarou Campos Neto.

O ministro da Fazenda destacou que o planeta foi pego de surpresa com a mudança na rota do Fed. O Banco Central norte-americano pretende adiar para o segundo semestre o início da queda dos juros na maior economia do planeta por causa da inflação mais alta que o previsto nos Estados Unidos.

“Quando saiu a inflação brasileira de março, saiu meia hora depois a americana. Se você pegar o que aconteceu com o mercado nessa meia hora, dá para entender bem a mudança de humor”, disse Haddad. “Quando o mercado aposta forte, qualquer reversão de expectativa machuca muito o investidor, e o mercado estava muito comprado [apostando na queda do dólar], e com razão, na tese de que em algum momento no primeiro semestre o Fed começaria o ciclo de cortes”, acrescentou.
Juros

Em relação ao futuro da Taxa Selic (juros básicos da economia), Campos Neto disse que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) dependerá do nível de incerteza na economia global. “Dependendo do caminho, a gente vai ter, vamos dizer assim, uma reação. Mas não tem como antecipar muito o que vai ser feito porque a gente está num processo de reprecificação e a gente não tem ainda visibilidade do que vai acontecer.”

Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano, após seis cortes consecutivos de 0,5 ponto desde agosto do ano passado. A próxima reunião do Copom ocorrerá em 7 e 8 de maio. Na reunião anterior, em março, o Copom tinha previsto um novo corte de 0,5 ponto, mas os investidores apostam que a redução pode ser de apenas 0,25 ponto, após a recente disparada do dólar.

Na quarta-feira (17), Campos Neto afirmou, durante a viagem aos Estados Unidos, que a manutenção da incerteza elevada pode significar uma redução do ritmo de afrouxamento monetário e até abre porta para uma nova alta nos juros nos próximos meses. Ele deu a declaração em uma reunião com investidores na capital norte-americana.

Nesta quinta-feira, o mercado teve um dia de estabilidade. O dólar comercial encerrou vendido a R$ 5,25, com alta de apenas 0,12%. A bolsa de valores de São Paulo fechou com alta de apenas 0,02%, após passar a maior parte do dia em queda.

Globo Online - RJ   19/04/2024

A disparada do dólar esta semana, após a mudança das metas fiscais e da sinalização de que os juros não devem cair tão cedo nos Estados Unidos, fez crescer entre os analistas a expectativa de um corte menor no juro básico da economia brasileira, a Taxa Selic, já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em 8 de maio.

O corte de 0,25 ponto percentual na taxa, de 10,75% ao ano para 10,50%, que antes sequer era cogitado, já virou a aposta de alguns bancos e casas de análise. Outros mantêm a expectativa de redução de 0,50 ponto percentual, para 10,25%, mas reconhecem que o risco de um corte menor aumentou consideravelmente. Se a estimativa mais conservadora se tornar realidade, a possibilidade de a Selic terminar o ciclo de queda ainda em dois dígitos aumenta.

Em poucos dias, o dólar saiu de R$ 5,10 para cerca de R$ 5,25, repercutindo uma perspectiva de juros maiores nos Estados Unidos por mais tempo e a redução de credibilidade do ajuste fiscal no Brasil, após o governo decidir mudar as metas de resultado primário (receita menos despesas antes do pagamento dos juros da dívida) 2025 em diante.

A alta do dólar atinge diretamente a inflação, já que uma parcela da economia ainda responde aos movimentos da moeda, principalmente commodities agrícolas, como soja e milho, e parte da indústria, principalmente a de alta tecnologia que usa peças importadas, como chips para aparelhos eletrônicos. Por isso, no balanço de riscos que o BC acompanha para calcular a taxa de juros, a alta do dólar joga contra a queda da Selic.

Na última quarta-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deu um recado sobre como o BC pretende agir diante do agravamento das incertezas locais e globais. Em um evento paralelo às reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington (EUA), Campos Neto disse que, se a incerteza continuar elevada como atualmente, “pode significar a redução no ritmo (de corte da Selic)”. Já se houver redução de incertezas, a autoridade monetária deve manter o “caminho usual”.

Indicação de corte de 0,5 ponto percentual na ata da última reunião

Como na última reunião do Copom o BC havia indicado que pretendia reduzir os juros de 10,75% para 10,25% em maio se não houvesse grandes mudanças no cenário local e global, muitos economistas começaram a considerar que o estresse global desta semana levaria o corte dos juros a ser menor, de 0,25 pp, para 10,50% - o que estava fora da mesa até semana passada.

O economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, é um deles. Oliveira passou a prever agora um corte de 0,25 ponto porcentual no Copom de maio, de 10,75% para 10,50%. No fim do ano, a Selic chegaria a 9,75% e não mais a 9%. “Neste cenário (de fim de ano), está incorporada a expectativa de redução gradual das incertezas ao longo do segundo semestre”, disse, em relatório distribuído a clientes.

Outra instituição financeira que já mudou a projeção é a gestora ASA Investments, também já prevendo corte de 0,25pp em maio e que o juro terminaria o ciclo de queda em 9,75%.

Já o economista e sócio da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, ainda mantém a expectativa de uma queda para 10,25%, mas reconhece que, se nada mudar até a reunião do Copom, provavelmente o BC deve optar por um corte de 0,25 ponto percentual.

— Se houver uma mínima acomodação tanto lá fora quanto aqui, ainda dá para confirmar um corte de 0,50 pp —, disse, mencionando que a taxa de juros ainda está elevada em relação ao nível neutro (que não aumenta nem reduz a inflação).

Na avaliação de Silvio Campos Neto, uma acomodação do estresse atual teria mais chance de vir do cenário externo, já que, até o Copom, novos dados da economia americana poderiam acalmar o mercado financeiro. Já no cenário fiscal brasileiro é difícil ter alguma notícia que melhore o humor.

— O governo tem um repertório pobre, em um cenário político hostil. É uma nota só, correr atrás de receita. Não está errado, tem que reduzir isenção, tem muita coisa errada, mas tem limites.

Dois dígitos

Da mesma forma, a economista-chefe da consultoria Buysidebrazil, Andrea Damico, ainda vai aguardar os próximos eventos para avaliar uma mudança em sua expectativa para os juros, que embute um corte de 0,50 pp em maio, com a Selic terminando o ciclo em 9,25%.

Andrea explica que a manutenção dessa projeção depende do retorno do dólar para o nível de R$ 5,10 ao menos. “Com o nível atual, o ritmo mais provável parece ser de 0,25 pp. Por outro lado, para interromper o ciclo de queda, a barra nos parece alta, precisaria de uma boa depreciação adicional da moeda”, disse, em relatório enviado a clientes.

Segundo a economista, caso o dólar se estabilize no patamar de R$ 5,30, muito provavelmente a Selic precisaria ficar acima de 10% no fim do ciclo de queda. Para Silvio Campos Neto, se o BC decidir por reduzir o ritmo de corte para 0,25 pp já em maio, também fica mais provável que os juros continuem em dois dígitos.

— Não só pela questão matemática, mas porque o cenário piorou nos últimos meses e, especialmente, nos últimos dias, com perspectiva de juros mais altos do que se pensava nos Estados Unidos e com mais riscos fiscais.

MINERAÇÃO

Investing - SP   19/04/2024

Os contratos futuros de minério de ferro subiram pela segunda sessão consecutiva nesta quinta-feira, sustentados por expectativas elevadas de aumento da demanda na China, principal mercado consumidor do minério, devido à melhora da demanda downstream e das margens do aço.

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 3,07%, a 874 iuanes (120,75 dólares) a tonelada, renovando a máxima em mais de um mês alcançada na quarta-feira, com um aumento de mais de 4%.

O minério de ferro de referência de maio na Bolsa de Cingapura subia 0,52%, a 116,45 dólares a tonelada, o maior valor desde 8 de março, após um aumento de mais de 5% no dia anterior.

"O que impulsionou essa rodada de alta de preços foi a desestocagem mais rápida do que o esperado de produtos de aço para construção... e isso também elevou as expectativas de retomada da produção e reposição de matérias-primas entre as siderúrgicas", disseram analistas da Jinrui Futures em nota.

"A demanda por aço aumentará ainda mais com o ritmo acelerado da emissão de títulos especiais e com o progresso da atualização de equipamentos no segundo trimestre."

Algumas usinas começaram a estocar cargas para atender às necessidades de consumo durante o feriado do Dia do Trabalho que se aproxima.

Os volumes de transações de cargas de minério de ferro nos portos pesquisados pela Mysteel subiram 24,6% em relação à terça-feira, para 1,15 milhão de toneladas na quarta-feira, mostraram dados da consultoria.

Notícias de que o planejador estatal da China disse que promoveria todos os novos projetos financiados por dívidas para iniciar a construção até o final de junho também apoiaram os preços.

Outros ingredientes de fabricação de aço na bolsa de Dalian avançaram ainda mais, com o carvão metalúrgico e o coque subindo 2,17% e 2,02%, respectivamente.

Máquinas e Equipamentos

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   19/04/2024

O cenário está montado para a Caterpillar revelar seus mais novos produtos, serviços e tecnologias na M&T Expo, a maior feira de construção da América Latina que acontece de 23 a 26 de abril de 2024, no São Paulo Expo.

Em um estande de mais de 1.550 m², a marca lança as escavadeiras de grande porte 340 e 350, projetadas especificamente para clientes que precisam de máquinas maiores, equipadas com sistemas como Lift Assist, Auto Dig Boost, E-fence, Grade 2D e Payload.

“As atualizações foram projetadas para aumentar a eficiência no local de trabalho, promover a evolução da tecnologia da Caterpillar e apresentar soluções convenientes para todos os clientes”, afirma a companhia.

Outros novos modelos em exposição incluem a pavimentadora de asfalto de esteira AP455, projetada para ruas urbanas, estacionamentos e outras aplicações de porte pequeno a intermediário.

Agora fabricada no Brasil, a carregadeira 950 GC (foto) também marca presença, assim como a próxima geração de carregadeiras de rodas compactas, incluindo o modelo Cat 924.

Além desses equipamentos, também é apresentada a retroescavadeira Cat 416, com transmissão Powershift 4WD opcional.

No estande, a área de Tecnologia também apresenta uma variedade de soluções, como a plataforma VisionLink, baseada em nuvem e que fornece uma solução integrada de gerenciamento de frota.

Outro destaque é o sistema Cat Command, para equipamentos controlados remotamente, semiautônomos ou totalmente autônomos, além do sistema de controle de nivelamento Cat Grade e da ferramenta de suporte Cat Central, agora com o novo aplicativo Cat SIS2GO.

“As áreas de Tecnologia, Serviços e Soluções trazem aos visitantes a oportunidade de encontrar diferentes maneiras de aumentar a eficiência operacional e melhorar o tempo de atividade das máquinas”, diz a empresa.

Por fim, os visitantes também conferem os serviços Cat Rebuilds e Cat Reman, com opções da marca para reparo e remanufatura.

“Um display do motor Cat C9 Reman permite que os participantes cheguem perto de um motor Cat Reman real”, descreve a Cat.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   19/04/2024

Fabricantes europeus de autopeças reportam receitas de vendas e lucros mais baixos

Os registros de automóveis novos na União Europeia (UE) caíram em março para seu menor nível em mais de um ano, impactados pelo feriado da Páscoa e em linha com uma tendência de abrandamento da demanda.

Os registros de carros novos do bloco, que refletem as vendas, caíram 5,2% em março em base anual – a maior queda desde novembro de 2022, quando as vendas caíram 6,1%, de acordo com a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis.

Os analistas esperem um ano de baixa para o setor automobilístico em meio às altas taxas de financiamento para os consumidores.

Essa tendência refletiu-se em menos registros na UE para os principais fabricantes de automóveis do bloco. As vendas do Grupo Volkswagen da Alemanha caíram 9% em março em comparação com o ano anterior, enquanto os registros da Stellantis caíram 13%, disse a associação. A montadora francesa Renault Group teve 2,1% menos vendas.

Os fabricantes de automóveis alemães de luxo Mercedes-Benz Group e BMW Group – que apostam em modelos de luxo mais rentáveis – registaram quedas de 1,7% e 6,7%, respectivamente.

Os registros caíram em cada uma das maiores economias da UE, liderada pela Alemanha, com uma diminuição de 6,2%, disse a associação.

Os registros de veículos totalmente elétricos caíram 11%, refletindo uma tendência global. Os veículos isentos de emissões também cederam alguma cota de mercado a outros tipos de automóveis, representando 13% do total de matrículas do bloco, em comparação com 14% em março anterior.

Fabricantes de autopeças reportam receitas mais baixas

Os fabricantes de peças automotivas na UE relataram esta semana receitas de vendas mais baixas em meio a taxas de câmbio difíceis, e após a queda nas vendas de automóveis do bloco.

Continental, Forvia e Robert Bosch relataram receitas de vendas menores no primeiro trimestre em comparação com o ano anterior. Embora a Continental tenha citado volumes de vendas mais baixos na Europa, a Forvia e a Bosch afirmaram que as taxas de câmbio prejudicaram o modesto crescimento orgânico.

Ainda assim, o diretor financeiro da Bosch, Markus Forschner, disse nesta quinta-feira (18) que a produção de automóveis irá estagnar este ano, provocando cortes de custos na empresa.

“Nossas metas para 2024 são muito ambiciosas – não esperamos nenhum fator favorável econômico e devemos continuar a reduzir custos para permanecermos competitivos”, disse Forschner.

A fabricante alemã de peças automotivas Continental reiterou suas perspectivas para 2024, apesar dos números preliminares mais baixos do primeiro trimestre, tanto para receitas quanto para lucro ajustado antes de juros e impostos.

O trimestre foi muito mais fraco do que o esperado, disseram analistas da Stifel em relatório, acrescentando que a empresa deve provar aos investidores que pode atingir suas metas anuais.

O risco de não atingir essas metas agora é maior, disseram os analistas. “Há ações positivas em curso dentro do grupo, mas a visibilidade e o momento em que essas ações poderão criar valor ainda estão em debate”, disseram os analistas.

A empresa francesa Forvia teve um primeiro trimestre comparativamente bom, disseram analistas do UBS em relatório. No entanto, os negócios da empresa nos Estados Unidos geraram resultados positivos, enquanto uma queda de 4,7% na produção na Europa – que concentra quase metade das vendas do grupo – pesou em seus resultados financeiros, disse a Forvia.

Infomoney - SP   19/04/2024

O governo do México, sob pressão dos Estados Unidos, está mantendo as montadoras chinesas à distância, recusando-se a oferecer incentivos como terrenos públicos de baixo custo ou cortes de impostos para investimentos na produção de veículos elétricos, disseram três autoridades mexicanas familiarizadas com o assunto.

A última reunião entre importantes autoridades mexicanas e uma montadora chinesa foi em janeiro, disseram as fontes, com executivos da BYD Co. – uma das maiores fabricantes de veículos elétricos do mundo em termos de vendas.

Na reunião, as autoridades mexicanas deixaram claro que não dariam incentivos como os concedidos às montadoras no passado e que as autoridades suspenderiam quaisquer reuniões futuras com as montadoras chinesas, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas.

O gabinete do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. O Ministério da Economia do México também não quis comentar.

Autoridades da BYD e a embaixada chinesa no país latino-americano não responderam imediatamente a um pedido de comentário. Um porta-voz da Casa Branca disse que o presidente dos EUA, Joe Biden, não permitirá que as montadoras chinesas inundem o mercado com veículos que representem uma ameaça à segurança nacional.

A Reuters não conseguiu determinar quais montadoras chinesas solicitaram reuniões desde então. Em geral, as autoridades do governo mexicano não divulgam os subsídios concedidos às empresas para as fábricas.

Atualmente, cerca de 20 montadoras chinesas vendem carros no México, mas nenhuma delas ainda tem uma fábrica no país. Os veículos chineses constituem cerca de um terço do total de ofertas de marcas no México.
Atalho

As fontes atribuíram a medida à pressão do governo dos EUA, especificamente do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), para manter as montadoras chinesas fora da zona de livre comércio estabelecida pelo Acordo de Livre Comércio da América do Norte.

A resposta de um funcionário do USTR à Reuters não abordou a pressão relatada, mas o funcionário disse que o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) não foi feito para “fornecer uma porta dos fundos para a China e outros que possam estar buscando acessar nosso mercado sem pagar tarifas”.

A autoridade afirmou que o USTR está concentrado nessa questão relacionada a automóveis, aço e alumínio.

A intervenção dos EUA reflete o temor cada vez mais agudo da indústria automotiva, dos sindicatos e dos círculos políticos dos EUA de que as montadoras chinesas, como BYD, SAIC, Geely, Chery e JAC, pretendem usar o México como porta de entrada para vender carros elétricos baratos nos Estados Unidos sem pagar as pesadas tarifas norte-americanas, atualmente em 27,5%.

A representante comercial dos EUA Katherine Tai disse na quarta-feira que os EUA precisam tomar medidas decisivas para proteger os veículos elétricos da concorrência chinesa subsidiada.

Valor - SP   19/04/2024

O fornecedor do grupo Honda Motor, G-Tekt, fará parceria com a gigante siderúrgica global ArcelorMittal para produzir uma alternativa mais barata à fundição de peças de chassis de automóveis. O plano é reduzir o custo de fabricação de veículos elétricos, conforme apurou o “Nikkei Asia”.

A G-Tekt receberá tecnologia licenciada da ArcelorMittal, com sede em Luxemburgo, que será usada para formar seções de carroceria de veículos elétricos, combinando entre cinco e dez componentes em uma peça grande.

Ao contrário da gigacasting, à base de alumínio, (processo utilizado pela Tesla e por um número crescente de fabricantes chineses de veículos elétricos), a nova tecnologia usará aço, mais barato. Assim poderá reduzir os custos associados aos componentes da carroceria do veículo em até cerca de 20% em comparação com a gigacasting.

A G-Tekt pretende começar a usar o novo método após 2028 ou mais tarde e irá propô-lo à Honda e outras montadoras japonesas.

A mudança ocorre no momento em que os rivais chineses estão levando vantagem nos preços dos veículos elétricos.

A BYD, maior fabricante de veículos elétricos da China, lançou carros elétricos em seu mercado doméstico custando cerca de US$ 6.500. A guerra de preços levou a Tesla a demitir 10% da sua força de trabalho global.

Liderado pela Tesla, o gigacacasting tornou-se representativo do impulso dos fabricantes de veículos elétricos por maior produtividade. A Toyota está adotando sua própria versão de gigcasting para fabricar seus veículos elétricos, que estarão à venda em 2026.

Enquanto isso, a Nissan usará gigacasting para uma série de veículos elétricos a partir do ano fiscal de 2027, com o objetivo de reduzir cerca de 10% dos custos de material da carroceria do veículo.

Como as montadoras japonesas demoraram a adotar o gigacacasting, algumas consideraram tentar recuperar o atraso usando o aço, mas lutaram para aperfeiçoar a tecnologia.

As peças de aço são revestidas com alumínio para evitar corrosão. Esse revestimento de alumínio deve ser removido nos locais de união do aço, caso contrário as soldas perdem resistência.

A G-Tekt usará a tecnologia laser proprietária da ArcelorMittal para unir os componentes de aço em uma seção maior. Espera-se que os custos iniciais de adoção da tecnologia sejam baixos, uma vez que a G-Tekt poderá utilizar equipamentos de fabricação já existentes.

As baterias e as carrocerias dos veículos são fatores determinantes na guerra de preços dos veículos elétricos. A bateria representa cerca de 30% do custo total do carro, enquanto os materiais que entram na carroceria dos veículos constituem mais de 10% do total. O método de produção da G-Tekt poderá reduzir o custo geral de um veículo elétrico em porcentagem significativa.

Estado de Minas - MG   19/04/2024

Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais, receberá a instalação de uma fábrica de motores da chinesa Saic Motors, com investimento de cerca de R$ 300 milhões e geração de 300 empregos no início das operações na cidade. Será a primeira sede da companhia na América Latina. A Saic Motors é uma das principais fornecedoras de motores e peças para a XCMG e é reconhecida como a maior das quatro grandes fabricantes de veículos da China.

O anúncio foi feito pela prefeitura na tarde desta quinta-feira (18/4). Em novembro de 2023, em visita à China, o governador Romeu Zema (Novo) havia anunciado os planos da XCMG e Saic Motors de trazerem a fábrica de motores para o Brasil. Na quarta-feira (17/4), o prefeito Coronel Dimas, junto do secretário de Desenvolvimento Econômico, José Carlos Costa, realizou uma reunião com o presidente da XCMG, Li Hanguang e o gerente-geral da planta da Saic Motors, Zhao Gang, para alinhar a chegada da empresa na cidade.

Inicialmente, a empresa terá instalações dentro da planta da XCMG, com início de produção previsto para setembro de 2024, com produção inicial de 5 mil motores no primeiro ano. Li Hanguang, presidente da XCMG, expressou entusiasmo com a parceria.

Rodoviário

Valor - SP   19/04/2024

Nos dois últimos anos houve uma participação crescente de novos grupos disputando as concessões rodoviárias

Desafios macroeconômicos, como a taxa de juros elevada, ainda são entraves para expansão do mercado, diz Natália Marcassa, presidente da MoveInfra — Foto: Wenderson Araujo/Valor

O mercado de rodovias começa a observar uma nova onda de investidores no setor, que hoje não depende mais dos operadores consolidados para viabilizar novas concessões.

Esse movimento ficou claro nos dois leilões rodoviários realizados nos últimos dias - da BR-040 em Minas Gerais e do Lote Litoral Paulista -, em que diversos atores relativamente novos no setor participaram ou chegaram perto de apresentar oferta: EPR, Acciona, OHLA, Azevedo & Travassos e outros dois consórcios de empresas de engenharia.

Nos últimos dois anos, também houve a entrada de novos atores: a Starboard levou o contrato do Rodoanel Norte em São Paulo; a italiana INC conquistou o Rodoanel de Belo Horizonte; e, no mercado secundário, a francesa Vinci comprou 55% de uma concessão do Pátria.

Para analistas do setor, trata-se de um movimento relevante, principalmente considerando o grande volume de leilões em estruturação pelos governos. No entanto, ainda há desafios, como a dificuldade de captação de recursos e a oscilação cambial. Além disso, há dúvidas sobre quantos desses novos atores recentes de fato vão persistir no mercado e consolidar plataformas de longo prazo.

A EPR, formada pelo grupo brasileiro Equipav e pela gestora Perfin, é apontada como principal exemplo de um novo grupo que demonstra ter vindo para ficar. Desde 2022, a empresa já conquistou três concessões estaduais do governo de Minas Gerais e dois contratos federais (da BR-040 em Minas e do Lote 2 de rodovias do Paraná).

Mas há um leque variado de investidores que conquistaram ou compraram concessões de rodovias nos últimos anos, e que ainda têm atuação mais tímida: a espanhola Sacyr, com um projeto no Rio Grande do Sul; a Simpar, que tem um contrato no Piauí; a Monte Partners, que adquiriu contratos da Odebrecht no Nordeste; a Starboard; a INC; além de diversos consórcios formados por diferentes construtoras.

Mercado observa novos interessados, como Starboard, EPR, Acciona, INC, OHLA e Vinci

“Ainda é cedo para dizer que alguns desses grupos estão criando plataformas de continuidade para investir no setor. Será necessário observar melhor o apetite daqui para frente. Mas o que já é possível confirmar é que os grandes operadores tradicionais que figuravam como sempre os mesmos nos leilões agora passam a não participar ou a participar discretamente, e vemos outros atores, o que é positivo”, afirma Marcos Ganut, sócio-diretor da A&M (Alvarez & Marsal).

Entre 2019 e 2022, a CCR e a Ecorodovias dominaram os leilões do governo federal. De seis leilões federais realizados no período, cinco tiveram uma das operadoras como vencedora, e praticamente não houve outros concorrentes. Porém, nos últimos dois anos, a participação dos dois grupos tem sido baixa.

Para Natália Marcassa, presidente da MoveInfra e ex-secretária do Ministério de Infraestrutura, o alto volume de projetos de rodovias em estruturação favoreceu a vinda de novos atores nos últimos anos. “Esse movimento é também fruto de um trabalho dos governos de mostrar que tem um ‘pipeline’ extenso de projetos. Então o investidor sabe que se não conseguir um contrato aqui, vai ter outras oportunidades para entrar no mercado”, diz ela.

“Operadores mais tradicionais não têm participado, e há novos atores” Marcos Ganut

“Hoje vemos uma nova onda, com uma multiplicidade de grupos, com diferentes estilos e portes, que vão se interessar por ativos com perfis específicos. Não voltaremos a ver leilões como no início dos anos 1990, em que havia seis, sete interessados. Mas acredito que bons projetos vão atrair interessados”, avalia Rodrigo Campos, sócio do Vernalha Pereira Advogados.

Outro aspecto positivo apontado por especialistas é o avanço na qualidade dos contratos, que passaram a incorporar mecanismos de compartilhamento de riscos e mecanismos de resolução de problemas. “Os contratos de rodovias estão cada dia melhores. Hoje o que reduz o interesse é menos o aspecto regulatório do setor no geral e mais problemas específicos de determinados projetos, como foi o caso do leilão da BR-381 [que não atraiu interessados e teve que ser cancelado, no fim de 2023]”, afirma Letícia Queiroz, sócia do Queiroz Maluf Advogados.

Por outro lado, a percepção é que desafios macroeconômicos ainda afastam novos operadores de peso. “A taxa de retorno dos contratos, quando medida em dólar, é um problema. São projetos que demandam capital intensivo, mas com receita em real, em um país onde a variação cambial é significativa. Qual será a taxa em dez anos? Ninguém consegue responder. Então muitos investidores internacionais preferem um retorno mais previsível”, diz Ganut. Para Marcassa, a taxa de juros ainda elevada é também um desafio, não só para a atração de grupos, mas também para operadores presentes no país.

NAVAL

Agência Brasil - DF   19/04/2024

Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), lançado nesta quinta-feira (18), mapeou 48 estaleiros brasileiros. A constatação é que pelo menos seis estão desativados e nove estão ativos, mas atualmente não têm demanda de projetos navais.

Entre os estaleiros ativos, mas sem demanda atualmente, estão os dois maiores do país: Enseada, na Bahia, e o Atlântico Sul, em Pernambuco. Juntos, os dois têm capacidade para processar mais de 200 mil toneladas de aço por ano, ou seja, 40% da capacidade instalada na indústria naval brasileira.

Outro estaleiro de grande porte que está sem demanda é o QGI, no Rio Grande do Norte. Outro, o Brasa, no Rio de Janeiro, encontra-se desativado, segundo o IBP.

A Petrobras participou da produção do levantamento. Segundo o presidente da estatal, Jean Paul Prates, a empresa, sendo a principal operadora petrolífera no país, tem uma responsabilidade como o pilar principal da demanda naval no Brasil.

“[A indústria naval] não é uma indústria antiquada, superada. Ela tem ciclos novos, que se renovam. [Além do petróleo] vamos continuar precisando de barcos de apoio para as usinas eólicas offshore, para transporte de passageiros, logística”, disse Prates. “Temos que deixar de colocar esse rótulo de que resgatar essa indústria é coisa antiquada, com cheiro de mofo.”

O mapeamento mostra que cinco estaleiros atendem a projetos da Petrobras, inclusive quatro dos 13 grandes mapeados pelo levantamento. Prates citou como exemplo a produção de módulos das plataformas P78, P80 e P83, na Brasfels, no Rio de Janeiro; da P79, no EBR, no Rio Grande do Sul; e da P82, no Jurong Aracruz, no Espírito Santo.

“Temos expectativas para a construção, em breve, da P84 e da P85. Essas [junto com a P82 e P83] são as maiores já construídas pela Petrobras com [capacidade de produção de] 225 mil barris/dia”, disse o presidente da estatal.

Segundo ele, há ainda projetos de embarcações de apoio que serão contratadas em breve pela Petrobras. Somente este ano, serão 34 contratações, sendo 24 já anunciadas neste mês. Dez serão anunciadas até o fim do ano.

No evento, ele também defendeu que o governo crie um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Mar, para estimular a indústria naval.

“É preciso que governo, as entidades financeiras, Fundo de Marinha Mercante, todos participem desse processo também de financiamento dessa indústria. Uma demanda bem mapeada, contratos com agente extremamente sólido, com dinheiro garantido para investimento. Tudo isso não deveria ser difícil ter financiamento”, disse Prates.

Portal Fator Brasil - RJ   19/04/2024

Pelo oitavo mês é recorde consecutivo, com crescimento nas exportações e importações.

Dados do complexo portuário, formado pelos portos de Paranaguá e Antonina, Portos Paraná, revelam crescimento na movimentação de mercadorias no mês de março. Com 5.968.934 toneladas movimentadas, houve crescimento de 11% em comparação ao mesmo mês no ano passado (5.357.799 toneladas).

— Além dos oito meses de recordes seguidos, os números revelam um crescimento considerável em 2024. No primeiro trimestre tivemos um aumento de 16% em comparação ao ano passado. Foram mais de 16 milhões de toneladas movimentadas só este ano —destacou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

Soja e açúcar foram os produtos com as maiores movimentações registradas em março. Ao todo, são 1.525.907 toneladas de soja, contra 1.204.720 toneladas no mesmo mês do ano passado, representando um aumento de 27%. O açúcar em granel também apresentou uma grande demanda de mercado: de 93 mil toneladas, em 2023, passou para 419.899 toneladas em 2024, um aumento de 352%. Já o açúcar em saca passou de 18.054 toneladas no ano passado para 70.220 toneladas este ano (crescimento de 289%).

—As commodities de soja e açúcar impulsionaram a exportação não apenas no mês de março, que foi o melhor do ano até o momento, como no primeiro trimestre de 2024. Já na importação, o fertilizante foi a carga mais movimentada tanto no mês como no primeiro trimestre deste ano— destacou o diretor de Operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira.

O fertilizante passou de 755.763 toneladas em 2023 para 888.506 toneladas em 2024, o que representa um crescimento de 18%. O Porto de Paranaguá segue sendo a principal porta de entrada para a commodity no Brasil, representando 26% da movimentação nacional período, de acordo com o sistema para consultas de dados do comércio exterior brasileiro (Comex Stat).

Monitor Digital - RJ   19/04/2024

Em evento realizado nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) e a Petrobras, com apoio do Sinaval, lançaram o Mapa de Estaleiros do Brasil, parte da iniciativa integrada entre os setores de petróleo, gás, energia e naval para levar informações abrangentes e atualizadas sobre a infraestrutura dos estaleiros e projetos no país de forma acessível e disponível ao mercado.

Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, reforçou que o Mapa dos Estaleiros é um primeiro passo para avançar no debate sobre temas como conteúdo local e da indústria naval brasileira. Nesse contexto, a demanda da Petrobras é um pilar fundamental. O executivo avalia que o Mapa atende a necessidade de apresentar esta infraestrutura dos estaleiros nacionais para o mercado internacional em sinergia com a demanda firme da Petrobras e a implementação de uma política de governo.

“A indústria naval é relevante em escala global, não é antiquada. Noruega e Espanha tiveram ciclos relevantes na indústria naval, bem como os japoneses e coreanos com fortes investimentos em estaleiros. O Brasil está retomando sua posição na rota do crescimento do setor naval”, analisa Jean Paul Prates.

“Em meio à retomada da atividade naval, a colaboração entre a indústria de petróleo e gás e o setor naval se fortaleceu para promover transparência e impulsionar o desenvolvimento da infraestrutura brasileira e o mapa é uma das iniciativas. Uma ferramenta colaborativa e um esforço conjunto entre o IBP, a Petrobras e o Sinaval, em uma importante aproximação intersetorial que permite uma visão ampla e atualizada do setor”, aponta Roberto Ardenghy, presidente do IBP.

15 estaleiros desativados ou sem demanda no Brasil

O levantamento mapeou 48 estaleiros brasileiros. A constatação é que ao menos seis estão desativados e nove estão ativos, mas atualmente não têm demanda de projetos navais.

Entre os estaleiros ativos, mas sem demanda atualmente, estão os dois maiores do país: Enseada, na Bahia, e o Atlântico Sul, em Pernambuco. Juntos, os dois têm capacidade para processar mais de 200 mil toneladas de aço por ano, ou seja, 40% da capacidade instalada na indústria naval brasileira.

Outro estaleiro de grande porte que está sem demanda é o QGI, no Rio Grande do Norte. O Brasa, no Rio de Janeiro, encontra-se desativado, segundo o IBP.

Pedro Alem, gerente executivo de Áreas Terrestres, Águas Rasas e Política Industrial no IBP, apresentou a ferramenta com os seus objetivos e propósitos. Ele destacou que o mapa é um instrumento vivo e interativo em atualização constante. Pedro Alem mencionou que este é um painel intuitivo com oportunidade para filtrar a pesquisa por estaleiros aptos para produzir FPSO (navio-plataforma que pode produzir, armazenar e transferir petróleo e gás) ou mostrar seus dados, como posição geográfica, capacidade de movimentação de aço e porte.
Ilustração de FPSO (Arte: Petrobras)

“Esta é uma ferramenta que permitirá aos armadores, petroleiras e investidores conhecer toda infraestrutura dos estaleiros no Brasil”, ressaltou Pedro Alem.
Investimentos no setor

Jean Paul Prates acrescentou que o plano estratégico da Petrobras contempla R$ 500 bilhões e geração de 280 mil empregos por ano até 2028. Inclui construção de plataformas offshore com módulos até três vezes maior que as atuais, como a P-80 e a P-83. Prates indica que são sete FPSO em fase de estudos e três estaleiros que já estão com elevada demanda neste momento.

O plano de revitalização de ativos da empresa terá foco em 23 plataformas e mais 40 para desmontar. Tem estimativa de encomenda de 200 embarcações de apoio para incrementar a frota a partir de 2028. Devem ser construídos até 38 navios de apoio marítimo mais moderno, com propulsão híbrida e redução de emissões.

Prates ainda anunciou uma rodada de negócios na OTC, em parceria com o IBP, para fornecedores brasileiros alcançarem o mercado global, além de possibilitar o diálogo com investidores e organizar visitas técnicas deles no Brasil para que conheçam a infraestrutura nacional de estaleiros.

O evento, com patrocínio da Triunfo Logística, também contou com a presença de representantes do Fundo da Marinha Mercante (FMM), Abimaq, ANP, Abemi, BNDES, Abespetro, deputado federal Alexandre Lindenmeyer e deputada federal Celia Jordão.

Valor - SP   19/04/2024

O primeiro pacote, com 38 unidades, tem previsão de atingir entre 40% e 70% de conteúdo local

A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (18) detalhes de um plano para contratar 200 navios de apoio offshore até 2030. O primeiro pacote, com 38 unidades, tem previsão de atingir entre 40% e 70% de conteúdo local, com investimentos totais de US$ 2,5 bilhões (R$ 13,1 bilhões). O investimento não será feito pela Petrobras, mas por empresas de navegação que tenham interesse de participar das concorrências para construir os navios e alugá-los à estatal em contratos de longo prazo.

Neste ano serão 31 unidades contratadas, com editais lançados até dezembro. O primeiro, com 12 PSVs (Plataform Supply Vessel), já está na rua. Para 2025, a empresa pretende licitar as sete restantes unidades do primeiro bloco, disse ontem diretor-executivo de engenharia, tecnologia e inovação da Petrobras, Carlos Travassos.

As empresas que vencerem a licitação para fornecer os barcos de apoio offshore serão responsáveis pela construção e pelo afretamento das embarcações. “[Os editais serão lançados] com prazos compatíveis com a capacidade da indústria e contratos associados para garantir que o investimento seja feito”, disse Travassos.

Travassos e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, participaram de evento do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP) para apresentar mapa dos estaleiros em operação no país. Afirmaram que a capacidade dos estaleiros nacionais não será um problema e que a indústria naval é uma “vocação natural” do país. “Através de análises de mercado, percebemos que as condições estabelecidas no edital são naturais, vão favorecer a fabricação de barcos no Brasil”, afirmou Travassos depois do evento.

No discurso, Prates disse que o país viveu um debate polarizado sobre políticas para indústria naval e conteúdo local e que qualquer país com uma indústria forte e que gere empregos deve debater tais temas “sem sentimento de culpa e criminalização”. Aos jornalistas, Prates salientou que conteúdo local é estratégico para a Petrobras e ligado a políticas públicas que são estabelecidas pelo governo.

Prates acrescentou que a companhia discute com integrantes do governo, incluindo a Casa Civil e o Ministério de Minas e Energia (MME), a elaboração de um programa de apoio à indústria naval, para ser lançado no primeiro semestre. A ideia, afirmou, é criar algo semelhante ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do mar, para toda a indústria naval. Defendeu a união de governo, instituições financeiras e do Fundo de Marinha Mercante (FMM) em torno de um programa “trilateral” de financiamento para a construção de embarcações dentro de uma retomada da indústria naval.

Editais serão lançados com prazos compatíveis com a capacidade da indústria”

— Carlos Travassos

A pauta de revitalização da indústria naval é considerada controversa por parte do mercado por causa do histórico de altos e baixos no setor em décadas. Nos anos 2010, vários estaleiros foram estruturados ou ampliaram instalações para atender a uma demanda da Petrobras para construção de sondas de perfuração, plataformas e barcos de apoio. Mas houve problemas com custos e prazos das encomendas, além de denúncias de corrupção investigadas pela operação Lava-Jato.

Joelson Sampaio, professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP), diz que a indústria naval brasileira está preparada para atender a uma boa parte da nova demanda. A retomada do setor pode suscitar, inclusive, financiamento para atender às encomendas. “Com baixa demanda nos últimos anos, muitos estaleiros foram fechados. Estamos preparados. É um setor que só precisa de demanda”, disse Sampaio.

Pelo lado da indústria, a avaliação é que as condições previstas pela Petrobras no primeiro edital já divulgado são de difícil atingimento. Fontes afirmam que o prazo da operação, de oito a dez anos, e o índice de reajuste pelo IPCA não refletem a elevação dos custos dos armadores. “Somente cerca de meia dúzia de armadores teriam portfólio e estrutura suficientes para enfrentar um processo licitatório nessas condições”, disse fonte. A Petrobras também está em fase de contratação de duas plataformas (P-84 e P-85).

Valor - SP   19/04/2024

Presidente da Petrobras afirma que a estatal mapeou sua demanda de futuras embarcações e plataformas para ajudar na elaboração do mapa de estaleiros, sinalizando a atividade econômica para essa indústria

Jean Prates, presidente da Petrobras — Foto: Leo Pinheiro/Valor

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta quinta-feira (18) que o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à indústria naval é uma "força impulsionadora importante".

Segundo ele, que participa do lançamento do “Mapa de Estaleiros do Brasil”, pelo Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), o Brasil viveu um debate polarizado sobre políticas para indústria naval e conteúdo local e qualquer país com uma indústria forte e que gere empregos deve debater tais temas “sem sentimento de culpa e criminalização” da construção de navios.

Ele destacou que a Petrobras mapeou sua demanda de futuras embarcações e plataformas para ajudar na elaboração do mapa de estaleiros, sinalizando a atividade econômica para essa indústria.

“Precisamos que a indústria naval se revitalize; ela vive de ciclos”, disse Prates.

PETROLÍFERO

O Estado de S.Paulo - SP   19/04/2024

O Ministério de Minas e Energia e a Petrobras têm uma nova queda de braço à vista, desta vez no gás natural. O governo prepara uma regulação para fixar o valor máximo que a estatal pode cobrar pelo uso dos sistemas de escoamento e processamento do gás natural – a infraestrutura que faz com que o gás saia do alto-mar e chegue até a costa brasileira.

Atualmente, essa estrutura, que é composta por tubos e unidades de processamento do gás, é tratada como parte do campo de produção que pertence à Petrobras. Mas o governo entende que a Lei do Gás, aprovada em 2021, concede acesso a outros interessados, desde que haja remuneração negociada pelo uso do equipamento.

A questão é que, por falta de uma regulação, não há limite para o valor cobrado pela Petrobras, e isso, segundo o Ministério de Minas e Energia, faz com que a estatal cobre caro pelo escoamento do gás. O argumento é que países como o Reino Unido, mais avançados nesse tipo de legislação, estabelecem uma remuneração máxima, e o Brasil não faz isso por falta de uma regulação da Agência Nacional do Petróleo. Por isso, o governo prepara uma ofensiva para criar um teto nessa cobrança por meio de regulação.

Desde que chegou ao cargo, em 2023, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, vem se queixando do preço do gás praticado pela Petrobras no Brasil, com o argumento de que a baixa oferta e os altos preços inviabilizam investimentos que podem gerar emprego e renda e ajudar no crescimento da economia.

O primeiro diagnóstico foi o de que a menor oferta de gás decorria da reinjeção nos poços de exploração pela estatal Mas a avaliação mudou. Há o reconhecimento de que o problema existe, mas o elo mais desafiador da cadeia é o escoamento e o processamento do gás.

Essa etapa, segundo estudo elaborado pelo time de Silveira, representa 46% do preço do gás que chega ao consumidor. Por isso, o foco mudou para verificar os problemas no uso dessa infraestrutura.

Nas estimativas do Ministério de Minas e Energia, é possível baratear o preço do gás dos atuais R$ 12,08 (antes da distribuição) para R$ 4,05 por milhão de BTUs (unidade térmica britânica). Os cálculos foram feitos com base em informações produzidas pela Empresa de Política Energética (EPE), uma vez que a Petrobras não forneceu dados ao ministério. Procurada, a empresa não se manifestou.

No governo, a estimativa da EPE vem sendo chamada de “remuneração justa e razoável” pelo uso dos equipamentos da Petrobras.

Nesta quinta-feira, o ministro Alexandre Silveira comentou o assunto em evento do setor de gás sem mencionar a Petrobras. “Vamos combater os abusos e remunerar de forma justa as infraestruturas de escoamento e de processamento de gás com uma regulação mais firme. Vamos considerar a depreciação e amortização dos ativos; não dá para ficar pagando a vida toda por uma infraestrutura já amortizada. Não é justo”, disse ele.
Plano de ação

A primeira fase do plano de ação do governo é criar um comitê de monitoramento do mercado de gás, a exemplo do que funciona para o setor elétrico. Esse colegiado, além de monitorar indicadores de oferta e demanda, vai elaborar uma regulação transitória para colocar em prática as determinações da nova Lei do Gás.

Numa segunda frente, o governo prepara uma resolução do (Conselho Nacional de Política Energética) para modificar a política de comercialização de petróleo e gás natural da União para permitir que a Pré-Sal Petróleo (PPSA) venda diretamente no mercado o gás que tiver em sua carteira.

A PPSA é uma empresa totalmente controlada pelo governo e é detentora do chamado “óleo lucro”, parcela do petróleo que é extraído nos contratos de partilha da região do pré-sal e que remunera a União. As petroleiras pagam a PPSA não em dinheiro, mas em petróleo e gás natural.

O “óleo lucro” tende a crescer nos próximos anos e a projeção é que a empresa, que hoje vende 300 mil metros cúbicos por dia de gás, chegue a 1,8 milhão em 2027 e a 3,5 milhões de metros cúbicos no fim da década.

O governo quer que a PPSA deixe de vender esse gás para a Petrobras e injete o combustível diretamente no mercado, competindo com a estatal e pressionando a empresa a baixar o preço. Em teoria, a PPSA poderia vender o gás a R$ 4,05, como estimado pelo governo.

Silveira alegou, em evento nesta quinta-feira, que haverá impacto positivo na atividade econômica. “Vai gerar o avanço dessa atividade industrial e promover um acréscimo de quase R$ 100 bilhões no PIB, criando mais de 430 mil empregos”, disse. “Vamos promover o verdadeiro choque de oferta de gás no Brasil, com acesso à infraestrutura de escoamento e processamento, reduzindo assim os custos.”

A projeção do ministério é que a Rota 3 de escoamento de gás natural, na Bacia de Santos, seja concluída neste ano, injetando mais 18 milhões de metros cúbicos de gás natural. O ministro disse ainda que espera que a Petrobras desenvolva os campos de Sergipe para injetar mais 18 milhões de metros cúbicos.

Apesar do declínio da produção na Bolívia, Silveira disse acreditar que, com os projetos no Brasil e com o avanço de Vaca Muerta, na Argentina, será possível ao Brasil ter uma oferta de 150 milhões de metros cúbicos de gás nos próximos anos – o que viabilizaria, segundo ele, plantas de fertilizantes e de produtos químicos.

Valor - SP   19/04/2024

Ministro Silveira admite que ideia ainda é "algo incipiente”, mas que pode ser importante para promover a integração energética dos países da América do Sul, o que é defendido pelo presidente Lula (PT)

Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou, nessa quinta-feira (18), que o governo brasileiro avalia uma rota alternativa de gasoduto pelo Paraguai para receber volumes de gás natural da região de Vaca Muerta, na Argentina. Na previsão de ampliar a oferta de gás no Brasil em 150 milhões de metros cúbicos (m³) por dia nos próximos anos, o ministro conta com a oferta adicional de 3 milhões de m³/dia vindos da exploração de gás não convencional produzido em território argentino.

Em participação no “Gas Week 2024”, Silveira disse que o plano inicial seria usar o gasoduto que passa pela Bolívia. Porém, diante da aposta da indústria de óleo e gás em novas reservas no Paraguai, na região chamada Chaco, o governo brasileiro considera fazer o uso da infraestrutura de transporte de gás no país vizinho.

Na visão do ministro, é possível que haja um “desvio” no gasoduto existente para que chegue ao Brasil. “Poderia ser uma outra rota, uma outra possibilidade, vindo pelo Paraguai, chegando até o Mato Grosso Sul, o que nos pareceu algo extremamente viável num primeiro momento”, afirmou, em conversa com jornalistas, depois de participar do evento do setor.

Integração energética dos países da América do Sul

Silveira admitiu que a ideia ainda é considerada "algo incipiente”, mas que pode ser importante para promover a integração energética dos países da América do Sul, o que é defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Mesmo com críticas de ambientalistas, o Ministério de Minas e Energia pretende retomar a avaliação de projetos de gás não convencional no Brasil, com potencial de ampliar a oferta nacional em 32 milhões de m³/dia. Esse tipo de exploração — chamado no exterior de “fracking” — envolve o fraturamento hidráulico de rochas porosas, debaixo do subsolo, para estimular a retirada de óleo e gás. O processo é usado nos Estados Unidos e na Argentina.

O ministro disse que chegou a tratar do assunto nesta semana com o presidente do Paraguai, Santiago Peña. Na terça-feira (16), as autoridades estiveram reunidas para tratar da revisão do anexo do tratado internacional da usina Itaipu Binacional.

Petro Notícias - SP   19/04/2024

O gás natural liquefeito (GNL) continua sendo o combustível preferido para embarcações de menor emissão de carbono, apesar do aumento nos pedidos de navios equipados com motores de metanol e amônia de duplo combustível, de acordo com análise da Rystad Energy. Embora permaneçam dúvidas sobre o quão ambientalmente amigável o GNL é como combustível marítimo, sua competitividade de preço, oferta abundante e infraestrutura bem desenvolvida lhe conferem uma vantagem sobre as alternativas. Mais de 2.400 embarcações estão equipadas para operar com GNL globalmente, com outras 1.000 embarcações encomendadas ainda não entregues. Metade das embarcações a GNL em operação são transportadoras de GNL. Esses navios usam o gás de evaporação como combustível, reduzindo sua dependência de abastecimento externo de GNL. Mesmo excluindo as transportadoras de GNL, o combustível continua sendo a escolha mais comum para navios de duplo combustível na frota global.

Os transportadores de automóveis surgiram como um importante impulsionador da adoção de GNL na indústria naval, ao lado de navios porta-contêineres e transportadoras de GNL. Mais de 75% dos novos pedidos de transportadores de automóveis em 2023 foram para motores de GNL de duplo combustível. Muitos desses novos navios podem ser adaptados para usar combustíveis limpos alternativos, como amônia ou metanol, demonstrando um compromisso com a sustentabilidade a longo prazo.

Apesar do crescimento nas frotas e abastecimento de navios a GNL, o escape de metano (emissões de metano gasoso) ainda é um desafio significativo para o setor marítimo. O escape de metano ocorre quando o metano não queimado escapa para a atmosfera. É uma preocupação crítica para a indústria e precisa ser abordada se os benefícios ambientais do GNL forem totalmente realizados.

“O escape de metano pode ocorrer não apenas durante o processo de combustão nos motores dos navios, mas também durante o processo de abastecimento. Isso é fortemente influenciado pela qualidade da infraestrutura e pela eficiência da tecnologia empregada. A indústria deve trabalhar em estreita colaboração com reguladores e formuladores de políticas para estabelecer padrões rigorosos e melhores práticas para operações de abastecimento. Implementar mecanismos eficazes de monitoramento e relatórios para rastrear e mitigar as emissões de metano em toda a cadeia de suprimentos é fundamental”, disse o Analista Sênior da Rystad Energy, Junlin Yu.

O abastecimento de GNL geralmente é feito por meio de três métodos principais: caminhão-navio (TTS), pipeline-navio (PTS) e navio-navio (STS). Em 2023, o abastecimento de GNL atingiu um recorde com 4,7 milhões de metros cúbicos entregues globalmente, um aumento de 62% em comparação com 2022. Esse aumento foi impulsionado principalmente por um forte aumento nas entregas STS, que dobraram em 2022.

Vários fatores estão impulsionando a demanda por abastecimento de GNL, incluindo regulamentações mais rigorosas, benefícios econômicos e expansão de infraestrutura. Com base em dados até o final de março, as vendas de abastecimento de GNL em 2024 estão começando com força, com 1,9 milhão de metros cúbicos já vendidos. Isso está próximo do volume total vendido em 2022, sugerindo o potencial de um aumento significativo até o final do ano. Se isso acontecer, as vendas totais de bunkers de GNL podem ultrapassar 7 milhões de metros cúbicos até o final de 2024, destacando a importância do GNL para o negócio e o comércio marítimo.

A atividade crescente representa um crescimento promissor para o abastecimento de GNL em 2024, com o aumento do número de embarcações movidas a GNL na frota global, preços atrativos em relação aos combustíveis marítimos convencionais, como o óleo combustível de baixo teor de enxofre (VLSFO), e o contínuo impulso por alternativas de combustíveis mais limpos por parte de vários órgãos reguladores esperados para impulsionar ainda mais o crescimento.

Apesar de um aumento significativo nos preços do GNL em 2022, as transferências STS representaram 2,9 milhões de metros cúbicos, impulsionadas principalmente por um forte aumento nas entregas STS na Europa e em outros mercados, como a China continental. Em contraste, os volumes de PTS e TTS mantiveram um crescimento modesto ano após ano em 2022, com esses modos continuando a atender segmentos críticos, como navios de passageiros e roll-on-roll-off (Ro-Ro).

Espera-se que o abastecimento de GNL STS acelere, especialmente na Europa, dada sua posição como um importante hub marítimo, com 85 portos de abastecimento de GNL e o fato de que um número crescente de portos está oferecendo capacidades STS. Na Ásia, 26 portos oferecem abastecimento de GNL, liderados pela China, Japão e Coreia do Sul. Embora as instalações de abastecimento de GNL existam na África e na América do Sul, essas regiões ainda não viram uma atividade significativa.

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