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19 de Janeiro de 2024

INDA

Estadão - SP   19/01/2024

O presidente do Grupo Açotubo, maior distribuidora de tubos de aço para a indústria no Brasil, afirmou que o setor de distribuição conseguiria se ajustar em um cenário de aumento na taxação das importações de aço de aproximadamente 12% para 25%. Segundo o executivo, as margens do segmento poderiam sofrer pressão em alguns produtos, mas as maiores afetadas seriam as companhias que atuam como importadoras.

O mercado de distribuição de aço é composto por cerca de 2,6 mil empresas, elas trabalham com a revenda e o beneficiamento do metal fornecido pelas siderúrgicas. Dentro do segmento, há companhias com maior exposição às usinas instaladas no Brasil, enquanto outras atuam como importadoras de aço.

Com relação ao Grupo Açotubo, a empresa tem 85% de exposição ao mercado nacional e importa 15% dos seus materiais, afirmou o presidente da companhia, Bruno Bassi. De acordo com o executivo, as compras estrangeiras ocorrem em função da especificidade de alguns produtos siderúrgicos, que não são comercializados em grande escala no País.

Questionado sobre como ele avalia o impacto no setor de distribuição para uma possível sobretaxa para o imposto de importação em 25%, Bassi considera que haveria resiliência.

“A distribuição conseguiria se acomodar e absorver um possível aumento de custos caso ocorra a sobretaxa das importações de aço para 25%. Já uma outra parte do setor poderia repassar a diferença ao mercado. No geral, os importadores trabalham com margens maiores que os distribuidores expostos ao mercado nacional. Seria algo possível de ser trabalhado”, afirmou Bassi.

O executivo é favorável ao Brasil implementar uma medida de defesa comercial para proteger a produção local de aço. “O aumento da alíquota é importante para alguns produtos, mas se trata de uma questão de curto prazo. Para o longo prazo, a reforma tributária deve trazer competitividade para a cadeia siderúrgica”, afirmou Bassi, mencionando perceber preços dos produtos asiáticos negociados a valores fortemente mais baixos ante os nacionais. Contudo, ele dá preferência para as empresas domésticas. “Não ser oportunista gera vantagens no longo prazo”.

Investimentos

Com uma receita bruta de R$ 2 bilhões apurada no último ano, o Grupo Açotubo vê espaço para investir R$ 35 milhões em 2024. O recurso será direcionado para a melhoria operacional da empresa, por meio de renovação de máquinas, equipamentos e caminhões, bem como o fortalecimento da digitalização da companhia. Até o final de dezembro, a distribuidora espera crescer 7%.

Os investimentos e projeções de crescimento do Grupo Açotubo acontecem em um contexto de maior estagnação no segmento de distribuição de aço. Conforme mostrou o Broadcast a partir de um estudo da consultoria TCP Partners, o Brasil corre o risco de perder 291 empresas distribuidoras nos próximos 10 anos. A consultoria apontou o setor como o elo mais frágil na cadeia do aço, que enfrenta um momento desafiador no País. Além disso, as independentes enfrentam forte concorrência com a participação das usinas no mesmo mercado. Gerdau Distribuidora, Soluções Usiminas, Prada Distribuidora (que pertence à Companhia Siderúrgica Nacional), são alguns dos exemplos de companhias ligadas às siderúrgicas e que atuam na ponta da cadeia e concorrem pelos mesmos clientes.

Segundo o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, Carlos Jorge Loureiro, o mercado de distribuição de aço atua na entrega do metal para 40% dos consumidores de aço no País, geralmente empresas de menor porte. Já os outros 60% de clientes – composto por companhias de porte maior – são atendidos diretamente pelas siderúrgicas.

Questionado sobre uma maior fragilidade para as distribuidoras independentes, Bassi confirmou que há uma maior pressão de concorrência partindo das usinas, mas ainda vê espaço para as independentes.

“As usinas são muito boas em produzir aço, desenvolver aço. Já na distribuição é preciso de expertises diferentes. Sei que algumas usinas estão na ponta, mas o cliente percebe um valor diferente nas distribuidoras independentes por conta do portfólio de produtos e gestão de estoque diferenciados com o qual nós atuamos, além de um relacionamento mais próximo com os clientes”, afirmou o executivo.

SIDERURGIA

Valor Investe - SP   19/01/2024

Em 2023, até o terceiro trimestre, a companhia distribuiu R$ 2,6 bilhões em dividendos; no ano anterior foram R$ 6 bilhões em proventos pagos aos acionistas

A venda das fatias da Gerdau em duas joint-ventures - a Diaco e Gerdau Metaldom - com atuação na Colômbia, República Dominicana, Panamá e Costa Rica foi um "movimento bem-vindo e inesperado" que pode abrir espaço para a companhia pagar mais dividendos este ano. A avaliação é do BTG Pactual.

A venda das participações para o sócio Grupo Inicia rendeu US$ 325 milhões ao caixa da empresa e deve ser utilizado para reduzir a dívida em empresa, em seu processo de desalavancagem e desinvestimentos.

Em 2023, até o terceiro trimestre, a Gerdau distribuiu R$ 2,6 bilhões em dividendos. Em 2022, foram R$ 6 bilhões em proventos pagos aos acionistas.

O BTG Pactual tem recomendação neutra para os papéis da empresa Gerdau (GGBR4) , com preço-alvo em R$ 27.

Já o Bank of America (BofA) tem uma visão mais cautelosa sobre as ações da companhia e cortou o preço-alvo da Gerdau de R$ 27 para R$ 24, reiterando a recomendação neutra após a companhia anunciar a operação de venda da sua participação.

Apesar de considerar o negócio como “razoável para ativos não essenciais e menos eficientes”, o banco decidiu manter sua posição neutra em relação à Gerdau devido aos desafios nas divisões da América do Norte e do Brasil.

“Mantemos nossa recomendação neutra, pois a Gerdau enfrenta pressão na América do Norte devido à demanda fraca na construção e spreads metálicos atingindo o pico, e no Brasil, devido à demanda mais fraca e maior penetração de importações”, destacam os analistas Caio Ribeiro, Leonardo Neratika e Guilherme Rosito.

No pregão de hoje, as ações subiram 1,22%, cotadas a R$ 20,81.

Com informações do Valor PRO, serviço de notícia em tempo real do Valor Econômico.

Investing - SP   19/01/2024

A Itália colocará a antiga siderúrgica Ilva sob administração especial para mantê-la funcionando, disse o governo italiano a sindicatos em uma reunião nesta quinta-feira.

A medida segue semanas de confrontos entre o governo da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e a ArcelorMittal, principal acionista da Acciaierie d'Italia (ADI), como agora é conhecida a Ilva.

ArcelorMittal, que detém 62% do grupo, enquanto a agência estatal de investimentos Invitalia possui os 38% restantes, pode potencialmente apresentar um recurso legal contra a decisão de Roma assim que ela entrar em vigor.

A ArcelorMittal não estava imediatamente disponível para comentar.

A administração especial, semelhante a uma recuperação judicial, permite que uma empresa ou indivíduo reorganize suas dívidas e obrigações.

A medida ajudará o governo italiano a ganhar tempo enquanto procura um novo parceiro industrial para a ADI.

Pressionada por um aumento nos preços da energia e uma queda nos preços das bobinas de aço laminado, a ADI ficou sem dinheiro e acumulou enormes dívidas com fornecedores, incluindo a gigante energética Eni.

A principal usina da ADI na cidade de Taranto, no sul de Itália, é uma das maiores da Europa e é um importante empregador no sul subdesenvolvido da Itália.

Valor - SP   19/01/2024

Venda de participações na Diaco e Metaldom faz parte dessa reestruturação estratégica

Werneck, presidente: “Acho que o Brasil está perdendo oportunidades” — Foto: Divulgação

Em um movimento para se concentrar em ativos estratégicos, sobretudo no Brasil, EUA, México e Canadá, a Gerdau anunciou, na quarta-feira (16), a venda de sua participação societária nas joint ventures Diaco e Gerdau Metaldom para o grupo Inicia, que já era sócio da siderúrgica nesses dois negócios, por US$ 325 milhões.

“Buscamos estar em países relevantes pensando no longo prazo. A Gerdau já esteve em 13 países, agora está em sete”, disse Gustavo Werneck, presidente da Gerdau. Com atuação nos mercados da Colômbia, República Dominicana, Panamá e Costa Rica, as empresas vendidas detêm unidades de produção de aços longos com capacidades de produção de 360 mil toneladas de aciaria e 1.250 mil toneladas de laminação, negócio considerado pouco relevante para os resultados globais da companhia.

“Os recursos [do desinvestimento] serão usados para a companhia buscar outras alternativas de investimento. Na nossa cabeça, esses recursos deveriam ser colocados de forma mais efetiva no Brasil, México, Estados Unidos e Canadá”, contou o executivo.

Nesse sentido, o conselho de administração da siderúrgica tem feito uma provocação à diretoria para definir a alocação futura dos investimentos da Gerdau. “A pergunta é: qual o melhor lugar para aportar os recursos? No Brasil ou no México, que está em um momento de crescimento bastante acelerado e está inserido no ‘nearshoring’? Acho que o Brasil está perdendo essa oportunidade.”

Com a importação de aço chinês, o Brasil também tem perdido competitividade no setor siderúrgico e esse cenário tem preocupado a cadeia, de acordo com o executivo. “Os investidores que olham para o setor tem questionado quais serão os caminhos para o crescimento no país.”

O setor tem feito críticas contundentes ao governo brasileiro por não impor barreiras de proteção ao aço nacional. “O Brasil já foi um grande produtor de alumínio, mas esse segmento importante da indústria foi destruído. Será que o Brasil vai destruir a sua indústria de aço também?”

Com operações na Argentina, a siderúrgica brasileira não pretende deixar o país vizinho mesmo com a instabilidade econômica. “Há países, como Argentina e próprio Peru, que tem passado por dificuldades políticas grandes nos últimos anos, que são muito relevantes para nós.”

Em sua primeira passagem pelo Fórum Econômico Mundial, em Davos, o executivo fez um balanço positivo do evento para o networking da companhia, mas compartilha da opinião de empresários que participam do fórum de que a delegação brasileira deixou a desejar este ano por conta da falta de representantes da área econômica do país.

“Acho que a gente perdeu uma oportunidade importante. O Brasil é a maior delegação da América do Sul, tem o maior número de empresas, então é contraditório ser a maior delegação e não ter a maior representatividade. O governo argentino compareceu com sua equipe econômica no evento.”

Para o executivo, o país tem sido elogiado na área ambiental. “A ministra Marina Silva é referência global em sustentabilidade.”

Werneck avalia que a transição energética, bandeira defendida pelo Brasil, é um tema importante, mas é preciso entender ainda qual será o “funding” para bancar os investimentos projetados para esse novo movimento industrial.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   19/01/2024

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou nesta quinta-feira, 18, que adiantou sua projeção para normalização nos juros do BC dos Estados Unidos do quarto trimestre para o terceiro trimestre deste ano. “Dito isso, se continuarmos a ver uma acumulação de surpresas para baixo nos dados da inflação, posso ficar confortável em defender uma normalização mais cedo do que no terceiro trimestre”, afirmou ele, em discurso preparado para evento.

Bostic argumentou que o desafio do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) “será determinar por quanto tempo manter os juros no atual nível restritivo”, enquanto os dirigentes quantificam os efeitos atrasados da política monetária sobre a economia.

“Se mantivermos juros por muito tempo, arriscaremos prejudicar o mercado de trabalho e a macroeconomia”, ponderou o dirigente, acrescentando que indicadores de emprego serão essenciais.

Na visão dele, o crescimento do emprego e dos salários ainda segue abaixo dos níveis pré-pandemia e uma recuperação seria “saudável” para alcançar a meta de inflação, sem pesar desnecessariamente sobre a economia. Ainda, Bostic considera que deve ser contabilizado o “aperto passivo”, resultado da diferença entre o nível dos juros e da inflação conforme os preços reduzem.

Entretanto, ele alerta que sua posição pode mudar, dependendo dos dados, e considerando que a inflação ainda está muito acima da meta de 2%. O dirigente destaca que diversas incertezas rondam a economia, como conflitos geopolíticos, incertezas sobre trajetória das cadeias de oferta e demanda, eleições presidenciais e o próprio desempenho da economia – que pode ser mais forte do que o esperado e pressionar a inflação.

“Se estes fatores impulsionarem a inflação, teremos que manter aperto monetário por mais tempo. Também devemos evitar cortes de juros prematuros, que podem reacender demanda e pressionar preços”, concluiu Bostic, que vota nas decisões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) em 2024. “No momento, juros estão no nível apropriado para reduzir a inflação no médio prazo.”

Investing - SP   19/01/2024

Melody Zhang esperava iniciar uma carreira em propaganda estatal na China depois de mais de 100 candidaturas sem sucesso no setor de mídia. Com um número recorde de 2,6 milhões de pessoas concorrendo a 39.600 empregos no governo em meio a uma crise de desemprego entre os jovens, ela não conseguiu ser aprovada.

"Nascemos na era errada", disse a graduada de 24 anos da Universidade Renmin, a mais importante da China.

"Ninguém mais se preocupa com seus sonhos e ambições em uma crise econômica. A busca interminável por emprego é uma tortura."

Uma crise de confiança na economia está dissuadindo os consumidores de gastar e as empresas de contratar e investir, no que pode se tornar um mecanismo que corrói o potencial econômico de longo prazo da China.

A China cresceu 5,2% no ano passado, mais do que a maioria das grandes economias. Mas para os formados desempregados, os proprietários de imóveis que se sentem mais pobres porque seus apartamentos estão perdendo valor e os trabalhadores que ganham menos do que no ano anterior, a segunda maior economia do mundo parece estar encolhendo.

Zhu Tian, professor de economia da China Europe International Business School, em Xangai, diz que a definição de recessão que consta nos livros -- dois trimestres consecutivos de contração econômica -- não deveria se aplicar a um país em desenvolvimento que investe cerca de 40% de sua produção anualmente, o dobro do nível dos Estados Unidos.

"Estamos em uma recessão", disse Zhu. "Se você conversar com dez pessoas, sete dirão que tivemos um ano ruim."

"Acho que o governo não pode se dar a esse luxo. Isso não pode continuar para sempre", disse ele, pedindo mais medidas de estímulo para romper o que poderia ser um "ciclo vicioso" de baixa confiança que afetará principalmente os jovens que estão entrando no mercado de trabalho.

ASPIRAÇÕES EM EXTINÇÃO

Mais de um em cada quatro dos cerca de 100 milhões de chineses com idade entre 16 e 24 anos estava desempregado em junho, mostrou o último dado antes de as autoridades suspenderem a série. A China retomou a publicação dos dados na quarta-feira, excluindo os estudantes universitários, para colocar o desemprego entre os jovens em 14,9% em dezembro.

A Geração Z da China é a mais pessimista de todos os grupos etários, segundo pesquisas.

Aqueles que encontram emprego ganham menos do que esperavam, pois as empresas cortaram custos em resposta à fraca demanda interna. A empresa de recrutamento Zhaopin descobriu que o salário médio oferecido pelos empregadores nas 38 maiores cidades da China caiu 1,3% em relação ao ano anterior no quarto trimestre.

Para uma economia que expandiu cerca de 60 vezes em termos de dólares desde a década de 1980, essa é uma mudança histórica de humor. Esse sucesso foi alcançado, em grande parte, por meio de investimentos gigantescos em manufatura e infraestrutura, mas esse modelo começou a produzir mais dívidas do que crescimento há cerca de uma década, com o total de empréstimos agora atingindo níveis que a China luta para atender.

Enquanto isso, a China treinou seus alunos para empregos altamente qualificados no setor de serviços, em vez de trabalhar em fábricas ou na construção civil. O consumo doméstico moderado e as repressões regulatórias nos setores financeiro, tecnológico e educacional diminuíram suas oportunidades.

Janice Zhang, 34 anos, trabalhou no setor de tecnologia até o final de 2022, quando pediu demissão para atender a uma emergência familiar, confiante de que poderia facilmente encontrar um novo emprego devido à sua experiência e educação nos EUA.

Mas Zhang só encontrou um cargo de marketing de mídia social, que exigia que ela trabalhasse em turnos de 15 horas, então ela desistiu depois de pouco tempo.

A situação da economia a faz se sentir como um "grão de areia na praia", incapaz de controlar seu próprio destino, disse ela.

"Na China, essa palavra 'aspiração' tem motivado todos, porque eles acreditam que amanhã será o melhor momento. O que estou tentando conquistar em minha vida agora é, de certa forma, curar a decepção que o amanhã trará."

CRISE IMOBILIÁRIA

Vincent Li, proprietário de uma cafeteria de alto padrão em Xangai, levou um golpe duplo que, segundo ele, o tirou da classe média.

Como os chineses cortaram gastos, eles preferem café mais barato. E os dois apartamentos que ele comprou por 4 milhões de iuanes (558.612 dólares) em 2017 na turística ilha de Hainan não atraíram nenhum interesse de aluguel ou compra em três anos.

"O mercado imobiliário está saturado", disse Li.

O setor imobiliário, que foi responsável por cerca de um quarto da atividade econômica em seu auge, agora é visto como uma ameaça importante para as tentativas da China de escapar da armadilha da renda média.

"O grande risco é que as consequências da diminuição das antigas fontes de crescimento possam se tornar grandes demais para serem contidas e inibir novas fontes de crescimento. Se isso acontecer, a China pode ficar presa na transição", disse Yuen Yuen Ang, presidente da cadeira Alfred Chandler de Economia Política da Universidade Johns Hopkins.

Não são apenas as políticas internas que afetam a vida na China. As tensões diplomáticas com o Ocidente sobre Taiwan, Ucrânia e o Mar do Sul da China contribuíram para o primeiro déficit de investimento estrangeiro da história.

Ao mesmo tempo, as restrições tecnológicas impostas pelos EUA à China impedem que a consultoria de David Fincher em Xangai faça negócios com semicondutores de ponta, bloqueando uma importante fonte de renda.

Ele está pensando em se mudar para o exterior, temendo que mais tensões diplomáticas ou novas mudanças regulatórias de Pequim possam tornar seu negócio insustentável.

"Você se sente como uma lagosta em uma panela", disse Fincher. "A água fica cada vez mais quente e você fica lá sentado"

"Eu me preocupo com Pequim tanto quanto todo mundo."

Infomoney - SP   19/01/2024

O governo pode ter superestimado suas receitas e deve terminar 2024 com déficit primário de 55,3 bilhões de reais, apontou o Tribunal de Contas da União (TCU) em relatório, em meio ao ceticismo persistente no mercado em relação à capacidade do governo de zerar o déficit fiscal.

Em análise sobre a conformidade da Lei Orçamentária de 2024, a área técnica do TCU avaliou que o governo prevê o incremento de receitas com base em “diversas medidas cujas consequências ainda não são muito claras ou previsíveis”.

O relatório, divulgado na noite de quarta-feira, argumenta ainda que a previsão da receita primária líquida alcançar 19,2% do Produto Interno Bruto (PIB), maior patamar desde os 20,2% de 2010, representa um “valor muito acima do que foi observado nos anos recentes, indicando uma possível superestimativa”.
Com base no mesmo patamar de receitas de 2022 e no nível de despesas projetado pelo governo para este ano, o TCU estimou que o déficit deste ano chegará a 0,5% do PIB, mesmo após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter conseguido no fim de 2023 aprovar um conjunto de medidas fiscais mirando o aumento da arrecadação.

“A metodologia utilizada pelo Poder Executivo para estimar cada uma das novas receitas não foi apresentada no PLOA, remanescendo dúvidas quanto à real capacidade arrecadatória das inovações legislativas”, acrescentou a corte de contas.

O relatório do TCU se soma ao ceticismo de agentes do mercado, que persiste apesar da aprovação do pacote fiscal liderado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, incluindo a mudança na sistemática de subvenções dadas por Estados que afetam a base de arrecadação federal, além da taxação de fundos de investimento exclusivos, offshore e apostas esportivas.

“No processo legislativo as medidas foram naturalmente desidratadas. Há muitas variáveis em jogo: erosão de base, grau de litigância judicial, grau de adesão das empresas”, disse Marcus Pestana, ex-deputado federal e diretor-executivo da Instituiçao Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado.

Economistas privados ouvidos pelo Banco Central na pesquisa semanal Focus seguem projetando um déficit primário equivalente a 0,8% do PIB — patamar praticamente inalterado desde outubro e muito acima da meta zero para o ano, que comporta uma banda de variação de 0,25% do PIB para mais ou para menos.

O relatório Prisma, pesquisa conduzida pelo Ministério da Fazenda com agentes de mercado, também aponta visão pessimista. O boletim de janeiro mostrou expectativa de que o Brasil terá em 2024 saldo negativo de 86 bilhões de reais — uma relativa melhora em relação à previsão de rombo de 90 bilhões de reais no relatório de dezembro, mas ainda distante da meta.

Nesta quinta-feira, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que sua pasta recebeu da Fazenda a previsão de receitas para 2024 no meio do ano passado e decidiu incorporá-la no Orçamento, o que foi feito antes da aprovação de novas medidas pelo Legislativo.

“Nós checamos, entendemos que era razoável aquilo que foi apresentado e constou no Orçamento”, disse. “Quando essa estimativa de receita foi entregue, nós estávamos diante de votações no Congresso que não haviam sido encerradas”.

Uma fonte do Ministério da Fazenda, falando em anonimato, reconheceu que há muita incerteza em torno do potencial de arrecadação, já que quase todas as medidas tratam de temas novos, o que dificulta a precisão das projeções.

Mas a fonte disse enxergar “muito viés” na análise do mercado e lembrou que, em relação ao crescimento, as previsões de economistas nos últimos anos também foram sistematicamente piores do que os resultados entregues pelo país.

“No final, ajustam rápido para não passar vergonha”, disse.

MINERAÇÃO

Investing - SP   19/01/2024

A moderação das expectativas para a economia chinesa levou a um menor otimismo para o mercado de metais industriais, tendo em vista a queda nos investimentos imobiliários e diminuição da população. Os ventos contrários que foram motivo de alerta do líder chinês Xi Jinping podem levaram a correções do minério de ferro, com declínio do interesse dos investidores.

“Estamos convencidos de uma queda estrutural no consumo de aço e, por isso, temos lutado para compartilhar o otimismo que se espalha no mercado de minério de ferro nos últimos meses. Embora os preços tenham sido corrigidos recentemente, as perspectivas de um mercado suficientemente abastecido implicam mais desvantagens”, aponta o banco suíço Julius Baer.

O Julius Baer recorda ainda que, em 2023, o consumo de aço na China recuou em torno de 2,5% em relação ao ano anterior. “A produção de aço, entretanto, manteve-se inalterada, refletindo um aumento nas exportações de aço que foi apoiado por um yuan chinês mais fraco nos mercados internacionais”, avalia.

O otimismo sobre as tendências do minério de ferro teria começado a se dissipar nos últimos dias, levando a uma correção de mais de 10% nos preços. “Considerando a oferta suficiente, acreditamos que os preços ainda estão um pouco elevados e devem continuar a descer, especialmente no médio e longo prazo, afirma ainda a companhia suíça.

Ontem, o preço do minério de ferro recuou pela oitava vez em dez sessões, após o indicativo do gigante asiático de uma redução na produção de aço no último mês. “Paralelamente os preços de imóveis residenciais tiveram a maior queda dos últimos 10 anos, resultado que marca mais um indicativo de que o interesse pelo minério de ferro está em declínio”, completa a Genial Investimentos.

Investing - SP   19/01/2024

Alvo do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Vale (BVMF:VALE3) tem atualmente 91,3% do seu capital privado. O Palácio do Planalto trabalha para emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, 74 anos, no Conselho de Administração da mineradora. O nome precisará passar por avaliações de governança e compliance e ser aprovado pelos demais acionistas em Assembleia Geral.

A ideia do governo é que a indicação do ex-ministro seja feita pela Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (BVMF:BBAS3)), que tem duas vagas no colegiado e 8,7% das ações da Vale. O fundo de pensão do BB (Banco do Brasil) é o único de gestão estatal que tem ações na companhia.

Lula sempre se mostrou inconformado com a privatização da mineradora, processo iniciado em 1997 no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Nos 2 primeiros mandatos do petista, o governo ainda tinha como interferir na Vale por meio de boa parte dos acionistas. Mas uma reconfiguração da gestão feita no governo Jair Bolsonaro (PL) dificultou isso.

Até 2020, a Vale tinha entre seus maiores acionistas fundações públicas, como a Previ e a Litel Participações, holding que era formada pela própria Previ e pelos fundos de pensão Petros (Fundação Petrobras (BVMF:PETR4) de Seguridade Social) e Funcef (Fundação dos Economiários Federais).

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) também tinha uma fatia da mineradora, por meio da subsidiária BNDESpar, vendida em 2021.

A Previ também vendeu boa parte das suas ações e ficou com menos de 10% da composição acionária. Perdeu duas das 4 cadeiras que tinha no Conselho de Administração. Já a participação da Litel foi desmanchada.

Assim, a Vale passou a ser uma “corporation”, ou seja, uma empresa de controle privado, com capital diluído no mercado e sem nenhum investidor com mais de 10% das ações.

Atualmente, 73,88% das ações da mineradora estão com investidores minoritários, o que inclui os papéis negociados em bolsa. Dividem o restante a Previ e as empresas multinacionais Mitsui (Japão) e Blackrock (Estados Unidos).

Com exceção da fatia da Previ, o único instrumento do governo para interferir na Vale são as golden shares, um tipo de participação indireta que a União detém em companhias que antes eram estatais e foram privatizadas. Trata-se, porém, de um mecanismo limitado.

O governo tem 12 ações do tipo golden shares na Vale. Essas participações não rendem pagamento de dividendos. Não dão direito a indicação de CEO, membros para o Conselho de Administração ou qualquer outro posto.

Essas ações garantem o direito de veto do governo a determinadas decisões da empresa, como a venda ou encerramento de atividades em jazidas, ferrovias e portos. Também permitem à União eleger e destituir um membro do Conselho Fiscal.

A gestão Lula já indicou Dario Durigan, secretário-executivo no Ministério da Fazenda, para o Conselho Fiscal da companhia. O órgão tem menos poderes. É responsável pela supervisão de atos e contratação de auditorias independentes.
QUEM INTEGRA O CONSELHO DA VALE

O Conselho de Administração da Vale é formado por 13 integrantes. A maioria é independente, sem relação com os grandes acionistas. Mas 4 são indicados pelos maiores investidores e 1 pelos empregados da mineradora.

A Previ tem duas cadeiras no conselho. O Bradespar (BVMF:BRAP4), controlado pelo Bradesco (BVMF:BBDC4), e a Mitsui, companhia japonesa, tem 1 assento cada. Os mandatos no colegiado são de 2 anos. O atual presidente do conselho é Daniel André Stieler, que também foi indicado pelo fundo de pensão do Banco do Brasil.

O Conselho de Administração é o órgão mais importante de uma empresa. É responsável por eleger o Comitê Executivo, incluindo o CEO, definir as políticas e diretrizes gerais da companhia, bem como análise de planos e projetos propostos pela diretoria e avaliação dos resultados.
MANTEGA NA VALE

Se aprovado, Mantega terá remuneração anual de R$ 1,34 milhão. Esse é o valor médio pago aos 13 conselheiros da empresa. Isso equivale a R$ 112 mil mensais.

Em 2023, o governo Lula chegou a articular para emplacar Mantega como CEO da empresa, no lugar de Eduardo Bartolomeo. A iniciativa não prosperou.

Filiado ao PT, Guido Mantega foi ministro da Fazenda de 2006 a 2015, durante os governos Lula e Dilma Rousseff, ambos do PT. Também foi ministro do Planejamento, de 2003 a 2004, na administração Lula 1.

O ex-ministro é formado em economia pela USP (Universidade de São Paulo) e também foi presidente do BNDES de 2004 a 2006.

Em 2018, o MPF (Ministério Público Federal) entrou com ação pedindo a responsabilização de Dilma e Guido Mantega pelo crime de improbidade administrativa em razão das chamadas “pedaladas fiscais” –manobra contábil feita pelo Executivo para cumprir as metas fiscais e fazer parecer que havia equilíbrio nas despesas.

Houve, no entanto, o arquivamento da acusação, que serviu de base para o processo de impeachment da petista, em 2016. Em agosto de 2023, o TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, sediado em Brasília, manteve por unanimidade a decisão que arquivou a ação de improbidade contra Dilma no caso.

Jornal de Brasília - DF   19/01/2024

O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) defendeu nesta quinta-feira (18) em Davos as qualificações de Guido Mantega para comandar a Vale.

Ele não quis falar, porém, das gestões do governo Lula (PT) para emplacar o nome do ex-ministro da Fazenda, e afirmou que só haverá posição quando for deflagrado o processo de sucessão de Eduardo Bartolomeo na empresa, no fim deste mês.

“É claro que não é possível ninguém fazer nenhuma imposição à Vale. Agora, é um direito do governo sentar como acionista, mesmo minoritário, para discutir qual a melhor estratégia, a estratégia convergente entre o interesse do acionista e o interesse do país”, disse a jornalistas brasileiros durante o encontro do Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça).

“Mas eu quero fazer um registro. O ex-ministro Mantega é o mais longevo no cargo de ministro da Fazenda [de 2006 a 2015] da história da República. É alguém extremamente preparado, professor universitário, que reúne todas as condições.”

Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) articulam entre os acionistas a indicação de Mantega para a presidência da Vale. Um caminho seria o ex-ministro ocupar antes um dos dois assentos que a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, tem entre os 13 do conselho de diretores.

Ao falar da Vale, Silveira, cuja base eleitoral é Minas Gerais, criticou ainda a manutenção que a empresa faz das barreiras nas áreas de mineração, e voltou a afirmar que o governo vai examinar todas as concessões de direitos minerários no país, sem dar mais detalhes. Ele disse que não descarta revisões.

O ministro também voltou a falar dos subsídios para o consumidor na conta de luz, frisando que o governo estuda um mecanismo para reduzir o valor ao cidadão, não um pagamento às empresas geradoras.

“Nós seremos extremamente cuidadosos com relação a novos subsídios, o que nós precisamos é achar soluções viáveis economicamente”, afirmou. “Uma coisa é a conta de energia, outra coisa é subsidiar fontes energéticas.”

Silveira encerrou ontem com mais um painel sobre transição energética sua participação no encontro anual do fórum, onde defendeu o Brasil como destino de investimentos que prezem a energia limpa e a ideia do governo de fazer uma migração “justa e inclusiva” para o novo modelo -o que significa, diz ele, evitar uma ruptura brusca com os combustíveis fósseis.

Nesta sexta, ele visita uma fábrica de biodiesel na região de Zurique antes de voltar ao Brasil. As ministras Marina Silva (Meio Ambiente) e Nísia Trindade (Saúde), que completam a delegação do governo Lula em Davos, retornaram na quarta-feira.

Diário do Comércio - MG   19/01/2024

Os preços futuros do minério de ferro se recuperaram ontem, auxiliados pela esperança renovada de mais estímulos por parte da China, principal mercado consumidor do minério, após um discurso de uma autoridade do órgão de planejamento estatal. O minério de ferro de referência para fevereiro na Bolsa de Cingapura subiu 2,48%, para US$ 128,9 a tonelada.

Já o contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de (DCE), da China, encerrou as negociações do dia com alta de 0,8%, a 948,5 iuanes (US$ 131,85) a tonelada, apagando as perdas registradas mais cedo. Pela manhã, o contrato atingiu o nível mais baixo desde 19 de dezembro, em 920,5 iuanes por tonelada.

A China dará maior ênfase à expansão da demanda efetiva, ao desenvolvimento e ao fortalecimento da economia real, disse um funcionário da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma do país, citado pela mídia estatal ontem.

“Não há nada que seja realmente novo ou material (no último discurso), mas a posição positiva do planejador estatal pode injetar alguma confiança no mercado”3, disse um analista chinês, que pediu anonimato por não estar autorizado a falar com a imprensa.

A recuperação dos preços vem após pressão contínua de queda. Uma recuperação econômica mais instável do que o esperado na China, o aprofundamento da crise imobiliária, o aumento dos riscos deflacionários e a demanda tímida lançaram sombra sobre as perspectivas para este ano.

Uma das principais fornecedoras de minério de ferro, a BHP relatou uma pequena queda de 2,2% na produção de minério de ferro no segundo trimestre, em linha com as previsões dos analistas, à medida que conecta sua linha ferroviária a um centro de produção na região de Pilbara, na Austrália.

Máquinas e Equipamentos

Valor - SP   19/01/2024

Parceria entre brasileiros e chineses começou pela oferta de televisores e agora vai ser ampliada com novos produtos no 2º trimestre

Cai (esq.) e Fay estão à frente da ampliação do leque de produtos: dois modelos de geladeiras e uma máquina lava-e-seca — Foto: Divulgação

O caminho para construir parcerias de empresas de culturas tão diferentes como a chinesa e a brasileira é sempre cheio de receios e dificuldades. Mas pode resultar em histórias de sucesso. Há oito anos, o grupo chinês TCL e a brasileira Semp fizeram uma joint venture que permitiu à companhia saltar do quinto para o segundo lugar na venda de televisores no Brasil. O passo seguinte será dado no próximo trimestre, quando a TCL Semp estreia no mercado brasileiro de geladeiras e máquinas de lavar roupa.

Além disso, com mudanças nos cargos de direção, o grupo se prepara para entrar em outros segmentos de produtos no Brasil e outros países da América Latina.

A história da parceria começou quando Affonso Brandão Hennel, filho do fundador da Sociedade Eletro Mercantil Paulista (SEMP) leu, no jornal Valor, sobre o interesse do grupo chinês em erguer uma fábrica no Brasil. O grupo brasileiro, que nasceu em 1942 com a produção de rádios a válvula acabara de desfazer uma parceria que ficou famosa, com a japonesa Toshiba. O grupo familiar procurou os chineses e os convenceu a desistirem de entrar no Brasil sem um parceiro.

No início da joint venture, que nasceu como Semp TCL, o grupo brasileiro tinha participação de 60%. Tornou-se minoritário a partir de 2020, com fatia de 20% e em 2023, com novo aporte de capital, a Semp Amazonia ficou com 25% e a TCL, 75%. O nome da joint venture foi, então, invertido para TCL Semp. Hoje, além dos televisores, o grupo produz, na Zona Franca de Manaus, aparelhos de ar-condicionado.

É corrente na empresa a percepção de que a parceria deu certo graças, principalmente, a dois personagens-chave. Do lado brasileiro, o próprio filho do fundador. Aos 94 anos, Hennel é hoje presidente do conselho e um ano atrás foi pessoalmente até a sede da TCL na China tratar do que sua família trata como parceria perene.

Do lado chinês, o articulador da joint venture é Haiping Yue, um chinês que já estava estabelecido no Brasil quando foi contratado pela TCL, em 2015, para cuidar da instalação do grupo no país. Este mês Yue foi escalado para uma nova missão.

Além dos televisores, o grupo produz em Manaus aparelhos de ar-condicionado

Ele acaba de deixar o cargo de CEO da TCL Semp para assumir a vice-presidência do grupo TCL na América Latina. Com domínio do português, ele será o responsável pela prospecção de novas oportunidades de negócios na região e relações governamentais.

Os produtos que o grupo planeja começar a vender no Brasil para diversificar os negócios são mantidos em sigilo. Yue conta que guarda até hoje um exemplar da notícia que provocou a parceria com os brasileiros.

O novo CEO da TCL Semp é Eason Cai, que já ocupa a presidência do grupo na América Latina. Cai trabalha no grupo chinês há mais de 20 anos e mudou-se para o Brasil em novembro. Com a mudança, o escritório da divisão responsável pelo mercado latino-americano foi transferido de Shenzhen, China, para São Paulo.

Agora, a TCL Semp se prepara para estrear na linha branca. Está em processo de definição de pelo menos dois modelos de geladeiras e uma máquina lava-e-seca roupas. No início, esses produtos serão importados da China. Mas, segundo Felipe Hennel Fay, CEO da Semp Amazônia e membro-executivo da joint venture, há planos de produzir no Brasil.

Fay é neto de Hennel e faz parte do grupo de membros da família que tem atuado nos negócios da Semp no últimos 82 anos. Desde cedo, ele aproveitava férias escolares para fazer estágios na empresa fundada pelo bisavô. Foi mensageiro, montador de caixas e office-boy.

Com 1,5 mil funcionários, a TCL Semp obteve faturamento bruto perto de R$ 5,2 bilhões em 2023. Superada só pela Samsung, ficou com 20% do mercado brasileiro de televisores. No segmento de condicionadores de ar, a marca atingiu participação 10% das vendas do segmento de “split high wall”, segundo dados da companhia.

Globalmente, a TCL obteve, em 2023, receita de US$ 40 bilhões. Composto por várias empresas, com seis listadas em bolsas da China e de Hong Kong, o grupo conta com 130 mil funcionários e 32 grupos de manufatura em todo o mundo, incluindo Argentina. Opera em mais de 160 países e tem 48 centros de desenvolvimento e tecnologia.

A TCL terminou 2023 como o segundo maior fabricante de televisores no mundo. Numa visita à fábrica de painéis, durante o Brazil China Meeting, fórum de debates sobre as relações entre os dois países, realizado na semana passada, em Shenzhen, a empresa anunciou que lançará em abril no mercado chinês televisão de 115 polegadas. Altamente robotizada, a linha de painéis serve não apenas à produção da própria TCL como fornece para outros fabricantes, tanto de televisores como celulares, tablets, e produtos que usam painéis de LED, como instrumentos médicos e telas usadas para navegação em automóveis e caminhões.

No início de 2023, as partes firmaram um contrato que prorroga a joint venture por mais 50 anos. Na semana passada, durante o evento em Shenzhen, Fay recomendou à delegação brasileira atenção com oportunidades de parcerias na China. E vice-versa. “Recomendo às empresas chinesas serem mais abertas a parcerias e que os brasileiros não tenham medo de se juntar a parceiros com uma cultura tão diferente”, disse.

AUTOMOTIVO

O Estado de S.Paulo - SP   19/01/2024

Com as temperaturas de Chicago, nos EUA, caindo abaixo de zero, as estações de carregamento de veículos elétricos se tornaram cenários de desespero: baterias descarregadas, motoristas em confronto e filas que se estendem para as ruas.

“Quando está frio assim, os carros não funcionam bem, os carregadores não funcionam bem e as pessoas também não funcionam tão bem”, disse Javed Spencer, um motorista de Uber que disse ter feito pouco nos últimos três dias além de carregar seu Chevy Bolt alugado e se preocupar em ficar encalhado com uma bateria descarregada - de novo.

Spencer, 27 anos, disse que saiu no domingo para ir a uma estação de carregamento com 30 milhas (cerca de 48 quilômetros) restantes na sua bateria. Em minutos, a bateria acabou. Ele teve que rebocar o carro até a estação.

“Quando finalmente o conectei, não estava recebendo nenhuma carga”, disse ele. Recarregar a bateria, que normalmente leva uma hora para Spencer, levou cinco horas.

Com mais pessoas possuindo carros elétricos do que nunca, as ondas de frio neste inverno do hemisfério Norte têm causado dores de cabeça para os donos desses veículos, à medida que as temperaturas congelantes esgotam as baterias e reduzem a autonomia de condução.

E os problemas podem persistir um pouco mais. Chicago e outras partes dos Estados Unidos e Canadá foram surpreendidas nesta semana por temperaturas extremamente baixas. Na terça-feira, 16, a sensação térmica despencou para quase 30 graus negativos em grande parte da área de Chicago, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia. A expectativa é que temperaturas perigosamente baixas e ondas de neve persistam até o final da semana.

“Tem sido uma montanha-russa”

Os veículos consomem mais energia para aquecer suas baterias e cabines em clima frio, então é normal ver o consumo de energia aumentar, lembra a Tesla aos seus clientes em uma publicação no seu site, onde oferece algumas dicas aos motoristas: mantenha o nível de carga acima de 20% para reduzir o impacto das temperaturas congelantes.

A Tesla também recomenda que os motoristas usem o recurso de “partida programada” para registrar o início de uma viagem com antecedência, para que o veículo possa determinar o melhor momento para iniciar o carregamento e o pré-condicionamento. Isso permite que o carro funcione com eficiência máxima desde o momento em que é ligado.

Em um estacionamento dolorosamente frio em Chicago na terça-feira, motoristas da Tesla se aglomeravam em seus carros esperando por uma recarga.

Naquela manhã, Nick Sethi, um engenheiro de 35 anos de Chicago, disse que encontrou seu Tesla congelado. Ele passou uma hora em temperaturas de 5 graus negativos lutando com as fechaduras.

Finalmente, ele conseguiu esculpir a alça embutida do porta-malas para abri-lo, escalando para dentro e dirigindo seu SUV Model Y Long Range por cinco milhas (oito quilômetros) até a estação de supercarregamento mais próxima. Ele se juntou a uma longa fila de motoristas da Tesla.

Todos os 12 postos de carregamento estavam ocupados, com os condutores retardando ligeiramente o processo ao permanecerem dentro dos seus veículos com o aquecimento ligado.

“Tem sido uma montanha-russa”, disse Sethi, que se mudou de Dallas para Chicago na primavera passada, sobre possuir um Tesla durante uma série de dias brutalmente frios. “Vou passar pelo inverno e depois decidir se vou ficar com o carro.”

Alguns postos de carregamento depois, Joshalin Rivera também estava sentindo um pouco de arrependimento de comprador. Ela estava sentada com o aquecedor ligado dentro de seu Tesla Model 3 2023 enquanto recarregava a bateria.

“Se você está esperando naquela fila e tem apenas 50 milhas (cerca de 80 quilômetros), você não vai conseguir”, disse Rivera, apontando para a fila de veículos que se estendia para a Avenida Elston. Ela disse que viu um Tesla ficar sem bateria logo depois que um motorista tentou cortar a fila.

Em condições normais, o carro de Rivera pode percorrer até 273 milhas (439 quilômetros) com uma única carga de 30 minutos. Nesta semana, Rivera disse que acordou e descobriu que cerca de um terço da bateria de seu carro estava descarregada por causa do frio noturno. À medida que as temperaturas caíam, ela passava horas todas as manhãs esperando na fila e recarregando a bateria. “É meio que, eu não quero realmente um Tesla”, disse ela.
Por que o clima frio descarrega as baterias dos veículos elétricos?

Ao contrário de carros com motores de combustão interna, um veículo elétrico possui duas baterias: uma de baixa voltagem e outra de alta voltagem. Em climas particularmente frios, a bateria de baixa voltagem, de 12 volts, também pode perder carga, assim como acontece nos veículos tradicionais.

Quando isso acontece, o veículo elétrico não pode carregar em um carregador rápido até que a bateria de baixa voltagem seja reiniciada, disse Albert Gore III, ex-funcionário da Tesla que agora é diretor executivo da Zero Emission Transportation Association, que representa montadoras, incluindo a Tesla, e divulgou um guia de dicas para operar veículos elétricos em clima frio.

O desafio para os veículos eléctricos é que os dois lados da bateria – o ânodo e o cátodo – têm reações químicas que são retardadas durante temperaturas extremamente frias. Isso afeta tanto o carregamento quanto o descarregamento da bateria, disse Jack Brouwer, diretor do Clean Energy Institute e professor de engenharia mecânica e aeroespacial na Universidade da Califórnia, Irvine.

“Acaba sendo muito difícil fazer veículos elétricos a bateria funcionarem em condições muito frias”, disse Brouwer. “Você não pode carregar uma bateria tão rápido ou descarregar uma bateria tão rápido se estiver frio. Não há maneira física de contornar isso.” A Tesla não respondeu a um pedido de comentário.
Eles não têm esses problemas na Noruega

Enquanto as pessoas do setor estudam o que deu errado em Chicago, alguns sugerem que a infraestrutura de carregamento pode simplesmente ter sido superada pelo frio extremo.

“Estamos apenas há alguns anos na implantação em larga escala de veículos elétricos”, disse Gore. “Este não é um problema categórico para os veículos elétricos”, acrescentou, “porque já foi amplamente resolvido em outros lugares”.

Alguns dos países com maior uso de veículos elétricos também estão entre os mais frios. Na Noruega, onde quase um em cada quatro veículos é elétrico, os motoristas estão acostumados a tomar medidas, como pré-aquecer o carro antes de dirigir, para aumentar a eficiência mesmo em clima frio, disse Lars Godbolt, consultor da Associação Norueguesa de Veículos Eléctricos, que representa mais de 120 mil proprietários de carros elétricos na Noruega.

As estações de carregamento na Noruega têm filas mais longas no inverno do que no verão, já que os veículos demoram mais para carregar em climas mais frios, mas isso se tornou um problema menor nos últimos anos, porque a Noruega construiu mais postos de carregamento, disse Godbolt, citando uma pesquisa recente com os membros. Além disso, a maioria das pessoas na Noruega mora em casas, não em apartamentos, e quase 90% dos proprietários de veículos elétricos têm as suas próprias estações de carregamento em casa, disse ele.

Em todo o mundo, 14% de todos os carros novos vendidos em 2022 eram elétricos, ante 9% em 2021 e menos de 5% em 2020, de acordo com a Agência Internacional de Energia, que fornece dados sobre segurança energética. Na Europa, Noruega, Suécia, Islândia, Finlândia e Dinamarca tiveram a maior participação de veículos elétricos nos registros de automóveis novos em 2022, de acordo com a Agência Europeia do Meio Ambiente.

O tempo frio provavelmente será um problema menor à medida que as empresas atualizarem os modelos de veículos elétricos. Mesmo nos últimos anos, as empresas desenvolveram capacidades que permitem que os modelos mais recentes sejam mais eficientes no frio. “Esses novos desafios surgem e a indústria inova para resolver não completamente, mas pelo menos em parte, muitos desses problemas”, disse Godbolt.

Todos os veículos, incluindo os movidos a diesel ou gasolina, têm pior desempenho em clima frio, observou James Boley, porta-voz da Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de Automóveis, uma associação comercial que representa mais de 800 empresas automotivas na Grã-Bretanha. Ele disse que o problema tinha menos a ver com a capacidade dos veículos elétricos de funcionar bem no frio e mais com a incapacidade de fornecer a infraestrutura necessária, como estações de carregamento.

Com um carro movido a gasolina ou diesel, os motoristas têm total confiança de que encontrarão postos de gasolina, por isso eles estão menos focados na redução da eficiência em climas frios, disse ele. “Se a infraestrutura de carregamento de veículos elétricos não estiver no lugar, isso pode ser mais preocupante.”

Spencer, o motorista de Uber, disse que a economia de dirigir um veículo elétrico para um serviço de compartilhamento de viagens pode não funcionar nos invernos de Chicago. A Uber disse em comunicado que oferece descontos de recarga para seus motoristas, mas Spencer ainda se preocupa.

“O pagamento é o mesmo, mas o custo para os motoristas, com todos essas recargas extras, é muito maior”, disse ele.

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   19/01/2024

A Daimler Truck está produzindo a primeira frota de caminhões Mercedes-Benz GenH2 para testes junto a clientes. A previsão é de que até meados de 2024, as empresas Amazon, Air Products, INEOS, Holcim e Wiedmann & Winz participem dos primeiros testes, a fim de obter experiência no transporte de longa distância e livre de emissões de CO2 por meio de caminhões com célula de combustível.

Cinco cavalos mecânicos atrelados a semirreboques serão utilizados em diferentes aplicações no transporte de longa distância em rotas específicas na Alemanha, como transporte de materiais de construção, contêineres marítimos e botijões de gás. Os veículos serão reabastecidos em postos públicos de hidrogênio líquido (sLH2). Durante esses primeiros testes, os caminhões GenH2 continuam sob supervisão e responsabilidade da Mercedes-Benz Trucks.

“É uma situação com ganhos para todas as partes, uma vez que nossos clientes ficam conhecendo a tecnologia de célula de combustível, enquanto nossa equipe de engenheiros consegue entender melhor as necessidades desses clientes para o desenvolvimento do produto”., afirma Andreas Gorbach, membro do Conselho de Administração da Daimler Truck AG, responsável pela tecnologia de caminhões.

Nesse estado agregado, o transportador não só tem uma densidade energética muito mais elevada, mas os custos de transporte também podem ser significativamente reduzidos.

Como resultado, mais hidrogênio pode ser transportado, o que aumenta significativamente a autonomia e possibilita um desempenho comparável ao de veículos como os caminhões convencionais a diesel. Os tanques de hidrogênio líquido também oferecem vantagens em termos de custos e peso. Portanto, o uso de hidrogênio líquido permite uma carga útil maior.

Características – Os engenheiros de desenvolvimento da Daimler Truck basearam o caminhão GenH2 nas características do caminhão Actros convencional da Mercedes-Benz em termos de carga útil, autonomia e desempenho.

Os GenH2 que serão utilizados nesses primeiros testes oferecem uma carga útil de cerca de 25 toneladas e um PBTC (peso bruto total) combinado de 40 toneladas.

Os dois tanques de aço inoxidável de hidrogênio líquido têm capacidade de 88 kg, o que os torna apropriados para cobrir longas distâncias.

O sistema de célula de combustível do Mercedes-Benz GenH2 produz 300 kW e a bateria fornece mais 400 kW temporariamente. Ela é recarregada com a energia de frenagem e com o excedente de energia da célula de combustível.

Valor - SP   19/01/2024

O maior fabricante de veículos elétricos (VEs) da China, BYD, lançou nesta quinta-feira três modelos de passageiros na Indonésia, fazendo uma incursão em uma economia que é a maior do Sudeste Asiático e está cortejando esse investimento por meio de de novos incentivos.

A BYD apresentou seu popular sedã Seal, o veículo utilitário esportivo (SUV) Atto 3 e o hatchback Dolphin para o mercado indonésio em uma cerimônia de lançamento em Jacarta. Ela não definiu preços, e os executivos da empresa afirmaram que o farão no próximo mês.

“A Indonésia tem se tornado consistentemente um país estratégico para a entrada de muitas empresas globais”, disse Eagle Zhao, que lidera a BYD na Indonésia, no lançamento. "Para a BYD, a visão da Indonésia se alinha com a nossa."

Os veículos são importados diretamente da China e funcionam com baterias de fosfato de ferro-lítio, em oposição às baterias à base de níquel, levantando questões sobre se a BYD investirá em uma unidade de produção na Indonésia.

O país tem tentado atrair a empresa chinesa, a Tesla e outros intervenientes globais em veículos elétricos, usando a sua riqueza em níquel, um ingrediente-chave nas baterias de veículos elétricos de longo alcance, como isca.

A Indonésia emitiu recentemente um regulamento que permite aos fabricantes de automóveis vender um certo número de carros elétricos importados com isenção de impostos de importação e de luxo. O número é proporcional ao compromisso das montadoras em desenvolver a capacidade de produção local. As propostas relacionadas devem ser apresentadas até o final de 2025, a unidade de produção deve ser construída até 2026 e a produção deve começar pelo menos até 2027 se os fabricantes de automóveis quiserem se beneficiar dos incentivos.

“Estamos no caminho certo para iniciar a construção de nossas instalações ainda este ano, conforme planejado”, disse Zhao, acrescentando que a BYD também pretende participar do desenvolvimento do ecossistema VE do país.

Enquanto isso, o ministro coordenador de Assuntos Econômicos do governo indonésio, Airlangga Hartarto, disse no lançamento por videoconferência que a BYD investirá US$ 1,3 bilhão em suas instalações de fabricação com o compromisso de uma capacidade de produção de 150 mil veículos.

A BYD, que ultrapassou a Tesla para se tornar o maior fabricante mundial de veículos elétricos em vendas no último trimestre do ano passado, já entrou nos mercados do Sudeste Asiático, incluindo Tailândia, Cingapura, Malásia e Vietnã. Ela também anunciou planos de investimento em alguns desses países.

As vendas de carros elétricos a bateria na Indonésia aumentaram quase 70% no ano passado, para 17.051 veículos, de 10.327 em 2022 e 687 em 2021, de acordo com dados de atacado da Associação da Indústria Automotiva da Indonésia, ou Gaikindo.

Kukuh Kumara, secretário-geral de Gaikindo, disse no início desta semana que os preços relativamente elevados em comparação com os carros de combustão interna continuam a ser um desafio para uma maior penetração dos VEs na Indonésia.

“Os compradores de veículos elétricos, na sua maioria, não são compradores de primeira viagem. [Eles são] os ricos com dinheiro extra”, disse ele, acrescentando que no ano passado os veículos elétricos ainda representavam apenas 1,7% das vendas de automóveis na Indonésia, totalizando cerca de 1 milhão de veículos.

Embora quinta-feira marque a estreia da BYD no mercado de carros elétricos de passageiros da Indonésia, ela já vendeu ônibus elétricos por meio da empresa local VKTR Mobilitas Indonesia, uma afiliada do Grupo Bakrie. Dezenas de ônibus BYD foram usados ​​pela rede de ônibus públicos TransJakarta nos últimos dois anos, e a VKTR disse no ano passado que queria vender mais ônibus na Indonésia.

Kukuh disse que a empresa chinesa tem grande potencial para aprofundar a sua penetração no mercado de transporte público da Indonésia. “A BYD é excelente em veículos comerciais”, disse ele. “As grandes cidades [na Indonésia] podem potencialmente procurar usar VEs para serviços de autocarros públicos.”

O governo indonésio tem pressionado para expandir o mercado doméstico de veículos elétricos, subsidiando compras de veículos elétricos de duas e quatro rodas. No entanto, os principais fabricantes de automóveis do país, dominados por empresas japonesas, ainda hesitam em entrar no mercado de veículos elétricos.

As montadoras japonesas respondem por mais de 90% das vendas de automóveis do país. Mas a Toyota, a Lexus e a Nissan juntas venderam apenas 799 carros elétricos na Indonésia em 2023. A Hyundai da Coreia do Sul liderou o segmento, vendendo mais de 7.400 veículos no mesmo período, seguida pela Wuling da China, com quase 7 mil veículos.

Um funcionário do governo japonês lamentou na terça-feira o “declínio” da participação de mercado das marcas de automóveis japonesas na Indonésia devido ao atraso nas vendas de veículos elétricos. “Quando a BYD entrar [na Indonésia], eles poderão assumir o controle do mercado”, disse o funcionário.

“Na Indonésia, as empresas chinesas também controlam o negócio dos recursos minerais. Temos que ter cuidado”, acrescentou. "Para os fabricantes de automóveis japoneses, os VEs são cruciais... para o mercado indonésio. Prevejo que mesmo o presidente [da Indonésia]... não deixará de promover os VEs."

CONSTRUÇÃO CIVIL

Construção Latino-americana - SP   19/01/2024

Com projeto do escritório Crosara Arquitetura, o edifício Lotus Prime é a nova sede da União Europeia no Brasil. A obra, que desafia as convenções do design tradicional, possui quase 5.000 m² de área construída e une o que há de mais atual em arquitetura, tecnologia e sustentabilidade. Julio Crosara, responsável pelo projeto, destaca que a estrutura em aço é protagonista na arquitetura do empreendimento.

“A fachada é dominada por uma simbiose entre sistema metálico, vidro e brises perfurados, criando uma estética coesa e funcional. Tentamos deixar o sistema construtivo em aço aparente na maior parte da obra e os brises ajudaram nessa integração”, comenta o arquiteto.

O edifício divide-se em três volumes geométricos distintos: dois pavimentos térreos paralelos e um volume superior perpendicular, que se projeta audaciosamente sobre os primeiros. Esse arranjo maximiza a vista panorâmica e cria balanços marcantes, que se tornam a assinatura visual do edifício.

Julio Crosara explica ainda que complementando sua arquitetura inovadora, o Lotus Prime também incorpora uma série de estratégias perspicazes. A localização dos banheiros, a escolha de materiais como drywall e alvenaria, além da inclusão de lajes pré-moldadas, refletem decisões operacionais pensadas para maximizar tanto a utilidade quanto a eficiência do espaço interno.

Mas o que verdadeiramente captura e mantém a atenção são os balanços no bloco superior, que se estendem por até 5,5 m. Essa característica arquitetônica torna-se viável graças à implementação de estruturas em aço de alta resistência, cujas propriedades mecânicas superiores permitem o emprego de seções mais esbeltas. Esses balanços atestam a sofisticação técnica e as amplas possibilidades que o sistema construtivo em aço oferece.

Diante dessas características, o Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) destaca que obras como o Lotus Prime exemplificam perfeitamente como o uso do sistema construtivo em aço é capaz de proporcionar construções inovadoras e esbeltas, que se mantêm seguras e eficientes, representando a arquitetura contemporânea. A entidade também destaca que a adoção do método construtivo foi o que possibilitou a criação de amplos vãos livres, permitindo uma versatilidade única nos layouts do edifício da capital federal.

Infomoney - SP   19/01/2024

As construções de moradias iniciadas nos Estados Unidos caíram 4,3% em dezembro em relação a novembro, ao ritmo anualizado de 1,460 milhão de unidades, informou o Departamento do Comércio. A queda foi menor do que a prevista por analistas ouvidos pela FactSet, que esperavam recuo de 8,1%.

O indicador de novembro foi revisado para baixo, de 1,560 milhão (+14,8%, na comparação mensal) para 1,525 milhão (+10,8%, na comparação mensal).

Já as permissões para novas obras subiram 1,9%, à taxa anualizada de 1,495 milhão no mês passado. A projeção era de avanço menor, ao ritmo anualizado de 1,476 milhão.
O dado de novembro também foi revisado nesse caso, de 1,460 milhão a 1,467 milhão.

FERROVIÁRIO

Revista Ferroviaria - RJ   19/01/2024

O modal ferroviário brasileiro passou por relevantes transformações nos últimos anos, com esforços para revitalizar e expandir a malha do país e levar, por meio dos trilhos, desenvolvimento econômico para lugares remotos. O Brasil, com sua vastidão territorial e riquezas naturais, possui um sistema de ferrovias com grande potencial para expandir e impulsionar o crescimento e a competitividade em importantes setores da economia.

Hoje, o transporte ferroviário representa apenas 20% das cargas transportadas no país —o mesmo montante da década de 1990—, o que demonstra o potencial de expansão. Nos anos 1960, a malha ferroviária brasileira chegou ao seu auge em extensão. Eram 38 mil quilômetros de ferrovias, para o transporte de cargas e passageiros, distribuídos por todo o país, ante os 30 mil quilômetros atuais.

A densidade ferroviária no Brasil é de 3,1 metros por km², pouco incrementada se comparada aos Estados Unidos (150 m/km²) e Argentina (15 m/km²), por exemplo. A malha ferroviária nacional transporta atualmente cerca de 410 bilhões de toneladas por quilômetro, enquanto os demais modais transportam 1.930 bilhões, segundo recente Plano Nacional de Logística (PNL). Isso representa apenas 17% de tudo o que é transportado no país. Ou seja, há um enorme potencial a ser explorado.

Seguramente, o grande impulso para essa meta foi a aprovação, em 2021, do novo marco regulatório, que busca fomentar investimentos privados e parcerias público-privadas no setor para aumentar a eficiência operacional e modernizar as linhas férreas. Entre os projetos de destaque criados a partir dessa mudança regulatória está o trecho I da Ferrovia Oeste-Leste (FIOL I), na Bahia.

Com um total de 537 quilômetros de extensão, passando por 20 municípios, ela é uma parceria público-privada entre o governo do estado e a Bamin, que viabilizará um projeto integrado (mina, ferrovia e porto), com capacidade de movimentar 60 milhões de toneladas de carga por ano. A empresa calcula o investimento em quase R$ 5 bilhões e a geração de cerca de 33 mil empregos diretos e indiretos com as obras.

Outro incentivo importante ao setor foi a aprovação em agosto último, pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), de proposta de isenção total do ICMS sobre projetos de investimentos no modal ferroviário. Trata-se de um estímulo gigantesco e inédito na história do Brasil, que incide em obras, equipamentos e locomotivas.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) divulgou que a expansão da malha ferroviária do país já soma 12 mil quilômetros de novos trilhos, em 19 unidades da federação. Ainda segundo a agência, o Brasil possui requerimentos e autorizações para mais de 22 mil km de novas ferrovias, com investimentos previstos de R$ 295 bilhões, que podem gerar 3,6 milhões de empregos em todo o país. O Poder Executivo federal prevê que o setor ferroviário poderá transportar o dobro da carga movimentada até 2035.

Os benefícios chegam também ao meio ambiente. O custo da construção de ferrovias com vieses mais sustentáveis hoje se encontra mais favorável do que a permanência da utilização de rodovias. A busca por inovação também promove benefícios com a criação de locomotivas diesel-elétricas, híbridas, uso de full-batery e de hidrogênio.

Apesar de reconhecermos o imenso potencial deste modal, também precisamos lidar com alguns desafios. Investimentos significativos são necessários na modernização e expansão da infraestrutura ferroviária, bem como na segurança das operações ferroviárias. Por isso é necessário encorajar as parcerias público-privadas e um ambiente regulatório mais favorável. Além disso, com recursos adequados e inovação tecnológica, otimiza-se a eficiência desse sistema de transporte essencial ao desenvolvimento econômico do país.

Rodoviário

Valor - SP   19/01/2024

A Autoridade Portuária de Santos, ligada ao governo federal, pretende construir o túnel entre Santos e Guarujá através de uma PPP (Parceria Público-Privada)

A Autoridade Portuária de Santos, ligada ao governo federal, pretende construir o túnel entre Santos e Guarujá através de uma PPP (Parceria Público-Privada) e deve dispensar a participação do governo estadual de São Paulo no projeto e na gestão após a obra ser concluída. O cronograma da autarquia prevê que o leilão da PPP seja feito em novembro, e a obra tenha início em 2025 — a entrega ocorreria três anos depois.

A decisão foi divulgada pela CNN e confirmada pela reportagem.

Inicialmente, o governo Lula (PT) pretendia construir o túnel por meio de obra pública, com verbas da União, do Estado e da própria autoridade portuária. Agora, a ideia é que a conta de R$ 5,8 bilhões seja dividida entre autoridade portuária e o setor privado, com a entrega da gestão do túnel ao vencedor do leilão por até 70 anos.

A APS contratou um estudo de modelagem econômica que deve demonstrar se a PPP é viável, mas a avaliação é que dificilmente haverá um parecer em direção contrária. Há cerca de R$ 3 bilhões no caixa da autarquia, que devem ser investidos no projeto.

A reportagem apurou que a decisão de avançar com o projeto sem participação do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) ocorreu após, na avaliação do governo federal, ficar claro que o Estado não havia separado verbas no Orçamento de 2024 para a obra.

Há um ano, a proposta de realizar uma parceria com o setor privado era ponto de discordância entre os governos federal e estadual. O então ministro dos Portos, Márcio França (PSB), defendia uma obra 100% pública, e Tarcísio era favorável à PPP. Até hoje, a obra está no Programa de Parcerias de Investimentos do governo estadual.

Há expectativa de que o governo estadual coopere na obtenção de licenças ambientais e na cessão do projeto do túnel, que foi desenvolvido entre 2012 e 2014 pela Dersa — empresa estadual de infraestrutura viária. A avaliação do governo federal, porém, é que a obra não depende da ajuda do Estado, embora seja bem-vinda.

O cronograma, que prevê consulta pública em abril e a publicação do edital até setembro, depende de uma tramitação suave no TCU (Tribunal de Contas da União) para ser cumprido. Se houver demora na emissão de licenças ambientais, judicialização ou pedidos de vistas no tribunal, por exemplo, pode haver atrasos. O presidente da APS, Anderson Pomini, tem afirmado que a autarquia já trabalha com a possibilidade de haver ajustes nos prazos.

O governo de São Paulo afirmou, em nota, que "possui disponibilidade financeira e de captação de recursos para a construção do túnel" e que não há necessidade de disponibilidade financeira no Orçamento deste ano para o projeto, uma vez que as obras não serão iniciadas no exercício vigente.

"A gestão estadual vinha atuando em conjunto ao Federal para viabilização do empreendimento, desde a qualificação do projeto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), enviando todos os documentos produzidos internamente para lançar a PPP, como Modelo Econômico-Financeiro, Edital, Contrato e Anexos Técnicos", diz a nota, assinada pela SPI (Secretaria de Parcerias e Investimentos).

A gestão Tarcísio também argumentou que o governo federal teria de fazer um novo projeto-executivo para viabilizar a obra, "ampliando o prazo e entrega das obras". O Estado afirma que contratou a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) em dezembro para atualizar o projeto realizado pela Dersa, e que isso pode viabilizar um leilão em menor prazo.

"O Estado já havia assinado o Acordo de Cooperação Técnica, que permitiria a criação de um grupo de trabalho envolvendo o Ministério dos Portos e Aeroportos (MPOR), a Autoridade Portuária de Santos (APS), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado de SP (SPI) e a Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), o que viabilizaria o cronograma", diz a SPI.

À CNN Tarcísio afirmou que "é lamentável que se fique em uma disputa de paternidade da obra" e pediu uma postura "republicana" para tratar do assunto.

A ligação das duas margens do estuário de Santos é considerada o maior gargalo no transporte de mercadorias e pessoas no país. Por dia, são 78 mil passageiros que atravessam o canal com a balsa e, sem a conexão seca, 10 mil caminhões precisam fazer um percurso de 45 quilômetros para ir de um lado a outro. Por lá passam cerca de 30% das exportações e importações brasileiras.

O túnel teria um pedágio para veículos, e a intenção é garantir que o preço seja o mesmo que é cobrado pela balsa — hoje de R$ 6,20 para motos, R$ 12,30 para carros e até R$ 98,60 para caminhões. O projeto também prevê uma linha de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e ciclovia.

A solução de engenharia proposta é a imersão das estruturas do túnel, em vez de uma tuneladora (o popular "tatuzão"). Isso pressupõe que blocos de concreto com 127 metros de comprimento sejam construídos em terra, levados ao canal e submersos a 21 metros de profundidade.

A inspiração é uma obra em andamento que conecta a Dinamarca e a Alemanha, o túnel Fehmarnbelt.

NAVAL

Portal Fator Brasil - RJ   19/01/2024

Mercadorias como açúcar, sementes e frutos oleaginosos e o minério de ferro comandam a alta do valor exportado pelos terminais portuários no Brasil, com destaque para o Porto Sudeste, que registrou mais de 50% em suas operações.

A balança comercial brasileira por via marítima apresentou o expressivo crescimento de 41,9% em 2023, ao atingir a marca de US$ 119,1 bilhões em valor FOB (Free On Board) — frete em que o comprador assume todos os riscos e custos com o transporte da mercadoria) na comparação com o ano anterior. O incremento no comércio marítimo nacional é fruto do aumento de 1,9% nas exportações, que totalizaram US$ 300,4 bilhões no ano passado, aliado a uma queda de 14% nas importações.

Os dados foram levantados pela Associação de Terminais Portuários Privados (ATP) a partir de informações do sistema de estatísticas do Ministério da Fazenda, e disponibilizadas pelo banco de dados do setor portuário da ATP , — o DATaPort.

Segundo o presidente da ATP, Murillo Barbosa, os terminais portuários brasileiros foram impulsionados por mercadorias consideradas estratégicas para o setor de logística, como açúcar (+43,4% em valor FOB), sementes, frutos oleaginosos como a soja, além do minério que atingiu a marca de US$ 34,6 bilhões em exportações, representando um crescimento de 7,2%.

—No caso do minério brasileiro, os Terminais de Uso Privado se destacaram, sendo responsáveis por 86,1% da movimentação dessa mercadoria. O Porto Sudeste do Brasil foi o grande destaque de 2023, registrando um aumento de mais de 50% em suas operações com minério de ferro— lembra Barbosa.

Sobre as importações, Barbosa atribui a redução, em grande parte, à diminuição na quantidade e preço médio dos combustíveis minerais, registrando uma redução de 22% no preço médio. Além disso, os fertilizantes também desempenharam um papel relevante, com um aumento de 7,4% na quantidade importada, porém, uma queda expressiva de mais de 40% em seu valor médio, retornando aos patamares anteriores ao conflito entre Ucrânia e Rússia.

O presidente da ATP considera que o saldo da balança comercial por via marítima revela a importância do setor portuário na economia nacional, especialmente, os terminais privados que investem com recursos próprios na modernização e na inovação para atender à crescente demanda. Os TUPs (Terminais de Uso Privado) são responsáveis por mais de 65% da movimentação de cargas no país.

Para Barbosa, as perspectivas para os próximos anos são promissoras, desde que os investimentos no setor sigam em rota de crescimento. —O notável aumento do comércio marítimo brasileiro, em 2023, evidencia a pujança dos terminais portuários brasileiros. O expressivo desempenho da balança comercial por via marítima sinaliza um panorama promissor para o comércio exterior brasileiro. Os investimentos em infraestrutura portuária são fundamentais para manter essa trajetória ascendente nos anos subsequentes —define.

Investing - SP   19/01/2024

As interrupções relacionadas ao clima de inverno nos portos do norte da Europa e o desvio de navios do Mar Vermelho estão causando congestionamento nos terminais de contêineres, disse a A.P. Moller-Maersk em uma atualização para os clientes nesta quinta-feira.

A Maersk e outros grupos de transporte marítimo desviaram as embarcações do Mar Vermelho e do Golfo de Áden após os ataques dos militantes Houthis, do Iêmen, enviando-as para uma longa jornada ao redor da África, em vez de passarem pelo atalho do Canal de Suez.

No norte da Europa, as tempestades de inverno e os efeitos da recente temporada de férias levaram ao fechamento de terminais e à paralisação da navegação, informou a empresa.

"Espera-se que as condições climáticas do inverno, bem como as contingências do Mar Vermelho, afetem as operações em toda a Europa e nos terminais do Hub", disse a Maersk.

"Isso está levando ao aumento da densidade de pátios em todos os terminais e os clientes são solicitados a retirar suas unidades o mais rápido possível após a descarga para apoiar a fluidez", disse.

O presidente-executivo da Maersk, Vincent Clerc, disse na quarta-feira que a interrupção do transporte marítimo global causada pelos ataques a navios no Mar Vermelho provavelmente durará pelo menos alguns meses.

"Embora esperemos uma resolução sustentável em um futuro próximo e façamos tudo o que pudermos para contribuir para isso, incentivamos os clientes a se prepararem para que as complicações na área persistam e para que haja uma interrupção significativa na rede global", disse a empresa em sua atualização na quinta-feira.

A Maersk disse que também oferece aos clientes a opção de transferir algumas cargas dos navios para o frete aéreo nos portos de Omã e dos Emirados Árabes Unidos para levar as mercadorias aos destinos finais na Europa ou nos Estados Unidos.

As taxas de transporte de contêineres para as principais rotas de comércio global dispararam, com os ataques aéreos dos EUA e do Reino Unido no Iêmen, o que despertou o temor de uma interrupção prolongada do tráfego comercial global no Mar Vermelho, uma das rotas mais movimentadas do mundo.

Portal Fator Brasil - RJ   19/01/2024

E com esta frota a Ocean Network Express avança com sua ‘Estratégia Verde’.

Singapura — Ocean Network Express Pte. (ONE) assinou contratos de construção naval com o Estaleiro Jiangnan e a Yangzijiang Shipbuilding para uma construção total de doze navios porta-contêineres de metanol de 13 mil TEU de metanol duplo. Cada estaleiro construirá seis navios e todos estão programados para serem entregues a partir de 2027. Este marco significativo representa a frota inaugural de navios de metanol e duplo combustível da ONE e desempenha um papel fundamental no alcance dos objetivos sustentáveis da ONE como parte da’ Estratégia Verde’.

Essas embarcações são projetadas com capacidades para serem flexíveis e ágeis, que se integrarão perfeitamente à rede global dinâmica e em evolução da ONE. Este investimento e compra estão alinhados com a rigorosa política de compras da ONE, que visa atender à demanda dos clientes e ser adaptável a qualquer mudança futura nas cadeias de fornecimento sustentáveis globais.

No atual cenário marítimo e de sustentabilidade, prevê-se que o metanol tenha um potencial significativo para a redução de emissões. Além disso, essas embarcações incluirão tecnologias de ponta, como formato de casco otimizado, sistemas de recuperação de calor residual e pára-brisa de proa. As embarcações selecionadas também serão equipadas com um sistema de lubrificação a ar e um gerador de eixo para ajudar na exploração de possíveis melhorias na eficiência de combustível e na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Essas inovações podem ajudar a acelerar os esforços de descarbonização da ONE e garantir que a conformidade esteja alinhada com os regulamentos do setor naval.

— Nossa decisão de investir em navios de metanol e duplo combustível está alinhada com a Estratégia Verde da ONE como parte de nossas principais iniciativas. A próxima nova frota é fundamental para alcançar nosso objetivo de implantar os primeiros navios de combustível alternativo até 2030 e marca um marco significativo na nossa jornada em direção a uma indústria marítima mais verde e sustentável— afirmou o CEO Jeremy, acerca do anúncio.

A ‘Estratégia Verde ONE’ tem uma meta ambiciosa de atingir emissões líquidas zero de GEE, abrangendo os Escopos 2 e 3, até 2050. Para atingir a meta, a transição do combustível convencional para combustíveis alternativos é definida como o principal pilar das iniciativas Verdes da ONE, e é consistente com Eficiência Operacional, Investimento Verde e Combustíveis Alternativos em nossas principais iniciativas.

Ocean Network Express (ONE) — A Ocean Network Express (ONE) foi fundada em 07 de julho de 2017 após as integrações de serviços regulares da Kawasaki Kisen Kaisha (“K” LINE), Mitsui OSK Lines (MOL) e Nippon Yusen Kaisha (NYK). A nova entidade funciona a partir da sua sede global em Singapura, apoiada por sedes regionais em Hong Kong, Singapura, Reino Unido, Estados Unidos e Brasil. Operando mais de 230 navios, oferece uma rede internacional rápida e confiável de mais de 170 serviços para 120 países e além. ONE é o sexto maior transportador de contêineres do mundo, com uma frota de aproximadamente 1,8 milhão de TEU. ONE é membro da THE Alliance (THEA), um consórcio global de transportadoras marítimas.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   19/01/2024

Surpresa no últim leilão de petróleo, a Elysian Brasil Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural (“Elysian Petroleum“), foi devidamente qualificada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis como Operadora “C”, de acordo com o Edital de Licitações do 4º Ciclo da Oferta Permanente Isto significa que a empresa agora é oficialmente a mais nova Petroleira do Brasil e que provou ter condições financeiras e técnicas para operar os 122 campos que adquiriu. A empresa venceu a exploração dos 122 blocos terrestres adquiridos na última de concessão de petróleo e gás no Brasil, realizada em 13 de dezembro de 2023. As áreas conquistadas pela empresa mineira – com participação de 100% em todos os casos – estão localizadas nas bacias Potiguar (Sergipe e Rio Grande do Norte e Espírito Santo).

Ernani Machado, presidente da Elysian, explica as diretrizes da mais nova companhia brasileira de petróleo: “Ressaltamos que a empresa nasceu em um Coworking, mas amparada pela legalidade, ética, respeito as normas e acima de tudo dentro do regulamento da ANP. Toda a nossa vitoriosa participação no leilão da ANP foi feita seguindo todos os critérios necessários para termos sido hoje oficialmente classificados como Operador”. Ele ressalta que as condições financeiras e técnicas provadas e comprovadas pela ANP foram muito acima da necessidade mínima, “o que nos dá a tranquilidade em afirmar que apesar de sermos um novo player temos condições muito acima do necessário para efetivarmos aquilo que dissemos que efetivaríamos e comprovamos que somos uma nova e confiável empresa que irá operar com alta tecnologia e respeito ao meio ambiente”.

Os próximos passos são:

1 – Pagamento do bônus de R$6.222.000,00
2- Apresentação da garantia mínima de operação
3- Assinatura do contrato de concessão
4- Início das operações

Valor - SP   19/01/2024

Maha Energy sugere combinação de ativos entre petroleiras independentes de olho em sinergias e cria expectativa por novas fusões e aquisições no setor

A entrada da Maha Energy, empresa sueca controlada pela Starboard, no capital da 3R Petroleum pode iniciar um esperado processo de consolidação no país do mercado de “junior oils”, formado a partir da execução do plano de desinvestimentos da Petrobras. O movimento também é reforçado pela proposta da Maha para que a 3R busque uma combinação de ativos com a Petroreconcavo, outra petroleira independente.

Com a suspensão da venda de ativos pela Petrobras, no atual governo, empresas do setor passaram a considerar o crescimento por meio de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês).

Na noite da quarta-feira (17), a Maha Energy anunciou que se tornou acionista da 3R Petroleum, com a compra em bolsa de 11.999.248 ações da companhia, correspondendo a 5% de participação da petroleira. Considerando o valor das ações da 3R no dia do anúncio, a fatia de 5% equivaleria a cerca de R$ 327,6 milhões. As ações da 3R fecharam cotadas a R$ 29,38, alta de 7,62%, enquanto a Petroreconcavo teve alta de 11,70%, a R$ 23,00.

Assim que se tornou acionista, a Maha Energy propôs à 3R uma troca de ativos com a Petroreconcavo, que opera campos em terra (onshore) e no mar (offshore), localizados na Bahia e no Rio Grande do Norte. A Maha tem como objetivo buscar sinergias operacionais e economia de custos. Estima-se um ganho com sinergias da ordem de US$ 1 bilhão. O plano da Maha é agrupar todos os campos onshore sob a Petroreconcavo. Já os ativos offshore, terminais e infraestrutura associada, inclusive uma refinaria, permaneceriam com a 3R Petroleum.

Em uma eventual troca de ativos, a Petroreconcavo emitiria novas ações, que seriam repassadas aos acionistas da 3R Petroleum como pagamento. A operação sugerida pela Maha Energy ainda depende de dois pontos: a análise e aprovação pelo conselho de administração da 3R Petroleum, e a formalização da proposta para a Petroreconcavo.

Acreditamos que o Brasil está maduro para uma segunda onda de M&A”

— Maha Energy

Na manhã da quinta-feira (18), a 3R informou em comunicado sobre a sugestão da Maha Energy: “A companhia analisará o conteúdo da carta e adianta que manterá sua atual estratégia de negócios, bem como manterá seus investidores e o mercado em geral devidamente informados, em linha com as melhores práticas de governança corporativa e em estrita conformidade com a legislação em vigor".

A Petroreconcavo, por sua vez, afirmou, também pela manhã, que não recebeu “até o presente momento” qualquer proposta de combinação dos negócios da 3R. “(...) portanto, não há qualquer negociação em andamento neste sentido”, disse. Procurada, a companhia não comenta o tema. Fontes a par do assunto ouvidas pelo Valor afirmaram que a operação já está “alinhada com todos os acionistas” da 3R e da Petroreconcavo.

Uma delas explicou que as empresas já vinham se movimentando em torno de uma transação, mas ainda não estava claro qual seria o desenho. O que vem se desenhando, agora, avalia, seria o caminho da fusão. Os comunicados indicariam que o estágio das negociações ainda não está maduro e a Maha Energy teria sido escolhida como a proponente da operação.

“Seria difícil pensar que a Maha faria esse anúncio de forma autônoma”, afirmou a primeira fonte. Outras pessoas com conhecimento do assunto ratificaram que 3R e Petroreconcavo já vinham ensaiando uma aproximação, que não foi para a frente. Uma fonte explicou que uma eventual fusão das empresas se explica diante do interesse dos investidores por maiores retornos. Nessa linha, outras companhias com campos próximos aos da 3R e da Petroreconcavo poderiam ser alvo de operações de M&A, como Seacrest e Origem.

Na carta enviada aos conselheiros da 3R, a Maha Energy ressaltou que o mercado de ações “não aprecia adequadamente o valor intrínseco” da 3R nem da Petroreconcavo e há “enormes oportunidades” a serem capturadas em conjunto por ambas as empresas. Um dos entendimentos internos é de que as ações das duas companhias têm sido negociadas com múltiplos inferiores aos da Prio, por exemplo.

“Por esta razão, acreditamos que o mercado brasileiro está maduro para uma segunda onda de M&As, impulsionada pela otimização de carteiras de ativos, captura de sinergias e formação de players que vão liderar a indústria nos próximos anos", disse a Maha Energy em comunicado. Segundo as fontes, a eventual fusão entre 3R e Petroreconcavo resultaria numa empresa menos alavancada e com maior geração de caixa.

A 3R Petroleum possui alavancagem, resultado da relação entre a dívida líquida e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 2,6 vezes, segundo balanço do terceiro trimestre de 2023, enquanto a alavancagem da Petroreconcavo era de 0,56 vezes.

Além disso, como a Petroreconcavo não tem infraestrutura para escoar a produção, ela vende óleo para a refinaria da 3R Petroleum. Logo, uma eventual fusão traria ganhos porque a nova empresa teria uma capacidade maior de produção, infraestrutura própria e poder de refino, sem depender de terceiros. A Petroreconcavo está construindo uma unidade de processamento e tratamento de gás natural na Bahia, em fase final de implantação.

Valor - SP   19/01/2024

Com a pressão das questões climáticas, o mercado americano vive um momento de alerta para o setor de gás natural, tanto sobre o volume de emissões de gases de efeito estufa (GEE) quanto sobre a quantidade de terminais de exportação. Enquanto isso, o mercado brasileiro segue na expectativa de que a oferta local seja de crescimento nos próximos anos, mas ainda aguarda políticas públicas para direcionar o volume.

Em ano eleitoral, o governo de Joe Biden tem considerado alterar a forma de licenciar os novos terminais de exportação de gás natural na tentativa de reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Ativistas climáticos argumentam que vazamentos e emissões dessas estruturas causam impactos ambientais.

Os Estados Unidos se tornaram o maior exportador mundial de gás natural liquefeito (GNL) em 2023. Os sete terminais que operam no país podem produzir até 86 milhões de toneladas por ano, segundo a Energy Information Administration - o suficiente para atender as necessidades de gás combinadas da Alemanha e da França.

Os efeitos desses debates sobre o mercado brasileiro devem ser limitados, segundo Rivaldo Moreira Neto, presidente da consultoria Gas Energy: “Caso os Estados Unidos fiquem limitados em exportar gás, vai gerar um excedente interno grande. A saída para o mercado global é quase uma necessidade para eles dado o volume produzido. Mas, se aprovadas, essas restrições nos Estados Unidos não impactam diretamente o mercado brasileiro. O Brasil é pouco relevante no mercado global de GNL.”

O Brasil faz importações pontuais do gás americano, no mercado “spot” (à vista), e não por contratos a longo prazo. “Se houver restrição futura das exportações americanas, isso pode até alterar os preços, mas não fecharia portas para nenhum mercado”, diz o consultor.

Disponibilidade de gás natural pode dobrar no Brasil até 2030”

— Rivaldo M. Neto

A Bolívia é o exportador mais importante para o Brasil atualmente. A Petrobras tem contrato com a estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) de importação de 20 milhões de metros cúbicos por dia.

Hoje o mercado brasileiro consome cerca de 70 milhões de metros cúbicos por dia, segundo a Gas Energy. Quando há pico de demanda de geração térmica, o consumo pode alcançar 100 milhões.

Conforme Neto, o setor de gás vive um momento de espera até que o governo atual direcione as políticas de desenvolvimento para o produto. “A produção nacional não tem crescido tanto nos últimos anos, mas as expectativas futuras, pelo menos até 2030, são de um choque de oferta doméstica, já considerando a redução da produção boliviana.”

“A capacidade de produção contratada até 2030 pode dobrar a disponibilidade interna de gás natural”, segundo o consultor. Projetos como BM-C-33, Rota 3 e Sergipe-Alagoas podem acrescentar 50 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural ao mercado até 2030.

No ano passado, um dos grandes temas debatidos no mercado de gás foi o volume de reinjeção pela Petrobras. Em junho, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a estatal estaria sendo “negligente” sobre a política de gás natural no país, defendendo que a empresa deveria aumentar a oferta e reduzir a reinjeção - método utilizado para aumentar a produção de petróleo nos poços. Em resposta, a Petrobras negou volume de reinjeção maior que o necessário e disse que o ministro conhecia a política de gás da companhia.

Infomoney - SP   19/01/2024

Os estoques comerciais de petróleo bruto dos Estados Unidos (excluindo os da reserva estratégica do país) diminuíram 2,492 milhões de barris na semana encerrada em 12 de janeiro em relação à semana anterior, informou nesta quinta-feira (18) do Departamento de Energia.

O dado veio praticamente em linha com o consenso LSEG de analistas, que previa queda de 2,4 milhões de barris na semana.

Com 429,9 milhões de barris, os estoques de petróleo dos EUA estão cerca de 3% abaixo da média de cinco anos para esta época do ano.
Os estoques totais de gasolina para motores aumentaram 3,1 milhões de barris em relação à semana anterior e estão ligeiramente acima da média de cinco anos para esta época do ano.

As importações de petróleo bruto dos EUA cresceram 1,2 milhão de barris por dia na semana, para uma média 7,4 milhões de barris. Nas últimas quatro semanas, as importações atingiram  média cerca de 6,7 milhões de barris por dia, 6,6% mais do que no mesmo período de quatro semanas do ano passado.

Já as importações totais de gasolina para motores (incluindo produto acabado e componentes de mistura) foram em média de 549 mil barris por dia, e as importações de combustíveis destilados chegaram a 115 mil barris por dia, em média.

As refinarias americanas operaram com 92,6% de sua capacidade na semana passada. A produção de gasolina diminuiu, atingindo uma média de 9,4 milhões de barris por dia. A produção de combustíveis destilados caiu para uma média de 4,9 milhões de barris por dia.

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