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18 de Julho de 2024

SIDERURGIA

Infomoney - SP   18/07/2024

O Itaú BBA aponta que investidores locais estão menos otimistas em relação às commodities do que estavam há seis meses, o que levou a uma diminuição das posições ao longo do primeiro semestre de 2024.

Segundo levantamento, cerca de 50% dos investidores entrevistados afirmaram que suas alocações em ações de Siderurgia e Mineração (S&M) e Papel e Celulose (P&P) estavam abaixo das médias históricas de seus portfólios, em comparação com 42% na pesquisa anterior.

Portanto, as commodities perderam participação desde a última pesquisa, e 25% dos investidores estão alocando atualmente mais de 10% de seus portfólios em commodities ante 36% da última pesquisa, com 75% alocando de 0% a 10% contra 64% anteriormente. Cabe frisar que as ações de S&M e P&P representam 18,4% do índice Ibovespa.

O setor de Papel e Celulose é a principal escolha para 71% dos entrevistados, seguido pelo setor de Aço com 19% e o setor de Mineração com apenas 10%. Na pesquisa anterior, Mineração era o setor preferido com 58%, seguido por Papel e Celulose com 33%, e Aço com 9%.

De acordo com relatório, mudança reflete o forte momento operacional para os preços de celulose no primeiro semestre de 2024, impulsionado por uma dinâmica de oferta e demanda melhor do que a esperada na Europa, tendências positivas na China e interrupções globais na oferta.

Apesar do ruído em torno de potenciais aquisições e alocação de capital, a Suzano (SUZB3) permanece como a principal escolha no setor, preferida por 82% dos investidores, seguida pela Klabin (KLBN11) com 13%.

O BBA comenta que o momento desafiador no setor parece ser um bom ponto de entrada para os investidores. Apesar das tendências positivas no primeiro semestre de 2024, o banco espera que os preços da celulose diminuam no segundo semestre de 2024, principalmente devido a melhor oferta de celulose e demanda downstream mais fraca na China e na Europa.

Nesse contexto, os dados coletados sugerem que a maioria dos investidores acredita que os preços começarão a corrigir neste trimestre (68%), enquanto 26% deles esperam que a correção comece no quarto trimestre de 2024. Dos pesquisados, 62% preveem uma faixa mínima de US$ 550 a 600 por tonelada, enquanto 18% projetam US$ 600 a 650 a tonelada.

Para analistas, os investidores acreditam que este cenário pode criar um ponto de entrada atrativo à frente, dado que 56% dos entrevistados planejam aumentar sua posição em empresas de P&P até o final do ano, enquanto 32% pretendem manter sua exposição atual.
Mineração perde espaço para siderurgia

Nos últimos 18 meses, os investidores mostraram uma preferência pela Mineração em relação ao Aço, uma tendência que mudou na última pesquisa. Atualmente, apenas 10% dos investidores classificam a Mineração como seu setor principal contra mais da metade (58%) na última pesquisa, enquanto 19% preferem aço, um aumento de 10 pontos percentuais em relação aos dados anteriores.

A equipe de research do BBA conclui que o novo sistema de cotas para aço importado, combinado com esforços específicos de redução de custo, está levando os investidores a adotarem uma postura mais positiva em relação ao setor.

Segundo a pesquisa, 57% dos investidores acreditam que o novo framework permitirá que as siderúrgicas implementem aumentos de preços adicionais. No entanto, ao considerar os preços de HRC e Rebar, uma proporção menor prevê novos aumentos (45%), 50% preveem estabilidade de preços, enquanto apenas 5% dos investidores antecipam quedas até o final do ano.

Após a mudança nas preferências, Vale (VALE3) e Gerdau (GGBR4) agora compartilham a preferência dos investidores com aproximadamente 40% cada, marcando uma alteração significativa em relação à última pesquisa, onde a Vale obteve aproximadamente 90% da preferência.

Dessa forma, o BBA pontua que esta mudança reflete o momento desafiador para os preços do minério de ferro, em meio a uma perspectiva mais difícil para a economia chinesa. Mais especificamente, o preço do minério de ferro caiu US$ 33 por tonelada no acumulado do ano.

Além disso, analistas destacam que as expectativas da maioria dos investidores estão alinhadas com suas previsões para o minério de ferro em 2024 – o banco projeta o preço médio do minério de ferro de US$ 110 por tonelada, enquanto 51% dos investidores esperam que o preço esteja na faixa de US$ 106 a 110 tonelada e 13% estimam US$ 111 a 115 a tonelada. No geral, os investidores antecipam estabilidade em termos de posicionamento até o final do ano, com 62% deles afirmando que sua alocação no setor de S&M provavelmente permanecerá a mesma.

Infomoney - SP   18/07/2024

As ações da siderúrgica Usiminas (USIM5) figuram como os maiores destaques positivos do Ibovespa da sessão desta quarta-feira (17). Às 13h25, os papéis da companhia operavam com alta de 3,19%, cotados a R$ 8,40.

Um dos motivos por trás desse movimento é o aumento de posição da gestora BlackRock na empresa. A BlackRock atingiu participação relevante de 5,07% na Usiminas.

A gestora ainda detém instrumentos financeiros derivativos referenciados em ações preferenciais representando aproximadamente 2,86% do total de ações preferenciais classe A, bem como 0,27% das ações ordinárias emitidas pela Usiminas

Além disso, o Bradesco BBI manteve recomendação de compra, ainda que reduzindo o preço-alvo para R$ 11,00 ao final de 2024, de R$ 11,50, uma vez que espera uma aceleração dos resultados no segundo semestre deste ano, impulsionados por redução de custos e maior eficiência. Os analistas da casa têm uma preferência “não consensual” pela Usiminas, seguida pela Gerdau (GGBR4).

O banco também vê riscos de alta para os preços da Usiminas, à medida que a pressão por materiais importados diminui, dada a implementação de tarifas de importação no 2S24, enquanto os volumes em 2024 devem permanecer estáveis.

Em relação à divisão de mineração, a retomada da instalação de tratamento de minério Leste (quase 1 milhão de toneladas anuais) no 2S24 e os bons preços do minério de ferro devem manter os resultados em níveis satisfatórios.

Com isso, analistas esperam que a Usiminas registre Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado de R$ 2,6 bilhões em 2024 (contra R$ 1,3 bilhão em 2023), com os resultados mais fortes do 2S24 sugerindo que seu Ebitda de 2025 deve ficar acima do nível de R$ 3 bilhões. Em termos de avaliação, a ação está negociada a 5,4 vezes o múltiplo Valor da Firma (EV)/ Ebitda para 2024.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   18/07/2024

A piora no saldo da balança comercial em junho – uma queda de US$ 3,4 bilhões em relação a junho de 2023 -, se deve ao recuo em valor de 1,9% nas exportações e aumento de 14,4% nas importações, mostrou o Índice de Comércio Exterior (Icomex) da Fundação Getulio Vargas (FGV) publicado nesta quarta-feira, 17. O aumento das importações de bens duráveis da China foi destaque do mês, representando mais da metade das importações brasileiras, destacou a FGV.

A análise da pauta brasileira de importações da China por categoria de uso na base de dados do Icomex mostra que, no primeiro semestre de 2022, a China explicava 19,2% das importações totais do Brasil de bens duráveis. No primeiro semestre de 2024, esse porcentual subiu para 51%.

“As perspectivas para a balança comercial não apresentam novas tendências, exceto um possível efeito negativo com as notícias sobre o menor crescimento chinês. Isso poderá reduzir a demanda por importações da China e, ao mesmo tempo, intensificar a venda de produtos chineses no mercado internacional, o que tem aumentado o número de medidas protecionistas no mundo contra o país”, avaliou a FGV.

A liderança nas importações, em termos de volume, foi da China, e o principal produto importado foram veículos de passageiros, com aumento de 924%, em valor, e participação de 8,8% na pauta. A China é a principal origem das importações totais do Brasil, com participação de 23,3%, seguida dos Estados Unidos, com 15,5%.

Uma das consequências do aumento das importações de veículos elétricos da China foi a alteração no cronograma de recomposição das alíquotas para carros elétricos: 10% de Imposto de Importação em janeiro de 2024; 18% em julho de 2024; 25% em julho de 2025; e 35% em julho de 2026. A razão seria poder assegurar o fortalecimento da produção desses veículos no Brasil.

Exportação

Em junho, segundo a FGV, se repetiu a tendência já observada desde maio, com o volume exportado recuando 0,1% e o importado crescendo 21%, na comparação entre os meses de junho de 2023 e 2024. Na comparação entre os primeiros semestres de 2023 e 2024, o volume exportado e o importado aumentaram em 5,6% e 12,2%, respectivamente.

Segundo o Icomex, o recuo no volume exportado em junho foi liderado pelas exportações das não commodities, uma queda de 16,6%, enquanto as commodities registraram aumento de 7,7%. A participação das commodities nas exportações totais do Brasil passou de 68% para 71%, entre o 1º semestre de 2023 e o de 2024. Esse é o maior porcentual desde 1997, destacou a FGV. No auge do boom das commodities, em 2011, esse porcentual era de 59%.

O melhor desempenho das commodities foi liderado pela indústria extrativa, com aumento de volume em 11,1%, na comparação com junho de 2023, e de 19,2% na comparação do acumulado até junho entre 2023 e 2024. O volume exportado pelo agronegócio cresceu 5,3% na comparação mensal, e 4,7% na comparação semestral.

O resultado, em volume, da indústria extrativa em junho é explicado pelo desempenho das exportações de petróleo bruto, com variação de 31,6% na comparação mensal, e participação de 12,8% nas exportações totais brasileiras. O minério de ferro, com participação de 8,9%, registrou queda de 3% no volume exportado, informou a FGV.

Infomoney - SP   18/07/2024

A Organização Mundial do Comércio (OMC) disse nesta quarta-feira que não conseguiu obter uma imagem clara do apoio financeiro da China para setores industriais importantes, como veículos elétricos ou produção de alumínio e aço, devido a uma “falta geral de transparência”.

A OMC observou que o país deu apoio financeiro e outros incentivos às indústrias durante o período de revisão de 2021-2024, mas disse que Pequim não forneceu informações suficientes para que a agência tivesse uma visão clara dos programas.

“A falta geral de transparência no apoio governamental da China também pode contribuir para debates sobre o que é percebido por alguns como excesso de capacidade em determinados setores”, disse o relatório da OMC, citando uma série de setores, de semicondutores à construção naval.

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A agência destacou, em particular, que não pode determinar o tamanho dos fundos do governo chinês que, segundo ela, estão usando recursos públicos para fazer investimentos de capital em setores importantes.

Em um discurso contundente, Washington acusou Pequim de práticas industriais “predatórias” que prejudicam outros países, dizendo que “todo o peso do Estado da República Popular da China é utilizado para apoiar esse objetivo de dominação”.

“A República Popular da China dobrou sua abordagem estatal e não mercadológica da economia, em detrimento dos trabalhadores e das empresas dos Estados Unidos e de outros países, incluindo economias emergentes e em desenvolvimento”, disse David Bisbee, representante permanente adjunto dos Estados Unidos.

Importação maior de carros elétricos da China explica piora na balança, diz FGV

Em junho, saldo positivo foi de US$ 6,7 bilhões, uma queda de US$ 3,4 bilhões em relação a junho de 2023; cronograma para alíquotas do imposto sobre veículos elétricos chineses foi alterado

A China afirma que opera de acordo com os princípios do mercado e Pequim já disse anteriormente que nunca faz uso de subsídios proibidos para veículos elétricos.

Em um documento apresentado à OMC como parte do processo de revisão, Pequim afirmou que está em conformidade com as regras da agência e com os compromissos assumidos quando ingressou no órgão em 2001.

Todos os membros da OMC devem obedecer ao acordo de medidas compensatórias e antissubsídios da organização, que proíbe subsídios governamentais que comprovadamente tenham prejudicado o comércio de outros membros ou cujo objetivo seja distorcer o comércio global.

O Estado de S.Paulo - SP   18/07/2024

Na avaliação do economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, é possível imaginar que a taxa básica de juro (Selic) caia no ano que vem, mas é difícil precisar quando isso deve ocorrer e de quanto pode ser um eventual corte. “Tem um monte de dúvidas que precisam ser sanadas para poder precisar”, afirma.

Entre as incertezas que podem inviabilizar uma redução ou não dos juros no Brasil, estão os próximos passos do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA), o cumprimento do arcabouço fiscal e a definição de quem será o presidente do BC brasileiro.

“É possível imaginar um corte de juros no ano que vem. Mas é muito difícil precisar de quanto e quando. Vai depender do corte do Fed, da consolidação da agenda fiscal e da transição do Banco Central brasileiro”, afirma.

Paulo Gala é um dos participantes do evento “A indústria no Brasil hoje e amanhã - a importância do ambiente econômico para o futuro do setor industrial”, uma realização do Estadão, com apoio institucional da Fiesp, Ciesp, Firjan e CNI. O evento ocorre na próxima terça-feira, 23, no salão nobre da Fiesp. As inscrições podem ser feitas aqui. As vagas são limitadas.

A seguir os principais trechos da entrevista.
Qual deve ser o comportamento do Fed depois dos últimos dados de inflação nos EUA e das sinalizações do presidente Jerome Powell?

Estamos numa situação em que os Estados Unidos estão prestes a cortar as taxas de juros. Não acho que venha agora no final de julho. Acho que vem (o corte) na reunião de setembro. Será um primeiro corte de 0,25 (ponto percentual) e, depois, mais um corte de 0,25 até o final do ano. O desemprego foi a 4,1%. A relação de vagas abertas por número de desempregos bateu em 1,2, o menor número desde 2021. Esse número já tinha ido a 2. Eram mais ou menos 12 milhões de vagas para 6 milhões de desempregados. Era um mercado de trabalho extremamente aquecido. É um dado interessante e que a gente olha desde os anos 1960. O teto histórico dessa dado era de 1 para 1. Ou seja, uma vaga para cada desempregado. Agora, a gente está com 8 milhões de vagas abertas para 6 milhões de desempregados. Estamos mais próximos do mercado de trabalho pré-pandemia. É o momento do mercado de trabalho mais desaquecido dos últimos três anos nos Estados Unidos. É que isso que vai levar o país a cortar a taxa de juros. O cenário principal é esse, de dois cortes até o fim do ano, o que deve ajudar bem o Brasil.

Como fica o Banco Central brasileiro nesse cenário?

Acho que o Banco Central não corta os juros até o final do ano. A Selic fica em 10,5%. São duas incertezas importantes. Tem a incerteza do cumprimento do arcabouço fiscal. Eu acho que o arcabouço está bem desenhado. Agora, a questão é o governo mostrar como ele vai ser cumprido. Essa incerteza continua pairando no ar. E é possível cumprir o arcabouço. O governo precisa colocar medidas não só do aumento de receita, mas também de corte de despesas. E tem a incerteza da transição da presidência do Banco Central. O ideal seria anunciar o quanto antes o presidente. Tudo leva a crer que vai ser o Galípolo (Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária do BC). Talvez ele seja anunciado em agosto, e o ideal seria fazer esse anúncio o quanto antes para tirar essas incertezas. Isso, somado ao corte de juros do Fed, abre um cenário mais tranquilo para 2025, mas até o final deste ano não vejo o BC se movendo. Vai ser um novo Banco Central. O novo BC vai ser muito cauteloso. A diretoria vai ser muito cautelosa nos movimentos.

E como avalia o cenário de inflação no Brasil?

A inflação está bem. Não está ruim. O último IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) veio abaixo do esperado. Foi 0,21%, mas a inflação vai fechar o ano muita próxima de 4%. Para uma meta de 3%, ainda está longe. Depois, houve o aumento da gasolina. E, por outro lado, a economia está crescendo bem mais do que se imaginava. É possível pensar até num crescimento de 3% este ano.

Em geral, o momento da economia brasileira é bom. O desemprego está muito baixo, as reservas cambiais estão em US$ 350 bilhões, a balança comercial, de novo, indo para US$ 90 bilhões de superávit, toda a série de atividade econômica em máxima histórica, o varejo em máxima histórica, o setor de serviços em máxima histórica, o PIB em máxima histórica. A própria produção industrial deve dar sinais de avanços importantes neste ano também. A economia brasileira se recuperou. O quadro é bom.

Existe um projeto que é consistente na cabeça da equipe econômica. É fazer o equilíbrio fiscal para abrir espaço para o Banco Central cortar a taxa de juros. Esse é o projeto

No momento mais agudo de ruído com a política fiscal, o ministro Haddad anunciou um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas em 2025. Esse montante é suficiente?

Toda essa equipe que está aí, tanto da Fazenda como o próprio Galípolo, que era do time da Fazenda, tem uma visão muito fiscalista. Eles acreditam na importância do controle do gasto público, de que os cortes têm de ser feitos. É claro que a equipe econômica pode mudar, o ministro pode mudar. Tudo isso pode acontecer. Mas a previsão é que a equipe continue (no governo) e continua forte. Ou seja, esse corte de gastos vai ser feito. Existe um projeto que é consistente na cabeça deles (da equipe econômica). É fazer o equilíbrio fiscal para abrir espaço para o Banco Central cortar a taxa de juros. Esse é o projeto. Eles sempre falaram nisso. Com esses nomes, com esse time, isso não muda. Segue sendo a agenda principal do governo. O Lula, às vezes, fortalece esse time; às vezes, faz um comentário mais ambíguo, mas eu acho que o plano principal é esse.
O governo Lula compra a agenda do ajuste fiscal, então?

Apesar de, na retórica, ele (governo) não se comprometer totalmente com isso, na prática, eu acho que sim. É o que temos visto nesses dois anos. A retórica é mais ambígua, mas a prática é mais concreta nessa direção.
Uma eventual eleição do Trump não pode dificultar esse cenário?

O Trump já é conhecido. Já foi presidente durante quatro anos. Tem uma agenda que não muda muito de combate à China. É uma agenda nacionalista e de tarifas.
E quando o juro começa a cair no Brasil?

É muita bola de cristal fazer essa previsão. Mas eu diria o seguinte. O Focus está com uma previsão de Selic em 9,5% no final do ano que vem. É possível imaginar um corte de juros no ano que vem. Mas é muito difícil precisar de quanto e quando. Vai depender do corte do Fed, da consolidação da agenda fiscal e da transição do Banco Central brasileiro. Ou seja, tem um monte de dúvidas que precisam ser sanadas para poder precisar. Mas é possível imaginar um corte até o final do ano que vem, tanto é que isso está no Focus. O juro neutro, segundo o próprio Banco Central, seria um juro real neutro de 4,75%. Se você imaginar uma inflação convergindo para 3%, estamos falando de uma Selic de 7,75%. No horizonte de um ou dois anos para a frente, existe uma Selic próxima de 8%, pela conta do próprio Banco Central.

IstoÉ Dinheiro - SP   18/07/2024

Diretor do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller disse nesta quarta-feira (17) que os dados de inflação dos EUA dos últimos meses foram tranquilizadores, o que o deixa mais confiante de que o banco central americano está se aproximando do momento em que um corte de juros seria justificável.

Em discurso durante evento promovido pelo Fed de Kansas City, Waller destacou que o avanço dos salários continua desacelerando, ajudando a garantir que a inflação dos EUA volte à meta oficial de inflação do Fed – que é de taxa de 2% – de forma sustentável.

Waller afirmou também que os atuais indicadores dos EUA são consistentes com um cenário de “pouso suave” da economia americana. “Vou acompanhar os dados dos próximos meses para apoiar essa visão”, acrescentou.

O Estado de S.Paulo - SP   18/07/2024

O atentado do último sábado contra Donald Trump aumentou a chance de que ele leve não apenas a Presidência dos Estados Unidos, mas consiga também formar maioria na Câmara e no Senado. Esse era o cenário temido pelo economista-chefe para o banco UBS nos EUA, Jonathan Pingle, que falou ao Estadão no início do mês passado (o receio também valia para uma vitória democrata ampla).

Em resumo, o ex-presidente pode controlar o Executivo, o Legislativo e ainda ter a anuência da Suprema Corte, que tem entre os seus ministros maioria indicada pelos republicanos. Seria uma verdadeira “varredura vermelha” no país, como definiu o banco.

Por um lado, o pacote econômico de Trump é inflacionário. Ele quer aumentar barreiras comerciais, o que irá encarecer os custos de produção nos EUA. Também que impedir a entrada de imigrantes, que hoje têm ajudado a segurar a inflação de serviços, mesmo com o desemprego historicamente baixo. Além disso, ele promete cortar impostos, apesar do forte déficit fiscal do país. Tudo isso irá pressionar a curva de juros dos EUA, o que tende a fortalecer o dólar.

Mas, por outro lado, aponta a Gavekal Research, umas das principais consultorias financeiras do mundo, Trump precisa do dólar fraco para poder ter chances de vencer a China na competição pelo comércio internacional. Um processo de reindustrialização no país, dentro da retórica “America First” (América primeiro), só funcionaria com uma moeda competitiva internacionalmente.

“Combine o mercantilismo de Trump com a probabilidade de que os cortes fiscais serão prolongados, e é difícil imaginar que os estrangeiros farão fila para comprar títulos dos EUA. Em suma, uma presidência Trump provavelmente será de baixa para o dólar e os títulos do Tesouro dos EUA”, disse em relatório o economista Louis-Vincent Gave.

Essa discrepância foi apontada pelo diretor de política monetária do Banco Central brasileiro, Gabriel Galípolo, durante evento esta semana. Galípolo, que é cotado para assumir a presidência do banco, alertou que esse cenário exige maior “cautela” pelo BC. Em outras palavras, isso pode significar juros mais altos por aqui, até que o mundo entenda qual será o efeito líquido para a economia de uma nova vitória do candidato republicano.

O exemplo prático já foi visto esta semana: o mercado voltou a precificar alta chance de cortes de juros pelo Fed em setembro, mas as moedas emergentes não tiveram alívio.

O que o governo brasileiro pode fazer nesse cenário global mais incerto é focar no ajuste fiscal. Na próxima segunda-feira, o governo vai apresentar o terceiro relatório bimestral de receitas e despesas e o desejo da equipe econômica (Planejamento e Fazenda) é apresentar um número forte de bloqueio de gastos, mas também de contingenciamentos, o que reforça o compromisso com a meta fiscal de déficit zero. Lula tem poucos dias até lá para se convencer da importância da medida. Com o risco de uma vitória forte de Trump nos EUA, é melhor ele se apressar.

CNN Brasil - SP   18/07/2024

O secretariado da Organização Mundial de Comércio (OMC) publica nesta quarta-feira (17) relatório de revisão sobre as políticas comerciais da China.

A entidade sediada em Genebra argumenta que o papel do comércio, com reformas estruturais orientadas para o mercado, liberalização econômica e integração internacional, deve ser “crucial para as perspectivas futuras de crescimento” do país.

Na sua avaliação, a OMC destaca que o papel chinês na economia e no comércio globais continua a aumentar.

A OMC menciona que o país deve crescer 4,6% neste ano, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), com mais desaceleração possível adiante, conforme a população envelhece, a força de trabalho diminui e a desaceleração da produtividade aumenta.

“Mais riscos de baixa nos próximos anos incluem tensões geopolíticas, uma contração maior que a esperada no setor imobiliário e crescimento mais fraco global pesando na demanda”, afirma.

A China continua a ser uma importante força motriz para o crescimento econômico global, diz a OMC.

A economia do país se recuperou bem dos choques da pandemia e suas exportações e importações continuam a crescer.

A organização pondera, porém, que uma mudança estrutural na economia chinesa, afastando-se da indústria na direção do setor de serviços, “ficou estagnada”.

A OMC diz que a taxa de poupança da China continua a ser “muito elevada na comparação internacional”.

O consumo doméstico poderia ser impulsionado no longo prazo por reformas no sistema previdenciário, no setor de saúde e moradia, bem como liberalização no setor de serviços.

A dívida do governo cresceu a 116% do PIB em 2023, quando em 2020 era 99%.

A estabilidade de preços continua a ser o principal objetivo da política monetária chinesa, aponta a OMC.

A inflação do país “tem seguido baixa ao longo dos últimos anos”, com máxima de 2,9% em 2019, enquanto o país mantém um regime de cambio flutuante, mas determinado em referência a uma cesta de moedas e com intervenções do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) “apenas para impedir flutuações excessivas no curto prazo”, diz a entidade.

O investimento estrangeiro direto (IED) na China recuou, de US$ 189 bilhões em 2022 a US$ 163 bilhões em 2023.

O setor manufatureiro continua a ser o maior receptor desse investimento

Além disso, a OMC comenta que o país continua a dar apoio financeiro “e outros incentivos” para diferentes setores e indústrias locais.

Infomoney - SP   18/07/2024

A produção nas fábricas dos Estados Unidos aumentou mais do que o esperado em junho, contribuindo para uma sólida recuperação no segundo trimestre, embora os custos mais altos de empréstimos continuem sendo uma restrição para o setor industrial.

A produção das fábricas aumentou 0,4% no mês passado, após alta revisada para cima de 1,0% em maio, informou o Federal Reserve nesta quarta-feira (17).

Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,2%, depois de um salto de 0,9% relatado anteriormente em maio. Em junho, a produção nas fábricas aumentou 1,1% na base anual.

A produção aumentou a uma taxa anualizada de 3,4% no segundo trimestre, recuperando-se da queda de 1,3% no trimestre de janeiro a março.

O setor de manufatura, que responde por 10,4% da economia, tem sido afetado pela taxa de juros mais alta, que restringe a demanda por bens e torna o investimento de capital um desafio.

No entanto, há um otimismo de que a atividade nas fábricas possa se recuperar, com a expectativa de que o banco central dos EUA inicie seu ciclo de afrouxamento da política monetária em setembro, em meio à queda da inflação.

A produção de mineração aumentou 0,3%, depois de ter caído 0,7% em maio, enquanto a de serviços públicos aumentou 2,8%, de avanço de 1,9% no mês anterior. A produção industrial geral avançou 0,6% em junho, depois de ter aumentado 0,9% em maio.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   18/07/2024

Com queda de cerca de 16% das suas ações no acumulado de 2024, a Vale (VALE3) divulgou seus dados de produção na véspera que foram considerados sólidos, mas ainda trazendo dúvidas se poderá animar as ações. A produção de minério aumentou 2% em base anual no 2T24 (ou 14% no trimestre, devido à melhor sazonalidade), somando 80,6 milhões de toneladas.

Para o Bradesco BBI, em geral, a Vale apresentou números operacionais sólidos, com a melhoria anual sendo explicada principalmente pela combinação de um melhor desempenho operacional em S11D (que atingiu produção recorde para um segundo trimestre) e maiores volumes de Vargem Grande.

Como resultado, a Vale agora espera atingir o limite superior de sua orientação (guidance_ de produção de 310 a 320 milhões de toneladas (temos 315 milhões de toneladas em nosso modelo). Enquanto isso, as vendas de minério de ferro e pelotas aumentaram 7% em um ano, para 79,8 milhões de toneladas (em linha com o esperado), o que também foi explicado por uma redução de estoque no trimestre.

As projeções de implicação dos dados de produção para as estimativas dos dados financeiros do 2T24 são diversas. Na visão do Bradesco BBI, como os preços realizados de minério de ferro foram 4% menores que o previsto, em US$ 98,20/tonelada (recuando 2% no trimestre, mas estáveis no ano), isso representa um risco negativo para a estimativa de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) da casa para o 2T24, atualmente de US$ 4,1 bilhões.

Do lado dos metais básicos, a produção de níquel caiu 24%, para 27,9 mil toneladas, o que ficou bem abaixo da sua estimativa. Por outro lado, a produção de cobre permaneceu em 78,6 mil toneladas, uma vez que os maiores volumes de Salobo 1 e 2 foram compensados pela menor produção em Sudbury.

Por outro lado, a XP apontou que o desempenho operacional decente no 2T24, com melhores embarques de minério de ferro (+8% ano a ano), implicou em um ligeiro aumento em relação às suas estimativas para o Ebitda (ajustado atualizado no 2T24 de cerca de US$ 4,2 bilhões + 6% versus a sua previsão anterior).

Os analistas da casa destacam (i) embarques de minério de ferro impulsionados por uma produção ligeiramente melhor (+2% ano a ano) e consumo de estoque (reduzindo a lacuna produção-vendas no 2T24); (ii) preços realizados do minério de ferro -2% na base trimestral, com prêmios afetados negativamente por um maior mix de vendas de produtos com alto teor de sílica (+5,4 milhões de tonelada ou cerca de 34% de aumento nas vendas trimestrais, que a Vale espera ser menos relevante no 2S24); e (iii) produção ainda prejudicada nas operações de níquel (-24% anualmente e -29% trimestralmente), afetada pela parada de manutenção em Subdury.

Para o Goldman Sachs, as vendas foram uma surpresa positiva, enquanto o maior teor de sílica e os consequentes menores prêmios impactaram os preços realizados. A produção de níquel foi o principal fator negativo em metais básicos, enquanto o cobre ficou em grande parte em linha.

Do lado positivo, o JPMorgan também ressalta os volumes de vendas de minério de ferro foram bastante sólidos, 3,6% acima da sua projeção, mas compensado pelo alto teor de sílica no mix de vendas da Vale, os preços realizados foram mais baixos do que previa. “A produção de minério de ferro também foi sólida, com o S11D apresentando desempenho recorde no 2T. Os volumes aumentaram 13,8% trimestralmente”, aponta.

Cabe destacar que a mineradora manteve o seu guidance de produção. “O desempenho deste trimestre reforça a nossa confiança em atingir o limite superior do ‘guidance’ de produção para 2024”, afirmou a Vale no documento divulgado na véspera.

Uma das maiores produtoras globais de minério de ferro, a Vale espera que a sua produção total da commodity atinja entre 310 milhões e 320 milhões de toneladas este ano, uma perspectiva estável em comparação com a meta do ano passado, que foi superada.

Comprar ou não comprar?

O Goldman ressalta que, com base em conversas, os investidores nacionais parecem ter reduzido (ou estão mantendo uma baixa) exposição à Vale devido 1) ao menor ânimo sobre o minério de ferro e 2) uma visão cautelosa sobre o momentum operacional, enquanto os investidores internacionais também mantiveram baixa exposição devido a 1) uma clara preferência pelo cobre dentro dos metais e 2) enquanto se aguarda um acordo final em torno do acidente da Samarco.

“Acreditamos que esta baixa exposição dos investidores pressionou os múltiplos de avaliação, mas que as razões para não investir eventualmente se tornarão razões para comprar: 1) tanto a Vale quanto a BHP indicaram publicamente que estão construtivas em um acordo final em torno da Samarco no curto prazo (importante para o desbloqueio de potenciais recompras/dividendos); 2) vemos que um bom suporte aos custos do minério de ferro, combinado com as contínuas exportações de aço elevadas e o baixo uso de sucata na China, poderia sustentar o minério de ferro acima de US$ 100 a tonelada (t); 3) espera que o momento operacional da Vale mostre uma recuperação moderada, enquanto não vemos maior deterioração em nosso cenário base (diferente dos últimos 3 anos)”, avalia o banco, que tem recomendação de compra para os ativos.

Por outro lado, há quem esteja mais cauteloso com os ativos. Para o BBI, com as ações da Vale apresentando desempenho inferior no acumulado do ano, o dilema de comprar as ações surgiu como uma discussão importante entre os investidores. Embora mantenha recomendação de compra para VALE3, com base em seu valuation, aponta ter visibilidade baixa sobre potenciais catalisadores.

Para o BTG Pactual, a Vale deverá entregar lucros abaixo da média, e esses números provavelmente não deverão reverter o clima cauteloso no mercado em relação aos players de minério de ferro e às questões sobre como as pressões sobre a tese da empresa irão se comportar. “Continuamos com recomendação neutra”, concluem.

Investing - SP   18/07/2024

Os preços futuros do minério de ferro caíram para uma mínima de quase três semanas nesta quarta-feira, prejudicados pela fraca demanda sazonal da China, principal mercado consumidor do minério, e pelo aumento da oferta global.

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de quase 2,7%, a 805 iuanes (110,78 dólares) a tonelada, o menor valor desde 26 de junho.

O minério de ferro de referência para agosto na Bolsa de Cingapura recuo 2,34%, a 104,85 dólares a tonelada. O contrato atingiu uma baixa intradiária de 104,3 dólares a tonelada, o menor patamar desde 28 de junho.

A queda nos futuros do minério de ferro ocorre em meio a preocupações com a fraca demanda na China, enquanto a oferta aumenta, disseram os analistas do ANZ em nota.

Os investimentos em imóveis na China caíram 10,1% no primeiro semestre de 2024 em relação ao ano anterior, e as vendas de casas por área útil diminuíram 19%, segundo dados oficiais.

As tempestades extremas que atingiram a região sul da China neste verão estão agora se deslocando para as províncias do centro e do norte.

As usinas siderúrgicas estão mantendo baixos estoques de minério de ferro, com baixo entusiasmo de compra, disse a consultoria chinesa Steelhome.

A produção de minério de ferro bruto da China em junho aumentou 9,9% em relação ao ano anterior, atingindo 96,62 milhões de toneladas, segundo dados do Departamento Nacional de Estatísticas do país divulgados na quarta-feira.

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A BHP, a maior mineradora de capital aberto do mundo, divulgou um recorde anual de produção de minério de ferro pelo segundo ano consecutivo, ajudado pela melhora das condições climáticas e pela maior contribuição de suas operações em South Flank, na Austrália Ocidental.

A brasileira Vale (BVMF:VALE3) expressou confiança de que atingiria o ponto mais alto de seu guidance para a produção de minério de ferro em 2024, depois que a produção aumentou no segundo trimestre.

A empresa informou que a produção do ingrediente siderúrgico no trimestre encerrado em junho cresceu 2,4% em relação ao ano anterior, para 80,6 milhões de toneladas.

 

Globo Online - RJ   18/07/2024

Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, foi sondado por conselheiros da Vale para entrar na corrida pela presidência da mineradora, informou ontem o colunista do GLOBO Lauro Jardim.

A Vale deve escolher o sucessor do atual presidente, Eduardo Bartolomeo, até o fim do ano. Em nota, a companhia reafirmou que “não há definição sobre a lista de candidatos participantes do processo (de seleção do novo presidente) até o presente momento”.

Conforme a nota do colunista, Durigan tem dito a interlocutores que, apesar do cargo que ocupa, não quer ser visto como candidato do governo — numa repetição da tentativa do Planalto de emplacar na Vale o ex-ministro Guido Mantega. Aos que o procuraram, Durigan, segundo os mesmos interlocutores, avisou que só toparia ir adiante nas conversas se houvesse consenso em torno do seu nome.

O secretário-executivo é advogado formado pela USP e foi assessor do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na metade final do mandato como prefeito de São Paulo, em 2015 e 2016. No setor privado, foi diretor de Políticas Públicas do WhatsApp no Brasil.

Depois que voltou para o governo, no ano passado, assumiu uma vaga no Conselho Fiscal da própria Vale e entrou no Conselho de Administração do Banco do Brasil (BB), do qual é presidente.

15 candidatos

Na semana passada, o Conselho de Administração da Vale recebeu uma lista com nomes de 15 executivos com potencial de assumir a presidência da empresa, como também revelou Lauro Jardim. A lista foi elaborada pela consultoria de recrutamento de executivos de alto escalão Russell Reynolds, contratada pela mineradora para auxiliar no processo.

No início de março, o Conselho de Administração da Vale decidiu pela prorrogação do mandato do atual presidente, Eduardo Bartolomeo, até o fim deste ano, e pela contração de um substituto, a ser anunciado no início de dezembro.

O mandato do executivo iria até maio e havia a possibilidade de uma renovação. Com a decisão pela substituição, Bartolomeo trabalhará em 2025 como consultor da companhia, ajudando na transição para o novo comando.

Desde a virada do ano, o Conselho de Administração da companhia vinha se dividindo sobre o que fazer diante da proximidade do fim do mandato de Bartolomeo, com direito a tentativas de interferência do governo.

Após a Vale se tornar uma corporação, ou seja, uma companhia aberta de capital pulverizado, sem controle, e com a saída do BNDES como acionista, a influência direta do Planalto sobre a mineradora diminuiu, mas a influência indireta persiste, incluindo a participação remanescente da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do BB.

Além de estarem à frente de dois ministérios e bancos públicos, elas também integram o time do ministro da Fazenda, Fernando Haddad

Na lista de 15 candidatos estão executivos tarimbados, presidentes de grandes companhias, como Francisco Gomes Neto (Embraer), Gustavo Werneck (Gerdau), Carlos Piani (Equatorial), Cristiano Teixeira (Klabin), Maurício Bhar (Engie) e Antonio Maciel Neto (Caoa).

Quando a lista foi revelada, a Vale informou que não havia “definição pelo Conselho de Administração sobre a lista de candidatos até o presente momento” e reafirmou o cronograma do processo de sucessão, que já havia sido divulgado pela companhia.

Pelo cronograma, no fim de setembro o conselho deverá definir uma lista tríplice de indicados à presidência. Os candidatos, então, serão avaliados pelo colegiado e, um mês depois, o martelo será batido. A posse virá em 1º de janeiro de 2025.

Uma fonte próxima ao conselho disse ao GLOBO que o cronograma poderia, eventualmente, ser acelerado. O colegiado tem uma reunião ordinária na última semana deste mês e poderá tratar do assunto.

A lista tríplice deverá ser formada por dois nomes dos 15 apresentados pela Russell Reynolds e por um executivo da própria Vale, segundo a fonte, que falou sob anonimato. O nome de dentro seria o atual vice-presidente Executivo de Finanças e Relações com Investidores, Gustavo Pimenta.

Cronograma mantido

A nota de ontem da Vale diz que o presidente do Conselho de Administração, Daniel Stieler, “reafirma sua confiança na capacidade do Conselho de tomar a melhor decisão, de acordo com o Estatuto Social da Vale, Regimento Interno do Conselho de Administração, políticas corporativas da Companhia e legislação aplicável”.

A nota reforça a “confiança” na Russell Reynolds e garante que “o cronograma de sucessão está sendo seguido rigorosamente”.

AUTOMOTIVO

Automotive Business - SP   18/07/2024

Os Estados Unidos decidiram apertar o cerco contra os veículos de origem chinesa em um novo front. Depois de intervir no comércio exterior com o aumento do imposto de importação, sob o argumento de proteger o seu mercado interno, o país agora pretende impor barreiras para softwares, peças e componentes desenvolvidos na China.

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos planeja, portanto, criar regras para incidir sobre veículos conectados já em agosto, com barreiras a softwares feitos na China e em outros países considerados adversários.

Carros conectados têm hardware de rede integrado a bordo que permite acesso à internet, possibilitando o compartilhamento de dados com dispositivos dentro e fora do veículo. Para os EUA, isso representa uma questão de segurança nacional.

O Ministério das Relações Exteriores da China reagiu. Não faz muito tempo a pasta já havia instado os Estados Unidos a "respeitar as leis da economia de mercado e os princípios da concorrência justa" - o país, inclusive, recorreu à Organização Mundial do Comércio.

Não apenas representantes do governo, mas empresas chinesas também estão se manifestado sobre o assunto.

A maior delas no segmento de elétricos, a BYD, chegou a afirmar que as acusações de competição desleal - uma das alegações dos Estados Unidos contra os veículos da China - não passam de "mentiras contadas por competidores ocidentais".

"É comum as empresas tradicionais que não conseguem acompanhar a tecnologia passarem a acusar a China de concorrência desleal. O que as empresas não veem é que na própria China há uma concorrência interna muito forte entre as companhias locais. A competição traz inovação", disse a CEO da BYD, Stella Li, em maio.

Infomoney - SP   18/07/2024

A alta das importações de carros elétricos da China para o Brasil explica boa parte da piora do superávit da balança comercial brasileira em junho de 2024, segundo comentários do relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex),da Fundação Getulio Vargas (FGV). No mês, o saldo positivo foi de US$ 6,7 bilhões, uma queda de US$ 3,4 bilhões em relação a junho de 2023.

Essa queda se deu pelo recuo em valor de -1,9% nas exportações, mas especialmente pelo aumento de +14,4% nas importações.

O saldo da balança comercial no primeiro semestre do ano foi de US$ 42,3 bilhões, um recuo de US$ 2,3 bilhões em relação a igual período de 2023. No acumulado do ano até junho, a variação no valor exportado foi de +1,4% e das importações de +3,9%.

Na análise do volume importado da indústria de transformação por categoria de uso, na comparação mensal e semestral, foi citado como destaque o crescimento de 320% nas compras de bens duráveis entre os meses de junho de 2023 e 2024.

“No momento atual, esse aumento está relacionado principalmente aos veículos de passageiros, em especial veículos elétricos oriundos da China”, apontou o Icomex.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as importações totais de veículos de passageiros aumentaram 432% em valor e 473%, em quantidade na comparação entre os meses de junho deste e do ano passado. E os veículos foram o principal produto importado, com participação de 8,9%, superando os óleos combustíveis, com participação de 5,8%.

A FGV comenta no relatório que uma das consequências do aumento das importações de veículos elétricos da China foi a alteração no cronograma de recomposição das alíquotas para carros elétricos: 10% de Imposto de Importação em janeiro de 2024; 18% em julho de 2024; 25% em julho de 2025; e 35% em julho de 2026.

A razão seria poder assegurar o fortalecimento da produção desses veículos no Brasil.

“As perspectivas para a balança comercial não apresentam novas tendências, exceto um possível efeito negativo com as notícias sobre o menor crescimento chinês. Isso poderá reduzir a demanda por importações da China e, ao mesmo tempo, intensificar a venda de produtos chineses no mercado internacional, o que tem aumentado o número de medidas protecionistas no mundo contra o país”, diz o relatório.
Exportações

Sobre as exportações, o recuo no volume embarcado em junho em junho foi liderado pelas vendas de produtos não commodities (-16,6%), enquanto as commodities registraram aumento de +7,7%.

Na comparação entre os dois primeiros semestres de 2023 e 2024, o mesmo comportamento se repetiu: queda de -7,6% das não commodities e aumento de +12,0 das commodities.

A participação das commodities nas exportações totais do Brasil passou de 68% para 71%, entre o 1º semestre de 2023 e o de 2024. Esse é maior percentual desde 1997.

“Observa-se que no auge do ‘boom’ de commodities era de 59%, em 2011. Em 2019, era de 62%, depois aumentou para valores entre 68% e 70% (2021). Durante a pandemia da covid-19, o percentual aumentou e depois não recuou.”

O resultado, em volume, da indústria extrativa em junho é explicado pelo desempenho das exportações de petróleo bruto, com variação de +31,6%, segundo dados divulgados na balança comercial da Secex, comparticipação de 12,8% nas exportações totais brasileiras. O minério de ferro, com participação de 8,9%, registrou queda em -3,0% no volume.

Valor - SP   18/07/2024

Ainda assim, a Tesla precisa de novos modelos de veículos elétricos para voltar a crescer em vendas.

A Tesla precisa de novos modelos de veículos elétricos para voltar a crescer em vendas. O seu veículo futurístico, o Cybertruck, está ajudando, mas não é o suficiente.

A Tesla vendeu 8.755 Cybertrucks no segundo trimestre, de acordo com a fornecedora de dados Cox Automotive. Isso foi suficiente para superar as 7.902 unidades da Ford F-150 Lightning. A Rivian Automotive vendeu 3.309 picapes elétricas R1T.

Essa é a primeira vez que a Cybertruck fica em primeiro lugar. As entregas começaram tarde, em novembro. No primeiro trimestre, a Tesla entregou menos de 3 mil Cybertrucks, a Ford entregou cerca de 7.700 Lightnings e a Rivian entregou cerca de 3.300 R1Ts.

Ser o número um é ótimo, mas os números gerais de picapes elétricas não são tão impressionantes. Os cerca de 20 mil picapes totalmente elétricas vendidas no segundo trimestre representam aproximadamente 2,5% de todas vendidas nos Estados Unidos. Se excluirmos as picapes dos dados, a penetração dos veículos elétricos (EVs) nas vendas de carros novos no segundo trimestre sobe para um mais respeitável 9%.

As picapes elétricas estão atrasadas. Alcance, capacidade de reboque, custo e infraestrutura de carregamento para operadores comerciais são parte do problema.

Eventualmente, a meta da Tesla é vender 250 mil Cybertrucks por ano. Nas taxas de venda atuais, isso representaria uma participação de mercado de picapes nos EUA de 9% ou 10% - essa é uma participação de todas as picapes, elétricas ou não.

Não será fácil chegar lá. A Ford Motor vende mais de um milhão de picapes anualmente nos EUA e defenderá sua posição de mercado. A General Motors vende aproximadamente o mesmo número de picapes. Claro, algumas vendas da Cybertruck são para compradores de EVs que realmente não estão no mercado para uma picape.

Ainda assim, a falha em conquistar os corações daqueles que precisam de picapes por sua capacidade de fazer trabalhos úteis significa que a participação da Tesla no mercado de compradores de picapes recreativas poderia se aproximar de 20% com uma taxa de venda de 250 mil.

É um grande desafio

A Tesla precisa de uma grande participação de mercado em grandes mercados para voltar a crescer em vendas. A Tesla entregou cerca de 444 mil carros globalmente no segundo trimestre, uma queda de cerca de 5% em relação ao ano anterior. Foi o segundo trimestre consecutivo de quedas ano a ano para a Tesla.

O modelo novo mais importante pode ser um sedã da Tesla que começará a cerca de US$ 25 mil, com lançamento previsto para 2025. Os investidores podem ignorar as baixas vendas da Cybertruck se esse EV mais barato chegar a tempo.

As vendas gerais de veículos elétricos a bateria nos EUA foram de cerca de 330 mil veículos no segundo trimestre, um recorde e um aumento de 11% em relação ao ano anterior. As vendas de híbridos “plug-in” — aqueles com carregamento externo — foram de cerca de 81 mil unidades, um aumento de 13% em relação ao ano anterior, mas uma queda de 11% em relação ao primeiro trimestre.

Os híbridos leves, o tipo de veículos híbridos que não precisam ser carregados externamente, foram de 391 mil unidades — um aumento de 28% em relação ao ano passado e de 21% em relação ao primeiro trimestre. As opções híbridas ainda são populares entre os compradores de carros nos EUA atualmente.

As ações da Tesla caíam 3,2%, para US$ 248,43 por ação, no meio do dia desta quarta-feira (17), enquanto o S&P 500 e o Dow Jones Industrial Average caíam 1,2% e subiam 0,5%, respectivamente.

As ações ainda sobem cerca de 28% no mês. Os investidores estavam preparados para entregas mais baixas no segundo trimestre. O número de 444 mil foi um alívio.


Fonte: Cybertruck, Tesla — Foto: Bloomberg

CONSTRUÇÃO CIVIL

Veja - SP   18/07/2024

O ministro das Cidades, Jader Filho, está em Canoas (RS) e acaba de assinar uma portaria que incentiva à adoção de novos métodos construtivos ágeis de execução para construir unidades habitacionais no Rio Grande do Sul.

O ato prevê o pagamento de um bônus de 5% às construtoras que entregarem os imóveis em até dez meses contados da contratação, como estímulo à rápida entrega das casas às famílias.

A portaria também autoriza a contratação de 11.500 unidades habitacionais em áreas urbanas das dez cidades mais afetadas pela calamidade no Rio Grande do Sul conforme atestado pela Defesa Civil.

As moradias subsidiadas deverão ser de até 200.000 reais e os recursos sairão do Fundo de Arrendamento Residencial, no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida.

Veja a seguir quais serão os municípios atendidos e os respectivos números de imóveis a serem construídos:
Porto Alegre – 3.000 Canoas – 3.000 Novo Hamburgo – 1.300 Eldorado do Sul – 900 Estrela – 800 São Leopoldo – 800 Charqueadas – 600 Cruzeiro do Sul – 500 Lajeado – 300 Santa Maria – 300

FERROVIÁRIO

Monitor Digital - RJ   18/07/2024

O avanço de projetos ferroviários no país ganhou tração nos últimos meses, o que é motivo de otimismo para o setor. A demanda pela modernização e ampliação do modal ferroviário se justifica em razão das diversas vantagens logísticas e econômicas que as linhas férreas oferecem na comparação com o modal rodoviário. No âmbito federal, no começo de junho, o ministro dos Transportes, Renan Filho, assinou portaria que estabelece diretrizes para a prorrogação antecipada das concessões de serviço público de transporte ferroviário.

O ministro também assinou um termo aditivo para a otimização do contrato de concessão da Malha Paulista, sob a gestão da Rumo S/A. O aditivo gerou uma receita adicional de R$ 1,3 bilhão de recursos para serem reinvestidos na própria Malha Paulista e outra parte – cerca de R$ 670 milhões – que serão alocados no Plano Nacional de Ferrovias. A administração pública vem conduzindo negociações com as concessionárias para repactuações contratuais – como a finalizada com o Malha Paulista -, criando a possibilidade de somar mais R$ 20 bilhões para investir em ferrovias.

Já com o governo do Paraná, o Ministério dos Transportes firmou dois Acordos de Cooperação Técnica (ACT) para o desenvolvimento de soluções voltadas ao projeto da Nova Ferroeste, que prevê 1.567 quilômetros de trilhos, cortando 66 municípios do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul e um estudo sobre a atual malha ferroviária que corta os três estados do sul, a Malha Sul.

Em outra iniciativa pública, o governo de São Paulo anunciou recentemente o programa SP Nos Trilhos, que reúne mais de 40 projetos estaduais de transporte de passageiros e cargas por ferrovias, que somam investimentos estimados em R$ 194 bilhões e mais de 1 mil km de malha férrea. Entre os projetos já qualificados estão os Trens Intercidades Eixo Norte (São Paulo-Campinas), Eixo Oeste (São Paulo-Sorocaba), Eixo Leste (São Paulo-São José dos Campos) e Eixo Sul (São Paulo-Santos); as linhas 10 e 14 (ABC Leste), e 11, 12 e 13 (Alto Tietê) de trens urbanos, as linhas 19 e 20 de metrô e os VLTs de Campinas e Sorocaba.

Mercado aquecido

“Projetos de expansão da malha ferroviária são imprescindíveis para a diminuição do chamado Custo Brasil, uma vez que a possibilidade de contar com conexões ferroviárias no Brasil tem impacto direto na redução nos custos logísticos e no tempo de transporte de mercadorias. Aproveitando as vantagens do modal ferroviário, o país se beneficia e impulsiona a competitividade nas exportações brasileiras e na distribuição interna de todo tipo de cargas. Além disso, a ferrovia é o meio de transporte que mais se destaca em termos de eficiência e mobilidade sustentável, com o uso de combustíveis alternativos”, afirma o diretor do Portfólio de Infraestrutura e Tecnologia da Informa Markets Latam, Hermano Pinto Junior.

Segundo o business manager da NT Expo – Negócios nos Trilhos, Fernando D’Ascola, à frente do principal encontro do setor ferroviário de cargas e passageiros da América Latina, o aquecimento do mercado pode ser sentido na procura de empresas interessadas em participar do evento. “A procura tem sido intensa, tanto de empresas nacionais como também de internacionais. Já contamos com um grupo importante de companhias de praticamente toda a cadeia de soluções em equipamentos, maquinário, tecnologia e serviços relacionados ao transporte ferroviário”, antecipa D’Ascola.

A 23ª edição da NT Expo – Negócios nos Trilhos será realizada de 22 a 24 de abril de 2025, no novo Distrito Anhembi, em São Paulo, – em paralelo com a Intermodal South America – e reúne empresas ligadas à operação de cargas e passageiros, eletrificação, fabricação de trens, manutenção e inspeção de via permanente e dormentes de concreto, e equipamentos. Além disso, estarão presentes marcas internacionais com empresas da Alemanha, Espanha e China.

“A NT Expo é um evento que explora toda a potência da indústria ferroviária, ao promover o encontro entre os principais players do setor, com um ambiente exclusivo para a exposição de novidades do mercado e a discussão sobre o futuro do setor”, destaca D’Ascola. A última edição do evento, em 2023, reuniu mais de 100 marcas nacionais e internacionais, 50 palestrantes, com um público de mais de 4 mil profissionais do setor.

CNN Brasil - SP   18/07/2024

O Ministério dos Transportes vai exigir que as prorrogações antecipadas de concessões ferroviárias fixem previsões de investimentos em material rodante para a empresa parceira. Assim, haverá nestes projetos previsão de aquisição de locomotivas, vagões, veículos de manutenção, etc.

A norma foi incluída em uma portaria que traz diretrizes para as renovações antecipadas de ferrovias. Estes investimentos deverão constar no Caderno de Obrigações da Concessionária, e os contratos deverão prever revisões a cada cinco anos sobre o cumprimento destes termos.

“Colocamos a necessidade incluir a previsão de compra de material rodante no caderno de encargos, com datas, prazos, tudo. Antes isso ficava apenas na modelagem econômica, mas não estava no contrato. Isso dará previsibilidade para a indústria produzir e vender”, disse em entrevista à CNN o secretário-executivo do Ministério, George Santoro.

A expectativa é de o processo de renovação antecipada da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) — cuja consulta pública deve ser lançada no começo de agosto — já atenda a esta norma. Operada hoje pela VLI Logística, a FCA totaliza 7.215 km em extensão e atravessa sete estados (MG, SP, RJ, ES, BA, SE e GO), além do Distrito Federal.

O dispositivo da portaria era uma demanda da indústria junto ao governo federal, especialmente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) e da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer).

Em entrevista à CNN, o presidente da Abifer, Vicente Abate, afirmou que o impacto da medida ao setor será “imenso”. A previsão do representante é de que inclusão do dispositivo nas concessões da FCA e da Rumo Malha Sul (esta em processo menos avançado de renovação) movimentará bilhões no setor.

A prorrogação discutida para a FCA é de 30 anos, com previsão de R$ 13,82 bi (Capex) em investimentos neste período. Com a devolução de trechos antieconômicos, a ferrovia deve passar a ter 5.469 km de extensão. “Ao revitalizar e operar toda esta extensão, haverá grande demanda por mais vagões e locomotivas”, disse Abate.

Rodoviário

Agrolink - RS   18/07/2024

O Governo do Estado do Paraná, por meio da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), anunciou a assinatura de convênios para a pavimentação de estradas rurais, totalizando um investimento superior a R$ 125 milhões no primeiro semestre de 2024. Desse montante, R$ 109,4 milhões serão provenientes do Tesouro Estadual, enquanto R$ 15,6 milhões serão contrapartidas municipais. As informações forma divulgadas pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) do Paraná.

Os convênios recém-assinados visam pavimentar 114,78 quilômetros de estradas distribuídas por 35 municípios. As melhorias incluem a utilização de blocos sextavados em 22 estradas, pedras irregulares em sete, asfalto em quatro, pavers de concreto em uma via, e paralelepípedo em outra.

A iniciativa, conhecida como Programa Estradas Rurais Integradas aos Princípios e Sistemas Conservacionistas (Estradas da Integração), impactará diretamente 77 comunidades e beneficiará aproximadamente 6,6 mil agricultores cujas propriedades estão próximas das estradas pavimentadas. O programa visa reduzir o escoamento de água das propriedades rurais para as estradas, contribuindo para a conservação do solo e sua fertilidade, fundamentais para a sustentabilidade da produção agrícola.

Após a formalização dos convênios, os municípios serão responsáveis por realizar licitações para contratar os serviços necessários. Com os novos convênios assinados nos primeiros seis meses deste ano, o Estado já contabiliza aproximadamente 1.350 quilômetros de estradas pavimentadas dentro do Programa Estradas da Integração desde 2019, beneficiando mais de mil comunidades e cerca de 90 mil famílias. O investimento total do Estado nessa iniciativa está previsto para ultrapassar R$ 521 milhões.

NAVAL

IstoÉ Dinheiro - SP   18/07/2024

A movimentação de cargas no Porto de São Sebastião bateu recorde histórico no primeiro semestre, com movimentação de 760 mil toneladas, 57% mais que no mesmo período de 2023, mostra levantamento realizado pela Companhia Docas de São Sebastião (CDSS), empresa pública vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil). “Entre as principais cargas estão açúcar a granel, com 287,5 mil toneladas, seguido de barrilha a granel, matéria-prima essencial na produção de vidros e embalagens, com 190,3 mil toneladas; e o coque de petróleo a granel, com 107,5 mil toneladas”, diz o porto em nota.

Conforme o diretor-presidente da CDSS, Ernesto Sampaio, a ampliação da disponibilidade das áreas para armazenagem “despertou o interesse de mais importadores e exportadores, que passaram a utilizar o porto de São Sebastião como alternativa logística”. “O açúcar a granel e o coque são exemplos de novas cargas”, acrescentou. Segundo ele, foi autorizada a montagem de 11 novos armazéns, que foram instalados pelos operadores portuários, perfazendo 14 estruturas.

Jota - DF   18/07/2024

Em um jogo de futebol, quando o juiz marca um pênalti ou impedimento duvidoso, pode-se chamar o VAR. No caso de possíveis condutas anticompetitivas praticadas unilateralmente por uma empresa, a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autua como um juiz. Em casos mais complexos, em que há indicação para condenação, o Tribunal do Cade, composto por sete conselheiros, é convocado para uma análise minuciosa da conduta investigada. Caso conclua que os efeitos prejudiciais dessa prática superam seus benefícios, as sanções previstas pela legislação antitruste brasileira serão aplicadas à empresa. Caso contrário, o jogo segue.

A taxa do serviço de segregação e entrega, conhecida como SSE, cobrada na movimentação de contêineres no setor portuário, tem sido alvo de várias investigações pelo Cade e de múltiplas decisões judiciais ao longo de aproximadamente 20 anos.

Apesar dos consecutivos registros de crescimento nas movimentações portuárias — com os portos públicos e privados tendo movimentado 1,3 bilhão de toneladas em todo o país em 2023, um aumento de 6,9% em relação a 2022, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq)[1], e uma projeção de movimentação de 1,4 bilhão de toneladas até 2027 —, essas cifras positivas por vezes ocultam discussões nos tribunais que trazem insegurança para o setor.

Especificamente nos terminais que operam contêineres, que movimentam o equivalente a 10% do volume em peso das cargas movimentadas no país, e constituíram o terceiro tipo de carga mais movimentado no país em 2023, a legalidade da cobrança pelo serviço de segregação e entrega continua em debate.

A longa disputa sobre os potenciais efeitos anticompetitivos da SSE sugere que, assim como em uma partida de futebol, para garantir um ambiente competitivo, é essencial que o árbitro se atenha aos fatos, assegurando um campo de jogo nivelado e emitindo decisões consistentes durante a partida, para que os espectadores possam desfrutar de uma partida justa e vibrante.

No entanto, no setor portuário, as decisões inconsistentes relacionadas à cobrança do SSE ilustram uma realidade oposta. Pouca ou nenhuma importância tem sido dada às evidências empíricas, e as decisões divergentes têm gerado insegurança jurídica. Esse cenário desencoraja investimentos, prejudicando não apenas o setor, mas também os consumidores finais.

Vamos aos fatos! Inicialmente, é importante descrever um pouco mais como a cobrança do SSE ocorre. Os terminais de contêineres executam a carga e descarga de navios, cobrando dos armadores por essa cesta de serviços, que contempla movimentos verticais e horizontais de contêineres até a sua colocação na pilha, no caso da importação, um preço que a indústria denomina “box rate”.

O armador, por sua vez, se ressarce junto aos exportadores e importadores dos valores pagos a título de box rate, por meio da Taxa de Movimentação no Terminal (THC em inglês), que compõe, junto com o frete e outras cobranças, o preço do contrato de transporte marítimo.

Após a colocação do contêiner na pilha, no pátio do terminal portuário, a carga pode ser armazenada dentro do próprio terminal de contêineres, que presta o serviço de armazenagem alfandegada até a entrega ao importador. Com a criação de terminais retroportuários ou retro-alfandegados (TRAs) – também conhecidos como “portos secos” –, autorizados pela Receita Federal para atuarem como terminais alfandegados e fora do perímetro dos “portos molhados”, surgiu também a necessidade da cobrança do SSE.

Esses terminais retroportuários alfandegados foram estabelecidos na década de 1980 para aliviar o congestionamento nos “portos molhados” administrados e operados de maneira ineficiente por empresas estatais, e armazenar mercadorias até o desembaraço aduaneiro, competindo diretamente com os terminais portuários no armazenamento de cargas.

A taxa SSE é justificada pelos custos adicionais que os terminais de contêineres incorrem pela segregação e entrega de cargas destinadas a essas instalações alfandegárias externas. De acordo com a Antaq, essa taxa é resultado da exigência da legislação aduaneira de que o terminal portuário disponibilize os contêineres para que sejam transferidos para os terminais retroalfandegados dentro de 48 horas úteis após desembarcados do navio, implicando um serviço adicional extremamente complexo e mais oneroso. Portanto, é essencial enfatizar que os procedimentos logísticos, oferecidos de forma preferencial por determinação legal, fundamentam a necessidade da cobrança do SSE.

Basicamente, a alegada conduta anticompetitiva ocorreria porque os operadores portuários poderiam cobrar uma taxa SSE tão elevada que tornasse economicamente inviável o negócio de armazenagem dos “portos secos”. A racionalidade dessa conduta estaria na intenção dos operadores portuários (“portos molhados”) de eliminar os concorrentes que fazem a armazenagem de contêineres (TRAs).

Portanto, o cerne da análise antitruste não deveria residir na existência da taxa em si (regra per se), mas no montante da taxa que é cobrado (regra da razão), que poderia inviabilizar os negócios dos “portos secos”. Ao eliminar esses competidores, os operadores portuários poderiam ter menos pressão competitiva, criando um ambiente propício para elevação dos preços de armazenagem.

Essa elevação de preço, por sua vez, seria repassada aos importadores e, eventualmente, ao consumidor final. Essa situação delineia o potencial efeito anticompetitivo associado à cobrança excessiva da taxa SSE.

Entretanto, a presença da possibilidade de conduta abusiva anticoncorrencial não é condição suficiente para uma condenação – em uma conduta que existe há cerca de 20 anos – cabendo à autoridade concorrencial demonstrar a existência da conduta e seus efeitos líquidos negativos para a concorrência.

No presente caso, quando se observa um longo período de cobrança do SSE é perfeitamente possível olhar para dados históricos desse mercado e verificar o que de fato tem acontecido com o valor da taxa de SSE e seus reflexos sobre os lucros ou prejuízos dos competidores e, em última medida, se está ocorrendo entrada ou saída de “portos secos” do mercado.

Para analisar esses efeitos, o Departamento de Estudos Econômicos (DEE) do Cade realizou um amplo estudo temático sobre a cobrança do SSE por terminais portuários no mercado de armazenagem alfandegada[2]. O DEE concluiu que não há motivos para considerar a cobrança da SSE como um ilícito per se, sendo necessária uma análise de efeitos líquidos dessa cobrança.

Ao analisar os efeitos da conduta, o DEE enviou questionários para os agentes desse mercado, incluindo “portos secos” e “molhados”. Interessante observar que os “portos secos”, que se mostraram contrários à cobrança, não forneceram dados concretos sobre preços, custos e lucros, nem desenvolveram uma teoria, modelo ou simulação que sustentasse uma tese exclusionária.

Não foi possível constatar a exclusão de terminais retro-alfandegados (TRAs), apesar de a cobrança ser praticada há um longo tempo. Pelo contrário, em Itajaí, o estudo do DEE/Cade revelou que, mesmo com a cobrança da taxa SSE, ocorreu a entrada de sete novos TRAs na região nos últimos anos. Além disso, verificou-se que o SSE representa uma parte muito pequena dos custos totais do serviço de armazenagem portuária, o que reforça a improbabilidade de que essa prática venha a excluir algum competidor do mercado.

Ao defender a extinção do SSE, os TRAs propõem implicitamente que os custos dos serviços que utilizam sejam absorvidos pelos outros clientes, os quais escolhem retirar a carga diretamente do terminal portuário. Isso gera um sistema de subsídios cruzados que produz ineficiências econômicas. Além disso, proibir a cobrança de serviços quando há custos envolvidos pode resultar na redução de investimentos no setor, visto que tal medida causa desincentivo aos investimentos para expansão e manutenção dos terminais portuários.

Soma-se a isso, a maior necessidade de investimento dos “portos molhados” em infraestrutura robusta. Eles precisam de instalações adequadas para a armazenagem, mesmo que temporária, de todos os contêineres embarcados e descarregados dos navios. Essa necessidade estende-se à estrutura e aos equipamentos necessários para a atracação, carga e descarga dos navios, assim como aos equipamentos de pátio, que são essenciais para a segregação e entrega eficiente dos contêineres no tempo demandado.

Por fim, o estudo do DEE/Cade também enfatiza que o fato de as supostas vítimas de predação (TRAs) via SSE apresentarem lucros maiores que o próprio incumbente verticalizado (“porto molhado”) é um aspecto crucial que deve ser considerado pela autoridade concorrencial na análise deste tipo de conduta. Ignorar os fatos pode levar a decisões baseadas exclusivamente em efeitos potenciais e teorias que não refletem a realidade, prejudicando assim uma resolução adequada da questão. Essa falta de contato com a realidade pode ser resumida na frase do professor Fernando Araújo: “a realidade é um detalhe que atrapalha o raciocínio”.

É necessário o fomento ao setor portuário e de transporte aquaviário que tem papel fundamental no comércio exterior do Brasil e no seu desenvolvimento econômico. O setor é responsável pelo fluxo de mais de 98% das exportações brasileiras e mais de 92% das importações em termos de volume.

Especificamente em relação ao comércio via contêineres, a OCDE[3] mostra uma correlação positiva entre o comércio conteinerizado e o crescimento do PIB. O aumento no número de TEUs transportados – unidade equivalente a um contêiner de 20 pés – impulsiona o fluxo de comércio entre países, contribuindo significativamente para o crescimento real do PIB.

A longa controvérsia sobre os possíveis efeitos anticompetitivos do SSE ilustra como decisões divergentes no setor portuário têm gerado insegurança jurídica. Recentemente, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que a Antaq anulasse todos os dispositivos da Resolução 72/2022 relacionados à cobrança do SSE. Incertezas, em alguma medida, desencorajam investimentos, prejudicando toda sociedade.

A chave para tomar decisões coerentes e eficazes é a análise cuidadosa dos fatos. Se as evidências apresentadas fossem plenamente consideradas nas decisões administrativas e judiciais, seria possível alcançar maior estabilidade nas decisões sobre o tema. Se não existe evidência de falta, o juiz deveria dizer “segue o jogo”.

PETROLÍFERO

Investing - SP   18/07/2024

Os preços do petróleo subiram cerca de 2% nesta quarta-feira, devido a uma queda semanal maior do que o esperado nos estoques de petróleo dos Estados Unidos e com o enfraquecimento do dólar ofuscando os sinais de menor crescimento econômico na China.

Os futuros do Brent subiram 1,35 dólar, ou 1,6%, para 85,08 dólares o barril, enquanto o petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos EUA subiu 2,09 dólares, ou 2,6%, a 82,85 dólares.

Na terça-feira, o Brent fechou no nível mais baixo desde 14 de junho e o WTI no nível mais baixo desde 21 de junho.

O prêmio do Brent sobre o WTI diminuiu para cerca de 3,65 dólares por barril, o mais baixo desde outubro de 2023. A redução do "spread" significa que as empresas energéticas têm menos motivos para gastar dinheiro para enviar navios aos EUA para recolher petróleo para exportação.

Nos EUA, a Administração de Informação de Energia disse que as empresas de energia retiraram 4,9 milhões de barris de petróleo dos estoques durante a semana encerrada em 12 de julho.

Isso se compara ao declínio de 30 mil barris previsto pelos analistas em uma pesquisa da Reuters e à queda de 4,4 milhões de barris em um relatório do grupo comercial Instituto Americano de Petróleo (API).

O Petróleo - SP   18/07/2024

Um estudo recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que a falta de fornecimento de gás natural está prejudicando 9% da indústria brasileira. De acordo com a pesquisa, 14% das indústrias no Brasil utilizam gás natural em seus processos produtivos, sendo que 9% relataram dificuldades com o fornecimento nos últimos 12 meses.

Além disso, o estudo indica que 10% das indústrias possuem acesso limitado à energia em geral. Entre as empresas que não utilizam gás natural, 10% apontam a falta de acesso como principal motivo, 8% mencionam a ausência de infraestrutura de distribuição adequada, e 5% citam os altos preços como uma barreira significativa.

Desafios Regionais e Necessidade de Infraestrutura

O especialista em política energética e indústria da CNI, Rennaly Patricio Sousa, ressalta que, embora o estudo ofereça insights valiosos, ele pode não refletir a realidade completa, pois o uso de gás é mais intenso em alguns setores específicos. A região Sul do Brasil, onde estão os maiores consumidores de gás natural, tem se destacado na defesa de um mercado de gás mais competitivo.

Glauco José Corte, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, enfatizou a importância da disponibilidade de gás para a atração de novos investimentos na região. Durante um fórum industrial realizado em 10 de julho, Corte destacou a necessidade de melhorias na infraestrutura de transporte, estratégias de suprimento e a entrada de novos players no mercado.
Impactos na Competitividade e Necessidade de Reformas

O estudo da CNI conclui que a baixa concorrência no setor de gás natural atrasa o desenvolvimento tanto da indústria quanto dos consumidores, tornando os produtos brasileiros mais caros e menos competitivos. Reduzir o preço do gás natural é crucial para aumentar os investimentos e receitas em setores fortemente dependentes desse recurso, como as indústrias petroquímica, siderúrgica, cerâmica, vidro, alumínio e mineração.

A nova lei do gás, sancionada em 2021, abriu caminho para reformas no setor, mas o mercado ainda é altamente concentrado. Sousa afirma que a abertura do mercado de gás é uma aposta importante para impulsionar o crescimento da indústria, que consome cerca de 60% dessa energia.

Este cenário ressalta a necessidade urgente de políticas e investimentos que garantam um fornecimento estável e competitivo de gás natural, essencial para o fortalecimento da indústria brasileira e sua competitividade global.

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