FORGOT YOUR DETAILS?

Seja bem-vindo ao INDA!

Olá, seja bem-vindo
ao INDA!

18 de Junho de 2024

SIDERURGIA

O Estado de S.Paulo - SP   18/06/2024

Além das medidas lançadas pelo governo federal em abril, visando estancar as importações de aço, principalmente da China, siderúrgicas brasileiras decidiram atacar o material chinês por outro flanco. Fabricantes locais decidiram abrir vários processos antidumping na Secretaria de Comércio Exterior (Secex). As ações atingem, na maioria, produtos não incluídos no esquema de cotas-tarifas adotado nas medidas do governo, que passaram a vigorar no início de junho.

No início de março, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) obteve da Secex uma decisão para investigação das importações de folha metálica (estanhada e cromada) de origem chinesa. A CSN é a única fabricante desse tipo de aço no País, utilizado na fabricação de embalagens diversas, como latas de tintas. O pleito foi feito em novembro.

No mês passado, a Aperam South America, produtora de aços especiais inox, obteve decisão de direito definitivo antidumping contra importações de dois tipos de aço inox oriundos da China. A empresa entrou em julho do ano passado na Secex com pedido de extensão de medida aplicada em 2013, revalidada em 2019, indicando que os dois produtos sofreram alterações por parte de exportadores chineses para driblar o antidumping para continuar vendendo ao Brasil.

Outros pedidos de investigação estão a caminho. Segundo o Estadão apurou com pessoas ligadas às empresas, recentemente pelo menos três pedidos entraram na Secex. A China, maior produtor mundial de aço e maior exportador de produtos siderúrgicos, é o alvo dos pleitos. Estimativas apontam que os embarques do país ao exterior neste ano podem chegar a 113 milhões de toneladas, alta de 25% ante 2023. O Brasil, além de outros países da América Latina, são mercados em que as usinas chinesas vêm fazendo desova de excedentes devido à retração da demanda no mercado chinês.

Os novos pedidos envolvem desde aços galvanizados, galvalume, aços pré-pintados até os laminados a frio. Além da CSN, os pleitos são endereçados por Usiminas e ArcelorMittal, dois importantes fabricantes desses tipos de aço usados no setor automotivo, na indústria de linha branca e na construção civil.

No caso do aço pré-pintado, utilizado na fabricação de telhas e revestimentos de fachadas e em geladeiras, freezers e fogões, a petição conta com o apoio da Tekno, um grande produtor desse tipo de aço, conforme acesso do Estadão à petição. A maior fabricante no País é a CSN.

O consumo de pré-pintado no mercado nacional é da ordem de 300 mil toneladas por ano. Neste ano, de janeiro a maio, já entraram 99 mil toneladas, conforme dados oficiais. Mantido o ritmo, o volume totalizaria quase 240 mil toneladas em 2024 - cerca de 80% da capacidade de produção local, disse uma pessoa que atua nesse segmento.

Em março, um mês antes da divulgação das medidas, a Gerdau também avaliava entrar com pedido de medidas comerciais contra a entrada de vergalhões e outros tipos de aço. A empresa tomaria a decisão após a divulgação do “pacotaço de abril” de medidas contra o excesso de importações pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). CSN, Usiminas, ArcelorMittal e Gerdau não se manifestaram.

A invasão de aço estrangeiro ganhou dimensão nacional a partir do segundo trimestre de 2023, quando os volumes começaram a subir mês a mês e as siderúrgicas passaram a alertar o governo, em encontros com o ministro Geraldo Alckmin e depois com Fernando Haddad, da Fazenda. Ao final do ano, os desembarques somaram 5 milhões de toneladas, representando aumento acima de 40% sobre 2022 considerando apenas aços acabados. Quase dois terços do volume que entrou nos portos brasileiros tinha como origem a China.

As medidas de 23 de abril que entraram em vigor dia 1º de junho, após nove meses de negociações com produtores e consumidores de aço, definiram o sistema de cotas-tarifas pelo prazo de um ano, ao invés de uma sobretaxa direta de 25% para todas as origens como pedia as siderúrgicas. De 31 tipos de aços apresentados pelo setor, apenas 11 foram contemplados.

Foi uma saída salomônica do governo brasileiro, uma vez que a China, maior exportador de aço para o Brasil, é, ao mesmo tempo, o maior parceiro comercial do País, importando de minério de ferro a grãos e carnes, entre outros bens primários.

As cotas - média das importações de 2020 a 2022, acrescida de 30% - segundo informações do setor abrangem menos da metade (45%) do total de aço importado pelo País em 2023 de diversas origens: China, Rússia, Coreia do Sul, Japão, Turquia e outros países. A Gerdau, por exemplo, como informou em entrevistas o presidente, Gustavo Werneck, teve seu mix de produtos contemplado com apenas 25%.

O vergalhão, material usado em obras civis e de infraestrutura e na construção imobiliária, ficou de fora. A companhia está fazendo rearranjo de suas operações brasileiras em vários Estados para focar em produtos mais competitivos, paralisando usinas de custos mais elevados e investindo no aumento da escala de produção de outras para melhorar suas margens de ganho frente ao importado.

A Aperam também não teve produtos inox contemplados nas medidas, assim como a CSN não teve para folhas metálicas, chapas pré-pintadas e aço galvalume. A alternativa das empresas frente à competição com material chinês foi abrir ações antidumping, disse ao Estadão pessoas que atuam no setor.

Desvio de especificação para burlar o antidumping

O embate com produtos chineses, via antidumping, vem de longa data. Desde 2019, as ações envolvem mais de uma dezena de tipos de aço carbono, inox e tubos. As ações envolvem laminados planos de aços ao silício, tubos com costura de aços inoxidáveis, tubos de aço carbono sem costura e não ligados, chapas grossas, laminados planos a frio de aços inoxidáveis e carbono, tubos sem costura, cordoalhas, barras chatas de aço ligado, entre outros, de acordo com informações dos órgãos de comércio exterior do MDIC.

Segundo dados do MDIC e da indústria, em alguns casos, o volume importado já representa bem mais da metade do consumo interno do produto, o chamado “import penetration”. Em inox, por exemplo, fabricados pela Aperam, a participação do aço chinês no mercado nacional supera 40% em certos produtos.

A companhia aponta os dois casos de alteração na composição química do aço para driblar o antidumping que receberam do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) parecer favorável à revisão anticircunvenção - ou seja, contra atos para enganar, ludibriar ou burlar - com extensão do direito antidumping definitivo. Foi fixada penalidade (sobretaxa) de US$ 629,44 por tonelada, em despacho de 24 de maio.

Esses produtos de inox estavam entrando no País com desvios de especificações para burlar os direitos de proteção comercial adotados em 2013, pelo período de seis anos. Essas medidas foram estendidas, em 2019, e vão vigorar até o final deste ano, agora reforçadas pela revisão anticircuvenção.

Rodrigo Damasceno, diretor comercial da Aperam, disse ao Estadão que os volumes respondiam por 30% a 40% das importações totais de aço inox. Ele explica que exportadores chineses, mais produtores do país, fizeram modificações na composição de ligas do inox 304 - carro-chefe da empresa, que leva níquel e cromo, utilizado em 90% dos produtos fabricados com inox - e no 430, que leva cromo e outros elementos.

Os produtos são vendidos ao Brasil para as mesmas aplicações dessas duas ligas originais (304 e 430), configurando uma irregularidade para fabricação de bens diversos com uso de inox, informa Damasceno. “A medida do governo é uma correção, pois havia uma redução do porcentual de cromo e níquel no aço para entrar no País”.

Na época (2013 e 2019), a sobretaxa estipulada foi de US$ 200 a US$ 300 a tonelada, mas como não houve colaboração de nenhum produtor ou exportador chinês no processo de investigação de desvio de qualidade dos produtos mencionados, o governo brasileiro decidiu pela sobretaxa de US$ 629,44 a tonelada, explica o executivo da Aperam.

No final do ano será feita nova análise dos volumes importados. “Se esses volumes continuarem, o governo poderá fazer a renovação do direito por mais cinco anos”, ressalta o executivo da Aperam.
Investimento de R$ 600 milhões congelado

O aço inox é empregado na fabricação de utensílios domésticos diversos, na indústria alimentícia (tanques de leite, de cerveja), material hospitalar, escapamentos de automóveis e bens de linha branca. Segundo dados do MDIC, importações de aços inoxidáveis planos e não planos subiram de 113 mil toneladas em 2019 para 170 mil em 2022 e ficaram próximas de 160 mil toneladas no ano passado. O mercado nacional demanda cerca de 360 mil toneladas. Ou seja, um índice de penetração de quase 45%.

“A competição saudável, em bases leais de mercado, faz parte do jogo. Mas a depreciação e os artifícios de produtos chineses para tomar mercado não é uma disputa leal”, afirma Damasceno. Ele diz que a empresa teve de se esforçar para direcionar parte da produção a mercados de países da América do Sul.

Devido ao grande aumento das importações de aço, inchadas pelo material burlado, a empresa congelou um investimento de R$ 600 milhões programado para sua usina em Timóteo, no Vale do Aço, em Minas Gerais. “As medidas são um sinal positivo, mas vamos esperar para ver se vão dar resultado antes de tomar a decisão para retomada dos investimentos”, afirma o diretor.

Os recursos seriam aplicados em melhorias tecnológicas na usina e no enobrecimento do mix de produtos, com a instalação de novo equipamento de laminação a frio de aço em bobinas na usina.

O Estado de S.Paulo - SP   18/06/2024

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decide nesta terça-feira, 18, um embate bilionário que, há mais de dez anos, põe em lados opostos o grupo ítalo-argentino Ternium e a brasileira CSN. O voto do ministro Antonio Carlos Ferreira vai desempatar o placar e pode levar a Ternium a pagar indenização estimada em R$ 5 bilhões para a CSN. E, mais do que isso, a decisão pode levar incerteza a transações de compra de fatias em blocos de controle e, também, colocar em xeque entendimentos proferidos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O ministro da 4ª Turma do STJ dará o voto de minerva na disputa. A decisão poderá implicar, além da indenização de R$ 5 bilhões para a CSN, R$ 500 milhões para os advogados da companhia e uma nova jurisprudência. Ou, por outro lado, representar o retorno do caso para a primeira instância para a produção de provas.

Em 2011, a Votorantim e a Camargo Corrêa compunham, com a Nippon Steel e o fundo de pensão dos funcionários da Usiminas, o bloco de controle da siderúrgica e mantinham um acordo de acionistas. A Ternium comprou as participações das duas brasileiras, o equivalente a 27,7% do capital votante da siderúrgica, por cerca de R$ 4 bilhões, sem sofrer oposição da Nippon Steel, que detinha 29,45% do capital total e 43% do bloco de controle e poderia exercer o direito de preferência. Na operação, cada ação ON da Usiminas saiu por R$ 36, prêmio de 83% em relação ao valor dos papéis na época.

Porém, a CSN, que também era acionista da Usiminas, avaliou que houve alienação do controle da companhia e, por isso, deveria ser deflagrado o mecanismo de tag along, ou seja, a Ternium deveria fazer uma oferta pública de ações (OPA), estendendo as mesmas condições a todos os acionistas.

Desde então, a CSN foi três vezes à CVM, que, em todas as ocasiões, concluiu que não houve alienação de controle, apenas modificação da composição do grupo de controle. Portanto, não haveria obrigação de realização da oferta.

Inconformada, em 2013 a CSN entrou na Justiça paulista para defender seu ponto de vista. Também foi ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A queixa não prosperou no Cade, e o pedido na Justiça foi rejeitado em primeira instância. Então, a CSN voltou à carga, em segunda instância, tendo seu pleito rejeitado novamente. A empresa apelou ao STJ, onde seu pedido foi rejeitado por três votos a dois em março do ano passado.

No mesmo mês, a CSN tentou novo recurso, com embargos de declaração, na Corte, apontando vícios na decisão. Então, a morte de um ministro, Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, e a declaração de impedimento de outro, Marco Aurélio Bellizze, mudaram o quadro, pois os dois tinham votado a favor da Ternium. Os magistrados foram substituídos, respectivamente, por Humberto Martins e Antonio Carlos Ferreira.

Os ministros Humberto Martins e Moura Ribeiro votaram a favor da CSN. Já os ministros Nancy Adrighi e Ricardo Villas Bôas Cueva votaram pelo retorno do processo à primeira instância para a produção de provas. Assim, o caso está empatado em 2 a 2. O voto do ministro Antonio Carlos Ferreira vai desempatar o caso.

Para pessoas próximas ao caso, se houver maioria em favor da CSN, o mercado pode passar a sofrer insegurança jurídica nas compras de participações em blocos de controle de empresas de capital aberto no Brasil. Além disso, cria-se uma situação peculiar, em que as manifestações da CVM perderiam o valor.

Procuradas pela reportagem, a CSN e a Ternium não responderam até a publicação deste texto.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   18/06/2024

O mercado passou a ver a manutenção da taxa básica de juros (Selic) na reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom), permanecendo em 10,50% até o final do ano, ao mesmo em que elevou as projeções para a inflação e para o dólar, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira, 17.

O Copom anuncia na quarta-feira a nova taxa de juros e agora a percepção é de que irá pausar o afrouxamento monetário, em meio ao aumento da volatilidade nos mercados financeiros domésticos, expectativas de inflação desancoradas e temores fiscais.

Os analistas consultados pelo BC também elevaram a perspectiva para a taxa de juros ao final de 2025, vendo agora a Selic a 9,50%, de 9,25% antes.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que ainda que a expectativa para a alta do IPCA em 2024 subiu pela sexta vez seguida, chegando a 3,96%, de 3,90% na semana anterior. Também aumentou a conta para a inflação em 2025, a 3,80%, de 3,78%. Para os dois anos seguintes as projeções seguem em 3,60% em 2026 e 3,50% em 2027.

O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

PIB e dólar

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano caiu em 0,01 ponto percentual, a 2,08%, e permaneceu em 2,0% para 2025.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda elevação nas projeções para o dólar depois de uma semana agitada no mercado de câmbio, com a moeda norte-americana agora calculada em R$ 5,13 e R$ 5,10 este ano e no próximo, contra R$ 5,05 e R$ 5,09 na semana anterior. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro.

O dólar abriu em alta nesta segunda-feira. Às 9h08, o dólar à vista subia 0,38%, a R$ 5,4014. Na semana passada o dólar subiu 1,06%, fechando a sexta-feira a R$ 5,3812, em uma semana de desconfiança em relação ao governo Lula e de pressão para os ativos brasileiros. Veja cotações.
Déficit primário

O relatório revisou a projeção de rombo fiscal de 2024, que oscilou para cima. Para o déficit primário em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, a mediana passou de 0,70% para 0,71%, de 0,70% de um mês atrás.

O relatório bimestral de despesas e receitas divulgado em maio revisou o resultado primário para um déficit de R$ 14,5 bilhões (0,1% do PIB). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avisou que o governo “dificilmente chegará à meta zero”, até porque o chefe do Executivo “não quer fazer cortes em investimentos e obras”.

Já a estimativa do Focus para o déficit nominal em 2024 passou de 7,04% do PIB para 7,20%, ante 6,90% do PIB de um mês. O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após o gasto com juros e outras despesas financeiras.

IstoÉ Dinheiro - SP   18/06/2024

A Fitch aumentou a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2024, de 4,5% a 4,8%. Em relatório sobre economia global divulgado nesta segunda-feira, 17, a agência explica que a economia chinesa ainda enfrenta pressão da crise no mercado imobiliário local, mas deve ser apoiada por medidas de estímulo do governo e o cenário de melhor de exportações.

O tombo das vendas de residência ainda segue em ritmo forte no país asiático, em um movimento que prejudica a confiança do consumidor, de acordo com a Fitch. A agência prevê que o valor das vendas de novas casas cairá entre 15% e 20% este ano.

Ainda assim, a agência explica que a resiliência da demanda externa tem ajudado a mitigar os efeitos dessas turbulências na atividade. Ao mesmo tempo, o déficit fiscal avança a 7,1% do Produto Interno Bruto (PIB), o que sugere maior apoio de autoridades. Neste quadro, a Fitch espera que o PIB chinês cresça 4,5% tanto em 2025 quanto em 2026.

Globo Online - RJ   18/06/2024

Ministros alertam Lula sobre a necessidade de cortes de gastos devido à piora nas projeções econômicas. Presidente sinaliza apenas para 2025. Busca de alternativas para compensar devolução da MP do Pis/Cofins. Resistência a propostas de contenção de gastos.
O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.

Diante da piora nas projeções do mercado para os principais indicadores econômicos do país e da escalada do dólar, que ontem chegou a R$ 5,42, os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) fizeram um alerta ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a necessidade de readequar gastos e ouviram do chefe do Executivo a preocupação com o cenário, especialmente com o volume dos subsídios.

Integrantes da equipe econômica relataram que Lula sinalizou estar aberto a discutir cortes de determinados tipos de despesas, mas a partir de 2025. Nenhuma medida concreta foi anunciada.

O governo tenta avançar em alternativas para compensar a devolução da Medida Provisória (MP) do Pis/Cofins, que abriria espaço orçamentário. Houve duas reuniões para tratar do assunto com Lula ontem: pela manhã, com os integrantes da Junta Orçamentária; à tarde, o mandatário teve um encontro só com Haddad.

Os temores do mercado e de especialistas em contas públicas ganharam nova tração na semana passada, quando o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou as contas de 2023 de Lula, mas apresentou um quadro de impacto.

De acordo com a Corte, no ano passado foram instituídas 32 desonerações tributárias, com efeito negativo de R$ 68 bilhões na arrecadação. No final do exercício, a soma de subsídios chegou a R$ 646 bilhões, incluindo gastos tributários da ordem de R$ 519 bilhões, acréscimo anual de 8%.

— São duas grandes preocupações (de Lula): o crescimento dos gastos da Previdência e o aumento dos gastos tributários da renúncia (fiscal). Ele ficou extremamente mal impressionado com o aumento dos subsídios, que estão batendo quase 6% do PIB do Brasil — disse Tebet.

Sem mexer com militares

Enquanto a estratégia de Haddad de fazer os ajustes pela via do incremento de receitas dá sinais de esgotamento, a equipe econômica corre atrás de opções e calcula os potenciais desgastes políticos de cada movimento.

Mexer na Previdência dos militares, por exemplo, hipótese levantada por Tebet em entrevista ao GLOBO, encontra resistências em setores do governo que enxergam na proposta um risco de estremecer a relação com as Forças Armadas. Em relação aos sistemas previdenciários, o regime dos militares é o que tem maior déficit per capita, de R$ 159 mil, segundo o TCU.

Contingenciamento maior

Haddad disse ter apresentado a Lula o exemplo do benefício pago a moradores do Rio Grande do Sul atingidos pela tragédia, o que só foi possível com uma revisão de outras despesas — no fim de semana, o presidente reiterou que gastos sociais serão preservados e que não fará “ajuste em cima dos pobres”. No curto prazo, o governo avalia fazer um contingenciamento maior de recursos no próximo relatório de receitas e despesas, em julho.

Ele (Lula) ficou extremamente mal impressionado com o aumento dos subsídios, que estão batendo quase 6% do PIB do Brasil - Simone Tebet, ministra do Planejamento

A busca mais urgente é pela alternativa que vai substituir a MP dos Pis/Cofins, por meio da qual o Executivo buscava um ganho de receita de R$ 29,2 bilhões em 2024 com a mudança no sistema de créditos tributários. A norma foi publicada com o objetivo de compensar a desoneração da folha de 17 setores intensivos em mão de obra e dos municípios de até 156 mil habitantes.

A MP provocou forte reação entre empresários e parlamentares e foi devolvida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Os detalhes da proposta que virá no lugar estão sendo costurados pela equipe econômica com Pacheco e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). O trecho que vai tratar da compensação deverá citar, entre outras sugestões de arrecadação, a captura de depósitos esquecidos em contas judiciais por mais de cinco anos; a abertura de um novo prazo de repatriação de recursos no exterior com taxas menores; e a possibilidade de atualização do valor de bens na declaração de Imposto de Renda, com desconto na cobrança.

— A proposta (para compensar a desoneração) já está azeitada na comunicação. Vamos tentar fazer o melhor possível, é só recebermos formalmente. Vamos pedir para a Receita fazer os cálculos — disse Haddad.

Segundo um integrante da equipe econômica, a ideia é iniciar a agenda de revisão de despesas com a mesma estratégia já adotada desde o início do governo em relação à recuperação de receitas: a distorção de correções.

Com a resistência da ala política do governo a propostas de contenção de gastos, especialmente em ano eleitoral, a estratégia é começar com medidas mais consensuais, com combate a privilégios e a fraudes. Um dos exemplos é o Benefício de Prestação Continuada (BPC), cujo número de beneficiários saltou nos últimos anos.

O governo já fez o trabalho de revisão com o Bolsa Família e está fazendo este ano com os benefícios previdenciários. A estimativa de economia é de R$ 10 bilhões.

Já a atualização das regras relativas aos mínimos de investimento em Saúde e Educação não são prioridade. Embora os pisos tenham o potencial de corroer aos poucos o arcabouço fiscal, é um problema que só fica claro em 2027.

CNN Brasil - SP   18/06/2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a trajetória dos gastos públicos. A reunião desta segunda-feira (17) também teve a participação da ministra do Planejamento, Simone Tebet.

“Nos abordamos essa questão de forma preliminar. Expusemos várias planilhas sobre evolução da receita, evolução da despesa […] o que isso significa em termos de impactos, para que ele se familiarize com os números”, disse Haddad.

O ministro também citou a preocupação do presidente com relação às renúncias fiscais. Segundo Haddad, as renúncias seguem em um patamar de R$ 519 bilhões, considerando números de 2023.

Outro ponto que Haddad ressaltou foi que a carga tributária caiu no ano passado e que o governo fez uma recomposição para tentar reequilibrar as contas. Em 2023, a carga recuou mais de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB).

Já a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que o presidente Lula se mostrou mal impressionado com o aumento dos subsídios nos gastos públicos.

Segundo Tebet, Lula deu aos ministros da área econômica tempo para se debruçarem sobre os números e apresentarem soluções.

Em fala à imprensa ao lado de Haddad, Tebet disse que o aumento do gasto da previdência está relacionado ao aumento da renúncia tributária.

Globo Online - RJ   18/06/2024

O mercado quase unanimemente está dizendo que os juros vão parar de cair, ou seja, devem se manter em 10,5% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil, nesta quarta-feira. Acho que há um excesso de pessimismo no mercado financeiro. De fato, houve uma deterioração de cenário, mas os juros estão altos demais.

Pioraram as projeções de inflação, piorou o dólar, que subiu entre a última reunião do Copom e a desta semana, piorou a visão em relação ao ajuste fiscal, a disposição do governo de controle das contas, houve muito ruído nesse período entre as duas reuniões.

Mas é bom lembrar que mantida a Selic em 10,5%, com a projeção de inflação para o fim deste em 3,80%, os juros reais são de quase 7%. O que é muito alto para a situação que o país está. Nada aconteceria se os juros caíssem mais 0,25 ponto percentual, com um comunicado que alertasse pra os ricos fiscais.

Se o país tivesse uma expectativa de inflação fugindo ao controle, parar o relaxamento monetário seria compreensível. Todas as previsões e oscilações, apesar da piora, se dão dentro do espaço da meta.

Outra coisa é que o dólar subiu, de fato, de uma cotação em torno de R$ 5,15 desde a última reunião do Copom para um pouco abaixo de R$ 5,40, no entanto, os próprios analistas justificam essa alta, em grande parte, a fatores externos, como as dúvidas sobre a condução da política monetária americana.

Avaliando a conjuntura, o grau de pessimismo do mercado financeiro, me parece exagerado, e contamina também o Banco Central. Há, aliás, um contagio de parte a parte.

A decisão na última reunião, na qual por um placar de 4 a 5, foi definido um corte menor do que era previsto, de 0,25 ponto percentual, criou uma sensação de que o Banco Central está dividido e o futuro vai ser dos que perderam a escolha porque são os indicados do presidente Lula, numa leitura de que depois que o presidente Roberto Campos Neto sair, ele está em fim de mando, o Banco Central será mais leniente com o controle da inflação.

No entanto, não tem nada que justifique essa avaliação, não tem nada na história das pessoas que lá votaram em favor de manter o corte em 0,50 que indique isso.

A divisão no Banco Central é normal. Não se pode achar que cada vez que há uma divisão que isso é uma crise. É normal, é um Banco Central autônomo e cada um tem o seu voto.

Na verdade, a divisão na votação do último Copom mostrou que há um problema na comunicação no BC, que anda muito errática. Afinal, a autoridade monetária havia informado na ata anterior que ia reduzir a Selic em 0,50, depois o presidente do Banco Central fez uma declaração indicando que isso não aconteceria, essa é uma comunicação que não deve acontecer.

Tudo isso posto, é possível que os juros não caiam, mas por esse ambiente de excesso de pessimismo que está nas expectativas. E pesquisa do "Valor" indica que essa visão deve se manter. Levantamento feito pelo jornal com 132 bancos e consultorias, apenas nove disseram que os juros vão ter uma queda de 0,25 ponto percentual na reunião desta semana. Quando olham para frente, a maioria acha que a Selic vai terminar o ano em 10,50%. Ou seja, os cortes serão interrompidos nesta quarta e não voltarão a acontecer mais este ano. Há uma minoria muito pequena, que acha que pode ter um espaço para mais dois cortes, mais para o fim do ano.

A questão é como a gente separa o pessimismo dos fatos? O fato é que a inflação está baixa e ela está dentro do intervalo de flutuação da meta. As previsões estão um pouco piores, por vários fatores, mas dentro do espaço de flutuação. Os juros estão muito altos, o juro real muito elevado para uma economia nessa situação.

De fato a maior probabilidade é que os juros não caiam e eu acho isso um erro. Por outro lado, sem dúvida, o governo precisa afinar melhor seu discurso na área fiscal. Há muito ruído.

Agência Brasil - DF   18/06/2024

Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam pela manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 10,5% ao ano, nesta semana. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reúne-se amanhã (18) e quarta-feira (19) para definir os juros básicos da economia. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (17), pesquisa divulgada semanalmente pelo BC com a expectativa para os principais indicadores econômicos.

Em sua última reunião, no início de maio, o Copom reduziu a taxa pela sétima vez consecutiva, para 10,5% ao ano. No entanto, a velocidade do corte diminuiu. De agosto do ano passado até março deste ano, o Copom tinha reduzido os juros básicos em 0,5 ponto percentual a cada reunião. Nesta última vez, a redução foi de 0,25 ponto percentual.

Além disso, os membros do colegiado mostraram preocupação com as expectativas de inflação acima da meta e, “em meio a um cenário macroeconômico mais desafiador do que o previsto anteriormente”, não previram novos cortes na taxa Selic. A extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa, segundo a ata da última reunião, “serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas. Com o controle dos preços, o BC passou a realizar os cortes na Selic.

Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 10,5% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9,5% ao ano. Para 2026 e 2027, a previsão é que ela seja reduzida novamente, para 9% ao ano.
Inflação

A Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – teve elevação, passando de 3,9% para 3,96% este ano. Para 2025, a projeção da inflação também subiu de 3,78% para 3,8%. Para 2026 e 2027, as previsões são de 3,6% e 3,5% para os dois anos.

A estimativa para 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. Para 2025 e 2026, as metas de inflação estão fixadas em 3%, com a mesma tolerância.

Em maio, pressionada pelos preços de alimentos e bebidas, a inflação do país foi 0,46%, após ter registrado 0,38% em abril. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, em 12 meses, o IPCA acumula 3,93%.
PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano teve variação negativa, de 2,09% para 2,08%.  Para 2025, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 2%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro estima expansão do PIB também em 2%, para os dois anos.

Superando as projeções, em 2023 a economia brasileira cresceu 2,9%, com um valor total de R$ 10,9 trilhões, de acordo com o IBGE. Em 2022, a taxa de crescimento havia sido 3%.

A previsão de cotação do dólar está em R$ 5,13 para o fim deste ano. No fim de 2025, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,10.

Infomoney - SP   18/06/2024

O índice de atividade industrial Empire State, que mede as condições da manufatura no Estado de Nova York, teve sensível melhora em junho passar de -14,3 em maio para -6,0 no mês seguinte, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira (17), pela distrital de Nova York do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

Conheça o Método Warren Buffet de avaliar empresas e saiba como interpretar os indicadores para fazer as melhores escolhas

Segundo o Fed de Nova York, o índice de novos pedidos subiu dezesseis pontos, para -1,0, sugerindo que os pedidos ficaram estáveis, enquanto o índice de embarques subiu para 3,3, apontando para um pequeno aumento.

O índice de estoques ficou em 1,0, indicando que os estoques mostraram estabilidade. O índice de prazos de entrega permaneceu abaixo de zero, em -4,1, sugerindo que os prazos de entrega foram encurtados, enquanto o índice de disponibilidade de oferta foi de -1,0, indicando que a disponibilidade de oferta foi pouco alterada.

O índice de número de empregados ficou em -8,7 e o índice médio semanal de trabalho caiu para -9,9, apontando para uma queda contínua nos níveis de emprego e nas horas trabalhadas.

Já o índice de preços pagos recuou quatro pontos, para 24,5, e o índice de preços recebidos caiu sete pontos, para 7,1, seu nível mais baixo em cerca de um ano, indicando que os aumentos de preços continuaram a moderar.

MINERAÇÃO

Investing - SP   18/06/2024

Os preços futuros do minério de ferro caíram nesta segunda-feira, depois que uma série de divulgações de dados econômicos da China, principal mercado consumidor do minério, ficou abaixo das expectativas, e com as enchentes e altas temperaturas no país lançando sombra sobre as perspectivas de demanda de curto prazo.

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 1,63%, a 813 iuanes (112,05 dólares) a tonelada.

O minério de ferro, referência para julho na Bolsa de Cingapura, caiu 2,51%, para 104,8 dólares a tonelada.

Uma série de dados mais fracos do que o esperado para o setor imobiliário, que é o maior consumidor de aço na China, pesou sobre o sentimento do mercado, mesmo com os formuladores de políticas redobrando os esforços para apoiar o setor em dificuldades e reforçar a confiança do consumidor.

O investimento em imóveis na China caiu 10,1% nos primeiros cinco meses de 2024 em relação ao ano anterior, depois de retrair 9,8% em janeiro-abril, segundo dados do departamento de estatísticas. Os preços dos novos imóveis na China caíram no ritmo mais rápido em mais de 9 anos e meio em maio.

Isso vem na sequência de uma recuperação bem abaixo do esperado dos novos empréstimos bancários na China em maio e de recordes de baixa de alguns dos principais indicadores monetários, sugerindo que a segunda maior economia do mundo ainda está lutando para se reerguer.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.

As enchentes nas regiões do sul e as altas temperaturas também sufocaram a demanda por produtos siderúrgicos.

Em paralelo, a produção de aço bruto da China em maio subiu 8,1% em relação ao mês anterior e 2,7% em relação ao ano anterior, segundo dados, graças à melhora na demanda doméstica e às exportações robustas.

Revista Ferroviaria - RJ   18/06/2024

Não deu certo com Guido Mantega (era audácia demais, reconheça-se), mas o governo não desistiu de emplacar alguém no comando da Vale, empresa privatizada.

O ministro Alexandre Silveira e o presidente da Previ (e conselheiro da Vale), Luiz Fukunaga, trabalham nesta operação, vista até aqui como destinada a novo fracasso.

Pelas conversas da dupla, dois atuais conselheiros poderiam virar vice-presidentes na nova estrutura da mineradora.

Uma aliança que era tida como possível com Rubens Ometto passou a ser descartada depois do violento discurso do empresário contra o governo na semana passada.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   18/06/2024

A montadora vai também usar a fábrica do Paraná para ampliar a produção do sedã Virtus, já fabricado em São Bernardo do Campo

A fábrica da Volkswagen no Paraná vai receber R$ 3 bilhões do total de R$ 16 bilhões anunciados pela montadora para a década. Com esses recursos, a direção da Volks pretende ampliar o número de modelos fabricados na unidade. A principal novidade será a produção de uma picape completamente nova, com características e data da produção ainda não revelados.

Antes da picape, a montadora vai também usar a fábrica do Paraná para ampliar a produção do sedã Virtus, já fabricado em São Bernardo do Campo (SP). A nova linha de produção desse modelo começará a funcionar em 2025. Da unidade paranaense, hoje, sai apenas o utilitário esportivo T-Croos, renovado recentemente.

A empresa não anunciou se terá a necessidade de abrir mais postos de trabalho. Segundo o presidente da Volks no Brasil, Ciro Possobom, os volumes de produção estarão vinculados ao que vai acontecer no mercado.

Por enquanto, as vendas de veículos estão em expansão, mas o executivo teme pela concorrência das marcas chinesas importadas e também pela possibilidade de o automóvel ser incluído no imposto seletivo, criado na reforma tributária para elevar a carga sobre produtos e serviços prejudiciais à saúde.

Construída em São José dos Pinhais e inaugurada em janeiro de 1999, a fábrica da Volks é fruto do programa de incentivos lançado pelo governo de Fernando Henrique Cardoso para descentralizar a produção de veículos no país.

Durante cerimônia para comemorar os 25 anos da fábrica paranaense, a Volks anunciou que, do total de investimentos previsto para a operação industrial no Paraná, R$ 11,7 milhões serão destinados a projetos de saúde e de educação no Estado.

Construída numa área de 1,3 milhão de metros quadrados, a fábrica de São José dos Pinhais já produziu mais de 3 milhões de veículos.

Total de 54 empresas do Paraná, entre fabricantes de peças e de compras em geral, são fornecedoras da Volkswagen. Representam 20% das compras da empresa no Brasil. Em 2023, as compras da montadora no Paraná somaram R$ 5 bilhões.

No ano passado, o terminal que a Volks opera no Porto de Paranaguá movimentou 36 mil veículos, entre os exportados e importados. “Com novos produtos, poderemos continuar a fazer do Porto de Paranaguá um hub de exportação”, destacou Alexander Seitz, chairman da Volks na América do Sul.

A unidade também abriga uma linha da Audi, que pertence ao grupo Volks. Os carros da Audi eram produzidos no início da operação da fábrica. Essa linha foi interrompida anos mais tarde, mas retomada em meados de 2022, com a montagem, com peças importadas, sobretudo, do modelo Q3.

Em janeiro, a direção da Volks anunciou um novo aporte, de R$ 9 bilhões que se soma aos R$ 7 bilhões anunciados em 2021. O total de R$ 16 bilhões serão aplicados até 2028 para o lançamento de 16 modelos, incluindo híbridos e elétricos. Possobom não revelou quando a empresa começará a produzir híbridos no país.

Infomoney - SP   18/06/2024

A Berkshire Hathaway (BRK.B), de Warren Buffett, reduziu novamente sua participação na BYD, a montadora chinesa que no ano passado ultrapassou a Tesla (TSLA) como a maior fabricante de veículos elétricos do mundo.

A Berkshire vendeu 1,3 milhão de ações da BYD listadas em Hong Kong por US$ 39,8 milhões, de acordo com um registro desta segunda-feira (17) na bolsa de valores de Hong Kong.

Conheça o Método Warren Buffet de avaliar empresas e saiba como interpretar os indicadores para fazer as melhores escolhas

A venda reduziu a participação da Berkshire nas ações H emitidas pela BYD de 7,02% para 6,90%.

A Berkshire começou a investir na BYD em 2008, pagando US$ 230 milhões por cerca de 225 milhões de ações, o que equivalia a uma participação de 10%. A holding começou a vender as ações em 2022, época em que o preço dos papéis da BYD havia aumentado mais de 20 vezes.

O preço das ações tem caído cerca de 30% desde o pico em junho de 2022.

O investimento na BYD foi ideia de Charlie Munger, o falecido vice-presidente da Berkshire. Munger disse na reunião anual de 2023 do Daily Journal que ele “nunca ajudou a fazer nada na Berkshire que fosse tão bom quanto a BYD.”

Buffett disse em sua reunião anual em maio que seu conglomerado continuará investindo principalmente nos Estados Unidos. A BYD foi uma exceção. “Charlie bateu na mesa comigo duas vezes e simplesmente disse: ‘Compre, compre, compre'”, afirmou Buffett aos acionistas. “A BYD foi uma delas Ele estava certo, e muito.”

Infomoney - SP   18/06/2024

As vendas financiadas de veículos novos e usados aumentaram 15,4% em maio deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram vendidas 577 mil unidades incluindo autos leves, motos e veículos pesados em todo o país. Já na comparação com o mês de abril, houve queda de 5,6%, de acordo com dados da B3.

No acumulado do ano, as vendas financiadas de veículos somaram 2,8 milhões de unidades. O número representa alta de 24,4% em relação ao mesmo período de 2023, o que equivale a cerca de 559 mil unidades a mais. Além disso, essa é a melhor marca para os cinco primeiros meses do ano desde 2011.

Segundo o balanço, no segmento de autos leves, houve alta de 14,4% ante maio de 2023 e queda de 6% comparado a abril. Já o financiamento de veículos pesados cresceu 12,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior, mas caiu 5,1% em relação a abril. O número de financiamentos de motos no mês foi 18,1% maior do que em maio de 2023 e 1% menor do que em abril.

Em menos de 1 minuto, simule seus investimentos e tenha em mãos uma carteira recomendada por especialistas da XP

“Os resultados de maio seguem a tendência de crescimento neste ano em relação a 2023. A queda na comparação com o mês anterior está relacionada principalmente à tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul, com impacto direto no varejo local e na operação do Detran desse estado”, explicou o gerente de Planejamento e Inteligência de Mercado na B3, Gustavo de Oliveira Ferro.

De acordo com ele, devido às enchentes no Rio Grande do Sul, o Detran do estado deixou de operar entre os dias 7 e 25 de maio e por isso os apontamentos de gravame (momento em que o comprador terminou de pagar o financiamento do veículo) deixaram de ocorrer nesse período, ocasionando um represamento das operações.

Com as atividades restabelecidas no dia 26, parte das operações represadas acabou sendo efetivada nos últimos dias de maio e outra parte, nos primeiros dias de junho. Segundo a B3, os financiamentos de veículos no Rio Grande do Sul representavam 5,8% do total do Brasil até abril deste ano. Em maio, essa percentual caiu para 2,6%.

Valor - SP   18/06/2024

Montadora detalhou investimento de R$ 3 bilhões para sua unidade no Paraná

“A justiça nas regras de competição precisa estar na estratégia de governo”, afirmou Ciro Possobom, presidente da montadora no país, na fábrica do Paraná — Foto: Gabriel Reis/Valor

A Volkswagen começou a divulgar a divisão, por fábrica, do ciclo de investimentos, que totalizará R$ 16 bilhões para a década. A do Paraná receberá R$ 3 bilhões. Os recursos serão usados para produzir novos modelos, incluindo uma picape inédita. Mas a continuidade da expansão das vendas de veículos fabricados no Brasil corre riscos, segundo Ciro Possobom, presidente da empresa no país. Ele aponta duas ameaças: aumento da concorrência de modelos chineses importados e a possibilidade de automóveis serem incluídos na lista do imposto seletivo, que visa elevar a carga tributária de produtos prejudiciais à saúde.

“Lutamos para não ter imposto seletivo porque a carga tributária que incide nos carros já é elevada, varia de 38% a 45%”, destaca Possobom em relação ao imposto criado na reforma tributária com o objetivo de desestimular o consumo de determinados bens.

Já o aumento de impostos sobre carros híbridos e elétricos importados já está em curso, mas não tem conseguido conter a expansão das vendas de modelos chineses, ao contrário do que gostariam grandes produtores de veículos no país, como a Volkswagen.

Em janeiro, o governo retomou a cobrança de Imposto de Importação em carros puramente elétricos, que eram isentos, e elevou a alíquota de híbridos. O ajuste gradual elevará as alíquotas até o teto de 35% em julho de 2026. A dos 100% elétricos está em 10% e vai a 18% no início do próximo mês.

Mesmo assim, o Brasil tornou-se o maior destino das exportações de carros chineses, com 88,3 mil unidades de modelos híbridos e elétricos embarcadas de janeiro a abril. Os dados constam em reportagem da jornalista Marta Watanabe, publicada no site do Valor na segunda-feira (17), com base em dados da Administração Geral da Alfândega da China.

Num momento em que na União Europeia carros chineses se tornaram alvo de investigação de subsídios e, nos Estados Unidos, a alíquota do imposto para esses produtos subiu de 25% para 100%, no Brasil, o assunto movimenta os fabricantes tradicionais.

“Isso nos preocupa mesmo que as alíquotas do imposto já tenham subido. A justiça nas regras de competição precisa estar na estratégia de governo”, disse Possobom, depois de participar, ontem, de cerimônia para celebrar os 25 anos da fábrica da Volks em São José dos Pinhais (PR).

Segundo o executivo demonstra, a concorrência chinesa o preocupa mais do que do que qualquer um dos problemas que hoje afetam a estabilidade do cenário econômico no país, como a polêmica que envolve o ajuste fiscal e que tem provocado forte reação no mercado financeiro. “Estamos no Brasil há 71 anos; acreditamos no país, apesar dos altos e baixos.”

Em janeiro, a direção da Volks anunciou um novo aporte, de R$ 9 bilhões que se soma aos R$ 7 bilhões anunciados em 2021. O total de R$ 16 bilhões será aplicado até 2028 para o lançamento de 16 modelos, incluindo híbridos e elétricos. Possobom não revelou quando a empresa começará a produzir híbridos no país.

Na cerimônia, ele revelou apenas a estratégia de diversificar e intensificar a produção no Paraná. “Ainda temos muito espaço aqui”

A principal novidade na fábrica paranaense será a produção de uma picape completamente nova, com características e data da produção ainda não revelados. Como a Volks já produz a Amarock, uma picape grande, na Argentina, o mercado espera que o futuro modelo seja médio ou pequeno.

Antes da picape, a montadora vai também usar a fábrica do Paraná para ampliar a produção do sedã Virtus, já fabricado em São Bernardo Campo (SP). A nova linha de produção desse modelo começará a funcionar em 2025. Da unidade paranaense, hoje, sai apenas o utilitário esportivo T-Cross, renovado recentemente.

Em São José dos Pinhais, trabalham 2 mil dos 13 mil funcionários que a Volks emprega no país. A empresa não anunciou se vai precisar abrir mais postos de trabalho. Segundo Possobom, os volumes de produção estarão vinculados ao que vai acontecer no mercado.

A fábrica da Volks no Paraná é um dos frutos do programa de incentivos criado pelo governo de Fernando Henrique Cardoso para descentralizar a produção de veículos no país.

Numa área de 1,3 milhão de metros quadrados, a fábrica de São José dos Pinhais já produziu mais de 3 milhões de veículos. A empresa anunciou, ainda, o aporte de R$ 11,7 milhões que serão destinados a projetos de saúde e de educação no Paraná.

Total de 54 empresas do Paraná, entre fabricantes de peças e de compras em geral, são fornecedoras da Volks. Representam 20% das compras da empresa no Brasil. Em 2023, as compras da montadora no Paraná somaram R$ 5 bilhões, segundo Alexander Seitz, chairman da Volks na América do Sul.

A unidade também abriga uma linha da Audi, que pertence ao grupo Volks. Os carros Audi eram produzidos no início da operação da fábrica. Essa linha foi interrompida anos mais tarde, mas retomada em meados de 2022, com a montagem de veículos com peças importadas, principalmente.

A repórter viajou a convite da Volkswagen

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Online - SP   18/06/2024

A projeção para as vendas da indústria de materiais de construção em 2024 foi elevada de 2% para 3%, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV) e a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).

A Coordenadora de projetos da construção da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ana Maria Castelo, disse que a expectativa mais otimista é reflexo de um aumento na demanda de materiais tanto por parte das construtoras quanto das famílias.

“Vejo um cenário de curto prazo positivo e relativamente otimista”, declarou há pouco Ana Castelo, durante evento de comemoração dos 20 anos da Abramat.

Segundo ela, o crescimento das obras do Minha Casa Minha Vida desde o ano passado tiveram um efeito positivo para a indústria de materiais.

Além disso, o consumo das famílias parece estar finalmente reagindo, como reflexo do aquecimento no número de vagas de emprego, acrescentou.

Na sua apresentação, a economista da FGV apontou que o desempenho do PIB da economia brasileira no começo do ano mostrou uma dinâmica positiva do consumo das famílias, um dado que ajuda a indústria de materiais. Com isso, houve ainda melhora na expectativa de aumento do PIB do País.

Em maio, as vendas da indústria de materiais subiram 2,9% na comparação anual. Entre janeiro e maio de 2024, as vendas cresceram 4,1% frente ao mesmo período de 2023.

“O crescimento de 2,9% no faturamento em maio de 2024 em comparação ao mesmo mês do ano passado é um indicativo de que a indústria de materiais de construção está em uma trajetória de recuperação e fortalecimento”, afirmou Rodrigo Navarro, presidente da Abramat.

Valor - SP   18/06/2024

Dados de maio mostram que empresas e consumidores seguem cautelosos em relação à economia chinesa

O problemático mercado imobiliário da China não está respondendo a algumas das medidas de estímulo mais audaciosas adotadas pelo país até agora – pelo menos ainda não.

O governo chinês vem intensificando o apoio à habitação e outros setores nos últimos meses, enquanto tenta revitalizar uma economia que continua decepcionando desde os primeiros dias da pandemia de covid-19.

Mas os dados de maio mostram que empresas e consumidores seguem cautelosos. Os preços das moradias continuam caindo em um ritmo acelerado e os investimentos em ativos fixos e produção industrial, embora em crescimento, perderam algum dinamismo.

“Os dados econômicos de maio sugerem que as autoridades têm muito a fazer para sustentar a frágil recuperação”, escreveu Yao Wei, economista-chefe do Société Générale para a China, em uma nota a clientes nesta segunda-feira (17).

O pior problema está no setor imobiliário, que vem lutando com um excesso de oferta e o fraco sentimento dos compradores desde 2021, quando um boom imobiliário de vários anos teve fim. O mercado parece não ter encontrado ainda um piso, mesmo depois que Pequim lançou, na metade de maio, suas medidas de estímulo mais agressivas até agora, na esperança de restabelecer a confiança.

Nas grandes cidades, os preços das novas moradias caíram 4,3% em maio, comparado ao mesmo período do ano passado, número pior que o de abril, quando houve uma queda de 3,5%, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela Agência Nacional de Estatísticas da China. Os preços no mercado chinês de segunda mão caíram 7,5% comparado à queda de 6,8% em abril.

As vendas de moradias caíram 30,5% em termos de valor nos primeiros cinco meses deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado. “Esses dados certamente são decepcionantes e poderão disparar alguns sinais de alerta, uma vez que o pacote de apoio político de maio ainda não se traduziu em um declínio mais lento dos preços das moradias, quanto mais em uma estabilização”, diz Lynn Song, economista-chefe do ING para a China.

Os economistas também esperavam ver uma recuperação mais ampla este mês, depois que Pequim iniciou uma emissão planejada de 1 trilhão de yuans (US$ 138 bilhões) em bônus soberanos de longuíssimo prazo em maio. Os recursos terão como destino ajudar no pagamento de projetos de infraestrutura imobiliária apoiados pelas autoridades. Os investidores abocanharam o primeiro lote desses bônus.

O conjunto dos novos dados, no entanto, demonstra como o país ainda não está a todo vapor. As vendas no varejo, uma medida importante dos gastos do consumidor, cresceram 3,7% em maio em relação ao ano passado, comparado com 2,3% em abril, segundo a Agência Nacional de Estatísticas. Embora a tendência esteja caminhando na direção certa, ela ainda se encontra em um ritmo de crescimento relativamente moderado e abaixo do que a maioria dos economistas acredita ser necessário para iniciar uma grande retomada dos gastos do consumidor.

A expansão na produção industrial – 5,6% em maio, comparado ao mesmo período do ano passado – foi inferior ao aumento de 6,7% de abril. O crescimento dos investimentos em ativos fixos, do qual 40% veio dos setores imobiliário e de infraestrutura, também desacelerou para 3,5% em maio, face a 3,6% em abril.

A chave para os dados fracos da atividade econômica em maio — e para as perspectivas futuras da China — é a crise no mercado imobiliário, que as autoridades vêm tendo dificuldades para resolver.

O pacote de maio de ajuda ao setor imobiliário incluiu permitir aos governos locais comprar moradias não vendidas, eliminando as taxas de juro mínimas sobre os financiamentos imobiliários e reduzindo os pagamentos a potenciais compradores de moradias. Também inclui, como peça central, um chamado programa de reempréstimo de US$ 41 bilhões lançado pelo Banco do Povo da China, o banco central chinês, que fornecerá financiamentos aos bancos chineses para apoiar as compras de moradias por empresas estatais.

A esperança é que ao intervir como comprador de última instância de milhões de propriedades, o governo consiga limpar o estoque habitacional não vendido e convencer os cautelosos compradores de moradias a retornar ao mercado. Por sua vez, os consumidores chineses, que têm a maior parte de sua riqueza ligada aos imóveis, sentiriam-se mais confiantes em voltar a gastar, estimulando assim a economia em geral.

Mas o tamanho do programa de reempréstimos não foi grande o suficiente para convencer os compradores de moradias, diz Larry Hu, economista-chefe do Macquerie Group para a China. “Enquanto isso, suas perspectivas de renda também permanecem fracas, diante da situação econômica atual”, afirma ele.

Para que o mercado imobiliário chegue ao fundo do poço e alcance um novo equilíbrio, as taxas de financiamento imobiliário, que estão em cerca de 3% a 4% na China, precisam ser tão baixas quanto o rendimento dos alugueis, que estão atualmente abaixo de 2% nas grandes cidades, segundo diz Zhaopeng Xing, um estrategista sênior da ANZ dedicado à China. Segundo ele, um grande corte nas taxas de financiamento imobiliário precisará ocorrer em algum momento.

Outra parte importante do esforço da China para revitalizar o crescimento gira em torno do setor industrial, com os líderes canalizando mais investimentos para as fábricas para aumentar a produção e reduzir a dependência do país dos fornecedores estrangeiros de tecnologias essenciais.

O resultado foi um aumento da produção. Mas com o consumo interno incapaz de absorver todos esses bens, muitas fábricas foram forçadas a reduzir os preços e buscar mais compradores no exterior.

Dados divulgados este mês mostraram que as exportações chinesas cresceram mais rapidamente em maio do que em abril.

No entanto, o esforço exportador está encontrando resistência, uma vez que governos do mundo todo temem o impacto da competição chinesa mais barata sobre mercados e indústrias internos.

Na semana passada, a União Europeia disse que vai impor novas tarifas de importação aos veículos elétricos chineses, descrevendo a indústria automobilística chinesa como altamente subsidiada pelo governo, ao ponto em que as montadoras de outros países não conseguem competir de forma justa.

Os EUA também aplicaram tarifas pesadas aos automóveis e outros produtos chineses, enquanto países como Brasil, Índia e Turquia abriram investigações antidumping sobre o aço, produtos químicos e outros produtos chineses.

Pequim diz que essas medidas são protecionistas e que suas indústrias competem de forma justa com os concorrentes globais.

Rodoviário

InfraRoi - SP   18/06/2024

O Governo de Pernambuco restaurou a rodovia APE-062 e pavimentou a estrada vicinal VPE-092 (PE-080), nos municípios de Aliança e Vicência, respectivamente, região da Mata Norte. As iniciativas foram realizadas pela Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), através do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Elas foram contempladas com investimentos de aproximadamente R$ 46,3 milhões, beneficiando diretamente mais de 64 mil habitantes dessa região.

As obras de implantação e pavimentação da VPE-092, estrada vicinal que liga Vicência ao distrito de Borracha, com 20,5 quilômetros, receberam a maior parte da verba (R$ 42,2 milhões) para atender a ações de implantação do novo pavimento asfaltado, sistema de drenagem e sinalização. A via, que mudou de sigla para PE-080 também está facilitando o escoamento da produção agrícola de banana, cana-de-açúcar, mandioca e lavoura branca.

Já a restauração de um trecho de 2,78 quilômetros da APE-062, que a dá acesso ao distrito de Caueiras, em Aliança, custou R$ 4,1 milhões e beneficiará diretamente 38 mil moradores. As intervenções realizadas contemplaram a restauração estrutural do pavimento e do sistema de drenagem, implantação da camada asfáltica e nova sinalização, que melhorando mobilidade dos seus moradores e a trafegabilidade da via.

NAVAL

Portos e Navios - SP   18/06/2024

Os portos públicos tiveram um aumento na movimentação de 8,17% no mês de abril deste ano, atingindo 38,78 milhões de toneladas de cargas, segundo os dados do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Esses terminais representam 36,9% de toda a movimentação portuária brasileira.

A movimentação portuária total para o mês foi de 105,13 milhões de toneladas de cargas, um crescimento de 2,59% em comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, o aumento na movimentação foi de 5,92% (413,5 milhões) frente aos quatro primeiros meses de 2023.

No mês, as cargas que apresentaram maior crescimento, na movimentação portuária total, foram bauxita (+43,05%), açúcar (+32,89%) e trigo (+27,78%).

No acumulado dos primeiros quatros meses do ano, esses destaques foram para a movimentação de animais vivos (+165,88%), açúcares e produtos de confeitaria (+72,61%) e produtos diversos das indústrias químicas (+67,27%).

Cargas

Em relação às cargas conteinerizadas, a movimentação de abril atingiu 12,40 milhões de toneladas, um aumento de 23,18% em comparação com o mesmo período do ano passado, representando 1,12 milhão de TEUs. Desse total, 0,74 milhão de toneladas foram movimentadas em longo curso e 0,37 milhões por cabotagem. O crescimento dessa carga foi de 23,40% entre os meses de janeiro a abril, atingindo 47,40 milhões de toneladas de cargas.

Os granéis sólidos, que representam 59,8% do total de tudo que é movimentado, apresentaram crescimento de 2,72% frente a abril de 2023. Foram 62,88 milhões de toneladas registradas no quarto mês do ano. No acumulado do ano, os granéis sólidos movimentaram 241,09 milhões de toneladas de cargas, um aumento de 7%.

Por sua vez, granéis líquidos e cargas gerais movimentaram 25,13 milhões de toneladas (- 1,18%) e 4,70 milhões de toneladas (- 18,14%) durante o mês de abril, respectivamente.

Durante os primeiros quatro meses do ano, os granéis líquidos movimentaram 105,59 milhões de toneladas de cargas (- 0,07%) e cargas gerais movimentaram 19,25 milhões de toneladas de cargas (- 8,31%).

Navegação

Apoio marítimo foi o tipo de navegação com maior crescimento em abril comparado ao mesmo mês de 2023. Foram movimentados 0,11 milhão de toneladas de cargas, um aumento de 21,31%.

A movimentação de cargas de longo curso foi de 74,97 milhões de toneladas no quarto mês de 2024, apresentando crescimento de 5,09% em comparação com o mesmo período do ano passado.

A cabotagem apresentou uma alta de 1,59% em comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo uma movimentação de 23,19 milhões de toneladas. Já a cabotagem de contêineres cresceu 30,01% em comparação com o mês de abril de 2023.

As operações de carga de apoio portuário e a navegação interior apresentaram recuo de 4,79% e 16,72% no mês, totalizando 0,12 milhão e 6,73 milhões de toneladas movimentadas, respectivamente.

Portos Públicos

O porto público com maior crescimento na movimentação em abril foi o Porto de São Sebastião (SP). O aumento foi de 109,99%, em comparação com abril de 2023, e a movimentação atingiu 0,13 milhão.

O porto paulista foi seguido pelo Porto de Cabedelo (PB) com um acréscimo de 74,48% (0,09 milhão) e o Porto de Porto Alegre (RS) com 69,91% (0,09 milhão).

Terminais privados

Para os terminais autorizados houve uma estabilidade na movimentação em relação a abril do ano passado. O setor movimentou 66,34 milhões de toneladas de cargas.

Entre os 20 TUPs que mais movimentaram em abril, o terminal privado que mais cresceu no mês, em comparação com 2023, foi o Terminal da Alumar (MA), com 76,96%. Ao todo foram movimentados 1,22 milhão de toneladas de cargas no terminal no quarto mês do ano.

Valor - SP   18/06/2024

Financiado por bancos chineses, o projeto é tão importante para Pequim que Xi Jinping deverá estar presenta na inauguração em novembro

Nesta tranquila cidade na costa do Pacífico na América do Sul, a China está construindo um megaporto que poderá desafiar a influência dos Estados Unidos em uma região rica em recursos que Washington há muito considera seu quintal.

O porto de águas profundas de Chancay, que surge aqui entre pelicanos e pescadores em pequenos barcos de madeira, é tão importante para Pequim que se espera que o líder chinês, Xi Jinping, o inaugure no fim do ano em sua primeira viagem ao continente desde a pandemia de covid-19.

Controlado majoritariamente pela gigante China Ocean Shipping, conhecida como Cosco, Chancay promete acelerar o comércio entre a Ásia e a América do Sul, beneficiando em algum momento clientes tão distantes como o Brasil com um trajeto de navegação mais curto pelo Pacífico para produtos que vão de mirtilo a cobre.

Com nações do mundo inteiro preocupadas perante uma nova enxurrada de produtos manufaturados chineses baratos, o porto poderá abrir novos mercados para seus veículos elétricos e outras exportações. A China já é o principal parceiro comercial da maior parte da América do Sul.

Os EUA temem que o controle da China sobre o que poderá se tornar o primeiro centro comercial verdadeiramente global da América do Sul permita a Pequim reforçar ainda mais o seu controle sobre os recursos da região, aumentando sua influência entre seus vizinhos mais próximos e eventualmente instalando forças militares nas proximidades.

“Isso tornará ainda mais fácil para os chineses extrair todos esses recursos da região, então isso deve ser preocupante”, disse no mês passado a general do Exército Laura Richardon, que chefia o Comando Sul dos EUA, em uma conferência sobre segurança na Universidade Internacional da Flórida.

Ex-autoridades americanas afirmam que o projeto mostra o vazio diplomático que os EUA deixaram na América Latina ao concentrar recursos em outros lugares, mais recentemente na Ucrânia e no Oriente Médio.

“Isso muda o jogo”, diz Eric Fanrsworth, um ex-diplomata de alto escalão do Departamento de Estado que hoje lidera o escritório de Washington do centro de estudos Council of the Americas. “Isso realmente posiciona a China de uma forma nova e importante na América do Sul como porta de entrada para os mercados globais. A esta altura, não se trata apenas de uma questão comercial, e sim de uma questão estratégica.”

Localizado a 80 quilômetros ao norte de Lima, o porto de US$ 3,5 bilhões - financiado por empréstimos de bancos chineses - será o primeiro da costa do Pacífico na América do Sul capaz de receber meganavios devido aos seus quase 18 metros de profundidade, embora outros portos da região tenham grande capacidade de movimentação de contêineres. Isso permitirá que as empresas enviem cargas nessas embarcações diretamente do Peru para a China, em vez de em pequenos navios que precisam passar primeiro pelo México ou a Califórnia.

A Cosco diz que Chancay tem como único objetivo incrementar o comércio. “Esse é um projeto comercial para promover o desenvolvimento”, diz Gonzalo Rios, vice-gerente-geral da Cosco no Peru. “Não há nada a esconder aqui.”

Pouco depois de o acordo para a construção do porto ter sido acertado em 2019, a imprensa estatal chinesa entusiasmou-se com previsões sobre o futuro do Peru como um centro no comércio entre a China e a América do Sul, e sugestões de que ele poderá ajudar Pequim em outras prioridades, como uma ligação por cabo submarino.

“O Peru poderá ser a âncora de tal corredor não só devido à sua localização geográfica, mas também em razão de suas relações com a China”, disse um comentário publicado no jornal estatal em língua inglesa “China Daily”.

O Peru não levou em conta as preocupações dos EUA. O Congresso desse país com 33 milhões de habitantes e que está longe de qualquer conflito global, precisa aprovar a chegada de militares estrangeiros, mas não de um operador de portos.

Javier González-Olaechea, ministro das Relações Exteriores do Peru, disse que se os EUA estão preocupados com a presença crescente da China no país sul-americano, então eles deveriam aumentar seus próprios investimentos, acrescentando que “todo mundo é bem-vindo” para investir.

“Os EUA estão presentes em quase todas as partes do mundo com muitas iniciativas, mas nem tanto na América Latina”, disse González-Olaechea em uma entrevista. “É como um amigo muito importante que passa pouco tempo conosco.”

Chancay é o equivalente a um porto construído pela Cosco na Grécia em 2016 que deu à China uma posição segura no sul da Europa. Hoje, as empresas chinesas controlam ou operam terminais em cerca de 100 portos marítimos estrangeiros. Segundo a AidData, um laboratório de pesquisas da Universidade William & Mary da Virgínia, elas financiaram quase US$ 30 bilhões em obras em pelo menos 46 países entre 2000 e 2021.

Os investimentos em portos proporcionaram à China uma vantagem diplomática junto a nações famintas por investimentos. Os navios da Marinha chinesa já atracaram em mais de um terço dos portos que suas empresas possuem ou operam ao redor do mundo.

Mas os portos não surgiram como base militares chinesas disfarçadas, servindo em vez disso como anfitriões para visitas cerimoniais da Marinha. E a análise comercial de custo-benefício do esforço de construção de portos da China só será conhecida daqui a algum tempo, uma vez que leva anos para o estabelecimento de centros comerciais em novos mercados. As preocupações mais imediatas sobre seus portos, que vão do endividamento em Moçambique a sinais de danos ambientais no Quênia, já estão em evidência, juntamente com sinais na Europa de que os interesses locais não são tão importantes quanto os da China.

Os EUA discutiram suas preocupações com as autoridades peruanas sobre o controle pela China de infraestruturas vitais, incluindo Chancay, segundo disse uma ex-autoridade americana com conhecimento das discussões. O que preocupa Washington é a interação entre as empresas comerciais da China e o governo - especialmente os militares. Portos e seus equipamentos podem ter usos comerciais e militares.

As leis chinesas exigem que suas companhias considerem as necessidades de defesa nacional em suas operações, o que pode significar fornecer acesso preferencial a embarcações militares em terminais portuários, partilhar informações potencialmente valiosas e apoiar a defesa e a mobilização, diz Issac Kardon, um pesquisador sênior do Carnegie Endowment for International Peace.

“Os americanos estavam um pouco adormecidos”, diz John Youle, um proeminente empresário do Peru e ex-diplomata americano. “De repente, eles [em Washington] acordaram.”

Essa mudança poderá se manifestar em meados de novembro, quando Xi deverá estar no Peru para uma reunião de cúpula de países da Ásia-Pacífico. Quer o presidente Joe Biden participe ou não da reunião - marcada para logo depois das eleições americanas de novembro -, o líder chinês deverá roubar a cena com um projeto elaborado para fortalecer a influência da China no Hemisfério Ocidental.

O porto posiciona a China de uma forma nova e importante na América do Sul”

— E. Fanrsworth

O porto colocou o Peru no meio da rivalidade entre as duas superpotências na América do Sul. O Brasil, a maior economia da América Latina, quer desenvolver semicondutores com a China, depois de rejeitar os pedidos dos EUA para excluir a Huawei Technologies das redes 5G. Empresas chinesas estão construindo um metrô na capital da Colômbia, Bogotá. Honduras cortou as relações com Taiwan, esperando receber uma enxurrada de investimentos chineses. E na Argentina, a China está comprando minas de lítio, um componente essencial em veículos elétricos.

O Peru acolheu com satisfação os investimentos chineses em tudo, de portos à mineração e eletricidade, que darão a empresas chinesas o controle sobre praticamente toda a distribuição de energia em Lima.

“O Peru está aumentando ainda mais sua dependência econômica da China e tornando-se vulnerável a uma possível coerção econômica chinesa”, diz Leland Lazarus, um especialista em relações China-América Latina da Universidade Internacional da Flórida.

O Peru ocupa o quinto lugar entre as nações mais influenciadas pela China no mundo, de acordo com um indicador produzido por duas organizações críticas a Pequim, a Doublethink Lab e a China in the World Network. Os veículos fabricados na China são onipresentes no país. No arborizado bairro de Miraflores, na capital, não muito longe de um parque que leva o nome de John F. Kennedy, as autoridades locais inauguraram o chamado Parque da China, com vista para o Pacífico, que exibe uma pérgula e estátuas de leões trazidas da China para celebrar o estreitamento dos laços.

No porto, onde há sinalização em espanhol e chinês, um túnel de 1,5 quilômetro de extensão dará acesso aos caminhões de carga sem que eles precisem passar pela cidade. Guindastes automatizados e veículos autônomos transportarão cargas para alguns dos maiores navios de transporte marítimo do mundo, tão longos quanto a altura do Empire State Building, de 443 metros.

A construção de Chancay abalou tanto uma comunidade pesqueira outrora tranquila, que os moradores locais a culparam por rachaduras nas paredes de suas casas, o desabamento de uma estrada e o declínio da pesca na área. A Cosco diz que reparou as casas e a estrada e trabalhou para amenizar o impacto sobre os pescadores.

“A pesca não é mais a mesma”, diz Hugo Pasach, um pescador de Chacay. “Em um ano, venderei tudo e farei outra coisa.”

Daniel Bustamante espera que o porto abra novos mercados asiáticos para os mirtilos e abacates que ele cultiva na costa do Peru e que hoje ele envia principalmente para a Europa e os EUA. As atuais rotas marítimas entre Peru e China - cerca de 35 dias - demoram muito para que os alimentos mais perecíveis cheguem aos mercados. Chancay ajudará a reduzir esse tempo em um terço, diminuindo os custos comerciais.

“Esta será uma janela para a Ásia. Nossa expectativa é poder crescer muito naquele mercado”, diz Bustamante.

Particularmente tentador para a China é conseguir que o Brasil use o porto. Desde que a China superou os EUA para se tornar o maior parceiro comercial do Brasil em 2009, um grande obstáculo permanece: o Brasil está virado para o oceano errado.

As exportações marítimas para a China, que hoje compra cerca de dois terços do minério de ferro e da soja do Brasil, envolvem ir para leste através do Atlântico ou para o norte para acessar o Pacífico pelo Canal do Panamá.

Com Chancay, os exportadores brasileiros de cidades tão distantes como Manaus, poderão reduzir pela metade o seu tempo de transporte para a China, segundo Omar Narrea, um economista da Universidade do Pacífico do Peru.

Mas chegar a um porto do outro lado da floresta amazônica e das montanhas andinas continua sendo um grande desafio. O Peru tem uma rodovia no extremo sul que liga o país ao Brasil e diz que novas rodovias e ferrovias conectando a Chancay estão em fase de projeto.

“Esse é o tipo de projeto em que todos saem ganhando”, diz o ministro dos Transportes do Brasil, Renan Filho. “Mas algumas partes são extremamente complexas.” (Tradução de Mario Zamarian)

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   18/06/2024

O Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) e a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio do projeto H2Brasil, inauguram, hoje, 17 de junho, a primeira planta piloto do país para produção de petróleo sintético a partir do biogás com foco na produção de combustível sustentável de aviação (Sustainable Aviation Fuel – SAF).

Com investimento de cerca de 10 milhões de reais do governo alemão, mais especificamente do Ministério Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ), a Unidade de Produção de Hidrocarbonetos Renováveis, instalada nas dependências da Itaipu Binacional, vai produzir 6kg/dia de biosyncrude – uma mistura de hidrocarbonetos sintetizada a partir de biogás e hidrogênio verde, que será destinada à produção de SAF.

A planta piloto utilizará até 50 Nm³/dia de biogás produzido na unidade de biodigestão da Itaipu Binacional (UD Itaipu) como fonte de carbono para a produção dos hidrocarbonetos. Além disso, serão utilizados 53 Nm³/dia de hidrogênio verde produzido pelo Núcleo de Pesquisa em Hidrogênio (NUPHI) do Parque Tecnológico Itaipu (PTI).

O biosyncrude produzido na planta piloto será enviado para o Laboratório de Cinética e Termodinâmica Aplicada (LACTA) da UFPR (Curitiba/PR) para caracterização e refino visando a obtenção de SAF. Além disso, o Laboratório de Materiais e Energias Renováveis (LABMATER) da UFPR (Palotina/PR) realizou estudos sobre o processo de reforma a seco do biogás e desenvolveu os catalisadores utilizados na planta piloto.

"Esta é a primeira planta de biosyncrude do país. Seu objetivo é o de viabilizar economicamente uma rota para produção de combustíveis verdes a partir da valorização do biogás por meio da integração das tecnologias de reforma catalítica e Fischer-Tropsch, com ênfase no desenvolvimento do mercado de Power-to-X no estado do Paraná", diz Markus Francke, diretor do projeto H2Brasil.

No âmbito da parceria entre a Cooperação Brasil-Alemanha e o CIBiogás, também foi criado um mapa dinâmico para identificar áreas com maior potencial de produção de SAF no Paraná. "Esse mapa destaca as regiões mais promissoras para a produção de bioquerosene de aviação a partir do biogás. A análise revela que o Paraná apresenta um potencial de produção de 15 mil metros cúbicos por ano de SAF a partir do biogás gerado pelas plantas em operação que foram mapeadas em 2022 no estado", explica Rafael Hernando de Aguiar Gonzalez, diretor presidente do CIBiogás. Ele afirma, ainda, que esse volume corresponde a aproximadamente 4% do fornecimento total de querosene de aviação na região sul do Brasil em 2023.

A parceira conta ainda com o apoio da Fundação Araucária, que realizou contrapartida financeira por meio de investimentos no âmbito do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação em Hidrocarbonetos Renováveis (NAPI-HCR). O novo arranjo tem por objetivo promover a organização, a integração e a coordenação de ações estruturantes voltadas à modernização e ao fomento do setor de bioenergia no Estado do Paraná, reunindo as principais lideranças do Estado que atuam no desenvolvimento de tecnologias de produção e uso de combustíveis sintéticos, capazes de reduzir a pegada de carbono dos setores de transporte aéreo e rodoviário.

Segundo o Prof. Luiz Pereira Ramos (UFPR), facilitador do NAPI-HCR, a concepção, instalação e operação da unidade piloto, realizada em colaboração com vários membros de sua equipe, representa um marco para o desenvolvimento do setor de bioenergia do estado. "Além da clara demonstração de que seu principal objetivo está sendo cumprido que é projetar o Estado do Paraná a uma condição de excelência na busca por tecnologias sustentáveis que possam contribuir significativamente à transição energética para uma economia de baixo carbono", afirma.

Descarbonização da aviação

Com as metas climáticas estabelecidas no Acordo de Paris, baseadas nos critérios de descarbonização e de emissão zero estipuladas para os anos de 2030 e 2050, foi criado em 2016 o CORSIA (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation), programa que tem como objetivo central criar mecanismos de mercado e complementar os esforços de mitigação de emissões de gases do efeito estufa (GEE) do setor de aviação civil internacional, limitando o aumento das emissões previstas para os próximos anos.

O setor de aviação, que é de difícil abatimento no que diz respeito às emissões de GEE, emite anualmente cerca de 800 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera e por isso tem merecido uma atenção especial da comunidade científica internacional. Como substituto aos combustíveis fósseis, os combustíveis sustentáveis de aviação podem ser obtidos a partir de diferentes rotas tecnológicas e com matérias-primas que vão de óleos vegetais a etanol e biogás. Várias rotas já foram homologadas nacional e internacionalmente para a produção de SAF, cujo uso está atualmente restrito a misturas de até 50% com o querosene de aviação de origem petroquímica (Jet A-1).

Valor - SP   18/06/2024

Segundo o documento, há possibilidade de perfuração de dois poços adicionais no local, a partir do navio-sonda DS-15, e licença é válida por cinco anos

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu à BP, na semana passada, a licença de operação para perfuração de um poço no bloco Pau-Brasil, no pré-sal da Bacia de Santos.

Segundo o documento, há possibilidade de perfuração de dois poços adicionais no local, a partir do navio-sonda DS-15. A licença é válida por cinco anos.

O bloco Pau-Brasil foi arrematado pela BP no 5º leilão de partilha do pré-sal, realizado no fim de setembro de 2018, pelo consórcio composto pela BP (operadora, com 50% de participação), Ecopetrol (20%) e CNOOC (30%).

A Petrobras não exerceu direito de preferência para a área, e o percentual de excedente em óleo ofertado pelo consórcio foi de 63,79%. Também em 2018, a BP solicitou ao Ibama o licenciamento ambiental da perfuração dos três poços.

No contrato de partilha de produção, o Estado brasileiro é proprietário do petróleo e gás natural produzidos em áreas do pré-sal, de modo que as petroleiras atuam como operadoras. A PPSA é a responsável pela gestão dos contratos no regime de partilha.

Nos leilões passados e na chamada oferta permanente de partilha (OPP), as petroleiras disputam áreas no pré-sal, e o critério para vitória é da oferta à União do excedente em óleo.

Excedente em óleo é a parcela da produção de petróleo e/ou gás natural a ser repartida entre a União e a empresa vencedora, segundo critérios definidos no contrato e o percentual ofertado na rodada.

Infomoney - SP   18/06/2024

Os preços do petróleo subiram quase US$ 2 por barril nesta segunda-feira (17), para seus níveis mais altos em mais de um mês, somando-se aos ganhos da semana passada, à medida que os investidores ficaram mais otimistas com as perspectivas de demanda.

O petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos Estados Unidos subiu US$ 1,88, ou 2,4%, a US$ 80,33 por barril, o maior valor desde o final de abril. O petróleo Brent avançou US$ 1,63, ou 2%, a US$ 84,25 por barril, também o maior valor desde abril.

Descubra o passo a passo para viver de dividendos e ter uma renda mensal previsível, começando já nas próximas semanas

Na semana passada, ambos os contratos de referência registaram o seu primeiro ganho semanal em quatro semanas, depois de relatórios do grupo de produtores Opep+, da Agência Internacional de Energia e da Administração de Informação sobre Energia dos EUA, terem aumentado a confiança de que a demanda de petróleo irá melhorar no segundo semestre do ano e ajudar a reduzir os estoques.

As garantias da Opep+ de que um plano para aumentar a oferta a partir do quarto trimestre deste ano poderia ser interrompido ou revertido com base nas condições de mercado também ajudaram a firmar os preços. O plano, revelado após a reunião do grupo em 2 de junho, levou a uma forte queda nos preços.

IstoÉ Dinheiro - SP   18/06/2024

O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) diz que movimentos trabalhistas no Ibama e na reguladora ANP formam “tempestade perfeita” e calcula que o impacto de greve no órgão ambiental já atinge 80 mil barris por dia de petróleo na produção brasileira.

“A greve (do Ibama) está impactando muito o setor, é uma greve que já dura 160 dias, e começamos com uma redução na produção de petróleo de 5 mil a 10 mil barris por dia, e chegamos na sexta-feira a 80 mil barris/dia”, afirmou nesta segunda-feira o presidente do IBP, Roberto Ardenghy, a jornalistas durante evento do LIDE Rio de Janeiro.

Segundo o executivo, com uma produção de 80 mil barris/dia a menos, o governo deixa de arrecadar 200 milhões de reais por mês. O volume citado pelo órgão que representa as empresas petroleiras no Brasil equivale a cerca de 2,5% da produção nacional em abril, de 3,19 milhões de barris ao dia.

Em abril, o último mês com produção consolidada divulgada pela ANP, houve uma queda de 4,8% na produção ante março.

“Você deixa de produzir porque são projetos que iam entrar e não entraram; algumas licenças de operação que iam sair e não saíram, e isso tem um efeito acumulado ao longo do tempo e causando mais problema.”

Funcionários do Ibama votaram por uma greve a partir do dia 24 em pelo menos 14 Estados, mas já estão mobilizados desde o início de 2024, reduzindo ritmo dos processos de licenciamento ambiental e de outros serviços de interesse do governo.

Os trabalhadores dos escritórios do órgão no Rio de Janeiro, que cuidam do licenciamento da indústria do petróleo, concordaram na noite de quinta-feira em começar a greve em 24 de junho por questões envolvendo salários, estrutura de carreira e condições de trabalho, de acordo com um comunicado do sindicato nacional Ascema na semana passada.

Em maio, a Petrobras havia estimado um possível impacto de 2% em sua produção devido à greve do Ibama, que tem afetado o licenciamento de poços de petróleo em ativos como o campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos.

Em nota nesta segunda-feira, o Ministério da Gestão disse que informou às entidades representativas dos servidores da área ambiental que aguarda resposta formal à última proposta feita pelo governo na mesa de negociação, que prevê reajustes de 19% a 30% para a categoria.

“O Ministério da Gestão segue aberto ao diálogo com os servidores do meio ambiente e de todas as outras áreas da Administração Pública Federal”, finalizou.

MOVIMENTO NA ANP

Ardenghy destacou ainda riscos relacionados à reguladora do setor ANP, cujos trabalhadores participam de um crescente movimento que reúne 11 agências federais contra cortes orçamentários e desvalorização dos servidores.

Na quinta-feira passada, a diretoria da ANP suspendeu sua reunião semanal como forma de apoiar o movimento dos funcionários e alertou que a distribuição de participações governamentais — que somam cerca 8 bilhões de reais repassados por mês à União, Estados e municípios — estão entre as atividades “potencialmente impactadas” pela mobilização.

O movimento, chamado de Operação Valoriza Regulação, ocorre após um corte orçamentário de aproximadamente 20% pelo governo, além do cenário de defasagem salarial de servidores. Atualmente, mais de 65% dos cargos do quadro de pessoal das agências estão vagos, segundo comunicado da agência na semana passada.

“Temos uma tempestade perfeita porque (temos) os dois principais órgãos de regulação, ANP e Ibama, em greve ou mobilização”, afirmou Ardenghy, pontuando que o instituto já pediu ao governo audiências com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e com a ministra da Gestão, Esther Dwek, sobre o tema.

AGRÍCOLA

Globo Online - RJ   18/06/2024

A tecnologia avança no campo, impulsionando a produtividade agrícola. A formação profissional se adapta, surgindo cursos de Big Data no Agronegócio para lidar com dados e tecnologia de ponta. A agricultura de precisão e digital se destacam, impactando positivamente a produção nas fazendas.
O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.

A produtora rural Celina Junqueira Issa, de Carambeí, na região dos Campos Gerais do Paraná, tem na tecnologia uma aliada para otimizar o trabalho na fazenda e melhorar a produtividade. Ela utiliza as informações dos mapas de colheita — gerados por plataformas de máquinas agrícolas com tecnologia de ponta — para direcionar o trabalho na fazenda.

— Esses dados são o ponto de partida para o meu agrônomo programar a próxima safra — diz.

Celina não é a única. A tecnologia vem ganhando espaço cada vez maior nas propriedades rurais, impulsionando o mercado — com lançamentos de máquinas e ferramentas de última geração — e também já abre espaço nos ambientes de formação profissional. É o caso da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), de Guarapuava, que abriu neste ano a primeira turma do curso de Tecnologia em Big Data no Agronegócio.

O curso, que teve as 40 vagas ofertadas preenchidas, tem como foco a compreensão do grande volume de dados (big data) gerados pelos equipamentos e ferramentas aplicados na agricultura de precisão e digital.

— Formaremos profissionais aptos para contribuir para a tomada de decisão no campo. A junção da agronomia e da tecnologia é o futuro — avalia a professora Carolina Paula de Almeida, coordenadora do curso.

Curso é multidisciplinar

A proposta é formar profissionais capazes de organizar dados e transformá-los em informações e conhecimentos sistematizados, visando planejamento estratégico para as fazendas. A iniciativa uniu os departamentos de Ciência da Computação e de Agronomia.

— Em todos os setores da agropecuária, máquinas, drones e ferramentas da agricultura de precisão geram informações para serem avaliadas e interpretadas — diz o professor do Departamento de Agronomia da Unicentro, Leandro Rampim, que participou da criação do curso.

Desenvolvimento de softwares para o agronegócio, projetos de redes de sensores e de transmissão de dados em tempo real e aplicação de técnicas de inteligência artificial (IA) no auxílio à tomada de decisões no processo produtivo são só algumas das possibilidades que o profissional com essa formação superior pode encontrar.

Robson Cerqueira Mota, gerente de agricultura de precisão em uma concessionária de máquinas agrícolas de uma fabricante multinacional em Ponta Grossa (PR) , conta que a evolução é constante:

— Temos clientes que comentam que falta mão de obra para atuar com esse nível de maquinário.

— Esse curso tem a minha cara — define André Luiz Dutra da Silva, 40 anos, um dos alunos. Ele atua há 22 anos na área de prestação de serviços para o setor agrícola e viu no curso uma chance de se aprimorar na profissão.

— É uma maneira de aprofundar o olhar para as ferramentas e maximizar o potencial que elas têm— diz ele, que é consultor de vendas em uma concessionária de máquinas agrícolas do município.

O professor Richard Aderbal Gonçalves, chefe de departamento de Computação, acrescenta que a grade curricular é voltada ainda a capacitar os estudantes para aplicar os dados em soluções para os problemas no campo.

Virada de chave

A produtora Celina Issa acredita que o momento é de “virada de chave” no campo. Desde 2020 ela investe de maneira mais efetiva em tecnologia na propriedade. Além de contar com apoio da cooperativa da qual faz parte no que diz respeito à agricultura de precisão, ela procurou entender a fundo as soluções de tecnologia oferecidas pelas máquinas agrícolas e demais aportes tecnológicos da fazenda. “Elas fornecem informações cruciais para a estratégia e a implementação do negócio”, afirma.

Ela também aposta em sistemas digitais de gestão de processos para aumentar a produtividade e a saúde financeira do negócio. “Consigo entender a produção talhão a talhão”. Em uma área total de 2 mil hectares, ela cultiva soja, milho e feijão na safra de verão e trigo e cobertura verde no inverno. Na última safra de soja, a produtividade obtida na fazenda foi de 80 sacas por hectare. A média no Estado é de 62 sacas por hectare.

Canal Rural - SP   18/06/2024

Também ficam isentas as compras de tratores fabricados em países membros do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio ou Acordo Geral sobre Aduanas e Comércio (GATT, na sigla em inglês), que engloba 23 nações como Estados Unidos, França e Austrália. O representante legal também poderá realizar a compra.

A isenção poderá ser utilizada uma vez a cada três anos e ficará condicionada à comprovação, pela Receita Federal do Brasil, de que o comprador preenche os requisitos quanto à deficiência. A venda do bem antes de três anos exige o pagamento prévio do tributo.

O texto aprovado foi o substitutivo do relator, deputado Bruno Farias (Avante-MG), ao Projeto de Lei 3231/21, do ex-deputado Enio Verri (PR). O texto original não permitia compra de membros do GATT.

Outra mudança no texto feita por Farias foi a necessidade de vincular a isenção ao Registro Nacional de Tratores e Máquinas Agrícolas (Renagro), nos casos que couber, para poderem transitar em ruas e estradas.

Segundo o relator, a isenção oferece aos beneficiários maiores oportunidades de desenvolvimento e participação nas atividades agrícolas. “A legislação atual já beneficia as pessoas com deficiência nos centros urbanos, mas não há qualquer medida para quem reside em áreas rurais e precisa de equipamentos”, disse Bruno Farias.

O projeto será ainda analisado, em caráter conclusivo, pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Associe-se!

Junte-se a nós e faça parte dos executivos que ajudam a traçar os rumos da distribuição de aço no Brasil.

INDA

O INDA, Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, é uma Instituição Não Governamental, legalmente constituída, sem fins lucrativos e fundada em julho de 1970. Seu principal objetivo é promover o uso consciente do Aço, tanto no mercado interno quanto externo, aumentando com isso a competitividade do setor de distribuição e do sistema Siderúrgico Brasileiro como um todo.

Rua Silvia Bueno, 1660, 1º Andar, Cj 107, Ipiranga - São Paulo/SP

+55 11 2272-2121

contato@inda.org.br

© 2019 INDA | Todos os direitos reservados. desenvolvido por agência the bag.

TOP