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18 de Janeiro de 2024

INDA

Suno - SP   18/01/2024

A Gerdau (GGBR4) anunciou a venda da totalidade de sua participação nas joint-ventures Diaco (49,85%) e na Gerdau Metaldom (50%) para o grupo INICIA, sua sócia nos ativos, pelo valor total de US$ 325 milhões, de acordo com fato relevante divulgado nesta quarta-feira, 17.

A venda da participação da Gerdau na Diaco e Metaldom reforça a estratégia de alocação de capital da empresa, que tem como objetivo concentrar seus esforços em ativos com maiores potenciais de geração de valor no longo prazo. Segundo a companhia, o recurso será utilizado no programa de investimentos.

Apesar de bem gerida, o mercado está com um pé atrás com os negócios da Gerdau no Brasil, já que os aços longos importados têm crescido consideravelmente, impactando as margens da siderúrgica. Na visão de analistas, inclusive, essa margem não deve melhorar tão cedo.

Para se ter uma ideia dessa penetração dos aços longos no Brasil, o número passou de uma média de 60 mil toneladas em 2022 para 90 mil toneladas no ano passado, de acordo com dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda).

Gerdau: os ativos vendidos

No comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa disse que as companhias vendidas pela Gerdau compreendem unidades industriais de produção de aços longos, com capacidade de produzir 360 mil toneladas de aciaria, assim como de 1.250 mil toneladas de laminação.

Em números, a companhia informou que o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) médio dos últimos 6 anos foi de US$ 134 milhões da Diaco e da Gerdau Metaldom, sendo que a participação da empresa equivale a aproximadamente 50% dessa geração.

As unidades faziam parte da operação da Gerdau na América do Sul e eram tratadas contabilmente via método de equivalência patrimonial.

“O fechamento da transação ocorrerá dentro do primeiro semestre de 2024, quando do cumprimento de condições precedentes usuais em operações desta natureza, especialmente a aprovação pela autoridade de defesa da concorrência na Colômbia”, explica a Gerdau.

SIDERURGIA

O Estado de S.Paulo - SP   18/01/2024

Uma guerra instalada entre os produtores de aço e as indústrias consumidoras do insumo deve forçar o governo a arbitrar a questão. De um lado, siderúrgicas como a Gerdau, ArcelorMittal e Usiminas, representadas pelo Instituto Aço Brasil e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), de forma independente, tentam aumentar o imposto de importação do aço de aproximadamente 12% para 25%.

Na direção oposta, mais de 120 mil empresas trabalham para impedir a sobretaxa. São companhias que atuam nos mercados de construção civil, automotivo, máquinas e equipamentos, eletrodomésticos, indústria naval, transportes, ferrovias, entre outros, liderados por uma coalizão de 16 entidades.

O Instituto Aço Brasil tenta marcar um encontro com Lula o mais rápido possível para convencer o governo a implantar a sobretaxa aos importados. A entidade prevê que o aço estrangeiro somará um quarto do total consumido no País em 2024, valor superior ao registrado em 2023, que foi de cerca de 20%. O governo confirmou a solicitação por uma reunião, mas não detalhou se ela acontecerá ou quando.

As siderúrgicas vêm ameaçando suspender investimentos ou promover demissões devido ao que chamam de “invasão” do aço importado, sobretudo da China. Recentemente, o grupo siderúrgico Aperam South America decidiu postergar a terceira fase de seu plano de investimentos no Brasil, previsto para 2024/2025, considerando o “momento de adversidade enfrentado pela indústria siderúrgica brasileira, com o excesso de aço importado no mercado e a queda nas vendas”. O projeto adiado incluía a instalação de um novo laminador a frio na usina de Timóteo (MG), com a criação de até 1,5 mil vagas temporárias.

Os consumidores do aço, por sua vez, dizem haver um risco de desindustrialização caso o Brasil aumente a taxação das importações do produto. “O aumento de taxas do aço importado poderia gerar impacto direto nos custos para a fabricação de máquinas”, diz José Velloso, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

“Dependendo do tipo, a produção deve ficar 2,3% a 10% mais cara. Portanto, se houver aumento no preço dos nossos produtos, ocorre aumento no custo de investimento do Brasil, além da perda de competitividade das máquinas nacionais ante as importadas.”

O vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Eduardo Aroeira, acrescentou que o setor de construção civil é forte consumidor de vergalhão, um tipo de aço incluído na lista dos 18 produtos importados que poderiam ser sobretaxados. Segundo ele, o aço representa entre 6% a 8% dos custos das obras de moradias populares que contemplam o programa Minha Casa, Minha Vida, além de 8% a 15% para empreendimentos de infraestrutura e 8% a 9% para construções imobiliárias no geral.

A responsabilidade por analisar o mérito de aumentar o imposto para o aço importado é do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex), composto por representantes de dez ministérios e presidido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Há um encontro mensal para deliberar sobre os pleitos de defesa comercial protocolados por grupos empresariais do País.

O MDIC, por sua vez, informou ao Estadão/Broadcast que não há data prevista para o colegiado apreciar o pleito do Instituto Aço Brasil, mas que o pedido estaria “em análise”. O Ministério das Relações Exteriores (MRE), membro do colegiado, mencionou que o Brasil tem atuado no Fórum Global sobre o Excesso de Capacidade de Aço (GFSEC) e busca maior cooperação para fortalecer a transparência e o diálogo com “países produtores com relevante participação nos fluxos globais de produtos siderúrgicos”. Procurado, o Ministério da Fazenda não se manifestou.
Guerra entre os setores

As disputas sobre a mudança na taxa de importação vêm se intensificando nos últimos meses. O setor siderúrgico é criticado pelos consumidores de aço, que apontam a sobretaxa do insumo estrangeiro como uma medida indireta para favorecer o aumento de preços do produto nacional. O argumento é que, se o aço chinês ficar com o mesmo preço do aço nacional, as companhias locais vão ter um ambiente mais favorável para aumentar seus preços.

Segundo especialistas, as importações de aço costumam ser vantajosas apenas quando o produto estrangeiro é mais barato em uma faixa acima de 15%, por conta de riscos relacionados ao frete marítimo e variação de câmbio.

Hoje, a tonelada do aço doméstico é negociada na faixa de US$ 825. Já o mesmo produto chinês no Brasil custa US$ 725 a tonelada, segundo dados da consultoria CRU. A diferença entre preços alcançou intervalos próximos a 30% em 2023 para alguns modelos.

Os compradores de aço também apontam que, se o interesse real fosse garantir condições de igualdade contra a China, acusada pelas usinas nacionais de promover dumping (concorrência desleal), o pleito oficial do segmento seria direcionado apenas para as importações do aço chinês, e não para todos os países estrangeiros.

O setor siderúrgico, por sua vez, defende que a forte entrada de aço chinês traz riscos ao País de desorganização da cadeia produtiva, capaz de provocar a falta do insumo no futuro para o mercado interno, por meio da paralisação de usinas. Outro ponto levantado é que a sobretaxa atingiria 18 produtos, classificados como os principais que estariam sofrendo ou sob risco de serem afetados pela concorrência desleal, de um total de mais de 270.

“A situação é extremamente difícil. Se nada for feito, esses mesmos setores que estão fazendo essas ilações vão sofrer as consequências por conta do desdobramento desta crise. O que vai acontecer é que veremos novas paralisações de usinas, vai faltar aço no mercado interno e haverá um desarranjo da cadeia produtiva”, disse Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil.

Já com relação à sobretaxa para 25%, ela não poderia ser colocada diretamente contra a China, segundo uma pessoa ligada às siderúrgicas, visto que tal pleito poderia comprometer a relação comercial entre o Brasil e seu maior parceiro comercial. Especialistas também endossam a preocupação e apontam que, mesmo aumentando o imposto para importados no geral, não há garantias de que a China aceitaria a ação pacificamente.

Mudança de jogo

Analistas de consultorias de preço, corretoras e bancos apontam que o cenário que as usinas nacionais enfrentam atualmente passaria por uma “grande mudança” positiva, para elas, caso o governo atenda o pedido de aumentar o imposto de importação do aço.

Para a analista sênior de siderurgia da CRU, Thais Terzian, um aumento na taxação para 25% dos importados poderia permitir às usinas um reajuste de 10% no aço, mas ela aponta preocupações com a demanda.

“Se aumentar o imposto, eles provavelmente vão aumentar o preço. O risco é um efeito colateral. Estamos falando de uma alta forte nos preços, que podem provocar uma destruição de demanda. As usinas falam em proteger o mercado, mas isso pode acabar prejudicando os consumidores”, afirmou.

A editora-chefe da consultoria S&P Global Platts, Adriana Carvalho, acrescenta que, por outro lado, os preços das matérias-primas do setor siderúrgico aumentaram, mas as usinas mantiveram os preços domésticos, o que coibiu reajustes desde o terceiro trimestre de 2023.

“O prêmio do material nacional sobre o material importado ficou abaixo dos 15% durante todo o mês de dezembro, o que indica um esforço das siderúrgicas em conter as importações e se manterem competitivas no âmbito mundial”, acrescentou.

Outro cenário

Daniel Sasson, analista do Itaú BBA, diz estar cético com relação ao governo sobretaxar em 25% a importação de aço. O especialista, contudo, reconhece que haveria uma “mudança no jogo” caso o cenário aconteça. Para ele, a Usiminas seria a empresa mais beneficiada.

“Vemos a Usiminas se beneficiando um pouco mais pela maior exposição ao negócio de siderurgia doméstico. É importante lembrar que a Gerdau tem metade dos resultados fora do Brasil, e para a Companhia Siderúrgica Nacional, metade dos resultados são apurados a partir das atividades de mineração. Então, eu diria que a Usiminas deve ser a mais beneficiada nesse cenário”, afirmou.

Já o analista Igor Guedes, da Genial Investimentos, acrescenta que as siderúrgicas estão “desesperadas” para aumentar preços, em função das margens (diferença entre custo e venda do produto) estarem registrando um nível abaixo do valor tradicional. Para ele, o governo pode realizar algum movimento de defesa comercial no primeiro trimestre de 2024, com algum nível menor de aumento na taxa de importação do aço, mas fora dos 25% pleiteados pelas siderúrgicas.

“Trabalhamos com a possibilidade de aumento para algum valor próximo de 17%”, afirmou Guedes. O analista acrescentou que o pedido do setor siderúrgico não é excessivo, mas há dificuldade por conta dos riscos de danos à demanda em um movimento do tipo.

Portal Fator Brasil - RJ   18/01/2024

Maior empresa brasileira produtora de aço inicia novo ciclo, com foco na geração de valor para seus stakeholders.

Dia 16 de janeiro, a Gerdau celebra 123 anos de uma história empreendedora que carrega a missão de moldar o futuro. Fundada como uma fábrica de pregos em Porto Alegre (RS), a Gerdau se tornou a maior empresa brasileira produtora de aço, uma das principais fornecedoras de aços longos nas Américas e de aços especiais no mundo. Está presente em vários países das Américas e conta com mais de 36 mil colaboradores espalhados pelo mundo.

Ao longo dessa jornada, a Gerdau se manteve conectada com a história da indústria brasileira, buscando estar cada vez mais próxima da sociedade, com a ambição de ser parte das soluções aos dilemas e desafios enfrentados. —Alcançar os 123 anos é mais um marco importante na caminhada centenária da Gerdau. Nos últimos anos, a empresa se transformou para se tornar cada vez mais resiliente e adaptada às necessidades atuais dos nossos clientes e demais stakeholders. Vamos continuar com nossa visão estratégica de longo prazo, unindo crescimento sustentável com o propósito de empoderar pessoas que constroem o futuro— afirma Gustavo Werneck, CEO da Gerdau.

Atualmente, a companhia se destaca pela sua matriz de produção baseada na sucata metálica, tornando-se a maior recicladora da América Latina, com mais de 11 milhões de toneladas dessa matéria-prima sendo transformada em aço anualmente e cerca de 71% do aço produzido pela companhia proveniente do processo de reciclagem. O resultado é possuir uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa (CO2 e), com 0,86 t de CO2 e por tonelada de aço, representando aproximadamente a metade da média global do setor, que é de 1,91 t de CO2 e por tonelada de aço (worldsteel). A empresa tem como visão de longo prazo a meta de diminuir as emissões para 0,82 t de CO2 e até 2031, com a ambição de alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

— Neste momento de comemoração por mais um aniversário da Gerdau, gostaria de agradecer e reconhecer especialmente a todos que, dia após dia, nos ajudam a construir essa história: nossos colaboradores e colaboradoras, parceiros, clientes e fornecedores. Continuaremos investindo em soluções e serviços para atender aos desafios dos nossos clientes e gerar valor para todos os nossos stakeholders, visando nos tornar uma das empresas mais admiradas das Américas— finaliza Werneck.

Gerdau — Com 123 anos de história, a Gerdau é a maior empresa brasileira produtora de aço e uma das principais fornecedoras de aços longos nas Américas e de aços especiais no mundo. No Brasil, também produz aços planos, além de minério de ferro para consumo próprio. Além disso, possui uma divisão de novos negócios, a Gerdau Next, com o objetivo de empreender em segmentos adjacentes ao aço. Com o propósito de empoderar pessoas que constroem o futuro, a companhia está presente em vários países e conta com mais de 36 mil colaboradores diretos e indiretos em todas as suas operações. Maior recicladora da América Latina, a Gerdau tem na sucata uma importante matéria-prima: 71% do aço que produz é feito a partir desse material. Todo ano, 11 milhões de toneladas de sucata são transformadas em diversos produtos de aço. A companhia também é a maior produtora de carvão vegetal do mundo, com mais de 250 mil hectares de base florestal no estado de Minas Gerais. Como resultado de sua matriz produtiva sustentável, a Gerdau possui, atualmente, uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa (CO2 e), de 0,86 t de CO2 e por tonelada de aço, o que representa aproximadamente a metade da média global do setor, de 1,91 t de CO2 e por tonelada de aço (worldsteel). Para 2031, a meta da Gerdau é diminuir as emissões de carbono para 0,82 t de CO2 e por tonelada de aço. As ações da Gerdau estão listadas nas bolsas de valores de São Paulo (B3), Nova Iorque (NYSE) e Madri (Latibex).

Petro Notícias - SP   18/01/2024

Um novo complexo eólico no Centro-Norte da Bahia, financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), deverá gerar energia suficiente para abastecer o equivalente a cerca de 1,37 milhão de domicílios a partir de outubro de 2025. O crédito, de R$ 3,16 bilhões, concedido à Ventos de Santos Antônio Comercializadora de Energia, corresponde a 80% do total a ser investido no projeto, denominado Babilônia Centro, e é o maior volume já financiado pelo BNDES para um empreendimento de geração renovável. Localizado nos municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova, Babilônia Centro é resultado de uma joint-venture entre a Casa dos Ventos e a ArcelorMittal, e o empreendimento será responsável pelo abastecimento de aproximadamente 40% do consumo elétrico da ArcelorMittal no Brasil. Com 123 aerogeradores, uma capacidade instalada de 553,5 MW e geração de energia estimada em 267 MW médios, o complexo permitirá que a ArcelorMittal Brasil seja autoprodutora de energia por meio do maior contrato corporativo de energia renovável celebrado no país.

A diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, afirmou que o Brasil está em uma posição vantajosa em relação ao resto do mundo na transição energética. Segundo ela, países como Índia e USA estão fomentando – com muitos incentivos e subsídios – a instalação de parques eólicos e solares, o que o Brasil faz há vinte anos: “Em 2004, o BNDES criou um programa de apoio a fontes alternativas de energia elétrica para financiar éolica e solar. O resultado é que projetos financiados pelo BNDES representam 57,5% do total da capacidade eólica instalada no Brasil, que é de 28,7 GW.” Ela lembrou ainda que, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), a expansão das energias de fonte renováveis no mundo foi, em 2023, 50% maior do que em 2022, destacando o Brasil entre os países mais relevantes. “Projetos como o Babilônia são fundamentais para sustentar essa expansão crescente de fontes renováveis.“

Para Jefferson De Paula(foto principal)), presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO Aços Longos e Mineração LATAM “O avanço da implantação deste projeto é um marco importante para a ArcelorMittal, porque está em linha com o nosso objetivo global de ser carbono neutro até 2050 e reduzir em 25% as emissões específicas até 2030. O Complexo Eólico Babilônia Centro vai assegurar energia limpa e contribuir para a descarbonização das operações da empresa no Brasil. O investimento em energia renovável é fundamental para uma economia de baixo carbono e um futuro sustentável”, afirma Jefferson De Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO Aços Longos e Mineração LATAM. Há previsão que sejam criados 1.500 postos de trabalho diretos e 3.000 indiretos durante a fase de implantação do empreendimento. Após a conclusão, o complexo eólico deverá empregar diretamente 80 funcionários e indiretamente outros 150 trabalhadores.

O diretor-executivo da Casa dos Ventos, Lucas Araripe, destaca os efeitos multiplicadores que o investimento em energias renováveis tem na economia local. “Nossos projetos eólicos no semiárido brasileiro são motores de mudança social: geram empregos, intensificam a economia e potencializam a arrecadação municipal; essas ações transformam a realidade das regiões, promovendo o desenvolvimento sustentável e melhorando a qualidade de vida das comunidades“, complementa. Uma rede de média tensão levará a energia produzida pelos aerogeradores à subestação coletora do Babilônia Centro. A partir daí, a conexão com o Sistema Interligado Nacional será feita por uma linha de transmissão de aproximadamente 17 km até a subestação Ourolândia II, que já está em operação.

ECONOMIA

CNN Brasil - SP   18/01/2024

O dólar caiu e está prestes a completar um trimestre abaixo de R$ 5. Neste cenário, analistas mais otimistas já começam a trabalhar com cotações de até R$ 4,50 no fim do ano.

A tendência deve ter continuidade com a queda dos juros nos Estados Unidos. Contudo, há ameaças, especialmente em Brasília: se houver piora das contas públicas, economistas dizem que o espaço para a queda do dólar diminui.

O crescimento da economia brasileira acima do esperado, inflação menor e o recorde de exportações explicam a recente valorização do real.

A construção de uma pauta mais fiscalista pelo ministro Fernando Haddad no ano passado e a consequente melhora da nota de risco do Brasil consolidaram esse cenário positivo.

Assim, a moeda que operava perto de R$ 5,50 nas eleições presidenciais de 2022, passou a cair mês após mês.

As cotações recuaram à medida em que entraram no Brasil os dólares das exportações e dos investidores, sejam os financeiros – como na bolsa de valores e renda fixa – ou na área produtiva – como a construção ou ampliação de fábricas.

Com isso, mais de 60% dos gestores de fundos na América Latina apostam no dólar entre R$ 4,50 e R$ 4,80 no fim do ano, de acordo com uma pesquisa do Bank of America (BofA) Securities feita nos últimos dias.

Em dezembro, essa expectativa era minoritária e menos de 30% dos ouvidos pela pesquisa anterior previa esse cenário.

A pesquisa do BofA foi feita com 30 gestores que administram US$ 83,8 bilhões (R$ 413,13 bilhões) em fundos de investimento na América Latina.

Outros analistas têm cenário parecidos. Iana Ferrão, economista do BTG Pactual, prevê que o dólar deve terminar o ano em R$ 4,80, mas não descarta cotações mais baixas de até R$ 4,60.

“Enxergamos viés baixista para este número para um patamar próximo a R$ 4,70 ou R$ 4,60 se não houver deterioração significativa do cenário doméstico”, cita em relatório.

O risco de deterioração doméstica trata basicamente do cenário fiscal.

Economistas não estão otimistas com a perspectiva de cumprimento da meta fiscal de déficit zero em 2024 e alertam que, se houver piora das contas públicas, a tendência de valorização da moeda brasileira pode ser interrompida.

“Continuamos preocupados com a tendência expansionista da política fiscal e parafiscal, tanto no Brasil como nos países centrais. Ela tende a pressionar as expectativas de inflação não apenas pelo impacto na demanda agregada, mas também devido ao aumento da dívida pública ao longo do tempo – o Brasil enfrenta, com frequência, aumento da inflação como meio de ajuste fiscal”, citam os economistas da XP na edição de janeiro do relatório Brasil Macro Mensal.

Nesse documento, a XP reduziu a previsão para o dólar no fim do ano de R$ 4,85 para R$ 4,70, e os analistas não descartam cotações ainda menores. “Acreditamos, inclusive, que patamares abaixo desta projeção podem ser atingidos no curto prazo”.

Porém, os economistas notam que o risco fiscal continua, e a recente melhora das condições poderá só adiar para 2025 a aparição desses problemas no Brasil.

Mais conservador, o Itaú Unibanco mantém previsão de dólar a R$ 4,90 no fim do ano. Os economistas do banco reconhecem que houve evolução positiva do cenário com a melhora da avaliação de risco do Brasil e o forte superávit comercial.

O banco lembra, contudo, que o crescimento da economia dos Estados Unidos deve continuar forte, o que mantém a força da moeda americana.

Além disso, lembram que há redução do diferencial de juros entre o Brasil e os EUA – o que reduz a atratividade do mercado brasileiro para os investidores internacionais.

Money Times - SP   18/01/2024

O Relatório Nacional de Estatísticas (NSB, em inglês) da China divulgou na noite da terça-feira (16), dados de sua economia. Houve um recuo no crescimento populacional.

O total era de 1,4 bilhões no final de 2023, uma diminuição de 2,08 milhões em relação ao mesmo período em 2022. O país também registrou 6,39 nascimentos por 1000 pessoas, marca abaixo dos 6,77 relatados no ano anterior.

Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 5,2%, ligeiramente abaixo da taxa de 5,3% esperada pelos analistas.

“Esse crescimento, embora tenha superado a meta de 5% estabelecida por Pequim para 2023, foi em grande parte impulsionado por uma base de comparação mais baixa em relação a 2022”, afirma Matheus Spiess, estrategista da Empiricus.

Para ele, os dados recentes evidenciam que a maior economia da Ásia continua enfrentando dificuldades para manter um crescimento sustentável neste cenário pós-pandêmico, em meio a desafios como gastos fracos dos consumidores, investimento privado lento e uma crise contínua no setor imobiliário.

China: Setor imobiliário segue pesando na economia

De fato, o setor imobiliário continua a apresentar dificuldades, sendo que as contrações nesse setor continuam aumentando em um ritmo acelerado.

De acordo com o relatório, os preços das novas casas na China continuaram caindo, marcando o sexto mês consecutivo.

Para Sophie Altermatt, economista do Julius Baer, há a expectativa de que o crescimento da economia chinesa fique estabilizado em uma taxa de 4,4% em 2024, com o setor imobiliário ainda sendo um obstáculo, em conjunto com outras políticas governamentais.

Analistas consultados pela Reuters também acreditam que o ritmo de expansão em 2024 será ainda mais desafiador em comparação a 2023.

Em resposta à divulgação dos dados, as ações da China caíram. O índice CSI300, que reúne companhias de Xangai e Shenzhen, fechou em queda de 2,18%.

Apesar disso, há notícias positivas. As vendas varejistas chinesas cresceram 7,4% no último mês de 2023, em relação ao mesmo período de 2022.

Além disso, a taxa de desemprego nas áreas urbanas caiu 0,4% em relação ao ano passado, chegando a um patamar de 5,2%.

Globo Online - RJ   18/01/2024

O comércio andou de lado em novembro, com um crescimento de 0,1%, e assim deve fechar 2023 e caminhar pelos primeiros meses deste ano. Apesar da boa notícia apontada pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE, que mostra taxas positivas em seis das oito atividades pesquisadas em relação ao ano anterior, a economista Georgia Veloso, pesquisadora do FGV Ibre, pondera que a base de comparação ainda é muito baixa. Há um sinal de fôlego para o setor, mas ainda longe da recuperação, diz ela. Crescimento de fato, estima, só deve vir no segundo semestre, com a queda da taxa de juros da economia, a Selic, para um dígito.

- O resultado no campo positivo é pouco expressivo, sinalizando que o comércio segue andando de lado, apesar de eventos como a Black Friday, que foi fundamental para o resultado. As altas expressivas, em comparação a novembro de 2022, segmentos como equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (18,6%), móveis e eletrodomésticos (4,5%), tecidos, vestuário e calçados (3%), é preciso lembrar que a base de comparação é baixa. Esses setores são altamente dependentes de crédito e a recuperação só vira com a queda de juros - ressalta Georgia.

Felipe Tavares, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), diz que é preciso observar como a queda de juros da economia se refletirá nos juros das famílias. Tavares destaca que houve uma mudança, no padrão de consumo das famílias que trocaram o consumo de bens duráveis e não duráveis por serviços.

- Nossa expectativa de crescimento para o comércio neste ano, caiu de 2% para 1,8%. Para 2024, a gente também fez o mesmo ajuste de expectativa em 0,2 de 1,8% para 1,6% - diz o economista e acrescenta - A gente sabe que tem uma distância grande da Selic para os juros das operações de crédito, mas a gente está vendo um crescimento do do volume de crédito, do saldo de crédito aí tomado pelas famílias, então isso pode reverter a nossa revisão para baixo ao longo de 2024, se continuar mantendo estável o mercado de trabalho, renda das famílias, com a diminuição da inadimplência.

É essa queda dos juros, somado à à elevação do do saldo de crédito. Tende aí dar 11 aquecida no comércio ao longo do dos do ano, especialmente em bens de bens duráveis e semiduráveis.

Até aqui, o consumo está mais concentrado em bens essenciais, como alimentação, que tem um grande peso no indicador. Na comparação com o ano anterior, o crescimento é de 2,2%. De janeiro a novembro de 2023, a alta é de 1,7%. Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, estima que o setor feche um crescimento de 2,9% em 2023 e ligeiramente menor (2,7%) em 2024.

"Somados ao resultado também positivo do setor de serviços (divulgado ontem), os dados de hoje reduzem a chance de vermos um PIB negativo no quarto trimestre de 2023. Com isso, projetamos que o PIB tenha fechado o ano de 2023 próximo de 3%", afirma Salles em seu relatório em que prevê crescimento de 1,5% da economia neste ano.

O resultado de hoje superou a projeção para o mês de Sávio Barbosa, economista-chefe da Kínitro. O indicador, diz ele, confirma a leitura que o consumo deve seguir resiliente nos próximos meses. O economista manteve a previsão de crescimento zero para o PIB do quatro trimestre.

Igor Cadilhac, economista do PicPay, avalia que o avanço da renda real e a redução no comprometimento de renda e na inadimplência devem contrabalançar um juro real ainda elevado que ainda é um entrave para o crescimento do setor.

"Apesar de todos os setores da atividade econômica (serviços, varejo e indústria) terem apresentado variações positivas na margem, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) deve apresentar um recuo de 0,5% em novembro", destaca Cahihac em seu relatório.

IstoÉ Dinheiro - SP   18/01/2024

Os aumentos nos preços dos alimentos e os reajustes de mensalidades escolares pressionaram a inflação ao consumidor medida pelo Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de janeiro, informou nesta quarta-feira, 17, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) acelerou de uma elevação 0,22% em dezembro para uma alta de 0,46% em janeiro.

Seis das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais elevadas: Alimentação (de 0,40% em dezembro para 1,41% em janeiro), Saúde e Cuidados Pessoais (de -0,25% para 0,05%), Educação, Leitura e Recreação (de 0,97% para 1,37%), Vestuário (de -0,30% para 0,59%), Transportes (de -0,19% para -0,11%) e Comunicação (de -0,29% para -0,17%). As principais contribuições partiram dos itens: hortaliças e legumes (de 3,00% para 10,63%), artigos de higiene e cuidado pessoal (de -2,10% para -0,91%), cursos formais (de 0,00% para 2,74%), roupas (de -0,35% para 0,61%), gasolina (de -1,57% para -0,76%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (de -0,51% para -0,02%).

Na direção oposta, as taxas foram mais baixas nos grupos Despesas Diversas (de 1,24% para 0,08%) e Habitação (de 0,37% para 0,09%). Os destaques foram os serviços bancários (de 2,34% para 0,09%) e aluguel residencial (de 0,98% para -0,57%).

Construção

As altas nos custos dos materiais de construção e da mão de obra pressionaram a inflação do setor dentro do IGP-10 de janeiro. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) passou de uma elevação de 0,01% em dezembro para uma alta de 0,39% em janeiro.

O Índice que representa o custo de Materiais, Equipamentos e Serviços saiu de um recuo de 0,15% em dezembro para um aumento de 0,40% em janeiro. Os gastos com Materiais e Equipamentos tiveram alta de 0,44% em janeiro, enquanto os custos dos Serviços tiveram elevação de 0,05% no mês.

Já o índice que representa o custo da Mão de Obra passou de um aumento de 0,25% em dezembro para uma alta de 0,37% em janeiro.

Infomoney - SP   18/01/2024

A produção industrial dos Estados Unidos subiu 0,1% na passagem de novembro para dezembro, informou o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nesta quarta-feira (17). O consenso LSEG de analistas previam um indicador estável (0,0%) no período. O indicador de novembro ante outubro foi revisado de um avanço de 0,2% para estabilidade.

No quarto trimestre do ano passado, a produção industrial americana recuou para uma taxa anual de 3,1%.

Já na comparação de dezembro de 2023 com o mesmo mês de 2022, houve alta de 1,0%, ainda de acordo com o Fed.
A taxa de utilização da capacidade instalada dos EUA ficou inalterada em 78,6% em dezembro, taxa que está 1,1 ponto porcentual abaixo da média de longo prazo.

MINERAÇÃO

Valor - SP   18/01/2024

Um dos principais pontos da iniciativa prevê que as mineradoras signatárias trabalhem para ter perda zero de biodiversidade nas operações diretas tendo como referência o ano de 2020

As grandes mineradoras globais lançaram nesta quarta-feira (17) em Davos, na Suíça, onde se realiza o Fórum Econômico Mundial, um conjunto abrangente de compromissos relacionados à preservação ambiental nos próximos anos.

Um dos principais pontos da iniciativa prevê que as mineradoras signatárias trabalhem para ter perda zero de biodiversidade nas operações diretas tendo como referência o ano de 2020.

“Estamos dizendo, essencialmente, que quando se mede [o que era] a biodiversidade em 2020 e depois volta a medi-la, a partir do fechamento da mina, queremos garantir que não haverá perda líquida de biodiversidade. Esse é o nosso compromisso”, disse ao Valor Rohitesh Dhawan, presidente do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM).

A entidade reúne 24 grandes mineradoras globais que respondem por cerca de um terço da mineração mundial. O ICMM, cuja origem remete a 1999, busca apoiar e incentivar o desenvolvimento sustentável na indústria e nas empresas do setor.

Em Davos, o ICMM, representando as empresas associadas, apresentou compromissos em cinco pontos voltados à preservação ambiental.

O primeiro deles indicou a necessidade de proteger e conservar áreas intocadas, sem a exploração ou atividade mineral em locais considerados como patrimônio mundial, respeitando todas as áreas legalmente protegidas.

Neste ponto, as mineradoras reiteraram compromissos que já haviam feito antes, em 2003 e 2018.

O segundo ponto, o mais relevante deles, considera a meta de alcançar zero perda de biodiversidade líquida nas operações diretas tendo como base o ano de 2020.

O terceiro ponto estabelece colaborações das empresas ao longo das cadeias de valor. A ideia é desenvolver iniciativas e parcerias que interrompam e revertam a perda ambiental ao longo das cadeias de abastecimento e distribuição.

O quarto item se compromete com restaurar paisagens no entorno das operações por meio de parcerias locais, incluindo povos indígenas e outras comunidades locais.

O quinto ponto prevê catalisar mudanças mais amplas de forma a contribuir para interromper as perdas ambientais.

Dhawan disse que, embora as grandes mineradoras, via conselho, tenham assumido outros compromissos ambientais no passado, como não operar em locais de patrimônios históricos, é a primeira vez que essas empresas assumem, em conjunto, um compromisso mais abrangente vinculado aos cinco tópicos do documento.

Entre esses pontos, disse Dhawan, há compromissos mandatórios a todas as empresas signatárias, como parar a perda de biodiversidade nas operações diretas, e pontos que as empresas terão a opção de decidir como fazer considerando a região onde se encontram, por exemplo.

“Esperamos que quando outros setores virem o que estamos fazendo sigam pelo mesmo caminho e possam ir além porque todos precisamos fazer algo para reverter a perda [ambiental] que estamos vendo”, disse Dhawan.

O executivo esteve na COP 28, em Dubai, e mostra uma visão cética dos avanços no que depende dos governos: “Minha lição principal [da COP 28] foi de que os governos não vão nos levar a um futuro climático melhor. Foram 28 edições da COP e as emissões continuam a aumentar”.

Dhawan afirmou ainda que a última edição da COP mostrou que a ação dos governos é lenta. “Muito lenta”. O executivo disse acreditar que as principais soluções e respostas na área ambiental virão do setor privado.

A indústria mineral é um exemplo, disse o presidente da ICMM. As empresas do setor se comprometeram a zerar as emissões líquidas de escopo 1 e 2 (próprias e nas suas cadeias logísticas) até 2050 ou antes, em linha com os objetivos do acordo de Paris. E os progressos vêm ocorrendo, afirmou.

Citou como exemplos a adoção de fontes de energia renovável por mineradoras como a brasileira Vale e os esforços para reduzir o consumo de combustíveis fósseis nas operações.

Um dos desafios é desenvolver, em parceria com fabricantes, caminhões fora de estrada para mineração que operem com baterias elétricas e hidrogênio em substituição aos hidrocarbonetos. “Trabalhamos, desde 2017, para tentar acelerar o desenvolvimento desses veículos”, afirmou.

Dhawan também falou dos desafios para achar um equilíbrio que permita acelerar o desenvolvimento de projetos minerais e preservar o ambiente. Segundo ele, nos últimos 20 anos, cerca de 130 grandes minas entraram em operação no mundo. O tempo médio que cada projeto levou para começar a operar foi de 16 anos.

“Muitas pessoas disseram que deveríamos reduzir esse prazo e eu concordo, desde que as comunidades locais e, em especial, os povos indígenas sejam envolvidos nos projetos, compreendendo as implicações, participando e dando o consentimento. E também de que as disposições ambientais relacionadas à mineração sejam sempre respeitadas”.

O executivo disse, porém, que um ponto importante para as empresas é ter certeza que os interlocutores locais são representantes legítimos das comunidades com as quais se dialoga.

“Muitas vezes as empresas não têm essa certeza e pode acontecer de ter que recomeçar os processos. Esse é um ponto em que os governos podem ajudar, o que, ao mesmo tempo, pode contribuir para reduzir o tempo de licenciamento, respeitando regulamentações sociais e ambientais”.

Fazem parte do ICMM as seguintes empresas: African Rainbow Minerals (ARM), Alcoa, Anglo American, Anglo Gold Ashanti, Antofagasta Minerals, Barrick, BHP, Boliden, Codelco, Freeport-McMorRan, Glencore, Gold Fields, Hydro, Minera San Cristóbal, Minsur, MMG, Newmont, Orano, Rio Tinto, Sibanye-Stillwater, South32, Sumitomo Metal Mining, Teck e Vale.

Money Times - SP   18/01/2024

A Vale (VALE3) emplacou mais um fechamento em queda nesta quarta-feira (17). Novamente influenciada pela correção nos preços do minério de ferro nos mercados asiáticos, a companhia perdeu dessa vez o patamar dos R$ 70 após registrar um tombo de 1,80%.

A ação da Vale encerrou o dia cotada a R$ 69,35. Os contratos futuros do minério de ferro reagiram a dados fracos da economia chinesa, que cresceu 5,2% no quarto trimestre, abaixo das projeções de +5,3%, de acordo com pesquisa da Reuters.

Com isso, o contrato de maio do ingrediente siderúrgico mais negociado na Bolsa de Dalian, na China, encerrou as negociações do dia abaixo dos US$ 130 a tonelada.

Nos últimos dias, investidores também se decepcionaram com a decisão do Banco do Povo da China de manter inalterada a taxa de juros de médio prazo, visto que o mercado tinha grandes expectativas de estímulos adicionais por parte do governo chinês para acelerar o ritmo de recuperação da segunda maior economia do mundo.

Vale ganha espaço para novas quedas

Segundo análise técnica do Itaú BBA, a ação da Vale perdeu o suporte de R$ 71,65, dando continuidade ao movimento de realização de lucros no curto prazo, “o que acabou frustrando as expectativas para compras no suporte destacado”.

A perda do suporte abriu espaço para que VALE3 continue caindo até a região de R$ 67,15, afirma a instituição.

De acordo com o BBA, para que a ação retome a tendência principal, ela precisa superar a barreira mais importante de R$ 78,15.

Enquanto isso, PETR4 está em tendência de alta

Na contramão de Vale, a ação da Petrobras (PETR4) está em tendência de alta, diz o BBA.

No curto prazo, a ação tem espaço para buscar alvo em R$ 40,50. Pensando em prazos mais longo, o objetivo será em R$ 43,65, mostra a análise.

No lado da baixa, os suportes mais relevantes ficam em R$ 36, R$ 32,65 e R$ 31,10, completa a instituição.

Infomoney - SP   18/01/2024

Os preços futuros do minério de ferro recuaram nesta quarta-feira, com os fracos dados econômicos da China, principal mercado consumidor do minério, pesando sobre o sentimento dos investidores.

A referência de minério de ferro para fevereiro na Bolsa de Cingapura caiu 2,6%, para 125,95 dólares a tonelada.

O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com baixa de 0,75%, a 926 iuanes (128,67 dólares) a tonelada.
A economia da China cresceu 5,2% no quarto trimestre em relação ao ano anterior, mostraram dados oficiais na quarta-feira, um pouco abaixo das previsões de 5,3% dos analistas em uma pesquisa da Reuters.

Ao mesmo tempo, os preços das casas novas na China em dezembro caíram no ritmo mais rápido desde fevereiro de 2015, marcando o sexto mês consecutivo de baixa, mostraram os dados, com o setor ainda lutando devido à fraca confiança.

“É difícil ver uma melhora marginal nos fundamentos do minério, já que os preços do aço estão fracos e as usinas ainda estão sofrendo perdas”, disse Cheng Peng, analista da Sinosteel Futures, com sede em Pequim.

No entanto, alguns analistas esperam que o reabastecimento por parte das usinas antes do feriado na China dê sustentação aos preços.

As usinas siderúrgicas da China ainda precisam acumular mais estoques nas próximas duas ou três semanas para os preparativos para o feriado, disseram os analistas do Citi em uma nota.

As siderúrgicas chinesas normalmente estocam matérias-primas do mercado à vista para atender às necessidades de produção durante a semana do feriado do Ano Novo Lunar, quando a logística é interrompida.

O Estado de S.Paulo - SP   18/01/2024

O presidente Lula da Silva quer porque quer retomar o poder de influência sobre a Vale. Consta que o petista está fazendo o que pode para emplacar o companheiro Guido Mantega na empresa – como presidente ou como integrante do Conselho de Administração. Em qualquer hipótese, a simples possibilidade de que isso aconteça, mesmo que Mantega não tenha condições de mudar os rumos da Vale como deseja Lula, ajudou a derrubar as ações da companhia na Bolsa – investidor nenhum gosta de interferências políticas nas empresas em que põe dinheiro.

A intenção de fincar uma bandeira na mineradora, a segunda maior do mundo, traduz a obsessão de Lula e do PT em transformar as grandes empresas nacionais em agentes a serviço dos delirantes projetos desenvolvimentistas do lulopetismo. O caso da Vale é exemplar dessa sanha.

Lula vem desde pelo menos 2006 questionando os rumos da empresa depois de sua privatização, em 1997, sob a alegação de que privilegia a busca do lucro e coloca em segundo lugar o imperativo de investir no País e gerar empregos. Em 2009, em seu segundo mandato, Lula traçou o plano de substituir o então presidente da Vale, Roger Agnelli, porque este havia demitido 1.300 funcionários em razão da crise mundial de 2008 e, principalmente, porque havia se recusado a tocar adiante o projeto lulopetista de investir na área de siderurgia e de transformar a Vale em generoso cliente da inexistente indústria naval que Lula sonhava desenvolver. Agnelli não resistiu à pressão e caiu em 2011 – depois de manobras, ora vejam, do então ministro da Fazenda, Guido Mantega, que costurou apoio dos principais acionistas da Vale para afastar o executivo, tornando-se, ele mesmo, uma espécie de interventor informal da então presidente Dilma Rousseff na companhia.

Logo, chega a ser ofensiva a versão segundo a qual Lula estaria se empenhando em cavar um lugar para Mantega na Vale apenas para demonstrar gratidão ao ex-ministro por seus serviços prestados e arranjar-lhe um bom salário. Todos sabem que Mantega foi escolhido para essa missão porque é um tarefeiro do lulopetismo, como ficou claro, por exemplo, quando presidiu o Conselho de Administração da Petrobras, entre 2010 e 2015. Naquela época, Mantega deu aval aos projetos megalomaníacos que ajudaram a arruinar a empresa e atuou em favor da política suicida de preços dos combustíveis para socorrer a companheira Dilma, às voltas com uma inflação que corroía sua popularidade.

Portanto, ainda que Mantega seja um nome indelevelmente ligado ao que de pior o lulopetismo produziu, sobretudo na trágica passagem de Dilma Rousseff pela Presidência, quando ajudou a mascarar o desastre das contas públicas que culminaria em recessão e impeachment, ele não passa de um peão no projeto estatólatra de Lula.

Esse projeto inclui não só a Vale, mas também a Eletrobras, cuja privatização é tratada por Lula como “sacanagem”, “bandidagem” e “crime de lesa-pátria” – o presidente mandou entrar na Justiça para reaver o poder de decisão sobre a empresa, o que na prática representaria sua reestatização, um escandaloso retrocesso. E, claro, não se pode esquecer da Petrobras, cuja reconstrução após a razia lulopetista levou anos, mas que de uns tempos para cá voltou a navegar ao sabor dos interesses do governo, em franco desrespeito aos seus investidores privados.

Seria tolo esperar outra coisa de Lula, um presidente comprovadamente incapaz de imaginar o Brasil com uma economia que se desenvolva e se sustente por suas próprias forças, em razão de investimentos privados, num ambiente de livre competição, sem qualquer interferência estatal. Nos sonhos de Lula está um setor produtivo que deixe de buscar o lucro e seja voluntarioso agente de seus fantásticos projetos de desenvolvimento liderados pelo Estado – todos já devidamente desmoralizados ao longo da trevosa era em que o lulopetismo exerceu o poder.

AUTOMOTIVO

Valor Investe - SP   18/01/2024

Operações alemãs da Tesla foram afetadas por perturbações no Mar Vermelho.Como resultado da turbulência no Médio Oriente, a empresa de Elon Musk disse que suspenderia a maior parte da produção de automóveis na sua fábrica de Berlim-Brandenburg

A Tesla reduziu os preços dos veículos Model Y na Alemanha uma semana após fazer reduções parecidas na China.

Os dois países são os maiores centros de produção da empresa, bem como mercados importantes. Ambos tem visto a competição local por veículos elétricos crescer exponencialmente.

A Tesla reduziu preços dos Model Y Long Range e Performance em 5 mil euros, cerca de US$ 5.4 mil, em seu site. Isso representa uma queda de mais de 8% em relação aos preços registrados na semana passada. A versão mais barata do Modelo Y, com tração traseira, recebeu um desconto de 4%.

Em um movimento parecido no ano passado, a Tesla cortou preços ao redor do mundo para se manter competitiva com rivais e compensar a alta dos juros, que encarece o financiamento de carros. Na Alemanha, a principal concorrente é a Volkswagen, maior fabricante de automóveis do país. Em 2023, a VW superou a fatia de mercado da Tesla no país.

No início desta semana, o diretor financeiro da BMW, Walter Mertl, declarou que a montadora alemã ultrapassou o ponto de inflexão para vendas de carros com motores a combustão e agora a maior parte do crescimento de vendas vem de carros elétricos, segundo a Reuters.

Na China, a principal rival é a BYD, que pela primeira vez no quarto trimestre de 2023 entregou mais veículos elétricos puros do que a Tesla.

As ações da Tesla caíram 12% desde 1º de janeiro. Mesmo assim, ainda acumulam alta de 70% nos últimos 12 meses. No pré-mercado, as ações caem 1,7%, cotadas em US$ 216,18.

Produção na Alemanha afetada por conflitos

As operações alemãs da Tesla foram afetadas por perturbações no Mar Vermelho depois de o grupo Houthis, apoiado pelo Irã, ter lançado ataques a navios que atravessavam a rota principal, causando estragos no comércio global e atraindo críticas internacionais.

Como resultado da turbulência no Médio Oriente, a Tesla disse que suspenderia a maior parte da produção de automóveis na sua fábrica de Berlim-Brandenburg na semana passada, citando a falta de componentes devido a mudanças nas rotas de transporte.

O Estado de S.Paulo - SP   18/01/2024

O primeiro navio cargueiro da fabricante chinesa de carros elétricos BYD, capaz de transportar 7 mil automóveis, partiu pela primeira vez a caminho da Europa, após fazer uma parada no porto chinês de Yantai e em breve em Shenzhen, local de sede da BYD, onde receberá mais uma carga. As informações são de reportagem da Bloomberg.

O navio é gerenciado pela Zodiac Maritime Ltd. e está sendo alugado pela BYD, de acordo com uma postagem no WeChat da China International Marine Containers Group Co., que construiu a embarcação.

A BYD conquistou recentemente o seu mercado interno e se tornou a marca de carros mais vendida na China. Agora, o foco está na expansão para o exterior. No quarto trimestre de 2023, a fabricante conquistou o título de maior fabricante de veículos elétricos do mundo, superando a Tesla de Elon Musk.

A China International Marine Containers Group afirmou que o BYD Explorer No. 1 é o primeiro navio de carga feito por um estaleiro chinês com o propósito de exportar carros chineses, segundo a Bloomberg. No navio, há dois tanques para armazenar gás natural liquefeito, que será usado como combustível principal para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Valor - SP   18/01/2024

Os sindicatos atribuíram os cortes à baixa demanda pelos modelos elétricos Fiat 500 e Maserati, mas a empresa não confirmou

A Stellantis, dona das marcas Jeep, Fiat e Dodge, demitiu 549 funcionários temporários de meio período em suas fábricas nos Estados Unidos antes das demissões previstas para começar em fevereiro.

A montadora disse nesta quarta-feira (17) que informou os funcionários afetados na semana passada. Os trabalhadores temporários normalmente substituem outros que tiram folgas não planejadas ou entram quando a força de trabalho precisa de um impulso devido ao lançamento de um novo modelo, por exemplo, disse a montadora.

“Esta ação ajudará a melhorar a eficiência, a produtividade e a competitividade de mercado das nossas instalações à medida que implementamos o nosso plano estratégico Dare Forward 2030”, disse uma porta-voz da Stellantis.

A Stellantis também demitirá temporariamente cerca de 2.250 funcionários de uma fábrica em Torino, Itália, de 12 de fevereiro a 3 de março, informou na terça-feira (17). Os sindicatos atribuíram os cortes à baixa demanda pelos modelos elétricos Fiat 500 e Maserati, mas a empresa não confirmou.

Em dezembro, a montadora disse que cortaria possivelmente milhares de empregos em fábricas em Michigan e Ohio já em 5 de fevereiro, citando contratempos, inclusive os limites de emissões da Califórnia que prejudicaram as vendas. A empresa perdeu 3 bilhões de euros (cerca de US$ 3,26 bilhões) em receitas com as greves nos EUA no ano passado, disse.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Infomoney - SP   18/01/2024

O índice de confiança das construtoras dos Estados Unidos subiu de 37 em dezembro para 44 em janeiro, informou a Associação Nacional das Construtoras (NAHB, na sigla em inglês).

A expectativa de analistas da FactSet era de alta menor, para 38. Leituras abaixo de 50 indicam que mais construtoras veem as condições como ruins.

FERROVIÁRIO

Valor - SP   18/01/2024

Uma nova onda de investimento na expansão da malha ferroviária tanto para carga quanto para transporte de passageiros

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promete uma nova onda de investimento na expansão da malha ferroviária do Brasil. O conjunto de projetos contempla tanto a modalidade de carga quanto a de passageiros.

No governo Lula 3, a estratégia de aumentar os investimentos em linhas férreas é conduzida pelo Ministério dos Transportes. Dentro do Novo PAC, o governo planeja investir R$ 94,2 bilhões em 35 empreendimentos, sendo R$ 55,1 bilhões até 2026 e mais R$ 39,1 bilhões nos anos seguintes. A maior parte (R$ 88,2 bilhões) virá da iniciativa privada, por meio de 15 trechos de concessões novas ou já existentes.

O que vem sendo tratado por alguns como um novo boom de investimentos — ou, forçadamente, como nova era dos trens no Brasil — traz grandes desafios para o governo. Dada a baixa prioridade ou dificuldade de implementar projetos no passado, a malha ferroviária nacional responde por um pouco mais de 20% da matriz de transporte brasileira. É pouco, se considerada a dimensão continental do país. O transporte rodoviário tem dominado o transporte no país, respondendo por cerca de 70% da movimentação de carga.

Para aumentar a oferta de ferrovias para o transporte de passageiros, o ministério lançou, em dezembro de 2023, uma consulta pública para discutir uma nova política pública para o setor. A iniciativa prevê as bases para garantir um transporte seguro e eficiente, respeitando premissas de integração com infraestrutura urbana, sustentabilidade ambiental e atração de investimentos privados.

O governo já avalia a concessão, ou outro modelo contratual, para viabilizar seis trechos ferroviários voltados para o transporte de passageiros. São eles: Pelotas (RS)-Rio Grande (RS), Londrina (PR)-Maringá (PR), Brasília (DF)-Luziânia (GO), Salvador (BA)-Feira de Santana (BA), Fortaleza (CE)-Sobral (CE) e São Luís (MA)-Itapecuru (MA). Neste caso, o governo considera fazer aporte público para garantir a viabilidade do projeto que a iniciativa privada irá assumir.

O governo federal também tem apoiado a implantação do Trem Intercidades (TIC), entre São Paulo (SP) e Campinas (SP). Os bancos públicos federais já asseguraram a oferta de crédito da ordem de R$ 10 bilhões para o governo do Estado de São Paulo construir o trecho ferroviário, que também está no Novo PAC.

Parte do desafio do setor é atrair novos investimentos privados, dada a limitação orçamentária do governo federal. Entre as obras de projetos estruturantes, em andamento, o governo federal tem priorizado a execução dos dois trechos da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol I e II). Também está sendo preparado o início da Fiol II.

Os projetos estruturantes de ferrovia envolvem os grandes troncos que vão poder acomodar futuras ramificações de trechos em diferentes regiões do país. Outro projeto ferroviário com este perfil é da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), de Mara Rosa (GO) a Água Boa (MT), com obras conduzidas pela mineradora Vale.

O Ministério dos Transportes espera aumentar o valor de outorga definido pelo governo anterior na prorrogação antecipada de contratos de ferrovias para aumentar a disponibilidade de recursos para investimento no setor. Com essa iniciativa, o governo quer levantar ao menos R$ 30 bilhões com o novo cálculo da outorga devida à União nos contratos de duas ferrovias da Vale, as Estradas de Ferro Carajás e Vitória-Minas, e outros dois trechos de concessão da Rumo e da MRS Logística.

Outra aposta de investimentos em ferrovias será por meio dos contratos de autorizações, possibilidade prevista no mais recente marco legal aprovado para o setor. Neste caso, o Ministério dos Transportes prevê o lançamento de 15 novos contratos de autorização este ano. Nesse regime contratual o empreendedor assume todos os riscos do projeto, porém, em contrapartida, se torna dono da ferrovia. Dentro desse modelo, ressurgiu o projeto de trem de alta velocidade, o trem bala, proposto para transportar passageiros entre Rio-São Paulo-Campinas.

Um megaprojeto ferroviário que o governo pretende tirar do papel é a Ferrogrão. Idealizado para escoar a produção agrícola do Centro-Oeste pelos portos do Norte, a ferrovia, com traçado entre Sinop (MT) e Miritituba (PA), está orçada em mais de R$ 30 bilhões. Neste caso, considera até ajudar com um aporte bilionário de recurso público para atrair investidores privados.

Até o fim do primeiro semestre de 2024, o Ministério dos Transportes deve lançar um novo pipeline de projetos ferroviários, que incluirá a Ferrogrão.

Rodoviário

O Estado de S.Paulo - SP   18/01/2024

O Ministério dos Transportes está administrando um quadro conflitante sobre parte das atuais concessões rodoviárias do País. Ao mesmo tempo em que precisa se programar para a possibilidade de relicitar seis concessões — que totalizam oito leilões —, a pasta aguarda o resultado da tentativa de repactuação de contratos com as mesmas administradoras.

Para analistas, as incertezas dificultam o planejamento de interessados nos ativos, aumentando riscos de leilões desertos. O ministro dos Transportes, Renan Filho, avalia que o cenário é favorável, mas diz que, em último caso, as rodovias podem ficar sob gestão temporária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Atualmente, o País tem 23 concessionárias com contratos vigentes e, conforme o Ministério dos Transportes, há identificação de queixas de desequilíbrios contratuais em 16. Os problemas incluem atraso em obras, defasagem das tarifas e a falta de recursos para o cumprimento de obrigações previstas nas licitações.

Dessas, sete podem ir para relicitação por pedido das próprias administradoras, sendo elas: Autopista Fluminense (BR-101/RJ), Concebra (BR-060, BR-153 e BR-262 DF/GO/ MG), Concer (BR-040/MG/RJ), ECO101 (BR-101/ES/BA), MS VIA (BR-163/MS), VIA 040 (BR-040/DF/GO/MG).

No ano passado, o governo solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) a autorização para firmar acordos com as concessionárias para evitar as relicitações. Na avaliação do Executivo, esse caminho acelera investimentos na malha rodoviária.

Ao todo, 14 concessionárias solicitaram repactuações, incluindo seis das sete que já haviam pedido para deixar a gestão dos ativos, com exceção da Via 040, que agora tem relicitação certa. Para as demais, o mercado terá de se programar duplamente, conciliando a possibilidade de os ativos irem ou não a leilão, o que será definido após avaliação do Ministério dos Transportes e depois do TCU.

Em processo mais avançado, as propostas de repactuação da Autopista Fluminense, ECO101, MS Via e Via Bahia já estão sendo analisadas pelo TCU. Isso significa que o governo e essas concessionárias já alinharam propostas para otimizar os contratos, o que pode incluir retirada de obrigações, aumento de tarifas de pedágio e maior tempo de exploração dos ativos.

Agora, o tribunal avaliará os acordos a partir de critérios que incluem vantajosidade de repactuar em vez de relicitar e aspectos técnicos da concessionária, incluindo condição financeira de honrar com novas obrigações.

Para o advogado Aurélio Marchini, sócio do Marchini Botelho Caselta Advogados, a demora na opção entre renovação e nova licitação é prejudicial em razão da complexidade do planejamento dos potenciais interessados em participar das licitações, tendo em vista que requerem volumes vultosos de recursos para pagamento do valor de outorga e realização de investimentos.

“Quanto menor esse prazo para mobilização e organização, diminui-se o número potencial de participantes em prejuízo da possibilidade de competição na licitação, o que interfere no valor de outorga e no propósito declarado pelo governo de alcançar menores valores de tarifas de pedágios”, avalia.

A leitura está em linha com o que diz o advogado Caio de Souza Loureiro, sócio da área de Direito Administrativo e Projetos Governamentais de TozziniFreire Advogados. “Empresas podem abdicar de um determinado ativo, pelo receio de investir no planejamento sem certeza de que haverá leilão efetivamente”, afirma.

Ele pondera que o setor de rodovia é maduro e as empresas, sobretudo as que já operam nesse mercado, têm conhecimento e capacidade de planejamento que permitem a tomada de decisões com mais celeridade e precisão. “No limite, havendo leilões, elas podem participar normalmente”, diz.
Prazos

Pelos prazos estabelecidos em portaria, as concessionárias interessadas nas repactuações tiveram de protocolar as propostas de acordos até 31 de dezembro do ano passado. A partir do momento da entrega, o governo tem 90 dias para analisar o pedido. Se aprovado pelo Executivo, é encaminhado para o TCU, que tem mais 90 dias para analisar por meio da Secretaria de Controle Externo de Solução Consensual e Prevenção de Conflitos (SecexConsenso).

Por esses prazos, um exemplo ilustrativo sobre a nebulosidade do cenário é a concessão gerida pela Concebra (BR-060, BR-153 e BR-262 DF/GO/MG). A empresa pediu para entregar o ativo em 2021 e teve o processo de relicitação iniciado. O projeto foi reformulado e dividido em três trechos.

Agora, o cronograma da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) prevê os leilões de dois desses trechos em 27 de junho deste ano. No entanto, a empresa pediu repactuação e quer seguir gerindo a malha. Pelos prazos definidos, o limite para a avaliação da possível repactuação é 29 de junho.

Em ótica positiva, o advogado Ricardo Barretto, especialista em Direito Público do Fenelon Barretto Rost Advogados, diz que a condução dos procedimentos de forma paralela representa uma estratégia inteligente do governo federal, permitindo maior celeridade aos novos leilões, na hipótese de as repactuações não chegarem a bom termo.
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“É fundamental, contudo, que todos os atores dos processos de repactuação cumpram prazos e observem procedimentos de modo estrito, para se obter o rápido desfecho do processo. Também é fundamental que se estabeleça, para cada caso concreto, uma data limite para que as partes obtenham uma solução via repactuação”, diz.

Durante entrevista à imprensa na quarta-feira, 10, o ministro dos Transportes, Renan Filho, minimizou a possibilidade de que a concomitância desses caminhos resultem em prejuízos. O ministro defende que o mercado tem capacidade de investimentos que será alocada de qualquer maneira, seja por meio das otimizações ou com as relicitações.

“A vantagem é que, com as otimizações, os investimentos são feitos no curto prazo. Mas não posso desconsiderar hipótese de não conseguir otimizar, por isso estamos caminhando paralelamente”, disse.

Sobre o cenário de que leilões não tenham propostas, ficando desertos, o ministro voltou a defender o que já havia declarado ao Estadão/Broadcast no último mês. “Se, eventualmente, o mercado disser que já está com muitos projetos, vamos ter de buscar alternativas para investimentos porque o mercado privado não consegue fazer investimentos”, disse.

Em último caso, disse que o Estado tem capacidade de fazer as gestões até um novo certame. “Se um ficar deserto, o Dnit continua administrando a rodovia. Não ganhamos nem perdemos nada”, afirmou.

NAVAL

Exame - SP   18/01/2024

Os dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação mostraram que a indústria de construção naval da China ocupa o primeiro lugar no mundo em três indicadores principais por 14 anos consecutivos, tornando-se o único país a alcançar um crescimento abrangente em todos esses indicadores.

Os dados mais recentes indicam que, em 2023, a China completou a construção naval de 42,32 milhões de toneladas de porte bruto, um aumento de 11,8% em relação ao ano anterior; recebeu novos pedidos de 71,20 milhões de toneladas de porte bruto, um aumento de 56,4%; e até o final de 2023, tem em mãos pedidos de 139,39 milhões de toneladas de porte bruto, um aumento de 32,0%, marcando a primeira vez que todos os indicadores registraram um crescimento de dois dígitos.

Em 2023, a indústria de construção naval da China não só continuou liderando globalmente nos três indicadores principais, mas também apresentou novos destaques. Nas estatísticas da indústria de construção naval da China de 2023, é possível observar que os três indicadores representam, respectivamente, 50,2%, 66,6% e 55,0% da participação no mercado internacional, ultrapassando 50% pela primeira vez.

Declínio da população da China acelerou no ano passado e preocupa Pequim
Economia da China cresce 5,2% em 2023

Segundo os dados, a quantidade de novos pedidos de navios de alta tecnologia e alto valor da China atingiu um novo pico desde 2008, e a participação da China no mercado internacional de novos pedidos de navios com propulsão verde também tem crescido ano a ano, alcançando 57% em 2023. Isso indica que mais da metade dos novos navios de energia nova do mundo serão produzidos na China no futuro.

Não apenas a indústria de construção naval lidera em termos de indicadores de dados, mas também, com a entrega e operação do primeiro grande navio de cruzeiro produzido na China, o país alcançou em 2023 um novo marco na capacidade de construção e montagem geral de uma gama completa de produtos navais e marítimos. Li Yanqing, secretário-geral da Associação da Indústria de Construção Naval da China, disse: “Usamos uma cadeia industrial grande, completa e forte para atrair atenção global para a construção naval chinesa, algo que não é encontrado em outros países. Isso é uma vantagem única que temos, não apenas na construção naval em si, mas no progresso de toda a cadeia industrial.”

Em 2023, o “Produção, armazenamento e descarregamento flutuantes” de grande porte, conhecido como “refinaria de petróleo flutuante”, foi entregue em lotes, e o primeiro grande navio de cruzeiro nacional, o “Adora Magic City”, foi oficialmente entregue para operação. A sucessão desses “instrumentos pesados nacionais” marca a capacidade da China de montar uma gama completa de produtos navais e marítimos.

Não só a China pode construir qualquer tipo de navio, mas também, em 2023, a China liderou globalmente em novos pedidos para 14 dos 18 principais tipos de navios, com novos pedidos de navios graneleiros, petroleiros, navios porta-contêineres e navios de transporte de automóveis representando, respectivamente, 79,6%, 72,1%, 47,8% e 82,7% do total mundial. A enxurrada de pedidos de alto valor agregado não só trouxe benefícios financeiros reais, mas também deu às empresas de construção naval chinesas confiança para se desenvolver.

Li Yanqing acrescentou: “Os estaleiros chineses têm uma forte capacidade de operar de forma diversificada, e a resiliência e flexibilidade da cadeia de suprimentos e da cadeia industrial são evidentes.”

PETROLÍFERO

Valor - SP   18/01/2024

Demanda global pelo combustível vai crescer em 2,2 milhões de barris por dia neste ano e em 1,8 milhão de barris diários no próximo calendário

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) prevê um abrandamento no ritmo de alta da demanda por petróleo para 2025, apesar da expectativa de uma trajetória positiva para inflação ao longo deste ano e de 2025, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira.

O documento mostra que a organização estima um crescimento na demanda de 1,8 milhão de barris por dia em 2025, abaixo da previsão de aumento deste ano, de 2,2 milhões de barris por dia.

Já o crescimento econômico global para 2025 deve ser de 2,8%, enquanto a estimativa para 2024 ficou em 2,6%, segundo a Opep. O aumento deve acontecer em meio a expectativa de mudanças nas políticas monetárias dos bancos centrais e reduções nas taxas de juros a partir do segundo semestre de 2024.

Valor - SP   18/01/2024

Construção de terminais de gás natural liquefeito ao longo do Golfo do México e da costa do Atlântico colocou os EUA à frente do Catar como principal exportador mundial de GNL

A indústria de gás natural dos Estados Unidos está em alerta máximo com a decisão do governo Biden de reconsiderar a forma como licencia novos e enormes terminais de exportação do combustível, sob pressão dos ativistas climáticos que vêm intensificando a luta contra a infraestrutura de energia fóssil.

A construção de terminais de gás natural liquefeito (GNL) ao longo do Golfo do México e da costa do Atlântico colocou os EUA à frente do Catar como principal exportador mundial de GNL, permitindo ao país substituir o fornecimento crítico para a Europa depois da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Os terminais multibilionários também se tornaram alvos dos ativistas climáticos, que afirmam que eles prolongarão por décadas a dependência dos combustíveis fósseis, grandes responsáveis pelo aquecimento global.

Novos projetos de GNL

Os ativistas intensificaram suas campanhas enquanto o presidente Joe Biden tenta a reeleição este ano. Eles conclamaram o Departamento de Energia dos EUA a modernizar a maneira como ele decide se os novos projetos de exportação de GNL são de “interesse público”. Eles querem que ele adie a aprovação do terminal CP2 da Venture Global na Louisiana, que é o próximo da fila para obter licença e um dos maiores projetos na costa do Golfo do México.

Essas autorizações, de exportação de GNL para países que não têm acordo de livre comércio com os EUA, têm sido uma rotina desde que os primeiros projetos foram propostos há mais de uma década.

Algumas autoridades do governo Biden estão agora pressionando por uma revisão significativa do processo de aprovação, argumentando que há hoje um melhor entendimento do impacto ambiental causado por vazamentos e emissões dessas infraestruturas, segundo disse uma fonte a par das discussões, que alertou que nenhuma decisão foi tomada.

Executivos do setor afirmam que essa revisão serviria como um adiamento de fato de novos projetos e alertam que isso terá graves consequências.

“Qualquer violação do abastecimento dos EUA teria o mesmo impacto sobre a economia mundial que uma sanção econômica e causaria efeitos em cascata que vão desde a desindustrialização até a insegurança alimentar”, diz Mike Sabel, presidente-executivo da Venture Global.

“Bomba de carbono”

Juntamente com um projeto vizinho em desenvolvimento, o terminal CP2 da Venture Global daria à companhia uma capacidade de exportar, sozinha, mais de 65 milhões de toneladas de GNL por ano, perdendo apenas para o Catar. Ativistas vêm chamando o projeto de “bomba de carbono”.

“Se o setor construir tudo que quiser, haverá mais gases do efeito estufa do GNL exportado pelos EUA, do que tudo que acontece no continente europeu”, disse Bill McKibben, chefe do grupo ativista do clima 350.org. “É por isso que estamos pedindo ao Departamento de Energia que suspenda as novas licenças enquanto eles refazem sua fórmula para decidir o que é de interesse público.”

Alguns ativistas locais da Lousiana e do Texas também estão protestando contra a expansão do GNL.

“Não podemos aprovar mais instalações e continuar falando em alcançar as metas climáticas e a redução progressiva dos combustíveis fósseis”, diz Roishetta Sibley Ozana, uma ativista baseada em Sulphur, Louisiana.

Maior exportador do mundo

Os EUA se tornaram o maior exportador mundial de GNL em 2023. Seus sete terminais existentes podem produzir até 86 milhões de toneladas por ano, segundo a Energy Information Administration – o suficiente para atender as necessidades de gás combinadas da Alemanha e da França. Cinco outros projetos estão em desenvolvimento, que adicionarão outras 73 milhões de toneladas por ano e o Departamento de Energia está analisando propostas para a construção de pelo menos outros 16.

A campanha dos ativistas evidencia um dilema para Biden, que prometeu em campanha liderar a transição para longe dos combustíveis fósseis, mas vem testemunhando níveis recordes de produção e exportação de petróleo e gás pelos EUA. Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, ele encorajou o aumento da produção de GNL nos EUA para reforçar os fornecimentos à Europa.

Em novembro, mais de 60 parlamentares democratas pediram ao Departamento de Energia que reavaliasse como ele determina se novos projetos de GNL são de interesse público, citando preocupações com o clima.

O American Petroleum Institute (API) disse que qualquer revisão pelo governo Biden das aprovações de projetos de GNL é “um grande negócio” que ameaça interromper o desenvolvimento do setor e minar a segurança energética da Europa.

“Acho que isso significa que pelo menos em 2024 não haverá concessões de licenças para a exportação de GNL nos EUA”, diz Mike Sommers, presidente-executivo do API. “Não há motivos para proceder com o desenvolvimento de um novo terminal de GNL se você não tem permissão para exportar o gás.”

Nick Dell’Osso, presidente-executivo da produtora de gás Chesapeake Energy, diz ser fundamental que as autoridades reguladoras entendam que à medida que a demanda pela commodity aumenta, “os EUA são o lugar mais estável de onde recebê-la.”

Alemanha e Japão

A Securing Energy for Europe, uma grande estatal de energia da Alemanha, escreveu para as autoridades reguladoras americanas em dezembro, exortando-as a aprovar o terminal CP2 da Venture Global, argumentando que ele “é vital para a segurança energética da Alemanha”. A companhia japonesa de energia Jera escreveu uma carta parecida em apoio ao CP2.

Mas analistas afirmam que houve uma mudança de humor no governo Biden neste período que antecede as eleições presidenciais de 2024. “A indústria de GNL – após alardear seu papel em ajudar a Europa a sobreviver a um quase corte do gás russo – agora enfrenta um novo escrutínio”, diz Bem Cahill, pesquisador sênior do Center for Strategic and International Studies.

(Tradução de Mario Zamarian)

Diário do Comércio - MG   18/01/2024

O ano de 2023 foi marcado por muitos eventos que adicionaram ainda mais incerteza ao mercado global de petróleo. Em especial, a guerra no Oriente Médio poderia provocar uma enorme elevação dos preços do petróleo, uma vez que a região abriga cerca de metade das reservas comprovadas do mundo. Porém, observa-se que o preço do petróleo Brent tem se mantido na faixa USD 80 por barril e, mais recentemente, na faixa de USD 70 por barril. Para 2024, a EIA (Energy Administration Agency nos EUA) estima um preço médio em cerca de USD 83 por barril.

De fato, fazer previsões de preço de commodities é uma tarefa complexa. Na prática, elas possuem valores que acompanham a demanda e a capacidade de oferta global e, no caso do petróleo, é ainda mais complexo em função de inúmeros desafios geopolíticos e pelo fato de existir uma influência dominante da OPEP+ (organização dos países exportadores de petróleo, que inclui a Rússia, México, Malásia, entre outros 10 países), que controla cerca de 40% da oferta global de petróleo.

Nos últimos dois anos, a OPEP+ tem conduzido uma política mais restritiva na oferta para fazer frente a suas despesas orçamentarias domésticas dos países membros. Esta estratégia tem sido na contramão do ocidente, que busca maior estabilidade de preços e mitigação dos efeitos da inflação elevada no período pós-pandemia. Assim, o bloco trava um “cabo de guerra” com o ocidente, principalmente EUA, para manter a oferta global um pouco abaixo da demanda e, com isto, alcançar patamares de preços mais elevados.

Os EUA têm desempenhado um papel de grande relevância na estabilidade do mercado global de petróleo. Em especial no segundo semestre de 2023, o país atingiu recordes de produção, em particular de “shale gas”, na região oeste do Texas, na bacia chamada de “Permian Basin”. E, para fortalecer sua posição no controle de preços internacionais, o país também fez uso de reservas estratégicas – saindo de 617,8 para 351,3 milhões de barris nos últimos dois anos, uma redução de cerca de 53%.

Desde o início da guerra entre Rússia-Ucrânia, na mesma direção, a União Europeia (UE) ampliou os seus estoques de petróleo para fazer frente a eventuais cortes de produção pelo bloco OPEP+. Além disso, vem buscando alternativas para diminuir a dependência do gás natural proveniente da Rússia, e acelerando a transição energética com diversas fontes renováveis.

Dessa forma, o mundo pós-pandemia lida com uma nova e complexa dinâmica no mercado de energia. Entretanto, diferente de outras crises no passado, o mercado parece estar mais equipado e resiliente para lidar com adversidades. O principal fator do lado da oferta é a revolução do “Shale Gas” nos EUA, que tornou o país o maior produtor de petróleo do mundo e vem atuando como contrapeso aos cortes sucessivos de produção da OPEP+.

Do lado da demanda, porém, espera-se que já no primeiro trimestre de 2024, o Federal Reserve (banco central americano) inicie a queda na taxa básica de juros nos EUA, que deve estimular de forma mais acentuada o consumo e investimentos no país, afastando o cenário antes esperado de recessão.

Igualmente importante, a China apresenta indícios de recuperação, ou pelo menos, a atividade econômica demonstra sinais de resiliência acima do esperado. Observa-se ainda, uma dinâmica geopolítica bem diferente no mundo, com grandes movimentos em relação a segurança, transição energética e iniciativas coordenadas dos países para enfrentar as mudanças climáticas, tais como a COP (Conference of Parties), conferência organizada anualmente pela ONU.

No cenário doméstico, também observamos movimentações importantes. Seguindo a onda internacional, o Brasil vem investindo de forma decisiva na transição energética nos últimos anos, com possibilidade de se tornar um exportador líquido de crédito de carbono se progredir na regulamentação deste mercado e diminuir as queimadas ilegais, principalmente na região amazônica. Nota-se, também, que o país se destaca com um avanço significativo de oferta de energia proveniente de fontes renováveis e na produção de biocombustíveis.

Outro movimento diz respeito ao reposicionamento estratégico da Petrobras – Novo Plano Estratégico 2024-2028. Nesta nova edição do plano estratégico, a empresa sinaliza uma mudança relevante que, em princípio, encontra-se em desacordo com o TCC (Termo de Compromisso de Cessação), firmado com o Cade, em meados de 2019. Neste novo plano, a empresa indica que irá fortalecer sua posição nos setores de refino e petroquímico – movimento de verticalização e com implicações concorrenciais importantes.

Mais interessante seria, talvez, se ela optasse por um modelo de parcerias em alguns destes segmentos e, assim, criar oportunidades para novos entrantes e/ou empresas existentes operarem nos segmentos onde a Petrobras não possui vantagem competitiva ou não se alinha com seu core business.

Há, ainda, o recente anúncio de que o Brasil pretende participar do cartel de países exportadores de petróleo OPEP+, inicialmente como observador – e, neste caso, sem imposição de cota e/ou direito a voto. Certamente, no formato atual, a Petrobras, por ser uma empresa de economia mista e listada em bolsa, não poderia se submeter a quotas de produção e, neste sentido, restaria somente a fração de óleo que a União tem controle através dos contratos de partilha da produção.

Por fim, o Brasil, sendo um exportador líquido de petróleo e em ascensão, ser membro da OPEP+somente por razões políticas, enfraqueceria sua posição de destaque no cenário global. Isso representa um verdadeiro “tiro no pé” pelo fato de o país ainda não ser autossuficiente em derivados, gerando uma preocupação adicional no controle da inflação, já que a estratégia do bloco é pela manutenção de preços de petróleo mais elevados. Como dizia o economista Roberto Campos, “o Brasil não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade”.

IstoÉ Dinheiro - SP   18/01/2024

O petróleo fechou sem direção única nesta quarta-feira, 16, enquanto investidores ponderam sobre o real impacto das tensões no Mar Vermelho na oferta global. Perspectivas negativas para a demanda pressionaram as cotações, em meio a expectativas de cortes de juros mais suaves nos EUA e cautela com a China após a publicação de seu Produto Interno Bruto (PIB).

Na Nymex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro teve alta de 0,22% (US$ 0,16), a US$ 72,56 o barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para março fechou em baixa de 0,52% (US$ 0,41), a US$ 77,88 o barril.

“A força do dólar americano, bem como as preocupações com a demanda chinesa e global, estão fazendo com que os preços do petróleo recuem, com a tensão no Médio Oriente tomando o segundo plano no curto prazo”, resumiu o analista Michael Hewson, da CMC Markets.

A China informou que seu produto PIB avançou 5,2% em 2023. Mesmo o crescimento tendo ficado acima da meta oficial de 5%, os mercados não refletiram empolgação. O Nordea falou que é preciso ver o desempenho do PIB com certa cautela, já que a robusta taxa anual é parcialmente justificada por um 2022 bastante fraco. Além disso, as vendas no varejo chinês decepcionaram, ainda que a produção industrial tenha crescido mais que o esperado no mês.

A sessão também foi marcada por dados fortes de varejo dos EUA, que fizeram reduzir apostas em relaxamento monetário no país em março. A perspectiva de condições financeiras mais restritas tende a pesar sobre o petróleo.

Os atritos no Mar Vermelho continuam. Nesta quarta-feira, os EUA confirmaram a designação dos Houthis, do Iêmen, como terroristas. Mas a chefe da equipe de estratégia global de commodities do JPMorgan, Natasha Kaneva, afirma que o conflito não deve provocar uma forte influência no preço do petróleo.

Investidores digeriram ainda o relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que cortou previsão de alta na oferta de petróleo fora do grupo em 2024, e manteve projeção de aumento da demanda global.

TN Petróleo - RJ   18/01/2024

A produção média dos contratos de partilha, no mês de novembro, atingiu a marca histórica de 1 milhão de barris por dia (bpd), um aumento de 6% em relação ao mês anterior, em função da estabilidade operacional nas plataformas. O campo de Búzios foi o principal produtor, responsável por 526,81 mil bpd, seguido de Mero (219,90 mil bpd) e Sépia (99,85 mil bpd).

Deste total, 52 mil bpd foram de direito da União, provenientes dos oito contratos de partilha de produção e dos acordos de individualização da produção (AIPs) de Atapu e Tupi.

Os dados foram divulgados no Boletim de Produção da Pré-Sal Petróleo (PPSA) nesta quarta-feira (17). Para a presidente interina da estatal, Tabita Loureiro, o resultado é uma marca importante para o regime de partilha no Brasil. “Esse resultado de 1 milhão de barris por dia é um marco para o regime de partilha, que já representa 27% da produção nacional. A produção do Brasil entre dezembro de 2022 e novembro de 2023 cresceu 20%, impulsionada também pelos resultados dos contratos de partilha, cuja produção cresceu 32% no mesmo período. Nossa previsão é de ultrapassar os 2 milhões de barris por dia em 2029, considerando apenas os nove contratos comerciais”, destacou Tabita.

Desde 2017, início da série histórica, a produção acumulada em regime de partilha de produção é de 635 milhões de barris de petróleo, sendo 35,79 milhões de barris da União.

Gás natural

Cinco contratos produzem gás natural com aproveitamento comercial, com média de 2,6 milhões de m³/dia, sendo a maior parte (2,06 milhões) proveniente de Búzios. O resultado é mais que o dobro do mês anterior, devido ao retorno da exportação da P-77, em Búzios, e aproveitamento de janela de exportação em Sépia, com o FPSO Carioca.

Desde 2017, a produção acumulada soma 1,74 bilhão de m³ de gás natural com aproveitamento comercial, sendo 177,1 milhões de m³ da União.

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