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16 de Maio de 2024

SIDERURGIA

Valor - SP   16/05/2024

Gustavo Werneck afirmou que empresa não teve dano físico, mas que funcionários não têm condição de trabalhar neste momento

Companhia de origem gaúcha, a Gerdau mantém duas fábricas paralisadas no Rio Grande do Sul, ainda sem previsão de retomada, segundo o presidente Gustavo Werneck. “Não tivemos dano físico, mas os colaboradores não têm condição de trabalhar neste momento e também há dificuldade de acesso para levar matéria-prima”, disse o CEO da Gerdau, presente no evento Summit Valor Econômico Brazil - USA.

“Não temos prazo para retomar, as duas continuam paradas. O efeito de custo para Gerdau como um todo é marginal diante do impacto social. Estamos buscando atender os clientes cujos produtos são produzidos naquela região, trazendo de São Paulo, por exemplo.”

A companhia mostrou balanço robusto no primeiro trimestre, o que fez bancos como BTG Pactual e Itaú BBA voltarem a recomendar compra do papel. Os Estados Unidos são o principal vetor de crescimento, mercado no qual a Gerdau atua há 35 anos - e há 25 está listada na bolsa Nyse.

“Houve um reconhecimento que os resultados na América do Norte são de longo prazo e um otimismo maior com capacidade da Gerdau de gerar resultados no Brasil, avalia Werneck. O executivo espera também que a operação se beneficie do novo contexto setorial, após restrições do governo brasileiro à importação - em abril, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) anunciou cotas para entrada de aço no país. “É uma primeira medida do governo federal para melhoria da defesa comercial. O que foi divulgado agora precisa ser implementado e há algumas discussões sobre isso, se a cota é anual ou por trimestre”, diz o CEO. “O que defendemos é que seja 25% a cada trimestre.” A expectativa do setor é implementação a partir de junho.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   16/05/2024

Diante de questionamentos no mercado sobre o compromisso com a meta dos indicados pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, ressaltou nesta quarta-feira que é uma obrigação manter os juros em patamar restritivo pelo tempo necessário para a convergência da inflação.

Em evento do Valor Econômico em Nova York, Galípolo explicou que seu voto por um corte maior dos juros na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) foi motivado pelo custo de abandonar a sinalização, comunicada no encontro anterior, de seguir reduzindo a Selic em 0,50 ponto porcentual.

Ele argumentou que os tempos são diferentes entre os diretores que estão chegando ao BC, e precisam ganhar credibilidade, e os que já estavam na autarquia há mais tempo, incluindo o presidente Roberto Campos Neto, que têm a credibilidade construída.

“Os tempos são diferentes”, disse Galípolo, sustentando que quebrar o guidance poderia gerar desconfiança em relação aos novos diretores do BC.

IstoÉ Online - SP   16/05/2024

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que pode haver corte nos juros nos Estados Unidos, caso a economia desacelere. Por outro lado, o dirigente, sem direito a voto nas decisões de política monetária deste ano, não descartou elevações nos juros, caso a atividade volte a acelerar.

As declarações foram dadas durante uma conferência em Bismarck, na Dakota do Norte. Segundo Kashkari, o foco do Fed neste momento está na demanda subjacente na economia, enquanto a oferta está equilibrada.

Na avaliação dele, não é possível saber ao certo agora o quanto de pressão de baixa a política monetária está impondo na atividade.

O presidente da distrital de Minneapolis do Fed afirmou que a economia americana está “mais resiliente do que eu esperava”, neste momento. Além disso, ele comentou que está “particularmente focado” no setor imobiliário.

Kashkari ainda considerou que os preços do petróleo estabilizaram “de modo sustentável”, sem choques econômicos consideráveis vindos das tensões no Oriente Médio.

Ao ser questionado sobre o quadro fiscal dos EUA, ele recordou que, conforme cresce a dívida do governo, podem subir também os custos de empréstimo no curto prazo, para que a inflação se mantenha na meta de 2%.

O Estado de S.Paulo - SP   16/05/2024

A última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) reacendeu o debate sobre interferência política no Banco Central. Os quatro diretores indicados por Lula votaram por uma queda maior dos juros, a despeito da piora nas expectativas de inflação. Um desses diretores, Gabriel Galípolo, é o principal cotado para presidir o BC a partir de 2025. Os quatro foram voto vencido, mas formarão maioria no ano que vem, com as próximas indicações a serem feitas pelo Palácio do Planalto.

Parece bastante improvável, porém, que a próxima diretoria do BC quebre os atuais protocolos e reduza agressivamente os juros a pedido do governo. Pelo contrário: se Lula tiver a pretensão de baixar os juros na marra, provavelmente ficará frustrado. Ainda que a próxima diretoria possa ter um viés um pouco mais propenso a reduzir juros, ela ainda estará muito condicionada à dinâmica do mercado.

Em outras palavras, a intensidade e a velocidade dos cortes ainda dependerão, em grande medida, das expectativas de inflação. E, dado que elas estão acima da meta, não se pode sequer descartar que os juros tenham que subir em algum momento antes da eleição de 2026.

Essa não é uma mensagem fácil de transmitir, pois pode dar a impressão de que a próxima diretoria do BC terá um viés completamente técnico. Isso também seria um exagero. Se Galipolo for confirmado, por exemplo, é natural que, dada a sua proximidade com o governo - para o qual fez campanha em 2022 e atuou como secretário em 2023 -, o BC tenha alguma sensibilidade ao contexto político.

O ponto, entretanto, é que o BC terá pouca margem de manobra para qualquer desvio de seu mandato legal por considerações políticas. Isso ficou claro não apenas na ata da reunião do Copom, divulgada nesta terça-feira, mas também no comunicado da própria decisão, e em outros sinais emitidos pelos diretores por meio de comentários “off-the-record” à imprensa. Em todas essas oportunidades, e especialmente na ata, os diretores deixaram claro, por exemplo, que não permitirão que a inflação se afaste da meta. Eles mostram entender muito bem que, sem credibilidade contra a inflação, um Banco Central atrapalha em vez de ajudar. E, para manter credibilidade, eles terão que provar, a todo tempo, que tomarão suas decisões de forma autônoma, à luz dos dados, e não dos discursos.

Se isso é verdade, a grande dúvida volta a ser a reação do próprio presidente. Em 2024, com popularidade ainda próxima aos 50%, Lula ainda se mostra confiante. Um pouco ansioso, sim, mas longe de estar desesperado com a economia. Mas como ele se comportará caso a situação piore mais perto da eleição, e com um BC que ainda se mostrará lento, na melhor das hipóteses, para responder “à altura”?

Essa possibilidade – a de um governo sob pressão e mais errático em política econômica – é o principal fator de risco do cenário político no Brasil. Se esse cenário de risco se concretizar, tende a haver ainda menos espaço para discussões importantes sobre problemas estruturais, em especial sobre a necessidade de controlar despesas – como benesses do Judiciário, emendas parlamentares, e vinculações ineficientes do orçamento, todas elas mantendo a situação fiscal do país em situação ainda precária.

O Estado de S.Paulo - SP   16/05/2024

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, que votou pelo corte de 0,5 ponto porcentual da Selic na reunião do Copom da semana passada, disse nesta quarta-feira, 15, que cogitou votar em um corte de 0,25 ponto porcentual em vários diálogos, mas que entendeu que haveria um custo, um risco reputacional, para a credibilidade da comunicação da autarquia.

Galípolo, um dos nomes mais cotados para assumir o comando do BC após a saída de Roberto Campos Neto, fez esta afirmação durante participação em evento do Jornal Valor Econômico, em Nova York, ao ser questionado sobre seu voto no Copom. Na última reunião, houve uma divisão dentro do colegiado: os quatro diretores indicados por Lula votaram por um corte de 0,5 ponto, enquanto os cinco remanescentes da gerstão Bolsonaro optaram por uma redução de 0,25 ponto.

“Minha preocupação foi em romper a lógica da comunicação do BC, mas se tivesse votado em 0,25 ponto estaria confortável hoje em justificar o meu voto. Mas tinha esse custo de abandonar o guidance (orientação sobre os próximos passos)”, disse o diretor, emendando que na discussão sobre o abandono do guidance houve pesos distintos para cada diretor. Na reunião anterior, a comunicação do banco apontava para mais um corte de 0,5 ponto neste encontro de maio.

Segundo Galípolo, esse BC está relacionado com a credibilidade que os diretores que lá já estavam conquistaram e com a coerência entre o que fala e faz. “Credibilidade se conquista e é natural que diretores que estão chegando sejam mais demandados a explicarem o que pensam. Mas quem acompanha o que falo não se surpreendeu com o meu voto”, disse Galípolo.

Ainda de acordo com ele, não houve dentro do Copom a divisão em dois grupos dos diretores, porque nas conversas dos membros aparecem justificativas para os dois lados e há a compreensão do lado dos que votaram em 0,5 ponto de que o cenário mudou, que a desancoragem das expectativas incomoda muito e que a taxa terminal (ao fim do ciclo de cortes) da Selic na Focus subiu bastante.

“Os tempos são diferentes para quem está começando uma corrida. O meu mandato vai até março de 2027. Eu só quero ganhar credibilidade, preciso mostrar coerência entre minhas falas e ações. Do meu ponto de vista particular, me preocupo com função e reação que eu poderia passar com a comunicação. Se quero ganhar credibilidade preciso mostrar coerência entre as minhas falas e minhas ações”, disse.

Guinada na comunicação

Galípolo disse também que não foi consultado pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, sobre a guinada de comunicação uma semana antes da reunião da última quarta-feira. “Não fui consultado, mas em nenhum momento, antes de fazer qualquer fala, eu liguei para o Roberto para perguntar, ou ele me ligou antes para dizer o que eu deveria falar”, assegurou.

O diretor do BC fez o comentário após ser questionado se houve conversa com o presidente do BC antes de Campos Neto comunicar em Washington, a poucos dias da reunião do Copom, que seria apropriado reduzir o ritmo de corte da Selic diante das incertezas elevadas.

Galípolo salientou que a liberdade do presidente e de diretores do BC em suas declarações ao mercado e votos faz parte da autonomia da instituição, algo pelo qual Campos Neto “é muito zeloso”. Se Campos Neto quisesse fazer campanha para que todos votassem junto, pontuou Galípolo, a autonomia do BC seria questionada.

Assim, o diretor de política monetária do BC disse haver “zero problema” no rearranjo de comunicação feito por Campos Neto, uma vez que este é o processo de autonomia. Considerou ainda ser normal existir dissensos técnicos.

“Ele não só não fala antes e me dá esta liberdade, como em todas as vezes que alguma fala minha gerou qualquer tipo de ruído, foi o primeiro a me ligar para dizer ‘não se preocupe com isso, acontece’.”

IstoÉ Dinheiro - SP   16/05/2024

A inflação desacelerou ligeiramente nos Estados Unidos em abril, sua primeira queda desde janeiro, uma boa notícia para o governo de Joe Biden antes das eleições de novembro.

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) – ao qual estão indexadas as pensões e aposentadorias – chegou a 3,4% em 12 meses em abril, 0,1% a menos que o registrado em março, informou o Departamento de Trabalho em um comunicado.

Esta cifra coincide com a média das previsões dos economistas entrevistados pelos meios especializados Dow Jones Newswires e The Wall Street Journal.

A evolução também está em linha com as expectativas de analistas coletadas no mercado pela companhia de monitoramento financeiro Market Watch.

Por sua vez, a inflação mensal foi de 0,3%, contra 0,4% do mês anterior. Este registro está ligeiramente abaixo das projeções anteriores.

O aumento dos preços se deve, em particular, aos custos com habitação e gasolina, que representam mais de 70% do aumento.

– Quadro favorável –

Para o governo do democrata Joe Biden, o panorama é ainda melhor se também for somada a chamada inflação subjacente, que exclui os preços voláteis de alimentos e energia, e que caiu para 3,6% em 12 meses, seu nível mais baixo desde abril de 2021, quando os preços haviam iniciado sua escalada.

Os dados de inflação constituem um sinal positivo para Biden antes das eleições de novembro, nas quais buscará a reeleição contra seu antecessor, o republicano Donald Trump.

Os números respaldam a mensagem de seu governo de que a economia americana deu um giro, enquanto busca acalmar as preocupações dos consumidores sobre o impacto do aumento dos preços antes das eleições.

“Sei que muitas famílias estão em apuros e que, embora tenhamos progredido, ainda temos muito a fazer”, disse Biden em um comunicado difundido após a divulgação dos dados de inflação. “Os preços continuam muito altos”, admitiu.

A inflação está no centro da campanha eleitoral, já que reduziu o poder aquisitivo dos americanos e é um ponto que a oposição republicana tenta explorar há bastante tempo.

O magnata republicano Donald Trump é quem mais atribuiu, durante bastante tempo, a responsabilidade do aumento de preços ao próprio Biden.

No entanto, Biden advertiu nesta quarta que o programa de governo dos republicanos “faria com que a inflação disparasse”.

– Direção ‘correta’ –

O ritmo de aumento do CPI voltou a acelerar no início de 2024, após uma diminuição significativa nos últimos meses de 2023.

“As pressões sobre os preços continuam sendo elevadas, mas avançam na direção correta”, assinalou Rubeela Farooqi, economista-chefe da consultoria High Frequency Economics”.

Para os consumidores, o retrocesso da inflação restabelece o poder aquisitivo. E isso também significa que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) estará mais inclinado a reduzir suas taxas de juros quando considerar que a inflação adotou uma tendência descendente sustentável.

Assim, isso deixaria o crédito mais barato para as famílias, que poderiam comprar mais facilmente um imóvel ou um carro, por exemplo.

Os responsáveis do Fed buscam uma meta inflacionária do 2%, favorecendo outra medição, o índice PCE, que também havia avançado 2,7% em março, em estimativa anual.

A queda da inflação em abril “é um pequeno passo na direção correta, mas não garante nenhuma mudança em nossa previsão de que o primeiro corte de juros do Fed ocorrerá em setembro, seguido de outro em dezembro”, opinou Ryan Sweet, economista da Oxford Economics.

Agência Brasil - DF   16/05/2024

A atividade econômica brasileira registrou alta no primeiro trimestre deste ano, de acordo com informações divulgadas, nesta quarta-feira (15), pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) teve aumento de 1,08% de janeiro a março em relação ao trimestre anterior (outubro a dezembro de 2023), de acordo com dados dessazonalizados (ajustados para o período).

Em comparação ao primeiro trimestre de 2023, a alta foi de 1,04% (sem ajuste para o período, já que a comparação é entre meses iguais).

Considerando apenas o mês de março de 2024, o IBC-Br teve retração de 0,34%, atingindo 147,96 pontos, dados dessazonalizados. Na comparação com o mesmo mês de 2023, houve queda de 2,18% (sem ajuste para o período). No acumulado em 12 meses, o indicador ficou positivo em 1,68%.

O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica do país e ajuda o BC a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, definida atualmente em 10,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade de setores da economia – indústria, comércio e serviços e agropecuária –, além do volume de impostos.
Taxa básica

A Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas ajudam a redução da inflação, mas também podem dificultar a expansão da economia.

O comportamento dos preços já fez o BC cortar os juros pela sétima vez. Entretanto, a alta recente do dólar e o aumento das incertezas levaram o Copom a diminuir o ritmo do corte, que vinha sendo de 0,5 ponto percentual, para 0,25 ponto percentual.

Em ata da última reunião, o Copom mostrou preocupação com as expectativas de inflação acima da meta e, em meio a um cenário macroeconômico mais desafiador do que o previsto anteriormente, não prevê novos cortes na taxa Selic, os juros básicos da economia. Para os membros do colegiado, a extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa “serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.

Apesar dos desafios, o Copom reconhece que o cenário do mercado de trabalho e a atividade econômica brasileira apresentaram um desempenho mais dinâmico do que o esperado no primeiro trimestre de 2024. Esse crescimento, impulsionado principalmente pelo setor de serviços, contribuiu para a decisão de reduzir a taxa Selic, ainda que em um ritmo mais lento.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas. Com o controle dos preços, o BC passou a realizar os cortes na Selic.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
Produto Interno Bruto

Divulgado mensalmente, o IBC-Br emprega uma metodologia diferente da utilizada para medir o Produto Interno Bruto (PIB), que é o indicador oficial da economia brasileira. Segundo o próprio BC, o índice “contribui para a elaboração de estratégia da política monetária” do país, mas “não é exatamente uma prévia do PIB.”

O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país. Superando as projeções, em 2023, a economia brasileira cresceu 2,9%, com um valor total de R$ 10,9 trilhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2022, a taxa de crescimento havia sido 3%.

A próxima divulgação do PIB, com o resultado do primeiro trimestre de 2024, está previsto para o dia 4 de junho.

MINERAÇÃO

Revista Mineração - SP   16/05/2024

Perto de completar o primeiro mês de implantação da jornada reduzida para colaboradores do setor administrativo lotados no escritório em Nova Lima (MG), a AngloGold Ashanti anuncia o aumento do prazo para licenças maternidade e paternidade dos seus funcionários.

As duas medidas integram a nova política de recursos humanos da empresa e buscam transformar as boas práticas no setor em qualidade de vida para os trabalhadores, com retorno na produtividade.

A redução de jornada, iniciada em abril, é tratada pela AngloGold como “pioneirismo” na mineração brasileira. E os funcionários já enumeram vantagens: “Ganhei tempo com a família, estou conseguindo resolver assuntos pessoais, praticar hobbies que fazia só no fim de semana e já estou programando a retomada de alguns cursos”, relata o analista de suprimentos da mineradora, Rulian Lopes, 44 anos. “No meu meio de convívio não conheço ninguém que já tenha sido contemplado com esse sistema de trabalho”, afirma o funcionário, há 12 anos na empresa.

Mãe de um menino de dois anos, a especialista em geometalurgia Mariana Gazire Lemos, 41 anos, diz que “a satisfação é geral” na empresa. Ela ganhou mais tempo para cuidar do pai, que possui doença crônica, e está mais próxima do filho. “Passei a ficar mais organizada no trabalho e agora tenho a sexta-feira para me dedicar mais ao meu filho, para acompanhá-lo em consultas médicas, aplicações de vacinas, e nos momentos de lazer”, descreve, anunciando que se prepara para buscar a qualificação profissional que não conseguia por falta de tempo.

Na outra ação da nova política de recursos humanos, em que amplia prazos das licenças parentais, a AngloGold Ashanti adere ao programa “Empresa Cidadã”, do governo federal. No início desta semana a empresa usou suas redes sociais para lançar a novidade, que já conta com depoimentos de funcionárias beneficiadas. O foco da peça de comunicação exalta o interesse em estender a qualidade de vida dos colaboradores para toda a família.

Agora, na Anglogold, a licença maternidade passa de 120 para 180 dias, ou seja, de 4 para 6 meses; e a licença paternidade de 5 para 20 dias. A extensão vale também para casos de adoção/guarda judicial compartilhada e para relações homoafetivas.

A ampliação das licenças na empresa segue em linha com as melhores práticas de recursos humanos e visa aumentar a satisfação e qualidade de vida, tanto para os responsáveis legais quanto para os filhos.
“Quintou!” pode descer para as minas

Há 190 anos produzindo ouro, a AngloGold Ashanti pode levar a jornada reduzida para suas minas, entre elas a Cuiabá, a mais profunda da América Latina. Desde 22 abril foi adotada a semana de trabalho de quatro dias, exclusiva para a área de administração. Não há cortes de salários e benefícios. A jornada é de segunda a quinta-feira e folga na sexta, além do fim de semana.

Com a mudança, a carga horária cai de 44 para 40 horas semanais e o expediente passa a ser de 10 horas por dia, com o horário sugerido das 7h às 17h30 e um intervalo de 30 minutos para refeição.

A iniciativa segue a tendência mundial pela busca de qualidade de vida e do bem-estar profissional, de modo que os empregados possam aproveitar a folga para descansar, ter mais tempo para dedicar a suas famílias, hobbies, interesses pessoais e autocuidado.

“O que esperamos é um ganho muito maior em qualidade de vida para as pessoas e um melhor equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal. Buscamos mais isso do que qualquer outro resultado, como redução de gastos, por exemplo”, garante o vice-presidente de Recursos Humanos da empresa, Felipe Fagundes.

O executivo destaca que, com a semana de trabalho mais curta, os empregados tendem a estar mais descansados, energizados e motivados durante o trabalho. Isso pode levar ao maior foco e eficiência nas tarefas, com ganho em produtividade.

Ele vai além: “Ao oferecer uma jornada de trabalho mais flexível, fomentamos não apenas a produtividade, mas colocamos a AngloGold Ashanti Brasil entre as empresas de vanguarda em práticas de RH. Em médio prazo, isso pode aumentar a atração e a retenção de talentos e, em longo prazo, nos prepara melhor para o futuro das relações de trabalho”, diz.

O modelo já vinha sendo estudado como política de Recursos Humanos da empresa. Logo após a pandemia da Covid-19, a companhia adotou o sistema híbrido, com dois dias de trabalho presenciais e três em home office.

Em fevereiro deste ano, teve início a fase de testes para a jornada de quatro dias, com a orientação para que reuniões não fossem marcadas nas sextas-feiras. “Nosso objetivo central é promover a qualidade de vida, reconhecendo que o equilíbrio entre vida profissional e pessoal é essencial para o desenvolvimento sustentável de todos nós”, afirma Fagundes.

Pesquisa interna da AngloGold, antes da redução de jornada, mostrou aprovação dos funcionários: 92% entenderam que trabalhar quatro dias na semana melhoraria sua qualidade de vida. Os dados vão ao encontro de pesquisas relacionadas ao tema, que mostram que 78% dos profissionais brasileiros gostariam de adotar a semana de trabalho de quatro dias.

Os dados fazem parte de uma pesquisa da WeWork e da Page Outsourcing feita com 10 mil profissionais de cinco países da América Latina, incluindo o Brasil. Na AngloGold, após três meses de implantação, o piloto será avaliado e, a partir do segundo semestre deste ano, a empresa irá avaliar a possibilidade de adoção da escala 4×3 nas operações em suas minas, se comprovada a eficácia e sustentabilidade do modelo para o negócio.

Investing - SP   16/05/2024

Os preços do minério de ferro ampliaram a queda para uma segunda sessão consecutiva nesta quarta-feira, afetados pelas expectativas de retração sazonal da demanda na China, principal mercado consumidor do minério, e pelo aumento das tarifas dos EUA sobre alguns produtos chineses.

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 1,55%, a 858 iuanes (118,78 dólares) a tonelada.

O contrato de referência de junho do minério de ferro na Bolsa de Cingapura recuava 1,13%, a 113,85 dólares a tonelada, o nível mais baixo desde 24 de abril.

A queda reflete, em parte, o impacto sobre o sentimento macro depois de ter sido esclarecido do que o uso da última emissão de títulos pelo governo chinês não está diretamente relacionado ao mercado de ferrosos, disseram analistas da Shengda Futures em uma nota.

Tanto o minério de ferro quanto o aço registraram ganhos na segunda-feira com impulso dos planos do Ministério das Finanças da China para emitir 1 trilhão de iuanes em títulos públicos especiais de longo prazo.

A expectativa de uma demanda sazonalmente menor também está pesando sobre os preços do principal ingrediente da fabricação de aço.

"A produção de metais quentes pode provavelmente atingir um teto nas próximas uma ou duas semanas, restringindo o interesse dos traders em estocar (minério de ferro)... Os altos estoques de minério no porto continuaram a ser um empecilho", disseram analistas da Galaxy Futures em uma nota.

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Enquanto isso, o presidente dos EUA, Joe Biden, revelou na terça-feira aumentos acentuados de tarifas sobre uma série de importações chinesas. As tarifas sobre certos produtos de aço e alumínio mais do que triplicaram, para 25%, em 2024.

"A demanda por aço mostrou sinais de abrandamento ao entrar em maio e a desestocagem de produtos de aço também desacelerou", disseram analistas da Everbright Futures em uma nota.

InfraRoi - SP   16/05/2024

A Appian Capital Brazil, fundo de investimento privado especializado em mineração, fechou o primeiro quadrimestre com 72 mil toneladas de concentrado de cobre e níquel sulfetado enviados para Canadá, Finlândia e China. O fundo de origem britânica, com cinco anos de atuação no mercado brasileiro, é responsável pela gestão de dois ativos no Brasil: Atlantic Nickel – produtora de concentrado de níquel sulfetado – e Mineração Vale Verde – produtora de concentrado de cobre.

A empresa segue otimista com os resultados para este ano, mesmo reconhecendo que há desafios ano mercado de níquel. A motivação vem o aumento de 7% das exportações nos primeiros quatro meses de 2024 em relação ao mesmo período do ano passado, além de os ativos estarem operando com capacidade de produção máxima.

Durante o período, destaca-se que foi realizado um embarque combinado, mantendo a estratégia adotada em 2023 para transportar a produção de cobre e níquel sulfetado, reduzindo a emissão de carbono e o custo de frete, o que reflete em eficiência na operação logística do fundo. Com isso, espera-se chegar ao fim de 2024 com números satisfatórios de economia de carbono na logística das commodities.

Com essa estratégia, a Appian foi capaz de reduzir a emissão de mais de 4.680(t) CO2e em 2023. Esta redução representou 31,58% da emissão total que ocorreria em um cenário de embarques individuais. O transporte destas commodities representa a movimentação de minérios base para o investimento em energia limpa, tornando a Appian Capital Brazil protagonista de grande relevância para a transição energética.

Em 2023, a Appian Capital Brazil exportou mais de 200 mil toneladas de cobre e níquel sulfetado enviados para América do Norte, Europa e Ásia. Para este ano, a expectativa é aumentar as exportações com a produção dos ativos em sua capacidade máxima.
Performance de exportação de cada mina da Appian Capital

Com carga de 39.347 toneladas de concentrado de níquel sulfetado, a Atlantic Nickel (ATN), única produtora de níquel sulfetado do Brasil, realizou quatro embarques no primeiro quadrimestre de 2024. Os navios seguiram do Porto de Ilhéus (BA) para o Canadá, China e para Finlândia. Em 2023, o ativo exportou mais de 100 mil toneladas de concentrado de níquel sulfetado, sendo aproximadamente 14 mil toneladas de níquel contido para América do Norte, Europa e Ásia.

Os primeiros embarques com o concentrado de cobre produzido na mina Serrote em 2024 totalizaram 32.808 toneladas. Os navios partiram do porto de Maceió com destino à China. No último ano, a Mineração Vale Verde encaminhou mais de 105 mil toneladas, sendo aproximadamente 26 mil toneladas de cobre contido, para Finlândia, Taiwan e China.

A Mineração Vale Verde é o único empreendimento do estado de Alagoas que lida com metais básicos. Em 2022, a mineradora concluiu seu ramp-up e a mina Serrote alcançou sua capacidade máxima de produção. O cobre é um dos metais com previsão de alta de demanda no mercado, devido à transição energética, estando presente em carros elétricos, baterias, turbinas eólicas e painéis solares, entre outros.

Máquinas e Equipamentos

G1 - RJ   16/05/2024

Pouso Alegre receberá a instalação de duas novas empresas chinesas com investimento de R$ 300 milhões e geração de cerca de 300 empregos na região. A planta será a primeira da XCMG na América Latina e, dentro dela, será feita também a instalação da Saic Motors, outra grande multinacional.

A produção está prevista para começar já em setembro deste ano. A chegada do projeto foi alinhada pelo prefeito José Dimas da Silva Fonseca, o Coronel Dimas, juntamente com o secretário de Desenvolvimento Econômico, José Carlos Costa, em uma reunião com os empreendedores internacionais.

Os planos da XCMG e SAIC Motors de trazerem uma fábrica de motores para o Brasil foram anunciados em novembro de 2023 por Romeu Zema, durante visita do governador mineiro à China. Pouso Alegre, por sua infra-estrutura industrial, foi então a cidade escolhida para sediar a fábrica.

O presidente da XCMG, Li Hanguang, expressou entusiasmo com a parceria e a instalação de uma nova sede.

“Cada vez mais a China investe no Brasil, e isso inclui Pouso Alegre. Esta iniciativa é amplamente discutida na China, e estamos ansiosos para receber mais empresas chinesas aqui. A presença da SAIC Motors representa um passo importante para garantir um atendimento direto e eficiente aos nossos clientes, além de reduzir os prazos de entrega", comentou.

Cidades Irmãs

Pouso Alegre é considerada cidades-irmã de Xuzhou, sede da XCMG, na China. Para Dimas, a parceria entre as duas tem trazido muitas vantagens para o município brasileiro, que tentará retribuir os planos à altura.

“A XCMG é uma referência na cidade de Pouso Alegre e tem atraído outros investimentos chineses para cá, oportunizando empregos e renda para nossa gente, sendo um impulso para o crescimento econômico local”, diz o prefeito.

O compromisso, segundo Dimas, é claro: colaborar para criar empregos e sustentar famílias por meio de oportunidades de trabalho dignas.

“É vital pensarmos além dos números. Mais investimentos significam mais pessoas, e isso requer atenção às áreas essenciais, como moradia, transporte, saúde e educação. Estamos trabalhando incansavelmente em todas essas frentes para garantir que o crescimento traga benefícios tangíveis a todos”, reforçou.

Sobre a Saic Motors

A Saic Motors é uma das principais fornecedoras de motores e peças da XCMG. É reconhecida ainda como a maior das quatro principais fabricantes de veículos da China, fornecendo também para outras grandes montadoras mundiais como Volkswagen, Mitsubishi, GM e outras.

As instalações da empresa estarão dentro da planta da XCMG, e a produção deve ter início em setembro de 2024. A expectativa é que sejam produzidos 5 mil motores só no primeiro ano.

Polo Industrial

A chegada das empresas a Pouso Alegre reforçou a posição da cidade como um polo atrativo para investimentos estrangeiros, fortalecendo a economia local e ampliando as oportunidades de emprego para moradores da região.

O Censo 2021 revelou um PIB de R$ 10,7 bilhões para Pouso Alegre. Dessas cifras expressivas, 80% são provenientes dos setores industrial e de serviços, refletindo a vocação empresarial da cidade.

Pouso Alegre tem sido também destaque em inovação com a construção do POUSOHUB. O projeto promete ser um centro dinâmico de colaboração entre universidades e empresas locais buscando aprimorar processos industriais e construir um caminho para se tornar uma incubadora de startups no futuro.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   16/05/2024

Tratamento protecionista de Washington não mudará as ambições de domínio mundial das fabricantes chinesas de VEs, segundo analistas, mas desencadeará ajustes

As montadoras chinesas se concentrarão em mercados internacionais fora dos EUA, agora que o governo Biden declarou que o país está fora dos limites dos veículos elétricos (VEs) feitos na China.

As tarifas de 100% sobre os VEs chineses, anunciadas na terça-feira (14) em Washington, representam um golpe mais simbólico do que prático para as montadoras chinesas. Elas quase não têm operações nos EUA e já reconheceram que os obstáculos políticos para entrar no mercado são intransponíveis.

O tratamento protecionista de Washington não mudará as ambições de domínio mundial das fabricantes chinesas de VEs, segundo analistas, mas desencadeará ajustes. As empresas darão ênfase aos mercados emergentes e, onde for possível, à transferência da produção para o país onde os carros serão vendidos, com a ideia de atrair governos mais abertos aos VEs chineses.

Algumas empresas poderiam se dedicar a vender a tecnologia dos VEs, uma abordagem que talvez reduza a reação política contrária e ofereça uma via indireta para ganhar negócios nos EUA.

“As empresas chinesas são muito pragmáticas quanto a suas rotas para o mercado”, disse Denis Depoux, diretor-gerente global da firma de consultoria Roland Berger, que trabalha em Xangai.

As tarifas são um reflexo do temor nos EUA de que as fabricantes chinesas de VEs, muitas vezes beneficiadas por subsídios governamentais, tentem vender seus veículos a baixos preços nos EUA para ganhar participação de mercado.

A Europa, por sua vez, abriu uma investigação em 2023 sobre os subsídios chineses para VEs, que deverá resultar em tarifas nos próximos meses.

Graças às tarifas americanas, as fabricantes de automóveis dos EUA gozarão de proteção contra a concorrência chinesa de baixo custo. O lado negativo: “Os consumidores americanos não terão acesso aos veículos elétricos mais baratos e de maior qualidade do mundo”, disse Cory Combs, diretor-associado da firma de consultoria Trivium China.

Na China, a BYD, principal fabricante de VEs, oferece um modelo compacto com autonomia de cerca de 320 km com uma única carga, por menos de US$ 10 mil. Uma versão de seu sedã Seal, para o segmento de alto padrão, com autonomia de cerca de 550 km, tem preços a partir de cerca de US$ 25 mil na China. Nos EUA, uma versão do sedã Model 3, da Tesla, com autonomia semelhante custa cerca de US$ 43 mil, de acordo com o site da fabricante de automóveis.

Um porta-voz do Ministério do Comércio da China disse que o aumento das tarifas dos EUA é motivado por considerações políticas internas.

Ambições globais

Apesar dos ventos contrários geopolíticos, as fabricantes de automóveis chinesas ainda têm grande interesse em se expandir no exterior, aspirando a ser a próxima Tesla ou Toyota Motor. Após décadas correndo atrás de fabricantes de automóveis americanas, europeias, japonesas e sul-coreanas, elas encontraram em seus VEs um produto competitivo mundialmente.

Na China, mais de 100 marcas de VEs disputam uma fatia do mercado, o que empurra os preços e a margem de lucro para baixo. A capacidade produtiva da China supera a demanda interna, o que levou as fabricantes a voltarem os olhos ao exterior, onde acreditam que as margens serão maiores e a concorrência, menos acirrada.

Nos últimos três anos, as exportações de automóveis da China quase quintuplicaram, chegando a cerca de 5 milhões de veículos, em 2023. Embora grande parte disso seja de carros a gasolina enviados à Rússia, muitos são VEs enviados ao Sudeste Asiático, Europa e outros mercados.

Outra tática é abrir fábricas fora da China em mercados receptivos a VEs de marcas chinesas. A BYD está abrindo novas fábricas no Brasil, Hungria, Tailândia e Uzbequistão, e estuda uma no México. A fabricante chinesa Chery Automobile planeja produzir carros na Espanha com um parceiro local, a Ebro-EV Motors.

A medida do governo Biden não menciona nada sobre a hipótese de que alguma fabricante chinesa de VEs abra uma fábrica no México e tente enviar carros para consumidores nos EUA. Na teoria, as tarifas que incidiriam sobre esses carros poderiam ser baixas.

Ainda assim, analistas dizem que Washington provavelmente impediria qualquer VE de marca chinesa de entrar nos salões de venda das concessionárias nos EUA. O anúncio de terça-feira (14) mostrou o tipo de táticas agressivas que os EUA agora consideram legítimas para combater o que a Casa Branca chama de “exportações artificialmente baratas” da China.

Tanto Biden quanto seu provável rival republicano nas eleições em novembro, o ex-presidente Donald Trump, indicaram que qualquer fábrica mexicana de propriedade de fabricantes chinesas de automóveis poderia ser alvo de altas tarifas.

Já as autoridades europeias, embora estudem aplicar tarifas sobre os VEs fabricados na China, veem a questão de maneira diferente dos EUA. Elas pretendem induzir as empresas chinesas a construir fábricas na Europa, em vez de vetar inteiramente os veículos de marcas chinesas, segundo analistas.

Durante a visita do líder chinês Xi Jinping à Europa em maio, o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, disse que a indústria automotiva chinesa, inclusive a BYD, é bem-vinda para planejar projetos industriais na França.

Em abril, no salão do automóvel de Pequim, algumas fabricantes chinesas de automóveis expressaram interesse de longo prazo em produzir no exterior. Entre elas estavam a marca de veículos elétricos Zeekr, quem tem capital da chinesa Geely Automobile, e a startup de EV Xpeng.

Chegando aos EUA

No que se refere a produzir carros nos EUA, os obstáculos são grandes para as empresas chinesas. Mesmo se Washington permitisse a instalação de fábricas no país — o que já seria uma grande incógnita no atual cenário — elas precisariam lidar com questões como o recrutamento de trabalhadores, a pressão para aceitar a sindicalização, as diferenças culturais e possíveis reações contrárias locais.

Em março, Trump disse em comício de campanha, em Ohio, que receberia bem fábricas de carros de empresas chinesas nos EUA, se elas usassem trabalhadores americanos.

Outra possível abordagem para as empresas chinesas no mercado exterior, inclusive os EUA, é a venda de tecnologias relacionadas aos VEs, como os sistemas operacionais ou baterias.

A chinesa CATL está em negociações com a Tesla e outras montadoras para licenciar sua tecnologia de baterias nos EUA, em vez de construir a própria fábrica de baterias no país.

Outro caminho é formar parcerias com montadoras não chinesas. A Leapmotor, uma startup chinesa de VEs, e a Stellantis, controladora da marca Jeep, anunciaram na terça-feira (14) que em setembro começariam a vender na Europa VEs da Leapmotor voltados ao mercado de massa. Em breve, serão anunciados outros países —, mas não os EUA.

Esses VEs seriam exportados da China ou produzidos nas fábricas da Stellantis pelo mundo. Em 2023, a Stellantis anunciou investimento de 1,5 bilhão de euros (US$ 1,6 bilhão) na Leapmotor.

O executivo-chefe da Stellantis, Carlos Tavares, descreveu a estratégia como uma forma de acomodar os diferentes cenários de tarifas.

Infomoney - SP   16/05/2024

A Tesla (TSLA) deve enfrentar uma ação coletiva com denúncias de que a montadora teria enganado consumidores sobre a capacidade de direção de seus carros autônomos, um novo revés para a fabricante de carros elétricos, no momento em que seu CEO, Elon Musk, apostou o futuro da empresa nesta autonomia.
A Tesla foi acusada de exagerar ao informar, em 2016, que todos os seus próximos carros teriam o “hardware necessário para a plena capacidade de condução autónoma” e seriam capazes de conduzir sozinhos de Los Angeles a Nova Iorque até ao final de 2017.

“Se Tesla pretendia transmitir que seu hardware era suficiente para alcançar automação alta ou total”, a denúncia “alega claramente falsidade suficiente”, escreveu a juíza distrital dos EUA Rita Lin em um despacho na quarta-feira.

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Musk declarou em abril que a Tesla está “dando duro pela autonomia”, ao mesmo tempo em que compromete a montadora com um conceito de veículo autônomo de próxima geração chamado robotaxi.

O empresário bilionário tem falado muito sobre autonomia há mais de uma década e convenceu os clientes a pagar milhares de dólares pelo recurso Full Self-Driving, ou FSD. O nome é impróprio – o FSD requer supervisão constante e não torna os veículos autônomos – mas Musk previu repetidamente que está prestes a estar à altura da marca.

Enquanto isso, a empresa enfrenta investigações federais sobre se defeitos no recurso de assistência ao motorista do piloto automático contribuíram para acidentes fatais, bem como investigações regulatórias e ações judiciais sobre alegações de que exagerou seu progresso em direção à direção sem as mãos.

No mês passado, a Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário abriu uma investigação para saber se o recall de mais de 2 milhões de carros do fabricante de EV meses antes abordou adequadamente os riscos de segurança do piloto automático.

Tesla não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Ação coletiva

O morador da Califórnia, Thomas LoSavio, que apresentou a queixa, diz que comprou um novo Tesla em 2017 e pagou US$ 8.000 extras pelo FSD. Ele alegou que as declarações de Tesla e Musk o levaram a acreditar que seu carro teria tecnologia de direção autônoma dentro de um “período razoavelmente curto”. Mas até 2022, a Tesla não havia produzido “nada que se aproximasse remotamente de um carro totalmente autônomo”, de acordo com sua acusação.

LoSavio apresentou a reclamação em nome de qualquer pessoa que comprou ou alugou um veículo Tesla novo com piloto automático, piloto automático aprimorado ou FSD desde 2016.

Sem se pronunciar sobre o mérito das suas alegações, o juiz disse que LoSavio alegou suficientemente que certas declarações de 2016 eram enganosas, como todos os “veículos Tesla produzidos na nossa fábrica têm agora hardware totalmente autónomo” e que os carros seriam capazes de conduzir sozinhos. país “até o final do próximo ano, sem a necessidade de um único toque”.

Embora Lin tenha permitido que algumas alegações de negligência e fraude prosseguissem, ela rejeitou outras alegações. Sua decisão permite que a investigação pré-julgamento avance. A decisão sobre se o caso se qualifica para o status de ação coletiva virá mais tarde.

Valor - SP   16/05/2024

Políticas proporcionam acesso mais barato a esse tipo de veículo. Entenda

Nas últimas décadas, o carro da empresa foi um símbolo de status profissional, valorizado pelos funcionários como um sinal visível de superioridade.

Ele agora está de volta com um pretexto diferente, como um benefício popular no local de trabalho – e discretamente se transformou no maior impulsionador das vendas de carros elétricos no Reino Unido.

Os empregadores estão cada vez mais permitindo aos funcionários alugar carros elétricos para uso pessoal por meio de planos de sacrifício salarial, o que significa que eles podem economizar bastante com impostos e o seguro nacional. O benefício reduz significativamente o custo do carro e dá às empresas uma oportunidade para encorajar os funcionários a pensarem no impacto ambiental que eles exercem.

Fiona Howarth, que chefia as operações de leasing da Octopus Electric Vehicles, parte da Octopus Energy, descreve o esquema como um “divisor de águas”, proporcionando a “maneira mais econômica de fazer a mudança” da gasolina para os veículos elétricos. “É um benefício altamente atrativo” para os trabalhadores, proporcionando “economia, acesso à tecnologia mais recente na estrada e também permitindo a eles fazer a sua parte pelo planeta e a poluição do ar em sua comunidade”.

Ela diz que mais de 5.000 empresas se inscreveram para oferecer o benefício através da Octopus EV. Os carros elétricos podem custar até 10.000 libras a mais que seus equivalentes movidos a gasolina. Embora eles tenham custos de manutenção muito menores, o preço inicial ainda representa uma barreira para os condutores.

Cada vez mais populares são os esquemas de leasing e PCP (Plano de Compra Pessoal) com pagamento mensal, através dos quais os motoristas financiam o valor que um veículo perde ao longo de três anos, aproximadamente, em vez do custo total do carro. No entanto, mesmo nesses casos, os baixos valores de revenda e a reticência dos bancos significam que o custo de um carro elétrico é proibitivo para muitos.

O benefício do sacrifício salarial alivia o custo e permite aos funcionários distribuir os pagamentos, o que está causando um efeito significativo sobre o mercado automotivo. Tradicionalmente, o segmento de “varejo” é visto como um indicador da demanda real do consumidor, mas isso tem sido distorcido pelo sacrifício salarial. Dos 85.000 carros elétricos vendidos no Reino Unido nos primeiros três meses desde ano, 80% foram classificados como “frota” (carros de empresa e aqueles que compram veículos para trabalho), enquanto apenas um em cinco foi de varejo, segundo a Society of Motor Manufacturers and Traders, uma associação setorial.

“[Esse benefício] está tornando muito mais fácil um condutor médio entrar em um veículo elétrico”, diz Howarth. “Em uma indústria em transição, isso realmente está ajudando a reduzir os custos.”

As iniciativas verdes são cada vez mais importantes para os funcionários. Mais da metade da Geração Z (55%) e dos millennials (54%) consideram o “impacto ambiental e das políticas dos empregadores, antes de aceitarem um emprego deles”, aponta uma pesquisa feita pela Deloitte ano ano passado. Mas, além do trabalho distância, do ciclo de trabalho e dos esquemas de sacrifício salarial para veículos elétricos, os benefícios verdes ainda são um benefício de nicho para os funcionários.

Algumas empresas oferecem dias extras para os funcionários viajarem, caso eles escolham alternativas aos aviões para os seus destinos de férias. Outras oferecem oportunidades de voluntariado em projetos verdes.

Tais benefícios ajudam a aumentar a retenção de funcionários, segundo afirma Charles Cotton, da instituição de recursos humanos CIPD. “Em termos de benefícios, é mais fácil falar e pensar sobre carros do que sobre pensões.”

O incentivo aos carros elétricos é particularmente importante, uma vez que o governo reduziu outros benefícios aos veículos elétricos, como os “subsídios para os carros de tomada”, que era de até 5.000 libras quando os consumidores compravam um carro novo.

Um plano de sacrifício de salário permite a um funcionário deduzir uma soma mensal de seu salário bruto – portanto antes dos impostos e do seguro nacional – para cobrir o custo do aluguel do carro. Isso reduz o salário tributável e portanto o valor dos impostos e seguros que ele paga.

Em razão desse beneficio, os usuários do esquema precisam pagar uma taxa de “benefício em espécie” (BIK, na sigla em inglês). Os carros movidos a gasolina e diesel enfrentam um BIK que chega a 37%, mas o governo britânico estabeleceu o nível de BIK para os carros elétricos de apenas 2%, efetivamente reduzindo os impostos sobre nos veículos elétricos.

A Octopus EV cita o exemplo de alguém com um salário bruto de 35.000 libras por ano que sacrifica cerca de 550 libras por mês para pagar seu carro. Isso reduz a renda tributável dessa pessoa, o que significa que ela vai economizar cerca de 180 libras por mês comparado a alguém que paga por seu carro com o salário líquido, após deduzidos o imposto de renda e o seguro nacional. Isso significa que o Reino Unido tem um dos melhores esquemas da Europa de incentivo aos veículos elétricos, segundo a Transport & Environment, uma organização europeia de suporte a organizações não governamentais (ONGs).

O governo do Reino Unido introduziu uma taxa BIK de 0% para os veículos elétricos em 2020 para encorajar a adesão através de regimes de trabalho durante um ano. A taxa BIK de 2% aumentará para 3% em abril do ano que vem, e novamente em meio ponto porcentual a cada abril até 2028.

O sacrifício salarial ajudou a abrir o mercado de carros elétricos para clientes com rendas mais baixas, para quem os carros mais ecológicos eram inalcançáveis. “Alguns dos esquemas de sacrifício salarial mais populares têm ocorrido no setor público, especialmente no National Health Service”, diz Toby Poston, diretor de assuntos corporativos da British Vehicle Rental & Leasing Association (BVRLA), um órgão setorial. A BVRLA estima que o uso está dividido igualmente entre pessoas nas faixas de imposto de renda mais elevadas e as mais baixas, e entre homens e mulheres. “Os esquemas de sacrifício salarial estão realmente ajudando a democratizar o acesso aos veículos elétricos”, acrescenta Poston.

A popularidade do sacrifício salarial para veículos elétricos vem sendo ajudada por uma série de fornecedores terceirizados, incluindo a Octopus e a Tusker, que entraram para administrar os acordos de leasing. David Wrefort, um sócio da Mercer, consultoria de recursos humanos, diz que até recentemente “as companhias tinham deixado de dar prioridade aos carros da empresa”, vendo-os como um fardo e causadores de divisão. Os novos fornecedores externos são atraentes para os empregadores, que “não querem o incômodo de gerenciar uma frota, não gostam do status associado aos carros de empresa e querem ser ecologicamente corretos”.

O sacrifício salarial também pode ser usado em carros usados, algo que vem despertando um interesse crescente porque uma onda de novos modelos elétricos chegou ao mercado em 2019 e 2020. Esses modelos agora estão saindo de seus contratos iniciais de leasing de três anos a quatro anos e sendo vendidos no mercado de usados.

O risco para o mercado é uma “falta de segurança sobre as taxas BIK futuras” além de 2028, diz Poston, “ou um aumento repentino das taxas futuras”. A implementação da infraestrutura pública de recarga também precisa acompanhar o crescimento do mercado dos veículos elétricos. “Caso contrário, a proporção de pessoas que não têm garagem e a capacidade de recarregar convenientemente em casa ou no trabalho proporcionará um ‘limite’ natural à demanda pelos veículos elétricos com sacrifício salarial”, afirma. (Tradução de Mario Zamarian)

Valor - SP   16/05/2024

Tarifas serão implementadas gradualmente ao longo dos próximos três anos e entrarão em vigor já em 2024 as que incidem sobre veículos elétricos e baterias de veículos elétricos

As novas tarifas sobre veículos elétricos e baterias chineses, células de painéis solares, equipamentos médicos e outros produtos têm o objetivo de proteger os empregos e os fabricantes dos Estados Unidos. Para especialistas, elas podem provocar aumento de preços de alguns itens específicos, mas um impacto inflacionário generalizado é pouco provável no curto prazo.

As tarifas serão implementadas gradualmente ao longo dos próximos três anos, segundo autoridades. Entrarão em vigor já em 2024 as que incidem sobre veículos elétricos e baterias de veículos elétricos, células solares, seringas, agulhas, aço e alumínio e muitos outros produtos. Algumas só passarão a valer em 2026.

As tarifas deste ano eleitoral nos EUA poderão aumentar o atrito entre as duas maiores economias do mundo. Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da China advertiu que as tarifas “afetarão gravemente o clima de cooperação bilateral”.

Autoridades do governo dizem que não esperam que as tarifas elevem as tensões entre os dois países de maneira significativa, embora seja provável que a China busque formas de responder aos novos impostos sobre seus produtos.

Por que a Casa Branca impôs novas tarifas à China?

O presidente Joe Biden argumenta que os subsídios do governo da China para veículos elétricos e outros bens de consumo garantem que as empresas chinesas não sejam obrigadas a ter lucros, o que lhes dá uma vantagem injusta no comércio mundial.

“Durante anos o governo chinês despejou dinheiro do Estado em empresas chinesas... isso não é concorrência, é trapaça”, disse o presidente democrata na terça-feira, na Casa Branca.

As tarifas foram anunciadas no meio da campanha eleitoral à Presidência dos EUA, em que Biden e seu antecessor, o republicano Donald Trump, disputam entre si o título de quem é mais duro com a China. O governo Biden tem insistido em que sua abordagem é mais direcionada e menos inflacionária do que as tarifas generalizadas propostas por Trump.

Como as tarifas afetam a indústria automobilística dos EUA?

Pelas medidas adotadas pela Casa Branca, as tarifas sobre veículos elétricos da China vão quadruplicar este ano, de 25% para 100%.

Hoje há muito poucos veículos elétricos chineses nos EUA, mas o governo Biden e os fabricantes americanos de automóveis temem que veículos elétricos de baixo preço e fortemente subsidiados possam inundar o mercado nacional em breve. As exportações mundiais de VEs da China cresceram 70% de 2022 para 2023.

“Uma taxa tarifária de 100% sobre veículos elétricos protegerá os fabricantes americanos das práticas comerciais desleais da China”, alegou a Casa Branca em um comunicado.

John Bozzella, presidente e CEO da Alliance for Automotive Innovation, um importante grupo representativo do setor, aplaudiu a ação da Casa Branca, e disse que ela ajudaria a evitar que os EUA se tornem um “lixão” para veículos elétricos chineses subsidiados.

“Não podemos permitir que o problema de excesso de capacidade em veículos elétricos da China se transforme em um problema da indústria automobilística dos EUA”, afirmou ele.

Embora os veículos elétricos chineses sejam uma ameaça principalmente para o futuro, as tarifas sobre as baterias para veículos elétricos podem ter um impacto mais imediato, porque a China domina a mineração e o processamento de minerais essenciais, como o lítio, o cobalto e o grafite utilizados nessas baterias.

As montadoras americanas, como a Ford e a Tesla, usam baterias de fosfato de ferro e lítio fabricadas na China, segundo Sam Abuelsamid, principal analista de mobilidade da Guidehouse Insights.

A Tesla emprega células de bateria da Contemporary Amperex Technologies da China (CATL) em versões de seu carro Model 3. A Ford usa produtos da CATL em algumas versões de sua picape elétrica F-150 Lightning e do SUV elétrico Mustang Mach-E.

De forma geral, as baterias de fosfato de ferro e lítio custam menos, mas têm uma autonomia por carga menor do que as baterias de íon de lítio, que hoje são usadas na maioria dos veículos elétricos. No entanto, elas podem suportar cargas rápidas mais frequentes do que outras baterias.

A Ford não respondeu a perguntas sobre as tarifas das baterias, mas em um comunicado declarou que é a favor das políticas dos EUA que apoiam a produção americana e protegem as cadeias de fornecimento, a segurança nacional e a privacidade das informações.

As novas tarifas poderiam elevar o custo das baterias e dos materiais para baterias de veículos elétricos e esses aumentos provavelmente seriam repassados para o consumidor como parte do custo do veículo.

E o setor de energia solar?

O preço dos painéis solares também pode subir por causa das novas tarifas. A que incide sobre as células solares subirá de 25% para 50% em 2024.

A Casa Branca argumentou que a China usa práticas desleais para dominar mais de 80% ou 90% das cadeias mundiais de fornecimento na área de energia solar. Segundo a Casa Branca, as políticas chinesas permitem que módulos e painéis solares artificialmente baratos inundem os mercados em todo o mundo, e isso mina o investimento na manufatura do setor fora da China.

Abigail Ross Hopper, presidente e CEO da Solar Energy Industries Association, elogiou o governo Biden por tomar medidas para apoiar o desenvolvimento continuado da manufatura no setor de energia e armazenamento solar nos EUA.

Para ela, o governo agiu “com consideração” ao excluir do pacote de tarifas máquinas essenciais usadas para fabricar componentes solares nos EUA. Hopper disse que uma exclusão tarifária temporária incentivará a fabricação nacional de produtos do setor de energia solar.

O governador do Colorado, Jared Polis, que é democrata e defensor das energias limpas, foi menos otimista. Ele classificou as tarifas sobre células solares e outros itens como “notícias horríveis para os consumidores americanos e um grande revés para a energia limpa”.

“As tarifas são um imposto direto e regressivo sobre os americanos e esse aumento de impostos atingirá todas as famílias”, escreveu Polis na rede social X.

Aço e alumínio

As tarifas sobre produtos de aço e alumínio vão triplicar em alguns casos, passando da faixa atual de 0% a 7,5% para 25% em 2024. A China controla mais de 50% da produção mundial de aço e alumínio, e seus produtos estão “entre os de uso mais intensivo de carbono do mundo”, segundo a Casa Branca.

Embora ainda não seja possível saber o efeito exato dos aumentos, Sarah Bauerle Danzman, professora associada de estudos internacionais na Universidade de Indiana, disse que “as tarifas criam perdas de eficiência e por isso podemos esperar que acarretem alguns custos para a economia” dos EUA.

Ela acrescentou que, ainda assim, “a segurança com relação à proteção de preços que estas tarifas proporcionam para os produtores poderia levar a novos investimentos nas cadeias de fornecimento dos EUA para esses itens”.

Produtos médicos

As tarifas sobre seringas e agulhas subirão de 0% para 50% em 2024, enquanto as que incidem sobre certos equipamentos de proteção individual, como respiradores e máscaras faciais, passarão da faixa de 0% a 7,5% de hoje para 25% em 2024. As tarifas sobre luvas médicas e cirúrgicas de borracha só aumentarão em 2026.

Na avaliação de Steve Brozak, analista de serviços de cuidados com a saúde e presidente da WBB Securities, as tarifas sobre agulhas e seringas não devem ter um impacto perceptível na oferta nos EUA. Brozak disse que a empresa Becton, Dickinson and Co., que tem sede em Nova Jersey, é a maior fornecedora dos EUA, onde a produção aumentou desde a pandemia de covid-19.

No início deste mês, a Food and Drug Administration (FDA), que é a agência reguladora de medicamentos dos EUA, informou que a capacidade de produção e fornecimento de seringas plásticas fabricadas fora da China é suficiente para sustentar a demanda atual. No outono passado, a FDA avisara que estava avaliando as seringas plásticas fabricadas na China em busca de possíveis problemas, como vazamentos e quebraduras. Depois disso, a agência passou a recomendar que os fornecedores evitassem o uso dessas seringas, se possível, o que reduziu a demanda pelos produtos chineses.

Greta Peisch, ex-advogada comercial do governo Biden, disse que as tarifas reforçarão a saúde e a segurança nacional ao garantirem a oferta interna de equipamentos médicos cruciais. “Podemos discutir se e quanto os preços vão subir, mas isso evita um possível estrangulamento de oferta hoje e durante uma futura pandemia”, afirmou ela. (Tradução de Lilian Carmona).

Valor - SP   16/05/2024

Os funcionários representam 14% do quadro de produção da montadora japonesa

A Honda Motor está reduzindo sua força de trabalho em tempo integral na China devido à queda nas vendas. Cerca de 1,7 mil trabalhadores concordaram com a demissão voluntária até agora, segundo apurou o "Nikkei Asia". Os funcionários representam 14% do quadro de produção da montadora japonesa.

A GAC Honda Automobile, uma joint venture entre a Honda e a montadora estatal chinesa GAC Group, começou a sondar funcionários este mês interessados em deixar a empresa. A medida é um exemplo de como os fabricantes de automóveis japoneses estão respondendo à intensa concorrência de preços na China, especialmente em veículos eléctricos, uma vez que os pontos fortes tradicionais como a qualidade e a eficiência de combustível já não impulsionam as vendas.

Em abril, as vendas de veículos novos na China caíram 22,2% no ano para a Honda, 27,3% para a Toyota Motor e 10,4% para a Nissan Motor.

A Honda espera vender 1,06 milhão de veículos no país no ano fiscal de 2024, uma queda de 13% em relação às vendas do ano anterior e cerca de 40% abaixo do seu recorde no ano fiscal de 2020. A empresa deve começar a reduzir a operação da fábrica em junho.

A BYD, maior fabricante chinês de veículos elétricos e outros veículos de novas energias, cortou os preços de mais de 10 modelos em fevereiro. Outras montadoras chinesas seguiram o exemplo, e a Tesla também decidiu reduzir os preços de todos os seus quatro veículos elétricos na China.

Enquanto os fabricantes de automóveis japoneses enfrentam dificuldades, a participação de mercado dos rivais chineses está aumentando. A participação de mercado das marcas de automóveis japonesas caiu de 23,1% em 2020 para 12,2% no período de janeiro a abril de 2024, de acordo com a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis. Entretanto, a fatia das marcas chinesas aumentou de 38,4% para 60,7%.

Os fabricantes de automóveis japoneses enfrentam agora um ponto de virada duas décadas depois de terem estabelecido joint ventures com empresas chinesas na década de 2000 e terem começado a aumentar a produção. A Mitsubishi Motors decidiu retirar-se da produção de automóveis na China em 2023.

A Nissan pretende reduzir a capacidade de produção anual na China em cerca de 30%. A Toyota disse em uma coletiva de resultados neste mês que os negócios na China seriam um teste de “resistência” para os próximos anos.

A Honda espera retornar aumentando seus modelos de veículos elétricos e, ao mesmo tempo, aumentando os lucros por meio de cortes de custos. A montadora lançará modelos em 2025 com telas fabricadas pela chinesa Huawei Technologies como parte de uma reformulação de sua linha de veículos elétricos.

FERROVIÁRIO

Agência Brasil - DF   16/05/2024

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta quarta-feira (15), por mais 90 dias, o processo que trata da legalidade da construção da Ferrogrão, nova ferrovia que ligará Sinop, no norte de Mato Grosso, a Itaituba, no Pará.

Em setembro do ano passado, Moraes determinou a suspensão do processo por seis meses após autorizar a conciliação entre as partes no intuito de solucionar o impasse para a construção da ferrovia. A discussão envolve compensações ambientais, oitiva de indígenas e elaboração de estudos.

Ao determinar a nova suspensão do processo que envolve a questão, o ministro disse que o processo de conciliação está em "estágio avançado".

Em março de 2021, Moraes suspendeu a Lei nº 13.452/2017. A norma alterou os limites do Parque Nacional do Jamanxim para permitir a construção da ferrovia. O caso chegou ao Supremo por meio de uma ação protocolada pelo PSOL, que questionou o descumprimento de medidas ambientais.

Após a posse do novo governo, a Advocacia-Geral da União (AGU) enviou um parecer ao Supremo no qual mudou seu posicionamento e passou a defender a inconstitucionalidade da lei.  No governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o órgão era favorável à legislação.

A construção da Ferrogrão é articulada desde o governo do ex-presidente Michel Temer. O projeto da ferrovia pretende resolver problemas de escoamento da produção agrícola do Mato Grosso para o norte do país

Rodoviário

Monitor Digital - RJ   16/05/2024

O ministro dos Transportes, Renan Filho, chegou ontem ao Rio Grande do Sul para vistoriar uma série de obras de recuperação de rodovias atingidas pelas fortes chuvas que assolam o estado. De acordo com o ele, a preocupação neste momento é garantir celeridade na adequação e liberação das vias também a carros de pequeno e médio porte, com o restabelecimento de maneira segura do fluxo viário para a população – até o momento, o tráfego só é permitido para veículos de emergência e com doações, maquinário e itens essenciais.

“Nosso intuito agora, é que além dos caminhos assistenciais, que estão avançando, a gente possa garantir a retoma das condições para a trafegabilidade. Assegurar que ela seja reestabelecida para as pessoas o quanto antes e, acima de tudo, de maneira segura”, destacou Renan Filho.

O ministro fez uma vistoria técnica na BR-116, entre os municípios gaúchos de Esteio e Portão, inclusive na ponte do Rio dos Sinos e no Viaduto da Scharlau – estruturas afetadas pela força das águas. Outro ponto vistoriado foi a ponte sobre o Rio Caí, na BR-116 (km 174, na divisa entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis). Renan Filho esteve ainda na erosão da BR-116 (km170 – Vila Cristina, em Caxias do Sul).

“De cima da ponte sobre o Rio Caí a gente pode ver como um dos pilares cedeu e ela baixou. De imediato, vamos enviar uma equipe técnica para identificar as condições atuais para instalação de uma ponte provisória que garanta o fluxo. Acreditamos que será possível fazer uma passagem lateral com uma ponte metálica e, assim, assegurar acesso na BR-116, retomando a conexão de Caxias até a cidade de Porto Alegre”, explicou o ministro.

Esta é a terceira vez que o ministro viaja ao estado para acompanhar ações relacionadas à mitigação de impactos das chuvas e de reconstrução da infraestrutura rodoviária. Acompanhado do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Fabrício Galvão, Renan Filho permanece no Rio Grande do Sul até quinta-feira. Nos próximos dias, ele percorrerá obras em andamento na região da Serra Gaúcha, Porto Alegre e Região Metropolitana da capital.

Entre as ações que o Ministério dos Transportes desenvolve no estado neste momento de calamidade está a abertura de caminhos assistenciais para assegurar o abastecimento das regiões afetadas. Tratam-se de passagens provisórias para que equipes de pronto atendimento, água, comida, remédios e itens essenciais cheguem a quem mais precisa neste momento.

“O ministério está trabalhando para que essa crise que causou tantos danos não se replique em outras áreas, provocando desabastecimento, falta de combustíveis e de alimentos”, pondera Renan Filho.

O Rio Grande do Sul dispõe de 1,16 milhão de hectares de áreas degradadas de vegetação que podem ser recuperadas e usadas para aumentar a resiliência do estado a eventos climáticos extremos. A análise é do Instituto Escolhas que lançou o relatório Estratégias de recuperação da vegetação nativa em ampla escala para o Brasil.

A estimativa do relatório reúne áreas de preservação permanente e de reserva legal que foram destruídas no estado. A maior parte, 751,2 mil hectares, está no bioma do Pampa, enquanto 414 mil hectares são de regiões de Mata Atlântica. A recuperação dessa vegetação está, segundo o documento, prevista nos compromissos previstos na Contribuição Nacionalmente Determinada (INDC, em inglês).

A INDC faz parte das propostas apresentadas pelo Brasil na 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-21), que ocorreu em Paris, em 2015. Na ocasião, os países apresentaram propostas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, reduzindo o impacto das mudanças climáticas. No total, o Brasil propôs recuperar 12 milhões de hectares de vegetação em todos os biomas até 2030. De acordo com o relatório, no entanto, o país não tem avançado na meta.

“As iniciativas de restauração no país avançam a passos lentos e muito aquém do necessário para o alcance da meta”, enfatiza.

Para fazer o reflorestamento dessas áreas, o relatório prevê a necessidade de aporte de R$ 228 bilhões.

“Um investimento mais que necessário para contribuir com a mitigação climática, como também com outros serviços ecossistêmicos essenciais à sustentabilidade dos agroecossistemas brasileiros, com a promoção da biodiversidade e a manutenção de recursos hídricos, do solo e dos processos ecológicos, que asseguram a estabilidade ambiental para o desenvolvimento das atividades produtivas no campo”, diz o documento.

O Instituto Escolhas aponta, entretanto, que as atividades relacionadas à recuperação florestal podem ajudar na reconstrução da economia do Rio Grande do Sul, devastado pela chuvas ao longo das últimas semanas.

“Os planos de reconstrução do Rio Grande do Sul precisam incorporar a recuperação da vegetação nativa, que é uma infraestrutura natural para prevenir a repetição de tragédias como essa”, diz o diretor-executivo do instituto, Sergio Leitão.

Apenas com a recuperação das áreas degradadas de reserva legal no Pampa, podem ser gerados, segundo o instituto, 80 mil empregos. “É importante pensar em frentes de trabalho de recuperação ambiental capazes de incorporar mão de obra de forma imediata”, acrescenta Leitão.

NAVAL

O Estado de S.Paulo - SP   16/05/2024

“Quero que vocês tenham certeza que a gente vai recuperar a indústria naval brasileira”, disse o presidente Lula em um evento em Niterói (RJ), no início do mês passado. Esse tema é quase uma obsessão para o presidente, que fala sobre a retomada da construção de navios no Brasil praticamente desde a sua posse. Isso, no entanto, passa diretamente pelos investimentos da Petrobras. E a suposta “lentidão” do presidente da estatal, Jean Paul Prates, em tirar esses projetos do papel foi um dos motivos que levaram à sua demissão.

Lula já tentou estabelecer um polo naval no Brasil, em seus mandatos anteriores, com resultados desastrosos. O maior símbolo dessa tentativa foi a empresa Sete Brasil, criada em 2010 com o objetivo de gerenciar a construção de 28 navios-sonda para a exploração do pré-sal. A própria Petrobras tinha 10% de participação na empresa, que também contava com fundos de pensão de estatais e bancos entre os acionistas.

Desses 28 navios, apenas quatro foram entregues. Alvo de investigações de corrupção dentro da Operação Lava Jato, a Sete Brasil pediu recuperação judicial em 2016, com dívidas estimadas à época em cerca de R$ 20 bilhões. Este ano, o administrador da recuperação judicial pediu a falência definitiva da companhia.

Um relatório de uma comissão interna de apuração da Petrobrás, concluída em 2016, revelou que riscos de engenharia e prejuízos superiores a US$ 16 bilhões no projeto de construção e afretamento dos navios-sonda eram conhecidos e foram desconsiderados pela estatal.

Em delação premiada, Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula e ex-Casa Civil de Dilma, disse que a construção das sondas em estaleiros no Brasil foi ordenada pelo ex-presidente Lula e tinha como objetivo viabilizar o projeto político de nacionalizar a indústria naval e também um projeto eleitoral de arrecadar recursos ilícitos para “quatro ou cinco” campanhas do PT.

De acordo com o ex-ministro, havia uma exigência do governo petista de arrecadação de recursos dos estaleiros, além de uma cobrança em cima do dirigentes dos fundos de pensão de estatais federais Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal) a investirem no negócio, sem avaliar.
Estaleiros sem encomenda

Um levantamento recente feito pelo Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) apontou que há no Brasil atualmente 48 estaleiros de variados portes. Desse total, pelo menos seis estão desativados e nove estão ativos, mas não têm nenhuma demanda de projetos navais.

Entre os estaleiros que não tem demanda estão exatamente os dois maiores do País: Enseada, na Bahia, e Atlântico Sul, em Pernambuco. Juntos, os dois têm capacidade para processar mais de 200 mil toneladas de aço por ano, ou seja, 40% da capacidade instalada na indústria naval brasileira.

O grande cliente dos estaleiros brasileiros de maior porte - provavelmente o único - é mesmo a Petrobras, como a principal operadora do setor de petróleo no Brasil. Mas, economicamente, é muito mais barato contratar esses equipamentos no exterior. Mesmo assim, Lula tem insistido nesses investimentos aqui.

“Estamos recuperando a Petrobras e vamos recuperar a indústria naval deste País. Vamos voltar a construir navios aqui, fazer plataforma e sonda. Vamos voltar a investir no Rio de Janeiro, porque o Estado não nasceu para ficar nas páginas policiais”, disse durante um evento no Rio, em fevereiro.

Na semana passada, em um encontro do setor petrolífero mundial em Houston, nos Estados Unidos, houve uma movimentação nesse sentido. A Petrobras organizou uma primeira rodada de conversas entre executivos de estaleiros nacionais e estrangeiros para viabilizar parcerias e aumentar a construção de partes dos navios-plataforma e outras embarcações no Brasil. A ideia, de acordo com a estatal, era de que essas empresas sigam se frequentando e organizem visitas técnicas que terminem em negócios efetivos no Brasil.

Do lado brasileiro, segundo apurou o Estadão/Broadcast, estavam as empresas Andrade Gutierrez, Bravante, CBO, EBR, ECB, Ecovix, Enseada, EAS, Mauá, Edson Chouest, Mac Laren, Ocean Pact, OSX, Porto do Açu, São Jacinto e Triunfo. Entre os estrangeiros, estavam Samsung, CIMC Raffles, Saipem, Dubai Drydocks, Cosco, Shapoorji, SBM, Modec, BW Offshore, Yinson, CNOOC, Hanwha, Ocyan e Seatrium.

A Petrobras já divulgou ao mercado que vai lançar entre este ano e 2025 editais para contratação de 38 barcos de apoio offshore, a serem construídos no País, além de um plano para contratar cerca de 200 embarcações. O pacote vai demandar investimentos da ordem de US$ 2,5 bilhões até 2030.

No encontro em Houston também foi apresentada não só essa demanda futura de barcos de apoio, que custam entre US$ 60 milhões e US$ 70 milhões cada, como também a demanda por módulos de plataformas.

A avaliação de Jean Paul Prates, portanto, era de que as demandas do presidente Lula relativas ao investimento na indústria naval estavam sendo atendidas. Mas, pelo jeito, na visão do presidente, não no tempo correto.

PETROLÍFERO

Valor - SP   16/05/2024

Clarice Coppetti assume enquanto comitês internos analisam nome de Magda Chambriard

Um dia depois da demissão de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras, na terça-feira (14), o conselho de administração da companhia aprovou ontem a indicação da diretora de assuntos corporativos, Clarice Coppetti, para presidir a estatal interinamente. A medida é necessária para que as instâncias internas da empresa tenham tempo de avaliar o nome de Magda Chambriard, indicada pelo governo como substituta de Prates. Estima-se que a análise pela governança da Petrobras em relação à nova CEO leve cerca de 15 dias. Nesse período, Coppetti ficará à frente da companhia.

Coppetti será interina numa empresa que acumula oito presidentes desde 2016, numa média de um executivo por ano. A companhia entende, segundo o Valor apurou, que não há necessidade de se convocar neste momento uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para aprovar o nome de Chambriard como conselheira. Na Petrobras, o CEO também ocupa vaga no colegiado. Segundo fontes, a Petrobras avalia que seria possível esperar a assembleia de abril de 2025 ou uma extraordinária a ser marcada eventualmente antes desta data. A não convocação de uma AGE agora interessa à União, o controlador da Petrobras, para acelerar a entrada de Chambriard. Se a assembleia fosse chamada, seria preciso cumprir uma série de ritos que pode atrasar o processo.

O tema, porém, não é consenso entre minoritários. Há quem enxergue que o melhor caminho para se evitar questionamentos jurídicos à frente seria convocar a AGE. Até porque a renúncia de conselheiro eleito pelo sistema de voto múltiplo, caso da Prates, vai exigir em algum momento que os demais conselheiros eleitos por esse sistema também passem por nova eleição. Oito dos 11 conselheiros da Petrobras foram eleitos em abril pelo voto múltiplo. É uma modalidade de votação que permite concentrar votos em determinados candidatos e tende a beneficiar os minoritários. Se houver convocação de AGE, abre-se a possibilidade de os minoritários, que hoje têm quatro assentos, brigarem por mais uma vaga.

A demissão de Prates levou também à saída do diretor financeiro da Petrobras, Sérgio Caetano Leite, próximo ao ex-CEO, e do gerente-executivo de relações institucionais, João Paulo Madruga. Outras mudanças são esperadas, embora possam ser pontuais.

Entre as possíveis trocas, estão os nomes de Mário Spinelli, diretor de governança e conformidade, e de Carlos Travassos, diretor de engenharia, tecnologia e inovação. Permaneceriam nos cargos o diretor de transição energética e sustentabilidade, Mauricio Tolmasquim, e Clarice Coppetti, que tem proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de executivos que são funcionários de carreira.

Visivelmente emocionado, o ex-presidente da Petrobras disse ontem, ao sair da sede da companhia, no centro do Rio, estar triste com a forma como foi conduzida a saída dele e destacou que o principal legado da gestão foi o resgate da empresa, que incluiu mobilização pela retomada da indústria naval no país, a realização de projetos de transição energética e o retorno de investimentos em áreas das quais a empresa havia saído.

Questionado sobre seu futuro após a saída da petroleira, Prates afirmou que estudaria retomar a carreira política, mas ainda não tem um rumo definido: “Eu tenho que trabalhar, sempre trabalhei, não sou rico, nem fiquei rico.” Ele também foi perguntado sobre permanecer no PT depois de ser demitido por Lula: “Não sei, vamos ver”, afirmou.

Investing - SP   16/05/2024

Os preços do petróleo subiram nesta quarta-feira, 15, impulsionados pela redução no estoque dos Estados Unidos, segundo monitoramento do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês), e também em meio à forte desvalorização do dólar contra divisas desenvolvidas, após leitura do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano em abril em geral dentro das expectativas, mas com o avanço mensal um pouco abaixo do esperado.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para junho fechou em alta de 0,78% (US$ 0,61), a US$ 78,63 por barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para julho teve ganho de 0,45% (US$ 0,37), a US$ 82,75 por barril.

Pela manhã, os preços do petróleo recuavam, enquanto investidores reagiam à revisão para baixo das expectativas da Agência Internacional de Energia (AIE) para a demanda global do óleo em 2024. Agora, a organização espera alta da demanda em 1,1 milhão de barris de petróleo, e não 1,2 milhão, como na leitura anterior.

Porém, os estoques de petróleo dos Estados Unidos caíram 2,5 milhões de barris nesta semana, contrariando a expectativa de alta de 1,1 milhão de barris. Após a divulgação do dado, os preços devolveram perdas e o apetite melhorou, até que o petróleo se sustentou no positivo.

Os ganhos foram apoiados também pela leitura do CPI de abril nos EUA, que indicou avanço no processo desinflacionário no país, embora o dado esteja longe de representar a confiança que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) espera para cortar juros. "Em termos de petróleo bruto, são preferidos níveis de inflação mais baixos para melhores perspectivas de demanda", escreve a analista Razan Hilal, do City Index.

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Ela destaca que os mercados do petróleo agora acompanham os desdobramentos de discussões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para renovar seus cortes voluntários na produção. Hilal destaca que países como Iraque e Emirados Árabes querem ampliar sua capacidade de produzir, e acredita que eles não vão concordar com uma redução voluntária para o próximo ano.

IstoÉ Online - SP   16/05/2024

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, minimizou nesta terça, 14, a queda da produção e do lucro da estatal no primeiro trimestre do ano. Segundo Prates, o encolhimento da produção entre janeiro e março foi um movimento planejado, que não afeta a curva de produção prevista no plano estratégico para os próximos cinco anos.

Em balanço divulgado na noite de segunda-feira, 13, a Petrobras reportou lucro líquido de R$ 23,7 bilhões – 37,9% menor do que há um ano, e 23,7% inferior ao registrado no último trimestre de 2023. “Nesse trimestre, em relação ao anterior, tivemos uma queda na produção de petróleo e gás já esperada, porque programamos paradas de manutenção em plataformas. Foi um movimento planejado, que não impacta nossa curva de produção prevista no plano estratégico. São paradas de curto prazo. Mas aumentamos a produção em 12 meses em pouco mais de 3%, e a trajetória é de crescimento na curva projetada para o período entre 2024 e 2028.”

Segundo Prates, o mesmo aconteceu com relação a derivados, cuja queda nas vendas teria ocorrido “por questões de sazonalidade”. Em função da queda sazonal das vendas, disse, a estatal aproveitou para realizar paradas de manutenção em refinarias, com destaque para as intervenções na Repar, no Paraná, e na Replan, em São Paulo.

Apesar das explicações do presidente da empresa, as ações da Petrobras figuraram ontem entre os papéis com desempenho mais negativo – com quedas de 2,74% (ON) e de 1,80% (PN), enquanto o Ibovespa (principal referência da Bolsa de Valores no País) avançou 0,28%. Segundo operadores, as ações da estatal acabaram limitando o potencial de alta do Ibovespa no dia.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, disse que o recuo das ações aconteceu “provavelmente em consonância com as decepcionantes métricas de receita e Ebitda (indicador de geração de caixa)” registradas pela Petrobras no primeiro trimestre, embora, operacionalmente, a empresa tenha mostrado uma performance sólida – “mantendo custos de extração em níveis bastante baixos”. (COLABOROU LUIS LEAL)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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