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16 de Abril de 2024

SIDERURGIA

IstoÉ Dinheiro - SP   16/04/2024

Dez milhões de toneladas de aço chinês inundaram a América Latina no ano passado, um recorde que ameaça a siderurgia regional: “Fechar Huachipato seria uma bomba atômica”, disse Carlos Ramírez, trabalhador da principal siderurgia chilena que está sofrendo com a forte concorrência da China.

Huachipato, em Talcahuano, 500 km ao sul de Santiago, anunciou a rápida suspensão das operações, sobrecarregada pela avalanche de aço chinês que toma os mercados e que é comercializado no Chile 40% mais barato que o aço local.

A medida, que inclui um pedido para que o governo imponha uma tarifa de 25% às importações de aço, ameaça 2.700 trabalhadores da companhia e outras 20.000 pessoas que dependem dela.

No Brasil, o maior produtor de aço da região, também há preocupação. No ano passado, as importações vindas da China cresceram 50% e a produção caiu 6,5%, segundo o Instituto Aço Brasil.

A Gerdau, uma das maiores siderúrgicas do país, já despediu 700 trabalhadores. Os últimos, em fevereiro, foram desligados da planta de Pindamonhangaba, em São Paulo, devido ao “cenário desafiador enfrentado pelo mercado brasileiro frente às condições predatórias de importação do aço chinês”, comunicou a empresa, que não respondeu os contatos da AFP.

As siderúrgicas brasileiras também pedem uma tarifa de 25%, como a que o México impôs a 205 tipos de produtos feitos de aço, se alinhando às tarifas impostas pelos Estados Unidos, seu principal parceiro comercial.

O aço representa 1,4% do PIB mexicano e gera 700.000 empregos. 77,5% da exportação vão para os Estados Unidos, segundo dados oficiais.

– China “muito presente” –

Nas últimas duas décadas, a China aumentou sua participação no mercado mundial de aço de 15% para 54%, segundo a Associação Latino-Americana do Aço (Alacero).

Na América Latina, as importações cresceram em 2023 a um recorde de 44%, superando as 10 milhões de toneladas. Duas décadas atrás, a China exportava apenas 85.000 toneladas de aço.

“A China está muito presente na América Latina”, lamenta Alejandro Wagner, diretor-executivo da Alacero.

“Ninguém é contra o comércio entre países, mas sempre se fala de um comércio justo”, acrescenta o executivo à AFP.

A preocupação pelo excesso de capacidade da siderurgia chinesa aumentou nos últimos anos, ante o menor dinamismo em seu setor de construção, que libera mais produtos para exportação.

Em uma visita recente à China, a secretária americana do Tesouro, Janet Yellen, expressou preocupação pelo “excesso” de produção chinesa e assegurou que os Estados Unidos “não aceitarão” que o mundo seja inundado de bens chineses vendidos abaixo do preço.

Em 2018, os Estados Unidos impuseram uma tarifa adicional de 25% ao aço chinês.

– Doloroso “terremoto social” –

Fechar Huachipato, do grupo privado CAP, desferiria um duro golpe em Talcachuano, um porto do sul do Chile do qual é principal sustento há 70 anos e onde cumpre um importante papel social.

De seu aço nasceu o clube de futebol “Huachipato”, atual campeão chileno.

Ramíres é um trabalhador ligado a essa empresa desde criança. Primeiro, como jogador das divisões inferiores; depois como profissional e uma vez aposentado do esporte, como diretor de um dos sindicatos da empresa.

“O que estamos vivendo é muito doloroso”, afirmou o homem de 56 anos, que viajou para Santiago ao lado de outros dirigentes para expor o “terremoto social” que se avizinha.

Em um último esforço para se manter competitiva – depois de perdas de 1 bilhão de dólares desde 2009 -, Huachipato solicitou à Comissão Antidistorsões chilena uma tarifa de 25% ao aço importado.

A Comissão encontrou “provas suficientes para apoiar a existência de dumping” – venda de um produto abaixo do custo – por parte da China e recomendou uma taxa de 15%, considerada “insuficiente” pela Huachipato.

“Não estamos pedindo subsídios ou salvaguardas. A Huachipato tem a capacidade de ser lucrativa em um ambiente competitivo”, disse seu gerente, Jean Paul Sauré.

Para o governo do esquerdista Gabriel Boric, a Huachipato é uma empresa “estratégica”. A Huachipato se especializou em insumos essenciais para a mineração: barras e esferas de aço para moagem de cobre, do qual o Chile é o maior produtor mundial.

Durante a pandemia, quando o comércio mundial foi interrompido, “foi a Huachipato que manteve o fornecimento de aço do país”, disse à AFP o ministro da Economia, Nicolás Grau.

A decisão de impor medidas de proteção não é fácil. O Chile assinou um Tratado de Livre Comércio com a China em 2006, o que o expõe a possíveis retaliações comerciais.

Na América Latina, o aço gera 1,4 milhão de empregos, que são altamente especializados e difíceis de reconverter.

O impacto a curto prazo na região dependerá da adoção de medidas pela China para reduzir seu “excesso” de produção e, em nível local, de iniciativas destinadas a restringir a entrada de aço, disse à AFP José Manuel Salazar-Xirinachs, secretário-executivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Construção Latino-americana - SP   16/04/2024

O Instituto Siderúrgico Chileno, ICHA, acaba de publicar seu último relatório sobre o consumo aparente de aço, onde fornece o valor consolidado correspondente a 2023. Este Relatório Siderúrgico indica que foram consumidas 2.338.000 toneladas no ano passado. Este valor é alcançado somando-se a produção nacional mais as importações e subtraindo-se as exportações de aço. Isso equivale a um aumento de 4,4% em relação a 2022.
(Gráfico: ICHA)

Juan Carlos Gutiérrez, diretor executivo do ICHA, indicou que este crescimento ainda não é suficiente para atingir os níveis registados antes da pandemia.

Em relação à produção siderúrgica nacional, versus importações. Gutiérrez destacou que “desde 2016, houve uma perda gradual de participação no fornecimento de origem nacional. Isto apesar de 2023 ter registado um aumento moderado, de 31% para 33% do consumo aparente produzido no Chile.”

Quanto à origem do aço importado, o documento elaborado pela ICHA indica que em 2023, 65% dele veio da China, atingindo a maior participação desde 2016.

Dentro dos aços longos, o consumo aparente de barras – que inclui barras ligadas aos setores de construção, metalmecânica e mineração – é o que mais foi afetado em 2022 e 2023.
(Gráfico: ICHA)

Em 2023, o consumo aparente de produtos longos atingiu um volume de 1 milhão 40 mil toneladas, sendo o mais baixo registado no período 2019 – 2023, refletindo uma queda de -3,9% face a 2022.

Desde 2016, 80% das importações de aços longos vêm de 6 países, dos quais China e Turquia são os países que enviam os maiores volumes a cada ano, aproximadamente 75% do total das importações de aços longos.

Nos aços planos, o consumo aparente no período de 2023 atingiu 1.313 mil toneladas, o que equivale a um aumento no consumo de +12,3% em relação a 2022.
(Gráfico: ICHA)

A importação de aços planos é principalmente de origem chinesa, seguida pelo Brasil e Japão.

A ICHA projetou que o consumo aparente de aço esperado para 2024 apresentará uma queda de 1,5%, atingindo um consumo de 2.353 mil t (± 61 mil t). Esta poderá recuperar em 2025, já que para esse ano se prevê um aumento de 1,6%, com o consumo a atingir 2.391 mil toneladas.

Money Times - SP   16/04/2024

O JP Morgan elevou a recomendação de Gerdau (GGBR4) para overweight e o preço-alvo das ações para R$ 30,50. “Depois de um 2023 muito desafiador, acreditamos que 2024 será um ponto de inflexão”, avaliam Rodolfo Angele e Tathiane Candini em relatório desta segunda-feira (15).

A Gerdau Metalúrgica (GOAU4) também teve a indicação elevada para overweight e o preço justo ajustado para R$ 13.

Os analistas alertam, no Brasil, o primeiro trimestre de 2024 (1T24), deve ser o pior em termos de rentabilidade. “A maior parte do sofrimento causado pelo material importado da China já foi sentido em 2023. No ano passado, as empresas brasileiras viram uma combinação de preços e participação de mercado cair por causa das importações”, afirmam.

No entanto, eles esperam que, agora, os mercados internos se estabilizem. “Embora continuemos cautelosos em relação aos preços e não incorporemos nenhuma melhoria significativa no ano, também não vemos maior deterioração”.

Além disso, o JP espera que a demanda no Brasil melhore e que a Gerdau transfira gradualmente os volumes das exportações com margens baixas para o mercado interno com margens mais altas. “Juntamente com custos mais baixos, vemos agora margens em 2024 numa média de 10% e expandindo para 16% a 17% no longo prazo, onde vemos mais apoio da construção civil”, avaliam.

A América do Norte, por sua vez, deve permanecer como o maior e mais lucrativo negócio da Gerdau, uma vez que a demanda e os preços na região permanecem robustos. “Acreditamos que as margens deverão se estabilizar em níveis elevados, apoiadas por: tendências de relocalização na indústria; potenciais cortes nas taxas; e estímulo à infraestrutura”, dizem.

Os analistas ainda gostam de ver que a gestão está tomando medidas para melhorar a rentabilidade. “A companhia está trabalhando em um profundo programa de redução de custos que deve gerar economias anuais de R$ 1,6 bilhão/ano. Além disso, a administração já sinalizou flexibilidade para ajustar seus investimentos, principalmente no longo prazo, se necessário”, destacam.

Gerdau está barata

Na avaliação do JP, as ações da Gerdau estão “baratas” e “parecem ser atrativa”. “Vemos a Gerdau sendo negociada a 4,2 vezes o EV/Ebitda esperado para 2024 e 3,7 vezes o de 2025, em comparação com uma média de 7,1 vezes de pares globais”, avaliam.

O novo preço-alvo das ações, de R$ 30,50, depois de incorporar as estimativas macroeconômicas e os preços cambiais e de marcação a mercado de commodities, implica em uma valorização de 45%, se considerada a soma das partes. Para Gerdau Metalúrgica, os analistas veem um potencial de alta de 21%.

“A Gerdau é nossa nova principal escolha em aços na América Latina, seguida pela Ternium e, por último, pela Usiminas”, reiteram.

Investing - SP   16/04/2024

A produção de aço bruto subiu 6,2% no primeiro trimestre deste ano frente ao mesmo período em 2023, para 8,3 milhões de toneladas, à medida que as importações cresceram 25,4% ano a ano, para 1,3 milhão de toneladas, mostraram dados do Instituto Aço Brasil nesta segunda-feira.

Na comparação com fevereiro, a produção de aço em março ficou estável (+0,3%), em 2,8 milhões de toneladas, enquanto as importações avançaram 8,9%, para 486 mil toneladas, superando a média mensal de 2023, que foi de 419 mil toneladas. A China representa 60% das importações.

O Instituto Aço Brasil destacou que as vendas internas tiveram estabilidade no trimestre, com variação positiva de 0,3% ano a ano, para 4,9 milhões de toneladas, ao passo que as exportações caíram 17,9%, para 2,6 milhões de toneladas. O consumo aparente subiu 3,3%, a 6 milhões de toneladas.

Na base mensal, as vendas internas cresceram 8,2% em março, para 1,7 milhão de toneladas, enquanto as exportações subiram 36,6%, para 942 mil toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos atingiu 2,1 milhões de toneladas.

O Estado de S.Paulo - SP   16/04/2024

A importação de aço em março somou 486 mil toneladas, uma alta de 46% ante igual período do ano passado, segundo o Instituto Aço Brasil. Em valores, as importações do terceiro mês do ano totalizaram US$ 452 milhões, número 5,5% menor ante igual período de 2023.

A produção nacional de aço bruto, por sua vez, somou 2,8 milhões de toneladas em março, o que representa um aumento de 5,6% frente ao apurado no mesmo intervalo do ano passado. Em igual período de comparação, as vendas internas retraíram 6,3%, para 1,7 milhão de toneladas.

A produção de laminados em março foi de 1,9 milhão de toneladas, valor 3,6% superior ao mesmo período de 2023. No mesmo intervalo, a produção de semiacabados somou 777 mil toneladas, crescimento de 38,1%.

O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 2,1 milhões de toneladas em março, valor 1,6% menor na comparação anual.

Desde o começo do ano Instituto Aço Brasil tenta convencer o governo a implementar uma sobretaxa aos importados. A entidade prevê que o aço estrangeiro somará um quarto do total consumido no País em 2024, valor superior ao registrado em 2023, que foi de cerca de 20%.

As siderúrgicas vêm ameaçando suspender investimentos ou promover demissões devido ao que chamam de “invasão” do aço importado, sobretudo da China.

A Aperam, principal fabricante de aço inoxidável da América Latina, decidiu manter suspenso um investimento superior a R$ 600 milhões em sua fábrica em Timóteo (MG), na região do Vale do Aço. Esse aporte integra um pacote aprovado em 2022 para melhorias tecnológicas e enobrecimento do mix de produtos da empresa. Apenas parte foi realizada. O motivo: as importações de aço chinês.

Enquanto isso, as exportações brasileiras estão na direção oposta. No período, as vendas externas somaram 942 mil toneladas, o que representa uma queda de 23,2% ante o mesmo mês de 2023. Considerando igual intervalo, os ganhos com as vendas para o mercado externo totalizaram US$ 774 milhões, valor 25,6% menor para o setor.
Acumulado de 2024

As importações no primeiro trimestre de 2024 somaram 1,3 milhão de toneladas, aumento de 25,4% frente ao mesmo período do ano anterior. Os valores de importação foram de US$ 1,3 bilhão, avanço de 0,6% na comparação com o acumulado dos três primeiros meses de 2023.

O Brasil produziu 8,3 milhões de toneladas de aço nos três primeiros meses de 2024, aumento de 6,2% em relação ao mesmo período de 2023. Já a produção de laminados somou 5,7 milhões de toneladas, avanço de 5,1% em igual período de comparação. O total de semiacabados foi de 2,3 milhões de toneladas, aumento anual de 2,3%.

As vendas internas no primeiro trimestre de 2024 somaram 4,9 milhões de toneladas, o que representa um avanço de 0,3% quando comparadas com igual intervalo do ano anterior. O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 6 milhões de toneladas, avanço de 3,3%.

As exportações nos três primeiros meses de 2024 atingiram 2,6 milhões de toneladas, redução de 17,9% na comparação com igual período de 2023. Os ganhos com as vendas para o mercado externo totalizaram US$ 2 bilhões, queda de 22,8% no período.

ECONOMIA

Globo Online - RJ   16/04/2024

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai fixar como zero (ou seja, receitas iguais às despesas) a meta de resultado das contas públicas no próximo ano. O anúncio será feito nesta segunda-feira. Esse valor vai de encontro ao que está previsto no arcabouço fiscal, aprovado no ano passado. O governo vai mudar também o ritmo de ajuste nas contas públicas (leia abaixo).

Ao anunciar o arcabouço, o governo previu zerar o déficit fiscal neste ano e gerar superávits de 0,5% do PIB em 2025 e de 1% do PIB no ano seguinte. O alvo em si, porém, é fixado anualmente no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias do exercício. O projeto da LDO de 2025 será enviado ao Congresso Nacional pelo governo nesta segunda.

A meta será alterada diante de uma avaliação do governo de que a previsão das receitas federais não aponta recursos suficientes para gerar superávit.

Um superávit de 0,5% do PIB representa R$ 61 bilhões de saldo nas contas no em 2025, considerando a projeção nominal do governo para o PIB no ano que vem. Para 2026, um superávit de R$ 132 bilhões significaria 1% do PIB.

Agora, o goveno também vai mudar o ritmo de ajuste. No lugar de melhoras graduais de 0,5 ponto do PIB, será anunciado um ajuste de 0,25 ponto do PIB por ano.

Assim, a previsão será de superávit de 0,25% do PIB em 2026, que sobe até atingir 1% do PIB em 2028.

Manter o campo do equilíbrio

Na avaliação de técnicos do governo, é possível fazer mudanças no processo de ajuste das contas públicas desde que seja mantido o campo do equilíbrio, ou seja, que não se caminhe para um déficit no próximo ano.

Integrantes da equipe econômica avaliam que diminuir a intensidade do ajuste fiscal prometido poderia agradar ao mercado, na medida em que reduz o risco de haver novas medidas de aumento de tributação que possam ter impacto na economia e sobre as empresas. O corte de despesas, cobrado por agentes do mercado, não é prioridade na agenda do governo.

Ajuste mais suave para não elevar tributos

Por isso, o discurso vai ser que entregar 0,5% do PIB de superávit necessitaria de mais medidas de aumento de receita. Assim, fazer um ajuste mais suave, nas palavras de um integrante da equipe econômica, poderia tirar incerteza dos agentes do mercado.

O governo não discute, neste momento, mudar a meta de zerar o déficit este ano, de acordo com integrantes do Executivo. O Ministério da Fazenda negocia com o Congresso, por exemplo, o limite para compensações tributárias e conta com o ingresso de, pelo menos, R$ 6,2 bilhões de dividendos extras da Petrobras (se for essa a decisão final da empresa).

Essas medidas e outras ações mais pontuais garantiriam o cumprimento da meta dentro do intervalo de até 0,25% do PIB de déficit (R$ 28,8 bilhões).

Infomoney - SP   16/04/2024

As notícias econômicas das últimas duas semanas foram suficientes para deixar até mesmo os observadores mais experientes com uma sensação de decepção. Nos Estados Unidos, a taxa de desemprego caiu. A inflação aumentou. O mercado de ações despencou, depois se recuperou – e depois caiu novamente.

Dê um passo para trás, entretanto, e a imagem ficará mais nítida.

Em comparação com as perspectivas de dezembro de 2023, quando a economia parecia estar no caminho certo para um “pouso suave” surpreendentemente delicado, as notícias recentes foram decepcionantes. A inflação revelou-se mais “teimosa” do que se esperava. As taxas de juro deverão se manter no nível atual – o mais elevado em décadas – pelo menos até o verão do Hemisfério Norte, se não até o próximo ano.

Mas, se deslocarmos um pouco a comparação para o início do ano passado, a história muda. Naquela altura, os analistas previam uma recessão, convencidos de que os esforços do Federal Reserve (Fed, banco central americano) para controlar a inflação resultariam inevitavelmente em perda de empregos, falências e execuções hipotecárias.

E, no entanto, a inflação, mesmo considerando os recentes contratempos, arrefeceu significativamente, enquanto o resto da economia escapou até agora de maiores danos.

“Parece grosseiro reclamar sobre onde estamos agora. Esta foi uma desaceleração realmente indolor, dada a preocupação de todos nós”
— Wendy Edelberg, diretora do Projeto Hamilton, braço de política econômica da Brookings Institution

As oscilações mensais dos preços ao consumidor, o crescimento do emprego e outros indicadores são extremamente importantes para os investidores, para quem cada centésimo de ponto percentual nas taxas dos títulos do Tesouro americano pode afetar transações de bilhões de dólares.

Mas para praticamente todos os outros, o que importa é o prazo um pouco mais longo. E, a partir dessa perspectiva, o cenário econômico mudou de forma sutil, mas importante.
Inflação está ‘teimosa’, e não aumentando

A inflação, medida pela variação em 12 meses do índice de preços ao consumidor, atingiu um pico de pouco mais de 9% no verão de 2022. A taxa então caiu acentuadamente durante um ano, antes de estagnar em cerca de 3,5% nos últimos meses. Uma medida alternativa preferida pela Fed mostra uma inflação mais baixa – 2,5% nos dados mais recentes, de fevereiro – mas uma tendência geral semelhante.

Em outras palavras: o progresso abrandou, mas não foi revertido.

Em uma base mensal, a inflação aumentou um pouco desde o final do ano passado. E os preços continuam a subir rapidamente em categorias específicas e para consumidores específicos. Os proprietários de automóveis, por exemplo, estão sendo atingidos por um golpe triplo: preços mais elevados da gasolina, custos maiores de reparos e consertos e, notavelmente, seguros mais altos, com aumento de 22% em relação ao ano passado.

Mas em muitas outras áreas, a inflação continua a diminuir. Os preços dos alimentos permaneceram estáveis durante dois meses e subiram apenas 1,2% em relação ao ano passado. Os preços do móveis, eletrodomésticos e muitos outros bens duráveis têm caído. Os aumentos dos aluguéis estão mais moderados e até foram revertidos em muitos mercados, embora isso tenha demorado a aparecer nos dados oficiais de inflação.

“A inflação ainda está muito alta, mas é muito menos ampla do que era em 2022”, disse Ernie Tedeschi, pesquisador da Faculdade de Direito de Yale que recentemente deixou um cargo na administração Biden.

O restante da economia está indo bem.

A recente estabilização da inflação seria uma grande preocupação se fosse acompanhada pelo aumento do desemprego ou por outros sinais de problemas econômicos. Isso colocaria os decisores da política econômica numa situação difícil: se tentassem apoiar a recuperação, correriam o risco de acrescentar mais lenha à fogueira inflacionária; se continuassem tentando conter a inflação, poderiam levar a economia a uma recessão.
Notícias otimistas, afinal?

Mas não é isso que está acontecendo. Fora a inflação, a maior parte das notícias econômicas recentes têm sido tranquilizadoras, se não mesmo otimistas.

O mercado de trabalho continua a superar as expectativas. Os empregadores criaram mais de 300 mil vagas em março e quase 3 milhões no ano passado. A taxa de desemprego tem estado abaixo dos 4% há mais de dois anos, o período mais longo desde a década de 1960, e as demissões – apesar dos cortes em algumas empresas de destaque – permanecem historicamente baixos.

Os salários continuam a aumentar – já não no ritmo vertiginoso do início da recuperação, mas a uma velocidade mais próxima do que os economistas consideram sustentável e, o que é crucial, mais rápida do que a inflação.

O aumento dos rendimentos permitiu que os americanos continuassem a gastar, mesmo quando as poupanças que acumularam durante a pandemia diminuíram. Restaurantes e hotéis seguem lotados. Os varejistas estão saindo de uma temporada de férias recorde e muitos preveem crescimento também este ano.

Os gastos dos consumidores ajudaram a alimentar uma aceleração do crescimento econômico global no segundo semestre do ano passado e parecem ter continuado a avançar no primeiro trimestre de 2024, embora de forma mais lenta.
Os juros seguirão altos por um tempo

Portanto, a inflação está alta demais, o desemprego é baixo e o crescimento é sólido. Com esse conjunto de ingredientes, o livro de receitas padrão para a elaboração de políticas oferece uma receita simples: taxas de juro elevadas.

Efetivamente, os diretores do Fed sinalizaram que os cortes nas taxas de juros – que os investidores esperavam no início deste ano – deverão agora esperar pelo menos até o verão. Michelle Bowman, governadora do Fed, chegou a sugerir que o próximo passo do banco central poderia ser aumentar as taxas, e não reduzi-las.

A expectativa dos investidores de juros mais baixos foi um grande fator para a alta dos preços das ações no final de 2023 e no início deste ano. Essa recuperação perdeu força à medida que as perspectivas de cortes nas taxas se tornaram mais sombrias e novos atrasos poderiam significar problemas para os investidores. Os principais índices de ações caíram acentuadamente na quarta-feira (10), após o relatório inesperadamente quente do CPI. O S&P 500 encerrou a pior semana do ano com queda de 1,6%.

Quem toma empréstimo terá de esperar por qualquer alívio das taxas. Os juros de hipotecas caíram no final do ano passado, em antecipação aos cortes então previstos, mas desde então voltaram a subir, exacerbando a crise existente no acesso à habitação. As taxas dos cartões de crédito e dos empréstimos para aquisição de automóveis estão nos níveis mais elevados das últimas décadas, o que é particularmente difícil para os americanos de baixa renda, mais propensos a depender dessas linhas.

Há sinais de que os custos mais elevados dos empréstimos estão começando a ter efeitos: a inadimplência aumentou, especialmente para os mutuários mais jovens.

“Há motivos para preocupação. Há partes da população que, por uma razão ou outra, estão sob pressão”
— Karen Dynan, economista da Universidade Harvard e ex-funcionária do Tesouro no governo de Barack Obama.

No conjunto, porém, a economia resistiu ao duro remédio das taxas mais elevadas. As falências e execuções hipotecárias de consumidores não dispararam. Nem os fracassos empresariais. O sistema financeiro não cedeu como algumas pessoas temiam.

“O que deve nos manter acordados à noite é vermos a economia desacelerar, mas os números da inflação não desacelerarem”, disse Edelberg. Até agora, porém, não foi isso que aconteceu. “Ainda temos uma demanda muito forte e só precisamos que a política monetária permaneça mais restritiva por mais tempo.”

IstoÉ Dinheiro - SP   16/04/2024

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,960 bilhão na segunda semana de abril, conforme dados divulgados nesta segunda-feira, 15, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O saldo foi resultado de exportações de US$ 6,755 bilhões no período menos importações de US$ 4,794 bilhões.

Com o desempenho na segunda semana, no mês de abril, a balança comercial já acumula superávit de US$ 4,772 bilhões, com exportações de US$ 14,396 bilhões e importações de US$ 9,623 bilhões.

No ano, o saldo comercial já é positivo em US$ 23,851 bilhões. As vendas externas somam US$ 92,668 bilhões no acumulado no ano e as importações, US$ 68,817 bilhões.

Com relação à media diária, as exportações de abril de 2024 registram queda de 4,4% em relação à média verificada em abril de 2023. Em relação às importações, houve queda de 9,5% em igual período de comparação.

No acumulado até a segunda semana de abril, comparando com igual mês do ano anterior, houve queda de 20,6% nas exportações do setor de Agropecuária; crescimento de 24,2% em Indústria Extrativa; e queda de 3,6% nas vendas externas de produtos da Indústria de Transformação.

A média diária importada até a segunda semana do mês, em relação a igual período de 2023, houve uma alta de 21,0% nas importações do setor de Agropecuária; queda de 32,6% em indústria extrativa; e queda de 7,8% em produtos de Indústria de Transformação.

Globo Online - RJ   16/04/2024

O dólar encerrou esta segunda em R$ 5,18, no maior valor desde março do ano passado e representando uma alta de 1,24% em relação à sexta-feira, com dados fortes da economia americana, as contas públicas do Brasil e as tensões no Oriente Médio no radar dos investidores.

A moeda abriu em alta e foi pressionada pelos dados de varejo nos Estados Unidos em março, que vieram acima do esperado pelos investidores. As vendas no setor cresceram 0,7% em relação à fevereiro, ante projeção de 0,3% do mercado. Os dados sugerem uma economia mais aquecida, o que faz com que investidores se questionem sobre quando o banco central americano irá começar a diminuir a taxa de juros no país, e tende a desfavorecer as aplicações em renda variável.

— Esse movimento de valorização do dólar não é de hoje. Dados de inflação e a atividade econômica nos Estados Unidos estão vindo bem mais fortes do que o esperado. Antes, o mercado chegou a precificar corte de juros em março e agora já está jogando para a segunda metade do ano. Isso levou a um fortalecimento do dólar frente a várias outras moedas, como o real — explica Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank.

No momento, a taxa de juros nos Estados Unidos está no maior patamar em mais de 20 anos, entre 5,25% e 5,50%. Nesta segunda, os títulos com vencimento em 10 anos subiram 10 pontos-base e eram negociados a 4,62% por volta das 16h30m.

Por volta das 14h30, o dólar atingiu a máxima do dia, quando o ministro da Fazenda confirmou que a meta fiscal em 2025 será de zero e não de 0,5% do PIB, como previsto anteriormente.

— Com os juros globais em alta, todas as moedas emergentes sofreram hoje. No meio disso, o Brasil não mostra compromisso com o arcabouço fiscal, o que aumenta o risco-país. Nosso calcanhar de Aquiles é o fiscal, e no primeiro ano do arcabouço o governo mandou o recado de que não vai apertar o cinto e que prefere mudar a meta — afirma Roberto Motta, estrategista macro da Genial Investimentos.

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, mais uma mudança no arcabouço aponta a fragilidade da política fiscal do governo.

— A mudança só reforça a ideia de que o primário, ano que vem, caminha para terminar com déficit acima de 0,5%. As recentes quebras no regime fiscal, menos de um ano depois da aprovação, mostram a fragilidade da política fiscal do governo.

Ele afirma que o vencimento de US$ 3,7 bilhões em títulos de NTN-A (atrelados ao dólar) nesta segunda também pressiona o câmbio.

Para os especialistas, a moeda deve permanecer nesse patamar por mais algum tempo. O C6 Bank projeta que o dólar deve encerrar o ano em R$ 5,30, com os desafios fiscais no Brasil e a resiliência da economia americana no radar:

— Também vemos essa questão no Oriente Médio como um grande fator de risco, porque não conseguimos prever os desdobramentos e, com uma escalada no conflito, o dólar pode subir mais. Mas por ora, não colocamos isso no nosso cenário — alerta Salles.

Agência Brasil - DF   16/04/2024

Num dia de tensões domésticas e externas no mercado financeiro, o dólar aproximou-se de R$ 5,19 e fechou no maior nível em mais de um ano. A bolsa de valores caiu quase 0,5% e teve o quarto recuo consecutivo.

O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (15) vendido a R$ 5,185, com alta de R$ 0,064 (+1,24%). A cotação operou em alta ao longo de toda a sessão. Na máxima do dia, por volta das 14h30, aproximou-se de R$ 5,21.

A cotação está no maior valor desde 27 de março do ano passado, quando tinha sido vendida a R$ 5,20. Em 2024, o dólar sobe 6,85%.

O dia também foi tenso no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 125.334 pontos, com queda de 0,49%. Com queda de 6,6% no ano, o indicador está no menor nível desde 17 de novembro de 2023.

Tanto fatores domésticos como internacionais afetaram o mercado financeiro nesta segunda-feira. No cenário interno, a mudança da meta fiscal para 2025, com a manutenção do déficit primário zero em vez de superávit primário de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo ano, foi mal recebida pelos investidores.

Os principais fatores que provocaram turbulências, no entanto, são externos. O agravamento das tensões entre Irã e Israel e o aquecimento da economia norte-americana fizeram o dólar subir em todo o planeta. As vendas no varejo nos Estados Unidos subiram acima do previsto em março, o que diminui as chances de o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) começar a reduzir os juros em julho.

Taxas altas em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil. Em relação ao petróleo, a cotação do barril do tipo Brent, usado nas negociações internacionais, caiu 0,21% para US$ 90,21, apesar do bombardeio iraniano a Israel.

Infomoney - SP   16/04/2024

O banco central da China deixou inalterada nesta segunda-feira uma importante taxa de juros, conforme amplamente esperado, ao rolar os empréstimos de médio prazo que estavam vencendo, e retirou algum dinheiro do sistema bancário por meio do instrumento de títulos.

A manutenção do instrumento de empréstimo de médio prazo (MLF) ressalta a intenção do banco central de manter a estabilidade da moeda em meio a uma recuperação econômica instável e de afastar as expectativas do mercado em relação ao momento do primeiro corte da taxa de juros dos Estados Unidos pelo Federal Reserve este ano.

O arrefecimento da inflação, a desaceleração da expansão do crédito e a retração das exportações em março apontaram para a necessidade de mais estímulos para reavivar o ímpeto da segunda maior economia do mundo, segundo analistas.

No entanto, o enfraquecimento do yuan devido ao ressurgimento do dólar e os diferenciais de rendimento com outras economias importantes restringiram os esforços de afrouxamento monetário das autoridades.

Além disso, a taxa MLF serve como um guia para as taxas primárias de empréstimo (LPRs) e os mercados, em sua maioria, usam a taxa MLF como um precursor para a mudança nos referenciais de empréstimo.

O Banco do Povo da China (PBoC) informou que estava mantendo a taxa sobre 100 bilhões de iuanes (13,82 bilhões de dólares) em empréstimos MLF de um ano para algumas instituições financeiras em 2,50%.

Em uma pesquisa da Reuters com 31 observadores do mercado, todos os entrevistados esperavam que o banco deixasse a taxa inalterada.

Com 170 bilhões de yuanes em empréstimos MLF a vencerem neste mês, a operação resultou em uma retirada líquida de 70 bilhões de yuanes de fundos do sistema bancário.

O Estado de S.Paulo - SP   16/04/2024

A alteração das metas fiscais dos próximos anos, que serão anunciadas nesta segunda-feira durante a apresentação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, expõe a grande falha do arcabouço fiscal elaborado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em substituição ao teto de gastos, do governo Michel Temer.

O ajuste tem como foco o aumento da arrecadação, sem uma agenda efetiva de cortes de gastos, o que tornou irrealistas as projeções apresentadas pela equipe econômica em abril do ano passado.

Com isso, no lugar de um superávit de 0,5% do PIB no ano que vem, a proposta agora é de déficit zero – ou seja, o mesmo número já previsto para este ano. Para 2026, o número também foi revisado para baixo, de 1% para 0,25%, e pela primeira vez surgiu a estimativa para 2027, que será de 0,5%, e para 2028, que será de 1%. A grosso modo, apenas em 2027 o governo se compromete a atingir o que estava programado para 2025 – um adiamento de dois anos.

De um lado, o arcabouço fiscal está sendo pressionado por três grandes grupos de despesas: o salário mínimo e os pisos da saúde e da educação. De outro, a Receita Federal e a equipe econômica já estão esgotando as possibilidades de aumento de receitas extraordinárias, que passam a enfrentar não só resistências no Congresso, mas também entre pessoas físicas e jurídicas, que terão de pagar a conta.

O salário mínimo já tem a previsão de um aumento nominal de 6,37% no ano que vem, o que significa um ganho real de 2,9%, pela forma de indexação atrelada à inflação do ano anterior e ao PIB de dois anos antes. Além disso, os pisos da saúde e da educação estão vinculados a 15% da Receita Corrente Líquida (RCL), no caso da Educação, e de 18% da Receita Líquida de Impostos (RLI), no caso da Saúde.

Na prática, esses três grupos crescem de forma mais acelerada do que a regra global do arcabouço fiscal, que permite alta de no máximo 2,5% dos gastos, em relação ao ano anterior, e limitado a 70% do crescimento das receitas.

O economista Marcelo Fonseca, da Reag Investimentos, calcula que as contas públicas do País têm um “déficit primário estrutural” entre R$ 100 bilhões a R$ 150 bihões por ano. O cálculo é feito retirando todas as receitas extraordinárias da conta, ou seja, recursos que entrarão uma única vez nos cofres do Tesouro. Por isso, ele defende que é preciso começar logo uma agenda de cortes de gastos.

“Qualquer programa de ajuste que queira estabilizar as contas públicas vai precisar de uma agenda importante de contenção de despesas. E isso não é só revisar programas e melhorar a eficiência, mas de fato mudar a direção dos gastos. É matemática elementar”, explicou.

Se até a quinta-feira passada o mercado financeiro já havia assimilado a alteração desses números, agora, a reação tende a ser diferente, com a piora do cenário global. A inflação americana e o mercado de trabalho mais aquecidos do que o esperado vão dificultar o início do corte de juros pelo Fed, o Banco Central dos EUA.

Com isso, a tendência é de aumento do dólar em relação às principais divisas do mundo. Países com problemas nas contas públicas, como o Brasil, tendem a sofrer mais. O reflexo disso já aparece na cotação do dólar sobre o real, que saltou de R$ 5 na última terça-feira para R$ 5,19 na manhã desta segunda. A geopolítica global também ficou mais intrincada, com os ataques do Irã a Israel.

Com o dólar mais alto, a tendência é de que as expectativas de inflação para o Brasil também piorem. Isso porque os produtos industrializados que o Brasil importa tendem a ficar mais caros. O economista Luis Otávio Leal, da G5 Parters, mostra os números de como isso pode virar um problema para o Banco Central. Se hoje a preocupação com a inflação está nos bens “não comercializáveis”, notadamente o setor de serviços, que sobe 4,72% nos 12 meses encerrados em março, um novo foco de alta pode vir dos bens comercializáveis (produtos industriais), que até então têm alta de apenas 0,97%. Produtos mais caros vindos do exterior podem ter um impacto de até 0,65 ponto no nosso IPCA, o que obrigaria o BC a manter a taxa Selic mais elevada.

Mas qual a relação disso com as contas públicas? Tudo, porque juros mais altos significam um déficit nominal também mais elevado, com impacto sobre o endividamento do governo. Além disso, afetam o crescimento do PIB, com reflexo sobre a arrecadação.

Mesmo com a revisão, os números apresentados hoje estão acima do projetado pelo mercado financeiro no Boletim Focus. Para 2025, a mediana de economistas e investidores aponta para um déficit de 0,6% do PIB, com leve melhora para -0,5%, no ano seguinte, e -0,2%, em 2027.

De alguma forma, os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) precisarão vencer a queda de braço interna contra integrantes do PT para convencer Lula a bancar uma agenda efetiva de cortes de gastos. Do contrário, o presidente poderá naufragar na economia.

MINERAÇÃO

Valor Investe - SP   16/04/2024

Incertezas na China alimentam sobe e desce dos preços do minério de ferro e ajudam a fazer preço no pregão de hoje. Além disso, entra no radar dos investidores o relatório do J.P. Morgan que reavaliou o setor de siderurgia e indicou nova preferência

As ações da Vale, a ação mais pesada do índice Ibovespa, subiram 0,58%, a R$61,99, no pregão de hoje em linha com a valorização de 2,2% do minério de ferro na bolsa de Dalian. As pares tiveram ganhos ainda maiores ao longo da sessão.

Os papéis da Metalúrgica Gerdau (GOAU4) , subiram 3,62%, a R$10,89, da Gerdau (GGBR4 ) 3,50%, a R$ 23,09, entre as maiores altas do índice. A CSN (CSNA3) tinha ganhos de 0,21%, a R$ 14,38.

Os preços do minério de ferro exibiram trajetória de montanha-russa nas últimas semanas. Oscilando junto com as incertezas relativas à economia chinesa — a China é a maior consumidora mundial da commodity — e as notícias sobre a crise no setor imobiliário local, as cotações tocaram, no início do mês, o menor nível em quase 11 meses no mercado à vista, de US$ 98,30 por tonelada. Na sexta-feira, já haviam retomado a marca de US$ 112 por tonelada, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, com ganho acumulado de 9% em abril.

Para além do movimento da commodity, os analistas do J.P. Morgan Rodolfo Angele e Tathiane Martins Candini escrevem que a Gerdau parece ter melhores perspectivas para 2024, após um ano muito desafiador, com o pior momento nas operações do Brasil ficando para trás e a América do Norte se mantendo forte. Eles notam que a diretoria da Gerdau está avançando em programas para impulsionar a geração de caixa da companhia, com um plano de redução de custos ambicioso e espaço para trabalhar em cima dos investimentos.

As ações da companhia se tornaram sua nova preferência no setor de siderurgia, acima de Ternium e Usiminas, vendo bons valores para os papéis, sendo atualmente negociados em 4,2 vezes o Ebitda de 2024 e 3,7 vezes em 2025.

O banco elevou hoje a recomendação de Gerdau e Metalúrgica Gerdau de neutra para compra e os preços-alvos de R$ 25,50 para R$ 30,50 e R$ 11 para R$ 13, respectivamente, potenciais de alta de 36,7% e 23,7% sobre os fechamentos de sexta-feira (12).

O banco também aproveitou para atualizar estimativas de outras companhias sob sua cobertura, incorporando preços mais recentes de commodities e premissas macroeconômicas.

O banco também elevou os preços-alvos de Bradespar de R$ 32,50 para R$ 33,50, potencial de alta de 62,4%, e de Usiminas de R$ 12 para R$ 12,50, potencial de alta de 22,9%, reiterando recomendação de compra para as duas empresas.

Veja tudo sobre os balanços e outros indicadores financeiros, além de todas as notícias sobre a empresa, no Valor Empresas 360.

Com informações originalmente publicadas pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico

Infomoney - SP   16/04/2024

Os preços futuros do minério de ferro ampliaram a alta e atingiram uma máxima de várias semanas nesta segunda-feira, sustentados por uma evidente redução nos embarques e pela esperança de que a China, principal consumidora do minério, lance mais estímulos para apoiar sua economia.

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 2,18%, a 845,5 iuanes (US$ 116,80) a tonelada, o maior valor desde 26 de março.

O minério de ferro de maio, referência na Bolsa de Cingapura, subia 1,31%, a US$ 112,5 a tonelada, o maior valor desde 11 de março.
O minério de ferro de Dalian subiu pelo sexto pregão consecutivo, enquanto o contrato de Cingapura subiu pela terceira sessão consecutiva.

Os embarques de minério de ferro dos principais fornecedores, Austrália e Brasil, caíram 28,8% em relação à semana anterior, para 19,19 milhões de toneladas, na semana de 8 a 14 de abril, segundo dados da consultoria Mysteel.

A expectativa é de que a economia da China tenha desacelerado no primeiro trimestre, uma vez que um prolongado desaquecimento do setor imobiliário e a fraca confiança do setor privado pesaram sobre a demanda, mantendo as pressões sobre os formuladores de políticas por mais medidas de estímulo.

Além disso, os novos empréstimos bancários na China aumentaram menos do que o esperado em março em relação ao mês anterior, enquanto o crescimento amplo do crédito atingiu um recorde de baixa e os problemas no setor persistem.

A incorporadora imobiliária Vanke, apoiada pelo Estado chinês, disse que está enfrentando pressões de liquidez de curto prazo e dificuldades operacionais, mas que preparou “uma série de planos” para estabilizar seus negócios e reduzir a dívida.

Outros ingredientes de fabricação de aço na bolsa de Dalian registraram ganhos, com o carvão metalúrgico e o coque subindo 3,97% e 2,92%, respectivamente.

“Devido aos altos estoques de aço remanescentes, um novo aumento na produção de metais quentes pode não ser propício para a sustentabilidade de uma recuperação de preços”, disseram os analistas da First Futures em uma nota.

Infomoney - SP   16/04/2024

A Vale (VALE3) oficializou nesta segunda-feira (15) que toda a energia elétrica utilizada nas suas operações no Brasil no ano passado foi proveniente de fontes renováveis, como usinas hidrelétricas, eólicas e solar, atingindo sua meta de 100% de consumo de energia renovável no país.

“A empresa ainda tem o desafio de alcançar 100% de consumo de energia renovável em suas operações globais até 2030. No momento, esse indicador está em 88,5%”, acrescentou a mineradora no comunicado.

Segundo a Vale, a meta de de zerar as emissões indiretas de CO2 no Brasil, equivalentes ao escopo 2, foi alcançada dois anos antes do prazo previsto inicialmente, que era 2025.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   16/04/2024

Governo reduziu impostos de carros novos há menos de um ano e entre o fim do ano passado e o início deste outras duas medidas, de maior peso, atenderam aos principais anseios do setor

Na noite de sexta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da inauguração da nova sede da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em São Paulo. Aos olhos de muitos, parecia um exagero transformar o acontecimento num evento presidencial, com todo o aparato cerimonial que a ocasião exige. Mas o simplório motivo do encontro simboliza algo maior: a consolidação de laços entre os fabricantes de veículos e o Executivo.

A Anfavea caprichou na recepção. Um dos pontos altos do evento foi o vídeo, transmitido em telão montado na área de eventos do edifício. A plateia, formada, principalmente, por integrantes da indústria e representantes dos trabalhadores, assistiu a um mini documentário sobre a trajetória do presidente da República, com destaque para os tempos de sindicato, nas portas de fábrica; primeiro como líder dos trabalhadores e, depois, como chefe de Estado. As imagens finais mesclaram a história de Lula com a do setor.

Lula nunca escondeu sua afeição pela indústria de veículos e componentes, uma atividade que serviu de base para a força que conduziu o movimento sindical no país e, consequentemente, sua própria trajetória política.

Essa relação história tem se confirmado em algumas das decisões tomadas pelo governo federal que envolveram o setor nos últimos meses. Para dar uma mãozinha nas vendas, há menos de um ano, foi criado um programa que reduziu impostos em carros novos de até R$ 120 mil. E entre o fim do ano passado e o início deste, outras duas medidas, de maior peso, atenderam aos principais anseios do setor.

A primeira foi uma decisão de Congresso, mas com forte interferência de integrantes do Executivo: a prorrogação, até 2032, de incentivos fiscais para empresas instaladas nas Regiões Nordeste e Centro-Oeste. É certo que essa medida desagradou as montadoras que concentram a produção no Sul e Sudeste. Mas agradou não só a maior delas, Stellantis, com fábrica em Pernambuco, como também revelou a força da bancada de parlamentares do Nordeste e ajudou o presidente da República no projeto de diminuir a desigualdade regional.

Em seguida, veio a regulamentação do Mover, antigo Rota 2030, um programa que oferece incentivos fiscais em troca de investimentos em inovação e redução de emissões veiculares.

Embora decisões governamentais em favor de um setor não sejam a única condição para multinacionais investirem num país, a onda de anúncios de novos investimentos das montadoras que se seguiu serviu, de certa forma, para demonstrar que a indústria automobilística está satisfeita com o país.

A ponto de reservar altos volumes de recursos para modernizar fábricas e desenvolver novos veículos. Até aqui, os ciclos de novos investimentos, só dos fabricantes de carros e comerciais leves, somam R$ 110,8 bilhões para a década.

Assim, na inauguração da nova sede da Anfavea, governo e indústria tinham motivos de sobra para comemorar.

A comitiva de ministros que acompanhou o presidente na visita à Anfavea também chamou a atenção: Fernando Haddad, da Fazenda, Ricardo Lewandowski, da Justiça, Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, e o vice Geraldo Alckmin, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Durante os discursos, questões políticas vieram à tona apenas quando, num gesto de reação aos recentes constrangimentos do embate entre o ministro das Relações Institucionais e o presidente da Câmara, Arthur Lira, Lula disse que “só por teimosia” Padilha permaneceria no cargo.

O que o presidente mais queria mesmo - e a direção da Anfavea, idem – era aproveitar o evento para destacar a nova onda de investimentos das montadoras.

“Aconteceu alguma coisa”, destacou Lula. “A indústria passou a ter confiança no Brasil, a acreditar, a ter segurança jurídica, estabilidade econômica e social. É tudo o que interessa para quem quer investir e trabalhar”.

A cerimônia ganhou ares de papo entre amigos quando o presidente da República pediu à Anfavea a volta do salão do automóvel. A última edição da exposição, que era feita a cada dois anos, foi em 2018.

Lula disse que “um país do tamanho do Brasil não pode deixar de ter salão” porque o brasileiro gosta de carros. Ele mesmo, contou, gostava muito de ir nesse tipo de exposição. Mas, lamentou, quando passou a visitar a mostra já como presidente da República não tinha tempo suficiente para admirar os carros expostos.

E quando fez o pedido da volta do salão, que, não há dúvidas, será atendido, ele disse ainda: “Vocês precisam dar um pouco de retorno ao que demos a vocês”.

Talvez, no fundo, Lula não tenha se referido somente ao salão. Seria muito pouco a retribuir diante dos benefícios fiscais que esse setor tem conquistado.

Infomoney - SP   16/04/2024

A Tesla reduzirá o número de funcionários globais em mais de 10%, escreveu Elon Musk em um e-mail aos funcionários, enquanto a montadora enfrenta uma desaceleração na demanda por veículos elétricos.

O CEO citou a duplicação de funções e a necessidade de reduzir custos como razões para os cortes no memorando visto pela Bloomberg News. Se os cortes se aplicarem a toda a empresa, a demissão representaria mais de 14 mil funcionários.

A Tesla relatou que entregas de veículos no início deste mês ficaram aquém das expectativas por uma ampla margem, registrando seu primeiro declínio trimestral em quatro anos. Vários analistas estão se preparando para uma possível redução nas vendas da fabricante de veículos elétricos durante o ano, citando a lenta produção de seu mais novo modelo, o Cybertruck, e uma pausa em novos produtos até que a empresa comece a produzir um veículo de próxima geração no final do próximo ano.
“À medida que preparamos a empresa para a nossa próxima fase de crescimento, é extremamente importante analisar todos os aspectos para reduzir custos e aumentar a produtividade”, escreveu Musk no e-mail.

“Como parte deste esforço, fizemos uma revisão completa da organização e tomamos a difícil decisão de reduzir o nosso número de funcionários em mais de 10% globalmente. Não há nada que eu odeie mais, mas isso deve ser feito.”

A Tesla terminou o ano passado com 140.473 funcionários, quase o dobro do total de três anos antes. Esse crescimento foi feito pela produção em duas fábricas – uma em Austin e outra fora de Berlim – que começaram a produzir veículos utilitários desportivos Modelo Y no início de 2022. A empresa começou a reduzir os preços em toda a sua linha à medida que essas instalações atingiam volumes mais elevados.

“Ao longo dos anos, crescemos rapidamente com várias fábricas crescendo em todo o mundo”, escreveu Musk na mensagem, que foi relatado na segunda-feira pelo blog Electrek. “Com este rápido crescimento, houve duplicação de funções em determinadas áreas.”

Na sua mais recente grande redução da força de trabalho, a Tesla eliminou cerca de 10% dos trabalhadores assalariados em meados de 2022.

As ações da Tesla caíram 31% este ano, classificando-se entre as de pior desempenho no índice S&P 500. As ações caíam até 1,2% antes do início das negociações regulares.

Os funcionários da Tesla temem possíveis cortes de empregos desde o início deste ano, quando os gestores foram solicitados a responder se cada uma das posições de seus funcionários era crítica. Alguns funcionários assalariados também foram informados no final do ano passado que a empresa não iria oferecer prêmios de equidade baseados no mérito como parte das avaliações anuais de desempenho.

“Só temos que perseguir cada centavo possível”, disse o diretor financeiro Vaibhav Taneja durante a mais recente teleconferência de resultados da Tesla em 24 de janeiro.

A desaceleração que a Tesla sentiu ultimamente tem sido generalizada. A BYD da China entregou apenas 300.114 veículos elétricos a bateria no primeiro trimestre, uma queda de 43% em relação aos últimos três meses do ano passado, quando se destacou brevemente como o maior vendedor de veículos elétricos do mundo. Fabricantes como Volkswagen, General Motors e Ford Motor adiaram ou abandonaram completamente os projetos de veículos elétricos à medida que os consumidores se recusam aos preços ainda elevados e à escassez de estações de carregamento.

Rodoviário

Valor - SP   16/04/2024

Se bem-sucedida, a renegociação será a primeira de uma leva de acordos em relação a contratos problemáticos de infraestrutura

A Ecorodovias está perto de um acordo com o governo federal e o Tribunal de Contas da União (TCU) para a repactuação de sua concessionária Eco101, segundo fontes. Se bem-sucedida, a renegociação poderá ser a primeira de uma leva de acordos para solucionar contratos problemáticos de infraestrutura.

Leia mais: Veja tudo sobre o balanço da Ecorodovias e outros indicadores financeiros, além de todas as notícias sobre a companhia no Valor Empresas 360

A empresa e o TCU já chegaram a um acordo preliminar, mas o grupo ainda aguarda o relatório final do tribunal com os termos da repactuação, o que deverá sair nas próximas duas semanas.

Em linhas gerais, o acordo prevê uma reorganização do plano de investimentos da concessionária — que foi um dos principais motivos da crise da concessão. Além disso, deverá haver mudança no prazo do contrato e na tarifa cobrada dos usuários, diz uma fonte.

Além disso, uma das condições do acordo é que a companhia abra um processo para oferecer a concessão repactuada a eventuais compradores. Porém, caso haja ofertas, a empresa ainda poderia cobrir a proposta, segundo a fonte.

A Eco101 é responsável por administrar a BR-101 no Espírito Santo, entre a fronteira com o Rio de Janeiro e com a Bahia. A empresa venceu o contrato em um leilão em 2012.

Na época, o grupo ofereceu um desconto considerado agressivo, de 45,6% sobre a tarifa máxima de pedágio. Porém, nos anos seguintes, a concessionária entrou em crise.

Procurada, a Ecorodovias afirmou, em nota, que "o processo de repactuação da Eco101 segue em análise junto ao TCU e a concessionária permanece à disposição para construir a melhor solução viável", e que "continua operando a rodovia e prestando todos os serviços de atendimento aos usuários". O TCU disse que "não há decisão do tribunal ou documentos públicos no momento". O Ministério dos Transportes não se manifestou até o momento.

Outras negociações no radar

Hoje, no TCU, há outros três projetos em discussão: a MSVias (da CCR), a Arteris Fluminense e a ViaBahia, em estágios um pouco menos avançados. Além desses quatro contratos, que são os primeiros a passar pela negociação, há diversas outras concessionárias interessadas em uma repactuação.

A renegociação das concessões problemáticas do passado foi uma forma encontrada pelo governo federal para destravar investimentos e resolver passivos regulatórios que já completam uma década sem solução. As concessões que hoje demandam uma solução foram licitadas no passado sob premissas excessivamente otimistas e com ofertas agressivas dos grupos econômicos. Nos anos seguintes, com a crise econômica e a dificuldade das empresas em entregar as obrigações pesadas previstas nos contratos, diversos dessas concessionárias entraram em colapso.

Inicialmente, a saída encontrada para esses projetos havia sido a relicitação, ou seja, a devolução dos contratos ao governo para que um novo leilão fosse realizado. No entanto, essa alternativa se mostrou lenta e bastante complexa.

Após anos em discussão, até o momento, apenas dois ativos de infraestrutura passaram pela relicitação: o aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN), que é devolvido pela Inframérica e será repassado à Zurich Airport; e a Via040, da Invepar. O primeiro trecho desta rodovia foi relicitado na semana passada e conquistado pela EPR, mas ainda falta um segundo trecho a ser leiloado a um novo operador, e o pagamento da indenização à antiga concessionária ainda está pendente.

Diante dos entraves, desde o ano passado, o TCU abriu uma janela para a renegociação dessas concessões junto às empresas e ao governo federal, como uma alternativa para viabilizar os investimentos de forma mais rápida.

Valor - SP   16/04/2024

Ecorodovias, Acciona e OHLA são apontados como grupos interessados; licitação acontece nesta terça (16), a partir de 10h

O governo de São Paulo planeja licitar, nesta terça-feira (16), a PPP (Parceria Público-Privada) do Lote Litoral Paulista, projeto rodoviário que prevê R$ 4,3 bilhões em investimentos. A concorrência será realizada a partir de 10h, da sede da B3, em São Paulo.

A concessão, que terá 30 anos de duração, abarca 213,5 km de estradas. O lote inclui a rota entre Arujá e Bertioga - que faz a ligação entre a capital e as praias do Estado -, além de rodovias ao longo do litoral sul, de Bertioga até Santos e de Santos até a cidade de Miracatu, passando por Praia Grande e Peruíbe.

A expectativa do mercado é que a licitação seja bem-sucedida. Ao menos três grupos são apontados como interessados. A Ecorodovias é vista como principal candidata da concorrência, dado que a empresa já opera o sistema Anchieta-Imigrantes, que também interliga a capital ao litoral de São Paulo. A ausência da companhia no leilão da BR-040, realizado na semana passada pelo governo federal, reforçou a percepção de que o grupo concentraria esforços na PPP.

Outros dois grupos que vinham estudando o projeto são as espanholas Acciona e OHLA. A Acciona já possui uma concessão de mobilidade urbana em São Paulo e tem disputado projetos de longo prazo em outros segmentos, como saneamento (a PPP da Sanepar) e rodovias (a PPP do Rodoanel Norte), mas até o momento sem sucesso nas licitações. Já a OHLA é a antiga OHL, que já operou rodovias no Brasil no passado, mas vendeu seus ativos em 2012 à Abertis (que formou a atual Arteris). Segundo fontes, o grupo voltou a estudar projetos rodoviários no Brasil, entre eles a PPP paulista.

Apesar das expectativas de um leilão com disputa, como as propostas serão entregues apenas no momento da concorrência, ainda há dúvidas sobre que grupos efetivamente participarão da licitação.

Vencerá a disputa o grupo que oferecer o maior desconto sobre os aportes anuais do Estado

Procuradas, Ecorodovias e Acciona não quiseram comentar. A reportagem tentou contato com a OHLA, mas não teve resposta.

Como se trata de uma PPP, a previsão é que o Estado entre com uma parte dos recursos para viabilizar os investimentos. No edital, está projetado um pagamento anual de R$ R$ 199,5 milhões ao concessionário.

Porém, esse valor poderá cair e até mesmo chegar a zero, a depender do nível de concorrência desta terça. No leilão, vencerá o grupo que oferecer o maior desconto sobre as contraprestações anuais do Estado. Caso o deságio chegue a 100%, as empresas também poderão oferecer o pagamento de uma outorga, que neste caso entra como critério adicional para a disputa.

No governo passado, já houve uma tentativa de licitar o Lote Litoral Paulista, mas o leilão foi suspenso devido a questionamentos do Tribunal de Contas do Estado, motivados pela prefeitura de Mogi das Cruzes (SP), que se opôs fortemente ao projeto. Na atual gestão, a solução foi transformar o contrato, que antes seria uma concessão plena, em PPP (com participação de recursos públicos). Dessa forma, foi possível viabilizar o contrato com um valor de pedágio mais baixo, o que diminuiu as resistências.

Entre os investimentos projetados estão previstos 84,35 km de duplicações, que incluem o trecho entre Arujá e Mogi das Cruzes e entre Bertioga e Santos. Também deverão ser construídas 8,7 km de faixas adicionais e 72,7 km de ciclovias no lote.

PETROLÍFERO

CNN Brasil - SP   16/04/2024

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a pasta criou um grupo de trabalho para monitorar a possível variação nos preços do petróleo em meio à escalada do conflito no Oriente Médio, agora entre Irã e Israel.

De acordo com Silveira, o assunto foi debatido na manhã desta segunda-feira (15) e que, em meio a crises internacionais, o país sofre diretamente com restrições à comercialização e produção de petróleo. “É importante que estejamos atentos”, pontuou.

O grupo é responsável por identificar os impactos do conflito e as possíveis consequências para o mercado petroleiro, que podem gerar efeito cascata nos preços de combustíveis no Brasil.

Segundo o ministro, a pasta “está debruçada” nos impactos do conflito sobre os preços do petróleo. “Hoje cedo fiz uma reunião na secretaria de petróleo, gás e biocombustíveis a fim de que a gente possa, num grupo que acabei de criar de monitoramento permanente da oscilação do preço do brent (petróleo produzido no Oriente Médio)”, disse em coletiva de imprensa nesta segunda.

Além disso, o ministro falou que o grupo vai agir respeitando a governança do setor privado e da própria Petrobras.

Silveira também afirmou que vai procurar a Petrobras para garantir que qualquer impacto não seja sentido imediatamente pelos consumidores brasileiros.

Mesmo assim, o ministro disse ter esperança de que os ataques não escalem. “Como os conflitos estão em fase de ensaio e não temos elementos concretos que apontem caminho desastroso, quero crer que, diante de tantos desafios que vivem o mundo e problemas reais, que os grandes líderes mundiais terão responsabilidades com o planeta”, pontuou.
Ataque sem precedentes

O Irã lançou um ataque sem precedentes de drones e mísseis em grande escala contra Israel na noite de sábado (13), em retaliação a um suposto ataque israelense a um complexo diplomático iraniano na Síria, aumentando a perspectiva de um conflito regional total.

Mais de 300 projéteis – incluindo cerca de 170 drones e mais de 120 mísseis balísticos – foram disparados contra Israel em um imenso ataque aéreo durante a noite, mas “99% deles” foram interceptados pelos sistemas de defesa aérea de Israel e seus “parceiros”, de acordo com os militares israelenses.

Valor - SP   16/04/2024

A Petrobras explica que a espessura de seu reservatório tem a mesma altura que o Pão de Açúcar, e sua extensão corresponde a mais que o dobro que a Baía de Guanabara

Maior em águas ultraprofundas do mundo, o Campo de Búzios, na Bacia de Santos, atingiu no fim de março a marca de 1 bilhão de barris de petróleo produzidos, anunciou nesta segunda-feira (15) a Petrobras.

Em junho do ano passado, Búzios já havia registrado a produção acumulada de 1 bilhão de barris de óleo equivalente – que considera óleo em barris somado à produção de gás natural, convertida para barris equivalentes de óleo (boe). Agora, a cifra inclui apenas a produção de petróleo.

O campo é operado pela estatal brasileira em consórcio com a Pré-Sal Petróleo (PPSA) e as chinesas CNOOC e CNODC. Búzios começou a ser operado em 2018 e tem produção em cinco unidades, os FPSOs (navios-plataformas) P-74, P-75, P-76, P-77 e Almirante Barroso.

Para dar uma ideia da dimensão do campo, a Petrobras explica que a espessura de seu reservatório tem a mesma altura que o Pão de Açúcar, e sua extensão corresponde a mais que o dobro que a Baía de Guanabara. O campo está localizado a 180 km da costa, e a mais de 2 mil metros de profundidade.

Expansão

Búzios é considerado o maior campo de petróleo do mundo em águas ultraprofundas em extensão e em reservas. Apesar disso, ele ainda não é o campo mais produtivo do Brasil, posição que é ocupada pelo Campo de Tupi, que respondeu por um quarto (25%) da produção marítima de óleo e gás do Brasil no ano passado, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), enquanto a fatia de Búzios no total foi de cerca de 18%.

A Petrobras explica que Tupi supera Búzios porque entrou em operação há mais tempo, mas a tendência é que isso mude. Segundo a ANP, em 2023, a produção de petróleo do Campo de Búzios aumentou 10,28%, enquanto a do Campo de Tupi caiu 3,5%.

A empresa projeta ainda um aumento na produção no Campo de Búzios, com novos sistemas de produção que serão instalados nos próximos anos. A capacidade do campo será elevada para a casa dos 2 milhões de barris de óleo por dia até 2030.

O Estado de S.Paulo - SP   16/04/2024

Quando o grupo terrorista Hamas atacou Israel, em outubro do ano passado, houve uma expectativa de que os preços do petróleo poderiam disparar. Não foi o que aconteceu. Os preços até chegaram a subir na primeira semana, mas não foi a disparada que se poderia esperar - o barril do óleo tipo Brent, que estava cotado a cerca de US$ 85 o barril antes do ataque, chegou a tocar os US$ 90 nos dias posteriores, mas nada além disso. E terminou o ano em queda.

O mesmo tem sido visto agora. O ataque do Irã contra Israel no fim de semana provoca dúvidas e um certo temor sobre a cotação do petróleo, uma commodity ainda muito importante para toda a economia mundial. Mas, pelo menos no primeiro dia útil após o conflito, o que se vê é um mercado absolutamente normal - na verdade, a cotação do petróleo até opera em queda. Por volta das 15h (de Brasília), a cotação do óleo tipo Brent recuava 0,48%, com o barril vendido a US$ 90,02.

Por que isso tem ocorrido? Quando o Hamas atacou Israel, uma das explicações para o pouco efeito sobre os preços do petróleo era o fato de que nenhum deles era responsável por uma grande produção petrolífera, apesar da localização próxima a grandes produtores. Quando ficou claro que o conflito dificilmente se alastraria para os países vizinhos (principalmente a Arábia Saudita, maior produtor mundial), os temores de efeito nos preços arrefeceram.

No caso atual, o impacto talvez pudesse ser maior, já que o Irã é um grande produtor. “Hoje o Irã é o terceiro maior produtor de petróleo da Opep-13, só fica atrás da Arábia Saudita e do Iraque. Ele é responsável por cerca de 3% de toda oferta mundial de petróleo”, diz Bruno Cordeiro, analista de mercado da consultoria StoneX.

Mas, segundo ele, os ataques a Israel já eram esperados, por conta da ofensiva israelense contra a embaixada iraniana na Síria. “Essa contraofensiva iraniana já havia sido notificada, inclusive pelo governo iraniano a alguns países vizinhos 72 horas antes. Então Israel já havia se preparado para esses ataques através do uso do domo de ferro”, diz o analista.

Diante deste cenário, uma flutuação maior nos preços dos barris de petróleo, segundo ele, só seria vista se houvesse uma resposta de Israel ao ataque, o que o mercado descarta neste primeiro momento. “O mercado entende que há uma baixa probabilidade de contraofensiva israelense no curto prazo. Isso acaba reduzindo os ânimos dos agentes, reduzindo os receios ligados a um aumento dos conflitos ali na região e acaba gerando essa pressão as cotações”, explica.

“Essa crise no Oriente Médio aparentemente já passou do ponto mais alto. Imagina-se que essa crise caminha para a solução, principalmente pelo fato de os Estados Unidos não estar mais tão empolgado em apoiar Israel. Pelo contrário, os Estados Unidos têm recriminado Israel, fazendo com que a crise no Oriente Médio diminua”, diz Paulo Feldmann, professor de economia da Universidade de São Paulo (USP) e professor da FIA Business School.

Feldmann aponta que o fato de a Rússia e a China também não terem entrado na guerra da forma como se imaginava, além do fato de o Irã ter realizado um ataque “mais brando” são indicativos de que a guerra não deve ter uma escalada.

“Em outras crises que ocorreram no passado não longínquo, cerca de dois, três anos atrás, o preço do petróleo, quando subiu, subiu por muito pouco tempo e ficou claro que era uma coisa bastante especulativa”, diz. “O preço do petróleo chegou no seu ponto máximo e não deve subir mais ainda, inclusive porque se visualiza o fim desse conflito no curto-médio prazo.”

O economista e investidor da Corano Capital, Bruno Corano, aponta que tanto no caso da guerra da Rússia contra a Ucrânia - quando a cotação do petróleo alcançou os US$ 130 - quanto neste, os preços do petróleo rapidamente se restabeleceram, porque os conflitos estão contidos em determinadas regiões, sem que nenhum deles tenha impactado diretamente a produção de petróleo.

“Na Rússia, por exemplo, houve todo um cuidado para que os embargos atingissem toda a esfera econômica, exceto a liberdade de exportação de petróleo do país para o resto do mundo, pois uma eventual menor oferta geraria pressão nos preços”, diz.

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