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16 de Janeiro de 2024

SIDERURGIA

Diário do Comércio - MG   16/01/2024

A produção mineira de aço bruto registrou uma forte retração no ano passado. Dados do Instituto Aço Brasil mostram que as siderúrgicas de Minas Gerais produziram 9,3 milhões de toneladas em 2023, uma queda de 7,8% frente a 2022, quando o volume foi de 10,1 milhões de toneladas. Já a fabricação de semiacabados para venda e laminados ficou estável, com 9,5 milhões de toneladas.

Apesar do recuo, Minas Gerais permaneceu como a maior produtora de aço no Brasil. A siderurgia do Estado foi responsável por 29,3% da produção nacional de aço bruto e 32,3% da fabricação de semiacabados para venda e laminados. Para efeitos de comparação, as participações de mercado do segundo colocado, Rio de Janeiro, foram de 27% e 21,8%, respectivamente.

Os maiores players do setor siderúrgico brasileiro mantêm usinas em Minas Gerais, o que tende a explicar a liderança mineira na produção. O Estado abriga unidades de empresas como ArcelorMittal, Aperam, Gerdau e Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas). Esse fator ainda pode ser a explicação para a queda produtiva mineira, já que todas essas companhias passam por problemas decorrentes da alta na importação de aço, que diminui a demanda nacional.

A Usiminas, por exemplo, abafou o alto-forno 1 da planta de Ipatinga em virtude da crescente importação de aço, sobretudo, do mercado chinês. A Aperam postergou investimentos que faria em Timóteo. Já a ArcelorMittal prolongou a parada técnica programada para três usinas, incluindo a de Juiz de Fora. E a Gerdau realizou demissões e paralisou algumas unidades no País, sendo que, em Minas Gerais, apenas a de Ouro Branco está com produção normalizada.

As medidas tomadas pelos produtores de aço engrossaram o pleito do setor por isonomia. Eles alegam que a concorrência com as fabricantes chinesas, as quais acusam de práticas predatórias ao subsidiar o preço dos produtos siderúrgicos do País, é desleal. As produtoras brasileiras pedem o aumento da alíquota de importação de aço de 9,6% para 25%, o mesmo percentual adotado por outros países como os Estados Unidos, visando proteger a indústria siderúrgica nacional.
Produção de aço recua 6,5% no Brasil e importações crescem 50%

Em mais de uma oportunidade no ano passado, representantes do Aço Brasil disseram que o governo federal estava sensível à situação do setor. Em novembro, na ocasião de um evento para apresentação de dados do setor, o presidente do Conselho Diretor da entidade, Jefferson de Paula, disse, com otimismo, que acreditava em uma tomada de decisão do Executivo até o fim de 2023.

A expectativa do executivo não se concretizou e enquanto o governo federal não define se irá ou não acatar o pleito, as siderúrgicas compilam mais resultados negativos. Assim como ocorreu em Minas Gerais, nacionalmente, a produção de aço bruto em 2023 caiu consideravelmente frente a 2022, embora a fabricação de semiacabados para venda e laminados tenha registrado estabilidade.

Conforme os números do Instituto, o Brasil produziu 31,9 milhões de toneladas de aço bruto no acumulado de janeiro a dezembro do ano passado, o que representa uma queda de 6,5% em comparação a igual período do ano anterior, de quase 35 milhões de toneladas. Ao mesmo tempo, a importação de produtos siderúrgicos atingiu 5 milhões de toneladas, o que representa crescimento de 50%.

O consumo aparente de aço foi de 23,9 milhões de toneladas no período, alta de 1,5%, que se deu, exclusivamente, pelo aumento das importações, segundo o superintendente de Economia do Aço Brasil, Marcelo de Ávila. Conforme ele, as vendas internas, cujo volume foi de 19,4 milhões de toneladas, ou queda de 4,4%, perderam espaço para a importação. Para acentuar ainda mais o cenário ruim, com 11,7 milhões de toneladas, as exportações do setor caíram 1,8%.

Valor - SP   16/01/2024

Analistas da agência explicam que a nota reflete a posição competitiva de liderança no mercado brasileiro de aços planos da companhia e de segunda maior exportadora de minério de ferro do país

A Moody’s Local reiterou a classificação de risco nacional da CSN em “AA.br”, com perspectiva estável.

Segundo os analistas Yael Shavitt, Pedro Chaves e Patricia Maniero, o rating da CSN reflete a sua posição competitiva de liderança no mercado brasileiro de aços planos, e de segunda maior exportadora de minério de ferro do país, fornecendo produtos de valor agregado para uma gama de indústrias.

“A companhia historicamente sustenta margens operacionais saudáveis, graças à sua sólida posição no mercado doméstico, amplo portfólio de produtos, e verticalização de processo produtivo que contribui para sua estrutura de custos de produção globalmente competitiva para aço e minério de ferro. Sua posição de liquidez confortável, aliada a um cronograma de amortização de dívida alongado são considerações positivas para o crédito”, escrevem.

A agência de classificação de risco destaca, no entanto, que o rating da companhia está limitado pelo histórico de sua política financeira, incluindo estrutura de capital alavancada, elevado apetite por crescimento e elevada distribuição de dividendos. A exposição à volatilidade do mercado siderúrgico no Brasil e dos preços do minério de ferro também é um ponto de atenção do crédito.

“Enxergamos que a adoção de uma política financeira conservadora com uma alocação de capital prudente seguirá sendo chave para o fortalecimento do perfil de crédito da companhia, de modo que as suas métricas de alavancagem e liquidez permaneçam em patamares saudáveis, à medida que segue com seu crescimento”, afirmam.

Valor - SP   16/01/2024

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) concluiu a aquisição de 18,61% da Panatlântica por R$ 150 milhões. Assim, a CSN passa a deter 29,91% do capital social da Panatlântica. O pagamento será realizado em seis parcelas anuais, sendo a primeira paga na segunda-feira (15) e as demais agendadas nos meses subsequentes ao fechamento da operação. A transação havia sido anunciada em outubro, após a ASTM e a Futura, duas sócias da LP Aços, formarem uma companhia conjunta, a Talavera, com foco em vender sua participação na Panatlântica. A LP Aços permanece com 68,3%.

Diário do Aço - MG   16/01/2024

Conforme comunicado da empresa à imprensa, a reinauguração será no próximo dia 24

Está marcado para o próximo dia 24, a reinauguração do alto-forno 3 da Usiminas, em Ipatinga. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da siderúrgica nesta segunda-feira (15).

O presidente da empresa, Marcelo Chará, irá conceder uma entrevista coletiva à imprensa por volta das 10h30, em que ele irá repassar informações sobre o equipamento.

Será realizado ainda, uma visita guiada pelo alto-forno 3 com a imprensa e demais autoridades.

Produção

Com a retomada do alto-forno 3, o maior da companhia, a Usiminas terá uma capacidade de produção de ferro gusa de aproximadamente 3,6 milhões ao ano na usina de Ipatinga. Na reforma, a empresa investiu cerca de R$ 2,7 bilhões para a completa revitalização, que incluiu uma série de melhorias técnicas.

Brasil Mineral - SP   16/01/2024

Objetivo e identificar e testar tecnologias que possam solucionar desafios propostos pela indústria.

O programa de inovação aberta Gerdau Challenge FIEMG Lab recebe inscrições até 31 de janeiro para identificar e testar tecnologias que possam solucionar desafios propostos pela indústria. O programa criado pela FIEMG LAB conta com a parceria da Gerdau, uma das chamadas “Indústrias do Futuro” do FIEMG Lab. As inscrições devem ser feitas pelo link https://fiemglab.com.br/challenge/gerdau-2024/. “Estamos muito animados com a execução de mais um ciclo de parceria com a Gerdau. Já realizamos mais de 15 projetos de inovação aberta via Gerdau Challenge FIEMG Lab que trouxeram diversos resultados e aprendizados e agora não será diferente”, destaca a coordenadora do FIEMG Lab, Bruna Silva.

O programa oferece diversos benefícios para as startups e spin-offs, como oportunidades de negócios, realização de provas de conceito remuneradas, oportunidade de expansão da solução após a validação do teste, colaboração e aprendizado entre FIEMG Lab e a equipe de especialistas da Gerdau, além de apresentar a solução da startup para diversas áreas da indústria.

O responsável pelo Programa na Gerdau, Kaio Andriani, explica que a inovação faz parte da estratégia de negócio da indústria e a parceria com o FIEMG Lab existente há cinco anos é uma oportunidade de conhecer e construir produtos com avanços tecnológicos pautados nas reais necessidades das indústrias. “A Gerdau acredita na relação de impacto entre startup e indústria para a construção de soluções inovadoras e competitivas. A inovação está no DNA da companhia e, por meio do Gerdau Challenge FIEMG Lab, teremos a oportunidade de atuar na solução dos desafios propostos”, enfatiza.

O programa busca por startups ou spin-offs que possam solucionar os seguintes desafios: Contagem e identificação de pragas exóticas de eucalipto; e Eliminar a exposição do operador no carregamento de chapas grossas. Para mais detalhes, acesse o https://fiemglab.com.br/challenge/gerdau-2024/.

ECONOMIA

Agência Brasil - DF   16/01/2024

O mercado financeiro reduziu a previsão da inflação para este ano. Segundo projeção do Boletim Focus, divulgada hoje (15) pelo Banco Central (BC), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - considerado a inflação oficial do país - deve fechar este ano em 3,87%. Há uma semana, a projeção do mercado era de que a inflação este ano ficasse em 3,90%.

Divulgado semanalmente, o Boletim Focus reúne a projeção de mais de 100 instituições do mercado para os principais indicadores econômicos do país. Para 2025, a projeção da inflação deve ficar em 3,50%. Para 2026 e 2027, a previsão é que a inflação se mantenha nos 3,5% nos dois anos.

A estimativa para 2024 está dentro do intervalo de meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3% para 2024, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p)para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

Para alcançar a meta de inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, a taxa básica de juros, definida em 11,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

O comitê informou que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 9% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é que a taxa básica caia para 8,5% ao ano. A mesma previsão para os anos de 2026 e 2027.

Câmbio

O boletim divulgado nesta segunda-feira, também, prevê uma diminuição no valor do câmbio em dólar. Segundo o Focus, em 2024, a moeda fecha o ano em R$ 4,95. Há quatro semanas a previsão era de que a moeda norte-americana ficasse em R$ 5,00. Para 2025, a projeção é que o dólar também fique em R$ 5,00. Para 2026, a previsão é que o câmbio feche em R$ 5,06 e para 2027, em R$ 5,10.

PIB

Em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB - Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no país), o Focus manteve a previsão da semana passada de crescimento de 1,59% para este ano. Para 2025, o boletim também manteve a previsão de crescimento da semana passada de 2%, que também é a mesma para os anos de 2025 e 2026.

Investing - SP   16/01/2024

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Os dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP) recém-divulgados mostram uma tendência de desaceleração. Com base nesses números, a expectativa é que o núcleo do PCE de dezembro de 2023, que será anunciado em 26 de janeiro, tenha ficado em 0,17% na variação mensal (2,9% na anual).

Esse cálculo implica que o PCE básico teve uma média de 1,9% em termos anualizados e ajustados sazonalmente nos últimos seis meses de 2023. É importante destacar que essa medida, que é a preferida pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano), tem se mantido próxima da meta da autoridade monetária.

Diante desses fatos, o Barclays agora prevê que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) adote uma política de corte de juros de 25 pontos-base a cada duas reuniões, a partir de março.

Essa projeção deve levar a uma faixa-alvo para os fundos federais de 4,25-4,50% até o final de 2024 e uma redução adicional para 3,25-3,50% até o final de 2025.

"Vemos nossa projeção de corte de juros principalmente como uma recalibração da taxa nominal de política em função da menor inflação, e ela se baseia em uma moderação contínua nos indicadores de inflação", disseram analistas do Barclays.

"Nossa projeção de corte de juros também não leva em conta fatores políticos relacionados às próximas eleições. Em vez disso, acreditamos que o Fomc tomará suas decisões de juros com base em critérios econômicos, e principalmente na expectativa de inflação."

Antes, o Barclays esperava que o Fed iniciasse o corte de juros em junho.

CNN Brasil - SP   16/01/2024

A economia global enfrenta um ano de perspectivas de crescimento moderado e incertezas decorrentes de conflitos geopolíticos, condições de financiamento restritas e o impacto perturbador da inteligência artificial (IA), segundo uma pesquisa com economistas divulgada nesta segunda-feira (15).

Realizada todos os anos antes da reunião anual do Fórum Econômico Mundial no resort suíço de Davos, a pesquisa com mais de 60 economistas-chefes dos setores público e privado de todo o mundo tenta esboçar as prioridades para os autoridades de política monetária e líderes empresariais.

Cerca de 56% dos entrevistados esperam que as condições econômicas globais gerais enfraqueçam este ano, com um alto grau de divergência regional.

Enquanto a maioria prevê um crescimento moderado ou mais forte na China e nos Estados Unidos, houve um amplo consenso de que a Europa apresentará apenas um crescimento fraco ou muito fraco.

A perspectiva para o Sul da Ásia e o Leste Asiático e Pacífico foi mais positiva, com uma grande maioria esperando um crescimento pelo menos moderado em 2024.

Refletindo os comentários dos principais bancos centrais do mundo, que sugerem que as taxas de juros atingiram o pico, 70% dos entrevistados esperam que as condições financeiras se afrouxem à medida que a inflação diminui e o aperto atual nos mercados de trabalho perde força.

A IA deve deixar uma marca desigual na economia mundial: enquanto 94% esperavam que a IA aumente significativamente a produtividade nas economias de alta renda nos próximos cinco anos, apenas 53% previam o mesmo para as economias de baixa renda.

Separadamente, o Fórum divulgou um estudo sobre a “qualidade” do crescimento econômico em 107 economias, que concluiu que a maioria dos países está crescendo de maneiras que não são ambientalmente sustentáveis nem socialmente inclusivas.

“A retomada do crescimento global será essencial para enfrentar os principais desafios, mas o crescimento por si só não é suficiente”, disse Saadia Zahidi, diretora executiva do Fórum Econômico Mundial.

O Fórum disse que vai lançar uma campanha para definir uma nova abordagem para o crescimento e ajudar os autoridades de política monetária a equilibrá-la com prioridades sociais, ambientais e outras.

Infomoney - SP   16/01/2024

A China precisa de reformas estruturais para evitar “um declínio bastante significativo nas taxas de crescimento”, disse a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, à CNBC em uma entrevista nesta segunda-feira.

No curto prazo, o setor imobiliário da China ainda precisa ser “consertado”, juntamente com um alto nível de dívida do governo local, disse Georgieva, falando à CNBC no Fórum Econômico Mundial em Davos.

“Em última análise, o que a China precisa é de reformas estruturais para continuar a abrir a economia, para equilibrar o modelo de crescimento mais voltado para o consumo interno, o que significa criar mais confiança nas pessoas, de modo que (os cidadãos) não economizem, gastem mais”, disse Georgieva, segundo a CNBC.

Investing - SP   16/01/2024

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 1,391 bilhão na segunda semana de janeiro (dias 8 a 14). De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, 15, o valor foi alcançado com exportações de US$ 6,212 bilhões e importações de US$ 4,822 bilhões. No mês, o superávit acumulado é de US$ 3,496 bilhões.

Até a segunda semana do mês, a média diária das exportações registrou aumento de 31,6% na comparação com a média diária do período em 2023, com crescimento de US$ 70,7 milhões (43,9%) em Agropecuária; alta de US$ 134,37 milhões (55,6%) em Indústria Extrativa e aumento de US$ 120,54 milhões (19,2%) em produtos da Indústria de Transformação.

Já as importações igualmente tiveram crescimento, de 4,6% no período, também na comparação pela média diária, com queda de US$ 2,35 milhões (-10,2%) em Agropecuária; recuo de US$ 13,14 milhões (-17,7%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 57,98 milhões (7%) em produtos da Indústria de Transformação.

O Estado de S.Paulo - SP   16/01/2024

Exportações para a China superam R$ 100 bi; baixa diversificação demanda mais ousadia

N ão deixa de ser auspicioso o fato de as exportações brasileiras para a China terem cruzado pela primeira vez a vistosa fronteira dos US$ 100 bilhões, como sublinhou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) na divulgação da balança comercial de 2023. Há menos de 30 anos, o Brasil sonhava com esse valor para o total de seus embarques. A perspectiva de o governo Lula da Silva ver esse resultado ainda mais robusto neste e nos próximos anos, entretanto, está entremeada por justas preocupações em torno da diversidade e da qualidade de seu comércio exterior. A dependência cada vez maior em relação ao mercado chinês, consumidor quase exclusivo de três commodities brasileiras, é a principal delas.

A China foi o destino de 37,2% das exportações brasileiras em 2023, quase exclusivamente de commodities. Há 18 anos, não passavam de 10%, como informou recente reportagem do Estadão. A escalada deu-se em paralelo à redução da participação de mercados que, tradicionalmente, absorvem manufaturas brasileiras, em especial os Estados Unidos e a Argentina. O resultado mais visível dessa equação está na presença da indústria de transformação nos embarques do País, que caiu de 66,2%, em 2016, para 52,2% no ano passado. Pode-se concluir que a qualidade das exportações brasileiras, medida pelo seu valor agregado, recuou.

É certo que, no comércio exterior, muito vale a pressão da demanda. A voracidade chinesa por minério de ferro, alimentos in natura e petróleo – os principais bens brasileiros escoados para a China – tem sido satisfeita pela alta produtividade da soja e outros grãos e da mineração do País. O benefício, entretanto, está longe de ser totalmente mútuo. Primeiro, pela resistência histórica da China em adquirir os produtos acabados do Brasil – em vez da soja, mais carnes; em vez do minério, chapas e bens siderúrgicos. Segundo, porque, no setor de commodities, as condições dos importadores valem bem mais do que as expectativas dos exportadores. Em linguagem comercial, o País se mantém na condição de “vendido” diante da China.

Será difícil Pequim ceder nesses padrões, que tanto beneficiam sua economia. Mas nada impede um esforço concentrado do governo e do setor privado brasileiros para buscar outros mercados para suas commodities e, especialmente, para seus produtos com maior valor agregado. Na pauta exportadora do Brasil, não faltam bens altamente competitivos no agronegócio e na indústria de transformação. Nem outros setores cuja atratividade externa possa ser alavancada pelo uso comprovado de energia limpa e pelo respeito a normas ambientais.

É indiscutível que o embarque recorde para a China contribuiu significativamente para o superávit total da balança comercial de US$ 98,8 bilhões em 2023. Mas manter ou ampliar a dependência brasileira da demanda chinesa exclusiva por commodities não deixa ser uma lógica comodista. Passou da hora da adoção de políticas públicas e de demonstração de maior ousadia do setor privado para agregar valor às exportações e diversificar os mercados do Brasil.

Investing - SP   16/01/2024

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Os mercados reagiram prontamente e precificaram um total de 6 cortes de juros para este ano. Em sua avaliação, a probabilidade de um corte de juros já em março em 80%, o que, na visão do Morgan Stanley (NYSE:MS), é otimista demais.

Vishwanath Tirupattur, diretor-chefe global de Pesquisa Quantitativa, explicou que os dados não justificam um corte de juros tão cedo. O Fed certamente vai querer ver mais evidências de uma evolução positiva antes de realmente agir. Isso foi confirmado pela presidente da sucursal de Cleveland do Fed, Loretta Mester, após a divulgação dos números da inflação dos EUA. Em suas palavras:

"Eu acho que março é cedo demais para um corte de juros, na minha opinião, porque estou convencida de que precisamos ver mais evidências [...]. Acredito que o relatório do IPC de dezembro mostra que ainda temos muito trabalho pela frente, e esse trabalho exigirá uma política monetária restritiva."

Tirupattur compartilha dessa visão, ao escrever:

"Nem os dados recentes nem os comentários do Fed indicam que devemos antecipar o corte de juros para março. Como Seth Carpenter, nosso economista-chefe, observou, ‘seria necessário ou tensões sérias nos mercados financeiros ou surpresas negativas notáveis na inflação, no emprego ou em ambos para alcançar um corte de juros em março’. Os dados de emprego e inflação de dezembro, bem como os comentários dos oficiais do Fed, não indicam tais surpresas negativas e não nos dão motivo para antecipar o momento dos cortes de juros, independentemente dos preços de mercado."

Por esse motivo, os economistas do Morgan Stanley mantêm a expectativa de que um primeiro corte de juros em junho é o mais provável. Se a situação permitir, um adiantamento para maio seria possível, mas não para março.

O Estado de S.Paulo - SP   16/01/2024

Com uma política econômica que mantém um olho no eleitorado e outro no mercado, evitando um ajuste fiscal definitivo mas também recusando o "gasto é vida" da esquerda do PT, Lula e seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, provavelmente estão bem conscientes de que seu sucesso depende em boa parte da evolução do quadro internacional no qual está inserida a economia brasileira.

Estados Unidos e China, em particular, são as economias cujo comportamento em 2024 e até o final do presente mandato de Lula podem ajudar ou atrapalhar os planos de reeleição do atual presidente. Assim, é útil acompanhar e interpretar o que ocorre nos dois competidores pela hegemonia global.

Hoje, em particular, os mercados ficaram felizes com a divulgação da deflação de 0,1% do PPI (índice de preços ao consumidor) dos Estados Unidos em dezembro. A projeção média era de alta de 0,2%.

O economista Tony Volpon, ex-diretor do BC brasileiro, nota que a importância da surpresa favorável no PPIde dezembro é que o indicador é utilizado para as projeções do "core PCE", isto é, do núcleo do deflator do consumo das famílias no PIB americano. E o núcleo do PCE é justamente o indicador que o Federal Reserve (Fed, BC dos EUA) elege para perseguir o cumprimento da sua meta de inflação de 2%.

Volpon exemplifica com o fato de que o banco UBS, depois da surpresa do PPI, reduziu sua projeção do 'core PCE' de dezembro de 0,24% para 0,16%.

O economista, entretanto, observa que o mercado vem oscilando para um lado e para outro com divulgações de índices que por vezes apontam em direção contrária. O CPI (índice de preços ao consumidor) de dezembro, por exemplo, veio em 0,3%, acima do 0,2% da projeção mediana do mercado.

De qualquer forma, o PPI de hoje ajudou a derrubar juros de mercado nos Estados Unidos e em outros países, como o Brasil.

"Quase toda a piora com o CPI parece ter sido corrigida com o PPI, mas a gente tem que aguardar a semana que vem para ver qual será de fato o 'core PCE' de dezembro", comenta Volpon.

Ele aponta que, paralelamente ao processo de desinflação, tem havido um afrouxamento das condições financeiras muito forte desde o final do ano passado, nas asas das expectativas crescentes de que haja de fato um pouso suave da economia americano. Esse sentimento, por sua vez, foi estimulado pela recente mudança, na direção de maior frouxidão, do discurso do chairman do Fed, Jerome Powell.

Mas Volpon vê alguns riscos para a concretização do cenário de pouso suave. Componentes do consumo mais sensíveis aos juros, como habitação e bens manufaturados, poderiam reagir mais fortemente do que o esperado ao ciclo de afrouxamento monetário que se antecipa (e antecipado na prática pelo relaxamento das condições financeiras). Ele nota que os preços dos bens caíram no CPI desde junho do ano passado, mas o movimento foi zerado em dezembro.

Risco adicional é o preço do petróleo que, como se ensaia nas últimas sessões de negociação, pode subir em função das balbúrdias geopolíticas que vêm ocorrendo no mundo.

No front da China, o especialista Livio Ribeiro, economista do IBRE-FGV e sócio da consultoria BRCG, considera que uma questão importante no momento é saber qual será a meta de crescimento do PIB chinês a ser estabelecida pelo governo para 2024.

Ribeiro vem chamando a atenção para o problema de ativação da demanda doméstica na China, mas não se coloca entre os alarmistas que preveem uma crise de grandes impactos disruptivos no país asiático. A notícia mais recente, segundo o economista, são dados qualitativos indicando um quadro levemente mais favorável no setor de serviços.

Ribeiro projeta que o governo chinês deve estabelecer a meta de crescimento de 2024 no intervalo de 4,5%-5%, "possivelmente mais perto de 4,5% do que de 5%". Ele considera que o governo chinês não deverá arriscar muito numa meta de crescimento ousada, diante das dificuldades bem reais de a economia chinesa ganhar tração. Assim, antevê que "vão se reconhecer os limites do possível em 2024".

Em termos de impacto no Brasil, ele considera seu cenário para a China em 2024 como neutro, observando que, de forma meio fora do usual, as exportações brasileiras para o mercado chinês cresceram no ano passado mesmo com o país receptor desacelerando.

"Uma China que desacelera mas não sai do trilho é neutra para o Brasil, a coisa só fica mais complicada se a gente vai para movimentos extremos", diz.

Um alerta final do especialista sobre a China em 2024 é que uma eventual eleição de Trump no final do ano vai causar "ranger de dentes" no grande rival econômico e geopolítico dos Estados Unidos.

Investing - SP   16/01/2024

Os analistas de mercado ouvidos mensalmente pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda projetam que o governo entregará um resultado primário com déficit de R$ 86,143 bilhões em 2024. No documento anterior, de dezembro, a estimativa era de rombo de R$ 90,0 bilhões. Os dados constam do boletim Prisma Fiscal de janeiro, divulgado nesta segunda-feira, 15.

O governo pretende zerar o déficit neste ano com o novo arcabouço fiscal, aprovado no ano passado.

A Lei Orçamentária Anual de 2024 prevê um pequeno superávit de R$ 2,8 bilhões neste ano, dentro do resultado neutro almejado.

Para 2025, a expectativa do mercado é de déficit de R$ 82,759 bilhões - no mês anterior, a projeção era de rombo de R$ 78,149 bilhões. O arcabouço fiscal coloca como meta um superávit equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano.

Um dos objetivos da nova regra fiscal é perseguir superávits primários, partindo de um resultado neutro em 2024. A proposta substituiu o teto de gastos, com regras mais flexíveis para as despesas do governo. Os gastos só poderão crescer em até 70% do aumento da receita, dentro do intervalo de 0,6% a 2,5% acima da inflação.

O Prisma deste mês revisou levemente para baixo as previsões do mercado para as receitas federais em 2024, com a estimativa passando de R$ 2,534 trilhões para R$ 2,533 trilhões. Para 2025 a projeção para a arrecadação passou de R$ 2,684 trilhões para R$ 2,689 trilhões.

A estimativa para a receita líquida do Governo Central neste ano passou de R$ 2,077 trilhões para R$ 2,083 trilhões, enquanto para o próximo ano variou de R$ 2,211 trilhões para R$ 2,214 trilhões.

Pelo lado do gasto, a projeção de despesas totais do Governo Central este ano passou de R$ 2,167 trilhões para R$ 2,174 trilhões. Para 2025, a estimativa subiu de R$ 2,211 trilhões para R$ 2,214 trilhões.

A mediana das projeções dos analistas do Prisma para a Dívida Bruta do Governo Geral em 2024 passou de 78,80% do PIB no mês anterior para 78,10% do PIB no relatório divulgado nesta segunda-feira. Para 2025, a estimativa foi revisada de 81,20% para 80,10%, na mesma comparação.

O Estado de S.Paulo - SP   16/01/2024

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve perseguir um orçamento com base no déficit primário zero neste ano, defendido pela equipe econômica. O alerta é do presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. Em um ano eleitoral, quando a aprovação de reformas fica mais difícil, o caminho é o debate da estrutura administrativa, por exemplo.

“As grandes prioridades são a execução do orçamento com bases de zero déficit público bem como as leis que vão complementar a reforma tributária”, diz Trabuco, em entrevista ao Estadão/Broadcast, diretamente de Davos, na Suíça, onde está para participar do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), nesta semana. “A questão fiscal permanece a ordem do dia”, reforça.

Para o executivo, a redução dos juros no País pode ser maior que o projetado pelo mercado, considerando o atual nível da inflação, e deve ser um dos motores de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. O esperado afrouxamento monetário nos Estados Unidos e a escolha do futuro chefe da Casa Branca são pontos de atenção no cenário global, mas o Brasil está preparado para lidar com eventuais efeitos, tanto na atração de investimentos estrangeiros quanto sob a ótica da diplomacia. Abaixo, a íntegra da entrevista:

Há um ano, o noticiário era pautado pelos ataques de 8 de janeiro, em Brasília, repetindo o que ocorreu nos Estados Unidos, no Capitólio, em 2021. Na ocasião, o sr. disse que a oposição via conspiração era o principal desafio do governo Lula. Qual a sua visão um ano depois?

O mais importante é evitar a calcificação, uma palavra antiga, mas que está na moda, dessa polarização em bases ideológicas, porque isso inviabiliza o debate democrático. Passado um ano, as instituições mostraram solidez e a democracia se provou robusta para superar aquele momento de transição. Agora, é inevitável que, embora a polarização continue sendo uma característica política do mundo todo, no Brasil, o Congresso trabalha na sua plenitude, as instâncias do Judiciário também e a agressividade dos debates se reduziu bastante de um ano atrás.
Na pauta econômica, o mercado temia o que seria o primeiro ano do governo Lula sob os riscos de piora fiscal, interferência no Banco Central, excesso de uso de estatais. Como o sr. avalia esse período?

Não ocorreram as interferências nas instituições, e isso é importante nesse balanço. O Banco Central continuou agindo dentro de parâmetros técnicos e as estatais não foram instrumentalizadas politicamente. A questão fiscal permanece a ordem do dia. Mas avanços importantes foram realizados nesse primeiro ano de gestão. A aprovação da reforma tributária ganha destaque bastante evidente. Agora, a manutenção (da meta) de déficit zero sinaliza compromisso de responsabilidade fiscal. É óbvio que a melhoria fiscal depende do País voltar a crescer e acho que esse crescimento vai acontecer em 2024, independente de previsões ainda muito modestas.
Mas economistas veem como certa uma alteração da meta à frente. Qual o limite que o mercado aceita sem gerar tanto ruído e afetar a política monetária?

A questão fiscal sempre é uma grande preocupação para os investidores. O arcabouço fiscal estabeleceu uma meta agressiva de déficit zero, mas é evidente que temos desafios que continuam presentes. Apesar disso, em 2023, o pessimismo de parte do mercado foi superado. A avaliação política acabou não se confirmando e os parâmetros macroeconômicos, que poderiam ser revisados depois da pandemia, não foram. O direcional está definido e é muito bom.
Alguma outra reforma pode ser aprovada neste ano, diante das eleições municipais? Qual deveria ser a prioridade na agenda do Executivo junto ao Legislativo?

O ano eleitoral sempre dificulta a aprovação de reformas estruturantes, mas não impede o debate como, por exemplo, da reforma administrativa. As grandes prioridades são a execução do orçamento com bases de zero déficit público bem como as leis que vão complementar a reforma tributária. Essa agenda produtiva está no Congresso e inclui temas como a regulamentação das redes sociais, a discussão dos limites éticos da inteligência artificial e as questões de transição energética.
O crescimento do Brasil surpreendeu em 2023, mas, para este ano, as projeções apontam menor fôlego. Como o sr. vê a economia brasileira em 2024?

O ano de 2024 começa com uma perspectiva de crescimento econômico menor em função do clima e dos efeitos dessas mudanças climáticas provocadas pelo El Niño. Mas, por outro lado, o nível de emprego, de consumo, principalmente de serviços, pode puxar o PIB, que, com certa parcimônia, já está sendo revisto para cima. Estou otimista com relação à capacidade da economia reagir aos desafios.

Mas as projeções são tímidas...

Um crescimento de 2%, 3%, é pouco para o potencial econômico do Brasil, que precisa de uma agenda que una esforços de empresários, capital externo, governo, Congresso e Judiciário para voltar a ter um crescimento sustentável. O desafio é ampliar o PIB potencial do Brasil. Há fatores que indicam um ciclo positivo em 2024. O primeiro é a inflação controlada, que é um ganho de previsibilidade importante dentro do mundo empresarial. Agora, não podemos subestimar a força da política monetária nesta trajetória de queda de juros. Isso possibilita aumento do crédito com uma dose maior de previsibilidade. Um fato que vai continuar em 2024 é a solidez da balança comercial, que gera solvência internacional e geração de riqueza no mercado interno.

E a reforma tributária?

A regulamentação da reforma tributária tem impacto importante a médio e longo prazos. O Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) dá uma perspectiva muito boa para os agentes econômicos. É um ano que provavelmente o aumento de investimentos pode ser um dos drivers de crescimento do PIB. Por exemplo, o investimento na transição energética tem sido robusto no Brasil. Vale lembrar um esforço espetacular do programa de renovação do setor automotivo e da infraestrutura. Essa reciclagem do setor automotivo vai demandar PIB. Por outro lado, a população mundial continua a crescer, e a demanda por alimentos, commodities agrícolas e proteínas, animais ou vegetais, continua forte no mundo, que também demanda energia renovável.
Como o Brasil pode ser beneficiado?

O estoque de energia renovável do Brasil atesta a capacidade do País de ter um cenário positivo em 2024 e nos próximos anos. Por isso que o Brasil é diferenciado. O desafio do equilíbrio das contas públicas está endereçado. É prioridade do governo, do Congresso, e acho que a sociedade está indicando um rumo positivo para o realismo fiscal. Então, isso dá a cor de um 2024 que possamos comemorar. Isso é importante.

O ano de 2023 foi marcado por pressão política e por parte do empresariado por corte de juros no Brasil. A Selic está caindo no ritmo adequado? Poderia descer mais rápido?

As projeções já sinalizam uma Selic abaixo de 10%. Independente das previsões que estão nos preços, a taxa ainda é o dobro da inflação corrente. Então, nós temos espaço e condições de avançarmos na flexibilização da política monetária. A própria inflação denota isso. O juro é o preço chave da economia que precisa ser administrado de forma cirúrgica para evitar exageros porque os efeitos da política monetária são muito relevantes para as empresas e para as famílias. Então, acho que teremos uma política monetária que vai jogar a favor do crescimento neste e nos próximos anos.
Há grandes expectativas quanto à redução das taxas nos Estados Unidos. Como o relaxamento monetário na maior economia do mundo pode influenciar o Brasil? O estrangeiro voltará com mais força?

A flexibilização monetária nos EUA será a grande notícia de 2024 porque vai mexer com a economia mundial no sentido positivo. Não importa se a redução de juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) começa em março ou julho. O importante é que essa tendência está endereçada. E isso vai ser fundamental para dar uma nova dinâmica ao fluxo de investimentos no Brasil e no mundo. Isso está dando uma tranquilidade sobre a gestão institucional financeira global, que está saindo desse momento de turbulência. E o melhor indicador são as bolsas de valores em patamares que dão uma dimensão boa para o mercado de capitais. Agora, o mundo e investidores que circulam em Davos estão preocupados com a insegurança geopolítica, a ameaça do clima e a necessidade de commodities agrícolas e minerais. A energia verde é o grande bilhete que o mundo procura. E o Brasil tem a oferecer isso.
As eleições nos EUA também devem roubar a cena em 2024. Qual a importância dessas eleições para a democracia global e como o Brasil pode ser impactado a depender do resultado?

As eleições nos EUA seguramente vão fazer preços na economia global. Eleições são o principal ativo da democracia. Há dois cenários postos nesse momento, ambos já conhecidos. Os pilares de uma eleição são a alternância de poder e os direitos de dissenso. Independente dos resultados das eleições nos EUA, não vejo maiores problemas porque o Brasil tem uma diplomacia muito eficiente e sagaz para estabelecer relações econômicas bilaterais, que é uma propriedade importante do Itamaraty.

Então, caso o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, vença, conseguiremos manter uma relação estável, não tão ruidosa com os EUA?

Seguramente. A diplomacia brasileira tem condições de contornar, independente de qual governo. Agora, é evidente que será uma eleição polarizada nos EUA, como está pintando. Tem uma longa trajetória ainda, as questões jurídicas, do direito eleitoral americano, mas eu acho que é um ano que vai marcar muito grande o estado geral do Planeta.
Quais são suas expectativas para Davos neste ano? Além de mais frio...

O tema de Davos neste ano é reconstruir a confiança, que é a base de tudo. A confiança é o que dá um estado de serenidade para enfrentar o desafio. Davos é um centro de reflexão, aponta rumos, debate tendências, é um fórum eclético e acaba sendo uma caixa de ressonância do mundo globalizado. Davos tem dado uma direção de fortalecimento ao longo desses anos, superando até momentos um pouco mais críticos. Agora, o mundo tem três agendas inescapáveis.
Quais?

A primeira é a agenda ambiental e é a mais importante do ponto de vista estratégico e existencial do Planeta. A segunda é a paz. O mundo tem presenciado uma escalada de tensão geopolítica. Além da tensão da política pela polarização, a geopolítica tem mostrado escalada em todos os continentes, no Leste Europeu, na Ásia, no Oriente Médio, de uma maneira muito evidente, e até na América Latina, não só por algumas tensões entre países, mas, principalmente, tensões dentro de países, como o Equador. Eu acho que o mundo está em um estado de policrise.
E qual a terceira?

Se a primeira é a ambiental e a segunda é a paz, a terceira grande agenda está ligada a essas duas. Em um cenário de inflação sob controle, o desafio é fazer a economia global voltar a crescer em um cenário de guerra e conflitos e eventos climáticos. Não podemos subestimar esses conflitos em detrimento da necessidade de crescimento da economia mundial até para arrefecer as crises sociais e humanitárias como o grande volume de refugiados e os efeitos da mudança do clima. A expectativa em Davos é ouvir, discutir e refletir sobre mudanças, estabilidade, de que os pensamentos básicos do ESG (sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança) possam oferecer um mundo alternativo.
O que o tema de Davos significa para o Brasil?

Olhando para o Brasil, as notas de rating no final do ano passado foram um sinalizador importante. O grau de investimento do Brasil é possível? Sim, é possível. Agora, é uma trajetória que precisa ser trabalhada. A nota não é miraculosa, reflete o trabalho feito, a capacidade de entrega e o senso de urgência.
O sr. vê o Brasil recuperando o grau de investimento no governo Lula?

É um objetivo a ser atingido. Eu não saberia dizer o prazo, mas acho que ele tem de ser um objetivo quase que do Estado brasileiro.
O ministro Haddad não participará do fórum em Davos por conta da agenda doméstica, em um momento sensível para a relação com o Congresso. Foi uma decisão acertada?

O ministro está com uma agenda bastante intensa na retomada do ano legislativo. Ele está querendo ganhar todas as horas e dias possíveis para negociar e debater com o Congresso a agenda que ele estabeleceu. Significa que ele está demonstrando foco na ação, naquilo que deve ser feito.

Como o sr. avalia o trabalho do ministro?

O ministro Haddad tem tido um desempenho excepcional, uma contribuição efetiva para distensionar. Ele é um homem que, pela postura, pelo traquejo político, foi um ministro de Educação de destaque, um prefeito marcante na cidade de São Paulo, um candidato a presidente da República, e reúne condições de criar um ambiente mais leve no debate dos assuntos econômicos brasileiros. É uma gestão muito positiva.
Voltando ao tema central do Fórum, o Brasil conseguiu recuperar a confiança no exterior? Como o investidor estrangeiro enxerga o Brasil?

O governo atual junto com o ministro Haddad dá uma contribuição muito efetiva para o avanço nas relações internacionais. A diplomacia, principalmente, a ambiental tem sido uma marca que é reconhecida pelos investidores. Acho que o diálogo e a presença têm sido reconhecidos pelos investidores. Isso é um bônus para o governo.
Como o sr. vê o processo de desinflação? Ainda há riscos de o fantasma dos preços voltar a assombrar o mundo e o Brasil?

O processo inflacionário resultado do período pós-pandemia, quando houve uma interrupção muito forte das cadeias produtivas globais, e um resultado que a guerra na Ucrânia provocou, que foi um pico do custo energético no mundo, piores momentos, já ficaram para trás. Temos outra realidade e, por isso, fala-se muito em uma desinflação no mundo. Os preços das commodities ligadas ao agro, às proteínas animais e vegetais, também bateram os seus recordes e se reduziram. Então, mesmo que tenhamos uma redução na produção pelos problemas climáticos, eles não vão voltar ao pico histórico, principalmente se analisarmos o preço da soja, do milho ou do trigo. Os bancos centrais, que sempre estão de olho muito atento à inflação de custos, estabeleceram um controle efetivo para iniciar o afrouxamento da política monetária.
Outro evento de impacto no Brasil foi a crise das Americanas. Qual foi a principal lição para o banco, para o empresariado brasileiro?

Sem entrar no mérito da forma do acontecido, a lição é sempre a mesma. Esses fatos que nos assombram de tempos em tempos só corroboram a tese de que é preciso primeiro cuidar daquilo que está ao nosso alcance. Do ponto de vista dos princípios do ESG, fica muito patente que precisamos ter cada vez mais cuidado com o pilar da governança, que tem princípios de adesão voluntária, mas fica um espaço para a atuação dos reguladores. Acho que deixou lições que têm de ser aprendidas.
O ano deve ser marcado por grandes reestruturações de dívidas no Brasil, o que afeta o banco, apesar da queda dos juros trazer algum alívio. Deve ser um período mais duro após o caso Americanas? Há preocupação com algum setor em especial? O varejo?

Não tem nada que indique problemas no curto prazo e, até, ao contrário, a percepção é que as empresas passaram por um processo de recuperação dos seus volumes comerciais, da sua capacidade de gerar caixa com menor alavancagem. Muitas passaram por ajustes administrativos que são efetivos para essa recuperação. Então, a economia brasileira após a pandemia está sólida e saudável, e não tem nada que indique problemas no curto prazo.
Na pauta ambiental, que é a agenda número 1 no mundo, segundo o sr., o governo vende o País como uma potência verde, mas aprovou a extensão de benefícios a usinas de carvão em um projeto que trata de energia eólica no mar. Não é contraditório?

Pegando esse termo contraditório, eu diria que o processo de transição energética pela sua própria natureza é contraditório porque ele pressupõe eliminar certas atividades econômicas que são rentáveis no modelo antigo e substituir outras. Nós vamos ter de lidar com isso nesse processo de conhecimento e amadurecimento. Agora, o importante é que nós estamos avançando e essa é uma questão de tempo. A economia de carbono zero está mudando e vai mudar mais.
Está claro que não é uma pauta da moda?

Se alguns em um passado recente tinham dúvida de que as mudanças climáticas viriam de uma maneira muito acentuada, o que estamos vendo no mundo é uma coisa efetiva. A conscientização aconteceu, a economia de transição energética acontece, e cada vez mais acelerada, por isso, acho que o momento agora é o de criar modelos, definir regras e oportunidades do negócio da transição verde. A transição energética gera custos, eles são altos, mas são de um efeito muito relevante para a estrutura econômica do mundo. O portfólio de investimentos, e lembrando que esse vai ser um dos drivers do PIB brasileiro nos próximos anos, está exatamente nessa transição de uma nova economia, de baixo carbono.
Qual sua leitura sobre a inteligência artificial? O sr. é do time dos assustados ou dos otimistas?

A inteligência artificial, o mundo cada vez mais digital, a internet, tudo isso são avenidas de duas mãos. A sociedade vai refletindo sobre as bases éticas. Agora, a inteligência artificial mudou, está mudando e vai mudar muito mais o jeito de fazer negócio, de gestão. O grande ganho da inteligência artificial, que até parece filosófico, é o da melhor compreensão do ser humano e da sua circunstância. Não basta mais olhá-lo, mas passa a importar a sua circunstância, a sua relação psicossocial na sociedade. Então, é uma grande oportunidade.
O Bradesco começa 2024 sob nova direção. O que podemos esperar em termos de mudanças?

Nós estamos passando por uma transição com a chegada do novo presidente executivo, Marcelo Noronha. Ele está conduzindo um trabalho para implementar novas camadas de aperfeiçoamento da gestão do banco, no sentido de mais eficiência e aumento do volume de negócios. Tenho confiança nas propostas que o Marcelo está desenvolvendo, voltado sempre para quê? Para maior satisfação dos clientes, dos investidores e dos acionistas. Esse é um foco claro da administração. O Conselho tem orientado ao colegiado, que é presidido pelo Marcelo, que em um mundo em transformação acelerada, a importância é acelerar o passo com muito senso de urgência naquilo que deve ser feito. É a expectativa.

IstoÉ Dinheiro - SP   16/01/2024

Economistas presentes no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, fizeram um “aumento notável” em suas projeções para o crescimento da América Latina e Caribe neste ano. Apesar de o otimismo ter dobrado frente a 2023, a região deve apresentar expansão moderada neste exercício, em linha com as expectativas para o desempenho global.

Pesquisa feita com 60 economistas-chefes de bancos e empresas do mundo todo e divulgada no Fórum Econômico Mundial nesta segunda-feira, 15, mostra que a maioria (59%) vê a economia da América Latina e Caribe com crescimento moderado em 2024. No ano passado, era cerca de metade disso.

Para 30%, a expansão ainda deve ser fraca, enquanto 11% denotam maior otimismo e projetam forte avanço.

“Há um aumento notável nas expectativas de crescimento para a América Latina e o Caribe, a África Subsaariana e a Ásia Central, embora as perspectivas continuem a ser de um crescimento globalmente moderado”, aponta a pesquisa Chief Economists Outlook, publicada no primeiro dia do Fórum de Davos.

Em termos de inflação, a perspectiva majoritária (63%) é a de que os preços permaneçam moderados na região da América Latina e Caribe neste ano. Mais de um quarto, porém, vê o indicador elevado.

Uma melhora significativa foi vista nas perspectivas econômicas para a Europa e os Estados Unidos. O temor da inflação elevada se reduziu drasticamente, com a proporção dos entrevistados que temia um indicador alto ou muito alto caindo de 71% e 47% na pesquisa feita em setembro para apenas 13% na última edição, nesta ordem.

Dois terços dos economistas-chefes ainda esperam inflação moderada na Europa e nos EUA, enquanto a China segue como exceção, com 76% dos entrevistados projetando preços baixos ou muito baixos.

Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB) global, mais da metade (56%) espera crescimento fraco neste ano, com sete em cada dez projetando uma aceleração no ritmo da fragmentação geoeconômica. Para 43% dos economistas, as condições da economia mundial permanecerão inalteradas ou mais fortes.

Segundo a diretora-executiva do Fórum Econômico Mundial, Saadia Zahidi, o levantamento reforça a natureza precária do ambiente econômico global. “Em meio a divergências aceleradas, a resiliência da economia global continuará a ser testada neste ano”, diz ela, mencionando condições financeiras ainda restritivas a despeito da queda da inflação e o aumento das tensões globais, em especial geopolíticas, assim como das desigualdades.

No entanto, a maioria dos economistas ouvidos espera que as condições financeiras, bem como do mercado de trabalho, sejam mais flexíveis em 2024.

A inflação global continua a diminuir, o que sustenta as expectativas de uma ligeira descida das taxas de juro ao longo do exercício, projetam eles. A inflação global deve cair para 4,8% em 2024, um declínio acentuado frente aos 5,9% de 2023 e aos 9,2% de 2022, dizem, citando projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Dentre os economistas que participaram do levantamento publicado no Fórum de Davos, estão nomes como os dos brasileiros Mansueto Almeida, do BTG Pactual, Fernando Honorato Barbosa, do Bradesco, Mário Mesquita, do Itaú Unibanco, e ainda internacionais como Karin Kimbrough, do LinkedIn, Hal Varian, do Google, Paul Donovan, do UBS, e Pierre-Olivier Gourinchas, do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A pesquisa foi realizada entre novembro de dezembro de 2023.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   16/01/2024

Os preços futuros do minério de ferro caíram pela segunda sessão consecutiva nesta segunda-feira, uma vez que a China, maior consumidora de minério, desafiou as expectativas do mercado e manteve sua taxa de juros de médio prazo, deixando os investidores desapontados.

O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com baixa de 3,17%, a 933 iuanes (130,10 dólares) a tonelada, o menor valor desde 20 de dezembro de 2023.

O minério de ferro de referência para fevereiro na Bolsa de Cingapura caiu 1,38%, a 127,9 dólares a tonelada, atingindo o valor mais baixo desde 5 de dezembro.
O banco central da China deixou a taxa de juros de médio prazo inalterada nesta segunda-feira, desafiando as expectativas do mercado de um corte já que uma moeda mais fraca limitou o escopo do afrouxamento monetário.

“A fraqueza no mercado de minério deve-se, em parte, ao fato de que as incertezas macroeconômicas aumentaram depois que o banco central não cortou a taxa”, disse Pei Hao, analista da corretora internacional FIS, com sede em Xangai.

Pei acrescentou que isso também reflete “o sentimento fraco devido à demanda vacilante e um aumento mais rápido do que o esperado no estoque de minério nos portos nesta semana, trazendo mais pressão de baixa para os preços”

A fraqueza contínua permanece apesar de Pequim ter prometido melhor coordenação para financiamento do setor imobiliário.

O Ministério da Habitação e o órgão regulador financeiro da China solicitaram aos governos locais que se coordenassem melhor com as instituições financeiras para fornecer apoio financeiro a projetos imobiliários, à medida que os formuladores de políticas trabalham para reanimar o setor.

Outros ingredientes siderúrgicos na Bolsa de Dalian exibiram ganhos devido a preocupações sobre possíveis interrupções no fornecimento após um acidente em uma mina de carvão na cidade de Pingdingshan, região central da China, que causou a morte de 13 pessoas e deixou outras três desaparecidas.

Valor Investe - SP   16/01/2024

Empresa favorita deve, segundo analistas, apresentar melhoria em volumes, preços realizados e também em unidade operacional

A Vale deve ser destaque na temporada de resultados do quarto trimestre, assim como outras mineradoras que negociam minério de ferro, que vão beneficiar-se dos altos preços da commodity no mercado internacional, diz o BTG Pactual.

Os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner escrevem que a Vale deve apresentar melhoria em volumes, preços realizados e também na unidade de metais básicos. A empresa é a preferência no setor.

Aproveitando o momento, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e CSN Mineração também devem ter bons resultados, com bons volumes negociados e preços realizados elevados no período.

Já as outras siderúrgicas terão resultados ruins, com margens comprimidas no Brasil, em decorrência dos preços baixos do aço. Gerdau, que vinha sendo destaque positivo, deve sentir desaceleração nos negócios dos Estados Unidos.

“Olhando além do quarto trimestre, vemos que as commodities começaram o ano com preços mais fracos, mas mesmo assim o minério de ferro deve ter condições favoráveis nos próximos meses”, comenta o banco.

Com as cotações do alumínio praticamente estáveis, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) deve ter mais um trimestre de queima de caixa significativa e de pressão nos lucros.

Entre as papeleiras, Suzano e Klabin devem ter recuperação nos resultados, seguindo a melhoria nas cotações da celulose, mas nada além do esperado pelo mercado. Maiores volumes e menores custos vão ajudar as duas companhias.

Conteúdo publicado no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.

Monitor Digital - RJ   16/01/2024

A Vale e a Comissão Real de Jubail e Yanbu, na Arábia Saudita, assinaram na quinta-feira memorando de entendimentos para desenvolver um projeto de briquetes de minério de ferro no país árabe. De acordo com informações do jornal Arab News, o acordo foi assinado em paralelo ao Fórum de Minerais do Futuro, que é realizado em Riad, a capital saudita. Na imagem acima, operação da Vale no Pará.

O CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, participou de um painel no fórum e, nele, destacou as inovações e avanços tecnológicos planejados para o “mega hub” da cidade industrial de Ras al-Khair, que está sob a custódia da Comissão Real de Jubail e Yanbu. Segundo a publicação, a Vale informou que sua participação no encontro sublinha o seu papel no setor sustentável de mineração daquela região e demonstrou que está alinhada com a Visão 2030 da Arábia Saudita. No mesmo encontro, a Vale apresentou seus planos para a região. A mineradora já tem uma unidade produtiva em Sohar, Omã, desde 2007.

Em setembro de 2023, a Vale assinara uma carta de intenções para atuar na Arábia Saudita em parceria com uma empresa da Índia. Pelo acordo de então, a proposta era instalar uma unidade de processamento de minério em Ras al-Khair onde seriam produzidos os briquetes e pelotas. Briquetes são aglomerados de minério que emitem 10% menos gás carbônico em sua produção em relação aos processos tradicionais.

Investing - SP   16/01/2024

A Rio Tinto (LON:RIO) informou nesta segunda-feira que exportou 331,8 milhões de toneladas de minério de ferro em 2023, um aumento de 3% ante o ano anterior, à medida que se apoia em maior eficiência e maior produção de sua mina Gudai-Darri, na Austrália Ocidental.

O volume ficou dentro do intervalo previsto pela Rio Tinto para o ano, de entre 320 milhões e 335 milhões de toneladas, e ficou em linha com as previsões dos analistas. O RBC previa 332 milhões de toneladas métricas, enquanto o Macquarie esperava 333 milhões.

A maior mineradora de minério de ferro do mundo tem produzido mais do seu produto SP10 enquanto se prepara para abrir cinco novas minas que ajudarão a aumentar a sua produção para recordes de 345 milhões a 360 milhões de toneladas no médio prazo. O produto SP10 é minério de ferro de qualidade inferior à sua principal mistura Pilbara.

O relatório de produção da Rio Tinto foi publicado no momento em que os preços do minério de ferro se recuperam diante de expectativas de aumento da demanda por parte do principal consumidor, a China, na sequência das suas recentes medidas de estímulo econômico.

A companhia reafirmou ainda sua previsão de embarques de minério de ferro para o ano fiscal de 2024, que é de 323 milhões a 338 milhões de toneladas.

No quarto trimestre encerrado em 31 de dezembro de 2023, a mineradora embarcou 86,3 milhões de toneladas de minério de ferro de suas operações em Pilbara, em comparação com 87,3 milhões no mesmo período do ano anterior.

Máquinas e Equipamentos

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   16/01/2024

A M&T Expo – part of bauma NETWORK, principal feira de máquinas e equipamentos para construção e mineração da América Latina reunirá, de 23 a 26 de abril de 2024, no São Paulo Expo, soluções completas para a área de elevação de cargas e pessoas.

Os principais fabricantes desse segmento estão confirmados para esta edição: Dingli, Genie, Hangcha, Liebherr, LiuGong, Manitowoc, Palfinger, Sany, Tadano, Terex Carnes, TKA Guindastes, XCMG, Zoomlion, além do apoio e presença da Federação Internacional de Plataformas Aéreas (IPAF - International Powered Access Federation), parceira e expositora da 12ª edição.

Durante o evento, promovido pela Messe Muenchen do Brasil, com o apoio institucional da Associação Brasileira da Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), os visitantes poderão conferir os principais lançamentos em guindastes, gruas, plataformas aéreas e manipuladores telescópicos, além de novidades em peças, componentes e serviços e soluções de tecnologia para impulsionar a produtividade nas obras de infraestrutura e da construção civil, e operações de mineração, de energia, do agronegócio e florestal.

Segundo o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, as vendas de máquinas para construção devem crescer 6% em 2024 em relação a 2023. Especificamente no setor de elevação de cargas e pessoas, os guindastes devem ter uma alta de 20% nas unidades comercializadas e as plataformas elevatórias, de 11% neste ano ante o ano anterior.

Para Rolf Pickert, CEO da Messe Muenchen do Brasil, a expectativa para o mercado de máquinas em 2024 é positiva, o que reforça o papel da M&T Expo como um importante hub para conectar as principais tecnologias e lançamentos em equipamentos, produtos, componentes e serviços aos compradores e usuários de máquinas, aos agentes financeiros e às secretarias municipais e estaduais e aos órgãos governamentais para fomentar o crescimento sustentável do setor.

“Nosso propósito é desenvolver um ambiente propício para relacionamento entre todos os stakeholders, a fim de atender às demandas atuais de setores estratégicos da economia, como a construção civil, infraestrutura, mineração, agronegócio e florestal, que estão em busca de mais produtividade, rentabilidade e eficiência em suas operações, aliados à diminuição do impacto ambiental e à neutralidade de carbono”, explica Pickert.

Além da área de elevação de cargas e pessoas, a M&T Expo 2024 terá ainda lançamentos de máquinas, com tecnologia embarcada e inovação dos principais fabricantes de máquinas da linha amarela e de concreto e asfalto. As indústrias de peças e componentes e fornecedores de serviços mostrarão também suas novidades.

CIMM - SP   16/01/2024

O Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), prevê uma retração no volume de máquinas da linha amarela (movimentação de terra) comercializadas em 2023, após um ano histórico, quando o setor alcançou o melhor patamar de vendas desde 2007, com 39,3 mil unidades comercializadas. O levantamento estima uma queda de 21% neste ano ante 2022, com 31 mil unidades comercializadas. Os dados foram apresentados pelo coordenador Mario Miranda, durante o Tendências no Mercado da Construção.

O resultado deste ano reflete o desafio encontrado pela empresas para obteção de crédito, devido aos juros mais altos, a realização de menos obras de infraestrutura, o menor orçamento público para investimentos no setor da construção, e a paralisação de outros projetos.

O relatório aponta ainda um acomodamento no mercado de máquinas, com uma disponibilidade maior da indústria para atender as demandas dos usuários de equipamentos. Com isso, houve um equilíbrio entre a oferta e a demanda, o que propiciou preços mais competitivos dos ativos. Outro ponto positivo foi a diminuição da frota parada para 19% ante 23% em 2022. Esse é o menor percentual registrado desde 2017, quando a média da frota parada estava em 50%.

As vendas de equipamentos da linha amarela foram positivas em quatro das nove categorias: caminhões fora de estrada (117%), rolos compactadores (69%), minicarregadeiras (15%) e miniescavadeiras (2%). As categorias com maior volume de vendas apresentaram retração: pás carregadeiras (-30%, com 6,4 mil unidades), escavadeiras hidráulicas (-41%, com 6,9 mil) e retroescavadeiras (-13%, com 8,9 mil)

A categoria “demais equipamentos” do Estudo da Sobratema, que engloba guindastes, compressores portáteis, manipuladores telescópicos, plataformas elevatórias e equipamentos para concreto, também prevê um diminuição de 6% nas vendas ante 2022, com 7,4 mil unidades comercializadas, contra 7,9 mil máquinas vendas no ano passado.

Em relação à comercialização de caminhões rodoviários e tratores pesados de pneus demandados na construção, a previsão é de crescimento de 7% e 5% neste ano, respectivamente, perante o ano anterior.

Somada todas as categorias, o Relatório da Sobratema estima que as vendas totais de máquinas para construção devem retrair 13% em 2023 em comparação a 2022, alcançando 52,4 mil unidades comercializadas neste ano contra 60,3 mil unidades no ano anterior.
Ano de 2024

Para o próximo ano, o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção estima um crescimento nas vendas da ordem de 7% para o segmento de máquinas da linha amarela e de 6% para todo o setor de equipamentos para construção.

Editado desde 2007, o Estudo retrata a importância econômica do setor, auxilia na formulação das políticas que facilitam a aquisição de equipamentos modernos e eficientes, e é também um instrumento de planejamento muito útil para as empresas do setor. A compilação e análise dos dados conta com a consultoria de Mario Miranda.

NAVAL

Veja - SP   16/01/2024

A situação do Canal do Panamá se agravou nas últimas semanas, quando a seca que afeta toda a América Central fez baixar ainda mais o nível de suas águas.

Responsável por ligar os oceanos Pacífico e Atlântico, o canal possui 80 quilômetros de extensão e é a via mais crucial para o transporte de carga marítmo do planeta.

Mas uma seca histórica, provocada pela combinação entre o fenômeno El Niño e as mudanças climáticas, vem afetando seriamente sua capacidade de funcionamento.

Normalmente, a estação da estiagem teria chegado ao fim em agosto. Mas a precipitação ao longo de 2023 foi a mais baixa desde o início do século.

Como resultado, na última sexta (12), a gigante naval Maersk informou aos clientes que navios de carga oriundos de países como Austrália e Nova Zelândia não mais cruzarão a hidrovia.

Ao invés disso, a Maersk utilizará meios terrestres para transportar suas cargas.

A decisão da Maersk é mais um desdobramento de uma crise que se arrasta desde o início de 2023, e ganhou contornos mais dramáticos nas últimas semanas.

Como resultado, a Autoridade do Canal do Panamá implementou uma série de reduções no tráfego de navios, num esforço para conservar água.

Em condições normais, entre 34 e 36 navios atravessavam o canal por dia.

Mas, de acordo com as autoridades do Canal do Panamá, a estiagem exige que se reduzam o número de trânsitos diários de 29 para 25.

E o trânsito pode cair ainda mais até fevereiro, quando prevê-se que não mais de 18 embarcações possam cruzá-lo diariamente. Isso representa cerca de metade da capacidade total.

Houve também redução no peso que os navios podem transportar, já que o canal hoje opera com calado mais baixo que o normal.

O sistema de funcionamento do Canal é baseado no uso de água doce para fazer os mega navios de carga, alguns com 350 metros de comprimento, flutuarem entre os dois o oceanos.

Ao entrar na estreita hidrovia, os navios sobem mais de 26 metros acima do nível do mar até o Lago Gatun, artificial, através de uma série de eclusas.

Do outro lado do canal, o processo é inverso e os navios descem ao nível do mar através de outra série de eclusas antes de deixarem a via aquática.

Esse sistema de bloqueio depende da água doce do Lago Gatun para funcionar.

Cada navio utiliza cerca de 200 milhões de litros de água doce na travessia, e a maior parte dessa água acaba sendo despejada no mar.

Para complicar ainda mais o cenário, as mesmas fontes também abastecem mais de metade dos 4,3 milhões de habitantes do Panamá.

Isso vem forçando as autoridades a equilibrar as exigências do transporte marítimo internacional com as necessidades dos habitantes locais.

As restrições de carga impostas ao Canal do Panamá têm enorme impacto no fluxo de comércio global.

Ao conectar o Atlântico ao Oceano Pacífico, o canal revolucionou o transporte marítimo global quando foi inaugurado, em 1914.

A obra eliminou a necessidade de contornar o perigoso extremo sul da América do Sul, encurtando a viagem em mais de 13.000 quilômetros.

Não há alternativas viáveis no curto prazo

Em 2022, mais de 14.000 navios atravessaram o Panamá, transportando combustível, grãos, minerais e mercadorias das fábricas da Ásia para os consumidores em países das Américas.

Para se ter uma ideia de sua importância, mais de 40% dos bens de consumo comercializados entre a Ásia e a costa leste dos Estados Unidos passam por li.

Hoje, porém, empresas que necessitam do Canal precisam esperar semanas numa fila para conseguir passar pela hidrovia.

Quem tem mais urgência e não pode esperar acaba tendo que pagar até 4 milhões de dólares para passar à frente.

Outra opção é evitar totalmente a rota, acrescentando dias ou semanas à jornada.

Mas cada uma destas escolhas acarreta em sério custo financeiro para os comerciantes.

Para piorar, a outra opção, o Canal de Suez, no Egito, enfrenta as tensões geopolíticas do Oriente Médio.

Ataques de terroristas islâmicos Houthis, do Iêmen, à rota do Mar Vermelho, fizeram com que boa parte das empresas cancelassem suas rotas pela região.

Economistas alertam que é enorme a pressão sobre as cadeias de abastecimento globais, o que pode desembocar em escassez de produtos e mais inflação no curto prazo.

Países se movimentam

A crise que afeta o Panamá já provoca a movimentação de nações próximas.

O México está em vias de concluir um projeto ousado e anunciado há décadas, o chamado Corredor Interoceânico.

Trata-se da modernização de 300 quilômetros de ferrovias que atravessam o sul mexicano, ligando o Pacífico ao Atlântico.

O governo do presidente Andrés Manuel López Obrador anunciou ainda que planeja lançar mais duas linhas ferroviárias ainda em 2023.

Na Colômbia, o presidente Gustavo Petro afirmou que planeja erguer uma ferrovia ligando o porto de Buenaventura, no Pacífico, ao Caribe.

Há ainda o Corredor Bioceânico de Capricórnio, uma rodovia que atravessa Bolívia, Brasil, Argentina, Paraguai e Chile. Esse corredor já está parcialmente construído.

PETROLÍFERO

Valor - SP   16/01/2024

O contrato futuro de petróleo Brent para março fechou em leve queda de 0,20%, em dia de pregão mais curto e sem muita liquidez no mercado com o feriado de Martin Luther King

O contrato futuro de petróleo Brent para março fechou em leve queda de 0,20%, a US$ 78,15 o barril, em dia de pregão mais curto e sem muita liquidez no mercado com o feriado de Martin Luther King nos EUA. Com o fechamento dos mercados americanos nesta segunda-feira (15), o petróleo WTI para fevereiro segue sendo negociado no pregão eletrônico, registrando queda de 0,34% a US$ 72,43 às 15h40.

Apesar da retração, o mercado segue de olho nos ataques dos houthi a navios mercantes no Mar Vermelho. No domingo (14), os Estados Unidos abateram um míssil lançado pelos houthi contra um navio destroyer americano no sudeste do Mar Vermelho.

Nicholas Snowdon, economista do Goldman Sachs, afirma que, embora seja improvável, se o Estreito de Hormuz fechar por um mês, os preços do petróleo devem subir 20%, podendo dobrar se a interrupção for maior. “Como o conflito do Oriente Médio não está, atualmente, afetando a produção de petróleo, o prêmio de risco geopolítico embutido nos preços está modesto”, disse.

O economista prevê que os preços do petróleo devem permanecer dentro de um intervalo pequeno em 2024, atingindo US$ 80 em três meses, US$ 85 em seis meses e voltando para US$ 80 no fim do ano.

“Esperamos que a demanda sólida, os déficits modestos e os ganhos no preço do petróleo levem a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) a elevar a produção a partir de julho”, diz Snowdon.

Infomoney - SP   16/01/2024

A Pré-Sal Petróleo (PPSA) arrecadou R$ 6,02 bilhões em 2023 com a comercialização da parcela de petróleo e gás natural da União nos contratos de partilha de produção e acordos de individualização de produção (AIP). O valor é cerca de 28% acima do registrado em 2022 (R$ 4,71 bilhões), reflexo do aumento da produção nos contratos de partilha de produção e da conjuntura do mercado internacional de preços de petróleo, disse a PPSA em nota.

Durante todo o ano de 2023, foram entregues 33 cargas de petróleo da União – 11 a mais que no ano anterior -, o que totalizou 16,32 milhões de barris.

Deste total, 22 cargas foram provenientes do campo de Mero, duas de Tupi, quatro de Búzios, duas de Entorno de Sapinhoá, duas de Atapu e uma de Sépia.
Segundo a presidente interina da PPSA, Tabita Loureiro, somente com a comercialização da parcela de petróleo e de gás natural da União, a previsão é de que sejam arrecadados R$ 466 bilhões nos próximos dez anos. “Quase a totalidade da produção da União (97,5%) virá de projetos com declaração de comercialidade. Neste período, os contratos irão gerar uma receita total de R$ 1,15 trilhão para os cofres públicos, considerando a comercialização, o pagamento de royalties e os tributos recolhidos pelas empresas produtoras”, explicou.

Desde 2013, quando foi instituída, a PPSA arrecadou R$ 14,65 bilhões para a União, sendo R$ 13,35 bilhões com a atividade de comercialização do petróleo e gás e R$ 1,3 bilhão com equalização de gastos e volumes realizada pela companhia em áreas onde a União tem participação nos Acordos de Individualização da Produção (AIPs).

Todos os recursos arrecadados são direcionados ao Tesouro Nacional.

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