Portal Fator Brasil - RJ 15/07/2024
A Vallourec, que está entre os líderes mundiais em soluções tubulares premium, fechou contrato com a Eneva para o fornecimento de mais de quatro mil toneladas de tubos de revestimento e de produção para a produção de gás natural onshore. Os tubos de alto desempenho, produzidos com aço de baixo carbono, serão utilizados em operações de exploração e produção nos estados do Maranhão, Amazonas e Mato Grosso do Sul.
A Eneva possui a maior área de concessão exploratória onshore no Brasil — com mais de 54,9 mil quilômetros quadrados. e opera 12 campos de gás natural no país. A empresa também atua no mercado de geração de energia, especialmente a termelétrica e solar, com parque de geração com aproximadamente 6 GW de capacidade contratada.
Atualmente, as duas empresas possuem uma outra parceria no Complexo Solar Futura I, localizado em Juazeiro (BA), que fornece energia renovável para unidades industriais da Vallourec no Brasil. A estrutura é um dos maiores parques solares das Américas, com 22 usinas fotovoltaicas e mais de 1,4 milhão de painéis solares. Essa iniciativa contribui para que os tubos da Vallourec tenham a melhor pegada de carbono do setor e com as metas de descarbonização do Grupo.
— Estamos muito satisfeitos em fortalecer a nossa parceria com a Eneva por meio da participação em suas operações onshore e esperamos abrir novas possibilidades de colaboração com soluções energéticas inteligentes para o setor industrial— destaca Bertrand Frischmann, diretor de Operações das Américas para a Vallourec.
—Esta nova parceria com a Vallourec reflete a sinergia entre as duas Companhias, de compromisso com a excelência e a conformidade com os mais altos padrões de qualidade. Esse contrato reafirma o compromisso da Eneva de garantir a segurança na perfuração e produção em campos onshore da companhia— aponta Renato Cintra, diretor de Assuntos Corporativos da Eneva.
Vallourec — A Vallourec está entre os líderes mundiais em soluções tubulares premium para os mercados de energia e para aplicações industriais exigentes, como poços de petróleo e gás, nas condições mais adversas; usinas de energia de nova geração; projetos arquitetônicos desafiadores; e equipamentos mecânicos de alto desempenho. O espírito pioneiro e a pesquisa e desenvolvimento de ponta da Vallourec abrem novas fronteiras tecnológicas. Com cerca de 16 mil empregados dedicados e motivados em mais de 20 países, a Vallourec trabalha lado a lado com seus clientes para oferecer mais do que apenas tubos: oferece soluções tubulares inovadoras, seguras, competitivas e inteligentes para tornar cada projeto possível.
No Brasil, a Vallourec possui oito unidades. Em Minas Gerais, as unidades Barreiro e Jeceaba são focadas na produção de tubos de aço sem costura; a unidade Florestal é responsável pela produção do carvão vegetal que abastece o Alto-Forno das unidades produtoras de tubos; e a unidade Mineração supre as necessidades de abastecimento internas de minério de ferro.
A empresa conta, ainda, com uma unidade de Negócios no estado, provedora de serviços administrativos. Com linhas de produção em Minas Gerais e em São Paulo, a Vallourec Tubos para Indústria (VTI) fornece tubos de aço com e sem costura e soluções tubulares para a indústria em geral, especialmente para os mercados automotivo, de energia, máquinas e equipamentos industriais. No Rio de Janeiro, a Vallourec Tubular Solutions (VTS) presta serviços especializados para o setor de óleo e gás. E, no Espírito Santo, fornece serviços de revestimento anticorrosivo.
O Estado de S.Paulo - SP 15/07/2024
A volta da política econômica desenvolvimentista ameaça, além das contas da União, os caixas dos municípios Brasil afora. Com o ímpeto do presidente Lula da Silva de promover o crescimento econômico com o estímulo do Estado, bancos públicos seguem sua cartilha e abrem os cofres para financiar projetos de infraestrutura de prefeituras. Em outras palavras, vêm aí mais gastança e endividamento.
Os municípios, hoje, podem arcar com seus investimentos por meio de recursos próprios e transferências constitucionais, transferências de capital dos demais níveis de governo e por meio de operações de crédito. Após receber repasses federais durante a pandemia na gestão Jair Bolsonaro e apresentar saldo positivo de R$ 45,7 bilhões em agosto de 2022, as prefeituras atualmente registram rombo de quase R$ 15 bilhões. A bonança, que garantiu, por exemplo, aumento para o funcionalismo, chegou ao fim rapidamente.
Com o orçamento cada vez mais espremido por despesas obrigatórias, os empréstimos viram a alternativa para bancar obras. Sem recursos, pululam manobras para driblar a responsabilidade fiscal. E é aqui que entram os bancos públicos, bem ao gosto do lulopetismo – ao menos, é o que se viu no primeiro ano do atual governo.
Em 2023, os financiamentos dos bancos públicos e das agências de fomento a municípios bateram recorde e somaram R$ 16,1 bilhões, como mostrou o Estadão. O montante representa alta de 42,4% em relação a 2022, quando chegaram a R$ 11,3 bilhões. A locomotiva – que pode ficar desgovernada – é a Caixa Econômica Federal, que firmou, no ano passado, contratos no valor total de R$ 10,6 bilhões, ou 66% do total.
Os dados são da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE). O petista Celso Pansera, presidente da entidade e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), disse que o crescimento dos empréstimos é decorrência de “uma estratégia do governo Lula de voltar a atuar mais claramente estimulando a economia”.
Segundo Pansera, “sempre existe” o risco de inadimplência, mas, para ele, os municípios estão com capacidade de se endividar. A ABDE não soube precisar o porcentual de empréstimos com aval da União e lembrou que há outros tipos de garantia, como a transferência de ICMS, pelos Estados, e o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), abastecido pela União.
Apesar do otimismo lulopetista, os empréstimos pedem, no mínimo, cautela. Como lembrou de forma oportuna a diretora da Instituição Fiscal Independente (IFI), Vilma Pinto, após o governo de Dilma Rousseff passar a dar aval a Estados e municípios, em 2011 e 2012, houve “aumento brutal” nas operações de crédito sob a justificativa de que não havia inadimplência. Com a crise econômica, logo depois, vieram calotes.
A história recente mostra que uma bomba-relógio pode estar sendo armada, com o apoio daqueles que perseveram em erros. O risco e a fatura ficarão para os próximos prefeitos que sairão das urnas e, claro, para a sociedade.
O Estado de S.Paulo - SP 15/07/2024
A simples conjectura, tornada pública, sobre a saúde de um banco penaliza o sistema financeiro de qualquer país, bem como o de outros países caso esta instituição tenha braços internacionalizados. O Proer brasileiro, criado há 30 anos, é fruto deste temor. A quebra do Lehman Brothers em 2008, que provocou a maior crise financeira internacional da história, também provocou reação dos americanos, que correram para montar algo parecido.
O fato é que a introdução do Plano Real gerou muita instabilidade pelos bancos, acostumados a viver de receitas atreladas à inflação. Alguns sobreviveram, outros não. E, para dar uma maior segurança aos depositantes, evitando saques seriais, o próprio sistema acabou criando uma maneira de garantir depósitos bancários, garantia esta que hoje soma até R$ 250 mil reais. Surgiu, com aprovação de lei, o Fundo Garantidor de Créditos, bancado pela iniciativa privada. Ele é composto de depósitos do próprio sistema financeiro, que fez do FGC seu “hedge” contra corridas rumo a saques. Hoje, o depositante se sente mais seguro com o “seguro” do FGC.
No comando do Fundo Garantidor de Créditos do País desde 2019, o economista Daniel Lima vai ao ponto: a tarefa é “prover segurança para clientes, bancos e, assim, proteger os interesses da sociedade”. No Brasil, ele vê esse trabalho como missão cumprida. Nosso sistema financeiro “é superseguro, altamente fiscalizado. Nosso padrão de supervisão é um benchmark internacional, e isso resulta num sistema mais estável e tranquilo”.
A cada três meses, Lima vai à Suíça para uma reunião em que os fundos garantidores de bancos de todo o mundo debatem seus problemas. Hoje, um tema importante na pauta é até que limite “se deve salvar bancos pequenos e médios, assim como se faz com os grandes”, aponta ele nesta entrevista a Cenários. Na dúvida, os EUA acabam de salvar um banco de Silicon Valley, que para o tamanho do mercado americano é, no máximo, de porte médio.
A seguir, os principais trechos da conversa.
Como funciona o Fundo Garantidor de Créditos?
Ele administra um mecanismo de proteção a investidores e depositantes. Quando o Banco Central decreta a liquidação de um banco, fazemos um pagamento aos beneficiários da garantia do FGC, até o limite decidido pela regulamentação do Conselho Monetário Nacional – hoje esse valor é de R$ 250 mil por CPF, por CNPJ. Mas temos um outro produto novo, chamado DPGE, voltado ao público institucional, com limite de R$ 40 milhões.
O FGC é privado?
Sim, uma associação privada sem fins lucrativos. Não é um fundo tradicional. A instituição financeira que põe dinheiro no FGC não vira um cotista. Esses recursos são destinados a prover um serviço público, que é a proteção aos depositantes em caso de liquidação dos bancos. O conselho de administração é 100% independente e tem o Banco Central e o Conselho Monetário Nacional envolvidos na sua governança. O estatuto e o regulamento do FGC são anexos de resolução do Conselho Monetário.
Esses R$ 250 mil são um valor maior que os padrões internacionais?
Sim, muito maior. Se a gente calcula o limite como proporção do PIB per capita, em 2013 essa razão chegou a mais de dez vezes, enquanto o patamar internacional estava entre duas e quatro vezes esse PIB. Hoje, estamos em mais ou menos em seis vezes o produto per capita.
Em um exemplo prático, o FED americano poderia ter salvo o Lehman Brothers, em 2008?
Hoje eu acho que isso está claro. Salvariam, com certeza.
E, no caso do Brasil, pode-se dizer que nosso sistema é seguro?
Ele é internacionalmente reconhecido como superseguro. E o Proer, criado aqui em 1995, para além de toda a parte conhecida, de refinanciamento dos bancos, da reorganização do sistema bancário, também foi uma grande escola para a atividade de supervisão brasileira. O BC desenvolveu coletas de informações dos bancos que até hoje são diferenciadas dos parâmetros internacionais.
Quem faz a gestão e qual o montante atual do FGC?
Temos atualmente um patrimônio na ordem de R$ 130 bilhões, sendo cerca de R$ 12 bilhões em operações de assistência. É importante dizer que o FGC zela pelo interesse da sociedade e não necessariamente do banco. Não é uma associação de classe. Protegemos a estabilidade do sistema provendo segurança aos clientes dos bancos, para os depositantes. A receita no ano passado, por exemplo, de quase R$ 15 bilhões, foi para a própria reserva do fundo. O FGC não busca o lucro, mas a boa administração dos recursos. Para as pessoas saberem que temos como cobrir crises sem corridas bancárias.
Para evitar corridas aos bancos para saques?
Isso. Em 2022, o Prêmio Nobel de Economia foi dado a três economistas que estudavam corridas bancárias. Você tem muitos bancos na ativa, grande parte dá lucro. Mas suponha que um deles tem um problema e você é cliente. Passa a temer o contágio. E, só de desconfiar, sua tentação é sacar até o dinheiro que tem em banco saudável. Se todos fizerem isso, esse banco vai quebrar, porque o dinheiro não está lá – ele foi emprestado, o banco capta para emprestar. Mas, se a pessoa sabe que tem um mecanismo de proteção robusto, ela não precisa ir lá sacar, pois, mesmo que o banco quebre, o mecanismo de proteção vai ressarci-la. Assim você já diminui a incerteza do mercado e o sistema se mantém estável.
Na Europa há algo parecido?
Sim. Faço parte da Associação Internacional dos Fundos Garantidores de Depósito, que fica na Suíça. Nos encontramos trimestralmente para discutir os problemas dos fundos garantidores do mundo inteiro. Hoje, são mais de 100 associados, mais de 100 países que dispõem de mecanismos de proteção. Tem no grupo mecanismos privados, mecanismos públicos, as formações são diversas.
CNN Brasil - SP 15/07/2024
Os norte-americanos que buscam alívio das altas taxas de juros podem não ter que esperar muito mais.
Os preços ao consumidor caíram nos Estados Unidos em junho, marcando a primeira queda desde os primeiros meses da pandemia.
Dados de quinta-feira (11) revelaram que os preços ao consumidor caíram 0,1% em relação a maio. Em uma base anual, a alta dos preços desacelerou para 3% no mês passado, de 3,3% em maio.
A baixa bem-vinda na inflação levou os investidores a melhorarem os ânimos sobre quando Federal Reserve (Fed) poderia começar a cortar as taxas de juros.
As expectativas de Wall Street para um corte de taxa em setembro aumentaram para aproximadamente 93% na quinta-feira, de 73% no dia anterior, de acordo com a ferramebta CME FedWatch.
“Um corte na taxa em setembro deve ser um acordo fechado neste momento”, escreveu em nota Ron Temple, estrategista-chefe de mercado da Lazard.
Economistas do BNP Paribas atualizaram na quinta-feira seu cenário-base para refletir um corte de taxa em setembro, citando a mistura de inflação de junho e dados de empregos. Eles esperam dois cortes de 0,25 ponto percentual em 2024 – atualmente a taxa esta entre 5,25% e 5,5%.
O Fed tem um mandato duplo: manter os preços estáveis e os níveis de desemprego baixos. O banco central dos EUA começou a aumentar as taxas de juros em 2022 para domar a inflação rebelde, e as mantém no maior patamar em 23 anos desde julho passado.
Os dados de quinta-feira, juntamente com um mercado de trabalho em arrefecimento, mas resiliente, são um sinal encorajador de que o Fed será capaz de cumprir seu mandato duplo e começar a aliviar as taxas altíssimas em setembro.
A economia dos EUA adicionou 206.000 empregos em junho, abaixo de uma contagem revisada para baixo de 215.000 empregos em maio, e a taxa de desemprego ultrapassou 4% pela primeira vez desde novembro de 2021.
Novos pedidos de auxílio-desemprego também aumentaram nas últimas semanas.
O presidente do Fed, Jerome Powell, não deu dicas sobre quando o banco central poderia começar a cortar as taxas durante seu depoimento ao Congresso no início desta semana.
Mas ele reconheceu que a inflação moderou e que o mercado de trabalho está “forte, mas não superaquecido” — um afastamento de apenas alguns meses atrás, quando a inflação mostrou sinais de reaceleração e o mercado de trabalho permaneceu em alta.
Ainda assim, o Fed terá que analisar mais dados antes de sua reunião de setembro, o que pode alterar sua trajetória.
Alguns economistas temem que, se o Fed não cortar as taxas até lá, rachaduras podem começar a se aprofundar no mercado de trabalho.
Alguns investidores estão preocupados de que a economia possa enfraquecer perigosamente mesmo antes disso.
Um corte na taxa em setembro “pode não ser o elixir mágico que alguns investidores estão buscando”, escreveu Brent Schutte, diretor de investimentos da Northwestern Mutual Wealth Management, em nota.
IstoÉ Online - SP 15/07/2024
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 12, que a economia brasileira está conseguindo aliar crescimento da atividade com inflação em queda. Em sabatina promovida pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em São Paulo, Haddad citou que, nesta semana, houve surpresas para cima com os dados de venda do varejo, volume de serviços prestados, enquanto a inflação surpreendeu para baixo.
“Podemos ter um mandato em que há crescimento com inflação em queda, estamos mudando de rota”, disse o ministro, acrescentando que o País passou por momentos de instabilidade fiscal nos últimos anos e que era preciso organizar essa questão.
Nesse sentido, Haddad reforçou que o plano de trabalho traçado pelo governo federal desde a eleição, em 2022, vem sendo seguido conforme o planejado e que é preciso ter “paciência” para colocar ordem na “confusão social”.
Segundo o ministro, o Brasil tem agora uma grande oportunidade ao aliar desenvolvimento econômico e social com a questão ambiental, e que é preciso avançar nesse sentido. Para o ministro, questões ligadas à agenda verde do governo precisam estar mais avançadas do que estão neste momento, e é preciso contar com a ajuda da sociedade para pressionar determinados grupos de interesse.
O Estado de S.Paulo - SP 15/07/2024
O regime de metas de inflação está comemorando 25 anos. Adotado formalmente com o Decreto 3.088 em 21 de junho de 1999, o modelo seguiu o aplicado dez anos antes na Nova Zelândia e, logo em seguida, pelo Canadá. O sucesso alcançado nesses dois países no controle da inflação influenciou o Reino Unido, a Finlândia, a Suécia, a Austrália e a Espanha a adotar regimes parecidos.
Antes da política de metas, esses países adotavam uma estratégia antinflacionária baseada no controle de agregados monetários e no uso da taxa de câmbio. Da mesma forma, no Brasil, logo após o Plano Real, a política monetária foi determinada pelo controle de agregados e o uso da taxa de câmbio. Esse sistema funcionou por um tempo, mas foi se esgotando aos poucos.
A inflação funciona como um imposto perverso que incide sobre os mais pobres, inibe o crescimento econômico, desestimula investimentos e incentiva a fuga de capitais para ativos em outras moedas. No Brasil, ela foi mais severa do que na maioria dos países e desorganizou a economia. O Plano Real conseguiu ter sucesso nos primeiros anos, e sua consolidação se deu com o regime de metas de inflação.
O arcabouço do modelo é simples. No Brasil, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define a meta de inflação, com uma banda de tolerância para cima ou para baixo, e o Banco Central determina a taxa de juros básica, a Selic, em reuniões periódicas do Comitê de Política Monetária (Copom). Se a projeção de inflação não estiver convergindo para a meta, o órgão avalia a conveniência de subir a taxa. Caso contrário, com a inflação dentro da banda, o Copom pode manter ou reduzir a Selic.
Nesses 25 anos, o regime de metas teve alguns ajustes ao longo do tempo. As reuniões do Copom eram mensais; agora, são a cada 45 dias. A meta de inflação seguia o critério do ano-calendário, e a conta fechava em dezembro. Agora, decidiu-se que a meta será contínua. Ou seja, o Copom deve perseguir a orientação do CMN ao longo do tempo, e o prazo-limite para justificar o eventual descumprimento será de seis meses consecutivos.
O sistema de metas é resultado de um amadurecimento no processo de combate à inflação travado pelo Brasil desde os anos 1980. No próximo ano, a meta será de 3%, com flexibilidade de 1,5 ponto para mais ou para menos.
Pelo histórico da economia brasileira, controlar a inflação permanece como um desafio que não pode ser subestimado. Nesse processo, é preciso alinhar todos os Poderes, além do Banco Central, com os interesses da sociedade.
O Petróleo - SP 15/07/2024
O preço do minério de ferro 62% CFR está atualmente em US$ 109,58 por tonelada, conforme dados do site Investing.
Os preços do minério de ferro registraram queda no mercado de Dalian, influenciados pela demanda fraca da China. A economia chinesa, que é uma das maiores consumidoras de minério de ferro, tem enfrentado desafios que afetam a demanda por este recurso crucial na produção de aço. Apesar dessa queda, o mercado mantém expectativas sobre possíveis estímulos econômicos que possam ser introduzidos para revitalizar a demanda e sustentar os preços.
Para aqueles interessados em acompanhar as flutuações de preços e tendências do mercado, as cotações e gráficos do minério de ferro estão disponíveis na plataforma TradingView.
O Que é Minério de Ferro?
O minério de ferro é um tipo de rocha a partir da qual o ferro metálico pode ser extraído de forma economicamente viável. As principais formas em que o ferro é encontrado incluem óxidos, como magnetita e hematita, e carbonatos, como siderita.
O minério de ferro é fundamental na produção de aço, um material amplamente utilizado em diversas indústrias. O aço é essencial na fabricação de carros, eletrodomésticos, construções e infraestrutura, destacando a importância do minério de ferro na economia global.
Maiores Produtores e Consumidores
Os maiores produtores de minério de ferro são a Austrália, Brasil, China e Índia. Já os maiores consumidores são a China, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos e União Europeia. A dinâmica entre produtores e consumidores é um fator crucial que influencia os preços e a disponibilidade deste recurso no mercado internacional.
Apesar da recente queda nos preços devido à demanda fraca da China, o mercado de minério de ferro permanece atento às possíveis medidas de estímulo econômico que possam ser implementadas. Acompanhar as cotações e tendências é essencial para entender os movimentos deste mercado vital para a produção de aço e o desenvolvimento industrial global.
Débora Souza
Débora Souza é jornalista especializada em tecnologia e inovação no setor de energia. No O Petróleo, ela oferece insights profundos e atualizações sobre as últimas tendências tecnológicas e avanços no campo energético.
Brasil Mineral - SP 15/07/2024
A Associação das Empresas de Pesquisa Mineral e Mineração (ABPM) divulgou nota em que reitera posicionamento contrário à incidência do Imposto Seletivo sobre bens minerais. Com a aprovação no dia 10 de julho do Projeto de Lei Complementar 68/24, na Câmara dos Deputados, prevaleceu a percepção de que produtos minerais derivados do ferro são prejudiciais ao meio ambiente e à saúde e devem, portanto, ter seu consumo desestimulado a partir de uma sobretaxa de 0,25%.
Para a ABPM, a medida ignora que o minério de ferro é insumo de diversas cadeias produtivas nacionais, como a siderurgia, a metalmecânica e a própria construção civil e que não existem alternativas imediatas para o ferro enquanto insumo nos mais diversos processos produtivos. “Não se vislumbra a redução de seu consumo e o sobrepreço incidente sobre tal insumo gerará impactos e distorções ao longo de diversas cadeias produtivas nacionais, prejudicará a indústria e certamente chegará ao consumidor final”.
A associação não considera o minério de ferro prejudicial ao meio ambiente e alega que é exatamente com ele que a sociedade obtém soluções que asseguram o conforto e o bem-estar dos seus indivíduos e das famílias, sendo, desta forma, um insumo da mais alta essencialidade. A ABPM considera que a incidência de Imposto Seletivo sobre a produção de ferro irá desestimular a verticalização da produção nacional, uma vez que o preço ao insumo ficará mais caro, o que coloca em risco a viabilidade econômica de uma série de projetos de mineração em curso no Brasil. O imposto seletivo, juntamente com taxas de fiscalização ambiental recentemente criadas em alguns estados, prejudica a continuidade dos empreendimentos mineiros e o melhor aproveitamento dos recursos minerais, segundo a entidade.
De forma direta, a ABPM vê que tal medida prejudicará a atividade das frentes de lavra, encurtará a vida útil dos empreendimentos e precipitará o fim da mineração em diversas localidades, especialmente naquelas em que a atividade de mineração de ferro já ocorre há algum tempo e o teor de minério já não é tão atrativo. Como consequência, haverá o fechamento de postos de trabalho, a descontinuidade de atividades dependentes da mineração e a queda de impostos e contribuições para estados e municípios. “Ainda que restrita a uma substância e em percentual abaixo do inicialmente discutido, tal medida é prejudicial à economia nacional, pois a perda de competitividade comprometerá a balança comercial do país. Esperamos que o Senado Federal revise tal dispositivo, eliminando a incidência do Imposto Seletivo sobre qualquer produto mineral”.
IstoÉ Online - SP 15/07/2024
A Vale anunciou nesta sexta-feira, 12, que celebrou um acordo com a BHP (que engloba BHP Brasil, BHP Group UK e BHP Group) em relação a processos de ações coletivas no Reino Unido e Holanda, relativos ao rompimento da Barragem de Fundão no Brasil em 2015.
O efeito do acordo é que, caso se conclua que a BHP tem qualquer responsabilidade perante os requerentes nas Reivindicações do Reino Unido, ou caso qualquer responsabilidade seja por fim atribuída à Vale perante os requerentes na Holanda, tal responsabilidade seria dividida igualmente entre a BHP e a Vale.
“A Vale e a BHP firmaram um acordo confidencial, sem qualquer admissão de responsabilidade, segundo o qual a ação de contribuição movida pela BHP contra a Vale, em conexão com as Reivindicações do Reino Unido, será retirada”, segundo a mineradora brasileira.
Todos os outros termos do acordo permanecem estritamente confidenciais, diz a Vale, em comunicado ao mercado.
A mineradora relembra que, conforme divulgado em 2 de dezembro de 2022, a Vale é ré em uma ação de contribuição movida pela BHP perante o tribunal inglês, em conexão com uma ação coletiva movida contra a BHP por mais de 600.000 requerentes, que buscam ressarcimento por supostas perdas decorrentes do rompimento da barragem (as “Reivindicações do Reino Unido”). A BHP nega responsabilidade nas Reivindicações do Reino Unido.
Conforme divulgado em 19 de março de 2024, a Vale tornou-se ré em ações movidas na Holanda em nome de mais de 78.000 requerentes, que afirmam terem sido afetados pelo rompimento da barragem. Conforme mencionado anteriormente, a Vale avaliará o mérito dessas demandas em momento oportuno e apresentará sua defesa adequadamente.
A Vale reafirma ainda seu compromisso com a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, que pertencia e era operada pela Samarco Mineração, em conformidade com o Termo de Transação e Ajustamento de Conduta de 2016 (TTAC) e com o Termo de Ajustamento de Conduta relativo à Governança de 2018 (TAC Governança) celebrados com o poder público brasileiro, Samarco Mineração e seus proprietários em joint venture, Vale e BHP Brasil.
Monitor Digital - RJ 15/07/2024
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS) assinaram nesta quinta-feira, em São Leopoldo (RS), convênio de cooperação técnica e financeira no valor de R$ 9,4 milhões que serão destinados à reabilitação do maquinário de pequenas e médias empresas gaúchas atingidas pelas enchentes em abril e maio.
Os recursos serão transferidos por meio do programa Recupera Indústria RS. Estão previstos repasses de R$ 8,5 milhões pela ABDI ao Senai-RS, a quem caberá a contrapartida de R$ 945 mil. O valor concedido pela Agência será destinado à aquisição de peças e componentes de manutenção das máquinas industriais e ao pagamento de mão de obra técnica terceirizada.
“Nós vamos poder ajudar as pequenas, médias, microempresas e indústrias aqui do Rio Grande do Sul a recuperar máquinas e equipamentos com suporte técnico do Senai para que elas voltem a operar, voltem a produzir e, assim, consigam também garantir postos de trabalho”, disse o presidente da ABDI, Ricardo Cappelli.
Segundo levantamento da Fiergs, 81% dos estabelecimentos industriais do RS reportaram impactos pelas enchentes. Dentro deste grupo, 19,6% indicaram que suas máquinas e equipamentos foram danificados.
Na véspera, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, juntamente com uma comitiva do Ministério da Cultura (MinC )e o ministro Paulo Pimenta, estiveram em Porto Alegre para anunciar uma série de ações voltadas aos agentes culturais do estado, que foi profundamente afetado por recentes calamidades climáticas.
O Programa Retomada Cultural RS, em sua primeira fase, oferece suporte financeiro e formativo para reerguer o setor. As ações são diversas, abrangendo desde bolsas em parceria com institutos federais até apoio a pontos de cultura e incentivos via Lei Rouanet.
Margareth Menezes ressaltou a importância da união e da colaboração para superar os desafios atuais.
“Vários equipamentos culturais foram perdidos e isso impacta de uma maneira muito profunda na vida das pessoas da cultura, gestores, cantores, atores. No que tiver no escopo do Ministério da Cultura, e das nossas possibilidades, nós vamos fazer. Isso é só o começo dessa ação, porque a gente sabe que reconstruir o que foi perdido é uma caminhada. Mas só de ver a disposição de todas as pessoas que estão aqui é um sinal de reação, união e de força. Essa união é a chave para conseguirmos chegar onde queremos”, destacou.
O ministro Paulo Pimenta, atualmente no comando da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, falou sobre a importância das ações do MinC para reconstrução do estado.
“São tempos muito duros para o nosso estado. O presidente Lula desde o primeiro momento estabeleceu como prioridade do nosso governo as ações de apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul. É um desafio enorme, pois já estamos há mais de 60 dias e ainda enxergamos as consequências desse desastre. Temos contado com uma onda de solidariedade que inspira e nada melhor do que falar através da cultura em recomeço. E a ministra Margareth Menezes está aqui hoje não somente para trazer uma mensagem, mas firmar um compromisso através de políticas públicas efetivas e dar uma resposta para que a possa recomeçar”, falou.
O anúncio das ações foi feito no Mercado Público de Porto Alegre. A primeira ação destacada é a Bolsa – Retomada Cultural RS, uma iniciativa formativa em parceria com o Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS).
Márcio Tavares, secretário-executivo do MinC, explicou a ação aos presentes. Segundo ele, agentes culturais inscritos em cursos de 70 horas oferecidos pelo IFRS receberão uma bolsa de R$ 4.500,00. O valor será dividido em duas parcelas de R$ 2.250,00, sendo a primeira entregue no início do curso e a segunda após sua conclusão.
Dentre os critérios, o agente cultural precisa estar cadastrado no MinC, ou no Cadastro Único da Cultura organizado pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio Grande do Sul (Sated-RS), em cooperação com o Comitê Cultura Viva RS, Rede RS Pontos de Cultura, Associação Circo Sul, Sindicato das Empresas de Promoção (Sindiprofes), Comitê Lei Paulo Gustavo e (Fedargs); estar com CPF regular ou passível de regularização; não possuir renda formal (exceto Bolsa-Família); não ser sócio de empresa com fins lucrativos que teve movimentação financeira em 2024, exceto MEI, EI, Eireli ou SLU, desde que não tenha empregados; e ter endereço residencial nos 95 municípios em calamidade.
“Essa iniciativa vai garantir, não apenas a formação e a capacitação dos agentes, mas a valorização e retomada do fazer cultural da Região Sul”, completou.
A ação prevê um apoio financeiro de R$ 30 mil a todos os Pontos de Cultura, Pontos de Memória, Bibliotecas Comunitárias, Pontos de Leitura, Escolas Livres e Comunidades Quilombolas que foram diretamente afetados.
Ainda segundo Márcio Tavares, esses locais desempenham um papel crucial na preservação e difusão da diversidade cultural e “enfrentam agora o desafio de se reerguer após os danos sofridos”, destacou.
O apoio financeiro se dará por meio de prêmios, sem concorrência, por meio das seguintes secretarias e vinculadas do MinC: Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC), Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli), Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e Fundação Cultural Palmares (FCP).
Para fortalecer a criação e difusão cultural, serão oferecidas 150 bolsas de R$ 30 mil cada, destinadas a grupos, espaços e eventos nas áreas de artes visuais, circo, dança, música e teatro.
As bolsas apoiarão atividades como a pesquisa e criação de novas obras, desenvolvimento técnico e artístico, participação em eventos estratégicos e ações de intercâmbio e circulação. Este edital será realizado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), garantindo um processo transparente e competitivo.
Valor - SP 15/07/2024
Ministra das Finanças canadense acusou os chineses de "práticas comerciais injustas" e afirmou que a entrada do país asiático na OMC há mais de 20 anos foi um erro.
Fonte: BYD — Foto: Bloomberg
A ministra das Finanças do Canadá disse que manterá conversas na próxima semana com grupos empresariais e trabalhistas sobre a construção de barreiras comerciais contra veículos fabricados na China – e sugeriu que o governo pode até ir além dos automóveis.
O governo anunciou no mês passado uma consulta pública sobre como responder às “práticas comerciais chinesas injustas” de veículos elétricos. Mas “a consulta, na verdade, poderia ser mais ampla do que isso”, disse a ministra das Finanças, Chrystia Freeland, em uma entrevista na sexta-feira (12) à Bloomberg News.
O Canadá, que depende fortemente do comércio bilateral com os Estados Unidos, tem observado de perto as medidas da administração Biden para impor tarifas mais elevadas contra veículos elétricos, células solares, baterias, aço e outros produtos chineses.
O Canadá não tem escolha senão ver as suas relações comerciais através das lentes da segurança nacional, disse Freeland, que também é vice-primeira-ministra.
“A geopolítica e a geoeconomia estão de volta. Isso significa que os países ocidentais – e principalmente os EUA – estão valorizando cadeias de abastecimento seguras e tomando uma atitude diferente em relação ao excesso de capacidade chinesa”, disse ela. “E isso significa que o Canadá desempenha um papel ainda mais importante para os Estados Unidos.”
Freeland, que tem herança ucraniana, destacou a declaração desta semana da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de que a China é um “facilitador decisivo” da guerra da Rússia contra a Ucrânia. “O que a OTAN disse esta semana sobre a China é significativo”, disse a ministra. “Eu pediria às pessoas que prestassem atenção a isso.”
O governo do primeiro-ministro Justin Trudeau está tentando se alinhar com os aliados do G7 depois da administração Biden ter revelado planos para aumentar as tarifas sobre produtos chineses e a União Europeia ter anunciado novos impostos de até 48% sobre os veículos chineses. O Canadá impõe atualmente uma taxa de cerca de 6% sobre os veículos chineses.
A Bloomberg News foi a primeira a informar no mês passado que o Canadá estava preparando o caminho para potencialmente aumentar as tarifas sobre veículos elétricos fabricados na China, seguindo as medidas dos EUA e da UE. A consulta pública é a primeira etapa do processo. A China, que negou as alegações dos países ocidentais de que está inundando o mercado com produtos baratos, também disse que as tarifas poderiam minar o comércio e a cooperação econômica entre Pequim e Ottawa.
O governo também enfrenta pressões internas. Prometeu bilhões em subsídios para atrair fabricantes de automóveis globais como Volkswagen e Stellantis a estabelecerem a produção de baterias para veículos elétricos na província de Ontário para abastecer as fábricas de montagem norte-americanas. A indústria automotiva canadense também está pressionando para a imposição de barreiras aos veículos elétricos chineses para proteger empregos e salários locais, argumentando que os produtos chineses são mais baratos devido a padrões laborais mais fracos.
“Para mim, o trabalho é uma peça muito importante do quebra-cabeça e acho que já é hora”, disse ela. “A China é uma economia comunista de planejamento central e tem uma política de excesso de capacidade intencional dirigida pelo Estado."
O governo de Trudeau travou uma série de batalhas diplomáticas e comerciais com a China – o seu segundo maior parceiro comercial depois dos EUA – principalmente quando o Canadá prendeu a executiva da Huawei, Meng Wanzhou, com base em um mandado de extradição dos EUA. A China retaliou detendo dois cidadãos canadenses durante quase três anos.
Freeland, no entanto, não fez rodeios ao falar sobre a China na sexta. Existe uma visão predominante de que a entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), há mais de duas décadas, foi um erro, disse ela.
“Vejo esse preceito leninista na política econômica chinesa – de dominar os postos de comando da economia global e de agir de forma bastante intencional para minar e eliminar os concorrentes ocidentais”, disse ela. “Acho que é hora de termos clareza sobre isso.”
O Estado de S.Paulo - SP 15/07/2024
A participação da Tesla no mercado de veículos elétricos nos Estados Unidos, onde já foi líder, caiu para menos de 50% no segundo trimestre do ano, mesmo com as vendas de carros movidos a bateria atingindo um recorde, de acordo com novas estimativas publicadas na terça-feira, 9, por uma empresa de pesquisa.
A Tesla foi responsável por 49,7% das vendas de veículos elétricos de abril a junho, abaixo dos 59,3% do ano anterior, uma vez que a empresa liderada por Elon Musk perdeu terreno para a General Motors, Ford Motor, Hyundai e Kia, disse a empresa de pesquisa Cox Automotive. Foi a primeira vez que a participação de mercado da empresa caiu abaixo de 50% em um trimestre, de acordo com a Cox. A empresa, uma das principais pesquisadoras do setor automotivo, estima a participação de mercado com base em registros, relatórios de empresas e outros dados.
Os números são o mais recente sinal de que a Tesla está perdendo seu domínio em um mercado que, na verdade, criou em 2012, quando lançou o sedã Model S. Antes desse carro, pouquíssimos veículos elétricos eram vendidos nos Estados Unidos.
No geral, as vendas de veículos elétricos nos EUA aumentaram 11,3% em relação ao ano anterior, sugerindo que a demanda do consumidor por essa tecnologia continua saudável, mesmo que as vendas não estejam mais crescendo mais de 40% ao ano, como no ano passado. Os americanos compraram ou alugaram mais de 330 mil carros elétricos e caminhões leves durante o trimestre, representando 8% de todos os carros novos vendidos ou alugados no período de três meses. Um ano antes, os veículos elétricos representavam 7,2% do mercado, disse Cox.
Há alguns anos, a Tesla não tinha muitos concorrentes, e praticamente nenhuma outra empresa conseguia igualar a autonomia de seus carros com uma carga completa ou aceleração. Mas as montadoras estabelecidas têm lançado veículos elétricos que podem percorrer 300 milhas (482 km) ou mais, igualando e, às vezes, excedendo as capacidades dos carros da Tesla.
Há bem mais de 100 modelos elétricos disponíveis nos Estados Unidos, de acordo com um relatório separado publicado na terça-feira, 9, pela Alliance for Automotive Innovation, um grupo do setor. Os preços caíram à medida que a oferta e a variedade de modelos aumentaram, possibilitando que mais pessoas tenham acesso a um.
A concorrência intensa “está levando a uma pressão contínua sobre os preços, ajudando a aumentar lentamente a adoção de veículos elétricos”, disse Stephanie Valdez Streaty, diretora de percepções do setor da Cox, em um comunicado.
Muitos consumidores estão comprando carros elétricos de fabricantes de automóveis estabelecidos, como a BMW ou a Ford, que têm grandes redes de concessionárias que podem fornecer manutenção e reparos. A Tesla vende carros online e muitos consumidores disseram que pode ser difícil conseguir reparos para seus carros na rede relativamente pequena de centros de serviço da empresa.
As vendas da Tesla também sofreram com o envelhecimento de sua linha de produtos. Seu veículo mais vendido, o Modelo Y, foi colocado à venda em 2020, o que o torna antiquado para os padrões do setor. A Hyundai e sua empresa irmã, a Kia, oferecem mais modelos elétricos do que a Tesla, com preços competitivos e designs mais novos.
Após um início lento nos últimos dois anos, a GM começou recentemente a lançar veículos projetados para serem elétricos, em vez de modelos convertidos de carros a gasolina. A empresa também está usando baterias fabricadas nos Estados Unidos em uma joint venture com a LG Energy Solution. Em alguns meses, espera-se que a GM comece a vender uma versão elétrica do veículo utilitário esportivo Chevrolet Equinox da GM por cerca de US$ 35 mil (R$ 190 mil) antes de considerar um crédito fiscal federal de US$ 7,5 mil (R$ 40,7 mil).
A Tesla disse na semana passada que suas vendas globais caíram 4,8%, para cerca de 444 mil unidades, no segundo trimestre em relação ao período do ano anterior. A empresa não divulga suas vendas por país, mas Cox estima que as vendas da Tesla nos EUA caíram 6,3% no segundo trimestre, para 164 mil carros.
Musk também pode ter prejudicado as vendas da Tesla com sua adoção de políticas de direita no X, a plataforma de mídia social da qual é proprietário. Os proprietários de veículos elétricos tendem a ser liberais ou de esquerda e as vendas de veículos elétricos são mais altas nos Estados que geralmente elegem democratas para cargos estaduais e federais.
Nos últimos trimestres, as vendas de veículos elétricos não cresceram tão rapidamente quanto algumas montadoras esperavam, mas o mercado ainda está se expandindo mais rapidamente do que o de veículos a gasolina. O mercado de veículos híbridos tem crescido ainda mais rápido do que o de veículos totalmente elétricos; os híbridos, que não precisam ser conectados à tomada, permitem que os consumidores evitem uma rede nacional de recarga pública irregular.
Nem todos os fabricantes de automóveis estão se beneficiando. Os modelos elétricos, incluindo Mercedes-Benz, Polestar, Porsche e Volvo, caíram no segundo trimestre em relação ao ano anterior, disse Cox.
Automotive Business - SP 15/07/2024
O governo dos Estados Unidos vai dar mais de US$ 1 bilhão para General Motors e Stellantis aumentarem a produção de carros elétricos.
No total, as autoridades liberaram US$ 1,087 bilhão em recursos. Estão incluídos US$ 500 milhões para a planta de estamparia da GM em Lansing Grand River, no Michigan; US$ 334,8 milhões para a fábrica da Stellantis em Belvidere, no Illinois; e os US$ 250 milhões restantes destinados à Stellantis para a produção de módulos em uma fábrica de transmissões em Indiana.
A quantia faz parte de um pacote de US$ 1,7 bilhão concedido à projetos da indústria automotiva em 11 fábricas espalhadas por oito estados: além dos citados, Ohio, Pensilvânia, Geórgia, Maryland e Virginia.
Governo diz que recursos vão gerar empregos na indústria
Além de GM e Stellantis, uma fábrica de chassis da American Autoparts em Ohio e plantas que produzem caminhões da Volvo nos estados de Pensilvânia, Virginia e Maryland também receberão apoio financeiro.
Segundo o Departamento de Energia dos Estados Unidos, os projetos apoiados pelo governo de Joe Biden vão criar mais de 2.900 empregos e manter 15 mil funcionários.
Essa quantia faz parte de um programa mantido pelas autoridades norte-americanas para incentivar a produção de carros elétricos, híbridos puros, híbridos do tipo plug-in e veículos com célula combustível a hidrogênio. A meta é auxiliar montadoras e fabricantes de autopeças a realizarem a transição energética dos motores a combustão interna para fontes eletrificadas.
"Não existe nada mais difícil para uma montadora do que perder empregos para concorrentes do exterior e para uma indústria em transformação. Esses recursos garantem que nossa indústria automotiva permaneça competitiva", disse Jennifer Granholm, secretária do Departamento de Energia dos Estados Unidos.
Biden afirma que processo deve ser bom para todos
Em comunicado oficial, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que os recursos vão ajudar montadoras e fornecedores a realizarem as mudanças necessárias nas fábricas e assegurar a existência dos postos de trabalho durante o processo de transição para os veículos eletrificados.
"Construir uma economia baseada em energia limpa pode e deve ser benéfico tanto para os sindicatos dos funcionários quanto para as montadoras de veículos", disse.
Veja - SP 15/07/2024
A cena não poderia ter sido mais simbólica. Há alguns dias, o navio Explorer Nº 1, pertencente à fabricante chinesa de automóveis BYD, atracou no Porto de Suape, em Pernambuco, com um carregamento de 5.500 carros elétricos e híbridos. Os modelos foram trazidos para atender à crescente demanda dos brasileiros por veículos produzidos no país da Muralha. De janeiro a junho, as vendas de carros chineses no Brasil subiram 450% ante o mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Trata-se, praticamente, de uma invasão. Com preços menores que os praticados pelos concorrentes e dotados de mais recursos tecnológicos, os autos da China tomaram o mercado nacional, provocando desequilíbrios e ameaçando a indústria local. “Precisamos ter muito cuidado com o que está acontecendo”, disse, em evento recente, Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil.
O enxame de carros chineses é um fenômeno global que obrigou o Ocidente a se mobilizar para evitar a destruição em massa de seus parques industriais. Recentemente, a União Europeia anunciou tarifas de até 38% sobre veículos elétricos importados da China, alegando “ameaça de danos econômicos para os produtores europeus”. De seu lado, os americanos quadruplicaram o imposto cobrado na importação de carros movidos a eletricidade — a tarifa passou de 25% para 100%. Por aqui, o governo também agiu. Em janeiro, determinou que a alíquota que incide sobre esses modelos será gradualmente aumentada até atingir 35%, em julho de 2026. Atualmente, a taxa de importação é de 18% para elétricos e 25% para híbridos. Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, a medida é insuficiente para proteger a indústria automotiva brasileira. “Se isso não for revisto, podemos ter o fechamento de fábricas já no segundo semestre”, afirma ele, defendendo uma taxação imediata de 35%.
Várias políticas estratégicas adotadas pelo governo chinês nas últimas décadas tornaram o país a grande fábrica do mundo. Roberto Dumas, professor de economia do Insper, lembra que o câmbio é deliberadamente manipulado para manter a moeda chinesa desvalorizada, favorecendo as exportações. Subsídios concedidos pelo governo a diversos setores econômicos e políticas salariais restritivas também formam o contexto que permite ao país produzir mais com menos e, assim, desfrutar de vantagem competitiva em comparação com outras nações. “Precisamos ter uma abordagem inteligente para defender os interesses brasileiros, mas não podemos ficar alheios aos movimentos que Estados Unidos e União Europeia fizeram”, diz Rafael Lucchesi, diretor da Confederação Nacional da Indústria.
Na economia, há uma palavra para definir a concorrência desleal: dumping, que consiste em exportar produtos a preços menores a um determinado país em relação aos que são praticados no mercado local. No início do ano, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços abriu investigações sobre o suposto dumping de produtos industriais asiáticos. No setor de insumos médicos, como luvas e máscaras cirúrgicas, os órgãos de comércio exterior comprovaram danos à indústria doméstica, o que levou à adoção de medidas antidumping, com sobretaxas que chegaram a 119%. “No curto prazo, a política está correta, precisamos nos proteger”, diz Dumas. “Mas, a longo prazo, para termos uma economia crescente e sustentável, precisamos focar no aumento da produtividade.”
O Brasil, de fato, vem adotando uma série de medidas para conter o avanço chinês. Em abril, o governo elevou a alíquota do imposto de importação do aço para 25% e estabeleceu um volume de cotas de importação. A ação mais recente foi a taxação de compras internacionais de até 50 dólares feitas em lojas eletrônicas, que antes eram isentas de tributo. A iniciativa atinge especialmente as varejistas chinesas, conhecidas pelos preços atraentes que conquistaram os consumidores brasileiros. Enquanto alguns setores criaram novas barreiras, outros começam a se movimentar.
A Associação Brasileira da Indústria Química mantém tratativas com o governo para a elevação temporária — com validade de um ano — do imposto de importação para 65 produtos químicos específicos. De acordo com a entidade, as importações do setor cresceram 30% no ano passado, fato que levou algumas fábricas a atingir o maior nível de ociosidade dos últimos trinta anos. A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos também defende medidas emergenciais para conter o aumento expressivo da importação de pneus da China. As preocupações são válidas. Entre 2015 e 2023, as compras de produtos chineses de todos os tipos pelo Brasil dispararam 75%, passando de 32 bilhões de dólares para 56 bilhões de dólares.
Há um desafio em sobretaxar produtos chineses: a crescente importância da China para a economia brasileira. O país se tornou nos últimos anos o maior importador de mercadorias do Brasil — foram 104 bilhões de dólares em 2023. E tem mais. “A taxação torna os investimentos aqui menos atrativos”, diz Lia Valls, pesquisadora da Fundação Getulio Vargas e membro do Conselho Científico do Instituto de Estudos Brasil-China. Segundo ela, a China está diversificando as suas cadeias de produção, e a instalação de fábricas na América do Sul, especialmente no Brasil, faz parte dessa estratégia. “À medida que as tarifas de importação aumentam, os custos também aumentam, dificultando essa estratégia”, afirma Lia.
Existe outro complicador nessa equação, que consiste no alinhamento ideológico do governo petista com os chineses. Ainda assim, especialistas consideram pouco provável, pelo menos por enquanto, que haja algum tipo de retaliação ou impacto nas relações entre os países. “Enquanto para os Estados Unidos o que está em jogo é a supremacia global, no caso brasileiro o objetivo é apenas estimular o setor industrial do país”, diz Alana Oliveira, professora de relações internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e membro do laboratório Observa China. “Precisamos de um mercado livre e de plena competição”, diz Dave Huang, diretor para a América Latina da Huawei, gigante chinês de tecnologia que foi proibido pelo governo dos Estados Unidos de utilizar chips produzidos por empresas americanas. O mundo vive uma nova era de protecionismo econômico, algo sempre complicado. Mas só haverá mercado livre se a competição for justa.
Rivais unidos
Em vez de lutar contra os chineses, o Magazine Luiza decidiu juntar-se a eles
Se você não pode vencer o inimigo, junte-se a ele. A velha máxima encaixa-se à perfeição no acordo anunciado recentemente entre o Magazine Luiza e o AliExpress, que pertence ao Grupo Alibaba, a maior empresa de comércio on-line da China. As empresas juntaram forças para vender produtos em ambos os marketplaces. “É uma parceria ganha-ganha”, disse Frederico Trajano, presidente do Magazine Luiza, em teleconferência com jornalistas. “As duas plataformas vão ampliar os sortimentos.” Negociada desde o fim do ano passado, a iniciativa ganhou força após a aprovação da taxa das “blusinhas”, que tributa produtos internacionais de até 50 dólares.
Juntas, as duas companhias recebem, em suas páginas eletrônicas, 700 milhões de visitantes mensais e têm 60 milhões de clientes ativos. Para o AliExpress, a vantagem é a inclusão de itens pesados, como geladeiras, que são bem recebidos no catálogo do Magalu mas ainda ausentes na plataforma chinesa. Segundo Felipe Cohen, diretor do marketplace da companhia brasileira, ela se beneficiará da vasta oferta do AliExpress, especialmente em segmentos como acessórios de informática, moda, ferramentas e itens para bebês.
O Estado de S.Paulo - SP 15/07/2024
Na guerra comercial entre o Ocidente e a China, uma batalha relacionada aos veículos elétricos começou. Em maio, como parte de uma investida mais ampla contra a tecnologia chinesa, os Estados Unidos impuseram uma tarifa de 100% sobre os veículos elétricos do país asiático.
Em 2 de julho, o Canadá lançou uma consulta sobre o que chamou de “práticas comerciais injustas da China” no setor de veículos elétricos. Três dias depois, uma tarifa provisória de até 37,6% sobre os elétricos chineses entrou em vigor na União Europeia.
Em 10 de julho, dias após o golpe simbólico de abrir uma investigação antidumping sobre o conhaque europeu, o Ministério do Comércio da China sinalizou que não aceitará o ataque de braços cruzados. Ele disse que estudará se as tarifas da UE criam barreiras ao livre-comércio.
As empresas automobilísticas ocidentais com grandes negócios na China temem ser pegas no fogo cruzado. Elas se juntariam às vítimas anteriores da intensificação do conflito. As agências do governo chinês foram instruídas a eliminar softwares e hardwares fabricados por empresas americanas, como a IBM, Microsoft e Oracle, aparentemente por motivos de segurança nacional. Alguns funcionários foram orientados a não comprar iPhones, da Apple.
O alvo mais óbvio para a China na disputa entre os carros elétricos é a Tesla. A pioneira americana dos veículos elétricos tem uma presença enorme na China e está constantemente competindo com a BYD, uma rival local, para ser a maior fabricante mundial de carros movidos a bateria. E, no entanto, longe de ser a grande perdedora da disputa tarifária, a Tesla parece estar obtendo uma vitória após a outra na China.
Em abril, seu chefe, Elon Musk, fechou um acordo para usar os dados de mapeamento de uma empresa local para um novo sistema de direção autônoma. Em junho, a Tesla obteve aprovação para testar esse sistema em Xangai.
O mais surpreendente é que, neste mês, o governo da província de Jiangsu incluiu a Tesla em sua lista oficial de fornecedores, apesar de relatos anteriores de que a Tesla estava proibida de entrar em locais sensíveis, como aeroportos, porque seus sensores captavam muitas informações. A decisão concede permissão a entidades estatais e do Partido Comunista para comprar Teslas e dá à empresa algo semelhante ao status de uma empresa local.
Não está claro por que a Tesla parece invulnerável. Talvez Musk tenha persuadido Li Qiang, o primeiro-ministro da China, de que os Teslas não representam uma ameaça à segurança quando os dois se encontraram em abril, em Pequim. Ou, como suspeitam algumas pessoas próximas à fábrica da Tesla em Xangai, os sucessos da empresa podem estar ligados à recente amizade de Musk com Donald Trump, que caminha para retornar à Casa Branca após a eleição presidencial americana, em novembro.
Se o Musk se tornar um conselheiro presidencial, como alguns estão especulando, poderia convencer o líder a moderar sua posição.
Há uma explicação menos conspiratória para a boa sorte da Tesla. O tratamento dado à empresa de Musk ilustra a situação incômoda em que se encontra o governo da China. Por um lado, ele precisa parecer duro com as potências estrangeiras hostis que acusam as empresas chinesas de inundar os mercados com produtos subsidiados.
Por outro lado, com a desaceleração da economia chinesa, o governo está tentando mostrar que continua aberto ao investimento estrangeiro. Nesse contexto, a repressão a um dos mais proeminentes investidores externos enviaria a mensagem errada.
O governo chinês pode, portanto, optar por um contra-ataque mais calibrado. Um resultado provável é que ele faça mais uso da arma preferida dos Estados Unidos - as restrições à exportação. A China já restringiu as exportações de gálio e germânio, dois minerais cuja produção é controlada por empresas chinesas e que são cruciais para todos os tipos de eletrônicos, inclusive os usados em carros elétricos.
A China também poderia atualizar sua lista de exportações controladas em áreas em que as empresas ocidentais dependem da propriedade intelectual chinesa. Em dezembro, a lidar, uma tecnologia a laser semelhante a um radar usada em sensores de veículos autônomos, apareceu nessa lista juntamente com inovações em edição de genes e biologia sintética. Espera-se mais foco no laser.
Valor - SP 15/07/2024
Único participante de um processo de licitação que durou de 2017 a 2019, grupo adquiriu o direito de operar a linha por 20 anos, mas não chegou a assumir o sistema.
O contrato de concessão da linha 15-Prata do Metrô de São Paulo entre o governo estadual e o grupo empresarial CCR será revogado, afirmou na sexta-feira (12) a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A concessionária confirmou a decisão e disse que não irá se opor à revogação.
Único participante de um processo de licitação que durou de 2017 a 2019, o Grupo CCR adquiriu o direito de operar a linha por 20 anos, mas não chegou a assumir o sistema.
O certame foi contestado por uma ação judicial movida pelo Sindicato dos Metroviários. Ainda em 2019, a Justiça paulista determinou o cancelamento da licitação, mas recuou parcialmente, em 2022, ao anular a decisão de primeira instância, sem definir se a concessionária poderia operar o serviço. Agora, a gestão Tarcísio e o Grupo CCR anunciam a desistência de seguir adiante na disputa, dando desfecho ao caso.
Sexta linha do metrô paulistano, a 15-Prata é a única em que os trens trafegam por um único trilho, em vez de dois. O monotrilho faz a ligação entre as estações Vila Prudente e Jardim Colonial, na zona leste da capital.
É o único monotrilho em funcionamento entre as obras previstas para a expansão do sistema quando São Paulo foi anunciada como uma das sedes da Copa do Mundo de futebol masculino de 2014. Ainda assim, não ficou pronto a tempo do mundial, e até hoje apenas 11 estações das 18 prometidas foram concluídas.
Dez anos após a competição, o governo estadual diz que está encaminhando a entrega do segundo monotrilho da capital, que fará a ligação do sistema com o aeroporto de Congonhas, na zona sul. Até o momento, a Linha 15-Ouro tem apenas um trem no pátio. A inauguração está prevista para 2026.
Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários, diz que a decisão do governo estadual era esperada devido à dificuldade técnica de operação e elevados custos de manutenção do monotrilho.
Ela também afirma que a escolha pelo modal foi equivocada e que o projeto possui uma série de equívocos que resultaram em diversos acidentes. "Esperamos que a operação fique definitivamente com a empresa pública Metrô e que o governo faça os devidos investimentos", diz. A gestão Tarcísio não disse se fará uma nova licitação.
Além de diversas falhas de operação que provocam transtornos aos passageiros, acidentes com razoável gravidade ocorreram nos últimos anos no monotrilho da zona leste.
Em setembro de 2022, um bloco de concreto caiu de uma altura de 15 metros sobre uma ciclovia na avenida Luiz Inácio Anhaia Mello, na zona leste da capital. Em 2020, o estouro de um pneu lançou uma placa de metal que caiu na avenida Sapopemba e paralisou a linha por cerca de cem dias.
Em janeiro de 2019, dois trens se chocaram na estação Jardim Planalto. Um dia depois, um equipamento chamado terceiro trilho se soltou e ficou pendurado a 15 metros do solo. Depois, o muro de uma das novas estações desabou sobre a escada que dá acesso à plataforma.
De acordo com o consultor em transportes Flamínio Fichmann, há poucos monotrilhos no mundo e novos empreendimentos desse tipo são cada vez mais raros. É comum que esse tipo de trem tenha problemas estruturais, como trepidação e excesso de peso pressionando os pneus.
O Grupo CCR também é responsável pela ViaMobilidade, cuja gestão das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda tem sido alvo de críticas e reclamações por uma série de falhas. A empresa alega ter recebido equipamentos sucateados e que essa seria a razão dos problemas ocorridos desde a concessão, em 2022.
A CCR diz prever R$ 4 bilhões em investimentos para compra de trens, reformulação de rede aérea, troca de trilhos e dormentes e reforma de estações, entre outros, durante três anos. Do total, cerca de R$ 2,5 bilhões já foram aplicados.
Procurada pela reportagem, a CCR afirmou, em nota, que não contestará a decisão do governo. "O Grupo CCR confirma que não se oporá à revogação da licitação e aguarda a oficialização da decisão."
Também por meio de nota, a Secretaria de Parcerias em Investimentos do governo estadual comunicou que "a concessionária informou ao governo não se opor à revogação, já prevista pelo estado, da licitação realizada anteriormente para concessão da Linha 15-Prata de monotrilho".
O Estado de S.Paulo - SP 15/07/2024
A Prumo Logística, dona do Porto do Açu, vai entregar ao governo federal um pacote de estudos de viabilidade e engenharia executiva para a licitação da construção da Estrada de Ferro 118 entre Espírito Santo e Rio de Janeiro. O projeto de 530 quilômetros de trilhos pode conectar a Estrada de Ferro Vitória-Minas, concedida à Vale, em Cariacica (ES) à malha da MRS em um ponto de Nova Iguaçu (RJ). Discutido há pelo menos uma década, o projeto deve constar do Plano Nacional de Ferrovias, em preparação pelo governo federal.
A construção é de interesse direto da Prumo, empresa controlada pelo fundo americano EIG Global Energy Partners, porque integraria o Açu à malha ferroviária nacional, mudando a escala de movimentação do porto, hoje limitado a rodovias.
Com o trem, a “mancha de captura” potencial de grãos, por exemplo, cresceria no Centro-Oeste, aumentando em mais de quatro vezes o volume movimentado, que poderia chegar a 30 milhões de toneladas por ano, estimam executivos da Prumo. Somente com caminhões, como acontece hoje, o limite de viabilidade dessa mancha é o sul do Estado de Goiás. Atualmente, escoar a produção do agronegócio é um dos focos do Porto do Açu no curto prazo.
Outra possibilidade é aumentar o volume de minério escoado. Em 2023, o Porto do Açu movimentou cerca de 24 milhões de toneladas de minério de ferro molhado trazidos de Minas Gerais pelo mineroduto da Anglo American, em que a Vale tem parte. A capacidade máxima é de 26 milhões de toneladas. Com a ferrovia, esse teto subiria.
O presidente do Porto do Açu, Eugênio Figueiredo, diz que a conexão ferroviária vai fazer a movimentação de cargas do porto crescer em “progressão geométrica”. Hoje essa movimentação está na casa das 85 milhões de toneladas por ano, concentrada em minério e petróleo.
Diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da Prumo, Eduardo Kantz disse ao Estadão/Broadcast que nunca se esteve tão próximo de tirar o projeto da EF-118 do papel. Para além da finalização dos estudos, há disposição do governo Lula em aportar dinheiro público em ferrovias, viabilizando as grandes linhas planejadas para o País, à diferença do governo anterior, que apostava no modelo de autorização e no investimento totalmente privado.
“O que vamos fazer com esses estudos é ajudar a viabilizar a concessão da EF-118, para que o ministério possa tirá-la do papel”, diz Kantz.
Esses estudos foram feitos por empresas contratadas, especializadas em modal ferroviário, e envolvem avaliações de engenharia, de demanda de carga, além de estudos ambientais, fundiários e jurídicos que poderão ser incorporados pelo Ministério dos Transportes.
Prazos e obstáculos
A ideia é subsidiar a etapa de projeto e acelerar o rito de concessão, que envolve desenho de edital, aprovação pelo Tribunal de Contas da União (TCU), realização de audiências públicas e, finalmente, um leilão. Segundo o executivo, há sinalização do governo para um leilão ainda em 2025, a fim de encaminhar o projeto no governo Lula. “Depois disso, são pelo menos três ou quatro anos para a construção da linha”, diz.
O diretor evita estimar um custo por quilômetro de trilho antes da entrega dos estudos, mas lembra que as principais variáveis nesse tipo de projeto são volumes de conflitos urbanos; desapropriações; intervenções como pontes e viadutos; e restrições ambientais.
“Já sabemos que a região a ser cortada pela EF-118 é menos complexa se comparada a outras, como a da Ferrogrão (entre Mato Grosso e Pará) no quesito socioambiental. O que pesa são questões ligadas ao terreno de fato, se é mais ou menos plano”, explica. E diz que, por se tratar de um projeto de integração do Sudeste, com estudos avançados e com o atrativo de um Porto capaz de desafogar a pressão sobre pares, como o Porto de Santos, a EF-118 estaria bem posicionada na fila de ferrovias a serem construídas no País.
Especificamente no caso da ligação da EF-118 com o Açu, ainda seria necessária a construção de outra ferrovia “perpendicular” de 40 quilômetros, ligando a nova linha ao litoral. A Prumo, diz Kantz, já tem autorização federal para construir esse trecho menor a um investimento próprio estimado em R$ 600 milhões.
Plano Nacional
A expectativa é que a EF-118 seja incluída no Plano Nacional de Ferrovias, a ser divulgado nas próximas semanas pelo Ministério dos Transportes. O Plano prevê parcerias público-privadas (PPPs), com aportes federais para viabilizar os projetos, que também contarão com o investimento privado de quem vencer os leilões. Leva a concessão quem oferecer o maior desconto ao gasto público.
A União, segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho, deve colocar pouco mais de R$ 20 bilhões no plano. A maior parte desse montante, prevê o governo, viria da repactuações de contratos de renovação antecipada de concessões já existentes.
Portal Fator Brasil - RJ 15/07/2024
Entre os principais 20 TUPs do país, os que mais cresceram em maio ante o mesmo mês no ano passado foram o Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita -Tiplam (SP), com 25,40%; o Terminal Portuário Privativo da Alumar (MA), com 24,98%; e o Terminal de Angra dos Reis (RJ), com 18,08%. Dentre os portos públicos apenas teve crescimento o de Santos com 1,89%, e Suape 18,75%.
Em maio, o setor portuário apresentou queda de 3,48% com a movimentação de 110,0 milhões de toneladas, em parte essa queda se deu pelos recuos apresentados no Estado do Rio Grande do Sul. No mesmo período de 2023 a movimentação havia atingido 114,01 milhões de toneladas, segundo os dados do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
No entanto, no acumulado do ano, de janeiro a maio de 2024, a movimentação portuária cresceu 4,14%, em comparação com o ano anterior. A movimentação total foi de 525,3 milhões de toneladas de cargas.
Entre as principais mercadorias movimentadas no mês de maio, os destaques de crescimento foram Cereais (+35,24%), Açúcar (+28,52%) e Ferro Fundido, Ferro e Aço (11,89%).
Em relação às cargas conteinerizadas, a movimentação do mês atingiu 12,33 milhões de toneladas, um aumento de 14,61% em comparação com o mesmo período do ano passado, representando 1,10 milhão de TEUs. Desse total, 0,71 milhão de TEUs foram movimentados em longo curso e 0,37 milhão de TEUs por cabotagem.
Cargas gerais apresentaram crescimento de 6,19% frente a maio de 2023. Foram 4,91 milhões de toneladas registradas no quinto mês do ano. Por sua vez, granéis líquidos e sólidos movimentaram 25,01 milhões de toneladas (- 5,98%) e 67,78 milhões de toneladas (- 5,88%) durante o mês, respectivamente.
Navegação — A movimentação de cargas de longo curso foi de 79,09 milhões de toneladas no quinto mês do ano de 2024, apresentando uma queda de 1,79% em comparação com o mesmo período do ano passado.
A cabotagem apresentou um recuo de 2,39% em comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo uma movimentação de 23,62 milhões de toneladas. Já a cabotagem de contêineres cresceu 22,50% em comparação com o quinto mês do ano.
As operações de navegação interior decresceram 21,25% em maio deste ano, atingindo uma movimentação de 7,02 milhões de toneladas.
Portos Públicos — Os portos públicos movimentaram 39,95 milhões de toneladas em maio de 2024. O número representa uma queda de 1,35% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O porto com maior movimentação no mês foi o Porto de Santos, com 12,11 milhões de toneladas, registrando um aumento de 1,89% frente ao mesmo período de 2023. Por sua vez, o Porto de Suape (PE) apresentou a maior evolução percentual para o mês com crescimento de 18,75%, movimentando 2,34 milhões de toneladas de cargas.
Terminais Privados — Os Terminais de Uso Privado (TUPs) registraram 70,09 milhões de toneladas em maio de 2024. O número representa um recuo de 4,65% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Entre os principais 20 TUPs do país, os que mais cresceram em maio foram o Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita – Tiplam (SP), com 25,40%; o Terminal Portuário Privativo da Alumar (MA), com 24,98%; e o Terminal de Angra dos Reis (RJ), com 18,08%.
De acordo com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o recuo da movimentação nos portos tem a ver com o Rio Grande do Sul, o estado enfrentou chuvas e enchentes que dificultaram a movimentação de cargas nos portos públicos e nos terminais autorizados
Devido ao estado de calamidade pública que afetou o Rio Grande do Sul, a movimentação portuária no mês de maio deste ano na região caiu 24%, segundo os dados do Estatístico da Antaq.
Esses dados abrangem tanto os portos públicos, quanto os Terminais de Uso Privado (TUPs). Em relação aos três portos públicos, o Porto de Porto Alegre informou para a Antaq ausência de desatracação em maio, ou seja, que não houve movimentação ao longo do mês.
O Porto de Rio Grande apresentou movimentação de 1,67 milhão de toneladas de carga, uma queda de 13,18% em comparação com o mesmo período de 2023 e o Porto de Pelotas teve queda de 44,99%, com movimentação de 0,38 milhão.
No intuito de amenizar os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul, a Antaq apresentou diversas medidas como dar prioridades de embarcações até a isenção tarifária para o envio de donativos às vítimas das enchentes na região; autorizar movimentação e armazenagem de cargas distintas para contratos, suspender contagem de livre estadia, entre outras.
Globo Online - RJ 15/07/2024
O anúncio de que a Transpetro, subsidiária da Petrobras, encomendará navios em licitações cujas regras favorecem estaleiros nacionais é um desafio à sensatez. O edital para contratar o primeiro lote de quatro petroleiros de pequeno porte para transportar combustível na costa brasileira marca a retomada de um programa que já não deu certo no passado, deixou prejuízos para o Erário e um rastro de denúncias de corrupção investigadas pela Operação Lava-Jato.
Sob medida para beneficiar estaleiros nacionais, o edital permite que estaleiros em recuperação judicial participem das licitações. Oferece vantagens a fornecedores locais, repetindo a reserva de mercado adotada no segundo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na gestão Dilma Rousseff. Na ocasião, o governo usou a capacidade financeira da Petrobras para lotar estaleiros de encomendas e gerar empregos no setor. Tal política fracassou. Não entregou navios e sondas na quantidade e qualidade exigidas.
O maior emblema desse fracasso foi a Sete Brasil, criada no final de 2010, sob controle da Petrobras, para encomendar sondas a estaleiros e depois arrendá-las à estatal. Não produziu uma sequer das 29 contratadas, e sua falência foi decretada em 2019. Os prejuízos com a empreitada foram estimados em US$ 25 bilhões pelo Tribunal de Contas da União (TCU), conta paga pelos acionistas da Petrobras — o maior deles, a União — e pelos cotistas de fundos de pensão de estatais que o governo envolveu no negócio.
A nova gestão petista não parece ter aprendido nada com o episódio. Fala apenas na volta do tempo em que os estaleiros empregavam 85 mil funcionários (hoje, depois do fracasso da política de subsídios, restaram apenas 26 mil). A encomenda de quatro petroleiros é só o início. O plano integral prevê 25 navios, com entregas até 2029. O lançamento do primeiro petroleiro está agendado para junho de 2026, meses antes da eleição presidencial.
O financiamento aos estaleiros nacionais será feito pelo Fundo de Marinha Mercante, administrado pelo BNDES. As taxas de juros serão subsidiadas com dinheiro público. Elas já são vantajosas, entre 2,3% e 3,3% ao ano. Mas serão ainda mais baixas para quem se comprometer a entregar navios com no mínimo 65% de “conteúdo local”.
Num mercado em que empresas nacionais não têm vantagens comparativas, não é difícil prever o que acontecerá: perdas para a Petrobras. Mas a nova presidente da estatal, Magda Chambriard, demonstra estar de acordo com o que deseja o Planalto. Logo na posse, afirmou que sua gestão estará “totalmente alinhada com a visão de país do presidente Lula e do governo federal”.
O fato de a União deter o controle da Petrobras não dá ao governo o direito de impor à empresa investimentos temerários, que já se mostraram equivocados. Os interesses dos milhares de outros acionistas, dentro e fora do país, não podem ser deixados de lado. Nem é preciso lembrar a corrupção desmascarada pela Lava-Jato na Petrobras para entender o erro crasso de gestão que representa o edital dos petroleiros.
Portal Fator Brasil - RJ 15/07/2024
Para isso já foi assinado um Protocolo de intenções com o Governo da Bahia e, posteriormente, acessar os recursos do Fundo de Marinha Mercante (FMM). Com investimento previsto de R$ 9 milhões, o projeto tem expectativa de produzir 80 unidades em três anos, gerando mais de 500 empregos diretos e mais de 2.500 indiretos.
Mais desenvolvimento, infraestrutura e logística no Recôncavo Baiano. O Consórcio Enseada-Tenenge pretende retomar as atividades operacionais do Estaleiro no município de Maragogipe. O anúncio foi feito durante a assinatura de protocolo de intenções assinado entre o Consórcio e o Governo da Bahia, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico(SDE), no dia 10 de julho (quarta-feira). A companhia vai implantar uma linha de montagem destinada à fabricação de balsas mineraleiras e graneleiras para um cliente no segmento da mineração. Com investimento previsto de R$ 9 milhões, o projeto tem expectativa de produzir 80 unidades em três anos, gerando mais de 500 empregos diretos e mais de 2.500 indiretos.
Durante a assinatura, o secretário da pasta, Angelo Almeida, destacou a importância da reativação do estaleiro para o município de Maragogipe e para todo o Recôncavo baiano. —Temos trabalhado muito para ajudar na reativação da Enseada, que no seu auge em 2012, chegou a empregar mais de sete mil pessoas e triplicou o PIB de Maragogipe, sem falar no esforço de qualificação da mão de obra local e nas empresas que foram atraídas para a região. É um compromisso do governador Jerônimo Rodrigues, através da SDE — afirma.
De acordo com Mário Moura, diretor Industrial da Enseada e representante do Consórcio, o Programa Estadual de Incentivos à Indústria de Construção Naval (Pronaval) é um dos melhores programas a nível nacional. —Acredito que sem esse benefício, a empresa não seria competitiva, tanto em nível nacional, quanto internacional para construção naval. Ter benefício dessa natureza é essencial para possibilitar a retomada das operações. Estamos na reta final, faltando apenas assinar o contrato junto ao cliente e posteriormente aguardar os recursos do Fundo de Marinha Mercante (FMM). Estamos na expectativa que esses dois grandes próximos marcos possam ocorrer o mais breve possível—
Ainda segundo o diretor Industrial, existe uma expectativa muito grande de toda a sociedade, da comunidade local, do governo da Bahia, dos estudantes, da retomada da construção naval e offshore do Enseada, que foi criado em 2012 para ser um dos maiores estaleiros da América Latina. —Já foram investidos no local mais de US$ bilhão no ativo. Temos um altíssimo potencial de geração de empregos e impostos para o estado. Espero que possamos voltar a ser a Enseada que planejamos no passado— finaliza.
Valor - SP 15/07/2024
Em 2014, a gigante de trading e o braço de investimento do fundo soberano de Abu Dhabi compraram o controle acionário do Porto Sudeste da MMX Mineração & Metálicos, empreendimento de Eike Batista.
O Trafigura Group e o Mubadala Capital exploram a venda da operadora brasileira de terminal portuário que compraram de Eike Batista há cerca de uma década, segundo pessoas com conhecimento do assunto.
A gigante de trading e o braço de investimento do fundo soberano de Abu Dhabi conversaram com bancos sobre a potencial venda de até a totalidade de sua participação no ativo, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as discussões não são públicas.
Em 2014, Trafigura e Mubadala compraram o controle acionário do Porto Sudeste da MMX Mineração & Metálicos, empreendimento de Batista. No âmbito dessa operação, também assumiram instrumentos híbridos vinculados a royalties do terminal. Os dois detêm cerca de 85% desses títulos, disseram as pessoas.
Trafigura, Mubadala e Porto Sudeste não comentam.
O porto embarcou 26,1 milhões de toneladas de minério de ferro no ano passado, acima dos 17,4 milhões de toneladas do ano anterior, mas ainda abaixo da sua capacidade de 50 milhões de toneladas, segundo dados trimestrais divulgados.
O Mubadala planeja utilizar os recursos para aumentar o seu investimento numa refinaria na Bahia onde pretende produzir diesel verde e querosene de aviação sustentável, disse uma das pessoas a par do assunto.
Valor - SP 15/07/2024
Governo tem interesse em explorar região e ensaia pressionar Ibama para obter licença.
Fonte: Magda Chambriard e Lula: presidente tem reforçado o interesse e a importância para o governo e a Petrobras de explorar na Margem Equatorial — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
O debate sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, no litoral das regiões Norte e Nordeste do país, voltou às atenções na semana passada depois que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) incluiu as bacias da região entre as prioridades do calendário estratégico de estudos geológicos e econômicos de 2025. A decisão da diretoria da ANP veio na quinta (11), dia seguinte a uma reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e do Meio Ambiente, Marina Silva, além do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. Na sexta (12), o Ministério de Minas e Energia abriu consulta pública sobre licença ambiental do setor de óleo e gás.
Lula tem reforçado o interesse de explorar petróleo na Margem Equatorial. Em visitas recentes ao Rio e ao Maranhão, o presidente enfatizou que a exploração na chamada “nova fronteira” é questão de tempo. O Valor apurou que o presidente disse a interlocutores em uma das viagens que é importante autorizar a atividade. Segundo essa fonte, que acompanha o debate, existe uma tentativa do Planalto e dos demais ministérios em pressionar o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) para viabilizar a licença. A região, que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte, tem sido alvo de discussões por uma negativa de licença ambiental do Ibama à Petrobras na bacia da Foz do Amazonas, no Amapá, em maio de 2023. A estatal ainda aguarda uma reavaliação por parte do órgão.
A Petrobras diz que ainda aguarda resposta do Ibama para definir as próximas ações. “A companhia empenha todos os esforços na obtenção da licença e avalia que todas as exigências feitas pelo Ibama foram atendidas. A Petrobras reforça a importância da reposição de reservas e a necessidade de exploração de novas fronteiras, sempre prezando pelo valor de o respeito à vida, às pessoas e ao meio ambiente”, diz a empresa, em nota. Procurado, o Ibama não se pronunciou.
“Agora o peso político da Margem Equatorial ganha volume”
— Allan Kardec
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, tem dito que busca viabilizar a exploração na Foz do Amazonas. Desde que assumiu, no fim de maio, a executiva afirmou em diferentes ocasiões que quer dar detalhes ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) sobre o plano da petroleira, mas a reunião ainda não aconteceu. “A Margem foi licitada em 2013. A Total estudou e desistiu, assim como a BP. A Petrobras está lá agora com todos os esforços. Não é crível que três grandes petroleiras estejam desempenhando mal seu papel em termos de licenciamento”, disse, em 12 de junho.
O professor da Universidade Federal do Maranhão e presidente da Gasmar, Allan Kardec, diz que a inclusão da Margem na agenda da ANP significa que os blocos podem ser licitados em 2025. Kardec, ex-diretor da ANP, afirma que essa decisão é importante para chamar a indústria a aprofundar o debate: “Agora o peso político da Margem Equatorial ganha volume.”
Valor - SP 15/07/2024
O petróleo Brent para setembro caiu 0,43%, a US$ 85,03 por barril, já o petróleo WTI para agosto recuou 0,50%, a US$ 82,21 o barril.
Os preços do petróleo fecharam a sexta-feira (12) em queda, depois de subirem nos dois últimos dias impulsionados por dados de inflação mais suaves nos EUA e por uma queda expressiva nos estoques americanos por duas semanas consecutivas.
A queda do petróleo foi puxada pelo recuo do indicador de sentimento do consumidor de Michigan, de 68,2 para 66 pontos, o que teria levado a uma realização de lucros. Com o recuo de hoje, o petróleo registrou perdas em quatro das últimas seis sessões, levando a fechar a semana em queda, interrompendo uma sequência de quatro semanas consecutivas de altas.
No fechamento, o petróleo Brent, a referência global, para setembro caiu 0,43%, a US$ 85,03 por barril ― na semana, o Brent cedeu 1,73%. Já o petróleo WTI, a referência americana, para agosto recuou 0,50%, para US$ 82,21 o barril. Na semana, o WTI perdeu 1,14%.
Entre outras notícias nesta sexta, o relatório trimestral da distrital do Federal Reserve de Kansas City mostrou queda da atividade de petróleo e gás no centro dos EUA, mas com expectativa de melhora nos próximos seis meses. Segundo o documento, o índice de atividade do setor caiu para -14, no segundo trimestre, depois de registrar -13 no primeiro trimestre. Leituras abaixo de zero indicam contração. Porém, o indicador de expectativa para os próximos seis meses subiu de -10 para 21.
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