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15 de Fevereiro de 2024

SIDERURGIA

Infomoney - SP   15/02/2024

O Citi atualizou seu modelo de oferta e demanda para o aço no Brasil, com previsões ainda otimistas para 2024. A expectativa é que haja ligeiro fortalecimento, com crescimento de cerca de 2% na demanda por aço. Dentro das projeções, a tonelada do minério de ferro é vista por US$ 120. A demanda cresceu 3,7% no ano passado e foi atendida por importações, que apresentaram avanço de 50%.

“Prevemos que a demanda cresça cerca de 2% em 2024, com as remessas domésticas aumentando cerca de 3%. A capacidade permanece estável e as importações seguem como um fator-chave. O governo anunciou um pequeno aumento nas tarifas de vergalhão na semana passada, mas nada ainda sobre aços planos”, considera o banco.

As importações, na análise, são consideradas ainda uma “incógnita significativa”, em especial pelo fato de tarifas ainda estarem em discussão. Para as companhias brasileiras, no entanto, não há alteração na classificação do Citi, que apenas revisou preços-alvos para Gerdau (GGBR4), CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e CSN Mineração (CMIN3).

O banco continua recomendando compra para Gerdau, nome preferido no setor, mas ajustou o preço-alvo para baixo, de R$ 28 para R$ 32. A CSN segue com recomendação neutra mas teve seu preço-alvo elevado de R$ 12,75 para R$ 17,50, assim como a CMIN (neutra), com estimativa de preço em R$ 6,50, antes R$ 4,75. Por fim, a Usiminas também é recomendada como neutra e teve seu preço-alvo majorado para R$ 9,50 em relação aos R$ 7,00 anteriores.

As companhias fecharam a sessão da sexta-feira (9) com quedas. A Gerdau perdeu 1,73%, a R$ 20,98, a Usiminas recuou 1,27%, cotada a R$ 9,28, a CSN desvalorizou 1,43%, a R$ 17,80 e os papéis da CSN Mineração recuaram 1,82%, a R$ 6,47.

Investing - SP   15/02/2024

Um aumento artificial do lucro foi o destaque apontado por analistas após a divulgação do balanço da Usiminas (BVMF:USIM5) referente ao quarto trimestre do ano passado. A Usiminas registrou um lucro de R$975 milhões no período, revertendo o prejuízo de R$166 milhões no terceiro trimestre. Em 2023, a empresa lucrou R$1,6 bilhão, uma diminuição de 22% em relação ao resultado de R$2 bilhões em 2022.

Efeitos não recorrentes favoreceram o EBITDA e o lucro líquido, com reversão de provisões. Assim, o lucro líquido foi significativamente beneficiado pela recuperação de prejuízos fiscais acumulados. No entanto, os desafios seguem para o setor como um todo, em meio à alta penetração do aço chinês e à demanda baixa no segmento industrial, segundo analistas.

De acordo com a Genial Investimentos, os dados operacionais vieram como esperado, com uma receita ligeiramente superior diante de vendas do segmento de aço acima do guidance, mas com dinâmica de custos pior. “O desempenho operacional da Usiminas ainda não está no ponto ideal para justificar o tamanho otimismo que vimos em torno das ações”, ressalta a Genial.

A Genial alerta os investidores que o setor ainda possui perspectiva ruim no curto prazo. “Ainda há um caminho a ser seguido pela companhia até vermos um resultado melhorando de maneira substancial”, completa, ao indicar recomendação de manter a ação, com preço-alvo de R$8,70.

Segundo o BB Investimentos, que avaliou o balanço como neutro, a mineração e efeitos não recorrentes favoreceram os indicadores consolidados, enquanto a siderurgia continua com rentabilidade negativa.

“A companhia se aproveitou do ambiente favorável para mineração e entregou uma boa recuperação de margem nesta unidade de negócios, enquanto o segmento de siderurgia continuou deficitário, impactado pela combinação de piora no mix de vendas, queda sequencial de preços de aço tanto no mercado interno como nas exportações, e custos ainda pressionados”, elenca o BB Investimentos, mencionando ainda a reforma do Alto Forno 3 em parte do trimestre.

O cenário segue desfavorável com incerteza sobre a demanda de aço e competição com importações, pressionando preços e margens, apesar da expectativa da empresa de melhora da rentabilidade no primeiro trimestre deste ano.

“Apesar do resultado apertado, destaque positivo para a disciplina financeira da companhia, que voltou a apresentar caixa líquido ao final do 4T23 (de R$ 89 milhões), refletindo o incremento de caixa pela liberação de capital de giro e a variação cambial sobre as dívidas em dólar”, pondera o BB Investimentos, que mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$9,50.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   15/02/2024

O economista-chefe do Citi Brasil, Leonardo Porto, avalia que o espaço para o Banco Central reduzir a taxa básica de juros vai ser menor do que o mercado projeta. No cenário traçado por ele, o BC deve encerrar o ciclo de corte de juros em junho, quando a Selic deve chegar a 10%.

O mercado trabalha com números diferentes. No relatório Focus, produzido pelo Banco Central com base na previsão de analistas, a Selic deve encerrar este ano em 9% e recuar para 8,5% no ano que vem.

Na leitura de Porto, o ciclo de afrouxamento monetário deve ser mais curto pela combinação de um mercado de trabalho mais aquecido, o que pressiona a inflação de serviços, e por uma expectativa de aceleração da economia brasileira ao longo de 2024.

“O Banco Central continua cortando 50 pontos nas próximas duas reuniões, mas vai parar na de junho, com a Selic a 10%”, afirma Porto. “No fundo (essa Selic), deriva de um quadro que a gente está visualizando, mais ou menos no meio do ano, de uma inflação que ainda não convergiu para a meta com uma economia que vai dar sinais claros de reaceleração.”

A seguir os principais trechos da entrevista concedida ao Estadão.
Qual é a expectativa para a economia neste ano?

A desinflação vai continuar acontecendo, mas, daqui para frente, vai ficar mais lenta. A gente acha que a inflação fecha este ano em 4%. E a razão de ficar mais lenta se dá porque contamos com um choque muito favorável em 2023, num cenário incomum de acontecer, de queda de commodities lá fora com apreciação do real. Não é uma evidência comum de acontecer no Brasil. Na nossa visão, (em 2024) o câmbio fica mais ou menos parado e o preço das commodities deve cair, mas marginalmente. Essa contribuição, que fez com que a inflação de comercializáveis fechasse o ano passado próximo de zero, não vai ajudar tanto, ainda que continue rodando abaixo da inflação média. E, portanto, a inflação vai ficar mais dependente da inflação de serviços.

E como se comporta a inflação de serviços daqui em diante?

Ela (inflação de serviços) sempre refletiu as condições do mercado de trabalho. Mas no ano passado, foi beneficiada com uma queda muito rápida na inflação. A inflação chegou a bater 12% em abril de 2022 e, no meio de 2023, chegou a 3%. Essa queda rápida também ajudou a inflação de serviços a cair, mas agora não tem mais esse componente inercial favorável. Portanto, a inflação de serviços vai começar a refletir as condições do mercado de trabalho, que estão dando sinais crescentes de que está apertado. Os salários reais estão subindo 3%, ou seja, bem acima da produtividade do trabalhador. Isso gera pressões inflacionárias crescentes. E eu acho que esse quadro deve se perpetuar e mostrar uma dificuldade maior do Banco Central para cortar a taxa de juros mais para frente.

Esse cenário parece no radar do Banco Central?

Acho que o Banco Central está bem ciente disso. Na ata, ele citou três, quatro vezes essa dinâmica do mercado de trabalho. E tem um outro componente importante. Estou vendo as pessoas falando que a economia vai desacelerar este ano porque olham a projeção anual do PIB, de um crescimento de cerca de 1,5% (em 2024) contra 3,1% no ano passado - que é basicamente a nossa projeção. Isso leva a conclusão de que a economia vai desacelerar, mas é puramente efeito estatístico, efeito base. A economia já estava estagnada no segundo semestre, e os sinais são de que, daqui para frente, ela vai começar um processo de ‘reaceleração’. Essa foi uma inovação, uma informação nova, que apareceu na ata do Copom, de que o Banco Central também parece corroborar a visão de que os dados de alta frequência sugerem um crescimento do primeiro trimestre mais forte do que o esperado.
Na avaliação do sr., quais são os sinais de que a economia está acelerando?

A gente está vendo sinais das condições para essa economia ‘reacelerar’ se materializando, particularmente no mercado de crédito. Ao longo do ano passado, tudo o que o Banco Central cortou a taxa de juros foi 200 pontos (A Selic recuou de 13,75% ao ano para 11,75%). Mas a taxa de juros média do crédito livre na economia brasileira caiu, até dezembro, mais do que 200 pontos. Em dezembro, atingiu 40,8%. E o pico dela, que foi por volta do mês de maio, era de 45%. Portanto, praticamente 400 pontos. O dobro da queda da Selic.
O que isso significa?

Os spreads bancários também caíram. Não foi só a queda da taxa de captação dos bancos porque caiu a Selic. Os spreads reduziram porque o risco de crédito está caindo, tanto que o pior momento da inadimplência está ficando para trás com base nos próprios dados do Banco Central. A inadimplência caindo sugere risco de crédito mais baixo ao longo dos próximos trimestres. Isso ajuda os bancos a oferecerem o crédito a um custo mais baixo, o que combinado com custo de captação mais baixo vai fazendo com que a taxa de juros na ponta, para o tomador final, caia mais do que a queda da taxa Selic. E isso gradativamente vai incentivando a demanda por crédito, a demanda por bens duráveis e a recuperação econômica. Esse é um ciclo que a gente acha que a economia deve apresentar ao longo deste ano. Portanto, é condizente com um cenário de recuperação do crescimento econômico ou retomada do crescimento econômico, não de desaceleração.
E qual é a expectativa de crescimento para o início deste ano?

Depois de uma expectativa de (alta de) 0,1% para o quarto trimestre, temos um crescimento de 0,3% no primeiro trimestre, acelerando para 0,4% no segundo e 0,5% no terceiro e quarto trimestres. E isso é mais um fator que tende a fazer com que o mercado de trabalho, que já está apertado, aperte ainda mais e consolida o nosso call (projeção) de que o espaço de corte de juros por parte do Banco Central deve ser menor do que o mercado está atualmente acreditando.

Qual deve ser o tamanho do corte da Selic, então?

O Banco Central continua cortando 50 pontos nas próximas duas reuniões, mas vai parar na de junho (fazendo mais um corte de 25 pontos), com a Selic a 10%. No fundo (essa Selic), deriva de um quadro que a gente está visualizando, mais ou menos no meio do ano, de uma inflação que ainda não convergiu para a meta com uma economia que vai dar sinais claros de ‘reaceleração’. Então, como o Banco Central vai querer atingir o centro da meta se a inflação está rodando acima do centro da meta com uma economia cada vez mais robusta e um mercado de trabalho cada vez mais apertado?
O crescimento deste ano pode surpreender também?

No momento, eu estou relativamente confortável com o crescimento de 1,5%, mas eu acho que o risco é de um crescimento, eventualmente, maior na medida em que a gente tem uma resiliência do consumo das famílias. Então, se tivesse que apontar algum risco para o crescimento, talvez, seja um risco de maior crescimento do que 1,5%, não menor.

Há sempre uma preocupação com o rumo das contas públicas. Qual a leitura para a área fiscal?

O fiscal sempre pode produzir um risco. As contas públicas são a variável mais frágil no Brasil. A nossa projeção de primário neste ano é negativa, em 0,9% do PIB, portanto, pior do que a meta de (resultado primário) zero. E essa projeção tem como base o fato de que a gente não está incorporando nenhuma medida adicional que o governo possa eventualmente aprovar no Congresso. Se o governo vier a aprovar alguma coisa, a gente adiciona isso na projeção. O mercado tem um número semelhante nesse momento, o que pode sugerir que já estaria no preço se o governo entregar um déficit de 0,8%, de que não vai ter impacto no preço de ativos. Eu teria uma certa cautela com essa conclusão, porque preço de ativo reflete não só o que está acontecendo, mas o que se espera que vai acontecer.

O risco é o governo passar uma mensagem errada?

O meu ponto é que a forma como o governo vai perseguir essa meta importa muito. Se o governo passa a imagem de que está sendo leniente com as contas públicas, no sentido de “eu não vou fazer nada demais, eu sei que não vou cumprir a meta e, assim, vai ser”, pode piorar o quadro do fiscal para os anos posteriores, não apenas deste ano. Se isso vier a acontecer, pode afetar o preço de ativos. Tem de prestar muita atenção nessa discussão de mudança de meta, ainda que o mercado já espere que o resultado primário vá ser pior do que a meta, porque tem uma possibilidade de impactar o preço de ativos domésticos. Agora, eu chamo atenção para o que a gente está vendo, desde o final do ano passado, movimentos de preço de ativo aqui dentro que estão refletindo muito mais questões externas do que questões domésticas.
Poderia detalhar?

O real ficou praticamente de lado desde o comecinho de novembro do ano passado, em linha com as moedas de países emergentes. O CDS (Credit Default Swap) do Brasil caiu fortemente nesse período, em linha com a queda dos prêmios de risco dos países emergentes. Isso foi resultado de uma mudança na reprecificação da política monetária nos Estados Unidos. Como no ano passado, este é um ano muito importante, em que os preços de ativos de países emergentes vão estar muito ligados ao desenvolvimento de fatores externos, em especial ligados à economia americana.
E quando começa o ciclo de corte de juros nos EUA?

O ciclo de corte vai ser depois do que o mercado está esperando. A gente acha que o ciclo de corte começa apenas em junho.
Essa Selic permanece em 10% por um prazo mais longo, em 2025?

Por enquanto, mantemos a Selic em 10%. Hoje, a gente trabalha com um juro real de equilíbrio entre 5% e 5,5%. Portanto, temos consciência que estamos levemente acima do nível neutro. Porém, tem algumas considerações que nos levam a não estimar quedas adicionais lá na frente. A primeira delas é o fato de que as expectativas de inflação de longo prazo estão acima do centro da meta. A segunda é que tem um desenvolvimento muito importante, que é o ciclo de corte de juros por parte do banco central americano. A gente vai ter uma visão um pouco mais acurada ao longo desse ano de como é que vai ser esse processo. A terceira é que tem uma mudança no BC brasileiro bastante importante no final do ano, que é a saída do presidente Campos Neto, o que pode ter, inclusive, impactos na ancoragem de expectativas.

A gente está tomando uma certa cautela e reconhecendo que essa distensão monetária de curto prazo tende a ser menor do que o mercado espera nesse momento. Vamos ter uma visão um pouco melhor daqui a algum tempo para visualizar se vai haver espaço adicional de retomar um ciclo de corte em 2025. Mas, por enquanto, a gente está com 10%.
A expectativa de crescimento do ano que vem não fica comprometida com uma Selic a 10%?

Antes da pandemia, tínhamos uma visão de que o crescimento do PIB potencial, quer dizer o crescimento da economia que seria não inflacionário, era na casa de 1,5%. Após a pandemia, muita coisa aconteceu, mas eu confesso que acho muito frágil apontar que o crescimento potencial da economia brasileira está muito diferente ou mais alto do que era no período pré-pandemia. Em outras palavras, a gente continua achando que 1,5% segue sendo a melhor estimativa do crescimento do PIB potencial do Brasil. Mantemos 1,5%, porque achamos que o nível de ociosidade ou o hiato do produto já foi consumido ou vai ser consumido ao longo deste ano, então, a economia vai ter de crescer em linha com o seu potencial.

Investing - SP   15/02/2024

O vice-presidente de supervisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Michael Barr, afirmou nesta quarta-feira que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) segue confiante de que a inflação caminha em direção à meta de 2% nos Estados Unidos, mas precisa receber mais indicadores favoráveis antes de começar a cortar os juros.

Em discurso durante evento da National Association of Business Economics (Nabe), o dirigente ressaltou que apoia uma abordagem cautelosa ao avaliar a normalização da política monetária.

Segundo ele, a leitura de janeiro do índice de preços ao consumidor (CPI) é um lembrete de que o processo de retomada da inflação à meta será acidentado.

"Dada a limitada experiência histórica com a dinâmica de crescimento e inflação que enfrentamos atualmente, e nenhuma experiência moderna de saída de uma pandemia global, temos mais uma razão para proceder com cautela, como temos feito", disse ele.

Infomoney - SP   15/02/2024

Após a dura recepção aos dados da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de janeiro nos Estados Unidos, que geraram na terça-feira (13) a pior sessão para o índice Dow Jones desde março de 2023, os economistas e analistas apontam agora para um retorno à racionalidade. O diagnóstico é que deve começar a ser considerada com mais atenção a velocidade menor da desinflação dos serviços.

Mohamed A. El-Erian, economista a quem é atribuída a criação da expressão “novo normal” após a crise financeira de 2008-2009, escreveu em sua conta na rede X que os dados obrigam a uma maior atenção a importantes dinâmicas da inflação. “Particularmente à rigidez da inflação dos serviços, cuja desaceleração é necessária antes que a deflação de alguns bens perca força”.

Ele argumenta que os mercados estavam abraçados a um pensamento crítico limitado e à narrativa de um pouso muito suave na economia americana que permitiria cortes iniciais consideráveis nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Mas o CPI anunciado, reforça o economista, serviu como um lembrete dos desafios da “última milha” na batalha contra a inflação e aponta ainda para questões analíticas complexas, como o nível da taxa neutra e a insensibilidade de certos setores da economia (como os serviços) a taxas de juro mais elevadas.

A análise da XP também é citada a preocupação contínua com os preços dos serviços, em especial. “O componente de serviços básicos registrou 0,7% mensais, sua variação mensal mais forte desde outubro de 2022”, destacou em relatório. E a variação em 12 meses recuperou de 5,3% para 5,4%, permanecendo bem acima da meta. Além disso, foi citado que a inflação da habitação (“shelter”), embora seja um indicador consideravelmente atrasado, está se revelando muito mais rígida do que o esperado pelo Fed.

Para a XP, a leitura reforça a mensagem de que a fase final do processo de desinflação está difícil, como o esperado. A avaliação é que isso elimina qualquer possibilidade de a Fed cortar as taxas em março.

“Historicamente, o Fed espera em média oito meses desde a sua última subida até ao primeiro corte, o que é consistente com uma redução das taxas em maio”, conclui o relatório, completando que os riscos estão inclinados para cima.

“Se a inflação dos serviços não mostrar sinais mais convincentes de arrefecimento, é provável que o Fed adie o início da flexibilização monetária.”
PCE

Ao incorporar os dados do CPI de ontem, o Morgan Stanley calcula que a inflação subjacente do índice de consumo (PCE), ficará em 0,29% em janeiro, ante 0,17%  em dezembro. Esse índice é o que o Federal Reserve acompanha com mais atenção para suas decisões de política monetária e será divulgado oficialmente em 29 de fevereiro.

“A aceleração no núcleo do PCE está alinhada com a nossa visão de um caminho acidentado pela frente. Acreditamos que as impressões sequenciais no 1º trimestre de 2024 serão, em geral, superiores às que vimos nos últimos 6 meses. Esta aceleração será um fator que atrasará a decisão de início de cortes nas taxas para junho deste ano”, comentou o banco de investimentos.

O JP Morgan também prevê que o núcleo da inflação do PCE ficará em 0,29% em janeiro, com esta medida ficando em 2,7% ao ano. Mas o banco ainda espera pela divulgação da inflação ao produtor (PPI) na sexta-feira para finalizar esses cálculos.

Paul Ashworth, economista da Capital Economics, pondera em relatório que o CPI básico já provou ser um mau preditor do PCE nos últimos meses e essa tendência continuou em janeiro. “A habitação tem um peso muito menor no núcleo do PCE do que no núcleo do CPI. A medida PCE baseia-se numa definição muito mais ampla de serviços de cuidados de saúde, que é dominada, não pelas despesas do próprio bolso das famílias, mas por despesas indiretas feitas pelas seguradoras privadas e pelo Medicare/Medicaid, explica.

Investing - SP   15/02/2024

Após efeitos da reabertura pequenos diante de uma desaceleração estrutural, a China tende a apresentar um crescimento mais moderado, e não somente em 2024 e 2025. Essa é a visão de Fabiana D'Atri, economista do Bradesco Asset Management, que falou com exclusividade ao Investing.com Brasil sobre as perspectivas para a economia do gigante asiático. Com um momento geopolítico menos tenso após eleições em Taiwan, a percepção é de que os vetores não são “necessariamente melhores, mas pararam de piorar”.

A economista avalia que o setor imobiliário ainda deve continuar sua reestruturação e diminuição da representatividade na economia chinesa, em um movimento desenhado nos últimos anos, desde o início de medidas regulatórias para redução da alavancagem. A crise, que levou à falência da gigante Evergrande, impactou players de maior e menor tamanho, com o entendimento do governo de que companhias que não são sustentáveis vão acabar saindo do mercado. No entanto, D'Atri entende que a transição tem sido ordenada e suave, diante do ajuste do setor.

Sobre a possibilidade de novos estímulos, a economista acredita que “vem de tudo”, incluindo medidas estruturais voltadas à indústria, e que o Brasil estaria com bom posicionamento para relações bilaterais.

Confira a entrevista:

Investing.com – As perspectivas para uma retomada da economia chinesa melhoraram ou pioraram, em sua visão, e por quais motivos?

Fabiana D'Atri – Olhando para 2023, nós não estávamos muito diferentes do consenso. Tinha uma expectativa de que o efeito da reabertura iria ser benéfico para a demanda interna e isso se confirmou ao longo do primeiro trimestre, que veio forte, em linha com o que todo mundo estava esperando. No segundo trimestre, a economia começou a frustrar, os resultados começaram a surpreender para baixo. A pergunta foi: será que o efeito reabertura morreu ou foi muito curto?

Ficou claro que os efeitos da abertura foram pequenos perto dos efeitos de uma desaceleração estrutural. O setor imobiliário continua desacelerando de maneira importante e o que ficou evidente é que a retomada da confiança, tanto das famílias quanto das empresas, estava muito mais lenta e não era explicada somente pelos lockdowns. Me parece que o lockdown e pandemia tiveram um efeito pequeno comparado a essas questões estruturais. O ajuste do setor imobiliário, que reduziu pela metade, e as intervenções que ocorreram na economia, especialmente em meados de 2021, esses elementos, a incerteza e insegurança, foram importantes. Somado a isso, não dá para descartar que 2023 foi o primeiro ano de um novo arranjo político. Xi Jinping seguiu no poder, mas a cúpula de liderança foi alterada.

Da passagem do primeiro para o segundo semestre, a economia foi enfraquecendo e o governo começou a agir para conter a desaceleração. Começaram a vir estímulos de suporte para as construtoras não quebrarem, para os governos locais, suporte para infraestrutura, redução de juros, e assim a gente vem vindo desde o terceiro trimestre.

Então, como a gente olha 2024 com o que a gente aprendeu em 2023: os vetores estruturais para China sugerem um crescimento mais moderado olhando não só 2024 e 2025, que é um crescimento abaixo de 5%.

Olhando 2024 em especial, o nosso entendimento é de que o setor imobiliário vai chegar no piso, vai ter ainda uma redução, mas muito menos intensa do que em 2022 e 2023. Com os estímulos que estão sendo adotados de diversas frentes, desde suporte para o mercado acionário, cortes de compulsório, redução de juros, suporte para casa popular, linha para os governos locais, de infraestrutura, não deixar construtora quebrar, é difícil somar tudo isso, mas com a atuação em diversas frentes, a expectativa é de que a confiança comece a ser ancorada. 2024 parece um ano de mais estabilidade e o governo vai fazer os estímulos não demasiadamente. Provavelmente a meta de crescimento vai seguir ao redor de 5%.

O governo entende hoje que tem uma desaceleração, tem uma mudança estrutural de modelo, e o governo vai suavizando esse processo de transição. A gente tem uma visão de estabilidade, com uma taxa de crescimento para esse ano de 4,7%, que é levemente abaixo do ano passado. Essas entradas do governo que a gente chama de estímulos, elas serão necessárias para ir segurando os elementos que que puxam o Produto Interno Bruto (PIB) para baixo - basicamente o setor imobiliário - e para tentar restaurar a confiança aos poucos dos agentes, tanto das famílias quanto das empresas. Então, é um ano que tende a não ser de grandes surpresas altistas nem baixistas.

Inv.com – Como avalia a questão política por trás da falência da Evergrande? Outras empresas de outros setores podem sofrer com isso?

D'Atri – Quando começa esse ajuste, essa mudança do setor imobiliário, que chegou a representar mais de um terço da economia, considerando os efeitos diretos e indiretos, no final de 2020 foram feitas medidas para que as próprias construtoras reduzissem sua alavancagem. Então, foi uma medida induzida pelo governo, foi uma medida regulatória, pois o governo entendia que era um setor que tinha uma taxa de crescimento não sustentável e que tinha altas de preços que não eram justificadas.

Foi um movimento de certo modo desenhado. O que acabou acontecendo desde então é que as vendas caíram, as empresas alavancadas tiveram problemas de caixa porque houve redução do fluxo, e o problema foi vindo à tona. Acho que o mercado deu atenção para as grandes empresas, como Evergrande (OTC:EGRNY) e Country Garden (HK:6098), mas outras menores passaram por dificuldade. O governo tem o entendimento hoje de que empresas que não são sustentáveis vão acabar saindo do mercado.

Agora essa saída do mercado não pode comprometer, especialmente, as famílias que compraram. Por isso o esforço, principalmente no ano passado, de dar saída para as construtoras que estavam em dificuldade, mas tinham obras em andamento, pensando nas famílias, naquilo que o governo chama de prosperidade comum, de olhar o indivíduo que colocou ali sua poupança e que não tem nada a ver com a construtora que tomou medidas de alavancagem que não eram pertinentes, segundo a visão do governo.

Então, o que eu entendo que o governo vem fazendo é dar as condições de saída para essas empresas, essas construtoras que na sua grande maioria são construtoras privadas, e o setor vem encolhendo.

Hoje se lança metade do que se lançava há três anos. O mercado é menor. então há uma consolidação natural das construtoras.

Esse novo setor imobiliário vai ser menor, vai ser menos alavancado, não vai ser visto como uma alternativa de investimento, o próprio governo repete que casa é para morar e não para especular. Vai diminuir a participação desse setor da economia. Só que enquanto não tem nada no lugar, é preciso dar essas condições, então essa transição ainda pode levar dois ou três anos.

Mas o que a gente tem visto até agora é que essa transição tem sido ordenada. Havia muita preocupação dessas grandes empresas gerarem quebras sistêmicas, por terem vários fornecedores expostos, bancos expostos, e o que nós estamos observando até agora por diversos indicadores, é que a transição tem sido relativamente suave, dado o tamanho do ajuste do setor.

Poderia ter uma situação bem mais delicada para economia chinesa, então no fim, a economia chinesa perdeu um ponto, um ponto e meio de crescimento vindo do setor imobiliário, e continuou crescendo sim.

O que vamos observar ainda nos próximos dois ou três anos, enquanto não tiver muito claro o que será o novo setor imobiliário, é que é preciso continuar construindo bastante pelas questões demográficas, mas talvez seja algo próximo do que se lança hoje em dia, não como três ou quatro anos atrás.

Às vezes temos uma construtora com um nome grande na cabeça, mas é um movimento que foi acontecendo e outras construtoras também tiveram uma evolução semelhante a essas grandes que vieram à tona.

E se formos olhar, o evento Evergrande foi em 2021, nós estamos em 2024. Então podemos ver como foi suave o processo com esse balanceamento, do que que era prioridade para o governo. Claramente a prioridade era de que as famílias e as empresas tivessem condições que garantissem a entrega dos apartamentos. Esse me parece que ainda é um desafio inclusive para 2024 em 2025 também.

Inv.com – Quais principais entraves ao crescimento hoje e há expectativa para novas medidas de estímulo?

D'Atri – As dificuldades são definir, ao diminuir a dependência de um setor como o setor imobiliário, de onde vem o substituto para o crescimento. O governo diz que uma das fontes de crescimento que ele escolheu é a indústria, o upgrade tecnológico, as novas indústrias de fronteira, entra energia renovável, carro elétrico, bateria, toda essa frente, além da indústria tradicional chinesa. E, no meio do caminho, teria também um pouco de infraestrutura e tem o curso doméstico.

Então, o que vem de pacotes ou de estímulos/medidas para 2024? Me parece que vem de tudo porque tem dois setores que claramente precisam de refinanciamento, que são as construtoras e os governos locais. Parte desse estímulo é para renegociar, o que não gera crescimento, ele evita uma desaceleração, mas terá estímulos como emissão de bonds de governos locais para infraestrutura.

A China é enorme, não está pronta. Além da infraestrutura, há um esforço para dar suporte para o consumo, segurar a expectativa, e é nesse contexto que eu entendo os esforços para recuperar bolsa. Tem um esforço do grande projeto que é indústria, autossuficiência, que é onde o governo tem alocado grande parte dos seus recursos não só em 2024. E aqui não é um estímulo cíclico, é um estímulo estrutural. A cada hora sai alguma coisa, algum anúncio como corte de juros, linha a casa popular, suporte para as construtoras, troca do chefe do órgão regulatório pensando no que está acontecendo com a bolsa. Então são várias ações e me parece que 2024 é um ano do ponto de vista geopolítico menos tenso. Tem uma eleição americana pela frente, mas há uma certa estabilização das relações entre Estados Unidos e China. Passamos por um teste que foi a eleição em Taiwan, foi um sinal positivo. Então não ter esse ruído, para o mercado local chinês, é muito importante.

Por isso que nós temos uma visão um tanto quanto serena para esse crescimento de 2024, porque há vetores que não necessariamente são melhores, mas eles param de piorar. A recuperação da confiança deve acontecer gradualmente. Do ponto de vista político, as peças estão mais encaixadas. Continuam vindo ações e incentivos de diversas ordens, com caráter cíclico, caráter estrutural ou caráter geopolítico.

Inv.com – Quais os principais riscos e como o Brasil se posiciona neste cenário?

D'Atri – Acho que a primeira implicação é global. A China ter um crescimento ao redor do seu potencial, ou levemente abaixo disso, não é inflacionário. Então a China continua contribuindo para o processo de desinflação que o mundo vem assistindo, que dá condições para que os países desenvolvidos iniciem os cortes de juros. Acho que essa talvez seja a principal aplicação pensando em preços de mercados. Também não é uma China que cresce muito acima do potencial, então também não puxa preços de comodities para cima, o que favorece preços de bens, principalmente, pensando nessa desinflação.

E para as relações comerciais e de investimento, parece que o Brasil está bem-posicionado em relação à China, principalmente nas relações bilaterais. 2024 é um ano que o Brasil comemora os 50 anos de restabelecimento das situações diplomáticas entre os dois países. Os nossos canais de comunicação que são comércio e investimento são menos sensíveis ao PIB, especialmente quando você pensa nas relações de alimento, são demandas não tão elásticas ao PIB. Pelo contrário, o que o governo chinês vem buscando são relações estáveis, com parceiros estratégicos e o Brasil se coloca nessa posição.

Também tem um potencial elevado para as commodities extrativas, seja petróleo ou minério de ferro. A China continua crescendo 4,5% ou 5%. Ela crescia 6%, mas possui uma base muito maior, então ainda é bem importante.

As relações de investimento vêm evoluindo de maneira favorável, o que depende dos dois lados, de o país oferecer oportunidades, o Brasil entender que é interessante receber aporte chinês e os chineses olharem oportunidades de retorno favoráveis aqui no Brasil e que se casam com a estratégia chinesa desse momento. Então, por exemplo, o carro elétrico casa com as estratégias dos dois lados, uma agenda de infraestruturas avançando também, energia elétrica é um setor já bem estabelecido das relações entre os países.

Então me parece que 2024 é um ano positivo para as relações, seja para amadurecer as já estabelecidas, seja para fomentar relações comerciais. A China crescendo hoje 5% é até mais do que no passado os 10%, dado o tamanho dela. Então isso vem garantindo um potencial muito favorável das relações.

IstoÉ Dinheiro - SP   15/02/2024

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Chicago, Austan Goolsbee, indicou nesta quarta-feira, 14, que a autoridade monetária não deve esperar a inflação nos EUA retornar à taxa anual de 2,0% para começar a cortar juros. “Não queremos seguir neste nível restritivo de política por muito tempo”, afirmou, em evento no Council on Foreign Relations, em Nova York.

O dirigente, que não vota nas reuniões deste ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), disse que a manutenção da taxa básica em nível restritivo por um período exageradamente longo poderia trazer riscos ao mercado de trabalho.

Para ele, é um erro acreditar que os salários devem desacelerar de forma significativa para que a inflação caía.

CPI

Mais cedo, no mesmo evento, Goolsbee minimizou o dado de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) mais forte que o esperado nos Estados Unidos, divulgado na terça-feira. Ele argumentou que seria inadequado se ater ao indicador de apenas um mês.

Para Goolsbee, “está totalmente claro” que a inflação está caindo nos EUA.

De acordo com ele, a área que ainda inspira cautela é o de preços de habitação.

China

Questionado sobre os riscos associados à uma desaceleração da economia da China, Goolsbee reconheceu que uma eventual recessão de larga escala no país asiático teria repercussões para os EUA e traria a possibilidade de uma contração da atividade norte-americana.

MINERAÇÃO

Valor - SP   15/02/2024

Para o banco, valor da commodity deverá ser sustentado pelo desbalanceamento na dinâmica entre oferta e demanda, superando riscos envolvendo o mercado da China

O minério de ferro deve se manter em torno de US$ 115 a tonelada neste ano, sustentado pelo desbalanceamento na dinâmica entre oferta e demanda, superando riscos envolvendo o mercado da China, diz o J.P. Morgan.

Os analistas liderados por Rodolfo Angele escrevem que a commodity teve um início de ano bom, chegando ao pico de US$ 144 a tonelada em janeiro, com movimento de retomada nos estoques, mas desde então recuando para algo em torno de US$ 130 a tonelada.

O banco destaca que a produção de aço da China continua robusta, sustentando a necessidade por minério mesmo com dados fracos do setor de construção. Há riscos envolvendo o país caso a situação macroeconômica se deteriore mais.

“Volatilidade de preços abaixo de US$ 100 a tonelada é improvável, mas se acontecer será breve por conta de oferta ainda restrita da Índia e outros países que não são tradicionais no fornecimento da commodity”, afirma o banco.

Valor - SP   15/02/2024

As operações de minério de ferro da gigante mineradora BHP Group no estado da Austrália Ocidental serão afetadas por uma greve de trabalhadores de trens de carga marcada para começar sexta-feira.

O serviço ferroviário entre o porto de Port Hedland e a área de mineração de Pilbara será suspenso por 24 horas na sexta-feira como parte da greve. Além disso, durante uma semana a partir de sábado, alguns trens estarão limitados a velocidades de 30 quilômetros por hora. Os trens que transportam combustível e outras mercadorias também serão suspensos.

O jornal local “The Australian” relata que esta é a primeira greve na região de Pilbara desde 2008. Se as negociações laborais se arrastarem, poderá haver atrasos nas exportações de minério de ferro.

“Os maquinistas estão simplesmente buscando condições garantidas em uma série de áreas que farão uma grande diferença para eles e suas famílias”, disse o Sindicato de Mineração e Energia na segunda-feira ao anunciar a greve.

Warren Wellbeloved, chefe de ferrovias da BHP, disse que a empresa australiana acredita que um “acordo pode ser alcançado sem a necessidade de paralisação”.

Wellbeloved afirmou, porém, que já há planos de contingência em vigor se a greve for adiante.

Os trabalhadores das minas no deserto viajam entre casa e trabalho a cada poucas semanas. As temperaturas no verão podem chegar a 40°C. Os maquinistas veteranos da BHP ganham um salário anual de cerca de 400 mil dólares australianos (US$ 260 mil), segundo a mídia australiana.

As greves estão mais frequentes na Austrália sob o governo do Partido Trabalhista. Os pilotos da companhia aérea Qantas Airways entrarão em greve este mês na Austrália Ocidental para exigir salários mais altos. Os funcionários da operadora portuária DP World também entraram em greve intermitentemente desde o ano passado até o início de fevereiro, antes de um acordo ser alcançado.

Máquinas e Equipamentos

IstoÉ Dinheiro - SP   15/02/2024

A fabricante norte-americana de máquinas CNH Industrial, dona de marcas como Case IH e New Holland, registrou lucro líquido de US$ 617 milhões, ou US$ 0,46 por ação, no quarto trimestre de 2023, informou a empresa nesta quarta-feira. O resultado representa alta de 4% na comparação com igual período de 2022, quando a companhia obteve lucro líquido de US$ 592 milhões, ou US$ 0,43 por ação.

O lucro ajustado avançou 14,6% na mesma base comparativa, para US$ 557 milhões no período, ou US$ 0,42 por ação.

A receita recuou 5% em relação ao quarto trimestre de 2022, para US$ 6,018 bilhões. O Ebit (lucro antes de juros e impostos) ajustado de atividades industriais na companhia no período chegou a US$ 696 milhões, alta de 2,35% ante igual intervalo de 2022.

As vendas de equipamentos agrícolas da CNH caíram 8% no trimestre, de US$ 5,369 bilhões para US$ 4,947 bilhões. O Ebit ajustado do segmento ficou em US$ 669 milhões, perda de 4,6% ante os US$ 701 milhões obtidos em igual intervalo do ano anterior.

Na América do Norte, o volume da indústria cresceu 19% no quarto trimestre de 2023 em relação ao ano anterior. Na Europa, Oriente Médio e África, a demanda por tratores e colheitadeiras aumentou 5% e diminuiu 20%, respectivamente.

Segundo a companhia, na América do Sul, a demanda por tratores diminuiu 8%, enquanto a procura por colheitadeiras diminuiu 13%.

Acumulado de 2023

Para o acumulado do ano fiscal de 2023, a CNH Industrial elevou o lucro líquido de US$ 2,039 bilhões de 2022 para US$ 2,383 bilhões em 2023. O lucro líquido ajustado foi de US$ 2,313 bilhões, aumento de 15% em relação ao ano anterior. Já a receita subiu 3% na mesma comparação, para US$ 22,08 bilhões. O Ebtida no ano fiscal ficou em US$ 2,73 bilhões, alta de 12,2% ante 2022.

“Há dois anos, estabelecemos metas ambiciosas de margem para nossos segmentos de Agricultura e Construção, as quais alcançamos mais cedo do que o planejado”, disse em comunicado o CEO Scott W. Wine. “Com mercados finais mais desafiadores no quarto trimestre, contribuições robustas do nosso foco na redução de custos e execução comercial disciplinada impulsionaram a expansão das margens, e continuaremos agressivos nessas frentes no futuro”, acrescentou.

Para 2024, a empresa disse que espera um volume de vendas mais baixos no varejo ante o ano anterior, tanto no mercado de equipamentos agrícolas quanto no de construção. Para o segmento agrícola, as vendas líquidas devem cair entre 8% e 12%, enquanto a margem Ebit ajustada do segmento foi prevista entre 14% e 15%.

Quanto ao fluxo de caixa livre, a projeção é de geração de caixa está entre US$ 1,2 bilhão e $1,4 bilhão no ano.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Grandes Construções - SP   15/02/2024

A construção civil é um dos pilares do desenvolvimento de um país. Gera empregos, movimenta a economia e promove uma mudança estrutural. Há anos, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CIBIC), o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil cresce: em 2021 foi 9,7%; 6,9% em 2022 e 1,5% em 2023 até julho.

Porém, apesar do crescimento, precisamos entender que o modelo de construção por alvenaria está se tornando decadente por vários motivos, por exemplo, encarecimento dos materiais de construção, como cimento e tijolos.

Além disso, a escassez de mão de obra qualificada eleva os custos trabalhistas, impactando orçamentos. Rigorosas regulamentações de construção e normas de segurança exigem investimentos adicionais.

Para mitigar esses e outros desafios, empresas têm buscado alternativas eficientes, como estruturas pré-fabricadas – o steel frame –, visando reduzir custos, acelerar a construção e adotar práticas sustentáveis, mas principalmente, alinhando-se aos princípios do ESG, como os três valores a seguir:

Eficiência energética – Ao incorporar isolamento térmico eficaz em construções com o steel frame, é possível criar ambientes internos mais confortáveis, reduzindo a dependência de sistemas de climatização. Esse isolamento desempenha um papel na regulação da temperatura interna, impactando diretamente a eficiência energética e a sustentabilidade do edifício.

Além disso, essa abordagem tem um impacto direto na pegada de carbono do edifício. A redução do consumo de energia relacionado à climatização contribui para a diminuição das emissões de carbono associadas à operação do edifício.

Sustentabilidade dos materiais – Ao utilizar steel frame na construção civil, é possível minimizar o desperdício de materiais durante o processo construtivo, graças à precisão desse modelo construtivo, que permite uma fabricação industrializada, produzida de acordo com as especificações do projeto. Isso contrasta com métodos construtivos tradicionais, nos quais os elementos muitas vezes são ajustados no local, resultando em desperdício de materiais.

Ao minimizar o desperdício durante a construção, não apenas os custos associados ao descarte de resíduos são reduzidos, mas também o impacto ambiental é mitigado. Menos material vai para aterros sanitários, contribuindo para práticas mais sustentáveis no setor da construção civil.

Eficiência operacional – A eficiência do steel frame no canteiro de obras está relacionada à facilidade de montagem e instalação. A estrutura de aço é leve, fácil de transportar e montar, o que agiliza o processo construtivo. Além disso, a precisão do modelo reduz a necessidade de retrabalho, diminuindo o tempo e os recursos necessários para a conclusão do projeto.

Ao encurtar o tempo de construção e, principalmente, entregar a obra no prazo estabelecido, o steel frame contribui para a redução dos custos associados à mão de obra e outros recursos. Menos tempo de construção impulsiona a eficiência operacional e reduz os riscos associados a atrasos, permitindo que os projetos sejam concluídos de maneira mais previsível.

NAVAL

Grandes Construções - SP   15/02/2024

O Porto de São Francisco do Sul, no Litoral Norte de Santa Catarina, subiu duas posições e se tornou o sétimo maior porto público do Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

O avanço se dá pela movimentação de 2023, quando São Francisco do Sul embarcou e desembarcou 16,8 milhões de toneladas de mercadorias, um aumento de 33% quando comparado com 2022. Entre os 10 maiores portos públicos do país, foi o que mais cresceu (33%) e entre todos os 32 terminais públicos, obteve o segundo maior percentual de crescimento.

Em novembro, a Antaq já tinha divulgado que São Francisco do Sul tinha assumido a liderança na movimentação de cargas entre os portos de Santa Catarina, ultrapassando os terminais portuários privados.

Três terminais portuários localizados na Baía da Babitonga, no Norte de Santa Catarina, movimentaram 39 milhões de toneladas no ano passado. O número representa 64% de todas as cargas movimentadas pelos portos catarinenses, 61,7 milhões de toneladas.

O alinhamento de ações da administração do porto e funcionários, permitiu desenvolver um porto que vem batendo recordes de movimentação, mostrando índices de eficiência na movimentação de cargas que são similares aos dos mais modernos terminais do país.

As exportações foram responsáveis por 60% do fluxo de produtos que passaram pelo porto de São Francisco em 2023, com 10,2 milhões de toneladas. Os maiores volumes operados foram de grãos, com 9,6 milhões de toneladas. Ao todo, foram 5 milhões em soja; 4,6 milhões em milho; 250 mil litros de óleo vegetal, e 196 mil em madeiras.

As importações alcançaram 4,2 milhões de toneladas, com destaque para os fertilizantes (2,8 milhões).

Já o desembarque de cabotagem, movimentado pelo arrendatário Tesc, chegou a 2,5 milhões de toneladas, impulsionado pelos produtos siderúrgicos provenientes do Espírito Santo e que abastecem principalmente uma empresa de São Francisco do Sul.

PETROLÍFERO

Infomoney - SP   15/02/2024

Os contratos futuros mais líquidos do petróleo fecharam em queda, com o WTI interrompendo sete sessões seguidas de ganhos, após a divulgação de dados mostrando ampliação além do esperado nos estoques nos EUA na semana passada. Os contratos reverteram leve avanço de mais cedo, derivado das tensões geopolíticas no Oriente Médio.

Na New York Mercantile Exchange, o contrato do WTI para março cedeu 1,58% (US$1,23), a US$ 76,64 por barril, interrompendo sete sessões de alta. Mais cedo, o contrato chegou a cravar US$ 78,77 na máxima intradiária mais cedo. Na Intercontinental Exchange Futures (ICE), o Brent para abril recuou 1,41% (US$ 1,17), aos US$ 81,61 o barril, ante a máxima de US$ 83,60 o barril.

Os estoques de petróleo nos Estados Unidos tiveram alta de 12,018 milhões de barris, a 439,45 milhões de barris, na semana passada, informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país.
Analistas consultados pelo The Wall Street Journal esperavam avanço menor, de 2,8 milhões. Os estoques de gasolina, contudo, caíram 3,658 milhões de barris, a 247,33 milhões de barris, enquanto a projeção era de recuo de 1 milhão de barris.

O levantamento ofuscou as tensões geopolíticas que deram impulso inicial à commodity nesta quarta-feira. No Irã, explosões atingiram um duto de gás natural na manhã desta quarta-feira, 14. O gestor do centro de controle da rede de gás do país, Saeed Aghli, disse à emissora estatal de televisão que houve “sabotagem e terrorismo”, segundo a Associated Press.

Já Israel lançou ataques aéreos no Líbano em reação aos foguetes disparados contra o norte do território israelense que mataram uma pessoa e feriram pelo menos outras sete.

Globo Online - RJ   15/02/2024

A principal rede de gasodutos do Irã foi atingida por múltiplas explosões classificadas como “sabotagem” pelo governo local. Uma das explosões atingiu uma linha de gás que vai da província de Bakhtiari, ao norte, até os principais campos de gás no Mar Cáspio. A outra explosão foi relatada na província de Fars, no sul.

O diretor do Centro de Controle da Rede de Gás do Irã, Saeed Aqli, disse que “por volta da 1h da manhã ocorreram explosões de sabotagem em vários pontos ao longo dos gasodutos nacionais do país”, em várias províncias onde multidões se aglomeravam nas ruas.

Até agora, nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelas explosões. O Ministro do Petróleo, Javad Owji, confirmando a natureza suspeita de sabotagem das explosões durante uma reunião de gabinete, afirmou que “os objetivos dos inimigos de interromper o fornecimento de gás às principais províncias não foram bem sucedidos”. Ele afirmou que o gás seria reconectado nas próximas horas e todos os gasodutos estariam operacionais ao final do dia.

Veículos locais relataram que o fornecimento de gás às indústrias e escritórios teria sido interrompido nesta quarta-feira em várias províncias devido aos incidentes. Mas, as autoridades negaram que o incidente causou cortes de gás: “Esperamos que o gasoduto seja reparado e fique operacional o mais rapidamente possível”, disse Saeed Aghili, gestor do centro de controle da rede de gás do Irão, à televisão estatal iraniana.

Investing - SP   15/02/2024

A demanda global por gás natural liquefeito (GNL) deverá aumentar em mais de 50% até 2040, à medida que a China e os países do sul e sudeste da Ásia usam o combustível para apoiar seu crescimento econômico, disse a Shell (NYSE:SHEL) em um relatório anual na quarta-feira.

O comércio global de GNL aumentou 1,8%, para 404 milhões de toneladas em 2023, disse a Shell, a maior comercializadora de GNL do mundo, em sua perspectiva anual de GNL para 2024.

A petroleira também disse que os preços e a volatilidade dos preços estavam acima das médias históricas, restringindo o crescimento econômico, e que o mercado ainda estava "estruturalmente correto" devido à redução dos suprimentos russos para a Europa após a guerra na Ucrânia e ao crescimento limitado da oferta.

Embora a demanda por gás natural tenha atingido o pico em algumas regiões, ela continua a crescer globalmente e deve atingir cerca de 625 a 685 milhões de toneladas por ano em 2040, de acordo com as últimas estimativas do setor, segundo o relatório.

O relatório afirma que a China, que em 2023 ultrapassou o Japão e recuperou o status de maior importador de GNL do mundo, continuará a impulsionar a demanda global do gás.

"É provável que a China domine o crescimento da demanda de GNL nesta década, à medida que sua indústria busca reduzir as emissões de carbono mudando do carvão para o gás", disse Steve Hill, vice-presidente executivo da Shell Energy.

"Com o setor de aço baseado em carvão da China sendo responsável por mais emissões do que o total de emissões do Reino Unido, Alemanha e Turquia juntos, o gás tem um papel essencial a desempenhar no combate a uma das maiores fontes mundiais de emissões de carbono e poluição atmosférica local", acrescentou.

Espera-se que as importações de GNL da China em 2024 aumentem para quase 80 milhões de toneladas, de cerca de 70 milhões de toneladas em 2023, de acordo com as previsões do ICIS e da Rystad, superando o recorde de 78,79 milhões de toneladas de 2021.

Na década seguinte, o declínio da produção doméstica de gás em partes do sul da Ásia e do Sudeste Asiático pode gerar um aumento na demanda por GNL, já que essas economias precisam de combustível para usinas elétricas movidas a gás ou para a indústria.

O Estado de S.Paulo - SP   15/02/2024

A Nova Transportadora do Sudeste (NTS) emplacou umas das maiores emissões de debêntures do mercado, somando R$ 8 bilhões. A oferta supera os R$ 7 bilhões levantados pela Eletrobras no ano passado, uma emissão histórica, dado seu tamanho para o mercado de renda fixa brasileiro.

De acordo com fontes, as três séries de debêntures foram distribuídas integralmente para mais de 15 investidores institucionais e a operação foi considerada um sucesso. O processo de venda aconteceu na sexta-feira, dia 9. O montante e as taxas eram fixas. A série de cinco anos ofereceu remuneração de 1,20% ao ano somada ao CDI; a de sete anos foi vendida com taxa de 1,40% mais o CDI; e a de dez anos saiu por 1,70% mais o CDI.

A oferta foi coordenada por Itaú BBA (líder), Bradesco BBI, BTG Pactual e Santander.
Operação antecipa recursos a acionistas

Os recursos captados serão aplicados em um fundo exclusivo, que adquirirá R$ 8,6 bilhões em notas a serem emitidas pelos acionistas da NTS. Os principais acionistas da empresa são o Nova Infraestrutura Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, gerido pela Brookfield Asset Management, que detém 91,5% das ações, e a Itaúsa, com 8,5%. A transação estruturada prevê o uso do fluxo de dividendos aos acionistas como a principal fonte de pagamento da emissão.

A Fitch Ratings atribuiu o Rating Nacional de Longo Prazo “AAA(bra)” à emissão. A agência de avaliação de risco classifica a NTS com o Rating Nacional de Longo Prazo “AAA(bra)”, com perspectiva estável. A instituição afirma que o rating reflete o modelo de negócios da companhia, considerado “sólido”, tendo em vista a característica monopolista, e os contratos de longo prazo sem risco volumétrico e com uma estrutura de garantias, que proporcionam proteção das receitas e margens elevadas.

“A Fitch considera que as debêntures propostas fazem parte de uma estrutura para a antecipação de recursos aos acionistas, que implica em compromissos financeiros adicionais à NTS e aumento gerenciável de sua alavancagem financeira. Ainda assim, o perfil financeiro da NTS continuará forte e compatível com a atual classificação”, disse.
Transação eleva alavancagem financeira

A agência também comentou que a emissão de debêntures proposta elevará a alavancagem financeira da NTS para até 3,0 vezes até 2028, com tendência de declínio a partir de 2029, quando se iniciam as amortizações do principal da operação. No cenário-base de rating anterior, a relação dívida líquida/Ebitda permanecia abaixo de 2,0 vezes.

Procurada, a NTS não comentou por estar em período de silêncio.

Valor - SP   15/02/2024

Compra de áreas em São Tomé e Príncipe é 1º passo na internacionalização e preocupa indústria

Joelson Mendes: “Foi um plano que surgiu exclusivamente dentro de casa” — Foto: Leo Pinheiro/Valor

A nova tentativa de aproximação do Brasil com a África, estratégia evidenciada pela visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Egito e à Etiópia esta semana, coincide com o momento de retorno da Petrobras ao continente africano, quatro anos depois de ter deixado a região. O regresso da Petrobras à África se insere na retomada da estratégia de internacionalização da companhia, uma das bandeiras do presidente da estatal, Jean Paul Prates. Essa política é vista com reservas por executivos da indústria, uma vez que no passado recente a empresa fez grandes investimentos no exterior e assumiu riscos políticos que não conseguiu controlar, os quais terminaram, em alguns casos, em prejuízos e denúncias de corrupção.

Na semana passada, a Petrobras anunciou o fechamento da operação de compra de participações em três blocos exploratórios em São Tomé e Príncipe, um pequeno país insular, localizado no Golfo da Guiné, próximo a Camarões, Gabão e Guiné Equatorial. A população do país é da ordem de 200 mil habitantes e a língua oficial é o português. A transação havia sido anunciada em dezembro de 2023. As operações se deram em processo competitivo conduzido pela Shell e consistiram na compra, pela Petrobras, de 45% dos blocos 10 e 13 e de 25% do bloco 11. A Shell possui 40% de cada um desses blocos, a Agência Nacional do Petróleo de São Tomé e Príncipe detém participação de 15% em cada e a portuguesa Galp, 20% do bloco 11. O valor da compra não foi informado.

A Petrobras diz que a transação tem razões técnicas e argumenta que o retorno à África se justifica diante da necessidade de reposição de reservas. Fontes ligadas à alta administração da companhia manifestam, porém, receio da nova investida da empresa no continente africano. Dizem que não é clara a estratégia de compartilhamento de riscos da Petrobras, argumentam que a empresa não tem estrutura de gestão voltada para a área internacional e que a relação com países africanos que possuem grandes reservas de petróleo foi marcada, no passado, por certo grau de informalidade: “Julgar que regimes autoritários [na África] não vão contrariar interesses da Petrobras é um erro”, disse um executivo que passou pela companhia.

Joelson Mendes, diretor-executivo de exploração e produção da Petrobras, afirma que a decisão de retornar à África foi uma coincidência positiva com a proposta do governo de retomar relações comerciais com países africanos, mas ressalva: “Foi um plano que surgiu exclusivamente dentro de casa. Na nossa governança, não cabe uma orientação macro como essa”, afirmou.

Nos anos 2000, a estratégia de internacionalização da Petrobras, que havia começado nos anos 1990 nos governos do PSDB, foi expandida, mas acabou “desvirtuada”, na visão de executivos do setor. Muitos dos investimentos se deram em países alinhados com o PT, caso da Bolívia, do ex-presidente Evo Morales, onde houve a nacionalização de campos de gás; da Venezuela, sob Hugo Chavez (1954-2013), que determinou a encampação de ativos, e da Argentina, na presidência de Nestor Kirchner (1950-2010), onde a estatal brasileira enfrentou controle de preços.

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“Muitas vezes a Petrobras entrou como moeda de troca em países com os quais o Brasil queria se relacionar”, disse executivo. Outro completou: “Os riscos agora são de que esses arranjos políticos se repitam.” O Valor apurou que a diretoria da Petrobras pode realizar as parcerias no exterior sem aval prévio do conselho, que só precisaria aprovar, posteriormente, os montantes de investimento para os projetos.

A partir de 2015, na esteira da crise que fez da Petrobras uma das empresas mais endividadas do mundo, a estatal vendeu ativos e saiu de vários países, entre os quais estão Japão, Chile, Argentina e Uruguai. Em 2020, encerrou a presença no continente africano após 40 anos (ver matéria esta página).

Hoje a Petrobras tem escritórios comerciais na Holanda, que controla atividades na Europa, e em Cingapura, para as atividades na Ásia. A companhia também tem operações na Bolívia, para a exploração e produção de petróleo e gás, e na Colômbia, onde a companhia atua desde 1972 em exploração, comercialização e distribuição de combustíveis e lubrificantes. A Petrobras também está presente nos Estados Unidos, com foco em comercialização de óleo e gás. O plano agora é ampliar a atuação no exterior e a África é um primeiro passo nessa estratégia.

Na África, a prospecção por novas fronteiras é válida, segundo a Petrobras, frente a sinais de que o pré-sal, foco da companhia há 15 anos, não vai entregar mais grandes descobertas. Em nota, a empresa afirmou que a compra dos blocos em São Tomé e Príncipe observou todos os trâmites internos e de governança e está em linha com o Plano Estratégico 2024-2028, que prevê investimentos de US$ 1,3 bilhão (R$ 6,5 bilhões) em cinco anos na exploração de poços de petróleo no exterior. A Petrobras entrou no negócio na fase de sísmica, que busca coletar dados para melhor avaliação do subsolo marinho.

“As equipes técnicas da companhia atuam constantemente na avaliação de dados disponíveis, na proposição e na realização de estudos regionais, aplicando avançadas tecnologias que, em conjunto com uma análise dos movimentos exploratórios e de negócios da indústria no Brasil e no exterior, permitem indicar as melhores áreas e as ações mais eficazes”, disse a Petrobras. “A companhia vem buscando a geração de valor e a recomposição de suas reservas por meio de parcerias com majors que já são nossas sócias no Brasil, dividindo expertise e riscos. As estratégias de negócio asseguram que nossos recursos sejam empregados no tempo e nos ativos apropriadamente avaliados, de modo a garantir maior retorno ao capital investido, de forma segura e sustentável.”

“Eles [Shell] são nosso maior parceiro na produção no pré-sal”, disse Mendes, da Petrobras. Uma das preocupações no mercado, porém, é com a viabilidade da operação no país africano. Uma fonte a par do tema avalia que a empreitada não faria sentido para a petroleira, uma vez que a Petrobras terá participação relevante, sem ser operadora. Em nota, a Shell afirmou: “O acordo reafirma nossa parceria de longo prazo com a Petrobras, um parceiro de classe mundial. Temos orgulho de fazer parte de muitos projetos com a empresa, com constante troca de conhecimento e experiência, como no caso também dos consórcios em 29 blocos na Bacia de Pelotas.”

Ainda na visão da Petrobras a ida para a África se justifica porque os sistemas de produção da companhia, que entraram em operação nos últimos dez anos, respondem por cerca de 70% do total extraído pela empresa e estão chegando perto da maturidade. Em média, a produção de óleo e gás da Petrobras no terceiro trimestre foi de 2,87 milhões de barris de óleo equivalente por dia (BOE/dia), sendo 1,87 milhão de BOE/dia oriundo do pré-sal. A Petrobras estima um declínio médio de 10% ao ano em um campo de petróleo. Em 2023, dado mais recente disponível, a Petrobras estimava reservas provadas de 10,9 bilhões de barris de óleo equivalente (BOE). Em dez anos, a Petrobras esgotaria todas as reservas se nenhum barril for reposto no período. A empresa, porém, está de forma permanente pesquisando e buscando novas áreas.

Com o pré-sal sinalizando que alcança a maturidade, a empresa precisa fazer prospecções. “O mercado só valoriza a ação de empresas que estejam em crescimento”, disse fonte. A Petrobras também vem olhando para novas fronteiras, como a Margem Equatorial, extensa área que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte, e a Bacia de Pelotas, entre os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Mesmo assim, as incertezas inerentes às atividades de exploração levam a companhia a ampliar o leque de opções ao se voltar para outras regiões no mundo com possíveis potenciais.

“Qual é o futuro da exploração de petróleo no Brasil? Vamos conseguir furar na Margem Equatorial? Será que tem petróleo na Margem, na Bacia de Pelotas? Pode ser que nossa realidade seja pessimista”, disse o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy. Gabriel Barra, analista do Citi, disse que o olhar da Petrobras para a internacionalização concentra esforços em pontos que são comuns à estratégia para o pré-sal. Para ele, a companhia tem atuação que entende como importante em alguns países da América do Sul, como a Colômbia, onde a empresa descobriu reservas de gás em 2022. Além da Colômbia, a empresa tem planos de atuação na Argentina. (Colaborou Kariny Leal, do Rio).

Infomoney - SP   15/02/2024

Os estoques de petróleo nos Estados Unidos tiveram alta de 12,018 milhões de barris, para um total 439,45 milhões de barris (sem conta os da reserva estartégica do país), na semana passada, informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). Analistas consultados pelo The Wall Street Journal avanço menor, de 2,8 milhões de barris.

Os estoques de gasolina caíram 3,658 milhões de barris no período, para 247,33 milhões de barris, enquanto a projeção era de recuo de 1 milhão de barris. Já os de destilados caíram 1,915 milhão de barris, a 125,659 milhões de barris, quando a previsão era de queda de 2,2 milhões barris.

A taxa de utilização da capacidade das refinarias caiu de 82,4% na semana anterior para 80,6% na mais recente, contra expectativa de recuo a 82,20%.
Os estoques de petróleo no centro de distribuição de Cushing tiveram alta de 71 mil barris, a 28.771 milhões de barris. Já a produção média diária dos EUA ficou estável em 13,3 milhões de barris no período.

Valor - SP   15/02/2024

Declarações de presidente da empresa trazem preocupação ao mercado devido a passado recente em Pasadena (EUA) e na Bolívia

As diversas manifestações do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, de que a estatal pretende ampliar a participação no exterior trazem preocupação a agentes da indústria. A origem dos temores está no histórico recente de experiências malsucedidas e mesmo polêmicas na compra de ativos fora do Brasil.

A principal controvérsia envolveu a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A estatal comprou 50% da unidade em 2006 por US$ 360 milhões, valor muito acima dos US$ 42,5 milhões pagos pela belga Astra Oil ao adquirir o ativo um ano antes. Após desentendimentos com a Astra, a petroleira foi obrigada pela Justiça a comprar a outra metade, com um custo total de mais de U$ 1 bilhão.

A compra da fatia na refinaria foi investigada pela Lava-Jato. No processo, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, disse que a compra da unidade envolveu pagamentos de propina. Pasadena foi vendida para a Chevron, em 2019, por US$ 467 milhões.

A Petrobras avançou em operações no exterior pela primeira vez na década de 1970, quando criou a Braspetro, com atividades na Colômbia, no Iraque e em Madagascar. Era motivada pela crise do petróleo, que obrigou a estatal a buscar alternativas de suprimento, uma vez que 90% da demanda era atendida por importações.

No começo dos anos 2000, a empresa entrou na Argentina, com a compra da Perez Companc. Foi a senha para diversificar as operações, com atuações em quase todos os países da América do Sul, além de presenças na Europa e África, movimento puxado pelo fim do monopólio da exploração de petróleo no Brasil, em 1998.

Como resultado, a Petrobras aumentou o ritmo de compras no exterior. Uma das iniciativas mais marcantes foi a entrada na Bolívia, com o objetivo de construir a infraestrutura necessária para explorar o gás natural. A Petrobras adquiriu refinarias, atuou em redes de postos de combustíveis e, nos anos 2000, começou a produzir gás naquele país.

A situação começou a mudar com a chegada ao poder na Bolívia do então presidente Evo Morales, eleito em 2005. Com discurso nacionalista, afirmava que estatizaria o setor de petróleo no país, o que de fato aconteceu em 1º de maio de 2006. Na ocasião, as refinarias da estatal brasileira foram ocupadas e o decreto de nacionalização assinado. A Petrobras foi indenizada em 2007 pela expropriação das refinarias em US$ 112 milhões.

Além da Bolívia, a empresa apostou na internacionalização em países da América Latina, como México, Argentina e Uruguai, na África e na Ásia. Com a crise pela qual passou na década de 2010, quando se tornou a petroleira mais endividada do mundo, a Petrobras iniciou programa de venda de ativos que envolveu ativos nos países em que estava presente.

Agora o presidente da empresa, Jean Paul Prates, acena com o desejo de voltar com mais força ao exterior. Os investimentos apontam para áreas como exploração e produção e para projetos ligados à energia limpa. Em dezembro, Prates afirmou, durante a COP28, que teria a intenção de criar a “Petrobras Arábia”, uma subsidiária no Golfo Pérsico para fortalecer os laços com as petroleiras do Oriente Médio. A aproximação com esses países aumentou com a entrada do Brasil na OPEP+.

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