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14 de Dezembro de 2023

SIDERURGIA

Diário do Aço - MG   14/12/2023

Chama atenção neste jogo de pressões e contrapressões, envolvendo a luta pela sobrevivência da siderurgia brasileira e mineira, o silêncio do nosso governador. Afinal, Minas Gerais, além de Estado minerador, sedia a Usiminas; Aperam; Arcelor Mital; Gerdau e um grande parque produtor de ferro gusa, que representa quase 20% do PIB industrial do Estado.

Não estamos falando do posicionamento político do governador, mas na sua omissão na defesa dos interesses do Estado. O Instituto Aço Brasil divulga dados que demonstram o impacto negativo das importações de produtos semiacabados de aço na produção siderúrgica brasileira. Considera o baixo preço do aço chinês importado como uma oferta predatória, que não cobre o custo de produção deste insumo. Ou seja: os chineses estariam exportando aço a este preço para desestruturar nossa indústria e, posteriormente, impor suas próprias regras.

O setor reivindica do Governo Federal a elevação da alíquota dos atuais 9,6% para 25% (vinte e cinco por cento), mesmo patamar praticado pelos EUA, México, Reino Unido e União Europeia.

As siderúrgicas também fazem pressão: anunciam retração dos investimentos e a Usiminas anunciou a paralisação do alto-forno 1. E o Governo do Estado simplesmente silencia. Isto não é postura de um Estadista, mas daqueles políticos que só se preocupam com seus interesses.

No nível do Governo Federal, o assunto vem sendo tratado pelo vice-governador Alckmin, que também é Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Um grande homem. Mas, como não poderia deixar de ser, seu olhar é regional. É paulistano.

“O setor reivindica do Governo Federal a elevação
da alíquota dos atuais 9,6% para 25% (vinte e cinco por cento),
mesmo patamar praticado pelos EUA, México, Reino Unido e União Europeia”

A polêmica opõe então dois lados: num extremo, a siderurgia brasileira e, no outro, os setores industriais que se beneficiam do baixo preço do aço importado da China. Alegam que a elevação das alíquotas elevará o preço de diversos produtos, acarretando inflação e retração da demanda interna. Como arbitrar conflitos de interesse desta natureza? Quem tem razão?

Este é o papel do Estado e o que se espera do Governo Lula: que seja traçada uma política de desenvolvimento industrial sólida, de longo prazo, que reconstrua nossa indústria; que a fortaleça, que aumente nossa competitividade e que inclua a política fiscal; cambial; creditícia.

É o que necessita a indústria brasileira para que saia da sua agonia atual. E para que não vivamos correndo atrás do prejuízo, resolvendo problemas apenas quando estes se tornam crises, já tendo causado prejuízos sem conta ao país.
Industria verde - Certamente, uma vertente para o fortalecimento do setor indústria seria a sua progressiva transição tecnológica na busca de soluções que viabilizem a transição energética, para deter a elevação da temperatura global, como foi debatido na COP 28. O Brasil possui vantagens comparativas importantes - fontes de energia limpa; importantes reservas florestais - e pode se tornar líder desta nova vertente.

A siderurgia brasileira já está abrindo caminho nesta direção, como faz a Usiminas. No seu relatório enviado ao CDP (Carbon Disclousure Protocol), a empresa identifica oportunidades nesta área e relata que "Ao investir na produção de aço de baixo carbono, a empresa poderá acessar novos mercados e se posicionar como protagonista em uma nova ordem econômica voltada para a sustentabilidade. O aço é um produto nobre e versátil o suficiente para ser utilizado no desenvolvimento de produtos, tecnologias e equipamentos necessários para a descarbonização de outros setores da economia. Além disso, o Brasil possui uma matriz energética limpa com potencial de evolução no uso de energias renováveis nos próximos anos, o que é um fator diferenciador e benéfico para a produção de aço de baixo carbono no país."

E mais adiante: "a empresa já vem trabalhando no desenvolvimento de aços mais eficientes e de alto valor tecnológico, com potencial aplicação no mercado de usinas fotovoltaicas (aço Usi Solar) e aços com alta resistência mecânica e espessura reduzida voltados ao mercado automotivo, que trazem benefícios ambientais ao permitir a fabricação de veículos mais leves, com menor índice de emissão de gases de efeito estufa."

Trata-se de uma vertente importante, que poderá diferenciar e dar qualidade ao debate travado que analisamos. Seria prudente que a siderurgia conferisse celeridade à descarbonização da sua produção e abreviasse o prazo de previsto para seu término (2050) para datas mais realistas, e diminuir em ritmo mais acelerado as emissões de carbono no seu processo de produção e na sua cadeia de fornecedores e clientes.

Os números apresentados estão bem elevados. Desta forma suas reivindicações ganhariam força e poderiam sensibilizar tanto políticos à altura do seu cargo, quanto setores da sociedade interessados na defesa do nosso planeta. Quanto ao Zema, bem, melhor deixar os fatos falarem por si só....

Diário do Aço - MG   14/12/2023

Como de costume, as principais empresas do setor industrial no Vale do Aço negociam junto aos sindicatos dos trabalhadores o acordo coletivo referente ao fim do ano vigente e ao próximo ano.

A mineradora Bemisa conseguiu fechar as negociações ainda em 2023, com a contraproposta aprovada por 64% dos trabalhadores da Mina Baratinha, em Antônio Dias, em assembleia realizada esta semana.

Já as siderúrgicas Usiminas e Aperam ainda negociam com o Sindipa e Metasita, respectivamente. A contraproposta da Aperam foi rejeitada semana passada e a da Usiminas foi votada e reprovada nesta quarta-feira (13).

Aperam

Diante de mais uma contraposta recusada pelos trabalhadores, a Aperam South America e o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Timóteo e Coronel Fabriciano (Metasita) se reunirão para que seja apresentado um novo acordo referente à campanha salarial 2023/2024. A nova rodada de negociação entre a empresa e o sindicato está agendada para ocorrer nesta sexta-feira (15).

No dia 7 deste mês, trabalhadores da Aperam se reuniram no auditório do Metasita para avaliar a última proposta feita pela empresa. Na ocasião, foram oferecidos ao empregado um reajuste salarial de 4,14% (INPC) para salários de até R$ 11 mil, a partir de 1º de novembro; Vale-alimentação de R$ 380, também a partir do dia 1º de novembro; Reembolso de óculos de R$ 480; E o abono salarial de R$ 1.140 (única mudança na contraproposta), que poderia ser em dinheiro ou vale-alimentação, dependendo da decisão em assembleia. Em assembleia, cerca de 57% dos funcionários votantes rejeitaram a proposta.

Rejeição na Usiminas

Durante esta quarta-feira (13), funcionários da Usiminas apreciaram a proposta apresentada pela empresa. Conforme o Sindipa, a Usiminas propôs pagar 4,14% de correção salarial, índice que representa as perdas salariais com a inflação medidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e o valor de R$ 500 no vale-alimentação.
Antes de levar a proposta para deliberação em assembleia, o sindicato já havia recusado três proposições por parte da Usiminas.

O presidente do Sindipa, Geraldo Magela informou ao Diário do Aço que participaram da assembleia 2.210 trabalhadores. Deste total, 1.407 votaram pela rejeição da contraproposta, e 802 trabalhadores optaram pela aprovação. “Então a proposta foi rejeitada, a Usiminas já foi notificada do resultado e já exigimos uma nova proposta urgente, pois já estamos preparando uma assembleia com estado de greve para semana que vem”, concluiu.

Posicionamento da Usiminas

Antes da assembleia, por meio de nota enviada ao Diário do Aço, a Usiminas afirmou que esperava que os metalúrgicos votassem com responsabilidade e acrescentou: “a empresa relembra que registrou resultados negativos no 3º trimestre de 2023 e tem sido fortemente impactada pelo aumento expressivo das importações de aço, especialmente da China”.

Portal Fator Brasil - RJ   14/12/2023

Categoria de acesso à Stock Car Pro Series terá novo campeão no domingo. Troféu valoriza categoria de acesso e se conecta ao principal campeonato.

A Stock Series vai conhecer o campeão da temporada 2023 no dia 17 de dezembro (domingo), no circuito de Interlagos (SP), e o piloto que levar o título, além de se sagrar o grande campeão do ano, vai ser agraciado com uma novidade: tem troféu novo na categoria. Assim como na Stock Car Pro Series, o troféu é um oferecimento da ArcelorMittal, líder mundial no mercado e fornecedora do aço oficial da categoria para os carros que vão estrear em 2025.

Objeto de cobiça de todos os pilotos, a taça foi pensada para se conectar com o troféu da Stock Car Pro Series, valorizando a categoria de acesso e unindo o desejo dos pilotos de serem campeões e um dia pilotarem no principal campeonato do automobilismo brasileiro.

A arte é assinada pela designer Ana Paula Castro, também responsável pelo Troféu dos Campeões da Stock Car Pro Series, e feito a convite da ArcelorMittal. Segundo a designer, a peça, que usa o aço como matéria-prima, trabalha o conceito de que o atleta precisa passar por várias etapas até realizar o seu sonho.

—O troféu é parecido com o da Pro Series, mas como se fosse um troféu que antecede a categoria principal. No topo dele, temos seis hastes que representam os seis circuitos da categoria, que têm que ser percorridos para atingir o objetivo. Ao movimentá-lo, essas hastes dão a ideia da bandeirada da vitória —afirma Ana Paula Castro.

ArcelorMittal na Stock Car — Muito mais que uma patrocinadora, a ArcelorMittal atua como parceira para o desenvolvimento da Stock Car. Neste ano, a empresa desenvolveu uma solução em aço para os carros da nova geração, que vão estrear em 2025.

A nova safety cage (gaiola de segurança) dos carros foi desenvolvida com aço de alta resistência da ArcelorMittal, unindo os pilares de segurança, sustentabilidade e inovação, que são marcas da empresa. Este projeto reforça o propósito da empresa de criar aços inteligentes para as pessoas e o planeta.

A produtora de aço também valoriza o automobilismo com a criação dos troféus dos campeões das duas categorias.

Busca pelo troféu da Series — E o troféu de campeão será disputado em um final de semana com programação cheia em Interlagos. Começando na sexta-feira, quando serão realizados dois treinos livres. O sábado será muito movimentado por conta de mais um treino livre, a classificação que vai determinar o pole position e a Corrida 1.

A decisão da temporada acontece no domingo, com as últimas duas corridas, que vão determinar o campeão e novo piloto no grid da Stock Car no ano que vem.

ECONOMIA

Infomoney - SP   14/12/2023

Os dados do setor de serviços em outubro, que mostraram volume 0,6% menor que em setembro e 0,4% abaixo do observado no mesmo mês ano passado, são o sinal mais forte até aqui da consolidação do cenário de esfriamento da atividade econômica, que vinha sendo adiado especialmente pelo mercado de trabalho aquecido. Os economistas destacaram a intensidade da queda, puxada pelos números dos serviços prestados às famílias e pelos transportes.

Igor Cadilhac, economista do PicPay, destacou que a queda interanual do indicador da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) foi o segundo resultado negativo após 30 avanços seguidos nessa leitura. Já o índice mensal segue vindo pior que as projeções e acumulando o terceiro recuo consecutivo, devolvendo 2,3% nos últimos meses.

Ele citou que as contribuições negativas vieram dos transportes (-2,0%) e dos serviços prestados às famílias (-2,1%). “Enquanto os serviços prestados às famílias eliminaram boa parte do ganho de setembro, os setores de transportes têm sido impactados pela disseminação do encerramento das colheitas recordes e seu efeito no transporte de cargas (-2,7%)”, detalhou.

Cadilhac alertou que é importante reconhecer que a intensidade da desaceleração de um setor importante da atividade econômica, o de maior peso e cuja dinâmica tende a ser mais inercial, tem sido maior que a esperado.

“De toda forma, ainda mantemos uma visão relativamente positiva para o último semestre, que deve flertar com variações do PIB próximas a zero. Para 2023, projetamos um avanço de 2,3% da Pesquisa Mensal de Serviços.”

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, também citou que a principal surpresa negativa veio de transportes e do serviços prestados às famílias, sendo que essa última categoria continua 5,2% abaixo do patamar pré-pandemia. “Daqui até o final do ano, o segmento de serviços deve continuar andando de lado, impactado pelo efeito dos juros ainda altos na economia”, estimou.

Para ela, o dado de hoje corrobora a visão de desaceleração da atividade econômica no segundo semestre. “Nossa previsão é que o PIB do quarto trimestre apresente uma pequena contração e termine 2023 com expansão ligeiramente abaixo de 3%. Já para 2024, projetamos um crescimento do PIB de 1,5%”, previu.

Embora o resultado da PMS de hoje não altere a expectativa do C6 Bank de corte 0,50 ponto percentual na reunião do Copom de hoje, a projeção de crescimento do setor foi rebaixada, de uma alta anual de 2,6 para 2%.
Perda de tração

Matheus Pizzani, economista da CM Capital, comentou que a resiliência apresentada nos serviços prestados às famílias vem perdendo tração ao longo dos últimos meses, com seu resultado acumulado em 12 meses desacelerando de 7,1% em agosto para 5% em outubro.

“O movimento não deve ser visto como surpreendente, uma vez que estava claro desde o início do ano que haveria uma normalização dos resultados deste grupo, que passou por um processo de crescimento excepcional ao longo de 2022 em função da recomposição do nível de atividade pós-pandemia e dos estímulos fiscais cedidos pelo governo no segundo semestre”, explicou.
Segundo ele, o que chamou a atenção foi a resiliência desse grupo apresentada no decorrer do primeiro semestre de 2023, que foi sustentado por uma demanda agregada ainda consistente e por um mercado de trabalho aquecido.

Sobre a queda nos serviços de transporte, Pizzani alertou que o acompanhamento desta categoria é importante por sua elevada sensibilidade ao comportamento do ciclo econômico do país.

Neste sentido, ele argumentou que que o arrefecimento é de certa forma compreensível, uma vez que o grupo representa uma combinação de diferentes fatores. O desaquecimento da produção e da demanda por bens industriais a procura por transporte rodoviário de cargas e afeta também o subgrupo de armazenagem e serviços de transporte auxiliares, que sofrem também com a desaceleração da produção agropecuária, cujas safras de maior porte já passaram.

A exceção em transportes em outubro, ficou por conta dos transportes aéreos, que tem apresentado um comportamento peculiar tanto em termos de volume quanto em termos de preço nos últimos meses, dado o volume elevado de eventos no Brasil, especialmente neste segundo semestre.

O economista da CM Capital disse ainda a consolidação do cenário de desaquecimento no setor de serviços após o crescimento desenfreado observado em 2022 levou mais tempo que o esperado.

“Algo que deve ser atribuído ao comportamento do mercado de trabalho do setor, que segue se expandindo, ainda que em níveis moderados, à resiliência da demanda, ao elevado volume de eventos culturais e de entretenimento e à demanda significativa do setor de transportes em função da excelente performance do setor agropecuário.”

Para novembro, ele disse esperar algum movimento de correção para cima, motivado tanto pela base extremamente frágil do indicador, que vem de três quedas consecutivas, como pelo impacto de fortes fatores sazonais, como os eventos tradicionalmente ocorridos no mês, como a realização do GP de Fórmula 1 em São Paulo.

A CM Capital projeta crescimento de 2,4% para o setor de serviços em 2023 e de 1,1% em 2024.

A análise do Goldman Sachs é que a perda de impulso da reabertura econômica, as condições monetárias e financeiras internas restritivas e os níveis ainda elevados de endividamento das famílias, têm mitigado a melhora na renda propiciada pelos estímulos fiscais, a desinflação e os ganhos salariais.
Sinais para o BC

Nicolas Borsoi, economista chefe da Nova Futura, também comentou que os dados da PMS reforçam os sinais de perda de tração da economia, apesar da performance positiva no setor no trimestre anterior.

“É mais um dado que conversa com a perspectiva de aceleração do ciclo de cortes do BC, desfazendo em parte a percepção de força da economia após o PIB do 3º trimestre. Ainda acredito que o cenário de cortes de 0,50% é mais provável, mas as chances de um 0,75%, principalmente para janeiro ou março, estão aumentando, e rápido”, afirmou.

Maikon Douglas, analista da holding de investimentos Highpar, analisou que o setor está passando por uma correção mais forte do que se esperava nos últimos meses. “Embora venha de patamares muito elevados, fruto da enorme expansão vivenciada durante e após a pandemia, e apesar da expansão da renda média no mercado de trabalho”.

CNN Brasil - SP   14/12/2023

Os preços ao produtor dos Estados Unidos ficaram inesperadamente inalterados em novembro, uma vez que um declínio no custo dos produtos de energia mais do que compensou os preços mais altos dos alimentos, indicando que a inflação nos portões das fábricas continuou a diminuir.

A leitura inalterada do índice de preços ao produtor para a demanda final no mês passado, divulgada pelo Departamento do Trabalho nesta quarta-feira, seguiu-se à queda revisada de 0,4% em outubro, de uma queda de 0,5% informada antes.

Economistas consultados pela Reuters projetavam que o índice teria um aumento de 0,1% no mês. Nos 12 meses até novembro, os preços ao produtor subiram 0,9%, depois de avançarem 1,2% em outubro.

Dados divulgados na terça-feira mostraram que os preços ao consumidor subiram em novembro, em meio a custos de aluguel altos. Embora a inflação continue acima da meta de 2% do Federal Reserve, os aumentos de preços estão se tornando menos abrangentes.

As autoridades do banco central dos EUA vão concluir sua reunião de política monetária nesta quarta-feira, com expectativa de que o Fed mantenha sua taxa de juros na faixa atual de 5,25% a 5,50%, tendo-a aumentado em 525 pontos-base desde março de 2022.
Argentina: pacote econômico de Milei carece de detalhes e peso cai mais de 50%

Agência Brasil - DF   14/12/2023

O comportamento dos preços fez o Banco Central (BC) cortar os juros pela quarta vez seguida. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic, juros básicos da economia, em 0,5 ponto percentual, para 11,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros .

Em comunicado, o Copom informou que continuará a promover novos cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões, mas não detalhou quando parará de reduzir a taxa Selic. Segundo o BC, o momento dependerá do comportamento da inflação no primeiro semestre de 2024.

“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O comitê enfatiza que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária”, ressaltou o Copom.

A taxa está no menor nível desde maio do ano passado, quando também estava em 11,75% ao ano. De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
Inflação

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em novembro, o indicador ficou em 0,28% e acumula 4,68% em 12 meses . Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada pelos economistas.

O índice fechou o ano passado acima do teto da meta de inflação. Para 2023, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não podia superar 4,75% nem ficar abaixo de 1,75% neste ano.

No Relatório de Inflação divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a autoridade monetária manteve a estimativa de que o IPCA fecharia 2023 em 5% no cenário base. A projeção, no entanto, pode ser revista para baixo na nova versão do relatório, que será divulgada no fim de dezembro.

As previsões do mercado estão mais otimistas que as oficiais. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 4,51%, abaixo portanto do teto da meta. Há um mês, as estimativas do mercado estavam em 4,59%.
Crédito mais barato

A redução da taxa Selic ajuda a estimular a economia. Isso porque juros mais baixos barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais baixas dificultam o controle da inflação. No último Relatório de Inflação, o Banco Central aumentou para 2,9% a projeção de crescimento para a economia em 2023.

O mercado projeta crescimento semelhante, principalmente após a divulgação de que o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas) cresceu 0,1% no terceiro trimestre , enquanto havia expectativa de queda. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 2,92% do PIB em 2023.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

Agência Brasil - DF   14/12/2023

Uma previsão da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) para a balança comercial em 2024 - divulgada nesta quarta-feira (13), no Rio de Janeiro - registra queda das exportações de 0,6%, somando US$ 334,517 bilhões, contra US$ 336,532 bilhões estimados para 2023.

Em relação às importações, a projeção é de aumento de 0,62%, com US$ 241,745 bilhões em 2024 contra US$ 240,345 bilhões calculados para este ano. O superávit deverá atingir US$ 92,772 bilhões no próximo ano, queda de 3,5% em comparação aos US$ 96,187 bilhões esperados para 2023.

O presidente da AEB, José Augusto de Castro, afirmou à Agência Brasil que o mercado internacional está muito calmo, sem quedas nem elevações bruscas de preços.

“Há uma calmaria total. Também as variações dos produtos este ano, em relação a 2022, foram muito pequenas. E 2024 sinaliza, pelo menos neste momento, que deve ficar mais ou menos assim”. Castro avalia, entretanto, que no segundo semestre do próximo ano podem surgir novos fatos com reflexo nos preços.

Ele se referiu a algum fato político ou econômico que poderá ocorrer e afetar o cenário atual de tranquilidade no comércio. A seguir, indicou que o conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas não teve impacto nenhum.

“É como se o mercado estivesse aceitando tudo passivamente. Nada acontece que possa modificar o comércio”, opinou. Contudo, admitiu que fatores podem resultar em alterações, “como mudanças geopolíticas envolvendo China, Estados Unidos e Rússia. Mas, por ora, não são suficientes para impactar o comércio mundial”, acrescentou.
Produtos

Boletim da AEB destaca que, de novo, soja, petróleo e minério deverão responder por 37,05% das exportações totais projetadas pelo Brasil para 2024, com estabilidade em relação a 2023, quando devem alcançar 37,09%.

Castro advertiu que, se a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidir reduzir a produção, teoricamente o preço aumentará. Em relação à soja, a expectativa é que haja uma pequena queda na exportação por conta de problemas climáticos no Brasil. “Mas [isso] não afetou ainda a balança comercial”, explicou.

Segundo projeção da AEB, os produtos brasileiros cujas cotações médias em dólar por tonelada deverão crescer em 2024 são minério de ferro (+2,5%), petróleo (+1,7%), soja em grão (+0,3%), celulose (+1,2%) e óleos combustíveis (+10,2%). No sentido inverso, são esperadas quedas nas cotações de café (-8,7%), carne de aves (-6,9%), carne suína (-6,2%), milho (-6,1%), carne bovina (-5,3%) e farelo de soja (-5,1%).
Argentina

O presidente da AEB comentou também os reflexos da posse do novo presidente da Argentina, Javier Milei, para o comércio brasileiro. Ele acredita que podem vir consequências positivas.

“Se a Argentina tiver sorte e não houver quebra de safra, ela vai colher grande safra de soja e milho. Isso fará com que a balança argentina tenha mais dinheiro para importar, o que seria favorável ao Brasil. Não imagino que, agora, o Milei vá querer aproximação com a China, abandonando o Brasil”, opinou.

Castro confia que algo positivo pode acontecer na Argentina em 2024, principalmente em termos de aumento da produção. “E, se tiver um pouco mais de sorte, em aumento de preço”. Apontou, porém, que a possibilidade de dobrar a produção agrícola vai depender das condições climáticas.

A AEB confirmou que todos os 15 principais produtos exportados pelo Brasil em 2023 são commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado externo), o que significa mais um ano sem produtos manufaturados expressivos na balança brasileira. “A gente tem expectativa de que ainda este ano seja aprovada a reforma tributária e já se consiga fazer uma redução de custos. Mas, por enquanto, isso é só expectativa”, salientou.
Manufaturados

Para o presidente da AEB, os manufaturados nacionais ainda estão distantes do mercado mundial. Ele disse que o Brasil está perdendo oportunidade de alavancar a produção industrial, ao contrário de outros países, como México, que “está sendo invadido por investimento externo, enquanto no Brasil não aconteceu nada”.

Argumentou que isso se explica porque o México “se preparou para o futuro e o futuro do México chegou. Por isso, está tendo [naquele país] um forte crescimento em termos de pessoal e em termos econômicos também”.

Infomoney - SP   14/12/2023

O objetivo estabelecido pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de zerar o déficit primário em 2024 é alvo de cada vez maior ceticismo entre agentes do mercado financeiro. É o que mostra levantamento feito pela XP Investimentos com gestores, economistas e analistas que representam 83 instituições do setor.

Segundo a pesquisa, chegou a 89% o grupo de entrevistados que acreditam que a meta fiscal do ano que vem será alterada em algum momento. Um mês atrás, o grupo somava 75% dos respondentes - 3 pontos percentuais acima do número registrado em setembro.

Já os que acreditam que a meta prevista nas peças orçamentárias em tramitação no Congresso Nacional será mantida caiu de 28% dois meses atrás para 25% em outubro, e agora soma apenas 11% dos entrevistados. A amostra é formada majoritariamente por economistas (47%) e gestores (35%) com atuação em assets (67%) e instituições financeiras privadas (28%).

Entre os respondentes que apostam em mudança da meta, 68% esperam que o movimento ocorra até março, quando o Ministério da Fazenda divulga o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias. Este é um dos momentos da execução orçamentária em que o governo federal pode ser levado a realizar contingenciamentos, caso se verifique que o comportamento de despesas e receitas está se distanciando do objetivo estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Outros 32% esperam que a mudança ocorra em algum momento mais tarde do exercício de 2024. Ao contrário das edições anteriores do levantamento, não há mais apostas em uma alteração da meta fiscal ainda neste ano, durante a discussão das peças orçamentárias no Congresso Nacional.

Considerando o mesmo grupo, a sondagem também capturou as apostas sobre qual deverá ser o novo patamar estabelecido. A maioria (49%) acredita que o objetivo de resultado primário ficará entre déficits de 0,4% e 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB).

Mas 47% dos entrevistados veem possibilidade de um desequilíbrio ainda maior. Na média, as respostas apontam para uma meta de déficit de 0,5% do PIB, e a mediana, de 0,7%.

O levantamento foi feito entre os dias 8 e 12 de dezembro e faz parte de um questionário pré-Copom (Comitê de Política Monetária) feita a cada 45 dias pela XP Investimentos e divulgada sempre no dia em que o Banco Central decide o novo patamar da taxa básica de juros.

MINERAÇÃO

Exame - SP   14/12/2023

O minério de ferro afundou depois que um importante encontro de autoridades chinesas para definir políticas econômicas terminou sem grandes promessas de mais estímulo. A cotação da matéria-prima do aço caiu até 3,2% em Singapura, para US$ 131,75 a tonelada.

Após a conferência anual de trabalho econômico do Partido Comunista, as autoridades disseram apenas que a política industrial será a principal prioridade no próximo ano. Foi uma decepção para quem esperava ver a China mudar de abordagem para impulsionar o crescimento e a confiança com estímulos massivos em 2024, disse Eric Zhu, da Bloomberg Economics. O tom dos comentários sobre a política macroeconômica deu poucos indícios de uma postura mais agressiva, disse ele.

Rali do minério de ferro

O minério de ferro ainda é negociado perto do nível mais alto desde fevereiro, depois de se recuperar nos últimos meses com uma série de medidas tomadas pelo governo em Pequim para estimular os gastos com infraestrutura. No entanto, os sinais de que as autoridades não irão reforçar essa abordagem minam as perspectivas para o próximo ano, especialmente porque a China luta contra a deflação.

O otimismo em relação a medidas estímulo esteve bem alto ultimamente, e é provável que os preços do minério de ferro recuem no primeiro semestre do próximo ano, disse Liu Jialiang, vice-presidente de pesquisa da Cofco Futures.

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Máquinas e Equipamentos

Valor - SP   14/12/2023

A projeção, divulgada com exclusividade ao Valor, indica que este pode ser o segundo pior resultado do setor em dez anos, atrás apenas de 2022

A produção de itens da chamada linha branca deve somar 12,9 milhões de unidades em 2023, o que representaria alta de 3,2% em relação ao ano passado, segundo estimativas da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).

A projeção, divulgada com exclusividade ao Valor, indica que este pode ser o segundo pior resultado do setor em dez anos, atrás apenas de 2022. No ano passado, as vendas de itens como geladeiras, fogões e máquinas de lavar somaram 12,5 milhões de unidades.

A Eletros, associação que representa os produtores de 98% dos eletrodomésticos de linha branca no país, aponta que o consumo foi afetado pela baixa atividade econômica dos últimos anos e pelos desdobramentos da pandemia de covid-19.

Os produtos de preços mais baixos, ou produtos de entrada, registraram o pior desempenho de vendas, indicando a perda do poder de compra da população mais pobre. A participação das classes C, D e E na venda de geladeiras no país está em 11%, patamar que era de 36% há dez anos.

De acordo com a entidade, as classes mais baixas foram especialmente afetadas por condições macroeconômicas como alta da inflação e juros elevados. O crescimento dos custos de matérias-primas e logística, repassados para os produtos, tornaram os produtos de entrada menos acessíveis, segundo a Eletros.

A Eletros indica que os modelos de entrada representaram 5,8% das vendas de geladeiras em 2022, patamar que era de 25,9% em 2012. Por outro lado, a participação dos modelos de duas portas com tecnologia frost free ampliaram sua participação nas vendas continuamente, passando de 34,5% em 2012 para 73,7% ao final do ano passado.

Custos de importação

Um dos principais “pontos de preocupação para a os fabricantes” é a alíquota de importação dos compromessores, componente fundamental ao sistema de resfriamento de geladeiras. Segundo a Eletros, a alíquota de importação no Brasil de 18% “supera em muito” a média global, de 5,1%.

A entidade afirma ainda que um eventual aumento da alíquota de importação pleiteada pelo setor do aço, que passaria de 10,8% para 25%, pode encarecer ainda mais os produtos. Cerca de metade dos custos de produção da linha branca, segundo a Eletros, são relacionados ao aço.

Já os custos de lavadoras semiautomáticas, como o tanquinho, são 60% compostos pelo custo de resinas plásticas como o polipropileno. A entidade também se posiciona contra maiores alíquotas de importação, destacando a importância dos tanquinhos para a população de baixa renda.

Terra - SP   14/12/2023

No mês de agosto de 2023, o setor industrial apresentou sinais de recuperação, conforme indicam os dados da pesquisa Indicadores Conjunturais da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). A receita líquida de vendas registrou um crescimento em relação ao mês anterior em 18,2%, revertendo parte da queda acumulada no ano. No entanto, ao analisar o mesmo período do ano anterior, observa-se que a queda ainda persiste devido à fragilidade das atividades no mercado doméstico.

Ainda sobre o estudo divulgado, foi apontado que mesmo com a desaceleração no mercado global e da valorização do real em relação ao dólar, as exportações do setor mostraram-se resilientes, registrando expansão. Este cenário positivo nas exportações contribuiu para atenuar as dificuldades enfrentadas internamente. Ao se debruçar sobre os diferentes segmentos de mercado atendidos pela indústria de máquinas e equipamentos, a análise interanual revelou melhorias nos mercados de bens de consumo, componentes e nos setores de logística e construção civil.

Observando o relatório citado, nota-se que sobre o resultado de agosto, o panorama do setor industrial ainda é desafiador quando se observa o acumulado do ano de 2023. Além disso, o documento aponta que a persistência da queda em comparação com o ano anterior destaca a necessidade de medidas que impulsionam a demanda interna e fortalecem a competitividade da indústria nacional.

José Antônio Valente, diretor da empresa locação de equipamentos Trans Obra, afirma que mesmo com o resultado positivo de agosto considerando como comparação o mês anterior é necessário que a indústria de máquinas e equipamentos consiga melhorar seu faturamento visto que o resultado de agosto é 4,4% menor do que o mês de agosto de 2022. "Deve-se considerar a série histórica dos anos anteriores para comparação e com isso, a indústria poderá ajustar o planejamento de acordo com uma análise completa".

Segundo o estudo divulgado, a valorização significativa de 4,7% do real em relação ao dólar (de R$/US$ 5,14 em agosto de 2022 para R$/US$ 4,9 em agosto de 2023) não teve impacto negativo no desempenho das exportações de máquinas e equipamentos. No mês de agosto de 2023, observou-se um crescimento tanto na quantidade (2,8%) de máquinas exportadas quanto nos seus preços (13,7%), em comparação com o mesmo período do ano anterior. Isso resultou em um expressivo aumento nas exportações do setor fabricante de máquinas e equipamentos, que totalizaram US$ 1,464 bilhão, representando uma alta de 16,3% em relação a agosto de 2022 (US$ 1,259 bilhão).

O estudo mostra que a melhoria nas exportações no mês de agosto contribuiu no sustento do crescimento acumulado no ano. No período de janeiro a agosto de 2023, todos os grupos setoriais monitorados apresentaram crescimento nas exportações, culminando em um aumento total de 18,1% para a indústria de máquinas e equipamentos quando medidas em dólares. As exportações em unidades físicas também registraram um aumento de 6,6%.

Globo Online - RJ   14/12/2023

Após o Ministério de Minas e Energia (MME) apertar as exigências de eficiência energética para geladeiras e congeladores fabricados e vendidos no país, conforme resolução publicada na última sexta-feira, a Eletros, associação que representa a indústria de eletrodomésticos, criticou o rigor das regras e o prazo de implantação, considerado curto pela entidade.

A Eletros vê chances de “aumento abrupto nos preços dos refrigeradores, especialmente os considerados de entrada, adquiridos principalmente pela população de renda mais baixa”.

Segundo a entidade, 83% dos refrigeradores vendidos no mercado brasileiro atualmente estão fora dos padrões das novas regras, porque são produtos mais simples e, portanto, mais baratos.

– Não é que não tenhamos o produto, mas boa parte da população adquire produtos de entrada, de R$ 1 mil a R$ 1,2 mil – afirmou Jorge Nascimento, presidente-executivo da Eletros.

A partir de 1º de janeiro

Pela resolução, a fabricação e a importação dos produtos precisam seguir as exigências já a partir de 1º de janeiro. A comercialização dos refrigeradores com o padrão atual poderá se estender até o fim de 2024 (por parte de fabricantes e importadores) e até o fim de 2025 (por atacadistas e varejistas).

Como o aperto das exigências se dará em duas etapas, a transição estará completa a partir de janeiro de 2028. “A nova resolução vai garantir que, a partir de 2028, os produtos que estarão disponíveis nas lojas sejam, em média, 17% mais eficientes que os disponíveis hoje no mercado nacional”, diz uma nota publicada pelo MME na última sexta-feira, explicando que os cálculos consideram “como base refrigeradores de uma porta de 200 litros de volume interno”.

Segundo o MME, o novo Programa de Metas para Refrigeradores e Congeladores, de uso doméstico, tem como objetivo economizar eletricidade. Para o consumidor, aparelhos mais eficientes permitiriam uma redução no gasto com a conta de luz.

“Cerca de 5,7 milhões de toneladas de gás carbônico deixarão de ser emitidas até 2030. Além disso, a resolução pode gerar uma economia de energia elétrica de 11,2 Terawatthora (TWh) até 2030, o que equivale a aproximadamente os consumos residenciais anuais de toda região Norte do país (11,5 TWh em 2022), ou do estado de Minas Gerais (13,1 TWh em 2022)”, diz a nota de sexta-feira.

Refrigeradores defasados

Conforme a Rede Kigali – aliança formada por ONGs como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o Instituto Clima e Sociedade (iCS) –, que defende as novas regras, as geladeiras vendidas no Brasil são pouco eficientes e defasadas, quando comparadas com outros países, incluindo emergentes.

“Embora o nível máximo de consumo adotado na segunda etapa (de implantação do novo padrão) represente um avanço significativo em comparação com o baixo rigor do nível atual, os novos níveis até 2030 continuarão piores do que os de vários países africanos, como África do Sul, Angola, Moçambique, Namíbia, Quênia, Tanzânia, Uganda e Zimbábue”, diz uma nota divulgada na sexta-feira pela Rede Kigali.

Nascimento, da Eletros, nega que a indústria nacional tenha padrão tecnológico inferior ao de outros países, mas argumenta que o consumidor de baixa renda não tem recursos para comprar geladeiras mais caras. A entidade empresarial alega que suas ponderações não foram levadas em conta na consulta pública do MME sobre o novo Programa de Metas para Refrigeradores e Congeladores.

Programa foi amplamente discutido, diz MME

Procurado, o MME informou que o novo programa foi "amplamente discutido", inclusive com a Eletros. Segundo o MME, em audiências públicas e em reuniões tanto com técnicos da pasta quanto do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), os representantes da indústria ressaltaram suas "preocupações" com os prazos e os índices de eficiência, mas "não lograram êxito em apresentar dados que fundamentassem suas afirmações nas mais diversas oportunidades".

"As metas estabelecidas passaram por rigoroso processo de Análise de Impacto Regulatório, que apontou benefícios para a sociedade ao induzir a fabricação de equipamentos mais eficientes, reduzindo o valor conta de energia, principalmente para os consumidores de baixa renda", diz uma nota enviada pelo MME ao GLOBO.

AUTOMOTIVO

O Estado de S.Paulo - SP   14/12/2023

Apesar de ser um empreendedor bem-sucedido, foram as credenciais políticas de Alexandre Baldy que chamaram a atenção quando ele assumiu o cargo de chairman (presidente do conselho de administração) da BYD no Brasil há um ano. Goiano de 43 anos de idade, ele presidiu a Linea Alimentos e fundou a Allbox, uma das principais fabricantes de caixas e bulas para remédios do País, que vendeu em junho por R$ 500 milhões.

Mas o ex-ministro das Cidades do governo Temer, ex-secretário de Transportes de Doria e ex-deputado federal (PP-GO), entre outros cargos públicos de destaque, continua tendo ampla articulação política e é bastante próximo de Arthur Lira (PP-AL), para quem fez campanha para a reeleição à presidência da Câmara.

Maior montadora de carros elétricos do mundo, a BYD anunciou que destinará R$ 3 bilhões para produzir veículos na antiga fábrica da Ford, na Bahia. É o segundo maior investimento da empresa fora da China (atrás apenas da Tailândia) e pretende criar uma plataforma de exportações para a América Latina.

Porém, a questão das isenções de impostos às montadoras do Nordeste e Centro-oeste, que está dentro da reforma tributária, enfrenta uma intensa guerra de idas e vindas nos bastidores. “Seja junto ao governo do Estado ou no governo federal, tudo tem sido completamente encaminhado, não tememos (mudanças)”, diz. “(O benefício) está garantido.” Para ele, hoje o maior desafio da companhia é tornar a marca conhecida para impulsionar a abertura de concessionárias.

Em outra frente de negócios, a BYD também está fabricando os trens e equipamentos de manobra para o monotrilho da linha 17-ouro de São Paulo, que deveria ter sido finalizada para a Copa de 2014. A fabricante que havia sido contratada anteriormente faliu - um problema que afetou Baldy e outros secretários de Transporte do Estado à época. “Foi um produto desenvolvido especificamente para ser acomodado dentro daquilo que já existia”, diz ele. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Qual está sendo o principal aprendizado como chairman da BYD?

Venho do meio empresarial, comecei na indústria com 19 anos de idade e, até três meses atrás, de cada duas bulas de medicamentos produzidas no Brasil, eu fazia uma. Tive várias experiências empreendedoras, como a empresa de adoçantes Linea, que peguei pequenininha e deslanchou. Mas o segmento automotivo é muito regulamentado, com suas particularidades e, nisso, posso dizer que é um aprendizado. Volto a trabalhar com a área de consumo, mas de bem durável, na qual há particularidades completamente diferentes. Vai desde estar diretamente envolvido com o consumidor até a produção de um automóvel e à propaganda, tudo em larga escala.
Como está a fábrica da BYD?

A fábrica está sendo readequada e será completamente remodelada, com a construção de um anexo. Hoje, estamos no estágio de aprovação de projetos para, no primeiro trimestre, começar a obra efetiva e no início de 2025 produzir lá. Serão 5 mil vagas, sendo que já trabalharam 15 mil pessoas naquele complexo industrial.
Os srs. temem mudanças no benefício fiscal dessa fábrica trazidas pela reforma tributária?

Hoje, a gente tem um benefício que é o regular, por parte do governo do Estado e do Governo Federal. Não tememos (mudanças). (O benefício) está garantido, a partir do momento em que foi assinado pelo governo. Seja no Estado ou seja no governo federal, tudo tem sido completamente encaminhado.
Qual tem sido então o maior desafio?

Fazer com que a marca seja reconhecida e trazer a confiança do concessionário para que ele invista. A partir do momento em que ele decide montar uma loja e toda a rede que dê suporte à vazão desse produto, nos dá respaldo para ter uma fábrica. Em dezembro, chegaremos a quase 50 lojas e a ideia é avançar simultaneamente em todo o País. Em novembro, a gente conseguiu emplacar mais de 3 mil veículos.

Como os srs. estão fazendo para tornar a marca conhecida?

Patrocinamos a principal programação da TV aberta brasileira, os programas de palco de maior audiência, veiculamos anúncios nos principais jornais do País, realizamos mídias regionais por meio dos nossos concessionários. Temos um programa agressivo de construção de marca para torná-la conhecida e gerar essa confiança para ajudar o concessionário a vender.

Outra chinesa, a JAC Motors, também teve um programa agressivo de construção de marca e rede de concessionárias, mas acabou tendo de encarar um aumento de 30 pontos de imposto quando ela começou a ganhar mercado, fruto da pressão dos concorrentes. Sua posição é estratégica para evitar que algo parecido ocorra com a BYD, por ser um político próximo a lideranças importantes do País?

Minha posição contribui para que a empresa possa errar menos e evite algumas políticas públicas. Porém, a gente está falando da maior montadora de carros elétricos do mundo, com todo respeito à JAC, que naquele momento não era uma grande empresa. A maior empresa do mundo no segmento decide vir para o País, dedicar investimento e empenho para conquistar a liderança em poucos anos. Obviamente, quanto mais profissionais a gente consiga ter dentro da empresa para construir uma rede de distribuição, uma rede de concessionárias, uma marca forte de maneira assertiva e ajudando em sua estratégia num setor amplamente regulado, certamente isso contribui para que a empresa possa ter sustentabilidade.
A mudança de governo ajudou a trazer os investimentos da BYD ao Brasil?

Foi fundamental. O Brasil, dada a posição política do governo nesse momento, se reaproximou na relação diplomática com a conversa do presidente Lula em abril na China com o dono da BYD, uma empresa exclusivamente privada, demonstrando sua política pública de proteção ao meio ambiente e voltada à descarbonização. Isso convenceu a BYD de que o Brasil é o país certo, dentro das maiores economias no mercado automotivo, para investir. Nós estamos ampliando a bilateralidade da relação comercial entre os dois países.

Em que medida o movimento da BYD de vir à América Latina faz parte das disputas globais traçadas entre EUA e China no cenário geopolítico?

Não acredito que seja um movimento geopolítico, mas o movimento de criação de novo segmento. O impacto ambiental do aquecimento global provou ao mundo a importância da descarbonização por meio de políticas públicas globais promovidas pela ONU e dentro de cada país, sendo que a solução do setor automobilístico certamente é uma das de maior impacto nesse movimento. É estar no lugar certo, no momento certo, com o produto adequado.
Não tem nada a ver com o fato de os BRICs terem aceitado a entrada de mais países do Oriente ou com o nearshoring (trazer a produção para países vizinhos) promovido pelos EUA?

Não, porque são dois mercados gigantescos de consumo do setor automotivo. Eles (os EUA) não têm como evitar o crescimento das empresas em seus mercados locais porque a Tesla (que é americana) cresce na China e nada é feito para impedir esse crescimento. Obviamente, em dado momento, os Estados Unidos vão ter de abrir as portas para que as empresas (chinesas) também possam tentar operar no seu mercado.
Quantos carros a BYD pretende oferecer no Brasil?

A BYD tem uma linha de produtos muito extensa, com quase 60 modelos. Por enquanto, temos oito aqui, mas a ideia é dar a nosso concessionário um cardápio extenso de opções.
Mas as marcas caras procuram se distanciar das populares. Como a BYD vai combinar o carro popular com o carro mais caro?

A BYD tem desde carros mais acessíveis até os ultra premium e vamos trabalhar por região. Os produtos ultra premium terão lojas específicas, porque requerem atendimentos exclusivos.
A BYD está desenvolvendo um carro híbrido elétrico com etanol. Faz sentido em termos de custo para a empresa, já que o carro a combustão tem muito mais peças do que o carro elétrico?

É uma transição que precisa existir e é um avanço na indústria. Ele cria um novo segmento e envolve questões de proteção ao meio ambiente e de descarbonização. No fim de 2024, teremos esse modelo flex, o BYD Song, sendo fabricado em Camaçari (BA). Além dele, serão produzidos ali o BYD Dolphin e um terceiro modelo a ser definido, com a mesma base de plataforma. Queremos ter mais de 12 modelos comercializados no Brasil, em 12 meses.
As outras frentes alavancam os negócios da BYD como um todo?

Na verdade, não. São empresas independentes e sem relação administrativa entre si. Mas, a partir do momento em que a marca de bem de consumo, com investimento tão expressivo como a BYD Auto, se torna mais conhecida, certamente ela alavanca as demais. Então, se a BYD Energy se tornar mais conhecida é porque a BYD Auto passa a ser uma marca popular e com mais confiança por parte do consumidor. Mas hoje, com a tarifa zero de importação, 96% dos painéis solares vendidos no Brasil são importados.
Entre as frentes de negócios, quais são as mais promissoras?

Certamente, pela sua envergadura, a BYD Auto. Mas a BYD Ônibus tem boas perspectivas com a renovação da frota que a prefeitura de São Paulo está fazendo. Eles serão essenciais para a transição energética e a visão do governo é de fortalecer a indústria local (os ônibus são fabricados em Campinas). Hoje, o Chile tem a maior operação de ônibus elétricos da América Latina, mas São Paulo deve ultrapassá-lo daqui a poucos meses. Já os painéis solares também devem ser fortalecidos quando a questão tributária for reavaliada.

E em relação à fabricação de trens?

É algo difícil de se avaliar, porque são projetos feitos de acordo com cada governo. O monotrilho, por exemplo, foi um produto desenvolvido especificamente para ser acomodado dentro daquilo que já existia. Com 90 mil engenheiros, temos capacidade de desenvolver qualquer projeto.
A cidade chinesa de Changsha abriu uma investigação em 2022 por suspeitas de emissões excessivas de uma das fábricas da BYD. Como a empresa garante que isso não vai acontecer aqui no Brasil?

Hoje, a BYD não permite que nenhuma das suas etapas de produção possa emitir poluentes ao meio ambiente. A BYD é uma greentech comprometida com o meio ambiente e tem de fazer essa validação de que seu processo produtivo, assim como de sua cadeia verticalizada, seja de proteção ao meio ambiente e estejam completamente de convergência com as legislações ambientais.
A empresa também já foi acusada de explorar uma etnia minoritária na China, entre outros problemas com seus trabalhadores nos quais há processos correndo...

Muitas notícias não têm fundamento. A BYD é uma empresa de capital aberto e não tem como aceitar nada que possa desrespeitar (a legislação). As políticas salariais hoje da China são muito semelhantes às do Brasil, mas aqui o custo final do trabalhador, pelos encargos e custos indiretos, é quase o dobro.
A Ford fechou a fábrica na Bahia falando exatamente que a conta, do ponto de vista tributário, não fechava. Qual é a mágica que a BYD vai fazer?

Cada empresa tem sua avaliação para se tornar viável. Mas eu, sinceramente, não acredito nos argumentos, até porque, como relator de uma lei para tratar da convalidação dos incentivos fiscais, recebi a Ford e várias outras montadoras que nos trouxeram o retorno de que a convalidação permitiria que fossem viáveis no Brasil. Até por razões de experiências pretéritas minhas, esses argumentos foram infundados. O que difere a BYD de muitas empresas é que ela traz para dentro a fabricação de insumos, partes e peças para ter regularidade de fornecimento, principalmente de semicondutores e partes eletrônicas. Em alguns modelos, mais de 70% dos componentes são produzidos internamente e a empresa tem controle maior dos custos.
Além das concessionárias, montar uma rede de abastecimento é um desafio?

Essa é uma transformação cultural. A BYD dá de presente o carregador ao consumidor. Em alguns carros elétricos, ele chega a representar 4%, 5% do valor total do carro. Queremos transformar a cultura da pessoa que não vai mais precisar parar num posto de combustível, vai sair de casa com o carro abastecido com uma autonomia de 400 km gastando em torno de R$ 35, sem rodízio, com cinco anos de manutenção gratuita ou 100 mil km rodados. Ainda com o ápice de colaborar com a proteção ao meio ambiente.

Globo Online - RJ   14/12/2023

Governadores de estados das regiões Sudeste e Sul divulgaram uma carta, na noite desta quarta-feira, na qual pedem para a Câmara dos Deputados excluir veículos movidos à combustão dos benefícios a montadoras de automóveis mantidos pela Reforma Tributária.

O Senado incluiu no texto um dispositivo da Reforma Tributária que prorroga até 2032 benefícios a montadoras instaladas no Nordeste que terminariam em 2025. Os governadores argumentam que não faz sentido dar incentivo tributário a veículos movidos a combustíveis fósseis, cujas emissões de carbono são um dos principais causadores do aquecimento global.

"Cabe evitar que a Reforma Tributária inviabilize o atingimento de metas ambientais internacionalmente assumidas pelo Brasil, como o Acordo de Paris (no qual países se comprometem com metas de emissão de carbono). Por isso solicitamos a exclusão dos veículos movidos à combustão de uma eventual renovação dos incentivos regionais", diz a carta.

O documento é assinado pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior; do Rio, Cláudio Castro; do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; de Santa Catarina, Jorginho Mello; de Minas Gerais, Romeu Zema; e de Sao Paulo, Tarcísio de Freitas.

O Estado de S.Paulo - SP   14/12/2023

Mais uma disputa de cartas divulgadas nas mídias contra e a favor da extensão de incentivos fiscais para empresas do Nordeste e Centro-Oeste até 2032 ocorreu nesta quarta-feira, 13, data em que estava prevista a votação do texto da Reforma Tributária, mas que acabou ficando para amanhã. O movimento reforça o racha entre as empresas do setor automotivo e, desta vez, teve apoio de governadores e sindicato de trabalhadores, cada um em lados diferentes.

A Stellantis, maior grupo automotivo do País que engloba Fiat, Peugeot, Citroën e Jeep, esta última com fábrica em Pernambuco, republicou um texto de página inteira que já tinha sido divulgado na semana passada com o título “O Pais inteiro cresce com o regime automotivo. E isto é bom para todos os brasileiros”.

A carta também é assinada pela Caoa/Chery e pela HPE/Mitsubishi, ambas com unidades em Goiás. Elas querem que o programa de incentivos fiscais, em vigor desde 1997 e previsto para terminar em 2025, sejam estendidos por mais sete anos.

O pedido da Stellantis ganhou reforço dos oito governadores que integram o Consórcio Nordeste, formado por Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí e Sergipe. Eles assinalam que o regime automotivo “é uma política eficiente de desenvolvimento regional, que vem contribuindo efetivamente para industrializar as regiões Nordeste e Centro-Oeste e deve ser preservada”.

Do outro lado, Volkswagen, General Motors e Toyota, todas instaladas no Sul e Sudeste, publicaram uma nova ‘carta aberta’ dirigida a deputadas e deputados com um questionamento no título: “Com a urgência para um mundo mais sustentável, é correto continuarmos com incentivos tributários para a produção de veículos a combustão no Brasil?”

O grupo já tinha feito manifestação semelhante no início de novembro e, agora, foi endossado, em outra carta, pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, entidade que alçou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mundo sindical e, depois, no político. Os dois textos defendem que os incentivos terminem em 2025, como estava previsto na última renovação do programa, em 2018.

Uma ameaça é compartilhada nos dois lados das indústria automobilísticas. “Temos um caminhão de dinheiro para investir (na fábrica de Pernambuco), mas se o regime não for estendido teremos de rever nossos planos”, diz Fabrício Biondo, vice-presidente de Comunicação Corporativa na Stellantis América do Sul.

A companhia anunciou recentemente que, a partir de 2024, iniciará a produção de modelos híbridos flex em Goiana (PE) e, futuramente, de híbridos plug-in e elétricos. No ano passado, o grupo recebeu R$ 5 bilhões em crédito de IPI por meio do programa automotivo, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU).

Os investimentos futuros é que podem ser comprometidos, diz o executivo, para quem a empresa ainda precisa de mais tempo para maturar o projeto inaugurado em 2015 em Goiana (PE), assim como concretizar na região um polo com 100 fornecedores de autopeças. Hoje há 38 fabricantes de componentes ao redor do complexo.

Competitividade

“No próximo ano vamos anunciar nosso novo plano quinquenal de investimentos (para 2026 a 2030) e, se os incentivos forem prorrogados, teremos de reavaliar com nossa matriz”, afirma o presidente da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom.

Segundo ele, a matriz é que define onde é mais competitivo investir e, nesse caso, “uma única empresa beneficiada com incentivos fiscais no Nordeste tem 20% de redução de custos em relação às fabricantes do Sul e Sudeste, o que é desleal com a concorrência”.

O regime automotivo foi criado como forma de descentralizar as indústrias automotivas com oferta de descontos no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A Ford, com fábrica na Bahia, foi uma das grandes beneficiadas, mas, em 2021, encerrou suas atividades produtivas no País e demitiu todos os funcionários.

Suas instalações foram adquiridas neste ano pela chinesa BYD, que agora pode herdar os incentivos para produzir veículos híbridos e elétricos.

O texto inicial incluído na reforma tributária previa benefícios apenas para a produção de carros com novas tecnologias de eletrificação, mas, recentemente, foi alterado para incluir também modelos flex a combustão, o que gerou mais discordância entre as montadoras do Sul e Sudeste.

O texto enviado aos congressistas assinado pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Moisés Selerges, assinala que “a extensão do regime, que beneficia predominantemente um única empresa, a Stellantis, gera uma catastrófica assimetria tributária no ambiente competitivo do Brasil, trazendo riscos de desinvestimentos e consequentemente desemprego nas demais montadoras de todo o País.”

Na primeira votação da reforma, a prorrogação dos incentivos foi retirada do texto. No Senado foi incluída novamente e, agora, cabe ao Congresso a nova votação. Os dois grupos de montadoras admitem que a disputa está acirrada.

NAVAL

Exame - SP   14/12/2023

O Ministério de Portos e Aeroportos prevê a realização de 35 novos leilões de portos até 2026. A informação é do ministro da pasta, Silvio Costa Filho.

Em discurso após certame na B3, nesta quarta-feira, 13, ele afirmou que a expectativa é que as novas concessões portuárias gerem cerca de R$ 15 bilhões em investimentos e 400 mil empregos diretos e indiretos nos próximos anos.

Em julho, o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery Machado Filho, disse, em audiência na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado, que o governo previa realizar 54 leilões entre 2023 e 2026. Neste ano, incluindo os lotes arrematados no certame desta quarta-feira, já foram leiloados 10 terminais portuários.

Uma das propostas do governo para atingir as metas de concessões é o programa Navegue Simples. O lançamento, previsto inicialmente para dezembro deste ano, ficou para janeiro de 2024 segundo Costa Filho.

A iniciativa tem como objetivo simplificar o trâmite de processos para todos os tipos de outorgas portuárias. A meta do programa é reduzir o tempo de concessão de outorga de 2,5 a 3 anos para 6 a 8 meses, com o Navegue Simples.

"Na hora que a gente acelerar e desburocratizar o processo de autorização de outorga e o processo de novos leilões e novas concessões, estamos acelerando os investimentos no Brasil", afirmou Costa e Filho. "Hoje nós temos uma cartela desenhada de obras de quase R$ 21 bilhões nos próximos cinco anos", disse.

O programa acontecerá em parceria com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e o Tribunal de Contas da União (TCU) para desburocratizar o setor e agilizar novas autorizações de terminais de uso privado (Tup).

IstoÉ Dinheiro - SP   14/12/2023

O governo federal e a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina arrecadaram R$ 2,6 milhões em outorgas no leilão desta quarta-feira (13) de cinco terminais portuários, na sede da B3.

O primeiro terminal leiloado foi o de granéis sólidos no Porto de Paranaguá, no Paraná, o PAR09. Uma única empresa arrematou o terminal, a Quadra Capital, por meio do Q-Par09 Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, com o valor de outorga de R$ 615.751, negociado pela autoridade portuária do Paraná.

Os demais terminais foram negociados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), vinculada ao Ministério de Portos e Aeroportos. Todos foram leiloados na forma de arrendamento simplificado. Segundo a Antaq, nessa modalidade os arrendamentos prescindem de audiência pública e podem também ser dispensados da análise de mérito pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em razão do pequeno porte e do reduzido risco apresentado.

O terminal RIG71, no porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, foi o segundo a ser leiloado na tarde desta quarta-feira. A AC Vita Serviços de Armazenagem fez a única proposta e venceu o leilão oferecendo R$ 1 milhão como valor de outorga.

O terminal POA02, em Porto Alegre, também contou com apenas uma proposta e foi arrematado pela Serra Morena por R$ 2 mil. Já o terminal POA11, também em Porto Alegre, ficou com a Unifértil, que ofereceu R$ 50 mil como valor de outorga.

O leilão mais disputado entre os que estavam em oferta foi o do terminal MAC15, em Maceió, que teve duas proponentes: a Braskem, que ofereceu R$ 150 mil de forma inicial, e a Intermarítima, com a oferta de R$ 200 mil. A disputa seguiu para os lances em viva voz e a Intermarítima acabou arrematando o terminal, com a oferta final de R$ 1 milhão.

O leilão dos cinco terminais foi acompanhado pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. “Esse é o primeiro leilão do qual participo na B3. Isso dialoga com a agenda de desenvolvimento econômico com a qual o presidente Lula tem trabalhado e desempenhado pelo nosso país. A gente tem, cada vez mais, trabalhado para colocar na agenda de desenvolvimento nacional a agenda portuária, que é fundamental para o desenvolvimento do Brasil”, disse.

O ministro lembrou que o país tem batido recorde em exportações. “Neste ano, estamos batendo recorde nas nossas exportações. Foram US$ 90 bilhões, maior valor de exportação da história do nosso país. E, para podermos alavancar cada vez mais nossos investimentos, a gente precisa preparar nossos portos, aprimorando a competitividade”, disse.

“Nós próximos 3 anos, ao lado da Antaq, a gente espera participar na B3 de mais de 35 novos leilões, que vão significar mais de R$ 15 bilhões em investimentos nesses próximos anos”, acrescentou.

O ministro anunciou que o governo deve lançar, em janeiro, o programa Navegue Simples, segundo ele, o “maior programa de desburocratização de novos empreendimentos e novas outorgas e concessões de leilões e de novos terminais”.

A intenção, disse o ministro, é reduzir o processo de liberalização de novas outorgas e de novas concessões de 3 anos para uma média de 6 a 8 meses.

Valor - SP   14/12/2023

Projeto deverá aprofundar o canal de acesso dos atuais 14 para 17 metros e gerar R$ 6 bi de investimento, afirma Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos

O governo planeja anunciar a PPP do canal de acesso do Porto de Santos no segundo semestre de 2024, segundo Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos. O projeto deverá aprofundar o canal de acesso dos atuais 14 metros para 17 metros e gerar R$ 6 bilhões de investimento, disse ele.

“Estamos renovando neste ano a dragagem atual e, nos próximos seis meses, estamos modelando com a área técnica a PPP. Esperamos, no segundo semestre, anunciar a PPP da dragagem, que será o maior investimento em dragagem dos portos brasileiros”, afirmou o ministro, nesta quarta (13), após o leilão de terminais portuários.

Em relação ao projeto de novo terminal de contêineres em Santos, ele disse que o STS10 está sendo remodelado e que o novo terminal deverá ser realocado para a Ilha de Bagres, na margem esquerda do porto.

“O STS10 poderá ser realocado para a área que será da futura da ampliação do porto, que é área de Bagres”, disse ele.

PETROLÍFERO

Valor - SP   14/12/2023

No regime de partilha, apenas um dos cinco blocos oferecidos foi arrematado, com investimento previsto de R$ 360 milhões

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizou, nesta quarta-feira (13), leilão de concessão de blocos exploratórios de petróleo e gás.

A oferta em regime de concessão terminou com 192 blocos arrematados por 15 empresas, que participaram individualmente ou em consórcios.

O ágio dos blocos arrematados na rodada foi de 179,69%, correspondendo a um bônus total de assinatura de R$ 421,7 milhões. De acordo com os dados da ANP, divulgados após o encerramento do certame, os investimentos previstos nas áreas totalizam pouco mais de R$ 2 bilhões.

Os critérios para vencer o certame no regime de concessão eram a oferta do bônus de assinatura (valor em dinheiro) e o Programa Exploratório Mínimo (PEM), que é um conjunto de atividades que o vencedor da área no leilão se compromete a executar na primeira fase do contrato de exploração.

Entre os destaques está a Petrobras, que arrematou 29 blocos na Bacia de Pelotas, área de nova fronteira petrolífera, em consórcios formados com a Shell e a chinesa CNOOC.

Chamou a atenção a empresa Elysian, que arrematou cerca de 110 blocos terrestres de petróleo em várias bacias. O leilão teve início às 9 horas e transcorreu sem problemas. Houve manifestação de ativistas contrários à licitação, mas sem incidentes registrados.

Partilha

Esses blocos foram oferecidos em regime de concessão, no qual as áreas arrematadas são concedidas às empresas. Também foram ofertados cinco blocos em regime de partilha de produção, no qual o critério para definir o vencedor é quem oferece à União o maior excedente em óleo.

Apenas um foi arrematado: o de Tupinambá, adquirido pela BP Energy, com excedente em óleo de 6,5%, contra mínimo de 4,88% fixado no edital do certame. O excedente em óleo correspondeu a um ágio de 33,2%. Os investimentos previstos em Turmalina serão de R$ 360 milhões.

Os demais blocos - Cruzeiro do Sul, Esmeralda, Jade e Turmalina - não tiveram ofertas. Os cinco estão localizados em áreas do pré-sal das bacias de Campos e Santos.

Os cinco blocos foram ofertados em leilões anteriores, e os parâmetros utilizados não foram ajustados, o que pode ter reduzido o interesse de empresas.

Como foi o leilão dos blocos em regime de concessão:

Bacia de Pelotas

A Chevron Brasil venceu a disputa de cinco de 10 blocos de um setor da Bacia de Pelotas, uma nova fronteira petrolífera. O consórcio Petrobras (50%), Shell Brasil (30%) e CNOOC Petroleum (20%) arrematou um bloco do setor SP-AUP4. E o consórcio Petrobras (70%) e Shell Brasil (30%) levou outros quatro blocos. O bônus total do setor foi de R$ 73,523 milhões, ágio de 142,73%, com investimentos previstos totais de R$ 413,4 milhões.

Na SP-AUP3 (águas ultraprofundas 3), o consórcio composto por Petrobras (70%) e Shell Brasil (30%) arrematou 18 blocos de petróleo e gás. Já o consórcio formado por Petrobras (50%), Shell Brasil (30%) e CNOOC Petroleum (20%) apresentou oferta vencedora para 1 bloco do setor AUP3 em Pelotas. O bônus total de assinatura apresentado pelo consórcio para os blocos do setor foi de R$ 18,88 milhões, com investimentos previstos de R$ 200 milhões.

Já o consórcio entre Petrobras (70%) e Shell (30%) arrematou sete blocos de petróleo e gás do setor SP-AUP7 (águas ultraprofundas 7). O bônus total de assinatura apresentado pelos consórcios para os sete blocos do setor foi de R$ 15,130 milhões, com investimentos previstos de R$ 175 milhões, sem ágio em relação ao valor estabelecido pela ANP.

A Chevron também arrematou nove blocos de petróleo e gás do setor SP-AP1 (águas profundas 1). O bônus total de assinatura apresentado para os blocos do setor foi de R$ 109,105 milhões, com investimentos previstos de R$ 200 milhões nos nove blocos, com ágio de 463,85% em relação ao valor estabelecido pela ANP.

Dois consórcios com participação da Petrobras apresentaram ofertas vencedoras para dois blocos de petróleo e gás do setor SP-AUP8 (águas ultraprofundas 8). O consórcio composto por Petrobras (50%), Shell (30%) e CNOOC (20%) arrematou um bloco e o consórcio entre Petrobras (70%) e Shell (30%) venceram com oferta para um bloco. O bônus total de assinatura apresentado pelos consórcios para os dois blocos do setor foi de R$ 4,340 milhões, com investimentos previstos de R$ 50 milhões, sem ágio em relação ao valor estabelecido pela ANP.

O consórcio entre Petrobras (70%) e Shell (30%) arrematou sete dos oito blocos de petróleo e gás do setor SP-AUP2 (águas ultraprofundas 2) da Bacia de Pelotas. A Chevron Brasil levou um bloco dos oito negociados. O bônus total de assinatura apresentado pelo consórcio e pela companhia para os oito blocos do setor foi de R$ 77,761 milhões, com investimentos previstos de R$ 282,3 milhões, com ágio de 252,66% em relação ao valor estabelecido pela ANP.

Dos 12 setores da Bacia de Pelotas, a primeira negociada na sessão pública, seis não receberam ofertas. Os outros seis setores arrematados totalizam 44 blocos de petróleo e gás, do total de 165 blocos que estavam disponíveis para ofertas. O bônus de assinatura acumulado com os setores arrematados até o momento é de R$ 298,740 milhões.

Os investimentos totais na Bacia de Pelotas serão de R$ 1,573 bilhão.

Bacia Potiguar

O Setor SPOT-AP2 (águas profundas 2), na Bacia Potiguar, não recebeu oferta. O setor é o único da Bacia que estava disponível. Potiguar está localizado na Margem Equatorial.

A petroleira Elysian arrematou 99 blocos terrestres de petróleo em cinco setores da Bacia Potiguar. Os setores nos quais a Elysian apresentou ofertas vencedoras foram T4, T2, T3, T1B e T5.

Petro-Victory, PetroRecôncavo e 3R Areia Branca também arrematam blocos na Bacia Potiguar. A Petro-Victory venceu a disputa de três blocos terrestres, enquanto a PetroRecôncavo levou dois blocos. A 3R Areia Branca levou outros três blocos.

Bacia de Santos

CNOOC e Karoon arremataram três blocos de petróleo e gás do setor SS-AUP4 (águas profundas 4) da Bacia de Santos. A australiana Karoon apresentou oferta vencedora para dois blocos do setor AP4 em Santos, enquanto a chinesa CNOOC venceu a disputa de um bloco. O bônus total de assinatura apresentado pelos vencedores para os três blocos do setor foi de R$ 44,77 milhões, com investimentos previstos de R$ 90 milhões, com ágio de 122,18% em relação ao valor estabelecido pela ANP.

Já a Equinor arrematou um bloco de petróleo e gás do setor SS-AUP5 (águas ultraprofundas 2), superando a petroleira inglesa BP no certame. O bônus total de assinatura vencedor foi de R$ 62,5 milhões, com investimentos previstos de R$ 109,5 milhões, com ágio de 432,82% em relação ao valor estabelecido pela ANP.

A oferta da australiana Karoon pelo setor de águas rasas SS-AR3, na Bacia de Santos, foi considerada inválida pela comissão especial de licitação. A área não recebeu novas ofertas.

Bacia do Espírito Santo

A Elysian arrematou 10 blocos terrestres de petróleo em três setores (SES-T4, SES-T2 e SES-T6) da Bacia do Espírito Santo.

O bônus de assinatura total ofertado pela Elysian foi de R$ 510 mil e os investimentos previstos somam R$ 16 milhões nos dez blocos.

Bacia do Paraná

A Bacia do Paraná teve um bloco do setor SPAR-CS arrematado, pela petroleira brasileira Blueshift, por R$ 210 mil, com ágio de 0,01% e previsão de R$ 4,8 milhões em investimentos.

Bacia do Amazonas

A Atem Participações apresentou oferta vencedora para quatro blocos terrestres do setor SAM-O da Bacia do Amazonas. A empresa disputou um dos quatro blocos com a Eneva.

O bônus de assinatura total ofertado pelo consórcio nos quatro blocos foi de R$ 7,823 milhões, ágio de 360,18% em relação aos valores inicialmente estabelecidos pela ANP, e os investimentos previstos somam R$ 29,120 milhões.

Um setor da Bacia do Amazonas, SAM-L, não recebeu ofertas.

Bacia Tucano Sul

O consórcio Imetame (30%) e Energy Paranã (70%) apresentou oferta vencedora para três blocos terrestres do setor STUC-S da Bacia Tucano Sul.

O bônus de assinatura total ofertado pelo consórcio foi de R$ 152,6 mil e os investimentos previstos somam R$ 4,8 milhões nos três blocos.

Bacia Sergipe-Alagoas

A petroleira Elysian arrematou 13 blocos terrestres de petróleo em três setores (SSEAL-T1, SSEAL-T2 e SSEAL-T3) da Bacia Sergipe-Alagoas. O bônus de assinatura total ofertado pela Elysian nos 13 blocos foi de R$ 663 mil e os investimentos previstos somam R$ 20,8 milhões.

Regime de partilha

Já sob o regime de partilha, são cinco blocos no pré-sal, nas bacias de Campos e Santos: Cruzeiro do Sul, Esmeralda, Jade, Tupinambá e Turmalina. Seis empresas se qualificaram e estão aptas a apresentar ofertas no dia da sessão pública. O critério para definir o vencedor é quem oferece à União o maior excedente em óleo. A estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA) representa a União nos consórcios dessa modalidade. O excedente em óleo é a parcela da produção de petróleo e ou gás natural a ser repartida entre a União e a empresa vencedora.

Valor - SP   14/12/2023

Entidade também elevou sua previsão de crescimento econômico global para 2023, num contexto de queda dos preços do produto, que o cartel não conseguiu travar

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) deixou inalteradas as suas expectativas para a demanda mundial de petróleo para este ano e para o próximo. A entidade também elevou sua previsão de crescimento econômico global para 2023, num contexto de queda dos preços do produto, que o cartel não conseguiu travar.

O cartel de produtores de petróleo com sede em Viena afirmou, no seu relatório mensal, que o mercado petrolífero espera que a demanda de petróleo cresça 2,2 milhões de barris por dia no próximo ano, em linha com as suas estimativas anteriores. A previsão para 2023 também se manteve estável em 2,5 milhões de barris por dia.

A organização citou a recuperação econômica da China como um importante motor do crescimento da demanda no próximo ano, juntamente com uma alta superior à esperada nas Américas, enquanto a demanda na Europa deverá se recuperar gradualmente após a contração este ano, devido à fraca atividade industrial e petroquímica, afirmou o órgão. Não se espera, contudo, que a demanda de petróleo nos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) exceda os níveis de 2019, afirmou.

“À medida que 2023 chega ao fim, o Secretariado da Opep permanece cautelosamente otimista sobre os fatores fundamentais que afetam a dinâmica do mercado petrolífero em 2024”, afirmou.

O último relatório do cartel surge num momento em que o petróleo Brent, referência internacional, caiu durante sete semanas consecutivas, para US$ 73 por barril, depois de se ter aproximado dos US$ 100 no final de setembro. O WTI, o indicador de petróleo dos EUA, caiu abaixo de US$ 70 por barril, o nível mais baixo desde o final de junho.

A Opep disse que o sentimento foi prejudicado por preocupações "exageradas" sobre a falta de crescimento da demanda por petróleo, e que a queda nos preços futuros foi marcada por vendas em um mercado altamente volátil.

Cortes voluntários na produção

A organização e seus aliados concordaram, em novembro, com cortes voluntários na produção, totalizando cerca de 2,2 milhões de barris por dia durante o primeiro trimestre do próximo ano, numa medida que deverá reforçar os preços num contexto de preocupações com a procura moderada e o crescimento econômico mais fraco.

O anúncio do grupo despertou preocupações sobre o cumprimento devido à natureza voluntária dos cortes, aumentando a perspectiva de excesso de oferta no mercado no curto e médio prazo. Os preços do petróleo caíram acentuadamente após o anúncio, revertendo todos os ganhos obtidos desde o início da guerra entre Israel e Hamas, em outubro, e caíram quase 10% este mês.

O grupo, entretanto, reafirmou a sua previsão de crescimento da oferta não-Opep de 1,8 milhão de barris por dia para 2023 e 1,4 milhão de barris por dia para 2024, impulsionado pela produção dos EUA.

A Opep aumentou a sua previsão de crescimento econômico global para 2023 para 2,9%, face aos 2,8% anteriores, depois de a maioria das principais economias ter reportado um crescimento econômico melhor do que o esperado nos primeiros nove meses do ano. A previsão para 2024 permaneceu inalterada em 2,6%.

A entidade também elevou as suas estimativas de crescimento econômico dos EUA para 2,4% para 2023 e para 1% para 2024.

No geral, a produção de petróleo da Opep caiu 57 mil barris por dia, para 27,84 milhões de barris por dia em novembro, em comparação com os níveis de outubro, disse o cartel, citando fontes secundárias.

A produção de petróleo da Arábia Saudita aumentou 12.000 barris por dia para 8,99 milhões de barris por dia em novembro em comparação com o mês anterior, enquanto a produção do Iraque e de Angola diminuiu 77.000 barris por dia e 37.000 barris por dia em relação a outubro para 4,28 milhões de barris por dia e 1,13 milhão de barris por dia, respectivamente.

A Agência Internacional de Energia deve divulgar seu relatório mensal nesta quinta-feira (14).

O Estado de S.Paulo - SP   14/12/2023

Um personagem inesperado chamou a atenção no leilão de concessão de blocos exploratórios da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizado nesta quarta-feira, 13. A Elysian Brasil Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, do empresário mineiro Ernani Jardim de Miranda Machado, arrematou 122 blocos, quase todos com ofertas de R$ 51 mil, somando cerca de R$ 12 milhões em bônus.

“Eu poderia dizer para vocês que fiz um super cálculo, mas a verdade é que eu vi que o mínimo para se fazer ofertas era R$ 50 mil e coloquei mais R$ 1 mil por lance”, explicou Machado a jornalistas na saída da licitação.

Fundada em agosto, a poucos dias do prazo máximo para a inscrição no leilão, e com capital social de R$ 50 mil, a Elysian agora vai ter de investir R$ 400 milhões em sua centena de concessões nos próximos anos, sendo R$ 80 milhões no curto prazo, prevê o empresário. Ele disse que o valor baixo do capital social é natural e, uma vez que a empresa começar a operar com os blocos arrematados, espera internalizar os valores.

Ernani Machado afirma que não buscará financiamento e fará os pagamentos e aportes futuros com recursos próprios e de seus sócios na empresa de tecnologia JMM Tech. “Já temos capital suficiente. Já separamos (o recurso) para fazer o investimento, que iniciaremos em abril”, diz.

A maior parte dos blocos arrematados por Machado (99) está localizada na Bacia Potiguar, mas o empresário também levou alguns blocos nas bacias de Sergipe-Alagoas e Espírito Santo. A preferência por Potiguar se deu porque a bacia era a que tinha maior número de blocos à disposição, o que se encaixaria na estratégia elaborada por Machado.

Ele buscou fazer ofertas por muitas áreas — tendo em vista que parte delas não era viável — e oferecendo valores pouco maiores que o exigido em edital.

O empresário não tem expectativa de conseguir condições de operação e óleo de boa qualidade em todos os blocos. “Muitas áreas não têm petróleo. Temos de ter um leque abrangente para fazer estudos preliminares e saber onde é possível encontrar (óleo). Pode ser também que a gente comece a extrair e não seja de boa qualidade”, diz.

A Elysian funciona num espaço de coworking em Belo Horizonte e ainda não tem funcionários. Mas contratou sete consultores especializados no setor de petróleo, que se apresentarão para trabalhar em regime de dedicação exclusiva, contou Machado. “Eu não vou falar os nomes (dos consultores) não, senão vão roubar o consultor de mim”, afirma. A partir da conquista dos blocos no leilão, a ideia é ampliar e melhorar a estrutura da empresa.

De terno xadrez, gravata amarela e bom humor, o empresário foi até a sala de imprensa para se apresentar aos jornalistas que cobriam o leilão. Na conversa, ele destacou que vai usar “tecnologias diferentes” para fazer uma extração de óleo e gás menos agressiva ao meio ambiente. “Não agressiva é impossível”, reconhece.

Ele contou que sua empresa de tecnologia já ganhou “centenas de prêmios em setores que não tem relação com petróleo”. “A maioria das tecnologias hoje usadas para extrair petróleo são as mesmas de 80, 100 anos atrás.”

A Elysian, disse ele, vai usar equipamentos para verificar o volume e a composição dos gases emitidos na operação. A partir daí, fará o cálculo de quantas árvores deve plantar para neutralizar as emissões de gases de efeito estufa.

Por fim, o empresário diz que foi atento para evitar áreas com potencial risco ambiental e social — por exemplo, com a presença de quilombolas. “Qualquer coisa desse gênero, nós descartamos automaticamente”, promete.

A escolha da Elysian pelo setor de petróleo se deveu à oportunidade. “Temos essa oportunidade e temos de agarrá-la. Estamos fazendo tecnologias para petróleo e gás, percebemos que havia o leilão e que nós tínhamos a condição financeira de fazer isso. Por que não fazer, né?”.

O diretor geral da ANP, Rodolfo Saboia, disse que a empresa apresentou as garantia exigidas e atendeu as exigências do edital de licitação. De qualquer forma, disse o executivo, haverá um acompanhamento mais próximo agora nas etapas após leilão, de desenvolvimento do programa de exploração mínimo.

O Estado de S.Paulo - SP   14/12/2023

RIO - Quatro dos cinco blocos ofertados no 2º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha da Produção (OPP) nesta quarta-feira, 13, não receberam ofertas de nenhuma das seis petroleiras habilitadas ao certame pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Em contrapartida, o bloco Tupinambá, na Bacia de Santos, foi arrematado pela britânica BP Energy, com porcentual de óleo lucro à União de 6,5% e pagamento de bônus de assinatura fixos de R$ 7 milhões. O investimento previsto para a exploração do bloco é de R$ 360 milhões.

Os blocos desprezados foram Cruzeiro do Sul, Esmeralda e Jade, na Bacia de Santos, além do bloco Turmalina, na Bacia de Campos. Todos esses blocos já tinham sido rejeitados no 1º ciclo da partilha há pouco menos de um ano, em dezembro de 2022. Na ocasião, sete dos 11 blocos oferecidos não receberam propostas.

O resultado do leilão de partilha desta quarta já era esperado pelo mercado. Analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast anteciparam que não haveria procura ou disputa por todos os blocos porque todos eles foram oferecidos sem sucesso no ciclo anterior da partilha e alguns, especialmente, são contíguos a blocos que não apresentaram resultados exploratórios satisfatórios.

A percepção é de que o “filé mignon do pré-sal” já foi repassado à iniciativa privada e, em alguns casos, não entregou os resultados esperados no passado, o que deixa uma sombra sobre novos leilões na província.

Os blocos que não foram arrematados voltam à OPP e aguardam novas manifestações de interesse de petroleiras para serem incluídos pela ANP em ciclos futuros desse modelo de oferta.

Infomoney - SP   14/12/2023

Os estoques comerciais de petróleo bruto dos Estados Unidos – excluindo os pertencentes à reserva estratégica – caíram 4,4 milhões de barris na semana encerrada em 8 de dezembro em relação à semana anterior, informou nesta quarta-feira (13) o Departamento de Energia. Com 440,8 milhões de barris, os estoques estão 2% abaixo da média de cinco anos para esta época do ano.

O consenso Refinitiv de analistas previa uma queda menor, de 1,5 milhão de barris na semana.

As refinarias americanas operaram com 90,2% de sua capacidade na semana passada.
A produção de gasolina aumentou na semana, atingindo uma média de 9,5 milhões de barris por dia. Já a produção de combustível destilado diminuiu, em média, 5,0 milhões de barris por dia, na mesma comparação.

As importações de petróleo bruto dos EUA foram em média 6,5 milhões de barris por dia na semana passada, diminuindo 1,0 milhão de barris por dia em relação à semana anterior.

Nas últimas quatro semanas, as importações de petróleo bruto atingiram em média cerca de 6,6 milhões de barris por dia, 1,6% a mais que no mesmo período de quatro semanas do ano passado.

As importações totais de gasolina para motores (incluindo gasolina acabada e componentes de mistura de gasolina) na semana passada foram em média de 715 mil barris por dia, e as importações de combustíveis destilados foram em média de 205 mil barris por dia.

Infomoney - SP   14/12/2023

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) elevou em 30 mil barris por dia (bpd) sua expectativa para a oferta de combustíveis líquidos do Brasil em 2023, para uma média de 4,1 milhões de bpd, em relatório mensal publicado nesta quarta-feira, 13. O resultado representa um avanço de 400 mil bpd ante o ano anterior, e é influenciado pela produção “mais forte que o esperado” vista em outubro, afirma o cartel.

A Opep também afirmou esperar produção ainda maior no quarto trimestre deste ano, por conta da abertura de novas unidades, melhora na performance de ativos existentes e poucos eventos de manutenção.

Para 2024, o cartel manteve expectativa de alta em 120 mil barris na comparação anual, a 4,2 milhões de bpd.

Em outubro, a produção de petróleo do Brasil teve queda de 135 mil bpd ante o mês anterior, para uma média de 3,5 milhões de bpd. Já a produção de gás natural liquefeito ficou praticamente estável, em 80 mil bpd, e deve seguir assim em novembro.

A produção total de combustíveis líquidos do Brasil recuou 134 mil bpd em outubro, para uma média de 4,3 milhões de bpd. De acordo com a Opep, os números ainda representam um nível forte da produção brasileira, uma vez que seguem próximos ao nível recorde alcançado em setembro, de 4,4 milhões de bpd.
PIB, inflação e Selic

A Opep manteve sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023, em 2,5%, conforme o relatório mensal. O cartel também manteve sua projeção para 2024, esperando alta no PIB brasileiro de 1,2%.

Segundo o relatório, o crescimento econômico do Brasil deve permanecer estável até o final deste ano, apesar de dados recentes do quarto trimestre sugerirem “uma pequena desaceleração”.

A Opep prevê que a força da atividade residirá em demanda doméstica robusta e no setor industrial, observando sinais positivos na recuperação dos índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês), aceleração na confiança do consumidor e arrefecimento da inflação.

Para o cartel, a inflação deve desacelerar para cerca de 4% em 2023 e estabilizar em torno de 3,5% em 2024 – ambos abaixo das previsões anteriores de 5% e 4%, respectivamente, sugerindo “uma trajetória favorável” dos preços. Contudo, a Opep alerta que “há uma nota de incerteza relacionada a disciplina fiscal” e avalia que este fator implica incertezas também para o cenário econômico.

Apesar de projetar uma desaceleração da inflação e continuidade dos cortes de juros pelo BC do Brasil, a Opep elevou sua previsão para a taxa da Selic no fim de 2024, de 8% nas estimativas de setembro para 10%. A mudança sugere que o cartel espera ritmo menor na redução dos juros brasileiros durante o próximo ano, embora mantenha expectativa de que as taxas terminem 2023 em 12,25%.

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