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14 de Junho de 2024

SIDERURGIA

Diário do Aço - MG   14/06/2024

A Usiminas informou por meio de nota que assinou nesta quinta-feira (13), que assinou acordo com o Ministério Público de Minas Gerais, em Belo Horizonte. O documento – firmado em função de emissões pontuais que ocorreram nas Coquerias do Centro Industrial de Ipatinga, entre 2021 e 2022 – prevê a entrega de projetos em benefício da comunidade, como a preservação perpétua de 860 mil m2 em áreas verdes (com valor estimado em R$ 40 milhões) e o investimento de R$ 49,3 milhões em projetos. Estão previstos no acordo assinado com o MPMG projetos que vão desde o cercamento de áreas verdes no Vale do Aço até a aquisição de bens para utilização pelo Sistema Único de Saúde no Hospital Márcio Cunha.

Entre as iniciativas, destacam-se quatro delas voltadas para o bem-estar da comunidade de Ipatinga: reforma do deck do Parque Ipanema, restauração da passagem subterrânea sob a BR-458, criação da pista de caminhada no entorno do bairro Bela Vista e criação de áreas de lazer e saúde para contemplar a terceira idade nos bairros Ferroviários e Ideal.

“Foi importante esse acordo para encerrar a discussão sobre o problema pontual que tivemos na Coqueria dois anos atrás. Com diálogo, conseguimos viabilizar investimentos que vão beneficiar os moradores de Ipatinga”, enfatizou o presidente da Usiminas, Marcelo Chara.

Ainda conforme a nota, para reforçar o compromisso da Usiminas com a comunidade, o presidente da companhia destacou que a empresa paralisou em 2023 a produção das baterias 5 e 6 da Coqueria 3, de forma preventiva e com foco na prevenção ambiental. E desde dezembro do mesmo ano a companhia realiza a reforma da bateria 3 da Coqueria 2.

“A Usiminas está trabalhando para melhorar o desempenho ambiental porque queremos ser bons vizinhos. Tivemos problema com a operação da nossa Coqueria, fechamos parte dos equipamentos e anunciamos um investimento de R$ 980 milhões no reparo da bateria 3", afirmou Chara.

O presidente da Usiminas também explicou que a reforma é importante para atender a necessidade de coque a custo competitivo para alimentar os altos-fornos da empresa.

Revista Mineração - SP   14/06/2024

Esta semana marca os oito anos de início das operações da ArcelorMittal unidade Pecém.

No dia 10 de junho de 2016, o acendimento do Alto-Forno (blow-in) de 100 metros de altura dava início a produção das primeiras placas de aço, do Ceará para o Brasil e o mundo.

De lá até abril de 2024, foram produzidas 21,4 milhões de toneladas de placas de aço em São Gonçalo do Amarante e o produto já foi exportado para mais de 20 países.

Atualmente, a produtora de aço dispõe de um portfólio com 550 tipos de aço ao carbono e 222 tipos de aço de alto valor agregado (HAV), atendendo à indústria naval, de óleo & gás, automotiva e construção civil.

A placa de aço do Ceará conquistou certificações de Qualidade (ISO 9001), de Meio Ambiente (ISO 14001) e de Alta Tecnologia (International Automotive Task – IATF, Maxion Wheels, Siemens Gamesa, Caterpillar e Scania).

O CEO ArcelorMittal unidade Pecém, Erick Torres, comemora o marco destacando a trajetória que contribui com o desenvolvimento da região onde a produtora de aço está instalada, com a geração de oportunidades de emprego e renda para a população.

“No Ceará, temos 2,5 mil empregados diretos que contribuem com suas especializações diversas. E, no cotidiano, cada um atua com foco em valores comuns: saúde e segurança, sustentabilidade, qualidade e liderança. Essas são as diretrizes que norteiam todas as nossas ações e nos impulsionam a buscarmos cada vez mais o desenvolvimento sustentável, a preservação do meio ambiente e o cuidado com as pessoas“, afirmou o CEO.

A unidade Pecém da ArcelorMittal tem motivos para comemorar. Com produção de 3 milhões de  toneladas de placas de aço em 2023, a unidade alcançou um desempenho inédito desde o início das operações, atingindo sua capacidade máxima.

As exportações também superaram os resultados de anos anteriores. O volume exportado no primeiro quadrimestre de 2024 foi de 686.610 t, 31% superior em volume exportado pela ArcelorMittal unidade Pecém no mesmo período em 2023 (523.661).

Além disso, a planta reduziu em 4% do nível de emissão de CO2, em 2023 na comparação com o ano anterior, por meio da otimização da eficiência do processo de produção do aço.

A ArcelorMittal tem um compromisso de, até 2030, reduzir em 25% as emissões de carbono. E, em 2050, conquistar a neutralidade do aço.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   14/06/2024

Apesar das incertezas globais que pressionam o câmbio mundo afora, mais da metade da alta do dólar sobre o real em 2024 se explica por problemas internos. O levantamento, feito pelo economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, compara a valorização do dólar sobre a moeda brasileira com o avanço da divisa americana sobre outros países emergentes.

Desde o início do ano, o dólar teve uma valorização de 11,32% sobre o real pela taxa chamada Ptax, calculada pelo Banco Central, saindo de R$ 4,84 para R$ 5,39. Essa alta, no entanto, é muito superior à valorização da moeda americana frente ao “dólar index emergentes”, que avançou 4,4% no período.

O “dólar index mercados emergentes”, calculado pelo Banco Central americano (Fed), é uma cesta de moedas com 19 países – entre eles China, México, Índia, Coreia do Sul, Colômbia, Chile, Argentina e o próprio Brasil, entre outros.

“Comparando o comportamento do real, vis a vis outras moedas de emergentes, a valorização do dólar é maior sobre a nossa moeda, o que indica que há um efeito de questões internas importantes”, afirma Costa Neto.

Pelo levantamento, portanto, mais da metade da valorização do dólar no ano deve-se a componentes domésticos. Em meados de abril, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante viagem aos Estados Unidos, chegou a afirmar que dois terços da alta da moeda americana eram consequência de fatores externos.

Campos Neto aponta as dificuldades de o governo cumprir as metas do arcabouço fiscal como a principal causa para a desconfiança, mas cita também os recentes ruídos no Banco Central, que colocou a política monetária em xeque, e a mudança de comando na Petrobras.
Momentos-chave

O levantamento expõe períodos que foram determinantes para a desvalorização do real em 2024 e ajudaram a formar a “boca de jacaré” – jargão para a disparidade entre indicadores – que foi se abrindo entre os dois índices (veja gráfico abaixo).

No dia 7 de março, a Petrobras anunciou que não pagaria dividendos extraordinários aos seus acionistas – o que preocupou investidores e levantou temor sobre uma possível interferência do governo na estatal. A decisão, que acabou sendo revista, representou o início da piora da relação entre o mercado financeiro e o governo Lula.

Posteriormente, em abril, dois eventos foram chave. Um externo, com a inflação americana mais alta; outro, interno, com a mudança nas metas fiscais anunciada pela equipe econômica. Pelo gráfico, percebe-se uma valorização muito mais acentuada do dólar em relação ao real a partir de 15 de abril, quando o governo baixou as metas para as contas públicas.

Nas últimas semanas, a alta mais expressiva foi marcada por um pacote de notícias ruins. No dia 8 de maio, o Banco Central sofreu um racha na reunião do Copom, com uma votação divida por 5 votos a 4. No dia 14, o então presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, foi demitido do cargo.

No último dia 8 de junho, falas de Haddad a investidores em uma reunião em São Paulo foram interpretadas como sinal de fraqueza do ministro à frente da pasta. Ontem, declarações de Lula sobre o fiscal, sem menção a corte de gastos, também desagradaram o mercado. Esses eventos, somados a uma expectativa de juros mais altos no exterior por mais tempo, fizeram o dólar subir mais em relação ao real na comparação com outros países.

“O componente dominante da depreciação do real é, sem dúvida, doméstico. A preocupação com o tema fiscal domina. O relacionamento do governo com as empresas públicas (Petrobras) e privadas (Vale, Eletrobras) também não ajudou”, disse Alberto Ramos, diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do banco americano Goldman Sachs.

Há outros indicadores que mostram esse descolamento do Brasil. O estrategista macro da Genial Investimentos, Roberto Motta, pontuou, em uma rede social, que as bolsas mundiais têm alta de 10,2% em dólar, enquanto o Ibovespa recua 19,55% também em dólar. Os juros cobrados pelo Tesouro brasileiro para a rolagem da dívida pública também chegaram a 6% acima da inflação, o que indica essa forte desconfiança.

Silvio Campos Neto lembra que o Brasil tem tido superávit comerciais fortes nos últimos anos, com exportações de minério de ferro, soja e petróleo, além de ter reservas cambiais na casa de US$ 350 bilhões. Além do estoque de dólares das reservas, há um fluxo grande de entrada de moeda americana vai balança comercial. E diz que o Investimento Direto Estrangeiro (IDE) tem coberto com folga o déficit em conta-corrente medido pelo Banco Central.

“Os modelos apontam que o real deveria estar cotado entre R$ 4,80 e R$ 4,90, para níveis mais apreciados. Temos reservas, exportações diversificadas e um forte saldo na balança comercial anual”, disse.

O economista Felipe Viana, sócio da Agnus investimentos, diz que, no acumulado do ano, o real ainda está perdendo para o peso mexicano, que sofreu uma forte desvalorização nos últimos dias, após a eleição da candidata Claudia Sheinbaum, que promete contrarreformas no país que desagradar ao mercado.

“O equilíbrio fiscal é o que mais pesa, e também houve o receio de perda da âncora monetária, com o dissenso da última reunião do Copom (a votação ficou em 5 a 4 pelo corte de juros em 0,25 ponto percentual). Mesmo com a balança comercial forte que o País está tendo, e projeções de melhora para o futuro, nossa moeda é maior até do que a do México este ano, que teve uma mudança de governo completamente contrária ao mercado”, disse.

A alta do dólar pressiona pressiona a inflação por meio de produtos importados – como por exemplo, o trigo, que serve de matéria-prima para a fabricação de massas e pães. Essa mudança de cenário pode levar a uma piora das expectativas e contribuir para uma interrupção nos cortes de juros já na próxima reunião do Copom, marcada para a próxima semana.

O Estado de S.Paulo - SP   14/06/2024

O presidente da República em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, defendeu nesta quinta-feira, 13, o compromisso do governo federal com a responsabilidade fiscal. Alckmin declarou ter “absoluta confiança” de que o dólar voltará a se desvalorizar ante o real, passado o momento atual de turbulência.

Ele conversou com jornalistas após participar do evento do Future Investment Initiative (FII) Institute, organização sem fins lucrativos apoiada pelo fundo soberano da Arábia Saudita, o FIP, e 30 empresas globais, no hotel Copacabana Palace, na zona sul do Rio de Janeiro.

“Nós temos absoluta confiança que o dólar vai cair. Isso é coisa momentânea. O governo do presidente Lula tem compromisso com o arcabouço fiscal. Aliás, essa questão da medida provisória foi exatamente para poder, de um lado, cumprir a responsabilidade fiscal, que é compromisso do governo brasileiro. E, de outro lado, cumprir uma decisão do ministro Cristiano Zanin do Supremo no Tribunal Federal. Isso é momentâneo, transitório”, respondeu, após ser questionado sobre a alta recente da moeda americana em meio aos receios do mercado financeiro com a responsabilidade fiscal.

Alckmin refutou mirar um câmbio de equilíbrio para a economia brasileira, mas garantiu que a valorização recente do dólar é passageira. “Eu tenho certeza de que essa elevação dos últimos dias é transitória. (Tenho) Absoluta confiança nisso. O Brasil tem números, tem bases sólidas e tem compromisso com a responsabilidade fiscal”, reforçou.
Ajustes pelos dois lados

Alckmin afirmou que o governo tem mirado melhor eficiência no gasto público, que possibilite mais realizações com menos recursos. “O ministro (da Fazenda) Fernando Haddad tem feito um bom trabalho, e o governo é o governo do diálogo. Então, tenho certeza que vai ser um esforço para melhorar a arrecadação e, de outro lado, para buscar melhor eficiência no gasto público, ou seja, também trabalhar pelo lado da defesa”, apontou. “Então, agir dos dois lados, pelo lado da receita e pelo lado da despesa”, frisou.

Questionado sobre se a turbulência nos mercados poderia influenciar a próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), Alckmin disse ter confiança na manutenção do ciclo de quedas na taxa básica de juros, a Selic.

“A expectativa é que (o juro) continue caindo. Nós não podemos agir por questões transitórias, espasmódicas. É passageiro. Os fundamentos da economia brasileira são muito sólidos. E os compromissos também. A confiança é de que vai continuar a cair”, afirmou.

Ele acrescentou que espera um ano de forte crescimento econômico no Brasil, mas com a inflação sob controle. Ele lembrou que risco-Brasil diminuiu, assim como o desemprego e a inflação. “Então, é fazer o crescimento brasileiro”, defendeu.

O presidente em exercício argumentou que o Brasil é um grande polo de atração de investimentos, o que denota confiança. E lembrou haver perspectiva de crescimento da economia, acrescentando que o impulso advindo da reforma tributária “vai fazer diferença”.

Alckmin mencionou ainda a visita que fez na semana passada à Arábia Saudita, que resultou na assinatura de acordo de cooperação na área de defesa. “Tenho certeza que nós vamos ter muito investimento, aliás, investimento recíproco. Lá levamos nove fundos de investimento, também para a Arábia Saudita. E o Brasil é o segundo receptor do mundo, o segundo, o terceiro, de investimento externo”, resumiu.

O ministro destacou ainda a aprovação do Mover no Congresso, seguindo agora à sanção presidencial, com viabilização de R$ 130 bilhões de investimentos na indústria automotiva. “Você está dando um incentivo à descarbonização e à inovação”, afirmou.

Alckmin aproveitou a oportunidade para destacar a assinatura, na quarta-feira, de um decreto como presidente em exercício, tirando o IPI na saída dos produtos para doação ao Rio Grande do Sul. “São R$ 140 milhões até 31 de dezembro. Foi retirado o IPI na saída dos produtos quando for doação para o Estado do Rio Grande do Sul.”

IstoÉ Dinheiro - SP   14/06/2024

O monitoramento do CME Group mostra um crescimento na possibilidade de relaxamento pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), após a publicação de números do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) e dos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, com inflação mais fraca que o previsto para maio e pedidos de auxílio-desemprego acima do esperado.

Pouco antes do fechamento deste texto, a chance de corte de juros até setembro era de 69,5% (de 63,3% pouco antes do dado), com 30,5% de manutenção.

No detalhamento, havia 62,7% de possibilidade de uma redução de 25 pontos-base (pb) e 6,8% de um corte maior até setembro, de 50 pontos-base.

Para novembro, havia 50,1% de chance de um corte de 25 pb, 28,6% de uma redução de 50 pb, 18,6% de manutenção e 2,7% de um corte de 75 pb.

Já em dezembro, o monitoramento mostrava 45,3% de possibilidade de um corte de 50 pb, 25,7% de uma redução de 25 pb, 22,8% de um corte de 75 pb, 4,2% de manutenção e 2,1% de uma redução de 100 pb.

O Estado de S.Paulo - SP   14/06/2024

O princípio da impessoalidade é um dos mais relevantes da administração pública, conforme estatuído explicitamente na Constituição, em seu artigo 37. As razões são óbvias: um funcionário público não pode atuar conforme suas predileções pessoais ou suas convicções político-partidárias, porque o Estado, por definição, deve tratamento igual a todos os cidadãos, indistintamente. Esse valor é particularmente relevante em instituições responsáveis por decisões bastante sensíveis para o conjunto da sociedade – e aqui podemos destacar, como exemplos, o Supremo Tribunal Federal (aquele cuja prerrogativa é “errar por último”, como disse Rui Barbosa) e o Banco Central – BC (aquele que deve ter autonomia justamente para ser protegido das naturais pressões políticas e, assim, poder tomar medidas impopulares se for o caso).

Do Supremo já se falou bastante: é hoje uma instituição sobre cujas sentenças infelizmente não raro recai todo tipo de suspeita e descrédito, exatamente porque alguns de seus ministros perderam a noção do caráter absolutamente impessoal de seu trabalho. Agora, é hora de falar do Banco Central.

Nos últimos tempos, circulam notícias segundo as quais o presidente do BC, Roberto Campos Neto, vem se permitindo frequentar ambientes e eventos eminentemente políticos. O caso mais recente foi a homenagem que Campos Neto acabou de receber da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), seguida de um jantar alegadamente “íntimo” – repleto de banqueiros, políticos e empresários – oferecido pelo governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), no Palácio dos Bandeirantes. Por iniciativa do deputado Tomé Abduch (Republicanos), a Alesp concedeu ao presidente do BC a medalha de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

O que vai na consciência de Campos Neto quando aceita um convite desses é problema exclusivamente dele, mas o presidente do BC muito provavelmente sabe que sua imagem está diretamente vinculada à instituição que dirige – e não se pode condenar quem veja naquele convescote bolsonarista na Alesp a prova que faltava de que o BC sob Campos Neto está contaminado pela rinha que mobiliza o País.

Até recentemente, nada sugeria que as eventuais preferências políticas de Campos Neto estivessem orientando suas decisões à frente do BC, a despeito de seus descuidos – como quando foi votar na eleição de 2022 vestido com a camisa da seleção brasileira, que era então o fardamento do bolsonarismo. Recorde-se, por exemplo, que o BC de Campos Neto aumentou os juros básicos da economia justamente naquele ano eleitoral, sem considerar o impacto que poderia ter sobre a candidatura do presidente Jair Bolsonaro – que o nomeara para o cargo. De um modo geral, economistas de diversas tendências consideram que Campos Neto fez até aqui um trabalho competente e responsável – e a melhor prova disso talvez sejam as críticas apopléticas que ele recebe sistematicamente da presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

Mas essa percepção pode mudar, o que dificultaria o trabalho do Banco Central na administração das expectativas do mercado, já bastante nervoso com a incapacidade do governo petista de desviar do abismo. A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de maio passado, que claramente opôs os diretores nomeados por Bolsonaro àqueles indicados pelo presidente Lula da Silva na definição dos juros, pode sugerir alguma forma de cisão política dentro do BC. É possível que tenha sido apenas uma coincidência, mas a desenvoltura de Campos Neto entre os bolsonaristas não ajuda a dissipar as dúvidas e desconfianças. Ao contrário, as acentua.

Campos Neto poderia facilmente estar empregado no setor privado, seja no Brasil, seja no exterior. Ao aceitar presidir o BC, contudo, o executivo fez uma opção livre e consciente por abraçar o serviço público durante um período da vida. E junto com a função pública vêm grandes responsabilidades e restrições nada triviais. Assim, roga-se a Campos Neto o mesmo que se espera de todo servidor público: prudência, discrição e impessoalidade.

O Estado de S.Paulo - SP   14/06/2024

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) teve queda de 0,8 ponto em junho na comparação com o maio, ficando em 51,4 pontos. O dado foi divulgado nesta quinta-feira, 13, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e mostra que a confiança do setor no final do primeiro semestre do ano foi “apenas moderada”.

O indicador varia de zero a 100 pontos, sendo que valores acima de 50 pontos indicam confiança. “A confiança da indústria iniciou o ano em patamar baixo na comparação com janeiro de anos anteriores, em 53,2 pontos, e alternou entre pequenas altas e baixas ao longo do semestre, mostrando tendência de baixa por todo o primeiro semestre. Apesar disso, o índice encerra o período acima da linha divisória de 50 pontos, que separa confiança de falta de confiança, indicando confiança, ainda que moderada, do empresariado industrial brasileiro”, destaca a CNI.

Segundo a pesquisa, os índices que refletem a percepção com relação às condições atuais e as expectativas registraram queda de 0,8 ponto de maio para junho. O Índice de Condições Atuais ficou em 46,2 pontos, ficando abaixo da linha dos 50 pontos, indicando uma percepção mais negativa das condições atuais da economia brasileira e das empresas em relação aos últimos seis meses, avalia a CNI.

“Ainda há outros fatores econômicos que afetam a confiança do empresário industrial, como a reforma tributária, ainda está em fase de regulamentação; e como as taxas de juros que, apesar de terem recuado em relação ao ano passado, ainda seguem em um patamar que restringe a atividade econômica”, explica a economista da CNI, Larissa Nocko.

O indicador que mede as expectativas do empresário industrial ficou em 54,0 pontos, acima dos 50 pontos, sinalizando expectativas positivas quanto à economia brasileira e às empresas nos próximos seis meses. “A queda de 0,8 ponto indica que o otimismo tornou-se mais restrito e mais moderado entre as empresas”, diz a CNI.

A pesquisa foi feita de 4 a 10 de junho, com 1.374 empresas, sendo 545 de pequeno porte, 504 de médio porte e 325 de grande porte.

CNN Brasil - SP   14/06/2024

Mudanças na percepção fiscal e a incerteza do mercado acerca das novas manobras do governo para equilibrar as contas públicas contribuem com a escalada do dólar e potencializam impactos ao setor da indústria no Brasil, analisa representante do setor e especialistas consultados pela CNN.

Dessa forma, a situação atual da equipe econômica ao lidar com as receitas e despesas do Estado podem encarecer os custos e retirar até R$ 100 bilhões do segmento industrial. Essa é a avaliação de Flávio Roscoe, presidente do Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

A produção do setor industrial brasileiro iniciou o segundo trimestre com queda maior do que a esperada em abril interrompendo dois meses de altas seguidas — um recuo de 0,5% na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O atual quadro do governo é uma situação fiscal complexa, em que há déficit nas contas. O problema na nossa percepção é que não se discute corte de despesas. O governo a todo momento faz propostas de aumento de tributo e isso recai sobre o cidadão”, avaliou Roscoe.

Em abril, o setor público consolidado chegou a registrar um superávit de R$ 6,7 bilhões. Contudo, o resultado foi o pior para o mês em quatro anos e representou alta na margem de 12 meses ante março, a R$ 266,5 bilhões (o equivalente a 2,4% PIB).

Ele ainda ressaltou que uma das barreiras ao setor industrial são o custo Brasil — ou seja, questões estruturais e econômicas que influenciam negativamente os negócios — e, portanto, cria uma dificuldade em manter a competitividade em relação a outros players que possuem em seu país incentivos mais favoráveis à produção.

Além disso, o presidente da Fiemg indica que existe um descompasso entre o discurso do governo sobre a valorização da indústria e a prática. “O discurso tem que conciliar com a prática e isso não tá acontecendo”, disse ele.
Mudanças na política fiscal

Uma das mudanças recentes nesse cenário é o novo arcabouço fiscal, vigente desde o ano passado, que substituiu o teto de gastos e faz com a despesa cresça 70% da receita, vinculando a saúde a educação, em vez de realizar correção pela inflação.

Ações como a Medida Provisória (MP) 1.227/2024, que gerou críticas de parlamentares e setores da economia, é vista também como um fator que contribui na tendência de queda dos indicadores macroeconômicos e na redução do nível da atividade econômica.

Roscoe também lembra a “taxação das blusinhas”, outra polêmica que influencia a perspectiva fiscal e a segurança econômica do país.

“Estão saindo do Brasil R$ 100 bilhões por ano em compras de site internacional sem tributação. Isso fere quem? O comércio e a indústria local. Ora, se vamos incentivar alguém, se não pode cobrar impostos, que não cobre sobre o nacional (…) parece pouco, mas é quase que todo [investimento para] o Bolsa Família”, disse Roscoe.

Já Marcus Pestana, diretor-executivo do Instituição Fiscal Independente (IFI), apontou a política de valorização do salário mínimo como outro componente que distancia o equilíbrio das finanças, ao aumentar o peso das despesas à medida que aumenta a arrecadação.

“Quando o governo determina um aumento de impostos, ele encarece o custo das empresas e elas repassam para o consumidor”, analisou Pestana, comparando a carga tributária brasileira — baixa em relação aos países europeus e alta quando comparada aos seus pares emergentes.
Dólar forte impacta indústria brasileira

Seja pelo debate da MP, a agenda do ministro da Fazenda ou a contenção de gastos a fim de atingir a meta fiscal estabelecida pelo governo, o mercado tem sentido uma deterioração financeira, com juros futuros e bolsa avançando no vermelho.

Essa é a perspectiva de Guilherme Tinoco, pesquisador associado do FGV/Ibre, indicando que esse cenário impacta a economia com um aumento do câmbio e a inflação impossibilitando o ciclo de afrouxamento monetário pelo Copom.

Com as incertezas sobre as contas do governo, cresce a desconfiança e o risco, o que por sua vez influencia a desancoragem das expectativas de inflação.

E tudo isso impacta a indústria, a qual por um lado pode se beneficiar de um dólar mais forte, mas que ainda importa insumos cotados em moeda estrangeira, disse o especialista da FGV/Ibre.
Reforma tributária pode ser solução

Pode ainda existir uma saída: a reforma tributária. Segundo Tinoco, “a indústria tende a ser uma das mais beneficiadas com a reforma pela implicação e facilidade para recuperar os créditos”.

“Mas, existem outros fatores que atrapalham, como a carga tributária elevada e a infraestrutura. Se essas questões forem trabalhadas no futuro, pode ter coisas boas”, pontuou o especialista.

Globo Online - RJ   14/06/2024

As vendas do comércio registraram a sua quarta alta consecutiva, de 0,9% em abril em comparação a março, se mantendo no maior nível da série histórica. Em relação a abril de 2023, a variação é de 2,2%, sendo a décima primeira variação positiva na comparação interanual. De janeiro a abril, o crescimento acumulado é de 4,9%. Em 12 meses, a variação é de 2,7%, segundos os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE. O resultado de abril, no entanto, ainda não captou os reflexos das chuvas no Rio Grande do Sul. A expectativa é que o varejo tenha uma variação negativa em maio no estado gaúcho, o que pode levar a perda do ímpeto do dado nacional.

O resultado do varejo reforça a leitura de que a atividade econômica continua forte no início do segundo trimestre. O que já apontava a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada na quarta-feira, que apurou um crescimento de 0,5% do setor em abril.

- Há muitos fatores favoráveis ao varejo este ano. Houve o aumento real da renda, o mercado de trabalho bem aquecido e mostrando uma certa resiliência, o reajuste do salário mínimo foi acima da inflação, os juros, apesar de começara desacelerar essa redução agora, já houve um alívio para o bolso dos consumidores principalmente com a questão de endividamento. Então são muitos fatores que trouxeram esse aquecimento em 2024 para o setor. Mas esse resultado ainda não tem o efeito do Rio Grande do Sul. Ainda não se sabe quais serão os desdobramentos do Rio Grande do Sul, além o dado local, há impacto na logística, escoamento de alimentos na região que vão ter impacto no resultado nacional de maio. Essa tendência tão positiva pode desacelerar nos próximos meses - pondera Georgia Veloso, pesquisadora do FGV Ibre.

Assim como aconteceu com serviços, o crescimento foi disseminado. Cinco das oito atividades pesquisadas tiveram resultado positivo. As demais mantiveram-se praticamente estáveis. Nos destaques positivos estão: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (14,2%), Móveis e eletrodomésticos (2,4%), Combustíveis e lubrificantes (2,2%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,5%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,6%).

O resultado de abril é bem positivo e bem disseminado, mas a gente já observa ali que as altas mais expressivas, são um pouco de rebote dos meses anteriores. Alimentos e bebidas de fumo, equipamento de escritório de informática eram segmentos que vinham de queda. Alimentos, inclusive, vinham de duas quedas consecutivas. Então, esses resultados mais expressivos são mais vistos como um rebote de resultados negativos de meses anteriores. Mas, de maneira geral, o resultado positivo é disseminado no setor - diz Georgia.

Igor Cadilhac, economista do PicPay, projeta uma alta de 1,8% para o varejo ampliado neste ano. Com os números de atividade de abril fechados, o economista estimas que os avanços dos serviços e do varejo devam contrabalançar o recuo na indústria, e estima o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) ficará 0,8% no mês.

MINERAÇÃO

Monitor Digital - RJ   14/06/2024

A Vale participou nesta terça e quarta-feira, no Rio de Janeiro, da primeira edição latino-americana do FII Priority Summit, evento realizado pelo FII Institute para discutir como o investimento em transição ecológica, tecnologia, inovação e inclusão social pode construir uma nova ordem global que priorize a dignidade para todos. A empresa apresentou sua estratégia para acelerar a transição energética e a descarbonização do planeta.

O presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, participou, com pares da indústria, de um painel sobre a geoeconomia da mineração e dos recursos críticos. Ele contou como o minério de ferro de alta qualidade produzido pela empresa pode apoiar a descarbonização do setor siderúrgico, responsável por cerca de 8% das emissões mundiais, e citou o exemplo dos Mega Hubs, complexos industriais desenvolvidos pela Vale com parceiros para a produção de metálicos de baixa emissão de carbono.

“Os Mega Hubs são uma solução para os siderurgistas descarbonizarem. A siderurgia é um setor de difícil abatimento, que precisa de produtos metálicos. Estamos indo atrás da energia competitiva no Oriente Médio, nos EUA e, é claro, no Brasil, onde temos minério de ferro e potencial para sermos ‘a Arábia Saudita do hidrogênio’”, afirmou Bartolomeo, que destacou o papel do Brasil no cenário mundial. “O Brasil tem as mesmas possibilidades (de liderar a descarbonização) porque temos a melhor matriz elétrica do mundo e, quando tivermos hidrogênio a um preço competitivo, seremos uma superpotência”.

A Vale já anunciou três Mega Hubs no Oriente Médio (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Omã) e assinou acordos para estudar o desenvolvimento do mesmo modelo no Brasil. Nos Mega Hubs, a empresa irá produzir briquetes, aglomerados de minério de ferro de baixa emissão de carbono, que serão usados como insumo para a produção de metálicos.

O tema de como as energias renováveis conduzirão a transição ecológica também foi destaque no evento. O vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Gustavo Pimenta, participou de um debate sobre o assunto com atores do setor de energia.
“Nossa história é sobre como descarbonizar um dos setores mais difíceis. E nós abraçamos esse desafio”, afirmou Pimenta. “Estou otimista, acho que conseguiremos fazer a transição e encaminhar um dos assuntos mais relevantes da nossa geração. A questão é o ritmo dessa mudança, que vai depender da trajetória econômica das novas tecnologias.”

Pimenta também destacou as iniciativas da Vale para a descarbonização das operações e citou o exemplo da substituição do diesel nos caminhões e trens por alternativas mais sustentáveis, como os veículos movidos a etanol ou a eletricidade.

O FII Priority Summit teve a participação de mais de 150 painelistas em 44 sessões e incluiu vários membros da alta administração da Arábia Saudita, além de quatro ex-presidentes latino-americanos, líderes da indústria, especialistas em investimentos e autoridades governamentais. A Vale foi patrocinadora do evento.

A Future Investment Initiative (FII) é uma fundação global sem fins lucrativos, orientada por dados, com um braço de investimento centrado em iniciativas de impacto para a humanidade. Através das suas cúpulas Priority, o instituto reúne as principais mentes para promover a inovação e soluções sustentáveis em todo o mundo.

Exame - SP   14/06/2024

O CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, disse nesta quinta-feira, 13, que as vendas para o Oriente Médio já somam 27 milhões de toneladas de minério e aglomerados e podem chegar a 67 milhões de toneladas, levando em conta o contexto da transição energética e os negócios da empresa com metais críticos.

"Na transição, quando se trata de energia, onde está a energia competitiva que vai substituir os combustíveis fósseis. O Brasil vai poder fazer essa transição e também o Oriente Médio", disse o executivo, durante o evento do Invest in Dignity do Future Investment Initiative (FII) Institute, organização sem fins lucrativos apoiada pelo FIP (fundo soberano da Arábia Saudita) e 30 empresas globais.

O evento, que abrange lideranças e investidores globais, é realizado no hotel Copacabana Palace, na zona sul do Rio.

Bartolomeo destacou que os Estados Unidos têm um gás natural competitivo na corrida pela descarbonização da economia, principalmente na produção de hidrogênio, mas que o Brasil também está bem colocado nessa disputa."O Brasil também está nesta corrida porque tem a melhor matriz elétrica do mundo", afirmou.

China

O CEO disse também que todas as manufaturas estão crescendo na China e assim o país manterá o platô de demanda por minério de ferro, lembrando que as siderúrgicas locais produziram um bilhão de toneladas. "Não vejo um superciclo menor", comentou.

Bartolomeo disse que a Vale busca energia competitiva no Oriente Médio, Estados Unidos e Brasil para prover aos megahubs, que combinarão demanda e suprimento e funcionarão como solução para servir a siderúrgicas para que se descarbonizem.

O executivo comentou que a Vale tem "tecnologias inovadoras" e já recebeu concessão para operar nos Estados Unidos. Ele afirmou que o processo de descarbonização vai ser "assimétrico e assíncrono".

Em relação a minerais básicos, o executivo disse que a ideia é triplicar a produção de cobre. "Não precisamos de uma fusão para isso", afirmou.

AUTOMOTIVO

IstoÉ Online - SP   14/06/2024

A China afirmou nesta quinta-feira que “se reserva o direito” de denunciar à Organização Mundial do Comércio (OMC) as novas tarifas que a União Europeia (U) ameaça determinar contra a importação de veículos elétricos do país asiático.

“A China se reserva o direito de apresentar uma ação à OMC e adotar todas as medidas necessárias para defender de maneira veemente os direitos e interesses das empresas chinesas”, disse o porta-voz do Ministério do Comércio, He Yadong.

A UE ameaçou na quarta-feira impor tarifas adicionais de até 38% aos veículos elétricos importados da China a partir do próximo mês, após a conclusão de uma investigação sobre o impacto dos subsídios de Pequim nesta indústria.

Segundo a Comissão Europeia, braço Executivo do bloco, os subsídios são “injustos” e representam uma “ameaça de prejuízo econômico para os produtores” de veículos elétricos na UE.

O órgão propôs um aumento adicional de 17,4% para a montadora BYD (líder do setor), de 20% para a Geely e de 38,1% para a SAIC.

A diferença nas tarifas obedece ao nível de subsídios estatais recebidos por cada empresa, segundo a Comissão.

Atualmente, a UE aplica tarifas de 10% sobre estas importações.

O Ministério do Comércio chinês insistiu nesta quinta-feira que a proposta não tem “base jurídica e factual”.

“Esta ação não apenas prejudica os direitos e interesses da indústria chinesa de veículos elétricos (…) mas também distorce a produção de automóveis e as cadeias de abastecimento em todo o mundo, incluindo a União Europeia”, disse o porta-voz.

“As ações da parte europeia são suspeitas de violar as regras da OMC e constituem um comportamento protecionista flagrante”, acrescentou.

Valor - SP   14/06/2024

Estratégia reflete o anúncio feito por Bruxelas, nesta semana, de que planeja impor tarifas adicionais aos veículos elétricos fabricados na China.

A Stellantis vai transferir a produção de alguns veículos elétricos (VEs) de marca chinesa para a Europa, no mais recente sinal de como as montadoras globais pretendem mudar sua estratégia regional após o anúncio por Bruxelas nesta semana, de que planeja impor tarifas adicionais aos veículos elétricos fabricados na China.

A controladora das marcas Citroën e Fiat anunciou em maio que venderá veículos elétricos da montadora chinesa Leapmotor em seus revendedores europeus a partir de setembro. No entanto, o presidente-executivo, Carlos Tavares, confirmou nesta quinta-feira que alguns carros serão produzidos em fábricas da Stellantis na Europa.

“Um certo número de produtos [da Leapmotor] terá de ser montado na Europa”, disse Tavares na assembleia anual de acionistas da Stellantis em Detroit. Ele acrescentou que as tarifas que Bruxelas pretende impor estão “corrigindo uma falta de competitividade” entre as montadoras europeias, em comparação com as concorrentes chinesas.

Tavares disse que as tarifas anunciadas pela Comissão Europeia estão em níveis acima dos que a companhia havia concordado anteriormente que fariam sentido importar, em vez de produzir localmente.

Antes mesmo do anúncio de Bruxelas de aplicar tarifas adicionais de até 38% aos veículos elétricos fabricados na China, algumas montadoras chinesas já planejavam uma mudança para a Europa.

BYD "húngara" & Chery "espanhola"

A BYD, maior fabricante chinesa de veículos elétricos, que recebeu um aumento tarifário mais baixo de 17,4%, pretende começar a produzir automóveis em uma nova fábrica na Hungria no ano que vem e está avaliando locais para a construção de uma segunda fábrica na Europa. Outra fabricante chinesa de veículos elétricos, a Chery, pretende produzir 150 mil carros por ano de 2029 em diante, a partir de uma fábrica em Barcelona.

Daniel Schwarz, um analista do setor automobilístico na Stifel, prevê que os fabricantes chineses de equipamentos originais vão acelerar o aumento da capacidade de produção nos próximos três anos na Europa.

“No curto prazo, as tarifas são positivas para as montadoras europeias, mas, no longo prazo, são negativas, uma vez que levarão a mais investimentos de longo prazo pelas companhias chinesas na Europa, a mais capacidade, e as pressões sobre os preços serão parecidas com as que estamos vendo na China neste momento”, disse ele.

Franceses x alemães

As propostas tarifárias também enfatizam a divisão existente na indústria automobilística europeia entre as montadoras alemãs, que dependem do mercado chinês, e os grupos franceses e italianos, que não fizeram incursões na China e dependem mais do mercado europeu.

Montadoras como a Stellantis e a Renault já alertavam há tempos que uma onda de modelos chineses mais baratos prejudicaria os rivais europeus, que não teriam como acompanhar seus preços, enquanto a Mercedes e a BMW, alemãs, faziam um lobby barulhento contra o aumento do protecionismo, por temer retaliações da China.

“A indústria alemã está muito exposta às empresas chinesas. E vocês sabem perfeitamente bem que é por isso que a Alemanha se opõe a essas tarifas”, disse Tavares.

Os fabricantes alemães de automóveis foram unânimes na sua reação negativa sobre as tarifas, dando seu apoio ao “livre comércio” e alertando para o risco de retaliações na China – seu mercado mais importante.

“Um comércio internacional justo e, acima de tudo, livre é muito importante, ele impulsiona a inovação e o crescimento”, afirmou o executivo-chefe da Mercedes, Ola Källenius, que aponta a China como seu maior mercado individual, com cerca de 36% das vendas internacionais.

“Desse modo, a Comissão Europeia está prejudicando as empresas europeias e os interesses europeus”, disse o executivo-chefe da BMW, Oliver Zipse. “O protecionismo ameaça iniciar uma espiral: as tarifas levam a novas tarifas, ao isolamento em vez da cooperação.”

A montadora considera a China como seu maior mercado individual, com 32% do total das vendas, e também é afetada diretamente pelo aumento das tarifas — de cerca de 21% —, já que produz seu veículo elétrico iX3 em Shenyang e o exporta para a Europa.

“As tarifas vão ganhar tempo, mas não resolverão o problema”, disse outro executivo do setor automobilístico europeu. “Os fabricantes europeus de automóveis precisam de tempo para encontrar alternativas de baixo custo”, acrescentou, fazendo uma comparação com os transtornos que as empresas aéreas de baixo custo, como a Ryanair, provocaram no setor europeu da aviação.

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   14/06/2024

No início do ano passado, as montadoras de caminhões reduziram a produção, por conta da atualização das linhas de montagem para iniciar a fabricação de modelos Euro 6, atendendo às novas normas de emissões.

Como o mercado vem se adequando aos novos requisitos e ao preço mais elevado dos veículos, a produção vem retomando o ritmo normal, e o aumento nos cinco primeiros meses do ano foi de 29,9%.

“A produção de pesados, ao contrário da de veículos leves, trouxe boas notícias em maio. A de caminhões superou a marca de 50 mil unidades no ano, com elevação de 30% sobre os primeiros cinco meses de 2023”, destacou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Em maio foram produzidos 11.172 caminhões no país, ante 11.656 de abril, o que representou uma queda de 4,2% na comparação mensal. Quando se compara a produção de maio de 2024 com maio de 2023, no entanto, houve alta. No quinto mês do ano passado foram produzidos 8.392 caminhões, número 33,1% menor do que agora.

Na totalização da produção do ano, somando os números registrados entre janeiro e maio, foram produzidos 52.155 unidades, ante 40.144 do mesmo período do ano passado, uma alta de 29,9%.

Valor - SP   14/06/2024

Para Carlos Tavares, presidente da companhia que reúne 14 marcas, não há interesse em desafiar produtores de etanol.


Fonte: Carlos Tavares: “Etanol tem custo competitivo e é tão bom em emissões quanto elétricos” — Foto: Wenderson Araujo/Valor

Em evento para investidores nesta quinta-feira (13), o presidente do grupo de montadoras Stellantis, Carlos Tavares, afirmou que o Brasil não deve abrir caminho para a entrada de veículos totalmente elétricos, porque o governo local não tem interesse em desafiar o mercado de etanol, que é “competitivo em custo, tão bom em emissões quanto os elétricos” e proporciona carros mais acessíveis para a classe média. O grupo atua no país com as marcas Fiat, Chrysler, Jeep, RAM, Peugeot e Citroën.

Tavares disse que o Brasil quer, inclusive, tornar a importação de veículos totalmente elétricos mais difícil. O país retoma de forma progressiva, desde o início do ano, tarifas para importação de carros elétricos, com a taxa de 35% como meta para 2026.

Ainda sobre o país, o executivo afirmou que há uma forte base de fornecedores de peças, o que permite atingir um alto nível de produção local.

Questionado sobre as novas tarifas de importação de carros elétricos chineses, impostas pela União Europeia nesta semana, de 17% a 38%, Tavares disse que medidas assim existem para “consertar um gap de competitividade”.

O executivo lembrou que a empresa também é protegida por tarifas nos Estados Unidos, onde o governo Biden impôs, em maio, sobretaxas de 100% em elétricos chineses. Fora dessas regiões, no entanto, a Stellantis enfrenta uma competição mais dura, o que também teria um lado positivo. “O raciocínio é de se expor à competição mais dura que você possa encontrar”, para aprender com os competidores e criar oportunidades à frente.

No Brasil, mesmo com as tarifas, a importação geral de veículos cresceu 38% no acumulado deste ano, na comparação com os primeiros cinco meses de 2023. Do total acrescido na importação, 82% veio da China, mostram dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Tavares afirmou que a empresa tem a meta de chegar a 100% de carros elétricos vendidos na Europa até 2030, e a 50% nos Estados Unidos, mas deixou claro que isso dependerá da adoção desse tipo de carro pelo mercado. “Obviamente, não vamos usar o dinheiro dos acionistas para fazer algo que os consumidores não querem comprar”.

Ele citou a preocupação dos compradores com o preço dos carros elétricos e com a falta de estrutura para carregamento, mesmo na Europa e nos EUA, e como isso coloca a indústria automotiva “em situação difícil” em relação às exigências de governos, apesar de reforçar que reduzir as emissões a zero é uma “responsabilidade moral e ética para com nossos filhos e netos”.

Tavares criticou ainda a falta de constância das regulações internacionais sobre o prazo para eliminar os veículos à combustão. “Se vocês [governos] mudam as regras o tempo todo, eu não consigo segui-las.”

No evento, a Stellantis divulgou que a receita operacional ajustada deve ficar na margem de 10% a 11% no primeiro semestre, ante 14,4% no mesmo período de 2023, mas que espera melhoras na segunda metade do ano, quando vai lançar modelos novos.

A empresa mantém a projeção de ter uma margem operacional ajustada de dois dígitos e de atingir ao menos € 7,7 bilhões em distribuição de dividendos e recompra de ações neste ano.

Infomoney - SP   14/06/2024

Até 2028, a Volkswagen lançará 16 veículos no Brasil e aposta nos modelos híbridos e 100% elétricos para atrair o público mais jovem com as novas tecnologias e o apelo de descarbonização da frota. “Posso adiantar que teremos quatro modelos inéditos produzidos no país. Serão dois na Unidade da Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), uma pick-up em São José dos Pinhais (PR) e um automóvel 100% desenvolvido no Brasil, que será produzido na fábrica de Taubaté”, diz Fernando Silva, diretor de Vendas da Volkswagen do Brasil, em entrevista exclusiva ao Infomoney.

O executivo explica que todos os lançamentos estão dentro do pacote de investimentos anunciado recentemente pela companhia, de R$ 9 bilhões para o período entre 2024 e 2028. Os recursos se somam ao plano anterior de R$ 7 bilhões, revelado no fim de 2021 e previsto para ser concluído até 2026. “Esse aporte demonstra o compromisso com o país”, diz o executivo, sem revelar os montantes previstos para cada ano.

O foco do novo investimento são os projetos com foco em descarbonização para as quatro fábricas da marca no Brasil. Em um primeiro momento serão quatro novos veículos, um novo motor mais eficiente para veículos híbridos e uma plataforma de serviço que promete ser tecnológica, flexível e sustentável.

“Seguindo a estratégia global de descarbonização da Volkswagen, com a meta de neutralidade de carbono até 2050, o Brasil também foi escolhido como sede do departamento Way to Zero Center, na fábrica Anchieta, para o desenvolvimento de tecnologias com baixa emissão de CO2 para veículos”, diz o executivo.

Descarbonização é um dos pilares mais importantes da estratégia da Volkswagen mundialmente. A marca tem 26 anos para cumprir o objetivo de não emitir carbono globalmente. “Fomos a primeira fabricante de automóveis a assinar o Acordo de Paris. Por aqui, no Brasil, já trabalhamos reduzindo a caminhamos rumo à neutralidade. Queremos criar um ecossistema de mobilidade livre de carbono para todos”, diz o executivo.

Enquanto a sustentabilidade ainda dá os primeiros passos, o ronco dos motores da Volkswagen foi o mais ouvido no país entre os carros novos emplacados em 2024. A montadora já entregou 137.812 unidades de janeiro a maio, quase 30 mil carros a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado — e está na liderança do mercado. “Somos a marca que mais cresce em volume de vendas mesmo em um mercado extremamente competitivo, que tem recebido novos entrantes todos os dias”, diz o executivo.

Em uma menção que mostra o termômetro direto da rixa com as montadoras chinesas, o executivo é taxativo: “Para se ter uma ideia, só o volume incremental da Volkswagen em 2024 já é 7% maior que o volume total de emplacamentos da marca chinesa de maior expressão no ano passado todo”, diz Silva fazendo alusão a Caoa Chery, que emplacou menos de 30 mil veículos em 2023.
: Volkswagen anuncia investimento de 1 bilhão de euros no Brasil

A Volkswagen do Brasil foi a marca que mais cresceu em volume no mercado brasileiro em 2023, com alta de 29% em relação ao ano anterior. O índice é quase três vezes maior que o crescimento da indústria, de 11% no mesmo período. No acumulado dos últimos anos, a marca emplacou quase 1,4 milhão de unidades. “Esse crescimento não acontece por acaso. Além de ser uma marca reconhecida pelos brasileiros, temos um line-up de produtos completo e adequado para o nosso mercado e uma rede com 480 concessionárias e pontos de atendimento espalhados pelo país”, afirma o executivo.
Desafios e preços em alta

Mas nem tudo são boas notícias para a montadora. Silva destaca que os juros altos e a dificuldade de acesso ao crédito impactam as vendas do setor e reduzem a marcha na hora da evolução dos números. “Confiamos que as autoridades responsáveis encontrarão uma solução que facilite o crédito e contribua com o desenvolvimento econômico”, diz.

A alta da taxa de câmbio também é um fator que preocupa, pois impacta os preços dos veículos e pode deixá-los mais caros, uma vez que a desvalorização do real afeta os componentes e peças importados. “Além disso, o incremento de novas tecnologias de segurança e emissões, em razão das inovações legislativas, também contribuem para o aumento dos preços de veículos novos”, explica o executivo.

Outro ponto de alerta, que já dá sinais de tranquilidade, foi a paralisação da produção nas fábricas Anchieta, Taubaté e São Carlos (SP) por conta das tragédias no Rio Grande do Sul, que provocaram desabastecimento nas unidades. Os funcionários, que estavam em férias coletivas desde 20 maio, retomaram o trabalho dia 3 de junho. “Toda a indústria automotiva foi afetada, mas acreditamos que o ritmo de crescimento não deve retroagir e o impacto momentâneo deve ser compensado ao longo do ano, pois a demanda continua existindo”, diz.

Ainda assim, as perspectivas da companhia são positivas para este ano. Silva prevê que a alta das vendas da Volkswagen seja superior a do mercado, que deve crescer 6,6% em 2024, de acordo com estimativa da Anfavea, entidade que representa o setor.
Moral elevada no exterior

O prestígio da marca também se replica no cenário internacional. Em 2023, o Brasil foi a terceira maior filial da marca Volkswagen no mundo em volume de vendas, com mais de 345 mil veículos entregues aos clientes, atrás apenas da China e Alemanha, e à frente de mercados importantes como os Estados Unidos. Além disso, a filial brasileira é o maior mercado da marca na América Latina.

Nas pouco mais de sete décadas de presença no Brasil, mais de 200 mil colaboradores ajudaram a transformar a Volkswagen na maior produtora de automóveis do país, com mais de 25 milhões de veículos fabricados. A companhia também lidera as exportações do setor automobilístico brasileiro, com mais de 4,2 milhões de unidades embarcadas.

Ainda assim, a marca não quer viver das glórias do passado e aposta em entender as necessidades dos consumidores para seguir na dianteira. Um bom exemplo, segundo o executivo, é o programa VW Sign&Drive, serviço de assinatura com contratação on-line criado para atender a maneira contemporânea de consumir carros.

Além disso, ao contrário de outras montadoras que mergulharam de cabeça nos elétricos, a Volkswagen prefere coexistir em termos de tecnologia. “Acreditamos em um futuro que engloba as três soluções: combustão (com foco no etanol, um combustível de baixo carbono), híbridos e elétricos”, diz o executivo. A companhia defende que vai oferecer as tecnologias com soluções de mobilidade sustentável de acordo com a necessidade e preferência de cada cliente.

Também há um desafio intenso sobre como conquistar a nova geração de consumidores, que vai além dos produtos. “Estamos trabalhando o reconhecimento da marca por meio de música. Queremos ser uma empresa cada vez mais conectada, moderna, vibrante e próxima das pessoas”, afirma o diretor.

A VW foi a fabricante de automóveis oficial do The Town em 2023, o maior festival de música, cultura e arte de São Paulo. Além disso, vai patrocinar pela 5ª vez o Rock in Rio este ano. Tudo isso para se aproximar dos mais jovens. Ao que tudo indica, a marca está empenhada em manter seu ritmo de crescimento.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Money Times - SP   14/06/2024

A nova correção do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) agora será de 3% ao ano, mais taxa referencial e ainda terá uma distribuição de dividendos para atingir o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O setor imobiliário, que estava aflito com o parecer, comemorou.

A decisão foi tomada na quarta-feira (12) pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), na qual maioria da corte acatou a última proposta apresentada pelo governo Lula.

Ficou decidido ainda que, nos anos em que a remuneração das contas do FGTS não alcançar o IPCA, caberá ao Conselho Curador do Fundo determinar a forma de compensação.

“Embora se possa argumentar que a inflação no Brasil muitas vezes aumenta fora de controle (tornando-o muito difícil de igualar), a inflação do IPCA só superou a do FGTS, a remuneração máxima (TR + 3% a.a. + 100% payout), em três anos, sendo durante a crise de 2015 e em 2021-22, impactado pela Covid”, avaliou o BTG Pactual em relatório recente sobre o assunto.

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), disse em nota que entende que o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5090 trouxe uma nova perspectiva para o futuro do FGTS.

“A decisão levou em consideração a importância da habitação e buscou preservar sua capacidade do Fundo para investimento em habitação, saneamento e infraestrutura, e ainda permite que milhões de famílias possam conquistar o sonho da casa própria”, avaliou Luiz França, presidente da entidade.

O parecer definitivo vai permitir, segundo a associação, que o setor continue a enfrentar o alto déficit habitacional no Brasil, estimado em 7,8 milhões de moradias, segundo dados da Faculdade Getúlio Vargas (FGV).

A Abrainc destaca também a importância da medida para a manutenção do Minha Casa, Minha Vida, que, de acordo com dados do Ministério das Cidades, já contratou mais de 7,7 milhões de moradias ao longo dos últimos 15 anos e depende dos recursos do FGTS para permitir o acesso de famílias de baixa renda ao programa.

Desta forma, os analistas do BTG Pactual reforça sua visão positiva sobre as construtoras residenciais dessa categoria para os investidores, principalmente pelo aumento nos empréstimos do MCMV e no incentivo ao programa dado recentemente.

“À medida que o MCMV continua a crescer, as empresas registam fortes vendas e margens sólidas. Além disso, as avaliações ainda parecem atraentes, com todas as ações negociadas entre 3-7x P/L 2025E, então continuamos positivos no espaço, com Tenda (TEND3) (alta risco/alta recompensa) nossa escolha principal em 3,5x P/E 2025E”, avalia o time de analistas do banco.

NAVAL

IstoÉ Online - SP   14/06/2024

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, há pouco, que o prazo de outorga de 25 anos (e eventual prorrogação por mais 10) para concessões e permissões em portos secos deve ser entendido como o prazo máximo e determinou que somente podem ser prorrogados os contratos que tenham passado anteriormente por licitação.

A Corte deu 24 meses para o poder público realizar as licitações de todas as concessões e permissões em portos secos cuja vigência tenha sido prorrogada sem licitação.

Para o relator, ministro Dias Toffoli, são inconstitucionais as “concessões que não foram precedidas de licitação e, mesmo assim, tiveram prazo de vigência contratual elastecido”. Ele acolheu parcialmente a ação ajuizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra uma lei de 2003 que prorrogou o prazo das concessões e permissões para prestação de serviços públicos nos portos secos.

A PGR alegou que o prazo de 25 anos, prorrogáveis por mais 10, viola os princípios da moralidade e da razoabilidade. Para o órgão, a prestação de serviços públicos nas estações aduaneiras do interior “vem sendo efetivada, há vários anos, sem a realização de licitação, por meio de sucessivas prorrogações das concessões e permissões”.

“As empresas que exploram esses serviços, selecionadas sem o devido processo licitatório, estão perpetuando-se na atividade, impedindo que outras empresas tenham a oportunidade de oferecer seus serviços, possivelmente de maior qualidade e a um custo maior”, argumentou a PGR na ação ajuizada em 2005.

Para a Advocacia-Geral da União (AGU), a petição da PGR parte de um “equívoco interpretativo”. A advogada Edwiges Coelho Girão argumentou que a ação confunde dois parágrafos distintos: um deles tratou de situações novas, concedendo prazo de 25 anos, enquanto o outro tratou de situações vigentes, com prorrogação por 10 anos. “Jamais existiu prazo de 35 para concessões e permissões”, afirmou em sustentação oral enviada à Corte.

Portal Fator Brasil - RJ   14/06/2024

O anúncio foi feito ao governador Carlos Massa Ratinho Junior no Palácio Iguaçu.

A Liquipar Operações Portuárias, que arrematou no ano passado a área PAR 50 do Porto de Paranaguá, no Litoral, vai investir R$ 572 milhões para triplicar a capacidade de escoamento de líquidos pelo terminal, especialmente de combustíveis. O anúncio foi feito ao governador Carlos Massa Ratinho Junior, que recebeu no dia 11 de junho (terça-feira), no Palácio Iguaçu, a diretoria da empresa e também da Toyota Tsusho do Brasil, uma das companhias do grupo japonês Toyota e que trabalha em parceria com a Liquipar em outros projetos.

O investimento é maior que o previsto inicialmente. Arrematada por R$ 1 milhão no leilão feito na Bolsa de Valores, a área deveria receber um montante mínimo de R$ 338,2 milhões em obras de ampliação da capacidade operacional. Ela tem cerca de 85 mil metros quadrados e capacidade atual de 70 mil metros cúbicos de armazenagem, devendo passar para 210 mil metros cúbicos.

—É muito importante receber esse investimento de mais de meio bilhão de reais da Liquipar, em uma área do porto que, pelo potencial que tinha, era pouco utilizada. Levamos a leilão na Bolsa de Valores e o grupo que ganhou a concessão vai fazer esse grande investimento, inclusive para ampliar o espaço de atracação de navios —destacou Ratinho Junior. —E além ter a armazenagem de combustíveis líquidos, também poderá receber gás natural, ampliando a capacidade de movimentação de mercadorias pelo porto—.

O sócio controlador da Liquipar, Cleiton Santos Santana, explicou que o investimento inicia pouco tempo depois de a empresa assumir a área oficialmente, o que ocorreu há dois meses. —Vamos triplicar a capacidade estática de armazenagem, passando de 70 milhões de litros atuais para 205 milhões de litros, com a implantação de novos tanques com capacidade 140 milhões de litros —explicou. —Também vamos construir o novo píer para escoar esses produtos, tanto na exportação quanto na importação de combustíveis—.

Concessões — Desde 2019, cinco áreas do Porto de Paranaguá foram concedidas à iniciativa privada e leilões de outras três áreas portuárias estão previstos para ocorrer ainda neste ano. A concessão dá maior segurança jurídica e operacional ao porto, pois permite investimentos nessas áreas feitos pelas empresas vencedoras, a exemplo do previsto pela Liquipar. O terminal sob concessão da empresa é voltado para a movimentação de produtos líquidos, como diesel, biodiesel e outros volumes químicos.

—A Liquipar representa hoje um importante ativo para a movimentação de líquidos e com esses investimentos em uma nova tancagem e um novo berço de atracação teremos condições de ampliar cada vez mais o volume de cargas, atendendo não apenas o Paraná, mas todos os estados que dependem do Porto de Paranaguá para suas importações e exportações— ressaltou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

A Portos do Paraná se prepara para oferecer ao mercado mais três áreas para armazenagem de granéis sólidos vegetais. As concessões do PAR 14, PAR 15 e PAR 25, atreladas à primeira fase do píer T, devem aumentar a capacidade de movimentação e armazenagem no Porto de Paranaguá, que já acumula recordes de movimentação.

As três áreas são destinadas à movimentação e armazenagem de granel sólido de origem vegetal (soja, milho e farelo entre outros), e estão previstas e zoneadas no Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto de Paranaguá (PDZ).

O PAR 14 é a junção de três áreas que totalizam aproximadamente 49 mil metros quadrados. Já o PAR 15 é o terminal onde hoje opera a Cargill e conta com área aproximada de 40 mil metros quadrados. O PAR 25 é uma junção de duas áreas que operam uma ao lado da outra.

A partir dos leilões dessas áreas, a Portos do Paraná poderá executar a primeira fase do píer em T. A estrutura contará com dois novos berços, com capacidade de movimentação que pode chegar a 16 milhões de toneladas por ano cada. Agregado à nova infraestrutura, também está em análise a expansão do berço 212, o que evitará perda de infraestrutura no Corredor de Exportação, ampliando a capacidade operacional em mais de 150%.

Presenças — Participaram da reunião o vice-governador Darci Piana; o diretor-presidente da Compagas, Rafael Lamastra; o diretor de Relações Internacionais e Institucionais da Invest Paraná, Giancarlo Rocco; o diretor administrativo do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), João Biral; o diretor-sócio da Liquipar, André Perez; e o assessor financeiro, Antonio Neto; e pela Toyota Tsusho do Brasil, participaram o gerente-geral, Makoto Kawai; o gerente Roberto Adamiya; e o coordenador de Projetos, Guilherme Akira Yamato.

PETROLÍFERO

CNN Brasil - SP   14/06/2024

O petróleo fechou com leve ganho, próximo da estabilidade, chegando ao quarto dia consecutivo de avanços.

Nesta quinta (13) investidores monitoravam declarações de integrantes da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e permaneceram de olho em sinais sobre a política monetária americana e a trajetória da inflação nos EUA.

O WTI para julho fechou com alta de 0,15% (US$ 0,12), a US$ 78,62 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto subiu 0,18% (US$ 0,15), a US$ 82,15 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Mais cedo, o secretário-geral da Opep, Haitham Al Ghais, rejeitou a visão da Agência Internacional de Energia (AIE), de que a demanda pela commodity chegará ao pico antes de 2030.

Segundo Al Ghais, a demanda em países em desenvolvimento segue crescente.

Também hoje, o Ministério da Energia da Rússia emitiu um comunicado reiterando o comprometimento do país com atingir as metas de redução voluntária na produção da Opep+.

Segundo a nota, o governo russo irá compensar o excesso de oferta visto em meses anteriores.

A notícia chegou a impulsionar os preços da commodity pontualmente, e pela manhã o petróleo acelerou ganhos.

Com o tempo, porém, os preços da commodity devolveram parte do avanço e fecharam próximos da estabilidade.

De acordo com Matt Simpson, analista de mercado do City Index, o petróleo deve fechar esta semana com ganhos.

Ele pontua que, no curto prazo, a temporada de maior demanda por petróleo nos EUA, conhecida como “driving season”, com maior uso de automóveis em viagens diante do clima mais quente, deve manter os preços sustentados.

Ele pontua, porém, que os ganhos dependem da força da economia americana, que por enquanto segue resiliente apesar das taxas de juros altas no país.

 

Petro Notícias - SP   14/06/2024

13. jun, 2024

O gerente-geral da Unidade de Negócios da Petrobrás na Bacia de Campos (UN-BC), Alex Murteira Celem, revelou hoje (13) que a companhia pretende perfurar três poços no pré-sal da Bacia de Campos em 2025. A novidade foi anunciada pelo executivo durante o evento Macaé Energy, correalizado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Sebrae RJ e Prefeitura de Macaé.

O gerente destacou três blocos adquiridos pela companhia na Bacia de Campos, que começarão a ser explorados no primeiro semestre do ano que vem: Forno, Água Marinha e Norte de Bravo. “Vamos perfurar o primeiro poço exploratório em águas marinhas no pré-sal da Bacia de Campos, e temos muita esperança, pelo conhecimento que temos da área, de ser o futuro da bacia”, disse Celem.

Ele também comentou sobre dois novos FPSOs, que vão chegar à Bacia de Campos, com capacidade de produzir 20% a mais do que se produzia até então, além de reduzir em 55% as emissões de gases do efeito estufa. O Plano de Renovação da Bacia de Campos prevê ainda investimentos para quase dobrar a atual produção de petróleo na região até 2028, além de diversas ações de descomissionamento que vão movimentar US$ 26 bilhões.

“É um novo mundo, um novo negócio que se abre, e só está começando. A Bacia de Campos está voltando a ser olhada pelo planeta, a mostrar sua pujança, e se destacando de novo pelo desenvolvimento tecnológico com a revitalização dos campos maduros”, concluiu.

AGRÍCOLA

IstoÉ Dinheiro - SP   14/06/2024

A safra agrícola brasileira de 2024 deve totalizar 296,8 milhões de toneladas, 18,6 milhões de toneladas a menos que o desempenho de 2023, um recuo de 5,9%. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de maio, divulgado nesta quinta-feira, 13, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado é 2,8 milhões de toneladas menor do que o previsto no levantamento de abril, baixa de 0,9%.

Os agricultores brasileiros devem colher área de 78,3 milhões de hectares na safra de 2024, alta de 0,6% em comparação com 2023, com 454.502 hectares a mais.

Em relação à estimativa de abril, a área a ser colhida é 0,6% maior, 445.140 hectares a mais.

O arroz, o milho e a soja – três principais produtos da safra brasileira de grãos – respondem juntos por 91,5% da estimativa da produção e por 87,2% da área a ser colhida.

Em relação a 2023, a área a ser colhida será maior para o algodão herbáceo (12,5%), arroz (6,5%), feijão (6,1%) e soja (3,3%).

Por outro lado, a expectativa é de redução na área para o sorgo (-3%), trigo (-11,8%) e milho (-4,7%).

A área colhida deve cair 8,6% no milho 1ª safra e 3,5% no milho 2ª safra.

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