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14 de Maio de 2024

SIDERURGIA

Money Times - SP   14/05/2024

A Usiminas (USIM5) teve um abril para esquecer. Após resultados fracos, o papel despencou como se não houvesse amanhã. Segundo dados do Google Finance, entre 22 e 30 de abril, a ação caiu 25,17%, a R$ 7,91.

Mas o grande problema, segundo os analistas, nem foram as cifras do primeiro trimestre — a companhia reportou R$ 36 milhões de lucro, queda de 93% –, mas as projeções.

A metalúrgica indicou que o Ebtida, que mede o resultado operacional, se manterá estável, implicando um Ebitda anualizado 45% abaixo do consenso para 2024.

“Entendemos que os investidores optaram por se posicionar fora das ações a reverem os seus cálculos, e pensamos que alguns poderão querer ter provas concretas de melhorias futuras nos lucros antes de voltarem a colocar as suas fichas”, explicam os analistas Ricardo Monegaglia e Conrado Vegner, que assinam o documento.

Diante do pessimismo, a dupla até rebaixou o preço-alvo de R$ 12,50 para R$ 10,50, potencial de alta de 31% ante o último fechamento (11/05). Porém, para o banco a ação chegou ao piso. A recomendação segue em compra. Além disso, a Usiminas pode ter uma alta significativa à medida que o crescimento do Ebtida fica mais evidente.

“Acreditamos que as iniciativas de redução de custos continuarão a ditar o tom da história de crescimento do Ebitda da Usiminas, enquanto os preços domésticos do aço continuam estáveis”, esclarecem.

Usiminas barata ou cara?

Olhando o retrato atual, o Safra diz que a Usiminas negocia a 5,7 vezes o múltiplo EV/Ebitda (valor da firma sobre resultado operacional), acima da média dos últimos 5 anos de 4,8 vezes e com prêmio de 30% em relação a 2024 da CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4).

Porém, os analistas dizem que o ‘número frio’ pode enganar, uma vez que não incorporam um ano completo de normalização de custos.

“À medida que o Ebitda melhora 60% para R$ 3,3 bilhões, o múltiplo EV/Ebitda de 2025 será comprimido para 3,4x (30% de desconto para pares)”, calculam.

No caso dos dividendos, os analistas não esperam em rendimentos de fluxo de caixa brilhantes até 2026, mas superiores à CSN e Gerdau.

Posteriormente, porém, a figura muda, com rendimentos fortes e consistentemente acima dos concorrentes, a uma média de 17% ao ano entre 2026 a 2032.
Como o Governo pode ajudar a Usiminas?

Outro fator para se colocar na conta é a mudança das tarifas para a importação de aço. O comitê da Câmara de Comércio Exterior (Camex) anunciou o aumento do imposto para 25% para alguns produtos de aço.

Na visão dos analistas, a introdução das novas medidas protecionistas impulsionará as vendas internas da Usiminas, reduzindo as importações de aços planos; por outro lado, isso terá um impacto limitado sobre os preços internos.

Pelos cálculos, a medida poderia reduzir as importações de aços planos em até 510 quilotonelada (kt), o correspondente a 3,5% do consumo em 2023, dependendo das tarifas que limitam as importações de produtos revestidos e galvanizados.

Já as vendas domésticas podem aumentar até 3%, para 3,8 milhões de toneladas, acima da estimativa anterior de 3,7 milhões de toneladas.

ECONOMIA

Globo Online - RJ   14/05/2024

Pela terceira semana consecutiva, o mercado elevou a projeção para taxa básica de juros da economia para este ano, chegando a 9,75% contra 9,63% da semana anterior. No fim de abril, a expectativa era 9%. No Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central do Brasil, os analistas do mercado aumentaram também as estimativas de juros para 2026 e 2027, para 9% e 8,63%, respectivamente. A taxa para o próximo ano se manteve estável 9%.

A previsão para a inflação também teve um leve ajuste para cima. Para este ano, a expectativa para o IPCA para este ano subiu de 3,72% para 3,76%. Para 2025, foi de 3,64% para 3,66%.

Esta semana há uma grande expectativa do mercado pela divulgação da ata do Copom para que esclareça os próximos passos da política monetária, como destacou nota do blog na manhã desta segunda-feira.

IstoÉ Dinheiro - SP   14/05/2024

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,738 bilhão na segunda semana de maio, resultado de exportações de US$ 7,224 bilhões menos importações de US$ 5,486 bilhões. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 13, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Na primeira semana do mês, com apenas dois dias úteis, a balança comercial teve superávit de US$ 1,467 bilhão, com exportações de US$ 4,023 bilhões e importações de US$ 2,556 bilhões.

Com esse desempenho, no mês de maio, a balança comercial acumula superávit de US$ 3,205 bilhões até o dia 12. As exportações somam US$ 11,247 bilhões e as importações, US$ 8,042 bilhões. No ano, o saldo comercial é positivo em US$ 30,940 bilhões. As vendas externas somam no ano, até 12 de maio, US$ 120,096 bilhões, e as importações, US$ 89,156 bilhões.

Segundo dados divulgados pela Secex, até a segunda semana de maio, as exportações cresceram 8,2% na comparação com maio de 2023. Já as importações tiveram alta de 16,5% pela média diária.

Por setores, até a segunda semana do mês, houve crescimento de 2,7% em Agropecuária; queda de 1,9% em Indústria Extrativa; e crescimento de 15,8% em Indústria de Transformação. Esse aumento das exportações foi puxado, principalmente, pelo crescimento nas vendas dos seguintes produtos: Animais vivos, não incluído pescados ou crustáceos (83,8%), Café não torrado (94,4%) e Algodão em bruto (464,8%) na Agropecuária; Pedra, areia e cascalho (123,0%), Minérios de cobre e seus concentrados (37,2%) e Carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado (214,3%) na Indústria Extrativa; Açúcares e melaços (34,8%), Celulose (104,3%) e Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) (21,6%) na Indústria de Transformação.

Com relação às importações, o desempenho por setor, no acumulado de maio em relação ao mesmo mês de 2023, foi: crescimento de 64,2% em Agropecuária; alta de 70,6% em Indústria Extrativa; e aumento de 11,7% em Indústria de Transformação. O destaque nas importações foi para as compras de: Trigo e centeio, não moídos (116,1%), Frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas (71,9%) e Soja (95.224,1%) na Agropecuária; Fertilizantes brutos (exceto adubos) (125,7%), Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (130,7%) e Gás natural, liquefeito ou não (310,9%) na Indústria Extrativa; Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) (45,4%), Medicamentos e produtos farmacêuticos, exceto veterinários (119,0%) e Motores e máquinas não elétricos, e suas partes (exceto motores de pistão e geradores) (42,2%) na Indústria de Transformação.

O Estado de S.Paulo - SP   14/05/2024

Kenneth Rogoff, ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) e professor de Harvard, acredita que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve reduzir os juros nos Estados Unidos apenas uma vez este ano, em setembro ou dezembro. Isso porque a inflação no país permanecem em níveis considerados elevados, por conta principalmente das pressões do setor de serviços, motivadas pelo crescimento firme da economia.

“A política monetária não está tão restritiva quanto o Fed avaliava e não está reduzindo a inflação tão rápido quanto se imaginava”, disse o economista, em entrevista ao Estadão/Broadcast. Para ele, o problema central é que os dirigentes do Fed não sabem muito bem o que está ocorrendo com a inflação, pois estão sendo surpreendidos por ela.

Na avaliação de Rogoff, porém, a zona do euro tem problemas ainda maiores que os dos EUA. “A economia da Europa está sentindo o impacto dos juros em 4%”, diz. “Os preços dos imóveis desabaram na Alemanha, Itália e Suécia, o que causará efeitos sobre o setor bancário.”

A seguir, os principais trechos da entrevista:
Qual a sua avaliação sobre o tom adotado pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ao anunciar a decisão do banco de manter os juros na reunião do início do mês?

Powell tem lutado na comunicação. Primeiro, ele disse que o Federal Reserve iria cortar os juros neste ano, mas depois afirmou que não era a mensagem que ele queria passar. Ele está tentando calibrar o discurso. O problema central é que os dirigentes do Fed não sabem muito bem o que está ocorrendo com a inflação, pois estão sendo surpreendidos por ela. Eu acredito que os dirigentes do Federal Reserve precisarão ajustar suas opiniões, dado que as taxas de juros não ficarão tão baixas quanto foram no passado recente. As taxas dos Fed funds estarão entre 3,5% e 4% em três anos, na média. Isto significa que a política monetária atualmente não está tão apertada quanto eles acreditam. Se as taxas de juros estivessem muito altas, os dirigentes do Fed estariam assumindo algum risco de gerar uma recessão. Mas se elas não estão tão elevadas, a situação é menos dramática.
O que está ocorrendo com a inflação nos EUA?

Ainda há pressões de preços de serviços, como os registrados no setor de habitação. Além disso, a política monetária não está tão restritiva quanto o Fed avaliava e não está reduzindo a inflação tão rápido quanto se imaginava. As taxas de juros reais de longo prazo, como as relativas aos Treasuries (títulos do Tesouro americano) de 10 anos, estão perto de 2,25%. Há também outras questões que levarão os juros para um patamar mais alto na próxima década, como globalização, incertezas geopolíticas e populismo. A inflação nos EUA ficará, na média, entre 2% e 2,5% nos próximos 10 anos.
O Fed deveria aceitar que a inflação nos EUA, devido a questões estruturais, é mais alta do que a meta de 2%, talvez mais próxima de 3%, como defende Mohamed El-Erian, presidente do Queens’ College da University of Cambridge?

Não, os dirigentes do Fed estão tentando trazer a inflação à meta de 2%. Se não agirem assim, porque vamos acreditar que quando a inflação estiver em 4% eles conseguirão reduzi-la para 3%? Eles estão absolutamente decididos a levar a inflação para 2%. Se a taxa de juros real de equilíbrio de curto prazo está entre 1,5% e 2%, com uma inflação de 2%, a taxa nominal neutra está entre 3,5% e 4%.

Está errada a taxa de juros nominal neutra de 2,6% estimada pelos dirigentes do Fed?

Sim, eles estão errados sobre esta taxa. Este é um pecado capital. Se eles diminuírem a inflação, ela ficará um pouco acima de 2%, não abaixo de 2%. Eu acredito que a longa era de taxas de juros nominais em 0% amarrou as mãos das autoridades do Federal Reserve para evitar a distensão da política monetária. Então, eles adotaram o relaxamento quantitativo (aumento do dinheiro em circulação para estimular a economia), o que foi uma cortina de fumaça implementada com muita força por Ben Bernanke (ex-presidente do Fed) e que gerou poucos efeitos.
A inflação resistente nos EUA está ocorrendo porque o crescimento do país está muito firme?

A inflação continua elevada basicamente por causa do estímulo fiscal que aconteceu desde a pandemia. As pessoas ricas estão indo bem e há muitos gastos dos consumidores. Os cidadãos com baixa renda receberam muitas transferências de recursos do governo. Mesmo com os mercados de ações caindo 5% ante o seu pico, ainda estão em um patamar bem alto. Os preços dos imóveis estão elevados.
Quantos cortes de juros o Fed deverá adotar neste ano e quanto será o crescimento dos EUA em 2024?

Os dirigentes do Fed reduzirão os juros uma vez neste ano, que poderá ser em setembro ou dezembro. Mas para baixar os juros ainda será necessário esperar um tempo, pois o Fed é dependente de dados econômicos e o crescimento do nível de atividade continuará muito bom neste ano. Acredito que o PIB poderá ter uma expansão acima de 2% em 2024.
Quando a inflação atingirá a meta de 2% nos EUA?

Ao final de 2025.
Quantos cortes de juros o Fed adotará até lá?

Até o fim de 2026 os juros estarão entre 3,5% e 4%. Eu não acredito que o Fed reduzirá a taxa para 4% até o final de 2025, a menos que Donald Trump assuma o Federal Reserve, caso seja eleito neste ano. (Atualmente, a taxa de juros nos EUA está em uma faixa entre 5,25% e 5,5% ao ano).
Vamos tratar da política monetária na zona do euro. O Banco Central Europeu estará correto se reduzir os juros em junho?

A zona do euro tem muito mais problemas do que os EUA. A economia da Europa está sentindo o impacto dos juros em 4%. Os preços dos imóveis desabaram na Alemanha, Itália e Suécia, o que causará efeitos sobre o setor bancário. E vários bancos têm grandes volumes de títulos públicos de governos comprados com juros mais baixos e estão registrando muitos prejuízos com o atual nível de juros, que é mais elevado. Não acredito que a inflação atingirá a meta de 2% logo na zona do euro. Mas como as economias na região enfrentam vários problemas, o BCE precisará ser mais cuidadoso para manter os juros elevados. Os EUA permitirão que a inflação continue alta por mais tempo porque a economia está indo bem. Na Europa, será aceita a inflação elevada por mais tempo porque o nível de atividade está indo mal.

Quantos cortes de juros o BCE deverá adotar neste ano?

O cenário base é o BCE reduzir os juros duas ou três vezes em 2024, mas a inflação continuará alta. Contudo, acredito que veremos logo o início do estresse no setor financeiro, o que não contribuirá para que os juros sejam mantidos no atual patamar elevado.

O sr. vê a taxa de juros na zona do euro em 3% ao final de 2025?

Sim, é uma taxa de juros razoável para o término do próximo ano.
Em relação ao Japão, o câmbio atingiu recentemente o recorde de 160 ienes por dólar. A pressão de depreciação do iene continuará até o momento em que o Federal Reserve comece a baixar os juros?

O problema do iene demorará muito mais do que o início da redução dos juros pelo Fed. As intervenções do ministério das Finanças para conter a depreciação do câmbio ocorrem porque as autoridades no Japão não querem subir os juros. O Japão cavou um grande buraco, pois muitos investidores estão com volumes imensos de títulos públicos. Se os juros subirem, esses papéis passarão a valer muito menos. Quando ocorreu o colapso do Silicon Valley Bank e outros bancos de porte médio e pequeno nos EUA, em 2023, pelo menos dois trilhões de dólares de prejuízos foram registrados por tais instituições, porque elas tinham dívida de longo prazo quando as taxas de juros subiram. No caso do Japão, muitos investidores têm títulos públicos com juros perto de zero e eles terão prejuízos impressionantes quando o Bank of Japan aumentar as taxas de juros. Um título de 10 anos que pagava 0% de juros e subitamente sobe para 2% gerará perdas para vários setores, como o financeiro e de habitação.

Globo Online - RJ   14/05/2024

O Rio Grande do Sul precisará avaliar em breve os estragos das enchentes na economia. O drama humano está hoje eloquente nos relatos de mortes e nas imagens de casas submersas. A maior perda são as vidas e os lares destruídos, mas o drama já se traduz também em falta de emprego e renda. Quando as águas baixarem, a população afetada precisará voltar à rotina de trabalho. Saber o que foi destruído nos setores industrial, agrícola e de serviços é o primeiro passo para assegurar o retorno à normalidade.

Dos municípios atingidos pelas cheias, 397 respondem por 92% da indústria, 91% dos serviços e 79% da agropecuária do estado. Mas ser afetado não significa necessariamente que toda a estrutura econômica tenha sido prejudicada. O Rio Grande do Sul já colheu 76% da soja, 83% do milho e 84% do arroz da atual safra, e nem toda a área plantada está sob as águas. As previsões falam em 2% de queda no PIB gaúcho, que representa 6,5% do brasileiro. Com uma economia interligada, principalmente aos demais estados do Sul, deverão ser afetadas várias cadeias produtivas nacionais. Na agricultura, sobretudo arroz, trigo e soja. Analistas preveem que o PIB brasileiro caia entre 0,2 e 0,3 ponto percentual.

A análise exige cautela, porém, pois o impacto não é homogêneo. Muitos perderam tudo com a tragédia. Os maiores prejuízos ficaram com produtores de suínos, aves, grãos e hortaliças em vales como Jaguari e Taquari. Num ano de seca, agricultores, criadores de animais e donos de agroindústrias veem 12 meses de trabalho se dissipar. Num período histórico de chuvas, a dimensão é outra. A água varre tudo, inclusive galpões e máquinas. Não se trata de estar pronto para outra. Por isso, a resposta do governo precisa ser diferente.

A enchente é um drama predominantemente urbano, e a cheia atingiu o ponto mais densamente ocupado do estado — de Porto Alegre à serrana Caxias do Sul. A região concentra o parque fabril gaúcho e responde pela maior fatia do PIB estadual. Na Grande Porto Alegre, a indústria emprega 128 mil, principalmente no setor mecânico. A Serra reúne 121 mil industriários. No Vale dos Sinos, são 184 mil.

A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) ainda não tem estimativa confiável das perdas. É um quadro com nuances. São evidentes os estragos nos 40 quilômetros entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, passando pelas parcialmente submersas Canoas, Sapucaia do Sul e São Leopoldo. Caxias do Sul também está em estado de calamidade pública, com risco de deslizamento de terra. Mas lá lideranças do setor industrial veem a crise como oportunidade. A região manteve a base produtiva preservada até o momento. “Vamos ter muitas alternativas. Seja fornecer diretamente para as regiões afetadas, seja assumir etapas da produção”, diz Celestino Loro, presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC).

Os governos federal, estadual e municipais não devem medir esforços para identificar quem precisa de mais ajuda. A tarefa exige rapidez, mas também atenção para evitar desperdício. São urgentes os investimentos em infraestrutura. Com aeroportos fechados, estradas interrompidas e pontes caídas, as empresas que não foram invadidas pelas águas se veem paralisadas pelo apagão logístico. Os gaúchos precisarão de ajuda não apenas para limpar suas casas, mas também para voltar a trabalhar logo depois que as águas baixarem.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   14/05/2024

Os preços futuros do minério de ferro se fortaleceram nesta segunda-feira, já que as notícias sobre mais emissões de títulos pelas autoridades chinesas para estimular o crescimento econômico superaram o impacto da divulgação de dados de crédito mais fracos do que o esperado no principal mercado consumidor do minério.

O contrato mais negociado de setembro do minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) na China encerrou o dia com alta de 2,42%, a 888 iuanes (122,75 dólares) a tonelada, apagando perdas registradas mais cedo na sessão.

Baixe uma lista de 11 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de crescimento para os próximos meses e anos
O minério de ferro de referência para junho na Bolsa de Cingapura subia 1,25%, a 117,25 dólares a tonelada.

O Ministério das Finanças da China disse na segunda-feira que iniciará as tão esperadas vendas de títulos especiais de longo prazo do tesouro, que Pequim espera que ajudem a estimular os principais setores de uma economia em declínio, confirmando o que a Reuters informou anteriormente citando fontes.
Também deu sustentação aos preços do minério o medo de uma interrupção temporária do fornecimento causado por um acidente de trem na Rio Tinto, o maior fornecedor de minério de ferro do mundo.

A Rio Tinto informou na segunda-feira que um trem autônomo descarrilou em suas operações de minério de ferro na Austrália Ocidental durante a noite, com investigação em andamento e sem feridos.

No início da sessão, ambos os índices de referência do minério registraram perdas, com o peso de dados fracos e sinais mistos sobre os fundamentos do mercado.

Os bancos chineses concederam 730 bilhões de iuanes em novos empréstimos em abril, uma queda acentuada em relação aos 3,09 trilhões de iuanes em março, ficando aquém das expectativas dos analistas, segundo dados do banco central no sábado.

A força da produção de metais quentes refletiu a crescente demanda pelo principal ingrediente de fabricação de aço em meio à persistente retomada da produção entre as usinas, enquanto os estoques de minério no porto ainda pairavam em níveis relativamente altos, pesando sobre os preços do minério, disseram analistas da Huatai Futures em uma nota.

Valor Investe - SP   14/05/2024

Preço do minério de ferro ajuda, negociado acima dos US$ 110, a tonelada; papel da CSN também avança

Os ações da CSN Mineração operaram em forte alta do pregão de hoje na B3 e encerram o dia na liderança do Ibovespa, que subiu 0,44%, a 128.155 pontos. O papel da mineradora (CMIN3) encerrou os negócios com ganho de 8,5%, cotado a R$ 5,50. CSN (CSNA3) também teve ganho significativo, subindo 2,17%, a R$ 14,14.

Amanhã (14) é a data de corte para dar direito aos acionistas de recebimentos dos dividendos de ambas as companhias.

A CSN Mineração aprovou o pagamento de R$ 1,02 bilhão em dividendos intermediários, o equivalente a R$ 0,186869166032 por ação (CMIN3).

O crédito será feito até o dia 28 de maio, quando a companhia pagará também os R$ 435,2 milhões em juros sobre capital próprio (JCP), anunciados em dezembro. O montante corresponde a R$ 0,0793471935161 por ação, sobre os quais incide 15% de Imposto de renda retido na fonte (IRRF).

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), por sua vez, aprovou o pagamento de R$ 950 milhões em dividendos intermediários, o equivalente a R$ 0,716389666 por ação (CSNA3). O depósito deve ser feito até dia 29 de maio.

Os papéis passam a ser negociados “ex-dividendos” no pregão da quarta-feira (15).

O dia é favorável às produtoras de commodities em geral. No segmento de mineração, os preços do minério de ferro, que iniciaram a semana em alta, marcando o terceiro dia consecutivo de ganhos moderados, apesar dos dados negativos de concessão de crédito na China, maior consumidor mundial da commodity.

Segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro encerrou os negócios no mercado asiático com ganho de 0,6%, a US$ 117,25 por tonelada.

Com esse desempenho, a principal matéria-prima do aço zerou a perda acumulada em maio e, agora, exibe leve alta de 0,4% no mercado à vista. No ano, o desempenho ainda é negativo, com perdas de 16,6%.

Na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), os contratos mais negociados, com entrega em setembro, avançaram 2,4%, para cerca de US$ 122,70, por tonelada.

Com informações do Valor PRO, serviço de notícia em tempo real do Valor Econômico.

Diário do Comércio - MG   14/05/2024

Adquirir a Anglo American seria uma chance para a Vale não deixar suas principais concorrentes ganharem participação no mercado brasileiro, sobretudo em minério de ferro, avaliou um experiente especialista do setor mineral. Conforme ele, a mineradora brasileira, assim como a anglo-australiana Rio Tinto, não deveria ficar de fora da disputa pela empresa anglo-sul-africana.

Preferindo manter sua identidade em sigilo, a fonte também disse à reportagem que a Anglo está ficando nas “cordas” e, em breve, não terá como recusar uma nova proposta.

Na segunda-feira (13), a BHP – única a oficializar o interesse até o momento – anunciou que a Anglo American recusou uma oferta de US$ 42,7 bilhões. Essa foi a segunda negativa recebida pela empresa em menos de um mês, visto que em abril recebeu uma recusa por US$ 39 bilhões.

Em comunicado, a CEO da BHP, Mike Henry, afirmou que estão desapontados com a nova rejeição. Ele acreditava que a oferta revisada seria um “ganha-ganha” para as mineradoras.

A Anglo American, por sua vez, explicou, em nota, que seu conselho analisou e concluiu que a última proposta continua “a subestimar” significativamente a empresa e suas perspectivas futuras. O presidente Stuart Chambers reiterou ainda que a estrutura da oferta segue pouco atrativa.

Para o especialista, existe uma fragilidade na proposta da BHP que vem dificultando o acordo: a exigência de que a Anglo distribua para os acionistas as participações de dois ativos na África do Sul. Na avaliação dele, essas operações deveriam ser mantidas na oferta e depois envolvidas em um spin-off – companhia criada a partir de outra – para serem repassadas aos sócios ou vendidas.

A fonte analisa que a BHP pode, sim, acabar desistindo de comprar a Anglo American caso as negociações alcancem cifras ou condições indesejadas e que não agreguem valor à mineradora.

Ele pondera, entretanto, que a morosidade para a tomada de decisão cria uma insegurança nas ações da Anglo. Além disso, de acordo com o especialista, a “publicidade” das tratativas não é bem-vista internamente, pois os executivos ficam sem saber se serão incorporados ou não.
Rio Tinto avalia enviar proposta para a Anglo American

Ao adquirir a Anglo American, a Vale impediria ganho de participação da concorrência, enquanto a BHP se beneficiaria, justamente, de uma expansão dos negócios, avançando sobre as concorrentes. Pelo mesmo motivo, a Rio Tinto teria de entrar na disputa, observou a fonte.

A imprensa da Austrália noticiou, na última semana, que a Rio Tinto também estaria avaliando a possibilidade de enviar uma proposta para comprar a Anglo. Os noticiários dizem que a mineradora estaria monitorando de perto a situação e analisando os prós e contras do negócio.

Para o coordenador de Ciências Contábeis da Estácio Venda Nova, Alisson Batista, por ser uma das maiores empresas de mineração do mundo, acompanhar o movimento da BHP é importante para a Rio Tinto. Ele também avalia que um possível acordo poderia ser interessante para a companhia anglo-australiana, que tem foco e já realiza investimentos na produção de cobre.

Batista diz que se a Rio Tinto entrar nas negociações, provavelmente haverá uma disputa de valores, o que seria benéfico para a Anglo American. Contudo, ele acredita que isso não vai acontecer e, possivelmente, a mineradora anglo-australiana não comprará a anglo-sul-africana.

Sobre a Vale, o coordenador observa que a empresa vem acompanhando as tratativas, mas não demonstra interesse de mudar suas estratégias. Com relação à BHP, ele afirma o movimento de negativas por parte da Anglo por impactar na desistência da empresa em adquiri-la, “todavia, é um movimento comum dentro do mercado de fusões e aquisições”. Batista crê em novos desdobramentos e diz que a “a BHP, certamente não vai descartar, de fato, essa possibilidade”.

Valor - SP   14/05/2024

Agora, o projeto depende da renovação das licenças ambientais

A DEV Mineração, mineradora de ferro da Pedra Branca Alliance, uma joint venture entre a Indo Sino (de Cingapura) e a britânica Cadence Minerals, recebeu da Agência Nacional de Mineração (ANM) a declaração de segurança da barragem Mário Cruz, usada para abrigar os rejeitos da mina de ferro da empresa em Pedra Branca do Amapari, no Amapá.

A emissão do documento, que atesta que a mina pode ser reativada em condições seguras, cumpre mais uma etapa para retomada do Projeto Ferro Amapá, desativado há sete anos. A DEV é dona do projeto integrado de mineração desde 2019 e planeja investir US$ 320 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão ao câmbio atual) para reiniciar as operações.

Agora, o projeto depende da renovação das licenças ambientais, solicitadas em 11 de abril à Secretaria de Estado do Meio Ambiente para seguir adiante.

Além de reiniciar a atividade de mineração, a DEV pretende retomar as operações da ferrovia que liga Serra do Navio a Santana, passando por Pedra Branca, onde estão as jazidas.

Em uma segunda fase, a empresa reconstruirá o terminal portuário de Santana, usado para escoar o minério de ferro. A mina em Pedra Branca pode produzir 6 milhões de toneladas por ano, com vida útil de 16 anos. A expectativa é iniciar os trabalhos assim que os órgãos ambientais derem seu aval.

“Vamos reativar toda a operação respeitando necessidades ambientais e sociais”, diz em nota a diretora-geral das operações da DEV, Raquel Dalseco.

 

Infomoney - SP   14/05/2024

A Anglo American rejeitou nesta segunda-feira (13) uma oferta de aquisição mais alta de 34 bilhões de libras (US$ 42,67 bilhões) feita pela BHP, dizendo que a maior mineradora listada do mundo “continua a subestimar significativamente” a empresa.

A Anglo já havia rejeitado a proposta inicial da BHP de US$ 39 bilhões, feita em 25 de abril, considerando-a oportunista e dizendo que diluiria o valor positivo para seus acionistas em relação aos da BHP.

“A última proposta da BHP novamente não reconhece o valor inerente à Anglo American”, disse o presidente do conselho da Anglo, Stuart Chambers, nesta segunda-feira.

A nova oferta, feita em 7 de maio, foi 10% mais alta do que a primeira, ou um aumento de 15% na relação de troca da fusão para elevar a participação agregada dos acionistas da Anglo American no grupo combinado para 16,6%, de 14,8%.

“Estamos desapontados com a rejeição dessa segunda proposta”, disse o CEO da BHP, Mike Henry, em um comunicado. “A BHP continua acreditando que uma combinação das duas empresas proporcionaria um valor significativo para todos os acionistas.”

A proposta revisada exigia novamente que a Anglo vendesse suas ações em ativos de minério de ferro e platina na África do Sul.

A Anglo é atraente para seus concorrentes por seus valiosos ativos de cobre no Chile e no Peru, com a expectativa de que a demanda aumente à medida que o mundo se volta para uma energia mais limpa e para o uso mais amplo da inteligência artificial.

Seu portfólio também inclui platina, minério de ferro, carvão siderúrgico, diamantes e um projeto de fertilizantes.

“Estimamos que, se a Anglo se desfizesse de seu portfólio de minério de ferro, diamantes, manganês e PGM, a entidade remanescente teria uma exposição de cerca de 70% ao cobre”, disseram os analistas da RBC Capital Markets em uma nota.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   14/05/2024

No início, a linha, de onde também sairão ônibus, vai utilizar peças enviadas do Brasil

Cortes, presidente da Volks Caminhões: “Os governos vão e vêm, mas a região é um bom lugar para se fazer negócios” — Foto: Silvia Costanti/Valor

A Volkswagen inaugura, nesta terça-feira (14), a sua primeira fábrica de caminhões e ônibus na Argentina. A unidade vai funcionar num espaço no mesmo terreno de uma fábrica do próprio grupo Volkswagen na província de Cordoba que já produz transmissões de automóveis para exportação. Segundo Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, com produção local a empresa terá chances de expandir a venda de veículos comerciais, pois estará livre de amarras como licenças de importação, que se tornaram comuns no país vizinho.

Anunciada no fim de 2022, um ano antes da eleição que conduziu o liberal Javier Milei à presidência da Argentina, a nova fábrica foi erguida com parte do último plano de investimentos - de R$ 2 bilhões entre 2021 e 2025. A empresa não divulga quantos recursos foram aplicados nessa operação, que começará de forma modesta, com apenas 100 empregados que montarão caminhões e ônibus com peças importadas do Brasil.

No futuro, no entanto, o plano é ter em Cordoba uma operação muito semelhante à que a Volks tem em Resende (RJ). Inaugurada em novembro de 1996, a unidade de Resende tornou-se uma referência do método de produção chamado consórcio modular, por meio do qual os fornecedores dos conjuntos de componentes operam dentro da própria linha de montagem.

A crise que os argentinos ainda enfrentam não é motivo para não investir no país, segundo Cortes. “A gente sabe que nos países emergentes existem oscilações, os governos vão e vêm. Mas a gente olha o ciclo e a região é um lugar bom para se fazer negócios”, destaca.

O executivo aponta o potencial do país em aspectos como o do agronegócio e, segundo ele, as medidas liberais de Milei têm sido bem aceitas “teoricamente e tecnicamente”. “Durante a minha carreira na indústria automobilística eu já passei por 19 crises [no Brasil]. A gente aprende a lidar com os problemas estruturais e tenta gerenciar os conjunturais”, afirma Cortes.

O passo da Volks Caminhões e Ônibus atende ao plano da companhia de internacionalizar uma operação que acabou fazendo do Brasil a sua sede. Tudo começou em novembro de 1996 com a inauguração da fábrica de Resende.

O método de produção implantado na unidade colocou os principais fornecedores para montar os conjuntos de componentes dentro da própria linha de montagem dos veículos. O chamado consórcio modular acabou por se tornar uma referência e fez com que a operação brasileira passasse a ser a sede global da Volkswagen Caminhões e Ônibus, tendo Cortes à frente. Hoje a Volkswagen Caminhões e Ônibus faz parte da TRATON, que é do grupo Volks.

Segundo o executivo, o plano de internacionalização prevê que a companhia tenha mais fábricas fora do Brasil, em países cujos perfis tenham as mesmas características do mercado brasileiro. A empresa já tem uma fábrica no México, uma na África do Sul e uma pequena linha de montagem nas Filipinas. O objetivo é ter novas na África, Oriente Médio e até Ásia.

O exterior, segundo ele, representa hoje em torno de 15% dos negócios. A ideia é chegar a 25%. “A Argentina sempre foi o principal mercado fora do Brasil. Já estamos nele há 25 anos. Faltava apenas ter uma fábrica”.

Cortes passou o dia, ontem, com integrantes da equipe econômica do governo argentino, incluindo Luis Caputo, ministro da Economia. Segundo ele, nada foi pedido a eles. O encontro serviu apenas para oficializar o início da produção, nesta terça-feira, que será marcado por uma cerimônia com a presença de autoridades do governo de Cordoba.

Na Argentina serão produzidos cinco modelos de caminhões e ônibus. A projeção inicial é de produção de 800 unidades neste ano, mas a capacidade permitirá chegar a 2,7 mil. A fábrica de Resende continuará, no entanto, exportando veículos completos para completar a oferta de produtos no mercado vizinho.

Enquanto cuida dos planos de internacionalização da operação da companhia que comanda, Cortes comemora o início da recuperação do mercado brasileiro de veículos comerciais.

A produção de caminhões cresceu 34% de janeiro a abril, num sinal, lembra o executivo, de que o consumidor começou a aceitar o aumento de preços provocado pela transição da legislação de emissões.

Com a obrigatoriedade de que todos os caminhões e ônibus produzidos no país desde janeiro de 2023 sigam a fase chamada Euro 6, os veículos receberam mais equipamentos de controle de emissões, o que os tornou mais caros. Isso provocou uma estagnação nas vendas em 2023.

Mas, agora, diz o executivo, a tendência de queda nos juros ajuda o setor. Cortes segue a previsão dos representantes do setor de que a produção em 2024 vai crescer em torno de 14% “É um bom número”, destaca.

FERROVIÁRIO

Monitor Digital - RJ   14/05/2024

O serviço de trens intermodais ferroviário-marítimos da China, que faz parte do Novo Corredor Internacional de Comércio Terrestre e Marítimo, movimentou mais de 300 mil contêineres padrão de mercadorias até agora este ano, informou a China Railway Nanning Group Co., neste domingo.

As mercadorias exportadas da China incluem principalmente autopeças, motocicletas e geradores de energia, e as mercadorias importadas são principalmente gordura vegetal indonésia e polpa vietnamita, de acordo com Huang Jiangnan, chefe da estação ferroviária leste do Porto de Qinzhou.

Os trens intermodais transportaram um total de 1.143 tipos de importações e exportações, disse Huang.

Lançado em 2017, o Novo Corredor Internacional de Comércio Terrestre e Marítimo é uma passagem comercial e logística construída por regiões de nível provincial no oeste da China e por membros da ASEAN.

O corredor comercial foi ampliado para abranger 71 cidades em 18 regiões de nível provincial na China e se estende a 503 portos em 121 países e regiões. Fim

Rodoviário

CNN Brasil - SP   14/05/2024

A infraestrutura brasileira de rodovias e ferrovias requer 179 medidas de adaptação para reduzir sua vulnerabilidade ao impacto das mudanças climáticas, segundo estudo recente do Ministério dos Transportes.

Do contrário, haverá riscos cada vez maiores às operações logísticas e aumento dos custos de manutenção, bem como a necessidade de reconstrução de ativos eventualmente danificados.

É o que foi visto, por exemplo, na tragédia que devastou o Rio Grande do Sul. As enchentes afetaram o funcionamento de boa parte da infraestrutura do estado, com queda de pontes, interdição de estradas e fechamento do aeroporto de Porto Alegre.

Ao todo, o estudo listou a necessidade de 121 medidas estruturais e 58 medidas não estruturais para o conjunto de rodovias e ferrovias brasileiras. Foram elaborados cenários até 2065.

A malha rodoviária nacional soma 79.634 quilômetros de estradas pavimentadas (87% pavimentadas). Quase um terço disso está sujeito ao risco “médio” de queimadas e incêndios.

O estudo identifica riscos maiores de alagamento ou inundação em trechos no Pará e no Maranhão, além de partes de rodovias no litoral nordestino. A BR-116 (que cruza o Rio Grande do Sul e chega ao Nordeste) e a BR-381 (São Paulo/Minas Gerais) também são citadas.

No caso de deslizamentos de terra, pontos na Serra Geral (região Sul) e na Serra do Mar (Sudeste) são mencionados como de maior risco climático.

“Em infraestrutura de transportes terrestres, o objetivo das medidas de adaptação é reduzir a vulnerabilidade e a exposição dos ativos, de modo a manter o sistema de transportes operante”, afirma o estudo.

“Já existem evidências robustas de que os padrões climáticos estão mudando, podendo causar danos e prejuízos na infraestrutura e, consequentemente, reduzir a eficiência das operações de transporte. Estes impactos geram custos adicionais de manutenção, recuperação ou reconstrução de ativos eventualmente danificados, de maneira que determinados efeitos são percebidos imediatamente, enquanto outros manifestam-se em médio ou longo prazo.”

Já na malha ferroviária nacional, que chega a pouco mais de 30 mil quilômetros, foram detectadas ameaças climáticas em até 60% de sua extensão no médio prazo.

Os trechos de maior vulnerabilidade encontram-se na Estrada de Ferro Porto Alegre-Uruguaiana, na Estrada de Ferro Vitória-Minas, na Estrada de Ferro Minas-Rio e na Estrada de Ferro Carajás.

O estudo resultou de um projeto do Ministério dos Transportes no âmbito do memorando de rntendimento firmado com a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GmbH) no Brasil. A iniciativa conta com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A execução do estudo se deu a partir da parceria entre a Gitec Brasil e o Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ, no âmbito do ProAdapta.

Veja algumas das ações sugeridas no estudo:
Uso de novas misturas asfálticas — pavimento permeável — que auxiliam na drenagem mais rápida de água parada

Instalação de proteção suave contra erosão (grama, capim, arbustos e árvores)

Instalação de proteção dura contra erosão (cascalho e pedra, blocos de concreto, gabiões e estacas de aço ou madeira)

Estabilização de taludes, incluindo a instalação de paredes de gabiões, pregos desolo e estacas-prancha

Uso de musgo e líquens para controle de erosão.

Implantação de sistemas de alerta precoce- Plantio de florestas de “proteção” Remoção controlada de vegetação para evitar incêndios florestais

Mudança no procedimento de instalação dos trilhos para aumentar o limite de temperatura para expansão térmica

Instalação de proteção rígida, que fornece uma barricada contra a entrada de água

NAVAL

Globo Online - RJ   14/05/2024

O governo federal adiou o leilão de seis terminais portuários que estava marcado para 23 de maio na Bolsa B3, em São Paulo. A decisão foi anunciada pelo Ministério de Portos e Aeroportos em decorrência da situação de calamidade devido às cheias no Rio Grande do Sul.

"Em razão da situação de calamidade pública em que se encontra o estado do Rio Grande do Sul, devido às enchentes causadas por fortes chuvas, e em respeito aos familiares e amigos das vítimas da tragédia", disse o Ministério em nota.

O certame, o primeiro do atual governo, prevê o arrendamento de seis áreas: quatro localizadas no Porto de Recife (PE, uma no Porto do Rio de Janeiro (RJ) e uma no Porto de Rio Grande (RS).

A nova data ainda não foi marcada e será anunciada em breve, segundo o Ministério.

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   14/05/2024

Mais de 55 empresas brasileiras marcaram presença na Offshore Technology Conference 2024 que chega ao fim nesta quinta-feira (09), em Houston, nos Estados Unidos. Reconhecida como a principal feira de petróleo e gás do mundo, a OTC teve foco na cadeia de suprimentos para o segmento offshore (marítimo) e forte representação brasileira.

Durante os cinco dias do evento, empresas nacionais do setor de Óleo e Gás participaram ativamente da programação oficial e em eventos paralelos liderando rodadas de negócios, encontros de relacionamento e discussões voltadas sobre a busca por tecnologias e inovações para garantir a segurança energética do mundo no contexto de transição para um futuro mais sustentável e de baixo carbono.

"Foi extremamente importante participar dessa edição. De fato, neste ano o tema principal foi relacionado à transição energética e percebemos muitas possibilidades para a indústria brasileira. É uma oportunidade para o nosso setor conhecer as novidades, olhar e direcionar um pouco mais as tecnologias, fechar novos negócios e, principalmente, desenvolver o mercado nacional", afirma Pedro Ghiatã CEO da Infotec Brasil, empresa especializada em Terceirização de Serviços, Processos (BPO) e Pessoas que enviou uma comitiva de lideranças para Houston.

Petrobras reconhecida: um dos grandes destaques nacionais na OTC foi a conquista do "Distinguished Achievement Award" pela Petrobras. A premiação aconteceu no primeiro dia de evento e o troféu foi entregue nas mãos de Jean Paul Prates, presidente da empresa. O reconhecimento veio pelas inovações implementadas na Bacia de Campos, com destaque para os trabalhos no campo de Marlim. Com o uso de tecnologia e capacidade técnica única, aumentando em 230 mil barris por dia a produção nos campos da região.

Outras agendas: Além da premiação - que foi parte da programação oficial do evento - outros encontros paralelos reuniram empresários brasileiros com líderes do mercado internacional. O "6º Encontro dos Brasileiros" foi organizado pela FVG Energia e aconteceu também em Houston. Na ocasião, profissionais do setor energético discutiram e dividiram informações para o avanço do conhecimento científico e técnico dos recursos offshore. Já a 10ª edição do encontro "Brazil Energy Meeting", ocorreu na véspera da abertura da OTC e contou com a presença de Prates, do Diretor-Geral da ANP, Rodolfo Saboia, Outra agenda que teve presença brasileira foi no ABS Meeting, que pontuou o acordo marítimo e tecnológico entre a ABS e Seatrium que visa colaborar na aceleração da descarbonização e na transição energética.

Sobre a Infotec Brasil: A Infotec Brasil é uma empresa especializada em Terceirização de Serviços, Processos (BPO) e Pessoas com mais de 38 anos de experiência em outsourcing nos setores de Óleo e Gás, Energia, Mineração e Siderurgia. Os serviços e formatos oferecidos pela companhia permitem que os clientes mantenham foco em suas principais estratégias de negócio enquanto suas eficiências operacionais são administradas, promovendo a redução de riscos, tornando os processos mais eficientes, custos mais competitivos, com menor risco trabalhista e baixo absenteísmo. Tem como principal propósito conectar pessoas e tecnologias para otimizar os resultados dos clientes através de alianças estratégicas, terceirização de serviços e processos.

IstoÉ Dinheiro - SP   14/05/2024

Os preços do petróleo avançaram nesta segunda, 13, sustentados pelas tensões entre Israel e Hamas, em meio aos desdobramentos militares na região de Rafah, e também pela fraqueza do dólar, que hoje recua contra divisas desenvolvidas em geral.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para junho fechou em alta de 1,10% (US$ 0,86), a US$ 79,12 por barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para julho subiu 0,69% (US$ 0,57), a US$ 83,36 por barril.

No fim de semana, o Exército de Israel avançou na região de Rafah, o último reduto de militantes do Hamas em Gaza. Enquanto isso, os inimigos conseguiram se reagrupar no norte de Gaza, região anteriormente dominada por Israel. Nos Estados Unidos, o secretário de Estado americano Anthony Blinken, defendeu que o país continue suspendendo o envio de bombas para o Exército israelense.

Hoje, investidores seguem tomando posições de cautela, antes da divulgação dos dados de inflação ao consumidor e produtor (CPI e PPI) dos Estados Unidos, que serão divulgados durante esta semana.

De acordo com o analista do BOK Financial, Dennis Kissler, o fracasso em avançar nas negociações entre o Hamas e Israel se mistura com preocupações sobre a baixa oferta global para sustentar os ganhos do petróleo. Para o TD Securities, os preços da commodity dependem cada vez mais do prolongamento de cortes voluntários da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) no médio prazo.

Petro Notícias - SP   14/05/2024

6Tradicional conhecida pela distribuição do GLP, o chamado “gás de cozinha“, à mais de 11 milhões de residências e 60 mil empresas, a Ultragaz está dando mais um passo no plano de ampliar sua participação em meio à transição energética no país, com a expansão da oferta de novas soluções em energia renovável no território nacional. A companhia, que adquiriu a Neogás em 2022 para ingressar no mercado de gás natural e biometano, agora avança para interiorizar o acesso do combustível, em larga escala, produzido a partir de resíduos orgânicos a grandes indústrias hoje localizadas em regiões não atendidas por gasodutos – conhecidas como off-grid. A partir da infraestrutura da Ultragaz, empresas como Nestlé e PepsiCo passaram a contar com o fornecimento do biometano para apoiá-las em suas jornadas de descarbonização e metas ESG. Até o final de 2024, a Ultragaz prevê o fechamento de novos acordos de venda de biometano com setores estratégicos da indústria nacional, como o automotivo, metalúrgico, cerâmico, têxtil e o agronegócio.

A estratégia passa por viabilizar a conexão com os maiores produtores de biometano do país. Nesse sentido, fechou um acordo com a Essencis Biometano, parceria entre MDC e Solví Essencis Ambiental, localizada em Caieiras (SP), para produção do energético renovável proveniente do maior aterro sanitário em operação da América Latina, operado pela Solví. O volume de biometano previsto a ser fornecido à Ultragaz será de até 68 mil metros cúbicos ao dia. Outro contrato recém firmado envolve o fornecimento estimado de até 10 mil metros cúbicos por dia de biometano, no estado do Rio de Janeiro, a partir da usina GNR Dois Arcos, em São Pedro da Aldeia (RJ). A planta tem o biogás captado e purificado também pela MDC, em unidade operada em parceria com o Grupo Osafi, proprietário do aterro.

Guilherme Darezzo, Vice-presidente de Operações da Ultragaz, diz que “Desde o início da jornada de incorporação do biometano ao nosso portfólio, temos avançado para firmar parcerias estratégicas e aprimorar ainda mais nossa excelência operacional e expertise no transporte de GNC (Gás Natural Comprimido) via modal rodoviário, viabilizando assim uma importante alternativa sustentável aos clientes industriais.” De origem certificada, o biometano fornecido à Ultragaz segue as resoluções da ANP. A empresa já recebe o biometano no modal comprimido, reduzindo seu volume em aproximadamente 260 vezes, o que favorece sua escala e transporte para diversas regiões do Brasil. “Estamos em um momento-chave no setor e vemos o Brasil no centro das discussões globais sobre sustentabilidade. Por isso, queremos protagonizar a transição energética por meio de um portfólio completo de soluções em energia“, completa Darezzo.

Diário do Comércio - MG   14/05/2024

A Petrobras registrou lucro líquido de 23,7 bilhões de reais no primeiro trimestre, queda de 37,9% ante o mesmo período do ano anterior, informou a companhia nesta segunda-feira (13).

Na comparação com o quarto trimestre, o resultado recuou 23,7%, principalmente diante de menores volumes de vendas e devido à redução do preço do petróleo e da margem de diesel.

Além disso, a empresa ressaltou que o resultado foi impactado pela piora do resultado financeiro devido à desvalorização do real frente ao dólar. Tais efeitos foram parcialmente compensados pela redução das despesas operacionais e imposto de renda apurado na comparação com o trimestre anterior.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado totalizou 60,04 bilhões de reais entre janeiro e março, queda de 17,2% versus o mesmo período de 2023.

Desconsiderando os itens não-recorrentes, o lucro líquido seria semelhante, de 23,9 bilhões de reais, montante abaixo do esperado por analistas, que previam um lucro líquido recorrente de 30,2 bilhões de reais, em média, conforme pesquisa da LSEG.

A receita de vendas da petroleira somou 117,72 bilhões de reais no trimestre, queda de 15,4% na comparação anual.

Com o resultado, a Petrobras aprovou um pagamento de 13,45 bilhões de reais em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) intercalares aos acionistas.

A empresa havia reportado no mês passado que sua produção de petróleo no Brasil subiu 4,4% entre janeiro e março ante igual período do ano passado, principalmente devido ao avanço operacional de quatro plataformas que entraram em operação ao longo de 2023.

A Petrobras produziu média de 2,236 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) no país no primeiro trimestre, versus 2,141 milhões de bpd nos mesmos três meses de 2023, informou a empresa em seu relatório de produção e vendas.

A companhia encerrou o primeiro trimestre com uma dívida bruta de cerca de 61,8 bilhões de dólares, uma queda de 1,2% em comparação com o fechamento de 2023 e dentro do intervalo de referência entre 50 bilhões e 65 bilhões de dólares.

Valor - SP   14/05/2024

Rafael Dubeux diz que população está mais sensível ao clima após tragédia no RS

Rafael Dubeux: “É difícil para um país em desenvolvimento abrir mão dos recursos no longo prazo” — Foto: Gesival Nogueira Kebec/Valor

Colocado no conselho de administração da Petrobras em meio à disputa em torno do pagamento dos dividendos extraordinários, o secretário-executivo-adjunto do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux, chega ao colegiado como representante maior da agenda de transição ecológica do governo. Sua atuação, contudo, terá a marca do pragmatismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não está disposto a abrir mão das reservas de petróleo e gás do país.

Na primeira entrevista desde que foi aprovado para o conselho, há 20 dias, ele disse que a Petrobras será uma das últimas petroleiras do mundo a abandonar a produção de combustíveis fósseis. “Aquelas que têm um petróleo a um custo menor e com a intensidade de carbono por barril produzido menor tendem a ser as que vão ficar por mais tempo produzindo”, disse ele sobre a estatal.

Sobre a catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul, Dubeux afirmou que o governo deve anunciar em algumas semanas iniciativas concretas para uma política mais efetiva de prevenção e adaptação às mudanças climáticas. “Este é um debate que está sendo feito neste momento, para que, além da resposta imediata, a gente consiga ter no ciclo pré-desastre uma capacidade de ação mais efetiva”, disse.

O novo conselheiro da Petrobras também deu detalhes sobre a estruturação de um fundo permanente para conservação de florestas, desenhado com o Banco Mundial, e que poderá receber bilhões de dólares para viabilizar o pagamento por serviços florestais, visto como uma saída promissora para a meta de desmatamento zero.

A seguir os principais pontos da entrevista ao Valor.

Valor: Como a catástrofe do Rio Grande do Sul pode moldar a visão e o comportamento da classe política em Brasília no tratamento da pauta ambiental?

Rafael Dubeux: Quem vem acompanhando esse assunto há anos alerta que a mudança do clima ia trazer fenômenos extremos com mais frequência e com maior intensidade, e tinha gente que não acreditava nisso. A tragédia aumentou a sensibilização da população e da política quanto à gravidade do problema e à necessidade de enfrentá-lo. Nesse sentido, a pauta assume um protagonismo ainda maior do que o que vinha tendo e abre espaço para um debate sobre o tema da adaptação, porque, historicamente, a maior parte do debate fica na mitigação e tratamos pouco da adaptação.

Valor: Sobre o impacto econômico, foi anunciado um pacote de curto prazo para o Rio Grande do Sul. Como o governo está vendo esse roteiro para a retomada do ponto de vista econômico para o Estado?

Dubeux: De imediato medidas são como socorrer, fazer a assistência humanitária, o restabelecimento dos serviços públicos e uma série de medidas para viabilizar que o sistema econômico e social volte a funcionar minimamente. Já foi anunciado um pacote com várias medidas, com antecipação de pagamento de vários benefícios, linhas de crédito, uma série de repasses para retomar a atividade econômica. O momento agora é de mapear e ter clareza da dimensão dos danos, porque está claro que são muito grandes, mas ninguém sabe ainda qual é o número.

Valor: Em médio e longo prazos, o que o governo federal pode fazer para reduzir os riscos e os danos causados por enchentes e secas?

Dubeux: O presidente Lula já deu uma ordem clara, e a ministra Marina Silva vem liderando uma discussão sobre isso, de que uma estrutura nova ou uma governança nova precisa ser criada no Brasil para termos capacidade de uma prevenção mais estruturada. Acredito que em poucas semanas devemos ter uma resposta mais clara sobre o assunto. Debatendo a possibilidade de termos uma capacidade de planejamento maior para prevenção e mitigação de riscos. Esse é um debate que está sendo feito nesse momento, para que para além da resposta imediata, para a qual o governo está inteiramente engajado, a gente consiga ter nesse ciclo pré-desastre uma capacidade de ação mais efetiva no Brasil. O próprio Conselho Interministerial sobre Mudança do Clima tem grupos criando políticas de adaptação, trabalhando com os diferentes eixos de adaptação. Há medidas já ocorrendo, mas a tragédia agora do Rio Grande do Sul traz ainda uma urgência específica para focarmos no tema da prevenção, mitigação e preparação para o desastre.

Valor: O sr. é um dos principais nomes do governo para o Plano de Transformação Ecológica. Como a sua indicação para o conselho de administração da Petrobras dialoga com esse seu papel no governo?

Dubeux: A indicação tem a ver com parte da agenda com a qual eu vinha lidando aqui no Ministério da Fazenda, mas estou chegando ainda na empresa, não participei de nenhuma das reuniões do conselho, então estou chegando com total humildade para conhecer a dimensão da empresa e quais são as possibilidades de atuação.

Valor: Como a Petrobras pode colaborar com a agenda de transição energética?

Dubeux: O Brasil caminha claramente para avançar na agenda da transição energética, mas é um país que dispõe de recursos naturais fósseis em abundância. Mesmo países ricos continuam produzindo e investindo em recursos fósseis, então é difícil para um país em desenvolvimento abrir mão dos recursos no longo prazo. Mesmo em cenários de longo prazo, de carbono zero, [os países] continuam trabalhando com alguma produção de combustíveis fósseis. O Brasil tem que buscar algum equilíbrio nessa agenda de, ao mesmo tempo, trazer fontes de recursos para uma população que ainda tem aspirações sociais legítimas, para as quais a renda oriunda dos combustíveis fósseis pode contribuir, mas ao mesmo tempo preparar o país para a transição energética.

Tragédia no Rio Grande do Sul traz uma urgência para focar mais na preparação para o desastre”

Valor: Mas qual o papel da Petrobras na transição de longo prazo?

Dubeux: A Petrobras é a principal empresa de energia do país e, evidentemente, tem uma atuação hoje ainda muito focada na produção de petróleo. Mas a própria empresa já vem expandindo muito, não só as atividades de pesquisa, mas também de investimentos em energias de baixo carbono, em soluções como captura estocada de carbono, fazendo pesquisa sobre hidrogênio, sobre biocombustíveis.

Valor: Ambientalistas argumentam que a vida útil de um poço de petróleo é de décadas e que se a Petrobras for explorar a foz do Amazonas, por exemplo, vai ficar 30 anos lá e que isso não seria transição energética. Qual a sua opinião?

Dubeux: Nos cenários da Agência Internacional de Energia, para o mundo chegar ao “net zero” no meio do século, mesmo nesse cenário, ainda tem uma produção relevante de petróleo. Uma discussão colocada internacionalmente é sobre quem são os produtores que vão continuar produzindo, mesmo que haja uma queda significativa da demanda para o petróleo no mundo. E, naturalmente, aquelas produtoras que têm um petróleo a um custo menor, e com a intensidade de carbono por barril produzido menor, tendem a ser as que vão ficar por mais tempo produzindo. Hoje, a Petrobras tem um custo menor do que a média mundial e uma intensidade de carbono por barril produzido menor do que a média internacional. Então, ela é uma candidata a seguir como uma das produtoras por um período mais alongado, tende a não ser uma das primeiras que vão deixar de produzir.

Valor: Mas e a transição?

Dubeux: O que achamos central é trabalhar com a redução da demanda. Porque, no fundo, se algumas pessoas acham que a Petrobras e que o Brasil deveriam parar de investir em petróleo, a consequência automática é que a nossa demanda de petróleo vai continuar existindo. [Ou seja], o Brasil simplesmente vai importar petróleo de outros países. Então, o ganho do ponto de vista ambiental vai ser nenhum, na verdade tende a ser um prejuízo não apenas econômico para o Brasil no curto prazo, mas um prejuízo inclusive do ponto de vista climático, porque vamos trazer um petróleo mais intensivo em carbono e ainda vamos ter que transportar. Um cenário que claramente não é melhor.

Valor: Quais seriam políticas para reduzir a demanda por petróleo?

Dubeux: Eu destacaria a criação de um mercado regulado de carbono, num modelo que se chama de “cap and trade”, que é tido como o modelo mais eficiente para descarbonizar a economia ao menor custo possível para a sociedade. Em paralelo, enviamos também o PL do Combustível do Futuro, aumentando a mistura obrigatória de etanol, de biodiesel, trazendo o diesel verde para o Brasil, o biogás e o SAF [combustível sustentável de aviação], uma série de alternativas para diminuir a demanda por combustíveis fósseis.

Valor: O presidente da França veio ao Brasil e anunciou de €1 bilhão para bioeconomia. Depois disso, nenhum detalhe foi dado. O que há de concreto?

Dubeux: Não estou a par dos detalhes da parceria com a França, mas vou lhe falar sobre o que estamos acompanhando no Plano de Transformação Ecológica. A bioeconomia, que para os outros países é uma pauta secundária nesse debate do clima, para nós é uma pauta central. Porque para reduzir as emissões do desmatamento e do agronegócio, eu preciso dela. Para ser duradouro o combate ao desmatamento, é preciso criar um modelo econômico alternativo para todos os biomas, em particular para a Amazônia, onde há cerca 20 milhões de pessoas vivendo.

Valor: O pagamento por serviços florestais pode ser um exemplo?

Dubeux: Lançamos esse debate internacionalmente na COP do ano passado, com a ideia do “Tropical Forest Forever Fund”. É um fundo internacional para a preservação das florestas tropicais, justamente para a gente compartilhar com o mundo o custo do serviço ambiental. Essa ideia tem sido muito bem recebida internacionalmente por vários países. Não será um fundo de doação. A ideia é que seja um fundo de “endowment”, em que você tem um aporte de capital e esse capital gera um rendimento. Esse rendimento vai servir para fazer o pagamento do serviço ambiental.

Valor: Mas como funcionaria?

Dubeux: Ainda está sendo amadurecido o desenho exato, mas o arranjo está sendo estruturado da seguinte maneira: fundos soberanos fariam um aporte, ou os países utilizariam reservas internacionais, ou filantropias, nesse fundo. O fundo remunera quem fez o aporte, então, em vez de uma pessoa comprar um título público do governo americano, por exemplo, ela compraria uma cota desse fundo, continuaria recebendo um rendimento de 3% ou 4% de juros ao ano. Esse dinheiro seria gerido por uma instituição internacional, mas qualquer um desses organismos multilaterais pode fazer esse papel. Emprestaria esse dinheiro, por exemplo, a 7% ou 8% para projetos verdes no mundo inteiro, a diferença disso para os 3% ou 4% que mencionei serviria justamente para pagar os países que estão preservando floresta.

Valor: Quando será lançado?

Dubeux: Vai depender do quão rapidamente avançam as discussões internacionais. Já houve uma série de reuniões com países, com fundos. Em abril, durante o encontro do FMI, houve várias discussões, com uma recepção muito boa, vários países querendo entrar. O funcionamento neste ano eu acho improvável, mas podemos ter o arcabouço.

Valor: Vocês já projetaram qual o aporte será necessário?

Dubeux: É um fundo para dezenas de bilhões de dólares.

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