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14 de Março de 2024

SIDERURGIA

Globo Online - RJ   14/03/2024

Sofrendo forte concorrência da China, a Gerdau decidiu colocar funcionários da planta de São José dos Campos em layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho ou tempo de inatividade) por cinco meses, a partir de abril. Nesse período, segundo o sindicato dos metalúrgicos, 50 dos 380 trabalhadores da unidade ficarão afastados, mas ainda à disposição da companhia e com estabilidade.

A medida apresentada pela fábrica para evitar a demissão em caráter imediato foi aprovada em assembleias nesta quarta-feira. Antes, os operários haviam rejeitado a suspensão temporária dos contratos de trabalho sem garantia de emprego, nem do pagamento de direitos.

Weller Gonçalves, presidente do Sindicato, diz que, desde o ano passado, a Gerdau vem comunicando que iria fazer uma reestruturação devido à maior importação de aço chinês. De lá para cá, diversas demissões teriam acontecido em Mogi das Cruzes e Pindamonhangaba, em São Paulo, e em unidades do Rio Grande do Sul.

Para evitar o mesmo em São José dos Campos, o sindicato conseguiu firmar com a empresa um acordo que garante estabilidade a todos os trabalhadores da cidade entre abril e agosto. Os metalúrgicos que forem afastados de suas atividades terão garantia de emprego por mais três meses após esse período. Também terão direito a continuar recebendo vale-alimentação e poderão fazer cursos de qualificação.

— A grande ironia é que as mineradoras no Brasil exportam minério de ferro para a China, que transforma em aço e envia esse produto de volta mais barato que o próprio aço brasileiro. Nesse cenário, esse acordo a que chegamos é um fôlego para os trabalhadores de São José dos Campos — avalia.

De acordo com Gonçalves, parte do pagamento dos salários será custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Ao GLOBO, a Gerdau confirmou a negociação, junto ao sindicato local, de um programa de layoff na unidade de São José dos Campos (SP). A companhia ressaltou que o atendimento aos clientes não será alterado e que "o movimento tem como principal objetivo a preservação dos empregos".

CNN Brasil - SP   14/03/2024

A Eletrobras assinou um memorando de entendimentos com a Paul Wurth, empresa da SMS group, para explorar potencial fornecimento de hidrogênio renovável para indústrias, com foco na descarbonização de siderúrgicas, disse a companhia elétrica em comunicado na noite de terça-feira (12).

Segundo a Eletrobras, o acordo envolve a construção e operação de uma usina de 10 megawatts (MW) para a produção de hidrogênio renovável e oxigênio, a ser localizada nas proximidades de uma siderúrgica.

Essa produção será disponibilizada para oferta mediante consumo medido, por meio de um contrato de “off-take” de longo prazo (7 a 10 anos).

Prevê-se que os estudos para a instalação estejam concluídos em menos de um ano.

Quando finalizada, a usina terá capacidade 37 vezes maior do que a da plataforma de desenvolvimento e demonstração de tecnologias do hidrogênio renovável da Eletrobras, situada na hidrelétrica Itumbiara, entre Goiás e Minas Gerais.

A Eletrobras destacou em comunicado a “sólida trajetória” do SMS group, especializado no fornecimento de soluções para a indústria dos metais, “que, com a incorporação estratégica da Paul Wurth, tem se destacado como uma pioneira no desenvolvimento de soluções verdes”.

“A parceria com a Paul Wurth está em total sintonia com a nossa meta ‘net zero’ e o desenvolvimento de novos negócios, sempre com foco na responsabilidade socioambiental”, disse o vice-presidente de Comercialização e Soluções em Energia da Eletrobras, Ítalo Freitas.

As empresas já vinham trabalhando juntas há dois anos em projeto para alinhamento na busca de soluções ecologicamente sustentáveis para a indústria de metais.

Segundo a Eletrobras, houve uma série de estudos de viabilidade e engenharia conceitual que “culminaram, neste momento, na perspectiva de instalar uma planta de produção de hidrogênio renovável na zona oeste do Rio de Janeiro”.

“Esta região, reconhecida como um dos principais polos siderúrgicos do país, apresenta um substancial potencial de demanda para o H2R (hidrogênio renovável)“.

Além de abrigar a usina da CSN em Volta Redonda, o Estado do Rio de Janeiro também abriga a Ternium Brasil, ex-CSA, localizada próxima ao porto de Itaguaí.

Money Times - SP   14/03/2024

Em relatório publicado na terça-feira (12), assinado por Mary Silva, o BB Investimentos avaliou que os papéis de mineradoras e siderúrgicas se deterioraram desde o início de março, levando a um recuo de todo o setor.

No mês de fevereiro, os papéis do setor registraram um desempenho variado na bolsa, refletindo as perspectivas em termos de demanda e aos resultados apresentados.

Gerdau (GGBR4): Ação tem números fracos no 4T23, mas ainda é a favorita

Em fevereiro, a Gerdau (GGBR4) divulgou seus números do quarto trimestre de 2024 (4T23). O lucro líquido ajustado encolheu 45,1%, ante o mesmo intervalo de 2022, a R$ 732 milhões.

Segundo o banco, principalmente a baixa sazonalidade do período e a piora do ambiente competitivo no Brasil levaram aos números fracos — em vista da intensificação das importações de aço no país, cuja taxa de penetração atingiu recorde histórico de 25% em dezembro de 2023.

Apesar dos números fracos, a Gerdau é a única ação do setor com recomendação de compra pelo BB.
O que esperar do setor de mineração e siderurgia em 2024?

Silva aponta em relatório que, “na China, dados mais recentes da indústria siderúrgica mostram que a produção e o consumo de aço tiveram reação em relação ao fraco patamar registrado no mês anterior, mas os estoques voltaram a se elevar, sugerindo que o incremento da atividade siderúrgica pode não se sustentar no curto prazo”.

Dessa forma, os preços do minério aceleraram o ritmo de correção em razão dos estoques crescentes de aço, e pressionaram as cotações das mineradoras.

Os preços do aço continuaram arrefecendo no mercado internacional, com demanda nos Estados Unidos (EUA).

“No Brasil, os dados de preços ao produtor e confiança do empresário indicam melhora sequencial no ambiente de negócios para a siderurgia local. Além disso, a produção e o consumo brasileiro de aço ficaram estáveis na comparação anual, enquanto as vendas internas e as exportações tiveram ligeiro incremento nos volumes comercializados”, diz.

A principal preocupação do setor têm sido as importações, visto que retraíram e voltaram a se aproximar da média histórica de participação no consumo aparente.

Comprar ou vender? Confira as recomendações, segundo analistas do BB Investimentos:
Companhia Ticker Preço-Alvo Potencial Recomendação
CSN Mineração CMIN3 R$ 5,50 -4,80% Neutra
CSN CSNA3 R$ 16,00 -0,10% Neutra
Gerdau GGBR4 R$ 31,00 46,30% Compra
Usiminas USIM5 R$ 9,50 -8,20% Neutra
Vale VALE3 R$ 89,00 45,40% Neutra

Valor - SP   14/03/2024

As opiniões estão divididas sobre se os aumentos salariais se traduzirão em um consumo mais forte e se a tendência irá continuar

Os maiores empregadores do Japão anunciaram aumentos salariais recordes nesta quarta-feira, sinalizando uma ruptura com a mentalidade deflacionária que levou ao período prolongado de baixo crescimento econômico do país, conhecido como as “décadas perdidas”.

Toda primavera, os sindicatos e a administração realizam negociações, conhecidas como shunto, para definir os salários mensais antes do início do ano fiscal do Japão, em abril. Toyota Motor, Hitachi e Panasonic Holdings estavam entre as empresas que atenderam plenamente às exigências dos sindicatos para aumentar os salários.

A Nippon Steel disse que aumentará os salários mensais em um recorde de 35 mil ienes (US$ 237), ou 14%, superando seu recorde anterior de 23 mil ienes em 1979. A siderúrgica, que em dezembro concordou em comprar aço americano por 2 trilhões de ienes, disse ser "essencial garantir talentos promissores e tornar todos os funcionários mais produtivos”.

A Toyota não revelou detalhes de seus aumentos salariais, mas disse que atendeu plenamente às demandas sindicais. O Sindicato dos Trabalhadores Motorizados da Toyota exigiu pagamentos de bônus no valor de 7,6 meses de salário, citando a previsão de lucro operacional anual mais alto de todos os tempos da empresa de 4,5 trilhões de ienes para o atual ano fiscal. O sindicato também propôs reivindicações específicas para cada categoria profissional, até um aumento salarial mensal de até 28.440 ienes.

Hitachi e Toshiba disseram que seus aumentos salariais são os maiores desde que o atual estilo de negociação foi introduzido em 1998.

Apenas cerca de 16% dos trabalhadores no Japão são sindicalizados, mas os economistas têm acompanhado de perto as negociações deste ano como um indicador-chave das mudanças na política monetária. A inflação subjacente tem sido de 2% ou mais durante quase dois anos, mas o governador do Banco do Japão (BoJ, banco central), Kazuo Ueda, sublinhou que é necessário um "ciclo virtuoso" de aumentos salariais e de preços para atingir a sua meta de estabilidade de preços, o que dará ao banco central a oportunidade de confiança para começar a aumentar as taxas de juro.

O BoJ realizará a reunião de política monetária de março nos dias 18 e 19. Os economistas estão divididos sobre se haverá uma mudança na política monetária, mas a maioria concorda que uma alteração ocorrerá o mais tardar na reunião do próximo mês.

Devido à baixa inflação, ou deflação, nas últimas três décadas, muitas empresas japonesas ofereceram anteriormente apenas aumentos salariais baseados na antiguidade, que estão vinculados ao número de anos que um funcionário trabalhou na empresa. A atual onda de aumentos salariais é muito mais forte porque a administração também está oferecendo as chamadas bases, nas quais os salários aumentam independentemente do estatuto de antiguidade.

O que impulsiona os aumentos é uma grave escassez de mão de obra e uma inflação persistente. Um iene fraco que impulsiona os lucros das empresas orientadas para a exportação também tornou mais fácil para os principais empregadores comprometerem-se com grandes aumentos salariais.

“Algumas empresas chegaram a acordos rapidamente, o que indica que já planejavam aumentar os salários”, disse Hisashi Yamada, professor de gestão de recursos humanos na Hosei Business School of Innovation Management. “Afinal, a escassez de mão-de-obra é tão grave que será difícil atrair trabalhadores sem aumentos salariais.”

Nas negociações deste ano, os sindicatos exigem um aumento salarial de 5,85%, em média, o maior desde 1993, de acordo com a Confederação Sindical Japonesa, ou Rengo, a maior confederação trabalhista do país. Rengo anunciará a primeira contagem dos resultados das negociações na sexta-feira.

O valor é muito superior ao que os economistas esperavam, levando o iene a subir face ao dólar americano nos últimos dias, no meio de especulações de que o Banco do Japão terminará a sua política de taxas de juro negativas este mês.

De acordo com uma pesquisa de fevereiro realizada pelo Centro Japonês de Investigação Econômica, a previsão média de um painel de economistas era que o shunto resultaria em um aumento salarial de 3,88%.

Em 2023, grandes empresas concordaram em aumentos salariais de 3,58%, o maior aumento em 30 anos, segundo Rengo. Mas os aumentos salariais não conseguiram acompanhar as altas dos preços. Os salários reais ajustados pela inflação diminuíram durante 22 meses consecutivos até janeiro, suprimindo o apetite do consumidor.

Os gastos das famílias em janeiro caíram 6,3%, em relação ao ano anterior, a maior queda em quase três anos. O fraco consumo privado tem prejudicado o crescimento econômico.

As opiniões estão divididas sobre se os aumentos salariais se traduzirão em um consumo mais forte e se a tendência irá continuar.

Os aumentos salariais da primavera nas grandes empresas atingiram os dois dígitos nas décadas de 1960 e 1970, mas oscilaram entre 1% e 2% desde o início da década de 2000, segundo estatísticas governamentais.

Takeshi Niinami, CEO da fabricante de bebidas Suntory Holdings e presidente da Associação Japonesa de Executivos Corporativos, disse na terça-feira que espera que as grandes empresas aumentem os salários em mais de 5% este ano, o que, segundo ele, ajudaria o crescimento real dos salários a se tornar positivo "por volta de maio" ou junho".

“Com o lançamento dos bônus em julho, haverá mais notícias positivas sobre o consumo” no verão, disse Niinami.

Mas Toshihiro Nagahama, economista-chefe do Dai-ichi Life Research Institute, disse que o crescimento dos salários básicos será parcialmente compensado pelos esforços da empresa para reduzir as horas extras.

“Haverá restrições adicionais ao horário de trabalho para determinados empregos, como motoristas de caminhões”, observou, referindo-se a uma nova lei que limita as horas extraordinárias que entra em vigor em abril. "Estou cético de que os salários nominais consigam superar a inflação no curto prazo."

Marcel Thieliant, economista sênior para o Japão na Capital Economics, espera que este ano marque o "pico do crescimento salarial".

“A inflação deste ano será quase certamente inferior à do ano passado”, disse ele, “por isso será difícil para Rengo justificar outra ronda de aumentos salariais tão grandes como este ano no próximo shunto”.

O resultado das negociações lideradas pelos sindicatos reflete apenas o sentimento das grandes empresas, e o foco estará na questão de saber se os aumentos salariais se estenderão às pequenas e médias empresas, que enfrentam dificuldades com o aumento dos preços e com dificuldades de pessoal.

Uma pesquisa governamental junto a estas empresas em 2023 mostrou que elas só conseguiram repassar 46% dos seus aumentos de custos aos clientes.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   14/03/2024

O Banco Central do Brasil foi eleito na terça-feira, 12, como o “BC do ano de 2024” pela revista Central Banking, que destacou os efeitos positivos da autonomia da instituição estabelecida em lei sancionada no fim de 2021.

A publicação apontou a rapidez da reação do Comitê de Política Monetária (Copom) em elevar os juros para combater a alta da inflação após a pandemia de covid-19, diferentemente de outros países que levaram mais tempo para iniciar o processo de aperto monetário.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, dedicou o prêmio ao corpo técnico da instituição e destacou que o trabalho de excelência dos servidores tem contribuído para a estabilidade do poder de compra da moeda e para a solidez e a eficiência do sistema financeiro brasileiro.

“Após os grandes choques que afetaram a economia global nos últimos anos, o BC atuou de forma proativa. Essa estratégia vem gerando resultados positivos, reduzindo a inflação com menores custos em termos de atividade econômica”, afirmou.

Campos Neto também destacou a agenda de inovação financeira do órgão que, segundo ele, tem sido responsável pela inclusão financeira de milhões de brasileiros.

“Iniciativas como o Pix, o Open Finance, a internacionalização da moeda e o desenvolvimento do Drex, nossa CBDC, promovem a eficiência e a modernização do sistema financeiro. Também adotamos uma agenda de sustentabilidade, alinhada às demandas da sociedade”, disse.

CNN Brasil - SP   14/03/2024

O Produto Interno Bruto (PIB) do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo, cresceu 0,7% no quarto trimestre de 2023 ante os três meses anteriores, segundo dados preliminares de relatório publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) na quarta-feira (12).

O resultado aponta leve arrefecimento em relação ao terceiro trimestre do ano passado, quando o PIB do G20 teve acréscimo de 0,8%.

Apenas na China, o avanço da economia desacelerou para 1% no quarto trimestre, ante 1,5% no trimestre anterior.

A expansão também perdeu força nos EUA (de 1,2% no terceiro trimestre para 0,8% no quarto) e no México (de 1,1% para 0,1%), detalhou a OCDE.

Na Alemanha e no Reino Unido, o PIB teve queda idêntica de 0,3% no último trimestre do ano passado.

Na maioria dos demais países do G20, houve aceleração do crescimento, em especial na Turquia (de 0,3% no terceiro trimestre para 1% no quarto). Japão e Canadá, por sua vez, se recuperaram no quarto trimestre, após sofrerem contrações no trimestre anterior.

No Brasil, a economia ficou estagnada nos últimos três meses de 2023.

Em todo o ano de 2023, o PIB do G20 teve alta de 3,2%, repetindo a variação de 2022, também de acordo com estimativas preliminares.

IstoÉ Dinheiro - SP   14/03/2024

A Fitch prevê crescimentos de 1,7% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 e de 2,1% em 2025. A agência de classificação de risco atrela a desaceleração esperada em 2024, na comparação com 2023, em parte, à safra agrícola, que apesar de continuar forte, deve ser menor do que no ano passado.

O aperto da política fiscal, após a expansão registrada em 2023, também deve corroborar para o arrefecimento da atividade econômica, avalia, em relatório.

Por outro lado, o afrouxamento da política monetária deve fornecer um apoio de compensação ao crédito e à confiança em 2024, afirma a Fitch. “As reformas estruturais dos últimos anos, incluindo a reforma tributária no ano passado, podem impulsionar o crescimento tendencial, embora a queda no investimento/PIB para 16,5% seja um sinal desfavorável, por enquanto”, acrescenta.

Juros

A Fitch prevê que a taxa Selic encerre 2024 em 9,0% e 2025 em 8,50%. A agência de classificação de risco destaca que o Banco Central continua a sinalizar as incertezas fiscais e as expectativas de inflação acima da meta como justificativa para um ritmo cauteloso de afrouxamento. “Ele pode se mover mais lentamente se essas tendências piorarem”, pondera, em relatório.

Inflação

A Fitch projeta alta de inflação de 4,0% em 2024, acima do centro da meta, de 3,0%, mas abaixo do teto, de 4,5%.

A agência ressalta que as leituras mensais recentes de inflação sinalizaram alguma rigidez persistente nos preços de serviços e de serviços subjacentes.

Câmbio

Para o câmbio, a Fitch projeta dólar em R$ 5,10 no fim do ano, “balanceando o afrouxamento monetário interno e os fluxos favoráveis da conta corrente”.

Os sinais da política fiscal, pondera, podem influenciar a trajetória do real em 2024, principalmente a preservação ou não da meta fiscal, assim como o cumprimento de possíveis cortes de gastos exigidos pela regra fiscal a depender do desempenho das receitas.

O Estado de S.Paulo - SP   14/03/2024

As exportações das fábricas chinesas estão avançando mais rápido do que quase todos esperavam, colocando em risco empregos em todo o mundo e desencadeando uma reação que está ganhando força.

De aço e carros a eletrônicos de consumo e painéis solares, as fábricas chinesas estão encontrando mais compradores no exterior para seus produtos. O apetite do mundo por seus produtos é bem-vindo pela China, que está sofrendo uma grave desaceleração no que foi o maior motor de crescimento da economia: a construção e a venda de apartamentos. Mas outros países estão cada vez mais preocupados com o fato de a ascensão da China estar ocorrendo, em parte, às suas custas, e estão começando a tomar medidas.

A União Europeia anunciou na semana passada que estava se preparando para cobrar tarifas, que são impostos de importação, sobre todos os carros elétricos que chegam da China. A União Europeia disse ter encontrado “evidências substanciais” de que as agências governamentais chinesas estavam subsidiando ilegalmente essas exportações, algo que a China nega.

O valor das tarifas não será definido até o verão, mas será aplicado a qualquer carro elétrico importado pelo bloco a partir de 7 de março.

Durante uma visita a Pequim em dezembro, os líderes europeus alertaram que a China está compensando sua crise habitacional com a construção de muito mais fábricas do que o necessário.

A China já produz um terço dos produtos manufaturados do mundo, mais do que os Estados Unidos, Alemanha, Japão e Coreia do Sul juntos, de acordo com a Organização de Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas.

A União Europeia também está pensando em impor restrições à importação de turbinas eólicas e painéis solares da China. A Índia anunciou em setembro passado que imporia amplas tarifas sobre o aço da China. A Turquia tem se queixado de que a China está enviando exportações de forma desequilibrada e comprando pouco.

O governo Biden, que manteve em vigor as tarifas do ex-presidente Donald Trump, impôs uma lista cada vez maior de restrições às exportações americanas de alta tecnologia.

“Eu me certifiquei de que as tecnologias americanas mais avançadas não possam ser usadas na China, não permitindo que sejam comercializadas lá”, disse o presidente Biden em seu discurso sobre o Estado da União na quinta-feira.

Ele disse que a China aumentaria as pensões mínimas do governo para idosos, por exemplo, mas apenas em US$ 3 por mês. Isso custaria menos de um décimo de 1 da produção econômica do país.China - significa que a quantidade física das exportações e sua participação no mercado global estão aumentando muito mais rapidamente. A China encontrou maneiras de contornar algumas tarifas. Os componentes chineses vão em volumes cada vez maiores para países como Vietnã, Malásia e México. Esses países processam as mercadorias para que elas sejam consideradas como seus próprios produtos e não como fabricadas na China. Em seguida, esses países enviam as mercadorias para os Estados Unidos e a União Europeia, que cobram tarifas baixas ou até mesmo nenhuma tarifa.

Os Estados Unidos e a União Europeia estão ficando preocupados.

Katherine Tai, representante comercial dos Estados Unidos, alertou na semana passada, em comentários feitos em um evento da Brookings Institution, que o Acordo EUA-México-Canadá, que substituiu o Acordo de Livre Comércio da América do Norte, deveria ser revisto no verão de 2026. Ela deu a entender que os Estados Unidos poderiam insistir em regras mais rígidas sobre a origem dos componentes, principalmente para carros - uma posição também defendida no último outono por Robert Lighthizer, que foi representante comercial do ex-presidente Trump e agora é o principal consultor comercial da campanha eleitoral de Trump.

A China “já é um elemento realmente importante de tensão e preocupação” nas relações comerciais da América do Norte, disse Tai.

Além das tarifas iminentes sobre os produtos de energia limpa importados, a Europa em breve introduzirá gradualmente um imposto sobre as importações de todo o mundo com base na quantidade de dióxido de carbono que altera o clima, emitida durante sua produção.

O novo imposto é conhecido como mecanismo de ajuste de carbono na fronteira, ou CBAM. Mas foi apelidado de “bomba C” na Europa porque incidirá fortemente sobre as importações que vêm direta ou indiretamente da China. Dois terços da eletricidade na China são gerados pela queima de carvão altamente poluente, o que significa que muitas de suas exportações para a Europa poderão ser atingidas pelo novo imposto.

A Europa e os Estados Unidos também enfrentam ameaças da China às suas relações econômicas de longa data nos países em desenvolvimento, que cada vez mais optam por produtos chineses mais baratos. Em grande parte da América Latina e da África, os países agora compram mais da China do que das democracias industriais próximas, e os Estados Unidos e a Europa pouco podem fazer a respeito.

“Não há regras para impedir que produtos subsidiados e com dumping prejudiquem suas exportações para o resto do mundo”, disse Susan Schwab, que foi representante comercial dos Estados Unidos no governo do presidente George W. Bush.

Por sua vez, as autoridades chinesas expressaram preocupação durante a sessão anual da legislatura do país, que terminou na segunda-feira, sobre o que consideram uma onda de protecionismo injusto. O ministro do comércio da China, Wang Wentao, citou um estudo recente do Fundo Monetário Internacional que constatou que o número de restrições comerciais em todo o mundo quase triplicou nos últimos quatro anos, muitas delas direcionadas à China.

As autoridades de comércio exterior e os economistas geralmente citam três aspectos da política industrial da China que ajudam as exportações. Os bancos estatais concedem empréstimos para fábricas a taxas de juros baixas. As cidades transferem terrenos públicos para a construção de fábricas a um custo baixo ou gratuito. E a rede elétrica estatal mantém os preços baixos.

De acordo com o banco central da China, os novos empréstimos para o setor aumentaram de US$ 83 bilhões em 2019 para US$ 670 bilhões no ano passado. Em contrapartida, os empréstimos líquidos para o setor imobiliário foram de US$ 800 bilhões em 2019, mas encolheram US$ 75 bilhões no ano passado.

Zheng Shanjie, o principal planejador econômico da China, reafirmou a política industrial do país na semana passada, dizendo que “terra e energia serão canalizadas para bons projetos”.

A explosão das exportações da China é visível em seu superávit comercial em produtos manufaturados, que é o maior que o mundo já viu desde a Segunda Guerra Mundial.

Esses superávits correspondem a déficits em outros países, o que pode ser um entrave ao seu crescimento.

O aumento do superávit não se refere apenas ao aumento das exportações. A China reduziu ou parou de comprar muitos produtos manufaturados do Ocidente como parte de uma série de medidas de segurança nacional e desenvolvimento econômico nas últimas duas décadas.

Os superávits da China em produtos manufaturados são agora aproximadamente duas vezes maiores, em relação à economia global, do que os maiores superávits alcançados pelo Japão durante a década de 1980 ou pela Alemanha logo antes da crise financeira global, de acordo com os cálculos de Brad Setser e Michael Weilandt, economistas do Council on Foreign Relations em Nova York.

Os déficits com o Japão e a Alemanha foram tolerados por muito tempo porque eles são aliados dos Estados Unidos.

Mas a China é um aliado cada vez mais próximo da Rússia, da Coreia do Norte e do Irã. O ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, mencionou calorosamente os três, especialmente a Rússia, em uma coletiva de imprensa na semana passada.

“Manter e desenvolver as relações entre a China e a Rússia é uma escolha estratégica feita por ambos os lados com base nos interesses fundamentais dos dois povos”, disse ele. A Rússia se tornou um dos mercados de exportação de mais rápido crescimento da China, especialmente para carros, já que os exportadores das democracias industriais pararam de vender para a Rússia após a invasão da Ucrânia.

Os economistas ocidentais, e até mesmo alguns economistas na China, têm pedido que a China faça mais para ajudar os consumidores em vez de aumentar a produção das fábricas. O primeiro-ministro Li Qiang, a segunda maior autoridade da China depois de Xi Jinping, disse ao legislativo em seu discurso anual na semana passada que iria se mover nessa direção, mas seus passos foram pequenos.

Ele disse que a China aumentaria as pensões mínimas do governo para idosos, por exemplo, mas apenas em US$ 3 por mês. Isso custaria menos de um décimo de 1% da produção econômica do país.

O Estado de S.Paulo - SP   14/03/2024

Os Estados Unidos fizeram um aceno ao Brasil com o anúncio de novos investimentos nesta quarta-feira, 13. O país vai receber o primeiro escritório na América Latina da agência americana que fomenta o desenvolvimento em países em desenvolvimento e tem uma capacidade geral de US$ 60 bilhões em sua carteira.

A chamado Corporação Financeira dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (DFC da sigla em inglês), funciona como uma espécie de banco do desenvolvimento. E faz parceiras com o setor privado para investir em áreas como energia, saúde, infraestrutura crítica e tecnologia.

“Isso é parte da parceria mais ampla entre os Estados Unidos e o Brasil. É claro que laços diplomáticos, culturais e políticos são incrivelmente importantes, mas, do meu ponto de vista, fazer negócios juntos é o que realmente aproxima”, disse o diretor-presidente da FCD, Scott Nathan, em evento na Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil).

Na ocasião, a DFC anunciou também o empréstimo de R$ 2 bilhões para Stone, fintech que oferece serviços de pagamento. O aporte deve ser usado para ajudar pequenas empresas.

A agência americana que apoia projetos nos países em desenvolvimento foi criada por meio do chamado Build Act, assinado em 2018, durante o governo do ex-presidente Donald Trump. A lei busca reestruturar as ferramentas de financiamento dos EUA para fazer frente à influência econômica que a China conquistou nos países em desenvolvimento com seu mega projeto de infraestrutura “Belt and Road” (Cinturão e Rota), também chamada de Nova Rota da Seda.

A iniciativa, lançada por Xi Jinping há uma década, conta com a adesão de 150 países em todo o mundo, sendo 22 na América Latina, contrariando os alertas dos EUA sobre a “armadilha da dívida” com a China.

Questionado pela imprensa sobre a crescente influência chinesa - e a dependência que a região tem dos investimentos de Pequim -, Scott Nathan disse (sem mencionar diretamente a China) que a agência americana não tenta “impor” o dinheiro ou dizer aos países o que fazer.

“Esses projetos precisam ser comercialmente viáveis. Precisam seguir altos padrões socioambientais, governança, transparência. Acreditamos que, no final do dia, embora possa levar um pouco mais de tempo para atingir esses padrões, são parceiros sustentáveis a longo prazo, que não sobrecarregam os países com dívidas”, disse.

Na mesma linha, a agência se apresenta em seu site como uma alternativa às “iniciativas insustentáveis e irresponsáveis dirigidas por Estado”.

O Brasil, pelo menos até aqui, tem frustrado os convites de Pequim para se juntar à Nova Rota da Seda. Quando visitou a China, no ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resistiu em aderir a iniciativa, manifestando apenas o interesse em “examinar sinergias” em investimentos, que poderiam incluir o mega projeto de infraestrutura. A adesão seria um gesto político para Pequim em meio à tensão com os EUA e divide opiniões dentro do governo, como mostrou o Estadão.

Mas a China não parou de cortejar o Brasil. Em visita ao País, o ministro das Relações Exteriores Wang Yi propôs que os investimentos da Nova Rota da Seda fossem unidos ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), relançado por Lula no ano passado.

Em discurso no Palácio do Itamaraty em janeiro, Wang Yi sugeriu que os governos devem trabalhar em conjunto para aproximar os objetivos “entre a iniciativa Cinturão e Rota e o PAC do Brasil”. E disse que há interesse em maior cooperação em áreas como agricultura, economia verde e inteligência artificial, entre outras.

MINERAÇÃO

CNN Brasil - SP   14/03/2024

Os preços futuros do minério de ferro caíram nesta quarta-feira (13) devido a temores de uma redução na demanda da China, principal consumidor de minério, em meio à crescente manutenção de equipamentos entre as siderúrgicas e às mais recentes restrições ambientais na região norte do país.

O minério de ferro de maio mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com perda de 2,53%, a 807,5 yuanes (R$ 560,03) por tonelada, o menor valor desde agosto de 2023.

O minério de ferro de referência para abril na Bolsa de Cingapura caiu 4,42%, para US$ 103,45 (R$ 515,82) a tonelada, o menor valor desde agosto de 2023, depois que dados de inflação dos EUA mais fortes do que o esperado obscureceram as perspectivas de o Federal Reserve cortar as taxas de juros em breve.

A pressão sobre os preços do principal ingrediente da fabricação de aço está aumentando a preocupação com uma possível redução adicional da demanda nas próximas semanas, disseram os analistas.

Há um aumento na manutenção de altos-fornos entre as usinas nesta semana, indicando queda adicional na produção de metais quentes, disse a consultoria Shanghai Metals Market em uma nota.

A produção diária de aço bruto nas usinas caiu 3,38% em relação ao período anterior, para cerca de 2,06 milhões de toneladas nos primeiros dez dias de março, segundo dados da Associação de Ferro e Aço da China (CISA).

O sentimento azedou com a notícia de que a cidade de Tangshan, na província de Hebei, no norte da China, o principal centro de produção de aço do país, anunciou a implementação de uma resposta de emergência de nível dois a partir de quarta-feira, em meio à previsão de forte poluição do ar.

Normalmente, as usinas siderúrgicas locais são obrigadas a reduzir a produção durante ações emergenciais.

Além disso, a falta de detalhes sobre medidas adicionais de apoio para reanimar os mercados imobiliários chineses continuou a ser um empecilho, disseram os analistas do ANZ em uma nota.

“A queda nas vendas de casas e os problemas de financiamento parecem estruturais, sinalizando pouco espaço para qualquer melhoria nesta temporada de construção”, acrescentaram.

Investing - SP   14/03/2024

A Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 6ª Região suspendeu nesta quarta-feira as ações penais contra o ex-presidente da Vale (BVMF:VALE3), Fábio Schvartsman, no caso do rompimento da barragem de rejeitos de minério de ferro da mineradora em Brumadinho (MG).

Segundo comunicado do TRF à imprensa, os desembargadores destacaram que o Ministério Público não apresentou indícios de autoria contra o réu.

As ações penais prosseguem, no entanto, para outros quinze acusados na Justiça Federal de primeiro grau, que respondem por crimes de homicídio qualificado e de crimes ambientais.

O voto do relator, que propôs o trancamento das ações penais exclusivamente em relação ao ex-presidente da Vale, foi unanimemente acatado pelos magistrados, de acordo com a nota.

"Este julgamento não discutiu se o réu é culpado ou inocente, mas analisou se a denúncia foi acompanhada de indícios mínimos de conduta criminosa", afirmou.

"Os desembargadores também foram unânimes em ressalvar que o Ministério Público poderá oferecer nova denúncia ao ex-presidente da Vale baseadas em novas provas, que até o momento não constam dos autos."

O colapso da barragem da Vale em Brumadinho ocorreu em 2019, liberando uma onda gigante de rejeitos de mineração que deixou 270 mortos, ao atingir instalações da própria empresa, comunidades, rios e áreas de mata da região.

Procurada para comentar a decisão, a Vale disse não possuir participação no habeas corpus de Schvartsman. A defesa do executivo afirmou que "sempre confiou no reconhecimento de que Fábio Schvartsman foi diligente no cumprimento de seu dever à frente da companhia".

Diário do Comércio - MG   14/03/2024

A Agência Nacional de Mineração (ANM) distribuiu aos estados e municípios mineradores, nesta semana, R$ 463,1 milhões em royalties. O valor é referente à cota-parte da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) arrecadada em fevereiro. As duas regiões que mais produzem a commodity, Minas Gerais e Pará, receberam R$ 43,3 milhões e R$ 38 milhões do total repassado pela autarquia federal, respectivamente.

A distribuição completa dos recursos do Cfem ocorreu da seguinte forma, segundo a ANM: R$ 92,6 milhões foram destinados para os estados, enquanto R$ 370,5 milhões foram transferidos para 2.165 municípios. Entre as cidades produtoras que mais receberam royalties estão Parauapebas (R$ 70 milhões) e Canaã dos Carajás (R$ 64 milhões), ambas no Pará. Congonhas, na região Central de Minas Gerais, vem logo em seguida, com R$ 25 milhões.

Bahia (R$ 1,6 milhão), Goiás (R$ 1,5 milhão) e São Paulo (R$ 1,3 milhão) fecham o grupo dos cinco estados que mais receberam os repasses da Cfem pela ANM.

Na lista das dez primeiras cidades, além das paraenses e de Congonhas, todas as outras são de Minas Gerais: Itabirito (R$ 18,5 milhões); Conceição do Mato Dentro (R$ 15,4 milhões); Itabira (R$ 14,3 milhões);São Gonçalo do Rio Abaixo (R$ 13,4 milhões); Mariana (R$ 12,7 milhões); Nova Lima (R$ 9,8 milhões) e Itatiaiuçu (R$ 9,4 milhões).

Com o novo pagamento, os repasses do Cfem aos entes produtores estão regularizados, conforme a ANM.
Minas Gerais recebe recursos da Cfem para municípios afetados

Já em relação aos municípios afetados pela atividade de mineração, a ANM distribuiu R$ 96,4 milhões no começo deste mês referentes à arrecadação da Cfem do mês de janeiro. A compensação foi recebida por 2.084 cidades. Os locais considerados afetados pela atividade são os que possuem alguma estrutura ou porto em seu território que está relacionado à mineração, além de serem cortados por ferrovias ou minerodutos que atendam o setor minerário.

Do montante, cerca de R$ 51 milhões foram para municípios com ferrovias. Pouco mais de R$ 6,9 milhões foram destinados a locais onde existem portos e R$ 265 mil a localidades com dutovias.

Marabá, no Pará, com R$ 3,3 milhões, foi a cidade afetada que mais recebeu recursos da Cfem de janeiro, seguido por Açailândia (R$ 3,1 milhões) e São Luís (R$ 2,9 milhões), ambas no Maranhão.

Neste quesito, Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, e São João del Rei, no Campo das Vertentes, são as únicas cidades de Minas Gerais na lista das dez que mais receberam repasses da ANM. As duas receberam, respectivamente, R$ 1,9 milhão e quase R$ 1,5 milhão por conta das ferrovias que cortam seus territórios.

Máquinas e Equipamentos

Construção Latino-americana - SP   14/03/2024

Está aberto o credenciamento para visitar a M&T Expo – parte da bauma NETWORK, principal feira de máquinas e equipamentos para construção e mineração da América Latina, que acontecerá de 23 a 26 de abril de 2024, no São Paulo Expo. Para completar o credenciamento, basta acessar este link.

O evento, promovido pela Messe Muenchen do Brasil, com apoio institucional da Associação Brasileira de Tecnologia de Construção e Mineração (Sobratema), deverá receber cerca de 35 mil visitantes do Brasil e do exterior, superando a edição de 2022, quando recebeu visitantes de 42 países . O público é formado por empresários, tomadores de decisão de compras, engenheiros e profissionais de construtoras, mineradoras, pedreiras, empreiteiras, do setor industrial, representantes de associações setoriais e entidades governamentais.

Compradores e visitantes poderão conhecer uma série de novidades e lançamentos das principais indústrias de máquinas e equipamentos da linha amarela, concreto e asfalto, para movimentação de cargas e pessoas, e dos mais importantes fornecedores de componentes e serviços, como AGF, BMC-Hyundai, Dingli, Dispetral, Escava Peças, Fênix FPS, GHT, Hangcha, Indeco, ITR, John Deere, Lintec-Ixon, Müller, Pim Palmares, Rock Brit, Romanelli, Superior, TKA Guindastes, Wirtgen Group, XCMG , Yanmar, Zoomlion, entre outros.

Dados:
M&T Expo 2024 – Feira de máquinas e equipamentos para construção e mineração da América Latina Data: 23 a 26 de abril de 2024 Horário: 13h00 às 20h00 Local: Centro de Exposições e Convenções São Paulo Expo - Rodovia dos Imigrantes, km 1,5 – Água Funda – São Paulo/SP Informações: https://www.mtexpo.com.br

AUTOMOTIVO

IstoÉ Dinheiro - SP   14/03/2024

O Brasil está prestes a receber uma chuva de investimentos na indústria automotiva: as principais fabricantes do mundo anunciaram, uma atrás da outra, investimentos robustos para desenvolver, principalmente modelos híbridos na maior economia da América Latina.

Na semana passada houve dois anúncios quase simultâneos.

De um lado, o grupo Stellantis prometeu o maior (investimento) da história do setor automobilístico brasileiro e sul-americano, de cerca de 30 bilhões de reais entre 2025 e 2030. O país receberá a maior parte do montante, segundo o governo.

Já a Toyota anunciou um investimento de cerca de 11 bilhões de reais no Brasil até 2030, em boa parte para híbridos.

Também outros grandes fabricantes como Volkswagen, Renault, Nissan, General Motors, BYD e Hyundai haviam anunciado anteriormente investimentos maciços no país.

Segundo levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o Brasil receberá em torno de 117 bilhões de reais para o setor nos próximos anos.

– Favorecer a produção local –

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, celebrou estes investimentos “recordes” e vê uma “grande possibilidade de novos anúncios nos próximos meses”.

“Não há coincidência”, disse em coletiva de imprensa. Segundo Lima Leite, esta onda de investimentos se deve particularmente a medidas governamentais que buscam promover a produção local com motores menos poluentes. Estas iniciativas deram “mais previsibilidade” ao setor.

O Brasil prevê “a elevação gradual do imposto de importação para essas novas tecnologias” para desencorajar a entrada no país de veículos elétricos ou híbridos fabricados fora de seu território, explicou o empresário.

Além disso, um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabeleceu em dezembro o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que prevê no total cerca de 19 bilhões de reais em incentivos fiscais para que as empresas “invistam em descarbonização”.

– Modelo de “transição” –

“É um marco tanto em quantia de recursos investidos, quanto nas mudanças que a gente prevê que aconteçam nesse setor”, explica à AFP Cássio Pagliarini, CSO da Bright Consulting.

O híbrido é “um modelo de transição”, já que o Brasil por hora não pode passar maciçamente ao veículo elétrico “porque as baterias são muito caras”, informou.

E o governo “não tem condição de arcar com grandes subsídios” aos consumidores, como fazem vários países europeus, acrescentou. Se somam os problemas logísticos para instalar estações de carga fora das grandes cidades, em um país com dimensões continentais.

Assim, o Brasil prefere apoiar a produção local de veículos híbridos adaptados ao etanol, um combustível cujas emissões de CO2 são reduzidas se comparadas aos derivados de petróleo.

Segundo o último censo de 2022, cerca de 60 milhões de carros circulavam no país, menos de um para cada três habitantes.

E menos de 0,5% dos carros brasileiros em 2023 eram “eletrificados” (incluídos os híbridos), segundo dados da Bright Consulting. Por outro lado, as vendas destes tipos de automóveis representaram menos do 5% do total esse ano.

A demanda, no entanto, cresce. Em 2023 foram vendidos quase o dobro de veículos “eletrificados” que no ano anterior: cerca de 94.000 unidades, segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE).

A partir dos investimentos anunciados, Pagliarini projeta que os veículos eletrificados poderiam “representar mais da metade das vendas a partir de 2029”. Apenas “entre 20 e 25% serão 100% elétricos”, estimou.

– E o transporte público? –

O CEO de Stellantis no Brasil, Carlos Tavares, considerou na semana passada que é fundamental que estes veículos sejam “acessíveis para as classes médias (…). Do contrário, não há impacto (positivo) para o planeta”.

O grupo, que concentra 14 marcas, pretende centrar-se na tecnologia “Bio-Hybrid”, que combina eletrificação e motores híbridos propulsados por biocombustíveis como etanol.

Outros gigantes, como Toyota, Volkswagen e BYD, o líder chinês dos carros elétricos, também anunciaram sua intenção de fabricar híbridos utilizando etanol, produzido no Brasil a partir da cana de açúcar.

“O etanol brasileiro de fato é um combustível de baixo carbono. Ele pode se desenvolver em áreas consolidadas, não exige desmatamento”, explica Davi Tsai, da ONG Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA).

Mas Tsai não se convence com a estratégia oficial de conceder créditos fiscais aos fabricantes: “Seria mais interessante investir em transporte público”, indica.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Exame - SP   14/03/2024

O ano de 2023 reuniu condições ideais para a retomada do mercado imobiliário brasileiro. A tendência de queda na taxa de juros e a perda de força da inflação se uniram a um conjunto de mudanças no principal programa habitacional do País, o Minha Casa Minha Vida (MCMV), resultando em um ano recorde em vendas.

De janeiro a dezembro de 2023, o mercado imobiliário registrou um crescimento de 32,6% nas vendas de novos imóveis em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Os dados são do indicador Abrainc-Fipe, um levantamento realizado com 20 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Foram 163 mil unidades vendidas no ano passado, valor recorde e 24% maior que o de 2021 – segundo maior volume da série histórica iniciada em 2014. E para este ano, a perspectiva é continuar na tendência de alta.

“Esperamos novas altas em lançamentos e vendas este ano; 2024 será muito positivo [para o mercado imobiliário]”, avaliou Luiz França, presidente da Abrainc, em coletiva na manhã desta quarta-feira, 13.

Um dos fatores destacados pelo presidente é a tendência de queda da Selic. A taxa básica de juros está atualmente em 11,25% ao ano, e pode cair abaixo de um dígito no segundo semestre caso as expectativas do mercado se confirmem.

"Com a atual tendência de queda da taxa de juros, é esperado um aumento nas vendas em 2024, tornando a compra de imóveis para investimento ainda mais atrativa. Além disso, observou-se um incremento de 17% nos preços dos aluguéis, fortalecendo ainda mais a procura por ativos imobiliários.”

Minha Casa Minha Vida volta a brilhar

A alta foi puxada por dois segmentos: o econômico, via Minha Casa Minha Vida, e o de médio e alto padrão. O MCMV apresentou aumentos de 42,4% no volume de unidades comercializadas e alta de 55,1% no valor total de vendas ao longo dos doze meses. Tendência positiva também no valor de venda de lançamentos, que subiu 39,3% no período.

A estimativa da Abrainc é que a mudança no teto do programa tenha impulsionado os números. Em julho do ano passado, o governo ampliou as faixas de renda e aumentou o valor máximo do imóvel que pode ser adquirido na faixa mais alta de R$ 264 mil para R$ 350 mil.

O segmento de médio e alto padrão, por sua vez, teve bons resultados em vendas, com alta de 14% no volume de unidades comercializadas e de 18,9% no valor de vendas. O indicador veio acompanhado, no entanto, de uma redução de 9,2% no valor de lançamentos no último ano.

“Estamos vendo uma venda de estoques. Atribuo essa redução a um posicionamento acertado de gestão [de portfólio] das empresas”, pontuou França.

Valor - SP   14/03/2024

Área ao lado de shopping vai receber torres comerciais e residenciais, para 35 mil moradores

A CEO da Iguatemi, Cristina Betts, conta ser prevista segunda fase do bairro — Foto: Ana Paula Paiva/Valor

A Iguatemi começa a vender neste ano lotes de um bairro planejado anexo ao Iguatemi Campinas, no interior paulista.

O bairro, que vai se chamar Casa Figueira, terá em sua primeira fase 66 lotes para prédios residenciais e comerciais, em um terreno de cerca de 1 milhão de metros quadrados, com um parque. São 303 mil metros quadrados de lotes. Estão previstas cerca de 100 torres, com valor geral de venda (VGV) estimado na casa dos R$ 10 bilhões.

A área não é da Iguatemi, mas da fundação Feac, que tem 70% de participação no negócio. A Feac - antes Federação das Entidades Assistenciais de Campinas, mas que hoje só utiliza a sigla - era a dona do terreno do Iguatemi Campinas e tem 30% de participação no centro comercial.

Cristina Betts, presidente da Iguatemi, conta que havia um acordo entre shopping e fundação desde os anos 1980, quando o centro foi construído, já prevendo o desenvolvimento futuro dos terrenos no entorno e a inversão de participações: como a Iguatemi tem 70% do shopping, teria 30% do empreendimento na área ao redor.

Os sócios do Casa Figueira serão responsáveis pelas obras de infraestrutura urbana da área, avaliadas em R$ 250 milhões. A empresa de shoppings deve arcar com R$ 70 milhões a R$ 80 milhões, segundo a sua participação no projeto. As obras começaram em janeiro e devem durar dois anos. A companhia projeta de R$ 350 milhões a R$ 400 milhões em geração de receita com a venda dos lotes.

O projeto arquitetônico é do escritório Broadway Malyan, que já trabalhou com regiões nos Emirados Árabes e Reino Unido.

A Iguatemi busca agora incorporadoras e parceiros que tenham interesse nos lotes e em fazer a construção, mas seguindo o que foi projetado para a área, para dar unidade ao bairro. “Não queremos que cada lote tenha uma cara diferente”, afirma a executiva. Já foi criada uma associação de bairro, que deve zelar pelo cumprimento do plano arquitetônico e pela operação da área.

A Iguatemi tem o desejo de manter para si as lojas que compõem as fachadas ativas das torres, afirma Betts, mas isso ainda não foi decidido.

O bairro é ligado ao shopping por uma escadaria. Não estão previstas extensões no próprio centro comercial, que já passou por reformas em 2002 e 2015.

A expectativa da Iguatemi é vender de quatro a cinco lotes do Casa Figueira por ano. Cada um terá entre 3,5 mil e 5 mil metros quadrados. “Se a demanda for maior, pode ser mais rápido”, afirma a presidente.

A proporção esperada pela empresa é de 70% de torres residenciais, para 35 mil pessoas, e 30% comerciais, com lojas, escritórios, laboratório e hospital. Os apartamentos devem ter tamanhos variados, afirma Betts, para acomodar pessoas “em diferentes fases da vida”. “É um bairro contido nele mesmo”, diz. A ideia é que os moradores encontrem quase tudo o que precisem na própria vizinhança.

Nosso negócio é shopping center, varejo, mas sempre cuidando do entorno [das áreas]”

— Cristina Betts

Já foi feita uma “venda teste”, no início do ano, para a incorporadora Building, que atua em Campinas. No site da empresa, consta que o projeto está em fase de aprovação e que serão construídos apartamentos de 150 metros quadrados.

Betts afirma que já há projeto para uma segunda fase do Casa Figueira, em terreno vizinho de mais um milhão de metros quadrados, também feito pelo Broadway Malyan. Não há previsão para quando o desenvolvimento dessa fase, que pode incluir casas, deve começar.

Segundo a executiva, a Iguatemi não vai se tornar também loteadora ou incorporadora, como no modelo adotado pela JHSF, que atua no ramo imobiliário e comercial. “Nosso negócio é shopping center, varejo, mas sempre cuidando do entorno”.

Ela afirma que a empresa tem a estratégia de promover o desenvolvimento das regiões do shoppings, o que já foi feito em outros centros da empresa. A Iguatemi faz isso ao direcionar o tipo de empreendimento que combina com o público esperado para o seu shopping, e que possa alimentar a circulação na área.

Outro shopping da empresa em Campinas, o Galleria ganhou uma torre corporativa em 2022 e há um projeto em aprovação para um prédio residencial exclusivo para aluguel, adianta Betts.

Já o Casa Figueira dificilmente será uma experiência repetida em outras praças. “Esse tamanho de terreno é muito único”.

O Casa Figueira integra uma onda de bairros planejados no país, que sucede a popularidade dos condomínios fechados. O modelo visa unir a comodidade de morar em áreas urbanas centrais, com comércio, trabalho e lazer, e a segurança prometida pelos condomínios. Os bairros são acessíveis a qualquer pessoa, mas podem ser monitorados por vigilância própria.

Para conceber o Casa Figueira, a diretoria da Iguatemi visitou o bairro Cidade Pedra Branca, em Palhoça (SC), um dos expoentes desse tipo de urbanismo.

Urbanistas consultados pelo Valor sobre o modelo elogiam o planejamento urbano realizado nessas áreas, mas ressaltam o receio sobre o quão abertos e inclusivos esses espaços podem ser, já que são pensados por empresas, para um público de determinado poder aquisitivo.

Valor - SP   14/03/2024

Em uma década, faturamento das 100 maiores da construção pesada saiu de R$ 138 bi (2013) para R$ 56 bi (2022)

Os crimes de grandes construtoras brasileiras, que foram revelados pela Operação Lava-Jato e tiveram duras consequências sobre seus negócios, combinados à recessão econômica de 2015 e 2016, levaram à reconfiguração da indústria de construção pesada no país na última década.

Gigantes como Odebrecht Engenharia e Construção (atual OEC), Andrade Gutierrez, OAS (Coesa e Metha) e Camargo Corrêa (grupo Mover) saíram de cena por certo período, tiveram de vender ativos para pagar as multas da leniência ou pediram recuperação judicial ou extrajudicial. Passado o pior da crise, anunciaram códigos de conduta mais rigorosos e camuflaram marca e nome, numa tentativa de esquecer a Lava-Jato. Mas os danos à indústria como um todo permaneceram.

Em uma década, o faturamento das 100 maiores da construção pesada no país saiu de R$ 138 bilhões (2013) para R$ 56 bilhões (2022), uma queda de cerca de 60% segundo dados do ranking da revista “O Empreiteiro”. O consumo de materiais de construção pelo setor foi reduzido à metade: de R$ 37 bilhões no pico visto em 2012 para R$ 16,2 bilhões em 2019 - a mínima de R$ 15,3 bilhões foi registrada em 2017, conforme a Tendências Consultoria.

De 2014 a 2017, foram fechados cerca de 430 mil postos de trabalho diretos na área de infraestrutura, segundo estudos das consultorias Tendências e LCA, a partir de números do IBGE e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Apesar de o antigo grupo Odebrecht ter mudado seu nome para Novonor depois da Lava-Jato, a construtora optou por preservar o legado, reduzindo o Odebrecht Engenharia e Construção para OEC.

Em 2022, a receita líquida da OEC foi de R$ 4,7 bilhões. Em 2015, a empresa e suas controladoras tiveram receita líquida de R$ 57,5 bilhões - os números não são diretamente comparáveis por causa das reorganizações societárias que ocorreram nesse intervalo, mas dão a dimensão do tamanho do tombo. Com dívidas de mais de R$ 14 bilhões, a Novonor está em recuperação judicial. A construtora ficou fora do processo.

A OAS também pediu recuperação judicial, encerrada em 2020. Mas, depois de uma reorganização societária que a dividiu em duas novas empresas, Metha e Coesa, houve novo pedido de recuperação judicial em nome da Coesa.

A Camargo Corrêa, agora grupo Mover, voltou-se a projetos de infraestrutura por meio da Camargo Corrêa Infra. O conglomerado teve de vender ativos, entre os quais o controle da Alpargatas (dona de marcas como Havaianas). Agora, está tentando se desfazer das operações da InterCement no Brasil e sua fatia na Loma Negra, na Argentina.

A Andrade Gutierrez manteve o nome e recorreu à recuperação extrajudicial. Mas viu seu faturamento encolher à metade entre 2013 e 2023. Em 2022, vendeu a fatia de 14,9% na concessionária CCR.

Em praticamente todos os casos, houve participação na construção de estádios para a Copa de 2014, onde acabou comprovada a prática de corrupção.

Junto com os desdobramentos da Lava-Jato, veio a recessão”

— Ana Maria Castelo

“Foi um retrocesso muito grande”, diz o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada-Infraestrutura (Sinicon), Claudio Medeiros. Junto com o declínio das grandes empreiteiras, conta, houve uma onda de fechamento de construtoras menores, que eram subcontratadas. Ao mesmo tempo, com a finalização das grandes obras e a escassez de novos projetos, as grandes que sobreviveram ao escândalo de corrupção passaram a disputar obras menores, sufocando pequenas e médias, que ficaram sem condições de competir.

Um estudo produzido em 2022 pela Tendências para o Sinicon mostra que, no auge, em 2014, havia 2,7 mil empresas atuantes em infraestrutura no país. Até 2017, cerca de 500 já haviam fechado as portas. “É natural que uma parte da perda de empregos e do fechamento de empresas tenha sido efeito da crise econômica que afetou o Brasil nos anos de 2015 e 2016”, diz o texto.

A operação que investigou crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta, entre outros delitos, foi deflagrada em 2014, no fim de um ciclo de sete ou oito anos muito próspero para as construtoras. Grandes obras de infraestrutura, projetos de engenharia relacionados à Copa do Mundo e aos Jogos Olímpicos no país, o lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida e a maior oferta de crédito imobiliário resultaram em crescimento acentuado a partir de 2007 até 2014.

“Junto com os desdobramentos da Lava-Jato, veio a recessão da economia brasileira. No mercado imobiliário, a crise só não foi pior por causa do Minha Casa, Minha Vida”, diz a coordenadora de projetos da construção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), Ana Maria Castelo.

A reação tanto no mercado imobiliário quanto na infraestrutura veio a partir de 2020, com a queda dos juros e as medidas emergenciais decorrentes da pandemia de covid-19, fortalecendo investimentos de Estados e municípios. Houve retomada dos leilões de concessão e o novo marco do saneamento destravou projetos. “Há um ciclo de investimento em infraestrutura que está recomeçando”, observa Castelo.

Segundo a consultoria Inter.B, investimentos públicos e privados (distribuídos entre energia elétrica, telecomunicações, saneamento e transportes) devem chegar a R$ 215,8 bilhões neste ano, contra R$ 194,5 bilhões estimados para 2023, mantendo-se em torno de 2% do PIB. Ainda assim, diz a consultoria, abaixo da demanda de investimentos “de modernização da infraestrutura do país, estimados em 4% do PIB ao longo de duas décadas”.

Na reconfiguração do setor a partir de 2014 caiu o número de grandes empresas e cresceu o de médias, e investidores e capital estrangeiros foram atraídos. Hoje, com o reaquecimento dos projetos de infraestrutura e o setor imobiliário competindo pelos profissionais qualificados, há escassez de mão de obra.

Procuradas, as grandes empreiteiras citadas nesta reportagem preferiram não se manifestar.

Rodoviário

Globo Online - RJ   14/03/2024

O governo federal e o governo de São Paulo abriram nesta quarta-feira uma consulta pública para receber contribuições da sociedade sobre o túnel Santos-Guarujá, a construção da principal obra do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A consulta foi lançada em evento no Ministério de Portos e Aeroportos nesta quarta-feira.

Nesta segunda-feira o Ministério de Portos e Aeroportos anunciou investimento de R$ 12,6 bilhões para o Porto de Santos entre 2024 e 2028. A construção do túnel é o principal projeto do plano de investimentos e custará R$ 5,8 bilhões. Deste montante, metade da verba será paga pelo governo federal e a outra metade pelo governo de São Paulo.

O investimento do projeto será recuperado em aproximadamente 3 ou 4 anos, segundo o presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini. A obra também deve gerar cerca de 5 mil empregos, de acordo com o Ministério de Portos.

A consulta pública para colher contribuições e sugestões sobre o túnel foi aberta nesta quarta e o seu prazo se encerra daqui a 45 dias.

Antiga reivindicação de políticos paulistas, a construção do túnel foi firmada após acordo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Tarcísio de Freitas, anunciado em fevereiro deste ano.

O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos-SP), ressaltou a colaboração com o governo federal no evento de lançamento de consulta pública.

— Estamos fazendo história, Silvio (ministro de Portos). Governos que eventualmente não tem o mesmo direcionamento ideológico vão trabalhar juntos em prol do cidadão. A disputa a gente deixa para a eleição, agora é a hora da gente trabalhar junto — afirmou o governador.

O ministro Silvio Costa retribuiu o gesto e disse que a parceria entre os governos que estão em campos políticos opostos aconteceu sob orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

— Sob orientação do presidente Lula e do ministro Rui Costa, desde o primeiro momento, a gente procurou cultivar o diálogo, visando a construção coletiva. Até porque eu digo sempre que as diferenças constroem as convergências, e é preciso que a gente pense muito mais nas próximas gerações do que nas próximas eleições.

Além do túnel, o plano de investimentos do governo para o porto de Santos conta ainda com obras de dragagens de aprofundamento do Canal de Acesso e de aprofundamento dos berços e a transferência do terminal de passageiros (Concais) para a área do parque Valongo.

Segundo o Ministério de Portos, o túnel beneficiará mais de 5 milhões de pessoas, incluindo os 1,6 milhão de habitantes da Baixada Santista, além de mais de 4 milhões de turistas que anualmente visitam o litoral norte paulista.

Globo Online - RJ   14/03/2024

Num governo que costuma demonizar as privatizações, é bem-vinda a ideia do Ministério dos Transportes de renegociar concessões de rodovias federais como forma de acelerar investimentos privados e destravar obras paralisadas. A otimização de contratos envolve 14 concessões que somam mais de 7.500 quilômetros de estradas em vários estados. Pelas contas do governo, as renegociações proporcionariam investimentos de R$ 110 bilhões (70% nos primeiros seis anos). Elas dependem ainda de aval do Tribunal de Contas da União (TCU).

A intenção do ministro dos Transportes, Renan Filho, é prorrogar esses contratos por até 15 anos, exigindo em contrapartida que as concessionárias iniciem ou retomem obras previstas. Teriam de realizar intervenções para evitar deslizamento de encostas e ações ambientais como reflorestamento ou construção de passagens para animais. Ao menos em parte das rodovias, seria preciso adotar o sistema de cobrança eletrônica que dispensa praças de pedágio. Cogita-se também incluir a instalação de pontos de carregamento para veículos elétricos.

No entender do Planalto, a renegociação seria mais vantajosa que novas licitações, por trazer mais agilidade. Novas concessionárias levariam, segundo o governo, até três anos para iniciar as obras, enquanto as atuais poderiam começá-las num prazo menor.

A ideia faz sentido, mas não se deve prorrogar um serviço ruim. É preciso estudar o que não deu certo nos inúmeros contratos com problemas para evitar repetir os erros. Não adianta estabelecer tarifas de pedágio demagógicas que não sustentam as obrigações de manutenção e investimentos ou exigir a realização de obras de grande porte a preços irreais.

Infelizmente, foi o que aconteceu com muitos contratos, transformando estradas em cemitério de obras. No trecho da BR-040 entre Rio de Janeiro e Juiz de Fora, as intervenções da nova subida da serra de Petrópolis, de 20,7 quilômetros, começaram em 2013 e foram paralisadas três anos depois em meio a divergências com a União. Como comparação, a duplicação do trecho de 22 quilômetros de serra da Rodovia dos Tamoios, em São Paulo, iniciada em 2015, foi entregue em 2022.

O poder público não costuma ser bom administrador de rodovias. Isso fica claro na pesquisa anual da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Em 2023, das dez estradas com melhor avaliação no levantamento, sete eram mantidas por concessionárias privadas. Entre as dez piores, todas eram administradas por governos (oito estaduais e duas federais).

É evidente que o poder público não tem recursos para manter as rodovias num padrão aceitável — ou elas não estariam em situação calamitosa. Por isso as concessões são o caminho desejável. Mas elas precisam ser feitas em bases realistas. Caso contrário, as obras correm o risco de não ser entregues, e o serviço ao usuário ficará comprometido. É nisso que o governo precisa pensar antes de renegociar contratos que fracassaram.

PETROLÍFERO

CNN Brasil - SP   14/03/2024

Os preços do petróleo subiam cerca de 2% nesta quarta-feira (13), apoiados pela potencial interrupção de oferta após ataques ucranianos a refinarias russas, sinais de forte demanda e esperanças de que o Federal Reserve possa começar a cortar as taxas de juro em breve, apesar da forte inflação dos Estados Unidos.

A Ucrânia lançou um ataque abrangente com drones em regiões russas nesta quarta-feira, causando um incêndio na maior refinaria de petróleo da Rosneft, no que o presidente Vladimir Putin disse ser uma tentativa de atrapalhar as eleições presidenciais da Rússia.

“O súbito mas compreensível impulso do sentimento [para o preço do petróleo] foi desencadeado pelos contínuos ataques a refinarias russas”, disse Tamas Varga, da corretora de petróleo PVM.

Os futuros do petróleo Brent para maio subiam US$ 1,67, ou 2,04%, a US$ 83,59 o barril por volta de 10h35. O petróleo West Texas Intermediate dos EUA para abril subia US$ 1,79, ou 2,31%, a US$ 79,35.

Apesar da recuperação, o Brent foi negociado em uma faixa estreita acima de US$ 80 por mais de um mês, subindo brevemente acima de US$ 84 nesse período.

Infomoney - SP   14/03/2024

Os estoques de petróleo nos Estados Unidos tiveram queda de 1,536 milhão de barris, para 446,994 milhões de barris, na semana encerrada em 8 de março, informou nesta quarta-feira (13) o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país. O dado contrariou o consenso LSEG de analistas, que previa uma alta de 875 mil barris no período.

Os estoques de gasolina caíram 5,662 milhões de barris, a 234,083 milhões de barris. A previsão era de uma redução de 1,2 milhão de barris. Já os estoques de destilados subiram 888 mil barris, a 117,898 milhões de barris, quando analistas esperavam um baixa de 600 mil barris.

A taxa de utilização da capacidade das refinarias subiu para 86,8%, ante 84,9% na semana anterior. A expectativa era de alta mais tímida, a 85,8%.
Os estoques de petróleo no centro de distribuição de Cushing diminuíram 220 mil barris, a 31,451 milhões de barris. Já a produção média diária dos EUA recuou de 13,2 milhões a 13,1 milhões de barris no período.

TN Petróleo - RJ   14/03/2024

O aprimoramento regulatório introduzido pela aprovação da Deliberação N°1485/23, permitiu ao Estado de São Paulo avançar no Ranking do Mercado Livre de Gás (RELIVRE), coordenado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), pela ABRACE Energia, associação que representa os grandes consumidores de energia e pela Associação dos Produtores Independentes de Petróleo (ABPIP).

Os membros do RELIVRE participaram de todo o processo de aprimoramento da norma sobre a abertura do mercado de gás, desde a Tomada de Contribuições Públicas até Consulta Pública da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (ARSESP). Destacamos que todo o processo foi conduzido pela Agência Reguladora de forma clara e objetiva. Destacamos também o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL), que não mede esforços para implementar em São Paulo as mais exitosas práticas do Mercado Livre de Gás, a partir da manutenção de um intenso diálogo com o setor, de forma ampla e irrestrita.

A diretora executiva de gás natural do IBP, Sylvie D´Apote (foto), ressalta a parceria do RELIVRE com os governos estaduais para aprimorar o mercado de gás no país. "O envolvimento da secretaria de estado de SP e da ARSESP, buscando desenvolver novas normas e dar um novo dinamismo ao mercado de gás natural no maior polo consumidor do país, é ótima sinalização para nós que atuamos para expandir a oferta desse produto tão estratégico para a economia, a indústria e a transição energética", ressaltou.

Para Adrianno Lorenzon, diretor de gás natural da ABRACE Energia, "é um avanço, uma melhoria, flexibiliza alguns requisitos que a regulação anterior impunha. Mas, ainda, especialmente se tratando do principal mercado industrial consumidor de gás natural, entendemos que são necessárias ainda novas atualizações na regulação do consumidor livre, para que esse mercado efetivamente possa deslanchar em São Paulo".

Já Anabal Santos Jr, diretor presidente da ABPIP, ressalta que pela importância e relevância das legislações estaduais para a consolidação do Mercado Livre de gás "todo avanço é muito importante, especialmente no caso São Paulo, pela dimensão do mercado e pelos volumes potenciais e já utilizados no estado. As mudanças são muito bem-vindas. Acreditamos ainda que novas evoluções podem ser realizadas, e reconhecemos os esforços da ARSESP na alteração do seu arcabouço na direção da iniciativa de fortalecer o Mercado Livre de gás".

As mudanças apresentadas levaram o Estado de São Paulo a saltar da 18ª colocação (37,4%) para a 13ª colocação (44,6%) na atualização do RELIVRE em janeiro deste ano. A deliberação 1.485/2023 da ARSESP foi um marco fundamental que trouxe avanços importantes, como:

- Inclusão de Acordo Operacional como instrumento contratual que estabelece procedimentos para fluxo de informações da operação, regras operacionais entre os agentes e responsabilidades;

- Revogação da necessidade de estabelecimento de filial em São Paulo e da necessidade de comprovação de capital mínimo, para obtenção da Autorização de Comercializador;

- Exclusão de alguns dispositivos para o gerenciamento de contratos de compra e venda de gás;

- Redução para três meses do prazo máximo de retorno ao mercado regulado e estabelecimento, nos casos de contratação simultânea nos mercados regulado e livre, da não existência de um prazo para a migração total ao mercado livre.

Sobre o RELIVRE - O Ranking do Mercado Livre de Gás (RELIVRE) é uma ferramenta de acompanhamento das normas estaduais do mercado livre de gás natural. Elaborado por agentes de diferentes elos da cadeia: produtores (IBP e ABIPIP) e grandes consumidores (ABRACE), e destaca os aspectos regulatórios de cada estado mais relevantes para a efetiva abertura do mercado de gás natural. O objetivo do RELIVRE é incentivar melhorias regulatórias nos estados, apontando sugestões de aprimoramento e possibilitando comparações com outras normas.

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