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12 de Julho de 2024

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   12/07/2024

A perspectiva de a China superar os Estados Unidos e se tornar a maior economia do mundo tem sido há décadas tematizada por formuladores de políticas e economistas. O que acontecerá, se questionam, quando os EUA – uma das economias mais dinâmicas e produtivas – forem usurpados por um regime autoritário com uma força de trabalho de três quartos de um bilhão de pessoas?

As previsões de quando exatamente a China roubaria a coroa dos EUA têm sido frequentes desde a crise financeira de 2008/9, que por muitos anos prejudicou o crescimento nos EUA e na Europa. Antes do que ficou conhecido como a Grande Recessão, a China registrou por pelo menos cinco anos um crescimento anual de dois dígitos do produto interno bruto (PIB). Na década seguinte à crise, a economia chinesa ainda se expandiu entre 6% e 9% ao ano. Isto é, até a chegada da covid-19.

Como se já não bastasse a pandemia, que levou a medidas rígidas de confinamento que afetaram a economia, a potência asiática também mergulhou em um colapso imobiliário. Em seu auge, o mercado imobiliário foi responsável por um terço da economia da China. No entanto, as regras introduzidas por Pequim em 2020 impuseram limites ao volume de dívidas que as incorporadoras imobiliárias poderiam assumir. Muitas empresas faliram, deixando um número estimado de cerca de 20 milhões de casas inacabadas ou atrasadas, que não foram vendidas.

Na mesma época, o declínio das relações comerciais com o Ocidente também enfraqueceu o crescimento da segunda maior economia do mundo. Depois de incentivar a ascensão da China por décadas, no final da década de 2010, os EUA passaram a conter as ambições econômicas e militares de Pequim, mesmo que apenas para atrasar o avanço inevitável.

Economia da China atingiu seu pico?

A aparente mudança de sorte da economia chinesa foi tão acentuada que um novo termo surgiu há cerca de um ano: “pico da China”. A teoria é de que a economia chinesa estava agora sobrecarregada por muitos problemas estruturais, como uma dívida pesada, a desaceleração da produtividade, o baixo consumo e o envelhecimento da população. Essas fraquezas, juntamente com as tensões geopolíticas sobre Taiwan e a dissociação do comércio pelo Ocidente, provocaram especulações de que a iminente supremacia econômica da China poderia ser adiada ou nunca acontecer.

Mas Wang Wen, do Instituto Chongyang de Estudos Financeiros da Universidade Renmin da China, disse à DW que a noção de pico da China é um “mito”, acrescentando que a produção econômica total da China atingiu quase 80% da produção dos EUA em 2021.

Wang disse que, enquanto Pequim mantiver a “estabilidade interna e a paz externa”, a economia chinesa logo ultrapassará a dos EUA. Ele citou o desejo de milhões de chineses da zona rural de se mudarem para as áreas urbanas, onde os ganhos e a qualidade de vida são supostamente muito mais altos.

“A taxa de urbanização da China é de apenas 65%. Se for calculada em 80% no futuro, isso significa que mais 200 a 300 milhões de pessoas entrarão nas áreas urbanas, o que gerará um enorme aumento na economia real”, disse ele.

Alta da produtividade “desapareceu”

Outros economistas, no entanto, acreditam que os problemas que desencadearam a narrativa do “pico da China” provavelmente estavam sendo construídos há vários anos.

“A economia chinesa cresceu tão rapidamente no início dos anos 2000 por causa da alta produtividade”, disse Loren Brandt, professor de economia da Universidade de Toronto, acrescentando que a produtividade foi responsável por cerca de 70% do crescimento do PIB durante as três primeiras décadas de reforma na China, iniciadas em 1978.

“Após a crise financeira, o crescimento da produtividade simplesmente desapareceu. Agora, talvez seja um quarto do que era antes de 2008”, acrescentou o especialista em economia chinesa.

Enquanto o Partido Comunista da China se prepara para sua reunião mais importante do ano, o país enfrenta vários ventos econômicos contrários de curto prazo.

As dívidas totais da China aumentaram para mais de 300% do PIB. Uma grande parte é de propriedade dos governos locais. O investimento estrangeiro direto caiu por 12 meses consecutivos, diminuindo 28,2% somente nos primeiros cinco meses de 2024. Apesar dos enormes investimentos para impulsionar a produção de novas tecnologias, alguns dos parceiros comerciais de Pequim estão restringindo as importações chinesas.

“Aqui está uma economia que investiu enormemente em [pesquisa e desenvolvimento], pessoas e infraestrutura de primeira classe. Mas isso não está sendo aproveitado de uma forma que ajude a sustentar o crescimento da economia”, disse Brandt.
Efeitos da tomada de poder de Xi Jinping

Pequim, sob o governo do presidente Xi Jinping, também avançou em direção a uma maior centralização da economia por meio da propriedade estatal de indústrias. Os líderes da China decidiram que a próxima onda de crescimento seria construída com base no consumo interno, permitindo que o país dependesse menos das exportações estrangeiras.

Entretanto, muitos programas sociais não acompanharam o ritmo do milagre econômico da China. Os consumidores – que não podem mais contar com assistência médica de baixo custo, educação e mais do que uma pensão básica do Estado – estão receosos de gastar mais de suas economias. A riqueza de suas famílias caiu em até 30% como resultado do crash imobiliário, de acordo com Brandt.

“[A descentralização] durante as primeiras duas ou três décadas deu espaço para que os governos locais tomassem decisões”, acrescentou. “A China se beneficiou enormemente da autonomia, da liberdade e dos incentivos que tinha, além do enorme dinamismo do setor privado. Esses problemas serão muito mais difíceis de reverter, especialmente sob a liderança atual.”

No final dos anos 2000, o setor privado representava cerca de dois terços da economia chinesa, mas no primeiro semestre do ano passado, essa participação caiu para 40%. O setor estatal e de propriedade mista cresceu muito mais. Embora a China tenha agora o maior número de empresas listadas na classificação das principais corporações globais da revista Fortune, essas empresas são muito menos lucrativas do que suas contrapartes americanas, com margens de lucro médias de 4,4%, em comparação com 11,3% das multinacionais americanas.
O novo Japão?

O grande temor é que todos esses fatores possam fazer com que a economia da China siga o caminho do Japão. Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão viveu um milagre econômico, marcado por décadas de alto crescimento que causou uma enorme bolha no mercado de ações e no setor imobiliário.

No auge desse milagre econômico, alguns economistas previram que o Japão ultrapassaria os EUA como a maior economia do mundo. Então, em 1992, a bolha estourou, fortunas foram perdidas, e a economia entrou em colapso. Desde então, o Japão não conseguiu compensar as várias décadas de crescimento perdido.

Enquanto isso, os economistas chineses apontam que o PIB industrial do país já é duas vezes maior do que o dos EUA. O crescimento do PIB do ano passado, de 5,2%, foi mais do que o dobro da taxa de crescimento dos EUA. A economia do país asiático já ultrapassou a dos EUA em 2016 quando medida em paridade de poder de compra (PPC).

“Nos últimos 45 anos, o desenvolvimento da China enfrentou muitos problemas econômicos”, ressaltou Wang. “Mas, em comparação com a depressão de 30 anos atrás, a alta dívida de 20 anos atrás e o crash imobiliário de 10 anos atrás, o problema atual não é o mais grave.”

Globo Online - RJ   12/07/2024

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou em relatório que a economia brasileira tem demonstrado resiliência, apesar da "persistência da elevada dívida pública".

Divulgado nesta quinta-feira, o relatório de supervisão da economia brasileira com base no chamado Artigo IV, que prevê a avaliação anual de seus países-membros, afirma ainda que a Reforma Tributária — a qual classificou como significativa — faz o país avançar em uma agenda ambiciosa de crescimento sustentável.

Segundo o relatório, a catástrofe que se abateu no Sul do país inibirá um crescimento maior: "Projetamos que o crescimento se modere para 2,1% em 2024, refletindo uma política monetária ainda restritiva, um déficit fiscal menor, a calamidade de enchentes no Rio Grande do Sul e a normalização da produção agrícola", diz o documento, fazendo referência à produção recorde da agricultura em 2023.

Em maio, durante a visita dos membros do FMI ao país para realizar consultas de produção do relatório, a instituição já havia elevado a projeção do PIB para 2,5% a médio prazo.

No mesmo documento do ano passado, o FMI projetava crescimento de 1,2% do PIB do país este ano. Já no Panorama Econômico Global, divulgado em abril, a estimativa era de 2,2%. Agora, para o ano que vem, o Fundo prevê uma expansão de 2,4%.

Inflação

O índice de preços só deve voltar à meta em 2026, avalia a instituição, por conta de "incertezas persistentes", como possíveis erros de calibragem da política monetária nas principais economias mundiais, volatilidade nos preços das commodities e da instabilidade financeira global.

A projeção da instituição é de que o IPCA de 2024 seja de 4%, com o de 2025 alcançando 3,2%.

Segundo o FMI, o índice ainda pode surpreender devido às enchentes no Rio Grande do Sul, com instabilidades mais agudas do que o esperado nas cadeias de fornecimento. Além disso, a política fiscal pode aumentar o custo do crédito, diz trecho:

"A incerteza sobre medidas fiscais pode reduzir a credibilidade da política, elevando os custos de financiamento e aumentando os riscos de desancoragem das expectativas de inflação".

O FMI afirma ainda que a solidez do sistema financeiro do país, além da posse de reservas cambiais adequadas, baixa dependência de dívida em moeda estrangeira, grandes reservas de caixa do governo e taxa de câmbio flexível são fatores que "apoiam a resiliência do Brasil".

Apropriado e consistente

O documento aponta ainda que o ritmo de flexibilização da taxa de juros tem sido "apropriado e consistente com as metas de inflação", e elogiou a comunicação do Banco Central, a elencando como "eficaz em guiar as expectativas do mercado".

O Fundo recomendou que manter a flexibilidade no ritmo dos cortes é prudente, dadas as expectativas de inflação acima da meta e o trabalho de mercado ainda "apertado" — isto é, com taxa de desemprego baixa.

Ainda na seara das recomendações, o FMI orientou que as autoridades do país avancem em reformas estruturais. O Fundo disse que a produtividade do país poderia ter ganhos através de melhorias na integração comercial, no aumento da eficiência de programas sociais e da progressividade do sistema tributário. Esta última medida, diz a instituição, ajudaria a reduzir desigualdades e a pobreza, ao mesmo tempo em que suporta a sustentabilidade fiscal do país.

IstoÉ Dinheiro - SP   12/07/2024

A inflação nos Estados Unidos continuou moderada em junho em 3% em termos anuais, frente aos 3,3% do mês anterior, segundo o índice de preços ao consumidor (ICP) publicado nesta quinta-feira (11), uma boa notícia para o presidente Joe Biden em sua campanha pela reeleição.

Segundo dados do Departamento de Trabalho, os preços caíram 0,1% em um mês, contrariando as previsões de analistas, que contavam com um ligeiro aumento de 0,1% no mesmo período e de 3,1% em um ano, de acordo com o consenso publicado pelo site MarketWatch.

Ao comentar a notícia, Biden comemorou “os avanços significativos” obtidos pelo país no aspecto que considera fundamental para as suas chances de derrotar o adversário republicano Donald Trump nas eleições de 5 de novembro.

“Os preços caíram no mês passado e a inflação subjacente é a mais baixa dos últimos três anos”, observou, embora tenha estimado que “os preços ainda continuam muito elevados” em um cenário no qual “as grandes empresas registram lucros recordes”.

Excluindo os preços da energia e dos alimentos, comumente mais voláteis, a chamada inflação subjacente aumentou ligeiramente em um mês, em 0,1%, mas este é o menor índice desde agosto de 2021.

O resultado foi melhor que as expectativas do mercado, que apontavam para um aumento de 0,2%, segundo o MarketWatch.

A queda afetou principalmente os preços da energia, que caíram 2% em um mês. Neste setor, os preços da gasolina tiveram um declínio de 3,8%, após terem diminuído 3,6% em maio.

Em junho, a inflação registrou o seu segundo mês de queda, retomando o caminho rumo ao objetivo de 2% definido pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano).

O IPC é importante para o poder de compra dos americanos visto que é com base nele que as aposentadorias são indexadas. Mas para conduzir sua política monetária, o Fed prefere outro índice, o PCE, que será publicado em 26 de julho.

“Estes dados aumentam a confiança de que a inflação está retornando a 2% de forma constante”, escreveu em nota a economista-chefe do Fed, Rubeela Farooqi.

Até o momento, o banco central americano rejeitou baixar suas taxas de juros, ao carecer de dados suficientes que indicassem que a inflação estava em um bom caminho para um retorno sustentável aos 2%.

Desde 2022, quando atingiu o seu nível mais elevado após a crise da covid-19, com uma taxa anual em 9,5%, a inflação nos Estados Unidos registrou uma forte desaceleração.

Desde o início de 2024, tende a se estabilizar entre 2,5% e 3%.

A próxima reunião do Fed está marcada para 30 e 31 de julho, mas o primeiro corte nas taxas não deverá ocorrer antes de sua reunião em meados de setembro, a última antes das eleições presidenciais de novembro.

CNN Brasil - SP   12/07/2024

As contas públicas compõem um dos fatores que influenciam na trajetória da inflação e, por consequência, nas decisões do Banco Central (BC) sobre os juros.

Para além do impacto na atividade econômica, a taxa Selic pode deflagrar um efeito bola de neve nas contas públicas: rombo fiscal gera juros maiores que geram mais rombo fiscal.

O setor público tem uma dívida trilionária. Dados do Banco Central mostram que a dívida líquida supera os R$ 7 trilhões.

Essa dívida cresce à medida que o governo gasta mais que arrecada, e o Tesouro precisa tomar mais empréstimos para continuar quitando compromissos.

Esse rombo nas contas públicas gera desconfiança do investidor, o que ajuda a elevar a inflação.

Para responder a esse problema, o BC aumenta os juros. Só que boa parte da dívida do governo é atrelada à própria taxa Selic, e o rombo fiscal começa a gerar o efeito bola de neve nas contas públicas.

Em 2023, o Tesouro Nacional pagou R$ 816 bilhões em juros da dívida pública. Se fosse o orçamento de um ministério, seria simplesmente o segundo maior do governo brasileiro — atrás apenas da Previdência Social.

Para o setor privado, o efeito é o mesmo. Empresas e famílias também pagam mais juros quando a taxa Selic sobe — ou deixa de cair. Isso porque fica “mais caro” estar endividado quando os juros aumentam.

Para uma pessoa, o aumento dos juros “come” parte do orçamento, e pode deflagrar um efeito dominó: com menos dinheiro, a pessoa pode simplesmente adiar pagamentos e ficar inadimplente.

Para uma empresa, o juro elevado também pode mudar planos, já que o financiamento mais caro pode inviabilizar o plano de uma nova filial ou de um investimento.

O Estado de S.Paulo - SP   12/07/2024

A proposta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para renegociação da dívida dos Estados pode adicionar até 2,4 pontos porcentuais do PIB na dívida bruta do governo (DBGG) entre 2025 e 2033, o equivalente a quase meio trilhão de reais. São R$ 462,2 bilhões de impacto no indicador, uma das referências para avaliação da capacidade de solvência do País.

O cálculo foi feito pelos economistas da Warren Investimentos Felipe Salto e Gabriel Garrote, em nota técnica sobre os efeitos do projeto apresentado por Pacheco nas contas públicas. No geral, o balanço sobre o texto é negativo.

A projeção da Warren parte de um cenário em que DBGG estaria em 94,1% do PIB em 2033, podendo ir a 96,5% no cenário mais drástico de efeitos da proposta. Ela considera a opção desenhada por Pacheco que permite uma redução de juros da dívida combinada a um abatimento do estoque, viabilizado pela entrega de ativos. Mas o maior impacto, observam os economistas, vem dos juros zerados. Mesmo se não houver mudança no estoque, a abertura para a União não receber pelo serviço da dívida já faria a dívida bruta ir a 96,1% do PIB.

Atualmente, os passivos dos Estados são corrigidos pela inflação acrescida de juros de 4%, o que fará o montante total dessas dívidas ir a R$ 757,6 bilhões no fim de 2024. É sobre esse valor que a Warren fez as projeções. Se os juros poderão cair de 4% para 0%, os juros líquidos devidos pela União ficarão maiores, na prática. Essa fatia atualmente está em R$ 679,3 bilhões e é integralmente financiada com mais dívida pública.

Todo o pagamento a menos feito pelos Estados por conta da renegociação se refletirá nesse montante, elevando ainda mais a dívida pública, “que já segue em trajetória desfavorável”. Salto e Garrote lembram ainda que o aumento da dívida pública só não ocorreria se a renegociação levasse a uma redução da dívida estadual junto a terceiros, a exemplo da dívida bancária ou externa. Mas isso não deve ocorrer, uma vez que a intenção do projeto é a de que os Estados usem a folga da redução da despesa financeira para investir, o que provoca um aumento da despesa primária. Por isso, além de afetar a DBGG, o projeto também terá reflexos sobre o déficit do setor público.

“Assim, não haverá como consequência uma redução da dívida estadual junto a terceiros para compensar o aumento da dívida pública da União junto ao mercado, para financiar o aumento dos juros líquidos devidos. Ademais, conforme adiantado acima, haverá aumento do déficit primário do setor público”, afirma a Warren.

O PL gerou insatisfação em Brasília e também entre Estados menos endividados. A reportagem apurou que esse descontentamento continua no Ministério da Fazenda, principalmente pela avaliação de que a proposta privilegia demasiadamente os Estados mais endividados, em especial Minas Gerais, que têm interesse em federalizar ativos.

Sobre esse ponto, a Warren pontua ser “muito difícil” avaliar o verdadeiro valor desses ativos, especialmente no caso da cessão de créditos inscritos na dívida ativa, que também está prevista no texto de Pacheco. “A renegociação da dívida estadual só pode ser feita em bases que prevejam contrapartidas claras, sobretudo para Estados que querem o benefício por estarem encalacrados em razão de não terem feito sua lição de casa. Quanto ao uso de ativos, se são tão bons e têm tanta liquidez, que sejam vendidos para saldar a dívida, e não entregues para a União, feito presente de grego”, disse Salto.

A Warren ainda observa que o momento atual é bastante sensível para discutir matérias que deteriorem as contas públicas, lembrando que foi necessário o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio do ministro Fernando Haddad, se comprometer publicamente com o cumprimento das regras fiscais para estancar a “contínua deterioração” dos indicadores econômicos.

Na terça-feira, 9, Haddad lembrou que era preciso “assegurar de qualquer jeito” que a discussão sobre a renegociação das dívidas não afetasse o resultado primário. Para Salto, o ministro fez bem em se posicionar neste sentido.

“O que importa é o impacto na dívida, seja via piora do primário dos estados, seja via redução das receitas financeiras ou ainda pelo estímulo a mais endividamento, que será necessário para cobrir o buraco criado por essa proposta. Entendo que o Ministro fez bem de se manifestar dizendo o que disse sobre esse projeto de lei”, afirmou.

O Estado de S.Paulo - SP   12/07/2024

A recente crise fiscal no Brasil, que fez o real bater R$ 5,70, aumentou as chances de os juros voltarem a subir no País, alerta o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos. O estresse do mercado foi contido após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva baixar o tom e indicar comprometimento fiscal por parte do seu governo, mas o sinal foi “abstrato”. Faltam medidas estruturais para endereçar o problema, defende o economista.

“Nos próximos cinco meses, é maior a probabilidade do juro subir do que do juro cair no Brasil”, diz Ramos, baseado em Nova York, em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast. Por ora, esse não é o seu cenário base, mas o economista lembra que o mercado, ao qual Lula tanto critica, ainda está “nervoso”. “O mercado perdeu dinheiro quando o câmbio estressou porque estava posicionado para a apreciação do câmbio e queda de juro”, afirma.

Abaixo, os principais trechos da entrevista:

As incertezas fiscais aumentaram no Brasil nos últimos meses, colocando os ativos domésticos sob pressão. Qual a sua visão?

O mercado começou a ficar mais preocupado com a dinâmica fiscal. Os sinais emitidos pelo governo em relação às políticas fiscal e monetária e ao Banco Central adicionaram um pouquinho mais de combustível nesse fogo aí. Ficou estressado, ficou complicado. Ainda estamos um pouco nessa toada.
A recente crise comprometeu o novo arcabouço fiscal?

O novo arcabouço falhou espetacularmente como âncora fiscal e nunca conseguiu convencer os agentes econômicos que seria possível entregar primários crescentes. A realidade se encarregou de mostrar isso, e o governo já revisou as metas estabelecidas há cerca de um ano. Por outro lado, as metas também não eram credíveis, porque tinham a premissa de que o governo teria a capacidade de aumentar a carga tributária de maneira bastante significativa. O governo teve algum sucesso, mas não o necessário para entregar essas metas porque continua resistente a olhar o gasto de uma maneira diferente.

Depois do estresse no mercado, o presidente Lula começou a falar em responsabilidade fiscal. Isso melhora o quadro?

O presidente já mencionou várias vezes que aprendeu desde criança a não gastar mais do que pode, do que arrecada, mas a realidade mostra que o Brasil está gastando muito mais do que arrecada, muito mais do que pode. Onde é que está o primário? Em menos de cerca de R$ 280 bilhões no acumulado de 12 meses, ou seja, -2,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Onde é que está o déficit fiscal nominal total? Em R$ 1 trilhão, -9,6% do PIB. O Brasil está a vários sistemas solares de distância do equilíbrio fiscal.

O presidente Lula criticou o mercado pelo câmbio, pelo juro alto, por ser o único a querer um Banco Central autônomo.

O mercado está nervoso. Quanto àquela ideia de que o mercado é tudo especulador, que quer juro alto, eu lembraria que a indústria de fundos perdeu muito dinheiro no ano passado e continuou perdendo em 2024 porque acreditava que o juro ia cair mais no Brasil. Tinha uma aposta positiva e construtiva. O mercado não ganha quando o juro sobe, o mercado perdeu dinheiro quando o juro parou de cair. O mercado perdeu dinheiro quando o câmbio estressou porque estava posicionado para a apreciação do câmbio e queda de juro. O mercado é uma agregação abstrata de bilhões e bilhões de transações. Não é uma pessoa que está especulando e vai mover o real para R$ 5,70.

Em meio ao estresse fiscal, o governo anunciou corte de R$ 25,9 bilhões em benefícios sociais. É o suficiente?

A revisão do cadastro de beneficiários dos programas sociais não é medida, isso devia ser uma agenda permanente. Quem não é elegível, se tem fraude, não deveria receber. É para isso que o governo tem unidades que fazem essa auditoria. A pergunta é por que só fez agora depois de um ano e meio no poder? Essa deveria ter sido uma agenda desde o dia 1º.
Ou seja, não é suficiente?

É sempre possível apertar um pouco o fiscal, contingenciar um pouquinho. O ideal seriam medidas estruturadas porque, no fim, o governo acaba chutando a lata para frente, exigindo ajustes nos anos seguintes. Há um problema estrutural no Orçamento, que são as vinculações constitucionais na saúde e na educação e a vinculação dos benefícios previdenciários ao salário mínimo. Não significa que vai gastar menos, pode até gastar mais.

E qual o benefício?

Acabar com essa rigidez que torna o manejo orçamental muito mais difícil. É uma questão de flexibilidade, de lógica, de eficiência no manejo do orçamento. Ninguém está dizendo que tem que diminuir o salário mínimo. Você até pode aumentá-lo, só que não tem que ter vinculação com o benefício previdenciário.
Os sinais do presidente Lula sobre o fiscal foram suficientes?

Esse estresse todo no câmbio e nos juros tinha muito a ver com os sinais que o governo estava emitindo. Mostraram um pouco mais de dedicação à disciplina fiscal, e é isso o que o mercado estava pedindo.
E quanto às críticas de Lula aos juros?

Quem determina o juro não é o Banco Central. É o investidor que empresta ao governo. Quando ele olha para a situação fiscal, do país, da qualidade do pagador, (e não vê bons sinais), vai demandar prêmio de risco. O Banco Central pode até fazer um experimento e reduzir o juro a zero, mas a taxa de financiamento do governo não será zero porque não é o Banco Central que define. No dia seguinte, o Tesouro vai pagar um juro muito mais elevado para financiar a sua dívida. O mercado vai achar que o juro a zero vai gerar pressão inflacionária, que é ruim para a economia, que está fora de contexto e o prêmio de risco sobe. Não interessa baixar o juro na marra. O governo precisa se financiar e, portanto, precisa do mercado.
Os estrangeiros tiraram mais de R$ 40 bilhões da Bolsa brasileira no primeiro semestre. Na nossa última entrevista, o senhor disse que o olhar internacional estava interessante, mas que não via ninguém apaixonado pelo Brasil, que o País era o que tinha sobrado para dançar. E agora?

Agora, acabou a festa. Não tem mais ninguém para dançar. Claramente, a parte externa mudou. Naquela altura havia a perspectiva de que o Fed fosse cortar os juros em quatro, cinco, até seis vezes neste ano, e hoje vai cortar uma ou duas. Essa mudança limita ou facilita a calibração da política monetária no Brasil dando um pouco mais de margem de manobra. E tudo o que aconteceu no Brasil nos últimos meses.

O quê?

A mudança das metas fiscais, a troca de comando na Petrobras, a tentativa de fazer o mesmo na Vale, a deterioração das expectativas para a inflação, o câmbio, um mercado de trabalho ainda aquecido, uma dinâmica de salários alta, um estímulo fiscal que continua bastante intenso e o fato de o Banco Central já ter cortado muito os juros. Vamos ver como o Brasil descasca a cebola daqui para frente.

Como fica o câmbio à frente?

Não dá para projetar câmbio no Brasil. O câmbio andou muito e muito rápido. A boa notícia é que esse problema tem solução. O que vai fazer preço, acalmar o mercado e pode levar a alguma reversão nessa dinâmica do câmbio, como tem ocorrido, e dos juros são indicações mais contundentes de comprometimento fiscal e particularmente com a parte estrutural do gasto. O governo pode contingenciar, fazer ações no curto prazo, mas isso não resolve o problema estrutural de médio e longo prazo.
As falas do presidente Lula estão indo nessa direção. Falta mais apoio político para a equipe econômica?

Foi um sinal importante, mas abstrato. Falta detalhe, saber quais são as medidas exatamente, se são credíveis, o que o governo estima que vai poupar ou o que vai cortar. A primeira indicação é que o governo vai olhar para isso, o que é uma coisa boa.
Em meio à piora da credibilidade fiscal, a Fitch reafirmou o rating do Brasil. Essa crise afasta ainda mais o País do grau de investimento? O Brasil parou de avançar nessa direção?

Sim. Pode ficar mais distante. O mercado reage e as agências de rating também. A diferença é que o mercado reage instantaneamente. Sinais de maior controle do gasto, e o avanço de reformas como a administrativa podem, claramente, ajudar o País a ter o seu rating elevado. O contrário também é verdadeiro. Se houver cada vez mais uma preocupação maior com a dinâmica fiscal, com a política micro, pode atrasar.
Os juros podem voltar a subir no Brasil?

Claramente o risco existe e é maior do que era há dois ou três meses. Agora, o que me preocupa se o juro voltar a subir é o que está acontecendo e que pode levar à subida das taxas. O aumento de juros não está no meu cenário base, mas a probabilidade de isso acontecer, claramente, é maior. Eu diria que, nos próximos cinco meses, é maior a probabilidade de o juro subir do que do juro cair no Brasil.
E a mudança de comando no BC?

É uma transição, e, com isso, pode vir outra orientação de política monetária. Isso, naturalmente, gera alguma incerteza e algum prêmio de risco no curto prazo. O tempo dirá.
Mas os sinais vão nessa direção, de mudança de política monetária?

Ninguém sabe o futuro. Ninguém tem uma bola de cristal, mas a função do mercado é se precaver.

Infomoney - SP   12/07/2024

A confirmação da desaceleração da inflação ao consumidor nos Estados Unidos renovou a esperança de início de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) já na reunião de setembro – probabilidade que tinha perdido força após um repique de preços no início do ano. Os economistas viram surpresas positivas no mês tanto na leitura final do indicador como em detalhes de serviços e habitação, que vinham mostrando mais resiliência.

O CPI divulgado hoje mostrou queda de 0,1% na leitura mensal de junho e uma perda de força na comparação de 12 meses, para 3,0%, a mais baixa em um ano. O núcleo da inflação anualizado ficou em 3,3%, o menor desde abril de 2021.

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Com esse alívio, a probabilidade de os cortes começarem em setembro deu um salto, segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, passando de 69,7% ontem para 81,3% hoje. Há um mês, essa chance estava em 46,8%.
Composição mais suave

Francisco Nobre, economista da XP, destaca em sua análise que, além das leituras mais benignas do indicador cheio, as medidas de inflação subjacente também surpreenderam novamente em sentido descendente, com boas leituras tanto para as categorias de bens como de serviços. “No geral, após as impressões agressivas do primeiro trimestre, o segundo trimestre foi benigno”, afirmou.

Nobre citou a moderação na inflação subjacente, no índice ‘supercore’ (que exclui a habitação) e na própria inflação do setor de moradias no mês. “De grande relevância, a inflação de abrigos aumentou 0,17% no mês e a sua inflação anual caiu de 5,41% para 5,16%. Isto representou a leitura de abrigo mais suave desde abril de 2021”, compara.

Após a divulgação do CPI, o modelo da XP indica que a inflação subjacente do consumo (PCE) deverá registar os mesmos 0,06% em junho, levando a sua variação anual de 2,57% para 2,46%.

Para Nobre, a impressão do CPI de junho foi ainda mais benigna do que os dados de maio, o que deverá aliviar consideravelmente as preocupações relativamente às perspectivas de inflação. Mas, ainda que a quebra tenha sido particularmente encorajadora com menor pressão nas categorias de serviços, o economista pondera que a inflação permanece acima da meta.

“Na nossa opinião, os dados do terceiro trimestre serão cruciais para definir se a dinâmica benigna da inflação mais recente é sustentável ou não. Quanto ao nosso ‘call’ de política monetária, temos afirmado que a Fed iria cortar as taxas pela primeira vez em dezembro, e os riscos estão agora consideravelmente inclinados para o lado descendente”, afirmou.

Nobre comenta que está cada vez mais claro que a economia dos EUA está finalmente a responder a uma política monetária restritiva e há provas progressivas de que a atividade está abrandando, o mercado de trabalho está atingindo melhor equilíbrio e a inflação está diminuindo. “Aguardaremos os indicadores de inflação de julho para potencialmente revisarmos nossa previsão.”

Tatiana Pinheiro, economista chefe de Brasil da Galapagos Capital, observa que os resultados animaram os mercados e renovaram as apostas de início de corte em setembro, mas ela faz um alerta de que isso não está garantido.

“Observamos que o ‘supercore’, inflação de serviços excluindo habitação, em 4,58% ao ano ainda está distante da marca alcançada em dezembro, de 3,92% anuais, quando o Fed estava positivo com a proximidade do ciclo de corte de juros”, compara.

Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, também evita cravar que o Fed antecipará o início da flexibilização monetária, mas reconhece que a composição do índice corrobora a trajetória de perda de força da inflação. “Em termos anualizados, a inflação de serviços dos últimos três meses desacelerou de 4,7% em maio para 3,1% em junho, o que pode contribuir para a convergência da inflação em direção à meta”, destaca.

Para ela, os números de hoje, combinados aos últimos dados de mercado de trabalho, devem aumentar a confiança do Fed para iniciar o ciclo de corte de juros neste ano.
Confiança do Fed pode aumentar

André Valério, economista sênior do Inter, por sua vez, comenta que o resultado de junho foi influenciado pela forte queda no grupo de energia e pela aceleração na deflação de bens. Além disso, ele lembra que a inflação de serviços perdeu força no mês, com o destaque negativo sendo a inflação de alimentos.

“O super núcleo, medida que exclui do núcleo da inflação de serviços os gastos com habitação, registrou variação negativa pelo segundo mês consecutivo, apresentando queda de 0,05% em junho e desacelerando no acumulado em 12 meses de 4,7% para 4,6%”, cita.

Na sua análise, o CPI de junho foi amplamente positivo, tanto do ponto de vista qualitativo quanto no quantitativo. Ele lembra que Jerome Powell, presidente do Fed, já vinha afirmando que gostaria de ver dados benignos de inflação para ganhar maior confiança de que a inflação está convergindo ao centro da meta e assim poderem iniciar o ciclo de cortes nos juros.

“As três últimas leituras do CPI com certeza contribuíram para o aumento dessa confiança, além disso, os sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho têm feito o Fomc reavaliar seu balanço de riscos, como mencionado por Powell em seu depoimento ao Congresso americano nessa semana”, reforça.

Assim, o Inter mantém seu cenário de início do ciclo de cortes na reunião de setembro, com uma pausa em novembro e outro corte em dezembro. “Esperamos que na reunião ao fim desse mês o comitê estabeleça as fundações para iniciar o ciclo de cortes”, prevê.

Danilo Igliori, economista chefe da Nomad, também avalia que o CPI de junho renovou as esperanças para a retomada do processo de desinflação nos EUA. “Essa é a segunda leitura indicando uma retomada do movimento em direção à meta e já podemos supor que a tão aguardada confiança extra para os membros do Fomc deve estar se formando”, comenta.

“Após a divulgação de hoje, o mercado está dando como praticamente certo que o primeiro corte de juros virá na reunião de setembro do Fomc”, afirma.

Na opinião de Gustavo Zuquim, gerente de portfólio do Andbank, hoje houve uma confirmação de que a inflação está sendo contida sem grande disrupção  no mercado de trabalho. O efeito disso são ganhos em todos os ativos, tanto renda fixa quanto variável, que sobem hoje além da subida do dia anterior. “A boa notícia para os brasileiros é que o dólar cai pelo efeito de fechamento da curva de juros americana.”

Para Rodrigo Cohen, cofundador da Escola de Investimentos, o Fed talvez já possa sinalizar a queda das taxas a partir de setembro, caso os dados continuem vindo ancorados com a expectativa. “São dados positivos que mostram desaceleração da inflação, o que é muito bom para termos queda de juros em breve nos EUA.”

Infomoney - SP   12/07/2024

O impacto no varejo das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em maio foi menor que o esperado e isso acabou contribuindo para que os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) surpreendessem os economistas. Esse comportamento deve fazer com que o PIB do segundo trimestre do ano seja mais forte que o projetado.

As vendas no varejo do Brasil avançaram 1,2% em maio no conceito restrito e cresceram 0,8% no ampliado, métrica que inclui vendas de veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacarejo.

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Para Rodolfo Margato, economista da XP, o desempenho espelha os forte momento para a renda das famílias brasileiras, com o desemprego na taxa mais baixa em 10 anos, salários reajustados acima da inflação e maiores transferências fiscais pelo governo. A estimativa da XP é que a renda das famílias avance 6% em termos reais em 2024.

Mas um dos pontos que mais chamou a atenção no dado divulgado pelo IBGE, segundo o economista, foi a leitura específica do Rio Grande do Sul, estado que sofreu com a tragédia climática das chuvas no mês.

O índice de varejo restrito total do estado cresceu 1,8% em maio, acima da média de 1,2% no Brasil.

“Claro que que mutas atividade foram negativamente afetadas, como as vendas de veículos, que contraíram 34% na comparação com maio de 2023 No entanto, alguns segmentos mostraram crescimento acentuado”, comenta, citando especialmente os supermercados e as vendas de alimentos e bebidas, que cresceram quase 20% em maio ante abril.

“Provavelmente, as famílias gaúchas correram aos supermercados para a estocagem de itens básicos”, afirma, lembrando que as vendas de artigos farmacêuticos, remédios e higiene pessoal, assim como vestuário também avançaram.

Margato afirma que a PMC de maio confirma que o consumo segue firme no Brasil, em linha com a expansão acentuada da renda disponível das famílias e do nível elevado das transferências fiscais. “O resultado firme do varejo deve reforçar as expectativas de um bom crescimento do PIB nos segundo trimestre de 2024. Por enquanto, mantemos a projeção do PIB em 2,2% em 24, com ligeiro viés de alta.”

Tatiana Pinheiro, economista chefe da Galapagos, destaca a alta no mês de setores como o de hipermercados, vestuário e, principalmente, do atacarejo. “Em linha com o esperado, o comércio segue impulsionado bem mais por renda do que por crédito. Esta fortaleza da demanda compõe o quadro de avaliação do BC para a manutenção da Selic em 10,5% ao longo deste ano”, analisa.

André Valério, economista sênior do Inter, é outro especialista a comentar que o impacto da catástrofe no Rio Grande do Sul não parece ter impactado o resultado do varejo restrito.

“Por um lado, o impacto das enchentes gera uma demanda de reposição dos bens perdidos, justamente dos setores que mais contribuíram para o desempenho do mês. Por outro, o varejo ampliado teve um desempenho aquém em parte por conta dos impactos das enchentes”, compara, destacando que o varejo ampliado no RS recuou 2,8% em maio.

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, por sua vez, lembra que existia uma certa preocupação com o impacto que as chuvas no Sul poderia causar ao comércio, mas também analisa que os números de maio indicaram uma resiliência do setor, que deve contribuir significativamente para o crescimento da economia neste ano.

“Na nossa visão, os estímulos fiscais e o aumento da massa salarial ajudaram a estimular a atividade econômica neste primeiro semestre. Acreditamos que o mercado de trabalho continuará aquecido até o final do ano, mas que os estímulos fiscais devem diminuir.”

A projeção do C6 Bank é que o PIB cresça perto de 1% no 2º trimestre e 2,2% em 2024.

Resiliência

O Bradesco BBI também projeta que os resultados sugerem um viés de alta do PIB no 2º trimestre, após o impacto limitado nas vendas no varejo devido às inundações no Rio Grande do Sul.

“Os dados do setor de serviços de amanhã devem ajudar ainda mais nessa avaliação. Segmentos mais ligados à renda devem confirmar a resiliência do consumo das famílias, impulsionado principalmente por um mercado de trabalho dinâmico. Para 2024, mantemos nossa projeção de crescimento em 2,3% para o PIB.”

Igor Cadilhac, economista do PicPay, comenta que o desempenho traz um viés de alta na projeção de 3% para o varejo em 2024 e que essa sinalização reflete os efeitos moderados das enchentes do RS em maio. “Nossa perspectiva segue sendo de um mercado de trabalho aquecido, crescimento da massa de rendimento, aumento de crédito para pessoa física e a inflação bem-comportada sigam impulsando o consumo das famílias.”

Já Carla Argenta, economista chefe da CM Capital, pondera que o desempenho quantitativo do indicador não deve necessariamente ser interpretado como uma retomada da demanda por bens no setor de comércio. Especialmente aqueles cuja demanda depende da tomada de crédito junto às instituições financeiras. Os bons resultados, na verdade estão cada vez mais dependentes do consumo de itens de menor valor agregado, em especial os alimentos.

“A primeira evidência neste sentido se dá pelo fato de que dos 8 grupos que compõe o indicador, 3 recuaram no mês. Outro fator relevante é a análise do crescimento sustentado. Dos 5 grupos que apresentaram expansão em maio, apenas 3 não haviam recuado no mês anterior. No que concerne ao varejo ampliado, houve queda tanto em veículos automotores como de material de construção”, compara.

Ou seja, enquanto os bens de maior valor agregado e dependentes da utilização de crédito sofrem de forma intensa os impactos de uma taxa de juros que inibe o consumo, bens de menor valor agregado performaram efetivamente melhor, com crescimento perene, sustentado por uma demanda maior por parte da população.

“Prospectivamente, para o restante do ano, a perspectiva de uma Selic mais elevada tende a prevalecer como vetor negativo para o comércio, reduzindo seu potencial de crescimento ao longo do ano em função de um movimento amplamente visto nos últimos meses”, diz Carla.

IstoÉ Dinheiro - SP   12/07/2024

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou nesta quinta-feira, 11, que a projeção da entidade para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 foi mantida em 2,4%, de acordo com o Informe Conjuntural do segundo trimestre deste ano.

Por outro lado, houve revisão positiva de 2,1% para de 2,3% na projeção do PIB industrial para este ano. A instituição também aponta para aumento de 2,8% no consumo das famílias. No primeiro trimestre, a expectativa era de 2,5%.

“Embora a previsão da CNI para o PIB seja de manutenção do impulso à atividade econômica, o cenário atual mostra incertezas para esse ritmo de crescimento”, cita o documento da CNI.

Outro dado apresentado é expectativa para investimentos em 2024, que aumentou de 2,8% para 4% frente a 2023. O relatório ressalta, contudo, que o crescimento de 4,1% em investimentos verificado no primeiro trimestre, conforme dado do IBGE, foi influenciado pela base de comparação fraca de 2023, quando o indicador caiu 3%. Em contrapartida, há taxas de juros menores na comparação com 2023.

Apesar das quedas apresentadas pela indústria de transformação em maio, com as enchentes do Rio Grande do Sul e as greves no setor automotivo, a CNI avalia que o setor ainda será beneficiado pelo aumento da demanda interna e prevê crescimento de 2,2% em 2024. No início do ano, a expectativa era de alta em 1,7%.

O desempenho da indústria da construção em 2024, que concentra parte dos investimentos, está sendo influenciado por fatores como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e pelas mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida.

Crédito

Já para o mercado de crédito, a CNI prevê que as concessões totais devem aumentar 6,2% este ano. As reduções da Selic em reuniões passadas do Comitê de Política Monetária (Copom) e o aumento da massa de rendimentos reais são fatores apresentados para esse cenário positivo.

Outra revisão ocorreu justamente na estimativa para a taxa básica de juros no fim do ano. A expectativa da CNI é que a Selic encerre 2024 em 10,5% ao ano, acima dos 9% previstos anteriormente. O número está em linha com a mediana do Boletim Focus, também em 10,50% – patamar atual da taxa.

“A taxa de juros real deve encerrar 2024 com 1,6 ponto porcentual acima da taxa de juros real neutra e a política monetária se manterá em campo restritivo até o fim do ano”, disse o relatório.

Agropecuária

Para a CNI, o setor agropecuário deverá registrar queda de 4% em 2024, com revisão para baixo para os resultados da safra de cereais, oleaginosas e leguminosas, com impactos climáticos esperados pelo fenômeno de El Niño.

A instituição verifica que apesar da expectativa para a produção animal ser alta, o desempenho positivo deve apenas “atenuar” a queda da produção vegetal.

MINERAÇÃO

Valor - SP   12/07/2024

Definição de um nome é considerada uma virada de página para a mineradora, avaliada em quase R$ 300 bilhões no mercado.

A lista com 15 nomes de executivos que foram sondados pela consultoria Russell Reynolds para ocupar a posição de CEO da Vale veio a público esta semana e já traz muita apreensão ao mercado — e também para parte dos gestores de grandes companhias que foi incluída nela.

Veja tudo sobre o balanço da Vale, outros indicadores financeiros, além de todas as notícias sobre as companhias no Valor Empresas 360

As indicações da consultoria de “head hunter” foram apresentadas e debatidas esta semana, durante reunião com o colegiado da mineradora.

A tensão no mercado refere-se ao conturbado processo sucessório da companhia, que se arrasta desde 2023. A definição de um nome é considerada uma virada de página para a mineradora, avaliada em quase R$ 300 bilhões no mercado.

A seleção sugerida pela Russell Reynolds inclui nomes de executivos de grandes companhias, como Gerdau (Gustavo Werneck), Klabin (Cristiano Teixeira), Embraer (Francisco Gomes Neto) e Engie (Mauricio Bahar). “Bons nomes que podem dar um sangue novo à gestão da mineradora”, nas palavras de um dos acionistas da Vale.

Contudo, dois desses nomes citados acima por esse acionista — Cristiano Teixeira, da Klabin, e Francisco Gomes Neto, da Embraer — já desembarcaram da lista de desejos. Depois que a matéria do Valor foi publicada, na edição de quarta-feira (10), Teixeira e Gomes enviaram nota à reportagem informando que agradecem pela indicação, mas que seguem comprometidos com suas respectivas empresas.

Teixeira é até mais enfático, deixando claro que não vai participar do processo da Vale. Gomes diz que, para evitar especulações, reafirma seu compromisso com a Embraer.

Só o fato de estar nesta lista de seleção de uma das maiores companhias brasileiras é um grande reconhecimento para a carreira de qualquer executivo, embora muitos deles lembrem que os desafios não serão poucos, sobretudo após as tragédias ambientais de Mariana e Brumadinho, ambas em Minas Gerais, além da pressão do governo, também acionista da empresa por meio do fundo de pensão Previ.

A Previ, segundo fontes, não teria ficado satisfeita porque nenhum dos sugeridos pela Russell Reynolds inclui nomes indicados pelo governo. Isso será uma questão delicada na mesa — e foco de muita apreensão no mercado.

A expectativa é que, até o fim deste mês, três nomes devem ser selecionados para a segunda fase. Fontes afirmam que o executivo que substituirá Eduardo Bartolomeo deverá ser definido até o fim de agosto.

Na lista tríplice, um nome da casa deverá ser indicado, muito provavelmente Gustavo Pimenta, vice-presidente de finanças do grupo.

Ao que tudo indica, o processo sucessório seguirá barulhento. A dúvida, contudo, fica: mesmo após a fumaça branca, com o “Habemus Papam!”, tudo voltaria ao normal?

Investing - SP   12/07/2024

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) afirmou, nesta 4ª feira (10.jul.2024), que discutirá a desoneração com o setor de mineração e outros.

“Decisões importantes sobre a desoneração da folha de pagamento, sobre PIS/Cofins, sobre reforma tributaria, sempre são muito debatidas de maneira muito debatida de maneira muito madura e sobretudo republicana com esses setores para que possamos tomar as melhores decisões, que não prescindem da participação ativa da sociedade civil e organizada e de instituições como o Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração)”, afirmou.

O senador se colocou à disposição “do Ibraim e de todos os setores produtivos para que façamos o melhor dialogo possível sobre o desenvolvimentos econômico do nosso pais”, disse.

Pacheco foi homenageado em um jantar promovido pela instituição horas após ter uma reunião com o presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT) que acabou em um impasse e no adiamento das votações da desoneração e da dívida dos Estados. Ambas devem entrar em pauta no prosam semana.

Em seu discurso, Pacheco elogiou a trajetória de vida política do presidente do Ibraim e ex-senador, Raul Jungmann, e ressaltou a importância do setor minerador para o Brasil –que, para ele, está mais comprometido com os direitos “humanos, ambientais e sociais”.“O que se espera no Senado, do setor, é essa responsabilidade para que haja uma maior compreensão da sociedade sobre o que vocês representam. Vejo com nitidez e clareza uma grande evolução nesse sentido que vem muito a calhar desse momento que precisamos de uma mineração viva, vibrante, que se estenda e se expanda, mas dentro desses limites de preservação de direitos e deveres, em relação a comunidades, a indígenas, a reservas ambientais, a parques nacionais e estaduais, em relação à infraestrutura do Brasil e à própria logística de encaminhamento de seus produtos”, disse.

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Ele também chamou atenção para as reformas feitas os últimos 10 anos pelo Congresso, como a Trabalhista, Tributária e a da Previdência. “Em um curto espaço de tempo, [houve] a compreensão que tínhamos que entregar um sistema mais moderno e mais aderente as transformações da sociedade”, afirmou.

Por fim, citou o PL (Projeto de Lei) nº 2.338/2023, apresentado por ele no Senado com o objetivo de regular a Inteligência Artificial, e estendeu a defesa para a regulamentação das redes sociais. “O Brasil vive hoje essa doença crônica, que é a disseminação do ódio, das inverdades, fake news em redes sociais, que manipulam mentes e são capazes de interferir inclusive na percepção das pessoas do valor de uma vacina ou de uma decisão judicial e assim sucessivamente.”

O evento contou com a presença de representantes do Congresso Nacional, do STF (Supremo Tribunal Federal) e de ministros do governo de Lula, como Anielle Franco (Igualdade Racial), Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Publica), José Múcio Monteiro (Defesa) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

O ex ministro de Minas e Energia do governo Jair Bolsonaro (PL), Bento Albuquerque, também prestigiou Pacheco, assim como embaixadores de países como Noruega e Reino Unido.

Ministros
Ministro da Justiça e Segurança Pública: Ricardo LewandowskiMinistra da Igualdade Racial: Anielle FrancoMinistro da Defesa: José Múcio MonteiroMinistro das Relações Institucionais: Alexandre PadilhaMinistro do STF: Edson Fachin

Senadores
Wilder Morais (PL-GO)Iraja (PSD-TO)Jayme Campos (União-MT)Renan Calheiros (MDB-AL)Nelson Trad Filho (PSD-MS)Carlos Viana (Podemos-MG)Sérgio Petecão (PSD-AC)Marcos Rogério (PL-RO)Randolfe Rodrigues (Sem partido – AL)

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Deputados Federais
Laura Carneiro (PSD-RJ)Luiz Fernando Faria (PSD-MG)Ricardo Barros (PP-PR)Alceu Moreira (MDB-RS)

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Valor - SP   12/07/2024

Contratos para setembro, os mais negociados, fecharam em alta de 0,79%, a 828,0 yuans (US$ 113,79) a tonelada.

Os futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian encerraram em alta, após três dias seguidos de queda esta semana, ante expectativas de medidas da China para aumentar a demanda por aço.

Os contratos para setembro, os mais negociados, fecharam em alta de 0,79%, a 828,0 yuans (US$ 113,79) a tonelada.

AUTOMOTIVO

Monitor Digital - RJ   12/07/2024

O setor automobilístico da China mostrou uma tendência de crescimento com vendas e exportações de veículos aumentando constantemente no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados da Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM, sigla em inglês) divulgados nesta quarta-feira.

Nos primeiros seis meses, a produção de automóveis da China atingiu cerca de 13,89 milhões de unidades, um aumento de 4,9%, segundo os dados. Ao mesmo tempo, as vendas de automóveis ficaram em 14,05 milhões de unidades, um aumento de 6,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

As exportações de automóveis da China ficaram em torno de 2,79 milhões de unidades no primeiro semestre, um aumento anual de 30,5%. O aumento nas exportações contribuiu significativamente para o crescimento geral do mercado automobilístico da China durante o período, informou a CAAM.

Somente em junho, a produção e as vendas de automóveis na China atingiram 2,51 milhões de unidades e 2,55 milhões de unidades, respectivamente, representando um aumento de 5,7% e 5,6% em relação ao mês anterior.

O aumento mês a mês deveu-se, em parte, a uma combinação de fatores como o programa de troca de automóveis em andamento e o lançamento de novos modelos, informou a CAAM.

As marcas chinesas fizeram um avanço, pois estão se esforçando para crescer no mercado automotivo doméstico. A participação de mercado das marcas chinesas de carros de passageiros ultrapassou 60% até o final de junho deste ano, de acordo com a associação.

O Estado de S.Paulo - SP   12/07/2024

O governo Biden irá conceder quase US$ 2 bilhões em subsídios à General Motors, Stellantis e outras montadoras para impulsionar a fabricação e montagem de veículos elétricos (VEs) em oito Estados americanos, incluindo Michigan, Pensilvânia e Geórgia, considerados campos de batalha nas eleições presidenciais.

O Departamento de Energia concederá subsídios no total de US$ 1,7 bilhão para criar ou manter milhares de empregos sindicais e apoiar comunidades baseadas em automóveis que há muito tempo impulsionam a economia dos EUA, informou a Casa Branca nesta quinta-feira, 11. Além dos três Estados com disputa eleitoral acirrada, os subsídios também serão destinados a instalações de veículos elétricos em Ohio, Illinois, Indiana, Maryland e Virgínia.

Os subsídios abrangem uma ampla gama da cadeia de suprimentos automotivos, incluindo peças para motocicletas elétricas e ônibus escolares, trens de força híbridos, baterias de caminhões comerciais pesados e SUVs elétricos, informou a Casa Branca. “A construção de uma economia de energia limpa pode e deve ser vantajosa para os sindicatos de trabalhadores do setor automotivo e para as montadoras”, disse o presidente Joe Biden disse em comunicado.

“O investimento criará milhares de empregos bem remunerados em fábricas sindicalizadas e manterá ainda mais empregos (de Lansing, Michigan, a Fort Valley, Geórgia) ajudando as empresas automobilísticas a se reorganizar e recontratar nas mesmas fábricas e comunidades.”

A GM disse nesta quinta que seu subsídio federal de US$ 500 milhões ajudará a empresa a converter uma fábrica de montagem em Lansing, Michigan, para produzir VEs. A GM já anunciou mais de US$ 12 bilhões em investimentos em sua cadeia de fabricação e fornecimento de veículos elétricos na América do Norte desde 2020.

Esse investimento e o subsídio federal “ressaltam nosso compromisso com a liderança dos EUA em manufatura e inovação”, disse Camilo Ballesty, vice-presidente de Manufatura e Relações Trabalhistas da GM na América do Norte.

Os subsídios, pagos pela histórica lei climática de 2022, ajudarão a cumprir seu compromisso de garantir que o futuro da indústria automobilística seja feito nos Estados Unidos por trabalhadores sindicalizados americanos, disse Biden.

“Os trabalhadores que foram deixados para trás pelo meu antecessor agora estão voltando com o apoio de minhas políticas, incluindo os subsídios de conversão que meu governo está anunciando hoje”, disse o presidente. O anúncio do subsídio ocorre no momento em que Biden rejeita os apelos para desistir da candidatura após um desempenho considerado desastroso em um debate com Trump no mês passado.

Biden, de 81 anos, reconheceu seu desempenho ruim, mas o considerou uma “noite ruim”, mesmo que muitos democratas do Congresso, incluindo a ex-presidente da Câmara dos Deputados Nancy Pelosi, tenham se recusado a lhe dar um voto de confiança total. O ex-presidente Donald Trump, por sua vez, manteve um controle rígido sobre o Partido Republicano, mesmo após se tornar o primeiro ex-presidente a ser condenado por um crime.

As concessões anunciadas na quinta-feira ocorrem após uma concorrência federal que incluiu quatro vezes mais candidatos do que beneficiários de concessões, informou o Departamento de Energia. As autoridades não quiseram identificar as empresas que não obtiveram êxito na solicitação de subsídios, mas disseram que todos os projetos que receberam financiamento atualmente empregam americanos que trabalham em sindicatos nos EUA.

“Não há nada mais difícil para uma comunidade de manufatura do que perder empregos para a concorrência estrangeira e para um setor em transformação”, disse a Secretária de Energia, Jennifer Granholm, ex-governadora de Michigan.

Mesmo que concorrentes como a China invistam pesadamente em veículos elétricos, os subsídios federais ajudarão a “garantir que nossa indústria automotiva permaneça competitiva — e o faça nas comunidades e com a força de trabalho que tem apoiado a indústria automotiva por gerações”, disse Granholm.

Os novos subsídios complementam os US$ 177 bilhões em investimentos do setor privado na fabricação de veículos elétricos e baterias desde que Biden assumiu o cargo, disseram Granholm e outras autoridades. Os prêmios estão sujeitos a negociações para garantir que os compromissos com os trabalhadores e as comunidades sejam cumpridos, disseram as autoridades.

O Departamento de Energia também concluirá as análises ambientais antes que o dinheiro seja concedido ainda este ano. Se as concessões forem concluídas conforme planejado, os projetos selecionados criarão mais de 2.900 empregos e ajudarão a garantir que cerca de 15 mil trabalhadores sindicalizados sejam mantidos em todas as 11 instalações, informou a Casa Branca.

Os subsídios foram concedidos após campanhas bem-sucedidas de organização sindical de Chattanooga, no Tennessee, a Fort Valley, na Geórgia, segundo o governo americano. “O presidente não vai tirar o pé do acelerador quando se trata de apoiar a indústria automobilística dos EUA”, disse a assessora econômica nacional da Casa Branca, Lael Brainard.

O transporte é responsável pela maior fonte de poluição de gases de efeito estufa dos EUA, e Biden fez dos veículos elétricos uma parte fundamental de sua agenda climática. “Não só estamos oferecendo novas fontes de trânsito limpo, aquele icônico ônibus escolar amarelo que se torna verde, mas também estamos oferecendo ao povo americano opções para economizar (...) milhares de dólares em custos de combustível e manutenção durante a vida útil de um veículo (ao optar pela eletricidade)”, disse Ali Zaidi, consultor climático da Casa Branca.

Entre as empresas que serão premiadas estão a Blue Bird Body, que receberá cerca de US$ 80 milhões para converter um local na Geórgia, anteriormente usado para fabricar motorhomes a diesel, para produzir ônibus escolares elétricos.

A Stellantis, cujas marcas incluem Fiat, Chrysler, Jeep e Dodge, receberá um total de US$ 585 milhões, incluindo cerca de US$ 335 milhões para converter uma fábrica de montagem desativada em Illinois em uma montadora de veículos elétricos, e US$ 250 milhões em uma concessão separada para converter uma fábrica de transmissão de Indiana em uma indústria de módulos de acionamento elétrico para VEs. A Stellantis se comprometeu a construir uma nova fábrica de baterias de US$ 3,2 bilhões em Illinois.

A Harley-Davidson receberá US$ 89 milhões para expandir uma fábrica em York, Pensilvânia, e produzir motocicletas elétricas, e o Grupo Volvo receberá US$ 208 milhões para atualizar três fábricas que fornecem e constroem caminhões pesados das marcas Mack e Volvo. As fábricas estão localizadas em Macungie, Pensilvânia; Dublin, Virgínia; e Hagerstown, Maryland.

Auto Informe - SP   12/07/2024

Também conhecido dentro da reforma tributária em tramitação final no Congresso Nacional pelo apelido “imposto do pecado” por mirar em bens e produtos que afetem o meio ambiente ou a saúde humana, na realidade faz parte da histórica alta tributação sobre veículos no Brasil. Para se ter ideia, só a partir de 2008 bens de produção como caminhões médios e pesados ficaram isentos do IPI. Antes apenas ônibus escapavam do IPI.

Por mais argumentos que se apresentem dificilmente serão levados em consideração, o que mantém o Brasil de longe campeão mundial de impostos sobre automóveis. No caso os poderes Executivo e Legislativo mantêm-se de mãos dadas. O enquadramento de carros elétricos e híbridos no Imposto Seletivo, porém, foi proposto pelo Executivo com apoio incondicional do Legislativo.

Não se pode negar que o recente programa Mover traz incentivos fiscais aos fabricantes e fornecedores que se comprometeram a investir em tecnologia e diminuição da pegada de CO2. A adesão de 89 empresas do setor foi quase imediata. Na realidade ainda que automóveis fossem movidos por vento, logo se encontraria um jeito de taxá-los de forma pesada pelo alto valor agregado e facilidade de arrecadação.

Um nível de carga tributária semelhante à média europeia já estaria de bom tamanho. Todavia, a participação dos tributos sobre automóveis no preço ao consumidor no Brasil é, nominalmente, 63% superior aos que os europeus pagam, 200% mais que os japoneses e 285% que os americanos.

Elétricos e híbridos voltaram à berlinda com o pleito da Anfavea de que o Imposto de Importação (I.I.), que vem sendo elevado paulatinamente até 2026, passe a 35% desde já. Isso foi interpretado, com razão, como uma quebra de regras. Mas o mundo está mesmo muito confuso. Ninguém poderia imaginar EUA e países da União Europeia sobretaxando importações de veículos elétricos de um único país, a China. Então essa é uma quebra de regras “seletiva”. Os chineses querem provar que não fomentam subsídios. Entretanto, há fortes indícios de que isso ocorre de forma escamoteada e muitas vezes indireta, a exemplo do frete marítimo.

Em outro movimento, a Volvo, cujos 79% de seu capital pertencem à chinesa Geely, passou a cobrar uma tarifa altíssima de R$ 4,00 o kW·h (dobro da média) para todo elétrico no Brasil que não for de sua marca. Quase metade era de modelos da conterrânea BYD, que investe em infraestrutura de recarga, todavia com rede atual bastante limitada.

Vendas vão bem no primeiro semestre, mas produção encolhe

Enquanto o mercado interno continua subindo de forma constante, a produção enfrenta grandes dificuldades em 2024. O balanço da Anfavea indicou que no mês passado as vendas diárias atingiram o bom nível médio de 10.715 unidades. No acumulado do ano, 14,4% a mais que igual período de 2023.

Ainda assim, a entidade revelou-se menos otimista que a Fenabrave. A representante das concessionárias prevê em 2024 crescimento de 14,7% e a dos fabricantes, 10,9% para 2,560 milhões de autoveículos. Tudo ainda muito longe do recorde, incentivado por IPI zerado em 2012, com 3,802 milhões de unidades

Já a produção que alimenta os mercados interno e externo não vai bem. Há previsão de avanço de apenas 4,9%, impactada por uma queda nas exportações de 20,8%. O Brasil enfrenta perda de participação em praticamente todos os países. Entretanto, a produção pode ser menor que a prevista, se o governo mantiver a baixa taxação do I.I. sobre elétricos e híbridos no cronograma atual até 2026.

Ciro Possobom, CEO da VW, participou do evento na Anfavea e informou que importações subsidiadas de elétricos e híbridos só este ano atingirão R$ 2,2 bilhões. Isso equivale à venda de 275.000 carros de entrada. O problema é o governo mudar, como aconteceu nos EUA e na Europa, porque a China é o maior comprador de produtos agrícolas do País. A conferir.

Novo MINI Cooper S entrega maior desempenho

A atualização visual do MINI, em um primeiro momento, pode ser algo impactante e além do necessário. O conjunto acaba por agradar, apesar da grade de grandes dimensões e lanternas traseiras que fogem do desenho tradicional da marca inglesa de propriedade da BMW há 24 anos.

No interior, nível de acabamento muito bom com destaque para o volante de dois raios e uma pequena tira de tecido que simula um inexistente terceiro raio. A tradição se mantém ao eliminar o quadro de instrumentos convencional, substituído por uma tela tátil circular de 9,5 pol. de diâmetro bem no centro do painel. Exige certa adaptação ao desviar o olhar, contudo um mostrador projetado no para-brisa já ajuda, embora deixa algo a desejar em nitidez. Banco traseiro é mais adequado para crianças.

Roteiro de avaliação por estradas sinuosas em torno de Campos do Jordão (SP), onde o MINI confirma qualidades dinâmicas de alto nível, como manda a tradição. O motor turbo de origem BMW teve potência e torque aumentados, de 192 para 204 cv e de 28,5 kgf·m para 30,6 kgf·m.

Aceleração de 0 a 100 km/h em 6,6 s garante que ninguém ficará insatisfeito, mas faz falta a troca manual das sete marchas do câmbio automatizado de duas embreagens. Descartou-se o ajuste de firmeza dos amortecedores no modo Sport da geração anterior, no entanto o comportamento em curvas continua irrepreensível.

Preços: R$ 239.990 a R$ 269.990.

Ranger Raptor: exclusividade e alto desempenho

Uma picape que enfrenta trilhas ou terrenos ruins com a desenvoltura igual ou até superior aos utilitários tradicionais ou SUVs com alta aptidão fora-de-estrada. Na Raptor, no entanto, é difícil resumir todas suas competências já que as diretrizes de projeto são holísticas ao demonstrar qualidades também no asfalto.

Em geral, encarar as trilhas mais difíceis requer, além de conhecimento técnico e experiência, ter mais atenção, mais jeito e estar pronto para enfrentar os desaforos que se sucedem. Até agora apenas os utilitários se saiam bem. A começar pelo motor V-6, gasolina, 397 cv e 59,5 kgf·m capaz de entregar alto desempenho (0 a 100 km/h em 6,6 s) com a suavidade que os melhores motores Diesel ainda deixam a desejar apesar do ótimo nível atual.

As suspensões em modo off road permitem superar dificuldades do roteiro com ajuda dos amortecedores Fox de funcionamento ativo. É possível ignorar quase todas as lombadas naturais ou artificiais do percurso de teste e ter a picape sempre na mão. Destacam-se também os níveis de assistência de direção (normal, conforto ou esporte) e até o ronco do escapamento (silencioso, normal, esporte ou off-road). Todas essas funções são ativadas por botões dedicados nos raios do volante.

Outros destaques: amplo curso da suspensão reforçada (vão livre 272 mm), pneus grandes All-Terrain (285/70R17) que, obviamente, limitam a velocidade máxima a 180 km/h, pontos de ancoragem e protetores onde precisam estar, câmbio automático de 10 marchas, bloqueio nos diferenciais dianteiro e traseiro, controle de cruzeiro off-road (mantém velocidade escolhida em descida ou subida), muito boa geometria off-road (ângulos de entrada, saída e central) e câmeras 360° para auxiliar na trilha. Por fim, destaque para os bancos dianteiros com ótima sustentação lateral e sem dureza exagerada.

Automotive Business - SP   12/07/2024

A alta dos emplacamentos de veículos importados no primeiro semestre tem despertado sentimentos controversos no mercado. Se por um lado as fabricantes instaladas no país desejam inibir as importações, os consumidores buscam mais por esses veículos, principalmente os elétricos.

De janeiro a junho, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotor;es (Abeifa), foram emplacados quase 45 mil veículos, alta de 235% no comparativo com o mesmo período do ano passado.

Esse volume de importados, no entanto, representa apenas cerca de 5% dos licenciamentos gerais do mercado nos seis primeiros meses deste ano, que chegaram a 1,07 milhão de unidades.

“Em qualquer mercado é saudável uma participação dos importados em torno de 10% a 15%. No Brasil, temos cerca de 5%, são em torno de 200 mil veículos. Se as empresas não estão preparadas para essa competição, elas têm de repensar as estratégias do negócio no mercado brasileiro”, criticou Marcelo Godoy, presidente da Abeifa e da Volvo Cars.

Segundo ele, o consumidor brasileiro, assim como em todo mundo, busca por mais tecnologia e segurança nos veículos. E, por isso, recorrem aos carros importados em busca dessa maior tecnologia embarcada.

“A indústria massiva já passou do tempo de investir mais nesses itens. Acreditamos que temos que oferecer o que o consumidor deseja, se é o carro elétrico ou eletrificado, vamos ofertar. É esse o pensamento que deve nortear o mercado.”

Das 45 mil unidades importadas comercializadas pelas associadas da Abeifa no primeiro semestre, 92% (41.417) foram veículos eletrificados importados. Esses modelos ainda representaram mais da metade do total de híbridos e elétricos negociados no país na metade do ano.
Montadoras pedem tarifa cheia do Imposto de Importação

Nos últimos dias, as montadoras instaladas no Brasil pediram o retorno imediato da alíquota cheia do Imposto de Importação (II) para veículos. Pela regra, aprovada e negociada anteriormente, a volta da tarifa será de forma escalonada. Agora em julho, a taxação é de 18% e chegará a 35%, o imposto cheio, em julho de 2026.

“As empresas se prepararam e fizeram o estoque para o ano até julho. Não devemos ver mais navios chegando com carros importados até o final do ano. Por isso mesmo não faz muito sentido retomar a tarifa cheia do imposto agora. Não haverá muita importação”, ressaltou Godoy.

Para o ano, a expectativa da Abeifa é de que os emplacamentos dos veículos importados das associadas alcancem 96,8 mil veículos. “Esperamos que este pleito não seja levado adiante e o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), na pessoa do ministro Geraldo Alckmin, já se manifestou em favor das regras estabelecidas.”
Inclusão do carro elétrico no imposto do pecado

Outra “anomalia” do mercado, segundo Godoy, é a inclusão do carro elétrico no Imposto Seletivo, o chamado “imposto do pecado”, no projeto de lei da Reforma Tributária. O dirigente ressaltou que a associação deve debater tecnicamente para retirar os elétricos no texto que será avaliado no Senado.

Na noite desta quarta-feira, 10, a Câmara dos Deputados aprovou a regulamentação do texto da Reforma Tributária com a inclusão do carro elétrico no imposto do pecado. Agora, o projeto de lei segue para o Senado.

“Estamos fortes nas discussões na Câmara e no Senado. Não faz o menor sentido a inclusão do carro elétrico no Imposto Seletivo. O argumento de que a bateria é prejudicial ao meio ambiente é frágil perto da entrega ambiental desse tipo de veículo”, afirmou Godoy.

Segundo ele, o que deve ser discutido é o descarte correto da bateria e isso pode ser avaliado no âmbito do programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover).

“Hoje, não vai haver descarte das baterias são muito caras. Haverá sempre uma segunda vida ou até terceira para este equipamento. Isso é uma agenda política e não ambiental.”

Infomoney - SP   12/07/2024

A General Motors anunciou nesta quinta-feira (11) que vai investir R$ 1,2 bilhão em seu complexo industrial em Gravataí (RS), onde produz os modelos Onix e o Onix Plus, como parte de um pacote de recursos de R$ 7 bilhões a serem aportados no Brasil até 2028.

O investimento será destinado à produção de um novo veículo Chevrolet em um segmento ainda não explorado pela marca no país, que será lançado no Brasil em 2026 para ampliar a linha de compactos da Chevrolet, informou a montadora em comunicado.

“A escolha de Gravataí é estratégica por ser uma fábrica preparada para a produção em alto volume e reforça o nosso compromisso com o Estado do Rio Grande do Sul”, afirmou em comunicado à imprensa o presidente da General Motors para América do Sul, Santiago Chamorro.

A GM acrescentou que o aporte também será utilizado para atualizar o portfólio produzido no polo automotivo gaúcho.

O anúncio marca a primeira fase do novo ciclo de investimentos da montadora no Brasil para 2024 a 2028, divulgado em janeiro, que incluirá a renovação de linha de veículos, desenvolvimento de tecnologias e criação de novos negócios.

FERROVIÁRIO

O Estado de S.Paulo - SP   12/07/2024

O Ministério dos Transportes tem demonstrado espírito de responsabilidade ao buscar novos recursos para viabilizar um programa de leilões no setor de ferrovias, visando a impulsionar o desenvolvimento da infraestrutura logística no País. Essa iniciativa representa não somente um compromisso real com a modernização e expansão das estradas de ferro, mas também uma estratégia fiscalmente sustentável de longo prazo para o futuro das ferrovias no Brasil.

Ao contrário de inúmeros programas governamentais que vendem o futuro vazio para obter aceitabilidade no momento presente, o programa do Ministério dos Transportes é baseado em planejamento sólido e transparente para o desenvolvimento do País. Essa abordagem responsável e visionária é o que nos permitirá transformar a infraestrutura ferroviária brasileira, trazendo benefícios concretos e duradouros para a sociedade.

A participação do Estado no desenvolvimento das ferrovias é de vital importância para garantir a expansão dessa infraestrutura estratégica. No Brasil, as estradas de ferro que pertencem ao Estado são exploradas economicamente pelo setor privado. Nesse caso, a precificação adequada dos ativos públicos é fundamental para assegurar o reinvestimento na malha ferroviária.

Nota-se também que as ferrovias são fundamentais para o progresso econômico de qualquer país. Uma composição de locomotivas e vagões permite o transporte eficiente de grandes volumes de mercadorias a longas distâncias, reduzindo custos logísticos e aumentando a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. Além disso, o transporte ferroviário é mais sustentável, ao contribuir para a descarbonização do meio ambiente.

No entanto, apesar de suas vantagens evidentes, a infraestrutura ferroviária brasileira tem sido historicamente negligenciada. O resultado é uma malha ferroviária ineficiente, que não atende as necessidades do País. Para mudar esse cenário, é essencial que o Estado adote medidas concretas para atrair investimentos privados, e os leilões com aportes de recursos surgem como uma solução viável e eficaz.

Uma solução inovadora pode passar por investimentos públicos em novas concessões na forma de aportes, com a criação de fundos e contas específicas administradas com ampla transparência. Esses instrumentos não devem estar submetidos a contingenciamentos orçamentários, uma vez que os investimentos em ferrovias são de longo prazo e apresentam muitos benefícios para a economia e o meio ambiente. A política precisa considerar a expansão das linhas férreas um projeto de Estado prioritário para o desenvolvimento sustentável do País.

Nesse cenário, a realização de leilões de concessão de ferrovias com suporte financeiro do Estado pode oferecer as condições necessárias para que investidores privados se sintam seguros e incentivados a participar desses projetos. Isso porque o aporte de recursos em empreendimentos de ferrovias aumenta a taxa de retorno dos empreendimentos e funciona como uma garantia de que os investimentos iniciais serão realizados, reduzindo o risco para os investidores e assegurando a execução das obras necessárias.

De mais a mais, os leilões garantem a transparência e a competitividade no processo de concessão, assegurando que os projetos sejam atribuídos às empresas que apresentem as melhores propostas em termos de preço, prazo e qualidade. Isso resulta em obras mais eficientes e de maior qualidade, beneficiando toda a sociedade.

Os benefícios dessa abordagem são múltiplos. Em primeiro lugar, há a criação de empregos diretos e indiretos nas fases de construção e operação das ferrovias. Em segundo lugar, a melhoria da infraestrutura logística reduz os custos de transporte e aumenta a competitividade das empresas brasileiras. Em terceiro lugar, há um impacto positivo no meio ambiente, com a redução das emissões de CO2 e a diminuição do tráfego rodoviário.

Adicionalmente, o fortalecimento da malha ferroviária contribui para a integração regional, facilitando o transporte de mercadorias entre diferentes Estados e regiões do País. Isso promove o desenvolvimento econômico de áreas menos favorecidas e ajuda a reduzir as disparidades regionais. Nesse contexto, a integração das regiões industriais do Sudeste com o Nordeste seria uma solução transformadora.

É importante ressaltar que o sucesso dessa iniciativa depende de uma parceria eficaz entre o setor público e o privado. O Estado deve criar um ambiente regulatório estável e transparente, além de garantir a segurança jurídica necessária para atrair investimentos de longo prazo. Por sua vez, as empresas privadas devem estar comprometidas com a excelência na execução dos projetos e com o cumprimento de prazos e padrões de qualidade.

O futuro das ferrovias no Brasil é promissor. Por meio dos leilões com aportes de recursos, podemos transformar a infraestrutura ferroviária do País, impulsionando o crescimento econômico com desenvolvimento sustentável. A melhora na qualidade de vida de milhões de brasileiros é consequência natural.

IstoÉ Dinheiro - SP   12/07/2024

A Câmara aprovou nesta quinta-feira, 11, um projeto de lei que permite ao governo criar o Fundo de Investimento em Infraestrutura Social (FIIS), que terá como agente financeiro o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A votação foi simbólica, após um acordo entre os partidos no plenário, com orientação contrária somente do Novo e do PSOL.

O texto vai agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta já havia sido aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, com autoria do senador Confúcio Moura (MDB-RO) e relatoria do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

A proposta também inclui uma autorização para que o Banco do Nordeste (BNB), principal agente financeiro que opera o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), renegocie termos, prazos e demais condições financeiras de operações de crédito cujos riscos são suportados pela União. O objetivo é viabilizar investimentos para a conclusão das obras da ferrovia Transnordestina.

Essas renegociações, de acordo com o relatório aprovado, não poderão resultar em aumento de risco para o agente operador além do já existente em decorrência de operação de crédito contratada até 3 de abril de 2012 para as obras da ferrovia.

“É importante dizer que essa Transnordestina, essa obra, tanto já foi financiada com recursos do FNDE, quanto com recursos privados e agora um novo empréstimo que poderá ser feito se mudarmos as regras que alteram a utilização dos recursos do FNDE”, disse o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que relatou o projeto na Câmara.

“Não estamos fazendo nenhuma incursão naquilo que possa alterar a questão fiscal, o arcabouço fiscal. Muito pelo contrário, é utilizar um recurso que já na sua criação diz que poderá ser utilizado para o financiamento de obras de infraestrutura”, emendou.

O objetivo do FIIS, que será um fundo financeiro contábil, é garantir recursos para financiar investimentos em equipamentos e serviços públicos ligados às áreas de educação, saúde e segurança pública. Parlamentares de esquerda criticaram a possibilidade de o fundo impulsionar projetos da iniciativa privada.

Antes da votação do mérito da proposta no plenário da Câmara, os deputados aprovaram um requerimento de urgência que retirou a necessidade de o texto passar antes por comissões da Casa.

O fundo será composto por recursos apontados na Lei Orçamentária Anual (LOA) e em eventuais créditos adicionais ao Orçamento; verbas decorrentes de acordos, ajustes, contratos e convênios celebrados com órgãos e entidades da administração pública federal, estadual, distrital ou municipal; empréstimos de instituições financeiras nacionais e internacionais; reversão de saldos anuais não aplicados; e recursos de “outras fontes”

A administração do FIIS será feita por um Comitê Gestor coordenado pela Casa Civil. Esse comitê definirá anualmente a proporção de recursos que serão aplicados em cada área.

As verbas poderão ser direcionadas diretamente pelos ministérios da Educação, Saúde e Justiça e Segurança Pública ou transferidos mediante convênios, termos de parceria, acordos, ajustes ou outros instrumentos previstos em lei.

Rodoviário

Diário do Comércio - MG   12/07/2024

Superados os últimos entraves e realizados acertos finais, a nova concessionária da BR 040, no trecho entre Belo Horizonte e Juiz de Fora, assume suas funções dentro de aproximadamente um mês. Para os usuários da rodovia e, mais amplamente, para a economia do Estado, são notícias alvissareiras, destacando-se a promessa de conclusão da duplicação das pistas, além da correção de traçado em trechos críticos, não por coincidência é certo justamente aqueles em que é registrado maior volume de acidentes.

Traçado antiquado, em alguns pontos mantidas as mesmas características da época da construção há sessenta e poucos anos, deve bastar para o entendimento de até que ponto estão atrasadas as providências agora anunciadas.Volume de tráfego e características dos veículos então em uso permitiam que a rodovia fosse definida, na inauguração, como uma das mais modernas do País, enquanto o Viaduto das Almas, já desativado, era apresentado como maravilha da engenharia nacional, sobretudo por sua pista inclinada e em curva.

O tempo passou e o descuido cuidou de apagar cada uma dessas referências positivas, contemporâneas do ufanismo que marcou o governo de Juscelino Kubitschek e a construção de Brasília. Feitos a anotar, no entendimento de que são também referências explícitas ao que deixou de ser feito desde então.

No trecho em questão, mais notadamente o percurso entre Belo Horizonte e Conselheiro Lafaiete, justamente aquele em que menos avançou a duplicação das pistas e outros melhoramentos, é também o que registra maior ocorrência de acidentes, a metade deles, segundo levantamentos recentes, envolvendo carretas que transportam minério de ferro.

Cabe, nesse momento de mudanças e de promessas reiteradas, abrir os olhos para enxergar o óbvio. No caso, a necessidade de construção de via paralela para uso exclusivo do transporte de minério de ferro, proposta antiga que não avançou por conta de equivocadas restrições ambientais. Transportadoras, que são também atingidas pelas condições de uso atuais, já cuidaram de relembrar a questão e, inclusive, os fatos de que as próprias mineradoras, com a Vale à frente, asseguram o custeio da obra que não representaria qualquer encargo para o setor público ou para a concessionária. Esperar, aguardar, não se sabe exatamente o que, é o mesmo que concordar que novas vítimas, fatais ou não, são menos importantes que eventuais danos ambientais que podem ser mitigados.

Certo é que as mudanças agora acertadas representam nova oportunidade para corrigir erros pretéritos e fazer melhor, numa balança de perdas e ganhos que pode ser positiva.

NAVAL

Portos e Navios - SP   12/07/2024

Os portos brasileiros apresentaram crescimento de 4,14% no transporte de cargas no acumulado dos cinco primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período de 2023. De janeiro a maio, os portos públicos e privados movimentaram 525,3 milhões de toneladas, de acordo com os dados do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Com 188 milhões de toneladas transportada, os portos públicos tiveram alta de 8,08% nos cinco primeiros meses do ano. Os terminais privados também apresentaram percentual positivo no período, de 2,06%, com 337 milhões de toneladas.

Neste ano, os granéis sólidos somam crescimento de 7%, este tipo de carga representa 59% do total movimentado no país. A carga conteinerizada teve alta ainda maior, com 22,85% nos cinco primeiros meses deste ano. Dentre os produtos do agronegócio, os que mais se destacaram com maior variação de crescimento foram: açúcar - 59,52%, 12,1 milhões de toneladas, e trigo - 35,09%, 4,8 milhões de toneladas.

De acordo com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, os resultados são frutos de incentivos financeiros e da política de expansão do modal portuário brasileiro, que se traduz no crescimento da economia e na geração de novos empregos. “A gente tem dialogado com o setor produtivo e realizado investimentos para modernização e crescimento dos nossos portos. A atividade portuária é fundamental para o crescimento do Produto Interno Brasileiro e responsável por colocar na mesa o alimento de cada dia do nosso povo”, destacou.

Portos públicos

O porto de Santos, em São Paulo, maior complexo portuário da América Latina, cresceu 9,48% na movimentação de cargas este ano. No total, 56 milhões de toneladas foram transportadas no principal porto brasileiro. O Porto de Paranaguá, no Paraná, movimentou 24,2 milhões de toneladas, valor 8,29% superior ao registrado nos cinco primeiros meses do ano passado. O terceiro porto público com maior atividade foi o de Itaguaí, no Rio de Janeiro, com acréscimo de 22% no período. Por lá já foram movimentadas 24 milhões de toneladas.

Movimentação mensal

Impactado pelo fechamento dos portos do Rio Grande do Sul em decorrência das enchentes que atingiram o estado, a movimentação portuária no mês de maio registrou queda de 3,48% comparado com o mesmo período do ano passado. Nas instalações do Rio Grande do Sul, a queda mensal atingiu 24%.

Entre as principais mercadorias movimentadas, os destaques de crescimento foram Cereais (+35,24%), Açúcar (+28,52%) e Ferro Fundido, Ferro e Aço (11,89%).

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   12/07/2024

A indústria naval chinesa está em festa por conseguir abocanhar mais um projeto do setor de óleo e gás brasileiro. Desta vez, o estaleiro CIMC Raffles foi escolhido pela Seatrium e assegurou os contratos de engenharia, suprimento e construção (EPC) dos cascos dos navios-plataformas (FPSO) P-84 e P-85, que serão implantados nos campos de petróleo Atapu e Sépia, na Bacia de Santos. Cada um será capaz de produzir 225 mil barris de petróleo por dia.

Para lembrar, conforme o Petronotícias publicou em primeiro mão, a Seatrium foi a empresa escolhida pela Petrobrás para liderar a construção das duas unidades. Além disso, conforme também publicado pelo Petronotícias, o contrato com a Seatrium foi assinado por diretores da Petrobrás sem o conhecimento da então recém-indicada presidente Magda Chambriard, um dia antes de sua posse.

Os contratos com o CIMC Raffles incluem o fornecimento de quartos de moradia e o módulo M15B para as duas plataformas. A CIMC planeja integrar tecnologias avançadas nas FPSOs, como eliminação zero de queima e ventilação rotineira, acionamentos de velocidade variável, medidas de controle de emissões e captura de CO2. Elas utilizarão um conceito totalmente elétrico para aumentar a eficiência na geração de energia, visando uma redução de 30% na intensidade das emissões de gases de efeito estufa.

O início da produção das plataformas está previsto para 2029 – isto é, fora do atual Planejamento Estratégico da petroleira, que vai de 2024 a 2028. O conteúdo nacional será de 20% na P-84 e 25% na P-85. Aos estaleiros brasileiros, muito provavelmente só caberá a construção de módulos ou a realização de serviços de comissionamento. No Brasil, a Seatrium opera os estaleiros BrasFELS, em Angra dos Reis (RJ) e Jurong Aracruz, em Aracruz (ES).

O Estado de S.Paulo - SP   12/07/2024

A fixação da alíquota do Imposto Seletivo (IS) sobre petróleo, gás natural e carvão mineral na quarta-feira, 10, pela Câmara dos Deputados, em 0,25% da receita bruta, no lugar do 1% originalmente proposto, foi considerada uma vitória parcial por agentes e associações do setor de óleo e gás ouvidos pelo Estadão/Broadcast. A tramitação do texto no Senado e o detalhamento da alíquota efetiva em lei ordinária são encaradas como oportunidades para rever o assunto, a fim de extinguir ou, ao menos, zerar a cobrança para algumas modalidades do negócio.

Politicamente, porém, as chances de mudança são consideradas baixas, já que implicaria em uma segunda mudança em tópico sensível à arrecadação, por mais que o imposto tenha um caráter declarado como extrafiscal. Até por isso, independente da alíquota, o setor mantém o plano de ir à Justiça contra o novo imposto. Na quarta-feira, o Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), que congrega as empresas do ramo, citou possível judicialização em nota oficial.

Antes da discussão sobre alíquota, o presidente do IBP, Roberto Ardenghy, questiona a inclusão do petróleo e gás natural no rol do Imposto Seletivo. O argumento é que óleo e gás, assim como mineração, são atividades essenciais à economia e não hábito prejudicial à saúde que se quer evitar, como o consumo de cigarros e bebidas alcoólicas, alvo tradicional de impostos seletivos no mundo. Pesa o argumento contrário, porém, da descarbonização da economia, que encontra respaldo no governo e no Congresso.

“Petróleo e mineração são os dois itens mais importantes da balança comercial. Só o petróleo vai garantir um superávit estimado em R$ 30 bilhões este ano. Fora que o produto brasileiro tem teor médio de carbono inferior ao de outros países. É isso o que se quer evitar?”, questiona.

Segundo Ardenghy, a discussão não é sobre alíquota, mas sobre a natureza do imposto, que está tendo aplicação indevida no Brasil. “Ele serve para desestimular consumo. Mas não adianta desestimular produção quando se tem demanda. No fim, isso só gera inflação”, continua.
IS x arrecadação especial

O IBP alertava, também, para uma queda superior a R$ 7 bilhões na arrecadação de Estados e municípios com royalties e participações especiais. Isso porque essa renda é apurada descontando os custos de produção, aos quais vai se somar o novo imposto.

Os principais Estados prejudicados seriam Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Bahia e Sergipe. A conta considerava a alíquota de 1% e, com sua redução a um quarto, as perdas podem ficar próximas a R$ 1,8 bilhão.

Para as petroleiras, na prática, o desconto dos valores do novo imposto nas participações especiais atenuam o impacto da nova taxa. Mas, como nem todos os campos pagam participações especiais, caso dos que produzem menos de 40 mil barris por dia, negócios menores seriam diretamente onerados.

O ponto é levantado por executivos das chamadas “junior oils”, petroleiras médias e pequenas que produzem nessas áreas, e pelo presidente da Associação Brasileira e Produtores Independentes de Petróleo (Abpip), Marcio Félix.
Alternativas

Por isso, Félix defende zerar a taxação sobre a produção de campos maduros ou acumulações marginais. “Além da oneração integral pelo imposto, esses negócios já não têm a mesma lucratividade dos campos maiores”, diz.

Outro ponto defendido por ele e abraçado pelo setor era a exclusão do imposto sobre produto exportado, sob o argumento de que isso reduz a competitividade do País.

Ao taxar exportações, o IS repete a lógica do imposto temporário sobre exportação e petróleo que vigorou no primeiro semestre de 2023 por imposição do governo federal e levou à judicialização, com processo ora parado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Considerando os pleitos, as empresas do setor mais afetadas pela reforma são as que produzem em campos maduros e voltadas à exportação. Executivo de petroleira com este perfil ouvido pelo Estadão/Broadcast reitera que o aumento da carga tributária sobre o setor aumentará os preços da cadeia e reduzirá a atratividade do País para investimentos futuros.

Para além disso, o executivo acrescenta que o início da cobrança em 2027 surpreende uma série de negócios com contratos programados sob outra base de custos.

As duas propostas alternativas do setor, de imunidade a campos maduros e exportações, chegaram a ser propostas em emendas que não prosperaram na votação na Câmara, mas podem voltar agora no Senado.

Uma terceira proposta, segundo Félix, seria repassar a cobrança do Imposto Seletivo ao setor de distribuição de combustíveis, para evitar que ele contamine toda a cadeia derivada de petróleo, com mais de 200 produtos. A proposta, porém, não é abraçada pelo IBP, que tem as distribuidoras sob seu guarda-chuva.

Valor - SP   12/07/2024

Agência cortou suas projeções para o crescimento da demanda por petróleo no próximo ano para 980 mil barris por dia, ante 1 milhão de barris por dia anteriormente.

O crescimento global da demanda por petróleo deve desacelerar para o próximo ano, enquanto as estimativas de produção aumentam, segundo a previsão divulgada hoje pela Agência Internacional de Energia (AIE). O cenário reforça as expectativas da agência de que o mercado provavelmente será afetado por excedentes nos próximos anos.

No relatório mensal, a AIE cortou suas projeções de crescimento da demanda de petróleo para o próximo ano para 980 mil barris por dia, ante 1 milhão de barris por dia anteriormente, afirmando agora que vê a demanda total em uma média de 104 milhões de barris por dia.

Segundo a agência, a demanda nos países da OCDE enfrenta um declínio estrutural à medida que a indústria adota medidas de eficiência energética e introduz veículos elétricos, enquanto o crescimento econômico permanece fraco, apesar dos principais bancos centrais começarem a reduzir as taxas de juros.

Neste ano, espera-se que a demanda cresça em 970 mil barris por dia, ligeiramente acima da previsão anterior de 960 mil barris por dia, impulsionada pelos países em desenvolvimento. A demanda total é estimada para alcançar uma média de 103,1 milhões de barris por dia.

No entanto, o segundo semestre registrou o ritmo mais fraco de crescimento da demanda por petróleo em mais de um ano, à medida que o rebote pós-pandemia na China perde força. Nesse período, o consumo mundial aumentou apenas 710 mil barris por dia, menor ganho desde 2022.

Enquanto isso, a produção total de petróleo agora é projetado em uma média de 103 milhões de barris por dia este ano e 104,8 milhões de barris por dia em 2025, números superiores às estimativas anteriores da IEA de 102,9 milhões de barris por dia e 104,7 milhões de barris por dia, respectivamente.

Países não pertencentes à OPEP+ continuam a liderar o fornecimento global, afirmou a agência, com a produção esperada para crescer agora em 1,5 milhão de barris por dia em 2024 e 1,8 milhão de barris por dia em 2025.

De acordo com a agência, a desaceleração global reflete uma normalização das taxas de crescimento após as flutuações causadas pela covid-19 nos últimos anos. A demanda por combustíveis de aviação, por exemplo, aumentou em direção ao seu pico na metade do ano, à medida que os voos aumentam no verão no hemisfério norte, mas o crescimento anual está desacelerando em comparação com os níveis de 2023, quando ocorreram as fases finais da recuperação pós-pandemia nas viagens aéreas.

Nos relatórios de longo prazo, a IEA previu que a demanda mundial por petróleo deixará de crescer antes do final da década, à medida que os países se afastam dos combustíveis fósseis na tentativa de evitar mudanças climáticas catastróficas.

Valor - SP   12/07/2024

Em 2023, o Conselho Nacional de Política Energética havia definido a elevação do índice mínimo de conteúdo local de 18% para 30% na atividade de exploração.

O Ministério de Minas e Energia (MME) informou em reunião de trabalho com representantes da Casa Civil, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) e Empresa de Pesquisa Energética (EPE) que lançou tomada pública de contribuições nesta quinta-feira com o objetivo de ouvir o mercado e encontrar um caminho para elevar os atuais índices de conteúdo local na indústria de petróleo e gás natural.

A reunião em nível técnico de secretários, realizada nesta manhã na sede do MME, ainda estava acontecendo, por volta de 11h30, quando o Valor obteve a informação. Naquele momento, porém, a tomada de subsídios já havia sido publicada na plataforma de participação pública do governo federal “Participa Mais Brasil”.

Em 2023, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) havia definido a elevação do índice mínimo de conteúdo local de 18% para 30% na atividade de exploração. O colegiado, formado por ministros, também aprovou uma maior obrigação de investimento mínimo na atividade de desenvolvimento no poço de óleo e gás, que saltou de 25% para 30%.

O eventual aperto na política de conteúdo local, para incentivar o mercado interno por meio da aquisição de mais bens e serviços nacionais, será antecedido por essa tomada de contribuições para “calibrar melhor” a decisão política à realidade de cada segmento da cadeia produtiva da indústria de hidrocarbonetos, segundo informou uma fonte oficial ao Valor.

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