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12 de Junho de 2024

SIDERURGIA

Globo Online - RJ   12/06/2024

O setor siderúrgico no Brasil teme que uma nova regra da União Europeia (UE), que vai entrar em vigor em 2026 e visa a evitar a entrada de produtos com alta pegada de carbono no bloco, acabe elevando as importações de aço aqui, acirrando a concorrência com o produto nacional. Por isso, quer que o governo brasileiro adote norma semelhante.

Nos primeiros quatro meses deste ano, o Brasil importou 1,747 milhão de toneladas de aço, 21,5% mais que em igual período de 2023. O temor da indústria é que essa trajetória de alta se amplie com a nova regra europeia.

Se o aço de outros países ficará mais caro entrando na Europa, a tendência é esses produtores bucarem outros mercados que não têm leis ambientais tão rígidas, como o Brasil.

Em abril, o governo brasileiro anunciou a elevação da tarifa sobre importação do aço, para conter o avanço das importações, especialmente de produtos chineses.

A nova regra europeia se traduz no mecanismo de ajuste de carbono na fronteira (Cbam, na sigla em inglês), pelo qual os produtos importados pela UE terão de pagar uma taxa para entrar no mercado europeu, caso as emissões ao longo da sua produção sejam maiores que as dos concorrentes produzidos nos países do bloco.

A União Europeia estabeleceu a meta de reduzir as emissões de carbono em 55% em relação aos níveis de 1990 até 2030, e também alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Para alcançar a sua meta a UE criou o Green Deal, uma iniciativa que propõe medidas para descarbonizar sua economia. Uma delas é o Cbam.

UE representa 8,3% das exportações de aço

A ideia é evitar o que os especialistas chamam de vazamento de carbono, ou seja, que as fábricas europeias transfiram suas instalações para países que não têm normas ambientais tão rígidas e, assim, possam continuar produzindo produtos com altas taxas de emissão de CO2. Com o Cbam, os produtos fabricados fora da UE terão de fazer o ajuste de fronteira e pagar pelas emissões.

Como isso tornará os produtos mais caros, a regra se torna uma barreira comercial. Se não quiserem pagar esse ajuste, as indústrias de outros países terão de implementar medidas para reduzir suas emissões.

Inicialmente, o Cbam será aplicado a importações de aço, minério de ferro, alumínio, eletricidade, fertilizantes e cimento. No caso do setor siderúrgico, as exportações para a União Europeia representaram 8,3% do total exportado em 2023.

"O mecanismo apresenta viés tarifário visando defender os produtores europeus da concorrência de produtos importados com maior pegada de carbono. Por se tratar de uma iniciativa, até o momento, unilateral da União Europeia, pode gerar o desvio do comércio de aço produzido com maior emissão de CO2 para outros países, inclusive o Brasil, caso o nosso governo não adote mecanismo similar", disse o Instituto Aço Brasil, por email.

Vantagem competitiva do Brasil é ignorada

Além de participar de consultas públicas na UE, o setor siderúrgico pleteia junto ao governo brasileiro que seja instituído mecanismo nos moldes do Cbam, para inibir o ingresso de aço no país com maior pegada de C02, e que seja criado um mercado regulado de carbono.

O instituto reconhece que as siderúrgicas perderão competitividade, especialmente porque no cálculo da pegada de carbono só são consideradas as emissões da fábrica, sem contar as fontes de energia.

Há três escopos que podem ser considerados para calcular emissões de CO2 de uma indústria: o que é emitido na fábrica (escopo 1), o que é emitido na geração de eletricidade usada nessa unidade (escopo 2) e o que é emitido ao longo da cadeia fornecedora (escopo 3).

— A ideia da UE com o Cbam é que suas empresas não tenham desvantagem competitiva em relação a concorrentes de outros países. Mas o Brasil tem uma matriz energética limpa. Se fosse considerado o escopo 2, o Brasil não estaria em desvantagem — diz Cornelius Fleischhaker, economista sênior do Banco Mundial.

O banco desenvolveu um índice para avaliar a exposição dos países ao Cbam. Ele considera entre as variáveis o volume exportado para o bloco e quanto seria pago para que esses produtos entrassem na UE. Os dados são de 2019.

Se consideradas as emissões do escopo 2, o Brasil estaria entre os países com aço mais sustentável do mundo.

Redução de emissões

"A EU não pretende reconhecer o fato de o Brasil possuir uma matriz energética muito mais limpa que a grande maioria dos países e que, portanto, a energia usada, por exemplo, na produção do aço no Brasil gera níveis muito mais baixos de emissões de CO2. Não obstante, as empresas siderúrgicas brasileiras, que exportem para a Europa, deverão se ajustar às regras estabelecidas pelo Cbam", acrescentou o Aço Brasil.

O instituto assegura que, independentemente do atendimento às regras da UE, a indústria siderúrgica vem adotado medidas de descarbonização . Entre 2020 e 2022, o setor reduziu suas emissões de 1,9 tonelada de CO2 por tonelada de aço bruto para 1,7 t CO2/t aço bruto, ante a média global de 1,89.

O instituto diz ainda que a produção de aço no Brasil responde por 4% das emissões de gases de efeito estufa no país, inferior à média de 7% dessas emissões na produção mundial de aço.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   12/06/2024

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou maio com alta de 0,46%, ante uma elevação de 0,38% em abril, informou nesta terça-feira, 11, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio no teto do intervalo de estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam um aumento entre 0,32% e 0,46%, com mediana positiva de 0,40%. Trata-se do resultado mais alto para o mês desde 2022, quando ficou em 0,47%. Em maio de 2023, a taxa foi mais baixa, de 0,23%.

Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou, após uma sequência de sete meses consecutivos de arrefecimento: passando de 3,69% em abril para 3,93% em maio, retomando assim o patamar de março deste ano. No ano, a inflação está 2,27%. A meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2024 é de 3,0%, com teto de tolerância de 4,50%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em maio. A maior variação veio do grupo saúde e cuidados pessoais, com alta de 0,69% e 0,09 ponto porcentual de contribuição no IPCA. Já os maiores impactos vieram de alimentação e bebidas (0,62%) e habitação (0,67%), com 0,13 pontos e 0,10 pontos respectivamente.

Segundo o IBGE, a calamidade no Rio Grande do Sul no mês passado afetou a produção de alimentos, contribuindo para o avanço da inflação. O peso da capital Porto Alegre na inflação brasileira é de 8,61%, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

No grupo saúde e cuidados pessoais, o resultado foi puxado pelo plano de saúde (0,77%) e pelos itens de higiene pessoal (1,04%), com destaque para as altas do perfume (2,59%) e do produto para pele (2,26%).

Em alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio desacelerou de 0,81% em abril para 0,66% em maio. Foram observadas altas nos preços da batata inglesa (20,61%), cebola (7,94%), leite longa vida (5,36%) e café moído (3,42%).

A alimentação fora do domicílio (0,50%) registrou variação acima do mês anterior (0,39%). Enquanto o lanche subiu de 0,44% para 0,78%, o subitem refeição (0,36%) teve variação próxima à observada no mês de abril (0,34%).

No grupo Habitação, a alta da energia elétrica residencial (0,94% e 0,04 p.p.) da taxa de água e esgoto (1,62%) decorre dos reajustes tarifários em várias regiões.

No grupo Transportes (0,44%), houve aumento na passagem aérea (5,91% e 0,03 p.p.). Em relação aos combustíveis (0,45%), somente o gás veicular (-0,08%) teve queda, enquanto o etanol (0,53%), óleo diesel (0,51%) e a gasolina (0,45%) registraram alta nos preços.
Serviços

A inflação de serviços - usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços - passou de um aumento de 0,05% em abril para uma alta de 0,40% em maio, informou IBGE.

Segundo André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, houve influência dos aumentos nas passagens aéreas, alimentação fora de casa e planos de telefonia móvel. “A inflação de serviços ainda ficou abaixo do IPCA geral em maio”, ressaltou Almeida.

Já os preços de itens monitorados pelo governo saíram de alta 0,74% em abril para aumento de 0,55% em maio.

No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 4,60% em abril para 5,09% em maio, retomando o patamar de março.

A inflação de monitorados em 12 meses saiu de 6,26% em abril para 6,09% em maio.

O Estado de S.Paulo - SP   12/06/2024

O Banco Mundial projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescerá 2% este ano e 2,2% no próximo, segundo relatório de perspectivas econômicas globais, divulgado nesta terça-feira, 11. Em abril, a instituição havia previsto expansão de 1,7% em 2024 e 2,0% em 2025.

A expectativa é que o ritmo de crescimento do PIB diminua, depois do avanço de 2,9% em 2023, refletindo a colheita agrícola mais fraca em 2024 e o abrandamento na economia no segundo semestre do ano anterior.

O Banco Mundial ainda espera novos cortes nas taxas de juros no Brasil à medida que a inflação caminha para a meta do Banco Central, de modo a apoiar o consumo privado e o investimento em 2025. Entretanto, após ter sido “amplamente favorável no ano passado”, avalia o Banco Mundial, a política fiscal brasileira pode ser um entrave no crescimento dos próximos dois anos.

Crescimento global

O crescimento econômico global vai acelerar levemente entre 2024 e 2025, avaliou ainda o Banco Mundial. O relatório aponta uma revisão para cima na projeção de crescimento mundial para 2024 na comparação com a edição divulgada em janeiro deste ano, passando de 2,4% para 2,6%. Para 2025, entretanto, não houve alteração, ficando em 2,7%, mesmo porcentual de crescimento projetado para 2026.

“Apesar dos elevados custos de financiamento e do aumento de tensões geopolíticas, a atividade global firmou-se no início de 2024. Prevê-se que o crescimento global atinja um ritmo ligeiramente mais rápido este ano do que anteriormente esperado, devido principalmente à continuação sólida da expansão da economia dos EUA”, diz o texto.

No entanto, a instituição ressalta o impacto dos juros sobre a expansão econômica, pontuando que os cortes esperados sofreram uma moderação em meio a pressões inflacionárias persistentes nas principais economias. “Pelos padrões históricos, as perspectivas globais permanecem moderadas: tanto os países com economias avançadas quanto mercados emergentes e em desenvolvimento deverão crescer a um ritmo mais lento entre 2024-26 do que na década anterior à pandemia”, escreveu o Banco Mundial.

Estima-se que as economias em desenvolvimento cresçam 4%, em média, entre 2024 e 2025, um pouco mais devagar do que em 2023. Já entre economias de baixo rendimento, espera-se que o crescimento acelere para 5% em 2024, contra 3,8% em 2023. Nas economias avançadas, o crescimento deverá permanecer em 1,5% em 2024, antes de subir para 1,7% em 2025, afirma o Banco Mundial.

“Quatro anos após as convulsões causadas pela pandemia, pelos conflitos, pela inflação e pelo aperto monetário, parece que o crescimento econômico global está estabilizando”, disse Indermit Gill, economista-chefe e vice-presidente sênior do Banco Mundial.

“No entanto, o crescimento está em níveis mais baixos do que antes de 2020. As perspectivas para as economias mais pobres do mundo são ainda mais preocupantes. Enfrentam níveis punitivos de serviço da dívida, possibilidades restritivas de comércio e eventos climáticos custosos”, concluiu Gill.

CNN Brasil - SP   12/06/2024

O lendário treinador e jogador de beisebol Frank Robinson disse a famosa frase: “Apenas acertar por pouco não garante o sucesso”. O Federal Reserve está vivendo de acordo com esse preceito.

Depois de baixar o seu indicador de inflação em mais de 7% em junho de 2022 – o seu nível mais alto desde o início da década de 1980 – para a sua leitura atual de 2,7%, seria possível pensar que os banqueiros centrais estariam respirando aliviados.

E, no entanto, é provável que estejam fazendo tudo menos isso na sua reunião de política monetária que dura dois dias em junho, e que começa na terça-feira (11).

É quase certo que as autoridades manterão as taxas inalteradas, independentemente do próximo relatório do Índice de Preços ao Consumidor de maio, previsto para ser divulgado na quarta-feira (12) de manhã, poucas horas antes do anúncio da decisão do Fed.

“É claro que não estamos satisfeitos com a inflação de 3%”, disse o presidente do Fed, Jerome Powell, aos repórteres após a reunião de política monetária do mês passado, acrescentando que “3% não pode estar satisfeito”.

Powell e seus colegas do Fed não cederão aos 2%.

E até que estejam convencidos de que a inflação está em um caminho sustentável para atingir esse nível, os cortes nas taxas não serão considerados – ao contrário de muitos bancos centrais no exterior que iniciaram recentemente o processo.

Mesmo assim existem boas razões para a teimosia do Fed.
Percepções do público são fundamentais

O antigo presidente do Fed, Ben Bernanke, chegou ao ponto de dizer que “a política monetária é 98% conversa e 2% ação”.

Isto quer dizer que a capacidade do Fed de atingir uma inflação de 2% é predominantemente um subproduto da crença do público de que ela se materializará.

Se as pessoas esperam que os preços subam 3%, as empresas seriam quase tolas se não apresentassem aumentos de preços que correspondessem ao que já antecipam.

Para suportar esses aumentos de preços, os trabalhadores provavelmente exigirão aumentos salariais equivalentes.

Isso torna muito mais difícil para o Fed reduzir ainda mais a inflação.

A expectativa de inflação de 3% não é meramente hipotética.

Vários inquéritos, incluindo um do Fed de Nova Iorque, indicam que as pessoas esperam que os preços subam cerca de 3% nos próximos anos.

Se os responsáveis do Fed se tornarem complacentes com essas expectativas, provavelmente perderão a capacidade de os persuadir de que estão falando sério quando dizem que querem uma inflação de 2%.

É por isso que é crucial que os bancos centrais insistam em 2%.

“Ao comunicar uma meta de inflação explícita – e depois entregar uma inflação consistente com essa meta – os bancos centrais ganham credibilidade junto do público”, disse o presidente do Fed de Nova Iorque, John Williams, em um discurso recente.

“Isso ajuda a ancorar as expectativas, o que, por sua vez, contribui para uma inflação baixa e estável.”
A inflação está se movendo na direção errada

Uma coisa seria se a última leitura da inflação mostrasse que esta caiu para 2,7% e houvesse sinais que apontavam para mais progressos. Mas esse não tem sido o caso nos últimos meses.

O índice de preços de Despesas de Consumo Pessoal de Abril não se alterou em relação a março, quando os preços aceleraram para 2,7%, face a 2,5% em fevereiro.

Além disso, as leituras de inflação do primeiro trimestre deste ano colocam a taxa de inflação anualizada do país em 3,4%.

“Esse número, felizmente, não está nem perto da inflação global de 7,1% que vimos em junho de 2022, mas nos lembra que o trabalho ainda não está concluído”, disse o presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, em um discurso que proferiu no mês passado.

Eliminar categorias altamente voláteis como a alimentação e a energia – uma medida referida como “núcleo” da inflação – não irá acalmar as preocupações dos bancos centrais.

Esse índice subiu 3,7% em uma base anualizada nos primeiros três meses do ano. Isso está bem acima das leituras médias do segundo semestre do ano passado.
O Fed não pode ignorar o IPC

Embora o IPC não seja o indicador de inflação que os objetivos do Fed estabelecem, os banqueiros centrais não o desconsideram.

Isso porque conta uma história subjacente de que a inflação está atingindo os americanos a níveis indesejáveis.

No entanto, foi uma boa notícia para os responsáveis do Fed o fato de a inflação medida pelo Índice de Preços no Consumidor ter caído para 3,4% em abril, frente a 3,5% em março.

Apesar disso, o Governador do Fed, Christopher Waller, disse no mês passado que “o progresso foi tão modesto que não mudou a minha opinião de que precisarei ver mais provas de moderação da inflação antes de apoiar qualquer flexibilização da política monetária”.

O Estado de S.Paulo - SP   12/06/2024

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu devolver parte da medida provisória (MP) que limitava o uso de créditos decorrentes da tributação do PIS/Cofins pelas empresas. Segundo ele, “cessam imediatamente” os efeitos dos trechos devolvidos.

O anúncio foi feito na tarde desta terça-feira, 11, e responde às queixas do setor produtivo, que reclamava desde a semana passada que a MP onerava todas as atividades econômicas, inclusive exportadores. A devolução é uma derrota para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que propôs a medida como compensação à desoneração da folha de pagamentos dos 17 setores que mais empregam e dos municípios.

A expectativa era arrecadar até R$ 29,2 bilhões com a medida – acima, portanto, dos R$ 26,3 bilhões de impacto da desoneração da folha em 2024, de acordo com a Fazenda.

Pacheco afirmou que a ausência de anterioridade (uma carência) para a entrada em vigor de uma medida que tem impacto no caixa das empresas fere a Constituição.

“O que se observa em parte dessa medida provisória, e na parte substancial dela, é que há uma inovação, com alteração de regras tributárias, que geram um enorme impacto ao setor produtivo nacional, sem que haja a observância dessa regra constitucional da noventena, na aplicação sobretudo dessas compensações do PIS e do Cofins”, disse.

Como foi objeto de uma MP, a limitação no uso desses créditos tributários passou a valer imediatamente. O anúncio foi feito ao lado do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), num indicativo que a saída foi tratada com o governo.

“O presidente da República externou que não estava confortável claramente, e Vossa Excelência teve a capacidade de encontrar um caminho legal e constitucional para interromper o que seria uma tragédia sem fim”, disse Jaques Wagner a Pacheco, logo após o anúncio feito pelo presidente do Senado. “Continua conosco encontrarmos juntos, já que somos devotos da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), encontrar as compensações necessárias (à desoneração da folha)”, afirmou Wagner.

Na segunda-feira, 10, Pacheco se reuniu com Lula e com Haddad, e pediu que fosse apresentada uma solução até esta terça-feira, 11. Também ontem, o PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) conta a medida, alegando ser inconstitucional.

Senadores da oposição e próximos ao agronegócio comemoraram a decisão.

A outra parte da MP, que trata do cadastro de beneficiários de incentivos tributários e sobre a instância de julgamento do ITR, foi mantida.

Pouco antes do anúncio, representantes do setor privado em peso se aglomeraram em frente ao gabinete de Pacheco. A maior parte dos setores industriais, como siderurgia, têxtil, máquinas, petróleo e gás natural, calçados, e também do agronegócio, de carnes, frango e óleo de soja, mandaram emissários ao Senado na tentativa de dar sinais claros do “descontamento do PIB” com a medida provisória.

As conversas giravam em torno das perdas calculadas para cada setor. O Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBS) informou que as empresas previam perder R$ 20 bilhões por ano. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), calculava algo como R$ 3,5 bilhões por ano.

Após o anúncio de Pacheco, representantes de empresários disseram que estão dispostos a discutir com o governo forma alternativa de compensar a desoneração da folha de pagamentos.

“Vai ser preciso rediscutir quais são as medidas compensatórias (para a desoneração da folha) e nós queremos rediscutir isso em conjunto, com bom senso e equilíbrio sem representar novos ônus para o setor produtivo”, afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Ele disse que ainda não há uma definição sobre qual será o caminho da compensação. O governo entende que a decisão do ministro Cristiano Zanin, do STF, que arbitrou uma negociação que terminou com a manutenção da desoneração neste ano e uma reoneração progressiva até 2027, demanda uma fonte de compensação.

“Existem várias possibilidades, mas vamos sentar à mesa e entender que o caminho sempre é de duas mãos. Entender que o setor produtivo está disposto a colaborar mas também a sensação de que nós precisamos ter o governo também colaborando com as despesas, precisamos encontrar os pontos de convergência”, disse Alban.

O presidente da Confederação Nacional da Agropecuária (CNA), João Martins, disse que “o bom senso prevaleceu”.

“Tínhamos mostrado durante todo o dia ao governo que essa MP não podia prevalecer, que ela ia trazer sérias consequências para o setor produtivo”, afirmou.

Ele acrescentou que a devolução foi a maneira mais adequada de resolução do impasse provocado pela edição da medida. Líderes empresariais foram alertados por parlamentares e integrantes do governo que o caminho da retirada da MP, pelo Executivo, demandaria a edição de uma nova MP, o que poderia alongar o problema.

“Nós esperamos que o governo, qualquer que seja a outra medida, outro projeto, antes venha dialogar com o setor produtivo, porque é ele quem paga a conta e recolhe os impostos. O que nós queremos é o diálogo, assim como a indústria, para que seja menos impactante na economia”, afirmou Martins.

O presidente da FPA, Pedro Lupion (PP-PR), disse que a compensação por meio de limitações ao uso de créditos de PIS/Cofins está “sepultada”.

“Esse tema é sepultado, não se fala mais nisso”, disse Lupion.

O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou respeita a decisão de Pacheco e que o governo está “disposto a conversar”. “Para nós, a Constituição não é de ocasião. Continuaremos a conversar para encontrar uma reposta que precisa ser encontrada até 10 de agosto. Qual a fonte de compensação para a desoneração dos 17 setores? Sei que juntos procuraremos encontrar uma fonte alternativa de compensação a isso”, afirmou.
O que é a desoneração da folha de pagamentos

A desoneração da folha de pagamentos foi instituída em 2011 para setores intensivos em mão de obra. Juntos, eles incluem milhares de empresas que empregam 9 milhões de pessoas. A medida substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% incidente sobre a folha de salários por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Ela resulta, na prática, em redução da carga tributária da contribuição previdenciária devida pelas empresas. No caso dos municípios, o benefício reduz a tributação de 20% para 8%.

Por decisão do Congresso, em votações expressivas, a política foi prorrogada até 2027 pelo Congresso Nacional, mas acabou suspensa por uma decisão liminar do STF em ação movida pelo governo federal. A alegação é que o Congresso não previu uma fonte de receitas para bancar o programa e não estimou o impacto do benefício nas contas públicas. O Legislativo, porém, argumenta que medidas foram aprovadas para aumentar as receitas da União e que a estimativa de impacto estava descrita na proposta aprovada.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou, em entrevista ao Estadão, um acordo para manter a desoneração em 2024 e negociar uma cobrança gradual a partir do ano que vem. Segundo o Desonera Brasil, os 17 setores beneficiados empregam 9,3 milhões de pessoas, e criou 151 mil empregos nos dois primeiros meses do ano. O movimento menciona ainda que o salário médio nestes setores é 12,7% maior ao dos setores que não são desonerados, dados que comprovariam os benefícios da medida.

O Estado de S.Paulo - SP   12/06/2024

O Federal Reserve (Fed) deixará sua taxa de juros inalterada nesta quarta-feira, 11, segundo economistas consultados pelo Estadão/Broadcast. Apesar de amplamente precificada, a decisão estará no centro das atenções do mercado, devido aos riscos de elevação nas projeções para inflação e retirada de cortes de juros previstos para 2024. Analistas apontam não haver certeza sobre redução de juros em setembro e que uma resiliência econômica maior pode provocar retomada do ciclo de aperto.

Se confirmada, a manutenção da taxa dos Fed funds deixará os juros nos EUA na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. Em geral, analistas esperam pouca ou nenhuma alteração no comunicado de política monetária, com os dirigentes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) reforçando a dependência de dados para tomada de decisão a cada reunião.

Economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico projeta que os juros permanecerão elevados “por muito tempo”, tendo em vista o processo de desinflação lento e a resiliência do setor de serviços nos EUA. “Houve animação precoce do mercado em colocar corte de juros em setembro”, avalia, acrescentando que isso só aconteceria caso o ritmo de desaceleração dos preços acelerasse nos próximos meses. A Armor Capital projeta apenas uma redução de 25 pontos-base (0,25 ponto porcentual) nos juros dos Fed funds, entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025.

Na última sexta-feira, o payroll dos EUA apontou criação de empregos em maio bem acima do esperado e reverteu preocupações de um enfraquecimento intenso do mercado de trabalho, alimentando avaliações sobre a resiliência da economia americana.

Economista-chefe do Julius Baer, David Kohl avalia que um único dado não deve pesar sobre as decisões monetárias do Fed. “Eles disseram que são dependentes de dados, e serão, mas não sabemos qual dado terá mais ênfase”, disse. Segundo ele, o mercado de trabalho não está mais tão apertado, considerando que não há tanta demanda por mão de obra e o avanço salarial atual não deve representar riscos de alta para a inflação.

Indícios de aceleração da inflação devem ter um papel muito maior nas próximas decisões, de acordo com analistas. Kohl aponta que os números do núcleo da inflação continuam “comportados”, mas afirma que a inflação de serviços terá declínio “muito gradual” e, por isso, o Fomc deve repetir a mensagem de que a inflação está “arrefecendo” em seu comunicado.

O Citi também prevê poucas mudanças nos comunicados e nas projeções para a inflação da equipe técnica do Fed. O banco projeta que o núcleo da inflação ao consumidor (CPI) deve desacelerar para 0,26% e será visto como “progresso maior” rumo à meta de 2%. “Desde que a inflação continue a cair, será apropriado reduzir juros para evitar uma desaceleração profunda no crescimento”, analisa o Citi, que projeta o primeiro corte de juros do Fed em setembro, seguido por várias reduções consecutivas de 25 pontos-base (0,25 pp.) até que as taxas alcancem nível entre 3,25% a 3,5% em 2025.

A visão do Citi, no entanto, difere da postura mais cautelosa da maior parte do mercado. Para a Stifel, o Fomc deve diminuir expectativas para cortes de juros em 2024, refletindo a divisão crescente entre os dirigentes otimistas na trajetória de inflação e aqueles que veem riscos de alta para as pressões de preços.

No último mês, vários dirigentes do Fed afirmaram que podem apoiar a manutenção prolongada dos juros ou nova alta, se a inflação manter persistência em nível elevado ou reverter progresso. Em sua última aparição pública, em 14 de maio, o presidente do Fed, Jerome Powell pediu paciência para deixar a política monetária restritiva “fazer seu trabalho” na inflação, mas afirmou que considera improvável um novo aumento nas taxas de juros.

A Oxford Economics afirma que a força do mercado de trabalho deve dar espaço para que o Fed espere “notícias melhores” sobre a inflação, mas que ”não há nada na decisão de junho que possa afastar precificação de início dos cortes em setembro, seguida por outro em dezembro”. “O gráfico de pontos deve mostrar apenas um par de reduções de 25 pontos-base em 2024", estima a consultoria.

Economista-chefe da G5 Partners, Luis Otavio Leal também prevê que o eventual equilíbrio do mercado de trabalho e a desaceleração do CPI para cerca de 2,5% no segundo semestre deste ano devem permitir cerca de dois cortes em 2024. Leal analisa que este cenário será benéfico para ativos de risco e emergentes, principalmente brasileiros, e pode impulsionar o processo global de flexibilização da política monetária.

Economista da Coface sobre América Latina, Patricia Krause prevê início dos cortes em setembro ou dezembro, com o Fed adotando “ritmo trimestral” de redução nos juros. Krause estima que isso deve ajudar na valorização de moedas emergentes, baixando o dólar a cerca de R$ 5,10, e contribuir com a flexibilização da Selic pelo BC do Brasil.

Menos otimista, o Rabobank acredita que o Fed cortará juros em setembro e dezembro graças a uma deterioração da economia dos EUA. Porém, alerta que isso representará o início de uma fase de estagflação que deve terminar em uma “recessão leve” no final de 2024. “Isso permitirá apenas mais dois cortes em março e junho de 2025", afirma o banco, que prevê possível impacto inflacionário de tarifas comerciais por Donald Trump, caso o ex-presidente vença as eleições.

Por outro lado, a Hedgepoint Global Markets ainda alerta que há possibilidade de aumento de juros nos EUA, caso a economia continue demonstrando força e visto que o governo mantém política fiscal expansiva. “Embora pouco provável, isso traz desafios para mercados como o de commodities, cuja demanda está fortemente associada ao valor do dólar”, pondera.

O Estado de S.Paulo - SP   12/06/2024

As exportações da China aumentaram em maio no ritmo mais rápido em mais de um ano, informou o governo na sexta-feira, 7. O avanço ocorre à medida que uma enxurrada de eletrodomésticos, carros e eletrônicos saía das fábricas chinesas e aumentava a perspectiva de uma reação global.

O valor das exportações da China aumentou 7,6% em comparação com maio de 2023, mesmo com a queda dos preços de muitos produtos manufaturados que saem do país.

A China está construindo rapidamente novas fábricas e expandindo as existentes como parte de uma estratégia nacional. Mas os gastos das famílias chinesas estão fracos, devido a uma queda longa e cada vez mais acentuada nos preços de seus apartamentos.

Grande parte da produção extra das fábricas está sendo exportada. Com menos famílias chinesas comprando novos apartamentos, menos eletrodomésticos são vendidos no país, por exemplo. O governo informou que o valor das exportações de eletrodomésticos aumentou 18,3% em maio em comparação com o mesmo mês do ano anterior. E como a demanda está muito fraca na China, os preços dos eletrodomésticos caíram. O número real de eletrodomésticos exportados no mês passado aumentou 27,8%.

O superávit comercial da China, a diferença entre o que o país ganha vendendo mercadorias para o mundo e o que gasta com importações, aumentou em maio para US$ 82,6 bilhões (R$ 439 bilhões). Esse valor subiu 25,6% em relação ao ano anterior. Foi o maior de todos os tempos em maio e um dos meses mais altos de todos os tempos, exceto durante a pandemia, quando a China exportou grandes quantidades de equipamentos médicos, equipamentos de ginástica e outros produtos manufaturados.

O superávit comercial da China tende a ser baixo em maio e muito mais alto no final do ano, quando seus exportadores fornecem produtos para a temporada de Natal.

A quantidade de muitas exportações, não apenas de eletrodomésticos, tem aumentado mais rapidamente do que seu valor. Um número maior de contêineres cheios de mercadorias estão saindo da China, enquanto menos retornam com importações. Isso cria um problema para as companhias de navegação, que estão ficando sem contêineres na China.

O valor das importações da China aumentou apenas 1,8% em maio.

As empresas chinesas estão começando a enfrentar mais barreiras comerciais. Em 14 de maio, o presidente americano Joe Biden aumentou as tarifas sobre cerca de 4% das exportações da China para os Estados Unidos. Espera-se que a União Europeia decida, já nos próximos dias, se vai impor tarifas sobre as exportações de carros elétricos da China. Países em desenvolvimento como o Brasil e a Índia também estão tomando medidas para proteger suas fábricas e trabalhadores industriais da concorrência chinesa.

A China informou na semana passada que o valor das exportações de caminhões e carros aumentou 16,3% em maio em relação ao ano anterior. A divisão entre carros movidos a gasolina, carros elétricos e caminhões a diesel é normalmente divulgada no final do mês.

O aumento das tarifas ainda não parece ter prejudicado muito as exportações da China, e pode até ajudar no curto prazo. Algumas empresas chinesas se apressaram em enviar mercadorias para mercados emergentes na América Latina e em outros lugares antes que as tarifas entrem em vigor.

No ano passado, a China intensificou as exportações para o Vietnã e México, onde os produtos podem ser reprocessados e depois enviados para os Estados Unidos ou para a Europa com tarifas baixas ou sem tarifas. Essas rotas comerciais mais complicadas, juntamente com a fraqueza da taxa de câmbio da moeda chinesa, podem reduzir a eficácia das tarifas, disse a Capital Economics, uma empresa de pesquisa.

“Mesmo quando as tarifas estiverem em vigor, seu impacto poderá ser atenuado por meio de redirecionamento do comércio e ajustes na taxa de câmbio”, disse a empresa em uma nota de pesquisa.

Os superávits crescentes da China estão ajudando a compensar uma economia doméstica fraca.

A relutância dos consumidores chineses em gastar é facilmente visível nas ruas de Xangai e Pequim. Muitos restaurantes nas duas cidades estão vazios mesmo nas noites de fim de semana. As lojas têm poucos ou nenhum cliente, e os lojistas ficam parados, parecendo entediados. Os cosméticos de baixo preço fabricados na China estão espremendo as marcas estrangeiras mais caras, e as vendas de bebidas alcoólicas diminuíram à medida que os consumidores compram cerveja.

Os Estados Unidos informaram esta semana que seu déficit comercial aumentou significativamente em abril, chegando a US$ 74,6 bilhões (R$ 399 bilhões). O J.P. Morgan disse, em uma nota de pesquisa, que o déficit comercial do país provavelmente afetará seu crescimento econômico nesta primavera, reduzindo em quase um ponto porcentual a taxa de crescimento de abril a junho. A economia dos EUA cresceu a uma taxa anual de 1,3% nos primeiros três meses deste ano.

Infomoney - SP   12/06/2024

A aceleração do IPCA em maio e a análise da composição do indicador no mês reforçam a tendência de que o Comitê de Política Monetária (Copom) interrompa na semana que vem o ciclo de queda de juros, segundo opinam economistas. Além do indicador principal ter vindo acima da mediana das projeções, a piora em alguns núcleos e a manutenção das incertezas no cenário externo contribuem para essa projeção.

“Tivemos surpresas altistas principalmente em alimentação e também em energia elétrica. Eu destacaria que foi uma leitura um pouco mais desafiadora na margem”, comenta Alexandre Maluf, economista da XP.

Na análise do núcleos de inflação, Maluf destaca que a média móvel de 3 meses anualizada saiu de 3,1% para 3,2% e maio, distanciando-se, ainda que levemente, da meta perseguida pelo BC. Ele cita ainda a parte de serviços subjacentes, que na mesma métrica avançou de 4,9% para 5,1%. “A gente tinha visto uma melhora nesse indicador e voltou a piorar em maio”, compara.

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Além disso, os serviços intensivos em mão de obra seguem rodando em torno de 6%, com um leve alívio na margem. “Enfim, o IPCA trouxe uma mensagem marginalmente pior na sua composição”, diz.

“Para BC, é uma leitura que reforça nosso cenário de que o BC deve interromper o ciclo já na próxima reunião, pela incertezas que se acumulam. O IPCA com uma composição mais desafiadora acaba por reforçar essa visão”, explica Malu, prevê uma decisão de Selic estável em 10,5% na próxima reunião do comitê.

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, comenta que o resultado de maio foi puxado, principalmente, pelos preços dos alimentos, impactados pelos efeitos da chuva no Rio Grande do Sul, grande produtor de grãos, como arroz, soja e milho.

Mas ela lembra que não foram só os alimentos que pesaram no IPCA de maio. “A inflação de serviços e de bens industriais também vieram pior do que o esperado. A inflação de serviços subjacentes, aquela que é acompanhada mais de perto pelo Banco Central, acumula uma alta de 4,8% em 12 meses e segue sem sinais de desaceleração”, explica.

Claudia destaca que esse segmento é pressionado pelo mercado de trabalho aquecido. “Com o desemprego baixo para os padrões brasileiros, os empresários reajustam salários acima dos ganhos de produtividade, pressionando a inflação de serviços, um setor intensivo em mão de obra. Essa dinâmica já vem ocorrendo há vários meses e deve continuar à frente”, analisa.

A economista afirma que a resiliência da inflação de serviços corrobora a visão de que não há mais espaço para o Banco Central cortar juros neste ano. “Com a piora contínua das expectativas de inflação medidas pelo Boletim Focus e depreciação recente do câmbio, acreditamos que o Copom interromperá o ciclo de cortes de juros na reunião da próxima semana”, afirma.

O C6 Bank projeta uma alta de 4,7% para o IPCA de 2024 e taxa Selic estável em 10,5% até o final do ano.

André Valério, economista sênior do Inter, é ouro especialista a destacar a aceleração nos núcleos, que saiu de 0,26% em abril para 0,39% em maio. “Em 12 meses, a média dos núcleos acelerou na margem, saindo de 3,53% para 3,55%. Além disso, a inflação de serviços também acelerou, saindo de 0,05% em abril para 0,4% em maio”, cita.

Valério diz que, de modo geral, foi um resultado quantitativamente e qualitativamente ruim para o IPCA, que reforçará a postura de cautela do BC. “De positivo, o resultado trouxe apenas a estabilidade na variação dos núcleos em 12 meses e do indicador de difusão. Sendo assim, esperamos que o Copom mantenha a taxa de juros nos atuais 10,5% pelas próximas reuniões e uma inflação oscilando ao redor de 4%, que é nossa estimativa para 2024.”

Carla Argenta, economista chefe da CM Capital, pondera que os dados recentes de inflação, apesar de majoritariamente positivos, são permeados por movimentos que merecem ser observados com atenção e não permitem o afrouxamento adicional da política monetária neste momento.

“Diante dos movimentos recentes em curso e de uma demanda aquecida sobre o amplo conjunto de bens e serviços, a manutenção da taxa de juros em terreno significativamente contracionista é absolutamente necessária. Nesse contexto, espaços para cortes adicionais na Selic são cada vez menores”, comenta.

Na opinião de Andrea Damico, economista chefe da Armor Capital, os dados ruins em maio apontam que a próxima reunião do Copom terá como decisão a estabilidade na Selic. “Essa inflação corrente voltou a mostrar uma cara pior ( ) trouxe uma nuvem mais cinzenta”, afirma. Para ela, isso somado à piora no cenário externo terá como consequência a interrupção do ciclo de queda nos juros.

MINERAÇÃO

Brasil Mineral - SP   12/06/2024

Nos próximos dez anos, a expectativa é que sejam investidos, apenas na Vale Base Metals, um montante da ordem de US$ 25 bilhões a US$ 30 bilhões.

Investir em Soluções em Minério de Ferro para descarbonização da siderurgia; na produção de minerais para a transição energética; avançar na descaracterização/eliminação de barragens e em projetos visando alcançar suas metas de redução de emissões de carbono. Estas são as prioridades da Vale para os próximos anos, de acordo com os planos mostrados por seus executivos nas apresentações feitas mundo afora. E para isso a empresa planeja investir, em 2024, um total de US$ 6,5 bilhões, sendo US$ 3,5 a US$ 4,0 bilhões na área de Soluções em Minério de Ferro e US$ 2,5 a US$ 3,0 bilhões para Metais de Transição Energética. Nos próximos dez anos, a expectativa é que sejam investidos, apenas na Vale Base Metals, um montante da ordem de US$ 25 bilhões a US$ 30 bilhões, o que certamente se configura como um dos principais planos de investimento no setor mineral.

No caso do minério de ferro, de acordo com Marcelo Spinelli, vice-presidente Executivo de Soluções para Minério de Ferro, a Vale acredita que a demanda estrutural por aço vai continuar crescendo e que a descarbonização mundial terá um efeito adicional sobre a demanda. Portanto, para atender a essa demanda a empresa se prepara para aumentar sua oferta de minério de ferro até 2026, devendo adicionar 50 milhões de toneladas a sua capacidade atual, através de três projetos principais: Vargem Grande, Capanema e S11D. Os dois primeiros, no estado de Minas Gerais, acrescentarão, cada um, 15 milhões de toneladas/ano a partir do último trimestre de 2024 e segundo semestre de 2025, enquanto o terceiro, no Pará, vai agregar mais 20 milhões t de capacidade ao Sistema Norte da Vale, a partir do segundo semestre de 2026.

“Quando se pensa na procura estrutural, a principal questão é saber quando e como a China irá diminuir ou abrandar o seu consumo. Temos algumas pessoas que não acreditam nisso, mas estou muito confiante de que a China é muito mais resiliente do que poderíamos esperar. Uma nova indústria está surgindo na China. Eles estão liderando a transformação energética mundial, produzindo os veículos elétricos, as baterias, os veículos híbridos, todos produtos de alta qualidade. Portanto, precisam de mais aço de alta qualidade. Isso implica um aumento na produção de ferro-gusa e eles precisarão de mais minério de ferro”, argumenta o executivo.

Outro fator que está remodelando o perfil da demanda por aço e minério de ferro, com maior impacto, segundo ele, é que a siderurgia, considerada uma espécie de vilã das emissões, respondendo por cerca de 10% do total emitido mundialmente, tem tecnologia para chegar ao net zero, utilizando redução direta com gás natural ou hidrogênio. Além de reduzir as emissões, a siderurgia precisa aumentar sua eficiência energética, o que requer minério de ferro de alta qualidade, que é muito mais competitivo. Conforme Spinelli, a diferença em termos de competitividade é de quase US$ 100 entre o minério de alta e o de baixa qualidade. É nisso que a Vale aposta.

Spinelli acrescenta que, para a transição energética, o minério de ferro de alta qualidade é tão importante quanto os chamados minerais críticos, nos quais a Vale está apostando através da Vale Base Metals. Ele também aponta uma lacuna na oferta e demanda do minério de ferro de alta qualidade, principalmente quando destinado à alimentação da redução direta. “Por que a Vale está pronta para apoiar isso? Existem três elementos principais aqui: o primeiro é que temos dotação. Temos Carajás. Temos minérios de alto teor. Em segundo lugar, em comparação com os nossos pares, podemos concentrar economicamente os nossos minérios. Por fim, temos desenvolvido um histórico de beneficiamento de minério. Sabemos que dominamos toda a tecnologia. Temos vantagem para fazer isso. Essa é a razão pela qual podemos resolver o problema. E vamos colocar tudo isso em ação”, afirma.

Além de se preparar para aumentar a produção do minério de alta qualidade, a Vale aposta em esquemas para estar mais próxima dos clientes, através dos mega hubs. “Hoje, já temos uma relocalização da indústria siderúrgica em busca de fontes de energia mais limpas e competitivas e um mega hub pode desempenhar um papel fundamental nesta tendência. Para apoiar isso precisamos de um produto disponível globalmente”, diz Spinelli, acrescentando que a Vale vai mais além, com o briquete verde. A empresa planeja começar a operar o seu primeiro mega hub no Oriente Médio a partir de 2027. Quanto ao briquete, no final de 2023 foi inaugurada a primeira usina de briquete verde, localizada no Complexo de Tubarão, no Espírito Santo. É a primeira unidade desse tipo no mundo. O briquete verde – uma tecnologia pioneira da Vale – é um produto aglomerado aplicado em altos fornos e fornos de Redução Direta (RD). O briquete verde da Vale permite que as usinas siderúrgicas possam produzir aço com 10% a menos de emissão de CO2. O investimento nessa primeira planta foi da ordem de R$ 1,3 bilhão. Uma segunda planta desse tipo deve operar até o final de 2024, elevando a capacidade de produção para 6 milhões t/ano.

Mas os planos da Vale são mais ambiciosos: a projeção é chegar a cerca de 100 milhões de toneladas desse tipo de produto até 2032, sendo 50% de briquete. As vantagens dos briquetes, quando comparado à pelotização, é que os custos são 50% menores, a intensidade de capital também é aproximadamente 66% menor e as emissões de CO2 são reduzidas em 80%, o que é muito atrativo para uma indústria que precisa descarbonizar.

Para o vice-presidente Executivo de Soluções em Minério de Ferro, a vantagem dos mega hubs é que a Vale pode levar para lá minério de alta qualidade e aglomerar. “Também podemos alimentar uma planta HBI próxima de uma fonte de energia competitiva. Quando fazemos isto, podemos transportar energia dentro dos metais, para alimentar a produção siderúrgica a jusante em todas as partes do mundo”.

Voltando ao minério de ferro, ele afirma que a Vale está no caminho certo para atingir 340-360 milhões de toneladas, com um portfólio melhorado, até 2026, via os três projetos já mencionados anteriormente (Vargem Grande, Capanema e S11D). O Capex nesses projetos é considerado baixo, situando-se na faixa entre US$ 45 milhões e US$ 65 milhões por tonelada instalada de capacidade, o que numa conta grosseira daria um investimento entre US$ 2,25 bilhões e US$ 3,0 bilhões para ter essa capacidade adicional.

Infomoney - SP   12/06/2024

Os contratos futuros de minério de ferro caíram para o nível mais baixo em dois meses nesta terça-feira, pressionados pela persistência de fundamentos fracos de mercado e preocupações com as perspectivas de demanda na China, principal mercado consumidor do minério, após o mais recente plano de emissão de carbono para o setor siderúrgico.

O contrato mais negociado de setembro do minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 4,16%, a 806 iuanes (111,12 dólares) a tonelada, o menor valor desde 10 de abril. O mercado futuro chinês esteve fechado na segunda-feira para o Festival do Barco do Dragão.

O minério de ferro de referência para julho na Bolsa de Cingapura caiu 1,57%, para 103,75 dólares a tonelada, o menor valor desde 8 de abril.

A oferta de minério de ferro aumentou, enquanto a demanda diminuiu e mostrou pouco espaço para melhorias, disseram os analistas da Sinosteel Futures em nota, acrescentando que o alto estoque portuário pesou sobre o mercado.

A produção de metal quente terá que ser reduzida em 46 milhões de toneladas em 2024 se as siderúrgicas tiverem que aplicar o plano de emissão de carbono de forma rigorosa, disseram os analistas da Jinrui Futures em nota, prevendo a produção diária de metal quente em 2,27 milhões de toneladas de junho a dezembro.

O planejador estatal da China emitiu na última sexta-feira um plano de ação especial para conservar energia e reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) no setor siderúrgico. O objetivo é reduzir as emissões de CO2 em cerca de 53 milhões de toneladas entre 2024 e 2025.

Os preços do minério também foram pressionados pelo ceticismo sobre o efeito de vários estímulos imobiliários sobre a demanda real de aço.

É improvável que os esforços da China para limpar o amplo estoque imobiliário, transformando imóveis não vendidos em moradias a preços acessíveis, ajudem as incorporadoras com dificuldades de caixa devido ao tamanho limitado do programa e aos preços potencialmente baixos, segundo analistas e incorporadoras.

O Estado de S.Paulo - SP   12/06/2024

O vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Gustavo Pimenta, disse nesta terça-feira, 11, que o mercado vai continuar atrativo para os produtos da companhia, mesmo com as incertezas no cenário da China. Também afirmou que, em linha com outras companhias do setor, viu seu custo de produção, para a mercadoria no porto, aumentar em 50% nos últimos anos. O executivo participou do programa Live Cenários com Sonia Racy, na TV Estadão.

“Somos otimistas sobre o futuro do aço porque é fundamental para a transição energética”, afirmou, citando a aplicação do produto em equipamentos relacionados à energia renovável, como parques eólicos. O mundo vai seguir demandando aço, disse, e há regiões em diferentes fases de desenvolvimento do setor. “Há mercados que quase não foram tocados ainda, como a África”, citou, lembrando ainda que o setor vem crescendo bastante no Oriente Médio.

Sobre o futuro da transição energética, o executivo frisou que ainda não está claro de onde sairão os recursos para custear o processo. “A conta para transição não é pequena, os produtos vão ficar mais caros”, apontou. “A questão é quem vai pagar a conta.”

No bojo da discussão sobre combustíveis, Pimenta afirmou que o desenvolvimento do hidrogênio passa pela elaboração de uma regulação adequada. “A regulação correta, que estimula investimentos, é importante. É preciso fechar essas regulamentações”, disse, lembrando ainda que a regulação de hidrogênio e carbono são novas e estão em discussão em todos os países.

Ainda sobre o hidrogênio, o executivo apontou as vantagens do combustível produzido a partir de fontes renováveis 100% verdes. Porém, disse, o produto ainda não é o mais econômico. “Só vai ganhar escala quando for econômico”, disse, citando que as pessoas passaram a adotar a geração solar e eólica quando as modalidades ficaram mais baratas. Ainda assim, Pimenta se mostrou otimista. “Tem uma série de oportunidades para acelerar o hidrogênio, estamos confiantes que vai ganhar escala.”

Gustavo Pimenta explicou que a descarbonização da cadeia produtiva tem a missão de reduzir as emissões do setor de aço, que responde por 8% do volume global. Para isso, a Vale aposta em seu minério de ferro de alta qualidade e em minerais como cobre e níquel.

“A mineração pode ser grande indutora da transição energética, facilitar desenvolvimento de fontes energéticas”, disse, citando que o Brasil é, se não o mais, um dos mais competitivos do mundo em energia renovável. “O Brasil tem oportunidade de criar cadeia de produção 100% verde”, afirmou, observando, porém, que outros países também observam a oportunidade de negócio e estão nessa corrida.

Indagado sobre a competição com os EUA, onde subsídios apoiam o processo de transição energética, Pimenta lembrou que o Brasil não tem a capacidade fiscal dos EUA, mas tem condições de geração de energia limpa e econômica e viabilizar projetos tão competitivos quanto os dos EUA, mas com menor subsídio.

O CFO da Vale afirmou ainda que os custos de produção das mineradoras, para mercadoria no porto, aumentaram 50% nos últimos anos, inclusive para a gigante brasileira. Também afirmou que os competidores têm mais vantagem logística, por estarem mais perto dos clientes. Disse ainda que eles cresceram bastante, então estão com grau de escala maior, mas a Vale tem a vantagem da alta qualidade de sua produção. “Ainda temos os melhores minerais da indústria. Isso tem valor enorme na transição energética.”

Os produtos com menor pegada de carbono, avaliou Pimenta, vão obter prêmios ainda melhores, favorecendo a Vale. “Estamos muito bem posicionados no jogo de transição energética”, concluiu.
Eventos climáticos adversos

Pimenta disse ainda que os eventos climáticos adversos são cada vez mais frequentes e têm impacto direto na estabilidade operacional da companhia, que vem investindo nos pontos mais vulneráveis para se proteger.

“Temos observado volatilidade maior dos eventos climáticos. Têm ficado mais adversos e com mais frequência”, disse, citando impactos em operações em portos, ferrovias e minas.

“Procuramos ter a cada dia mais proteção contra eventos climáticos adversos”, disse, pontuando que a Vale busca soluções de engenharia para garantir a estabilidade das operações mesmo em condições adversas. “A gente aloca capital para se proteger onde está mais vulnerável a eventos climáticos”.

A Vale, ainda segundo Pimenta, fez um compromisso de investir de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões no processo de descarbonização e já aplicou R$ 5 bilhões desse total. O executivo apontou que a transição energética enfrenta desafios diferentes em veículos de rua e equipamentos de mineração, como caminhões fora de estrada.

“A gente não acredita numa transição energética da noite para o dia”, disse, citando que a companhia vai testar diferentes soluções, como biodiesel e amônia.

Indagado sobre eventual interesse da Vale em nióbio, o executivo disse que vê potencial para o material no processo de transição energética, mas que o produto não está no escopo da Vale. A mineradora, frisou, se foca em cobre e níquel no Brasil, dentre os metais de transição energética. “A gente tem apostado muito em minerais para transição energética, como cobre e níquel.”

AUTOMOTIVO

Monitor Digital - RJ   12/06/2024

Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), de janeiro a março, as vendas de eletrificados chegaram a 36.090 e bateram mais um recorde, com aumento de 145% sobre o mesmo período do ano anterior (14.786).

De acordo com a entidade, o desempenho é impulsionado por uma série de fatores, incluindo investimentos na infraestrutura de recarga, incentivos governamentais e a ampla oferta de modelos e campanhas de divulgação realizadas pelas montadoras.

Já segundo levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), divulgado hoje em São Paulo, a melhoria da renda e o preço acessível aos brasileiros são os principais motivos para o recorde de produção de motocicletas de indústrias instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM). Em maio, foram fabricadas 160.389 unidades, sendo o melhor número para o mês de maio desde 2012.

Na comparação com 2023, o resultado de maio foi 3,4% superior, embora tenha apontado queda de 1,8% na comparação com abril. Essa redução é atribuída ao menor número de dias úteis (dois dias a menos) e também por causa dos feriados do Dia do Trabalho e Corpus Christi.

Em relação à produção de motocicletas de janeiro a maio, correspondente a 761.734 unidades, a alta foi de 13,8% em relação a igual período de 2023, sendo também o melhor resultado dos últimos 13 anos. A produção de modelos bicombustíveis nos cinco primeiros meses deste ano foi 16,7% maior que o mesmo período do ano passado, com 497,9 mil unidades.

Segundo o presidente da Abraciclo, Marcos Bento, todas as fábricas estão cumprindo o planejamento de atender a demanda do mercado, que segue tendência de alta. Essa maior demanda, considerando o impacto positivo da melhoria da renda dos brasileiros, reflete a maior procura por motos, algo mantido desde a pandemia. Muitas pessoas passaram a usar motos como instrumento de trabalho e fonte de renda. Outros fatores decisivos são o preço acessível, o baixo custo de manutenção, economia e liberdade de locomoção para evitar aglomerações do transporte público.

Os licenciamentos em maio somaram 164.533 unidades, alta de 1,9% em relação a maio de 2023. Foi o melhor resultado desde 2011. A categoria de motocicleta mais emplacada foi a street, com 77.117 unidades, o que indica uma participação de 46,9% no mercado. Os licenciamentos acumulados de janeiro a maio deste ano somaram 767.281 unidades, um crescimento de 19,9% em relação ao mesmo período de 2023, sendo o melhor resultado desde 2008.

CONSTRUÇÃO CIVIL

O Estado de S.Paulo - SP   12/06/2024

O cenário de juros altos, acima de dois dígitos desde 2022, e as mudanças no Plano Diretor de São Paulo foram os principais desafios dos vencedores do prêmio Top Imobiliário, entregue na noite desta segunda-feira, 10, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM).

O prêmio é resultado de uma parceria entre o Estadão e a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio) e reconhece os incorporadores, construtores e vendedores mais ativos na Região Metropolitana de São Paulo há 31 anos.

O diretor-presidente do Grupo Estado, Francisco Mesquita Neto, afirma que o setor imobiliário deve ser exaltado por seu dinamismo e por sua importância econômica. Segundo os dados do Secovi, apenas na cidade de São Paulo, foram vendidas quase 85 mil unidades entre maio de 2023 e abril de 2024, gerando um valor geral de vendas de R$ 48,7 bilhões no período.

“O setor imobiliário brasileiro precisa ser exaltado também por sua resiliência. O crescimento registrado nos últimos meses acontece em um cenário desafiador. O País convive há décadas com juros bem acima dos padrões internacionais, sofre com fontes limitadas de crédito, que desaceleram os empreendimentos e limitam o poder de compra do morador. O setor enfrenta ainda planos diretores cada vez mais complexos, convive com a lentidão dos processos de concessão de licença e com as eternas incertezas sobre as leis de trabalho. Sem falar sobre as dúvidas que a reforma tributária traz para todos nós”, diz Mesquita.

O cenário dos juros elevados do País leva o setor imobiliário a desenvolver empreendimentos cada vez mais sofisticados para atrair o consumidor, seja com projetos assinados por arquitetos e designers de renome internacional, com artigos como piscinas com ondas para prática de surf ou com parques integrados aos condomínios para levar o verde ao meio da cidade.

Na premiação, que teve a presença de cerca 200 executivos de empresas do ramo imobiliário, como MRV, Tenda, Cury, Plano&Plano, Econ, Even, Diálogo e Lopes, a Cyrela Brazil Realty foi um dos destaques, ficando em primeira colocação entre as incorporadoras e em segundo lugar entre as construtoras.

O diretor de incorporação da Cyrela, Felipe Cunha, diz que o comprador de imóveis está mais criterioso e exigente, sobretudo pelos juros elevados que oferecem rendimento a quem tem capital investido e implicam financiamento mais caro na compra do imóvel parcelado. “O cliente está muito mais seletivo. Nesse momento, ter um produto diferenciado nos ajuda a ter destaque no mercado. Sempre buscamos oferecer algo especial para o cliente. São Paulo, nosso principal mercado, é muito forte, muito pujante. Não é à toa que atuamos com nossas três marcas na cidade, Cyrela, Living e Vivaz”, afirma Cunha.

O cenário de juros altos também desafiou o Grupo Lopes, que tem a maior rede de imobiliárias do País. No mercado secundário, diferentemente do que acontece em lançamentos imobiliários, o financiamento é contratado a partir do ato da compra, que ocorre num cenário de Selic acima de 10% ao ano e redução dos recursos da poupança. Isso eleva a taxa de financiamento. Na prática, isso fez o mercado de revenda de propriedades cair no ano passado. O Grupo Lopes aumentou o número de lojas franqueadas, resultando em uma elevação robusta no volume geral de vendas no mercado secundário.

“A taxa de juros influencia na taxa de financiamento, que por sua vez influencia na renda exigida pelo mutuário, pela pessoa que tem interesse na tomada do financiamento, uma vez que ela influencia no valor da parcela. Então, quanto mais alta essa taxa, maior será a parcela, mais alta é a renda e isso elimina uma parcela de potenciais compradores ou de potenciais tomadores do mercado”, diz Cyro Naufel, diretor institucional do Grupo Lopes.
Plano Diretor

O presidente do Secovi-SP, Rodrigo Luna, diz que a cidade de São Paulo passou por um ano de adequação ao novo Plano Diretor da Prefeitura e ainda precisou vencer desafios econômicos, como a dificuldade das famílias em obter crédito para financiar moradias.

“A gente viu que, nos segmentos de classe média e alta renda, vencer os desafios econômicos tem sido um pouco mais difícil. Isso ocorre tanto pelo juro alto como pelo saldo da poupança, que nos últimos anos vem sendo bastante apertado, deixando o crédito mais escasso e mais caro. Como os recursos da poupança estão esgotados nos bancos, a captação tem sido mais cara”, afirma.

Para Luna, o Plano Diretor da capital paulista ainda precisa de melhorias para adensar áreas com infraestrutura urbana, de modo a reduzir a necessidade de longos deslocamentos diários da população e, assim, deixar a cidade mais economicamente produtiva e menos poluente.

Para o Secretário de Infraestrutura Urbana e Obras da Prefeitura de São Paulo, Marcos Monteiro, os avanços na legislação para o setor imobiliário ajudaram a resolver entraves sem causar um forte aumento de preços para o consumidor.

“O grande mote da Prefeitura nessa gestão foi adequar o Plano de Diretor para tirar algumas amarras que ele trazia para o setor. Ainda não é um Plano de Diretor perfeito, mas trouxe avanços importantes e com isso a gente tem de lembrar que não adianta o poder público querer enrijecer demais a legislação, porque ela também vai se refletir nos preços dos imóveis e na situação do mercado. As empresas vão buscar formas de sobreviver e de ter resultados para os seus negócios”, diz.

A Prefeitura também planeja injetar um valor total de R$ 8 bilhões em recursos no setor por meio de iniciativas como o programa de construção de moradias populares chamado Pode Entrar. “Nós teremos cerca de 100 mil unidades contratadas dentro do programa Pode Entrar, até o final da gestão”, afirma Monteiro.

Valor - SP   12/06/2024

Com o resultado, o indicador subiu 2,31% no acumulado em 12 meses

A inflação medida pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) ficou em 0,17% em maio, ante 0,41% um mês antes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com o resultado, o indicador subiu 2,31% no acumulado em 12 meses, ante 2,51% até abril. O índice de maio de 2023 foi de 0,36%.

O custo nacional da construção por metro quadrado em maio foi de R$ 1.739,26, sendo R$ 1.006,80 relativos aos materiais e R$ 732,46 à mão de obra. Em abril, esse custo totalizava R$ 1.736,37, sendo R$ 1.007,30 relativos aos materiais e R$ 729,07 à mão de obra.

A parcela dos materiais caiu 0,05%, abaixo da alta de 0,11% em abril e a menor variação observada no ano. Com relação a maio de 2023 (-0,24%), houve aumento de 0,19 ponto percentual.

Já a mão de obra, com taxa 0,46%, apesar dos dissídios coletivos observados, registrou queda tanto em relação a abril (0,83%) quanto a maio de 2023 (1,24%).

FERROVIÁRIO

Valor - SP   12/06/2024

Produtos agrícolas responderam por 6 bilhões da toneladas por quilômetro útil (TKU), os produtos industriais somaram 717 milhões TKU e transporte de contêineres alcançou 357 milhões TKU

A Rumo transportou 7,1 bilhões de toneladas por quilômetro útil (TKU) em maio, alta de 7% na comparação anual. Sobre abril, houve crescimento de 8% nos volumes.

De acordo com a empresa, produtos agrícolas responderam por 6 bilhões TKU no mês, com destaque para 4 bilhões TKU de soja, 1,1 bilhão TKU de farelo soja e 514 milhões TKU de fertilizantes.

Produtos industriais somaram 717 milhões TKU em maio, com combustíveis respondendo por 458 milhões TKU no mês passado. Já o transporte de contêineres alcançou 357 milhões TKU no período.

A companhia divulga em seu site todo sexto dia útil de cada mês as tabelas com os resultados de volumes transportados pela companhia.

NAVAL

A Tribuna - SP   12/06/2024

A profundidade inadequada no canal de navegação do Porto de Santos vem gerando falta de competitividade e causando sérias perdas econômicas. A falha é histórica e demonstra a ausência de planejamento e ações concretas do poder público ao longo dos anos.

A profundidade fica hoje entre 13,5 metros, na maré baixa, e 14,5 metros, na alta, o que acaba restringindo a chegada de navios maiores, em meio ao crescimento do comércio exterior. E mesmo as embarcações que entram são subaproveitadas, por não conseguirem operar em sua capacidade máxima devido à limitação do calado.

Para se ter uma ideia, o padrão mais comum de tamanho de navio é para 11,5 mil contêineres de 20 pés, que precisa de um calado de 16 metros para utilizar seu máximo potencial. Ou seja, precisa operar com menos carga em Santos.

“Essa diferença de 1,5 metro (de profundidade) significa a perda de 1 milhão de toneladas por ano, 18 mil toneladas por semana, ou 62,4 mil TEU (unidade de medida de um contêiner) por ano e 1,2 mil por semana. Mesmo se fosse só um centímetro, a embarcação já deixaria de transportar de oito a dez contêineres”, alerta o diretor-executivo do Centro Nacional de Navegação Transatlântica (Centronave), Claudio Loureiro.

Perdas
A entidade projeta, de acordo com dados da consultoria Solve Shipping, uma potencial perda de carregamento no ano de 499,2 mil contêineres, equivalente a uma receita que gira em torno de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,3 bilhões), considerando um frete médio de US$ 2 mil (aproximadamente R$ 10.5 mil) por contêiner. Entre importações e exportações, levando-se em conta a perda de competitividade da carga, chega-se a US$ 20 bilhões (R$ 108.8 bilhões).

“É muito sério isso. Uma situação, para usar um adjetivo mais forte, bizarra. Tenho todo o Porto preparado, com milhões de dólares investidos em embarcações pelos armadores e outros milhões pelos acionistas dos terminais de contêineres, além do próprio Porto, mas não consigo usar na plenitude porque não tenho a profundidade”, afirma Loureiro.

Setor produtivo
A limitação foi destacada pelo presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. A entidade representa companhias como BRF, Cargill e Seara. Ele afirma que grandes navios que passam pelo Brasil atualmente operam com apenas 70% da capacidade porque, caso fossem maiores, o peso não permitiria a saída da embarcação, prejudicando as exportações.

Em nota, a ABPA informa que o setor está enfrentando “gargalos logísticos severos”, que já tem impactado a competitividade e poderá “sufocar o escoamento dos exportadores” no curto prazo.

A entidade ressalta que, até o fim de 2022, o setor produtivo contava com um total de 20 berços de atracação e oito terminais localizados entre os portos de Rio Grande e Santos – que concentram a maior parte absoluta dos núcleos exportadores de proteínas de aves e de suínos do Brasil.

“Contudo, devido a inativação de parte da infraestrutura portuária, hoje o setor conta apenas com 15 berços, ou 25% a menos do que foi há dois anos atrás”, acrescenta, em nota, a ABPA.

Brasil atrasado
Desde 2021, o complexo portuário santista está entre os seis brasileiros com operação de contêiner homologados para receber navios de 366 metros de comprimento, com capacidade para transportar até 14,4 mil contêineres. Os outros portos são os de Sepetiba (RJ), Salvador (BA), Suape (PE), Rio Grande (RS) e Paranaguá (PR). Nenhum deles, porém, está apto a operar integralmente justamente em razão das limitações de calado. A primeira embarcação deste porte presente em Santos foi o MSC Natasha XIII, em 1º de fevereiro deste ano.

“Quando um navio assim chega, para o Porto. Precisa, dentre outras coisas, do uso de seis rebocadores, da presença de dois práticos, a manobra só pode ser diurna, só pode fazer atracação, desatracação e giro com a maré parada, interrompe a travessia de balsas e mobiliza várias autoridades. Enfim, é um evento. Parece que está chegando um circo novo na cidade do Interior. Não precisaria ser assim”, detalha o diretor-executivo do Centronave, Claudio Loureiro.

A capacidade dos navios que estão sendo construídos é um ponto importante. “Para se ter uma ideia, de todos os navios porta-contêineres em construção para entrega deste ano até 2026, 70% deles são de navios acima de 10 mil TEU. Diria que 70% não entrariam em portos brasileiros, incluindo o de Santos, não fosse esse experimento recente com o 366. Se admitirmos que navio 366 entra, mas com limitação, puxo a régua mais para baixo e posso chegar a 47% da frota em construção nos estaleiros sem possibilidade de entrar em qualquer porto brasileiro”, explica Loureiro.

Além disso, a evolução dos navios também contempla outro aspecto: o da eficiência energética, algo que fica em risco diante do quadro atual. “Parte dessa frota está sendo projetada e construída para utilizar combustíveis não fósseis e alternativos. O fato de eu não receber navios maiores em Santos, acima daquele padrão de 11,5 mil TEU, significa que eu vou estar condenado a usar navios menos eficientes energeticamente”, argumenta Loureiro.

Concessão do canal
As tratativas para a concessão do canal de navegação do Porto de Santos foram iniciadas em conjunto pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Autoridade Portuária de Santos (APS).

Estuda-se modelagem de parceria público-privada (PPP) e contrato de 25 anos para gestão e exploração, que tem como modelo o Porto de Paranaguá (PR). Também será incluída a dragagem de aprofundamento e manutenção para 17 metros. Em março, a APS anunciou R$ 6,5 bilhões para esse serviço.

“A dragagem até 16 metros será executada pela APS, até o final deste ano, e a de manutenção até 2026. Já a obrigação de passar de 16 para 17 metros será do concessionário. Em 2026, a gente deve estar assinando esse contrato”, afirmou, em entrevista recente para A Tribuna, o secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Alex Sandro de Ávila.

A previsão, segundo nota do MPor, é submeter o projeto à audiência pública em dezembro e, posteriormente, realizar o leilão, possivelmente em 2025. “Serão feitas rodadas de discussão com o mercado para entender as necessidades dos players (grupos empresariais). O objetivo é proporcionar um canal que atenda às necessidades da Baixada Santista, a fim de garantir segurança e redução de custos”, diz o texto.

Calado ideal
A definição do calado ideal é um debate que permeia o setor. O diretor-executivo do Centronave, Claudio Loureiro, defende que a meta deveria ser de 17 metros, justamente para atender os navios 366m. “Mas, para utilizarmos as embarcações que já temos, precisaríamos já de 16 metros”, afirma.

Especialista em infraestrutura, consultor portuário e sócio da Graf Infra Consulting, Rodrigo Paiva caminha na mesma linha de raciocínio. “A maior classe de navios a acostar no Brasil possui cerca de 366m e calados variando em torno de 14 e 15 metros, a depender do navio.

Claramente, com uma breve consulta às profundidades dos canais de acesso dos portos locais, há restrição quanto ao atendimento pleno a esses navios. Considerando os fatores gerais para um calado de 15m, a profundidade dos canais deveria variar entre 16,5 metros e 19,5 metros”.

A Tribuna - SP   12/06/2024

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) quer alterar duas normas que regulamentam contratos de concessões em portos públicos. Para isso, promoveu uma audiência pública, ontem, com o objetivo de colher contribuições. Ao todo, sete interessados se inscreveram, sendo que cinco participaram oralmente da audiência.

Alterações
A Antaq está propondo mudanças nas resoluções 85/2022 e 61/2021. As alterações foram apresentadas pelo gerente de Regulação Portuária, Sandro José Monteiro. Segundo ele, a mudança na Resolução 85/2022, que trata de contratos de arrendamento e concessão em portos organizados, afetará somente as empresas concessionárias.

A alteração prevê a inclusão da revisão de contratos de concessão, a competência da Antaq para apreciar e deliberar sobre o reequilíbrio desses contratos e os objetivos que se quer alcançar com a revisão (não se trata da revisão tarifária).

Também prevê o reconhecimento da validação das portarias e normas do poder concedente e que são aplicadas, principalmente, em relação ao mérito e reequilíbrio dos contratos, mas a Antaq também pode sugerir as mudanças. A modificação pretende, ainda, fazer valer os critérios de soluções e manuais da agência reguladora.

A outra
Já a alteração da Resolução 61/2021, cujo objetivo é aperfeiçoar a regulamentação da proposta que permite alterações nos contratos de concessão, como investimentos previstos, desde que acordado com os usuários, afetará as autoridades portuárias, operadores de áreas, operadores portuários e armadores.

“Aproveitamos a 61 porque ela trata da tarifa portuária e inserimos um capítulo para tratar particularmente de como se dará o apoio e o rito processual”, apresentou.

A Resolução 61/2021, apoiada pelo setor aquaviário, prevê alterações que estão relacionadas à definição e revisão do parâmetro de concessão. “Agora, nós incorporamos e institucionalizamos esses termos no nosso modelo. A agência definiu de forma mais apropriada, esclarecendo sobre a flexibilidade das normas”.

Pioneirismo
O relator do processo que trata do aprimoramento das resoluções é o diretor da Antaq Alber Vasconcelos, que destacou o pioneirismo da agência em trazer o mecanismo de proposta apoiada para o setor aquaviário.

O prazo para envio das contribuições termina no próximo dia 19. Interessados em consultar as propostas e enviar sugestões devem acessar este endereço eletrônico.

Infraestrutura portuária
De acordo com a Antaq, a infraestrutura portuária do Brasil abrange desde o Rio Grande (RS), na Região Sul, até Manaus (AM), na Região Norte, reúne 34 portos organizados, 216 terminais privados (TUPs) em operação, 152 terminais arrendados e em transição vigentes em portos públicos e 355 instalações registradas.

PETROLÍFERO

Valor Investe - SP   12/06/2024

A Opep manteve a sua perspectiva otimista para o crescimento da demanda de petróleo

Hoje, grandes expectativas rondavam o relatório mensal sobre o mercado de petróleo, divulgado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). A Opep manteve a sua perspectiva otimista para o crescimento da demanda de petróleo depois de estabelecer um plano para eliminar gradualmente seus cortes de produção, levantando preocupações sobre se o mercado será capaz de absorver os barris extras.

O cartel afirmou no relatório mensal que prevê que a procura de petróleo cresça 2,2 milhões de barris por dia em 2024 e 1,8 milhões de barris por dia em 2025, inalterado em relação às suas estimativas anteriores.

A commodity vem registrando queda nos preços nos últimos pregões. Caso a produção mostre uma queda, isso pode fazer com que essa tendência se reverta, já que a oferta do produto diminui. Do contrário, é possível esperar novas quedas. Vale destacar que o preço do petróleo tende a impactar também a inflação, afinal, com a commodity mais cara, outros itens também encarecem, como os combustíveis e energia.

Segundo a Opep, segundo semestre deste ano, o crescimento da demanda de petróleo deverá situar-se numa média de 2,3 milhões de barris por dia. Espera-se que o querosene de aviação e a gasolina sejam os principais impulsionadores da demanda durante a temporada de viagens de verão nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, da sigla em inglês), disse a Opep.

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