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11 de Julho de 2024

SIDERURGIA

IstoÉ Dinheiro - SP   11/07/2024

A exportação de sucata ferrosa, insumo essencial para a fabricação de aço, somou 68,026 mil toneladas em junho, o que representa uma alta de 49% na comparação com o mesmo mês de 2023, apontou o Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,5 mil empresas recicladoras, a partir de dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

No primeiro semestre de 2024, as exportações somaram 344,324 mil toneladas, volume 2,6% menor na comparação com igual período de 2023. O presidente do Inesfa, Clineu Alvarenga, destacou que o mercado interno continua retraído na produção de aço.

“Algumas usinas siderúrgicas (aciarias) chegaram a suspender pontualmente a produção, ocasionando diminuição na demanda de sucatas ferrosas. Além disso, temos que considerar a superoferta de aço chinês no mundo e a protelação de medidas protetivas do Brasil em atendimento ao pleito da indústria, com a tarifa de importação”, afirmou.

Ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Alvarenga disse que os efeitos do sistema de cota-tarifa para a importação de 11 tipos de produtos siderúrgicos devem ser sentidos com mais intensidade nos próximos meses. Ele relembrou que geralmente os pedidos de importação são feitos em média com 90 dias de antecedência, o que significa que há um intervalo entre a restrição estabelecida pelo governo e as suas implicações práticas.

Por outro lado, a recente valorização do dólar, que superou R$ 5,60 no final de junho, foi um estímulo a mais ao incremento das exportações de sucata ferrosa, acompanhado da redução dos gastos do frete internacional, que vinha impactando negativamente, conforme a entidade.

“Com a tarifa de importação do aço em vigor, a tendência é de moderado aquecimento do mercado interno nos próximos meses. As exportações de sucatas ferrosas, que ocorrem apenas em volume excedente, devem ser menores neste mês de julho. Já é possível notar, inclusive, para alguns tipos de sucatas, melhoria na demanda interna com maior interesse dos consumidores”, afirma Alvarenga.

Ainda no final de junho, foi aprovado o decreto 12.082, que institui a Estratégia Nacional de Economia Circular, medida bem-recebida pelo Inesfa. A iniciativa tem como objetivo promover a transição do modelo de produção linear para uma estrutura de economia circular.

“O decreto nos dá força para trabalhar e vem ao encontro de pautas que o Inesfa tem defendido nos últimos anos. O financiamento de linhas de créditos específicos para a reciclagem, uma tributação diferenciada e valorização dos materiais recicláveis são os três pontos mais importantes”, disse Alvarenga.

O executivo defende ainda o avanço do Projeto de Lei 1.800/21, que isenta recicladores e cooperativas de catadores do pagamento de PIS e Cofins na venda de materiais reciclados à indústria de transformação.

Outra medida apoiada pelo Inesfa é a PEC da Reciclagem, que busca isentar o IBS e CBS – os novos impostos previstos na reforma tributária – na venda de materiais reciclados às indústrias de transformação.

“É preciso olhar atentamente ao tratamento do setor da reciclagem na reforma tributária, para que recicladores e catadores tenham necessários estímulos ao exercício da atividade e a investimentos na transição da economia linear para a economia circular”, diz o presidente do Inesfa.

IstoÉ Dinheiro - SP   11/07/2024

Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (10) regras mais rigorosas para a importação de aço e alumínio procedentes do México, com o objetivo de evitar que produtos de origem chinesa driblem as tarifas.

As medidas adotadas pelo governo do presidente Joe Biden durante a temporada eleitoral são as mais recentes de uma série de iniciativas para proteger os Estados Unidos do excesso de capacidade industrial da China, que Washington tem repetidamente alertado que poderia resultar em uma inundação de produtos a preços desleais.

De acordo com Lael Brainard, conselheira econômica da Casa Branca, o aço que chegar através do México só poderá se beneficiar da isenção de tarifas se for fundido em território mexicano, nos Estados Unidos ou no Canadá. Caso contrário, estará sujeito a tarifas de 25%.

Segundo a última resolução de Biden, as importações de alumínio do México que contenham alumínio primário fundido ou moldado na China, Belarus, Irã ou Rússia serão tarifados em 10%.

O México exigirá que os importadores forneçam informações sobre os países de origem dos produtos.

Essa medida se junta aos aumentos recentes das tarifas sobre o aço e o alumínio de países com os quais os Estados Unidos não têm acordos de livre comércio.

“Essas ações corrigem uma lacuna legal significativa que a administração anterior não conseguiu resolver, e que países como a China usam para evitar as tarifas americanas enviando seus produtos através do México”, declarou Brainard.

“Eles evitam tarifas de aço e alumínio chineses que entram no mercado americano via México, minando nossos investimentos e prejudicando trabalhadores americanos em estados como a Pensilvânia e Ohio”, denunciou.

Enquanto a candidatura de Biden à reeleição entra em uma fase crítica, o presidente tem se esforçado para conquistar eleitores de estados indecisos como a Pensilvânia.

“Não devemos permitir que a China e outras nações explorem o comércio com nossos vizinhos para evitar a aplicação da legislação comercial americana”, afirmou Scott Paul, presidente da Alliance for American Manufacturing.

Quase 90% das 3,8 milhões de toneladas de aço importadas do México já são fundidas e moldadas nos Estados Unidos, Canadá ou México, afirmou um funcionário sob condição de anonimato. O restante vem de países como a China, acrescentou sem fornecer mais detalhes.

Da mesma forma, 94% das 105.000 toneladas métricas de alumínio provenientes do México foram fundidas ou moldadas nos três países norte-americanos.

No entanto, os funcionários destacaram que a China continua a produzir aço além da demanda interna.

“Essas ações conjuntas com o México ajudarão a garantir a viabilidade de longo prazo de nossas indústrias de aço e alumínio”, declarou a Representante de Comércio dos Estados Unidos, Katherine Tai.

Em maio, os Estados Unidos anunciaram aumentos significativos nas tarifas de importação da China, incluindo aquelas aplicadas a veículos elétricos e semicondutores.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   11/07/2024

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, destacou nesta quarta-feira, 10, a “surpresa positiva” do IPCA de junho e avaliou que, aliado à possibilidade de início de corte das taxas de juro americanas em setembro, o Banco Central brasileiro teria um cenário propício para “talvez” retomar um caminho de “redução sustentada” da Selic no começo de 2025.

“O BC americano está mantendo a taxa elevada por mais tempo, o que também cria limites para o nosso Banco Central reduzir a taxa aqui. Mas também há sinais de que o Fed a partir de setembro vai começar a reduzir a taxa de juros. Reduzindo lá, abre espaço também para reduzirmos aqui”, disse Mello em live realizada pelos jornais O Globo e Valor Econômico e pela Rádio CBN.

“Então temos cenário propício, para que, em breve, talvez no começo do próximo ano, nós retomemos um caminho de redução sustentada na taxa de juros, com inflação convergindo para a meta, taxa de câmbio razoavelmente estável e esse cenário externo possibilitando maior espaço para nosso BC reduzir a Selic aqui”, afirmou o secretário.

Sobre o índice de preços de junho, que fechou em 0,21%, Mello lembrou que o IPCA veio “significativamente abaixo” das expectativas do mercado e que isso demonstra que o processo de contenção e controle de preços no Brasil continua sua trajetória de “maneira sustentável”.

“Há espaço para reduzir a taxa de juros para um patamar mais próximo do neutro. Para que consigamos fazer essa redução de maneira consistente, é preciso de duas coisas fundamentais: a primeira é a inflação dar sinais de que está convergindo para o centro da meta, de 3%”, disse Mello para em seguida citar a “surpresa” do índice de junho.

O secretário pontuou ainda que a expectativa é de que, neste ano, a inflação seja mais baixa que a fechada em 2023, “mais perto de 3,9%, 4%”. “E que isso continue nessa trajetória de redução para se aproximar dos 3% nos próximos anos. Mais importante que isso, a inflação em 2022 só não foi maior porque o governo, durante o período eleitoral, desonerou combustíveis, abrindo mão de receita que não refletia exatamente o preço do combustível”, disse. “Então, temos um caminho a frente, onde a inflação está convergindo para a meta”, avaliou.

IstoÉ Dinheiro - SP   11/07/2024

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell , afirmou nesta quarta-feira, 10, que a política monetária nos Estados Unidos está restritiva, mas não “intensamente” restritiva. Para ele, o cenário sugere que a taxa neutra de juros está mais alta do que antigamente.

Durante audiência na Câmara dos Representantes, Powell disse que não espera que os juros básicos voltem a ficar nos níveis baixos de antes da pandemia.

Inflação

Powell, reconheceu que o trabalho de combate à inflação ainda não terminou e que ainda há um caminho a se percorrer para assegurar a estabilidade de preços. No entanto, o dirigente explicou que a autoridade monetária agora precisar ficar atenta também ao mercado de trabalho.

Durante a audiência, Powell acrescentou que os riscos entre esses dois fatores estão mais equilibrados. Segundo ele, há um caminho possível para garantir estabilidade de preços ao mesmo tempo em que a taxa de desemprego permanece baixa – fenômeno conhecido como “pouso suave”.

CNN Brasil - SP   11/07/2024

O maior perigo que a economia americana enfrenta há anos é a inflação.

Agora, outro problema está surgindo como uma ameaça real no horizonte: o desemprego.

Assim como a inflação continua a esfriar, luzes amarelas estão piscando no mercado de trabalho ainda forte. O Federal Reserve (Fed) agora deve enfrentar o risco de estar cometendo um erro ao manter as taxas de juros muito altas por muito tempo.

É por isso que alguns economistas estão implorando ao Fed para aliviar sua luta contra a inflação, antes que as altas taxas de juros, que ele usa para controlar a alta dos preços, levem a economia dos EUA a uma recessão.

“É hora de cortar as taxas”, disse Joe Brusuelas, economista-chefe da RSM. “A inflação está desaparecendo como foco principal de preocupação. O equilíbrio de riscos está lentamente se inclinando para um desemprego maior.”

Mark Zandi, economista-chefe da Moody’s Analytics, disse que o mercado de trabalho está sofrendo com o peso dos altos custos dos empréstimos.

“O maior perigo é um erro de política: o Fed mantém as taxas muito altas por muito tempo”, disse Zandi à CNN em uma entrevista por telefone. “Agora mesmo, o Fed está sinalizando um corte em setembro. Acho que está tudo bem, mas se eles esperarem mais do que isso, temo que eles vão exagerar.”

Até o presidente do Fed, Jerome Powell, está reconhecendo uma mudança significativa no cálculo de risco.

“A inflação elevada não é o único risco que enfrentamos”, disse Powell aos legisladores na terça-feira (9), apontando para o alívio da inflação e o “esfriamento” do mercado de trabalho.
‘O mercado de trabalho pode estar mudando’

Para deixar claro, o mercado de trabalho não está implodindo de forma alguma.

Os empregos ainda estão sendo criados em um ritmo saudável — mais rápido do que muitos pensavam ser possível há apenas um ano.

Mas logo abaixo da superfície, rachaduras começaram a surgir.

A taxa de desemprego permanece historicamente baixa, mas aumentou visivelmente por três meses consecutivos — “um sinal de que o mercado de trabalho pode estar mudando”, de acordo com economistas da KPMG.

As contratações diminuíram em lazer e hospitalidade, um setor-chave que é alimentado pelos gastos do consumidor. O ritmo de trabalhadores que deixam seus empregos caiu significativamente. Assim como a taxa de trabalhadores sendo contratados.

Powell destacou essas mudanças, dizendo aos legisladores que indicadores recentes “enviam um sinal bastante claro de que as condições do mercado de trabalho esfriaram consideravelmente” em dois anos.

“Esta não é mais uma economia superaquecida”, disse Powell.

Claro, era exatamente isso que o Fed queria realizar quando iniciou sua histórica campanha de aumento das taxas.

O medo em 2022 era que o mercado de trabalho estivesse tão aquecido que isso aumentaria ainda mais a inflação e manteria os preços perigosamente altos, forçando o Fed a iniciar uma recessão apenas para apagar o fogo da inflação.

A inflação superaquecida e um mercado de trabalho historicamente superabundante não são mais vistos como grandes preocupações.
Esperando muito tempo?

O risco atual é que o Fed esteja injetando remédio para combater a inflação em uma economia que não precisa mais dele. E isso pode transformar um mercado de trabalho em resfriamento em um congelado — levando à perda de empregos.

O mercado de trabalho adicionou 206 mil posições em junho, de acordo com os últimos números do governo divulgados na sexta-feira. Em outras palavras, não está muito quente, nem muito frio — está “equilibrado”, disse o presidente do Fed na terça-feira.

“Um mercado de trabalho equilibrado com taxas muito restritivas do Fed não permanecerá equilibrado por muito tempo”, disse Brusuelas. “Isso significa desemprego mais alto.”

Brusuelas esclareceu que isso não significa necessariamente que o desemprego “dispara” no horizonte, mas uma recessão prematura pode acontecer, mesmo assim, se o Fed esperar muito tempo para cortar as taxas.

Em um relatório de segunda-feira, o economista sênior da KPMG Ken Kim observou que a taxa de desemprego está próxima de acionar a Regra Sahm, que sinaliza o início de uma recessão quando a média móvel de três meses da taxa de desemprego aumenta em 0,5 ponto percentual ou mais acima da média de três meses.

Kim também destacou como o setor de serviços — um importante motor de crescimento para a economia dos EUA — está repentinamente mostrando sinais de fraqueza.

“A inflação não é mais a preocupação predominante”, escreveu Kim. “Igualmente preocupante para o Fed deveria ser o potencial para uma deterioração mais acentuada no mercado de trabalho e na atividade econômica. Um pouso suave é o objetivo, mas um pouso forçado está surgindo como um risco de cauda.”
A inflação não acabou

É claro que o alto custo de vida continua sendo uma grande preocupação para os americanos.

Embora a taxa de inflação tenha desacelerado acentuadamente de 9% em junho de 2022, há um doloroso efeito bola de neve de mais de dois anos de ganhos acentuados de preços. Os americanos estão pagando muito mais por mantimentos, aluguel e seguro do que antes da Covid-19.

E ainda há riscos na frente da inflação.

A guerra no Oriente Médio continua, representando uma ameaça potencial à produção de energia na região. O mesmo é verdade para a guerra Rússia-Ucrânia, onde refinarias de petróleo no interior da Rússia foram atingidas por ataques de drones.

As próximas eleições nos EUA também criam incertezas significativas — e complicações.

Alguns economistas tradicionais estão preocupados que a agenda econômica do ex-presidente Donald Trump — cortes de impostos, repressão à imigração e aumento de tarifas — possa “reacender” a inflação.

Além disso, cortar as taxas pouco antes das eleições nos EUA pode fazer com que o Fed seja “jogado no caldeirão político, um lugar onde ele não quer estar”, disse Zandi, economista da Moody’s.
Aprendendo com o passado

Se o Fed cortar as taxas prematuramente, isso pode estimular a demanda de consumidores e empresas. Isso pode aumentar a inflação e piorar as coisas.

Powell e seus colegas enfrentam uma decisão difícil e não querem repetir os erros do passado.

Na década de 1970, o Fed rapidamente aumentou as taxas, mas depois as reduziu antes que a inflação fosse derrotada. A inflação rugiu de volta e forçou o Fed a tomar medidas ainda mais drásticas.

Mais recentemente, o Fed liderado por Powell foi lento na luta contra a inflação, esperando muito tempo para responder aos picos de preços porque as autoridades (e muitos economistas) achavam que a inflação era “transitória” e se dissiparia por conta própria.

“Eles têm TEPT pelo que aconteceu antes”, disse Zandi. “Eles cometeram um erro ao não aumentar as taxas rápido o suficiente. Agora, eles correm o risco de manter as taxas muito altas por muito tempo.”

CNN Brasil - SP   11/07/2024

Quando um governo gasta mais do que arrecada, é preciso pedir dinheiro emprestado para quitar as contas. E esse tem sido o expediente usado pelo governo do Brasil.

Nos últimos 12 meses, a dívida bruta do setor público cresceu 13% e alcançou R$ 8,522 trilhões.

O aumento da dívida é um dos fatores que gera desconfiança do Banco Central (BC) sobre o rumo da inflação. Isso porque o aumento da dívida indica que as despesas do governo sobem mais que a arrecadação.

Esse fenômeno resulta em inflação, que é a principal preocupação do BC.

A análise dos números mostra que a dívida brasileira tem aumentado a um ritmo forte. Nos últimos 12 meses, a dívida bruta aumentou quase R$ 1 trilhão.

Foram mais de R$ 2 bilhões por dia, R$ 109 milhões por hora ou R$ 30 mil extras na dívida pública brasileira a cada segundo dos últimos 12 meses.

“A dívida boa é quando é destinada à construção da infraestrutura. O governo toma dinheiro emprestado para duplicar estradas, para melhorar a pavimentação, construção de ferrovias, melhoria da oferta de energia elétrica”, disse o ex-ministro da Fazenda, Mailson da Nóbrega.

“Tudo isso é uma forma de endividamento tida e percebida como favorável. O problema é que no Brasil o Tesouro se endivida para cobrir gastos de funcionamento do governo: salários, previdência, programas sociais”.

Quando um país não tem dinheiro para pagar as contas do dia a dia e precisa fazer dívida para quitar contas permanentes, como salários e previdências, a sustentabilidade das contas começa a ficar em xeque.

“O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, citam os diretores do BC na ata da reunião de junho.
Há quem ganha com a dívida

Mas há um outro lado dessa moeda. Se o governo tem mais dívida, também paga mais juros. E esse dinheiro cai no bolso de quem tem dinheiro guardado.

Quando se investe no Tesouro Direto ou em fundo de renda fixa, o dinheiro, na verdade, está sendo emprestado ao governo federal.

E só em 2023 o governo federal pagou R$ 816,2 bilhões em juros aos credores da dívida pública.

Ou, se você preferir, esses bilhões foram pagos aos investidores que compraram títulos da dívida pública, como no Tesouro Direto. Nesse grupo que recebe mais quando o juro é maior estão desde os pequenos investidores até as grandes instituições financeiras do Brasil e exterior.

O Estado de S.Paulo - SP   11/07/2024

De toda surpresa, espera-se consequência. Desta vez, a surpresa foi a magreza da inflação de junho, abaixo de todos os prognósticos disponíveis: 0,21% no mês, o que aponta para a acumulada de 2,48% neste primeiro semestre.

A surpresa positiva não se limitou à inflação cheia. Estendeu-se para os itens da cesta de consumo que mais preocupavam os analistas: alimentos e serviços apresentaram desaceleração. Também caiu a difusão, o número de itens em alta caiu de 57% para 52%.

Os dois fatores que mais tiravam o sossego dos analistas e que tendiam a repuxar os preços eram a alta do dólar e as perdas produzidas pelas cheias no Rio Grande do Sul. Mas, aparentemente, não tiveram grande impacto.

Para este mês de julho, segue o potencial corrosivo em outros dois campos: o baixo progresso do tratamento do governo ministrado à questão fiscal e as correções da gasolina e do gás de cozinha, em vigor a desde a última terça-feira.

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que vai redefinir os juros básicos (Selic) está agendada para 30 e 31 de julho.

A partir dessa inflação mais moderada, os mais pessimistas, que acenavam para um novo aumento, foram obrigados a rever seus prognósticos. Se é dado como certo que não haverá novo corte dos juros, também é certo que não haverá aumento. O governo Lula segue pressionando o Banco Central para novos cortes. Quer juros nos padrões de Primeiro Mundo para a política monetária. Não leva em conta que este país tem um índice baixíssimo de poupança, da ordem de 15% ou 16% do PIB. O resto é consumo. Isso significa que o capital é rarefeito e, portanto, por pura imposição da lei da oferta e da procura, seu preço (os juros) não pode ser muito mais baixo do que é hoje.

O semestre fechou com alguns números melhores na economia. A inflação, já se viu, parece mais contida. O avanço do PIB caminha para alguma coisa acima dos 2%, como preveem os comentaristas. As contas externas seguem exuberantes, graças ao bom momento das exportações de grãos (soja e milho), petróleo e minérios. O desemprego está nos 7,1%, nível baixo para os padrões do Brasil. Advertido sobre os estragos no mercado produzidos pelas suas falações, Lula parece ter parado de desancar o presidente do Banco Central e passou a admitir a necessidade de levar mais a sério a administração das contas públicas. Menos mal.

O desempenho da economia mundial ainda é insatisfatório. No entanto, a grande fonte de incertezas para a economia brasileira continua sendo a ineficácia da política fiscal do governo Lula. E isso contamina tudo.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   11/07/2024

Os preços futuros do minério de ferro caíram na bolsa de Dalian nesta terça-feira, pressionados por preocupações com a demanda na China, principal mercado consumidor do minério, embora os investidores continuassem esperando mais estímulos em uma reunião importante na próxima semana.

O contrato mais negociado de setembro do minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com perda de 0,5%, a 834 iuanes (114,70 dólares) a tonelada.

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O minério de ferro de referência de agosto na Bolsa de Cingapura teve alta de 1%, a 109,4 dólares a tonelada.

“O mercado está esperançoso de que a terceira plenária da China revele novas medidas de estímulo”, disse a ANZ Research em uma nota
.
Os economistas e investidores estão aguardando a terceira plenária, que será realizada de 15 a 18 de julho, com centenas das principais autoridades do Partido Comunista da China reunidas em Pequim para a reunião quinquenal.
Outros ingredientes siderúrgicos em Dalian tiveram comportamentos mistos, com o carvão metalúrgico subindo 0,3% e o coque caindo 0,2%.

Os índices de referência do aço na Bolsa de Futuros de Xangai apresentaram tendência de queda. O vergalhão diminuiu 0,5%, a bobina laminada a quente caiu 0,6%, o fio-máquina recuou 0,6% e o aço inoxidável perdeu 1,7%.

 

CNN Brasil - SP   11/07/2024

A nova versão do relatório sobre o projeto de regulamentação da reforma tributária limita a 0,25% a alíquota do Imposto Seletivo (IS) sobre o minério de ferro. O parecer atualizado foi divulgado nesta manhã e deve ser votado pela Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (10).

O texto original enviado pelo governo determinava que as alíquotas do IS, também chamado de imposto do pecado, para as operações com bens minerais extraídos teriam o percentual máximo de 1%.

Com o novo texto, o minério de ferro terá redução na alíquota. Pelo novo substitutivo, para os outros bens minerais, ainda valerá a possibilidade de cobrança com a alíquota máxima de 1%.

Outra mudança no IS foi a cobrança sobre bebidas alcoólicas. O parecer determina a implementação de forma escalonada e progressiva, a partir de 2029 até 2033, para esses produtos. O objetivo, segundo o texto, é “evitar carga excessiva”.

O imposto do pecado foi criado pela reforma tributária aprovada e promulgada no ano passado. A taxação incide sobre produtos considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

Também estão na lista do IS bebidas açucaradas, como refrigerantes, e produtos fumígenos, como cigarros. Os deputados do grupo que analisou a regulamentação também incluíram no imposto veículos elétricos e jogos de azar.

O relator do projeto no plenário é o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). Ele integrou o grupo de trabalho que analisou o projeto.

Para ser aprovado, o texto precisa dos votos de pelo menos 257 deputados no plenário, em dois turnos de votação. Depois, a proposta ainda precisará ser analisada pelo Senado.

Grandes Construções - SP   11/07/2024

Com o tema “Minerais, presentes no que você imaginar”, o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), acaba de lançar uma campanha de conscientização sobre a presença e importância dos minerais no dia a dia das pessoas.

Considerada um pilar da economia nacional, a mineração registrou, em 2023, faturamento de R$ 248,2 bilhões, com exportações de US$ 42,98 bilhões – um aumento de 3,1% comparado ao ano anterior.

Além da enorme contribuição do setor para a economia, a campanha mostra que sem os minerais, a maioria das coisas não existiria, tais como celulares, computadores, carros, prédios, geladeiras, entre outras.

O tributo brasileiro cobrado das empresas que realizam a exploração de recursos minerais, o CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) totalizou R$ 6,86 bilhões, em 2023. Esses dados, afirma o IBRAM, reforçam ainda mais o importante papel dos minérios para o crescimento socioeconômico do país.

O saldo comercial do setor mineral, de US$ 31,95 bilhões equivale a 32% do saldo comercial brasileiro, que foi de US$ 98,84 bilhões.

Campanha – A iniciativa vem da necessidade de dialogar com a população, mostrar como os minerais são essenciais para a manutenção da vida moderna, e fundamentais para as indústrias.

Além da participação de influenciadores e veiculação de peças na TV, a campanha inclui ações publicitárias no rádio e no meio digital. O projeto foi concebido e desenvolvido pela Oficina Consultoria, agência de publicidade do IBRAM, e coordenado com as associadas do Instituto.

“A estratégia adotada pelo IBRAM demonstra seu entendimento de que, num mundo cada vez mais conectado, as organizações precisam estar abertas para o diálogo constante com a sociedade”, afirma Raul Jungmann, diretor-presidente do IBRAM.

“A campanha foi idealizada para destacar a essencialidade dos minerais em diversas áreas de atuação,” explica Cecília Crespo, diretora de Publicidade e Propaganda da Oficina. “Ela mostra como os minerais são fundamentais e transformadores nos mais variados campos da vida.” Segundo Crespo, a campanha continuará até o fim do ano.

O setor mineral, em 2023, de acordo com o IBRAM, teve um faturamento de R$ 248,2 bilhões; as exportações 2023 registraram US$ 42,98 bilhões; arrecadação CFEM: R$ 6,86 bilhões; e o saldo comercial setor mineral foi de US$ 31,95 bilhões, equivalente a 32% do saldo comercial brasileiro.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   11/07/2024

Três grandes fabricantes de automóveis japoneses registraram quedas nas vendas de veículos novos na China no primeiro semestre de 2024. Juntos, Toyota, Honda e Nissan venderam 12,9% menos que no mesmo período de 2023, segundo informações publicadas pelo jornal japonês "Yomiuri Shimbun".

Se antes as montadoras japonesas dominavam o mercado chinês, agora enfrentam um cenário desafiador com a ascensão dos veículos elétricos (EVs, na sigla em inglês).

Entre janeiro e junho, a Toyota Motor viu suas vendas caírem 10,8% na China, para 785 mil unidades. As vendas da Honda Motor diminuíram 21,5%, para 416 mil unidades, e as vendas da Nissan Motor caíram 5,4%, totalizando 339 mil unidades.

Enquanto as montadoras japonesas perdem terreno, fabricantes chineses, como a BYD, têm ampliado rapidamente sua participação de mercado. Consumidores que tradicionalmente optavam por carros japoneses agora estão migrando para veículos fabricados por empresas chinesas. "A situação está cada vez mais desafiadora", disse ao Yomiuri Shimbun um executivo de uma grande montadora japonesa instalada em Pequim.

Entre as montadoras japonesas, a Mitsubishi Motors anunciou sua retirada da produção de veículos na China em 2023. A Nissan fechou recentemente uma fábrica de automóveis de passageiros na província de Jiangsu. A Toyota e a Honda também têm enfrentado reduções de pessoal e ajustes significativos na produção na China desde o ano passado.

O Estado de S.Paulo - SP   11/07/2024

O benefício extra concedido a montadoras instaladas na Região Nordeste será reduzido em nova versão do texto da regulamentação da reforma tributária, a ser apresentado nas próximas horas. A modificação foi antecipada pelo relator de plenário, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que classificou a saída como “coluna do meio”.

“Vamos fazer um acordo, vamos para o meio. Você podia ter uma interpretação dos benefícios, de ser conforme se está encerrando, ou reiniciar o benefício como iniciava (no topo). Vamos para a coluna do meio”, disse ele.

Pelo acordo que está sendo costurado, o crédito presumido (a ser abatido do imposto do automóvel) concedido a montadoras instaladas no Nordeste será de 11,60%, e não mais de 14,5%.

Como informou o Estadão, a primeira versão da regulamentação da reforma tributária havia ampliado benefícios para as montadoras instaladas no Nordeste, notadamente a BYD, na Bahia, e a Stellantis, em Pernambuco.

A equipe econômica propôs que o benefício tributário – uma renúncia no recolhimento de impostos – começasse em 8,7% em 2027 e fosse decaindo gradualmente até chegar a 1,74% em 2032, último ano de vigência do regime automotivo do Nordeste.

Na semana passada, o parecer do grupo de trabalho da Câmara mudou a interpretação, alegando que as regras do regime automotivo do Nordeste concedem o benefício tributário a cada produto vendido de acordo com a data do seu lançamento.

Por essa interpretação, no primeiro ano de um carro recém-lançado, o benefício tributário a este veículo deveria ser de 14,5%, independentemente do ano em que isso aconteça. Ou seja, se lançado em 2027, em vez de 8,7% de benefício tributário, como propôs a Fazenda, este automóvel seria vendido com um benefício tributário de 14,5%, quase o dobro.

Pelo acordo revelado por Lopes nesta quarta-feira, 10, esse porcentual inicial foi reduzido para 11,6% no ano de lançamento do automóvel. O benefício cai para 10% entre o segundo e quarto ano; e para 8,7% no quinto ano do lançamento do automóvel.

Segundo o deputado, representantes de montadoras do Sul e do Sudeste aceitaram a saída intermediária e, por isso, ele faria a alteração já no texto do seu parecer. As empresas se queixavam que o benefício extra concedia vantagens concorrenciais às montadoras com operações no Nordeste.

Valor - SP   11/07/2024

Anfavea e Sindipeças querem antecipar cobrança de imposto sobre veículo produzido no exterior; importador vê protecionismo.


Fonte: Marcelo de Godoy, novo presidente da Abeifa: “Essa é uma briga estrutural” — Foto: Rogerio Vieira/Valor

Nos últimos anos, carro importado tornou-se sinônimo de carro de luxo. Mas, agora, com a chegada de modelos chineses, a preços mais acessíveis, o cenário mudou e as vendas têm crescido em ritmo acelerado. Além disso, a linha importada passou a ser também uma forma de o brasileiro ter acesso ao carro puramente elétrico, ainda não produzido no país e uma especialidade dos chineses. Essa onda chinesa provocará aumento de mais de 90% nas vendas de importados este ano, segundo previsões do setor.

Um dos primeiros desafios que surgiram à frente de Marcelo de Godoy ao assumir, recentemente, a presidência da Abeifa, a associação dos importadores de veículos, é tentar evitar que montadoras com fábricas no Brasil consigam convencer o governo a antecipar a elevação do Imposto de Importação para carros elétricos.

Por determinação do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex), desde janeiro, carros elétricos e híbridos comprados fora do país voltaram a ser tributados. Essa tributação será, no entanto, gradual, até atingir o teto de 35% em julho de 2026.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) propõe antecipar o prazo. A entidade argumenta que Estados Unidos e Europa já sobretaxaram produtos chineses. E usa, como principais armas nesse duelo, os recentes anúncios de novos ciclos de investimentos no setor e os empregos envolvidos no parque industrial instalado no país.

Já os importadores colocam o foco no consumidor, na oportunidade que o produto estrangeiro lhe oferece para testar novas tecnologias. “Fiquei de cabelo em pé”, afirma Godoy ao contar sobre sua reação ao saber da pressão que parte das montadoras tem feito para convencer o governo a aplicar imediatamente a alíquota máxima do imposto.

“Essa é uma briga estrutural”, afirma Godoy ao apontar o caráter “protecionista” do movimento das montadoras locais. O dirigente se prepara para uma reunião com a equipe do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Anfavea e Sindipecas, que representa as autopeças, já expuseram seus argumentos ao governo. Na sua vez de falar com os representantes do MDIC, o presidente da Abeifa vai defender a ideia de que incentivos fiscais também servem para atrair investimentos para a produção de modelos eletrificados (híbridos e elétricos) no país.

“Temos que esperar esse processo para depois elevar o imposto”, destaca Godoy, um economista com especialização em finanças e que também comanda a Volvo Cars Brasil.

O auge da importação de veículos no Brasil foi em 2011, quando o volume de carros importados por marcas sem fábricas no país alcançou 249,6 mil unidades.

Desde então, as vendas começaram a cair, tendo também o câmbio como fator que influenciou. O volume mais baixo dos últimos de anos foi registrado em 2021. Em 2023, as vendas de importados de marcas sem fábricas no Brasil alcançou 44,9 mil unidades, aumento de 8% em relação ao ano anterior e abaixo do mercado total.

Atual regra prevê que tributação será gradual até atingir 35% em julho de 2026.

Tudo indica que o resultado este ano será muito superior, com aumento esperado de mais de 90%, com total em torno de 80 mil unidades, segundo projeções da Abeifa. No primeiro semestre foram vendidos 44,9 mil importados de marcas associadas da entidade. O volume é 235,3% acima do mesmo período do ano passado. Desse total, 41,4 mil foram eletrificados e 32,5 mil foram da BYD.

A história da entidade que representa os importadores de veículos começou logo depois da abertura do mercado, promovida pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello, que, ainda na campanha eleitoral, chamou os carros brasileiros de “carroças”.

A entidade foi fundado em 1991 com o nome de Abeiva - Associação Brasileira da Empresas Importadoras de Veículos. Os primeiros importados a chegar foram os da alemã BMW.

Além das marcas luxuosas, logo em seguida, vieram os russos da Lada, que fracassaram tempos depois. Mas, inicialmente, fizeram sucesso por terem preços competitivos em relação aos modelos nacionais.

Diante do crescimento dos volumes de importados e sob o argumento de “proteger o emprego”, em 2011, o governo Dilma Rousseff criou uma taxa adicional de 30 pontos percentuais sobre as alíquotas de IPI em carros de marcas que não tinham fábricas no país.

A medida ficou conhecida como “super IPI”. As vendas começaram a despencar desde então, reduzindo a oferta dos modelos estrangeiros às linhas de luxo. O “super IPI” deixou de ser aplicado em 2017, depois que a Organização Mundial do Comércio (OMC) condenou o Brasil ao considerar a medida “protecionista”.

A taxa extra sobre marcas sem produção fez com que algumas montadoras decidissem construir fábricas no país. Foi o caso da Land Rover, Audi e BMW, as três ainda em operação. E também da Mercedes-Benz, que, posteriormente, decidiu encerrar a produção de automóveis no Brasil e vendeu a fábrica em Iracemápolis (SP) para a chinesa GWM (Great Wall Motor).

Com a construção de fábricas, a Abeiva mudou, então, o nome, para Abeifa (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores). Mas continuou a sustentar o direito à importação como principal bandeira.

Godoy admite que a defesa do importador é uma questão importante na entidade. Mas, ao mesmo tempo, ele considera o interesse das marcas por produzir localmente como outro ponto forte do mesmo processo. “O estímulo à importação permite ao Brasil atrair investimento e emprego”, destaca.

O Estado de S.Paulo - SP   11/07/2024

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) disse que fábricas de automóveis poderão ser fechadas ainda neste ano caso o governo não eleve imediatamente as alíquotas de importação sobre carros elétricos.

A ameaça revela a munição pesada de que o setor automotivo dispõe para tentar conter o inegável avanço da participação da China no mercado nacional. De janeiro a maio, as vendas de carros chineses no País já superaram as registradas em todo o ano de 2023.

O presidente Lula da Silva, como se sabe, não costuma ignorar os apelos da entidade. E talvez isso explique a razão pela qual os carros elétricos e híbridos devem ser incluídos no rol de produtos sobre os quais incidirá o “imposto do pecado”, como é chamado o Imposto Seletivo da reforma tributária.

A querela evidencia a regência de um governo desconexo – que, até agora, se mostrou incapaz de definir as bases da transição energética, que diz ser prioridade, e que atua de forma claudicante na regulamentação da reforma tributária. Afinal, o mesmo governo que abre o mercado e comemora a entrada de fabricantes chinesas concede mais incentivos às montadoras de carros a combustão e tenta proteger a indústria local.

Como bem resumiu, em entrevista ao Estadão, o representante da chinesa BYD, Alexandre Baldy, ex-ministro do governo de Michel Temer, “existem vários governos dentro do mesmo governo”. Baldy externou um diagnóstico certeiro: por vezes, os integrantes do governo parecem caminhar em direções opostas, sem que o chefe defina a linha mestra.

Com sua ambiguidade, o governo Lula fomenta de forma perigosa uma situação que pode se tornar insustentável. Chega a ser irônico que o aviso da Anfavea sobre o risco de fechamento de unidades tenha sido divulgado poucos dias após a sanção presidencial ao programa Mover, que dará nada menos que R$ 19,3 bilhões em incentivos fiscais ao setor até 2028.

A concessão de subsídios à indústria automotiva é prática comum governo após governo, mas a reclamação em relação à concorrência chinesa só reforça algo que todos já sabem há anos: políticas protecionistas, por si sós, não são capazes de garantir competitividade à indústria nacional.

É bom que se diga que a mesma estratégia – concessão de incentivos – foi usada para atrair ao País as fabricantes chinesas de carros elétricos e híbridos. Com unidades instaladas no Nordeste e um cronograma progressivo de alíquotas para o imposto de importação – 10% em janeiro de 2024, 18% em julho de 2024, 25% em julho de 2025 e 35% em julho de 2026 –, a importação de carros da China, que nunca havia ultrapassado 1% do mercado, disparou.

Em paralelo, o governo defende a inclusão dos automóveis no “imposto do pecado”. E o mais curioso é que a proposta surgiu de onde menos se esperava: o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Em tese, o Imposto Seletivo foi idealizado com o objetivo de sobretaxar bens e serviços prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, mas o fato é que o tributo vem sendo desvirtuado – ora servindo como um mecanismo extra de aumento de arrecadação, ora de atendimento a lobbies.

No caso dos carros elétricos, que não emitem poluentes como os com motores de combustão, a alegação encontrada para sobretaxá-los foi a de que suas baterias representam risco ao meio ambiente. Em contrapartida, caminhões a diesel estarão livres do alcance do “imposto do pecado” por ser o transporte de cargas no País essencialmente rodoviário. Para quem não vê lógica nos argumentos, a resposta é de que não há lógica de fato: tudo depende do interesse do momento.

Alegando práticas comerciais desleais, o presidente Joe Biden praticamente fechou o mercado dos Estados Unidos aos carros elétricos chineses com uma taxa de importação de 100%. A realidade das relações comerciais entre EUA e China, no entanto, é infinitamente distinta da do Brasil, que tem no país asiático seu principal parceiro comercial. Assim, o governo Lula tenta proteger as montadoras que aqui estão sem afastar as fabricantes chinesas. É o que se conhece por quadratura do círculo.

Valor - SP   11/07/2024

Na comparação anual, houve alta de 26,9% nas exportações totais de veículos da China em junho, graças à demanda da Rússia e do México, segundo a associação.

As exportações chinesas de veículos elétricos (VEs) em junho caíram 13,2% em relação ao mês anterior, para 86 mil unidades, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10), sinal de que a resistência aos modelos aumentou após o anúncio do aumento de tarifas sobre o setor pela União Europeia (UE).

É a terceira queda mensal consecutiva desde março, segundo a Associação de Fabricantes Automotivas da China. Os dados de junho da associação setorial também mostraram um crescimento modesto de 0,7% nas exportações totais de automóveis em relação a maio.

A indústria chinesa de VEs sofre pressões da Comissão Europeia (CE), que em junho anunciou aumento nas tarifas sobre as importações de carros que considera terem se beneficiado de subsídios estatais "desleais" de Pequim. As tarifas adicionais foram confirmadas em caráter provisório no dia 4 de julho, com alíquotas de até 37,6%.

A ameaça das tarifas parece ter afetado as exportações mesmo de entrar em vigor, uma vez que em março a Europa já havia iniciado um procedimento de registro alfandegário para garantir que as taxas poderiam ser aplicadas de forma retroativa, caso considerasse apropriado.

Na comparação anual, houve alta de 26,9% nas exportações totais de veículos da China em junho, graças à demanda da Rússia e do México, segundo a associação.

No mercado local chinês, as vendas de VEs cresceram 35,1% no acumulado do primeiro semestre em comparação ao mesmo período de 2023, somando 4,33 milhões de unidades. O crescimento — sustentado por políticas de incentivo criadas para estimular o consumo interno e o abandono dos veículos com motor a combustão interna — superou o das vendas totais de veículos, que aumentaram 1,4% para 11,25 milhões de unidades.

Ainda assim, o crescimento das vendas de VEs teve desaceleração em comparação aos 44,1% registrados no primeiro semestre de 2023.

A China continua sofrendo com as preocupações quanto às perspectivas da demanda interna, em meio a uma longa crise imobiliária, à perda de força do crescimento econômico e ao declínio demográfico. As exportações são cruciais para impulsionar a economia e absorver a produção industrial, o que coloca Pequim em conflito com economias ocidentais e de outros lugares, que temem uma inundação de produtos chineses baratos.

As negociações entre China e CE continuam. A decisão final sobre impor ou não as tarifas adicionais para VEs por cinco anos será tomada em outubro. A China promete retaliar e ameaça abrir processos judiciais e investigações sobre as importações de conhaque e carne de porco da Europa por dumping.

Embora ainda esteja incerto se as tarifas europeias permanecerão em vigor, as crescentes tensões comerciais representam um obstáculo e podem levar as montadoras chinesas a diversificar seus mercados de exportação, segundo analistas.

"As altas tarifas de compensação propostas podem enfraquecer as perspectivas de crescimento das fabricantes de automóveis chinesas na UE [União Europeia], com o potencial de levar a uma maior pressão no que se refere aos preços e a uma redução da competitividade, em razão dos preços de venda mais caros", segundo a Fitch Ratings.

A Fitch também destacou que as montadoras chinesas podem passar a investir mais em mercados alternativos e que Brasil, Tailândia, Israel, Austrália e Malásia já estão entre os principais mercados de exportação da BYD, a maior fabricante de VEs.

Especialistas identificaram outro risco no horizonte: a mudança drástica da China para VEs prenuncia um excesso de capacidade produtiva dos automóveis convencionais, o que pode levar a mais consequências políticas e econômicas, alertou a firma de consultoria americana Eurasia Group, em relatório publicado em junho.

O segmento de veículos a combustão interna representou 78% das exportações totais automotivas da China nos primeiros seis meses de 2024.

Os veículos a combustão interna de baixo custo serão bem recebidos por alguns mercados emergentes, segundo a Eurasia, mas também competem diretamente com montadoras de carros convencionais ocidentais e de outros lugares que já estão bem estabelecidas nos mercados.

"Isso teria consequências mais imediatas para as montadoras não chinesas do que a capacidade excessiva [de VEs]", alertou a firma de consultoria, acrescentando que também poderia gerar mais tensões políticas.

Exame - SP   11/07/2024

O grupo de trabalho do projeto que regulamenta a reforma tributária detalhou, na quinta-feira, 4, os itens sobre os quais incidirão o Imposto Seletivo (IS). O chamado “imposto do pecado” vai sobretaxar produtos que possam gerar efeitos negativos tanto para o meio ambiente como para a saúde humana, como bebidas e cigarro.

Uma primeira versão do texto encaminhada pelo governo já propunha que os veículos automotivos passariam a ter cobrança diferenciada de acordo com eficiência energética, potência, emissão de poluentes, categoria do veículo e reciclabilidade de materiais.

Mais um imposto sobre os veículos

Depois de tantos anos lutando pela eliminação do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), não faz sentido criar um imposto adicional, que se somaria ao IVA, dificultando ainda mais a aquisição de veículos a uma parcela significativa da população, defende a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Carros antigos circulando (e poluindo) por mais tempo

E os pontos negativos não param aí. De acordo com a entidade, que reúne as empresas fabricantes de automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e de construção, a cobrança vai desencorajar a compra ou a troca de veículos antigos (mais poluentes e menos seguros) por novos, atrasando a renovação da frota brasileira.

Para ter uma ideia, um carro fabricado em 2000 polui 20 vezes do mais que um zero-quilômetro. A Anfavea destaca ainda o desestímulo ao Proconve, criado em 1986 para reduzir as emissões dos principais poluentes urbanos.

O Imposto Seletivo foi concebido com o objetivo de reduzir o consumo de produtos considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente. Essa medida vai justamente na contramão, já que o contribuinte pagará mais caro por um ar mais poluído.

Impactos no setor

Por fim, se aprovado, o Imposto Seletivo sobre veículos pode causar uma queda nas vendas e, consequentemente, gerar efeitos negativos sobre um setor que gera 1,2 milhão de empregos.

O imposto extra pode impactar ainda o aumento do preço de ambulâncias, veículos de bombeiros e vans escolares, além de caminhonetes e furgões usados por pequenos empreendedores, prejudicando a economia.

Fica evidente a total contradição entre os objetivos da proposta e os resultados que virão na prática. Por isso, a Anfavea, como representante do setor, faz um apelo para que os envolvidos analisem os pontos negativos dessa mudança e entendam os impactos devastadores que ela pode causar.

Automotive Business - SP   11/07/2024

O grupo Geely não para de movimentar suas peças no xadrez latino-americano, especialmente em nosso país.

O conglomerado de origem chinês, que pretende fincar raízes na região, já conversa com fornecedores no Brasil e discute possibilidades advindas da Horse — joint venture entre a companhia e a Renault.

Segundo interlocutores da Geely, além de players de tier 1 no Brasil, a empresa já está em conversas avançadas com duas grandes companhias do segmento de pneumáticos. Continental e Goodyear são, fontes externas indicam, os fornecedores em questão.

Ou seja, o grupo não pretende cometer o mesmo equívoco de outras empresas que chegaram ao país com compostos de difícil substituição.

Além disso, a Geely já avalia locais estratégicos para instalar seu centro de distribuição de peças. Embora considere que Vitória (ES) esteja, por ora, um tanto sobrecarregada, fonte ligada ao grupo assume que logisticamente a capital capixaba é o local mais indicado para tal. Importante salientar que, se consolidada, a estratégia abarcará a chegada dos modelos justamente pelo porto do município.
Geely estuda parceria com a Renault no Brasil

Outro ponto confirmado por interlocutores é de que, já há algum tempo, as conversas entre grupo Geely e Renault do Brasil já encetaram. Isso graças à parceria entre as duas empresas por meio da Horse.

A joint venture entre as duas companhias foi concebida com objetivo primordial de fabricação de motores eletrificados e a combustão de baixa emissão. A parceria poderá gerar ainda cerca de uma dezena de modelos até 2027, mais tardar 2028.

Com participação igualitária entre Renault e Geely e fornecedora do grupo chinês, a nova empresa já nasce com nove clientes em 130 países, cinco centros de P&D e aproximadamente 19 mil funcionários. Além de 17 fábricas, que podem ser utilizadas pela empresa dona de Zeekr, Volvo, Polestar, Lotus, Smart, Lynk & Co, entre outras marcas.

Desse modo, fontes do grupo Geely apontam que, sim, podem utilizar as estruturas já consolidades de Renault e Nissan, bem como as da Volvo, no Brasil. O mesmo se aplica para outras regiões da América Latina.

No entanto, como a gigante chinesa encara o Brasil como um ponto estratégico, pode se beneficiar das instalações e transformar (tal qual pretende) nosso país em um hub de exportações.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor - SP   11/07/2024

Foi a maior alta mensal em 2024.

A inflação medida pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) acelerou para 0,56% em junho ante 0,17% em maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a maior alta mensal em 2024.

Com o resultado, o indicador alcançou 2,49% no resultado acumulado em 12 meses ante 2,31% até maio. No primeiro semestre de 2024, o Sinapi acumula alta de 1,56. O índice de junho de 2023 foi de 0,39%.

O custo nacional da construção por metro quadrado em junho foi de R$ 1.748,99, sendo R$ 1.006,25 relativos aos materiais e R$ 742,74 à mão de obra. Em maio, esse custo totalizava R$ 1.739,26, sendo R$ 1.006,80 relativos aos materiais e R$ 732,46 à mão de obra.

O resultado foi composto por alta no custo de mão de obra e queda nos preços de materiais. A parcela da mão de obra subiu 1,40%, com diversos dissídios coletivos observados ante alta de 0,46% em maio. Em junho de 2023, a alta tinha sido um pouco menor, de 1,36%.

Os materiais, por sua vez, tiveram mais uma queda de preços, de 0,05%, mesma variação de maio. A queda, no entanto, foi menor que em junho de 2023 (-0,28%).

Rodoviário

A Tribuna - SP   11/07/2024

As novas concessões rodoviárias no eixo São Paulo-Minas Gerais, adquiridas junto à AB Concessões pela Via Appia, que também é responsável pelo o Rodoanel Norte, devem colaborar muito com o escoamento de cargas para o Porto de Santos. “As concessões estão localizadas em polos logísticos estratégicos. Estão concentradas na Região Metropolitana de Campinas até Bauru, facilitando significativamente o acesso ao Porto de Santos”, afirma, em nota, a concessionária.

A expectativa da empresa é melhorar os mais de 1,4 mil quilômetros que integram essas concessões. Os investimentos incluem, segundo a Via Appia, a ampliação e manutenção das vias, implementação de tecnologia avançada para gestão de tráfego, melhorias na sinalização e segurança e aprimoramento do atendimento ao cliente. E vão além, incluindo estratégias que beneficiam também o maior complexo portuário do Hemisfério Sul e, de quebra, a economia brasileira.

“Como exemplo, a Via Appia está atualmente negociando junto a um dos maiores conglomerados do mundo na indústria de beverages (bebidas), a implantação de uma fábrica no trecho de nossas rodovias, para o qual estimamos que mais da metade da produção possa ser destinada para exportação por meio do Porto de Santos. Ainda, com a conclusão do trecho norte do Rodoanel Mário Covas, previsto para 2026, espera-se um impacto positivo no escoamento das exportações e importações, tornando o acesso ao Porto de Santos mais eficiente”, revela.

As estradas
No quesito exportações, o estado de São Paulo é responsável por 48,8% dos produtos manufaturados e 41,1% dos industrializados do Brasil, de acordo com números trazidos pela Via Appia.
Quando os estados vizinhos são incluídos, esses percentuais aumentam para 71% e 69%, respectivamente, demonstrando a importância estratégica da região para as exportações da indústria brasileira - que vêm crescendo a uma taxa média anual de 24,4%ao longo dos últimos 13 anos.

No setor do agronegócio, São Paulo representa a principal rota de escoamento do Centro-Oeste, com 30% das exportações de soja passando pelo Porto de Santos, observa a empresa.
“As rodovias que compõem o sistema Via Nascentes desempenham um papel essencial na economia brasileira, sendo responsáveis pelo transporte de commodities vitais como carvão, cana-de-açúcar, minério de ferro, produtos siderúrgicos e café”, explica a Via Appia, também em nota.

A Via Nascentes engloba a administração de 371 quilômetros de rodovias, ligando Juatuba (MG) a São Sebastião do Paraíso (MG): BR-265, BR-491 e MG-050 (Rodovia Newton Penido).

“As rodovias do sistema Via Colinas e Rodovias do Tietê são também relevantes, pois conectam a região metropolitana de Campinas ao centro-oeste do Estado de São Paulo. Elas são rotas essenciais para mercadorias provenientes do sul de Minas Gerais e do Mato Grosso do Sul, destinadas ao Porto”, acrescenta a empresa.

A Via Colinas está à frente de 367 quilômetros de estradas, atravessando 17 municípios do interior de São Paulo: Deputado Archimedes Lammoglia, Prefeito Hélio Steffen, Engenheiro Ermênio de Oliveira Penteado, Santos Dumont, Fausto Santomauro, Cornélio Pires, Antônio Romano Schincariol, Presidente Castello Branco, Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, Marechal Rondon e Engenheiro Herculano de Godoy Passos.

Já a Rodovias do Tietê atua em mais de 701 quilômetros, atendendo 25 cidades entre Indaiatuba e Campinas: Jornalista Francisco Aguirre Proença, Marechal Rondon, Dr. João José Rodrigues, Comendador Mário Dedini, Rodovia Professor João Hipólito Martins e Ernesto Paterniani.

Ainda há a Via SP Serra, que gere o trecho norte do Rodoanel Mario Covas, abrangendo uma extensão de 44 quilômetros entre Arujá, Guarulhos e São Paulo, pelo Trecho Norte do Rodoanel Mario Covas.

Especialista diz que investir em malha viária é fundamental

Engenheiro civil e mestre em Engenharia de Transportes pelo Instituto Militar de Engenharia, Luis Claudio Montenegro acha fundamentais iniciativas que visam a ampliação constante de capacidade do Porto de Santos, algo que passa diretamente pelas malhas viárias de São Paulo, consideradas como elemento essencial e estratégico dentro de uma região altamente adensada e com atividade econômica de enorme magnitude.

As taxas de crescimento do Porto de Santos giram, na média dos últimos 10 anos, na ordem de 5% ao ano, observa Montenegro. Continuando essa taxa de crescimento, lembra o engenheiro civil, o Porto chegaria em 2060 com uma movimentação próxima de 1 bilhão de toneladas. Atualmente, compara Montenegro, o complexo portuário santista movimenta algo em torno de 170 milhões de toneladas e o País chega a 1,3 bilhão de toneladas.

“Se a economia do País se estruturar em patamares mais altos e constantes, essa projeção seria ainda em prazo mais curto. Ou seja, todo projeto que amplia a capacidade, melhora a coordenação e permite um fluxo logístico mais eficiente é essencial não só ao Porto de Santos ou ao Estado de São Paulo, mas a todo o País, que tem no Porto de Santos o seu maior equipamento de infraestrutura portuária”, afirma.

Montenegro lembra que, ao se destravar a logística de acesso, os projetos de investimento, seja na infraestrutura interna do Porto, seja nas áreas operacionais, tendem a também se acelerar. “Isso gera emprego, renda e cada vez mais competitividade ao País em mercados globais”, emenda.

InfraRoi - SP   11/07/2024

A rodovia SC-120, que liga Curitibanos a Lebon Régis, no Planalto Serrano de Santa Catarina, passa por obras de revitalização e de aumento de capacidade. São cerca de R$ 138 milhões para a revitalização de 54 quilômetros, que passam por serviços de fresagem, reciclagem, drenagem, pavimentação e terraplanagem.

Os serviços previstos incluem:
Terraplenagem Pavimentação Melhoria de 4 interseções: 1° km 165+000, 2° km 166+300, 3° km 198+520, 4° km 246+550 Implantação de pavimento rígido entre Lebon Regis e a entrada para SC-350 (apenas 5 km) Restauração do pavimento flexível entre a entrada da SC-350 e Curitibanos Implantação de acostamento de 1,5 m de largura Implantação de limpa rodas nos acessos à rodovia Construção de refúgios para veículos de porte grande (caminhões)visando segurança no trafégo

A Secretaria Estadual de Infraestrutura e Mobiliade (SIE) explica que a estrada é um corredor logístico para o escoamento da produção agrícola de Curitbanos, Lebon Régis e municípios vizinhos. As obras também devem facilitar o transporte de madeira e seus derivados. Pela rodovia também transitam os alunos que estudam na Escola Agrícola de Curitibanos, referência no estado.
Programa Estrada Boa

O investimento é parte do Programa Estrada Boa, que foi lançado no ano passado com previsão de investir mais de R$ 2,1 bilhões na malha viária, sendo R$ 1,5 bilhão em obras estruturantes por meio de financiamento do BNDES. Já das fontes próprias do estado, com gestão e economia, o Governo vai investindo cada vez mais. A previsão inicial eram R$ 665 milhões em revitalização, montante que mais que dobrou do ano passado para cá. Atualmente, a SIE está investindo R$ 2,8 bilhões nas rodovias estaduais de Santa Catarina.

NAVAL

IstoÉ Dinheiro - SP   11/07/2024

A Transpetro, subsidiária de transporte da Petrobras, anunciou a primeira licitação para a construção de quatro navios de transporte de combustíveis. São os primeiros do programa de ampliação e renovação da sua frota.

A ideia é lançar, ao todo, quatro editais para construção de 25 navios próprios, até o fim de 2025, a um investimento total entre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões (entre R$ 10,9 bilhões e R$ 13,7 bilhões, ao câmbio do dia) e com taxas especiais.

O anúncio ocorre após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressionar a Petrobras a ajudar a fortalecer a indústria naval do país, que ele considera fundamental para a criação de empregos, depois de ter perdido relevância na última década após escândalos de corrupção envolvendo diversas obras.

A recuperação da indústria naval tem sido uma bandeira de Lula e a iniciativa passa diretamente pelos investimentos da Petrobras na área. A suposta “lentidão” do ex-presidente da estatal Jean Paul Prates em tirar esses projetos do papel é apontada como um dos motivos que levaram à sua demissão. A nova presidente da companhia, Magda Chambriard, assumiu o cargo em maio sob cobrança do governo para acelerar investimentos em grandes obras e ressuscitar a indústria naval brasileira.

Polo naval no Brasil fracassou no passado

Lula já tentou estabelecer um polo naval no Brasil, em seus mandatos anteriores, com resultados desastrosos. A empresa Sete Brasil, que tinha participação da Petrobras e foi criada em 2010 para gerenciar a construção de 28 navios-sonda para a exploração do pré-sal, conseguiu entregar apenas quatro deles. Alvo de investigações de corrupção na Operação Lava Jato, a Sete Brasil pediu recuperação judicial em 2016, com dívidas estimadas à época em cerca de R$ 20 bilhões.

Neste ano, o administrador da recuperação judicial pediu a falência definitiva da companhia.

Regras do novo edital

A concorrência será aberta a empresas locais e internacionais. As empresas interessadas têm o prazo de 90 dias para apresentar suas propostas. A previsão de divulgação do estaleiro vencedor e assinatura do contrato é dezembro deste ano.

Ontem, Magda disse que o edital para construção de quatro navios de classe handy, publicado na sexta-feira, vai reduzir a exposição da estatal às flutuações nos preços de frete, que afetam as tarifas de afretamento. Esses navios, com capacidade entre 15 mil e 18 mil toneladas de porte bruto (TPB), vão transportar derivados de petróleo.

“Ficaremos menos expostos a flutuações no preço de frete e vamos reduzir custos da Petrobras com afretamento”, disse, em mensagem gravada antes de entrevista à imprensa, na sede da Transpetro.

Maior companhia de logística multimodal de petróleo e derivados da América Latina, a Transpetro opera atualmente 48 terminais, sendo 27 aquaviários e 21 terrestres, cerca de 8,5 mil quilômetros de dutos e 33 navios.

Além de atender à Petrobras, a Transpetro presta serviços a distribuidoras, indústria petroquímica e diversas empresas do setor de óleo e gás. Hoje reúne uma carteira com mais de 160 clientes.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   11/07/2024

O mercado de Óleo e Gás está voltando a crescer, principalmente no estado do Rio de Janeiro. Segundo levantamento anual da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), houve um crescimento de 33% no número de novos poços destinados ao processo de produção de petróleo e gás em 2023, com destaque para a Bacia de Campos. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), só as petroleiras instaladas no país devem desembolsar cerca de US$ 2 bilhões na exploração de aproximadamente 40 poços no Brasil nos próximos anos. As licitações recentes de blocos exploratórios têm aquecido o setor, o que tem impulsionado novas movimentações de mercado em termos de vagas e alta demanda por líderes, analisa o Grupo Hub, consultoria de RH com soluções de recrutamento e seleção e desenvolvimento de pessoas, com 10 anos de atuação no mercado, atendendo clientes como Teekay, Repsol, CHC e Viridien (ex-CGG).

O diretor da regional Rio de Janeiro do Grupo Hub e da unidade de negócio Top Executive, Rafael Meneses (foto principal), acredita que as atividades exploratórias irão consumir de 80% a 90% deste montante de US$ 2 bilhões e, com isso, setores como o de Perfuração, por exemplo, acabarão se destacando na cadeia de valor da indústria. “Os executivos que lideram as empresas desta vertical estão sendo muito disputados no mercado. As organizações que não se blindarem, vão acabar perdendo talentos”, disse.

Para Gabrielle Botelho (foto à direita), diretora de RH da Viridien, líder mundial em Geociência e que atende as principais empresas do setor em mais de 40 países, existe um otimismo no mercado que já está se refletindo nas contratações de profissionais. “Em 2023, abrimos vagas técnicas e de liderança e, para 2024, a expectativa é dobrar esse número, acompanhando o crescimento e as novas oportunidades no setor de Óleo e Gás”, avaliou.

De acordo com Rafael, o mercado de Óleo e Gás tem exigido atuação multidisciplinar dos seus executivos, demandando perfis que, para além da excelência técnica, sejam capazes de contribuir com visões estratégicas mercadológicas de longo prazo. Ele observa que, embora a nova CEO da Petrobrás, Magda Chambriard, tenha afirmado que a prioridade de sua gestão será acelerar a atividades de exploração de petróleo para repor as reservas da estatal ao longo dos próximos anos, a transição energética gradativa para fontes de energia mais limpas já é exigida no mundo inteiro e deve estar na agenda de todo executivo. “Já vivemos uma obrigatória transição energética para fontes de energia mais limpas e a forma como todos passam a pensar a produção e o consumo de energia vira de ponta à cabeça. Com isso, a pergunta que fica para os líderes deste mercado é: como manter seu negócio relevante e competitivo no longo prazo, se o curso da matriz energética vive esta transformação? E como o próprio executivo pode se manter relevante diante deste cenário? Não existe somente uma resposta para uma questão tão complexa, mas é inegável que pensar estrategicamente sobre estes movimentos já é mais do que vital.”

Anna Paula Lougon (foto à esquerda), diretora de Desenvolvimento de Novos Negócios da Viridien, corrobora. Ela diz que, além da experiência técnica, a empresa tem buscado profissionais com conhecimento do mercado e de negócios. “Essa necessidade levou a um aumento na contratação de gerentes de projetos, diretores de operações e outros executivos que possuam um conhecimento aprofundado das dinâmicas regionais e do setor de Óleo e Gás. Além de termos que lidar com as flutuações na parte de exploração, devido a processos de licenciamento que são muito morosos, por exemplo, temos a pressão crescente para reduzir as emissões de carbono. E como parte de nosso processo de melhoria contínua, buscamos eficiência energética e operacional constante. Este cenário, além de desafiador, traz muitas oportunidades de desenvolvimento e crescimento profissional. E quem quiser alcançar altos patamares nesta carreira terá que trabalhar sua capacidade de adaptação às novas tecnologias e práticas de sustentabilidade”, afirmou.

Investing - SP   11/07/2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 3ª feira (9.jul.2024) que o gasoduto Brasil-Bolívia pode transportar gás do campo de Vaca Muerta, na Argentina, para suprir a demanda industrial brasileira. A declaração foi durante fórum empresarial em Santa Cruz de La Sierra.

“O gasoduto Brasil-Bolívia é um patrimônio estratégico que pode ser aproveitado para transportar gás do campo de Vaca Muerta na Argentina até o Brasil, suprindo demanda da indústria nacional. Também poderá contribuir para abastecer as plantas para a produção de fertilizantes que queremos construir no Mato Grosso e aqui em Santa Cruz de la Sierra”, disse.

A ideia já foi aventada pelo governo desde março, que estuda importar gás natural da Argentina para ampliar a oferta no Brasil. A ideia em discussão era trazer o gás de xisto produzido na reserva de Vaca Muerta, no oeste do país, por meio do Gasbol (Gasoduto Bolívia-Brasil), que tem capacidade ociosa em função da queda da produção boliviana.

O Brasil bateu recorde na produção de gás natural em 2023, alcançando 150 milhões de m³ por dia. O problema é que metade dessa produção é reinjetada nos poços como estratégia para elevar a extração de petróleo e pela falta de infraestrutura de escoamento e transporte. Com isso, o país recorre a importações de gás da Bolívia (por meio do Gasbol) e de outros países, por navios.

O Gasbol é interligado a outros gasodutos dentro do Brasil e da Bolívia, incluindo um duto que leva gás para a Argentina. No entanto, o esgotamento gradual das reservas bolivianas têm reduzido as importações para os 2 países e há expectativa de que elas encerrem até o final da década.

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Os estudos para importar o gás argentino estão sendo feitos pela Petrobras (BVMF:PETR4). A utilização do Gasbol seria um modelo mais barato para importar o gás de Vaca Muerta, por se tratar de uma infraestrutura existente. No entanto, isso dependeria de um acordo entre os 3 países: Brasil, Argentina e Bolívia.

Lula desembarcou em Santa Cruz de la Sierra, principal polo econômico do país, na noite de 2ª feira (8.jul). Foi recebido por Arce nesta 3ª feira (9.jul) com honras de chefe de Estado.

A viagem se dá depois da realização da cúpula do Mercosul, em que o país andino foi oficializado como integrante pleno do bloco. O Senado boliviano aprovou o requerimento de adesão em 3 de julho, em uma vitória para o governo Arce. Lula volta à Brasília na noite desta 3ª (9.jul).

GÁS DE XISTO

Vaca Muerta é considerada a 2ª maior reserva não convencional do mundo. É uma formação geológica rica em gás e óleo de xisto. O xisto é um tipo de rocha metamórfica que tem um aspecto folheado e pode abrigar gás e óleo em frestas.

Para extrair gás desse tipo de local há um processo considerado muito danoso ao meio ambiente, porque é necessário quebrar o solo, num sistema conhecido em inglês como “fracking”, derivado de “hydraulic fracturing”.

Nesse tipo de processo, é necessário fazer uma perfuração vertical no solo até uma determinada profundidade. Depois, a broca muda para a direção horizontal para ir fraturando o solo, inserindo água e produtos químicos e assim liberando gás e óleo que possa estar “preso” entre as rochas.

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O gás de xisto é muito explorado nos Estados Unidos e foi fonte de energia barata nas últimas décadas para turbinar o crescimento econômico norte-americano. Mas há muitas preocupações com o efeito que isso causa ao meio ambiente.

Essa exploração não é regulamentada no Brasil e já foi objeto de decisões judiciais na Bahia e no Paraná que suspenderam as atividades de exploração por meio do fraturamento em áreas leiloadas pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Em março, durante encontro com investidores em Houston, o ministro Alexandre Silveira defendeu um amplo debate sobre a possibilidade de exploração do gás de xisto no Brasil.

“Nós temos um grande potencial onshore. Em Minas Gerais, por exemplo, temos potencial de um gás que é a maior fonte de energia dos Estados Unidos e da Argentina, que é o gás de fracking. E temos que voltar a discutir isso de alguma forma e dialogar”, afirmou.

DUTO COM DINHEIRO BRASILEIRO

A possibilidade de importar gás argentino já vinha sendo cogitada pelo governo Lula. A ideia inicial, porém, era financiar com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) uma extensão do Gasoduto Presidente Néstor Kirchner, inaugurado no ano passado pelo governo da Argentina.

O gasoduto leva o gás da Vaca Muerta, no oeste do país, até a província de Buenos Aires. Um 2º trecho deve ser construído para levá-lo até a província de Santa Fé, no norte do país, de onde seria possível construir ramais visando a importação para o Brasil e o Chile.

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Lula chegou a prometer o financiamento do 2º trecho ao então presidente argentino, Alberto Fernández, em janeiro de 2023. Mesmo antes de o petista confirmar a decisão do Brasil, porém, o governo da Argentina já havia se antecipado em 2022, depois da eleição de Lula, dizendo que receberia dinheiro brasileiro para o gasoduto.

Em 26 de junho de 2023, Lula voltou a falar do projeto e disse que estava “muito satisfeito” com a perspectiva “positiva” de o BNDES financiar a obra. As conversas sobre o financiamento esfriaram depois da posse do atual presidente da Argentina, Javier Milei.

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