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10 de Junho de 2024

SIDERURGIA

Valor - SP   10/06/2024

Mundo produziu 155,7 milhões de toneladas em abril, queda de 5% na comparação anual

Maior produtora de aço bruto do mundo, a China seguiu pisando no freio em abril, em meio à política de descarbonização da economia doméstica implementada por Pequim e das medidas de defesa comercial adotadas mundo afora contra o país asiático.

De acordo com os dados mais recentes da Worldsteel, que contabiliza o volume produzido em 71 países, equivalente a 98% da produção global no ano passado, os chineses produziram 85,9 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos em abril, bem abaixo das 100 milhões de toneladas médias que vinha produzindo por mês há tempos. Frente a abril de 2023, a redução foi de 7,2%.

Com isso, a China também derrubou a produção global de aço bruto. Segundo a entidade, o mundo produziu 155,7 milhões de toneladas em abril, uma queda de 5% na comparação anual e de 0,9% no acumulado dos quatro primeiros meses do ano, para 625,4 milhões de toneladas.

De acordo com o site mining.com, a China pretende reduzir as emissões de dióxido de carbono, no conjunto de suas principais indústrias, em 1% em relação ao apurado em 2023. Para tanto, anunciou na semana passada um plano de governo que prevê maior controle sobre a produção de aço e a taxa de utilização das siderúrgicas locais, o que seguirá limitando a disponibilidade de produtos siderúrgicos. As usinas chinesas são tidas como altamente poluidoras por usarem carvão como fonte de energia.

“Ainda não está claro se a produção de aço neste ano ficará estável ou menor do que em 2023”, ponderaram analistas da Sinosteel Futures em nota, conforme a publicação. Além das metas ambientais, os chineses têm se deparado com barreiras comerciais crescentes em diferentes países, que alegam que o aço chinês é subsidiado e compete em condições desleais.

O Brasil foi um dos que adotaram medidas de defesa comercial, que devem entrar em vigor neste mês. Há pouco mais de um mês, o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) decidiu estabelecer cotas de importação para 11 produtos de aço (NCMs), com alíquota de 25% sobre o que exceder o volume definido.

Por aqui, a produção de aço bruto em abril somou 2,7 milhões de toneladas, baixa de 1,1% na comparação anual, segundo levantamento do Instituto Aço Brasil. No acumulado dos quatro primeiros meses de 2024, a produção brasileira cresceu 3,9%, a quase 11 milhões de toneladas.

Enquanto os chineses seguiram moderando o ritmo, África, Europa, Oriente Médio e América do Sul colocaram mais aço no mercado, frente ao mesmo período do ano passado. Conforme a Worldsteel, a África produziu 1,8 milhão de toneladas de aço bruto no mês passado, alta anual de 1,4%. A Ásia e a Oceania, por sua vez, colocaram 114,8 milhões de toneladas do insumo no mercado, baixa de 5,8% liderada pela China.

Na União Europeia, a produção ficou em 11,3 milhões de toneladas, com expansão de 1,1%, enquanto outros países europeus não integrantes do bloco produziram outras 3,4 milhões de toneladas, 2,6% a menos do que o visto no mesmo mês de 2023.

O Oriente Médio, por sua vez, produziu 4,6 milhões de toneladas, quantidade 8,2% menor na comparação anual e a América do Norte marcou 8,9 milhões de toneladas, baixa de 5,2% na mesma base comparação.

Na Rússia, considerando-se os números da Ucrânia, foram 7,4 milhões de toneladas, queda de 3,5%. E a América do Sul somou 3,4 milhões de toneladas produzidas, 3,9% menos.

Portal Fator Brasil - RJ   10/06/2024

No Dia Mundial do Meio Ambiente, produtora de aço destaca programas voltados à produção sustentável, uso racional de recursos naturais e conservação da biodiversidade.

Na data em que é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente, a ArcelorMittal destaca programas voltados para uma produção com baixa emissão de carbono, eficiência energética, uso racional de recursos naturais e preservação da biodiversidade. Ao longo dos anos, a empresa vem aprimorando sua gestão ambiental e investindo em projetos inovadores capazes de contribuir com um futuro mais sustentável.

Para demonstrar seu compromisso com a aceleração do progresso da descarbonização, o Grupo ArcelorMittal foi pioneiro no setor ao lançar a meta global de ser carbono neutro até 2050 e, como passo intermediário, reduzir em 25% suas emissões específicas até 2030. Nesse sentido, além de investir na inovação e no desenvolvimento de produtos em favor da descarbonização da cadeia, como a linha XCarb©, foi estabelecido um roadmap que se desdobra em planos diretores nos 15 países de atuação do Grupo. No Brasil, o Plano Diretor de CO2 definiu estratégias e metas focadas em cinco vertentes: transformação da produção de aço, eficiência energética, incremento do uso de sucata, energia limpa e compensação das emissões residuais.

—A ArcelorMittal é líder global e o maior produtor de aço no Brasil e, por isso, considera sua responsabilidade fazer parte dos esforços do setor e da solução para que sejamos carbono neutro até 2050 —afirma Guilherme Abreu, gerente-geral de Sustentabilidade da ArcelorMittal Brasil.

Algumas das unidades da empresa atingiram índice de recirculação de água acima de 98%. A unidade de Tubarão (ES) é um exemplo de eficiência e inovação. Atualmente, é a maior planta de aço da empresa e possui a menor dependência da captação de água doce do Brasil: 96% da água utilizada em seus processos vem do mar. A unidade opera a maior planta de dessalinização de água do mar do país, capaz de produzir até 500m³/h de água industrial e possui poços para captação de água subterrânea.

Outra iniciativa para estimular tanto a redução do uso, quanto o consumo consciente e o manejo dos recursos hídricos foi a adoção de um Plano Diretor de Águas em todas as unidades. O plano diretor executa programas que monitoram o consumo, buscam fontes alternativas de abastecimento, maximizam a recirculação e asseguram que o volume devolvido ao ambiente seja de qualidade.

Além disso, estabelece a estratégia em curto, médio e longo prazos para garantir a disponibilidade de recursos hídricos para as atividades da empresa, visando simultaneamente a mitigação de impactos ambientais externos com a adoção de iniciativas para disponibilizar o maior volume possível do recurso para a sociedade.

Segurança Hídrica das Bacias Hidrográficas — A partir do desenvolvimento do Plano Diretor de Águas foi firmada uma parceria inédita com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) para a realização do “Estudo de Previsibilidade de Bacias”. O estudo pretende apresentar em 2025 um diagnóstico detalhado das Bacias Hidrográficas principalmente onde as operações da empresa estão inseridas.

A pesquisa abrange diversas unidades industriais em diferentes estados do país – Barra Mansa (RJ), João Monlevade (MG), Juiz de Fora (MG), Resende (RJ) e Piracicaba (SP) – e visa analisar os cenários de adaptação necessários para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. Estes dados podem servir de referência para a captação de água e preservação das bacias, tanto para outras empresas como para os órgãos públicos.

Projeto Caiman — No campo da conservação da biodiversidade, um dos destaques é o Projeto Caiman – Jacarés da Mata Atlântica, realizado pela unidade Tubarão (ES) da ArcelorMittal em parceria com o Instituto Marcos Daniel. O projeto é pioneiro na conservação da biodiversidade capixaba, especialmente dos jacarés da Mata Atlântica. Entre suas atividades estão a realização de pesquisas, iniciativas de educação ambiental e formação de jovens pesquisadores por meio do programa de iniciação científica. Além disso, para levar conhecimentos ao grande público sobre a espécie e suas interações dentro do seu habitat, o Projeto Caiman desenvolve iniciativas de sensibilização ambiental, que incluem diversas atividades educacionais.

Florestas renováveis — A ArcelorMittal BioFlorestas é a unidade ArcelorMittal que produz carvão vegetal a partir de florestas renováveis de eucalipto. Presente em 15 municípios mineiros e com sedes administrativas em Martinho Campos, Carbonita, Vazante, Dionísio e Juiz de Fora, a ArcelorMittal BioFlorestas tem hoje um papel fundamental para que as ações da empresa ligadas à descarbonização do processo produtivo do aço sejam alcançadas.

Atualmente, ela é responsável pela geração de 300 mil toneladas de carvão vegetal por ano para atender a demanda da usina da ArcelorMittal em Juiz de Fora e conta com cerca de 110 mil hectares, onde 59% são destinadas ao plantio de florestas, 32% a reservas ambientais e 9% são compostas por estradas e estruturas.

Coprodutos — A geração de resíduos e os impactos significativos associados a todo o ciclo de vida das operações é abordada de forma integrada, desde a entrada de matérias-primas até a distribuição dos produtos. Da mesma forma, na reutilização do aço, a empresa é uma das líderes mundiais em reciclagem de sucata metálica, processando cerca de 30 milhões de toneladas todo ano. No Brasil, a linha que utiliza resíduos em sua fabricação já conta com 40 coprodutos.

Na unidade do Pecém (CE), a produtora de aço adota processos e equipamentos de última geração para que os resíduos sólidos gerados tenham gestão e destinação adequada. Como resultado, a empresa consegue o reaproveitamento de 99% dos resíduos sólidos gerados. Conta com solução para tratamento de coprodutos (materiais gerados na produção que não são aço ou energia, mas têm valor agregado) únicos no Brasil, como o BSSF – Baosteel’s Slag Short Flow, equipamento único no Brasil e que granula a escória de aciaria em tempo bastante inferior aos processos convencionais e abre novas aplicações para o material.

A empresa — Maior produtor de aço no Brasil e líder no mercado global, o Grupo ArcelorMittal tem cerca de 127 mil empregados, sendo 20 mil no Brasil, e atende a clientes em 140 países, com o propósito de criar aços inteligentes para as pessoas e o planeta.

A empresa tem unidades industriais em oito estados (MG, ES, RJ, SC, CE, BA, SP e MS), além de unidades de distribuição e serviços em todo o país. É a única empresa do setor do aço no Brasil a contar com a certificação ResponsibleSteel. As plantas brasileiras têm capacidade de produção anual de 15,5 milhões de toneladas de aço bruto e de 5,1 milhões de toneladas de minério de ferro e atende as indústrias automobilística, de eletrodomésticos, construção civil, óleo e gás, naval, dentre outras.

A empresa atua, ainda, em áreas como geração de energia para consumo próprio, produção de biorredutor renovável (carvão vegetal a partir de florestas plantadas de eucalipto) e tecnologia da informação.

ECONOMIA

Globo Online - RJ   10/06/2024

A recente alta do dólar tem deixado economistas em alerta sobre um possível novo patamar da moeda americana, o que pode trazer reflexos sobre os preços ao consumidor, juros e investimentos no país. A divisa encerrou ontem a R$ 5,32, a cotação máxima do ano, com alta de 1,42%. É o maior patamar desde janeiro de 2023. No ano, a moeda americana acumula alta de 9,72%.

Instituições financeiras que estavam mais otimistas começaram a revisar contas, e algumas já esperam um câmbio mais pressionado no fim do ano. Entre economistas, a avaliação é que há mais incertezas políticas e econômicas.

Ontem, um dos fatores que pressionou o dólar foi o dado de emprego nos Estados Unidos. A economia americana criou 272 mil postos de trabalho no mês passado, bem acima das projeções do mercado, de 180 mil, segundo a Bloomberg. Isso aponta uma economia aquecida, o que deve levar o Federal Reserve (Fed, o BC americano) a adiar o corte de juros — e vai se refletir nas decisões do Banco Central brasileiro.

A moeda americana até perdeu fôlego depois de o presidente do BC, Roberto Campos Neto, ter afirmado que o “tempo vai jogar a favor” da autoridade monetária para a redução de ruídos que têm elevado as expectativas de inflação. Mas voltou a subir depois de uma reunião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com agentes de mercado.

— Alguns ruídos fizeram com que essa expectativa de inflação desancorasse. A gente acha que ao longo do tempo esses ruídos devem ser atenuados ou revertidos — disse Campos Neto em evento em São Paulo.

Um dos possíveis ruídos seria a recente mudança da meta fiscal pelo governo, que suscitou dúvidas sobre o equilíbrio das contas públicas.

Alimentos e indústria

A alta do dólar tem impactos sobre a economia real: desde os preços dos alimentos, que podem ficar mais caros, até a decisão de um empresário investir ou não na atividade produtiva, por exemplo.

Alexandre Maluf, economista da XP, explica que muitos dos produtos consumidos pelo brasileiro são afetados pelo câmbio. No caso dos alimentos, itens ligados ao trigo e ao leite e seus derivados podem ficar mais caros, já que o país importa parte desses produtos. Já no segmento de bens industriais, o dólar tem efeito direto nos segmentos de eletroeletrônicos e vestuário, explica Maluf.

Segundo o economista, o aumento dos preços pode demorar seis meses. Mas ele vê na recente depreciação do real um alerta para a inflação em 2025:

— Todos esses produtos industriais, de automóveis, vestuário a eletroeletrônicos, acabam sofrendo impacto de alta. O produto importado fica mais caro em reais, dada a depreciação. É um fator de preocupação para a inflação de médio prazo, se persistir esse grau de desvalorização.

Muito dependente da importação de bens de capital, a indústria de transformação também tende a sofrer com o dólar em patamar mais elevado. Já o setor agroindustrial, forte em exportação, beneficia-se de um real mais desvalorizado, pois sua receita é na moeda americana.

Roberto Padovani, economista-chefe do banco BV, diz que o cenário de câmbio mais pressionado pode acabar freando o ímpeto dos investimentos observado até agora. Padovani, que já trabalha com dólar a R$ 5,30 no fim deste ano desde o início de 2023, chama atenção para uma recente mudança no “equilíbrio econômico do país”:

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— Essa combinação de expansão fiscal, num contexto global de menos crescimento, leva a uma mudança no patamar do câmbio. Achamos que essa alta do dólar é sustentável e o dólar mais caro desestimula importações de bens de capital. Isso gera impactos sobre o consumo doméstico.

Outro ponto é a pressão maior sobre o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que se mostrou dividido em sua última reunião, quando parte do colegiado votou por um corte de 0,5 ponto percentual na Selic, e outra, por 0,25 ponto, a 10,5% — o voto vencedor.

— Com isso (câmbio pressionado), é natural que o Banco Central e os mercados futuros de juros operem com taxas mais elevadas. Tudo isso gera um aumento de custo de capital na economia e faz com que a atividade se acomode em um ritmo de crescimento menor — diz Padovani.

‘Era para estar mais baixo’

O Itaú agora vê o dólar mais alto no fim do ano. O banco revisou sua projeção na terça-feira, de R$ 5 para R$ 5,15. Para 2025, a estimativa passou de R$ 5,20 para R$ 5,25. As justificativas são o ambiente externo desfavorável, como os juros nos EUA e o aumento do risco geopolítico.

Depois dos novos dados que mostram a economia americana mais aquecida, o Itaú só espera que o Fed reduza os juros em dezembro. No Brasil, segundo os analistas do banco, a Selic deve encerrar seu ciclo de queda em 10,25%. Antes, a expectativa era que caísse a 9,75%.

Para Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, o cenário para o câmbio só não é pior graças ao bom resultado das contas externas e às reservas internacionais. Ele vê o dólar em torno de R$ 5,10 em dezembro, estimativa que a consultoria mantém desde que o governo alterou a meta fiscal:

— Esse câmbio era para estar muito mais baixo, entre R$ 4 e R$ 4,50. E não está nesse patamar justamente porque o fiscal não deixa. A gente não consegue sair muito desse nível.

Vale acrescenta que o cenário internacional também não colabora para apreciação do real, já que a perspectiva é de juros altos nos EUA por mais tempo e não se descarta uma vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais.

Numa postura mais cautelosa, a XP manteve a projeção de R$ 5 por dólar no fim deste ano, citando uma balança comercial “muito robusta” e contas externas “muito saudáveis”, diz Maluf.

Sérgio Goldenstein, estrategista chefe da Warren Investimentos, também vê o câmbio a R$ 5 no fim do ano. Ele considera ainda que a reação do mercado à divisão dos votos na última reunião do Copom foi exagerada:

— Não dá para dizer que esse novo patamar veio para ficar, vai depender muito do comportamento do ambiente externo.

IstoÉ Dinheiro - SP   10/06/2024

A criação de vagas de emprego superou as estimativas em maio nos Estados Unidos, apesar do aumento do desemprego, segundo dados oficiais publicados nesta sexta-feira (7), que mostram as dificuldades do Banco Central em arrefecer a maior economia do mundo.

Os EUA somaram 272 mil postos de trabalho no mês passado, frente aos 165 mil de abril, em meio à uma alta na taxa de desemprego de 3,9% para 4%, segundo o Departamento do Trabalho.

O número de criação de empregos está significativamente acima dos 185 mil esperados pelos analistas, segundo uma pesquisa realizada pelo site Briefing.com. Este é o índice mais alto desde dezembro de 2023.

Com as taxa de referência do Federal Reserve (Fed, banco central americano) mais altas nas últimas duas décadas, em uma tentativa de encarecer o crédito e desestimular o consumo e o investimento para aliviar a pressão sobre os preços, os dados do desemprego não são necessariamente uma boa notícia para o mercado.

Em uma primeira reação, a Bolsa de Valores de Nova York caiu em sua abertura nesta sexta, uma vez que o mercado entende que representam um afastamento da possibilidade de um corte nas taxas de referência por parte do Fed.

O Banco Central terá sua reunião sobre política monetária nos dias 11 e 12 de junho, e o mercado espera que mantenha as taxas de juros inalteradas.

– Complicações –

“Este relatório misto complicará o trabalho do Fed”, afirmou Julia Pollack, economista-chefe da plataforma de empregos ZipRecruiter.

“Os membros do Fed e os investidores esperavam um relatório menos contundente, o que teria aumentado a confiança na possibilidade de cortes (das taxas) em julho ou setembro”, analisou.

Um mercado de trabalho mais dinâmico “ajudará a manter a inflação elevada e adiará os cortes do Fed até o final deste ano ou no próximo”, concordou a economista-chefe da Nationwide, Kathy Bostjancic.

O anúncio também permite que os consumidores continuem gastando apesar do crédito caro, um elemento que pressiona o aumento dos preços.

Na prática, o rendimento por hora subiu 0,4% entre abril e maio, enquanto o aumento em 12 meses é de 4,1%, valor semelhante ao dos últimos meses, e acima da inflação.

Os dados inflacionários de abril mostraram que esta taxa permaneceu estável na medição de 12 meses, após uma recuperação no início do ano.

O índice de inflação PCE, preferido pelo Fed e que foi divulgado na semana passada, mostrou um aumento de preços de 2,7% em 12 meses e de 0,3% em relação a março.

O Estado de S.Paulo - SP   10/06/2024

Os dados do PIB recém divulgados reforçaram um padrão na economia: o setor de serviços lidera o crescimento, enquanto a indústria segue bem atrás (em particular a manufatura), e a agricultura tem uma dinâmica própria. Isto não ocorre por acaso: é o resultado de uma economia que opera próxima ao pleno emprego em conjunto com a forte expansão do gasto público e o desempenho ruim da produtividade, à exceção da agricultura.

No período, a taxa de desemprego, ajustada ao padrão sazonal, se encontrava em 7,5% (caindo para 7,2% em abril), patamar inferior às estimativas da taxa “natural” de desemprego. A aceleração recente dos salários nos últimos trimestres parece consistente com esta tese, mas não é a única evidência a respeito.

Observamos expansão acelerada do gasto público, com ênfase nas transferências às famílias (Previdência, BPC, Bolsa Família, etc.), que cresceram 17% acima da inflação do final de 2022 para cá. Isto tem impulsionado o consumo e a demanda interna, cujo crescimento no primeiro trimestre atingiu 1,7%, o dobro do PIB.

Parte desta demanda se dirige a bens, outra a serviços. Se houvesse folga em termos de capacidade na economia, em particular no que se refere à mão de obra, a produção poderia crescer em ambos os segmentos, sem maior assimetria.

Quando, porém, a economia opera a pleno emprego, nem todos os setores podem se expandir. Como não é possível importar serviços, a demanda maior precisa se materializar em elevação correspondente da produção e emprego no setor. Consequentemente, preços de serviços devem se elevar relativamente ao preço de bens, para incentivar produção adicional. No caso, o IPCA mostra o preço de serviços aumentando perto de 5% em 12 meses contra 0,4% de industriais.

Por outro lado, a demanda por bens pode ser saciada pelo aumento das importações, observada nos dados da balança comercial da indústria de transformação, mas não na agricultura, graças a seu crescimento da produtividade da ordem de 5% ao ano. Portanto, a expansão da demanda interna não se traduz em mais produção industrial, e sim em importações crescentes, também aparente nos dados do PIB.

Há, pois, descompasso também entre a política de gastos e a política monetária. A prática de expandir a demanda em ambiente de pleno emprego tem consequências inflacionárias, que já parecem estar nas contas do BC. O pé no acelerador do Tesouro exige o pé no freio do BC, expresso numa taxa básica de juros inalterada já a partir da próxima semana.

O Estado de S.Paulo - SP   10/06/2024

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse neste sábado, 8, que a autoridade monetária não pode ser cobrada pela alta dos juros de longo prazo – que, segundo ele, está associada à credibilidade do governo.

Ao ouvir reclamações do empresário Rubens Menin sobre os juros altos do País, durante o fórum da Esfera, no Guarujá, Campos Neto pediu que causa e consequência não sejam confundidas. Nesse sentido, observou, os juros dos títulos de longo prazo emitidos pelo Tesouro, que servem de referência às demais taxas praticadas no mercado, são altos porque o mercado não está disposto a financiar o governo.

“Não tem nada a ver com o Banco Central, que determina a taxa de um dia”, disse Campos Neto, referindo-se à Selic. Sem credibilidade na política econômica, continuou, o juro real de longo prazo sobe. O presidente do BC também observou que os juros no Brasil também são altos porque a taxa estrutural do País também é alta.

Campos Neto frisou que a política monetária faz a taxa de longo prazo cair quando há credibilidade do mercado em relação às políticas econômicas, em especial na frente fiscal. Tanto que, lembrou, as taxas de longo prazo caíram na época da regra do teto de gastos e no lançamento do arcabouço fiscal. “Juro não é causa, é consequência.”

Durante o fórum, Campos Neto reforçou ainda que a atuação da autoridade monetária é técnica e busca “sempre” seguir a missão principal: perseguir a convergência da inflação em direção à meta, junto com a estabilidade do sistema financeiro.

Tal missão, acrescentou Campos Neto, tem sido executada de forma a causar o mínimo de custo para a sociedade. Frente ao descolamento das expectativas do mercado em relação à meta central, ele pontuou também que a preocupação do BC não é a inflação corrente, que mostra convergência, mas sim a estabilidade no comportamento dos preços no longo prazo.

O Estado de S.Paulo - SP   10/06/2024

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a defender nesta sexta-feira, 7, a aprovação da autonomia financeira da autarquia. Segundo ele, a autoridade monetária está “estrangulada” na parte de recursos humanos e há necessidade de mais verba para investir na agenda de inovação.

“O que a gente vê ao longo do tempo é que você pode ter a autonomia operacional, mas pode ser asfixiado no administrativo e no financeiro”, disse Campos Neto, em um evento da Monte Bravo Corretora, em São Paulo.

Como a agenda de inovação andou rapidamente e a autarquia desenvolveu vários programas, agora o BC demanda mais recursos humanos e financeiros, disse o presidente. “Se pensarmos que temos hoje 205 milhões de operações no Pix por dia, isso demanda uma quantidade de recursos enorme”, exemplificou. Por isso o presidente do BC defende a autonomia financeira do banco.

Segundo Campos Neto, fica claro que a autarquia já usou bem a autonomia operacional quando aumentou os juros em 2022, ano em que o ex-presidente Jair Bolsonaro disputou as eleições com o atual chefe do Executivo, Luís Inácio Lula da Silva.

O que é a autonomia financeira do BC

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autonomia financeira do BC prevê a transformação de autarquia em uma empresa pública, com orçamento próprio. O projeto está em discussão no Senado. O relatório do projeto porém, impõe um limite de gastos para a instituição, com as despesas de pessoal sendo corrigidas pela inflação, para compensar o poder de cuidar do próprio orçamento que o órgão passaria a ter.

O parecer do senador Plínio Valério (PSDB-AM) estabelece um limite para o crescimento das despesas do banco, que deverá respeitar “a autonomia orçamentária e financeira da instituição e o alcance dos seus objetivos institucionais”. Esse limite não está definido e deverá ser escrito em uma lei complementar.

A PEC estabelece ainda um sublimite para as despesas com o pagamento de servidores, que seria o valor do ano anterior corrigido pela inflação, semelhante à regra do antigo teto de gastos. Hoje, os gastos do Banco Central somam R$ 4 bilhões por ano e estão debaixo do limite imposto pelo arcabouço fiscal ao Executivo – que, no somatório de todo o Orçamento, permite um crescimento maior.

Pelo parecer, o limite de gastos será estabelecido após a reestruturação de carreiras, que também é prevista na PEC, e só poderia ser rompido com autorização expressa do Senado Federal. “Para a despesa com pessoal e encargos sociais do Banco Central deve haver um sublimite específico para evitar crescimento exacerbado desta rubrica orçamentária”, diz o senador no relatório.

“O aumento do escopo da autonomia do BCB – com a inclusão das características de autonomia orçamentária, financeira e administrativa – deve vir acompanhado de um aumento na transparência e da accountability (prestação de contas) das ações do BCB bem como de um desenho de incentivos corretos para que a instituição persiga seus objetivos de forma eficiente e sem conflitos de interesse”, diz Plínio Valério.

Conforme o Estadão antecipou, o relator decidiu alterar a PEC para deixar claro que a definição das metas continuará nas mãos do Conselho Monetário Nacional (CMN), controlado pelo governo, como é hoje. O conselho, formado pelo presidente do BC e pelos ministros da Fazenda e do Planejamento, define as metas de inflação, a serem perseguidas pelo Banco Central com a taxa de juros.

A mudança foi feita em aceno ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que criticou Campos Neto e os juros definidos diversas vezes.

Havia um temor no governo Lula de que a PEC causasse uma perda na gestão da política monetária e em outros instrumentos, como a possibilidade de o presidente da República pedir a demissão do presidente do Banco Central, prevista atualmente na lei de autonomia do Banco Central, aprovada em 2021. As mudanças, de acordo com o relator, preservam essas competências.

De acordo com Campos Neto, o BC apoia o projeto de autonomia financeira discutido no Senado. “É um projeto que tem um relator muito bom, que foi o mesmo relator da autonomia operacional e que tem conversado com a gente”, disse, referindo-se a Plínio Valério.

Desancoragem das expectativas

No evento da Monte Bravo, Campos Neto repetiu que a autoridade monetária vai sempre combater a desancoragem das expectativas para a inflação, independente das causas do movimento. Mas disse que o aumento atual das expectativas é “atípico”, já que a inflação corrente tem comportamento mais benigno.

“Não questionamos o que está acontecendo. A gente entende que tem desancoragem, a gente precisa explicar, endereçar, ser realista. E comunicar para o mercado que, independente da causa da desancoragem, precisamos combater, porque é assim que funciona o sistema de metas”, disse Campos Neto.

Ele afirmou que “alguns ruídos” levaram à desancoragem das expectativas e disse que a expectativa é que haja uma atenuação ou reversão desse movimento ao longo do tempo. Mas reconheceu que prêmio de risco cobrado pelo mercado aumentou, como evidenciado pelos juros médios das Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-B).

“Tem emissões bem longas saindo acima de 6%, 6,20%, 6,30%, é um fator de preocupação entender por que as pessoas estão cobrando 6,30% de juro real na média, daqui até 2055, para carregar a dívida brasileira”, afirmou.

Ruídos

O presidente do BC também avaliou que parte dos ruídos que influenciaram as expectativas de inflação mais altas vão se dirimir ao longo do tempo, o que irá jogar a favor da atuação do banco.

“A gente entende que tem alguns fatores que influenciaram expectativa de inflação ligados a ruídos, e nesse sentido, o tempo vai jogar a favor do BC, porque acho que parte dos ruídos vão ser dirimidos ao longo do tempo. Então, temos endereçado esse ponto, porque de fato é importante entender o papel das expectativas na formação e elaboração da política monetária através do nosso sistema de metas”, afirmou Campos Neto, observando que a subida das expectativas de inflação é uma notícia que “não tem sido tão boa”.

“Já tinha antecipado isso um pouco no último Copom, e a gente decidiu que era importante passar ao mercado mensagem realista do ponto de vista de quem está fazendo política monetária. Então veio no comunicado com a palavra desancorada, e o fato que de lá pra cá temos visto... É importante entender a causa da desancoragem, mas independente temos de lutar contra. O sistema de metas é muito baseado nisso. Não olhamos só a expectativa de inflação Focus, mas olhamos implícita, olhamos nossos modelos, e vamos começar a fazer pesquisas com o setor produtivo também”, citou.

O Estado de S.Paulo - SP   10/06/2024

Há vinte anos, Joshua Cooper Ramo, um consultor, escreveu pela primeira vez sobre o “consenso de Pequim”. O consenso de Washington sobre liberalização financeira, moedas flutuantes e abertura ao capital estrangeiro era, segundo ele, coisa do passado. A China estava sendo pioneira em sua própria abordagem de desenvolvimento baseada em princípios de igualdade, inovação e um foco incansável na soberania e na segurança nacional. Isso atrairia muitos países em desenvolvimento.

Nos anos que se seguiram, os líderes chineses, em sua maioria, negaram qualquer ambição de exportar um modelo de desenvolvimento liderado pelo Estado. Mas, às vezes, eles são mais descarados. No ano passado, por exemplo, Xi Jinping argumentou em um discurso para autoridades do Partido Comunista que o modelo econômico do país “quebra o mito de que modernização é igual à ocidentalização” e que seu crescimento estava expandindo as “opções para os países em desenvolvimento”.

Líderes do passado e do presente no mundo em desenvolvimento, desde Imran Khan, do Paquistão, e Mahathir Mohamad, da Malásia, até Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Cyril Ramaphosa, da África do Sul, expuseram os benefícios de pelo menos alguns aspectos do modelo. E desde que Cooper Ramo escreveu pela primeira vez sobre o consenso de Pequim, a economia chinesa quadruplicou de tamanho em termos reais em dólares, aumentando a influência diplomática e militar do país.

Mais recentemente, no entanto, a economia da China sofreu um revés. Sua recuperação da covid-19 tem sido fraca, limitada por uma crise imobiliária, que fez com que o investimento no setor caísse quase um quarto em termos nominais desde 2021. Os esforços para impulsionar a manufatura geraram confrontos com as potências ocidentais, cujos líderes acusam a China de praticar dumping de produtos com preços baixos.

Dado esse contexto sombrio, certamente a demanda pelo modelo chinês está caindo? Não é bem assim. Como disse Kristalina Georgieva, diretora do FMI, em uma entrevista recente à televisão estatal chinesa: “Eu viajo pelo mundo e vejo modelos de desenvolvimento que saíram da China replicados em outros lugares”.

Para analisar até que ponto isso é verdade, produzimos um índice que mede a semelhança de outras economias com a da China. Em grande parte, ele confirma sua conclusão. Além disso, há motivos para acreditar que a influência da China continuará a crescer.

O que é exatamente o modelo chinês? Algumas de suas características mais conhecidas também podem ser encontradas em outras histórias de sucesso do Leste Asiático, incluindo Japão, Coreia do Sul e Taiwan. As economias dos quatro países são orientadas para a exportação e o investimento. Por sua vez, a China tem tido um superávit na conta-corrente há três décadas.

Sua formação bruta de capital fixo, uma medida de investimento, chega a 42% do PIB, uma das maiores participações do mundo. Uma conta de capital amplamente fechada impede que os cidadãos movimentem dinheiro no exterior. A repressão financeira, a prática de manter as taxas de juros artificialmente baixas, garante financiamento bancário barato para os setores favorecidos pelo Estado.

Mas há outros elementos mais claramente chineses. A Coreia do Sul e Taiwan passaram de um regime autocrático para um regime democrático, embora fossem mais pobres do que a China hoje. Em Pequim, não houve liberalização política, e o poder econômico do Estado é utilizado com entusiasmo para fins políticos, inclusive por meio do uso de empresas estatais. Isso é particularmente verdadeiro no setor financeiro. Apesar do crescimento da iniciativa privada desde a década de 1980, as autoridades mantiveram um controle rígido sobre o sistema bancário, com mais de 50% dos ativos bancários ainda detidos por credores estatais.

O desenvolvimento do país também dependeu do uso de zonas econômicas especiais (Sezs), áreas que oferecem a empresas e indivíduos regras mais liberais de impostos e investimentos. Essas zonas não se originaram na China, mas as mais bem-sucedidas, como as vastas zonas em Shenzhen e na Ilha de Hainan, serviram de inspiração para imitadores em todo o mundo. O número de Sezs explodiu. Hoje, somente as Filipinas abrigam mais Sezs do que havia em todo o mundo em 1995.
Os criadores de tendências de Pequim

Usando essas sete medidas - o saldo da conta-corrente de um país, a abertura de sua conta de capital, a escala de seu investimento, a parcela das exportações que são bens manufaturados, o tamanho do sistema bancário estatal, seu nível de democracia e o número de grandes Sezs por pessoa - calculamos o quanto outras economias têm em comum com a China.

O mais semelhante de todos é o Vietnã, que tem uma economia de exportação e manufatura intensiva governada por seu próprio Partido Comunista. A Austrália e o Reino Unido, nenhuma das quais é governada por comunistas, estão entre as que estão na parte inferior da classificação. A economia da Grécia é a menos parecida com a da China.

As posições de outros países talvez sejam mais surpreendentes. Embora o desenvolvimento inicial da Coreia do Sul seja frequentemente comparado ao da China, os dois países já divergiram. De fato, a China agora tem mais em comum com Bangladesh e Turquia, ambos países que visam promover as exportações, mas que têm políticas mais democráticas.

A Índia e a Etiópia também se assemelham à China, em parte devido a seus sistemas bancários estatais. Enquanto isso, a conta de capital fechada de Angola faz com que o país suba na classificação. Todos esses países também têm Sezs.

Em vez de um modelo econômico padronizado, o que a China oferece aos líderes dos países em desenvolvimento é a garantia de que eles não precisam se tornar mais democráticos para crescer. Como diz Charles Robertson, da Fim Partners, uma empresa de investimentos em mercados emergentes e de fronteira: “Para uma grande parte do sul global, o sucesso da China é imensamente atraente porque mostra que os ocidentais brancos não têm todas as respostas”.

Mesmo que o crescimento oferecido agora pareça menos certo do que antes, a barganha ainda parece boa para muitos autocratas. Países como Angola, Etiópia e Tanzânia são liderados por partidos dominantes que surgiram de movimentos de libertação nacional e há muito tempo gostam da intervenção do Estado, da gestão rigorosa do comércio e do controle político do crédito. A China oferece a eles menos um modelo e mais uma desculpa, diz Ricardo Soares de Oliveira, da Universidade de Oxford.

Além disso, a promoção de seu modelo pela China aumentou a velocidade nos últimos anos. Elizabeth Economy, da Hoover Institution da Universidade de Stanford, argumenta que essa atividade reflete um desejo maior de promover as empresas chinesas no exterior. O Departamento de Ligação Internacional do Partido Comunista promoveu laços com as elites do mundo em desenvolvimento.

Sua primeira escola de treinamento no exterior para burocratas estrangeiros, na Tanzânia, começou a aceitar alunos em 2022. Mesmo que as dificuldades econômicas da China tenham se tornado mais óbvias no último ano, os elogios ao seu modelo de desenvolvimento continuaram a ser feitos por líderes estrangeiros, incluindo Shavkat Mirziyoyev, do Uzbequistão, Vladimir Putin, da Rússia, e Yoweri Museveni, de Uganda.

Ao contrário do consenso de Washington, apoiado pelo FMI e pelo Banco Mundial, o consenso de Pequim não conta com o apoio de nenhuma instituição internacional. Os empréstimos da China também vêm com menos condições políticas. Mas é amplo e concentrado em setores típicos do modelo chinês. Entre 2019 e 2023, cerca de 76% dos desembolsos da China no exterior e da atividade de construção, no valor de US$ 541 bilhões (R$ 2,88 trilhões), foram em apenas quatro setores: energia, metais, propriedade e transporte.

Da mesma forma, Yu Zhang e seus colegas da Universidade de Aviação Civil da China identificaram 103 zonas fora da China administradas pelo Ministério do Comércio da China, com investimentos facilitados por essas zonas com foco em setores associados ao modelo chinês. Como resultado, os países anfitriões podem perceber que suas economias estão se tornando mais chinesas.

A adoção do consenso de Pequim é uma boa ideia? Embora o Vietnã, Bangladesh e a Etiópia tenham introduzido políticas semelhantes às da China, eles ficaram muito aquém do crescimento chinês. Enquanto isso, países como a Geórgia e a Polônia demonstraram que o crescimento rápido é possível em sistemas menos autoritários. Yasheng Huang, do Massachusetts Institute of Technology, observa que as economias em desenvolvimento poderiam aprender muito mais com a experiência de liberalização econômica da China logo após o início das reformas de Deng Xiaoping em 1978 do que com seu desempenho mais recente.

Durante a década que se seguiu, a renda pessoal dos chineses aumentou mais rapidamente do que o PIB, o empreendedorismo rural cresceu e o país oscilou entre um superávit e um déficit na conta-corrente. “A China não tinha um modelo de crescimento mercantilista na década de 1980", diz Huang.

Os países que priorizam a expansão do Estado, da infraestrutura, das exportações e da indústria pesada podem se deparar com dificuldades. Huang cita o Paquistão como um exemplo. Sua taxa de alfabetização ainda está abaixo de 60%, mas o governo está concentrando investimentos em energia, ferrovias e no Corredor Econômico China-Paquistão, uma rede de projetos de infraestrutura que cruzam a fronteira entre os dois países. Em outros lugares, também, a economia chinesa ainda é vista com admiração, principalmente pelas elites que têm pouca intenção de liberalizar. Apesar das dificuldades da China, o consenso de Pequim continua firme.

O Estado de S.Paulo - SP   10/06/2024

O crescimento de 0,8% do PIB no primeiro trimestre e de 2,5% em relação ao primeiro trimestre de 2023 está em linha com as projeções do relatório Focus, do Banco Central, de um crescimento de 2% este ano. É bom, mas ainda é pouco para o Brasil se recuperar da recessão causada pela pandemia e ter um crescimento que leve a um padrão de renda consistente com o que todos almejamos para o País.

A taxa de investimento ficou em 16,9% do PIB, ante 17,3% no primeiro trimestre do ano passado. Aqui está um dado importante: o Brasil precisa investir mais – é neste ponto que as coisas ficam complicadas e é preciso muito trabalho para resolver.

O País precisa encarar seu problema fiscal. Hoje, tem uma política fiscal expansionista e uma política monetária contracionista, uma combinação contraproducente. Em resumo: o governo gasta mais do que deveria e o Banco Central precisa manter juros mais altos para manter a inflação na meta. Se andassem na mesma direção, seria possível reduzir a dívida pública com maior velocidade e conter a inflação com juros mais baixos, criando um ambiente capaz de atrair mais investimentos.

Todo país precisa de investimento privado para crescer. É ele que gera novos empregos e renda, a melhor política social que existe. Este ano, as agências de classificação de risco melhoraram a avaliação do Brasil, que está a dois níveis de voltar ao investment grade, a melhor condição para atrair investimentos. Atingimos o investment grade em 2008, quando as políticas monetária e fiscal andavam em linha, e perdemos em 2016, após alguns anos de aumento do gasto público acima da inflação.

Há boas condições para o País se tornar mais atraente para investidores. Reformas importantes foram feitas nos últimos anos, como a trabalhista e a da Previdência. A reforma tributária vai eliminar a complexidade do sistema, que prejudicava os negócios. Os projetos de regulamentação, se bem encaminhados e com poucas exceções, podem tornar o sistema mais justo.

O governo pode fazer o que fez no ano passado, com a revisão de despesas do Bolsa Família, e reformular programas e cortar gastos desnecessários. A estratégia de apenas buscar novas receitas é limitada e dificilmente será suficiente para cumprir a meta de déficit zero do arcabouço fiscal.

Para crescer mais, o Brasil precisa tomar medidas para aumentar a confiança dos empresários – não falo apenas do investidor internacional interessado numa concessão de rodovia, mas também do dono de uma padaria no interior da Bahia. Essa confiança só virá se o empresário acreditar que o Brasil vai crescer de forma consistente e tem regras previsíveis e estáveis.

MINERAÇÃO

IstoÉ Dinheiro - SP   10/06/2024

As cobranças por transições energéticas e a redução de carbono na atmosfera devem causar uma revolução industrial no setor de minérios, avaliou o empresário Lucas Kallas. A declaração foi dada neste sábado, 8, durante o evento do Esfera Brasil.

Segundo o empresário, as medidas reduzirão a produção de carbono e atenderão às demandas previstas pelo governo federal. Na avaliação do empresário, quem não seguir as regras estará “fora do jogo”.

“O minério de ferro vai passar por uma revolução industrial. Com a transição energética de carbono, todas as mineradoras terão que se adequar e passar para a produção de pellet feed, um minério de altíssimo teor, com a sílica baixa que impacta e diminui em 50% a emissão de carbono para a atmosfera”, afirmou o empresário, proprietário da Cedro Mineração.

“[Quem não seguir as novas regras] não vai ser minerador mais, vai ser pedreira. A curto prazo, em dois a três anos, quem não estiver nisso estará fora do jogo”, brincou o empresário.

Kallas pontuou a necessidade de reorganizar as finanças para bancar as mudanças. O empresário previu a necessidade do aumento de investimentos para a reestruturação das plantas.

“O maior desafio nosso é a questão da reestruturação financeira. Toda a planta terá que ser readequada. O capex para a parte de flotação é três ou quatro vezes maior que o atual. Para crescer, vamos ter que ter uma reestruturação financeira”.

O painel ainda destacou o futuro da infraestrutura do Brasil e o convênio com a iniciativa privada. Além de Kallas, participaram do painel os ministros Renan Filho (Transportes), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior.

Infomoney - SP   10/06/2024

A Advocacia Geral da União (AGU), os governos estaduais de Minas Gerais (MG) e Espírito Santo (ES) apresentaram na última quinta-feira (6) uma nova contraproposta de R$ 109 bilhões à mineradora Vale (VALE3), BHP e Samarco, por conta do rompimento da Barragem de Fundão, em 2015.

O valor não inclui o que a Renova já pagou (R$ 37 bilhões), nem reflete obrigações futuras que as empresas estimam em R$ 18 bilhões. Ou seja, a diferença em relação à última proposta divulgada publicamente pela Vale são os R$ 37 bilhões já desembolsados e o tempo em que os R$ 109 bilhões seriam pagos, 12 anos em vez de 20 anos buscados pelas empresas.

O Morgan Stanley disse acreditar firmemente que um acordo final é do melhor interesse de todas as partes interessadas (as afetadas pelo trágico acidente; os governos federal, estadual e municipal; e as empresas) e, portanto, ainda espera que as partes pressionem fortemente para chegar a um acordo.

O banco americano também avalia que um acordo final e razoável, ao mesmo tempo que limita o potencial de valorização em dividendos especiais, será provavelmente um catalisador positivo para a valorização das ações, pois contribui para uma reclassificação de múltiplos, eliminando a incerteza e virando, de algum modo, a página da tragédia.

Segundo estimativas do Morgan, a última proposta das autoridades resultaria numa provisão incremental de US$ 6,4 bilhões por parte da Vale (13,1% da sua capitalização de mercado), bem acima dos US$ 2,7 bilhões (5,5%) que o banco tem em seu atual modelo. Portanto, os analistas disseram não ter certeza neste momento se a Vale aceitará a proposta, especialmente se as autoridades não oferecerem segurança jurídica às empresas que eliminem o risco de demandas ou reivindicações adicionais no futuro relacionadas a Mariana.

O Morgan Stanley mantém recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de US$ 18 para os ADRs (recibo de ações, ou os ativos negociados na Bolsa americana) da Vale.

Já o Itaú BBA avaliou a notícia como positiva, pois a contraproposta não apenas mostra que as conversas estão avançando, mas também estabelece um limite para o valor financeiro total para encerrar esta saga.

De acordo com cálculos preliminares do BBA, o pior cenário exigiria US$ 5,0 bilhões em provisões adicionais para a Vale. Dito disso, os analistas acreditam que a maioria dos investidores já considerava US$ 2,5 bilhões em provisões adicionais. Portanto, neste cenário, os investidores teriam que incorporar mais US$ 2,5 bilhões em provisões, ou 5% do valor de mercado da Vale.

Para o BBA, um acordo definitivo representaria o fim de um importante fator de pressão (overhang) para as ações da empresa, que tem sido um tema central nas discussões com investidores desde 2015.

O Itaú BBA ressalta que ainda existem dúvidas importantes em relação ao valor final a ser desembolsado por cada empresa, e que as projeções variam quanto à capacidade da Samarco de financiar diretamente as obrigações. O banco também destaca que abordar esta questão no Brasil provavelmente reduz as chances de decisões negativas significativas em outras jurisdições, como as disputas em curso no Reino Unido e na Holanda.

O BBA também mantém recomendação equivalente à compra e preço-alvo de US$ 14 para o ADR da mineradora.

O Bradesco BBI estima que as provisões incrementais poderiam ser equivalentes a US$ 2,3 bilhões (incluindo a contribuição da Samarco). Dito isto, apesar das disposições adicionais, vê um potencial acordo com as autoridades locais como um evento de redução de risco para a Vale.

A Genial, por sua vez, difere do mercado que projeta um impacto pequeno (apenas um intervalo entre US$ 1,5 bilhões a US$ 2 bilhões de provisão adicional em relação ao VPL). A casa de análise acredita que o tom usado pela AGU na publicação oficial não é apaziguador e oferece uma base comparativa de valores muito acima da proposta da Vale + BHP de R$ 127 bilhões realizada em abril. “Essa situação parece sinalizar que a discussão ainda tem “chão para andar” e o impacto na provisão adicional pode estar sendo subvalorizado em um olhar preliminar do consenso”, destaca.

A Genial considera a notícia como potencialmente negativa, uma vez que ambas as variáveis “valor” (maior em R$ 37 bilhões ante proposta anterior) e “prazo” (mais curto em 2 anos) contribuem para um cálculo de valor presente líquido (VLP) detrator de maior intensidade.

Olhando para o fluxo de caixa projetado, a Genial calcula que o VPL do desembolso corresponde a US$ 6,7 bilhões e é equivalente a 13% do valor de mercado da mineradora. Ao excluir os R$ 18 bilhões de obrigações “a fazer” que ficarão de fora da discussão nesse momento, o VPL detrator fica levemente inferior à estimativa, que contempla um acordo final de R$ 130 bilhões estimados pela Genial, faltando R$ 93 bilhões a serem pagos com prazo de 7 anos (ante R$ 109 bilhões em 12 anos da contraproposta).

A casa de análise também espera que a Vale e BHP receberão de maneira negativa o valor da contraproposta e provavelmente irão declinar, de forma que esse não será o final do imbróglio.

AUTOMOTIVO

Automotive Business - SP   10/06/2024

A produção de caminhões aumentou mais de 30% em maio no comparativo anual. Saíram das linhas de montagem 11,2 mil veículos, uma alta de 33,1% no comparativo com o mesmo período do ano passado. Em cinco meses, foram produzidos 52,2 mil veículos ante 40,1 mil pesados, evolução de 29,9%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 7, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Em relação a abril, no entanto, a produção de caminhões recuou levemente, isso em função da diminuição do ritmo por causa da falta de peças com as chuvas no Rio Grande do Sul. No mês passado foram produzidos 11,7 mil veículos.

Em licenciamentos, o mês de maio também apresentou aumento no comparativo anual. Foram vendidos 9,5 mil caminhões ante 8,2 mil veículos, um crescimento de 16,1%. No acumulado do ano, foram emplacadas 46,8 mil unidades, uma evolução de 4,8%, de acordo com os dados da Anfavea.

Segundo o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, em caminhões, apesar da base de comparação menor, a produção superou a marca de 50 mil unidades e isso deve considerado. “Em ônibus, os mais de 12 mil veículos fabricados de janeiro a maio, representam o melhor resultado para o segmento desde 2015. O programa Caminho da Escola tem puxado este desempenho”, ressaltou Leite.

Para Eduardo Freitas, da Anfavea, há uma perspectiva de que o segmento voltou a normalidade, mas há espaço para crescimento de volume neste ano. "Os dados do PIB (Produto Interno Bruto) foram animadores, principalmente no número de investimentos em máquinas e equipamentos e caminhões entram nesta linha. Há uma perspectiva positiva."
Caminho da Escola dita ritmo em ônibus

No segmento de ônibus, a produção em maio subiu 40,3%, passando de 1,94 mil unidades para 2,73 mil veículos. Já no acumulado, saíram das linhas de montagem 12,02 mil ônibus, alta de 58,5% no comparativo com o mesmo período de 2023.

Segundo a Anfavea, as vendas de ônibus, no entanto, seguem em queda. Em maio, foram emplacadas 1,28 mil unidades, um recuo de 33,2% no comparativo anual. Já nos primeiros cinco meses do ano, os licenciamentos atingiram 7,12 mil veículos ante 9,54 mil ônibus, desaceleração de 25,4%.

Para Eduardo Freitas, vice-presidente da Anfavea, o desempenho do segmento de ônibus está muito atrelado ao programa Caminho para a Escola. Segundo ele, já foram contratadas, até agora, 5,4 mil unidades e a expectativa é de que este volume chegue a 6 mil veículos até o final de junho.

“Os emplacamentos caíram em função da dinâmica do Caminho da Escola. No ano passado, as vendas aconteceram até março. Em 2024, licenciamos somente 400 unidades até maio.”

Agência Brasil - DF   10/06/2024

A produção de autoveículos em maio fechou em 166,7 mil unidades, o que representa uma queda de 26,8% em relação a maio do ano passado. Na comparação com abril, a redução foi de 24,9%. Considerando o acumulado do ano, houve queda de 1,7% ante o mesmo período de 2023.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (7) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Com 129,2 mil unidades, a produção de automóveis caiu 26,2% em maio, em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, a queda foi de 4,3% ante o mesmo período de 2023, e redução de 22,8% quando comparado a abril deste ano.

Na categoria comerciais leves, a produção de 23,6 mil unidades em maio representou queda em todas as bases de comparação: ante maio de 2023 (-44,4%), abril deste ano (-41,3%) e no acumulado do ano (0,7%).

Ao contrário da produção de veículos leves, os caminhões superaram a marca de 50 mil unidades no ano, com elevação de 30% ante os primeiros cinco meses de 2023. O aumento chegou a 33,1% na comparação entre os meses de maio de 2024 e maio do ano passado. Os mais de 12 mil ônibus produzidos no período representam o melhor resultado acumulado para o segmento desde 2015.
Vendas

As vendas totais, incluindo novos nacionais e importados, foram de 194,3 mil unidades, 12% a menos que abril, mas 10% a mais que maio de 2023. No acumulado do ano, foram 929,7 mil unidades emplacadas, 15% a mais que nos primeiros cinco meses de 2023.

Segundo a Anfavea, este foi o melhor maio em média diária de vendas desde 2019, com 9.250 unidades emplacadas por dia. Isso apesar da queda de 64% no Rio Grande do Sul, que representa 5% do mercado nacional, e do feriado prolongado nos últimos dias do mês.

Segundo a entidade, o crescimento das importações é um ponto de atenção para o setor automotivo brasileiro. O volume de emplacamentos de autoveículos vindos de outros países já chegou a 159.355 mil unidades de janeiro a maio, 44 mil a mais do que no mesmo período de 2023, uma alta de 37,8%. Os modelos elétricos e híbridos de origem chinesa, que têm Imposto de Importação abaixo da média de outros veículos, representaram 82% desse crescimento das importações no ano.

A avaliação da Anfavea é que as exportações continuam muito abaixo das expectativas. Em maio, foram exportadas 26,8 mil unidades, queda de 41,4% ante maio do ano passado e queda de 2,1% em relação a abril deste ano. No acumulado de janeiro a maio, as 136,3 mil unidades exportadas representaram recuo de 29,7% sobre igual período do ano passado, quando o número absoluto chegou a 193,8 mil.

Sobre os empregos diretos nas fábricas de autoveículos, em maio, o número chegou a 103.299, um crescimento de 1,3 mil empregos em relação a abril e de 3,1 mil sobre maio de 2023. “Esse é o melhor nível desde novembro de 2022, indicando os primeiros reflexos positivos dos investimentos anunciados pelos fabricantes desde o ano passado”, avaliou, em nota, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. Segundo ele, o poder de geração de empregos indiretos na cadeia automotiva é da ordem de dez para cada vaga direta.

CNN Brasil - SP   10/06/2024

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comentou nesta sexta-feira (7) que a China tem uma capacidade ociosa de carros elétricos muito grandes.

Segundo ele, parte dos grandes mercados têm fechado as portas para o gigante asiático que agora está tentando trazer o maior número de veículos para o Brasil.

“Vemos no Brasil os carros chines na rua o tempo todo, mas a China tem uma capacidade ociosa muito grande hoje em relação a isso. […] O número de empresas que fabricam carros elétricos na China é impressionante.

A gente conhece só umas duas ou três [empresas] mas tem várias e quando a gente olha o que tá acontecendo em termos de cadeia global é que os números de restrições comerciais China só aumentam”, disse.

“Os Estados Unidos botaram tarifa em carro chinês, a Europa que está discutindo isso lá na no Conselho Europeu, a Austrália que também está falando sobre isso.

Então, a gente está vendo é um pouco a consequência e a China tentando trazer o maior número de carros possível para o Brasil.

Porque alguns mercados estão se fechando então”, destacou em palestra num seminário realizado pela corretora Monte Bravo, em São Paulo.

Campos Neto também pontuou que a possibilidade é de ver o mesmo que ocorreu no setor imobiliário chinês, que foi baseado num volume de exportação e agora “algumas portas estão sendo fechadas”.
Impacto do RS

Campos Neto também comentou sobre a dificuldade em acordar o impacto da tragédia humanitária e econômica no Rio Grande do Sul no próximo trimestre.

Segundo ele, é preciso mensurar mais no médio prazo as consequências do desastre ambiental na cidade.

“Tem gente que tem visto oscilação grande em termos de expectativa, não só no custo de reconstrução, mas também no impacto de crescimento.

Ter esse elemento de incerteza no curto prazo, entender como vai se dar a médio prazo, tipo de reconstrução, pessoas dizem que algumas cidades vão ter processo mais demorado”, disse.

O banqueiro central lembrou que o estado representa 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e que, dada a relevância do RS para o país, as projeções estão sendo comparadas ao furacão Katrina, que teve custo de reconstrução em US$ 120 bilhões.

“O que a gente chega a conclusão muito rapidamente, é que essa parte de chuvas e inundações é o que mais está crescendo em termos de risco climático global”, frisou.

CONSTRUÇÃO CIVIL

InfraRoi - SP   10/06/2024

De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE), a Construção Civil cresceu 2,1% frente ao primeiro trimestre de 2023. Já na comparação com o último trimestre de 2023, o setor registrou queda de 0,5% em seu Produto Interno Bruto (PIB). O número, no entanto, não chega a ser tão preocupante porque o resultado de 2023 foi o melhor daquele ano, ou seja, o recuo ocorreu em cima de uma base elevada.

Segundo a visão da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a queda também pode ser atribuída ao menor consumo de materiais de construção pelas famílias. De acordo com os dados do IBGE, o volume de vendas do comércio varejista de materiais de construção, depois de registrar estabilidade em janeiro, caiu 0,3% em fevereiro e 0,4% em março.

As expectativas permanecem positivas para o ano, conforme projeção da CBIC, realizada no final de 2023, o setor crescerá 2,3% em 2024. O maior dinamismo aguardado para o mercado econômico e as obras de reconstrução do Rio Grande do Sul são alguns dos fatores que poderão impactar o seu nível de atividade.

O segmento formal da Construção continua contribuindo positivamente para a economia. Dados do Novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho, demonstram que a construção gerou, de janeiro a março, 109.535 novos postos de trabalho com carteira assinada. E de janeiro a abril, o setor já contabiliza 141.428 novos empregos formais.

IstoÉ Dinheiro - SP   10/06/2024

As altas de custos tanto dos materiais de construção quanto da mão de obra aceleraram a inflação do setor no Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de maio, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira, 7.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) passou de um avanço de 0,52% em abril para uma elevação de 0,86% em maio.

O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços saiu de uma alta de 0,31% em abril para uma elevação de 0,39% em maio. O custo dos Materiais e Equipamentos passou de um aumento de 0,32% em abril para alta de 0,37% em maio, enquanto os Serviços saíram de avanço de 0,30% para aumento de 0,54%.

Já o índice que representa o custo da Mão de Obra passou de uma elevação de 0,81% em abril para uma alta de 1,55% em maio.

FERROVIÁRIO

Investing - SP   10/06/2024

O Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Parcerias em Investimentos, realizará 3 audiências públicas para ouvir sugestões e contribuições sobre o projeto de PPP (Parceria público-privada) das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

As sessões ocorrerão de forma presencial, com transmissão pela internet. Eis as datas:
19.jun.2024 – em São Paulo, às 9h, na sede do DER (Departamento de Estrada de Rodagem);20.jun.2024 – em Guarulhos, às 9h30, na sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil);21.jun.2024 – em Mogi das Cruzes, às 9h30, no auditório da OAB-Mogi das Cruzes (leis os endereços mais abaixo).

Para assistir à audiência pública não é necessária a inscrição prévia, respeitando a capacidade de cada local.

O link para acessar a transmissão on-line, juntamente com o regulamento, as formas de participação e outras informações relevantes ao processo, serão previamente divulgados no site da Secretaria de Parcerias em Investimentos aqui.
PPI CPTM

O Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP) qualificou as linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM para serem administradas pela iniciativa privada. O escopo estipular, por exemplo, a extensão da Linha 13-Jade até Parque da Mooca e Bonsucesso e a construção de 11 novas estações e adequação das existentes.

O empreendimento tem caráter social de atendimento da zona leste, região com maior deficit de transporte na região metropolitana de São Paulo, e inclui 10 novas estações, adequação e reconstrução de estações existentes, além da requalificação da infraestrutura e sistemas.

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ENDEREÇOS DAS AUDIÊNCIAS
auditório da sede do DER – av. do Estado, 777 – Ponte Pequena, São Paulo/SP;auditório da OAB-Guarulhos – rua Ipê, 201 – Jardim Guarulhos, Guarulhos/SP;auditório OAB-Mogi das Cruzes – av. Doutor Cândido X. de Almeida e Souza, 175 – Centro Cívico, Mogi das Cruzes/SP.

NAVAL

A Tribuna - SP   10/06/2024

O ano de 2024 nos traz um crescimento imprevisto no volume de contêineres transportados na economia global, com reflexos na cadeia logística e terminais de contêineres mundo afora. O Porto de Singapura, segundo maior em movimentação de contêineres e maior hub de transbordo do mundo está congestionado, com um crescimento de volume no primeiro quadrimestre de 2024 de 8,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Não se trata de um crescimento de volume trivial, mas uma indicação de que os próximos anos serão desafiadores e demandarão novos investimentos em capacidade e acessos. Singapura conta hoje com uma espera de sete dias para que um navio programado atraque, em contraposição a uma média usual de apenas 12 horas de espera. Esta situação se alastra aos portos asiáticos, sempre considerados padrão em eficiência.
No Brasil, o crescimento é ainda mais robusto, de 17% no período trimestre de 2024, sendo notável o crescimento de 28,5% no Porto de Santos, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Em sintonia com o crescimento na demanda global, as encomendas de navios porta-contêineres se intensificam, sendo que apenas no triênio 2023 a 2025, a frota deverá aumentar em 28,9%. Cerca de 80% são de navios das classes New Panamax Max (NPXMax), de 366m de comprimento, e MegaMax, de 400m. Esses navios trazem maior economia de escala, eficiência energética e novas tecnologias de energia limpa.

Dos nossos seis maiores portos (Santos, Navegantes, Paranaguá, Itapoá, Rio Grande e Rio de Janeiro), responsáveis pela movimentação de 71% dos contêineres movimentados no Brasil, apenas Rio Grande já está homologado para receber navios da classe NPXMax de 366 metros em plena carga, sendo que o Porto do Rio de Janeiro estará apto a operar os New Panamax ao fim dos trabalhos da dragagem em execução.

Esta situação diminui a competitividade de nossos produtos, com fretes mais elevados pela da utilização de navios menos eficientes, e também afeta as comunidades portuárias. É um grande sinal de alerta para a País, que não tem um plano estratégico de dragagem de aprofundamento.

O Programa Nacional de Dragagem, previsto na Lei 12.815/2013 e de responsabilidade da União, não foi executado, mas substituído por tentativas de repassar a obrigação para a iniciativa privada. Entretanto, não temos definido até o momento um modelo para essa atividade o que trouxe, por exemplo, ao Porto de Santos, uma verdadeira década perdida.

De fato, mais de uma década já transcorreu desde a execução da última dragagem de aprofundamento no Porto de Santos, que ocorreu entre 2010 e 2011, com o aprofundamento de dois metros no canal de acesso, que passou de 13 para 15 metros, obra custeada pela União.

Em contrapartida, os maiores portos do mundo se adaptam celeremente à nova demanda de navios de maiores dimensões, efetuando obras de aprofundamento de canais e berços e alargamento dos canais de acesso, invariavelmente com recursos públicos, como no caso dos Estados Unidos, Alemanha e México.

Há de se considerar que o modelo de concessão à iniciativa privada para aprofundamento e alargamento de canais de acesso e bacias de evolução, na forma em gestação no País, repassa o custo diretamente aos usuários, diminuindo a competitividade dos nossos produtos no mercado externo em relação aos portos onde essas obras são realizadas com recursos públicos.

A retomada das obras de dragagem à cargo da União, com inclusão orçamentária destas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, seria a melhor alternativa para contarmos com a infraestrutura aquaviária de acesso necessária aos navios NPXmax e MegaMax em tempo hábil a manter a competitividade de nossos terminais de contêineres, em prol do crescimento econômico, beneficiando toda a sociedade brasileira.

A Tribuna - SP   10/06/2024

Esgotamento da capacidade do cais santista é preocupação do Ministério de Portos e Aeroportos, que busca áreas viáveis para aumento do espaço ocupado pelo setor portuário (Alexsander Ferraz/AT)

A ampliação da Poligonal do Porto Organizado de Santos, que anexaria 420 mil metros quadrados da Vila dos Criadores, em Santos, à área portuária, deve sair do papel, na visão do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Trata-se de um “ativo muito importante”, segundo ele, para o aumento da capacidade do Porto.

Em entrevista exclusiva para A Tribuna neste sábado (8), após participação no Fórum Esfera, realizado em Guarujá, o ministro confirmou que a comunidade com 5 mil famílias, que fica ao lado das empresas da Alemoa, no limite com Cubatão, é fundamental à expansão portuária. Costa Filho lembrou que já pediu à Autoridade Portuária de Santos (APS), um estudo a respeito do tema.

“A expansão da poligonal é muito benéfica para o Porto de Santos. Devemos, sobretudo, ter um olhar para a Vila dos Criadores. Já recomendamos ao presidente (da APS) Anderson Pomini que fizesse um estudo sobre a manobrabilidade, para a gente ter um diagnóstico mais claro. (A Vila dos Criadores) é o futuro do Porto, assim como Área Continental de São Vicente e Bagres. São esses três ativos que o Porto tem como um plano de expansão”, afirma.

A Vila dos Criadores representa a última área disponível, na chamada Margem Direita, que possibilita a instalação de um terminal para contêineres. A área poderia receber uma nova versão do STS10, inicialmente previsto para o Saboó. O ministro prega diálogo sobre o tema.

“Estamos trabalhando par a voltar a discutir o STS10 com o Governo Federal e o Tribunal de Contas da União (TCU). É importante a gente ampliar, cada vez mais, a competitividade. Vejo um STS10 remodelado, mas construído com toda a sociedade e com o setor produtivo”.

Uma audiência pública referente à poligonal está marcada para a próxima quinta-feira, a partir das 9 horas, na sede da APS (Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, s/nº, no Macuco).

Concais
Outra audiência pública na APS está marcada para a sexta-feira, também às 9 horas, e irá tratar da transferência das operações do Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, administrado pelo Concais, que fica atualmente na região de Outerinhos, para a área entre o Valongo e o Saboó, ao lado do futuro Parque Valongo (dentro do atual STS10).

O ministro de Portos e Aeroportos apoia a transferência. “O terminal é importante, porque a gente precisa de navios de cruzeiros, que geram empregos e são importantes para a economia. Precisamos, através do Parque Valongo e do Concais, fazer com que a Cidade possa também usufruir do que representa o Porto, até porque muitos moradores não o conhecem. Esse atrativo que está sendo desenhado será importante para a Cidade”.

Com a transferência, o terminal de passageiros pode mais que dobrar de tamanho. O atual espaço tem 41.895 metros quadrados (m2), contra 85 mil m² do novo local.

Ecoporto
A terceira audiência pública da semana, também na sexta-feira, às 14 horas, tem relação com o Concais. Isso porque abordará a renovação e substituição de área arrendada à Ecoporto localizada na região do Saboó, por nova área, ao lado, na mesma metragem. Essa saída da Ecoporto é necessária porque o terminal de passageiros ocuparia exatamente a área que a empresa está hoje, no Valongo.

O movimento desagrada o setor de contêineres, que pretendia que toda essa área fosse usada para expansão da atividade.

Caminhões
Indagado sobre a polêmica em torno da construção de um pátio para caminhões em Cubatão, na interligação das rodovias Imigrantes e Anchieta, ao lado do Viaduto Mario Covas, o ministro Silvio Costa Filho ressaltou a necessidade desse tipo de espaço. Mas Prefeitura e vereadores são contra essa iniciativa da APS.

TCU recebe relatório sobre túnel Santos-Guarujá em dez dias
No evento deste sábado (8), o ministro de Portos e Aeroportos. Silvio Costa Filho, voltou a destacar os investimentos no Porto de Santos. Elencou futuras obras no cais santista, como o túnel Santos-Guarujá e o Aeroporto Civil Metropolitano em solo guarujaense.

Sobre a ligação seca, ele garantiu que, nos próximos dez dias, deve ser encaminhado relatório ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que possa autorizar a modelagem que está sendo desenhada pela União e Governo do Estado, com o anúncio do processo licitatório no início do próximo ano, uma obra de R$ 6 bilhões.

Dragagem
“Vamos fazer a PPP da dragagem para, independentemente do governo de plantão ou do presidente da Autoridade Portuária, a gente avançar na dragagem, para poder aumentar o calado (no Porto de Santos) de 14 para 17 metros e aumentar a nossa competitividade perante navios maiores do mercado internacional”, pontua o ministro. No entanto, ele ressalta que isso não desvia o foco de outros centros portuários. Segundo ele, serão 35 leilões de terminais nos próximos três anos, com foco em granéis.

“Estamos estruturando o Porto de Santos, mas devemos ter um olhar para os demais portos no Brasil. Temos uma cartela de investimentos privados no PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) de quase R$ 60 bilhões em investimentos. Não só em Santos, mas nos portos de Suape (PE), Itaqui (MA), Pecém (CE) A gente tem um olhar para o Arco Norte. Vai ser um instrumento importante para o desenvolvimento do Brasil”, descreve.

O ministro desmentiu a tese de que o Governo Federal descarta parcerias com o setor privado. “Isso não é verdade. Tanto que, de R$ 1,7 trilhão do PAC, mais de R$ 800 bilhões são do setor privado. A maior parte do PAC é privada. Quem estiver apostando que o Brasil vai dar errado, vai errar”.

Rio Grande do Sul
O ministro de Portos e Aeroportos diz que “na hora certa” vai falar sobre a situação do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, severamente afetado pelas chuvas de maio no Rio Grande do Sul.

“O que temos, até agora, são declarações de A e de B, que não condizem com a realidade dos prazos. Terminamos de limpar o terminal e estamos fazendo um diagnóstico da situação. Não podemos dar uma data objetiva (para a reabertura)”.

Portos e Navios - SP   10/06/2024

A participação da indústria de construção naval coreana nas novas encomendas globais de construção naval caiu para menos de 10% em maio. O fato é atribuído ao declínio nas encomendas dos principais tipos de navios dos construtores navais coreanos, como gaseiros.

As encomendas globais de navios totalizaram 1,8 milhão de arqueação bruta compensada (CGT) em maio, uma queda de 51% em relação aos 3,69 milhões de CGT do ano anterior, de acordo com dados divulgados pela Clarkson Research, empresa de pesquisa de mercado de transporte marítimo com sede no Reino Unido.

Por país, a China liderou a classificação com 1,54 milhões de CGT (54 navios, 85%), seguida pela Coreia com 170.000 CGT (dois navios, 10%).

Em comparação com o mês anterior, abril, a quota de encomendas da China aumentou nove pontos percentuais (de 76% para 85%), enquanto a da Coreia caiu quatro pontos percentuais (de 14% para 10%).

Os pedidos globais acumulados no período de janeiro a maio deste ano totalizaram 12,2 milhões de CGT (726 navios), um aumento de 6% em relação aos 19,07 milhões de CGT (841 navios) do ano anterior. A China foi responsável por 12,3 milhões de CGT (479 navios e uma participação de 61%), ultrapassando significativamente os 5,61 milhões de CGT da Coreia (121 navios e uma participação de 28%).

A queda na indústria de construção naval da Coreia foi causada por um declínio nas encomendas de navios transportadores de GNL e de grandes navios porta-contêineres. Os gaseiros e os grandes navios porta-contêineres são especialidades dos construtores navais coreanos. Grandes construtores navais coreanos, como HD Hyundai Heavy Industries, Hanwha Ocean e Samsung Heavy Industries, concentraram-se principalmente em gaseiros de GNL, uma vez que os seus portfólios de negócios são compostos por navios de alto valor agregado, cuja construção requer tecnologia de ponta.

PETROLÍFERO

Valor - SP   10/06/2024

O Grupo J&F entrou no setor de óleo e gás no fim de 2023, com a aquisição da Fluxus

A Fluxus, empresa dos empresários Joesley e Wesley Batista que atua no setor de óleo e gás, anunciou que comprou o braço boliviano da Pluspetrol, petroleira independente privada que opera 412 mil barris de óleo equivalente por dia e que possui três campos na bacia Tarija-Chaco. O valor da transação não foi divulgado.

Juntos, os campos Tacobo, Tajibo e Yacuiba possuem produção conjunta atual de aproximadamente 100 mil metros cúbicos de gás natural por dia, com potencial para mais de um milhão de metros cúbicos diários.

Além das reservas de gás, os ativos incluem duas estações de tratamento de gás e capacidade de transporte da produção para os mercados da Bolívia, do Brasil e da Argentina. O movimento é estratégico para a Fluxus, já que ela atua com foco América Latina e a Bolívia tem importantes reservas de hidrocarbonetos para produção de gás.

“A aquisição da Pluspetrol Bolívia cria uma base sólida para a expansão das nossas atividades de exploração e produção no país, fortalecendo nossa presença na região e ampliando nosso alcance no mercado”, disse em nota o CEO da Fluxus, Ricardo Savini, fundador e ex-presidente da 3R Petroleum.

Segundo o executivo, a ideia é criar uma multinacional latino-americana de óleo e gás. O Grupo J&F entrou no setor de óleo e gás no fim de 2023, com a aquisição da Fluxus. Fundada em 2023, a Fluxus está em fase final de transição operacional para operar o campo Centenário em Neuquén, na Argentina.

Além da Fluxus, Wesley e Joesley Batista são controladores do grupo J&F, conglomerado que tem no portfólio empresas de alimentos (JBS), celulose (Eldorado Brasil), energia (Âmbar), mineração (J&F Mineração), serviços financeiros (Picpay), higiene e cosméticos (Flora) e comunicação (Canal Rural).

Wesley Batista e Joesley Batista — Foto: Divulgação

AGRÍCOLA

O Estado de S.Paulo - SP   10/06/2024

Nas últimas semanas temos assistido a medidas governamentais perturbadoras da atividade produtiva no País, em especial no campo.

Assim foi a decisão de importar arroz para vender à população com preços tabelados e menores que os praticados pelo mercado. O argumento para isso é a eventual falta desse alimento em função da brutal tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul. Mas as entidades da cadeia produtiva do arroz naquele Estado afirmaram que não faltará o produto, seja porque a safra já estava em sua maior parte colhida, seja porque a produção é maior que a do ano passado. Ou seja, não precisava o governo importar nada, e nem é papel dele. Os bravos agricultores gaúchos, duramente afetados pela inundação, demandam ações concretas de apoio governamental para se recuperarem, e não a concorrência do governo.

Outra foi a Medida Provisória 1227/24, dessa semana que, entre seus objetivos, cria uma nova regra que proíbe a “compensação cruzada” de créditos de PIS/Cofins com débitos de outros tributos administrados pela Receita Federal. Até agora, empresas e contribuintes podiam usar os créditos acumulados desse dois tributos gerados por exportações ou isenções para pagar outros impostos. Nada mais justo! Com a MP, isso acaba.

Mais de 20 Frentes Parlamentares do Congresso Nacional estão pedindo que o Senado devolva essa esdrúxula MP, e as entidades de representação empresarial manifestaram seu desapontamento com ela, até porque está em discussão a reforma tributária. Para o agronegócio, houve uma consequência imediata: as empresas comercializadoras de produtos agrícolas fecharam as compras até que o tema seja esclarecido.

Estes dois fatos se somam a outras questões, como vetos presidenciais à legislação do marco temporal das terras indígenas ou a dos defensivos agrícolas, gerando um enfrentamento desnecessário entre Executivo e Legislativo.

Igualmente importante é o Plano Nacional de Educação em estudo no governo, que precisa cuidar da educação básica, exigência da família brasileira que vem sendo superada por outras teses que não contribuem para a melhoria do nosso ensino, já tão pobremente avaliado por instituições especializadas.

Serão trapalhadas desconectadas? Devem ser, mas atrapalham um setor que, apesar de tudo, trabalha incessantemente pelo progresso do Brasil. Aliás, nessa mesma semana, o IBGE revelou que o PIB do primeiro trimestre de 2024 cresceu 0,8% em relação ao último do ano passado. E a agropecuária foi, mais uma vez, a alavanca desse aumento: cresceu 11,6%!

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