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10 de Janeiro de 2024

SIDERURGIA

InfoMoney – SP 10/01/2024

Governo Meloni propôs aumentar a sua participação na Acciaierie d'Italia – anteriormente conhecida como Ilva – de 38% para 66%

O governo italiano comprometeu-se a adquirir uma participação majoritária na maior produtora de aço do país, em um conflito com o seu principal acionista, a ArcelorMittal, que ameaça desencadear uma batalha legal sobre a propriedade do negócio.

A disputa dá início a uma nova crise naquela que foi outrora a principal siderurgia da Europa, que, tal como muitas das suas congéneres na região, foi atingida por custos de energia mais elevados e uma procura industrial mais fraca. A administração da primeira-ministra Giorgia Meloni está preocupada com o declínio da produção e com o risco de demissões em massa.

A administração de Meloni propôs na segunda-feira (9) aumentar a sua participação na Acciaierie d’Italia – anteriormente conhecida como Ilva – de 38% para 66%, com a injeção de 320 milhões de euros (US$ 351 milhões), de acordo com um comunicado do governo.

A decisão ocorreu no momento em que a ArcelorMittal expressou sua “indisponibilidade para assumir compromissos financeiros e de investimento, mesmo como acionista minoritário”, segundo o comunicado. A injeção de capital e as demais decisões sobre a empresa serão tomadas através do veículo estatal Invitalia Spa, que poderá iniciar um litígio, acrescenta o comunicado.

Um porta-voz da ArcelorMittal não foi encontrado imediatamente para comentar.

A aquisição de uma participação majoritária na Acciaierie d’Italia reflete uma tendência intervencionista que viu o governo de direita de Meloni entrar em várias sagas corporativas de longa data, incluindo a Telecom Italia e a Banca Monte dei Paschi di Siena.

A questão mais urgente para a fábrica é encontrar fundos suficientes para manter a produção. A siderúrgica está produzindo menos de 4 milhões de toneladas por ano, um recorde negativo quando comparado com a capacidade potencial máxima de cerca de 10 milhões de toneladas. Os altos-fornos da planta estão desligados ou funcionando ocasionalmente. 

Monitorização da União Europeia

Para evitar que a siderúrgica interrompa abruptamente as operações, o Estado poderia decidir colocá-la sob administração estatal, informou o jornal italiano La Stampa na terça-feira (9). 

Qualquer intervenção governamental na empresa seria acompanhada de perto pela União Europeia, que já vinha discutindo a dimensão e o alcance de tal medida com governos anteriores.

Dado que a siderúrgica é vista como um ativo estratégico de interesse nacional, o governo tem o poder de anular a oposição de um investidor privado e colocar a empresa sob administração especial, um procedimento de emergência que lhe permitiria continuar temporariamente as operações recorrendo a fundos públicos.

Os responsáveis ​​governamentais deverão reunir-se quinta-feira (11) com os sindicatos, que têm apelado a um maior envolvimento do Estado para evitar cortes de empregos que poderiam paralisar a economia local.

O futuro da antiga fábrica de Ilva tem assombrado sucessivos governos italianos desde que as siderúrgicas foram colocadas sob administração na sequência de uma investigação iniciada em 2012. Isso desencadeou uma crise que reduziu a produção de aço, empurrando a empresa para a administração e levantando questões sobre o futuro dos seus 10 mil trabalhadores. 

A crise foi sentida de forma mais aguda na cidade de Taranto, no sul, onde está localizada a principal instalação. As autoridades judiciais associaram as siderúrgicas locais às elevadas taxas de cancro e aos elevados níveis de emissões de dioxinas na área.

Diário do Comércio - MG   10/01/2024

O governo federal está confiante de que haverá um aumento das vendas externas da siderurgia nacional em 2024. A expectativa subiu após os Estados Unidos revogarem o direito antidumping às importações do Brasil de tubos soldados de aço não-ligado de seção circular. O material, contudo, não é tão representativo na pauta das exportações do setor e a decisão pode ter impacto modesto.

A barreira comercial, imposta em 1992 e retirada na última semana após o governo provar que a extinção não implicará dano à indústria norte-americana, sobretaxava em 103,4% os tubos de aço produzidos nas usinas brasileiras e vendidos ao país. Essa foi a quarta restrição retirada desde 2022, sendo as demais relativas aos laminados a frio, a quente e as chapas de aço carbono.

Em tom otimista ao anunciar a revogação, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, disse ser uma importante conquista que ampliará ainda mais os embarques do material. Isso, de fato, pode ocorrer, porém, o peso desse incremento não tende a ser tão significativo, já que as principais siderúrgicas não fabricam o item.

De acordo com o Instituto Aço Brasil, o produto em questão “não faz parte do portfólio de suas associadas”. No quadro de empresas representadas pela entidade estão as gigantes da siderurgia: Aço Verde do Brasil (AVB), Aperam, ArcelorMittal, Gerdau, Siderúrgica Norte Brasil (Sinobras), Ternium, Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), Vallourec e Villares Metals.

Não estar na produção dessas companhias pode ser a explicação para o baixo percentual de participação dos tubos de aço nos embarques siderúrgicos. Para se ter uma ideia, conforme os dados do Comex Stat, em 2023, o País faturou US$ 24,2 milhões com as vendas do item ao exterior, uma parcela pequena quando se leva em consideração as exportações do setor como um todo, o que inclui os embarques de produtos em ferro fundido, ferro ou aço, de US$ 1,8 bilhão.
Siderúrgicas brasileiras fornecem aço para as fabricantes de tubos

Ainda que o impacto possa não ser tão relevante quanto o governo federal gostaria, a elevação dos embarques de tubos de aço para os Estados Unidos devem acontecer mesmo que as principais empresas da siderurgia nacional não produzam o item. Isso porque, segundo o Aço Brasil, seus associados fornecem o insumo siderúrgico necessário para a fabricação do produto.

Essa influência indireta das grandes empresas, talvez, seja o motivo do otimismo do governo brasileiro. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), as exportações de tubos de aço, que somaram aproximadamente US$ 22 milhões no ano passado, dos quais US$ 457 mil destinados aos Estados Unidos, ou seja, 2% do total, pode experimentar um incremento a partir da revogação da medida de defesa comercial estadunidense.
Demais limitações dos Estados Unidos aos produtos da siderurgia nacional seguem em vigor

Devido as suas associadas fornecerem aço para as fabricantes de tubos, o Aço Brasil, em nota, afirmou que “considera positiva a possibilidade de ampliação das exportações, ainda que sigam em vigor, nos Estados Unidos, as limitações ao ingresso de produtos siderúrgicos brasileiros impostas pelas cotas da Seção 232”. Essas outras medidas de proteção ao comércio foram impostas pelo ex-presidente Donald Trump em 2018, para “garantir a segurança nacional”.

A secretária de Comércio Exterior do Mdic, Tatiana Prazeres, ressalta que o Brasil foi o único País que sofria sanção a ter a sobretaxa dos tubos de aço retirada pelos Estados Unidos, “o que demonstra o empenho do governo na defesa das empresas brasileiras no exterior”. Mas lembra que as demais restrições ainda afetam produtos brasileiros e que “o ministério vem apoiando as companhias investigadas pelos americanos e outros países em processos de defesa comercial”.

Brasil Mineral - SP   10/01/2024

A Gerdau foi selecionada para integrar pela terceira vez a carteira do Índice Carbono Eficiente (ICO2) da B3. O índice reúne empresas de capital aberto comprometidas com a eficiência e transparência na gestão dos gases de efeito estufa. “A Gerdau é uma empresa centenária comprometida em ser parte das soluções para os desafios e dilemas da sociedade. Como resultado de uma matriz de produção sustentável baseada na reciclagem de sucata e no uso de biorredutor, possuímos uma das menores intensidades de emissões de gases de efeito estufa da indústria global do aço, e a nova inclusão no ICO2 reflete nosso comprometimento em moldar um futuro ainda mais sustentável para o planeta e impactar positivamente a sociedade”, afirma Cenira Nunes, gerente geral de meio ambiente da Gerdau.

A nova participação da Gerdau no ICO2 demonstra os esforços e iniciativas da estratégia de sustentabilidade e os compromissos da empresa para reduzir as emissões de carbono nos curto e longo prazos. Atualmente, a Gerdau apresenta uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa (CO2e), de 0,86 t de CO2e por tonelada de aço, o que representa aproximadamente a metade da média global do setor, de 1,91 t de CO2e por tonelada de aço, conforme dados divulgados pela World Steel Association (worldsteel). Além disso, a Gerdau tem como meta reduzir as emissões de carbono para 0,82 t de CO2e por tonelada de aço até 2031.

Criado em 2010 pela B3 em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o ICO2 visa incentivar empresas com ações mais negociadas na bolsa a monitorar e divulgar suas emissões de gases de efeito estufa (GEE). A adesão ao índice, atualizado a cada quatro meses e que considera a participação no IBrX 100, exige que as empresas publiquem um relatório anual de suas emissões.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   10/01/2024

O Banco Mundial elevou a previsão de crescimento da economia brasileira em 2023 e 2024, citando o desempenho acima do esperado na atividade ao longo de boa parte do ano passado, mas reduziu levemente a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025.

Em relatório com as perspectivas econômicas globais, o Banco Mundial estimou que o PIB de 2023 cresceu 3,1%. A previsão anterior, divulgada em junho do ano passado, apontava para uma expansão bem menor, de 1,2%.

“A revisão para cima no crescimento de 2023 foi motivada pelos desempenhos mais fortes que o esperado na produção agrícola, no consumo privado e nas exportações nos três primeiros trimestres do ano”, disse o Banco Mundial no relatório.

Para 2024, a previsão é que o PIB cresça 1,5% – ou 0,1 ponto porcentual a mais que na estimativa anterior -, refletindo a desaceleração da atividade no segundo semestre de 2023 e a produção agrícola mais moderada neste ano.

“No entanto, a redução gradual tanto no índice cheio quanto no núcleo da inflação deve permitir mais cortes de juros, dando apoio às perspectivas de investimento e consumo de médio prazo”, disse o Banco Mundial.

Segundo a instituição, isso justifica a previsão de aceleração no crescimento do PIB em 2025 a 2,2%, ainda que a capacidade do governo para oferecer apoio fiscal à economia seja limitada pelos esforços de ajuste nas contas públicas. Vale ressaltar, porém, que antes do Banco Mundial esperava expansão de 2,4% para o PIB brasileiro no ano que vem.

O Estado de S.Paulo - SP   10/01/2024

O Brasil terminou 2023 festejando a promulgação da Emenda Constitucional nº 132, a Reforma Tributária, há décadas reclamada para dar ao país melhores condições de desenvolvimento.

A Reforma Tributária de fato trouxe avanços, dentre eles isenções e reduções de até 100% nas alíquotas dos tributos sobre consumo. Outros, como serviços de educação, saúde, medicamentos, e cuidados básicos à saúde menstrual serão agora beneficiados com redução de até 60% das alíquotas dos tributos incidentes sobre o consumo. Também foram objetos de redução de 30% das alíquotas dos tributos aqueles relativos à prestação de serviços de profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, submetidos à fiscalização pelos respectivos conselhos profissionais e, segundo o disposto na Lei Complementar, a ser enviada pelo presidente da República em até 150 dias da data da promulgação da EC nª 132, que ocorreu em 20 de dezembro de 2023.

O ponto mais relevante do texto promulgado foi, sem dúvida, a eliminação de 26 legislações que vigoravam no Sistema Tributário Nacional, até então um verdadeiro “manicômio tributário”, tamanho o número de leis no ordenamento jurídico incidentes sobre a tributação e consumo, agora substituídas por legislação única, vigente em todo o território nacional.

A reforma recebeu aplausos entusiasmados, porém é preciso alertar que ainda há muitos mecanismos a serem estudados, definidos e normatizados em Lei Complementar para dar efetividade prática à Emenda Constitucional. Essa questão específica é suficiente para frear a euforia provocada pela Reforma Tributária, uma espécie de unanimidade nacional carregada de ufanismo e otimismo.

É muito cedo para comemorar. Haverá muitos percalços em 2024, frutos de vários pontos preocupantes deixados para serem tratados na legislação infraconstitucional. Um deles é a alíquota-padrão da tributação sobre o consumo, cuja definição deverá se dar até junho de 2024. Em razão das exceções abrigadas pelas reduções de 100%, 60% e 30% de alíquota-padrão, e considerando que nenhum entre federativo (União, estados e municípios) devolve arrecadação, é possível prever que teremos essa alíquota-padrão fixada em 26,5%, 27,5% ou até mesmo 28%. Isso significa que, para os não apadrinhados pela reforma, o Brasil terá a segunda – ou talvez a primeira – maior carga tributária sobre consumo no planeta, muito acima dos 37 países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A título de exemplo, a tributação sobre consumo no México é de 16%, na Nova Zelândia, de 15%; na Alemanha, de 19%; na França, de 20%; no Japão e na Coréia do Sul, de 10%; no Canadá, de 12%, e nos Estados Unidos, em média, de 7,4%.

O impacto da alíquota-padrão é enorme. Podemos estimar que o consumo no Brasil continuará contribuindo com 15% do Produto Interno Bruto (PIB), 41,5% a mais do que a média dos países da OCDE, de 10,6% do PIB.

Outro problema será a transição de um sistema para outro, lenta e demasiado longa. Começará somente em 2026, último ano do mandato dos atuais mandatários (presidente da República, governadores e parlamentares do Congresso Nacional). Em nome da previsibilidade, criou-se um hiato no qual nada mudará para os atuais governantes. A transição será finalizada em 2033, ou seja, atravessará praticamente dois mandatos, uma eternidade em se tratando de Brasil.

Neste país, o risco é grande quando os prazos são tão longos. E temos exemplos na história. A Constituição Federal de 1988 admitiu, de forma explícita, a concessão de benefícios fiscais e/ou renúncias apenas para reduzir desigualdades regionais e sociais (artigos 3º, 43, 151, 155 e 165, parágrafos 6º e 7º) e o resultado disso, ao longo dos últimos 35 anos, foi o total desrespeito ao texto constitucional. De forma nada transparente e ao seu bel prazer, presidentes da República vêm concedendo renúncias fiscais em valores que somam mais de 4,5% do PIB, ou cerca de R$ 500 bilhões/ano. Já os governadores concedem benesses que totalizam de R$ 60 a R$ 80 bilhões/ano.

Esse abuso jamais teve fim. Pelo contrário. Em agosto de 2017, para garantir proteção aos governantes que descumpriram o texto constitucional contra eventuais ações de responsabilidade, foi sancionada a Lei Complementar 160, que legitimou retroativamente o concedido de forma ilegítima e ainda expandiu por mais anos os benefícios fiscais concedidos ilegitimamente. A Farra foi grande

De volta à EC 162, também merece observação que alguns pontos terão transição concluída após quase cinco décadas – 49 anos, para ser exato, de 2029 a 2077 -, após o fim do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto Sobre Serviços (ISS).

Teremos ainda um novo imposto federal sobre bens e produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente a ser definido em lei complementar.

O artigo 149-A da Emenda Constitucional prevê que os municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição para custeio, para expansão e melhoria do serviço de iluminação pública e segurança dos logradouros públicos.

Também deve ser considerado que a instituição de nova tributação sobre consumo é mais abrangente e alcança itens hoje isentos. Haverá tributação sobre serviços importados, inclusive direitos.

A EC modifica, ainda, o critério da partilha da parcela do recém-criado Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) destinada aos municípios, priorizando com 80% de 25% - ou seja, 20% - em função da população local. Como tudo terá transição lenta, os prefeitos eleitos em 2024 não terão com o que se preocupar.

Pouco se falou também que vários fundos foram criados com recursos da União para repasse aos estados ou para gerenciamento compartilhado com esse ente federativo. Entre eles estão o Fundo de Sustentabilidade e Diversificação da Economia do Amazonas, o Fundo de Desenvolvimento Regional – visando reduzir desigualdades regionais e sociais; e o Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais ou Financeiros-Fiscais para compensar, entre 1/1/2029 e 31/12/2032, pessoas físicas ou jurídicas beneficiárias de incentivos concedidos por prazo certo e sob condições.

Obviamente, fundos pressupõem aportes de recursos com fontes definidas e formas de correções de valores. Cabe a pergunta: de onde virão os recursos se hoje a União não dispõe de montante para investimentos, se não haverá aumento da carga tributária nem crescimento do PIB, e se não foi incluída na EC 132 uma linha sequer sobre redução dos custos da máquina pública, dos desperdícios e da corrupção?

É inevitável que tenhamos aumento da carga tributária e também crescimento do endividamento que financia os déficits nominais anuais. Até quando?

Necessário lembrar ainda que, simultaneamente à tramitação da PEC sobre tributação e consumo, o Governo Federal cuidou de buscar novas fontes de arrecadação por meio de maior tributação do Imposto de Renda sobre fundos exclusivos, offshores e trusts, e mediante a reoneração da tributação sobre emprego, tudo sem transição, entrando em vigor no primeiro dia de 2024, respeitando-se o princípio da anualidade. Com isso, serão arrecadados adicionalmente de R$ 120 a R$ 150 bilhões por ano, o correspondente a 1% do PIB nacional.

Outro ponto relevante não abordado na EC 132 – e que, portanto, precisa ser objeto de Lei Complementar a ser enviada ao Congresso até 31 de março de 2024 – é relativo à legislação sobre Imposto de Renda. O artigo 28 da EC diz respeito à não tributação da inflação, porque tributação não é renda, mas sim um ônus pesado para todos os contribuintes, onerados indiretamente pela falta enorme defasagem na tabela de correção do IR. Como a tributação sobre inflação não consta da Constituição e como não se pode criar impostos sem lei que os estabeleçam, as tabelas de correção do IR precisariam ser obrigatoriamente reajustadas anualmente pelo índice de inflação dos 12 meses anteriores, como forma de reparar o estrago causado pela defasagem. Determinar essa obrigatoriedade é, sem dúvida, obrigação do legislador para que a correção seja automática, e não mais um favor do governo de plantão. Se a correção da tabela do IR fosse aplicada em sua plenitude, mais de 90% dos trabalhadores assalariados estariam isentos do IR. Isso sim seria justiça social.

Sem dúvida alguma, a reforma tributária era necessária e veio com atraso porque o país convivia com uma infinidade de tributos e, como já se disse, com 26 legislações diferentes sobre o ICMS, por exemplo. O Brasil sempre e abusou de tributos sobre consumo e emprego, em vez de equilibrar a carga tributária com impostos sobre o lucro, capital e renda, modelo de há muito adotado pelos países desenvolvidos. Chegamos ao absurdo de nossa tributação sobre consumo alcançar patamar próximo de 15% do PIB, ou seja, perto de 45% do total da carga tributária nacional. Um exemplo bem-acabado de regressividade, punindo pesadamente os assalariados e os brasileiros das classes C, D e E.

O texto promulgado trouxe avanços, deve-se reconhecer. Mas a unanimidade e ufanismo em torno dele estão longe de encontrar respaldo na realidade. Eu, como cidadão comum, aplaudo com muitas restrições, pois não posso entender que, depois de dezenas de anos, seja promulgada EC alterando o Sistema Tributário Nacional onde teremos (i) novos tributos, (ii) a 2ª ou 1ª maior alíquota de tributo sobre consumo do planeta, (iii) criação de diversos fundos da união sem a definição das fontes de recurso e o pior (iv) nenhuma linha sobre redução do gigantismo do estado brasileiro e menção a combate da corrupção. Há muitos passos ainda a serem dados e o caminho é extenso e perigoso. O otimismo exagerado não pode encobrir os riscos, ainda preocupantes. Estamos diante de mais um caso em que a embalagem é melhor do que o produto oferecido. Portanto, prudência!

O Estado de S.Paulo - SP   10/01/2024

Governo não corta gastos, enquanto as principais lideranças do PT atuam aberta e explicitamente contra a meta fiscal do ministro Haddad. A desoneração da folha é o bode expiatório

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, sinalizou que o governo não vai desistir da proposta para reonerar a folha de pagamento. Segundo ele, o projeto de lei que prorrogou a desoneração é inconstitucional, antiorçamentário e antieconômico. A medida provisória (MP) editada pelo governo nos últimos dias de 2023, por sua vez, não foi uma afronta à vontade dos parlamentares, mas uma alternativa à judicialização.

“(A MP) é uma alternativa à judicialização. Judicializar era tudo ou nada, você vai para derrubar a medida do Congresso. O que nós estamos fazendo é dizer ‘vamos fazer algo que seja constitucional, que você corrige os problemas’”, afirmou Durigan, que concedeu a entrevista como ministro da Fazenda interino durante as férias do titular, Fernando Haddad.

A visão que Durigan manifestou sobre o tema é, no mínimo, peculiar. Para ele, editar uma medida provisória que vai frontalmente contra algo que a maioria do Congresso aprovou não é um agravo, mas uma tentativa de estabelecer um acordo prévio para evitar que o tema seja levado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Porém, se ainda assim o Congresso devolver a MP sem analisá-la ou se vier a rejeitá-la, “por falta de opção”, o Executivo terá de apelar ao Judiciário para provar a inconstitucionalidade da política.

A tese do governo é a de que a medida é inconstitucional por estabelecer uma renúncia de receitas sem apresentar o impacto orçamentário nem prever medidas para compensar as perdas. Há interpretações divergentes, segundo as quais é preciso cumprir esses requisitos quando uma política é criada, mas não quando ela é prorrogada.

Independentemente do que venha a acontecer, tamanha obstinação com a reoneração da folha não tem nada que ver com apego à Constituição ou à lei. Na entrevista, Durigan deixou claro que, sem a reoneração da folha, o governo será obrigado a alterar a meta fiscal. “Todas as providências vão ser tomadas para a gente fechar o Orçamento. Se de fato o que nós estamos apresentando não vingar, não resta outra alternativa, aí você tem de mexer na meta”, disse o secretário executivo.

Já é consenso que o governo não conseguirá zerar o déficit neste ano e que a meta terá de ser alterada em março. Segundo o último Boletim Focus, o mercado espera um rombo equivalente a 0,80% do Produto Interno Bruto (PIB).

Para ter uma ideia, de janeiro a novembro do ano passado, as contas do setor público consolidado – que incluem União, Estados, municípios e estatais, exceto Petrobras e Eletrobras – registraram um saldo negativo de R$ 119,551 bilhões, segundo o Banco Central (BC). Para o Tesouro Nacional, o déficit de 2023 será de 1,32% do PIB; para o BC, ficará entre 1,6% e 1,7% do PIB; já a mediana das projeções do Boletim Focus passou para 2%.

Em quaisquer desses cenários, já seria difícil zerar esse rombo de um ano para o outro. Mas, se a ideia é apostar somente na recuperação de receitas e não mexer nas despesas, atingir esse objetivo se torna algo realmente impossível.

Assim, para não ter de admitir essa derrota mais que esperada e reconhecer que terá de mudar a meta, o Ministério da Fazenda decidiu culpar a desoneração da folha de pagamento – cujo impacto, segundo a própria pasta informou na exposição de motivos da medida provisória, será de R$ 12 bilhões neste ano.

É um valor considerável, mas longe de ser a única ou a principal razão pela qual o déficit zero não será atingido. As emendas parlamentares, por exemplo, somarão R$ 53 bilhões no Orçamento deste ano, e o fundão eleitoral terá R$ 4,9 bilhões para financiar as disputas municipais.

Não se vê, por parte do governo, mais do que um discurso vago e teórico em favor da qualidade dos gastos. Algumas das principais lideranças do PT atuam aberta e explicitamente contra toda e qualquer medida do ministro. Mas culpar a prorrogação da desoneração da folha de pagamento vai evitar que o ministro tenha de comprar uma briga que ele não tem como vencer com o presidente Lula da Silva. O roteiro para mudar a meta está pronto.

O Estado de S.Paulo - SP   10/01/2024

Todo início de ano, fazemos na Eurasia Group uma reflexão sobre os principais riscos geopolíticos nos próximos 12 meses. Deixamos de lado eventos com baixas chances de ocorrer. Focamos apenas naqueles que fazem parte do nosso cenário base, e para os quais precisamos nos preparar com o máximo de atenção.

Mais uma vez, o Brasil não está entre os dez maiores riscos geopolíticos do mundo. O maior risco de todos vem das eleições americanas, em novembro. A democracia norte-americana é a mais disfuncional, de longe, entre os países desenvolvidos, e isso tem repercussões sérias para todo o mundo. Outros riscos destacados no relatório incluem as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia, o mau uso da inteligência artificial, e as disputas comerciais em torno dos minerais críticos para a produção de baterias e semicondutores.

Nesse exercício, podemos pensar também sobre a atual posição do Brasil no mundo. Ainda que o país não esteja entre os principais atores globais, ele se beneficia de algumas tendências apontadas no relatório.

Começando pelas boas notícias. Primeiro, o Brasil pode se beneficiar do realinhamento dos fluxos de investimentos globais decorrentes da instabilidade no Oriente Médio e conflitos como o da Ucrânia. A disputa por minerais essenciais para a economia verde e digital é uma dessas oportunidades. O país possui, por exemplo, o terceiro maior depósito de grafite do mundo — item crítico para a produção de veículos elétricos. A ameaça chinesa de controlar as exportações já levou empresas a acelerar investimentos em minas na Bahia. O Brasil também tem reservas substanciais de níquel, fosfato e terras raras. Isso sem falar da posição privilegiada do Brasil como fornecedor de alimentos e energia limpa.

Os riscos vêm de outros lados. As eleições nos EUA nos lembram de questões internas problemáticas que, em sua maior parte, estiveram adormecidas em 2023. Assim como os EUA, o Brasil é um país profundamente dividido e polarizado, no qual a confiança na imprensa, na justiça e nos líderes políticos é estruturalmente baixa.

Mas as eleições nos EUA não servem apenas como espelho para a democracia brasileira e seus problemas. O país também deve se preparar para a possível volta de Donald Trump ao poder nos EUA. Se isso acontecer, as relações entre os dois países devem esfriar e se tornar significativamente mais voláteis. Nesse cenário, as empresas brasileiras poderão sofrer com a imposição de novas tarifas e políticas comerciais ainda mais agressivas que no primeiro mandato de Trump. A cooperação ambiental, por sua vez, incluindo fundos para o combate ao desmatamento e outros investimentos verdes, enfrentará mais dificuldades.

O relatório cita ainda riscos econômicos, como aqueles associados a um desempenho mais fraco da economia chinesa. O menor crescimento econômico chinês, maior parceiro comercial do Brasil, prejudica o crescimento e a arrecadação de impostos.

Em suma, 2024 não será um ano comum. Mudanças importantes nos aguardam neste próximo ano, para o bem ou para o mal. Na presidência do G-20, e em outros fóruns internacionais, o Brasil e as empresas nacionais poderão, no mínimo, se preparar melhor para os grandes desafios à frente, e também intervir para combaterem esses riscos na medida do possível. Para quem quiser ler o relatório completo, pode ser acessado aqui.

Infomoney - SP   10/01/2024

A diretora do Federal Reserve (Fed), Michelle Bowman, disse nesta segunda-feira (8) que a política monetária do banco central americano já é restritiva o suficiente para trazer a inflação de volta à meta de 2%, caso mantida no patamar atual pelo tempo necessário.

Em discurso durante conferência da Associação de Banqueiros Comunitários da Carolina do Sul, Bowman disse que ainda está disposta a votar por uma alta de juros caso o progresso contra a inflação entre em uma fase de estagnação, mas ela afirmou estar confiante de que a inflação está no caminho certo.

“Se a inflação continuar a cair para mais perto do nosso objetivo de 2%, será apropriado iniciar o processo de redução da nossa taxa para evitar que a política se torne excessivamente restritiva”, afirmou a diretora, que tem direito a voto nas reuniões do Fomc.
Ela destacou ainda que este ainda não é o momento para começar a discussão, e ao pontuar que, agora, oferta e a demanda no mercado de trabalho americano estão em melhor equilíbrio.

IstoÉ Dinheiro - SP   10/01/2024

O Banco Mundial prevê que a economia da China enfrentará uma desaceleração este ano e no próximo, em meio à cautela de consumidores e à medida que riscos persistentes no mercado imobiliário pressionam os investimentos. No relatório Prospectos da Economia Global, divulgado nesta terça-feira, 9, a instituição projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) chinês crescerá 4,5% em 2024 e 4,3% em 2025, após o avanço estimado de 5,2% em 2023. Na edição anterior, de junho, as projeções eram de expansão de 5,6% em 2023, 4,6% em 2024 e 4,4% em 2025.

A entidade multilateral avalia que, embora o apoio do governo possa impulsionar os gastos com infraestrutura, há espaço fiscal limitado a nível das administrações locais para uma política expansionista.

“Ventos contrários estruturais devido ao aumento do endividamento, uma força de trabalho envelhecida e em contração, e menor espaço para recuperação de produtividade deverão pesar sobre a atividade econômica”, afirma a instituição.

Para o restante dos emergentes, a expectativa do Banco Mundial é de que a piora no cenário chinês seja compensada por um desempenho econômico mais firme em outras regiões.

A instituição projeta que a economia desses países, em bloco, terá alta de 3,9% este ano e de 4,0% no próximo.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   10/01/2024

Os contratos futuros de minério de ferro caíram nesta terça-feira pela quarta sessão consecutiva, embora em um ritmo mais lento, já que as siderúrgicas da China, principal mercado consumidor do minério, permaneceram cautelosas com o reabastecimento antes do feriado em meio à fraca demanda de aço.

O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China reduziu parte de suas perdas anteriores, fechando o dia com queda de 0,25%, a 994 iuanes (138,82 dólares) por tonelada, após uma queda de 1,1% na segunda-feira.

O minério de ferro de referência para fevereiro na Bolsa de Cingapura também reduziu as perdas na sessão da tarde, caindo 0,11%, para 137,85 dólares por tonelada.

“Com a queda contínua na demanda por produtos de aço para construção, tanto os traders de aço quanto os consumidores de aço ‘downstream’ mostraram interesse limitado em reabastecer os produtos de aço, o que prejudicou o entusiasmo das usinas em reabastecer as matérias-primas”, disseram analistas da Huatai Futures em uma nota.

No entanto, os analistas esperam apoio persistente de uma possível enxurrada de compras nas próximas semanas para sustentar a produção durante a semana de feriado do Ano Novo Lunar, juntamente com uma diferença de preço relativamente grande nos mercados à vista e futuro.

“O sentimento do mercado está obviamente mais fraco no momento, mas é provável que os preços se consolidem em um nível relativamente alto, uma vez que os fundamentos de oferta e demanda continuarão apertados”, escreveram os analistas da Galaxy Futures em uma nota.

Uma desestocagem de minério de ferro nos principais portos será observada no primeiro semestre do ano, quando a oferta costuma ser limitada por fatores sazonais, disseram eles, acrescentando que será difícil ver um grande salto na oferta global no período.

Revista Mineração - SP   10/01/2024

Após décadas de desafios, exploração de minério de ferro nas montanhas de Simandou deve sair do papel, com investimentos de US$ 20 bilhões.

O grupo Rio Tinto se aproxima de dar o passo inicial para a exploração de minério de ferro nas montanhas de Simandou, na Guiné, no continente africano.

Considerado o maior projeto de mineração do mundo, a previsão é de um investimento de US$ 20 bilhões para a construção de duas minas, uma ferrovia e um porto. A produção deve incrementar cerca de 5% ao volume de fornecimento global.

A licença para explorar minério de ferro no país africano foi concedida à multinacional em 1997, no entanto, contratempos e desafios políticos não permitiram que o projeto se concretizasse até agora.

Em publicação recente, o Financial Times informou que as obras devem começar ainda este ano e a mineradora já recebeu autorização de Pequim para iniciar as atividades, incluindo da maior acionista do grupo, a estatal chinesa Chinalco.

De acordo com o jornal britânico, já existem funcionários trabalhando na ferrovia e o planejamento prevê o início da construção das plantas ainda este ano.

A expectativa da Rio Tinto é que a produção inicial de minério de ferro aconteça em 2025 e que alcance a capacidade máxima de 60 milhões de toneladas por ano em 2028.

O projeto de Simandou se destaca pela qualidade do minério de ferro que será extraído, que tem uma concentração média de aço de mais de 65%, uma das mais altas do mundo, similar ao minério de ferro do Projeto S11D (66,7%), em Carajás, o maior negócio da Vale.

O chamado minério ‘high-grade’ tem valor agregado por ser usado em processos mais sustentáveis de produção de aço, uma das principais apostas das siderúrgicas para reduzir as emissões.
Mais detalhes do projeto

Devido ao tamanho e custo do projeto, a Rio Tinto deve utilizar de parceiros para viabilizar o projeto, dentre eles, o Governo de Guiné e pelo menos sete outras empresas, incluindo cinco chinesas.

Uma das minas do Simandou, o projeto Simfer, prevê a construção da planta em parceria com um consórcio liderado pela Chinalco.

Outra mina será construída pela Baowu no projeto WCS em colaboração com um consórcio liderado pelo Winning International Group, com expectativa de financiamento para a construção de uma ferrovia de 552 quilômetros.

A multinacional e o consórcio da Chinalco também terão que financiar um trecho adicional da ferrovia, de 70 quilômetros, que vai ligar sua mina com a linha principal da ferrovia.

A estimativa é que o share da Rio Tinto no capex do projeto fique em torno de US$ 6,2 bilhões.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Grandes Construções - SP   10/01/2024

O Índice de Confiança da Construção (ICST) do FGV IBRE manteve relativamente estável em dezembro ao variar -0,2 ponto, para 96,0 pontos. Na média móvel trimestral, o índice recuou 0,7 ponto.

“O ICST consolidou uma posição de pessimismo moderado, que prevaleceu ao longo do ano. De fato, o ano de 2023 não foi de crescimento robusto: o percentual de assinalações de melhora da atividade se reduziu na comparação interanual. O balanço do ano também mostra que a Infraestrutura esteve à frente de Edificações”, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.

“A área de infraestrutura foi favorecida pelo crescimento dos investimentos públicos e privados, enquanto o mercado imobiliário sofreu mais com as altas taxas de juros. De todo modo, em relação a dezembro de 2022, as duas áreas chegam ao final do ano com expectativas melhores em relação à demanda dos próximos meses, sinalizando um início de ano mais promissor.”

A ligeira queda do ICST no último mês do ano resultou principalmente da piora na percepção dos empresários sobre o momento atual.
O Índice de Situação atual (ISA-CST) recuou 0,4 ponto, para 94,2 pontos, menor nível desde julho de 2023 (94,0 pontos).

Essa queda foi influenciada exclusivamente pelo indicador de situação atual dos negócios que caiu 0,9 ponto para 92,4 pontos. O outro componente do ISA-S, o indicador que mede o volume da carteira de contrato variou 0,1 ponto, para 96,0 pontos.

O Índices de Expectativas (IE-CST) se manteve relativamente estável ao variou -0,1 ponto, para 98,0 pontos, o menor nível desde agosto deste ano (97,4 pontos).

Os dois componentes do IE-S tiveram variações no sentido contrário, o indicador de demanda prevista para os próximos 3 meses subiu 0,7 ponto, para 100,7 pontos, enquanto o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses caiu 0,8 ponto, para 95,3 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção diminuiu 0,2 ponto percentual (p.p.), para 78,8%. Os Nucis de Mão de Obra e de Máquinas e Equipamentos diminuíram 0,1 e 1,0 p.p., para 80,0% e 72,5%.

Limitação – A competição entre as empresas, as dificuldades de acesso ao crédito e a escassez de mão de obra qualificada foram as limitações que tiveram o maior aumento de assinalações na comparação com dezembro de 2022.

A competição é inerente ao setor, mas acentua-se em momentos de desaceleração, o que deve se atenuar com o crescimento previsto. Da mesma forma, a redução das taxas de juros deve diminuir as dificuldades das empresas em 2024.

No entanto, as expectativas de crescimento da demanda indicam que a escassez de trabalhador pode continuar dificultando a retomada setorial.

FERROVIÁRIO

Investing - SP   10/01/2024

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está elaborando um pacote de regras para ressuscitar o transporte de passageiros por trilhos. Uma das principais alternativas em estudo é realizar concessões para construção e operação de ferrovias exclusivas para locomoção humana. A regulamentação funcionará como complemento do Marco das Ferrovias.

A Política do Transporte Ferroviário de Passageiros foi colocada em consulta pública pelo Ministério dos Transportes, que recebe contribuições até esta 3ª feira (9.jan.2024). Mais de 200 sugestões já foram enviadas. A ideia é que o texto final seja publicado via decreto presidencial nos próximos meses.

Além das concessões, o governo pretende usar investimentos dos contratos existentes de ferrovias de carga na forma de contrapartida. Para isso, pode repactuar concessões vigentes para incluir projetos de trens de passageiros como obrigações. Aportes públicos também devem ser feitos para viabilizar trechos menos atrativos economicamente.

O principal desafio é justamente fazer com que os projetos sejam atrativos aos investidores. Para isso, o modelo de concessão proposto inclui a possibilidade das operadoras explorarem comercialmente espaços nas estações e imóveis nos seus entornos e na faixa de domínio da linha férrea. Há até a opção de venda de naming rights (direitos de nome) dos trechos e estações.

Há ainda a receita com tarifas, que será regulada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). O valor dos bilhetes para os passageiros serão fixados e reajustados observando o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos e a modicidade tarifária.

Além do modelo de concessão, a proposta do governo inclui a possibilidade de um regime de autorização a operadores privados. Ou seja, se uma empresa quiser construir e operar determinada rota não prevista pelo governo, poderá ter autorização para isso. Esse formato não teria leilões nem fixação de tarifas pela ANTT, mas exigiria regras mínimas de prestação de serviço.

A política elaborada pelo governo não traz distinções de trens de média ou alta velocidade, decisão que deve ficar a cargo do investidor.
7 TRECHOS EM ESTUDO

Diversos projetos de trens de passageiros estão em fase de estudo de viabilidade pelo governo. O Poder360 apurou que 7 estão mais avançados. São trechos de, em média, 100 km de extensão ligando grandes municípios e regiões metropolitanas. Ainda não estão definidos os modelos e quais demandarão recursos públicos.

A ideia é ligar cidades polo que contam com ligações deficientes ou sobrecarregadas. A maior ferrovia seria para ligar Sobral a Fortaleza, no Ceará, com mais de 200 km de extensão. As demais seriam no Maranhão, Bahia, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.

No passado, as primeiras ferrovias do Brasil contavam com trens de passageiros, mas o modelo foi sendo abandonado no final do último século pela falta de demanda de lucratividade. Isso levou à escassez de investimentos em melhorias na malha e nas locomotivas, que foram ficando defasadas. Salvaram-se só rotas em que empresas viram oportunidade de exploração turística, como na Serra Gaúcha e em cidades históricas mineiras.

Atualmente, apenas duas ferrovias fazem transporte regular de passageiros no Brasil: as estradas de ferro EFVM (Vitória a Minas) e EFC (Carajás). Os trajetos são:
EFVM – diariamente, um trem parte de Belo Horizonte (MG) e outro de Cariacica, na Grande Vitória (ES). O trajeto é feito em 13 horas. Há também um trem adicional que faz o percurso entre as cidades Itabira e Nova Era, ambas em Minas Gerais; EFC – um trem sai de São Luís (MA) toda 2ª feira, 5ª e sábado; e de Parauapebas (PA) toda 3ª, 6ª e domingo. O trajeto é feito em 16 horas.

Ambas as ferrovias são concedidas à Vale (BVMF:VALE3) e dedicadas ao transporte de minério de ferro. Os trens para pessoas eram um diferencial da companhia em sua fase estatal. Depois de privatizada em 1997, ficou obrigada pelo contrato de concessão a continuar o serviço.
PROMESSAS ANTIGAS

Nas últimas décadas, as principais promessas de ferrovias para passageiros eram as de trens-bala, como no trecho Rio-São Paulo. Chegou a ser criada uma estatal para elaborar o projeto, que depois passou a ser 100% privado.

Em fevereiro de 2023, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) deu autorização para a recém-criada TAV Brasil tocar o empreendimento, mas nada saiu do papel até agora.

Trata-se de um modelo ainda mais caro de construir e operar. Também há dúvidas quanto à demanda, o que compromete a viabilidade econômica. O ministro dos Transportes, Renan Filho, já disse não crer que o empreendimento sairá do papel.

Outro antigo projeto, de um trem de passageiros ligando São Paulo a Campinas, está mais perto de sair do papel. Essa será a 1ª de 4 linhas de TICs (Trens Intercidades) que o governo paulista quer implementar nas principais regiões do Estado. A construção será via concessão e já está com o leilão marcado para 29 de fevereiro.

Revista Ferroviaria - RJ   10/01/2024

O presidente Lula deve sancionar integralmente a nova lei das debêntures de infraestrutura de concessionárias. Com a medida, estima-se que elas possam levantar até R$ 1 trilhão com a emissão desses papéis de dívida no mercado até 2030.

O projeto foi aprovado no fim do ano passado e autoriza que o dinheiro captado no mercado seja usado para financiar projetos de infraestrutura, como a construção de ferrovias ou a duplicação de rodovias.

Somente concessionárias (de aeroportos, rodovias, ferrovias, saneamento, entre outros) poderão emitir esses títulos na praça, remunerando o comprador com juros e correção monetária até o pagamento integral do título.

A vantagem maior, no entanto, é para o emissor, que pode reduzir em 30% dos juros pagos para seus credores (detentores das debêntures) da base de cálculo do Imposto de Renda e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

A ideia é, justamente, que o mercado privado financie mais projetos de infraestrutura.

Após a sanção presidencial, a nova lei deverá ser regulamentada com a especificação, por exemplo, da destinação dos recursos captados.

A lei cria travas para que as debêntures não sejam adquiridas por pessoas ou empresas ligadas ao emissor. As punições em casos de infrações às regras serão de 20% do valor da debênture.

NAVAL

Portal Fator Brasil - RJ   10/01/2024

Entre operações de exportação, importação e transbordo, passaram pelo atracadouro pernambucano 80.647 automóveis de janeiro a dezembro de 2023.

O ano começou com uma excelente notícia para o Hub de Veículos do Complexo Industrial Portuário de Suape, localizado na Região Metropolitana do Recife. De janeiro a dezembro de 2023, houve crescimento de 42% na movimentação de automóveis em relação ao ano anterior. No total, 80.647 unidades passaram pelo porto, entre operações de exportação, importação e transbordo, tornando o hub o mais movimentado do Norte/Nordeste. No ano passado, a atividade mobilizou 56.932 veículos.

—É um setor em franca expansão, consolidando a posição estratégica de Suape no país e no mercado internacional. Estamos investindo na dragagem do porto, em inovação e em tecnologia, para proporcionar, cada vez mais, celeridade aos processos internos das operações de carga e de entrada e saída das embarcações. As expectativas são as melhores possíveis. Com isso, vamos diversificar ainda mais os tipos de mercadorias que chegam ou saem de Suape —afirma o diretor-presidente da estatal portuária, Marcio Guiot.

Marcio Guiot pontua a importância das obras de dragagem do porto. A intervenção, tanto no canal externo quanto no canal interno, permitirá a atracação de embarcações de até 366 metros de comprimento com sua capacidade máxima, gerando aumento exponencial no volume de cargas movimentadas no atracadouro. Isso inclui os navios ro-ro, que fazem o transporte de veículos, e os porta-contêineres.

A última etapa da dragagem do canal externo deverá ser concluída em abril deste ano. A ação colocará o porto em posição de destaque no cenário portuário mundial, possibilitando a atracação de navios petroleiros do tipo Suezmax, tornando o porto ainda mais atrativo para o mercado internacional. A obra permitirá o aprofundamento do canal em 20 metros. Já a obra do canal interno teve o edital de licitação lançado no final de dezembro e o prazo de conclusão da primeira etapa, incluindo o certame, é de oito meses. Ao final da intervenção, ficará com 16,2 metros de profundidade.

Megaoperações —No dia 15 de maio, Suape registrou omaior embarque de veículos em uma única operação em seus 45 anos de fundação. A proeza foi realizada pelo navio Grande Guinea, de bandeira italiana, que movimentou três mil unidades da Stellantis com destino ao Porto de Veracruz, o maior porto do México, país da América do Norte.

Já no mês de agosto, aconteceu uma outra megaoperação de embarque e desembarque de veículos, realizada pelo Canadian Highway, de bandeira panamenha, que atracou em Pernambuco para desembarcar unidades importadas da Volkswagen, Toyota e General Motors e, posteriormente, embarcar modelos fabricados no polo automotivo da Stellantis, localizado em Goiana, Zona da Mata Norte do Estado.

Tecnologia —A estatal mantém parceria com o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR), que tem por finalidade promover a digitalização dos processos, sendo fundamental para as operações se tornarem mais ágil e eficiente e se conectarem em tempo real aos agentes portuários envolvidos nas movimentações de Suape, a exemplo do Hub de Veículos.

Em 2023, o sexto atracadouro mais movimentado do país manteve, até novembro, a liderança nacional na movimentação de granéis líquidos e no transporte de cabotagem, além de primeiro lugar no transporte de contêineres. Os números referentes ao balanço geral do ano vão ser consolidados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), na segunda quinzena deste mês.

Valor - SP   10/01/2024

O ministro também afirmou que Lula está empenhado a avançar com a pauta portuária e aeroportuária brasileira

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos) afirmou nesta terça-feira (9) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve visitar o Porto de Santos (SP), na primeira semana de fevereiro para fazer algumas inaugurações e uma série de anúncios.

Costa Filho não explicitou que anúncios são esses, mas mencionou a viagem ao citar a construção do túnel que ligará a cidade de Santos ao Guarujá, no litoral paulista. A construção do túnel submerso que unirá as duas cidades litorâneas é uma das principais obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), deve custar cerca de R$ 5 bilhões e ter a duração de pelo menos dois anos.

Em coletiva, o ministro defendeu a importância do Porto de Santos para a economia nacional. “O Porto de Santos hoje representa 30% para a corrente de exportação do Brasil, gera milhares de empregos e tem impacto importante no agronegócio brasileiro”, disse.

O ministro também afirmou que Lula está empenhado a avançar com a pauta portuária e aeroportuária brasileira. Neste sentido, o ministro afirmou que o Porto de Itajaí, em Santa Catarina, que hoje está inviabilizado, é uma das prioridades da pasta.

"O presidente Lula nos deu orientação de tirar o Porto de Itajaí o quanto antes do papel", disse. "A empresa que ganhou o contrato temporário tem seis meses para colocar as atividades em operação. E também queremos anunciar a concessão de 25 anos deste porto", complementou.

Costa Filho não explicitou que anúncios são esses, mas mencionou a viagem ao citar a construção do túnel que ligará a cidade de Santos ao Guarujá, no litoral paulista — Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

PETROLÍFERO

Monitor Digital - RJ   10/01/2024

A produção total de petróleo bruto e gás natural da China ultrapassou 390 milhões de toneladas de petróleo equivalente em 2023, atingindo um recorde histórico, disse a Administração Nacional de Energia nesta terça-feira.

A produção de petróleo bruto do país atingiu 208 milhões de toneladas no ano passado, aumentando em mais de 3 milhões de toneladas em comparação com o nível registrado em 2022, disse Liu Hong, funcionária da administração. O número também representa um aumento na produção de quase 19 milhões de toneladas em comparação com o nível de 2018, disse Liu.

Especificamente, a produção de petróleo bruto offshore atingiu 62 milhões de toneladas, o que contribuiu com mais de 60% do aumento total da produção de petróleo do país. A produção de óleo de xisto ultrapassou 4 milhões de toneladas, representando um recorde.

A produção de gás natural atingiu 230 bilhões de metros cúbicos no ano passado, mantendo um aumento anual de 10 bilhões de metros cúbicos pelo sétimo ano consecutivo, disse Liu.

Valor - SP   10/01/2024

A última vez que a Petrobras reajustou os preços da gasolina foi em 19 de outubro, quando divulgou corte de R$ 0,12; desde então, o Brent já caiu 15,11%

A gasolina vendida pela Petrobras nas refinarias tem ficado mais cara que os preços praticados internacionalmente. Segundo dados levantados pelo Valor, o combustível está até R$ 0,27 acima do preço de paridade de importação (PPI), de acordo com a consultoria StoneX.

A última vez que a Petrobras reduziu o preço da gasolina foi em 19 de outubro, quando cortou o litro em 4,1% nas refinarias. No diesel, foram feitas duas reduções após essa data: uma em 7 de dezembro -de 6,67% - e outra em 26 de dezembro, de 7,94%.

A volatilidade das cotações internacionais do petróleo tipo Brent tem deixado os mercados em alerta sobre os impactos no cenário doméstico. Na segunda-feira (8), o Brent caiu 3,35%. Ontem (9), a commodity subiu 1,78% e fechou aos US$ 77,26 por barril. O Brent acumula alta de 0,46% em 2024.

Os cálculos da StoneX, que indicam que o preço da gasolina da Petrobras nas refinarias está R$ 0,27 mais caro do que o PPI, têm como base o fechamento do petróleo de ontem. O diesel está R$ 0,05 mais caro que o PPI, segundo a consultoria.

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a oferta limitada de petróleo no mercado internacional pressiona os preços. Para a associação, a gasolina da Petrobras está R$ 0,15 acima do PPI. O diesel está R$ 0,17 abaixo da paridade, segundo o cálculo da Abicom.

A alta do petróleo na terça-feira (9) se deu por conta de um movimento de correção após as perdas do dia anterior, quando a a Saudi Aramco, petroleira estatal da Arábia Saudita, anunciou cortes nos preços.

Segundo relatório do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a decisão da Saudi Aramco foi além dos preços: “A decisão reforçou a ideia de que um dos maiores produtores da commodity no mundo vê uma demanda reduzida nos próximos meses. Corroborando com o movimento negativo, um relatório da ShippingWatch trouxe informações de que algumas companhias de frete realizaram acordos com grupos extremistas locais para garantir uma travessia segura através do Mar Vermelho.”

Para o CBIE, a gasolina da Petrobras está R$ 0,21 acima do PPI, e o diesel, R$ 0,09 abaixo.

A última vez que a Petrobras reajustou os preços da gasolina, no dia de 19 de outubro, ela divulgou corte de R$ 0,12. Desde então, o Brent já caiu 15,11%.

Em todo o ano de 2023, quando instituiu uma nova política de preços, a Petrobras realizou mais reduções do que aumentos na gasolina e no diesel, ajudada por uma conjuntura internacional favorável, que fez cair as cotações do petróleo em relação a 2022.

No ano passado, a estatal fez nove mudanças no diesel, sendo sete reduções e dois aumentos. Na gasolina, foram sete movimentos, sendo cinco quedas e duas altas de preços. No ano, a gasolina acumulou recuo de 8,7% em relação a 2022 e o diesel, queda de 22,5%.

O petróleo começou 2023 aos US$ 82,12 e encerrou aos US$ 76,91 por barril, queda de 10,2%. No ano passado, a gasolina sofreu apenas dois aumentos: um de 7,47%, em janeiro, e outro de 16,27%, em agosto. O diesel também foi elevado apenas duas vezes, uma em agosto, de 25,83%, e outra em outubro, de 6,58%.

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