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09 de Maio de 2024

SIDERURGIA

Diário do Aço - MG   09/05/2024

O setor siderúrgico reagiu com cautela e moderação à decisão do governo em estabelecer cotas de importação e novas alíquotas para onze produtos siderúrgicos importados da China, caso as referidas cotas sejam superadas. Foi uma ótima notícia para o setor, é verdade. Porém, num país onde até o passado é incerto, melhor agir com muita cautela.

Isto porque a decisão tomada pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) foi, ao que tudo indica, fruto de muito trabalho e negociações. Havia conflito de interesses entre a indústria siderúrgica brasileira e o setor produtor de bens de consumo duráveis, que utilizam aço como matéria prima. Para este último, aço barato garante bons lucros. E mais: argumentavam que a elevação das alíquotas sobre produtos importados poderia gerar inflação.

Num país onde não existe política industrial clara, prevalece o jogo de interesses, as pressões e contrapressões e a luta de bastidores.

A decisão do Camex exala esta realidade. Tem validade de um ano. Restringe-se a onze produtos siderúrgicos importados, sendo que outros quatro estão sendo estudados. As importações dos onze produtos citados permanecerão com as alíquotas atuais, que são muito baixas, até o limite das cotas estabelecido pela Camex (130% do volume médio das importações nos anos 2020/2022 onde as alíquotas ainda eram elevadas). Superadas as cotas, as alíquotas do imposto se elevarão dos atuais 9 e 14,4% para 25%.

Segundo os analistas de mercado, estas cotas serão atingidas até o meio do ano. Assim, a partir daí, as compras internas de aço devem se aquecer.

A decisão ainda vai passar pela análise dos outros países do Mercosul e só após o Ministério da Fazenda vai publicar a Resolução com as Novas alíquotas.

E o Ministério da Indústria e Comércio (MDIC) vai ficar de olho: “Durante os 12 meses, o governo vai monitorar o comportamento do mercado. A expectativa do governo é que a decisão contribua para reduzir a capacidade ociosa da indústria siderúrgica nacional”, informou a Agencia Brasil.

O Instituto Aço Brasil já vinha declarando que a situação do setor era "dramática", afirmando que a concorrência chinesa era "desleal e predatória".
“Num país onde não existe política industrial clara, prevalece o jogo de interesses, as pressões e contrapressões e a luta de bastidores”

Valeram as pressões. Levando-se em conta as variáveis acima, foi uma vitória espetacular do Setor. E, devido ao quadro de pressões e contrapressões descrito acima, nada de estourar foguetes ou fazer marola.

USIMINAS: MAIOR BENEFICIADA?

Segundo o Itaú BBA, a Usiminas seria a siderúrgica mais beneficiada, pelo fato do seu mix de produtos destinados ao mercado interno ser próximo dos onze itens que serão beneficiados pela medida: Produtos laminados planos de ferro e aço não ligado; folheados; não folheados; revestidos; não revestidos e galvanizados; laminados a quente; em rolos, agrupados aqui num breve resumo.

Esperamos que seja verdade e que as vendas da empresa se elevem. A empresa merece pela sua tradição e pelo excelente trabalho da sua equipe.

Ainda segundo o Banco, a Usiminas precisou de abafar um dos seus altos fornos em dezembro do ano passado e "admitiu a possibilidade de uma segunda paralisação temporária em outro deles em janeiro deste ano".

Além disso, os resultados financeiros do primeiro trimestre deste ano demonstraram uma lucratividade relativamente pequena. E, segundo analistas, expuseram uma empresa muito alavancada, uma vez que sua dívida líquida se mostrou superior ao chamado EBITDA (resumidamente, lucro bruto).

Agora, novas possibilidades se abrem. A siderurgia brasileira pode alavancar nossa indústria, contribuindo para o fortalecimento de inúmeros setores econômicos, pois seus efeitos para frente na cadeia produtiva são decisivos - indústria automobilística; construção naval; bens duráveis -.

Seria decisivo para o setor estabelecer canais institucionais de diálogo que encaixassem a siderurgia numa das missões do programa federal Nova Indústria Brasil, que pretende redesenhar nossa base produtiva. Uma forma de continuar este brilhante trabalho que conquistou vitória tão importante.

Parabéns ao ministro Alckmin que, mesmo sendo paulista, de onde partia a maior oposição à elevação das alíquotas de importação, posicionou-se de forma equilibrada e republicana, equacionando interesses divergentes.

Mais ainda: não se deixou influenciar pelo posicionamento hostil ao Governo de entidades da indústria de transformação, além da confessa preferência política de líderes empresariais, CEOs e Conselheiros de empresas, de clara oposição ao Governo.

Valor - SP   09/05/2024

Análise dos elementos de prova de dumping considerou o período de outubro de 2022 a setembro de 2023, disse o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

O governo federal iniciou nesta quarta-feira investigação sobre “prática de dumping nas exportações” de tubos de aço inoxidável austenítico com origem na Índia e em Taiwan “e de dano à indústria doméstica resultante de tal prática”. A decisão foi publicada em circular, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), no Diário Oficial da União (DOU).

Na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), os produtos correspondem aos números 7306.40.00 e 7306.90.20.

“A análise dos elementos de prova de dumping considerou o período de outubro de 2022 a setembro de 2023”, diz a pasta. “Já o período de análise de dano considerou o período de outubro de 2018 a setembro de 2023.”

ECONOMIA

Agência Brasil - DF   09/05/2024

A alta recente do dólar e o aumento das incertezas fizeram o Banco Central (BC) diminuir o ritmo do corte de juros. Por 5 votos a 4, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic, juros básicos da economia, em 0,25 ponto percentual, para 10,5% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros .

Essa foi a sétima vez consecutiva que o Copom reduziu a Selic. No entanto, a velocidade dos cortes diminuiu. De agosto do ano passado até março deste ano, o Copom tinha reduzido os juros básicos em 0,5 ponto percentual a cada reunião.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, desempatou a decisão ao votar por um corte de 0,25 ponto. Além de Campos Neto, votaram por essa redução os seguintes diretores Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes, indicados pelo governo anterior. Votaram por uma redução de 0,50 ponto percentual os seguintes membros: Ailton de Aquino Santos, Gabriel Muricca Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira, indicados pelo atual governo.

Em comunicado, o Copom informou que o cenário internacional se agravou e que a inflação subjacente, que elimina preços mais voláteis, está acima da meta de inflação. Além disso, o comunicado defendeu que o arcabouço fiscal aprovado no ano passado tenha credibilidade. Ao contrário das últimas reduções, o Banco Central não deu nenhuma indicação sobre o que fará nos próximos encontros.

“O comitê acompanhou com atenção os desenvolvimentos recentes da política fiscal e seus impactos sobre a política monetária. O comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, destacou o texto.

A taxa está no menor nível desde fevereiro de 2022, quando estava em 9,75% ao ano. De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas, quando começou a ser reduzida.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic estava em 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
Inflação

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em março, o indicador ficou em 0,16% e acumula 3,93% em 12 meses. Após um repique em fevereiro, a inflação desacelerou em março, por causa de alimentos, bebidas e transporte.

O índice em 12 meses está exatamente no teto da meta de inflação. Para 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não podia superar 4,5% nem ficar abaixo de 1,5% neste ano.

No Relatório de Inflação divulgado no fim de março pelo Banco Central, a autoridade monetária manteve a estimativa de que o IPCA fecharia 2024 em 3,5% no cenário base. A projeção, no entanto, pode ser revista na nova versão do relatório, que será divulgada no fim de junho.

As previsões do mercado estão mais otimistas que as oficiais. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 3,73%, abaixo portanto do teto da meta. Há um mês, as estimativas do mercado estavam em 3,76%.
Crédito mais barato

A redução da taxa Selic ajuda a estimular a economia. Isso porque juros mais baixos barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais baixas dificultam o controle da inflação. No último Relatório de Inflação, o Banco Central aumentou para 1,9% a projeção de crescimento para a economia em 2024.

O mercado projeta crescimento um pouco melhor. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 2,05% do PIB em 2024.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

Globo Online - RJ   09/05/2024

Apesar da queda de preços da soja, do ferro e do petróleo, o superávit da balança comercial subiu em abril. No mês passado, o país exportou US$ 9,041 bilhões a mais do que importou, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

O resultado representa alta de 13,7% em relação ao mesmo mês do ano passado e é o segundo melhor para meses de abril, só perdendo para o recorde de abril de 2021, de US$ 9,963 bilhões.

A balança comercial acumula superávit de US$ 27,736 bilhões nos quatro primeiros meses de 2024. Esse é o maior resultado para o período desde o início da série histórica, em 1989. O valor representa alta de 17,7% em relação aos mesmos meses do ano passado.

Em relação ao resultado mensal, as exportações cresceram em ritmo maior do que as importações. Em abril, o Brasil vendeu US$ 30,92 bilhões para o exterior, aumento de 5,7% em relação ao mesmo mês de 2023. As compras do exterior somaram US$ 21,879 bilhões, alta de 2,2%.

Parte dessa alta se deve ao maior número de dias úteis em abril deste ano, porque, em 2024, o feriado prolongado da Semana Santa caiu em março.

Do lado das exportações, a alta no volume de petróleo, de açúcar e de combustíveis foram os principais fatores para a alta. Esse aumento ajudou a compensar a queda na exportação de soja, cuja safra terminou, e de veículos automotores, afetados pela crise na Argentina.

Do lado das importações, o recuo nas aquisições de fertilizantes e derivados e de compostos químicos foi o principal responsável por conter a alta nas compras externas.

Após baterem recorde em 2022, após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, as commodities recuam desde a metade de 2023. O preço do minério de ferro, que vinha subindo há alguns meses, caiu por causa da desaceleração econômica da China, a principal compradora do produto.

No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu 22,5%, puxados pelo maior número de dias úteis e pelo petróleo, enquanto os preços caíram 6,8% em média na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nas importações, a quantidade comprada subiu 24,8%, impulsionada pela recuperação da economia, mas os preços médios recuaram 8,1%.

Rio Grande do Sul

Em relação às enchentes no Rio Grande do Sul, o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Herlon Brandão, explicou que o desastre climático só se refletirá na balança comercial a partir de maio. Segundo ele, como a maior parte da safra de soja foi colhida, os efeitos ainda precisam ser avaliados, não só de produtos afetados como do impacto sobre a estrutura de escoamento das exportações do estado.

Brandão destacou que o Rio Grande do Sul é o sexto maior estado exportador do país, representando 6,6% de todo o valor vendido pelo Brasil ao exterior no ano passado. O produto mais exportado pelo Rio Grande do Sul é a soja, que concentra 18% do total vendido ao exterior.

Estimativa

Em abril, o governo revisou para baixo a projeção de superávit comercial para este ano. A estimativa caiu de US$ 94,4 bilhões para US$ 73,5 bilhões, queda de 25,7% em relação a 2023. A próxima projeção será divulgada em julho.

Segundo o MDIC, as exportações cairão 2,1%, encerrando o ano em US$ 332,6 bilhões. As importações subirão 7,6% e fecharão o ano em US$ 259,1 bilhões. As compras do exterior deverão subir por causa da recuperação da economia, que aumenta o consumo, num cenário de preços internacionais menos voláteis do que no início do conflito entre Rússia e Ucrânia.

As previsões estão mais pessimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 79,75 bilhões neste ano.

Globo Online - RJ   09/05/2024

O Banco Central deu duas más notícias. Ele está dividido, e por uma clivagem política. Os indicados pelo presidente Lula votaram a favor de um corte maior de juros. Os indicados por Bolsonaro reduziram o tamanho do corte. A segunda má notícia é que os juros caíram menos do que nos últimos meses, apesar de o país estar com uma inflação abaixo de 4% e com projeções inflacionárias estarem muito perto da meta. Para um Banco Central com poucos anos de independência é muito ruim passar a impressão de que eles se dividem por tendência política, mesmo que não seja esse o motivo que os levou aos votos que deram.

Há duas visões sobre o momento atual e cada um tem motivos técnicos para sustentar a sua opinião. Houve no último mês um aumento da preocupação em relação à política monetária americana. Os juros talvez nem caiam este ano. E isso nos atinge pela capacidade de absorção da poupança global que tem a dívida americana. Aqui dentro os sinais de pressão fiscal de fato aumentaram nos últimos dois meses. Isso estava na mente de quem votou por um corte de apenas 0,25 ponto percentual.

Por outro lado, a inflação está sob controle, em nível baixo, e os juros que, a partir de hoje, caíram para 10,5% permanecem altos demais para uma economia na situação em que está: inflação baixa, crescimento pequeno, desemprego em queda, mas sem gerar pressões inflacionárias. Os que votaram por um corte de meio ponto tinham isso em mente.

Cada lado pode justificar tecnicamente o seu voto, mas tudo o que não poderia acontecer é o BC dar a impressão de que o voto depende de quem indicou. E que no futuro o Banco Central será mais leniente com a inflação, quando forem maioria os indicados de Lula. Mesmo que não seja assim, é como ficou parecendo,

Há outro problema. No último comunicado o Banco Central falou em um corte da mesma magnitude na próxima reunião. No meio do caminho deu sinais no sentido inverso. E esses ruídos na comunicação não são bem-vindos.

O que argumentou o comunicado foi que o ambiente externo está mais adverso, porque os juros demoram a cair nos Estados Unidos, e a inflação ainda está alta em muitos países. E alertou que “acompanha com atenção os desenvolvimentos recentes da política fiscal e seus impactos sobre a política monetária”.

Globo Online - RJ   09/05/2024

O racha na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) antecipou a mudança de comando no Banco Central em mais de seis meses, avaliou o ex-secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, hoje sócio-fundador da Oriz Partners. Segundo Kawall, não estava no radar uma divisão tão clara entre os diretores que foram indicados pelo governo atual e aqueles que já estavam na alta cúpula do órgão na gestão de Jair Bolsonaro.

Depois de seis quedas consecutivas de 0,50 ponto porcentual, o Copom decidiu nesta quarta-feira pisar no freio e cortar a Selic em 0,25 ponto porcentual, de 10,75% para 10,50%. Mas a decisão foi apertada, por 5 votos a 4. Os quatro “emissários de Lula” no Copom votaram por uma redução mais forte: Gabriel Galípolo, o mais cotado para assumir o BC no ano que vem, Paulo Picchetti, Ailton Aquino e Rodrigo Teixeira. Os outros diretores, incluindo o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, alvo frequente das críticas do Palácio do Planalto, votaram por 0,25pp. Campos Neto tem voto de minerva.

O mandato do atual presidente termina em 31 de dezembro. Na mesma data, também irão deixar o BC os diretores Carolina Barros e Otávio Damaso. Dessa forma, sete dos nove membros do Copom serão do “time de Lula” em 2025.

---A transição começou desde a indicação dos primeiros diretores pelo Lula, mas, do ponto de vista de mudança de perfil da decisão (de juros), dá para dizer que começou hoje (ontem).

Para Kawall, além do racha, chama atenção no comunicado do Copom que não há explicações para o dissenso na votação e que a divergência não parece estar no diagnóstico, mas na “dose do remédio”. Isso porque o documento mantém o compromisso com a convergência da inflação para a meta de 3,0%, destaca riscos fiscais e externos e diz que a Selic ainda deve ficar em terreno contracionista, que segura a inflação.

Em declarações recentes, Campos Neto afirmou que, no comunicado, só são expostos elementos em que há consenso no Copom e as divergências ficam para ata, um documento mais longo, que será divulgado na próxima terça-feira.

--- O fato de não ter havido esclarecimento sobre o motivo da divergência vai reforçar a ideia de um BC mais ‘suave’ a partir do ano que vem, o que já era uma preocupação latente e, a partir dessa decisão, vai se intensificar.

Em termos práticos, Kawall acredita que as expectativas de inflação devem subir mais, uma vez que um dos motivos por trás da distância entre elas e a meta de inflação de 3,0% é justamente um receio sobre o compromisso do BC em fazer o que for preciso para controlar a inflação a medida em que novos diretores entrem na instituição.

Atualmente, para 2025, ano em que o BC está focado, a expectativa de inflação conforme o Boletim Focus está em 3,64%. Diante desse cenário, o economista também acredita que a moeda brasileira, o real, tende a se enfraquecer, pelo menos até que se tenha mais informações sobre os motivos que levaram à divergência.

MINERAÇÃO

Investing - SP   09/05/2024

Os preços futuros do minério de ferro caíram na quarta-feira em meio ao aumento dos estoques nos portos chineses, apesar das esperanças de maior intervenção no mercado imobiliário do país.

O contrato mais negociado de setembro do minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) na China encerrou o dia com queda de 2,91%, a 866 iuanes (119,85 dólares) a tonelada.

Os preços apagaram os ganhos da alta de 2,63% registrada da segunda-feira, o primeiro dia de negociação após o feriado público do Dia de Maio na China, que ocorreu depois de um comunicado do Politburo dizendo que as autoridades deveriam conduzir pesquisas sobre políticas e medidas para reduzir o estoque de moradias, a fim de prevenir e dissipar o risco no mercado imobiliário.

"Devido ao fim do feriado chinês, a especulação de reposição de estoques de minério de ferro terminou. Além disso, as chegadas ao porto durante os dias úteis de maio continuam a ser altas, e o estoque do porto está em alta sazonal", disse Pei Hao, analista da corretora internacional Freight Investor Services (FIS), com sede em Xangai.

As importações de minério de ferro este ano pela China, o maior consumidor do mundo, devem praticamente igualar o volume do ano passado, em torno de 1,17 bilhão a 1,18 bilhão de toneladas, disse um executivo da mineradora Vale (BVMF:VALE3) na quarta-feira.

Outros ingredientes de fabricação de aço na bolsa de Dalian caíram, com o carvão metalúrgico e o coque recuando 4,72% e 3,91%, respectivamente.

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O Estado de S.Paulo - SP   09/05/2024

A Justiça Federal negou o pedido de cumprimento provisório de sentença, feito pela Advocacia-Geral da União (AGU), que obrigaria Vale, BHP e Samarco a pagar R$ 79,6 bilhões em até 15 dias no processo relativo à reparação de Mariana.

A AGU pleiteava a execução da sentença proferida em janeiro, pelo juízo do TRF-6, que condenou as mineradoras ao pagamento de indenização de R$ 46,7 bilhões, valor que, corrigido, atingiria R$ 79,6 bilhões.

Na decisão, obtida pelo Estadão/Broadcast, o juiz federal substituto Vinicius Cobucci nega o pedido de cumprimento provisório, já que a questão já foi resolvida na decisão original, a qual expressamente afirmou que sua execução seria feita após o trânsito em julgado (quando não cabem mais recursos).

A União pedia ainda que, caso o depósito em juízo não fosse feito no prazo, a Justiça determinasse o bloqueio de ativos financeiros das empresas. Caso a medida fosse insuficiente, as restrições se estenderiam a bloqueio de bens imóveis, bloqueio da distribuição de lucros e dividendos a acionistas, e penhora de 5% do faturamento, segundo o pedido.

A petição da AGU foi apresentada nos autos de ação civil pública, proposta pelo Ministério Público Federal, relativa à tragédia de Mariana, em 2015, quando uma barragem da Samarco (joint venture entre Vale e BHP) se rompeu, provocando a morte de 19 pessoas e um desastre ambiental sem precedentes, poluindo a bacia do Rio Doce, numa contaminação que chegou até a costa do Espírito Santo.

A AGU explicou que as mineradoras já foram condenadas ao pagamento de R$ 47,6 bilhões em danos morais coletivos no âmbito da ação. A sentença foi proferida pela 4ª Vara Federal Cível e Agrária de Belo Horizonte (MG) e prevê que os recursos sejam direcionados ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDDD) para uso exclusivo nas áreas atingidas pelo rompimento da barragem, lembrou a AGU.

Em nota na terça-feira, 7, a Vale disse que só tomou conhecimento pela mídia do pedido da AGU e que iria se manifestar nos autos, após ser formalmente notificada.

“A Vale segue engajada na renegociação do Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), celebrado em 02.03.2016, através de mediação conduzida pelo TRF6, na qual as companhias buscam acordar soluções, em conjunto com União, Estados e órgãos de justiça, que garantam a reparação justa e integral à sociedade, pessoas atingidas e meio ambiente”, diz o documento.

A companhia reafirmou que, até março deste ano, cerca de R$ 37 bilhões foram investidos em remediação e indenização, incluindo aproximadamente R$ 17 bilhões pagos a mais de 430 mil pessoas. Além disso, aproximadamente 85% dos casos de reassentamento para comunidades impactadas pelo rompimento da barragem da Samarco foram concluídos.

A BHP disse na terça, também em nota, que “sempre esteve e segue comprometida com as ações de reparação e compensação relacionadas ao rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, em 2015". No texto, a mineradora concluiu: “Como uma das acionistas da empresa, a BHP Brasil segue disposta a buscar, coletivamente, soluções que garantam uma reparação justa e integral às pessoas atingidas e ao meio ambiente.”

Também em nota na terça, a Samarco disse que “permanece aberta ao diálogo, em busca de soluções consensuais, sempre baseadas em critérios técnicos, ambientais e sociais, que atendam às demandas da sociedade, sobretudo do território diretamente impactado”. A empresa prosseguiu reafirmando seu compromisso e empenho na reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão.

AUTOMOTIVO

IstoÉ Dinheiro - SP   09/05/2024

O Sindipeças, entidade que representa a indústria de autopeças, informou nesta quarta-feira que o maior impacto das enchentes no Rio Grande do Sul nas fábricas do setor aconteceu na região de Porto Alegre, onde muitas linhas estão paradas.

Em Gravataí, poucas fábricas foram afetadas. Embora a General Motors (GM) tenha decidido, como medida de segurança, suspender a produção do Onix até o fim desta semana, a maioria dos fornecedores segue operando em Gravataí, conforme levantamento do Sindipeças.

Nesta quarta, ao participar de entrevista coletiva da Anfavea, a associação das montadoras, o presidente do Sindipeças, Claudio Sahad, disse que, apesar das dificuldades logísticas, existem rotas alternativas que permitem o funcionamento das fábricas de Gravataí. Em Caxias do Sul, onde estão instaladas muitas fábricas de componentes automotivos, as operações não foram afetadas e seguem funcionando regularmente.

“O problema mais sério acontece em Porto Alegre, mas acredito que será superado rapidamente. Não acredito que faltarão componentes para as montadoras. Se houver paradas, serão pontuais e rápidas”, declarou Sahad. Ele pontuou que o Rio Grande do Sul, que responde por 12% do faturamento do setor, é um dos maiores polos de produção de peças do País.

Apesar do comentário, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, relatou que existe preocupação das montadoras sobre a possibilidade de faltar peças, o que levaria a paradas de produção, assim como a respeito do impacto no mercado decorrente das perdas na safra agrícola e das dificuldades nas exportações automóveis e importações de peças que dependem da infraestrutura de portos e rodovias do Rio Grande do Sul.

Ainda que a tendência seja positiva para as vendas de veículos, Leite ponderou que a situação do Sul pode impactar o desempenho da indústria automotiva, considerando também o peso do mercado gaúcho, onde existem 680 concessionárias de veículos, que fazem 5% das vendas totais de automóveis no País. No momento, informou o presidente da Anfavea, três associadas estão com operações suspensas.

“Algumas associadas estão preocupadas com os fornecedores que estão com operações suspensas no Rio Grande do Sul. Elas vêm trabalhando com estoques, mas com operação em sinal de alerta, em qualquer momento podem ser impactadas”, disse o presidente da Anfavea.

“Estamos debruçados sobre essa questão para que o impacto seja o menor possível ou não aconteça”, acrescentou Leite, ponderando, no entanto, que algumas montadoras têm alertado ao risco de terem que suspender temporariamente as atividades.

Globo Online - RJ   09/05/2024

A produção nacional de veículos automotores cresceu 13,5% entre abril e março, mostram dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Na comparação com abril do ano passado, a alta é mais expressiva, de 24,2%. No acumulado no primeiro quadrimestre de 2024, a produção expandiu 6,3%, tendo como base o mesmo intervalo de 2023. Apesar dos números positivos, o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, afirma que o cenário para o setor pode se agravar nos próximos meses, já que fabricantes de autopeças paralisaram as atividades no Rio Grande do Sul devido às enchentes no estado.

— Por enquanto, estamos com a luz amarela. Há uma tendência de crescimento no mercado, em linha com as simulações que vínhamos fazendo, de (crescimento) entre 6% e 7% no ano, mas algumas situações acenderam alerta. O que está acontecendo no Rio Grande do Sul pode impactar as empresas. Alguns fabricantes estão trabalhando com estoques, e manifestaram preocupação com fornecedores que suspenderam operações — avaliou Leite em conversa com jornalistas nesta quarta-feira.

Artistas dividem momentos de extravagância com os fãs

O presidente da Anfavea mencionou desafios no escoamento da produção, porque o Rio Grande do Sul é fundamental para o envio de mercadorias ao exterior, enquanto também funciona como porta de entrada. Outro problema para as montadoras é a greve dos servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que demandam melhorias salariais.

Embora esses trabalhadores não tenham interrompido o trabalho completamente, eles atrasaram as análises de licenciamento ambiental, exigência para todos os carros importados que chegam ao Brasil. Segundo Leite, 45 mil veículos aguardam liberação nos portos.

— Os problemas são de toda ordem. Além da greve, em função das chuvas e da calamidade, há problemas nas estradas e no transporte nos aeroportos. As concessionárias atingidas ainda não podem operar. Três das nossas fabricantes estão com operações suspensas.

O presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Claudio Saad, disse que grande parcela da indústria instalada em Porto Alegre foi paralisada. Na cidade de Gravataí, os danos foram menores e causaram pouco impacto. As empresas de Caxias do Sul sequer foram afetadas.

— Não deve faltar componentes. Acredito que o setor de autopeças vai conseguir suprir as montadoras, mas precisamos ver como será o escoamento disso — comentou.

Ele estima que o Rio Grande do Sul esteja entre os cinco maiores fabricantes de autopeças no Brasil, atrás apenas de São Paulo, Paraná e Minas Gerais. No ano passado, a indústria gaúcha representou 12% do faturamento e 11% das exportações do setor. Além disso, o estado responde por 5% do mercado de emplacamentos, com 38 mil veículos no último mês.

Imposto seletivo

Leite também comentou sobre a inclusão de automóveis poluentes na lista do chamado “imposto do pecado”, mecanismo de cobrança adicional previsto na regulamentação da Reforma Tributária para produtos que causam danos ao meio ambiente e à saúde.

— Estamos querendo entender e contribuir da melhor forma, porque o imposto seletivo não faz sentido para a nossa indústria. Precisamos renovar a frota, já que a maior parte das nossas emissões não está na produção. É uma frota antiga. Esse é um passo atrás — disse.

Resultados

No mês passado, foram produzidos 222,1 mil veículos, contra 195,8 mil em março. No acumulado de janeiro a abril, foram 760,1 mil automóveis montados, contra 714,9 mil no mesmo período de 2023.

Em abril, foram licenciadas 220,8 mil unidades, aumento de 17,6% em relação a março. De janeiro a abril deste ano, foram licenciados 735,4 mil veículos, entre leves, médios e pesados (incluindo ônibus e caminhões), alta de 16,3 % em relação ao mesmo período de 2022.

As exportações de veículos brasileiros, por outro lado, recuaram em abril: foram 27,3 mil unidades, contra 34 mil em abril de 2023 e 32,7 mil em março deste ano. Mesmo na comparação considerando os quatro primeiros meses do ano, há queda de 16,4% (de 148,2 mil em 2023 para 109,6 mil em 2024).

O Estado de S.Paulo - SP   09/05/2024

No embalo do expressivo crescimento do consumo de automóveis, a produção de veículos subiu de 24,2% no mês passado, frente a abril de 2023, informou nesta quarta-feira, 8, a Anfavea, a associação que representa as montadoras. Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, foram produzidas 222,1 mil unidades, o que representa um crescimento de 13,5% frente ao volume de março.

Com o resultado do mês passado, a produção acumulada desde o início do ano chega a 760,1 mil veículos, 6,3% acima do total produzido nos quatro primeiros meses de 2023.

As vendas cresceram 37,4% no mês passado, no comparativo interanual, chegando a 220,8 mil unidades emplacadas. O volume se aproxima do patamar de antes da pandemia, já que no mesmo mês de 2019 foram comercializados 231,9 mil veículos.

Frente a março, abril mostrou crescimento de 17,6% nas vendas. De janeiro a abril, 735,4 mil veículos foram vendidos no Brasil, 16,3% acima dos quatro primeiros meses do ano passado. O desempenho, de acordo com a Anfavea, reflete a melhora nas condições de crédito, dada a queda dos juros, e as compras das locadoras, que estão renovando suas frotas.

As exportações, por outro lado, seguem sem mostrar reação, com queda de 19,6% em abril na comparação com o mesmo mês de 2023. Na margem - ou seja, de março para abril -, a queda dos embarques foi de 16,4%. Com os 27,3 mil veículos exportados no mês passado, o total embarcado desde o início do ano soma 109,6 mil unidades, uma queda de 26%.

O balanço da Anfavea mostra ainda que as montadoras abriram 601 vagas de trabalho em abril, empregando agora 102 mil pessoas.

Valor - SP   09/05/2024

Receitas da montadora alemã caíram 0,6% no primeiro trimestre, a 36,6 bilhões de euros, e o Ebit foi de 4,05 bilhões de euros, acima da projeção de analistas em 3,96 bilhões de euros

A unidade de automóveis da BMW teve lucro abaixo do esperado no primeiro trimestre, sentindo alta nos custos de produção, mas manteve suas metas financeiras para o ano inalteradas.

A montadora alemã disse nesta quarta-feira (8) que a margem operacional da unidade ficou em 8,8% nos três primeiros meses do ano, abaixo da projeção de analistas ouvidos pela companhia em 9,2%.

Os volumes subiram 1,1% no ano, a 594.533 veículos, sustentado pelas vendas da marca BMW na Europa. A companhia também é dona das marcas Rolls-Royce e Mini. Na China, no entanto, os volumes caíram por conta da queda na demanda por veículos de luxo.

As receitas da unidade de automóveis da BMW foram impulsionadas pelo maior volume de vendas, além de mudança no mix favorável a carros mais caros. No entanto, não acredita que o ano será de reajustes relevantes nos seus preços.

“Esse ano será mais importante do que nunca para manter nossa estratégia”, diz Walter Mertl, diretor financeiro da BMW. “Os investimentos necessários para veículos elétricos serão os maiores de nossa história.”

No total, as receitas da BMW caíram 0,6% no primeiro trimestre, a 36,6 bilhões de euros. O lucro antes de juros e impostos (Ebit) foi de 4,05 bilhões de euros, acima da projeção de analistas em 3,96 bilhões de euros.

A companhia ainda projeta que suas vendas de veículos vão crescer em 2024, com as margens operacionais da unidade de automóveis terminando o ano entre 8% e 10% e o lucro caindo levemente.

Valor - SP   09/05/2024

Além de perda na produção e nas vendas na região, transporte para o resto do país e Mercosul está prejudicado

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea: estragos provocados no agronegócio gaúcho tendem a se refletir na demanda por veículos e máquinas — Foto: Gabriel Reis/Valor

A tragédia provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul terá impacto na indústria de veículos, por vários lados. Haverá perda de produção e de vendas nas fábricas das montadoras, das autopeças e concessionárias da região. Além disso, o transporte desses itens nas rodovias que ligam o Sul ao resto do país e aos vizinhos do Mercosul está prejudicado. Por fim, há uma expectativa de queda da demanda de picapes, caminhões e máquinas pelo agronegócio, fortemente castigado pelas inundações.

Segundo o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes (Sindipeças), Claudio Sahad, as fábricas de autopeças mais afetadas estão localizadas na região de Porto Alegre. As que ficam em Caxias do Sul e Gravataí foram menos afetadas. O Rio Grande do Sul representou 12% do faturamento do setor em 2023, que totalizou R$ 12,8 bilhões, segundo dados da entidade. O Estado também responde por 11% das exportações de peças e 8,1% dos empregos do setor.

Nas montadoras, a General Motors decidiu suspender a produção na fábrica de Gravataí nesta semana. A unidade já estava com parada programada nos dias 6 e 7 para ajuste de produção, o que acabou coincidindo com o desastre provocado pelas fortes chuvas. Na terça-feira, a empresa decidiu estender a paralisação com vistas a garantir a segurança dos funcionários da unidade onde é fabricado o modelo Onix.

A Anfavea, associação que representa as montadoras, calcula a possibilidade de a tragédia ter impacto nos resultados do setor em 2024. Segundo o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, os estragos provocados no agronegócio tendem a se refletir na demanda por veículos e máquinas.

A HPE, representante e fabricante da marca Mitsubishi no país, suspendeu a entrega de carros que já estavam faturados para o mercado do Rio Grande do Sul. Além disso, adiou a cobrança de pagamentos de taxas de estoques de veículos e de peças nas concessionárias da região, segundo Mauro Correia, presidente da HPE.

Fabricante de picapes, a representante da Mitsubishi também prevê impacto no mercado. “Além da participação de 70% na produção de arroz no país, o Rio Grande do Sul é forte na produção de leite, soja, milho. Embora as áreas de cultivo sejam menores em comparação com outras regiões é um Estado em que o agronegócio se destaca pela boa organização de cooperativas”, destaca Correia.

Segundo o executivo, os cálculos dos prejuízos virão depois. “Agora é hora de ajudar”, diz, ao completar que a empresa prepara picapes com guinchos para ajudar nos trabalhos de remoção.

O setor automotivo ainda não calculou a extensão dos prejuízos provocados pelas dificuldades nos acessos a estradas, portos e aeroportos. Mas, além da conexão com o restante do país, o Sul liga o Brasil aos vizinhos Argentina, Uruguai e Paraguai.

Preparamos picapes com guinchos; é hora de ajudar”

— Mauro Correia

Na Argentina está instalado um importante parque fabril de veículos que depende, em grande parte, de peças exportadas do Brasil. Praticamente todos os fabricantes de carros instalados no Brasil também têm linhas de produção no país vizinho.

Além de parcerias com organizações, como a Cruz Vermelha, para fornecer veículos que ajudam no resgate de vítimas e recuperações de áreas, empresas do setor trabalham com voluntários para apoiar empregados atingidos e a comunidade com doações em dinheiro, alimentos e roupas.

A tragédia no Sul acontece num momento em que as montadoras comemoravam os resultados de produção e de vendas no primeiro quadrimestre.

Embalada pela oferta de crédito, a venda de veículos registra ritmo acelerado desde janeiro. Em abril, o volume de licenciamentos cresceu 37,4%, num total de 220,8 mil veículos, na comparação com o mesmo mês de 2023. Foi o melhor resultado desde dezembro de 2022 e o melhor abril desde 2014. No quadrimestre, a venda de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus aumentou 16,3%, para 735,4 mil unidades.

O aumento da demanda no mercado interno tem provocado crescimento na produção. Em abril, deixaram as linhas de montagem 222,1 mil veículos, um avanço de 24,2% na comparação com o mesmo mês de 2023. No quadrimestre, a produção subiu 6,3% para 760,1 mil veículos.

Segundo Leite, nos primeiros quatro meses, houve aumento de 35,7% na oferta de crédito, o que estimula a demanda interna. Segundo ele, o cenário é positivo “mesmo que a queda da Selic não siga o ritmo que desejávamos”.

NAVAL

A Tribuna - SP   09/05/2024

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, prometeu, ontem, ajuda do Governo Federal para o Porto de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O complexo está fechado desde a última quarta-feira por causa da enchente que assola a região, com nível da água cinco metros acima do normal e sem previsão de voltar a operar. Costa Filho esteve em Porto Alegre no último domingo.

“Nesse momento, ele não está operando. A gente está trabalhando para esperar a água baixar e ver qual foi o tamanho do dano causado. Mas, ontem (domingo), eu já falei com o governador Eduardo Leite (PSDB). Nós vamos desenhar um investimento para o Porto. É um porto que cabe ao Governo do Estado, mas é um compromisso do Governo (Federal) de a gente ajudar a melhorar a infraestrutura do porto”, disse o ministro durante inauguração de obra no Porto do Rio de Janeiro.

Durante o evento na capital fluminense, Costa Filho disse que o momento vivido no Rio Grande do Sul é “desafiador”, que era “hora de poder estar junto” e apoiar a população da região.

No domingo, durante visita à capital do Rio Grande do Sul, o ministro disse que se reuniu com representantes de empresas e operadores dos modais portuários e aeroportuários e fechou um pacote de ações que beneficiarão impactados com a tragédia climática.

Dos setores portuários e de navegação, Costa Filho conseguiu importante cooperação na destinação de mantimentos e no envio para os municípios necessitados, além de doação de recurso financeiro, que será realizado por empresas que operam na PortosRio. Para o ministro, “todos os recursos, produtos e serviços que forem oferecidos são fundamentais para salvar vidas e levar um pouco de bem-estar à população do Sul”.

Áreas atingidas
Mobilizados em atender ao povo do Rio Grande do Sul e demais regiões atingidas pelas enchentes, no domingo, Costa Filho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e uma comitiva de ministros visitaram o estado para anunciar uma séria de ações cujo objetivo é minimizar os impactos e levar ajuda aos moradores.

“Estamos avançando com um conjunto de ações na área aeroportuária, que irão ajudar no transporte de cargas com insumos, medicamentos, alimentos, entre outros suprimentos poder atender à população do Rio Grande do Sul neste momento tão desafiador que vive o estado. É hora de unidade para ajudar o Brasil”, garantiu Costa Filho.

Grupo de trabalho
O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), sob orientação da Casa Civil, criou um grupo de trabalho e apresentou medidas para avaliação de danos e definição de ações de investimentos para a retomada de operações dos portos, aeroportos e hidrovias do Rio Grande do Sul.

Ontem, o MPor realizou mais uma reunião de trabalho junto à concessionária do Fraport Brasil S.A. do Aeroporto Internacional Salgado Filho, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Infraero, ABR Aeroportos do Brasil, além da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e representantes da Superintendência de Portos e Hidrovias do Estado do Rio Grande do Sul (PortosRS).

“O presidente Lula está empenhado em realizar investimentos nos portos, em contribuir para a agenda aeroportuária, aumentar os investimentos em nossas rodovias e também nas estradas estaduais”, destacou o ministro Silvio Costa Filho.

Na reunião, a PortosRS informou que tem adotado medidas para mitigar os efeitos das inundações em suas operações e nas comunidades locais.

A instituição destacou que permanece mobilizada diante da enchente que afeta o Porto de Porto Alegre e os demais municípios da Região Metropolitana. Enquanto perdurarem os efeitos do aumento do nível do Guaíba, as operações na unidade continuarão suspensas.

A Portos RS também é responsável pela administração dos portos de Rio Grande e Pelotas. Ambas as unidades seguem operando. No entanto, a Autoridade Portuária diz estar atenta e monitorando a situação, uma vez que ambas estão na rota de escoamento das águas para o Oceano Atlântico, ocorrendo exclusivamente pelos Molhes da Barra do Rio Grande.

O Estado de S.Paulo - SP   09/05/2024

A Petrobras organizou na noite de terça-feira, 7, uma primeira rodada de conversas entre executivos de estaleiros nacionais e estrangeiros para viabilizar parcerias e aumentar a construção de partes dos navios-plataforma (FPSO) e outras embarcações inteiras no Brasil. A ideia é que essas empresas sigam se frequentando e organizem visitas técnicas que terminem em negócios efetivos no Brasil.

O encontro aconteceu em Houston, nos Estados Unidos, paralelamente à Conferência de Tecnologia Offshore (OTC, na sigla em inglês). Executivos da estatal, como o diretor de Engenharia, tecnologia e inovação, Carlos Travassos, apresentaram a demanda futura da Petrobras e ciceronearam representantes das empresas nacionais e estrangeiras de Coreia do Sul, Cingapura, China, Índia, Japão, Noruega e Emirados Árabes.

Do lado brasileiro, apurou o Estadão/Broadcast, estavam Andrade Gutierrez, Bravante, CBO, EBR, ECB, Ecovix, Enseada, EAS, Mauá, Edson Chouest, Mac Laren, Ocean Pact, OSX, Porto do Açu, São Jacinto e Triunfo. Entre os estrangeiros, estavam Samsung, CIMC Raffles, Saipem, Dubai Drydocks, Cosco, Shapoorji, SBM, Modec, BW Offshore, Yinson, CNOOC, Hanwha, Ocyan e Seatrium.

Ao todo, participaram do encontro 16 empresas nacionais e outras 14 estrangeiras. A iniciativa integra a segunda fase de um trabalho de mapeamento encabeçado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), que encontrou 48 estaleiros no País, dos quais 15 estão desativados.

Por trás do movimento, está o que o presidente da estatal, Jean Paul Prates, define como necessidade de aumentar o “localization level” da indústria naval, mas que pode ser lido como incrementar o bom e velho conteúdo local.

“Essa é uma experiência inédita para a indústria brasileira em termos de localização, que é trazer para seu território atividades de serviço ou construção, montando ambiente saudável de investimento no Brasil. Não é coisa do passado, muitos países estão fazendo isso neste momento, como os países árabes e o extremo Oriente, que faz isso direto”, defendeu Prates a jornalistas.

“Se ficássemos dando murro em ponta de faca, no ‘nós aqui e eles lá’, não iríamos a lugar nenhum. Criamos uma metodologia com o IBP, que começou com um mapeamento dos estaleiros e a segunda coisa era a criação de uma oportunidade para provocar ‘matches’ entre estaleiros brasileiros e investidores de fora”, continuou.

Mercado cético

Investidores são céticos quanto ao aumento do conteúdo local no fornecimento da Petrobras porque temem aumento de custos. Eles têm aversão, por exemplo, aos porcentuais mínimos impostos pelo governo a contratos de óleo e gás.

Mas Prates argumenta que, para além de emprego, renda e tecnologia, tão perseguidos por governos desenvolvimentistas como os do PT, é necessário trazer a cadeia de fornecimento para perto da estatal por uma questão estratégica patente após a pandemia de covid-19 e, depois, guerra da Ucrânia, que levaram a um choque de oferta nas cadeias globais.

A Petrobras já divulgou ao mercado que vai lançar entre este ano e 2025 editais para contratação de 38 barcos de apoio offshore a serem construídos no País e que um plano para contratar cerca de 200 embarcações. O pacote vai demandar investimentos da ordem de US$ 2,5 bilhões até 2030.

No encontro, disse Travassos, foi apresentada não só essa demanda futura de barcos de apoio, que custam entre US$ 60 milhões e US$ 70 milhões cada, como também a demanda por módulos de plataformas.
Equilíbrio

Por isso, Travassos promete equilíbrio na empreitada de estimular a indústria brasileira que fornece para a Petrobras. Ele mesmo têm dito não haver necessidade de aumentar a exigência de conteúdo local em contratos e que, naturalmente, seu porcentual nos projetos navais vai variar entre 40% e 70%.

“Tem uma diferença com o que acontecia antes. Estamos tomando cuidado muito grande em apresentar de forma muito cuidadosa a demanda e percebo uma maturidade maior dos estaleiros brasileiros. No passado todo mundo se pautava (se fiava) na questão de conteúdo local. Hoje todo mundo tem consciência de que é preciso infraestrutura, desenvolvimento de mão de obra e demanda equilibrada para ter uma rampa de desenvolvimento”, disse o diretor.

Ele destacou, por exemplo, o fato de a Petrobras ser a maior demandante de tubos flexíveis do mundo, comprando 66% da produção mundial, e lembrou que a indústria brasileira está totalmente ocupada nessa frente.

“Isso mostra a relevância de ter as cadeias perto da gente. Não estamos falando em construir um FPSO (Unidade Flutuante de Armazenamento e Transferência) inteiro no Brasil. Nenhum país do mundo faz isso, mas quando a gente desenvolve a indústria, a gente traz essa indústria de peças navais para o nosso quintal. Essa é uma visão de negócios estratégica para a Petrobras”, concluiu.
Papel mais limitado

A iniciativa de trazer a produção de barcos e módulos para o Brasil lembra a política de parceiros tecnológicos lançada no segundo governo Lula, mas terá formato completamente diferente, com papel mais limitado da estatal, sugeriu seu diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos Travassos.

Durante a OTC, Travassos disse a jornalistas que a Petrobras vai manter os atuais porcentuais de conteúdo local dos contratos e vai usá-los como ponto de partida para a atração das empresas estrangeiras com a comunicação clara de uma demanda “robusta e perene”, que ele define como a maior carteira de projetos de navios-plataformas do mundo. São 14 novas unidades a serem incorporadas até 2028, além de outros sete navios que estão em estudo para o período entre 2029 e 2032.

No passado, para participar das licitações, as empresas brasileiras eram obrigadas a ter um parceiro tecnológico estrangeiro como sócio para transferir tecnologia e levantar estaleiros do zero. Passados alguns anos, se multiplicaram os “divórcios” entre empresas forçadas a casar e casos de corrupção. Agora, nessa remontada do intercâmbio para reativar o setor, o formato da relação comercial é livre, desde que o projeto cumpra as exigências de conteúdo local.

“O movimento é completamente diferente da iniciativa feita no passado, quando havia parceria tecnológica e os estrangeiros trariam a tecnologia para os estaleiros brasileiros. Isso funciona bem para você desenvolver a infraestrutura. Naturalmente, o ressurgimento de uma indústria complexa, demandante de mão de obra e de capital, como é a indústria naval, pede muito mais do que isso. A recuperação da indústria passa por um processo de construir competitividade e por uma demanda perene”, diz Travassos.

“Apresentamos a demanda garantida da Petrobras e deixamos os estaleiros conversarem. A Petrobras tem uma demanda e vai fazer encomendas navais conforme a sua necessidade. Não cabe ir além nesse papel de indutora”, continuou.

Segundo o diretor, a iniciativa da Petrobras é a construção de uma estratégia de negócio, que reúne um portfólio “enorme”, desafios tecnológicos de projetos mais complexos, regras de conteúdo local, além de restrições de financiamento e estresse da cadeia de fornecedores a serem resolvidos. “A gente tem que achar caminhos para endereçar tudo isso”, afirma o diretor.

Travassos garantiu que a Petrobras não vai abrir mão do nível de conteúdo local, porcentual que varia de projeto para projeto, mas destacou que a complexidade dos reservatórios cresceu, obrigando a construção de FPSOs maiores.

“No passado, você falava de 50% de conteúdo local. Mas a gente tinha topsides (parte que vai acima do casco) de 17 mil toneladas no início dos anos 2000. Vamos imaginar que nós estivéssemos falando ali em 50% de conteúdo local. Agora um topside chega a 60 mil toneladas, que é o que a P84 e P85 têm cada uma. Então, se eu falar de 40%, 30% disso feito no País, eu estou falando de muito mais componentes (em números absolutos) do que no passado, aço a ser processado”, disse.

Ao passo que contribui com a atividade econômica, a atração de fornecedores para fabricar no Brasil em parceria atenderia a uma necessidade estratégica da Petrobras, que experimenta dificuldades para contratar equipamentos, por exemplo, para os projetos de Sergipe-Águas Profundas (dois FPSOs) e Albacora (um FPSO).

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   09/05/2024

O Brasil é reconhecido globalmente pela sua significativa produção de petróleo e gás natural, com o estado do Rio de Janeiro desempenhando um papel fundamental como hub atual e futuro nesse cenário energético. Além disso, a consolidação de novas fontes de energia voltadas para a descarbonização, como as eólicas offshore e o hidrogênio, junto com a expansão da tecnologia de Captura, Utilização e Armazenamento de Carbono (CCUS), estão intrinsecamente ligadas ao mercado de petróleo e gás. As habilidades existentes em operações offshore, desenvolvimento de infraestrutura e na indústria naval no Rio de Janeiro representam vantagens competitivas que podem impulsionar o desenvolvimento dessas novas indústrias. Esse é um dos destaques apresentados pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) durante a OTC Houston 2024.

“É o nono ano em que participamos na OTC Houston e a parceria com a APEX é muito importante. O Rio se distingue do restante do país, não apenas por ser o principal estado produtor, como também pelo trabalho fantástico no mapeamento de oportunidades, dando suporte ao desenvolvimento tecnológico por meio dos Institutos de Tecnologia e Inovação da Firjan SENAI e SESI”, disse o vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.

Durante esta edição da OTC, a federação fez o pré-lançamento de uma publicação inédita da Firjan SENAI SESI voltada paras as temáticas de descarbonização, cuja versão completa será publicada durante a Macaé Energy 2024 em junho. O documento cita que aproximadamente 40% dos investimentos potenciais mapeados para os mercados de petróleo, gás, energia e naval estão relacionados às energias renováveis. Os projetos já anunciados, como os de eólicas offshore e hidrogênio, que totalizam cerca de US$ 70 bilhões de investimento, têm o potencial de gerar mais de 1 milhão de empregos ao longo de sua implementação, ao longo da próxima década.

Enquanto isso, o estado de Sergipe também está marcando presença nesta feira. Com o objetivo de atrair novos investimentos para o estado, uma comitiva liderada pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec) participa do evento para dialogar com diversas personalidades e instituições influentes no setor energético mundial.

“Nosso objetivo é projetar Sergipe e todas as suas potencialidades para uma audiência global. Pensando nisso, o Estado está novamente participando ativamente na principal conferência de petróleo offshore da atualidade, engajando-se em diálogos com vários profissionais do setor energético e buscando novas oportunidades de negócio, visando impulsionar ainda mais o desenvolvimento de Sergipe”, destacou o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia, Valmor Barbosa. O titular da Sedetec representa o governador Fábio Mitidieri durante a viagem oficial.

Já o secretário-executivo da Sedetec, Marcelo Menezes, ressaltou que a presença de Sergipe na OTC demonstra a visão do Governo do Estado para o segmento. “A gestão estadual vem conduzindo uma política sólida para o setor de óleo e gás, comprometida tanto com obras estruturantes quanto com a construção de uma legislação moderna e arrojada. Sergipe vem ganhando destaque no Brasil e no exterior, e chega à OTC como um ator promissor e dinâmico, que tem em sua matriz energética um importante viés de geração de emprego e renda”, avaliou.

TN Petróleo - RJ   09/05/2024

A Petrobras estima produzir um volume acumulado adicional de 860 milhões barris de óleo equivalente no campo de Marlim, na Bacia de Campos, como resultado do projeto de revitalização do campo. O número considera o volume total de petróleo a ser produzido até 2048, ano previsto para final do prazo de concessão. Antes da revitalização, a expectativa era de que a produção de Marlim se encerrasse em 2025 com a devolução do campo. O projeto de revitalização, que substituiu nove plataformas por dois FPSOs (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência), reduzirá em 55% as emissões de gases de efeito estufa, quando comparadas ao pico previsto nas antigas unidades.

Em volumes diários, a revitalização de Marlim com suas duas plataformas, FPSO Anna Nery e Anita Garibaldi, estima adicionar ao menos 115 mil bpd à produção da Bacia de Campos, nos próximos anos.

“Ainda há um relevante volume de petróleo a ser produzido em Marlim. Estendemos a vida útil do campo em 23 anos e queremos alcançar com o projeto a produção acumulada adicional de mais de 860 milhões de barris de óleo equivalente nesse campo”, disse Mariana Cavassin, gerente executiva de Projetos de Desenvolvimento da Produção da Petrobras. A executiva apresentou os avanços da Petrobras na revitalização de campos maduros em painel realizado nesta segunda-feira (6/5), na Offshore Technology Conference (OTC), em Houston.

A revitalização de Marlim foi o principal projeto apresentado pela Petrobras na Conferência e o responsável pela conquista do Distinguished Achievement Award, premiação concedida pela OTC para projetos que oferecem contribuições tecnológicas inovadoras para a indústria offshore mundial.

Bacia de Campos renovada
Até 2028, a Petrobras vai investir US$ 22 bilhões de reais na revitalização da Bacia de Campos e instalar, entre 2025 e 2028, três novas plataformas de produção, nos campos de Albacora, Barracuda-Caratinga e Jubarte, a primeira das três a entrar em operação, na porção capixaba da Bacia de Campos.

A Bacia de Campos, onde as primeiras descobertas ocorreram na década de 70, foi responsável por 20% dos 2,8 milhões barris de petróleo (boe) produzidos diariamente pela Petrobras em 2023. Com os projetos de revitalização, que incluem intervenções em poços já em operação, perfuração de novos poços e instalação de plataformas mais modernas, a companhia pretende aumentar o volume de petróleo extraído dos reservatórios (fator de recuperação) da Bacia de Campos e diminuir a emissão de gases de efeito estufa.

“Para a revitalização da Bacia de Campos utilizamos um instrumento denominado Plano Diretor, o qual indica as melhores alternativas para aumentar o fator de recuperação dos campos, através da perfuração de novos poços, sísmica 4D, extensão da vida útil dos ativos, até a substituição da infraestrutura existente nos campos”, disse Paulo Marinho, gerente executivo de Exploração e Produção em Águas Profundas, no mesmo painel.

O programa de revitalização da Bacia de Campos é o maior programa de recuperação de ativos maduros em águas profundas no mundo.

Histórico de premiações na OTC
Essa é a segunda vez que a Petrobras é premiada por inovações implantadas no campo de Marlim. Em 1992, a OTC premiou os avanços tecnológicos alcançados pela companhia que viabilizaram para a indústria de óleo e gás mundial o uso de sistemas de produção em águas profundas.

Em sua busca por inovações, a Petrobras foi premiada cinco vezes pela OTC e outras duas vezes na edição brasileira da conferência.

Veja abaixo quais foram os prêmios concedidos pela OTC à Petrobras:

2024 - Inovações tecnológicas em campos maduros em águas profundas, em Marlim e na Bacia de Campos
2023 - Tecnologia inédita dedicada à construção e intervenção em poços (OTC Brasil)
2020 - Inovações tecnológicas no campo de Búzios
2019 - Tecnologias desenvolvidas para desenvolver a produção do bloco de Libra (OTC Brasil)
2015 - Tecnologias para o Pré-Sal
2001 - Tecnologias de produção de óleo e gás em águas ultra-profundas, no campo de Roncador
1992 - Viabilização da produção de óleo e gás em águas profundas, com o campo de Marlim.

Valor - SP   09/05/2024

Diferença do produto para a soja, que está no topo do ranking de janeiro a abril, é apenas de US$ 300 milhões

Com a indústria extrativa responsável por um quarto da exportação brasileira, o petróleo ganha cada vez mais destaque e caminha para ser o principal produto da pauta de exportação brasileira de 2024. O desempenho da commodity ajudou na receita recorde de embarques para o período de janeiro a abril. A diferença do petróleo para a soja, que está no topo do ranking do período, é apenas de US$ 300 milhões. Os embarques totais seguem puxados por volumes, o que compensa a queda de preços, dinamismo semelhante ao do total das importações.

A balança comercial registrou superávit de US$ 9,04 bilhões em abril, segundo dados divulgados ontem pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic). No acumulado do ano, o superávit alcançou US$ 27,74 bilhões. As exportações somaram US$ 108,9 bilhões, alta de 5,7%. Já as importações cresceram 2,2% e alcançaram US$ 81,1 bilhões.

Puxada por petróleo bruto e minério de ferro, a participação da indústria extrativa na exportação total brasileira avançou de 21,7% para 25,8% de janeiro a abril de 2023 para igual período deste ano.

As duas commodities tiveram alta na receita de exportação em nível acima da média dos embarques totais. O valor embarcado de petróleo e de minério de ferro cresceu, respectivamente, 29,3% e 24,8% de janeiro a abril contra iguais meses de 2023. No mesmo período, a exportação total do país aumentou em 5,7%

Herlon Brandão, diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Mdic, afirmou que o “petróleo tem sido o grande destaque” das exportações nos quatro primeiros meses deste ano.

José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), diz que o petróleo caminha para ser o principal produto da pauta de exportação brasileira em 2024. Os dados da Secex mostram ainda que, apesar da queda de 3% nos preços, o aumento de receita com petróleo foi garantido por volume de embarque, que cresceu 33,4%, sempre de janeiro a abril deste ano contra iguais meses do ano passado.

“Mantendo o ritmo atual, mesmo que não haja aumento de preços, o petróleo se tornará o principal produto exportado pelo Brasil em 2024”, diz Castro. A soja, explica, está à frente atualmente, mas a exportação do grão tem grande sazonalidade e deverá cair a partir de setembro. Além disso, diz ele, há neste momento antecipação de embarques, o que tem trazido bom desempenho de volume da soja nas vendas externas, mas a safra do grão em 2024 não será tão grande quanto a do ano passado.

No agregado das exportações o bom desempenho dos volumes, que cresceram 10,6% de janeiro a abril, continuam compesando os preços, que caíram 4,2%, sempre na comparação com igual meses de 2023. Nas importações houve dinâmica semelhante, com aumento de 12,6% na quantidade e queda de 9,9% nos preços.

Lucas Barbosa, economista da AZ Quest, diz que a dinâmica da balança segue “robusta”, com exportação que se mantém ao redor de US$ 345 bilhões no acumulado de 12 meses. As importações, que vinham em queda, diz Barbosa, parecem ter se estabilizado em patamar próximo de US$ 240 bilhões em 12 meses, com dinâmica mais heterogênea entre os setores e sinais de que podem acelerar. isso, destaca, já pode ser observado em itens industriais e de bens de capital, o que pode refletir as políticas do governo de estímulo à atualização do parque industrial e está em consonância com a perspectiva de crescimento da economia mais disseminado em 2024.

Segundo dados da Secex, considerando a importação por categorias econômicas, o aumento de volume nas compras externas foi puxado por bens de capital, com alta de 19,6%, e por bens de consumo, que cresceram 20,4%.

Nas relações bilaterais, chamam a atenção as trocas com a Argentina. Depois de um superávit de apenas US$ 75,5 milhões de janeiro a março, a balança comercial do Brasil com a Argentina virou o sinal no acumulado do até abril, com déficit de US$ 40,3 milhões.

O resultado não surpreende, diz Castro, da AEB. “Os argentinos reduzem as importações em busca de melhor saldo comercial não somente pela falta de divisas mas também para mostrar alguma medida que possa melhorar as condições do setor externo. Isso afeta as exportações brasileiras.” Os dados da Secex mostram que houve queda de 29,9% no valor embarcado pelo Brasil aos argentinos de janeiro a abril deste ano contra iguais meses de 2023. As importações cresceram 2,9%.

Questionado sobre os efeitos na balança do desastre ambiental no Rio Grande do Sul, Brandão disse que o Estado é atualmente o sexto maior exportador e também o sexto maior importador do Brasil. Entre os itens mais vendidos, estão soja, tabaco e carne bovina, além de produtos industrializados, como calçados, polímeros plásticos e máquinas agrícolas. O impacto das enchentes sobre as vendas de soja é “ainda é incerto”, disse.

AGRÍCOLA

IstoÉ Dinheiro - SP   09/05/2024

A fábrica de tratores da AGCO em Canoas está desde sexta-feira, 8, parada em razão da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul. Não há previsão de retorno.

Segundo a empresa, a energia da unidade foi desligada como medida de segurança. Funcionam apenas geradores nos setores prioritários de segurança e no restaurante da fábrica, onde estão sendo fornecidas refeições a pessoas necessitadas da região com apoio de voluntários.

Além da coleta, nas portarias das fábricas de Mogi das Cruzes e Jundiaí, em São Paulo, e distribuição de doações de itens essenciais, como alimentos, produtos de limpeza e higiene pessoal, água, colchões e cobertores, a AGCO colocou um número de emergência para atender colaboradores em situação de risco. Também ativou um serviço telefônico de suporte emocional e psicológico.

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