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08 de Maio de 2024

SIDERURGIA

Diário do Comércio - MG   08/05/2024

O ano de 2023 foi um período difícil para a siderurgia brasileira, tanto que alguns dos maiores players do setor no País reportaram resultados financeiros negativos no exercício. Especialistas esclarecem que os desempenhos foram afetados por uma série de motivos e não apenas pelas importações de aço. Na avaliação deles, o cenário não deve ser totalmente revertido neste ano.

A título de exemplo, a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) registrou, no último exercício, lucro de R$ 1,6 bilhão, o que representa queda de 22% em relação a 2022. Ao mesmo tempo, a ArcelorMittal Brasil apresentou baixa de 54,5%, com R$ 4,1 bilhões de lucro. Enquanto a Gerdau apurou lucro de R$ 6,9 bilhões, assinalando uma redução de 41% no indicador.

Para o especialista da Valor Investimentos, André Motta, a elevada importação de aço foi, de fato, o principal causador da perda de lucratividade das siderúrgicas. Isso porque não há problemas de demanda interna para justificar o aperto de margens das empresas. Vale lembrar que, no ano passado, o volume de produtos siderúrgicos importados pelo mercado brasileiro cresceu 50%.

“Com a China subsidiando o aço produzido lá, esse aço está inundando o mundo a um preço abaixo do custo de produção de vários países, o que apertou as coisas por aqui”, disse.

Ele ressalta, entretanto, que, no caso específico da Usiminas, ocorreram problemas operacionais próprios que impactaram a performance. No período, estava em andamento a reforma do alto-forno 3 da usina da companhia em Ipatinga, no Vale do Aço. O equipamento é o maior da empresa e tem capacidade de produzir cerca de três milhões de toneladas de ferro-gusa por ano.
Fatores macroeconômicos impactam

O assessor na iHUB Investimentos, Lucas Sharau, diz que não somente a perda de lucratividade, mas também de faturamento das principais siderúrgicas do País, decorreram de fatores macroeconômicos. Entre eles, estão a redução chinesa e americana da capacidade de consumo de minério de ferro, item essencial na produção de aço, além do movimento global de juros altos.

O especialista em mercados e CEO da iHUB Investimentos, Paulo Cunha, faz considerações semelhantes e afirma que é preciso levar em conta a economia da China quando se trata de aço, por ser a principal consumidora do produto. Segundo ele, existe uma sobreoferta de aço mundial com a atual fraqueza do mercado imobiliário chinês e, para não ficarem com aço parado, o país vende com margens negativas de preços para o Brasil, pressionando a siderurgia brasileira.
Cotas de importação, com taxa de 25% sobre o excedente, não devem reverter o quadro adverso

Na tentativa de reduzir o excesso de aço importado, o governo federal criou, recentemente, cotas para importação de 11 produtos siderúrgicos, com taxa de 25% sobre o excedente. A medida, que entrará em vigor a partir de 1º de junho e terá validade de 12 meses, além de beneficiar apenas parte das empresas, não deverá ser capaz de reverter o quadro de resultados financeiros adversos.

O analista da Valor Investimentos, André Motta, avalia que as tarifas não foram tão amplas quanto se esperava e não abrangem todo o setor siderúrgico como foram impostas.

O analista independente Pedro Galdi diz que as companhias continuarão prejudicadas com a nova regra. Ele lembra que a Gerdau, por exemplo, já deixou claro que o aumento da alíquota foi para uma parcela de produtos e que 2024 será mais um ano difícil para o setor no Brasil.

Na opinião do assessor na iHUB Investimentos, Lucas Sharau, a medida, a longo prazo, terá impacto sobre a inflação; no entanto, favorecerá, sim, a indústria siderúrgica nacional.

Para o especialista em mercados e CEO da iHUB Investimentos, Paulo Cunha, a medida ajudará marginalmente, mas não deve resolver todos os problemas. Conforme ele, a taxa beneficiará a Usiminas e não terá tanto efeito sobre a Gerdau, que tem uma forte produção internacional.

“O problema, na verdade, é a sobreoferta de aço que estamos passando e a única solução para isso seria ter um reaquecimento da economia chinesa, no mercado imobiliário”, analisou Paulo Cunha.

ECONOMIA

Infomoney - SP   08/05/2024

As intensas chuvas no estado do Rio Grande do Sul trazem, acima de tudo, um grande custo humanitário, com dezenas de mortes, centenas de feridos e mais de 200 mil pessoas foras de suas casas. Tamanha tragédia climática acaba por trazer desdobramentos econômicos também importantes, que ainda devem ser contabilizados por analistas.

Em relatórios, o JPMorgan e a XP Investimentos apontaram os possíveis efeitos para a economia não só gaúcha, mas também brasileira. Na avaliação do JPMorgan, os efeitos sobre o Produto Interno Bruto (PIB) e sobre a inflação tendem a ser mais modestos do que o impacto político de médio prazo nas contas fiscais, dependendo de como o governo e o Congresso decidam lidar com as necessidades da região.

O estado responde por cerca de 8,6% do peso atual da inflação e representou 6,5% no PIB do Brasil em 2021. O JPMorgan aponta que o Rio Grande do Sul tem uma economia diversificada, com grande força proveniente principalmente do setor agrícola. Sendo as suas principais culturas agrícolas a soja, o arroz, o trigo e o milho, a repercussão dos acontecimentos recentes pode espalhar-se pela economia em geral, particularmente através do aumento dos preços dos alimentos.

“É difícil estimar os impactos exatos no PIB e nos preços, mas um paralelo com as cheias no estado do Rio de Janeiro em 2010-2011 (na região serrana) pode trazer algumas perspectivas. Naquela época, o crescimento do PIB do Rio de Janeiro ficou abaixo da média nacional em 2 pontos percentuais na média desses dois anos. É claro que não só as inundações foram a única razão para tal desempenho, mas também a extensão dos acontecimentos relacionados com o clima, enquanto o cenário nacional e a composição da economia de cada estado são todos diferentes. Dito isto, se o Rio Grande do Sul fosse impactado pelos mesmos 2 pontos percentuais, o efeito no PIB nacional ficaria entre um e dois décimos”, avaliam . Quanto à inflação, os preços no RJ em alguns momentos de 2010-2011 ficaram um ponto percentual acima da média nacional.

Mesmo que os efeitos sobre os preços tendessem a ser temporários, a extensão do efeito de curto prazo é desconhecida neste momento. Relatos sugerem que a maior parte da produção no RS já foi colhida, aponta o banco. Observando os preços no atacado dos principais itens agrícolas produzidos no Rio Grande do Sul, até o momento o efeito das enchentes se concentrou nos preços do arroz, que saltaram 5% nos últimos sete dias. O arroz representa 0,75% do índice de inflação e, se os 5% fossem repassados aos consumidores, o impacto nos preços seria de cerca de 5 pontos-base.

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A equipe de análise macroeconômica da XP, ao fazer análise sobre a inflação, também aponta que o destaque fica pelas perdas na produção de arroz, visto que o Rio Grande do Sul é protagonista no plantio desse alimento – aproximadamente 70% da produção nacional. “Estimamos que cerca de 5% da produção doméstica possa ter sido severamente afetada em decorrência dos eventos climáticos. Trata-se de um número relevante, embora não altere substancialmente nosso cenário base. Nesse sentido, esperávamos deflação na ordem de 5% para o arroz em 2024, que revertemos para virtual estabilidade”, avalia a casa.

Também relevantes são as perdas na produção de soja. Neste caso, consideram que os impactos indiretos sobre o IPCA tendem a ser limitados, dada a evolução da colheita no Brasil e dos estoques disponíveis. Da mesma forma, as perdas para a pecuária e produção de carne de frango devem se converter em altas localizadas de preços, mas sem grandes restrições à oferta nacional, segundo a equipe de análise de Commodities da XP. “Com isso, revisamos nossa projeção para o grupo de alimentação no domicílio, de 3,8% para 4,2%”, destaca a equipe de análise.

O impacto localizado e de curto prazo deve ser relevante, avalia a equipe macro da XP, mas há dúvida se o IBGE conseguirá realizar a medição. “As restrições logísticas causadas pela destruição da infraestrutura de transporte não devem apenas impactar os preços de alimentos, mas de quase todos os bens no Rio Grande do Sul. A região de Porto Alegre, pesquisada pelo IBGE no IPCA, pesa 8,6% no índice geral e deve vivenciar escalada de preços nos próximos dias. No entanto, conforme anunciado em nota oficial, o IBGE suspendeu a coleta de dados na região por tempo indeterminado, o que nos dá poucos insumos para mudar a projeção de curto prazo”, apontam os economistas.

Dadas as incertezas, a XP ajustou a curva para os preços de arroz, mas não para as demais linhas. A projeção da corretora para o IPCA de 2024, atualmente em 3,7%, tem viés limitado de alta por conta deste efeito. Por ora, calcula impacto aproximado de 0,1 ponto percentual (pp) no IPCA anual, mas espera mais informações para ajustes na dinâmica mensal.

Para o PIB, a estimação dos efeitos indiretos sobre a atividade econômica do Rio Grande do Sul (e do Brasil) é ainda mais desafiadora, avalia a XP, citando indústria de transformação, comércio e atividades de transporte (terrestre, aquaviário, aéreo). “Vale lembrar que o estado é um importante produtor de: máquinas e equipamentos; veículos pesados; máquinas e aparelhos elétricos; móveis; produtos químicos; calçados e artigos de couro etc. Os impactos dependerão do tempo que levará para a normalização das operações nas companhias e nos fluxos de distribuição, o que é bastante incerto no momento”, aponta a equipe macro. Assim, por ora, a XP não alterou o cenário base de que o PIB do Brasil crescerá 2,2% em 2024, embora reconheça os efeitos negativos – e incertos – no curto prazo.

Apoio ao estado

Do lado fiscal, a XP aponta que o regime especial deverá ser utilizado pelo estado do Rio Grande do Sul. Com isso, o estado poderá receber transferências voluntárias da União (com efeitos primários ainda não mensurados), a contratação e o aditamento de operações de crédito, com possibilidade de suspensão do pagamento da dívida (com efeitos não primários entre R$ 1 e R$ 1,5 bilhão por ano), a concessão de garantias, o afastamento dos limites de endividamento e das restrições à criação de despesas.

Cabe destacar que a Câmara dos Deputados aprovou na noite de segunda projeto de decreto legislativo que reconhece o estado de calamidade no Rio Grande do Sul devido às fortes chuvas, abrindo caminho para o envio de recursos federais ao Estado sem que isso afete a meta fiscal do governo. O texto, enviado também na segunda-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso, autoriza o governo a não computar no resultado fiscal os recursos e renúncias destinados à recuperação do Rio Grande do Sul.

IstoÉ Online - SP   08/05/2024

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mantenha o ritmo de corte da taxa de juros Selic em 0,5 ponto porcentual, nesta reunião de maio. “Essa decisão seria compatível com o atual cenário de inflação, sob controle, além de impedir uma redução mais acentuada do crescimento econômico. Além disso, é impraticável a continuidade do projeto de neoindustrialização com altos níveis de taxa de juros”, ressalta o presidente da CNI, Ricardo Alban.

O Copom anuncia na quarta-feira, 8, sua decisão sobre a taxa de juros, atualmente em 10,75% ao ano. Segundo o Projeções Broadcast, a desaceleração do ritmo de cortes da Selic para 0,25 p.p já nesta reunião de maio se consolidou como cenário majoritário entre os economistas ouvidos pela pesquisa. A aposta, que era minoritária há duas semanas, agora está no cenário-base de 25 de 45 casas consultadas (55%).

A CNI elenca os dados recentes sobre a inflação, que mostram desaceleração, e cita as expectativas positivas do Boletim Focus, que aponta para inflação de 3,72% no final de 2024, dentro do limite superior da meta de inflação para o ano, de 4,5%, e mais próximo do centro da meta, de 3%.

“Portanto, se os preços estão sob controle, manter o ritmo de queda da Selic evita penalizar ainda mais a atividade econômica no Brasil. A taxa de juros real em nível tão elevado provoca danos consideráveis à economia brasileira”, afirma a entidade, lembrando que, mesmo com os cortes da taxa Selic realizados desde agosto de 2023, a taxa de juros real do Brasil está em 6,9% ao ano, ou seja, 2,4 pontos porcentuais acima da taxa de juros neutra. “A consequência do alto nível da taxa de juros real é a perda de dinamismo da economia brasileira.”

Para a CNI, uma redução no ritmo de queda dos juros será “inadequada”, pois, avalia, “há espaço para manutenção do corte de juros por parte do BC, o que contribuiria para melhorar a situação enfrentada pela atividade econômica brasileira”.

“A redução do custo financeiro suportado pelas empresas, que se acumula ao longo das cadeias produtivas, e pelos consumidores é ponto fundamental para a impedir uma desaceleração ainda maior do crescimento econômico”, afirma.

Infomoney - SP   08/05/2024

Primeiro indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a diretoria do Banco Central em seu terceiro mandato, o economista Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, é visto como favorito para suceder a Roberto Campos Neto no comando da autarquia.

É o que mostra a 55ª edição do Barômetro do Poder, levantamento mensal feito pelo InfoMoney com consultorias e analistas independentes sobre alguns dos principais temas em discussão na política nacional.

Segundo o levantamento, realizado entre 25 e 30 de abril, 91% dos participantes que responderam ao questionamento apostam no nome de Galípolo como futuro presidente do BC. Outros 9% mencionaram Paulo Picchetti, que tomou posse como diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos no início do ano.

Os especialistas, no entanto, apresentam divergência maior quanto ao momento em que Lula comunicará o sucessor de Campos Neto, que tem mandato no comando do Banco Central até 31 de dezembro deste ano. Para a maioria (73%), a indicação deverá ser feita a partir de outubro. Outros 27% apostam em uma antecipação do anúncio para o terceiro trimestre.

“A cada [reunião do] Copom (Comitê de Política Monetária), ficará mais claro que Galípolo é o escolhido de Lula para o [comando do] BC. O anúncio, provavelmente em outubro, irá apenas confirmar as expectativas”, afirmou um analista.

O processo sucessório de Roberto Campos Neto, no cargo desde fevereiro de 2019, é acompanhado com atenção por agentes econômicos – sobretudo em meio às apostas de manutenção dos juros em patamar elevado pelo Federal Reserve, nos Estados Unidos, por mais tempo e diante das preocupações com riscos fiscais no Brasil.

O nome de Galípolo é considerado mais “dovish” do que de Campos Neto pelo mercado financeiro − o que pode se traduzir em uma política monetária mais frouxa para os dois últimos anos do terceiro mandato de Lula.

O Barômetro do Poder também ouviu analistas políticos sobre as relações entre Lula e o BC da recente reversão de expectativas do mercado e de acenos de integrantes do BC sobre possíveis mudanças na política monetária. A maioria dos especialistas (75%) acredita em poucas alterações no ambiente atual para os próximos 6 meses, ao passo que 25% esperam uma piora.

“O mercado por vezes é passional e exagera na dose de previsões quando se depara com situações de ajuste de horizonte. No caso da projeção da Selic, ficaram ‘emocionados’ com a mudança na meta fiscal dos próximos anos. A inflação dentro da meta, no entanto, se mostra resiliente, e o Banco Central deve concluir o ano fixando os juros em 9% a.a.”, disse um analista.

Metodologia

Esta edição do Barômetro do Poder ouviu 8 consultorias políticas – Ágora Assuntos Políticos; Control Risks; Eurasia Group; MCM Consultores; Medley Global Advisors; Prospectiva Consultoria; Tendências Consultoria Integrada; e Warren Rena – e 4 analistas independentes – Antonio Lavareda (Ipespe); Carlos Melo (Insper); Rogério Schmitt (Espaço Democrático) e Thomas Traumann (Traumann Consultoria).

Os questionários são aplicados de forma eletrônica. Conforme combinado previamente com os participantes, os resultados são divulgados apenas de forma agregada, sendo mantido o anonimato das respostas.

IstoÉ Online - SP   08/05/2024

O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) informa que a dívida global cresceu ao maior nível da história no primeiro trimestre deste ano. O total chegou a US$ 315 trilhões, com o acréscimo de US$ 1,3 trilhão no período. O montante corresponde a 333% do Produto Interno Bruto (PIB) global. A nova leitura, segundo o IIF, devolve a relação dívida/PIB global à trajetória ascendente, após três quedas consecutivas.

A dívida dos mercados emergentes ultrapassou os US$ 105 trilhões no primeiro trimestre, com os maiores aumentos vindos da China, da Índia e do México.

O IIF alerta que a resiliência atípica da inflação americana pode trazer à tona as tensões em torno da dívida pública nos países em desenvolvimento.

Enquanto isso, nos mercados ditos maduros, a dívida aumentou mais rapidamente nos Estados Unidos e no Japão.

No país oriental, inclusive, a fraqueza recente do iene deve prejudicar a dívida do país no segundo trimestre.

Monitor Digital - RJ   08/05/2024

A pressão do mercado financeiro para que o governo atinja o equilíbrio e persiga a qualquer custo a meta de zerar o déficit fiscal ano após ano tem como vítima a sociedade brasileira, em especial, as classes menos favorecidas. A redução das despesas significa cortar investimentos em saneamento básico, moradias populares, saúde, educação, infraestrutura e muito mais. Tudo isso para atender aos interesses da entidade mercado. Mas existem outras formas de equacionar o problema.

A urgência e a forma de enfrentar o déficit público devem ser revistas. É preciso traçar objetivos de médio e longo prazo para equacionar essa questão, pois é possível olhar para além do déficit zero, o que trará benefícios para o conjunto da sociedade.
Nesse sentido, propomos que o governo busque fazer com que o crescimento do PIB seja proporcionalmente maior que o crescimento da dívida pública. Desta forma, no médio e longo prazo, a dívida irá diminuir proporcionalmente ao produto, o que abre cada vez mais espaço para novos investimentos do interesse da sociedade.

O crescimento sustentável do PIB depende, em grande parte, do aumento do investimento do Estado nas mais variadas áreas como a construção de estradas, a ampliação dos serviços de saneamento, transporte público e habitação popular, em educação, saúde, energia renovável, descarbonização, entre outros. Esse conjunto de investimentos, lançará o país num círculo virtuoso de crescimento e, assim, haverá aumento do emprego, da renda, do consumo e da arrecadação, o que possibilitará ao Estado investir cada vez mais.

Esse movimento criará confiança no setor privado que será estimulado a investir mais, reforçando o ciclo de crescimento. E isso é positivo para o próprio mercado: empresas mais capitalizadas e em crescimento se valorizam, buscam mais recursos para a continuidade dos investimentos e a roda gira.

Existem condições para o Estado realizar esse conjunto de investimentos? A resposta é sim. Para isso, é necessário entender que a dívida pública está sob controle e seu crescimento no curto prazo, será compensado, pois os investimentos do Estado, levarão ao crescimento do PIB e da arrecadação. Hoje a dívida representa cerca de 75% do PIB. Aqui é importante lembrar para efeito de comparação que a dívida pública americana está na casa dos 120% do PIB, do Japão 217%, da Itália 144%, do Egito 92,7%. Dados de 2024 do Monitor Fiscal do FMI indicam que as economias dos países desenvolvidos sustentarão déficits fiscais de pelos menos 3% do PIB, o que indica que aqueles países devem se endividar ainda mais.

A diminuição da taxa de juros é outro fator importante para alcançar recursos para serem investidos. No ano de 2023, o custo do pagamento de juros foi de R$ 718 bilhões. Hoje a taxa de juros real está na casa dos 6% ao ano, patamar de ganho extremamente elevado para quem aplicada em títulos públicos. O atual nível é justificado como medida de combate à inflação, mas hoje, ela está sob controle, dentro da meta. A estimativa do IPCA para a inflação este ano é de 3,71%. O Banco Central estima que o corte de um ponto percentual na Selic durante um ano, diminui em R$ 41,4 bilhões a dívida bruta. Com menos gastos com juros, obtemos uma importante fonte de recursos a serem investidos.

Uma iniciativa importante é aplicar melhor os recursos públicos, o que exige o controle das emendas parlamentares que hoje somam R$ 44 bilhões. Esses recursos precisam ser utilizados em projetos que resultem em geração de empregos e riqueza para o país, ao invés de servir a currais eleitorais, atendendo a apenas demandas locais.

Outra área a ser atacada é a estrutura tributária. É preciso avançar em mudanças visando o aumento de recursos para a realização dos investimentos. Para isso, é preciso aumentar os tributos de forma seletiva e progressiva para que não prejudiquem a população de menor renda e a classe média.

Para entender melhor a proposta, cito dois exemplos contundentes. O primeiro é o Imposto Territorial Rural – ITR. Esse tributo arrecadado em todo o ano de 2022 e em todo o Brasil foi de R$ 2,7 bilhões. O valor é menor do que a arrecadação da subprefeitura de Pinheiros, uma das 32 da cidade de São Paulo, que foi de R$ 2,8 bilhões no mesmo período, algo inacreditável. O aumento desse imposto, tendo como referência os EUA, elevaria sua arrecadação para cerca de R$ 60 bilhões. O outro exemplo é a respeito da cobrança de Imposto de Renda sobre a distribuição de lucros e dividendos, hoje inexistente no país. Se aplicarmos o percentual de 15%, como ocorre para quem aplica em títulos do tesouro, haveria um aumento de arrecadação de cerca de R$ 70 bilhões.

Esse conjunto de políticas, que são viáveis, democráticas e socialmente justas, desatariam o nó do déficit e da dívida pública e avançariam na solução dos problemas do país. Para executá-las é necessário além de capacidade técnica, coragem política.

MINERAÇÃO

Investing - SP   08/05/2024

A Vale (BVMF:VALE3) informou nesta terça-feira que tomou conhecimento a partir de notícias da mídia sobre o pedido da Advocacia Geral da União (AGU) contra Samarco Mineração, BHP Brasil e Vale para pagamento de 79,6 bilhões de reais relativos ao rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).

A mineradora disse em comunicado ao mercado que, em relação ao pedido da AGU, vai se manifestar "nos autos, tempestivamente, após ser formalmente notificada".

Investing - SP   08/05/2024

Os preços futuros do minério de ferro ficaram praticamente estáveis nesta terça-feira após terem registrado forte aumento no dia anterior, com os investidores reagindo às medidas de estímulo imobiliário propostas e ao reabastecimento das usinas depois do feriado.

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia em baixa de 0,06%, a 886,5 iuanes (122,88 dólares) a tonelada.

Os preços subiram 2,63% na segunda-feira, o primeiro dia de negociação desde o fim do feriado de cinco dias do Dia do Trabalho na China, no início de maio.

O Politburo da China disse em um comunicado em 30 de abril que as autoridades deveriam conduzir pesquisas sobre políticas e medidas para reduzir o estoque de habitações a fim de prevenir e dissipar o risco no mercado imobiliário, alimentando as esperanças de mais estímulos.

"Ainda haverá certo aumento na demanda no futuro, e a oferta e a demanda de minério de ferro serão fortes", disseram os analistas do provedor de informações Shanghai Metals Market em nota.

A confiança do mercado foi elevada pela maior emissão de títulos especiais, disseram eles.

Uma pesquisa da consultoria Mysteel mostrou que a produção de metais quentes durante o período de cinco dias do feriado aumentou 0,9% em relação ao nível anterior ao feriado, atingindo uma média de 2,33 milhões de toneladas por dia.

O índice dos gerentes de compras para a indústria siderúrgica na região de Hebei, a maior produtora de aço da China, subiu 12,7 pontos percentuais em abril, atingindo 60,3, segundo dados da Associação da Indústria Metalúrgica de Hebei, indicando uma forte melhora no sentimento das siderúrgicas.

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O carvão metalúrgico avançou 1,01% nesta terça-feira, enquanto o coque recuou 0,25%.

O Estado de S.Paulo - SP   08/05/2024

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou nesta terça-feira, 7, ter pedido à Justiça Federal de Belo Horizonte que obrigue as mineradoras Vale, BHP Billiton e Samarco a pagarem R$ 79,6 bilhões em até 15 dias, no âmbito da ação relativa ao desastre de Mariana (MG).

A BHP e a Samarco informaram que ainda não foram notificadas do pedido da AGU. Procurada, a Vale ainda não se manifestou.

O pleito acontece poucos dias após a União rejeitar a proposta de R$ 127 bilhões apresentada pelas mineradoras, no processo de mediação que corre no Tribunal Regional Federal, para concluir as reparações pelo desastre. As duas situações diferem em valores e condições.

O pedido feito pela União à Justiça nesta terça trata-se do cumprimento provisório da sentença, emitida em janeiro, com valor atualizado desde novembro de 2015, época do acidente. Na ação civil pública, o Ministério Público Federal requer o montante final de R$ 155 bilhões, relembrou a AGU no pedido.

Já a proposta das mineradoras foi feita no âmbito da Mesa de Repactuação do acordo sobre Mariana, instalada no TRF-6. Embora a proposta nominal seja de R$ 127 bilhões, este não seria o valor total do desembolso. As companhias propuseram um pagamento em dinheiro de R$ 72 bilhões. Isso porque R$ 37 bilhões já foram gastos em remediação e compensação. Além disso, outros R$ 18 bilhões foram classificados como “obrigações de fazer”.

A União pediu nesta terça que, caso o depósito em juízo não seja feito no prazo, a Justiça determine o bloqueio de ativos financeiros das empresas. Caso a medida seja insuficiente, as restrições se estenderiam a bloqueio de bens imóveis, bloqueio da distribuição de lucros e dividendos a acionistas, e penhora de 5% do faturamento, segundo o pedido.

A petição da AGU foi apresentada nos autos de ação civil pública, proposta pelo Ministério Público Federal, relativa à tragédia de Mariana, em 2015, quando uma barragem da Samarco (joint venture entre Vale e BHP) se rompeu, provocando a morte de 19 pessoas e um desastre ambiental sem precedentes, poluindo a bacia do Rio Doce, numa contaminação que chegou até a costa do Espírito Santo.

A AGU explicou que as mineradoras já foram condenadas ao pagamento de R$ 47,6 bilhões em danos morais coletivos no âmbito da ação. Com a atualização, a cifra alcança os R$ 79,6 bilhões pleiteados. A sentença foi proferida pela 4ª Vara Federal Cível e Agrária de Belo Horizonte (MG) e prevê que os recursos sejam direcionados ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDDD) para uso exclusivo nas áreas atingidas pelo rompimento da barragem, lembrou a AGU.
Proposta rejeitada

Ao rejeitar a proposta das mineradoras, a União destacou que ela “não representa avanço em relação à proposta anterior, apresentada e discutida em dezembro de 2023", além de conter “condições inadmissíveis” que desconsideram o que “já havia sido exaustivamente debatido e acordado” desde que as tratativas estão em andamento.

Entre as alterações que os entes pontuaram está o fato de a nova redação prever uma retirada de rejeitos de mineração do Rio Doce muito inferior ao que já havia sido negociado, “beirando o cenário de nenhuma retirada”. Outros pontos criticados foram a transferência da obrigação de recuperação de nascentes e áreas degradadas para o Poder Público e o encerramento do gerenciamento das áreas contaminadas.

Além dos aspectos de valores e condições, há outro ponto relevante, de acordo com fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast. Na ação civil pública, a União conseguiria uma vitória judicial contra as companhias, o que renderia maior capital político. Por outro lado, se aceitasse o acordo com as empresas, não “marcaria posição” da mesma forma em defesa dos atingidos.

Procurada para comentar a rejeição da proposta e o pedido de bloqueio, a AGU não respondeu até o fechamento desta reportagem.

Em nota, a Samarco disse que “permanece aberta ao diálogo, em busca de soluções consensuais, sempre baseadas em critérios técnicos, ambientais e sociais, que atendam às demandas da sociedade, sobretudo do território diretamente impactado”. A empresa prosseguiu reafirmando seu compromisso e empenho na reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão.

A BHP, disse, também em nota, que “sempre esteve e segue comprometida com as ações de reparação e compensação relacionadas ao rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, em 2015". No texto, a mineradora concluiu: “Como uma das acionistas da empresa, a BHP Brasil segue disposta a buscar, coletivamente, soluções que garantam uma reparação justa e integral às pessoas atingidas e ao meio ambiente.”

Money Times - SP   08/05/2024

O UBS BB elevou a recomendação para as ADRs (recibo de depósito americano) de Vale (VALE) de neutro para compra e o preço-alvo de US$ 13 para US$ 15, segundo relatório desta terça-feira (7). Segundo Myles Allsop e equipe, a relação entre risco e recompensa da mineradora está melhorando.

Os analistas explicam que, embora sigam preocupados com os fundamentos do minério de ferro no médio prazo e vejam desvantagens no preço à vista dos papéis da companhia, a Vale teve um desempenho operacional forte em abril e as preocupações ESG passaram a ser vistas como moderadas.

O banco espera ainda que a companhia gere um rendimento de fluxo de caixa do acionista (FCF) de aproximadamente 10% ao preço de minério de ferro de US$ 100 por tonelada, após pagamentos da Samarco. “Esperamos que a Vale permaneça disciplinada com capital e devolva o excesso de caixa aos acionistas”, dizem.

“A Vale está posicionada para devolver relativamente mais caixa aos acionistas, com investimentos disciplinados, enquanto seus pares de minério de ferro buscam crescer”, completam.

Os próximos catalisadores para a mineradora, segundo os analistas, são: o acordo de concessão ferroviária, o acordo com a Samarco e a produção do segundo trimestre.

A Vale espera chegar a um acordo final com a Samarco entre junho e julho de 2024, depois de 3 anos de negociações. “Ainda há uma incerteza significativa em torno disso depois que a proposta de US$ 25 bilhões foi rejeitada pelos governos Federal e do Espírito Santo. Notamos, no entanto, que a Vale e seus parceiros manifestaram o desejo de resolver isso no 1S24”, dizem.

Eles destacam ainda que a gerência parece confiante de que as outras questões — como a concessão ferroviária, licenças em Sossego e Onca Puma — podem ser resolvidas nos próximos meses. Além disso, os riscos de sucessão do CEO estão sendo moderados, com o conselho seguindo o estatuto e sendo transparente.

Vale e o minério de ferro

Em relação ao preço do minério de ferro, os analistas do UBS esperam que se mantenham em US$ 110 por tonelada nos próximos 12 meses e depois retornem ao suporte de custos — de US$ 80 a US$ 100 –, à medida que a oferta aumenta.

A Vale, no entanto, deve se beneficiar da melhoria dos volumes e prêmios (Fe/pelota) ao longo de um a dois anos, conforme seus três principais projetos de crescimento acelerem.

“Isso compensará em grande parte o impacto dos preços mais baixos”, afirmam.

Além disso, os Metais Básicos deverão se beneficiar dos preços mais elevados do cobre e níquel no médio prazo e da autoajuda, impulsionada pela nova equipe de gerenciamento.

AUTOMOTIVO

Infomoney - SP   08/05/2024

O Plenário da Câmara vota nesta terça-feira (07) o Projeto de Lei 914/24, que cria o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), do governo federal. A informação foi dada pelo líder do PSB, deputado Gervásio Maia (PSB), após reunião de líderes partidários e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP).

O Programa Mover prevê benefícios fiscais às montadoras que investirem em tecnologias de baixa emissão de carbono, como os veículos híbridos e elétricos. Em contrapartida, elas são obrigadas a investir em pesquisas e inovação no setor. O Mover também beneficia as empresas de autopeças do País.

O programa foi lançado originalmente como medida provisória (MP 1205/23). Posteriormente, o governo enviou um projeto de lei à Câmara dos Deputados com o mesmo teor, que deve ser votado no Plenário nas próximas semanas. A proposta já tem parecer preliminar apresentado pelo relator, o deputado Átila Lira (PP). Depois, o texto seguirá para o Senado.

Enquanto o projeto de lei não é votado no Congresso, a medida provisória segue valendo.
Segurança a investimentos

Representantes do setor automotivo elogiaram nesta terça-feira o Programa Mover, em um debate promovido pela Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, a pedido do deputado Alex Santana (Republicanos).
Na avaliação dos convidados do debate, o programa dá segurança aos investimentos em tecnologia de baixa emissão de carbono no setor automotivo. “Os próximos cinco anos estão conectados com o Mover”, disse o presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Bastos.

Segundo ele, o programa abre a possibilidade de o país passar a produzir os componentes de veículos elétricos hoje importados. É o caso das baterias, que ele estima que em cinco anos estejam sendo fabricadas em solo nacional.

O diretor do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Edison da Matta, também destacou a importância do Mover para o setor automotivo. “Neste momento, o programa é crucial para direcionar a política pública, e as empresas multinacionais estão olhando para as ações de cada país”, disse.

Os debatedores sugeriram algumas mudanças no texto. Bastos propôs que os veículos “levíssimos” (patinetes, bicicletas e motos) também sejam incorporados aos benefícios do Mover. Matta pediu um aumento do crédito financeiro que será disponibilizado às empresas que investirem em pesquisa.

O PL 914/24 prevê gastos de R$ 19,3 bilhões no período 2024-2028. “É muito pouco comparado a outros países”, afirmou Bastos.

O presidente da comissão, deputado Gilberto Abramo (Republicanos), propôs que o colegiado encaminhe as sugestões apresentadas ao relator do PL.

Rodoviário

Valor - SP   08/05/2024

Fabricantes de implementos pesados atingiram 30,1 mil produtos entregues no período, alta de 11,3%; segmento de leves acumula no ano até abril queda de 8,4% nas entregas, com 19,5 mil unidades

As vendas de implementos rodoviários terminaram o primeiro quadrimestre do ano com alta de 2,6%, somando 49,6 mil unidades emplacadas. Segundo números divulgados na manhã desta terça-feira (7) pela Associação Nacional da Indústria de Implementos Rodoviários (Anfir), o desempenho positivo foi puxado pelo segmento de pesados, chamados de reboques e semirreboques, onde atuam as maiores empresas do setor, algumas de capital aberto.

Os fabricantes de implementos pesados atingiram 30,1 mil produtos entregues entre janeiro e abril deste ano, expansão de 11,3%. Esse segmento tem forte influência do agronegócio e da infraestrutura, entre outros. “No princípio do ano a nossa indústria se beneficia da força do agronegócio, com encomendas aquecidas para os produtos que atuam na logística de transporte da produção agrícola”, disse em nota José Carlos Spricigo, presidente da Anfir.

O segmento de implementos leves, chamado no jargão do setor de “carrocerias sobre chassis”, acumula no ano até abril queda de 8,4% nas entregas, com 19,5 mil unidades licenciadas. Aqui se concentra a maior parte dos fabricantes, na maioria de porte médio, que atendem principalmente o transporte de cargas dentro dos grandes centro urbanos.

“Mesmo com a redução na taxa Selic, ela permanece em nível muito elevado para que tenhamos um desenvolvimento saudável da economia e isso pode comprometer a evolução do PIB brasileiro”, afirma Spricigo. A expectativa da Anfir é de nova redução da taxa de juros na reunião do Copom nesta semana, mas uma pausa do no ciclo de cortes no encontro marcado para junho.

A Tribuna - SP   08/05/2024

O projeto do túnel imerso Santos-Guarujá passou por diversas mudanças. As adequações ocorreram após debates e audiências realizadas nas últimas semanas. O governo acredita que as alterações vão tornar o equipamento mais completo e adaptado às necessidades existentes na Baixada Santista.

De acordo com o secretário de Estado de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, uma das modificações é a inclusão dos trilhos do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Ele ressaltou que, inicialmente, não estava prevista a passagem do modal pela estrutura.

“Preciso fazer o túnel com ele, com trilho para sair no Guarujá. Estas são coisas que não estavam no projeto inicial, mas devemos incorporar, tornando-o mais interessante”, afirmou, dizendo que não faria sentido conceber a passagem sem espaço para esse modal.

Rafael Benini detalhou como será o local. “Ele vai ter três faixas de cada lado. Destas, uma será conversível para o VLT. Tem também passeio para bicicleta e pessoas passarem”. Mais um detalhe: agora, estão previstas as construções de duas estações do trem no território guarujaense.

Por fora
Embora as adaptações citadas até aqui estejam voltadas à parte interna do futuro equipamento, Benini salientou que a parte externa também é alvo de conversas e estudos. Aliás, nos debates, percebeu-se uma necessidade.

“Só fazer o túnel não adianta. Temos de conversar sobre a Perimetral do lado Santos e a do Gaurujá ”, falou, revelando mais um apontamento recente obtido por meio das audiências.

“Outra contribuição recebida foi ter uma ligação direta com a Rodovia Cônego Domênico Rangoni. Isso traria uma nova ligação de acesso à cidade, mas pode trazer caminhões para dentro de Santos, o que não quero”, reconheceu o convidado do seminário.

Fundo
O secretário contou, ainda, que a profundidade da estrutura segue indefinida. Neste momento, o governo estuda a melhor alternativa. “Discutíamos a necessidade de ele estar a 21 metros de profundidade. Se fosse 18, seria ruim para o Porto?”, refletiu o representante do governo.

Não se trata, apenas, de avaliar quanto a atividade portuária pode ou não ser afetada. A vida, ou melhor, a casa de muitas pessoas também está em jogo, pois, segundo o especialista, “quanto mais fundo, mais longe preciso chegar”. E quanto mais longe ele for, mais gente terá de ser desapropriada, dando espaço para a acomodação ideal da estrutura.

Prazos
De acordo com Benini, os governos federal e estadual estão em contato, buscando definir a divisão do investimento para viabilizar a obra. O chefe da pasta de Parcerias em Investimentos disse que o Executivo paulista sugere que a conta seja divida integralmente. Desta forma, cada um dos atores públicos envolvidos teria de arcar com 50% da conta.

Questionado sobre quando o túnel ficaria pronto, ele ponderou que o prazo depende da liberação de recursos da União. Caso haja um acordo e nenhuma surpresa surja no meio do caminho, a conclusão do projeto e o início da utilização do espaço ocorreriam em 2030.

Custo
Como pode ser visto no site do governo do Estado (www.saopaulo.gov.br), o túnel tem investimento estimado em R$ 5,96 bilhões. Como será firmado um contrato de parceria público-privado (PPP), a empresa que vencer a concorrência vai gerir o espaço por 30 anos. O edital ainda não foi publicado.

No total, o equipamento terá 870 metros de comprimento. Segundo o projeto já elaborado, o trecho vai ligar as regiões de Outeirinhos e Macuco, do lado de Santos, com o distrito de Vicente de Carvalho.

Este será o primeiro túnel desta natureza de toda a América Latina. Atualmente, mais de 21 mil veículos motorizados, além de 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres, atravessam as duas margens todos os dias.

Perimetral// Guarujá vai aproveitar a chegada do túnel para ampliar a segunda fase da Perimetral. Na nova etapa, será criada uma conexão entre a área portuária da cidade e a rodovia Cônego Domênico Rangoni. Apesar disso, quando esta estrutura estiver construída, o projeto não estará completo.

As informações foram confirmadas pelo secretário municipal de Infraestrutura e Obras de Guarujá, Adilson Luiz de Jesus. “Há dez anos, fizemos um elevado, separando a linha férrea dos caminhões, pois havia um conflito grande, congestionando a Rua do Adubo (Rua Idalino Piñez). Agora, vem esta conexão, que desafogaria as vias de Vicente de Carvalho”, disse, ressaltando que ainda vão faltar ações na área retroportuária, para que as intervenções planejadas sejam finalizadas.

A respeito do túnel entre o município e Santos, o secretário afirmou que foi pedida a inclusão de um anel viário em Vicente de Carvalho. Segundo o gestor, o objetivo deste equipamentos é “cuidar da sustentabilidade do tráfego, para desagregar caminhões dos veículos”. Ele assegurou que a solicitação foi aceita pelos governos federal e estadual.

De acordo com o convidado do fórum, a estrutura em questão também terá uma saída para o aeroporto que está sendo construído no município. “Prevemos um fluxo maior, e o túnel vai colaborar com isso. Dentro do anel viário, já definimos este acesso. Quem for usar a ligação seca para sair de Guarujá, não vai precisar passar por vias coletoras”.

Mais obras
O secretário de Estado de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, disse que, além de obras como o túnel Santos-Guarujá e a expansão do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), o governo está trabalhando em outras frentes. Entre elas, está um projeto de aumento da malha cicloviária na região.

“Dentro do nosso projeto, a gente prevê 70 quilômetros de ciclovias”, afirmou, citando que a gestão paulista planeja, ainda, melhorias na iluminação na Piaçaguera.

Ressaltando que também vai haver investimentos mais ao sul, Benini apontou mais uma obra, que atende a um antigo pedido praia-grandense. “Junto à Ecovias, faremos a ampliação da Curva do S, no fim do trecho de concessão. Este é um trabalho que estamos fazendo”.

Em Santos
Responsável pela pasta de Parcerias em Investimentos, o convidado foi questionado sobre o chamado túnel maciço, da Sabesp, que ligaria a Zona Noroeste de Santos ao bairro do Marapé, próximo à Avenida Doutor Moura Ribeiro. Ele declarou que o assunto é debatido, mas que acha difícil ser conduzido por sua secretaria, já que sua atuação, sempre em formato de parceria público-privada (PPP), traria a obrigatoriedade de pagamento de tarifa por parte dos usuários.

“O governador (Tarcísio de Freitas, Republicanos) pediu para o DER (Departamento de Estradas de Rolagem) estudar a possibilidade de fazer este túnel. Quem sabe no futuro. Mas, quando cai na minha mão Por ser dentro da cidade, talvez não faça sentido. Não sei se a população pagaria uma tarifa módica para ter o túnel”, ponderou.

Agência Camara - DF   08/05/2024

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estuda estender em 15 anos a concessão da BR-101 em Santa Catarina para a empresa Arteris Litoral Sul, com o objetivo contemplar a construção de dois túneis na região do Morro dos Cavalos, no município de Palhoça.

O problema na região do Morro dos Cavalos é crônico: em época de chuva, é comum ocorrerem deslizamentos e interdição da BR-101 - e foi o que aconteceu em abril. A rodovia, que liga Santa Catarina ao Rio Grande do Sul e Paraná, ficou totalmente interditada por 50 horas, e seguiu com bloqueios parciais por quatro dias.

Diretor-Geral da ANTT, Rafael Vitale Rodrigues explicou que a agência recebeu proposta de extensão do contrato da Arteris Litoral Sul e deve protocolar o pedido na Câmara de Solução Consensual do Tribunal de Contas da União (TCU) em breve. Segundo ele, se realizada ainda neste contrato, que durará mais nove anos (até 2033), a obra teria forte impacto sobre a tarifa de pedágio.

“Com 15 anos adicionais aos nove anos, isso permitiria a gente ter uma tarifa adequada à realidade do catarinense e permitiria incluir uma quantidade de obras maior”, disse. Conforme ele, a construção dos túneis na região do Morro dos Cavalos seria contemplada logo nos primeiros anos do contrato repactuado, e a tarifa aumentaria à medida que as obras fossem entregues.

Contrato atual
O assunto foi debatido em audiência pública na Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (7), a pedido da deputada Daniela Reinehr (PL-SC).

“Quando eu fiz o requerimento, nós estávamos vivendo um deslizamento bastante grave no Morro dos Cavalos, algumas pessoas ficaram dias trancadas na rodovia", destacou a deputada. "Este é um tema que, para nós, é muito caro há bastante tempo, que já esteve em planejamento, estes dois túneis no Morro dos Cavalos, e infelizmente ele foi deixado de fora do contrato de concessão”, relatou. O contrato de concessão com a Arteris Litoral Sul foi assinado em 2020.

Solução definitiva
Presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Santa Catarina, Dagnor Schneider acredita que a obra para a construção dos túneis deveria ser contemplada ainda no atual contrato, e não numa eventual extensão. Segundo ele, a incorporação da obra, estimada em R$ 1 bilhão, poderia ser absorvida no contrato atual com o aumento de tarifa de pedágio em R$ 1. Ele lembrou que o projeto de construção dos túneis está sendo discutido desde 2010.

Na avaliação dele, a obra é necessária, mas não resolve definitivamente os problemas enfrentados pelo setor na estrada. “Nós precisamos ter muita clareza que os projetos que estarão contemplados na eventual extensão do contrato representem a solução que o estado de Santa Catarina precisa, este é o ponto de atenção. E até agora nós não vimos ainda qual a proposição de solução”, disse.

Para ele, caso o contrato seja estendido em 15 anos, totalizando 24 anos, deve contemplar a construção de uma rodovia paralela à BR 101, denominada Rodovia Litorânea. “A renovação ou a extensão do contrato deve efetivamente contemplar obras, e falo em obras que devem olhar também para a rodovia paralela à BR 101”, afirmou. “Esse é um projeto estratégico para a solução definitiva do problema de fluidez de trânsito, independentemente da obra no Morros dos Cavalos, que é uma obra necessária”, acrescentou.

Impacto climático
Presidente da Câmara de Transporte e Logística, representando a Federação das Indústrias de Santa Catarina, Egídio Martorano, por sua vez, acredita que “não há tempo hábil para (a Arteris) absorver o impacto da construção dos túneis sem que ocorra aumento significativo de pedágio”. Ele defende a extensão da concessão em mais 15 anos, para permitir a execução da obra sem afetar o equilíbrio econômico-financeiro da empresa concedente.

Na audiência, o diretor-geral da ANTT ressaltou que as situações extremas no clima vêm afetando a malha rodoviária, e que chuvas não eram esperadas na região do Morro das Baleias em abril. “Com isso todas as nossas infraestruturas precisam passar por revisão para que tenham maior resiliência climática”, alertou.

NAVAL

IstoÉ Dinheiro - SP   08/05/2024

A Portos RS anunciou nesta terça-feira, 7, que mantém suas operações normais no Porto do Rio Grande, adiantando que as operações não foram afetadas pela elevação do nível da Laguna dos Patos.

Em nota à imprensa, a companhia informou que a correnteza no canal de acesso ao Porto do Rio Grande estava favorável, permitindo o escoamento da água a uma velocidade de aproximadamente 5,55 km/h, com o nível da maré indicando 90 cm acima do normal.

Em Porto Alegre as operações seguem paralisadas devido à manutenção do nível do Lago Guaíba acima da cota de inundação, enquanto o Porto de Pelotas enfrenta interrupção nas operações de embarque de toras para a CMPC devido às condições climáticas adversas.

Quanto à travessia para São José do Norte, o transporte de passageiros está suspenso temporariamente, sendo mantida apenas a balsa para veículos.

A companhia ainda ressaltou que segue monitorando a situação e está preparando-se para uma reabertura gradual das atividades portuárias, garantindo a segurança de todos os envolvidos e a eficiência das operações.

Portos e Navios - SP   08/05/2024

Em abril de 2024, o Porto Itapoá bateu vários recordes em sua operação. A movimentação geral atingiu 107.475 TEUs, ultrapassando o recorde anterior do Terminal, de 106.565 TEUs, atingido em outubro de 2023.

Para o diretor de Desenvolvimento de Negócios e Experiência do Cliente do Porto Itapoá, Felipe Fioravanti Kaufmann, os números confirmam a crescente importância do terminal como opção logística para o mercado. “Fomos o terminal privado que mais cresceu em todo o país por dois anos seguidos e hoje correspondemos a um share de mercado de cerca de 8,5%”, analisa.

“Em 2023, atingimos diversos números importantes, como a superação do marco de 1 milhão de TEUs movimentados em um único ano. Entretanto, é importante lembra que foi um ano muito desafiador para todo o segmento e o Porto Itapoá consolidou sua posição como referência portuária regional, tendo se preparado para tal através de pesados investimentos em sua infraestrutura”, ressalta Kaufmann.

Abril também teve números importantes na importação de carga geral — 35.692 TEUs, atrás apenas de janeiro deste ano, quando foram movimentados 36.951 TEUs. A exportação de carga geral foi de 17.317 TEUs, menor somente do que dezembro do ano passado, quando o terminal movimentou mais de 18.891 TEUs.

Cargas congeladas e refrigeradas

O Porto Itapoá também registrou um recorde de 12.460 TEUs na exportação de cargas congeladas e refrigeradas, superando os 10.839 TEUs de dezembro de 2023. O número é um importante indicador para a economia regional.

Portos e Navios - SP   08/05/2024

Com profundidade de 20 metros, o sexto porto público brasileiro em movimentação de carga eleva eficiência portuária do Nordeste

Com a conclusão da dragagem do canal externo, que resultou no aprofundamento para 20 metros, o Porto de Suape completa fase importante na busca de maior eficiência operacional. Inicia-se agora nova fase que consiste no balizamento do canal e homologação da nova profundidade pela Marinha do Brasil. Suape é o sexto porto público em movimentação de carga, contabilizando, em 2023, 23.982.451 toneladas.

Uma vez concluída essa etapa, estimada em três meses, o atracadouro estará apto a receber embarcações de grande porte, a exemplo do petroleiro Suezmax, em sua capacidade máxima. A intervenção foi concluída após quatro meses de serviço com o uso de dragas de última geração.

“De fundamental importância para garantir a infraestrutura e eficiência necessária, a dragagem do canal externo, no curto prazo, vai potencializar a operação dos terminais de granéis líquidos e, consequentemente, da Refinaria Abreu e Lima, que anunciou, recentemente, obras de ampliação com a conclusão do primeiro trem e construção do segundo, o que praticamente dobrará a capacidade de refino, atraindo mais operações para nosso atracadouro. ”, pontua o diretor-presidente de Suape, Marcio Guiot.

De acordo com o gestor da estatal portuária, a intervenção incrementará a movimentação de outros tipos de mercadoria, como contêineres, veículos, carga geral, granéis minerais e vegetais. “Junto com a dragagem do canal interno, que deverá estar pronta até o primeiro trimestre de 2025, o porto reunirá as condições necessárias para que as embarcações possam atracar com a carga máxima também nos berços internos. Isso trará mais competitividade para Suape e benefícios para os operadores de cais público”, sublinha.

Iniciada em 1º de dezembro de 2023, a complementação da dragagem do canal externo teve custo de R$ 140 milhões e resultou na remoção de 1,7 milhão de metros cúbicos de sedimentos. A obra foi entregue um mês antes do prazo estipulado.

PETROLÍFERO

Valor - SP   08/05/2024

Resultado foi pressionado por preços mais baixos para o petróleo e gás vendidos, impactos da paralisação da maior refinaria da empresa, além de margens de combustíveis significativamente mais fracas

A BP planeja cortar pelo menos US$ 2 bilhões em custos após o lucro do primeiro trimestre ser impactado por preços mais baixos do petróleo e gás vendidos e por uma paralisação na refinaria dos EUA, ficando abaixo das previsões de mercado.

A petrolífera britânica disse que o lucro subjacente de substituição de custos, métrica semelhante ao lucro líquido apresentado por seus pares nos EUA, foi de US$ 2,72 bilhões, ante US$ 4,96 bilhões há um ano, ficando abaixo da estimativa de US$ 2,87 bilhões.

O resultado foi pressionado por preços mais baixos para o petróleo e gás vendidos, os impactos da paralisação na refinaria de Whiting, em Indiana, a maior refinaria da empresa e a maior no meio-oeste dos EUA, além de margens de combustíveis significativamente mais fracas.

A empresa pretende cortar pelo menos US$ 2 bilhões em custos até o final de 2026, cerca de 10% do que ela chama de sua base de custos controláveis, que foi de US$ 22,6 bilhões no ano passado.

Os cortes seguem o recente plano da empresa de simplificar sua estrutura e reduzir a equipe de liderança executiva para reduzir complexidade no gerenciamento e tomada de decisões.

A dívida líquida da BP aumentou para US$ 24 bilhões, de US$ 20,9 bilhões no final do quarto trimestre.

A empresa produziu 7,6% mais hidrocarbonetos, com 1,46 milhão de barris de óleo equivalente por dia, enquanto a produção de gás e energia de baixo carbono caiu 5,7%.

O custo de substituição da BP antes de juros e impostos - outra métrica amplamente observada - caiu para US$ 4,82 bilhões, de US$ 13,2 bilhões no ano anterior, ficando aquém da previsão de consenso de US$ 5,83 bilhões.

A principal contribuição veio do segmento de produção e operações de petróleo com US$ 3,06 bilhões, enquanto o negócio de gás e energia de baixo carbono respondeu por US$ 1,04 bilhão. Ambas as unidades ficaram aquém das previsões do consenso.

No trimestre, a BP gerou um fluxo de caixa excedente de US$ 5 bilhões, apoiando uma recompra de ações de US$ 1,75 bilhão até 30 de julho. Além da recompra, declarou um pagamento de dividendos de 7,27 centavos, igualando o pagamento nos dois trimestres anteriores.

Olhando para o futuro, a BP espera que sua produção caia no segundo trimestre, em comparação com o primeiro. Para o ano todo, espera-se que a produção aumente ligeiramente em relação à produção do ano passado, impulsionada por uma maior produção de petróleo e compensando um resultado menor de gás e baixo carbono.

Valor - SP   08/05/2024

O contrato do petróleo WTI com entrega para junho cedeu 0,13%, a US$ 78,38 por barril, e o do Brent para julho recuou 0,20%, a US$ 83,16 por barril

Os preços do petróleo fecharam em queda modesta nesta terça-feira (7), pressionados por um dólar forte, que reduziu a demanda por commodities cotadas na moeda americana. O mercado também operou de olho nas negociações por cessar-fogo na Faixa de Gaza, que, até agora, não foram bem-sucedidas, o que mantém o prêmio de risco geopolítico que beneficiou os preços da commodity nos últimos meses.

O contrato do petróleo WTI, a referência americana, com entrega para junho cedeu 0,13%, a US$ 78,38 por barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o contrato do Brent, a referência global, para julho recuou 0,20%, a US$ 83,16 por barril na Intercontinental Exchange (ICE).

Antes do fechamento, os contratos ganharam força e chegaram a subir em ritmo moderado, após o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos divulgar um pedido de US$ 3,3 milhões de barris de petróleo para reabastecer a sua reserva estratégica.

A alta do petróleo, no entanto, não se sustentou, à medida que o dólar ganhou força por conta de comentários do presidente do Federal Reserve (Fed) de Minneapolis, Neel Kashkari. Entre as vozes mais conservadoras do banco central americano atualmente, ele afirmou que os juros podem ter de voltar a subir nos EUA caso a inflação estagne acima da meta de 2%, como ocorreu ao longo de todo o primeiro trimestre de 2024.

Valor - SP   08/05/2024

Produção em Vaca Muerta poderia substituir a importação da Bolívia, que está em declínio

Uma comitiva da gestão de parcerias e processos de exploração e produção da Petrobras viajou para a Argentina para acompanhar a produção de gás natural de Vaca Muerta, em meio a tratativas para viabilizar rotas para importar gás natural dessa reserva, apurou o Valor.

O megacampo de Vaca Muerta é uma área com gás de xisto (“shale gas”) e petróleo na Província de Neuquén, na Patagonia argentina, com campos produtores e contratos de diferentes operadoras. A Petrobras é uma das empresas que atuam na região, com 30% de participação em um dos campos.

Com a produção do gás da Bolívia em declínio, fontes apontam um possível interesse da petroleira brasileira em acessar fontes de suprimento de gás mais competitivas para gerir o portfólio da companhia.

As alternativas de envio do gás para o Brasil são parte de um memorando de entendimentos que envolve a Petrobras e a empresa argentina Enarsa, cujos termos estão sob confidencialidade, de acordo com o diretor-executivo de exploração e produção da companhia, Joelson Mendes, em entrevista coletiva, em Houston, no Texas, onde participa da Offshore Technology Conference (OTC). Ele salientou que a viagem da comitiva é uma tarefa de rotina, de acompanhamento de produção.

Em paralelo, segundo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a Bolívia está precisando de novas reservas para estabilizar a produção, o que demandaria investimentos e tempo.

Uma das saídas é usar a capacidade ociosa do gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), revertendo o fluxo atual do gasoduto Norte, na Argentina.

Outra opção é trazer o energético via gasoduto Néstor Kirchner, que liga a região de Vaca Muerta, a partir de Buenos Aires, até Uruguaiana (RS), mas a infraestrutura não está totalmente concluída. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou defender o crédito do BNDES para o projeto na época do ex-presidente Alberto Fernandez. Esse projeto sozinho, entretanto, ainda não garante a integração. Seria necessário fazer mais investimentos, em dutos de transporte no Brasil, para fazer o gás chegar ao mercado consumidor.

Outra alternativa é enviar o gás natural liquefeito (GNL) por navio até terminais na costa brasileira. Especialistas acreditam que isso deve acontecer tendo o Brasil como cliente ou não, já que os “players” certamente vão querer acessar o mercado internacional.

O presidente da consultoria Gas Energy, Rivaldo Moreira Neto, disse que a Argentina já está investindo na reversão dos dutos do seu lado da fronteira com a Bolívia. “A Argentina tem o que precisamos, que é novas entradas de gás e novas fontes de competição e o Brasil aparece como um mercado interessante.”

A Argentina tem o que precisamos, que é novas entradas de gás”

— Rivaldo Neto

Ele afirmou que, no atual contexto, a tratativa não deve ocorrer apenas pela tradicional negociação entre as estatais Petrobras e YPF, já que o novo presidente argentino, Javier Milei, não está alinhado politicamente com o Brasil, e o país vizinho tem uma pluralidade maior de empresas na produção, o que pode favorecer a competição de mercado.

Como o gás está associado às reservas de petróleo, a reinjeção não é uma opção e os argentinos vêm buscando mercado para o energético. Na outra ponta, a indústria brasileira acredita que o Brasil pode criar uma demanda firme em contratos de suprimento, que seria um mercado adicional aos intercâmbios ocasionais. Mas para isso, precisaria haver mais concorrência no mercado.

A estatal já foi monopolista no mercado de gás no Brasil, mas nos últimos anos passou por um processo de desconcentração de mercado, mas ainda detém uma fatia de 75% do mercado. O movimento foi parecido na Bolívia, quando o Brasil passou a importar o insumo e a relação praticamente se deu entre estatais, com alguns pequenos contratos para empresas privadas.

O vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendem publicamente a importação do gás argentino para suprir a indústria nacional. Para o diretor de gás natural da Abrace, associação que representa os grandes consumidores de energia, Adriano Lorenzon, em um possível negócio entre países, o governo deveria desincentivar a Petrobras a fim de promover a desconcentração do mercado e fomentar isso entre entes privados.

“Na medida em que a Petrobras se coloca como intermediária, seguindo a mesma lógica histórica que fez na Bolívia, isso é ruim para uma incipiente abertura do mercado brasileiro. O Brasil deveria seguir no caminho de contribuir para novos entrantes”, diz Lorenzon.

O repórter viajou a convite da Petrobras

Petro Notícias - SP   08/05/2024

A Yinson usou seu perfil no LinkedIn para anunciar hoje (7) que o FPSO Maria Quitéria partiu do estaleiro Cosco Shipping Heavy Industry, na China, rumo ao Brasil. A embarcação deve chegar ao país durante o segundo trimestre de 2024 e será instalada no campo de Jubarte, na parte norte da Bacia de Campos. O FPSO será interligado a 17 poços, sendo nove produtores de óleo e oito injetores de água, por meio de infraestrutura submarina composta por dutos flexíveis, umbilicais eletro-hidráulicos e árvores de natal molhadas.

A unidade terá capacidade de processamento de 100 mil barris de óleo e 5 milhões de m³ de gás por dia. “É o primeiro navio em nossa frota a apresentar a geração de vapor de recuperação de calor (HRSG) como parte do sistema de geração de energia em ciclo combinado. Acreditamos que o HRSG, juntamente com outras tecnologias que estamos implementando, desempenhará um papel integral em nossos esforços de descarbonização para reduzir as emissões de gases de efeito estufa na indústria de FPSO”, disse a Yinson.

A Yinson Production foi escolhida para desenvolver o FPSO Maria Quitéria pela Petrobrás em novembro de 2021 e os trabalhos de conversão começaram em 25 de janeiro de 2022. Este será o terceiro FPSO da Yinson Production destinado ao Brasil, seguindo o FPSO Anna Nery, que está operando para a Petrobrás desde maio de 2023, e o FPSO Atlanta, que vai começar a produção para a Enauta em agosto.

A área de Parque das Baleias é formada pelos campos de Jubarte, Baleia Anã, Cachalote, Caxaréu, Pirambú e Mangangá. O primeiro campo, de Jubarte, foi descoberto em 2001. Em 2019 a Petrobrás e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) celebraram um acordo para a prorrogação do prazo de concessão até 2056 do novo campo de Jubarte unificado, que viabiliza a implantação do novo sistema de produção do Projeto Integrado do Parque das Baleias, além de projetos complementares na área.

Valor - SP   08/05/2024

Além do órgão regulador, companhia enfrenta questionamentos de rivais do setor

Terminal de Regaseificação de São Paulo — Foto: Divulgação

A Compass, empresa de gás natural do grupo Cosan, enfrenta uma disputa judicial e administrativa para obter a liberação definitiva de seu Terminal de Regaseificação de São Paulo (TRSP), no Porto de Santos, um empreendimento que já consumiu mais de R$ 1 bilhão de investimentos.

O terminal está pronto desde o início deste ano, mas a autorização final da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) segue pendente e já virou uma briga judicial entre a empresa e órgão regulador. Além disso, há questionamentos de outras companhias do setor de gás natural, que também acionam a Justiça contra a operação, sob a alegação de que está em curso a formação de um monopólio regional do gás em São Paulo pela Cosan.

O TRSP deverá fornecer gás à Comgás, distribuidora paulista também controlada pela Cosan. Na prática, o terminal tem o potencial de substituir a Petrobras, que hoje é a principal provedora de gás da concessionária.

Por enquanto, a Compass garantiu um contrato para vender 3 mil m³de gás por dia à Comgás, em um processo competitivo realizado em 2020. Esse volume representa cerca de um terço do total distribuído pela Comgás, e o restante ainda vem da Petrobras. Porém, o peso da TRSP, que tem capacidade de 14 milhões de m³por dia, tende a avançar.

A disputa em torno do projeto de gás natural da Cosan se arrasta há anos, mas nas últimas semanas a briga subiu de patamar e chegou à Justiça.

O pontapé do conflito judicial se deu em 7 de abril, quando a Compass decidiu começar a operação do TRSP, mesmo sem o aval definitivo da ANP. Para isso, a empresa evocou a Lei da Liberdade Econômica: o argumento é que, como o regulador não se manifestou sobre a liberação no prazo de 60 dias após a apresentação de todos os documentos requeridos, há uma aprovação tácita.

Em reação, a ANP determinou a suspensão do funcionamento do TRSP, com a aplicação de multa diária em caso de descumprimento. Na sequência, a Compass acionou a Justiça Federal e conseguiu reverter a determinação e manter o terminal operando.

O próprio processo administrativo da ANP se tornou alvo de uma segunda ação judicial da Compass, que pede acesso a documentos e as notas técnicas da agência reguladora classificados como sigilosos. Uma fonte próxima ao grupo diz que não está claro qual o argumento técnico do órgão para barrar a operação.

Na disputa, o governo de São Paulo e a Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo) estão do lado da Compass. Os órgãos paulistas também pediram à ANP acesso aos documentos do TRSP, sem sucesso, diz outra fonte.

Em outra frente de disputa, está uma briga com os transportadores de gás. O início da operação do TRSP gerou uma outra ação judicial, movida pela ATGás (Associação de Empresas de Transporte de Gás Natural por Gasoduto). A Justiça negou a liminar para barrar o terminal, mas ainda analisa o mérito do caso.

A ATGás reúne empresas como a NTS (Nova Transportadora do Sudeste), que tem como acionistas a Brookfield e Itaúsa, e a TBG (Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia Brasil), controlada pela Petrobras. O presidente-executivo, Rogério Manso, afirma que a entidade não é a única opositora do projeto e que atua no imbróglio com o apoio das associações de grandes produtores, como o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), e de grandes consumidores.

Para a ATGás, a crítica não é ao TRSP em si, mas à forma de escoamento do gás do terminal. Mais especificamente, a briga das transportadoras é em torno do novo gasoduto da Subida da Serra, construído pela Comgás para interligar a Baixada Santista ao restante do Estado — e que, portanto, é parte da rede que levará o gás do TRSP às demais cidades atendidas pela Comgás.

Esse gasoduto está no centro de um impasse federativo entre ANP e Arsesp. A agência estadual classificou o gasoduto como de distribuição, compondo parte da base de ativos da concessionária Comgás. Já o órgão federal considerou o ativo como de transporte. Trata-se de uma definição técnica, mas que na prática representa uma diferença de custo no preço final, porque o gás que passa pela rede de transporte precisa pagar uma tarifa específica, o que não acontece na rede de distribuição. A discussão se arrasta há anos, sem definição.

A ATGás aponta uma série de riscos trazidos pelo novo gasoduto, e considera que o TRSP é apenas parte do projeto de gás da Cosan, que inclui o terminal, o gasoduto e a distribuição do gás.

A primeira crítica se refere justamente à verticalização da infraestrutura de gás em São Paulo, dado que a Compass (dona do terminal) e a Comgás (dona do gasoduto e distribuidora) são controladas pela Cosan.

Além disso, a entidade afirma que caso o gasoduto seja considerado de distribuição, haverá um impacto de aumento de tarifas aos usuários da rede de transporte, que em última instância pode colapsar todo o sistema nacional de transporte de gás, que é custeado em um modelo de “condomínio”, em que o custo é fixo e é rateado entre usuários. “Se o custo é dividido por menos usuários, os demais vão pagar mais. Isso pode criar, no longo prazo, a chamada ‘espiral da morte’, em que a tarifa vai subindo. Aí outro não vai conseguir pagar, até que aquilo colapsa”, diz Manso.

Um estudo da FGV-Ceri (Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura) contratado pela ATGás apontou que o novo gasoduto pode provocar um aumento tarifário médio de 6% até 14%. O estudo também critica o TRSP, afirmando que o menor custo do gás fornecido pelo terminal à Comgás “é ilusório e artificial”, porque “não decorre de ambiente competitivo” e favorece a “formação de monopólio regional”, além de ser baseado na “supressão indevida da parcela de transporte”.

Do outro lado, a Compass e a Arsesp defendem que a nova Subida da Serra é apenas um reforço de outro gasoduto de distribuição já existente, com traçado semelhante, e refutam os argumentos de que o ativo é de transporte.

Diante da controvérsia, a ANP buscou costurar um acordo entre as partes. A solução, colocada em consulta pública em 2023, trazia um meio-termo: previa que a Subida da Serra seguiria como gasoduto de distribuição, mas com algumas restrições, por exemplo, para impedir a interligação com outros Estados e com controle do volume transportado.

A proposta obteve aval da Compass e do governo paulista, mas não agradou a ATGás, que também acionou a Justiça contra o acordo, segundo Manso. Novamente a liminar foi negada, mas a ação ainda será julgada.

Além disso, o acordo tampouco foi formalizado pela ANP. Em meio ao imbróglio, a nova Subida da Serra ficou pronta e passou a operar em 2023, como parte da rede de distribuição da Comgás.

Procurada, a ANP afirmou que o processo de autorização do TRSP “está em análise e seguindo os trâmites internos necessários à outorga”. A agência diz que foi “obrigada a agir diante de fato que configura violação às normas aplicáveis”, dado que o TRSP começou a operar sem autorização da ANP. Sobre o sigilo aos documentos do processo, o órgão diz que “segue o regramento legal no que se refere à classificação de documentos”. Sobre o gasoduto, a ANP afirma que “está aprofundando a análise” sobre o acordo e que não há decisão final.

A Compass informa, em nota, que “detém todas as 33 licenças e autorizações dos órgãos federais, estaduais e municipais competentes, entre eles, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a Autoridade Portuária de Santos (APS), a Marinha do Brasil e os municípios de Santos e Cubatão, além de quatro autorizações da própria Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)”.

Em relação ao gasoduto da Subida da Serra, a Arsesp afirmou que “mantém sua posição técnica quanto à classificação realizada como duto de distribuição”, mas “sem prejuízo de ter colaborado com a consulta pública realizada pela ANP com proposta de harmonização regulatória, cujo procedimento não teve ainda novo andamento pela agência federal”.

O IBP reiterou sua oposição à classificação do gasoduto como ativo de distribuição e disse que, sobre o TRSP, preferia não comentar.

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