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08 de Março de 2024

SIDERURGIA

Valor - SP   08/03/2024

No entanto, companhia informou que está fazendo um pleito de antidumping para aços galvalume e galvanizados, e que a empresa terá reuniões em Brasília na próxima semana para tratar do tema

Benjamin Steinbruch, presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), afirmou em teleconferência com analistas nesta quinta-feira (7) que a área de siderurgia da empresa saiu “de situação incômoda em que nós mesmos nos colocamos”, com melhora de resultado em quantidade e redução de custo.

A empresa vendeu 1,064 milhão de toneladas de aço no quarto trimestre, aumento de 4,5% sobre o trimestre anterior. Todavia, o volume total de 2023 foi de 4,166 milhões de toneladas, 5,1% abaixo do reportado em 2022. Para Marcelo Ribeiro, diretor-financeiro da companhia, essa queda é fruto do momento de “competição exagerada e desleal” do aço importado.

Luis Fernando Martinez, diretor-executivo da CSN, disse que gostaria de “fazer um elogio” ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), em relação ao início da investigação antidumping contra a entrada de aço chinês no país, pedida pela CSN, especificamente sobre folhas metálicas. Ele afirmou que a CSN também está fazendo um pleito de antidumping para aços galvalume e galvanizados, e que a empresa terá reuniões em Brasília na próxima semana para tratar do tema.

A boa surpresa no último trimestre do ano foi que o mercado doméstico apresentou crescimento no volume, de 2% sobre o terceiro trimestre, e que as vendas para o mercado externo subiram 11,4% na mesma base de comparação.

Segundo Martinez, a perspectiva dos setores consumidores de aço é positiva, seja na construção civil, no de embalagens, no de distribuição, na linha branca e no de automóveis. “Não vejo preocupação grande com o mercado no consumo aparente, a atenção sempre vai para a importação e isonomia competitiva”, disse.

A empresa tenta reduzir o custo de fabricação da placa de aço, atualmente em cerca de R$ 3,4 mil a R$ 3,5 mil por tonelada. O objetivo é chegar aos R$ 3 mil por tonelada. Segundo Martinez, há uma “cruzada pela redução de custo” na companhia, e ele espera que seja possível atingir um valor almejado no terceiro trimestre deste ano.

Benjamin Steinbruch, presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) — Foto: Claudio Belli/Valor

IPO da CSN Cimentos

Steinbruch afirmou que a abertura de capital da CSN Cimentos é um desejo antigo da companhia e que será feito “assim que o mercado permitir”.

Ele disse ainda que a CSN tem o objetivo de realizar o IPO de todas as suas áreas, assim como já fez com a de mineração. Além do cimento, as divisões de energia e logística também são candidatas.

“Queremos que sejam negócios independentes, listados e que possam crescer por conta do risco de cada um”, afirmou.

O IPO da CSN Cimentos ajudaria no processo de desalavancagem da companhia, segundo o presidente. O indicador de alavancagem passou de 2,63 vezes no terceiro trimestre para 2,58 vezes no quarto período, e a empresa quer levá-lo para até 2 vezes em 2024.

No ano passado, a divisão de cimentos concluiu a integração das fábricas da LaFargeHolcim, comprada pela CSN em 2022.

Ribeiro destacou que a empresa cresceu sua produção em 7% no quarto trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, mesmo com queda setorial. A companhia também busca aumentar a margem da divisão, atualmente em 24,1%, para a faixa dos 30%, apresentada antes da integração da LaFarge.

Na divisão de energia, Steinbruch afirma que a empresa busca um “parceiro estratégico” para compor o negócio.

Em mineração, um follow-on não é prioridade da empresa, segundo Steinbruch, mas há busca por parceiros que ajudem a “viabilizar investimentos” para conseguir retornos mais rapidamente no setor. “Estamos abertos, como sempre tivemos, a capital estratégico que possa valorizar essa oportunidade um pouco mais do que o mercado”, disse.

Segundo Ribeiro, o ano da mineração da CSN foi “quase perfeito”, com crescimento de 28% nas vendas.

Infomoney - SP   08/03/2024

A CSN (CSNA3) e sua subsidiária CSN Mineração (CMIN3) divulgaram, ambas, seus resultados do quarto trimestre na noite desta quarta-feira (6), mas as reações do mercado foram totalmente diferentes para as duas companhias. Enquanto os papéis da metalúrgica caíam, às 14h, quase 4%, as da mineradora subiam cerca de 2,5% (em alta, ainda que amenizando em relação às máximas de 5% registradas mais cedo).

O mercado siderúrgico brasileiro continua lutando contra as importações de aço chinês. Com a economia do gigante asiático cambaleando, as metalúrgicas por lá passaram a vender mais aço para outros países, incluindo para o Brasil, com preços agressivos.

Com isso, apesar de os volumes do braço de siderurgia da CSN terem crescido, chegando a 1,06 milhões de toneladas, alta de 6% no ano, a receita líquida, de R$ 5,6 bilhões, caiu 6% na mesma base, bem como o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês), de R$ 331 milhões, com baixa de 59%.
A despeito do impacto ainda negativo, o quarto trimestre também foi visto como um momento de mudança de tendência para o negócio principal. O Bank of America, por exemplo, menciona que o resultado do braço siderúrgico foi acima do esperado por conta dos preços realizados terem superado o consenso em 5,7%.

“A siderurgia conseguiu demonstrar um sinal de recuperação e reportou crescimento trimestralmente. O nosso entendimento é de que a evolução do mercado europeu e uma produção sem gargalos criaram um cenário de retomada de volumes, exatamente como antecipamos em nosso relatório de prévias”, diz o time da Genial Investimentos.

Durante a teleconferência de resultados realizada hoje, os executivos da CSN também destacaram esse fator. “Encerramos o ano com o trimestre de melhor volume, mostrando recuperação. Fora isso, apesar do oitavo trimestre consecutivo de queda no preço dos aços domésticos, tivemos um bom preço no aço internacional. Preço médio subiu trimestralmente pela primeira vez em muito tempo. É um bom prognóstico para 2024”, falou o CFO, Marcelo da Cunha Ribeiro.

Fora isso, eles mencionaram que esperam que o governo tome atitudes contra o dumping do aço chinês – e chegaram a parabenizar a equipe técnica do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio. “O que vai acontecer é que há uma disposição inédita de tornar o processo antidumping em aço galvanizado mais célere, durando 90 dias no máximo. Pelo cálculo que fizemos junto aos técnicos, essa margem de dumping não é inferior a 50%”, comentou Luis Fernando Barbosa Martinez, diretor executivo.
Mineração é destaque do resultado da CSN

A siderúrgica trouxe um resultado acima do esperado, mas o destaque do trimestre foi mesmo o braço de mineração. Ainda que tenha sido registrado um recuo de 4,3% das vendas na base trimestral, por conta da sazonalidade, houve o aumento de 14,5% no ano. A receita da CMIN3 subiu 7,9% na comparação com o quarto trimestre de 2022, para R$ 12 bilhões, e o Ebitda, 15,8%, para R$ 3,6 bilhões.

“A principal diferença em relação ao nosso número é atribuída  ao  desempenho  de  custos  melhor  do  que  o  esperado  na  sua  divisão  de  Mineração. Observamos também que a produção de minério de ferro foi um dos  principais  destaques  positivos, elevando a produção total para 42,6 milhões de toneladas em 2023, acima do guidance de 42 a 42,5 milhões de toneladas”, expõe o time do BBI.

“Apesar dos custos  sequencialmente  mais  elevados  na sua divisão  de  Mineração, devido à menor diluição de custos fixos no trimestre, o custo caixa (C1) foi em média US$ 21,80 em 2023, o que também é melhor do que a sua orientação”, completam.

Os executivos da CSN Mineração destacaram ainda que houve uma melhora da qualidade do minério produzido, ligada aos “esforços do plano central”. E, para 2024, enxergam um cenário mais positivo, com a China estimulando uma boa meta de crescimento da economia, emitindo bonds para estímulos, trazendo um novo modelo de moradia social e incentivando a população a adquirir veículos elétricos.

A Genial, por fim, pode ter expressado em seu relatório a preocupação que derruba as ações da CSN. “Embora a CSN holding tenha de fato seguido a tendência de arrefecimento que comentamos em nossa prévia de resultado, o múltiplo ficou um pouco aquém do que esperávamos e, com certeza, muito longe do desejável. A companhia fechou 2023 com 2,58x Dívida Líq./EBITDA, acima do target anual de 2,0-2,5x refeito no terceiro trimestre, que já embutia uma alta em relação ao guidance inicial de 1,7-2,0x”.

Os executivos, durante a tele da holding, mencionaram que há algumas opções na mesa para diminuir a alavancagem, como o IPO do braço de cimento, a busca de parceiro estratégico em mineração (ou até mesmo um follow on) ou a entrada de um novo sócio no negócio de energia.  Os diretores ainda afirmaram que a possível aquisição da InterCement, caso a CSN faça a oferta vitoriosa no leilão, não deve mudar a meta de alavancagem, com a empresa pretendendo transformar a dívida em equity.

No entanto, o mercado enxerga que a movimentação pode atrasar o possível IPO do braço de cimentos, com a empresa tendo de entregar a integração e uma diminuição da alavancagem do próprio negócio antes da movimentação. Fora isso, a expectativa de expansão da companhia em diversos negócios, como a mineração, também é vista como um sinal de alerta.

Investing - SP   08/03/2024

A CSN (BVMF:CSNA3) apresentou oferta pelos ativos da produtora de cimento Intercement e uma eventual aquisição não muda o objetivo da companhia de reduzir a alavancagem para duas vezes até o final deste ano, afirmou o diretor financeiro, Marcelo Cunha Ribeiro, nesta quinta-feira.

"A aquisição não muda a ambição de estarmos em 2 vezes (dívida líquida/Ebitda)", disse Ribeiro, em conferência com analistas depois que a companhia divulgou na noite da véspera resultado de quarto trimestre em que mostrou alavancagem ao final de 2023 de 2,58 vezes ante 2,63 vezes nos três meses anteriores.

"Se a gente for a proposta vencedora...eventual IPO teria que esperar aprovações e integrações", acrescentou o executivo sobre plano antigo da CSN de listar em bolsa suas operações de cimento.

Ribeiro não deu detalhes sobre a proposta, mas afirmou que a CSN tem condições de manter a meta de alavancagem uma vez que conta com seu próprio desempenho de geração de caixa neste ano.

A estratégia também conta com a obtenção de parceiros para bancar parte dos investimentos da empresa em suas operações de minério de ferro e energia e uma estruturação de nova dívida para a aquisição "de maneira que parte do endividamento possa se transformar em equity", disse o executivo.

Além da CSN, os ativos da Intercement, do grupo Mover, ex-Camargo Corrêa, são disputados pela Votorantim, maior produtora de cimento do Brasil.

As ações da CSN chegaram a avançar 3,5%, a 17,24 reais nos primeiros negócios desta quinta-feira, mas neste começo de tarde eram transacionadas em baixa de 3,6%, a 16,05 reais, entre os piores desempenhos do Ibovespa, que cedia 0,42%.

Valor Investe - SP   08/03/2024

Presidente da CSN também falou sobre perspectivas para nova emissão de ações da CSN Mineração

O presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, afirmou em teleconferência com investidores nesta quinta-feira (7) que a abertura de capital, com emissão de ações, da CSN Cimentos é um desejo antigo da companhia e que será feito “assim que o mercado permitir”.

Ele disse ainda que a companhia tem o objetivo de realizar a oferta pública inicial de ações (IPO, a sigla em inglês) de todas as suas áreas, assim como já fez com a de mineração. Além do cimento, as divisões de energia e logística também são candidatas.

“Queremos que sejam negócios independentes, listados e que possam crescer por conta do risco de cada um”, afirmou.

O emissão de ações da CSN Cimentos ajudaria no processo de desalavancagem da companhia, segundo o presidente. O indicador de alavancagem passou de 2,63 vezes no terceiro trimestre para 2,58 vezes no quarto período, e a empresa quer levá-lo para até 2 vezes em 2024.

No ano passado, a divisão de cimentos concluiu a integração das fábricas da Lafarge Holcim, comprada pela CSN em 2022.

Marcelo Ribeiro, diretor financeiro da CSN, destacou que a empresa cresceu sua produção em 7% no quarto trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, mesmo com queda setorial. A companhia também busca aumentar a margem da divisão, atualmente em 24,1%, para a faixa dos 30%, apresentada antes da integração da Lafarge.

Na divisão de energia, Steinbruch afirma que a empresa busca um “parceiro estratégico” para compor o negócio.

Na CSN Mineração, um emissão suplementar de ações (follow-on) não é prioridade da empresa, segundo Steinbruch, mas há busca por parceiros que ajudem a “viabilizar investimentos” para conseguir retornos mais rapidamente no setor. “Estamos abertos, como sempre tivemos, a capital estratégico que possa valorizar essa oportunidade um pouco mais do que o mercado”, disse.

Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.

Valor - SP   08/03/2024

A CSN vai anunciar em breve a contratação de Marco Rabello, que deixou a diretoria financeira da Unipar no mês passado, como seu novo diretor financeiro, apurou o Pipeline, site de negócios do Valor. O atual executivo financeiro da siderúrgica, Marcelo Ribeiro, vai assumir a posição de diretor-presidente da CSN Cimentos, de acordo com três fontes.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   08/03/2024

A Organização Mundial do Comércio (OMC) encerrou sem acordos sua reunião ministerial de Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, nas primeiras horas de 2 de março. Os 164 países que a integram não alcançaram consenso em temas relevantes, como agricultura, pesca e facilitação de investimentos. A ausência de qualquer movimento dos Estados Unidos em favor da reconstrução do mecanismo de solução de controvérsias, sem efetividade há sete anos, arrematou o fracasso do encontro. Restou o preocupante quadro de paralisia da organização – tanto para aplicar novas disciplinas como para julgar práticas ilegais ou abusivas no comércio internacional.

Para não dizer que nada saiu do encontro de Abu Dabi, houve consenso sobre a prorrogação por mais dois anos da isenção de tarifas de importação sobre o comércio eletrônico de dados. De resto, o desprezo dos Estados Unidos, cujo principal negociador se retirou antes do fim da reunião, e o veto da Índia a todos os acordos possíveis impediram o saldo esperado. A delegação de Nova Délhi obstruiu até mesmo a inclusão, no aparato jurídico da OMC, de um acerto fechado previamente por 122 países sobre facilitação de investimentos, que previa redução de burocracia e maior transparência por governos e empresas.

A delegação da Índia chegou a Abu Dabi com o firme propósito de ver consagrada sua proposta de legalizar os subsídios aos seus estoques agrícolas – e de, em caso de decepção, vetar todos os demais acordos. A estratégia não poderia ser mais espúria. Agiram corretamente o Brasil e outros exportadores de alimentos ao recusarem a chantagem, que ocultava uma escaramuça. Como denunciou a Tailândia, a Índia exporta parte de seus estoques, que deveriam atender exclusivamente o mercado doméstico – uma clara infração às regras vigentes.

Não é de hoje que a Índia demole consensos na área agrícola, em claro confronto às posições brasileiras. Na Rodada Doha, contribuiu para o fracasso do acordo sobre redução de tarifas e de subsídios domésticos aos bens do agronegócio. Desta vez, fez ainda o desfavor de vetar a proposta da China de aperfeiçoamento das disciplinas do acordo de pesca, de 2022. As divergências entre Brasil, Índia e China atestam seus interesses conflitantes na OMC e a chance remota de haver alinhamento no Brics.

Fato é que a 13.ª reunião ministerial da OMC apenas confirmou a estagnação da entidade que se verifica desde a ruína da Rodada Doha, em 2001. Tornou-se mais difícil construir consensos sobre temas negligenciados ao longo dos 30 anos da organização, como o comércio agrícola, e disciplinar novos setores, como o de alta tecnologia. A organização não prosperou nem mesmo como tribunal de práticas ilegais ou abusivas. Seu mecanismo de solução de controvérsias está paralisado desde 2017 pelos EUA, que impediram a evolução dessa discussão em Abu Dabi.

Trata-se de uma péssima notícia num mundo em transformação acelerada, desafiado por tensões geopolíticas e conflitos com repercussão no comércio internacional. Ao respirar por aparelhos, a OMC mal consegue preservar o arcabouço jurídico do comércio internacional. Sem ela, no entanto, seria bem pior.

O Estado de S.Paulo - SP   08/03/2024

Dados os resultados do IBGE para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, o governo e o noticiário deram maior destaque ao crescimento de 2,9% no ano. Menor atenção receberam as taxas trimestrais de 1,3%, 0,8%, 0% e 0% do primeiro ao quarto trimestres. Assim, a economia parou no segundo semestre.

Do ponto de vista setorial, no ano, a agropecuária cresceu 15,1%; a indústria, 1,6%; e o setor de serviços, 2,4%. Do lado da demanda, houve expansão de 3,1%, impulsionada por transferências governamentais e pelo melhor desempenho do mercado de trabalho. Mas outra notícia ruim veio do lado da poupança e dos investimentos, com nova queda de suas porcentagens do PIB, para 15,4% e 16,5%, respectivamente. No ano anterior, foram de 15,8% e 17,8%, respectivamente, e entre 2010 e 2013 a taxa de investimento ficou acima de 20%.

Seria necessária uma taxa de investimento bem mais perto de 25% em caráter permanente para que a economia do País crescesse bem mais. Mas vai ser difícil, porque a taxa de investimento público teve forte queda. Segundo a FGV, chegou a 10,58% do PIB em 1978 e, desde então, teve uma tendência de baixa que a trouxe para míseros 2,53% do PIB em 2022. O setor privado continua com baixa confiança para investir mais, ao lado de enfrentar escassez de crédito e altas taxas de juros, além de outros problemas ligados ao chamado custo Brasil.

Olhando para 2024, a agropecuária não terá o desempenho do ano passado. As previsões são de um crescimento do PIB entre 1,5% e 2% no ano, ou seja, próximo da metade de 2023 e na linha do ciclo depressivo pós-1980.

O que fazer? Dentro da minha usual pregação de que a economia brasileira está estagnada deste os anos 1980, no sentido de que o crescimento ficou abaixo do potencial econômico do País, entendo que para sair deste buraco de baixas taxas do PIB é preciso ver o assunto sob a perspectiva da Economia Política. Segundo dois professores de Harvard, Jeff Frieden e Torben Iversen, ela é “o estudo de como a política afeta a economia e como a economia, de sua parte, afeta a política. O treinamento em Economia Política pode ajudar (...) a entender como as sociedades funcionam (...) e se tornar melhores analistas de políticas ou reformistas sociais mais efetivos”.

Quando comecei a estudar Economia, em meados dos anos 1960, o livro-texto da disciplina Introdução à Economia era um manual de Economia Política, do francês Raymond Barre. Nessa época, contudo, o estudo de Economia passou a ter, sob forte influência dos Estados Unidos, uma posição mais isolada e com uma pretensão mais científica, inclusive assumindo nome mais próximo do de uma ciência exata (em inglês, Economics, mais perto de Physics) e deixando de lado a política. O livro-texto passou a ser Introdução à Análise Econômica, do americano Paul Samuelson, professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Mas como está aqui o crescimento prejudicado pelo quadro político? O Executivo federal quase que só pensa em aumentar receitas, tirando mais recursos do setor privado, investindo menos do que ele proporcionalmente à receita e com gastos ampliados aumentando a sua dívida pública. Cortar gastos para aumentar sua taxa de investimento, nada. Assim, não tem um efetivo compromisso com o crescimento econômico.

Mesmo que tivesse, sua sustentação política está impedindo uma ação mais forte e bem administrada. Uma boa descrição desse quadro veio num editorial deste jornal (13/1, A3), de que mais uma vez transcrevo um trecho. Observou que o Poder Executivo está fragilizado “(...) diante de um Congresso hoje hostil, indócil e forte, e de uma base partidária de apoio ao governo frágil e fragmentada entre muitas e médias bancadas – elementos que criaram uma espécie de parlamentarismo bastardo, com poder gigantesco do Legislativo sobre o Orçamento e as agendas de interesse do Executivo”.

De outra parte, “(...) Enquanto a independência do Executivo e do Legislativo se esvaía no mesmo compasso da força suprema do Supremo Tribunal Federal (STF), a Corte sublinhava sua condição não apenas de guardiã da Constituição, como também de um tribunal penal político. (...) Em outras palavras, (...) o regime presidencialista só funciona se o presidente tiver uma boa bancada no Supremo Tribunal Federal como parte do jogo político da governabilidade”.

Assim, nesse contexto, a inapetência do Executivo pelo efetivo crescimento da economia se agrava ainda mais diante do poder crescente do Legislativo e do Supremo Tribunal Federal. O espaço para discussão de um plano de crescimento econômico se reduz, pois ambos têm apetite ainda menor por esse tema. O Legislativo porque sua prioridade é focar nas emendas parlamentares e no interesse de grupos de pressão por vantagens específicas. O Judiciário porque trata-se de um tema estranho à formação de seus juízes. Conforme indica a Economia Política, é preciso unir politicamente os Três Poderes em torno de um projeto de efetivo e mais forte crescimento econômico do País.

IstoÉ Dinheiro - SP   08/03/2024

As reservas internacionais da China subiram levemente em fevereiro, em um aumento inesperado que veio após números da balança comercial referentes ao primeiro bimestre do ano superarem as expectativas. Dados publicados nesta quinta-feira pela Safe, como é conhecido o órgão regulatório de câmbio da China, mostram que as reservas da segunda maior economia do mundo aumentaram US$ 6,497 bilhões, ou 0,2%, a US$ 3,226 trilhões no fim de fevereiro.

Fatores como a taxa de câmbio e mudanças nos preços de ativos contribuíram para o aumento no mês passado, detalhou a Safe. O resultado de fevereiro surpreendeu analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam queda das reservas em fevereiro a US$ 3,206 trilhões, ante US$ 3,219 trilhões em janeiro.

CNN Brasil - SP   08/03/2024

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse nesta quinta-feira (7) que os Estados Unidos estão se apegando a percepções erradas sobre a China e ainda não cumpriram suas “promessas”, apesar de algum progresso desde que os presidentes Joe Biden e Xi Jinping se encontraram em novembro passado.

Em entrevista coletiva na reunião anual do Parlamento em Pequim, Wang afirmou que os intercâmbios entre os dois países só podem continuar se ambos os lados respeitarem e reconhecerem suas diferenças.

“É preciso ressaltar que a percepção errônea do lado americano sobre a China continua, e as promessas feitas não foram realmente cumpridas”, disse Wang no Congresso Nacional do Povo.

“Os métodos de supressão contra a China estão sendo constantemente renovados e a lista de sanções unilaterais está sendo constantemente ampliada”, acrescentou.

Os “crimes” que os EUA queriam acrescentar à lista que a China supostamente havia cometido “atingiram um nível inacreditável”, segundo Wang.

Ainda assim, Biden deixou claro que os EUA não buscariam uma nova Guerra Fria, nem tentariam mudar o sistema chinês ou apoiar a independência de Taiwan, disse Wang.

Em uma discussão anual e abrangente, Wang adotou um tom relativamente comedido, e também abordou as relações com a Rússia e o conflito na Ucrânia, a Europa, a economia da China e a inteligência artificial.

Wang disse que a China apresentaria um projeto de resolução sobre IA à Assembleia Geral das Nações Unidas, refletindo a necessidade de desenvolvimento e segurança.

“A IA deve estar sempre sob o controle dos seres humanos”, declarou ele.

IstoÉ Dinheiro - SP   08/03/2024

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou nesta quinta-feira, 7, que a preocupação com as expectativas de inflação para 2025 e 2026 não é somente com o nível acima da meta, mas também com o tempo em que elas estão desancoradas. Guillen participou da 11ª edição do Annual Brazil Macro Conference, organizada pelo Goldman Sachs.

“Cria um farol apontando para o lado errado e isso vai se perpetuando em reindexação de salários e impacto sobre a definição de preços”, explicou o diretor, que frisou que entre os efeitos dessas expectativas desancoradas está a necessidade de juros em nível contracionista.

Ele salientou ainda que as expectativas para o ano que vem e o seguinte já estão acima da meta de inflação há mais de 30 semanas.

Ao comentar sobre a evolução do processo de desinflação, o diretor do BC destacou a inflação de serviços e afirmou que a abertura teve certa queda seguida por certa estabilização.

Guillen também reiterou a mensagem do Comitê de Política Monetária (Copom) da importância da evolução do hiato e do mercado de trabalho para a trajetória de desinflação.

Forward guidance

O diretor de Política Econômica do Banco Central disse que a autoridade monetária vai avaliar o uso do instrumento do “forward guidance” à frente. O BC tem dito que vê novas reduções da taxa Selic em 0,5 ponto porcentual como adequadas nas “próximas reuniões”, no plural, citando os dois encontros seguintes.

“Para a frente, a gente vai analisar. Será que a incerteza aumentou e o forward guidance continua fazendo sentido, ou não continua fazendo sentido? É uma questão de confiança sobre o processo, de risco e retorno”, disse Guillen, no evento organizado pelo Goldman Sachs, com transmissão online de áudio.

Ele lembrou que o forward guidance do BC é condicional, ou seja, indica novos cortes de 0,5 ponto porcentual nas duas reuniões seguintes apenas caso o cenário esperado pelo BC se confirme. E disse ver vantagens de ter adotado essa medida – um “instrumento adicional de política monetária”, como definiu.

“Ao longo do segundo semestre do ano passado, contribuiu para indicar o que queríamos fazer”, disse Guillen, para quem esse instrumento de comunicação ajudou a dissociar as expectativas para a taxa Selic do comportamento do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos.

Segundo o diretor, será preciso ponderar o custo de manter o guidance nas próximas reuniões. “É um esporte de altíssimo risco para atletas avessos a risco, que são policymakers”, afirmou.

‘Forward guidance do forward guidance’

Diogo Guillen se recusou a responder o que, na visão da autoridade monetária, vai determinar o nível da taxa Selic no fim do ciclo. “Isso é o ‘forward guidance do forward guidance’, eu não vou dar. Mas, disso tudo, é o compromisso com o atingimento da meta”, afirmou, respondendo a uma pergunta durante participação em evento do Goldman Sachs.

Ele disse ainda que, no curto prazo, o debate doméstico sobre a relação em atividade e inflação e os choques globais de política monetária são o principal desafio para o BC. No médio prazo, destacou a discussão sobre preços relativos. “Atuar em política monetária com choque em preços relativos é difícil”, afirmou.

Consenso entre países

O diretor de Política Econômica do Banco Central reiterou que a expectativa de início dos processos de corte de juros é consenso entre os países, com uma discussão também compartilhada sobre se as taxas terminais serão ou não contracionistas. Os países, afirmou, em sua maioria, ou já iniciaram algum tipo de corte ou estão discutindo qual será o momento adequado para começar.

Outra pauta comum entre os países, defendeu, é o processo de reancoragem das expectativas de inflação no horizonte. A velocidade do processo de desinflação, porém, deve ocorrer com certa heterogeneidade, a depender do tipo de política monetária e do ciclo doméstico de inflação e atividade, ponderou. “Tem uma velocidade de desinflação em dois estágios ao mesmo tempo que tem o compromisso dos bancos centrais em atingir a meta.”

O diretor do BC também retomou a discussão sobre a taxa de juros real ser alta no Brasil e frisou que para evitar comparar “banana com laranja” é necessário utilizar a taxa neutra dos países para realizar essa análise.

Atividade externa

Diogo Guillen afirmou que o cenário externo tem caminhado para um crescimento que não desacelera tanto. Ao comentar sobre o cenário da atividade econômica norte-americana, disse que sempre foi cético sobre um soft landing nos EUA. “Sempre achei difícil”, disse. “Será que vai conseguir acertar pote de ouro no fim do arco íris?”

Guillen frisou ainda que assim como no Brasil, é possível observar resiliência do consumo nos EUA.

A análise de histogramas de analistas do mercado, afirmou, mostra que nos últimos meses aumentou a expectativa para o crescimento em 2024 e 2025 dos Estados Unidos.

Essa elevação, ponderou, não é tão clara na Europa , e na China, por outro lado, as revisões foram para baixo.

Reformas e PIB potencial no Brasil

O diretor de Política Econômica do Banco Central disse ainda que o conjunto de reformas econômicas dos últimos anos pode ter aumentado o PIB potencial do Brasil. Mas quantificar esses impactos é difícil, devido principalmente aos ruídos criados pela pandemia de covid-19, acrescentou.

“Qualitativamente, eu acho que tem um aumento de PIB potencial, eu acho que as reformas empurram para o lado de PIB potencial, flexibilidade, melhoram a alocação de recursos. Agora, cravar um número de reformas no mesmo momento em que teve uma pandemia, eu acho difícil”, disse Guillen, no evento do Goldman Sachs.

O Estado de S.Paulo - SP   08/03/2024

A perspectiva de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 é mais baixa do que o avanço registrado em 2023, mas a composição será mais favorável, com recuperação dos investimentos, avaliaram economistas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) durante o 1º Seminário de Análise Conjuntural, realizado em parceria com o Estadão.

A preocupação maior é com o cenário fiscal, sob pressão em ano eleitoral, que colocará à prova o arcabouço fiscal nos próximos meses e ameaça a calmaria no cenário macroeconômico já no ano seguinte, completaram os especialistas.

“A gente certamente tende a viver em 2024 um ano de mais calmaria. A tendência é a economia crescer”, afirmou Armando Castelar, pesquisador associado do Ibre/FGV, durante o seminário na sede da entidade, no Rio de Janeiro.

“A gente vê um certo otimismo sobre o crescimento, sobre a queda da inflação, sobre a queda dos juros, que está em 11,25% ao ano, vai cair para 9,25%, 9,75%, a visão é essa. Mas a sensação que eu tenho é que, ao mesmo tempo que a gente tem essa calmaria e um cenário relativamente bom, tem um risco da tempestade que está se formando para o ano que vem, ou pelo menos para um pouquinho mais à frente”, alertou.

Segundo o pesquisador, o ambiente de polarização política agrava a questão fiscal no País, por abrir espaço para uma tendência de continuar aumentando gastos, não exatamente por uma estratégia de política econômica, mas sim em busca de maior popularidade.

“Tem o fiscal que vai se mostrando mais complicado do que parecia, uma inflação que não cai tanto como se gostaria e, portanto, exige que a política monetária fique restritiva por mais tempo, uma impaciência política tanto com o fiscal que não melhora o suficiente e uma política monetária que não relaxa o suficiente, e aí a gente caminha cada vez mais para perto de uma eleição bastante polarizada para 2026. Vai melhorar, mas não é claro quanto melhora, e pode ser que não melhore num ritmo suficiente para que a gente tenha a tranquilidade de que as coisas vão continuar na direção correta olhando um pouquinho mais à frente, que a gente acabe terminando o ano de uma maneira muito mais agitada”, avaliou Castelar.

A credibilidade do arcabouço fiscal será testada nos próximos meses, em meio a um cenário de expansão dos gastos já em curso no País, ressaltou Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre/FGV.

Mais importante do que esperar o número final do ano sobre a situação fiscal do País é acompanhar agora as próximas etapas, sobre o que o governo decidirá contingenciar e fazer para melhorar as contas e honrar compromissos, lembrando que 2024 é ano de eleições municipais, o que gera pressão por mais gastos, frisou. “A gente não tem certeza como vão lidar com essas pressões”, pontuou Matos.

“A tendência é a gente ter surpresas para pior no resultado fiscal do que surpresas para melhor. Acho que, ao longo do ano, a gente vai descobrindo coisas que vão piorar”, opinou Armando Castelar.

O Boletim Macro do Ibre FGV prevê um avanço de 1,5% no PIB em 2024, após uma elevação de 2,9% em 2023. Apesar da alta mais acentuada no ano passado, a atividade econômica cresceu na ocasião sob impulso, sobretudo, da demanda externa. Em 2024, o motor será a demanda interna. A FGV espera avanço de 3,4% nos investimentos, após a retração de 3,0% vista em 2023. O consumo das famílias perde fôlego, saindo de uma alta de 1,7% em 2023 para uma expansão de 2,0% em 2024, enquanto o consumo do governo acelera o ritmo de crescimento em ano eleitoral, de avanço de 1,7% no ano passado para elevação de 2,0% neste ano.

Para Silvia Matos, a boa notícia é que o desempenho será melhor nos investimentos em máquinas e equipamentos e na construção civil, mas ainda não é o caso de esperar uma economia em franco aquecimento.

“Estamos melhor do que a gente esteve em meados do segundo semestre do ano passado, sim, mas não parece uma aceleração tão forte”, ponderou Matos.

A pesquisadora revelou que dados preliminares de um estudo sobre produtividade, que será divulgado na próxima semana, mostram uma melhora no último trimestre de 2023 nesse quesito. “A gente pode ter tido resultado melhor da produtividade do trabalho, mais difuso entre os setores”, contou ela.

O avanço no PIB de 2024 deve ter perfil bastante ancorado nas condições de crédito mais favoráveis, na melhora do mercado de trabalho, desemprego em queda, massa de salários em alta, inflação mais baixa, enumerou Castelar. “O salário real está crescendo, o comprometimento de renda das famílias está caindo”, pontuou.

No entanto, a atividade econômica vem crescendo acima do potencial há algum tempo, em meio a um cenário de mercado de trabalho aquecido, acrescentou Castelar. Para ele, “a notícia ruim” é que o quadro impulsiona os salários, o que acarreta uma pressão sobre a inflação de serviços, dificultando também a convergência mais rápida da taxa de juros para patamares mais baixos.
Política monetária contracionista

O Brasil vive há mais de dois anos num cenário de política monetária apertada, mas as expectativas de inflação ainda “não estão devidamente ancoradas” em meio às incertezas sobre a questão fiscal. Portanto, não resta alternativa ao Banco Central que não seja manter a taxa de juros em patamar contracionista, acima do juro neutro, defendeu o economista José Júlio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários do Ibre/FGV.

“O que o Banco Central do Brasil pode fazer? Não consigo pensar em nenhuma outra coisa que não seja o Banco Central manter a política monetária contracionista, acima do juro neutro”, declarou Senna.

A questão gira sobre qual seria o patamar adequado para a taxa básica de juros acima de juro neutro. Segundo Senna, uma taxa de juro terminal de 9% “não dá conta” do desafio, tem que ser mais elevada. Mencionando a curva de juros no mercado futuro, o pesquisador aprova as apostas entre 9,5% e 9,75%.

“Já acho mais adequado”, sentenciou. “Não basta levar a inflação para a meta, você tem que mantê-la na meta”, defendeu.

Segundo Senna, a manutenção de uma política monetária contracionista por longo período de tempo pode gerar uma fadiga, mas há risco de que todo o esforço empreendido até agora possa ser “jogado fora”, diante da celebração de que a inflação se aproxime da meta, porém sem considerar que não houve queda nas medidas de inflação subjacente. É necessário persistir em levar as expectativas de inflação para a meta, disse ele, lembrando ainda que a experiência internacional mostra o risco de que a autoridade monetária passe a mirar um número mais alto de inflação do que o determinado na meta.

“É um perigo”, alertou Senna. “O que o Banco Central tem que fazer é aproveitar, enquanto o clima não está tão desfavorável assim, para tentar ter sucesso, levar a inflação para a meta e manter ela lá”, concluiu.

O Estado de S.Paulo - SP   08/03/2024

Neste início do ano, o governo federal lançou o mais novo programa voltado a retomar a industrialização do País, chamado de Nova Indústria Brasil (NIB). O novo programa foi justificado como forma de fomentar o processo de reindustrialização (ou neoindustrialização), recuperando o setor que nas últimas décadas apresentou queda importante na participação na economia nacional.

Lembro que, no ano que passou, o governo federal já havia apresentado o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), tendo como objetivo a retomada de investimentos em diversos setores relevantes para a infraestrutura nacional, como rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, saneamento básico, etc. Ou seja, hoje, teremos em curso dois programas de políticas públicas que visam a, mediante participação pública e, em especial, do BNDES, fomentar setores estratégicos deficitários de investimentos e que, neste caso, são intrinsecamente interligados.

A interconexão entre indústria e infraestrutura nos remete ao eterno questionamento de quem teria vindo primeiro entre o ovo e a galinha, já que um, a rigor, não nasce (ou sobrevive) sem o outro.

Brincadeiras à parte, a analogia não deixa de ser pertinente, uma vez que projetos de infraestrutura não se sustentam sem que haja demanda (de produtos industrializados ou não), ao passo que plantas industriais que não tenham oferta de energia elétrica, gás, logística e outros insumos a preços viáveis também correm o risco de não pararem de pé.

Tal questão parece ter sido notada pelos idealizadores da NIB, uma vez que, entre as cinco missões do programa, ao menos duas delas são indiscutivelmente ligadas a setores da infraestrutura: “Missão 3 – Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e bem-estar da cidade”; e “Missão 5 – Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para as futuras gerações”.

Ocorre que sobrevive, ainda, a questão de como o governo conseguirá implementar todas as missões da NIB em conjunto com os projetos do Novo PAC, de modo eficiente e que não agrave o já desafiador orçamento disponível. Mais ainda, se teremos demanda e/ou oferta de disponibilidade operacional e de mão de obra para todos esses projetos.

Numa análise ainda preliminar da recentíssima NIB, percebemos que o governo pensou em algumas estratégias, mesmo que ainda sem detalhar as possíveis consequências, para endereçar os problemas acima.

O primeiro caminho e principal para a NIB, da mesma forma que se viu no Novo PAC, seria a retomada da concessão de crédito via BNDES, que, apesar de fruto de muito debate entre alguns economistas, me parece ser caminho natural, principalmente sob a perspectiva de que a construção de projetos de infraestrutura e projetos de capital (indústria) é ferramenta importante para o desenvolvimento social e tem alta capacidade de multiplicação fiscal no curto, médio e longo prazos.

Uma segunda estratégia seria usar a capacidade de compra pública do País, conforme, por exemplo, projetos previstos no Novo PAC, para induzir e fomentar atividades industriais e de pesquisa. Ou seja, criar a tão desejada demanda para justificar novos investimentos na capacidade produtiva usando, para isso, o poder de compra público financiado pelo Tesouro.

Por fim – mas de forma ainda não exaustiva –, temos a menção ao papel do mercado de capitais para o financiamento destes novos projetos. É um tema que ganhou muito destaque também neste início de ano, com a aprovação da Lei das Debêntures de Infraestrutura, e que, mais uma vez, se conecta com o Novo PAC, pois ratifica, ao menos em teoria, o reconhecimento da necessidade da união de esforços entre público e privado para a implementação de todos esses investimentos. Fica claro que o governo reconhece que a conta não fechará apenas com recurso público.

Muitos outros aspectos são pertinentes para o sucesso de qualquer política desenvolvimentista, como os casos da NIB e do Novo PAC, e que impactam diretamente para o seu sucesso, como a estabilidade fiscal, a qualidade dos projetos que serão beneficiados, questões de integridade, estabilidade política, controle da taxa de juros e, de forma genérica (mas fundamental), a manutenção de condições que não inviabilizem ou afastem outras formas de captação e investimento de recursos privados em razão da elevação do gasto público (efeito crowding out).

Independentemente se virão de forma concomitante ou do que virá primeiro (entre indústria e infraestrutura), espera-se que os recursos (se/quando) destinados sejam, de fato, executados com qualidade para que possamos – sem matar a galinha (ganso) – colher os ovos de ouro no futuro decorrentes desses investimentos.

MINERAÇÃO

Money Times - SP   08/03/2024

A Vale (VALE3) segue invicta em primeiro lugar no pódio de mais indicada para investir em março. Levantamento do Money Times, que revirou 25 carteiras recomendadas de bancos e corretoras, mostraram, pelo quarto mês seguido, a mineradora na dianteira.

Com 16 indicações, a companhia tem folga da segunda mais indicada. As ações de Itaú (ITUB4) receberam 12 indicações, com o pódio completo por Banco do Brasil (BBAS3), com 9 recomendações.

Não satisfeita, Vale (VALE3) sagrou-se campeã, com 15 indicações, entre as mais indicadas para buscar dividendos.

Vale (VALE3): por que mineradora domina?

Presente na carteira recomendada do Santander, os analistas do banco ressaltam que a companhia é referência global no setor de mineração. Na avaliação de Ricardo Peretti e Alice Corrêa, que assinam relatório, a Vale está bem posicionada dentro da indústria global de minério de ferro, sua indústria mais importante.

“Esperamos que a demanda por minério de ferro de alta qualidade continue decente no curto prazo, beneficiando a empresa devido ao incremento do projeto S11D (localizado no município de Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará), que aumentou a oferta da commodity de maior qualidade da companhia”, avaliam.

Em relação ao minério de ferro no mercado internacional, os analistas mantêm visão positiva sobre os preços da commodity a médio prazo. VALE3 é a top pick (favorita) do setor de Siderurgia & Mineração, diante da preferência do Santander por minério de ferro ante o aço.

“Embora reconheçamos que a tese de investimento da Vale continua altamente dependente da China, vemos os fundamentos que apoiam os preços do minério de ferro no curto prazo ainda sólidos, especialmente no momento que passamos por uma sazonalidade de produção mais fraca no Brasil e na Austrália”, ponderam.

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A Ágora Investimentos ressaltou que, no final do mês de fevereiro, a Vale reportou Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de US$ 6,7 bilhões para o quarto trimestre de 2024, alta de 50% em relação ao terceiro trimestre e de 35% em base anual, 6% acima do consenso de mercado.

Em geral, os analistas avaliam que a empresa apresentou resultados fortes e impulsionados, principalmente, pelo desempenho operacional e a sólida geração de caixa.

“Em nossos cálculos, VALE3 está negociando a 3,6xo múltiplo EV/Ebtida para 2024, um desconto substancial em relação aos seus pares (25% frente a média histórica de 15%)”, destacam.

Já os analistas da Terra Investimentos, que também contam com Vale no portfólio, destacam que a empresa continua apresentando resultados operacionais fortes, apesar das últimas revisões de produção.

Em relação ao minério de ferro, avaliam que o cenário de volatilidade deve se manter, enquanto o governo do gigante asiático continua analisando políticas de estímulos que tendem a aumentar a demanda pelo produto.
Para quem quer outro setor, Itaú é a indicação

Saindo do setor de mineração e siderurgia, o Itaú (ITUB4) é a recomendação. Com 12 indicações, a ação está presente no portfólio do BTG Pactual, que argumenta que, apesar da forte valorização no ano passado, as ações ainda são atrativas.

“Sob a liderança de Milton Maluhy, o banco vem passando pela transformação digital mais efetiva entre os bancos incumbentes, o que acreditamos que permitirá ampliar a sustentabilidade no ROE em comparação com os pares”, ponderam os analistas do banco.

Além disso, destacam que, no início de fevereiro, o Itaú reportou um quarto trimestre melhor do que o esperado, um dividendo extraordinário de R$ 11 bilhões (yield de 3%) e um guidance sólido.

A Empiricus Research destaca que o Itaú Unibanco atua em mais de 18 países e é o maior banco privado da América Latina, com R$ 1 trilhão em volume de empréstimos e aponta que alguns pontos sustentam a preferência da casa por ITUB4:
i) Performance superior em crédito ii) Reação aos novos entrantes iii) Eficiência iv) Dividendos

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Veja o ranking das ações mais indicadas para março
Ação Ticker Recomendações
Vale VALE3 16
Itaú ITUB4 12
Banco do Brasil BBAS3 9
Sabesp SBSP3 8
Petrobras PETR4 8
Prio PRIO3 8

O levantamento do Money Times levou em consideração as informações das carteiras de ações divulgadas por 25 instituições. Para março, foram indicadas 95 ações, somando 260 recomendações.

Participaram do levantamento Ágora Investimentos, Ativa Investimentos, BB Investimentos, Benndorf, BTG Pactual, CM Capital, Eleven, Empiricus Research, Genial Investimentos, Guide Investimentos, Itaú BBA, Levente, Mirae Asset, MyCap, Nova Futura, Órama, Planner, Rico, RB Investimentos, Safra, Santander, Terra Investimentos, XP Investimentos, PagBank, Warren.

Globo Online - RJ   08/03/2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que o governo irá fechar acordo com a mineradora Vale para o pagamento de indenizações a vítimas de desastres ambientais provocados em instalações da empresa.

- A coisa vai ser tão boa que vamos conseguir fazer, logo logo, um acordo com a Vale para ela poder pagar o que deve ao Espírito Santo e a Minas Gerais, ao povo de Brumadinho e ao povo de Mariana – disse Lula, em evento no Palácio do Planalto.

O presidente não deixou claro a qual dívida ele se referia, mas em janeiro a Justiça Federal condenou a mineradora Samarco, senda a Vale uma das acionistas, a pagar R$ 47,6 bilhões para reparar os danos morais coletivos pelo rompimento da barragem em Mariana (MG), ocorrido em novembro de 2015. A lama desceu pelo Rio Doce e atingiu o mar no Espírito Santo, prejudicando diversas cidades e pescadores locais.

Além disso, a mineradora ainda responde processos judiciais pelos prejuízos causados pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG), em 2019, levando à morte de mais de 270 pessoas. A Vale afirma que os procedimentos de indenizações estão em andamento e destaca que 6.368 acordos individuais foram fechados, com 13.098 pessoas envolvidas, além de 1.487 acordos trabalhistas, envolvendo 2.509 pessoas.

Investing - SP   08/03/2024

Os contratos futuros do minério de ferro subiram nesta quinta-feira, depois que comentários de autoridades da China, principal consumidora, reavivaram as esperanças de mais medidas de estímulos, embora os fundamentos fracos tenham limitado o espaço de alta dos preços.

O contrato do minério de ferro mais negociado na bols de Dalian, da China,, encerrou as negociações diurnas com alta de 1,83%, a 890 iuanes (123,64 dólares) a tonelada métrica.

O chefe do planejamento estatal da China disse que a meta de crescimento econômico de 5% do governo para este ano pode ser alcançada, enquanto o governador do Banco Popular da China (PBOC) disse que ainda há espaço para cortar a exigência de taxa de reserva (RRR) dos bancos.

Os analistas afirmaram que o que está limitando os ganhos do preço do minério é a demanda morna remanescente das siderúrgicas em meio à lenta recuperação da demanda downstream.

As importações de minério de ferro da China nos dois primeiros meses de 2024 subiram 8,1%, para 209,45 milhões de toneladas métricas, um recorde para o período de dois meses, mostraram dados da alfândega na quinta-feira.

Money Times - SP   08/03/2024

O futuro da gestão da Vale (VALE3) segue sem definição. O conselho de administração da mineradora ainda não tomou uma decisão sobre renovar ou não o mandato do seu atual CEO, Eduardo Bartolomeo, mostra nota divulgada nesta quinta-feira (7).

A Vale afirmou que o colegiado está conduzindo “de forma diligente” as discussões envolvendo o cargo de presidente da empresa, “cumprindo com rigor o Estatuto Social e as políticas corporativas aplicáveis”. A nota divulgada hoje à tarde esclarece notícias que mencionam a eventual sucessão na presidência com apoio de consultoria externa.

Recentemente, circularam na imprensa que Walter Schalka, de saída da Suzano (SUZB3), estaria sendo sondado para poder assumir o comando da Vale. O Valor Econômico apurou que o executivo estaria sendo considerado à posição, caso o conselho opte pela abertura de um processo competitivo, com a nomeação de três nomes para a sucessão.

Schalka permanecerá na presidência da Suzano até dia 1º de julho deste ano. O conselho de administração da empresa de papel e celulose consignou que Schalka será oportunamente indicado para a eleição do conselho de administração.

Ele também será eleito ou reeleito na primeira reunião do conselho de administração a ser realizada após a assembleia geral ordinária para integrar os seguintes comitês de assessoramento ao conselho de administração: Estratégia e Inovação; Sustentabilidade; Gestão e Finanças; e Comitê de Pessoas.

A reportagem do Valor levantou que outro possível nome, além de Schalka, para o processo competitivo é Luís Guimarães, da Cosan (CSAN3).

Riscos do lado micro e um “rebaixamento tardio” de VALE3

Até então construtivo com a Vale, o BTG Pactual rebaixou nesta semana a recomendação para os papéis da companhia a “neutro”, de olho na “deterioração acentuada” do cenário para a tese.

Na opinião do banco, os riscos do lado micro, incluindo a incerteza sobre a recondução de Bartolomeo ao cargo de CEO, aumentaram recentemente e têm pressionado a geração de fluxo de caixa e o potencial de dividendos da mineradora. Os analistas acreditam que esses riscos não foram totalmente precificados pelo mercado.

“Existe uma clara divisão entre os membros do conselho sobre a direção futura da empresa, o que acreditamos ser preocupante para uma empresa com tantos desafios pela frente”, afirmam Leonardo Correa, Caio Greiner e Bruno Lima, da equipe de análise do BTG, em relatório publicado na terça-feira (5).

Os analistas entendem que, desta vez, o minério de ferro não é o culpado. Além disso, com o nível que a Vale deve consumir de caixa para atender as provisões para Samarco e Brumadinho, cria-se um debate sobre a empresa estar realmente barata.

“Calculamos rendimentos de fluxo de caixa (cashflow yield, pós-provisões) de 9-10%, o que acreditamos não ser (alto) suficiente para compensar todos esses riscos”, comenta a instituição.

O BTG vê a Vale negociando perto de 4,3 vezes o Ebitda para 2024, desconto de 15-20% em relação aos pares australianos e que parece justificado, considerando o maior risco político e o nível de redução do fluxo de caixa.

Segundo o banco, a ação parece agora mais uma “armadilha de valor” do que uma oportunidade atraente.

“Em suma, há melhor valor em outras partes da indústria de mineração global e outras histórias nacionais com uma geração de caixa muito melhor (rendimentos de dividendos projetados para 2024 em 10% ou mais”, completa.

Além da nova recomendação neutra, o banco reduziu o preço-alvo de VALE3, de R$ 96 anteriormente a R$ 77.

Em relatório de atualização do setor de mineração e siderurgia, a Ativa Investimentos, também mencionando riscos de sucessão presidencial e novos provisionamentos, reforçou a postura neutra em relação à Vale. Tais riscos vêm impedindo maiores voos do papel, diz.

Procurada pelo Money Times, a empresa não se manifestou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para posicionamento.

AUTOMOTIVO

Agência Brasil - DF   08/03/2024

A produção de veículos automotores no Brasil cresceu 24,3% em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, com 189.684 unidades produzidas. Na comparação anual, o aumento foi de 17,4%. Os dados foram divulgados hoje (7), em São Paulo, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

“Esse é um bom sinal, a produção é sempre um termômetro muito relevante para o nosso setor”, disse Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, durante entrevista coletiva.

A venda total de veículos novos -o que inclui carros, comerciais leves, caminhões e ônibus - também aumentou no país. Segundo a Anfavea, em fevereiro foram comercializadas 165.225 unidades, o que representa expansão de 2,2% sobre janeiro e de 27,1% sobre fevereiro do ano passado. Desse total, 155.511 se referiam apenas a automóveis e comerciais leves.
Crescimento

A cada dia útil de fevereiro foram vendidos 8,7 mil veículos, o que representou alta de 18% em relação a janeiro e de 20,5% em relação a fevereiro do ano passado. Segundo o presidente da Anfavea, esse foi “um crescimento extremamente relevante”, superando o período antes da pandemia.

Já as exportações de veículos aumentaram 62,7% em um mês, com 30.652 unidades enviadas ao exterior. Na comparação anual, no entanto, houve queda de 14,1%. “É um crescimento sobre uma base muito baixa, que foi janeiro. Tivemos uma expansão que é importante, mas ainda assim é inferior ao ano de 2023”, disse o presidente da associação.

Para este ano, a Anfavea projeta crescimento em torno de 6% tanto na produção quanto no mercado.

Globo Online - RJ   08/03/2024

Mesmo com o movimento de queda de juros no país, as vendas de veículos financiados no Brasil ainda não refletiram esse movimento. Atualmente, pouco mais de 30% dos carros zero do país são comprados em prestações, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Mesmo com o crescimento de vendas de 19,8% no primeiro bimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2023, a maior parte dos carros está sendo comprada à vista.

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, disse que o ciclo de queda de juros iniciado pelo Banco Central, ano passado, ainda não se refletiu no aumento dos financiamentos. Segundo ele, o juro médio anual antes da queda da Selic era de 29% a 30%. Depois de ter começado 2023 em 13,75%, o patamar mais elevado desde dezembro de 2016, a Selic encerrou 2023 em 11,75% e atualmente está em 11,25% ao ano, menor nível desde março de 2022, quando estava em 10,75% ao ano.

— Com a queda da Selic, o custo de financiamento anual de um veículos zero está em 24,5%, 24% ao ano. A redução dos juros juros ainda não se materializou em aumento dos financiamentos, já que o patamar permance e em 30%. Acredito que quando o Marco das Garantias (lei que permite a retomada do bem em caso de inadimplência) for totalmente implementado, haverá sinalização mais positiva. Isso deve acontecer no segundo semestre — dissem Lima Leite durante apresentação dos números do setor em fevereiro.

Um estudo da Anfavea vêm potencial de queda dos juros do financiamento entre 15% e 20% este ano.

Investimento recorde

O presidente da Anfavea confirmou o número antecipado pelo GLOBO que os investimentos ativos das montadoras no país chegam atualmente a R$ 117 bilhões, até 2030, no maior ciclo de aportes de recursos feitos no país. A Anfavea avalia que esse número ainda pode crescer, já que novos investimentos devem ser anunciados, inclusive por fornecedoras de peças.

Veja uma galeria de automóveis elétricos das marcas mais conhecidas

Ele disse que o setor está conversando com o Senado para que o projeto de lei do Mover, programa federal que incentiva a produção de veículos menos poluentes, além de exigir pesquisa e desenvolvimento de tecnologia local, seja aprovado. A Medida Provisória que instituiu o programa caduca em maio.

— Estivemos com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, mostrando a importância do Mover para o setor, trazendo previsibilidade às fabricantes para investir — disse Lima Leite.

O programa prevê mais de R$ 19 bilhões em créditos tributários às empresas que aderirem.

Novas tecnologias

O presidente da Anfavea lembrou que os novos investimentos vão impactar o aumento do emprego no setor, que hoje tem 1,2 milhão de trabalhadores, mas ele não estimou o número de vagas que podem ser abertas. Ele disse que os novos investimentos vão trazer ao país novas tecnologias para a fabricação de veículos híbridos e elétricos puros, mas não devem se refletir no aumento da capacidade de produção. O parque industrial automotivo tem capacidade de fabricar 4,5 milhões de unidades/ano, mas atualmente produz cerca de 2,5 milhões.

— Não acredito em aumento da capacidade de produção. Hoje, podemos fabricar 4,5 milhões de veículos/ano, e estamos fabricando 2,5 milhões, podendo chegar a 3 milhões nos próximos três anos. Esses investimentos em novas tecnologias vão permitir que o país possa fabricar seus primeiros carros elétricos puros em dois anos — afirmou.

O presidente da Anfavea afirmou que no atual cenário global de busca pela descarbonização, as montadoras passaram a observar as características regionais dos países. No Brasil, por exemplo, o carro híbrido flex (movido a etanol ou gasolina) é apontado pelos especialistas como um estágio anterior à eletrificação total.

— As características regionais de cada país precisam ser respeitadas. Hoje, há um foco maior das montadoras na regionalização — disse.

Em fevereiro sendo um mês mais curto, as vendas de veículos zero cresceram no período, assim como as exportações e a produção de veículos, segundo a Anfavea. As vendas bateram em 165,2 mil unidades, no mês passado, alta de 27,1% na comparação com o mesmo mês de 2023. Em relação a janeiro, fevereiro mostrou crescimento de 2,2%.

Já a produção registrou no mês passado crescimento de 17,4% frente a fevereiro de 2023. No total, 189,7 mil unidades foram fabricados no país, incluindo carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Frente a janeiro de 2024, esse número representa um aumento de 24,3%. Esse número leva para 342,2 mil veículos o total produzido no primeiro bimestre, uma alta de 8,9% em relação ao mesmo período de 2023. A previsão da Anfavea é de crescimento de 6,2% da produção em 2024.

IstoÉ Dinheiro - SP   08/03/2024

Na esteira dos dois planos anunciados nesta semana – na quarta-feira pela Stellantis e na terça-feira pela Toyota -, a Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no Brasil, revisou o cálculo dos investimentos previstos no setor. Agora, como informado nesta quinta-feira, 7, pelo Estadão, a associação calcula em R$ 117 bilhões os investimentos ativos, considerando os ciclos iniciados em 2021.

Esse montante engloba as montadoras tanto de carros, cujos planos anunciados ou em curso passam de R$ 95 bilhões até 2032, quanto de caminhões e ônibus. No mês passado, a Anfavea divulgou uma estimativa de investimentos da ordem de R$ 100 bilhões até 2029, porém revisou o cálculo diante dos anúncios bilionários dos últimos dias.

A série de investimentos foi desencadeada pelo lançamento, no fim do ano passado, dos incentivos fiscais voltados à descarbonização e segurança dos carros produzidos no Brasil.

O maior deles foi anunciado pela Stellantis: R$ 30 bilhões de 2025 a 2030. Antes da Stellantis, a Toyota anunciou na terça-feira que vai investir R$ 11 bilhões na produção de automóveis híbridos.

Nesta quinta, na apresentação dos resultados do setor em fevereiro, o diretor-executivo da Anfavea, Igor Calvet, destacou que o setor vive um momento de otimismo que vai redundar até o fim do ano em “muito mais investimentos”.

“Se colocar na ponta do lápis os valores anunciados de 2021 até este ano, são R$ 117 bilhões. Apenas nos dois primeiros meses do ano, falamos em mais da metade: R$ 66 bilhões”, disse Calvet, lembrando que o montante é recorde. “O setor tem vivido um bom ciclo.”

Na quarta-feira, representantes da Anfavea estiveram com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para defender os benefícios do Mover, nome do programa federal que prevê, em cinco anos, incentivos fiscais de R$ 19,3 bilhões para as montadoras. Criado via Medida Provisória no fim do ano passado, o programa ainda depende de regulamentação.

Ao explicar por que as montadoras estão anunciando novos investimentos, a direção da Anfavea citou, além do Mover, a aprovação da reforma tributária e a volta, em janeiro, do imposto de importação sobre carros híbridos e elétricos, uma forma de o governo forçar a produção nacional das novas tecnologias.

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, sustentou que as empresas não tinham motivos para investir na produção nacional de carros eletrificados quando a alíquota para importar esses veículos era zero. “Isso fez com que as empresas tomassem a decisão pelos investimentos”, comentou.

Fora isso, Leite pontuou que o Mover tem, em sua essência, o incentivo à produção local, uma vez que o foco tributário e regulatório do programa está voltado a produtos em que o Brasil tem vantagem competitiva, como o biocombustível. Mais uma vez, o presidente da Anfavea disse que o Mover, junto com a reforma tributária, trouxe previsibilidade para o setor.

Embora a Anfavea não tenha previsões do impacto no emprego, o presidente da entidade prevê um grande potencial de geração de postos de trabalho com os novos investimentos.

Com as montadoras operando ainda com ociosidade elevada, Leite afirmou, no entanto, que não acredita em aumento de capacidade instalada da indústria como um todo. A previsão é que as montadoras produzam menos de 2,5 milhões de veículos neste ano, bem menos do que o potencial das fábricas, de 4,5 milhões de unidades.

Valor - SP   08/03/2024

Segundo o presidente da entidade, a Anfavea tem conversado com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Serviços para buscar meios de incentivar a venda externa de veículos

A venda de veículos para outros mercados continua em queda. As fábricas instaladas no Brasil têm sofrido forte concorrência de outros países nos mercados vizinhos, segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.

A exportação em fevereiro caiu 14,1%, num total de 30,7 mil veículos. No acumulado do ano, o total de 49,5 mil unidades representou uma retração de 28%. A receita no bimestre somou U$ 1,48 bilhão, o que representou queda de 11,33% na comparação com o mesmo período de 2023.

Segundo Leite, a Anfavea tem conversado com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Serviços para buscar meios de incentivar a venda externa de veículos. O México continua a ser o principal destino dos carros produzidos no Brasil, tendo ultrapassado a Argentina desde 2023.

Apesar dos números positivos nas vendas internas e produção, o emprego caiu na indústria automobilística. Em fevereiro o setor empregava 99,8 mil pessoa, 2,1% menos do que um ano atrás.

Valor - SP   08/03/2024

Com anúncios da Stellantis e Toyota nesta semana, soma de investimentos das montadoras de veículos leves no Brasil para a década atual soma R$ 104,8 bilhões

Com os investimentos anunciados pela Stellantis e pela Toyota nesta semana, a soma de investimentos das montadoras de veículos leves (automóveis e comerciais) no Brasil para a década atual soma R$ 104,8 bilhões. O valor inclui programas anunciados no início da década, e que já estão em fase final, com os novos ciclos, em grande parte revelados por essas empresas nas últimas semanas.

Confira abaixo os recentes investimentos das montadoras no Brasil:

Stellantis: R$ 30 bilhões

O novo plano da Stellantis para o Brasil vai somar R$ 30 bilhões no período entre 2025 e 2030 e será praticamente todo direcionado à produção de carros híbridos movidos a etanol. O primeiro deles começará a ser produzido e vendido no segundo semestre deste ano.

Toyota: R$ 11 bilhões

Toyota definiu um pacote de investimentos de R$ 11 bilhões para o Brasil entre 2024 e 2030, o maior da sua história de 66 anos no país. Parte dos novos investimentos será destinada a uma reestruturação industrial, que prevê o fechamento da fábrica de Indaiatuba (SP) e ampliação da capacidade em Sorocaba (SP), além do desenvolvimento de novos veículos híbridos flex.

Volkswagen: R$ 16 bilhões

Além dos aportes anunciados de R$ 7 bilhões que haviam sido anunciados em 2021 e que se esgotam em 2026, recentemente a montadora anunciou mais R$ 9 bilhões até 2029. Com os novo ciclo, a Volks pretende desenvolver uma plataforma totalmente nova para a produção de veículos híbridos a etanol. O novo motor híbrido será produzido na fábrica de motores que a empresa tem em São Carlos (SP).

General Motors: R$ 17 bilhões

No começo de fevereiro, o presidente da divisão internacional da americana General Motors, Shilpan Amin, esteve em Brasília para comunicar o investimento de R$ 7 bilhões nos próximos quatro anos. Os novos recursos se somam aos R$ 10 bilhões que foram anunciados no início da década e que se esgotam neste ano.

Hyundai: R$ 5,45 bilhões

O presidente mundial da coreana Hyundai, Eui-sun Chung, anunciou ao governo brasileiro, em fevereiro, o compromisso de investir em novas tecnologias para carros híbridos, elétricos e movidos a hidrogênio verde. Desde 2012 a montadora tem uma fábrica em Piracicaba (SP), onde produz o HB20 e o Creta.

Renault: R$ 5,1 bilhões

Em outubro do ano passado a francesa Renault anunciou um investimento global de 3 bilhões de euros para renovar as linhas de montagem em países fora da Europa. O Brasil receberá cerca de R$ 2 bilhões deste aporte. Com os valores programados nos últimos anos o total dos investimentos chega a R$ 5,1 bilhões.

Nissan: R$ 2,8 bilhões

No início de novembro, o presidente mundial da Nissan, Makoto Uchida, anunciou investimento adicional de R$ 1,5 bilhão ao plano definido no ano passado. Com isso, a fábrica de Resende (RJ), inaugurada há dez anos, receberá R$ 2,8 bilhões entre 2023 e 2025. O plano contempla a produção de dois novos utilitários esportivos.

CAOA: R$ 4,5 bilhões

A brasileira CAOA espera investir cerca de R$ 1,5 bilhão na fábrica de Anápolis (GO) para incrementar a produção da marca chinesa Chery e também da coreana Hyundai, que refez contrato de parceria com o grupo brasileiro. Os planos de eletrificação e produção de modelos híbridos envolvem, ainda, um aporte de R$ 3 bilhões, anunciado em agosto. Os recursos serão aplicados até 2028.

BYD: R$ 3 bilhões

A fabricante chinesa de carros elétricos tem um plano ambicioso para o Brasil. A montadora deu a largada nesta semana nas obras da nova fábrica em Camaçari (BA) para produção de veículos híbridos e 100% elétricos. Os investimentos para a primeira etapa somam R$ 3 bilhões.

Great Wall Motor (GWM): R$ 10 bilhões

A montadora chinesa Great Wall Motor, que começará a produzir modelos híbridos este ano, tem um plano de investimento total no país de R$ 10 bilhões. Cerca de R$ 4 bilhões estão sendo investidos na fábrica em Iracemápolis (SP) até 2025. Outra parcela de R$ 6 bilhões deve ser aplicada até 2032.

Valor - SP   08/03/2024

Em grande parte, o mais recente ciclo do setor, que inclui ônibus, se esgota na metade da década

Márcio Leite: “Média diária de vendas de carros supera o período pré-pandemia” — Foto: Silvia Zamboni/Valor

Nos últimos dias, a indústria automobilística encheu o noticiário com anúncios de novos e robustos programas de investimentos no Brasil. Todos, no entanto, se referem, por enquanto, apenas ao segmento de carros e veículos comerciais leves. Nenhum dos novos programas, que já somam R$ 104,8 bilhões para a década atual, envolve os fabricantes de caminhões e ônibus, uma indústria importante no país de dimensões continentais e que tem nas rodovias o principal meio de escoamento de produtos do agronegócio.

Os mais recentes programas de investimentos da indústria de caminhões e ônibus, que somam R$ 8,65 bilhões, abrangem, na maioria, a primeira metade da década. Os recursos já foram, em grande parte, consumidos para preparar esses veículos para a legislação de emissões, conhecida por Euro 6 e que está em vigor desde janeiro de 2023.

Se do lado das montadoras de automóveis os recentes anúncios carregam compromissos de atualização de produtos até 2030, ou um pouco além disso, falta à indústria de comerciais pesados revelar planos para a segunda metade da década.

Em média, os recentes programas dos fabricantes de caminhões e ônibus encerram-se entre este e o próximo ano. É o caso da Scania, que anunciou R$ 1,4 bilhão para o período entre 2021 e 2024. O da Volvo, outra fabricante sueca de pesados, soma R$ 1,5 bilhão, entre 2022 e 2025.

O mais recente ciclo da Volkswagen (R$ 2 bilhões) começou em 2021 e o da Iveco (R$ 1 bilhão), em 2022. Esses dois últimos vão até 2025. O da holandesa DAF, equivalente a cerca de R$ 350 milhões, abrange o período de 2021 a 2026.

O maior, mais longo e também encerrado há mais tempo é o da Mercedes-Benz. A maior produtora de caminhões e ônibus no país encerrou, já há dois anos, o seu mais recente ciclo de investimentos no Brasil. O programa, que somou R$ 2,4 bilhões, foi aplicado no período entre 2018 e 2022. Desde então, a empresa não sinalizou com novos planos.

Consultados, os fabricantes de caminhões e ônibus informaram que por enquanto não têm novos planos de investimentos. Quando o assunto é abordado em alguma entrevista, os executivos costumam dizer que o setor fez pesados investimentos para renovar a linha de produtos e adaptá-los às novas regras de emissões.

Para cumprir as exigências da Proconve 8, a norma brasileira que equivale à europeia Euro 6, as montadoras tiveram que colocar nos veículos novos equipamentos de controle de emissões, que provocaram elevação nos preços. Caminhões e ônibus produzidos desse o início do ano passado já tiveram que atender à legislação.

Para evitar o reajuste, muitos transportadores anteciparam a renovação das frotas no fim de 2022. Isso provocou uma queda nas vendas que afetou a produção e o mercado ao longo de 2023 e se faz sentir até hoje.

Embora o segmento comece a se recuperar, as vendas ainda estão em queda no acumulado do ano. Dados divulgados na quinta-feira (7) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram queda de 10,6% nas vendas de caminhões no primeiro bimestre na comparação com o mesmo período de 2023, num total de 8,4 mil unidades. As exportações dessa indústria também estão em queda, com retração de 27% no período.

No caso dos ônibus, nos dois primeiros meses do ano, foram vendidas 1,3 mil unidades, queda de 31,8% em comparação com o mesmo período de 2023. A exportação diminuiu 20,7%. A comparação também revela o impacto da mudança de legislação de emissões. Nos dois primeiros meses de 2023 ainda eram vendidos modelos que atendiam à norma anterior, o Euro 5, e que estavam em estoque. Daí a forte retração.

A indústria de caminhões tem se interessado fortemente pelo uso de biocombustíveis. A Scania, por exemplo, já avançou bastante no uso de biometano. A Volkswagen já vende caminhões elétricos produzidos em Resende (RJ).

No caso dos ônibus, os projetos se voltam tanto para biocombustíveis, no caso dos rodoviários, como no desenvolvimento de modelos elétricos para uso urbano. A Mercedes-Benz e a Marcopolo já começaram a fornecer ônibus elétricos produzidos no Brasil para atender programas de licitação como da cidade de São Paulo. A chinesa BYD também vende a linha elétrica que é hoje montada em Campinas (SP) com peças importadas da China.

É possível, portanto, que os futuros programas de investimentos da indústria de caminhões e ônibus contemplem produtos alinhados com combustíveis renováveis.

Na quinta-feira, a direção da Anfavea comemorou os recentes anúncios de investimentos de fabricantes de automóveis e comerciais leves. Cálculos do Valor indicam um total de R$ 104,8 bilhões em investimentos desse segmento para esta década. O valor inclui tanto os programas revelados nas últimas semanas como dois anunciados no início da década, e que já estão em fase final.

Segundo a Anfavea, somando os planos remanescentes da indústria de caminhões e ônibus, lançadas no início da década e também o último ciclo da indústria de máquinas agrícolas, cujas empresas também são associadas da entidade, o total passa de R$ 117 bilhões. “O investimento de hoje se traduzirá em produção amanhã”, destaca o diretor executivo da Anfavea, Igor Calvet.

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, apontou três fatores que influenciaram, segundo ele, na recente onda de revelações de investimentos nessa indústria: a decisão do governo federal de voltar a cobrar Imposto de Importação em carros híbridos e elétricos, a reforma tributária e o Mover, um programa federal que oferece incentivos fiscais em troca do compromisso das montadoras em atender novas regras de emissões e de investir em pesquisa e desenvolvimento de produtos no país.

Segundo Leite, esses novos ciclos envolvem, principalmente, a modernização dos veículos e o desenvolvimento de modelos híbridos e elétricos. Não haverá necessidade, nesta década, de expansões industriais, visto que o setor ainda opera com quase 50% de capacidade ociosa.

As vendas de veículos continuam aquecidas como resultado da demanda por carros e comerciais leves. Em fevereiro, foram vendidos 165,2 mil veículos, um aumento de 27,1% em relação ao mesmo mês de 2023. Desse total, 155,5 mil foram automóveis e comerciais leves.

Leite destaca o crescimento da média diária de licenciamentos. Houve aumento de 18% na média de fevereiro na comparação com janeiro. “O volume de 8,7 mil veículos licenciados, em média, por dia, supera os números registrados no período anterior à pandemia”.

Graças ao mercado interno, a produção aumentou 17,4% em fevereiro, com 189,7 mil unidades. Já as exportações continuam em queda, com retração de 14,1%. A venda a países vizinhos é afetada pela concorrência de produtos vindos de países mais distantes.

Mas, apesar dos números positivos nas vendas internas e produção, o emprego caiu na indústria automobilística. Em fevereiro o setor empregava 99,8 mil pessoas, 2,1% menos do que um ano atrás.

Rodoviário

Valor - SP   08/03/2024

Ministério dos Transportes estima que investimentos podem atingir R$ 122 bilhões

A depender da vontade do governo, os leilões de rodovias no Brasil devem ser bastante agitados até o fim do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A expectativa do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB) é que só em 2024 sejam realizados 13 certames.

Os empreendimentos, segundo estimativa do ministro, podem atingir R$ 122 bilhões em investimentos ao longo dos contratos, que costumam durar 30 anos. O pacote inclui ainda a revisão de outros 14 contratos com a iniciativa privada já existentes e que apresentam problemas, o que pode destravar R$ 110 bilhões em obras.

Entretanto, o mercado é mais conservador e acredita que nem tudo pode sair do papel já que há desafios relacionados a questões regulatórias, ambientais e os modelos de parcerias público-privadas (PPPs) propostos que podem impactar a efetiva concretização dos projetos. Aliado a isso, taxas de retorno pouco atrativas de alguns projetos e a visão de que os valores de investimentos estão subestimados podem afastar interessados.

Apesar da previsão arrojada, a carteira do ministério enfrenta desafios históricos, como na modelagem da BR-381 em Minas Gerais, reconhecida como a “rodovia da morte” devido à sua alta incidência de acidentes fatais. Todavia, dada a complexidade, o fracasso do certame da BR-381 acaba não sendo parâmetro para o mercado a ponto de afastar investidores em novas concorrências.

Sobre a questão da revisão e repactuação de contratos existentes que estão com desequilíbrio econômico-financeiro, isso pode ser uma oportunidade de abordar problemas pré-existentes para garantir a viabilidade dos novos leilões.

Por parte das empresas, os operadores mais tradicionais, CCR e Ecorodovias, que nos anos anteriores dominaram os grandes leilões, pisaram no freio em 2023. Para analistas, as empresas seguem estudando os leilões, mas com conservadorismo. Uma medida que o governo estuda para ampliar a concorrência é a estruturação de blocos menores, com menos investimentos. O tamanho dos projetos é apontado como um entrave para atrair mais disputa.

O governo paulista segue na mesma agenda. Depois de leiloar o Trem Intercidades entre São Paulo e Campinas (SP) e confirmar que o leilão para a privatização da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) deve ocorrer em 10 de abril, a meta agora é preparar duas licitações para substituir a ViaOeste, uma das maiores concessões da CCR, responsável pelo Sistema Castelo-Raposo, que chega ao fim em março de 2025.

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Se tudo der certo, o plano é dividir a concessão em duas, agregando outras estradas atualmente operadas pelo Estado. Em março, deverão ser abertas as consultas públicas dos dois lotes: a Rota Sorocabana, que prevê investimentos de R$ 6,7 bilhões, e o lote Nova Raposo, com R$ 10,4 bilhões.

NAVAL

Petro Notícias - SP   08/03/2024

A Seatrium (formada após a fusão entre Sembcorp Marine e Keppel Offshore) realizou no estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis (RJ), a cerimônia de corte do primeiro aço do FPSO Raia, que será instalado em um projeto operado pela Equinor, na Bacia de Campos. Com capacidade para processar 126 mil barris de petróleo por dia (bopd) e 16 milhões de metros cúbicos de gás, o FPSO Raia terá capacidade de armazenamento de 2 milhões de barris de petróleo bruto.

Para lembrar, a Equinor apresentou as declarações de comercialidade e planos de desenvolvimento de dois campos de gás natural – Raia Manta e Raia Pintada – no bloco BM-C-33, em setembro do ano passado. O início da produção na área está previsto para 2028. O desenvolvimento de Raia Manta e Raia Pintada será o primeiro projeto no Brasil a tratar gás na própria plataforma, conectando-se à rede nacional sem a necessidade de processamento adicional em terra. A comercialização do gás será realizada por meio de um gasoduto offshore de 200 km do FPSO para Cabiúnas, na cidade de Macaé, no estado do Rio de Janeiro. Os líquidos serão escoados por meio de navios-tanque.

O estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis (RJ), foi contratado pela japonesa Modec para construir módulos topside para o navio-plataforma, conforme noticiamos em dezembro. O escopo de trabalho compreende a fabricação de três módulos: unidade de recuperação de vapor/flare knockout (VRU/ FLARE KO); separação e estabilização de óleo; e circulação da linha de fluxo e sistemas de medição.

A Equinor, como operadora, detém 35% de participação no projeto Raia, enquanto a Repsol Sinopec Brasil e a Petrobrás detêm 35% e 30% de participação, respectivamente. “Estamos entusiasmados com este projeto e com as possibilidades que ele traz para um futuro mais verde e sustentável para a energia”, destacou a Seatrium.

A Tribuna - SP   08/03/2024

As empresas do setor logístico brasileiro ampliaram o olhar para as melhores práticas ambientais, sociais e de governança nos últimos anos. Há busca por soluções, principalmente, para diminuir danos ambientais com combustíveis, além do incentivo à diversidade, equidade e inclusão dentro das companhias.

O foco em ESG (ambiental, social e governança, da sigla em inglês), porém, não significa que as soluções caminham rápido. Há dificuldades tecnológicas e estruturais para implementar. Essas são as conclusões do painel ESG na Logística: Estágio Atual, Desafios e Oportunidades, que fez parte da programação da Intermodal, na noite de ontem, em São Paulo.

Participaram Araceli Silveira, vice-presidente de Experiência de Público e Sustentabilidade da Informa Markets; Danillo Matos Marcondes, diretor de Infraestrutura e Investimentos da GLP Capital Partners; Pedro Moreira, presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog); Marcelo Lopes, diretor-executivo de Suprimentos do Carrefour; e Bruno Batista, diretor-executivo da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

“Na AbraLog a gente criou esse conselho estratégico (de ESG) no ano passado. Nossa ideia é criar um movimento que conduza o setor nas boas práticas ESG. Nós entendemos que governança é o tema central, sem ela você não consegue avançar nas outras duas”, diz Pedro Moreira.

Araceli Silveira, cuja empresa organiza feiras em todo o mundo (inclusive a Intermodal) afirma que a companhia tem um programa global de sustentabilidade, com governança clara e metas em três pilares. “Nós lançamos esse programa aqui no Brasil há dois anos. Então a nossa governança digamos assim, está desenhada porque é o que precisamos fazer e em que prazo. A governança é o pescoço, o que direciona tudo”.

Ela diz, porém, que só regras não funcionam. É preciso “coração”. “Sem as pessoas engajadas querendo fazer diferença todos os dias na empresa, não resolve. Nós trabalhamos no engajamento do nosso pessoal. No final, é sobre isso”.

Danillo Matos Marcondes explica que uma governança estruturada incentiva outras empresas relacionadas a seguirem os mesmos critérios ESG nas parcerias.

“Através de acordos de acionistas, está tudo ali bem definido, bem escritos. Na hora que a gente fecha as parcerias, é sempre se preocupando com questões que são fundamentais em compliance”.

Bruno Batista diz que deve haver comprometimento de fato com ESG e isso significa colocar metas e monitorar os indicadores, não apenas deixar no papel. “A primeira prestação de contas é para os funcionários - todo mundo busca trabalhar em um lugar que se preocupa com isso. A segunda prestação de contas é com os clientes, que estão cada vez mais atentos e colocando o tema como necessário. Já a terceira é com os acionistas. E sem esquecer as comunidades onde estamos inseridos e causamos impactos sim”.

Para todos os participantes, a aceitação da importância das práticas ESG é um fato, porém, há limitações na prática, como na área ambiental. “Em relação a combustível e a equipamento o transporte que utiliza diesel, por exemplo, às vezes os avanços não vêm na mesma velocidade”, diz Bruno Batista.

Valor - SP   08/03/2024

Modems com acesso à rede celular instalados nas gruas podem ter sido usados para a coleta de dados de inteligência

Uma investigação do Congresso sobre guindastes de carga feitos na China e instalados em portos nos EUA encontrou equipamentos de comunicação que não parecem destinados a operações normais, alimentando preocupações de que as máquinas estrangeiras possam representar um risco secreto para a segurança nacional.

Os componentes interceptados em alguns casos incluem modems celulares que podem ser acessados remotamente, segundo assessores e documentos do Congresso.

A descoberta dos modems pelos legisladores, que não havia sido relatada anteriormente, aumentou as preocupações em Washington sobre a segurança portuária em relação à China.

O Pentágono e autoridades dos serviços de inteligência de outras agências do governo do presidente Joe Biden estão cada vez mais alarmados com a ameaça de interferência e espionagem que podem representar as gruas gigantes construídas pela ZPMC, uma fabricante com sede na China que é responsável por quase 80% das gruas usadas nos portos dos EUA para levar cargas de navios para a terra.

“O governo chinês busca toda e qualquer oportunidade para coletar informações de inteligência valiosas e se posicionar para explorar vulnerabilidades ao se embrenhar de forma sistemática na infraestrutura crítica dos EUA, inclusive no setor marítimo”, disse o deputado republicano Mark Green, presidente da Comissão de Segurança Interna da Câmara, que tem investigado ameaças chinesas à segurança marítima. “É evidente que os EUA deram pouca atenção a essa ameaça por tempo demais.”

Além de uma dúzia de modems celulares encontrados em componentes de gruas em uso em um porto dos EUA, e um modem foi localizado dentro da sala de servidores de outro porto, de acordo com um assessor da comissão. Ele disse que alguns dos modems tinham conexões ativas com componentes operacionais das gruas.

Embora não seja incomum que modems sejam instalados em gruas para permitir o monitoramento remoto das operações e acompanhar a manutenção, parece que pelo menos alguns dos portos que usam o equipamento fabricado pela ZPMC não tinham pedido essa capacidade, segundo investigadores do Congresso e documentos aos quais o serviço Dow Jones teve acesso. Em uma carta aos parlamentares datada de dezembro, um porto com modems informou que estava ciente da sua existência nas gruas, mas não sabia explicar por que foram instalados.

Os EUA deram pouca atenção a essa ameaça por tempo demais”

— Mark Green

A ZPMC, estatal chinesa, não respondeu a pedidos de comentários. Liu Pengyu, porta-voz da embaixada da China em Washington, não falou especificamente sobre os modems, mas disse que as alegações de que as gruas fabricadas na China representam um risco para a segurança nacional dos EUA são “uma paranoia completa” e equivalem a “abusar do poder nacional para obstruir a cooperação econômica e comercial normal.”

As preocupações com as gruas da ZPMC têm crescido de maneira constante há anos em Washington. Em 2021, o FBI, a polícia federal dos EUA, descobriu equipamento de coleta de informações de inteligência a bordo de um navio que transportava gruas para o porto de Baltimore.

No mês passado, o governo Biden anunciou que investiria mais de US$ 20 bilhões ao longo dos próximos cinco anos para substituir gruas fabricadas no exterior por gruas produzidas nos EUA. O dinheiro será destinado a apoiar a construção de guindastes por uma subsidiária americana da empresa japonesa Mitsui, o que, segundo autoridades, criaria uma opção interna para os portos pela primeira vez em 30 anos.

O governo também implementou um conjunto de medidas de cibersegurança marítima, em meio a temores crescentes de que hackers chineses tenham se posicionado para interferir com a infraestrutura crítica americana em caso de hostilidades abertas, como um conflito militar por Taiwan.

Mais recentemente, houve uma onda de alertas de autoridades dos EUA sobre o risco que a infiltração da infraestrutura crítica do país por hackers chineses poderia representar para os americanos.

PETROLÍFERO

Valor - SP   08/03/2024

O barril do petróleo WTI com entrega prevista para junho fechou cotado a US$ 77,78 por barril, e o Brent para maio ficou em US$ 82,96 por barril

O petróleo terminou a sessão desta quinta-feira (7) estável, pesando diferentes direcionadores para as perspectivas de oferta e demanda globais. Além disso, o forte recuo do dólar em relação a outras moedas apoiou os preços da commodity energética no mercado futuro.

O barril do petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para junho fechou cotado a US$ 77,78 por barril, e o Brent, a referência global, para maio ficou em US$ 82,96 por barril.

O mercado olhou, hoje, para os dados da balança comercial chinesa, com o aumento de importações de petróleo de 5,1% no bimestre de janeiro e fevereiro em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, as compras gerais chinesas estão diminuindo, e os dados acabaram não animando os investidores.

Mais tarde, comentários da chefe da divisão de indústria e mercados de petróleo da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), Toril Bosoni, pioraram mais o humor do mercado e jogaram os contratos futuros para território negativo. Segundo ela, a IEA vê um mercado de petróleo “bem ofertado” no segundo trimestre e no restante do ano, o que diminuiu o impacto da extensão dos cortes de oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

À medida que a sessão foi se aproximando do fim, o petróleo ganhou tração com a forte queda do dólar, que seguiu um movimento de tomada de risco nos principais mercados globais, que acompanharam os comentários do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no Senado dos Estados Unidos, e a decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE),

O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis pares globais, chegou ao seu menor nível desde meados de janeiro. Por volta de 17h20 (de Brasília), o índice recuava 0,52%, a 102,835 pontos.

Valor - SP   08/03/2024

Combinação entre as operações da PetroReconcavo e da 3R em terra deve sair até abril

Proposta em janeiro, a fusão dos ativos em terra das petroleiras independentes 3R Petroleum e PetroReconcavo está prevista para ocorrer até fim de abril, segundo apurou o Valor. Fonte que acompanha as negociações destaca que o fechamento da transação depende de um acordo sobre a relação de troca dos papéis das duas companhias. A proposta da 3R é de que sua participação acionária na nova empresa resultante da fusão seja de 50% - a outra metade ficaria com a PetroReconcavo, explicou a fonte.

“O mercado meio que converge para a ideia de que a PetroReconcavo deveria ter participação maior [na futura companhia], admite o interlocutor, sob condição de anonimato, para depois acrescentar que “a 3R tem o terminal e a refinaria”. A 3R Operações Marítimas atua no Terminal Aquaviário de Guamaré, no Rio Grande do Norte, situado a 170 quilômetros de distância de Natal. A petroleira possui ainda a Refinaria Clara Camarão, em Guamaré (RN).

Já a PetroReconcavo não tem operações de “midstream” (processamento de petróleo) nem de “downstream” (logística de venda de derivados). Em relatório referente aos resultados do quarto trimestre de 2023, a PetroReconcavo reconhece que “problemas de escoamento e restrição da produção no Rio Grande do Norte, resultaram em um impacto negativo no trimestre de aproximadamente R$ 128 milhões na receita líquida e R$ 43 milhões de custos extraordinários”. A restrição a que se refere a petroleira teve a ver com a indisponibilidade da infraestrutura de “midstream” operada por terceiros.

A fusão foi proposta pela Maha Energy, que detém participação acionária em ambas as empresas. A Maha, por sua vez, é listada na bolsa de valores de Estocolmo e controlada pela firma de investimentos brasileira Starboard Partners. “Na largada, vamos sugerir uma governança compartilhada para a nova empresa”, conta uma segunda fonte a par das negociações. A ideia por detrás da transação é juntar os campos terrestres da 3R e da PetroReconcavo numa só operação, tirando proveito do fato de as duas atuarem na Bahia e no Rio Grande do Norte. A empresa resultante ficaria com a maior parte - US$ 1,5 bilhão - da dívida bruta da 3R.

“É esperado que haja uma consolidação desse mercado no médio e longo prazo. Muitos dos ativos adquiridos da Petrobras estão localizados numa mesma bacia, são geograficamente próximos e há sinergias entre eles. O que é o caso de ativos da 3R Petroleum e PetroReconcavo”, diz Amanda Bandeira, analista para o segmento de produção e exploração de óleo e gás na América Latina da consultoria Wood Mackenzie.

Na visão de Bandeira, as duas empresas podem se beneficiar da redução de custos operacionais e do compartilhamento de infraestrutura, além de eficiências de gerenciamento de portfólios, em caso de consolidação.

A empresa resultante ficaria com a maior parte da dívida bruta da 3R Petroleum

O ponto de partida para as negociações entre as duas foi a carta da Maha Energy enviada em janeiro ao conselho de administração da 3R sugerindo a combinação de operações com a PetroReconcavo. No mês passado, 3R contratou o Itaú BBA para assessorá-la no possível processo de fusão. A PetroReconcavo, por sua vez, conta com a assessoria de Jefferies e Rothschild. Para viabilizar a operação, a Maha propôs a destituição do conselho da 3R e a eleição de novo colegiado em assembleia marcada para o próximo dia 20. A empresa listada na Suécia detém participação de 5% no capital votante da 3R.

Procurada, a PetroReconcavo não quis comentar sobre uma possível fusão até o fim de abril. Em teleconferência com analistas de mercado ontem, o diretor-presidente da companhia, José Maria de Mello Firmo, disse que a potencial transação com a 3R “tem sido diligentemente avaliada”. A Maha optou por não se manifestar sobre o assunto.

A 3R Petroleum informou, em nota, que avalia a transação. Em teleconferência de resultados na tarde de ontem, seu diretor financeiro, Rodrigo Pizarro, disse que está em curso um período técnico de avaliação conjunta, sem que se consiga avaliar o prazo para a conclusão da potencial negociação.

O Valor entrou em contato ainda com o Opportunity, que gere fundos detentores de 23,44% da PetroReconcavo para entender as possíveis consequências de uma fusão entre as petroleiras, mas o banco não comentou.

AGRÍCOLA

Jornal do Comércio - RS   08/03/2024

A Expodireto Cotrijal se justifica antes, durante e depois do encerramento. Para o setor de máquinas e implementos agrícolas, a mostra de tecnologia e inovação é terreno fértil aos negócios. E, nesta edição, basta percorrer as ruas que delimitam a área dos gigantes metalmecânicos para perceber a movimentação nos estandes das indústrias.

Com diferentes estratégias e expectativas, as indústrias chegam à reta final da feira satisfeitas com o evento. Algumas, como a Massey Ferguson, têm as metas de vendas no parque “sob controle” e ainda enxerga negócios pós-evento. Outras, como a John Deere, têm na mostra foco maior no contato com seus clientes, reforçando laços e buscando diferentes caminhos para melhor atendê-los ao longo do ano.

Apesar de três anos recentes com estiagem na Região Sul, a atual safra de grãos faz brotar expectativas positivas na Massey, apesar do momento de menores cotações na comercialização da soja. Conforme o coordenador de vendas do grupo, Moisés Oliveira, culturas como arroz e tabaco vêm oferecendo retorno financeiro ao produtor, contrabalançando a oscilação da oleaginosa, que, embora com preços mais baixos, virá em grande volume.

“O produtor de arroz está carregando muito do nosso otimismo, e a produção de fumo também.Vemos o Rio Grande do Sul com um apetite de investimento positivo, porque temos múltiplas culturas sendo remuneradas, mesmo com a precificação da soja não sendo dentro da expectativa do produtor. Temos a compensação da produção e outras culturas que estão economicamente gerando para o produtor uma receita, um fôlego. E isso está refletindo de alguma forma dentro da própria Expodireto”, diz Oliveira.

A empresa levou a Não-Me-Toque concessionárias de todas as regiões do Estado. E, com elas, também muitos clientes, sensibilizados previamente para a concretização de negócios no parque.

“Ativamos mais de 10 mil clientes antes da feira, convidando-os a estarem aqui e antecipando os negócios. Então, muitos negócios foram aquecidos antes da feira e finalizados aqui, outros começam aqui e são finalizados pós-feira e, ainda, outros iniciados e finalizados aqui. Mas a feira é um pedaço da jornada do negócio”.

Oliveira observa que, com linhas próprias de consórcio e financiamento, além da presença de agentes financeiros no parque, não falta crédito para o produtor.

Para o ambiente da feira, as vendas da Massey Ferguson estão dentro da expectativa. E outro objetivo, que era a apresentação de novos produtos, também. “Esse também é um aspecto muito significativo da feira para nós. Fazer chegar ao produtor todos os investimentos que temos feito. Os lançamentos do pulverizador MF 8225HD, das colheitadeiras híbridas e do conjunto de solução de plantio, são uma meta nossa, de fazer chegar de forma eficiente.

Para o ano, a empresa acredita que não será afetada pela redução nas vendas projetada pela Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas (Abimaq) em patamares superiores a 10%. A Massey aposta em preservar sua fatia no mercado. Por isso, ganham força os investimentos feitos em tecnologias e lançamentos de produtos.

John Deere prioriza relacionamento com o cliente

Para adiante do atual cenário de retração na venda de máquinas e implementos agrícolas no Brasil, a John Deere olha em perspectiva futura para ajustar a produção e consolidar sua posição no País. Com investimentos crescentes nos últimos anos, a multinacional americana vê com naturalidade a oscilação no volume de negócios. É o reflexo da curva de produção de grãos nas últimas décadas, que torna o resultado das vendas em feiras do setor, como a Expodireto Cotrijal, menos relevante para o projeto global da marca.

A análise foi feita pelo diretor de vendas da John Deere para o Brasil, Marcelo Lopes, durante a mostra de tecnologia e inovação em Não-Me-Toque. Segundo ele, o setor deve comercializar entre 5% e 10% menos neste ano em comparação com 2023. Mas o negócio, como um todo, cresce fortemente. Hoje estamos abaixo da performance do ano anterior, viemos num patamar de atividade menor. Mas ainda assim superior ao que era numa série histórica, diz o dirigente.

Ele não detalha os negócios na Expodireto, mas afirma que, para a empresa, a feira é valiosa como canal de interação com o cliente, para mostrar o que John Deere tem a oferecer. “Temos feito um trabalho muito forte com a parte de tecnologia. E é uma oportunidade de mostrar ao cliente como essa tecnologia impacta na vida dele. Então, sob essa ótica, a feira está muito boa. Claro que a gente está aqui apurando todo o dia o que fechou de negócio. É uma parte importante da feira, mas o que você fecha de negócio aqui é coisa que você já está prospectando”.

No parque da Expodireto, a John Deere exibe, como novidades, os tratores agrícolas da série 7M versáteis e adequados às demandas do setor de grãos. Também está na mostra a plantadeira da série 3100FT, que traz tecnologia avançada para distribuição de adubo e semente e aumento da capacidade de plantio diário em hectares. Além disso, a John Deere exibe em seu estande o trator 8250R, com 250 cavalos.

“Mas o principal que trazemos à mostra um ecossistema de tecnologia, com várias opções de planos de manutenção. Na linha amarela, por exemplo, o cliente pode contratar a manutenção da máquina dele por dois, três, três anos, cinco anos. São as ‘precision upgrades’, uma forma de o cliente atualizar o equipamento, que já está no campo, com uma tecnologia mais moderna, sem precisar trocar de máquina”, conclui Lopes.

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