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08 de Fevereiro de 2024

SIDERURGIA

Valor - SP   08/02/2024

Receitas da siderúrgica japonesa somaram US$ 44,8 bilhões entre abril e dezembro, alta de 11,4% sobre o mesmo período de 2022

A Nippon Steel registrou lucro de 440,9 bilhões de ienes (US$ 2,97 bilhões) nos nove primeiros meses do atual ano fiscal, queda de 14,7% na comparação anual.

As receitas da siderúrgica japonesa somaram 6,64 trilhões de ienes (US$ 44,8 bilhões) entre abril e dezembro, alta de 11,4% sobre o mesmo período de 2022.

A companhia diz que a demanda global por aço continua extremamente restrita, com margens historicamente baixas no mercado da Ásia, sem perspectivas de melhoria.

Apesar disso, a Nippon Steel revisou para cima sua projeção de lucro no ano fiscal, agora esperando algo em torno de 470 bilhões de ienes em março.

A empresa também elevou seu dividendo anual em 10 ienes por ação, a 160 ienes por ação, refletindo a nova estimativa de lucro para o ano fiscal.

Exame - SP   08/02/2024

Por mais que os últimos meses não tenham sido fáceis para o setor siderúrgico, uma decisão do governo pode “virar o jogo” para algumas empresas.

Segundo Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, o setor pode se beneficiar caso o governo brasileiro altere as regras de tributação do aço estrangeiro. E, quando isso acontecer, os investidores posicionados nas empresas certas também vão sair ganhando.

O analista afirma que é possível encontrar boas oportunidades no mercado agora mesmo, e investir de modo a buscar surfar as valorizações e a melhora nos lucros dessas empresas, caso a sobretaxa do aço importado seja aprovada.

Mais do que isso: Ruy afirma que existe uma empresa do setor capaz de entregar um dividend yield de 10% neste ano, de acordo com as projeções. E ela ainda está barata.

Siderúrgica pode ‘decolar’ se governo tomar decisão favorável ao setor

O que está em questão aqui é a concorrência entre as siderúrgicas nacionais e as fabricantes chinesas de aço.

Essa história começa com as dificuldades que a indústria siderúrgica chinesa vem passando por conta da desaceleração da economia do país.

No intuito de contornar essa situação e manter a economia aquecida, o governo chinês tem subsidiado as produtoras de aço, que podem, assim, vender o produto a preços menores.

Então, o aço chinês chega ao Brasil sendo negociado a preços competitivos — o que, é claro, prejudica a indústria nacional. E os acionistas também sofrem.

Diante disso, representantes do setor estão pressionando o governo para que a alíquota de imposto paga pelas empresas chinesas seja aumentada, na linha das tarifas praticadas por outros países.

Em resposta a essa demanda, o governo brasileiro tomou uma decisão “tímida” em outubro do ano passado, e elevou a alíquota de 9,6% para até 14% para 12 produtos da cadeia do aço. Mas a expectativa dos produtores nacionais é que o imposto chegue a 25%.

Empresa tem ‘valuation descontado’ e potencial para ‘surpresas positivas’, diz analista

A pauta ainda está em análise, mas, caso o pedido seja atendido, as ações de empresas da indústria siderúrgica podem se beneficiar bastante.

É também por isso que Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, recomenda investir agora em uma siderúrgica que está “em ponto de bala” para decolar.

Essa empresa é a Gerdau (GGBR4). O analista abriu a recomendação em entrevista ao programa Giro do Mercado, e salientou alguns pontos que fazem dela uma opção interessante para investir agora:

Tudo isso faz com que a Gerdau seja capaz de se manter e pagar dividendos aos seus acionistas mesmo em cenários de setor desaquecido, como este.

Ruy também considera que a queda no preço da ação é exagerada diante da qualidade dos fundamentos da empresa, e que essa distorção deve se corrigir em breve.

Além disso, a Gerdau deve se beneficiar caso o governo decida a favor da sobretaxa do aço importado. Nas palavras do analista:

“Quando você tem esses patamares de valuation tão descontados, você abre oportunidade de surpresas positivas. Uma coisa que está em discussão é o aumento da alíquota de importação do aço. Se isso acontecer, vai ser muito positivo para o papel. Se a gente tiver uma retomada da atividade um pouco mais forte, com queda de juros, por exemplo, também vai ser positivo para o papel. Então, acaba que você já tem tanto pessimismo embutido nesses preços que a gente entende que esse é um cenário assimétrico”

Ou seja, a Gerdau é uma das apostas da Empiricus Research para investir agora e lucrar com dividendos e valorizações. Mas ela não é a única.

A GGBR4 é apenas umas das recomendações de Ruy Hungria e da Empiricus Research. Os analistas montaram uma lista de ações escolhidas a dedo para quem busca lucrar com dividendos, e você pode acessá-la em poucos cliques – e sem pagar nada.

É só clicar em qualquer link desse texto, e pronto. Você já pode desbloquear seu acesso às recomendações selecionadas por quem mais conhece o mercado, tudo isso gratuitamente.

Todas as ações da lista estão sendo negociadas a preços interessantes e têm potencial para pagar dividendos recorrentes aos acionistas.

Além disso, também é possível lucrar com as valorizações das ações recomendadas. Para você ter uma ideia, só em dezembro de 2023 a carteira valorizou +7,3%.

É claro que resultados passados não são garantia de lucros futuros. Mas já dá para ter uma ideia do que é possível ganhar com essas recomendações, não acha?

ECONOMIA

Agência Brasil - DF   08/02/2024

Beneficiada pela queda nas importações de combustíveis, compostos químicos e pela safra recorde de soja e de café, a balança comercial – diferença entre exportações e importações – fechou janeiro com superávit de US$ 6,527 bilhões, divulgou nesta quarta-feira (7) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O resultado é o melhor para meses de janeiro, e representa alta de 185,6% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Em relação ao resultado mensal, as exportações subiram, enquanto as importações ficaram estáveis em janeiro. No mês passado, o Brasil vendeu US$ 27,016 bilhões para o exterior, alta de 18,5% em relação ao mesmo mês de 2023. Esse é o maior valor exportado para meses de janeiro desde o início da série histórica. As compras do exterior somaram US$ 20,49 bilhões, recuo de apenas 0,1%.

Do lado das exportações, a safra recorde de grãos e a recuperação do preço do açúcar e do minério de ferro compensaram a queda internacional no preço de algumas commodities - bens primários com cotação internacional. Do lado das importações, o recuo nas compras de petróleo, de derivados e de compostos químicos foi o principal responsável pela retração.

Após baterem recorde em 2022, depois do início da guerra entre Rússia e Ucrânia, as commodities recuam desde a metade de 2023. A principal exceção é o minério de ferro, cuja cotação vem reagindo por causa dos estímulos econômicos da China, a principal compradora do produto.

No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu 22,1%, enquanto os preços caíram 3,1% em média na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nas importações, a quantidade comprada subiu 13%, mas os preços médios recuaram 12,6%.
Setores

No setor agropecuário, a safra recorde de grãos pesou mais nas exportações. O volume de mercadorias embarcadas subiu 42,3% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2023, enquanto o preço médio caiu 13,9%. Na indústria de transformação, a quantidade subiu 6,9%, com o preço médio recuando 2,3%. Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada subiu 44,3%, enquanto os preços médios aumentaram 6,1%.

Os produtos com maior destaque nas exportações agropecuárias foram soja (191,1%), algodão bruto (106,5%) e café não torrado (17,9%). Em valores absolutos, o destaque positivo é a soja, cujas exportações subiram US$ 956,4 milhões em relação a janeiro do ano passado. A safra recorde fez o volume de embarques de soja aumentar 240%, mesmo com o preço médio tendo caído 14,4%.

Na indústria extrativa, as principais altas foram registradas em minério de ferro (56,9%), minérios de cobre (100,9%) e óleos brutos de petróleo (53,4%). No caso do ferro, a quantidade exportada aumentou 20%, e o preço médio subiu 30,8%.

Em relação aos óleos brutos de petróleo, também classificados dentro da indústria extrativa, as exportações subiram 53,4%. Os preços médios recuaram 5,2% em relação a janeiro do ano passado, enquanto a quantidade embarcada aumentou 61,8%.

Na indústria de transformação, as maiores altas ocorreram em açúcares e melaços (88,5%), farelos de soja e outros alimentos para animais (30,7%) e óleos combustíveis de petróleo (20,6%). A crise econômica na Argentina, principal destino das manufaturas brasileiras, também influenciou no crescimento das exportações dessa categoria. As vendas para o país vizinho caíram 25,4% em janeiro em relação ao mesmo mês do ano passado.

Em relação às importações, os principais recuos foram registrados na cevada não moída (55,6%), milho não moído, exceto milho doce (35,3%) e cacau bruto ou torrado (47,1%), na agropecuária; minérios de cobre (100%), carvão não aglomerado (13,4%) e óleos brutos de petróleo (41,8%), na indústria extrativa; compostos organo-inorgânicos (32,5%), medicamentos e produtos farmacêuticos (16,3%) e adubos ou fertilizantes químicos (27,5%), na indústria de transformação.

Em relação aos fertilizantes, cujas compras do exterior ainda são impactadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia, os preços médios caíram 37%, mas a quantidade importada subiu 15,1%.
Estimativa

Apesar da desvalorização das commodities, o governo projeta superávit de US$ 94,4 bilhões este ano, com queda de 4,5% em relação a 2023. A próxima projeção será divulgada em abril.

Segundo o MDIC, as exportações subirão 2,5% em 2024, encerrando o ano em US$ 348,2 bilhões. As importações avançarão 5,4% e fecharão o ano em US$ 253,8 bilhões. As compras do exterior deverão subir por causa da recuperação da economia, que aumenta o consumo, num cenário de preços internacionais menos voláteis do que no início do conflito entre Rússia e Ucrânia.

As previsões estão um pouco mais otimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 76,9 bilhões neste ano.

IstoÉ Dinheiro - SP   08/02/2024

A inflação de serviços apresentou ligeira piora nas últimas leituras, mas continua dentro do esperado para o processo de convergência, afirmou nesta quarta-feira, 7, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participante de evento do Meio & Mensagem no período da manhã. Ele disse que a inflação de serviços estava caindo em uma velocidade maior do que o esperado, e que o BC está tentando identificar, na piora recente dos núcleos, o que deriva de serviços e o que de intensivo de mão de obra.

Campos Neto afirmou que a autarquia está olhando muito para os serviços intensivos em trabalho e ressaltou que a abertura tem preços com menor oscilação. “É importante que caia porque temos uma meta que precisamos atingir.”

Impacto global

O presidente do Banco Central disse ainda que é difícil imaginar que a inflação global vá cair mais sem uma queda da inflação de serviços. Ele associou a inflação relativamente alta de serviços no mundo ao cenário do mercado de trabalho apertado.

Ponderou que cada país tem um peso para serviços, mas que, em geral, a inflação do grupo está bastante resiliente. “No mundo emergente está meio embolado, mas com alguns países já no padrão histórico, até um pouco melhor. No mundo avançado, não”, comentou.

O banqueiro central disse ainda que enquanto a inflação dos países emergentes já caiu para um padrão visto no passado, após o avanço na pandemia, nos países avançados ela ainda segue bem acima do histórico.

Custo de logística com conflito no Mar Vermelho

O conflito no Mar Vermelho já reflete em pressão sobre os custos de transporte marítimo, afirmou Campos Neto. “Começamos a ver pressão da cadeia de suprimentos, na parte de oferta que vinha aliviando custos”, disse. “A parte de logística voltou a ter um problema e estamos vendo nas duas últimas semanas que está escalando.”

O monitoramento da região, afirmou, mostra o número de navios em queda. “Conversando com algumas pessoas, ouvimos que para alguns produtos não vale fazer a rota alternativa. Como o custo do crédito fica muito mais alto e a margem é muito baixa, as pessoas estão segurando para esperar resolver o problema.”

CNN Brasil - SP   08/02/2024

O vice-presidente, Geraldo Alckmin, destacou em entrevista nesta quarta-feira (7) a relevância da busca pelo déficit zero para a queda dos juros no país. A taxa Selic, em ciclo de corte, está no patamar de 11,25% ao ano.

“Nós precisamos baixar os juros. Está caindo; a cada reunião do Copom está caindo 0,5 ponto. E a questão do déficit zero é importante para cair os juros”, disse ele, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) indica a relevância do cenário fiscal do país para suas decisões quanto aos juros desde o início do governo Lula, quando a taxa esteve estacionada em 13,75% ao ano.

Na época, o colegiado salientava em suas atas e comunicados que mecanismos como o arcabouço fiscal — bem como o cumprimento das diretrizes por ele estabelecidos — poderiam fortalecer a sustentação do cenário inflacionário.

O governo Lula promete equilíbrio entre despesas e receitas primárias neste ano. Para realizar este ajuste, negocia com o Congresso a aprovação de medidas com potencial de elevar a arrecadação. Parte delas, como taxações de super-ricos, foram tramitadas já em 2023.

Uma das medidas que ainda tramita é a reoneração da folha de pagamentos de 17 setores e pequenos municípios — que tiveram benefício tributário estendido por projeto de lei aprovado no Congresso no ano passado.

“Nessa proposta havia 17 setores e incluíram municípios, então dobrou o custo, que era de R$ 9 bilhões, para R$ 18 bilhões. Também há preocupação com a Constitucionalidade. Quando eu digo que vou abrir mão de bilhões, preciso dizer o que eu cortar ou o que eu vou aumentar de imposto para compensar”, disse, em menção à regra da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)”.

Em sua fala, o ministro do Mdic afirmou que a responsabilidade fiscal e a queda dos juros estão ao lado dos efeitos da reforma tributária em uma equação que levará o país a números mais expressivos quanto à atividade econômica.

“Eu acredito no diálogo, acho que passado o Carnaval, retomam-se as negociações e vamos buscar uma boa solução para que a economia possa crescer forte como cresceu ano passado, praticamente 3% do PIB e de maneira sustentável”, completou.

IstoÉ Dinheiro - SP   08/02/2024

A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Boston, Susan Collins, afirmou nesta quarta-feira que precisa de mais evidências sobre o processo de desinflação antes de mudar sua posição sobre a política monetária. Para ela, os juros estão em um nível que é consistente com redução da inflação à meta de 2%, se mantidos por tempo suficiente.

No entanto, Collins acredita que pode ser apropriado começar o relaxamento das taxas antes do final de 2024. “Uma estratégia metódica e voltada para o futuro, que normalize a política gradualmente, proporcionará a flexibilidade necessária para gerenciar os riscos e, ao mesmo tempo, promoverá a estabilidade de preços e o máximo emprego”, defendeu. “Certamente acredito que precisamos seguir dependentes de dados e que não é apropriado predefinir uma trajetória.”

A dirigente argumenta que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) está bem posicionado e agora é uma questão “de calibrar os juros” até obter mais confiança de que a inflação está em trajetória de queda sustentada, sem estagnar ou voltar a acelerar. Ela destaca que ainda existem muitos riscos para os preços, como conflitos geopolíticos e a resiliência da economia.

Em especial, Collins alerta que há muita força na demanda e, apesar da melhora nas cadeias de oferta, isto pode ampliar as pressões inflacionárias, exigindo novas ações do banco central para desacelerar a atividade econômica. “Alcançar meta da inflação em 2% exigirá crescimento mais moderado da demanda em 2024”, reiterou.

Por outro lado, ela pondera que existem sinais consistentes com esta moderação, como o aumento acentuado na inadimplência de cartões de crédito e empréstimos para compra de automóveis a níveis próximos dos registrados antes da pandemia, além de maior dependência do endividamento para financiar gastos com consumo.

Diário do Comércio - MG   08/02/2024

O governo federal procura atrair novas empresas para participar de concessões e PPPs (parcerias público-privadas), disse nesta quarta-feira (7) o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.

“Entendemos que os atuais players estão ficando sobrecarregados na sua tarefa de exercer essa função e é necessário que nós possamos juntos atrair outros players. Seja para projetos de concessão ou de parceria público-privada na área de infraestrutura, não só de rodovias, aeroportos, ferrovias, portos, mas eu diria, por exemplo, na área de saneamento, que é um grande problema no Brasil”, afirmou Costa na CEO Conference Brasil 2024, evento realizado pelo BTG Pactual em São Paulo.

O ministro apresentou aos empresários o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Segundo o ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o papel do programa “é de facilitador do investimento privado”.

Costa afirmou que o governo federal deve licitar PPPs ainda neste ano, aproveitando-se de expertise acumulada por ministros que foram governadores, como ele próprio (Bahia) e que lançaram mão do modelo em seus estados.

“Nós reunimos com os 27 governadores, discutimos com eles quais eram as prioridades de investimento em cada estado. Não foi a tecnocracia que se trancou numa sala e definiu quais seriam as prioridades”, disse.

O investimento total, de R$ 1,7 trilhão, é estimado nos próximos seis anos, afirmou, e não há expectativa de aumento do orçamento “ao saber dos eventos ou dos palanques que as autoridades participem.”

Questionado se o governo mantém a meta de reduzir o déficit a zero, Costa disse que “a tendência é de zero”, mas evitou se comprometer com o dado para este ano. “Eventuais pontos dessa curva são pouco relevantes para quem olha e para quem faz investimento de 20, de 30 anos no país”, afirmou. “O ajuste fino disso, acho, que é pouco relevante para investidor de longo prazo”.

Entre as pautas relevantes para aumentar a arrecadação, Costa voltou a defender o fim da desoneração da folha de pagamentos e afirmou que “não existe almoço grátis”.

“Quando se fala de desoneração, é importante dizer que estamos falando de um subsídio e que, como subsídio, alguém está pagando”, afirmou. “Ou tem uma justificativa social, econômica, de equidade social e de renda, ou você vai estar transferindo o custo para as camadas mais pobres da sociedade. É dessa forma que a gente tem que colocar o debate.”

Entre os setores beneficiados pela desoneração está o de comunicação, no qual se insere o Grupo Folha, empresa que edita o jornal Folha de S.Paulo. Também são contemplados os segmentos de calçados, call center, confecção e vestuário, construção civil, empresas de construção e obras de infraestrutura, entre outros.

Outro ponto de atrito com o Legislativo abordado pelo ministro foi a reserva de R$ 16,6 bilhões pelo Congresso para as emendas de comissão, mais do que o dobro de 2023 (R$ 7,5 bilhões) dentro do total de R$ 53 bilhões de emendas aprovado pelos parlamentares. O presidente Lula vetou R$ 5,6 bilhões ao sancionar a lei do Orçamento, no fim de janeiro. O episódio aumentou a lista de tensões com o Parlamento.

“Não tem polêmica. Eu participei, no final do ano, de um diálogo direto com o presidente da Câmara (Arthur Lira) e o acordo que nós fizemos será cumprido, de incorporar as emendas de comissões no valor de R$ 11 bilhões. Esse foi o acordo colocado ali. Além disso, não faz parte do acordo”, afirmou.

Costa pontuou que o montante de R$ 53 bilhões para emendas corresponde a “metade da capacidade de investimento discricionário do Brasil, nas mãos do Parlamento”, e questionou: “Quem no mundo tem algo parecido com isso?”

Existem três tipos de emendas: as individuais (que todo deputado e senador têm direito), as de bancada (parlamentares de cada estado definem prioridades para a região), as de comissão (definida por integrantes dos colegiados do Congresso). O veto de Lula ocorreu nas emendas de comissão. Líderes do Congresso admitem que as emendas de comissão vão funcionar como as extintas emendas de relator, que eram a principal moeda de troca nas negociações do governo Bolsonaro e do Legislativo.

O mecanismo das emendas de relator foi derrubado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no fim de 2022.
Em espécie de recado ao Congresso, Costa afirmou que “o interesse nacional deve se sobrepor a eventuais diferenças pessoais ou vaidades pessoais.”

Desde o fim do ano passado, Lira tem feito duras críticas ao ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, que é o responsável pela articulação política do governo no Congresso Nacional. O parlamentar culpa Padilha por descumprimento de acordos, sendo o principal deles a liberação das verbas de emendas.

Nas últimas semanas, Lira aumentou a pressão, indicando a aliados e interlocutores do governo que nenhuma pauta que seja de interesse exclusivo do Executivo andará na Câmara enquanto não houver mudanças na articulação política.

O Estado de S.Paulo - SP   08/02/2024

Alta de emprego e salários pressiona inflação, e setor de serviços pode surpreender

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que o comportamento da economia brasileira pode surpreender no primeiro semestre. Embora nada indique que o agronegócio deva repetir o desempenho do ano passado, crucial para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o setor de serviços está puxando a economia para cima, segundo Campos Neto. “A gente vê serviços puxando bastante o crescimento”, afirmou.

A notícia, ainda que positiva, explica muito da cautela que o BC tem demonstrado na condução da política monetária. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic em 0,5 ponto porcentual, de 11,75% para 11,25% ao ano, a despeito da ansiedade do governo e de uma parte dos analistas financeiros.

Se o comunicado divulgado após a reunião havia citado as incertezas internacionais, a ata do Copom deu destaque a preocupações com a dinâmica do mercado de trabalho e os aumentos salariais acima da inflação, que requerem “acompanhamento minucioso”. Ainda que os reajustes possam refletir questões temporárias, eles puxam os preços para cima, sobretudo os serviços, mais resistentes aos efeitos da política monetária.

“Destacou-se a causalidade recíproca entre os preços e a dinâmica de rendimentos, suas respectivas defasagens e as elasticidades de impacto de um sobre outro. O Comitê seguirá atento à dinâmica dos rendimentos nas diversas pesquisas para melhor avaliar o grau de ociosidade no mercado de trabalho e seus potenciais impactos sobre a inflação de serviços”, disse a ata.

Na dúvida, o BC não quer pagar para ver. Afinal, “um mercado de trabalho mais apertado, com reajustes salariais acima da meta de inflação, pode potencialmente retardar a convergência da inflação, impactando notadamente a inflação de serviços e de setores mais intensivos em mão de obra”.

Por isso, a ata reafirmou ser necessário manter uma política monetária “contracionista e cautelosa”, que reforce a dinâmica inflacionária. Caso essas pressões realmente sejam temporárias, tal precaução, no mínimo, contribuirá para reduzir a inflação de maneira mais célere. No mais, as expectativas de inflação continuam desancoradas e ainda preocupam o Banco Central. Reduzi-las, segundo a ata, requer uma atuação firme da autoridade monetária.

Na área fiscal, o Copom repetiu trechos de atas anteriores, mas a preocupação sobre o aumento do crédito direcionado ganha outro peso depois que o governo divulgou sua política industrial, na qual os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) terão papel relevante.

Nada muda no curto prazo, e a ata reafirmou a possibilidade de redução da Selic em 0,5 ponto porcentual nas duas próximas reuniões – cenário esperado por todos os integrantes do comitê, inclusive os quatro membros indicados pelo presidente Lula da Silva.

A dúvida que remanesce é até onde a taxa básica de juros poderá cair, e tudo vai depender da evolução do processo desinflacionário, com o qual o governo pode colaborar muito se mantiver inalterada a meta de déficit fiscal zero no próximo mês.

MINERAÇÃO

Money Times - SP   08/02/2024

Sem surpresas, a Vale (VALE3) foi a principal escolha entre as ações de mineradoras e metalúrgicas, de acordo com o levantamento realizado pelo Money Times com as carteiras recomendadas de 25 instituições. A empresa recebeu 17 recomendações para o mês de fevereiro.

A mineradora também foi a favorita no mês das carteiras recomendadas gerais de ações e entre as indicações com foco em dividendos.

De acordo com o BB Investimentos, apesar das incertezas com relação ao cenário da China, cuja crise no setor imobiliário leva a menores compras de aço, a Vale ainda apresenta bons resultados operacionais.

A instituição destaca a recuperação operacional nos segmentos de minérios de ferro e cobre, que podem elevar a confiança do mercado na entrega das estimativas de produção divulgadas pela companhia.

“Além disso, o crescimento das vendas combinado a preços elevados reforça a expectativa de um bom resultado no quatro trimestre de 2023, a ser divulgado em 22 de fevereiro”, finaliza o BB.

A Terra Investimentos, que também recomendou as ações da VALE3, ressalta o alerta com relação à China, pontuando a questão do aço no país e questões políticas, como as restrições impostas durante a pandemia de Covid-19 e interferências em Taiwan.

Apesar disso, a Terra afirma que a empresa continua apresentando resultados operacionais fortes e ressalta outro fator: a guerra entre Ucrânia e Rússia, que “no longo prazo deve gerar maior demanda por metais para reposição de armamento bélico”.

Para ficar de olho

Outras empresas, como a Gerdau (GGBR4), também participam do ranking das ações recomendadas entre as mineradoras.

Para a MyCap, a “diversificação geográfica e de segmentos, contribuindo para a receita proveniente de diferentes países e setores, amplia o portfólio de produtos e dilui os riscos específicos, associados a determinada demanda e crescimento do PIB”.
Com Vale no topo, confira as principais mineradoras e metalúrgicas para investir em fevereiro

Empresa Ticker Recomendações
Vale VALE3 17
Gerdau GGBR4 2
Metalúrgica Gerdau GOAU4 1 Levantamento

O levantamento do Money Times foi realizado com base em informações de carteiras recomendadas divulgadas por 41 instituições. Para fevereiro, foram indicadas 258 ações, somando 264 indicações.

Participaram do levantamento Ágora Investimentos, Ativa Investimentos, BB Investimentos, Benndorf, BTG Pactual, CM Capital, Eleven, Empiricus, Empiricus Investimentos, Genial Investimentos, Guide Investimentos, Inter, Itaú BBA, Levante, Mirae Asset, MyCap, Modalmais, Nova Futura, Órama, Planner, RB Investimentos, Banco Safra, Santander, Terra Investimentos, XP Investimentos, Warren, PagBank, EQI Research, Banrisul, Easynvest (Nu Invest), Elite Investimentos, Inversa, InvestMind, Lopes Filho, Modal Mais, Necton, PagBank, Singulare, Suno Research, Toro Investimentos, Monett e Daycoval.

Investing - SP   08/02/2024

A maioria dos contratos futuros de metais e materiais ferrosos subiu nesta quarta-feira, juntamente com o mercado acionário chinês, depois que Pequim sinalizou que as autoridades estavam intensificando os esforços para apoiar os mercados em queda.

O contrato de minério de ferro de maio mais negociado na Bolsa de Mercadorias de (DCE) fechou em alta de 1,1%, a 944 iuanes (131,31 dólares) por tonelada, recuperando-se da mínima de mais de duas semanas atingida na sessão anterior.

O contrato mais ativo do minério de ferro para março na Bolsa de Cingapura ficou praticamente estável, em 125,05 dólares por tonelada.

"Em janeiro o minério de ferro registrou sua primeira perda mensal desde abril do ano passado, auxiliado pelo 'selloff' do mercado acionário doméstico, que pesou sobre a confiança, e uma desaceleração sazonal antes do Ano Novo Chinês", disseram analistas do Citi em nota.

As ações da China estenderam sua trajetória de recuperação, conforme os investidores aguardavam medidas mais poderosas de apoio ao mercado.

"As políticas de apoio da China têm sido um tanto desanimadoras; no entanto, vemos o risco inclinado para o lado positivo, já que o impulso para as medidas pode voltar a acelerar entre agora e a reunião do Congresso Nacional do Povo de março", disseram os analistas do Citi.

"Enquanto isso, os fundamentos do minério de ferro podem melhorar após o Ano Novo Chinês, já que as usinas retomarão a produção, apoiando a demanda por minério de ferro."

AUTOMOTIVO

Agência Brasil - DF   08/02/2024

O setor automotivo brasileiro deverá receber cerca de R$ 100 bilhões em investimentos nos próximos anos. O número, apresentado por representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, foi divulgado nesta quarta-feira (7) pelo ministro em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, veiculado pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Alckmin se reuniu na terça-feira (6) com o presidente da Anfavea, Márcio de Lima. Durante o encontro, o dirigente disse que o total a ser investido na indústria automotiva brasileira será maior do que os R$ 41,2 bilhões anunciados na semana anterior.

“Na reunião que tive com representantes da Anfavea, foi anunciada a expectativa de um total de R$ 100 bilhões nos próximos anos, provavelmente até 2028 ou 2029. Tanto em veículos leves como pesados, como ônibus e caminhões. Tanto em motores à combustão como etanol, total flex, híbridos e elétricos”, disse Alckmin.

Segundo Alckmin, “será um investimento recorde”, que resultará na construção de, pelo menos, quatro fábricas.

“Já temos fábrica de ônibus elétrico. Teremos também duas fábricas de carros elétricos. São duas montadoras. A BYD [empresa chinesa que assumiu o complexo industrial que pertenceu à Ford] em Camaçari [BA]; e a GWM [Great Wall Motors, também chinesa], em São Paulo. Mas outras virão”, acrescentou.

O ministro lembrou que o setor automotivo tem, entre suas vantagens, a de estimular uma cadeia longa de produtos que favorecem desde as indústrias do aço e de vidro, até de pneus e autopeças, “gerando muito emprego e agregando muito valor”.

“Isso será facilitado pela retomada da economia”, disse o ministro ao destacar que esses investimentos são estimulados por iniciativas como a do Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que ampliou as exigências de sustentabilidade para a frota automotiva nacional, de forma a viabilizar a descarbonização dos veículos por meio de incentivos fiscais.

“Duas boas notícias vão aumentar a venda da indústria automotiva. A primeira é a queda da Selic [taxa básica de juros], que deve se manter. A outra é o Marco de Garantia, aprovado pelo Congresso Nacional. Ou seja, se [uma empresa] vende um carro e a pessoa não paga, agora com o Marco de Garantia pode-se pegar o carro de volta”, argumentou Alckmin.
Reoneração gradual

Na entrevista, Alckmin reiterou as justificativas do governo para a reoneração gradual da folha de pagamento de 17 setores da economia. Segundo ele, a preocupação do governo é com a responsabilidade fiscal, visando a meta de déficit primário zero.

“Há um tripé importante para economia: juros, câmbio e imposto. A reforma tributária trouxe eficiência econômica para o país. O câmbio, a R$ 5, está bom para a exportação. Precisamos ainda baixar os juros, que já estão caindo 0,5 ponto percentual ao mês”, disse.

“A preocupação do [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad, de não fazer déficit, está, portanto, correta. Eram 17 setores, mas incluíram os municípios. Então dobrou o custo de R$ 9 bilhões para R$ 18 bilhões. É uma questão de constitucionalidade. Para abrir mão de R$ 9 bilhões, tem de informar o que será cortado ou que imposto será aumentado. A preocupação é fiscal e jurídica”, argumentou.

O ministro disse acreditar que tudo se resolverá com diálogo, e que as negociações voltarão após o carnaval. “Nossa expectativa é de diálogo, e nisso o presidente Lula é mestre”, acrescentou ao sair da entrevista.

Valor - SP   08/02/2024

A Huawei Technologies planeja instalar 100 mil estações de carregamento rápido de veículos elétricos na China este ano, incluindo unidades duas vezes mais rápidas que as da Tesla, fornecendo infraestrutura que poderia impulsionar os veículos de carregamento rápido das montadoras chinesas.

Uma estação de carregamento anunciando 1 quilômetro de alcance para cada segundo de carregamento pode ser encontrada no estacionamento de um shopping center na cidade-sede da Huawei, Shenzhen, com “600kW” mostrado abaixo do logotipo da Huawei.

O carregador ultrarrápido foi desenvolvido pela Huawei Digital Power, subsidiária da Huawei, que produzia peças para carregadores, mas agora está fazendo uma incursão em grande escala em estações completas.

“Precisamos de carregamento de 1 quilômetro para cada segundo para oferecer aos motoristas a mesma experiência de reabastecer um veículo movido a gasolina”, disse Liu Dawei, da Huawei Digital Power, em um evento em Hangzhou, em meados de dezembro.

A empresa venderá os carregadores para operadoras de instalações de carregamento. A empresa planeja instalar um total de 100 mil unidades, incluindo carregadores de 250 quilowatts, em locais como instalações comerciais e áreas de serviço rodoviário até o fim de 2024.

Considerando-se um veículo elétrico equipado com uma bateria de 80 quilowatts-hora e uma autonomia de 600 km, uma carga completa poderia, teoricamente, ser concluída em cerca de 8 minutos. Os tempos reais de carregamento variam dependendo da temperatura e da capacidade restante da bateria.

A potência do carregador de 600 kW está entre as mais altas do mundo. O Supercharger da Tesla tem potência máxima de 250 kW na China. Nas mesmas condições da estimativa da Huawei, uma carga completa utilizando equipamentos Tesla levaria cerca de 19 minutos.

A Huawei afirma que seu carregador pode ser usado com todos os veículos elétricos, incluindo os da Tesla.

Aumentar a potência de um carregador também eleva a quantidade de calor que ele gera. A Huawei superou esse obstáculo com um sistema que utiliza refrigeração líquida. A maioria dos carregadores usa ventiladores de resfriamento.

Embora o principal negócio da Huawei sejam as telecomunicações, ela também está envolvida em estações-base celulares e geração de energia solar. Ao desenvolver os seus carregadores, incorporou tecnologias de comunicação e de resistência às intempéries que aperfeiçoou nas áreas em que já atuava.

Sua entrada no mercado de carregadores surgiu da necessidade emergente de equipamentos que pudessem acompanhar as melhorias no desempenho da bateria.

Em agosto passado, a CATL, líder mundial em baterias, anunciou um novo modelo que pode carregar 400 km de autonomia em 10 minutos. A estatal Chery Automobile e uma startup de veículos elétricos para a qual a Huawei fornece sistemas de direção autônoma decidiram usar a bateria.

A China tinha 2,7 milhões de estações de carregamento públicas no fim de 2023, de acordo com a Aliança de Promoção da Infraestrutura de Carregamento de Veículos Elétricos da China. Espera-se que o número aumente 40% em 2024, mas apenas alguns suportarão carregamento rápido.

“O que há hoje é insuficiente tendo em conta o número crescente de veículos elétricos que necessitam de carregamento rápido”, disse a Huawei.

A Tesla abriu o caminho no desenvolvimento de uma rede de carregadores rápidos. Ela começou a instalá-los na China em 2014 e tinha mais de 11 mil instalados em novembro. No entanto, a maioria só pode carregar veículos Tesla. A empresa americana disse em 2023 que estava abrindo alguns para outros veículos elétricos, mas isso se aplica a apenas cerca de 20% de suas estações.

Entre os players chineses, a startup de veículos elétricos Xpeng Motors instalou carregadores ultrarrápidos com uma potência máxima de 480 kW em mais de 200 locais em agosto de 2023. Os principais operadores de estações de carregamento TELD e Star Charge também estão instalando carregadores ultrarrápidos.

Se os carregadores da Huawei, que são compatíveis com todas as montadoras, se tornarem difundidos, isso poderá ser um vento favorável para as empresas chinesas que fabricam veículos elétricos que suportam carregamento rápido.

A Huawei focará no mercado interno por enquanto, mas não descartou a expansão no exterior.

Valor - SP   08/02/2024

Para Christian Levin, comércio de carbono permite “tirar dinheiro do lixo” e baratear energia limpa

Christian Levin: “Biocombustíveis começam a chamar a atenção dos europeus” — Foto: Ana Paula Paiva/Valor

Aparentemente, Lucas do Rio Verde, cidade do interior do Mato Grosso, não tem nada a ver com Davos, nos alpes suíços. Mas foi uma discussão comum a ambos que levou Christian Levin, presidente mundial da Scania, a viajar para as duas localidades em menos de três semanas. Em Davos, o executivo sueco participou de debates sobre a transição energética em tempos de crise climática. Na quinta-feira, ele visitou a fábrica de biodiesel de um produtor de soja. A partir de resíduos obtidos da unidade esmagadora de grãos, ele terá combustível para a própria frota.

A Amaggi, uma das maiores empresas de processamento e exportação de grãos do país e dona da fábrica de biodiesel que Levin visitou, recentemente adquiriu 350 caminhões Scania movidos a biodiesel - um dos maiores contratos do gênero. Além da visita à fábrica, Levin estava ansioso por voltar a ver, da janela do avião, a imensidão dos campos de soja do Mato Grosso, que visitou em outra ocasião. Ele não escondeu o entusiasmo quando, poucas horas depois de chegar da Suécia, na terça-feira, concedeu entrevista ao Valor.

Em Davos, Levin teve a chance de debater sobre a expectativa de a sustentabilidade estar ligada ao crescimento econômico e à competitividade de uma empresa. “Temos colocado a maior parte dos recursos que geramos na produção de caminhões e ônibus sustentáveis. Fizemos disso nosso propósito. É só para ganhar dinheiro e depois ser o mais popular? Não, é preciso resolver o problema; todo o nosso setor está gerando aquecimento global”, afirma.

Na Suíça, o executivo encontrou delegações do Brasil, da Índia e outros países empenhados no uso de resíduos agrícolas como fonte de combustível. O movimento, diz, começa a chamar a atenção do Sul da Europa. “A segunda geração de biocombustíveis é basicamente feita de resíduos, tanto agrícolas, como da rede de esgotos das cidades, além de resíduos florestais.” Assim, cada região pode identificar uma fonte de produção.

Para Levin, os governos têm papel importante na transição energética. “Só os governos podem garantir que os combustíveis limpos sejam mais baratos”, diz. O modelo de incentivos fiscais para compra de veículos elétricos, que se tornou famoso na Europa, começa a se esgotar. Outros tipos financiamentos, diz, também são “todos ruins”.

Para ele, o “único sistema que realmente funciona” é o que coloca um preço nas emissões de carbono, o chamado comércio de emissões, ainda não usado no transporte. “Você diz: cada tonelada de CO2 lhe custará tanto agora e mais tanto daqui um tempo. O sistema dá previsibilidade e dá o incentivo sem custar nada para o Estado. Você tira o dinheiro do lixo para baratear a energia limpa.”

Para Levin, fica cada vez mais claro, na indústria de veículos comerciais, que não haverá uma única solução para a descarbonização. “Vamos ver biodiesel, biogás...Mas também há o movimento de eletrificação nas cidades, o que é ótimo desde que a geração de energia seja limpa”, diz. Segundo ele, a Europa do Sul começa a falar sobre biocombustíveis enquanto a do Norte e Ocidental buscam a eletrificação.

Mas não foi apenas o biocombustível a partir de resíduos agrícolas que trouxe Levin ao Brasil. Na Scania desde 1994, onde entrou assim que concluiu a faculdade de administração, e no comando do grupo desde maio de 2021, Levin costuma vir ao Brasil anualmente para acompanhar de perto a atividade daquela que é a maior operação da companhia fora da Suécia.

A capacidade da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) chega a equivaler 30% do que a Scania produz em todo o mundo e nos últimos nove anos, o mercado brasileiro foi o maior para a companhia. Para o executivo, após a queda de vendas em 2023, em decorrência da nova lei de emissões (Euro 6), que exigiu mais equipamentos e provocou aumento de preços, 2024 tende a ser um bom ano.

A unidade do ABC é também importante canal de exportação. Metade da produção segue para o exterior. Segundo Levin, a Scania fabrica os mesmos produtos em todo o mundo. Daí a flexibilidade para exportar. Além dos caminhões e ônibus, também motores feitos em São Bernardo são enviados aos Estados Unidos para abastecer a linha da Navistar, que, ao lado de Scania, Volkswagen Caminhões e MAN, pertence ao grupo Traton, do qual Levin também é presidente. Até o terceiro trimestre de 2023, a Traton acumulou receita de € 34,2 bilhões.

Além do Brasil, Levin está, agora, de olho no próximo mais recente investimento do grupo: uma fábrica na China, que deve ficar pronta em 2025 e será o maior investimento em nova instalação desde a construção da fábrica brasileira, em 1957. “Somos fortes na Europa e na América do Sul, mas somos fracos na Ásia”, diz.

Além de encurtar distâncias de exportação para mercados como o da Austrália, a fábrica chinesa vai, segundo Levin, proporcionar ao grupo sueco ensinamentos sobre “a tecnologia chinesa”. E ajudará a expandir capacidade. Além disso, destaca Levin, a Scania quer “trabalhar com engenheiros chineses, universidades chinesas e fornecedores chineses. “Não devemos ver isso como uma ameaça.”

NAVAL

Valor - SP   08/02/2024

Decreto também permite concessão parcial de serviços da Companhia Docas do Estado de Bahia, dos Portos Organizados de Salvador, de Aratu-Candeias e de Ilhéus, Estado da Bahia, e os serviços públicos portuários a eles relacionados e da Autoridade Portuária de Santos

O governo excluiu o Porto Organizado de São Sebastião e dos serviços públicos portuários relacionados do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). A medida, que consta de decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicado nesta quarta-feira (07) no Diário Oficial da União (DOU), prevê, no entanto, a qualificação no programa do Terminal SSB01, localizado no Porto de São Sebastião, para fins de movimentação de carga geral.

Além disso, o decreto permite concessão parcial de serviços da Companhia Docas do Estado de Bahia, dos Portos Organizados de Salvador, de Aratu-Candeias e de Ilhéus, Estado da Bahia, e os serviços públicos portuários a eles relacionados e da Autoridade Portuária de Santos S.A. e os serviços públicos portuários a ela relacionados, respectivamente, que já foram qualificados no âmbito do PPI e incluídos no Programa Nacional de Desestatização (PND) em decretos anteriores.

No caso do Porto Organizado de Santos, o decreto informa que a qualificação poderá incluir a concessão parcial de acessos do porto, inclusive da ligação seca entre Santos e Guarujá via túnel sob o canal aquaviário, mantendo-se uma autoridade portuária pública.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será responsável pela a execução e o acompanhamento das medidas de concessão parcial. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários poderá acompanhar os estudos técnicos contratados pelo BNDES para a estruturação e para a implementação da concessão parcial e examinará, no âmbito de sua competência, a minuta do contrato de concessão do serviço portuário.

Portal Fator Brasil - RJ   08/02/2024

A unidade Porto Alegre da Portos RS, que ao longo de 2023 movimentou 799.920 toneladas, está realizando nesta semana a operação simultânea de três embarcações. Os navios Star Bright, de bandeira liberiana, e F Line, de Barbados, realizam o descarregamento de insumos para a produção de fertilizantes, enquanto o navio holandês Industrial Merchant embarca transformadores de energia.

Ainda nesta semana está prevista a chegada do navio Manta Nilgun que também deverá operar o descarregamento de insumos para a produção de fertilizantes. O Cais Navegantes se destaca por sua capacidade de movimentar cargas diversas e em breve deverá passar por uma obra de requalificação da pavimentação e modernização de suas instalações, bem como a qualificação de locais de armazenagem a partir de arrendamentos de áreas.

diretamente no porto da capital permitem às empresas beneficiadoras instaladas na Região Metropolitana a redução do custo logístico de transporte e a continuidade da produção. —Quando nos referimos ao carregamento dos transformadores, estamos falando de demonstração da capacidade estrutural dessa unidade para a realização de operações de exportação, pois esses equipamentos terão como destino o Porto de Houston, nos Estados Unidos— completou Klinger.

No ano passado, passaram pelo Porto de Porto Alegre 141 navios, número que representa 3,90% do total de embarcações recebidas pelos portos do Rio Grande do Sul que foi de 3.614.

Valor - SP   08/02/2024

Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o montante envolve novos arrendamentos, renovações de concessões, além dos investimentos nos terminais de uso privativo

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), disse ao Valor nesta quarta-feira (7) que o governo aposta numa carteira de investimentos de R$ 78,5 bilhões para incrementar, até 2026, o setor aquaviário e portuário do país.

Segundo o ministro, o montante envolve novos arrendamentos, renovações de concessões, além dos investimentos nos terminais de uso privativo. "Entre 2024 a 2026, temos uma carteira de investimentos na ordem de R$ 78,5 bilhões que vão de novos arrendamentos, renovações de concessões além dos investimentos dos terminais de uso privativo, o que possibilitará um crescimento ainda maior das movimentações", disse.

A gestão petista divulgou hoje (7) um balanço das movimentações desse setor no ano passado. Segundo dados do chamado Desempenho Aquaviário 2023, elaborado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), de janeiro a dezembro de 2023, o setor aquaviário brasileiro movimentou 1,303 bilhão de toneladas.

Segundo o ministro, esta é a maior movimentação registrada na série histórica e representa crescimento de 6,9% em relação a 2022. Dentre os tipos de navegação, a interior chamou a atenção pelo crescimento expressivo, 10,5%, seguida pela de longo curso, com aumento de +8,3% e, por fim, pela cabotagem, que apresentou crescimento de 1,6%.

"Em 2023, tivemos um excelente resultado no setor aquaviário com a movimentação de mais de 1,3 bilhão de toneladas, um recorde na série histórica e crescimento na ordem de 6,9% em relação a 2022. E esses resultados são frutos das políticas públicas que vêm sendo empregadas pelo governo do presidente Lula, que visam o fortalecimento dos setores portuários e hidroviários", explicou Silvio Costa Filho.

Ainda de acordo com o balanço, os perfis de cargas mantiveram a tendência apresentada durante todo o ano de 2023. As principais mercadorias movimentadas pelo setor aquaviário foram soja (+29%), milho (+18%), óleo bruto de petróleo (+9,4%) e minério de ferro (+7,6%). Outro destaque positivo foi para os fertilizantes (+6,9%).

Os portos públicos que apresentaram melhor desempenho foram os de Santos, Paranaguá e Itaguaí, que cresceram 7,7%, 12,1% e 10,2%, respectivamente, o que representou crescimentos de 9,7 milhões, 6,3 milhões e 5,2 milhões de toneladas em comparação com 2022, na devida ordem.

Já os Terminais de Uso Privado de maior destaque foram os terminais de Petróleo Tpet/Toil – Açu RJ, que apresentou alta de 32,9%, o Terminal Porto Sudeste do Brasil S/A - RJ, que cresceu 47,9%, e o Terminal de Tubarão – ES, com crescimento de 11,8%.

Portos e Navios - SP   08/02/2024

A movimentação de cargas nos portos de Santa Catarina cresceu acima da média nacional em 2023. Os dados divulgados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) confirmam um crescimento de 11,4% em relação a 2022, enquanto que o crescimento nacional foi de 6,86%. Por Santa Catarina foram movimentadas 61,7 milhões de toneladas, 4,73% do total de 1,3 bilhão de toneladas de todo o Brasil.

O Porto de São Francisco do Sul teve o melhor desempenho, com 16,8 milhões de toneladas, figurando entre os sete maiores do Brasil, subindo duas posições em relação a 2022. Entre os 10 maiores portos públicos do país, foi o que mais cresceu (33%) e entre todos os 32 portos públicos, obteve o segundo maior percentual de crescimento.

Na movimentação de contêineres, o estado detém 21% da movimentação nacional, sendo o segundo que mais movimenta. O Portonave (1,3 milhões de TEUs) e o Porto Itapoá (1,1 milhões de TEUs) figuram em segundo e quarto lugar, respectivamente, entre os maiores do Brasil.

Outros destaques da movimentação portuária de Santa Catarina são o Terminal Aquaviário de São Francisco do Sul, com 10,6 milhões de toneladas, e o Porto de Imbituba, com 7,7 milhões de toneladas. O Porto de Itajaí, com 363 mil toneladas, e outros terminais privados complementam o desempenho catarinense.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   08/02/2024

A Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) iniciou nesta semana a 3ª Rodada para oferta de capacidade de transporte de gás natural dos Produtos de Curto Prazo para 2024. O processo será dividido em três etapas para disponibilizar contratos de entrada e saída trimestrais, mensais e diários.

Na primeira fase, estarão disponíveis os contratos trimestrais, com vigências previstas para o segundo, terceiro e quarto trimestres deste ano. O período entre os dias 6 e 16 de fevereiro compreende desde a publicação da capacidade disponível até a assinatura do contrato.

A modalidade mensal de contrato de curto prazo será ofertada entre os dias 19 e 23 de fevereiro. A aquisição desse produto compreende o período entre março e dezembro deste ano. Por fim, os produtos diários, para contratos com período operacional em março, serão liberados entre os dias 26 de fevereiro e 30 de março.

“Caso haja necessidade de contratação imediata de produtos Diários, o Portal de Oferta de Capacidade (POC) permite a solicitação com apenas um dia de antecedência. Essa solicitação e contratação do produto Diário acontecem nas primeiras horas do dia e, uma vez contratada a capacidade, a requisição de transporte, pelo cliente, pode ser feita para o dia seguinte”, explicou a TBG.

TN Petróleo - RJ   08/02/2024

A ANP e a Petrobras assinaram, em 30/1, acordo para o recolhimento de participações governamentais (royalties e participação especial - PE) relativas à produção de petróleo no campo de Jubarte, nos períodos de agosto de 2009 a fevereiro de 2011 e de dezembro de 2012 a fevereiro de 2015.

Essas participações governamentais deixaram de ser recolhidas em função da não atualização, pela empresa, da curva PEV da corrente do Campo de Jubarte, que tem impacto no preço de referência do petróleo, adotado no cálculo de royalties e PE.

O acordo prevê o pagamento de aproximadamente R$ 833 milhões, atualizados até dezembro de 2023, que serão corrigidos pela taxa SELIC até a data da assinatura. Os valores serão pagos 35% à vista e o restante, em 48 parcelas corrigidas pela taxa SELIC.

Os termos desse acordo foram submetidos a consulta e audiência públicas e aprovados pela Diretoria Colegiada da ANP, Ministério de Minas e Energia (MME) e Advocacia Geral da União (AGU).

Concluídas as etapas de aprovação e assinatura por todas as partes envolvidas, o acordo será submetido à homologação judicial, com previsão de pagamento da parcela inicial em até 30 dias após a intimação da Petrobras acerca da homologação.

Preço de referência e curva PEV

O preço de referência do petróleo de determinado campo, apurado pela ANP, para fins de recolhimento de participações governamentais, é calculado a partir das características físico-químicas da corrente de petróleo à qual este campo está vinculado.

Para cada uma dessas correntes é realizada a análise dos pontos de ebulição verdadeiros, conhecidos como curva PEV, definindo as frações leves, médias e pesadas existentes em cada tipo de petróleo. A partir das frações, o petróleo de uma corrente é valorado utilizando cotações de derivados do mercado internacional.

O que são royalties e participação especial

Royalties e participação especial são participações governamentais (compensações financeiras) oriundas da exploração e produção de petróleo e gás natural pelas empresas.

A base de cálculo para apuração dos royalties pela ANP é a receita bruta da produção mensal em cada campo produtor, sobre o qual incide alíquota (porcentagem) estabelecida em contrato. Após a apuração, os royalties são distribuídos mensalmente aos entes beneficiários: União, estados e municípios.

A participação especial é a compensação financeira extraordinária devida pelas empresas que exploram campos com grande volume de produção e/ou grande rentabilidade. Para apuração da participação especial sobre a produção de petróleo e de gás natural, alíquotas progressivas, que variam de acordo com a localização da lavra, o número de anos de produção e o respectivo volume de produção trimestral fiscalizada, são aplicadas sobre a receita líquida da produção trimestral em cada campo (receita bruta de produção menos as deduções previstas). Após a apuração, pela ANP, a participação especial é distribuída trimestralmente aos entes beneficiários, na proporção de 50% para a União, 40% para os estados produtores e 10% para os municípios produtores.

Valor - SP   08/02/2024

Os EUA ameaçam retomar as sanções sobre o setor de energia se o regime Maduro não permitir eleições livres no país

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, aposta que os EUA não vão restabelecer todas as suas sanções, em consequência do recuo na sua promessa de eleições livres no país. Já as empresas de petróleo venezuelanas temem que ele esteja errado.

As empresas de petróleo e gás temem que os seus recentes acordos em todas as áreas, de importação de novos equipamentos de construção até suas ligações com bancos americanos, sejam interrompidos se o veto de Maduro aos candidatos da oposição nas eleições deste ano levar os EUA a permitir a volta das sanções em abril.

“Este é um grande revés para as pequenas empresas, que vivem diariamente do seu fluxo de caixa”, disse Rubén Pérez, diretor da Chemstrategy, uma consultoria de energia em Caracas. “As empresas maiores já previam esse risco e conseguem resistir melhor. O sentimento oscila entre o otimismo cauteloso e o desalento.”

A retomada das sanções faria com que a produção de petróleo da Venezuela caísse 30%, para 600 mil barris por dia, numa questão de meses, diz Fernando Ferreira, diretor de risco geopolítico do Rapidan Energy Group. Dados compilados pela Bloomberg mostram que a produção do país aumentou 22% ao ano em janeiro, depois de os EUA trem aliviarem as sanções em outubro, permitindo que as empresas americanas se envolvessem com a estatal PdVSA.

Se as sanções voltarem, as receitas do país provenientes do petróleo vão aumentar entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões este ano, em comparação com o aumento esperado de US$ 6 bilhões a US$ 8 bilhões sem elas, escreveu Katherine Marney, analista do JP Morgan.

A Suprema Corte da Venezuela decidiu em janeiro que a candidata presidencial da oposição, María Corina Machado, está inelegível, desprezando a pressão dos EUA para permitir que ela concorra contra Maduro. Os EUA responderam retomando as sanções às exportações de ouro e dizendo que poderão restabelecer as sanções sobre o setor de energia em abril se Caracas não corrigir o rumo.

O ministro do Petróleo da Venezuela e CEO da PdVSA, Pedro Tellechea, disse na semana passada que o país está “preparado” caso as sanções sejam retomadas e “aberto ao diálogo” sobre o assunto.

Ainda assim, quatro executivos do setor de petróleo que falaram sob condição de anonimato disseram que as novas tensões têm alimentado temores sobre se os seus investimentos recentes serão desperdiçados. Algumas empresas locais enviaram representantes aos EUA para restabelecer relações financeiras e comerciais com fornecedores sediados nos EUA. Lentamente, as pequenas e médias empresas de serviços petrolíferos estavam fazendo progressos, incluindo na importação de equipamento de construção.

A PDVSA também fez compras para suas instalações por meio de terceiros, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto. A PDVSA não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Desde outubro, delegações da Pemex (México), YPFB (Bolívia) e da Pertamina (Indonésia) visitaram o país para analisar parcerias de petróleo e gás, embora não tenham sido assinados acordos importantes. Não está claro se estes acordos sobreviveriam à retomada das sanções dos EUA.

Money Times - SP   08/02/2024

A Petrobras (PETR4) está em negociações com petroleiras da China, Índia e Oriente Médio, incluindo a Kuwait Petroleum e a Qatar Energy, para colaborar em projetos de energia, disse o CEO da estatal brasileira nesta quarta-feira.

A empresa também está interessada em trabalhar com a vizinha Venezuela, disse Jean Paul Prates à Reuters, à margem do evento India Energy Week, em Goa.

“Temos dois grupos de países asiáticos com os quais estamos interagindo bastante no momento e estamos construindo relacionamentos neste momento — países do Golfo, Índia e China”, disse ele.

“Vamos nos reunir com a Kuwait Petroleum”, disse, acrescentando que planeja discutir a reforma e modernização das refinarias brasileiras, projetos em petroquímica, fertilizantes e transição energética.

A Petrobras também está procurando trabalhar com o Catar em projetos de gás natural liquefeito (GNL), possivelmente na África Ocidental ou no Brasil, afirmou.

“Cada um vai para sua própria experiência, trazendo-os para o Brasil ou para a América Latina“, disse Prates.

“O Atlântico é o nosso ambiente operacional preferido. Isso significa a África Ocidental, o Brasil, a Guiana e a Margem Equatorial. Essas são as áreas em que vamos nos concentrar”, acrescentou.

Prates disse que a Petrobras também formou forças-tarefa com a indiana Oil and Natural Gas Corp e a refinaria Bharat Petroleum Corp Ltd para analisar projetos no Brasil e no exterior, em refino e energias renováveis. As empresas indianas já possuem participações em blocos brasileiros de petróleo e gás.

“Vamos reorganizar o relacionamento tendo em vista essa nova administração da Petrobras”, disse Prates, que assumiu o cargo de CEO há um ano, depois de ter sido escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A Petrobras também está explorando oportunidades com a Venezuela.

“Estamos analisando as condições da Venezuela a qualquer momento no futuro, porque eles estão mais abertos a conversas com todas as empresas. Estamos observando a situação das sanções, que foram aliviadas”, disse ele.

“Estamos analisando a dívida que a Venezuela tem com o Brasil. Estamos tentando juntar tudo isso em um só lugar e ver o que acontece.”

TN Petróleo - RJ   08/02/2024

A demanda por gás natural (GN) tem aumentado no estado do Amazonas, resultado do número crescente de unidades consumidoras (UC´s). Dentre esses usuários, empreendimentos de diferentes ramos de atividades, indicando que o combustível tem avançado no papel de vetor de desenvolvimento econômico.

O Amazonas encerrou 2023 contabilizando 17.423 unidades consumidoras (UC´s) contratadas. Esses usuários são dos segmentos termelétrico, industrial, veicular, comercial, residencial e autogeração/liquefação, conforme dados da Cigás, concessionária dos serviços públicos de distribuição e comercialização de gás natural.

Esta quantidade de UC´s ultrapassou a meta de 2023 estabelecida pela concessionária, em seu Plano de Negócios (PL), que era de 16.372 UC´s. As diversas vantagens proporcionadas pelo gás natural são apontadas como os principais fatores de atração do serviço.

Unindo variedade de soluções, que vai da geração de energia elétrica à cocção de alimentos, e economicidade, o gás natural tem feito a diferença também no ramo de prestação de serviço.

Especializado em lavagem de roupas de uso pessoal e itens de cama, mesa, banho e decoração, a lavanderia 5asec Manaus, localizada no Conjunto Vieiralves, bairro Nossa Senhora das Graças, zona centro-sul, é um desses empreendimentos.

A lavanderia optou por utilizar o combustível devido aos seus benefícios de menor custo, baixo impacto ambiental e abastecimento contínuo. No empreendimento, o GN é usado nos processos de secar e de passar roupas. Com máquinas projetadas para lidar com grande volume de tecido, o gás natural atende satisfatoriamente essa demanda e ainda, proporciona tempos de secagem mais curtos. Também é utilizado especialmente para passar tecidos mais delicados.

Para a proprietária da lavanderia, Pricilia Petruccelli, o gás natural oferece uma série de benefícios. Segundo ela, o menor custo pesou na decisão de escolha pelo produto. “Ao optar pelo uso do gás natural, a lavanderia reduziu significativamente seus custos, pois o combustível tende a ser mais barato e ter melhor rendimento no processamento das peças de roupas”, relata.

Essa vantagem é confirmada por meio de estudo da Gerência de Mercado, Regulação e Tarifa (GEMRT) da Cigás – envolvendo as variáveis preço e autonomia – baseada em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), de 14 a 20 de janeiro deste ano. O documento indica que a economia proporcionada pelo gás natural, em relação a outros combustíveis líquidos, está em torno de até 61% no segmento industrial, 30% no veicular, 55% no comercial e 54% no residencial.

A empresária ressalta ainda que o GN proporciona maior segurança. Devido ao abastecimento contínuo do gás natural por meio de sistema de dutos, não há necessidade de armazenamento do combustível.

Demanda Esse cenário está se refletindo no aumento da demanda pelo combustível. No segmento comercial, que inclui prestadores de serviços e outros tipos de empreendimentos, como shoppings, supermercados, academias e restaurantes, houve aumento de demanda de 20% em 2023 em comparação com 2022, com a demanda atingindo 5,6 mil metros cúbicos por dia em média de consumo de gás natural.

Outro segmento que se destacou foi o residencial: o consumo foi de 2,9 mil metros cúbicos (média diária), aumento de 102% no comparativo com 2022, cujo volume comercializado foi de 1,4 mil m³/d (média diária). O segmento termelétrico, o de maior demanda, registrou média diária de 4,3 milhões de m³/d de gás natural, alta de 7% em relação ao ano anterior.

Usuários do segmento industrial consumiram em média, diariamente, 172,1 mil metros cúbicos de gás natural em 2023. Em se tratando do segmento veicular, os seis postos que fornecem gás natural veicular (GNV) demandaram 25,5 mil m³/d do combustível (média por dia). O segmento autogeração/liquefação registrou consumo médio de 593,4 mil metros cúbicos de gás natural por dia.

Abrangência do serviço A rede de distribuição de gás natural possui 281 quilômetros de extensão. Recentemente, a Cigás ultrapassou a marca de R$ 891 milhões de investimento, montante oriundo de recursos próprios, no sistema de distribuição de gás natural no estado.

O serviço da Companhia abrange a capital e municípios do interior. Em Manaus, a rede implantada já possibilita o fornecimento de gás natural (GN) para usuários localizados nos bairros: Colônia Terra Nova, Lago Azul, Novo Israel, Santa Etelvina, Armando Mendes, Colônia Antônio Aleixo, Gilberto Mestrinho, Alvorada, Dom Pedro, Compensa, Ponta Negra, São Jorge, Tarumã, Aleixo, Adrianópolis, Chapada, Flores, Nossa Senhora das Graças, Parque 10 de Novembro, São Geraldo, Centro, Distrito Industrial, Japiim, Praça 14 de Janeiro, Presidente Vargas e Vila Buriti.

No interior, a Cigás fornece gás natural para usinas termelétricas que geram energia elétrica para os municípios de Anamã, Anori, Caapiranga, Coari e Codajás.

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INDA

O INDA, Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, é uma Instituição Não Governamental, legalmente constituída, sem fins lucrativos e fundada em julho de 1970. Seu principal objetivo é promover o uso consciente do Aço, tanto no mercado interno quanto externo, aumentando com isso a competitividade do setor de distribuição e do sistema Siderúrgico Brasileiro como um todo.

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