FORGOT YOUR DETAILS?

Seja bem-vindo ao INDA!

Olá, seja bem-vindo
ao INDA!

07 de Junho de 2024

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   07/06/2024

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 8,534 bilhões em maio. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta quinta-feira, 6, o valor foi alcançado com exportações de US$ 30,338 bilhões e importações de US$ 21,804 bilhões.

Na última semana de maio (27 a 31), o superávit foi de US$ 1,777 bilhão, com vendas de US$ 5,347 bilhões e compras de US$ 3,570 bilhões. No ano, o saldo positivo acumulado é de US$ 35,887 bilhões.

O resultado do último mês veio em linha com a mediana apontada no Projeções Broadcast, de US$ 8,5 bilhões. As projeções variavam de US$ 7,1 bilhões a US$ 9,850 bilhões.

Em maio, as exportações registraram baixa de 7,1% na comparação com o mesmo período em 2023, devido à queda de US$ 1,7 bilhão (-18,5%) em Agropecuária; crescimento de US$ 940 milhões (13,8%) em Indústria Extrativa e recuo de US$ 1,51 bilhão (-9,2%) em produtos da Indústria de Transformação.

Já as importações registraram aumento de 0,5% em maio ante o mesmo mês do ano passado, com crescimento de US$ 180 milhões (53,4%) em Agropecuária; alta de US$ 190 milhões (12,9%) em Indústria Extrativa e queda de US$ 230 milhões (-1,2%) em produtos da Indústria de Transformação.
Importação de bens de capital

O diretor de Planejamento e Inteligência Comercial do Ministério, Herlon Brandão, destacou o grande aumento de volume importado que o Brasil vem verificando desde o fim do ano passado, com destaque para os bens de capital e os bens de consumo.

Em maio, na comparação com o mesmo período do ano passado, o volume de compras subiu 7,5%. No acumulado do ano, esse avanço é de 11,5%, compensando a queda nos preços, de 9,2%. No caso dos bens de capital, o valor importado cresceu 13,4%, com alta de 17,5% no volume comprado, e queda de 4,2% nos preços.

“É a resposta da atividade econômica. Há uma continuidade no crescimento da importação de bens de capital”, disse Brandão em entrevista à imprensa sobre os dados da balança comercial de maio.

Nos primeiros cinco meses do ano, as importações da China cresceram 11,9%, com alta de 35,7% no volume, o que compensou a queda de 13,1% nos preços. Entre os itens de destaque nas compras do País no acumulado do ano estão, por exemplo, veículos automóveis de passageiros (59,4%) e motores e máquinas (22,3%).

Já o caso das exportações, houve recuo em maio de 7,1%. Em valores, há uma continuidade em relação ao que foi vendido em abril, mas uma oscilação na comparação anual, já que houve um pico de exportações em maio de 2023. No desagregado de produtos, a soja teve um dos piores desempenhos, com queda tanto no volume (-13,7%) quanto nos preços (-17,6%) da exportação no mês passado.

O minério de ferro também teve um desempenho negativo, enquanto o valor de café não torrado vendido para fora cresceu 73% em maio. O petróleo também registrou bons números, com avanço de 35,9%.

Mesmo com o recuo registrado em maio, o valor exportado nos primeiros cinco meses do ano (US$ 138,8 bilhões) é recorde para o período, assim como representou o melhor resultado da série histórica o saldo da balança comercial no acumulado do ano (na comparação do mesmo período), com superávit de US$ 35,9 bilhões.
Queda na importação do RS

Brandão disse ainda que as importações no Rio Grande do Sul, que sofre com chuvas e enchentes, caíram 41,2% em maio, a maior queda entre os Estados da federação. Enquanto isso, as exportações gaúchas recuaram 14% no mês. Brandão explicou que o resultado da calamidade nas vendas demora mais a ser percebido porque, em muitos casos, embora a produção cesse, o produto já estava sendo embarcado ou estocado para embarque.

“Nas primeiras semanas não observamos efeito na exportação, porque a medida que cessa a produção já tem mercadoria sendo direcionada aos portos, sendo estocada, sendo embarcada, a gente capta o dado da balança dois, três dias após o embarque. Por mais que cesse a produção, vai observar fluxo normal de exportação”, explicou.

Já a dinâmica nas importações é mais imediata, explicou. “Já tende a bloquear a importação tão logo se sente os efeitos”, disse o técnico.

Sobre os números de importação do arroz no País, que tem produção afetada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, o Mdic explicou que houve um avanço de 11,1% no volume comprado, enquanto o valor cresceu 47,3%. “Por enquanto são aumentos (vindos) do Mercosul, Uruguai principalmente, Paraguai e Argentina”, disse Brandão. Para ele, é possível que esse crescimento seja reflexo de efeito de restrição de oferta no Brasil. “Mas é realmente crescimento pequeno para ter certeza que é consequência da restrição de oferta”, disse.

Globo Online - RJ   07/06/2024

Ao lado do consumo das famílias, os investimentos puxaram o crescimento da economia no primeiro trimestre, com salto de 4,1% sobre os três últimos meses de 2023, após a queda de 3% do ano passado. Dados da produção industrial, da importação de bens de capital e da confiança da indústria sugerem uma continuidade nesse avanço em abril.

Só a alta do primeiro trimestre já poderia garantir um crescimento nos investimentos de 3,5% sobre 2023, enquanto algumas projeções apontam para um salto de 4%, mas economistas vêm alertando para obstáculos no horizonte, como juros mais elevados.

O Indicador de Intenção de Investimentos, calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) a partir da Sondagem da Indústria, mostra que a proporção de entrevistados que relatam diminuição nos aportes ficou em 10,2% no segundo trimestre, ante 10,1% no primeiro — abaixo dos 16% do segundo trimestre de 2023.

Planos saem da gaveta

A produção de bens de capital (máquinas, equipamentos, caminhões e ônibus) saltou 25,5% em abril sobre um ano antes, informou o IBGE na quarta-feira. Em volume, a importação de maquinário disparou 32,2% sobre abril de 2023, nas contas de Leonardo Carvalho, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento (Mdic).

Na construção civil — cerca de 45% do total dos investimentos no PIB, conforme o IBGE —, a produção de insumos industriais saltou 11,3% sobre abril de 2023, enquanto o total de trabalhadores ocupados no setor cresceu 4,1%, com 295 mil empregos a mais, também de acordo com o órgão federal de estatísticas.

Segundo economistas ouvidos pelo GLOBO, após o desempenho ruim ao longo de 2023, a retomada dos investimentos, que começou no fim do ano passado, se intensificou nos últimos meses porque as condições de juros e câmbio melhoraram.

Como boa parte dos aportes é financiada e depende de importações, em dólar, empresas que haviam adiado a troca de maquinário, por exemplo, aproveitaram a melhora para tirar os planos da gaveta.

Ao mesmo tempo, a demanda, seja via consumo das famílias ou via exportações, tem se sustentado. Isso justifica ampliações na capacidade produtiva, ainda que pequenas.

— O aquecimento do mercado interno neste início de ano pode ser creditado à redução inicial dos juros, porém, o patamar das taxas ainda é alto. Se mantivermos uma perspectiva de baixa da taxa de juros, facilitando o crédito, aliada a uma inflação sob controle, certamente teremos impactos positivos no consumo, e por consequência, no mercado automotivo — disse, em resposta por escrito ao GLOBO, o presidente para a América do Sul da fabricante de veículos Stellantis, Emanuele Cappellano.

A demanda aquecida sustenta planos de investimentos de grandes companhias, também por causa de tendências inerentes aos setores. Na indústria automotiva, a corrida pela eletrificação já levou ao anúncio de R$ 117 bilhões em investimentos nos próximos anos no país, pelas principais fabricantes do mundo — a Stellantis (dona de Fiat, Jeep e Peugeot, entre outras) confirmou, na semana passada, que, do plano de R$ 32 bilhões (de 2025 a 2030) já anunciado para toda a América do Sul, R$ 3 bilhões irão para a fábrica da Peugeot e da Citröen em Porto Real, no Sul Fluminense.

Além da indústria automotiva, no setor de papel e celulose, a Suzano está prestes a inaugurar nova fábrica em Mato Grosso do Sul, com aporte final de R$ 4,6 bilhões este ano, de um total de R$ 22,2 bilhões. Na aviação, a retomada global de voos aquece a demanda por manutenção, o que ajudou na decisão da GE Aerospace, divisão de turbinas da gigante americana, de investir R$ 430 milhões para expandir sua oficina em Três Rios, na Região Serrana.

Na infraestrutura, concessões firmadas nos últimos anos seguem com seus planos, independentemente do cenário econômico — a CCR RioSP, que opera a Via Dutra, começou a construir a nova subida da Serra das Araras, aporte de R$ 1,5 bilhão, até 2028.

Mudança de cenário

Os obstáculos apontados por economistas para o restante deste ano têm a ver com mudanças nos fatores que ajudaram no primeiro trimestre: juros mais elevados do que o esperado inicialmente, com o Banco Central (BC) cortando menos a Selic (taxa básica, hoje em 10,5% ao ano) e dólar mais alto.

A dinâmica mudou tanto por uma alteração nos próximos passos do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), que vem indicando que adiará a queda nos juros por lá, quanto por novos sinais de desequilíbrio nas contas do governo brasileiro.

Conforme Cláudio Frischtak, presidente da Inter.B Consultoria, no primeiro trimestre, a taxa de câmbio se manteve mais estável, em torno de R$ 5. Nas últimas semanas, não só o dólar testou o nível de R$ 5,30 como está mais volátil, num vaivém das cotações. Segundo o especialista, “o dano maior é a volatilidade”, que dificulta a decisão, por exemplo, de importar uma máquina.

Para Rodolpho Tobler, do FGV Ibre, isso já parece na percepção das empresas, com um aumento na proporção de firmas que relatam a intenção de só manter os aportes:

— Há uma incerteza sobre até quando os juros vão cair.

As enchentes históricas que paralisaram a economia do Rio Grande do Sul podem atrapalhar num primeiro momento, mas a reconstrução do estado poderá impulsionar os investimentos mais para o fim do ano.

Apesar dos obstáculos, Carvalho, do Ipea, lembra que um dos fatores favoráveis, a demanda via consumo das famílias, deverá permanecer no médio prazo, especialmente por causa do mercado de trabalho aquecido:

— O saldo líquido, no momento, ainda é positivo.

Globo Online - RJ   07/06/2024

O vice-presidente Geraldo Alckmin ressaltou nesta quinta em Pequim as afinidades geopolíticas entre Brasil e China, em meio às turbulências atuais do cenário mundial. A sintonia entre os dois países em busca de uma reforma na governança global contribui para “um mundo mais justo”, disse Alckmin durante a VII sessão plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban). Nesta sexta está previsto um encontro de Alckmin com o presidente da China, Xi Jinping.

— Com a ocorrência de conflitos armados em várias regiões do planeta, as relações entre Brasil e China seguem caracterizadas pela previsibilidade e estabilidade. Demonstramos a alta qualidade de nossa parceria e que a atuação das maiores economias em desenvolvimento em seus respectivos hemisférios resulta em benefícios concretos para nossas sociedades — disse Alckmin, que chefiou a plenária junto com o vice-presidente chinês, Han Zheng.

Após a reunião, que incluiu relatos das onze subcomissões temáticas da Cosban, foi divulgada uma série de acordos entre os dois países, entre eles a nova versão do Fundo Brasil-China. O mecanismo destinado a financiar projetos de infraestrutura prioritários no Brasil foi lançado originalmente em 2015, mas não andou por uma série de entraves burocráticos. Agora a expectativa é que ele ganhe agilidade sob a operação do BNDES e do chinês Claifund, que tem US$ 10 bilhões disponíveis para investimentos na América Latina.

Nesta sexta, último dia de sua visita à China, Alckmin estará com o presidente Xi Jinping, mas antes irá ao Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB, na sigla em inglês). Lá será formalizada a disponibilização de um empréstimo de US$ 1 bilhão do banco para projetos de reconstrução do Rio Grande do Sul. Também está prevista a assinatura de uma carta de intenção entre BNDES e AIIB para uma nova linha de crédito no valor de US$ 250 milhões.

Principal mecanismo de diálogo entre Brasil e China, a Cosban completa 20 anos de criação num bom momento nas relações bilaterais, após o período de turbulências durante o governo de Jair Bolsonaro. Dentro desse espírito positivo e no embalo das celebrações de 50 anos do estabelecimento de laços diplomáticos entre os dois países, a visita de Alckmin à China teve um peso extra, reforçado com a presença de cinco ministros na comitiva oficial e a participação de cerca de 200 empresários brasileiros. Alguns deles, porém, ficaram frustrados.

Para o alto executivo de uma grande empresa brasileira com negócios na China, que pediu para não ser identificado, faltou mais uma vez ao governo brasileiro a capacidade de elaborar uma visão mais clara do que pode obter nas relações com a maior economia do mundo. A diversificação da pauta comercial, antiga ambição brasileira, continua sem avanços: 75% das exportações para a China ainda permanecem concentradas em três produtos, soja, petróleo e minério de ferro. Uma das poucas esperanças de elevar o valor agregado da balança favor do Brasil no curto prazo é com a venda de aviões da Embraer.

Em conversa com o GLOBO, o presidente da empresa, Francisco Gomes Neto, falou sobre a dificuldade da Embraer em conquistar mercado na China e não descartou voltar a fabricar no país.

— Tenho falado com clientes, com parceiros e com o governo chinês para viabilizar o retorno da Embraer. Aqui é uma combinação de várias coisas, as empresas são de certa forma ligadas ao governo, que é ligado às empresas. Estamos trabalhando, sinto que está amadurecendo. A China comprou muitos aviÅ es grandes, não temos daquela categoria. E mais recentemente, tem uma indústria de fabricação de aviões, a Comac. Os aviões que a Comac faz, um é maior que o nosso e o outro é menor. Nós estamos no meio. Mas de qualquer forma acaba sendo uma concorrência, ainda que não direta. Há um outro ponto, que é favorecer o fabricante local. Mas acho que há espaço para todo mundo, o mercado aqui é enorme, já cresceu e ainda vai crescer mais. A gente está animado — disse Gomes Neto.

Na parte agrícola, que sempre gera expectativas, o único anúncio foi a abertura do mercado chinês para a noz-pecã do Brasil. Após uma longa negociação, iniciada em 2019, foi assinado o protocolo sanitário que libera a entrada do produto brasileiro na China. É uma boa notícia para o Rio Grande do Sul, que responde por 70% da produção nacional, ainda que represente um volume pequeno se comparado ao total do comércio bilateral. A estimativa é que a abertura possa gerar negócios de US$ 1 milhão, uma gota num universo de US$ 100 bilhões que foi o total de exportações do Brasil para a China em 2023.

Outros protocolos sanitários concluídos foram os da uva do gergelim, mas ambos os produtos ainda aguardam a abertura de mercado formal para entrar na pauta de exportações para a China. A aposta é que ela fique para a visita de Xi ao Brasil, em novembro. Durante a plenária da Cosban, o lado chinês voltou a mencionar algumas vezes o desejo de que o Brasil assine uma adesão formal à chamada “Nova Rota da Seda”, o megaprojeto de infraestrutura lançado pelo presidente Xi Jinping em 2013.

Para o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, que participou da reunião, ficou claro que a parceria geopolítica é um interesse primordial do governo chinês na relação com o Brasil.

— O viés que mais os convence é o viés da relação geopolítica, não é o resto. Tudo bem, a gente vende, eles compram, mas compram porque é mais barato — disse França. — Se eles nos entenderem com aliados, facilita tudo.

Sintonias geopolíticas à parte, Alckmin demonstrou afinidades culturais com a China que agradaram em cheio os anfitriões. Médico com especialização em anestesiologia, o vice-presidente também tem formação em acupuntura, uma das principais práticas da medicina tradicional chinesa. Em visita à famosa farmácia Tong Ren Tang, fundada em 1669, Alckmin recebeu explicações sobre medicamentos curiosos, como uma pílula contra AVC feita de pedra de vesícula de boi, e fez uma demonstração de acupuntura aos seus anfitriões.

O vice-presidente arrancou gargalhadas ao ser perguntado se lhe sobra tempo de praticar o acupunturismo em meio a sua agenda de trabalho no governo.

— Em Brasília tenho uma cliente, que é minha esposa. Toda noite eu faço as aplicações nela. O problema é que depois tenho que ficar acordado para retirar as agulhas — contou.

O Estado de S.Paulo - SP   07/06/2024

Após um segundo semestre de pasmaceira em 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu no primeiro trimestre deste ano. O País respira temporariamente aliviado, o governo Lula da Silva comemora com a euforia que lhe é peculiar e analistas recomendam parcimônia em razão dos desafios que se avizinham para o restante de 2024, uma vez que restam ainda muitas dúvidas.

O número positivo foi puxado por consumo das famílias, serviços, investimentos e agropecuária. Ajudaram na conta o mercado de trabalho aquecido, com cenário de baixo desemprego e aumento da renda, e impulsos fiscais, como o pagamento de precatórios e aumento real do salário mínimo.

A alta, assim, foi de 0,8% entre janeiro e março deste ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se de um cenário razoável diante de desarranjos do atual governo, mas obviamente muito aquém das potencialidades do Brasil. O mercado prevê um crescimento de 2,2% para este ano, enquanto o governo aposta em expansão de 2,5%.

Há um longo caminho a trilhar. A título de exemplo, uma estimativa feita pela equipe de economistas do C6 Bank, a pedido do Estadão, mostra que o Brasil teria de crescer ao ritmo de 2,3% ao ano ao longo de 30 anos, ininterruptamente, para que seu PIB se igualasse ao da Grécia, o país lanterninha da lista das 41 nações consideradas desenvolvidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Se a melhora parece tão distante, há logo ali problemas mais imediatos à espera de solução. Um deles é a situação do Rio Grande do Sul após a tragédia das chuvas que há mais de um mês ceifou vidas, paralisou atividades e destruiu a infraestrutura elementar do Estado que concentra importante parcela do PIB do País. Há, entre analistas, cautela sobre os impactos da devastação sem precedentes no cômputo final de 2024.

Extremamente benéficos para o trabalhador, a taxa de desemprego baixa e o aumento da renda estimulam o consumo, mas pressionam a inflação. Já a expansão sustentada dos investimentos, que cresceram no primeiro trimestre de 2024, demanda também trajetória de queda da taxa de juros para baratear o crédito.

Esse movimento, iniciado em agosto do ano passado pelo Banco Central, enfrenta sinais de saturação com o risco de pressão inflacionária, incerteza sobre a redução da taxa nos Estados Unidos e o temor com a condução da política fiscal – em especial o descompromisso do governo Lula da Silva com o equilíbrio das contas públicas. São muitos os motivos para preocupação, graças ao descompromisso com a meta fiscal.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, parece otimista ao dizer que o PIB “veio forte” – o que é verdade – e que alimenta esperança de mais resultados positivos após a tração dos investimentos, em que pese a ausência de elementos de garantia de um crescimento sustentável. É papel do presidente Lula da Silva dizer que o Brasil está no “rumo certo” – mas, no ritmo atual, sem os devidos estímulos e sem respeito aos fundamentos econômicos, o atalho lulopetista levará, na verdade, a lugar nenhum.

Veja - SP   07/06/2024

A inflação corrente no Brasil está comportada, conforme foi possível constatar na última divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas as expectativas estão desancoradas — sendo essa uma das maiores preocupações do Banco Central no momento. A afirmação é do presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, durante evento da B3 realizado em São Paulo nesta quinta-feira, 6.

“A parte mais desafiadora são as expectativas de inflação, que têm piorado recorrentemente. É um fator de preocupação e tem muitos ruídos envolvidos: parte fiscal, transição no BC, capacidade de aprovação de medidas no Brasil, riscos geopolíticos no exterior e Rio Grande do Sul, que teve impacto na parte mais curta [das estimativas]”, disse ele durante o evento.

Campos Neto comentou que os últimos dados do IPCA foram positivos, com uma inflação de serviços ligada a atividades intensivas em mão de obra melhor do que o esperado. No entanto, mesmo a inflação implícita também começou a subir, na esteira da piora das expectativas. A isso se somam os efeitos da tragédia no Rio Grande do Sul, que adiciona incerteza sobre a inflação de alimentos. “O BC reconhece que a inflação está convergindo, mas precisamos apontar as preocupações para frente”, afirmou.

No caso do RS, o presidente do BC destacou que o estado representa 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e 9% da balança comercial, com relevante impacto, portanto, para a atividade do país. Em termos de safra, disse ele, a colheita de arroz já havia sido praticamente encerrada, mas há dúvidas sobre o efeito das chuvas e dos alagamentos na fertilidade do solo e na capacidade de produção para frente.

O Estado de S.Paulo - SP   07/06/2024

O combate à inflação não pode ficar somente nos ombros do Banco Central, afirmou nesta quinta-feira, 6, o chefe do Centro de Estudos Monetários do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), José Júlio Senna, no 2.º Seminário de Análise Conjuntural, organizado pelo Ibre-FGV e pelo Estadão/Broadcast. Ele participou do evento ao lado de Armando Castelar, pesquisador associado do Ibre-FGV, e de Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro Ibre-FGV.

Senna frisou que as questões domésticas preocupam no momento, e que, embora o BC esteja firme na briga contra a inflação, a política fiscal prejudica a obtenção de resultados melhores nesse campo. “Os resultados seriam muito melhores se a política fiscal tivesse rumos diferentes dos que tem tomado”, afirmou. “Dificulta a obtenção de taxas mais baixas de inflação e juros mais baixos.”

O economista acrescentou que a política fiscal de natureza expansionista explica boa parte dos números recentes bons na divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), especialmente em relação ao consumo das famílias.

Senna ainda defendeu a meta de inflação de 3%: “Três porcento não é estabilidade de preços, mas é o nível mais alto que podemos conviver com alguma tranquilidade”. O economista afirmou haver um argumento de que esse nível de inflação nunca foi alcançado no Brasil, mas lembrou que nunca houve uma tentativa de chegar a essa taxa no País.

“Se é possível em regiões como China e zona do euro, por que não é possível no Brasil?”, questionou. “Se o problema é fiscal, vamos tentar resolver esse problema primeiro, mas sempre focando que a meta do governo tem que ser trabalhada para chegar o mais perto possível da estabilidade de preços”, disse Senna, que frisou que o juro em um País é baixo quando a inflação é baixa.

Para ele, o poder do Banco Central de conseguir controlar o aumento recente das expectativas de inflação está limitado. Há, segundo ele, dois fatores “bem óbvios” que corroboram essa análise. O primeiro deles, a questão fiscal. “A política do governo é aumentar gastos e correr atrás de receitas para financiar esse aumento”, disse, acrescentando que políticas desse tipo não costumam terminar bem. “O que o BC pode fazer a respeito do futuro das contas públicas? Absolutamente nada”, acrescentou.

O segundo ponto, segundo Senna, diz respeito à nova composição da autarquia em 2025. “Não sabemos para que lado vai e isso afeta o comportamento esperado de preços à frente”, afirmou o economista, que ressaltou não estar fazendo juízo de valor sobre quem será o substituto de Roberto Campos Neto na presidência do BC.

Diante desse cenário, emendou, o máximo que a autoridade monetária consegue fazer é interromper o ciclo de baixa dos juros. Senna afirmou que não vê espaço para continuidade do afrouxamento monetário por um bom tempo. “É o máximo que o Banco Central pode fazer. Será eficaz para controlar as expectativas? Não tenho essa confiança.”

Ele também defendeu a credibilidade da pesquisa Focus. O economista ressaltou que existem mecanismos similares em vários outros países do mundo, inclusive os Estados Unidos, e que a Focus reúne a visão de 140 instituições. “Parece haver uma crença em teoria da conspiração”, afirmou o economista, sobre a hipótese de que essas instituições fariam um “combinado” para subir as expectativas e conseguir que o BC aumentasse os juros.

O economista Armando Castelar afirmou que a transição atual do comando do BC exige cuidado. “Está se colocando uma situação complicada na qual, para ser indicado (à presidência do BC), o cidadão tem de coadunar com a ideia de que o juro será derrubado”, disse. Ele ressaltou que o ambiente atual de inflação e de expectativas não permite essa postura.

Para o economista, essa situação tende a tornar a incerteza em relação à política monetária ainda mais complicada. Ele acrescenta que essa é uma “sinuca” desnecessária. “Está se politizando uma coisa que todo mundo teria mais a ganhar se não tivesse politizando.”
Superávit primário distante

Para Silvia Matos, o Brasil não voltará a ter um superávit primário tão cedo. A economista disse que as estimativas indicam um déficit primário entre 0,8% e 0,7% do PIB em 2025 e que a perspectiva é de aumento da dívida. “Há dificuldade de ter mais receitas e de controlar gastos”, afirmou. “Os problemas são complexos do ponto da economia política, o que aumenta muito os gastos das receitas recorrentes, e são gastos relacionados à transferência de renda.”

Matos chamou a atenção para questões complexas de pano de fundo e citou o aumento do déficit da Previdência, que subiu de cerca de R$ 100 bilhões há dez anos para mais de R$ 300 bilhões. “A questão da reforma da Previdência é extremamente relevante”, frisou.

Ela afirmou que a tendência é de um crescimento forte do consumo das famílias este ano, em linha com a conjuntura do mercado de trabalho e a política expansionista do governo. E ponderou ser preciso olhar para quem está sendo realmente beneficiado por esse consumo. Matos atentou que a atual composição desse aumento pode acarretar mais inflação, o que pode prejudicar os mais pobres.

A economista afirmou que a ajuda ao Rio Grande do Sul, que destacou ser necessária, pode contribuir para aumentar o consumo no curto prazo. Ela ponderou, no entanto, que não há diante desse cenário uma previsão de desaceleração de outros benefícios. “Toda a discussão de aumento de salário mínimo impactando a previdência e os benefícios está criando esse caldo de crescimento do consumo mais elevado do que pode ser adequado à economia em um momento de combate à inflação”, salientou.

O Estado de S.Paulo - SP   07/06/2024

Quando se trata de ajuste fiscal, isto é, de promover economias permanentes com a finalidade de garantir a saúde do financiamento do Estado e do desenvolvimento econômico, nada é trivial. Toda medida relevante implicará custos para grupos específicos.

É preciso, entretanto, ter a grandeza de avançar. O ministro Fernando Haddad já fez muito na matéria tributária, com a revisão de benefícios e benesses, como tenho destacado neste espaço.

A Lei n.º 14.789/2023, por exemplo, acabou com o duplo incentivo fiscal baseado no ICMS, que erodia a arrecadação dos tributos federais sobre o lucro. A recente medida para acabar com a tributação negativa e o uso cruzado de compensações tributárias, no bojo dos créditos do PIS e da Cofins, foi outro acerto.

Entendo que é preciso continuar na trilha da revisão dos gastos tributários, mas também começar a colocar o dedo na ferida da despesa pública. Só assim o novo arcabouço fiscal será sustentável.

A título de colaboração para o debate público, proponho sete medidas que envolvem, principalmente, o lado da despesa pública federal, tendo uma delas foco nas renúncias tributárias.

1) Unificação dos mínimos constitucionais da Saúde e da Educação. É preciso garantir o bom financiamento dessas duas áreas centrais das políticas públicas. No entanto, o gasto público não precisa nem deve ter amarras tão duras, como atualmente. O gasto mínimo constitucional com Saúde e Educação vincula-se à receita.

No caso da Saúde, 15% da receita corrente líquida. No caso da Educação, 18% da receita de impostos líquida. Poderíamos substituir essas vinculações por um porcentual do PIB estimado, de modo a gerar uma economia de recursos ao erário, mas preservar as duas áreas.

O ganho também se daria pela melhor alocação dos recursos públicos entre Saúde e Educação. Muitas vezes, o setor público acaba tendo de forçar determinadas despesas para cumprir os porcentuais mínimos vigentes. Para quê? É jogar dinheiro fora, quando poderíamos buscar eficácia e eficiência em benefício da população que mais depende do Estado.

Ganho esperado: R$ 10 bilhões ao ano.

2) Redução de 5% em todos os gastos tributários. A redução precisa ser geral e irrestrita, respeitadas, no máximo, as exceções já listadas no artigo 4.° da Emenda 109, da lavra do ex-ministro da Economia Paulo Guedes. O ideal seria avançar sobre todos os itens da lista de renúncias fiscais, mas, não sendo possível, ao menos dever-se-ia evitar aumentar o número de exceções.

Um dos gastos tributários que poderia ser revisado para além do ajuste linear acima proposto é o abatimento de despesas médicas no Imposto de Renda. Os ricos, e não os pobres, são os beneficiários desses abatimentos de despesas na base do imposto. É preciso acabar com essa festa da cocada o quanto antes.

Ganho esperado: R$ 20 bilhões ao ano.

3) Limitação de todas as emendas parlamentares a 1% do volume total das despesas discricionárias (não obrigatórias) orçadas, isto é, aprovadas na Lei Orçamentária Anual (LOA). Atualmente, as emendas parlamentares (de comissão, individuais ou de bancada estadual) já ultrapassam a marca de R$ 50 bilhões. Elas competem por espaço orçamentário com projetos de investimento estruturantes. É hora de regular isso.

Ganho estimado: R$ 30 bilhões ao ano.

4) Desvinculação da Previdência e gastos sociais em relação à política do salário mínimo. No Brasil, misturamos a política de piso salarial com as políticas sociais. O salário mínimo deveria servir para questões do mercado de trabalho, garantindo aos empregados ganhos mínimos derivados do avanço da produtividade da economia. Aqui, o salário mínimo virou um indexador de despesas. Alterada essa questão, que não se trata em absoluto de cláusula pétrea constitucional, a economia seria grande para o erário.

Ganho esperado: R$ 35 bilhões ao ano.

4.1) Criação de um indexador social. O indexador social seria discutido ano a ano, substituindo o salário mínimo. Obviamente, o ganho estimado no item 4 seria potencialmente menor. Isso ajudaria a viabilizar a proposta. O Congresso ganharia peso para discutir o indexador e a política de salário mínimo estaria descolada de benefícios sociais como o BPC, o abono salarial e a própria Previdência Social.

5) Redução das subvenções e subsídios para empresas com faturamento superior a R$ 10 milhões. Dependeria de o BNDES substituir contratos vigentes. A Nova Indústria Brasil (NIB) poderia ser o locus dessa discussão. Temos de modernizar a política de crédito público e revisar todos os subsídios creditícios vigentes.

Ganho estimado: R$ 3 bilhões ao ano.

6) Revisão de todos os contratos de prestação de serviços à administração pública. Ganho estimado, sob hipótese de sobrepreço de 20% (em média), poderia ser relevante. É natural que, ao longo do tempo, a administração pública mantenha contratos sub-ótimos ou que, no mínimo, poderiam ser revistos ou aprimorados.

Ganho esperado: R$ 5 bilhões ao ano.

7) Limitação de todos os salários e remunerações globais da administração pública ao teto constitucional, isto é, ao salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como manda a Constituição.

Ganho esperado: R$ 3 bilhões ao ano.

Total do ganho estimado: 10 + 20 + 30 + 35 + 3 + 5 + 3 = R$ 106 bilhões ou cerca de 1% do PIB.

Vamos à luta!

O Estado de S.Paulo - SP   07/06/2024

O BNDES montou um plano para captar até R$ 9,1 bilhões junto a bancos chineses e usar a verba para financiar projetos de infraestrutura e indústria no Brasil. Integrante da viagem oficial do vice-presidente Geraldo Alckmin à China, o diretor de Planejamento e Relações Institucionais do BNDES, Nelson Barbosa, vai assinar nesta sexta-feira, 6, o primeiro contrato.

Em Pequim, o ex-ministro da Fazenda de Dilma Rousseff vai formalizar, em nome do BNDES, um empréstimo de até US$ 800 milhões, aproximadamente R$ 4,2 bilhões, com o China Development Bank (CDB). O prazo de pagamento é de dez anos, com três de carência.

Esse é o único empréstimo já garantido. Ainda haverá um um termo de compromisso para avaliação de linha de crédito de curto prazo, no valor de até 5 bilhões yuans, o equivalente a R$ 3,6 bilhões, com prazo de três anos.

A comitiva de Alckmin que está na China e passou pela Arábia Saudita reúne empresários e seis ministros, como Simone Tebet (Planejamento) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social).

Com o Asian Infrastructure Investment Bank (AIIB), Barbosa vai formalizar uma carta de intenções para um “potencial investimento” de US$ 250 milhões, aproximadamente R$ 1,3 bilhão, em energias renováveis, logística e mobilidade urbana sustentável no Brasil.

À Coluna do Estadão, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, avaliou que as parcerias vão levar investimentos ao Brasil. “Elas reforçam a confiança mútua entre os dois países e o compromisso de promover o desenvolvimento sustentável”, declarou.

MINERAÇÃO

IstoÉ Dinheiro - SP   07/06/2024

A diretora de Energia e Descarbonização da Vale, Ludmilla Nascimento, disse que a mineradora avalia antecipar o aumento da mistura de biodiesel para 25% no diesel que abastece sua frota de caminhões. Testes de desempenho nos motores estão sendo realizados e uma decisão sobre a viabilidade dessa estratégia de descarbonização será tomada em nove meses, afirmou a executiva.

Hoje o mandato legal do biodiesel exige 14% do combustível no diesel vendido por distribuidoras, porcentual que vai chegar a 15% em 2025 e, segundo o projeto de lei do Combustível do Futuro, em vias de aprovação no Congresso, deverá ser de 20% até 2030.

Se a Vale aprovar os 25%, praticará mistura acima da obrigatória em qualquer cenário regulatório. Este pode ser um impulso mais imediato à estratégia de descarbonização da mineradora no curto prazo. A companhia pretende reduzir em até 33% as suas emissões de carbono até 2030 e chegar ao carbono neutro em 2050, reforçou Ludmilla.

“Isso não exigiria nenhuma adaptação ou troca nos motores dos nossos caminhões, porque o biodiesel é ‘drop in’ (intercambiável com diesel). Estamos fazendo os testes, que exigem muitas horas, para avaliar se há alguma limitação”, disse Ludmilla na quarta-feira, 5.

Ela falou na saída de evento da Universidade Columbia, ligado ao G20, sobre transição energética no Rio de Janeiro.

Alternativas

A executiva lembrou que existem tecnologias alternativas aos combustíveis já existentes, mas que nenhuma está madura para aplicação imediata em grande escala. Entre essas opções consideradas, ela cita o etanol, amônia verde, metanol e hidrogênio, que seguem no radar da Vale.

A eletrificação da frota, inclusive para caminhões mais pesados, que carregam mais de 250 toneladas, ainda é considerada, embora executivos da empresa já tenham reconhecido as limitações dessa opção, como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Etanol

Em estudo, o uso do etanol é um dos caminhos mais viáveis, porque há suprimento estabelecido e transporte consolidado no mercado, mas isso vai exigir adaptações nos motores para adequá-los ao combustível. A Vale já anunciou projeto com a Caterpillar nesse sentido.

Ludmilla lembra que as outras opções seguem consideradas, mas ainda envolvem riscos, sobretudo relacionados a toxicidade dos materiais. As novas tecnologias, inclusive eletrificação, devem ser aplicadas não só para os caminhões, como para as locomotivas da Vale e para os navios de empresas contratadas pela companhia.

Investimento

A mineradora projeta que vai investir entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) nas operações até 2030, o que inclui custos de adaptação da sua infraestrutura.

Ludmilla informou que as soluções avaliadas pela Vale variam até US$ 100 por tonelada de carbono. As escolhas vão se basear na chamada curva marginal de abatimento. Ela considera investimento e custo de cada solução em comparação com o custo futuro da emissão de carbono.

Infomoney - SP   07/06/2024

Em relatório, novos analistas do Santander assumiram a cobertura do setor de Metais e Mineração da América Latina, mantendo a ação da Vale (VALE3) como sua principal escolha e sua preferência pelo minério de ferro em relação ao aço.

Com isso, manteve a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de US$ 18 por ADR da mineradora para final de 2024. A visão construtiva do banco é baseada nas estimativas de preços do minério de ferro mais altos por mais tempo. A previsão é do minério de ferro custando US$ 130 por tonelada no final de 2024, com média de US$ 120/t para o ano.

Seja um dos primeiros a garantir ingressos para a NFL no Brasil com a XP. Pré-venda exclusiva com Cartão XP, aprovado em 24h!

O Santander também cita a estimativa de rendimento de dividendos em torno de 8% para este ano e a maior visibilidade em relação às provisões, além da melhora operacional e seus benefícios para a diluição de custos.

Em termos de avaliação, o Santander vê a Vale negociando a 3,5 vezes Valor da firma (EV)/Ebitda para 2024, 30% abaixo da média de seus pares australianos. O Ebitda é a sigla correspondente ao lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações.

Ainda em mineração, o banco optou por elevar a classificação da CSN Mineração (CMIN3) de netro para equivalente à compra, com um preço-alvo de R$ 7,50 para o final de 2024.

A visão positiva também é baseada em preços do minério de ferro mais altos por mais tempo e rendimentos de dividendo atraentes (aproximadamente 10%), bem como avaliação abaixo da média histórica em 3,7 vezes EV/Ebitda para 2024.

Para os produtores de aço, o banco manteve preferência pela Gerdau (GGBR4), com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 25, pois espera que continue a apresentar resultados robustos nos próximos trimestres.

Analistas comentam que a baixa alavancagem e os dividendos relativamente sólidos são pontos positivos. Além disso, a ação da Gerdau está sendo negociada a 3,3 vezes EV/Ebitda esperado para 2024, aproximadamente 35% abaixo da sua média histórica.

O Santander também elevou a classificação da CBA (CBAV3) de neutro para outperform, com preço-alvo de R$ 10,00 para o final de 2024, devido à expectativa de uma rápida desalavancagem, a dívida líquida/Ebitda pode cair de 7,9 vezes no 1T24 para 2,1 vezes no 4T24.

Analistas também estão construtivos sobre o mercado de alumínio, pois esperam que os preços permaneçam mais altos por mais tempo. Além disso, eles vêem a CBA negociando a 5,3 vezes EV/EBITDA 2024, 27% abaixo da média de seus pares no alumínio.
Papel e Celulose

Com estimativas de alta nos preços da celulose e posição de liderança da Klabin (KLBN11) nos segmentos de embalagens, o Santander reiterou classificação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 31.

A visão construtiva do banco também se baseia na adição de um valor presente líquido (VPL) de R$ 12,00 por ação do projeto Puma II, expectativa de demanda mais forte por papelão e fundamentos favoráveis para aumentos adicionais de preços da celulose na China no curto prazo.

No entanto, analistas continuam a ver risco de queda nos preços da celulose para o segundo semestre de 2024. Já as ações da Klabin negociando a um EV/Ebitda estimado para 2024 de 6,9 vezes são atraentes na opinião do banco.

Para Suzano (SUZB3), o banco também manteve avaliação equivalente à compra, com preço-alvo de R$ 75.

A Suzano é ação preferida do Santander no segmento, pois possui avaliação e iniciativas de crescimento atraentes, bem como um forte balanço patrimonial.

O banco ainda comenta vê espaço para uma potencial alta do Ebitda em 2024, superando o consenso de mercado de R$ 21 bilhões e atingindo R$ 22,4 bilhões.
Em um cenário hipotético de fusão e aquisições da IP, o Santander vê a ação da nova companhia negociando próximo a 6,0 vezes EV/Ebitda para 2025. O banco destaca que, antes de qualquer notícia sobre um possível acordo entre as duas empresas Suzano e IP, que tem afetado as ações SUZB3 na Bolsa, estavam negociando a 7,1 vezes e 6,4 vezes, respectivamente. Considerando o peso de cada empresa, seria possível que o múltiplo EV/Ebitda da Nova Companhia fosse de 6,8 vezes antes do início desse potencial acordo.

Considerando esse múltiplo e uma transação consistindo de 65% de dívida e 35% de capital próprio, o preço das ações da nova companhia seria de R$ 62 por ação em comparação com o preço atual da Suzano de R$ 49 ação.

Investing - SP   07/06/2024

Os preços futuros do minério de ferro se recuperaram nesta quinta-feira depois de caírem por cinco sessões consecutivas, com o sentimento sendo elevado por reabastecimento de estoque portuário antes do feriado na China e por conversas no mercado sobre um possível corte na produção de aço.

As siderúrgicas normalmente estocam cargas de minério nos portos antes do Festival do Barco do Dragão, que acontece de 8 a 10 de junho deste ano, segundo analistas.

Os volumes de transações nos principais portos aumentaram 35% em relação ao dia anterior, para 1,17 milhão de toneladas na quarta-feira, segundo dados da consultoria Mysteel.

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 0,96%, a 839,5 iuanes (115,85 dólares) por tonelada.

O minério de ferro de referência para julho na Bolsa de Cingapura subiu 1,49%, para 108,7 dólares a tonelada, depois de atingir uma alta intradiária de 109,8 dólares a tonelada.

Além disso, o mercado de minério foi impulsionado pelo fortalecimento do mercado siderúrgico, em função de conversas sobre um corte na produção de aço bruto de até 20 milhões de toneladas na China, maior produtor e consumidor siderúrgico, disseram os analistas.

A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, que anunciou no início de abril que continuaria a gerenciar a produção de aço bruto em 2024, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.

A maioria dos índices de referência do aço na Bolsa de Futuros de Xangai eliminou as perdas anteriores e terminou a sessão em alta.

O vergalhão subiu 0,63%, a bobina laminada a quente teve alta de 1,06% e o fio-máquina avançou 0,46%.

No entanto, a diminuição da demanda e a alta oferta continuaram a agir como um obstáculo para o minério de ferro, de acordo com os analistas.

Agência Brasil - DF   07/06/2024

A caução ambiental instituída em Minas Gerais para assegurar a recuperação de áreas afetadas por barragens está em revisão. A medida obriga os empreendedores responsáveis pelas estruturas a garantir recursos que poderão ser usados em caso de necessidade. Embora esteja prevista na Lei Mar de Lama Nunca Mais, que foi aprovada em 2019, a norma só saiu do papel no fim do ano passado, quando foi regulamentada em decreto assinado pelo governador Romeu Zema.

O teor das regras estabelecidas, no entanto, desagradou a entidades ambientalistas e atingidos por barragem e também foi criticado por grupos ligados à Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg).

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), as regras estão sendo reavaliadas. A engenheira civil Marília Melo, que comanda a pasta, disse  à Agência Brasil que o decreto está atualmente suspenso e que o governo mineiro busca aprofundar a discussão para apresentar uma nova proposta. "A gente trabalha com prazo até o final deste mês", disse Marília na quarta-feira (5), durante o evento Transição Energética no Brasil na perspectiva do G20, que reuniu especialistas e autoridades no Rio de Janeiro.

O Decreto 48.747/2023, assinado por Zema em 29 de dezembro do ano passado, fixou as regras após quase cinco anos da aprovação da Lei Mar de Lama Nunca Mais. As normas valem tanto para barragens que armazenam rejeitos de mineração como para aquelas que funcionam como reservatórios de água, caso das hidrelétricas. Foi fixada uma fórmula para calcular o valor, que leva em conta a área ocupada pela estrutura, bem como classificações técnicas e custos estimados para a descaracterização.

Em março, uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) evidenciou o descontentamento em torno do decreto. Atingidos por barragens e ambientalistas criticaram o governo por publicar o decreto no apagar das luzes de 2023 sem que houvesse uma discussão prévia com a participação da sociedade civil. Além disso, eles consideraram que a fórmula estabelecida subdimensiona os valores necessários.

Segundo estudo apresentado pela organização social Fórum Permanente do São Francisco, o cálculo instituído pelo decreto fixaria caução de R$ 62,8 milhões para a barragem da Samarco que se rompeu na cidade de Mariana (MG), em novembro de 2015. Seria um valor mais de 2 mil vezes mais baixo do que os R$ 126 bilhões pleiteados pela União para reparar os danos associados à tragédia, que causou 19 mortes e gerou grande impacto ambiental em toda a bacia do Rio Doce.

Situação similar envolveria a barragem da Vale que se rompeu em 2019 em Brumadinho, também em Minas Gerais, e causou 272 mortes. Segundo a organização, a fórmula fixaria uma caução de R$ 14,3 milhões. É quase 3 mil vezes menos que os R$ 37,7 bilhões previstos no acordo de reparação firmado após a tragédia. Durante a audiência na Assembleia Legislativa, houve ainda manifestações de grupos ligados à Fiemg que acusam a criação da caução ambiental de onerar o setor industrial, dificultando os investimentos e a geração de empregos.

De acordo com a secretária Marília Melo, a caução ambiental foi o último dispositivo da Lei Mar de Lama Nunca Mais a ser regulamentado pelo governo mineiro devido à complexidade do tema. Marília disse que o decreto foi elaborado levando em conta inclusive pesquisas científicas. Para ela, o novo decreto deverá buscar mais equilíbrio e também avançar do ponto de vista conceitual.

Segundo a secretária, a caução ambiental não é um recurso para reparar desastres ambientais e deve estar reservada para casos de falência ou de abandono da empresa. "Nesse caso, o Estado precisa ter recurso suficiente para recuperar a área de atuação da mineradora. A obrigação de recuperar a área quando há um desastre ambiental é da empresa, independentemente de ter ou não ter caução. Temos inclusive como balizador o acordo de Brumadinho, que é de R$ 37,7 bilhões. Estamos agora discutindo um novo acordo para Mariana, na proporção de R$ 100 bilhões. Como se vai exigir de uma empresa em operação que aloque um orçamento dessa dimensão como garantia, caso haja um desastre? Não podemos partir do pressuposto de que haverá desastres", afirmou.

A secretária deu como exemplo o caso de uma caução ambiental que teria sido acionada, caso estivesse em vigor há mais tempo. Trata-se da exploração que a mineradora Mundo Mineração e sua subsidiária australiana Mundo Minerals realizaram nos municípios mineiros de Nova Lima e Rio Acima. As atividades foram encerradas em 2011 e as barragens foram abandonadas. Uma ação judicial foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF), mas os representantes das empresas não foram sequer localizados. "Hoje a responsabilidade é do estado. Ou seja, nós pagadores de impostos que estamos arcando com recuperação da área. Para isso, serviria a caução", diz Marília.
Regulamentação

A Lei Mar de Lama Nunca Mais, como ficou conhecida a Lei Estadual 23.291/2019, nasceu de uma proposta de iniciativa popular capitaneada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em resposta ao rompimento da barragem da mineradora Samarco em 2015. Sua tramitação, no entanto, se deu de forma lenta. A discussão só avançou quatro anos depois quando ocorreu o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. Após o episódio, aumentou a pressão para que os deputados estaduais tratassem do assunto.

O texto final aprovado pela ALMG proibiu o alteamento de novas barragens em determinadas situações e deu prazos para a descaracterização de estruturas similares à que se rompeu em Brumadinho. Entre outras medidas, também estabeleceu a caução ambiental, indicando a necessidade de uma posterior regulamentação. Diante da ausência de regras, a instituição da caução ambiental foi letra morta por quase cinco anos.

O decreto assinado pelo governador Romeu Zema no ano passado procurou preencher essa lacuna. Além de fixar a fórmula de cálculo, estabeleceu que os recursos poderiam ser garantidos por meio de quatro modalidades, cabendo ao empreendedor responsável optar por apenas uma ou combiná-las até atingir o total necessário. As alternativas são o depósito em dinheiro, a contratação de uma seguradora que arcará com os valores, a obtenção de fiança bancária ou ainda a aquisição de certificados de depósito bancário (CDBs) emitidos pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

Conforme as regras fixadas, a caução poderia ser implementada em até três anos, com garantia de 50% do valor no primeiro ano e de 25% nos demais. Caberia ao empreendedor apresentar proposta a ser aprovada como um dos requisitos no processo de licenciamento. No caso de estruturas já existentes e licenciadas, foi dado prazo de 180 dias para formalização da proposta.

O decreto prevê a necessidade de uma caução ambiental para cada barragem. A caução como garantia durante toda a vida útil da estrutura, podendo o empreendedor resgatá-la após a conclusão da descaracterização e da recuperação ambiental da área.

AUTOMOTIVO

Auto Industria - SP   07/06/2024

Para comemorar os 55 anos de atividades, a Librelato preparou programação de série limitada de 55 semirreboques que revelam as capacidades da fabricante catarinense de implementos rodoviários. Baseada no Graneleiro 4 Eixos Evolut, a carreta reúne pintura especial e estreia uso de aço inox.

Durabilidade e inovação foram os conceitos adotados para o desenvolvimento do produto. A Librelato já havia se diferenciado com oferta de implementos feitos com aços especiais. Em 2018, por exemplo, lançou o graneleiro mais leve do mercado ao reduzir o peso em 1 tonelada. Agora, com o aço inox procura providenciar maior vida útil.

Valor - SP   07/06/2024

Legisladores dos EUA enviaram cartas ao governo Biden pedindo que a Contemporary Amperex Technology e a Gotion High-Tech fossem adicionadas imediatamente a uma lista de proibição de importação

As principais empresas chinesas de baterias com ligações com a Ford Motor e a Volkswagen deveriam ser proibidas de enviar mercadorias para os Estados Unidos, na avaliação de um grupo de legisladores republicanos. Eles alegam que suas cadeias de abastecimento utilizam trabalho forçado.

Os legisladores americanos enviaram duas cartas ao governo Biden pedindo que a Contemporary Amperex Technology, maior fabricante mundial de baterias para carros elétricos e parceira da Ford, e a Gotion High-Tech, empresa de baterias parcialmente controlada pela Volkswagen, fossem adicionadas imediatamente a uma lista de proibição de importação.

Os legisladores pediram que a Contemporary Amperex, também conhecida como CATL, e Gotion fossem adicionadas ao que é conhecido como lista de entidades sob a Lei de Prevenção do Trabalho Forçado Uigur. As cartas enviadas ao subsecretário do Departamento de Segurança Interna, Robert Silvers, vieram do deputado John Moolenaar, chefe do Comitê da Câmara para o Partido Comunista Chinês; deputado Mark Green, presidente do Comitê de Segurança Interna da Câmara; senador Marco Rubio; e outros.

A CATL disse que está comprometida em manter uma cadeia de abastecimento responsável. “Qualquer sugestão de que o CATL tenha utilizado trabalho forçado, ou tenha qualquer ligação com o trabalho forçado, é absolutamente falsa”, disse um porta-voz. Gotion, Ford e Volkswagen não responderam aos pedidos de comentários.

A CATL, com sede em Ningde, na China, já havia chamado essa geopolítica de uma “questão transitória” e indicou que está preparada para enfrentar as tensões, enquanto se concentra na expansão nos EUA. Gotion, com sede em Hefei, na China, descreveu a situação geopolítica como “explosiva”. A Volkswagen afirmou, no passado, que estabelece padrões elevados e está à procura de novas soluções para prevenir o trabalho forçado na sua cadeia de abastecimento.

O apelo à ação complica ainda mais os esforços da CATL e da Gotion para se estabelecerem nos Estados Unidos. Embora os EUA e outros países tenham pressionado por uma adoção mais ampla de carros elétricos, os fabricantes chineses de energia limpa enfrentam uma batalha difícil para obter apoio a seus projetos.

A Ford paralisou temporariamente e depois reduziu os planos para construir uma fábrica de baterias de US$ 3,5 bilhões em Michigan usando tecnologia CATL, depois que comitês liderados pelos republicanos abriram investigações. Os legisladores argumentaram que o projeto permitiria o domínio chinês da indústria automobilística dos EUA. A Gotion, que tem um investimento significativo da unidade chinesa da Volkswagen, planeja sua própria fábrica em Michigan, mas esse projeto também enfrenta escrutínio.

Ser adicionado à lista de entidades ligados ao trabalho forçado, que é gerida pelo Departamento americano de Segurança Interna, seria um grande obstáculo para as aspirações das empresas nos EUA.

Povo uigure e e etnias minoritárias

Essa lista de entidades designa empresas que os EUA acreditam estar envolvidas no uso de trabalho forçado na região chinesa de Xinjiang, lar do povo uigure e de outros grupos minoritários. Embora os EUA proíbam efetivamente a importação de todos os bens ligados a Xinjiang com base na Lei de Prevenção do Trabalho Forçado Uigur, a lista de entidades sinaliza empresas específicas conhecidas e destina-se a impedir que as importações ligadas ao trabalho forçado passem despercebidas.

As cadeias de abastecimento de Gotion e CATL estão “profundamente comprometidas” devido às ligações com Xinjiang, disseram os legisladores republicanos. A China negou repetidamente as alegações de violações dos direitos humanos na região.

Os legisladores disseram que CATL e Gotion têm ligações com o Corpo de Produção e Construção de Xinjiang, uma organização paramilitar em Xinjiang que os EUA sancionaram e adicionaram à lista de entidades.

A Volkswagen viu vários de seus veículos retidos em portos dos EUA depois de informar que continham um componente de uma empresa na lista de entidades. A companhia também tem enfrentado repetidas críticas de legisladores sobre uma fábrica em Xinjiang que possui em conjunto com uma estatal chinesa.

Uma porta-voz do Departamento de Segurança Interna disse que o setor responde diretamente às cartas do Congresso, e continuará a responder adequadamente à supervisão da Casa.

Auto Industria - SP   07/06/2024

O Sindipeças revisou algumas das projeções para este ano, incluindo o valor de investimentos. A estimativa divulgada em fevereiro indicava aporte no setor de R$ 5,9 bilhões, o que representaria alta de 2,1% sobre os R$ 5,8 bilhões de 2023.  Agora a meta é chegar a R$ 6,2 bilhões, com expansão anual de 6,5%.

Alguns fatores foram determinantes nessa revisão, entre os quais o Mover, Programa de Mobilidade Verde e Inovação, que gerou anúncios consecutivos de novos aportes das montadoras este ano, ampliando a confiança da indústria de autopeças quanto à continuidade de crescimento do setor.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Grandes Construções - SP   07/06/2024

Com mais de 40 anos de atuação na construção e incorporação nos mercados de alto e médio padrão, a MPD Engenharia tem investido cada vez mais em ferramentas que promovem tecnologia e inovação tanto nos processos construtivos quanto ambientalmente conscientes.

Essas aplicações têm como objetivo a busca por eficiência, a industrialização da construção e o uso de ferramentas que simplifiquem a jornada do cliente, desde a navegação em sistemas de contratação de serviços até a gestão da operação, autosserviço e navegação intuitiva.

Carol Abreu, gerente de inovação, qualidade e meio ambiente da empresa, desataca que o futuro da construção está pautado em três pilares importantes para a transformação do setor: digitalização, industrialização e sustentabilidade.

Ela ainda destaca que o processo não é isento de desafios e que por essa razão é necessário compreender profundamente o segmento antes de propor soluções, além da importância da paciência e do planejamento estratégico para gerar ao cliente experiências únicas e permanentes.

A executiva cita, entre as ferramentas adotadas pela companhia, a utilização de Inteligência Artificial para aprimorar a eficiência operacional na construção civil. Com a implementação dessa tecnologia, é possível otimizar processos, reduzir custos e melhorar a produtividade em todas as fases de um projeto.

Por meio dela, os times conseguem prever a demanda de materiais e utilizar maquinários com IoT para otimizar cronogramas, o que contribui para a melhoria da segurança no local e a redução do impacto ambiental da obra, com monitoramento em tempo real do progresso da construção.

Outra inovação adotada é a industrialização no setor da construção civil, que consiste na aplicação de técnicas e processos industriais na produção de materiais, além da execução da obra como um todo. Por meio dela, também é possível aumentar a eficiência e qualidade do trabalho, enquanto se reduz custos e prazos.

Entre estas tecnologias, também está o Inbuilt, uma ferramenta que permite o uso de realidade aumentada para facilitar a compreensão de instalações em um apartamento, por exemplo.

“No caso da MPD, por meio de uma plataforma fornecida aos nossos clientes, junto do manual do proprietário, é fornecido um QR Code com as orientações para acesso de informações sobre sua unidade”, diz Carol.

“A partir disso, é possível fazer uma leitura do apartamento com um smartphone, utilizando realidade aumentada em escala real de todos os locais daquele ambiente que contêm eletrodutos e tubulações hidráulicas, indicando as áreas seguras para intervenção do proprietário. Com esse tipo de visualização, fica mais claro e seguro para o cliente fazer as perfurações necessárias para qualquer tipo de fixação ou modificação”, esclarece Carolina. A tecnologia está presente nos empreendimentos da MPD Engenharia como Myrá, Origem e Level, com planos para estender seu uso a outros projetos.

Além das técnicas citadas a companhia faz uso da metodologia BIM, sigla inglês para ‘Modelagem da Informação da Construção’, um processo digital que envolve modelos em 3D inteligentes, que criam representações de características físicas e informações de uma infraestrutura, como geometria, materiais, sistemas e processos construtivos.

A utilização permite colaboração entre equipes dentro de um projeto, possibilitando a criação de dados dinâmicos que contribuem para que o planejamento, execução e manutenção sejam mais eficientes.

“Trabalhamos com o BIM em todas nossas obras de incorporação, em diversos processos ao longo do ciclo de vida de uma edificação. Durante o desenvolvimento de projetos, esse modelo é utilizado para identificar interferências e fundamentar as soluções construtivas. Conforme o projeto amadurece, o modelo também pode ser usado para calcular as quantidades de materiais utilizados e estimar a mão de obra necessária, contribuindo para maior eficiência dos custos e do planejamento”, elucida a gerente de inovação.

O modelo fica à disposição da equipe de campo por meio de tablets, o que melhora a compreensão e reduz dúvidas durante a execução de projetos. O BIM também beneficia a gestão e o controle, permitindo criar cenários para realizar comparações e monitorar os progressos da obra, proporcionando mais transparência, assegurando a qualidade do produto.

FERROVIÁRIO

InfraRoi - SP   07/06/2024

O Governo de Minas anunciou a compra de 24 novos trens pela concessionária Metrô BH, responsável pela operação, modernização e ampliação do sistema metroviário da Região Metropolitana de Belo Horizonte. O objetivo é proporcionar mais conforto e regularidade nas viagens para os usuários do transporte público, sendo que a modernização dos trens faz parte do contrato de concessão gerido pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra).

As novas composições foram fabricadas pela empresa chinesa Changchun Railway Vehicles, subsidiária líder da maior fabricante de material rodante do mundo, CRRC Corporation Limited (CRRC). A empresa já iniciou o projeto de fabricação e a expectativa é a de que o primeiro trem chegue ao Brasil e entre em operação no primeiro semestre de 2026. As novas composições, tão logo entregues, vão operar tanto na Linha 1 como na Linha 2 do Metrô BH.

Os 24 novos trens, que possuirão, cada um, quatro carros, serão equipados com Operação Automática do Trem (OTA, na sigla em inglês), sistema que possibilita mais regularidade, conforto e suavidade nas viagens, além de permitir economia no consumo de energia. As composições possuirão monitores digitais, que reproduzirão informações da viagem. Amplas janelas possibilitarão iluminação externa natural e os vagões serão projetados para privilegiar mais espaço interno aos passageiros.

O design das composições ainda está sendo definido, já que o projeto executivo está em elaboração pelo fornecedor CRRC e passará por aprovação final da Concessionária Metrô BH.

Atualmente, a frota é composta por 35 trens, sendo 25 da série 900, da década de 1980, e dez trens da série 1000, que começaram a operar em 2015 e já possuem ar-condicionado e sistemas modernos. Os novos carros vão substituir os trens da Série 900.
Concessão

A concessão do Metrô da Região Metropolitana de Belo Horizonte completou, em março, um ano de operação. O contrato firmado pelo Governo de Minas, por meio da Seinfra e a concessionária Metrô BH, terá duração de 30 anos.

Até o momento, já foram implantadas melhorias em serviços prestados aos mais de 100 mil passageiros transportados todos os dias, como internet Wi-fi nos trens e estações, e sistema de bilhetagem digital. Também tiveram início as reformas das estruturas físicas das estações, das vias permanentes e da rede aérea do sistema da linha 1.

A estimativa é que sejam investidos R$ 3,7 bilhões para melhorias e ampliações ao longo da duração do contrato. Desse total, R$ 2,8 bilhões são aportes do governo federal e cerca de R$ 440 milhões são provenientes do Termo de Reparação assinado pelo Governo de Minas, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) com a Vale em decorrência do rompimento da barragem de Brumadinho.
Linha 2

Em outubro do ano passado, foram iniciados os procedimentos para viabilização da linha 2, que vai integrar a atual linha 1 até o Barreiro. A primeira etapa foi a elaboração dos estudos ambientais, concluída ainda em 2023.

Em março deste ano, a concessionária protocolou junto aos órgãos competentes o licenciamento ambiental para implantação e operação da Linha 2. A documentação está em fase de análise, dentro dos prazos legais e com previsão de conclusão antecipada.

O novo traçado terá 10,5 quilômetros e vai contar com sete estações: Nova Suíça, Amazonas, Salgado Filho, Vista Alegre, Ferrugem, M. Vallourec e Barreiro. Quando concluído, a estimativa é que mais de 50 mil usuários devem utilizar a nova linha, todos os dias.

NAVAL

A Tribuna - SP   07/06/2024

Aquisição deverá facilitar as exportações de grãos, especialmente para o Japão (Alexsander Ferraz/AT)

A Rumo vendeu metade das ações do Terminal XXXIX (T-39), localizado na Margem Direita do Porto de Santos, na Ponta da Praia, para uma joint venture (união de empresas) formada pela Bunge Alimentos e a Zen-Noh Grain Corporation. O valor do negócio, que ainda precisa das aprovações regulatórias, é de R$ 600 milhões e a aquisição deverá facilitar as exportações de grãos especialmente para o Japão.

Procurada, a Bunge confirmou a informação. “Com essa operação, as empresas esperam obter maior flexibilidade logística em um importante corredor de exportação no Brasil”, informou a Bunge.

O T-39 é especializado em operações de soja, milho e farelo, executando serviços de recepção, armazenagem e embarque.

A Zen-Noh Grain Brasil foi estabelecida em 2015 como uma subsidiária da corporação norte-americana que, por sua vez, é subsidiária da Federação Nacional de Associações Cooperativas Agrícolas, a Zen-Noh.

A Zen-Noh é responsável pela comercialização e cadeia de abastecimento do Grupo JA (Cooperativas Agrícolas do Japão).

Comunicado

A Rumo fez um comunicado ao mercado divulgado, no último sábado, informando que “celebrou acordo para alienação da sua participação acionária de 50% no capital do T-39 para o consórcio formado entre a Bunge e a Zen-Noh Grain”.

A nota informa também que o objetivo da companhia com a venda é fazer investimentos em infraestrutura ferroviária.

“A alienação da participação no T-39 representa um movimento de disciplina financeira e reciclagem de capital, fortalecendo a posição de caixa da companhia para concentrar esforços em projetos que sustentem o programa de aumento de capacidade em curso e fortaleçam a competitividade estrutural do modal ferroviário”.

Portos e Navios - SP   07/06/2024

A APM Terminals Suape adquiriu 28 equipamentos para operação do terminal, todos eletrificados. A empresa fabricante escolhida foi a Sany. O processo envolve um longo período de desenvolvimento de projeto para customização de cada detalhe dos equipamentos. A APM Terminals visa acelerar a adoção de equipamentos elétricos de manuseio de contêineres.

O terreno onde será implantado o terminal portuário, localizado no Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros (Suape), Pernambuco, está em obras desde fevereiro e a previsão é de que o terminal entre em operação no segundo semestre de 2026.

“A APM Terminals Suape está investindo mais de R$ 241 milhões em equipamentos modernos para consolidar o projeto em Pernambuco, que será o primeiro terminal 100% eletrificado da América Latina. Essa é mais uma etapa que reforça o compromisso da APM Terminals em liderar a modernização do setor portuário no Brasil”, diz Aristides Russi Júnior, diretor-superintendente da APM Terminals Suape.

Dos 28 equipamentos adquiridos, dois são guindastes STS (Ship to Shore), modelos operados por controle remoto, com sistemas que auxiliam no primeiro posicionamento e conferem mais segurança e produtividade às operações. Além de OCR (Optical Character Recognition), que proporciona alta confiabilidade no embarque e desembarque dos contêineres, conta com dispositivos que aumentam a acuracidade do movimento e com tecnologias e sistemas que evitam avarias no equipamento e conferem mais proteção para a carga transportada.

Também foram adquiridos sete guindastes RTGs, que operarão por controle remoto, dotados dos mesmos dispositivos de segurança dos STSs. A operação remota, quando o operador atua da sala de controle e não na cabine do equipamento, traz mais produtividade e mais segurança às atividades do terminal. Os RTGs são equipados com sistemas que evitam a colisão, incluindo outros equipamentos, veículos e pessoas, e, além disso, impedem que o caminhão externo seja içado, em casos em que os contêineres ainda estejam travados durante o levantamento. Já as duas reachstackers encomendadas, utilizadas para movimentação de contêineres, serão os primeiros veículos elétricos dessa categoria presentes no Brasil, assim como as duas empilhadeiras de contêineres vazios. A compra também inclui mais uma empilhadeira de 16 toneladas e 14 terminal tractors, todos elétricos.

A APM Terminals Suape terá rede 5G própria, que possibilitará transmitir informações em tempo real para os clientes em qualquer lugar do mundo, 24 horas por dia, sete dias por semana.

PETROLÍFERO

IstoÉ Dinheiro - SP   07/06/2024

O petróleo subiu perto de 2% nesta quinta-feira, 6, recuperando parte das perdas vistas no início da semana enquanto o dólar não oferece resistência aos preços da commodity. Também nesta quinta, investidores monitoraram notícias sobre os cortes voluntários na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

O WTI para julho fechou em alta de 1,99% (US$ 1,48), em US$ 75,55 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto subiu 1,86% (US$ 1,46), a US$ 79,87 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Nesta quinta, o governo da Rússia determinou que as empresas locais reduzam sua produção de petróleo no segundo trimestre para cumprir com a redução prometida à Opep+. Enquanto isso, o ministro de Energia da Arábia Saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman, disse que a organização ainda tem a opção de pausar ou reverter o aumento da produção anunciado na reunião da última semana.

Segundo ele, a flexibilização dos cortes na produção não significa que a Opep+ “está deixando de buscar uma fixação dos preços para caçar desenfreadamente uma participação de mercado”.

Também nesta quarta, a Saudi Aramco anunciou que elevou os preços de seu petróleo para clientes na Europa e reduziu para os asiáticos.

Segundo o chefe de Petróleo da Rystad Energy, Mukesh Sahdev, os mercados estão se preocupando precocemente com uma possível fraqueza da demanda, mas a alta da procura durante o verão americano ainda não começou. A previsão da instituição é a de que, no curto prazo, o petróleo não atinja níveis mais baixos do que as cotações tocadas nesta semana.

Valor - SP   07/06/2024

Segundo a agência, produção de gás natural diminuiu 5,1% no mesmo período de comparação

A produção de petróleo brasileira em abril somou 3,194 milhões de barris por dia, uma queda de 4,8% em relação ao mês anterior, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Em comparação a abril do ano passado, houve um aumento de 1,7%.

A produção de gás natural foi de 136,68 milhões de metros cúbicos por dia em abril, uma queda de 5,1% ante março e de 3,5% em comparação a igual período de 2023.

No total do mês, a produção de petróleo e gás natural foi de 4,054 milhões de barris de óleo equivalente por dia em 6.525 poços, sendo 509 marítimos e 6.016 terrestres. Os marítimos produziram 97,3% do petróleo e 85,9% do gás natural.

Os campos operados pela Petrobras, sozinha ou em consórcio, foram responsáveis por 88,49% do total.

No pré-sal, a produção de abril foi de 3,156 milhões de barris de óleo equivalente por dia, correspondendo a cerca de 77,8% da produção total do país.

O campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, foi o maior produtor no mês, com 722,73 mil barris por dia de petróleo e 34,85 milhões de metros cúbicos de gás natural.

Em abril, o aproveitamento de gás natural foi de 97,1%. Foram disponibilizados ao mercado 44,95 milhões de metros cúbicos por dia e a queima foi de 3,92 milhões de metros cúbicos por dia. Houve queda de 30,2% na queima, em relação ao mês anterior, e aumento de 1,4% na comparação com abril de 2023.

Infomoney - SP   07/06/2024

A Opep+ poderia ajustar seu mais recente acordo de produção de petróleo, que prevê que alguns cortes de produção sejam revertidos ainda este ano, se necessário para apoiar o mercado, disseram os principais ministros da Opep+ nesta quinta-feira, após uma reação baixista do mercado ao complexo acordo.

Os principais ministros e autoridades da Opep+, que agrupa a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados liderados pela Rússia, em um fórum econômico em São Petersburgo, também elogiaram o acordo e disseram que a perspectiva para demanda de petróleo era positiva.

Alguns membros da Opep+, incluindo a Rússia, concordaram no domingo em eliminar gradualmente os cortes voluntários de 2,2 milhões de barris por dia ao longo de um ano, a partir de outubro. A Opep+ também concordou em manter outros cortes, no valor de 3,66 milhões de bpd, até o final de 2025.

O petróleo caiu esta semana, com o petróleo bruto Brent de referência atingindo uma mínima de quatro meses abaixo de 77 dólares por barril na terça-feira, pressionado pelo ceticismo sobre o impacto do aumento da oferta em um momento de aumento da produção fora da Opep+ e dúvidas sobre a demanda.

“É um acordo de um ano e meio, tem todos os mecanismos, alguns dos mecanismos não são novos, nós também já o exercitamos antes”, disse o Ministro de Energia saudita, Príncipe Abdulaziz bin Salman. “Especialmente essa questão de pausar ou reverter.”

O vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, disse que o atual acordo da Opep+ está ajudando a equilibrar a oferta e a demanda e proporciona segurança aos mercados de energia, acrescentando que o grupo poderá ajustá-lo, se necessário.

“No entanto, estamos prontos para reagir rapidamente às incertezas do mercado”, disse Novak, sentado ao lado do ministro saudita da energia e de outros convidados, no fórum.

Na quinta-feira, o Brent estava sendo negociado acima de 78 dólares, encontrando apoio nas crescentes expectativas de um corte na taxa de juros do Federal Reserve dos EUA.

O Secretário Geral da Opep, Haitham Al Ghais, também em São Petersburgo, defendeu o acordo do grupo de produtores, chamando-o de um sucesso, e expressou otimismo sobre a continuidade da forte demanda de petróleo, citando uma recuperação nas viagens.

A Opep+, que agrupa 22 nações, está atualmente cortando a produção em 5,86 milhões de bpd, ou cerca de 5,7% da demanda global, para reforçar o mercado.

AGRÍCOLA

CIMM - SP   07/06/2024

As vendas de máquinas agrícolas no Brasil sofreram quedas expressivas no início de 2024, de acordo com dados da Fenabrave e da Abimaq. A Fenabrave relatou uma redução de 18,5% em abril em comparação ao mesmo mês do ano passado, enquanto a Abimaq apontou uma queda de 16,7%. No acumulado de janeiro a abril, a Fenabrave registrou uma diminuição de 33,5%, com 12,7 mil unidades vendidas, e a Abimaq reportou uma queda de 32,2%, destacando a redução de 32,6% nas vendas de tratores e colheitadeiras, que totalizaram 13.739 unidades.

De acordo com a Fenabrave, as vendas de máquinas agrícolas caíram 18,5% em abril de 2024 em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Foram comercializadas 4 mil unidades de tratores de rodas e colheitadeiras de grãos. No entanto, em relação a março de 2024, houve um aumento de 5,1%, atribuído ao início da nova safra. No acumulado de janeiro a abril de 2024, as vendas somaram 12,7 mil unidades, representando uma queda significativa de 33,5% em relação aos quatro primeiros meses de 2023.

A Abimaq apresentou dados semelhantes na semana passada, mas com algumas variações.

A Associação relatou uma queda de 16,7% nas vendas internas de máquinas e implementos agrícolas em abril de 2024, comparado ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, de janeiro a abril, as vendas internas recuaram 32,2% em comparação com o mesmo período de 2023. Especificamente para tratores e colheitadeiras, as vendas diminuíram 32,6% nos primeiros quatro meses de 2024, totalizando 13.739 unidades.

As exportações também sofreram uma queda, com uma retração de 23,4% em abril de 2024 em comparação com abril de 2023, e uma redução acumulada de 24,4% no ano.

Para José Maurício Andreta Júnior, Presidente da Fenabrave, a realização de grandes eventos do setor pode contribuir para a melhoria dos resultados ao longo do ano, dependendo das condições do novo Plano Safra 2024/2025, como o volume e a taxa de juros.

No entanto, a previsão ainda é de recuo do setor no ano. Na última semana, Pedro Estevão, Presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, afirmou que no segmento de máquinas agrícolas, a expectativa é de recuo de 15% no ano, mas esse número pode subir para algo em torno de 18%, considerando os efeitos das fortes chuvas no Rio Grande do Sul.

Forbes Brasil - SP   07/06/2024

As indústrias de máquinas agrícolas de origem asiática, que há muito tempo criaram raízes no Brasil, disputam um mercado em que as importações da China e seus vizinhos ainda são a menor parte, cerca de um quarto do total vendido no país, ou para ser mais exato, 24,6% no ano passado. Mas, com unidades próprias por aqui, elas têm adotado novas estratégias para aumentar a sua presença no mercado interno.

A exemplo da gigante sul-coreana LG Eletronics, uma multinacional de produtos variados que faturou US$ 70 bilhões (R$ 370 bilhões na cotação atual) em 2023, e que tem um braço dedicado à produção de tratores, a LS Tractor, com fábrica em Garuva (SC). No ano passado, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), mesmo com queda em relação a 2022, a receita líquida total do setor foi de R$ R$ 73,7 bilhões e uma fatia cada vez maior desse bolo é o que querem os asiáticos.

Uma das estratégias são as parcerias. No início de maio, a LS Tractor anunciou um acordo com a fabricante brasileira de implementos agrícolas Motocana, de Piracicaba (SP), visando acoplar em seus tratores novos equipamentos. Já a subsidiária da chinesa Xuzhou Construction Machinery Group (XCMG), com sede na província de Xuzhou, aposta na chamada linha amarela, de maquinário destinado à construção civil, mas também útil nas lavouras e florestas.

Atualmente, há 34 fabricantes asiáticas em operação no Brasil, de acordo com a Abimaq. A LS Tractor faturou globalmente US$ 5 bilhões (R$ 25 bilhões) no ano passado — 7% do valor gerado pela holding LG — e tem três fábricas no mundo. Mas a do Brasil tem sido colocada em evidência. A fábrica, que produz para toda a América Latina a partir daqui, também vende para a África. Para construir a unidade foram necessários três anos de negociação entre os dois países, em 2013. Hoje, saem da linha 3,2 mil tratores por ano, mas a capacidade instalada é de até 5 mil unidades.

Pesquisa inédita mostra que o agro quer mais tecnologias e capacitação no campo Por que a John Deere investe todos os dias milhões no agro global

“Já foram vendidos no país 30 mil tratores”, diz o engenheiro agrícola Astor Kilpp, um dos mais antigos na empresa, desde 2016, e que comanda o setor de produtos e marketing da LS Tractor no país. No caso da parceria com a Motocana, agora, os tratores já sairão de fábrica equipados com os componentes hidráulicos da brasileira, para atividades como o pinçamento, colheita e carregamento de produtos silvipastoris e madeireiros, entre outros. “Essa é a estratégia atual para a ampliação da nossa base de negócios”, afirma Kilpp.

Renato Campos, diretor da Motocana, diz que a estimativa com a nova parceria é vender acima de 200 equipamentos hidráulicos por ano. “Nessa faixa de potência em que estamos atuando com a LS, de 80 a 100 cavalos, podemos atender vários segmentos, canavieiro, florestal, carregamento de madeiras, sucata ”, diz ele. “E o mesmo equipamento pode estar no trator agrícola, mas também num caminhão.”

Mas a presença dos equipamentos asiáticos não é somente por meio das fábricas já instaladas no país. As importações vêm ganhando peso, em um cenário muito particular. Em 2023, o Brasil comprou da Ásia o equivalente a US$ 276,3 milhões (R$ 1,4 bilhão), com alta de 5% em relação ao ano anterior, segundo o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Isso representa 15% do total de máquinas agrícolas adquiridas no país no ano passado – a estimativa para esse ano é que fique próximo de 14%.

Enquanto isso, as exportações ao oriente representam 5,4% do total de máquinas vendidas ao exterior: US$ 104,1 milhões (R$ 529,8 milhões) em embarques no último ano, com leve alta de 1,3% anual. “O setor brasileiro importa mais equipamentos de grande porte e exporta, em maior parte, equipamentos de pequeno porte”, diz Cristina Zanella, gerente de economia e estatística da Abimaq. Não à toa, o setor brasileiro tem um déficit neste setor de US$ 172,2 milhões (R$ 912,6 milhões) na relação com a Ásia. No total, para todos os mercados e grupos exportadores, o superávit comercial do segmento girou em torno de US$ 400 milhões (R$ 2 bilhões).

Os asiáticos começam a ser notados por essa particularidade, a das pequenas máquinas, e estão cada vez mais interessados no potencial desse mercado, por exemplo, em vender para a agricultura familiar. Uma presença deste calibre foi a estatal chinesa YTO, que participou em abril pela primeira vez da Agrishow, a principal feira de tecnologia do país, realizada em Ribeirão Preto (SP), justamente oferecendo máquinas de baixo custo para pequenos e médios produtores.

A empresa está trazendo ao país motores a partir de 24 cavalos de potência, até 240 cavalos, e também planeja vender tratores. “As empresas asiáticas que investem no Brasil têm um potencial muito parecido e concorrem com as grandes indústrias”, diz Zanella, se referindo aos grandes grupos, como John Deere, AGCO e CNH Industrial.

No caso da chamada linha amarela das máquinas (construção civil) para o agronegócio, as asiáticas também estão na corrida por uma fatia do mercado, tanto de produtos importados como daqueles já nacionalizados. “Dez anos atrás, os produtores rurais usavam apenas tratores e máquinas agrícolas. Hoje, veem vantagem em usar máquinas de construção”, afirma Renato Torres, diretor comercial da XCMG. Segundo ele, a XCMG cresce de 5% a 8% ao ano, num setor que, pontua, é mais estável do que seus outros clientes, por exemplo o da construção. “Em termos de expansão, não há muita crise no agronegócio, diferente da construção civil, que não tem investimento quando falta obra. É mais consistente e estável.”

Das 23 fábricas no mundo, a de Pouso Alegre (MG), instalada há duas décadas, produz 10 mil máquinas por ano. Também na Agrishow, a marca lançou três produtos de olho no agro: uma escavadeira, uma mini-escavadeira e um caminhão elétrico. “Assim como a XCMG, a China enxerga o potencial agrícola do país”, diz Torres. “O Brasil é tido como uma grande economia que oscila pouco graças ao agronegócio, mesmo que haja mudanças no cenário político.”

Associe-se!

Junte-se a nós e faça parte dos executivos que ajudam a traçar os rumos da distribuição de aço no Brasil.

INDA

O INDA, Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, é uma Instituição Não Governamental, legalmente constituída, sem fins lucrativos e fundada em julho de 1970. Seu principal objetivo é promover o uso consciente do Aço, tanto no mercado interno quanto externo, aumentando com isso a competitividade do setor de distribuição e do sistema Siderúrgico Brasileiro como um todo.

Rua Silvia Bueno, 1660, 1º Andar, Cj 107, Ipiranga - São Paulo/SP

+55 11 2272-2121

contato@inda.org.br

© 2019 INDA | Todos os direitos reservados. desenvolvido por agência the bag.

TOP