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04 de Julho de 2024

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   04/07/2024

A disparada do dólar, que se valorizou neste ano quase 17% em relação ao real, pode ter impactos nas importações e exportações a partir da virada do ano e no início de 2025, se o câmbio, de fato, se consolidar em um novo patamar, avaliam especialistas em comércio exterior consultados pelo Estadão.

Na terça-feira, 2, o dólar atingiu a máxima de R$ 5,70, maior cotação desde 7 de janeiro de 2022, mas encerrou o dia cotado a R$ 5,66. Nos últimos 30 dias, a moeda americana acumula alta de 7,87%.

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, diz não ver, por ora, impacto na balança comercial. Ele argumenta que o reflexo do câmbio nas importações e exportações demora, no mínimo, seis meses para aparecer.

Segundo Castro, se o dólar se sustentar nesse novo patamar até o final do ano, as empresas começam a trabalhar com a nova taxa de câmbio e terão maiores custos nas importações e mais competitividade nas exportações.

O motivo para o reflexo não ser imediato nas compras externas e nos preços domésticos é que o ciclo das transações no comércio exterior geralmente é longo. Primeiro, é preciso buscar um comprador, vender, produzir, embarcar as mercadorias. “Bate só no ano que vem”, prevê Castro.

Luciano Sapata, vice-presidente e sócio da Sertrading, uma das maiores tradings do País, focada em importações, e membro do Conselho da Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior (Abece), concorda com o presidente da AEB. “A tendência desse câmbio é de um impacto maior no médio e longo prazos.”

Ele se refere aos reflexos não apenas nas transações internacionais, como importações e exportações, mas também à perda de competitividade provocada pela alta do câmbio, como aumento de preços no mercado interno das mercadorias que levam itens importados e, consequentemente, o repasse dessa alta de custos para o consumidor final. “A tendência a médio prazo é que se importe menos e se consuma menos.”

Cerca de 90% dos negócios da Sertranding estão relacionados a importações que, neste ano, devem somar R$ 23 bilhões. A trading tem como clientes grandes empresas multinacionais, espalhadas por 16 setores da economia. Os mais relevantes são a indústria automobilística, farmacêutica, de cosméticos, higiene e limpeza, máquinas e equipamentos e aviação executiva.

Sapata conta que ainda não recebeu pedidos dos clientes com volumes menores para importações em 2025. “Mas a diferença do câmbio de R$ 5 para R$ 5,70 é importante e isso (o volume) vai ser reavaliado, com certeza.” Por enquanto, a trading administra o dia a dia das importações feitas no final do ano passado e início deste ano.

A única mudança observada até agora por Sapata na rotina dos clientes por conta da forte desvalorização do real em relação ao dólar foi um aumento da procura por hedge.

O hedge é uma operação financeira que funciona como uma espécie de seguro. Ela protege as importações e exportações das oscilações do câmbio. “Nossa tesouraria registrou aumento de cerca de 30% na demanda por hedge nos últimos três meses.”
Inflação de alimentos

Os reflexos da alta do câmbio nos preços e na inflação ainda são difusos. Os índices de preços ao consumidor não apontam uma tendência consistente de repasse, segundo economistas especializados em inflação.

No momento, a preocupação maior dos especialistas em relação à alta de preços ao consumidor está concentrada na pressão dos alimentos, principalmente por conta dos estragos provocados pelas enchentes no Rio Grande do Sul na safra atual e futura.

IstoÉ Dinheiro - SP   04/07/2024

“Vários” dirigentes do Federal Reserve (Fed) consideram que, se a inflação elevada persistir nos Estados Unidos, poderá ser apropriado voltar a aumentar juros, revela a ata referente ao mais recente encontro de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), divulgada nesta quarta-feira, 3.

Segundo o documento, um grupo de participantes da reunião observou que a política monetária precisa estar preparada para responder a um eventual inesperado enfraquecimento da economia.

“Alguns participantes enfatizaram a necessidade de paciência ao permitir que a orientação política restritiva do Comitê restrinja a demanda agregada e modere ainda mais as pressões inflacionárias”, ressalta a ata.

IstoÉ Dinheiro - SP   04/07/2024

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços da China recuou de 54,0 em maio para 51,2 em junho, segundo pesquisa da S&P Global com a Caixin divulgada nesta quarta-feira, 2. O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pela FacSet, que esperavam leve queda para 53,4.

O PMI composto chinês, que engloba serviços e indústria, caiu de 54,1 para 52,8 em igual período.

As leituras acima do nível de 50 indicam que a atividade econômica da China segue em território de expansão. Segundo a S&P Global e a Caixin, a taxa de crescimento chinesa continua sólida, apesar da redução em comparação ao mês anterior.

A atividade mostrou a oitava expansão mensal consecutiva. “Os dados subjacentes revelaram que o crescimento da produção acelerou no setor manufatureiro, mas desacelerou para serviços”, apontaram a S&P e a Caixin.

Exame - SP   04/07/2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que "responsabilidade fiscal é um compromisso" do governo e que o Executivo "não joga dinheiro fora". O presidente fez as declarações durante o evento de lançamento do Plano Safra para a agricultura familiar e poucas horas depois de ter se reunido, no Palácio da Alvorada, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

As falas sobre compromisso fiscal ocorrem após Lula ter criticado, nos últimos dias, o que chamou "jogo especulativo" da escalada do dólar. E de ter afirmado que não iria adotar medidas de contenção de gastos, por exemplo, a desvinculação de benefícios sociais do salário mínimo.

"Se vocês [produtores rurais] fizerem acontecer, vamos produzir mais, o povo vai comer mais e teremos uma política econômica sem causar sobressaltos a ninguém, que vai fazer o país crescer e continuar fazendo transferência de renda e ao mesmo tempo continuar com responsabilidade. A gente aplica o dinheiro que é necessário, gasta com educação e saúde o que é necessário, mas a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é palavra, é compromisso desse governo desde 2003 e a gente manterá à risca."

Na equipe econômica, a visão é de que Lula precisava recuar nos ataques ao Banco Central diante da forte valorização do dólar, que já pressiona a inflação e, na visão de analistas do mercado, pode levar o BC a ter de subir os juros para conter a alta de preços.

A expectativa do mercado nesta quarta-feira é em relação a uma nova reunião que Lula terá com Haddad no fim da tarde desta quarta-feira, da qual também participarão o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e as ministras do Planejamento, Simone Tebet, e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.

Na terça-feira, Lula afirmou que a subida do dólar o preocupa e que a alta constante da moeda faz parte de um jogo "especulativo" e de "interesses" contra o real. Na terça-feira, o dólar fechou a R$ 5,66, após bater R$ 5,70 em dia de altos e baixos. Nesta quarta, opera em baixa e está cotado a R$ 5,56.

Monitor Digital - RJ   04/07/2024

Se os Estados Unidos implementarem o plano de Donald Trump, caso eleito novamente presidente em novembro, de impor uma tarifa de 10% sobre todos os bens importados, e os outros países retribuírem, a inflação nos Estados Unidos aumentaria 1,1 ponto percentual (pp), disse o economista-chefe do Goldman Sachs, Jan Hatzius.

A implementação do plano tarifário proposto pelo ex-presidente prejudicaria o crescimento econômico e levaria a um aumento das taxas de juros em até 1,3pp pelo Federal Reserve, complementou Hatzius em uma reunião do setor bancário na terça-feira (2).
Jan Hatzius (reprodução vídeo Goldman Sachs)

A expansão do Produto Interno Bruto (PIB, medida da economia de um país) dos EUA seria prejudicada em 0,5pp pela medida, mesmo que as receitas tarifárias fossem totalmente recicladas em cortes de impostos, segundo Hatzius.

O Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) aumentaria as taxas de juro em 1,3pp para lidar com as pressões inflacionárias decorrentes de tarifas mais elevadas, disse o economista-chefe do banco de investimentos.

Trump lançou, durante a campanha para as eleições presidenciais dos EUA em 2024, a ideia de impor uma tarifa de 10% sobre todos os bens importados e 60% sobre bens importados da China.

O setor privado dos EUA criou 150 mil empregos em junho, no mais recente sinal de que o mercado de trabalho está começando a desacelerar, de acordo com um relatório divulgado nesta quarta-feira. Os dados foram anunciados pela Automatic Data Processing (ADP) e pela Moody’s Analytics.

“O crescimento do emprego tem sido sólido, mas não generalizado”, disse Nela Richardson, economista-chefe da ADP. “Se não fosse pela recuperação nas contratações nas áreas de lazer e hotelaria, junho teria sido um mês pessimista.”

O total de empregos criados em maio foi revisado de 152 mil para 157 mil. Os dados de junho marcam o menor aumento em cinco meses, segundo o MarketWatch.

Os ganhos salariais anuais para os que permaneceram no emprego foram de 4,9% em junho, o ritmo de crescimento mais lento em quase três anos, mostrou o relatório da ADP.

Na sexta-feira será divulgado o relatório mensal sobre o emprego do Bureau of Labor Statistics do Departamento do Trabalho, que incluirá dados de emprego tanto do setor privado como do governo e considerado o maior termômetro do emprego.

O Estado de S.Paulo - SP   04/07/2024

As estimativas de analistas do mercado financeiro para a inflação sobem semana a semana há, ao menos, dois meses. Para este ano, a previsão já atinge 4%, ou seja, um ponto porcentual acima do centro da meta de 3% e só meio ponto abaixo do teto; para 2025, a projeção é de 3,87%. A tendência já havia sido verificada no recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que constatou consistente piora na percepção dos analistas para o comportamento inflacionário, ainda que os resultados fiscais negativos no curto prazo já fossem favas contadas.

Tanto o RTI quanto o Focus são elaborados pelo Banco Central (BC), com base em modelos de projeções coletados em mais de cem instituições financeiras. A deterioração das previsões, é bom ressaltar, não se deve apenas ao acompanhamento de preços ou ao comportamento desta ou daquela commodity agrícola ou mineral, ou mesmo aos reflexos da economia norte-americana. Contribuem – e muito – para o cenário as incertezas futuras no mercado doméstico e, neste tópico, o presidente Lula da Silva tem se esmerado em potencializar a inquietação.

Por óbvio, tem pesado muito nas expectativas de inflação a constatação de que a revisão das despesas prometidas pelo governo não será suficiente para equilibrar o orçamento público, ainda mais diante de uma arrecadação já no limite. E desde que decidiu substituir as lives semanais roteirizadas por entrevistas a veículos de comunicação, Lula da Silva se transformou numa fonte inesgotável de insegurança.

A cada declaração estouvada, faz disparar o dólar, recalibra opções de analistas, deixa o mercado em polvorosa e, depois, se diz surpreso com o resultado. Sem medir as palavras, chamou de “cretinos” os especialistas que atribuíram um pico na cotação do dólar em parte às dúvidas que ele manifestou sobre a necessidade de cortar gastos, em entrevista ao portal UOL, mesmo diante de um déficit primário de R$ 61 bilhões, o segundo pior desde 1997. “Os cretinos não perceberam que o dólar tinha subido 15 minutos antes”, disse Lula, ignorando o fato de que a alta do dólar naquela quinta-feira tinha ocorrido imediatamente depois de sua fala desastrosa, e não antes, conforme cronometrou o Estadão/Broadcast.

Dizer que não tem certeza da urgência de cortar despesas é assinar um atestado contra a responsabilidade fiscal. Sem que Lula ao menos demonstre efetivo interesse em equilibrar as contas, será necessário manter os juros altos para conter a inflação.

Mas Lula não está nem aí. Em entrevista à rádio mineira O Tempo, indiferente ao caos que espalha, voltou a criticar os juros e garantiu que “isso vai mudar” quando ele puder indicar o presidente do Banco Central. Ou seja, o presidente anunciou, a quem interessar possa, que o próximo presidente do BC será só um nome no crachá, pois a política monetária será ditada pelo Palácio do Planalto.

Enquanto isso, a inflação sobe. No momento em que se relembra o lançamento do real, que há 30 anos restabeleceu o poder de compra da moeda nacional e abriu caminho para o desenvolvimento maduro do País, é preciso reforçar a mensagem de que o controle da inflação não é uma dádiva da natureza, mas resultado de responsabilidade fiscal – aquela que Lula parece desdenhar.

O Estado de S.Paulo - SP   04/07/2024

O desastre climático que se abateu sobre o Rio Grande do Sul afetou o desempenho tanto da indústria gaúcha quanto da indústria nacional em maio. A produção industrial brasileira recuou 0,9% em relação a abril, com perdas em 16 das 25 atividades investigadas, mostraram os dados da Pesquisa Industrial Mensal: Produção Física, divulgada nesta quarta-feira, 3, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar de negativo, o resultado foi mais ameno do que previam analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que esperavam uma queda mediana de 1,6% na indústria.

“A queda foi fortemente influenciada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, cuja indústria de transformação é relevante a nível nacional (cerca de 8,5% do total)”, apontou o economista Rodolfo Margato, da gestora de recursos XP Investimentos, em comentário.

Margato prevê uma “recuperação gradual” nos próximos meses para a maioria das atividades afetadas, o que levaria a produção industrial brasileira a crescer 2,8% no ano de 2024. Cálculos preliminares da XP feitos com base no acompanhamento de indicadores antecedentes da economia indicam uma alta de 0,6% no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior. “Reforçamos nossa projeção de que o PIB crescerá 2,2% em 2024", previu Margato.

Na passagem de abril para maio, as duas maiores contribuições negativas para o resultado negativo da indústria nacional partiram da menor fabricação de veículos (-11,7%) e de produtos alimentícios (-4,0%), ambos os setores impactados pelas enchentes em território gaúcho.

“Você tem por conta desse evento impacto direto para plantas industriais do Rio Grande do Sul e em plantas industriais em outras Unidades da Federação”, afirmou André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE.

Em veículos automotores, houve paralisação no estado em uma montadora de veículos e em fábricas de autopeças por conta das chuvas, o que afetou o abastecimento em outras regiões do País. Macedo lembra que uma planta industrial de São Paulo optou pela concessão de férias coletivas aos funcionários, como forma de mitigar os efeitos das paralisações em unidades produtoras de peças no Rio Grande do Sul. Além disso, o segmento também foi afetado por uma greve em outra montadora e pela base de comparação elevada, ponderou Macedo. Em abril ante março, a produção de veículos no País tinha avançado 13,8%.

Quanto aos produtos alimentícios, as chuvas no Rio Grande do Sul podem ter impactado a fabricação de carnes (aves, bovinos e suínos) e de derivados da soja, por exemplo. Por outro lado, houve redução no processamento de cana-de-açúcar por conta de condições climáticas desfavoráveis, levando a uma queda “pontual” na produção de açúcar, sem relação com as enchentes.

“Esses são dois exemplos que influenciaram mais, mas fato é que poucos segmentos industriais estão contribuindo positivamente para o total da indústria (em maio)”, disse Macedo.

O pesquisador lembra que a indústria já vinha de uma queda na produção no mês anterior.

“Então tem uma menor intensidade na produção industrial, e ainda tem esse fator de Rio Grande do Sul, que contribui para esse resultado: dando esse resultado negativo de maior magnitude do que no mês anterior e um maior espalhamento de quedas (entre as atividades)”, pontuou.

Em maio, diversos segmentos industriais mostraram comportamento negativo sob influência das chuvas, confirmou Macedo. Além de veículos e alimentícios, as enchentes afetaram também uma parcela do setor calçados, fumo, produtos químicos e máquinas e equipamentos para o setor agrícola.

O gerente do IBGE conta que há relatos de indústrias paralisadas pelas chuvas que já retomaram a produção, embora algumas talvez não tenham conseguido retornar completamente à ativa. O pesquisador lembra que a pesquisa de maio trouxe apenas os primeiros impactos das enchentes, sendo necessário aguardar as próximas divulgações para saber como a retomada pós-chuvas vai ocorrer daqui em diante.

“A montadora que paralisou por um tempo sua produção voltou a produzir. Algumas plantas industriais que produziam autopeças também voltaram a produzir, mas algumas outras plantas industriais de outros segmentos seguem paralisadas”, relatou Macedo.

Embora os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul tenham ficado nítidos no desempenho da produção industrial de maio, alguns indicadores antecedentes já apontam para uma recuperação, ainda que parcial, do setor em junho, afirmou o economista-chefe da gestora de patrimônio G5 Partners, Luis Otavio de Souza Leal.

“O impacto (das enchentes) até agora parece próximo do esperado. Alguns dados de confiança indicam que vai haver certa recuperação, pelo menos na indústria, em junho. O problema maior talvez fique para a recuperação de serviços e do varejo”, estimou Leal.
Indústria de transformação

A queda na indústria brasileira em maio ante abril foi marcada por uma interrupção na trajetória de recuperação da indústria de transformação, que teve uma retração de 2,2% na produção em maio, pior resultado desde março de 2021, enquanto que as indústrias extrativas cresceram 2,6%.

“A transformação tinha uma predominância de resultados positivos desde agosto do ano passado. Desde agosto, somente dois meses tinham sido de quedas (setembro de 2023, -0,6%, e janeiro de 2024, -0,2%). A entrada dessa informação de maio, muito carregada do impacto das chuvas no Rio Grande do Sul, elimina parte importante desse crescimento”, apontou André Macedo, do IBGE.

A indústria de transformação tinha acumulado um saldo positivo de 3,1% entre agosto de 2023 e abril de 2024.

“Os sinais promissores, na entrada do ano, de um desempenho mais robusto vai dando lugar a um cenário mais nebuloso, não apenas pelo bloqueio de atividades produtivas devido às chuvas no sul do país, mas também pela interrupção da fase de redução da taxa básica de juros (Selic) e, mais recentemente, pela maior aversão a risco dos mercados financeiros, que tem provocado movimentos bruscos de desvalorização da taxa de câmbio, renovando incertezas em relação à trajetória da inflação e elevando custos de produção de muitos setores”, alertou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

A entidade menciona ainda as incertezas acerca do processo de regulamentação da reforma tributária.

“Episódios de distensão política, sobretudo, entre Executivo e Legislativo também prejudicam o horizonte para uma adequada regulamentação da reforma tributária, de modo a assegurar a menor alíquota padrão possível com incidência ampla sobre as atividades econômicas. Corre-se o risco de a indústria continuar arcando com uma parcela desproporcional da carga tributária”, apontou o Iedi./Colaborou Daniel Tozzi Mendes.

MINERAÇÃO

IstoÉ Dinheiro - SP   04/07/2024

A valorização de 2,55% do minério de ferro em Dalian, na China, e o alívio nos juros futuros e no dólar, após recentes altas, estimulam ganhos do Ibovespa. A elevação ocorre apesar do sinal positivo moderado das bolsas americanas, que fecharão mais cedo nesta quarta-feira, 3, em razão do feriado de 4 de julho nos Estados Unidos.

O investidor no Brasil está no aguardo do desdobramento de uma reunião extraoficial entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta manhã, no Palácio da Alvorada.

“O mercado está esperando para ver o que virá dessa reunião. O fato de terem marcado o encontro, parece que agora o presidente entendeu o motivo da alta do dólar. O presidente diz que sobe por questões especulativas, mas na verdade é um movimento populista. Já o Haddad tem um postura mais sóbria e sensata. Vamos ver o que virá”, avalia Raony Rossetti, CEO e fundador da Melver.

À tarde, além de Haddad, Lula se reunirá com outros ministros para discutir propostas para ajustar o fiscal e ainda debaterá a alta do dólar, que, segundo o presidente, está ocorrendo por causa de uma “especulação contra o real”. Também nesta quarta-feira, o governo lançou o Plano Safra 2024/2025.

Nesta quarta, o dólar à vista cede e chegou a bater mínima a R$ 5,5659, após ter fechado ontem a R$ 5,6648, em leve alta de 0,23%, depois de tocar R$ 5,70. A elevação perdeu força em meio ao exterior e a relatos de consultas às mesas de câmbio pelo Banco Central para possível atuação.

“Ainda há elementos capazes de atenuar as pressões à frente, embora reversão mais substancial dependa de sinais críveis para a agenda fiscal e de evidências de continuidade de operação independente do Banco Central após a transição de comando”, avalia em relatório Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.

Para o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, a reunião de Lula mais importante hoje é a da tarde, que envolverá outros ministros como a do Planejamento, Simone Tebet. “O que o governo poderia fazer em relação ao dólar”, questiona.

De acordo com Laatus, o desempenho dos ativos no Brasil reflete a expectativa de que poderá haver algum anúncio quanto a corte de despesas. “Tem de trazer algum coisa positiva para o fiscal, que é cortar gastos. Só isso animará o mercado”, diz.

A alta ocorre apesar da morosidade das bolsas americanas, que, segundo Laatus, reflete de certa forma que os investidores já estão um pé no feriado de amanhã nos Estados Unidos, dado que hoje os mercados fecham mais cedo.

Nesta quarta, saiu a produção industrial de maio, que mostrou queda ante abril. Segundo economista André Perfeito, a queda de 0,9% na produção industrial em maio em relação a abril (dado revisado em -0,8%) indica um resultado fraco do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre em relação ao período imediatamente anterior. Esse cenário, avalia, tende a ser um dilema para o Banco Central, dado que as expectativas de inflação estão avançando e a curva futura indica alta da Selic à frente.

Após registrar o nível mais alto em 12 meses em maio (55,3 pontos), o índice gerente de compras (PMI) sobre a atividade do setor de serviços do Brasil caiu para 54,8 em junho, de acordo com dados divulgados pela S&P Global.

“Arrefeceu só um pouco, o dado ainda ficou acima de 50. A indústria está se virando. A questão é o dinheiro daqui acaba indo embora por conta dos ruídos no Brasil”, diz Rossetti, CEO e fundador da Melver.

Às 11h19 desta quarta, o Ibovespa subia 1,18%, aos 126.263,70 pontos, ante elevação de 1,39%, com máxima aos 126.522,91 pontos. Ontem fechou com alta de 0,06%, aos 124.787,08 pontos.

Petrobras PN cedia 0,23%, depois de cair mais e ON avançava 0,90%. Entre as ações do setor de metais, Vale tinha ganhos de 2,22%. De 86 papéis, só nove cediam, com a maior queda de 3,26% (JBS ON). Ações ligadas ao ciclo econômico eram destaque de alta, em meio ao recuo dos juros futuros. Azul PN subia 5,70% e Vamos ON, 5,31%, entre as maiores variações.

Exame - SP   04/07/2024

A ação da Vale está barata e o que tem afastado investidores do papel deve, muito em breve, se tornar razão para comprá-lo. Ao menos é o que acredita o time do Goldman Sachs.

Em relatório distribuído nesta quarta-feira, 3, o time do banco reiterou a recomendação de compra, afirmando que há um “risco-retorno atraente”. O preço-alvo foi reduzido de US$ 16,20 para US$ 16 para o recibo de ação, numa valorização de 43,6% sobre o fechamento anterior.

“Com base em nossas conversas com investidores, notamos uma exposição muito baixa ao minério de ferro e à Vale e esperamos que notícias positivas desencadeiem uma reavaliação”, escrevem Marcio Farid, Gabriel Simões e Henrique Marques.

No acumulado do ano, a Vale registra uma queda de 30% de valor de mercado, bem acima das desvalorizações de concorrentes como Rio Tinto e BHP, que recuaram entre 13% e 14%. A queda das ações também supera a perda de 21% dos preços do minério de ferro de janeiro até agora.

Parte dessa avaliação negativa está atribuída à baixa exposição dos investidores domésticos, pessimistas com o minério de ferro e cautelosos sobre a capacidade de crescimento operacional da companhia. Do lado dos investidores internacionais, o pé atrás com o papel tem a ver com a preferência por uma exposição maior em cobre, os ruídos políticos na sucessão do CEO e o acordo final para o rompimento da barragem do Fundão, da Samarco (joint-venture da Vale com a BHP).

O rompimento acontecido em 2015, em Mariana, até hoje não tem uma solução definitiva e vive insegurança pela falta de repactuação na Justiça brasileira e por ações movidas em cortes internacionais. Mas é justamente esse um dos pontos que logo deve mudar, de acordo com o Goldman Sachs, ajudando a aumentar a confiança na ação da mineradora.

“Tanto a Vale quanto a BHP indicaram publicamente que estão otimistas em relação a um acordo final sobre Samarco no curto prazo”, destacam os analistas, afirmando que o acordo é importante para reduzir a percepção de risco dos investidores internacionais e desbloquear uma valorização potencial de 17% via programa de recompra ou pagamento de dividendo.

O time do banco também está confiante de que as conjunturas do mercado de minério devem ajudar na reavaliação da Vale. “Acreditamos que o bom suporte de custo do minério de ferro, combinado com as exportações elevadas de aço e o baixo uso de sucata na China, poderia sustentar o minério de ferro acima de US$100 por tonelada”, afirmam.

A percepção de recuperação mais intensa da economia chinesa também poderia desencadear um influxo importante no setor. No entanto, o otimismo com o cobre, que afeta a exposição de investidores ao minério de ferro, não deve mudar tão cedo.

Ainda sobre a avaliação, o banco vê o rendimento do FCF (fluxo de caixa livre) da brasileira em 12% para 2024 e 10% para 2025, um desconto significativo ante os pares, de 6%.

A equipe aproveitou para atualizar suas previsões antes de a mineradora divulgar os resultados do segundo trimestre, incorporando nos números os preços das commodities, câmbio e frete. Agora espera que a Vale entregue US$ 4,1 bilhões em Ebitda, com custos de minério de ferro sequencialmente mais fracos, melhores preços realizados e maiores volumes.

No pregão desta quarta-feira na Nyse, o ADR da Vale subiu 4,22%, para US$ 11,61. No Ibovespa, a ação avançou 1,99%, a R$ 64,18.

Investing - SP   04/07/2024

Em nota ao mercado, a Vale (BVMF:VALE3) afirmou que a definição de executivo para a posição de presidente da Vale Base Metals, controlada pela mineradora, segue em andamento e o processo não foi concluído.

O anúncio foi divulgado após notícia publicada na Bloomberg, que mencionava a definição do executivo Shaun Usmar, fundador da Triple Flag, para a posição.

Às 15h55 (de Brasília), as ações da Vale subiam 2,59%, a R$64,56.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   04/07/2024

As montadoras japonesas Nissan Motor e Honda Motor têm considerado a possibilidade de compartilharmento de software automotivo. Ainda em fase de definição de detalhes, as duas empresas se preparam para desenvolver conjuntamente sistemas operacionais e outros softwares automotivos, o que pode ajudar a reduzir os custos relacionados.

O software automotivo pode não apenas aprimorar as funções básicas de um veículo, mas também ser atualizado para continuar melhoria de suas capacidades. A líder em veículos elétricos Tesla entrega atualizações de software aos veículos sem fio.

Nissan e Honda também poderiam trabalhar juntas para fortalecer a infraestrutura de carregamento e, assim, aumentar sua competitividade nos veículos elétricos.

As montadoras japonesas ficaram para trás nesse campo, com a Nissan vendendo 140 mil veículos elétricos em todo o mundo em 2023 e a Honda, 19 mil. Em contrapartida, as vendas da Tesla alcançaram 1,8 milhão e a chinesa BYD vendeu 1,57 milhão unidades.

Em março, a Nissan e a Honda anunciaram que começariam conversas sobre uma parceria estratégica abrangente. Acredita-se que as montadoras estejam considerando cooperação em seis áreas, incluindo baterias de veículos elétricos.

Automotive Business - SP   04/07/2024

A Volvo Cars anunciou na quarta-feira, 3, que passará a cobrar clientes de outras marcas que utilizarem seus eletropostos instalados o país. A partir do dia 10 de julho, a empresa cobrará uma tarifa de R$ 4,00 por kW/h proveniente de seus carregadores.

O valor é mais alto do que o custo de recarga residencial (cerca de R$ 1,00 o kw/h) e dos postos privados que também oferecem recarga, a preços que giram em torno dos R$ 2,00.

A empresa também informou que vai cobrar uma taxa de conectividade por carregamento de R$ 2,50 e uma taxa de ociosidade de R$ 5 por minuto após o 16º minuto em que o veículo atingiu 100% de carga.

Clientes da Volvo, por sua vez, terão gratuidade da taxa de conectividade e da tarifa de recarga. Apenas a taxa de ociosidade será cobrada. Para evitar fraudes, o cadastro será feito, por enquanto, apenas em um celular por carro.
R$ 70 milhões para ampliar pontos de recarga

A decisão de fazer a cobrança partiu de uma espécie de mapeamento do mercado. Na visão da empresa, apenas ela investe pesado na expansão da rede de carregadores no país, uma rede que, antes, era utilizada por usuários de veículos de outras marcas.

Marcelo Godoy, presidente da Volvo Car Brasil, ressaltou que mais do que a cobrança, a marca está abrindo um capítulo novo da história, que ele chama de “pacto de eletrificação”. Para ele, a infraestrutura é hoje o maior gargalo da indústria no Brasil e no mundo.

“Nosso pacto é reinvestir cada centavo dessa receita para colocar mais carregadores e continuar essa jornada. Hoje abrimos o pacto de eletrificação, uma jornada em que a gente chama todos da indústria a vir com a gente, colocar mais carregadores nas ruas e aumentar a infraestrutura”, afirmou Godoy.

Questionado sobre o valor da recarga a não-clientes ser alto em relação a outros eletropostos, Godoy argumentou que são carregadores bem localizados, agregados a serviços e conveniência, operados 24 horas por câmeras e com uma central 0800.

“Meu sonho, como executivo, é que isso despertasse uma necessidade em outras montadoras em colocar carregadores na rua e quebrar essa barreira do carregamento. Queremos chamar mais pessoas para participar do que a gente vem trabalhando desde 2017, porque essa é a grande virada”, afirmou o presidente da Volvo.

Godoy disse, ainda, que não há contrapartida por conta dos concorrentes nesse processo.
Para Volvo, não há contrapartida dos demais competidores

"Do meu lado, estou colocando à disposição fazer o pacto e liderar isso. Hoje é notório que as outras montadoras não estão colocando carregador na rua. Vemos outros empresários instalando carregador como um negócio. Do nosso lado, estamos preparados para o pacto. Mas quando a gente abre essa discussão, a contrapartida não muda. O que ouvimos é: ‘eu não coloco, mas a Volvo coloca’”.

A reportagem da AB questionou outras fabricantes de veículos elétricos a respeito dessa responsabilidade de se construir uma rede de eletropostos o país.

Por meio de nota, a GWM informou que "a infraestrutura de recarga é um desafio e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade de novos negócios. Os carregadores já instalados e gratuitos auxiliam no avanço da eletromobilidade e a escolha pela utilização é do consumidor. Iniciativas que visem o crescimento dessa infraestrutura, mas que busquem também o aumento dos carregadores rápidos e ultrarrápidos, sempre terão apoio da GWM".

A BYD, por sua vez, informou que "tem estratégias sólidas focadas no Brasil em todos os aspectos, tanto com rede de carregamento quanto em constantemente informar os usuários sobre os benefícios dos carros elétricos. A marca também tem uma parceria com a Shell Raízen e está investindo em conjunto na criação de 600 novos eletropostos pelo Brasil todo".

A Volvo afirma que já investiu R$ 70 milhões para expandir a infraestrutura de recarga rápida para veículos eletrificados aqui no país. De 2017 para cá, a empresa conseguiu erguer uma rede formada por  52 eletropostos de carga rápida. Há meta de se chegar a 101 pontos em algum momento no futuro.
"Para que o protecionismo?"

Marcelo Godoy comentou a pressão que a Anfavea, a associação que representa as montadoras, está fazendo para que o governo federal antecipe a alíquota máxima do imposto de importação de veículos elétricos.

“Este é um momento bem confuso da economia, com um movimento de muita retórica. Isso acaba criando dúvidas nos clientes. E para que esse protecionismo?”, questionou.

“É um pedido descabido, porque já foi acordado que isso seria em fases. Não sou a favor nem contra o imposto de importação. O que eu sou a favor é da previsibilidade, porque numa economia de mercado isso faz muito mal para o país", completou.

Godoy também disse que a Volvo já havia se antecipado ao aumento de preços de 7% no início do ano com a tarifa de importação em 10% e não haverá reajuste agora que a alíquota passa a ser de 18%.

Auto Informe - SP   04/07/2024

Cota das marcas chinesas, na Europa, chegará a 12% até 2030, mas em países como a Rússia, esta fatia será ainda maior, triplicando da participação atual para 69%; Nas Américas Central e do Sul, ela chegará a 28%, enquanto que, no Oriente Médio, será de 39% e, no Sul e Sudeste Asiáticos, de 30%

Todo mundo tem um conhecido, um amigo, um primo, um irmão ou marido “entendido de carro”. Na esmagadora maioria dos casos são pessoas que, apenas e tão somente, decoraram as marcas e modelos à venda no Brasil, se dando ao trabalho de memorizar preços e motorizações da maioria deles. São, com o perdão da analogia, como papagaios que conseguem repetir palavras ditas por humanos sem, contudo, abstrair seu significado. Faço esta introdução porque nem seu conhecido, nem seu amigo, nem seu primo, nem seu irmão e muito menos seu marido têm ciência do que a Alix Partners, uma das maiores consultorias empresariais e financeiras do mundo, acaba de divulgar no seu mais recente relatório: que as marcas chinesas abocanharão 33% das vendas globais, até 2030. “Não estamos falando de as marcas ocidentais competirem com as chinesas, atrás da Grande Muralha, mas de as montadoras tradicionais perderem participação em todos os mercados, incluindo a liderança em seus próprios países”, destaca o vice-diretor de prática industrial da consultoria norte-americana, Mark Wakefield – que, diga-se de passagem, entende infinitamente mais deste setor do que o quinteto de sabichões supracitado.

Para Wakefield, mesmo que os Estados Unidos e a União Europeia (EU) insistam no protecionismo regional, taxando os EVs importados da China para blindar seus mercados internos, as gigantes chinesas marcharão para o domínio global com base na força das suas ofertas. “Com o aumento de tarifas, o máximo que se conseguirá é ganhar tempo, afinal, o simples estabelecimento de uma produção local pelos chineses, principalmente na Europa, fará com que esta política não dê em nada”, explica o colíder de prática automotiva da Alix Partners, Andrew Bergbaum. Nos EUA, a administração Biden aumentou as tarifas sobre EVs chineses, em maio, para 102,5% (contra 27,5% anteriores) e aqui, em Pindorama, híbridos tradicionais, híbridos plug-in e elétricos puros iniciaram esta semana com novas alíquotas: de 25% (antes 12%), 20% (antes 12%) e 18% (antes 10%), respectivamente.

Até julho de 2026, portanto daqui a dois anos, o imposto de importação para o trio será unificado em 35%, triplicando a carga tributária em relação a janeiro deste ano. Como o leitor deve imaginar, isso encarecerá os modelos de novas energias, permitindo que as transnacionais aqui instaladas sigam vendendo automóveis ultrapassados, equipados com motores a combustão interna, pelos maiores preços do mundo – e, o que chega a ser kafkiano, botando a culpa dos valores aviltantes justamente nos impostos. “O consumidor brasileiro quer o carro elétrico e nós temos que trazer isso para nossa cadeia produtiva, entendendo como se dá a transição. Em alguns casos, de forma imediata, mas, em outros, não”, pondera o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite. “Não se trata de atraso, mas de uma realidade distinta”.

Apartheid automotivo

Ouvindo a fala de Leite, fica a impressão de que a Anfavea projeta uma espécie de apartheid automotivo para o Brasil, segregando os EVs chineses aos ricos, que podem assimilar cargas tributárias astronômicas, ao mesmo tempo em que a classe média ignara vai se ferrar com a desova de modelos a combustão, dotados do mesmo conceito da virada do século 19 para o 20. O problema é que, na contramão do neoliberalismo protecionista, os fabricantes chineses têm benefícios de seu governo que lhes permitem oferecer seus produtos a preços até cinco vezes menores do que as médias europeia e norte-americana. Nos EUA, há acordos comerciais com o México, por exemplo, que dariam até isenção para modelos chineses, contanto que eles tivessem sotaque ‘chicano’ – um índice de nacionalização de 75%.

“A cota das marcas chinesas, na Europa, chegará a 12% até 2030, mas em países como a Rússia, esta fatia será ainda maior, triplicando da participação atual para 69%. Nas Américas Central e do Sul, ela chegará a 28%, enquanto que, no Oriente Médio, será de 39% e, no Sul e Sudeste Asiáticos, de 30%”, enumera o colíder de prática automotiva da Alix Partners, Andrew Bergbaum. “Em contrapartida e para piorar a situação das montadoras ocidentais, as marcas chinesas que, hoje, detêm 59% do mercado atrás da Grande Muralha, aumentarão sua fatia doméstica para 72%, nos próximos cinco anos”, completou. Em outras palavras, os fabricantes tradicionais perderão participação no maior mercado do mundo, onde se vende duas vezes mais automóveis do que nos Estados Unidos – aposto que nem seu amigo, nem seu primo, nem seu irmão e muito menos seu marido sabem disso.

É claro que, entre os sabichões, impera o negacionismo automotivo, mas os maiores consultores do mundo têm uma visão bem diferente sobre a virada da eletromobilidade. “Na China, há uma cultura de atualização mais rápida dos produtos, em relação às marcas ocidentais. E não adianta virem com a conversa, a mentira de que há trabalho forçado – vulgo, escravo – na produção de baterias. O fato é que os fabricantes chineses têm anos de experiência com EVs e os consumidores de lá estão à frente dos europeus e norte-americanos em relação à tecnologia. Seus automóveis estão na vanguarda, porque todo um ecossistema foi construído, do zero, para dar suporte à eletromobilidade. Existem marcas chinesas de EVs com apenas um ano e meio de mercado muito à frente das ocidentais”, assegura o vice-diretor de prática industrial da Alix Partners, Mark Wakefield.

Infomoney - SP   04/07/2024

Os emplacamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus devem crescer 14,7% em 2024, para 2,65 milhões de unidades, segundo estimativa divulgada nesta quarta-feira pela associação de concessionários Fenabrave.

O percentual é superior à projeção anterior da entidade, divulgada em janeiro, de crescimento de 12% nas vendas de veículos novos, para 2,59 milhões de unidades.

Em junho, os licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus subiram 13,09% em relação ao mesmo mês do ano passado, para 214.289 unidades, segundo a entidade. Na comparação com maio, houve aumento de 10,32%.

No acumulado do primeiro semestre, os licenciamentos somaram 1,14 milhão de unidades, crescimento de 14,59% na comparação com o mesmo período em 2023.

Considerando todos os segmentos apurados pela Fenabrave, incluindo motocicletas e implementos rodoviários, o crescimento em junho foi de 14,84% versus o mesmo mês do ano passado, para 400.152 unidades. Em relação a maio, a alta foi de 6,27%.

A previsão de avanço este ano nas vendas para os cinco segmentos cobertos pela associação também foi elevada — de 13,5% para 16,7%.

Isoladamente, o segmento de caminhões somou 9.663 emplacamentos no período, crescimento de 3,25% na base mensal e de 25,31% na base anual.

Ônibus tiveram alta de 27,87% ante maio, para 2.152 unidades, mas em relação a junho de 2023 o avanço foi modesto, de 1,75%.

A estratégia mais inteligente para buscar ganhos consistentes no longo prazo, mesmo sendo um investidor iniciante, segundo a especialista em investimentos Clara Sodré .

CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor - SP   04/07/2024

Aprovação alterou as regras urbanas deve incentivar a verticalização em áreas-chave e fragilizar regiões de proteção ambiental

A aprovação na Câmara Municipal de São Paulo da nova revisão da Lei de Zoneamento da capital, que alterou as regras urbanas para construção de obras e que favorece a expansão imobiliária em importantes áreas da cidade deve impactar o coração financeiro da cidade. A Operação Urbana Consorciada Faria Lima, que hoje tem regras específicas de construção, por exemplo, será alterada.

Atualmente, para erguer prédios na região, as construtoras têm de comprar Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPACs), que são leiloados pelo município - a operação está vigente desde 2004. Com a mudança, ficam incluídas áreas da Vila Olímpia, que não desfrutam de incentivos para construção de megaedifícios. As áreas impactadas estão entre as ruas Clodomiro Amazonas e Ramos Batista, próximas à Faria Lima; e nas ruas Fiandeiras e Santa Justina, que estão próximas à avenida Juscelino Kubitschek.

Para urbanistas, além de a tramitação ter ocorrido sem o que consideram um suficiente debate com a sociedade, a revisão incentiva a verticalização e expansão imobiliária em áreas-chave e fragiliza regiões de proteção ambiental, deixando a cidade mais vulnerável a eventos climáticos extremos.

“Você tem uma liberalização de construção em áreas geotecnicamente sensíveis e vários especialistas no campo da geologia estão dizendo que por mais que exista segurança, do ponto de vista de engenharia, essas soluções não são totalmente confiáveis, sobretudo num momento de agravamento das mudanças climáticas”, diz Philip Yang, do Instituto de Urbanismo e Estudos para a Metrópole.

A votação abriu caminho para os chamados “estoques de potencial construtivo” em uma área da capital bastante adensada, já que uma parte da região que não integrava a área de incentivos à construção de prédios altos passará a ser incluída. A lei prevê ainda a integração do Complexo Paraisópolis ao Programa de Investimentos da Operação Urbana Consorciada Faria Lima, para que a região receba recursos arrecadados pela intervenção urbana e tenha investimentos na área social.

A nova lei tramitou na véspera do recesso parlamentar e a menos de três meses das eleições municipais. As alterações ainda precisarão ser incorporadas em um novo mapa, já que os vereadores identificaram, no início de junho, erros sancionado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB/SP) em janeiro.

Também foi retirado dispositivos de algumas Zonas Exclusivamente Residenciais (ZER), mudando algumas regiões, como a área próxima ao Jockey. O ponto que mais chamou atenção trata das chamadas Zonas Eixo de Estruturação Urbana (ZEUs) localizadas em áreas de terra mole e solo compressível da planície aluvial e nas cabeceiras de drenagem, que agora poderão ter construções se o responsável pelo empreendimento apresentar soluções de engenharia.

Temos uma liberalização de construção em áreas sensíveis”

— Philip Yang

Os especialistas consideram necessário acompanhar as mudanças nas operações urbanas e numa aparente alteração de Habitação de Interesse Social (HIS) e qual será o planejamento da prefeitura para remover a população vulnerável de áreas de alto risco.

Safira De La Sala e José Police Neto, do núcleo de Habitação, Regulação Urbana e Real Estate do Insper, reforçam que era necessário aplicar a nova Carta Geotécnica (instrumento que examina as condições do solo em relação a afundamento, inundação, deslizamento e outros problemas), já que isso é um passo fundamental para a resiliência da cidade.

Para Sala, é preciso continuar a discussão para desenvolver uma estratégia para paulistanos que vivem em áreas de risco alto. Já Neto diz ser necessário aguardar a sanção e a aplicação das regras e limitações da carta para avaliar com dados e evidências se São Paulo está fazendo a mínima “lição de casa”, em termos de planejamento urbano e gestão ambiental.

“Foram 30 emendas aprovadas, todas isoladas de uma concepção mais geral, sem contar o abandono da Carta Geotécnica, o que pode causar insegurança jurídica, porque deve haver contestação”, diz Nabil Bonduki, professor da USP e ex-secretário nacional de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente.

FERROVIÁRIO

Revista Ferroviaria - RJ   04/07/2024

O Metrô do Recife vai receber um investimento de R$ 136 milhões do Governo Federal. O anúncio foi feito pelo ministro Cidades, Jader Filho, nesta terça-feira (2) durante a cerimônia de entrega dos habitacionais Vila Brasil I e Vila Brasil II, na Ilha de Joana Bezerra, bairro de São José, no Recife.

O anúncio vem após a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) apresentar ao Ministério das Cidades um plano para resolver os problemas estruturais do transporte ferroviário. Agora, o Metrô do Recife foi incluído no PAC, o que garante um investimento de R$ 136 milhões para a primeira etapa do projeto, que seria de R$ 252 milhões.

O plano desenvolvido pela CBTU é dividido em quatro pilares a serem efetivados em quatro anos e exige um investimento de R$ 1,7 bilhão. O projeto prevê a renovação de trilhos, dormentes e recuperação da via, modernização de subestações de energia, melhoria de cobertas das estações, modernização do sistema de sonorização, além da aquisição de máquinas especiais para manutenção da via.

A princípio, seria necessário o valor de R$ 900 milhões para aquisição da nova frota que substituirá a antiga. Até o início do ano, a Companhia só possuía a garantia de um investimento de R$ 30 milhões.

NAVAL

Valor - SP   04/07/2024

Grupo deve ampliar capacidade para 3 milhões de TEUs, meta antes prevista para 2031; neste ano estão programados R$ 420 milhões de obras

Antonio Carlos Sepúlveda, presidente da Santos Brasil — Foto: Claudio Belli/Valor

A Santos Brasil planeja acelerar os investimentos previstos na renovação antecipada de sua concessão no Porto de Santos e, com isso, concluir a ampliação do terminal de 2031 para 2026. A capacidade deverá chegar a 3 milhões de TEUs (medida equivalente e contêiner de 20 pés) ao fim das obras — hoje o limite é de 2,4 milhões de TEUs.

“Existe uma demanda de aumento da carga de transbordo em Santos, que deve concentrar a carga [vinda de rotas de longo curso, para que siga para as rotas menores via cabotagem]. À medida que aumenta o tamanho dos navios, deve aumentar essa concentração em Santos e ter mais demanda. Com o aumento de calado do canal de acesso do porto, isso deve se acentuar. A informação da autoridade portuária é que as obras começam neste ano. Estamos nos antecipando para estar com a capacidade de 3 milhões de TEUs quando o aprofundamento ficar pronto”, afirma o presidente da companhia, Antonio Carlos Sepúlveda.

Os investimentos totais previstos na renovação antecipada da concessão, firmada em 2016, somam R$ 2,6 bilhões, em valores atualizados, segundo Sepúlveda.

Desse montante, metade já foi investido. Até 2026, o volume chegará a R$ 2 bilhões. Ficarão faltando cerca de R$ 600 milhões de investimentos, mas que deverão ser destinados a outros projetos que não implicam em aumento de capacidade, como iniciativas de descarbonização — por exemplo, de “shore power”, ou seja, a instalação de tomadas elétricas para que os navios não precisem consumir diesel enquanto estão atracados no porto.

Neste ano, a previsão de investimentos é de R$ 420 milhões. Boa parte da antecipação dos investimentos se refere à aquisição de equipamentos, em especial dois portêineres (que faz o transporte do contêiner entre o navio e o cais) e oito guindastes RTGs (usados no pátio para transportar os contêineres). Também estão previstas obras no pátio, para ampliar a área de armazenagem.

Com os investimentos, até o fim deste ano a capacidade já deverá subir para 2,6 milhões de TEUs.

Com a conclusão dessa ampliação, não estão mais previstos novos investimentos de aumento de capacidade na concessão da Santos Brasil. Uma outra possibilidade de expansão, mas ainda incerta, seria a incorporação de uma área adicional vizinha ao terminal da empresa, hoje ocupada por moradias irregulares. A Autoridade Portuária de Santos já manifestou a intenção de deslocar as famílias a outro local, para fazer o adensamento da área ao terminal da Santos Brasil.

Segundo Sepúlveda, ainda não há conversas oficiais a respeito, mas o plano interessa à companhia. Neste caso, a empresa poderia transferir o atual terminal de veículos para a nova área e, assim, abrir espaço para mais um berço e mais armazenagem de contêineres — o que possibilitaria a adição de mais 1 milhão de TEUs de capacidade.

Porém, como se trata de uma ideia muito preliminar, ainda não há estimativa de investimentos adicionais, nem clareza sobre como seria feito o reequilíbrio do contrato neste caso. “Por regulamentação poderia [ter uma nova extensão do contrato como forma de reequilíbrio], mas tem outras formas de fazer a recomposição”, afirma Bruno Stupello, diretor de Operações Portuárias da empresa.

Portal Fator Brasil - RJ   04/07/2024

E fortalece sustentabilidade ao receber novos navios movidos a GNL da CMA CGM. Navios de grande porte movidos a gás natural liquefeito (GNL) aumentam eficiência logística das exportações brasileiras para a Ásia.

A TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, recebeu na última semana de junho o navio porta-contêineres CMA CGM Buzios, o primeiro de uma nova geração de seis embarcações “prontas para biometano e e-metano”, com aerodinâmica aprimorada para atender o Brasil no serviço semanal SEAS2, que liga Paranaguá ao continente asiático. Esses novos navios se destacam por sua capacidade e tecnologia sustentável, em linha com os princípios ESG.

O Grupo CMA CGM, um player global em soluções marítimas, terrestres, aéreas e logísticas, já implantou na rota os navios CMA CGM Bahia, Buzios, Paraty, Sao Paulo, Belem, e em breve trará o CMA CGM Amazonia. Estas são embarcações irmãs que levam o nome de cidades e estados icônicos do país e têm as mesmas características: 336 metros de comprimento (LOA), 51 metros de largura (boca) e capacidade para transportar 13.264 TEU (medida equivalente a 20 pés de comprimento de contêiner).

Todos os navios dessa frota emitem 28% menos gases de efeito estufa se comparados aos porta-contêineres convencionais, graças ao sistema de recirculação de gases de escape (ICER), ao fato de serem atualmente movidos a gás natural liquefeito (GNL) e também “prontos para biometano e e-metano”. Além da grande capacidade, as embarcações irmãs chamam a atenção pela cor verde e pelo windshield, estrutura que se estende acima da proa, melhorando a aerodinâmica e aumentando a eficiência energética em sua navegação.

—A operação destes navios com propulsão LNG está alinhada com nosso compromisso com a sustentabilidade e a inovação, contribuindo para um futuro mais verde e eficiente no setor de transporte marítimo e com objetivo da indústria como um todo de reduzir as emissões de dióxido de carbono, promovendo maior eficiência energética nas operações marítimas. Além disso, essa iniciativa atende a uma demanda cada vez mais importante para o mercado e para nossos clientes, que valorizam práticas sustentáveis e responsáveis— celebra Carolina Merkle Brown, gerente comercial de armadores da TCP.

—A chegada dos navios porta-contêineres movidos a GNL ao Brasil marca o início de uma nova era no setor de transporte marítimo brasileiro, um marco transformador que demonstra o compromisso do nosso Grupo com o avanço das metas econômicas sustentáveis do país. Esse investimento não apenas demonstra nosso compromisso inabalável de superar as expectativas, mas, ao implantar esses navios de última geração projetados especificamente para as águas da América Latina, apoiamos ativamente os negócios e as iniciativas sustentáveis de nossos clientes. Com eles, poderemos atender a volumes adicionais e, ao mesmo tempo, reduzir significativamente a pegada ambiental das remessas de nossos clientes. Isso não apenas se alinha com seus objetivos de sustentabilidade, mas também desempenha um papel vital na promoção de um futuro mais limpo e sustentável para todos —disse Neusa Marcelino, CEO da CMA CGM Brasil.

Outro ponto de destaque para a atualização da frota está no aumento da capacidade de escoamento por Paranaguá: os porta-contêineres com 336 metros de comprimento da CMA CGM estão entre os maiores a atracar regularmente no Terminal, e superam o tamanho médio das embarcações operantes nesta rota anteriormente, que possuíam 299 metros de comprimento.

—A atualização contribuirá para o desenvolvimento econômico das regiões cobertas por este serviço, uma vez que será o primeiro serviço a atender dois portos no Norte da China, abrindo grandes oportunidades de importação e exportação nessa área. Entre os mercados que mais devem se beneficiar com a chegada dos navios de maior capacidade nesta rota estão os exportação e importação de carnes congeladas, eletrônicos, autopeças e de produtos químicos e petroquímicos —explica Carolina.

A TCP vem alcançando recordes consecutivos de produtividade e, em maio de 2024, atingiu a marca inédita de 136.201 TEUs movimentados em um único mês. A expectativa é de um ano com novas máximas: em 28 de abril, o Terminal realizou o feito de movimentar meio milhão de TEUs 42 dias mais cedo do que em 2023, ano em que os 500.000 TEUs foram registrados em 09 de junho.

Investimentos em descarbonização — No último ano, a TCP concluiu a conversão de dois guindastes RTGs utilizados nas operações ferroviárias do terminal, promovendo uma redução de 95% nas emissões de COâ‚‚ na operação de cada máquina e diminuindo em 90% o custo de manutenção dos equipamentos.

No mesmo ano, o Terminal adquiriu um novo ônibus elétrico, com capacidade para 80 passageiros. O veículo, utilizado para transportar os colaborados dentro do pátio de operações, que tem 480 mil metros quadrados de área, conta com um sistema de freios regenerativos e garante zero emissões de poluentes.

PETROLÍFERO

IstoÉ Online - SP   04/07/2024

Os preços do petróleo fecharam em alta nesta quarta-feira (3), impulsionados por uma queda inesperada nos estoques de petróleo dos Estados Unidos e pelo aumento das esperanças de um corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano).

O preço do barril de petróleo Brent do Mar do Norte para entrega em setembro subiu 1,27%, fechando a 87,34 dólares.

O barril de petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos EUA, com vencimento em agosto, subiu 1,29% para 83,88 dólares.

O petróleo se beneficiou de um relatório da Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA), que mostrou que os estoques comerciais de petróleo diminuíram em 12,2 milhões de barris na semana que terminou em 28 de junho, superando com folga as expectativas dos analistas de uma queda de apenas 1 milhão de barris.

“Em geral, este relatório foi positivo para os preços, já que houve queda em tudo, incluindo produtos refinados”, comentou Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.

Os estoques de gasolina também caíram, diminuindo em 2,2 milhões de barris, enquanto o mercado esperava uma redução de apenas 1 milhão de barris.

A demanda por gasolina aumentou 5%, alcançando seu nível mais alto em oito meses.

Este aumento era esperado, uma vez que ocorre antes do fim de semana do feriado de 4 de julho, um período de grandes deslocamentos nos EUA.

Apesar desses dados positivos, a demanda por gasolina ainda está abaixo dos níveis do ano passado, o que limita o entusiasmo dos operadores, segundo Lipow.

A seguradora automotiva AAA espera que 60,6 milhões de pessoas dirijam pelo menos 80 km de casa nos próximos quatro dias, o que seria um recorde histórico.

No entanto, a demanda de gasolina permanece abaixo do nível do ano passado (-1,8%), o que atenua o entusiasmo dos operadores, argumenta Lipow.

José Torres, analista da Interactive Brokers, acrescentou que os preços do petróleo também foram impulsionados por indicadores que sugerem que a economia dos EUA está perdendo força.

O Estado de S.Paulo - SP   04/07/2024

O Brasil registrou em maio alta de 4,4% na produção de petróleo e gás natural, atingindo 4,234 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), sendo 3,318 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) e 145,6 milhões de metros cúbicos de gás natural, crescimento de 3,8% e 6,5%, respectivamente, segundo dados consolidados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A Petrobras, que domina o mercado com cerca de 70% do total, produziu em maio 2,677 boed, 2,4% a mais do que em abril, sendo 2,063 de petróleo e 97,5 milhões de m³ de gás natural, altas de 1,8% e 4,2%, respectivamente.

A produção total no pré-sal, em maio, foi de 3,314 milhões de boed, e correspondeu a 78,3% da produção brasileira. Em relação a abril, o aumento da produção no pré-sal foi de 5%, informou a ANP, e de 3,7% contra igual mês do ano passado. Na região, foram produzidos 2,599 milhões de bpd de petróleo e 113,73 milhões de m³ de gás natural.

Em maio, o aproveitamento de gás natural foi de 97,6%. Foram disponibilizados ao mercado 46,75 milhões de m³/d e a queima foi de 3,55 milhões de m³/d. Houve queda de 9,5% na queima, em relação ao mês anterior, e de 14,2% na comparação com maio de 2023.

O Petróleo - SP   04/07/2024

A Transocean Ltd. (RIG) iniciou uma nova fase de operações offshore no Brasil, firmando sua primeira missão de perfuração com a gigante estatal Petrobras SA (PBR). Utilizando seu navio de perfuração de águas ultraprofundas recém-adquirido, Deepwater Aquila, a Transocean se prepara para um contrato de três anos firmado em setembro de 2023.

O contrato, que se estende de junho de 2024 a junho de 2027, estipula uma taxa diária de $448.000 para as operações. Esta colaboração estratégica marca um passo significativo para ambas as empresas no campo da exploração de petróleo em águas ultraprofundas.

Capacidades do Deepwater Aquila

Com a adição do Deepwater Aquila à sua frota, a Transocean agora opera oito dos doze navios-sonda de águas ultraprofundas no mundo, cada um com capacidade para 1.400 toneladas curtas de gancho. O navio foi adquirido da Hanwha Ocean (anteriormente Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering) no final de 2022, após a Transocean lançar uma oferta privada de notas seniores garantidas, com vencimento em 2028, para financiar a construção e melhorias necessárias.

História do Deepwater Aquila

Originalmente encomendado pela Seadrill Ltd. em 2013, o Deepwater Aquila enfrentou atrasos na entrega, culminando no cancelamento do negócio em 2018. A aquisição pela Transocean não só resgatou o projeto, mas também posicionou a empresa como líder na perfuração em águas ultraprofundas.
Avaliações de mercado e outras escolhas no setor de energia

Atualmente, tanto a Transocean (RIG) quanto a Petrobras (PBR) possuem classificação Zacks Rank #3 (Manter). No entanto, algumas ações no setor de energia se destacam com classificações superiores:

Sunoco LP (SUN): Com Zacks Rank #1 (Forte Compra), Sunoco é uma das maiores distribuidoras de combustível para motores nos Estados Unidos, fornecendo combustível para revendedores independentes, clientes comerciais e lojas de conveniência. A empresa oferece altos rendimentos de distribuição, atraindo investidores com retornos consistentes.

SM Energy (SM): Classificada com Zacks Rank #2 (Compra), a SM Energy opera nas regiões ricas de Midland Basin e South Texas. A empresa projeta um aumento na produção para 2024 em comparação ao ano anterior, indicando um futuro promissor.

Débora Souza
Débora Souza é jornalista especializada em tecnologia e inovação no setor de energia. No O Petróleo, ela oferece insights profundos e atualizações sobre as últimas tendências tecnológicas e avanços no campo energético.

AGRÍCOLA

IstoÉ Dinheiro - SP   04/07/2024

As vendas de máquinas agrícolas caíram 42,5% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou nesta quarta-feira, 3, a Fenabrave, associação que representa revendedores de equipamentos para o campo. No total, 2,7 mil tratores de rodas e colheitadeiras de grãos foram vendidos em maio.

Na comparação com abril, quando foram vendidas 4 mil unidades, o número representa uma queda de 32%.

Enquanto as vendas de carros podem ser atualizadas diariamente com base nos licenciamentos de veículos, os números de máquinas agrícolas precisam ser levantados com os fabricantes. Por isso, as estatísticas têm defasagem de um mês em relação ao balanço das vendas de automóveis, divulgado hoje pela Fenabrave com dados já relativos a junho.

No acumulado de janeiro a maio, as vendas de máquinas agrícolas somaram 15,4 mil unidades, 35,2% a menos do que nos cinco primeiros meses de 2023.

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