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04 de Junho de 2024

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   04/06/2024

Pela quarta semana seguida, a expectativa do mercado para a inflação deste ano subiu. Segundo os dados do Relatório de Mercado Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira, 3, a projeção do IPCA passou de 3,86% para 3,88%. Um mês antes, a mediana era de 3,72%. Para 2025, foco principal da política monetária, a projeção passou de 3,75% para 3,77% - um mês atrás, estava em 3,64%. Para 2026, a projeção passou de 3,58% para 3,60%, ante 3,50% de um mês atrás.

As estimativas continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.

O governo já sinalizou a manutenção da meta de inflação em 3% para este e os próximos anos, mas ainda não publicou o decreto para regulamentar a meta contínua. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa do Focus para a inflação seguiu em 3,5%, como está há 48 semanas.

Com a desancoragem das expectativas de inflação, o mercado também elevou novamente a projeção para a Selic em 2024, que já está em dois dígitos: passou de 10% para 10,25%. Há um mês, o patamar era de 9,63%.

O Copom (Comitê de Política Monetária do BC) abandonou, na sua última reunião, o forward guidance (orientação dos próximos passos) da reunião de março e cortou a Selic em 0,25 ponto porcentual, para 10,50% ao ano, em maio. A decisão dividida do colegiado deixou os indicados pela gestão Lula do lado que seguiria a sinalização de redução de 0,50 ponto, enquanto os diretores que já estavam no BC antes deste governo optaram por diminuir o ritmo de cortes neste momento. Na ata, houve um grande movimento para explicar que a divergência se deu pela avaliação do custo reputacional de abandonar a sinalização.

Ao justificar a decisão, o BC disse entender que ela é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2025. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, repetiu o Copom.

No Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 também foi elevada, de 9% para 9,18%. Para 2026, a projeção seguiu em 9% - há um mês, era 8,75%. Para 2027, a estimativa também seguiu em 9%, ante 8,5% um mês atrás.

Infomoney - SP   04/06/2024

Maio foi um mês ruim para o real, que teve uma das piores performances do mundo. Apesar de alta não ter sido tão relevante, de 1,08% no acumulado do mês, a R$ 5,249, o fato de a moeda americana ter perdido força mundialmente piora a leitura. E a perspectiva para junho divide especialistas.

No geral, o que enfraqueceu o real no quinto mês do ano foram problemas internos. No mundo, como já mencionado, dólar perdeu força, com os juros americanos recuando após alguns dados macroeconômicos (como o PCE e vendas no varejo) sinalizarem uma desaceleração da economia por lá, fortalecendo a visão de que o Federal Reserve poderá cortar os juros duas vezes em 2024. O DXY, que mede a força da divisa norte-americana frente a outras de países desenvolvidos, saiu dos 105,75 pontos para 104,62.

“Tivemos em maio uma das piores moedas, tanto no mundo rico quanto no mundo emergente. Os juros futuros foram quase a 12%. Isso é explicado por várias tensões que tivemos por aqui, como a troca de comando da Petrobras (PETR4), o aumento da incerteza em relação à trajetória fiscal e em relação a mudanças no Banco Central Brasileiro”, explica Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

Questões internas

A saída de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras para a entrada de Magda Chambriard levantou o temor do mercado de que o Governo pode voltar a adotar medidas desenvolvimentistas na companhia, usando o seu caixa para realizar investimentos pouco produtivos. Fora isso, há também a visão de que os dividendos podem minguar, o que impactaria a saúde fiscal do Governo já que a Petrobras nos últimos anos ajudou bastante do lado da arrecadação da União.

Pesa ainda do lado fiscal a revisão das metas, com o superávit ficando para 2026. Já a proximidade do fim do mandato do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, preocupa o mercado pela possibilidade de a instituição monetária seguir por um caminho menos ortodoxo.

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Tudo isso aumentou o chamado risco Brasil e ganhou força no mercado a uma visão de que a chamada “frente ideológica” petista esteja ganhando espaço no governo.

Isso levou a uma alta dos juros futuros no Brasil. No entanto, apesar de as taxas terem subido — tanto de títulos públicos quanto de contratos privados — em maio, ainda há uma relutância de parte do mercado em investir nesses papéis, principalmente nos mais de longo prazo, com o temor de que o fiscal se deteriore.

“A dinâmica do câmbio vai depender muito do comportamento da política aqui no Brasil. Próximas informações em relação à intervenção ou não do governo, que é o que tem preocupado muito o mercado. A gente está aqui no Brasil sempre tendo essa novela”, expõe Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.

Estados Unidos continua em destaque

Mas há também a visão de que se a tendência nos Estados Unidos, de desaceleração da economia, continuar, com dados mostrando enfraquecimento da atividade, o dólar pode enfraquecer mundialmente.

“Se os dados continuarem vindo bons em relação à inflação mais baixa nos Estados Unidos, a expectativa é que o dólar possa começar uma trajetória mais baixista. Ainda mais porque esses dados lá vão reforçar a expectativa de juros mais baixos por lá também, o que é muito bom e favorável para nossa bolsa aqui”, explica Cohen.

Gustavo Corradi Matos, economista e CIO da Medici Asset, tem uma visão um pouco mais cética. Para ele, o Federal Reserve, em seu Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) deve continuar com um tom mais duro, não abrindo muito espaço para cortes. A reunião está marcada para começar no dia 11 e a decisão, no dia 12.

“Por aqui, fora a questão fiscal, que impacta mais a ponta longa, temos uma desancoragem das expectativas, com a enchente do Rio Grande do Sul podendo impactar marginalmente a inflação. Além do mais, há também o fato de o BC estar mais hawkish [mostrando preocupação em relação à inflação]”, comenta.

O Estado de S.Paulo - SP   04/06/2024

Após a economia ter ficado parada no quarto trimestre de 2023, o mercado financeiro projeta um crescimento de 0,7% no primeiro trimestre deste ano, segundo a mediana das estimativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast. As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) vão de um crescimento mínimo de 0,4% a um teto de 1,2%. O número será divulgado pelo IBGE nesta terça-feira, às 9 horas.

Para o ano, as estimativas apontam para um crescimento de 2,1% - com projeções que vão de 0,8% a 2,5%.

Na avaliação dos economistas, o aumento da renda disponível deve impulsionar o consumo das famílias e garantir essa alta no primeiro trimestre.

“O consumo resiliente é algo que estamos destacando há algum tempo”, diz o economista Rodolfo Margato, da XP Investimentos - que prevê uma alta de 0,6% para o PIB no trimestre. “É reflexo de um mercado de trabalho sólido e da alta real dos salários. Houve também transferências fiscais adicionais com o pagamento de precatórios, o que impulsionou o consumo, sobretudo no comércio varejista.” No final do ano passado, o governo quitou precatórios cujo pagamento havia sido postergado, injetando dinheiro na economia

Margato chama atenção ainda para a expectativa de recuperação do investimento no período. Ele projeta alta de 4,5% para a Formação Bruta de Capital (FBCF, a conta dos investimentos na economia), após avanço de 0,9% no último trimestre do ano passado. “É importante pontuar que houve retomada da produção de caminhões, que tombou quase 40% em 2023", afirma o economista, que também atrela a alta prevista para a FBCF ao nível mais baixo da taxa Selic.

O economista Gabriel Couto, do Santander Brasil, prevê um avanço ligeiramente maior, com projeção de alta de 0,8% para o PIB do primeiro trimestre. “A questão dos precatórios é bastante relevante porque vimos um impulso na renda das famílias”, diz. Couto também cita a influência do mercado de trabalho aquecido e da perspectiva de início da recuperação dos investimentos para esse prognóstico.

Pelo lado da oferta, acrescenta, o principal destaque deve ser a agropecuária, apesar da safra menor que a registrada no ano passado. “O agro terá um efeito bem positivo nesse começo do ano, embora em 2024 ele tenda a apresentar uma variação ligeiramente negativa”, afirma.

O economista-chefe do Banco MUFG Brasil, Carlos Pedroso, também destaca o impulso da renda disponível para as famílias em sua projeção de crescimento de 0,9% para o PIB do trimestre, e ressalta a importância do setor de serviços para o desempenho do período.

Ele pondera que a previsão é que, a partir do segundo trimestre, os estímulos à renda percam um pouco de força, mas destaca que, em uma visão do ano inteiro, a renda deve ser protagonista no crescimento da atividade econômica no primeiro semestre. Para o segundo semestre, os setores mais dependentes do crédito devem ganhar fôlego, como a indústria e o comércio de bens duráveis, sob os efeitos defasados do processo de afrouxamento monetário.
Ano fechado

O Santander revisou recentemente a projeção de crescimento do PIB de 2024, de 1,8% para 2%. Segundo Couto, o aumento foi motivado pelo mercado de trabalho mais aquecido, mas foi parcialmente compensado pelo efeito de baixa estimado como consequência da situação no Rio Grande do Sul.

O MUFG, por enquanto, mantém projeção de crescimento de 2,1% para o PIB do ano. Pedroso, porém, cita os desdobramentos das enchentes no Rio Grande do Sul como principal risco para uma possível revisão da estimativa.

A XP também conservou a projeção para o PIB do ano, de 2,2%, mas adicionou viés de baixa recentemente. Além das consequências do evento climático, Margato afirma que a perspectiva de um nível mais restritivo de Selic do que o antes imaginado também pode contribuir para moderar a atividade. A XP projeta a taxa básica de juros em 10% no fim do ciclo de cortes, mas reconhece a possibilidade de uma Selic ainda mais alta.

BOL - SP   04/06/2024

A atividade industrial da China cresceu em maio no ritmo mais rápido em cerca de dois anos, com forte produção e novos pedidos, mostrou uma pesquisa do setor privado nesta segunda-feira, indicando que a indústria permanece robusta em meio a políticas industriais de apoio.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) de indústria do Caixin/S&P Global subiu para 51,7 em maio, de 51,4 no mês anterior, marcando o ritmo mais rápido desde junho de 2022 e superando as previsões dos analistas de 51,5. A marca de 50 pontos separa crescimento de contração.

A leitura contrasta com uma pesquisa oficial na sexta-feira que mostrou uma queda surpreendente na atividade industrial, apontando para um quadro misto da indústria .

Aa pesquisa do Caixin seria mais inclinada para as empresas menores e voltadas para a exportação do que o PMI oficial, que é muito mais amplo.

A produção aumentou pelo ritmo mais rápido desde junho de 2022, com as empresas do segmento de consumo registrando um crescimento acentuado em maio.

De acordo com os entrevistados, a produção foi sustentada por entradas mais altas de novos trabalhos, já que a demanda doméstica e global mais forte sustentou o interesse dos clientes por novos produtos.

No entanto, os novos pedidos de exportação cresceram em um ritmo muito mais lento em comparação com o pico recorde de 41 meses registrado em abril. Alguns entrevistados disseram que as feiras comerciais recentes levaram a novos trabalhos, enquanto outros se referiram à sua expansão estratégica para mercados estrangeiros. Mas uma economia global sem brilho continua sendo uma restrição.

"Levará tempo para encontrar soluções para esses problemas que se acumulam", disse Wang Zhe, economista sênior do Caixin Insight Group. "As políticas destinadas a estabilizar a economia, impulsionar a demanda doméstica e aumentar o emprego precisam ser fortalecidas e consistentes."

O sentimento entre os produtores avançou em relação a abril, pois eles esperavam melhora da demanda tanto no país quanto no exterior.

O aumento dos preços de metais, plásticos e energia levou a uma alta nos custos médios de insumos. A taxa de inflação de de insumos foi a mais alta desde outubro passado.

Entretanto, o nível de emprego continuou fraco, permanecendo em território contracionista pelo nono mês consecutivo. A taxa de perda de empregos diminuiu, com os fabricantes de bens de consumo registrando até mesmo um ligeiro aumento nos níveis de pessoal.

A economia da China tem sido pressionada por uma prolongada crise imobiliária, que tem pesado sobre a confiança das empresas e dos consumidores.

CNN Brasil - SP   04/06/2024

O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) retomou patamar desfavorável em maio, disse a Fundação Getulio Vargas nesta segunda-feira (3).

O índice subiu 6,4 pontos no mês, para 112,9 pontos, maior nível desde março de 2023.

“A forte alta do IIE-Br em maio leva o indicador de volta a um patamar desfavorável após 11 meses oscilando abaixo ou no entorno dos 110 pontos”, disse a instituição em nota.

Segundo a FGV, foi identificado um aumento de citações ao Rio Grande do Sul em textos identificados como sinalizadores de incerteza econômica, sugerindo um aumento de incertezas relacionadas ao desastre ambiental na região.

Além disso, a instituição liga a alta do mês a incertezas macroeconômicas relacionadas à inflação e no percurso da taxa de juros nos próximos meses do ano, e pelas incertezas externas relacionadas ao quadro mais desfavorável da economia internacional.

“Diante de tantos desafios, é possível que o indicador apresente dificuldades em retornar rapidamente a patamares mais confortáveis, como vinha registrando há quase um ano”, afirma Anna Carolina Gouveia, economista da FGV IBRE.

O Estado de S.Paulo - SP   04/06/2024

A Emenda Constitucional (EC) n.º132 (antiga PEC 45) tem uma importante mensagem dada pelos parlamentares: a carga tributária sobre o consumo será mantida. E a carga total?

A carga tributária total no Brasil é de 34% do PIB, igual à média dos países da OCDE e maior do que a dos Estados Unidos, de 26%. Por ser alta, ninguém suporta mais o seu aumento. Isso ficou evidenciado na tramitação da PEC 45. A briga setorial por alíquotas reduzidas resultou em uma EC de 74 páginas em vez de 3, e na criação dos regimes favorecido, específico e diferenciado.

Já a carga tributária sobre o consumo, foco da EC 132, é de 12,5% do PIB e não aumentará. Destarte, ainda que haja um rebalanceamento de carga entre os setores, gerará a mesma arrecadação de antes. A alíquota padrão média do IVA, assim, dependerá das definições da regulamentação. Estima-se em 27%, mas, a depender dos lobbies, pode ser maior. Se um setor ganha, o resto paga a conta.

A cesta básica é um exemplo. Quanto maior for a lista de isenções, maior será a alíquota padrão e a briga já é grande entre a indústria e o agro. O regime específico é outro exemplo. Como não tem alíquotas definidas, a pressão será por reduções. Mesmo o regime diferenciado (que tem definidas reduções de 30%, 60% e 100%) há que especificar quais serviços constariam em cada setor.

Quanto mais serviços, maior a alíquota padrão. Além disso, há o imposto seletivo em que setores terão alíquotas majoradas. A pressão será para não fazer parte. Por fim, há o efeito positivo da diminuição do gap de compliance, isto é, da redução da sonegação, da inadimplência, da elisão fiscal e da judicialização.

No debate de O Globo, Valor Econômico e Rede CBN, em 23/3, foi enfatizado que não haverá aumento de carga tributária do consumo. Por sua vez, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é favorável a aumentar a carga tributária da renda e do patrimônio. Ele argumenta que o Brasil tributa pouco.

De fato, segundo a OCDE, enquanto na tributação da renda e do patrimônio os EUA e a média dos países da organização tributam, respectivamente, 49%/10,3% e 34%/5,5% do total da arrecadação, o Brasil tributa 21%/4,4%. Vale lembrar, contudo, que o inverso ocorre na tributação do consumo, em que o Brasil tributa 49,7%, enquanto os EUA e a média da OCDE tributam, respectivamente, 17% e 32,4%. Seria coerente que, se for aumentar a carga da renda e do patrimônio, diminua a do consumo.

Ultrapassar os 34% do PIB seria um disparate em um país que não otimiza seus gastos. A sociedade quer melhores serviços e menor carga tributária (não o contrário, como é hoje), e o Brasil precisa ser mais produtivo e competitivo para gerar mais emprego e renda.

Infomoney - SP   04/06/2024

Mercados estão divididos tanto aqui como nos Estados Unidos com relação à queda da taxa de juros. Só que lá fora a expectativa é de quando se iniciam os cortes e no Brasil, quando a Selic irá parar de descer.

Caio Megale, economista-chefe da XP, participou nesta segunda (3) do Morning Call da XP e disse que viu os dados do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) de abril, apresentados na sexta (31), como “firmes”.

Demanda ‘firme’

“O consumo continua crescendo, renda também avançando. É um ritmo um pouco mais devagar do primeiro trimestre, mas demonstra que a demanda final para o consumo nos Estados Unidos segue relativamente firme”, disse.

“A gente está num processo de bem lenta e gradual desaceleração da economia e queda da inflação (dos EUA)”, complementou. Para ele, isso resulta em juros altos por mais um tempo por lá.

“O mercado está bem dividido entre o início dos cortes de juros em setembro ou em dezembro. Se começar em setembro, provavelmente cortará duas vezes esse ano, pulando novembro que é eleição, e depois novo corte em dezembro. Ou o Fed (Federal Reserve) vai deixar para cortar somente em dezembro”.

Payroll igual de abril

Essa semana, nos Estados Unidos, seguem a divulgação de dados importantes da economia. O de maior atenção é o payroll de maio, principal dado de emprego dos EUA, a ser apresentado na sexta (7).

“Em abril, (o payroll) veio um pouco mais fraco do que o primeiro trimestre e a expectativa é que mantenha esse ritmo em maio”, afirma Megale.

“O que o mercado está esperando é um resultado em linha com a desaceleração bem devagar da economia americana. Se os números vierem mais fracos, pode animar o mercado por um corte de juros mais rápido. Se vier mais forte, pode voltar a história se o Fed conseguiria cortar os juros ainda esse ano”, complementa.

O economista ressalta que sondagens da indústria e de serviços de maio e o relatório Jolts sobre abertura de postos de trabalho, são outros dados importantes nos EUA para ficar atento essa semana.

BCE deve cortar os juros

Outro destaque internacional é a decisão dos juros na Europa. “Provavelmente, vão cortar os juros (o Banco Central Europeu). Está bem sinalizado que essa reunião de junho (dia 6) deve trazer o início dos cortes. Os juros hoje estão em 4% – é o mais alto em toda a história do euro”, ressalta Caio Megale.

No Brasil o economista-chefe da XP comentou que o mercado também está dividido sobre a decisão na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom): se corta a Selic em 0,25pp ou mantém a taxa em 10,50%.

Incômodo ao BC

Ele ressaltou que a projeção para o IPCA do Boletim Focus desta segunda voltou a subir: de 2024, saiu de 3,86% para 3,88%; 2025, de 3,75% para 3,77% e 2026, de 3,58% para 3,60%.

“Subiu um pouquinho só, mas continua mostrando desconfiança com a capacidade de atingir a meta do ano que vem”, disse. “Isso deixa o Banco Central um pouco incomodado e, provavelmente, vai contribuir para interrupção um pouco mais cedo do que esperado do corte de juros”, acrescentou.

Infomoney - SP   04/06/2024

A indústria brasileira perdeu força em maio diante do impacto das enchentes no Rio Grande do Sul sobre a produção, com fechamento de empresas e de demanda menor, mas ainda permaneceu em território de expansão pelo quinto mês seguido, apontou o Índice de Gerentes de Compras (PMI) nesta segunda-feira (3).

Em maio, o PMI da indústria brasileira, compilado pela S&P Global, caiu para 52,1, de 55,9 em abril, permanecendo acima da marca que separa crescimento de contração. De acordo com a nota da pesquisa, os dados de maio excluem as respostas de entrevistados do Rio Grande do Sul.

“O PMI ficaria aproximadamente dois pontos mais baixo quando ajustado para as prováveis respostas negativas das empresas sediadas em regiões diretamente impactadas pelas enchentes e portanto incapazes de responder à pesquisa”, apontou a nota.

Houve um leve enfraquecimento na confiança empresarial em meio às preocupações das empresas com o impacto sobre a economia das enchentes no Rio Grande do Sul, a distribuição de insumos, encomendas de clientes e o setor fiscal.

“Os resultados do PMI mostraram alguma resiliência da indústria brasileira, quando se exclui respostas de empresas impactadas diretamente pelas enchentes catastróficas no Rio Grande do Sul”, avaliou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.

“Com as enchentes destruindo casas, lojas, fazendas, aeroportos, estradas, pontes e mais, as indústrias tiveram dificuldades para receber insumos comprados e estavam preocupadas com o impacto na economia, encomendas de clientes e o orçameto fiscal”, completou.

As novas encomendas aumentaram em maio, o que as empresas atribuíram a publicidade e o ao lançamento de novos produtos. Mas a taxa de crescimento foi a mais fraca na sequência de cinco meses de ganhos devido à tragédia no Estado gaúcho e ao fechamento de empresas.

As vendas internacionais aumentaram pelo segundo mês seguido em meio a ganhos do Canadá, França, Alemanha, Japão, América do Sul e Reino Unido. O ritmo, no entanto, enfraqueceu em relação ao que foi registrado em abril, devido à demanda fraca da África, Argentina, China e Estados Unidos.

Diante desse cenário, a produção nas fábricas brasileiras ficou amplamente estagnada em maio, mas a criação de vagas de trabalho accelerou para o ritmo mais forte em quase três anos graças às expectativas de que a demanda e a produção vão se recuperar no médio prazo.

Em relação à inflação, as pressões de custos atingiram máxima desde agosto de 2022, com os entrevistados citando preços mais altos de commodities, fraqueza cambial e alta dos fretes.

De acordo com a pesquisa, embora algumas empresas tenham repassado os custos para seus clientes elevando os preços de venda, outras evitaram fazer em isso em maio às pressões competitivas.

MINERAÇÃO

Valor Investe - SP   04/06/2024

Contratos da commodity para setembro fecharam os negócios na bolsa de commodities chinesa com queda de mais de 2%

Os papéis das mineradoras operaram em queda significativa no pregão de hoje na B3, refletindo a redução do preço no minério de ferro no mercado internacional.

A ação da Vale (VALE3) teve desvalorização de 2,1%, cotada a R$ 61,87, e a da CSN Mineração (CMIN3) recuou 2,23%, a R$ 4,83.

Ainda no setor de siderurgia e mineração, a ação da CSN (CSNA3) caiu 2,98%, a R$ 12,69, e da Gerdau (GGBR4) perdia 2,87%, a R$ 17,59.

No sentido oposto, Usiminas (USIM5) marcou ligeira alta de 0,13%, cotada a R$ 7,58.

Os contrato futuros de minério de ferro, negociados na bolsa chinesa de Dalian, iniciaram o mês de junho em forte queda, influenciados pelo cenário ainda enfraquecido para o setor imobiliário do país asiático.

Os contratos para setembro, os mais negociados, fecharam em queda de 2,65%, a 843,5 yuan (cerca US$ 116,47) a tonelada.

Infomoney - SP   04/06/2024

Os preços futuros do minério de ferro caíram para seus níveis mais baixos em mais de seis semanas nesta segunda-feira, com sinais de enfraquecimento da demanda de aço na China, principal mercado consumidor de minério, pesando amplamente sobre o sentimento.

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com perda de 2,65%, a 843,5 iuanes (116,42 dólares) a tonelada, o menor valor desde 17 de abril.

O minério de ferro de referência para julho na Bolsa de Cingapura caiu 3,3%, para 111,35 dólares a tonelada, também o valor mais baixo desde 17 de abril. Os preços caíram mais de 4% na semana passada.

A pressão sobre os preços deve-se ao abrandamento sazonal da demanda de aço downstream, juntamente com o enfraquecimento dos fundamentos do principal ingrediente da fabricação de aço, disseram os analistas da Sinosteel Futures em nota.

A atividade industrial da China caiu inesperadamente em maio, segundo uma pesquisa oficial das fábricas na sexta-feira. No entanto, uma pesquisa do setor privado mostrou na segunda-feira que a atividade industrial cresceu no mês passado no ritmo mais rápido em cerca de dois anos.

O contraste apontou para um quadro misto do setor em expansão.

“A lógica de negociação do minério de ferro em junho será um jogo de dois fatores: uma política macroeconômica possivelmente melhorada elevará o valuation, enquanto o controle sobre a produção de aço bruto afetará o balanço patrimonial da siderurgia e pesará sobre o sentimento”, disseram analistas da Galaxy Futures em uma nota.

O Ministério das Finanças da China alocou 6,44 bilhões de iuanes para subsidiar trocas de automóveis em 2024, informou a televisão estatal na segunda-feira.

Outros ingredientes siderúrgicos em Dalian tiveram comportamento misto, com o carvão metalúrgico subindo 0,86% e o coque caindo 1,71%.

Os analistas da Jinrui Futures preveem que o consumo de aço bruto da China em 2024 cairá 1,3% em relação ao ano anterior.

Máquinas e Equipamentos

SEGS.com.br - SP   04/06/2024

Após fechar 2023 em queda, a indústria de máquinas e equipamentos vem apresentando sinais de retomada. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o segmento registrou, em março deste ano, um crescimento de 6,2% na sua receita líquida em comparação a fevereiro. Além disso, as projeções apontam que o setor deve crescer 5,5% na receita interna neste ano, 3,5% no total, e com as exportações em 0,6%.

Entre as razões que justificam essa alta prevista para indústria em 2024, sem dúvidas, está o uso da engenharia e a tecnologia. Ou seja, vemos cada vez mais um movimento de adaptação de maquinários para a utilização de softwares e outros recursos como, por exemplo, a Inteligência Artificial, que auxiliam na maior eficiência, segurança e agilidade operacional.

Por sua vez, mesmo diante de um significativo avanço do segmento, ainda assim, não podemos deixar de destacar os desafios que são enfrentados pelo setor nos seguintes aspectos: inovação, considerando que são baixos os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, a fim de alavancar as operações com máxima eficácia; e manutenção preditiva, visto que para maximizar o tempo de vida dos equipamentos, é fundamental mantê-las em dia para evitar a incidência de problemas.

Além disso, não há como não apontar também como algo desafiador o fato do nosso país engatinhar na aplicação do conceito da Indústria 4.0. Isso é, mesmo essa tendência estando presente há mais de uma década no mercado, ainda utilizamos muito pouco de tudo que ela oferece desde novos recursos, até automatização de tarefas. Esse fato acende um alerta acerca da disparidade que temos em relação à outras nações que já estão inseridas na Indústria 5.0 e, inclusive, se preparando para a 6.0.

Em contrapartida, antes de olharmos para fora, não podemos deixar de lado um obstáculo específico enfrentado pelo Brasil: a expansão de mercado. O fato do nosso país possuir um tamanho continental acaba dificultando a adoção de estratégias que impulsionem o crescimento do negócio, fazendo com que as relações comerciais fiquem concentradas em determinadas regiões e, dessa forma, inibindo o acesso a grandes polos industriais espalhados em todo território brasileiro.

Quando olhamos para o setor de máquinas e equipamentos, podemos afirmar que esta vertical tem um amplo potencial de crescimento, tanto do ponto de vista nacional quanto internacional. No entanto, para obter esse resultado, é fundamental sanar esses obstáculos a fim de obter um fluxo operacional promissor que faça jus ao seu desempenho. E, quanto a isso, a tecnologia é uma excelente auxiliadora.

Entretanto, quando falamos sobre a aplicação tecnológica, é importante que seu entendimento não seja de forma ambígua. Ou seja, temos no mercado compreensões errôneas que consideram o uso destes recursos como a solução de todos os problemas por si só, e/ou que se trata de um alto custo, sem um ROI assertivo.

Deste modo, é importante chamar atenção ao fato de que a tecnologia já está presente no dia a dia da indústria, mas sua aplicação pode ser ainda mais promissora por meio de ferramentas assertivas como um ERP global. Ter um software de gestão é uma medida efetiva para auxiliar no processo de automações, extração e análise de dados, identificação de gargalos e, sobretudo, em tomadas de decisões assertivas. O retorno desse investimento é garantido, considerando que a partir do momento em que a organização passa a operar uma gestão eficiente, possui um aumento da receita.

Ademais, uma ferramenta de caráter global também possui integrações com normas e regras a serem seguidas de outros países, o que favorece no processo de internacionalização e expansão para outros mercados, criando maiores oportunidades de crescimento.

Certamente, quando apontamos essa gama de benefícios, é comum brilhar os olhos de qualquer organização. Todavia, cabe enfatizar que, de nada adianta ter um sistema robusto, sem que a empresa saiba usufruir das melhores práticas. Por isso, ter o apoio de uma consultoria especializada é algo vital, pois o time irá ajudar nos pontos de dificuldades do negócio e direcionar para estratégias com máxima precisão.

Podemos afirmar que a indústria de máquinas e equipamentos é estratégica para o Brasil, tanto do ponto de vista econômico quanto tecnológico, visto que pode ter diversas aplicações no seu dia a dia. Dessa forma, é crucial que, desde pequenos, médios ou grandes, os negócios estejam atentos em integrar, desde já, recursos que impulsionem o seu desenvolvimento. Afinal, para sobreviver em um mercado cada vez mais dinâmico, é preciso, mais do que ser criativo, ser estratégico.

Agência Senado - DF   04/06/2024

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou no último dia 28 de maio a lei que concede incentivo fiscal para estimular a troca de máquinas e equipamentos pelas empresas (Lei 14.871, de 20224). A lei decorre do PL 2/2024 e autoriza o Poder Executivo a conceder cotas de depreciação acelerada para máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos novos adquiridos até 31 de dezembro de 2025, destinados ao ativo imobilizado e utilizados em atividades econômicas a serem definidas por decreto. Relatado pelo senador Jaime Bagattoli (PL-RO), o projeto foi aprovado no Senado no final do mês de abril.

O texto permite que a empresa deduza do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) 50% do valor do equipamento adquirido no ano em que for instalado ou entrar em operação e 50% no ano seguinte. Isso é o que se chama “depreciação acelerada”. Caso haja saldo remanescente não depreciado no ano de instalação do bem, o valor poderá ser depreciado nos anos seguintes, até o limite do valor total do bem.

A depreciação é um conceito contábil que leva em consideração o desgaste natural dos bens operacionais, o que leva à diminuição de sua utilidade e à perda de seu valor. Atualmente, a lei permite a dedução de 10% do valor desses bens a cada ano, ao longo de dez anos. A depreciação acelerada só poderá ser utilizada para bens diretamente relacionados à produção ou à comercialização de bens e serviços. A lei exclui expressamente bens imóveis, projetos florestais destinados à exploração dos respectivos frutos, bens com cota de exaustão registrada e bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como obras de arte.
Veto

A lei foi sancionada com veto a apenas um item (VET 12/2024). O presidente Lula vetou a parte que determinava um prazo para o Tribunal de Contas da União (TCU) avaliar a política pública prevista na lei. Na mensagem enviada ao Congresso Nacional, o Executivo reconhece a boa intenção da medida, mas aponta que a previsão "prejudica a autonomia do gestor público da política, ao prever que o Tribunal avalie a ação governamental anteriormente à avaliação que compete ao órgão responsável no âmbito do Poder Executivo federal".

AUTOMOTIVO

Valor - SP   04/06/2024

Novo ciclo de investimentos prevê a abertura de mais 1,7 mil empregos na fábrica de Itirapina (SP) e outros 3,5 mil nos fornecedores

Ichinose: “Na China, o crescimento de vendas de carros novos foi claramente sustentado pela classe média” — Foto: Gabriel Reis/Valor

Uma viagem a Brasília foi um dos primeiros compromissos profissionais do engenheiro Arata Ichinose logo que assumiu o cargo de presidente da Honda na América do Sul, há dois meses. O objetivo da visita foi anunciar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a decisão da empresa de investir R$ 4,2 bilhões no Brasil até 2030. Mas, a viagem foi também marcante pelo lado pessoal. O executivo teve a oportunidade de ver de perto as mais imponentes obras de Oscar Niemeyer, arquiteto que ele admira desde os tempos em que vivia no Japão.

O interesse pelo trabalho de Niemeyer é influência do irmão, arquiteto. Chamou a atenção dos que o acompanharam na vista perceber que nenhum detalhe das obras do arquiteto brasileiro passou despercebido. “Sou um grande fã de Oscar Niemeyer; entrar naqueles edifícios foi muito emocionante”, diz Ichinose ao Valor, em sua primeira entrevista a um jornal brasileiro.

Apesar do encantamento com o legado do arquiteto, Ichinose manteve o foco no que o levou a Brasília em 19 de abril. O novo ciclo de investimentos na operação de automóveis ajuda a destacar a Honda, uma empresa tradicionalmente agressiva no segmento de motocicletas, mas sempre cautelosa e discreta nos automóveis.

No acumulado até abril, a marca ficou no nono lugar, com 3,5% do mercado brasileiro de carros e comerciais leves Apesar de não estar entre as maiores, a Honda se destaca por manter no Brasil uma clientela fiel à marca.

Encheu os olhos de Lula ouvir do executivo os planos de abrir, até 2030, mais 1,7 mil novos empregos na divisão de automóveis no país, que hoje conta com 3,5 mil funcionários.

Além desses, calcula a direção da montadora, os fornecedores vão precisar abrir outros 3,5 mil postos de trabalho em suas fábricas só para atender a Honda.

A previsão de mais empregos será uma consequência da decisão de substituir itens importados por peças produzidas no país. “O número de fornecedores não vai mudar. Mas daremos a eles mais produção local”, destaca Ichinose, que tem se esforçado no aprendizado do português e faz da leitura diária do noticiário local uma oportunidade de aprimorar o idioma.

Ter mais peças nacionais nos carros que produz no país ajudará a Honda, por um lado, a preparar-se para o desenvolvimento de modelos híbridos movidos a etanol, uma tecnologia que tem se tornado cada vez mais uma especialidade brasileira. Trata-se de um movimento que começou com outra japonesa, a Toyota, e que tem dado o tom a recentes anúncios de investimentos de empresas, como Volkswagen e Stellantis.

Precisamos atingir um volume de produção sustentável”

— Arata Ichinose

O desenvolvimento e produção de carros híbridos (que têm um motor a combustão e outro elétrico, que se alternam conforme o uso) que podem ser abastecidos com etanol está em quase todos os novos planos de investimentos das montadoras para esta década. Com os R$ 4,2 bilhões da Honda, o total já chega a R$ 115,5 bilhões somente entre as montadoras de automóveis.

Reduzir a dependência de peças importadas também abre caminhos para a operação brasileira buscar a competitividade que Ichinose lamenta não ter encontrado por aqui. Um dos motivos, destaca o executivo, é a estagnação do mercado de carros em torno de 2 milhões de unidades por ano, volume muito distante das projeções acima de 5 milhões que se faziam há dez anos, quando a Honda decidiu construir em Itirapina, no interior de São Paulo, a sua segunda fábrica de automóveis.

Em 2016, a fábrica estava pronta, mas não foi inaugurada porque o ambiente econômico era desfavorável. A unidade começou a operar três anos depois. Ali, hoje são produzidos o compacto City (hatch e sedã) e o utilitário esportivo HR-V. Recentemente, a empresa confirmou que a partir do próximo ano também produzirá a nova versão do utilitário compacto WR-V. Em Sumaré (SP), a primeira fábrica de carros da marca no Brasil, agora são produzidos motores e componentes.

Ichinose não conta quando o primeiro híbrido movido a etanol será lançado. Em entrevista ao “CBN Autoesporte”, o vice-presidente comercial da Honda, Roberto Akiyama, disse que os primeiros híbridos flex (etanol ou gasolina) da Honda serão lançados no início de 2028.

Na carreira na Honda, Ichinose já liderou o planejamento de negócios de eletrificação e desenvolveu um profundo conhecimento sobre o uso de hidrogênio em veículos. Para ele, junto com a eletricidade, o hidrogênio, que oferece bons resultados em veículos comerciais, contribuirá para alcançar a neutralidade em carbono.

Para ele, o híbrido a etanol chega muito próximo do carro 100% elétrico. “Mas não podemos considerá-lo carbono zero”, afirma. Mesmo assim, destaca o executivo, o híbrido a etanol é a opção do Brasil, que ainda não está preparado para a produzir modelos 100% elétricos.

O executivo diz que não há chances, por exemplo, de o Brasil se inserir em planos como o que foi definido pela Honda para os Estados Unidos e também no Japão, de chegar a 2040 com 100% das vendas de carros puramente elétricos. Daí, destaca, a necessidade de fortalecer o parque nacional de autopeças para motores a combustão.

Ichinose se vê diante de um desafio. “Historicamente o Brasil não consegue competir com outras regiões em razão dos baixos volumes de produção. Mas para nacionalizar componentes que são peças-chave precisamos ter um certo volume de produção”. Segundo ele, “não é tão simples” ser otimista em relação ao mercado brasileiro.

“Costumo dizer às pessoas na companhia: não podemos ser otimistas, mas temos que atingir um certo nível de produção que seja sustentável.”

A experiência global lhe permite ser incisivo quando o assunto é analisar a incapacidade brasileira de alcançar os produtores de veículos mais competitivos. Foi, aliás, a vontade de ter a vivência internacional que o levou até a Honda, seu primeiro emprego e onde ele trabalha desde 1991. Mas não só isso.

O primeiro impulso para buscar um emprego na montadora veio, atribui ele, a uma peculiaridade dos jovens de sua geração: a atração pela marca dos motores dos carros pilotados por Ayrton Senna e com os quais o piloto brasileiro ganhou títulos na Fórmula 1. Mas, para o engenheiro nascido em Tóquio, entrar na Honda significava, também, um caminho para trabalhar fora do Japão.

E foi assim que do início da carreira, na área de produção de automóveis, ele passou para planejamento e vendas, conhecimentos que o conduziram a filiais da companhia no Canadá, Estados Unidos e China.

É da China que o executivo tira inspiração para falar sobre competitividade. “Quando comecei a trabalhar na China, na nossa joint venture com a Dongfeng, em 2011, a maioria das pessoas da minha equipe, na área de vendas, não tinha carro. Eles usavam transporte coletivo. Depois de dois ou três anos, eles começaram a comprar carros usados. Quando deixei o país, em 2017, a maioria já começava a comprar carros novos”, conta o executivo.

Segundo ele, aquele foi o período em que a produção na China cresceu rapidamente porque surgiram oportunidades para a classe média adquirir um automóvel. “Esse crescimento de vendas foi claramente sustentado pela classe média. Eu gostaria de ver isso no Brasil”, completa.

Por aqui, Ichinose testemunhou um fenômeno semelhante nas vendas de motos, segmento do qual a Honda é dona de 73% do mercado. O executivo comanda ambas as operações. Mas, segundo ele, o crescimento de uma não serve para compensar a que cresce menos. Na Argentina, por exemplo, a montadora fechou a fábrica de automóveis há quatro anos, mas continua produzindo motos.

Ichinose lembra que no Brasil são vendidos cinco carros usados para cada zero-quilômetro. Nos Estados Unidos, a relação é de três para um enquanto no Japão, um caso excepcional, é de um usado para cada novo. “Eu quero acreditar no crescimento das vendas de veículos nesse mercado. Quanto? Eu não sei responder.”

Não seriam os altos preços dos carros que afastam o consumidor brasileiro? Ichinose reconhece que nos últimos três a quatro anos todos os fabricantes elevaram os preços, incluindo a Honda.

Lula fez a sua parte. No encontro com o novo presidente da Honda, questionou se a montadora japonesa não poderia produzir carros de faixas de preços mais acessíveis.

O executivo ouviu o presidente. Mas não quer ficar com todo o ônus dessa situação: “Não conheço o sistema de tributação do país. Mas se fizermos um comparativo com outros mercados o Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo.”

CNN Brasil - SP   04/06/2024

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Lima Leite, colocou o Brasil em posição de destaque na transição energética.

“O Brasil está em uma rota extremamente de vanguarda quando falamos em processo de descarbonização”, afirmou, nesta segunda-feira (3), em painel no CNN Talks.

O presidente da Anfavea participou do painel “Do fóssil ao renovável: desafios e oportunidades dos biocombustíveis ”.

A fala de Lima Leite se complementou à de Vander Costa, presidente do Sistema Transporte, que falou sobre a “necessidade” de mudança na matriz energética.

“Existem caminhões sendo produzidos no Brasil que podem rodar 100% por biodiesel”, afirmou.

Também no painel, o presidente do Conselho de Administração da Copersucar , Luis Roberto Pogetti, colocou o etanol como “pronto” para a transição energética no Brasil.

“O carro a etanol gera emprego e renda. Nesse contexto, enxergo o etanol com capacidade pronta e imediata de resposta à sociedade”, declarou.

Já o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rodolfo Saboia, frisou que a transição energética não pode “desorganizar” o setor.

“A entrada de um combustível em substituição a outro tem que se dar de forma ordenada”, destacou

“É necessário que o aspecto social seja levado em conta”, acrescentou, alertando para o risco de elevações nos preços caso isso não seja seguido.
O evento

“CNN Talks – Próximos Passos para a Transição e Transformação Energética no Brasil” reuniu autoridades governamentais, empresários e especialistas em debate.

Como protagonista no cenário da transição energética, o Brasil está em posição relevante na geopolítica global em prol da energia mais rentável e sustentável.

No entanto, há muito a ser discutido em relação a estratégias, desafios e oportunidades, como nossos pontos positivos, investimentos, esforços e a competitividade no setor.

Sob mediação e condução dos jornalistas Márcio Gomes e Fernando Nakagawa, o encontro contou com uma plateia convidada de empresários e players do segmento, em São Paulo.

O Estado de S.Paulo - SP   04/06/2024

Sentada ao volante de seu Tesla Model Y cinza, Stephanie Doba, moradora do bairro Brooklyn, em Nova York, usa seu celular para digitar a marca, o modelo e o número da placa de um Toyota Camry no formulário online da cidade de Nova Iorque para denunciar estacionamento ilegal. Solicitada a descrever o problema, ela responde: “Carro a gasolina estacionando em um posto de carregamento de veículos elétricos”.

Stephanie calcula que já fez pelo menos 10 denúncias desse tipo desde que a cidade de Nova York instalou carregadores de veículos elétricos na calçada perto de sua casa em Park Slope, há três anos. Como uma espécie de guardiã autoproclamada, ela caminha alguns dias até a rua arborizada onde as tomadas públicas estão instaladas apenas para verificar se esses locais estão sendo bloqueados por veículos de combustão interna. Ela nunca fica por perto para ver se suas reclamações resultam em multas, mas acredita que um número suficiente de relatos poderia convencer a cidade a aumentar a fiscalização.

A frustração de Stephanie é familiar para muitos dos motoristas de veículos elétricos da cidade de Nova York. A cidade anunciou planos para instalar 40 mil tomadas de nível 2, que podem fornecer a um veículo elétrico carga completa em cerca de quatro a oito horas, e 6 mil carregadores rápidos até 2030.

Mas, atualmente, há cerca de 2,2 mil tomadas públicas em toda a cidade, 10% delas são carregadores rápidos, de acordo com o Departamento de Energia dos EUA (DOE). A distribuição desigual significa que até mesmo problemas pouco frequentes com equipamentos danificados ou pontos bloqueados podem ter um impacto enorme.

Quando a cidade analisou os dados de uso de 100 carregadores de nível 2, constatou uma taxa de utilização média de 72% até o momento neste ano. Também constatou que, nos últimos 18 meses, os carros a gasolina bloquearam os carregadores em 20% das vezes.

“As pessoas precisam saber que estão prejudicando pessoas reais quando bloqueiam um carregador”, diz Stephanie Doba. “É como se você estacionasse seu carro em frente a uma bomba de gasolina e fosse embora.”

A cidade de Nova York pretende reduzir as emissões de veículos como parte de sua meta de Net Zero, ou seja, as metas de diminuição de emissão de gases do efeito estufa, até 2050, quando a cidade também quer que os carros elétricos representem 20% dos novos registros de veículos. Para chegar lá, será necessária uma rede de recarga robusta e confiável: enquanto 80% dos motoristas de veículos elétricos dos EUA carregam em casa, de acordo com o DOE, cerca de metade dos motoristas da cidade depende de estacionamento na rua.

Em 2021, o Departamento de Transportes da cidade fez uma parceria com a empresa de serviços públicos Consolidated Edison Inc. e a empresa canadense de carregamento de veículos elétricos, FLO Inc. em um programa piloto para instalar 100 carregadores de nível 2 nas calçadas dos cinco distritos. Desde então, centenas de outros carregadores públicos foram instalados por empresas privadas, incluindo a Tesla Inc. e a EVgo Inc. Ainda assim, o processo tem sido lento: as limitações da rede, os requisitos de contribuição da comunidade e os usos municipais concorrentes do espaço na calçada influenciam o número de carregadores que podem ser instalados e onde.

“Cidades como Nova York vêm construindo sua infraestrutura há 100 anos ou mais, portanto nem todos os lugares são adequados para o carregamento”, diz Travis Allan, diretor jurídico e de assuntos públicos da FLO.

Para instalar seus carregadores na calçada, a FLO teve de evitar interferir em ciclovias, docas de carga e hidrantes. Os funcionários da empresa também conversaram com moradores e membros do Conselho Municipal sobre os melhores locais. Allan diz que a empresa recebeu muitos comentários negativos de nova-iorquinos que acham que não há estações de recarga suficientes, mas ele se orgulha do tempo de atividade de 99,9% dos carregadores que a FLO instalou na cidade até agora.

Sara Rafalson, vice-presidente executiva de política e assuntos externos da EVgo, também cita as restrições de capacidade como um desafio recorrente em Nova York. Mas ela está otimista quanto ao potencial dos incentivos do governo local, apontando para um recente aumento de US$ 539 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões) no orçamento de veículos elétricos da Comissão de Serviços Públicos do Estado de Nova York, que agora é de US$ 1,24 bilhão (cerca de R$ 6,4 bilhões). Parte desse dinheiro será destinada à redução dos preços da eletricidade para as operadoras de estações de recarga. No ano passado, a Comissão também anunciou planos de investir US$ 372 milhões (cerca de R$ 1,9 bilhão) na instalação de estações em comunidades carentes.

“O verdadeiro desafio em Nova York é fazer as coisas acontecerem”, diz Sara. “Mas acho que, de modo geral, o mercado de Nova York é muito atraente e eu diria que a atividade política realmente ajudou a torná-lo mais atraente.”

À medida que mais carregadores forem chegando a mais bairros, será mais fácil encontrar uma tomada disponível na cidade de Nova York e em seus arredores. O departamento de transportes (DOT) da cidade afirma que o aumento da utilização já está reduzindo a frequência com que os carregadores são bloqueados por carros movidos a gasolina. O DOT também está trabalhando com a polícia para instruir os policiais e aumentar a fiscalização nas tomadas públicas.

Enquanto isso, a moradora Stephanie Doba não é a única a encontrar soluções criativas. Do outro lado do rio Hudson, na cidade de Jersey City, no Estado de Nova Jersey, Sal Cameli comprou seu primeiro veículo elétrico em 2012. Hoje ele tem dois Nissan Leafs, que raramente dirige, e um Tesla Model Y. Mas Cameli não tem uma garagem ou entrada de garagem para carregar. Em vez disso, ele contratou um eletricista há seis anos para criar um cabo de 19 pés (cerca de 5,8 metros) que se conecta a uma tomada de uma secadora em sua cozinha. O cabo passa por uma janela e vai até a rua, onde é preso a uma placa de sinalização para evitar que alguém tropece.

“Naquela época, não havia nenhum carregador no bairro”, diz Cameli. “Havia no centro de Jersey City, mas ficava a 3,5 quilômetros de distância. Não vou plugar (o carro) lá e depois voltar para casa a pé. Eu poderia pegar um táxi, mas isso seria ridículo, sabe?”

Nas noites em que Cameli precisa usar o carregador, seu maior desafio é conseguir um estacionamento próximo o suficiente para que o cabo chegue até ele. É aí que entram os Nissans - Cameli os chama de “cones de trânsito”. Um Leaf fica em uma vaga perto da placa de sinalização durante o dia, enquanto Cameli leva seu Tesla para visitar clientes de sua empresa autônoma de TI. O outro Leaf fica estacionado atrás do primeiro. Quando Cameli chega em casa, ele move o carro substituto, estaciona o Tesla em sua vaga e estaciona o segundo Leaf em um ângulo para proteger o plugue do carregador saliente de uma batida lateral.

Cameli diz que uma carga completa lhe custa US$ 13,65, (cerca de R$ 71,40) ou US$ 15 (cerca de R$ 78,46) no verão, quando os preços da eletricidade são mais altos. Isso se compara a US$ 18 (cerca de R$ 94,16) na estação de carregamento instalada perto de seu apartamento há alguns anos. Ele carrega o Tesla a cada quatro dias e dirige cerca de 2.010 quilômetros por ano; os Leafs são carregados a cada seis semanas. Cameli calcula seus custos anuais de recarga em pouco menos de US$ 500 (cerca de R$ 2,6 mil).

“Respeito a inovação”, diz Roy Rada, gerente de projetos de inovação de mobilidade eletrônica da ConEd, que já ouviu falar de configurações de recarga ‘customizada’ semelhantes na cidade. “Os nova-iorquinos conseguirão fazer isso de um jeito ou de outro”, diz ele. “Mas queremos oferecer a eles uma opção muito mais segura que possam usar.”

Rada recomenda que os residentes consultem os especialistas da concessionária para determinar se o carregamento em seu apartamento é seguro. Se não for, os proprietários de veículos elétricos podem apresentar um caso ao gerente da propriedade, que pode obter um desconto na instalação de carregadores fora do prédio por meio do programa Power Ready da ConEd.

À medida que mais motoristas urbanos adotarem os elétricos, áreas densamente povoadas, como a cidade Nova York, terão de implementar suas próprias soluções inteligentes. Muitos entusiastas da eletricidade, incluindo Doba e Cameli, sonham com um futuro com uma infraestrutura mais criativa, como carregadores em postes de iluminação ou calçadas com carregamento sem fio embutido no pavimento.

“Imagine que toda a Broadway - desde a ponta de Manhattan até o parque - tenha todas as vagas de estacionamento com carregamento sem fio”, diz Cameli. “Isso não seria incrível?”

Outros estão sonhando com maneiras de conectar motoristas de veículos elétricos que precisam de plugues com pessoas que os têm. Em 2019, James Francois, morador do bairro Queens, fundou uma startup que ele está chamando de Alternative Energy Resource. Com o objetivo de lançar a versão beta em setembro, François prevê um aplicativo apoiado pela comunidade que conecta nova-iorquinos dispostos a alugar seus espaços de recarga doméstica a motoristas que, de outra forma, teriam de depender de tomadas públicas, especialmente motoristas de caronas compartilhadas.

“As pessoas estão interessadas”, diz Francois. “Desde a pandemia de Covid, as pessoas estão se movendo em direção a um consumo mais colaborativo e querem ajudar seus vizinhos.”

François também vê sua ideia de negócio como uma forma de ação para as pessoas combaterem as mudanças climáticas. Essa é uma motivação compartilhada por muitos dos primeiros usuários de veículos elétricos, incluindo Doba.

“As preocupações com o clima são muito importantes para mim, e ajudar na transição dos veículos elétricos é realmente parte dessa defesa e ativismo”, diz ela. “Mesmo que seja apenas em uma escala local muito, muito pequena, de conseguir alguma fiscalização para manter minha estação de carregamento de EV local acessível.”

Infomoney - SP   04/06/2024

Os funcionários das fábricas da Volkswagen do Brasil em Anchieta, Taubaté e São Carlos, no interior de São Paulo, retomaram a produção nesta segunda-feira (3).

Segundo a assessoria de imprensa da empresa, as unidades estavam em férias coletivas desde 20 maio em função de alguns fornecedores de peças do Rio Grande do Sul terem ficado impossibilitados de produzir por causa das fortes chuvas no estado.

De acordo com informações da empresa, a fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, continuou produzindo normalmente nesse período. “A Volkswagen do Brasil se solidariza com o povo sul-rio-grandense e reforça sua convicção de que a reconstrução desse estado será realizada com a mesma grandeza dos gaúchos”, diz a empresa por meio de nota.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região foi procurado, mas não respondeu à solicitação.

Infomoney - SP   04/06/2024

Os reguladores de segurança automotiva dos Estados Unidos informaram nesta segunda-feira (3) que abriram uma investigação sobre cerca de 75.000 veículos da Nissan devido a relatos de acionamentos involuntários de airbags laterais.

A investigação da Administração Nacional de Segurança no Trânsito nas Estradas (NHTSA, na sigla em inglês) abrange os modelos de 2015 do veículo Rogue Select, após relatos que alegam acionamentos inadvertidos depois que a porta é fechada ou batida.
A NHTSA disse que os acionamentos podem causar ferimentos nos passageiros ou resultar na perda da proteção do airbag. A Nissan não se pronunciou imediatamente.

Na semana passada, a Nissan e a NHTSA disseram aos proprietários de cerca de 84.000 veículos nos EUA equipados com airbags da Takata, que foram alvo de recall e não foram consertados, que parassem imediatamente de dirigir os veículos devido a um risco à segurança.

A Nissan emitiu um aviso na quarta-feira (29) informando aos proprietários de veículos para não dirigirem determinados veículos — o Nissan Sentra 2002-2006, o Nissan Pathfinder 2002-2004 e o Infiniti QX4 2002-2003 — que foram alvo de recall em 2020, mas não foram consertados.

Mais de 30 mortes em todo o mundo — incluindo 27 nos EUA — e mais de 400 feridos foram registrados desde 2009 em veículos vendidos por várias montadoras devido aos infladores de air bag da Takata que podem explodir, liberando estilhaços de metal dentro de carros e caminhões.

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Dinheiro - SP   04/06/2024

Quem deseja comprar um imóvel terá que se preparar para uma alta acima da inflação dos preços em 2024. De acordo com o Índice FipeZAP, os preços residenciais subiram, em média, 0,74% no mês de maio nas 50 principais cidades brasileiras.

A média de preço do m2 nas 50 cidades pesquisadas foi de R$ 8.967. A cidade de Balneário Camboriú (SC) tem o m2 mais caro do Brasil, custando R$ 13.145. Na segunda colocação vem a cidade de Itapema, também em Santa Catarina, com R$ 12.841.

Curitiba (+1,88%); Goiânia (+1,47%); Maceió (+1,27%); Salvador (+1,18%); Florianópolis (+1,05%) e Belo Horizonte (+0,98%) registraram as maiores altas no mês.
Confira a lista com as 10 cidades mais caras do índice:

Balneário Camboriú (SC) – R$ 13.145
Itapema (SC) – R$ 12.841
Vitória (ES) – R$ 11.312
Florianópolis (SC) – R$ 11.261
Itajaí (SC) – R$ 11.107
São Paulo (SP) – R$ 10.936
Barueri (SP) – R$ 10.247
Rio de Janeiro (RJ) – R$ 10.077
Curitiba (PR) – R$ 9.845
Brasília (DF) – R$ 9.180
Alta de 6,07% em 12 meses

O resultado representou uma nova aceleração dos preços em relação aos resultados do índice nos meses de março/2024 (+0,64%) e abril/2024 (+0,66%). No final de maio o índice registrou uma valorização de 2,93% em 2024, resultado que se manteve acima da variação acumulada dos preços da economia, segundo o IGP-M/FGV (+0,28%), assim como a inflação ao consumidor de 2,25%, considerando os resultados do IPCA no ano até abril e o IPCA-15 de maio.

Incorporando os últimos resultados mensais, o FipeZAP registrou uma valorização acumulada de 6,07% em 12 meses, superando a variação do IGP-M/FGV (-0,34%), bem como prévia da inflação ao consumidor, dada de forma provisória pelo comportamento do IPCA e do IPCA-15, que foi de +3,91%.

Levando em conta o tamanho dos imóveis, os de um dormitório foram os que tiveram a maior alta no período (0,89%), na sequência vieram os de três dormitórios (0,85%), os de dois dormitórios (0,68%) e os de três ou mais dormitórios (0,41%).
Confira a tabela com as 50 cidades com o m2 mais caro do Brasil

FERROVIÁRIO

Valor - SP   04/06/2024

Entre os entraves estão riscos de engenharia, limitações fiscais para a oferta de garantias das PPPs e futuros leilões do setor

Rafael Benini: “As pessoas estão fazendo visita técnica, acessando o ‘data room’” — Foto: Ana Paula Paiva/Valor

O pacote de concessões de metrôs e trens urbanos em São Paulo é visto com interesse pelo mercado, porém, a percepção é que o desafio para tirar os projetos do papel é grande, segundo analistas ouvidos pelo Valor. Entre os entraves para a atração dos investidores estão riscos de engenharia elevados, limitações fiscais para a oferta de garantias das PPPs (Parcerias Público-Privadas), além da concorrência com outros leilões de infraestrutura previstos para os próximos anos.

O governo paulista já licitou uma primeira PPP do pacote em fevereiro deste ano, o Trem Intercidades (TIC) entre a capital e Campinas. O leilão atraiu apenas um interessado - o consórcio formado pela Comporte e pela chinesa CRRC. O contrato foi assinado na última terça-feira (29).

No pacote do governo, há ao menos outros 13 projetos em estudo, com potencial de investimento de R$ 130 bilhões. A iniciativa mais madura é a PPP das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, que deverá ter edital lançado em setembro e leilão realizado no quarto trimestre. A projeção é de R$ 10 bilhões de investimentos.

Outras três PPPs poderão sair em 2025, segundo o cronograma do governo. Uma delas é do TIC Oeste, uma nova linha de 100 km que deverá conectar a capital a Sorocaba em 60 minutos. O investimento projetado é de R$ 10 bilhões. O segundo projeto programado é um lote com as Linhas 10-Turquesa, já existente, e 14-Ônix, a ser construída. O investimento é estimado em R$ 18 bilhões.

Há ainda a PPP para construir as Linhas 19-Celeste e 20-Rosa do Metrô. Os estudos ainda avaliam a viabilidade da megaobra, que deverá demandar R$ 45 bilhões. Para isso, o governo avalia formar um lote com linhas já existentes - estão em estudo a 1-Azul, a 2-Verde, a 3-Vermelha e a 15-Prata.

Para analistas, há expectativa de que novos investidores surjam, porém, o mercado é desafiador. “Mobilidade sobre trilhos é um setor complexo, especialmente quando há novas linhas. Os contratos têm investimento alto, além de riscos geológicos, de desapropriação, de interferência em outras estruturas”, diz Bruno Aurélio, sócio do Demarest.

Como os contratos de mobilidade são em geral PPPs, ou seja, concessões que demandam aporte público, a questão fiscal e da estruturação de garantias do pagamento também demandam atenção, aponta Guilherme Quintella, presidente da EDLP (Estação da Luz Participações), que em 2012 fez estudos para diversos projetos de trens intercidades ao governo paulista. “É preciso haver segurança fiscal. Isso é o maior desafio, os projetos vão depender desse caixa para avançar ou não.”

Além disso, trata-se de um pacote de longo prazo, o que traz um risco de continuidade, observa David Wong, diretor da A&M (Alvarez & Marsal). “As ideias e cronogramas fazem sentido. A questão é atrair investidores e garantir que as mudanças de governo não vão causar efeito negativo, como é comum em projetos de infraestrutura”, diz. Para ele, outra dificuldade para viabilizar os empreendimentos é garantir integração multimodal com outras estruturas de mobilidade necessárias à viabilidade das rotas.

Hoje uma preocupação do governo e do mercado é ampliar a gama de investidores no setor, que é menos desenvolvido do que outros segmentos, como rodovias. “Há poucos grupos especializados na operação das linhas, com experiência para garantir que o plano de negócios será entregue”, avalia José Virgílio Lopes Enei, que coordena a área de infraestrutura do escritório Machado Meyer.

Porém, a percepção de todos os analistas é que, apesar dos diversos desafios, há hoje uma série de novos interessados estudando o setor, em grande medida, por conta do pacote do governo paulista. “Um projeto isolado tem dificuldade de atrair novos entrantes, porque para participar de um leilão o investidor mobiliza dezenas de milhões de reais. Mas se há um programa, isso já traz um outro estímulo para o investidor, porque se ele perde uma licitação, tem outras oportunidades, ele não joga fora o aprendizado”, diz Enei.

Hoje, além dos grupos que já operam no setor - principalmente CCR, Acciona e o consórcio da Comporte e CRRC -, analistas afirmam que poderão entrar no mercado grupos estrangeiros, fundos de investimento e até mesmo operadores de rodovias que já atuam no Brasil.

Rafael Benini, secretário de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo, afirma que o governo tem visto interesse do mercado pelos projetos. “As pessoas estão fazendo visita técnica, acessando o ‘data room’ para ver informações”, afirmou.

Segundo ele, uma mudança relevante deverá ampliar a concorrência: um incentivo tributário à subcontratação. Dessa forma, o grupo vencedor do leilão poderá subcontratar, por exemplo, uma outra empresa para operar a linha, o empreiteiro da obra e o fornecedor de material rodante. Hoje, essa subcontratação é possível, mas sofre com bitributação, algo que o governo deverá compensar no curto prazo. “Com a reforma tributária, isso vai se resolver no futuro. Agora, vamos reembolsar o cara pela bitributação até 2028”, explica.

Na avaliação de Renato Kloss, sócio do VAK Advogados, o incentivo à diversificação do perfil de interessados é importante para ampliar a concorrência. “É preciso trabalhar o perfil do licitante, que não precisa ser operador. Quem vencer contrata depois. Se mudar isso, abre oportunidade para outros interessados, como fundos de investimentos”, diz.

Revista Ferroviaria - RJ   04/06/2024

O anúncio do Governo do Estado de São Paulo sobre a possibilidade de construir uma linha de trem entre São José dos Campos e SP não é a primeira discussão sobre um projeto para ligar o interior à capital paulista.

No dia 23 de maio, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que o projeto Trem Intercidades (TIC) Eixo Leste, entre São José e SP, foi incluído no Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP).

A previsão é que o percurso entre a maior cidade do Vale do Paraíba e a capital paulista dure cerca de 1h15. O investimento será de R$ 6 bilhões.

O trajeto, que deverá ter entre 80 e 130 quilômetros no total, vai ser feito a partir de uma linha da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) – leia mais detalhes abaixo.

Caso saia do papel, esse projetou colocará fim a uma discussão que se arrasta a décadas, mas que ainda não conseguiu pôr em prática uma linha de frente entre a capital e o interior. Veja abaixo o histórico de discussões de projetos como esse:
‘Trem-bala’

O primeiro projeto começou em 2007, quando o governo federal anunciou a intenção de implantar um Trem de Alta Velocidade (TAV), que ligaria Campinas (SP) e Rio de Janeiro (RJ), em um projeto estimado em R$ 16 bilhões.

O projeto previa que a primeira estação seria no centro de Campinas e a última em Leopoldina, no Rio de Janeiro. O trem-bala faria paradas nos aeroportos de Viracopos (Campinas), Guarulhos (SP) e Galeão (RJ), além das estações no Campo de Marte (SP) em São José dos Campos (SP) e em Volta Redonda (RJ). Haveria ainda estações alternativas em Jundiaí (SP) e Aparecida (SP).

Responsável pelo plano, a Agência de Desenvolvimento do Trem Rápido entre Municípios tinha como objetivo construir aproximadamente 500 quilômetros em uma obra de oito anos.

Em junho de 2009, a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, chegou a afirmar que o TAV ficaria pronto para a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil.

Pouco mais de um ano depois, em julho de 2010, o governo federal publicou o edital para o ‘trem-bala’. Até aquele momento, já haviam sido investidos US$ 10 milhões na realização de estudos e projetos que possibilitaram a elaboração do edital.

No mesmo dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que era “plenamente possível” o Brasil inaugurar o trem-bala até 2016, ano em que o país foi sede dos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro.

Em 2012, o governo federal descartou oficialmente a entrega das obras para a Olimpíada e passou a prever para 2020.

Já em 2013, durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), quando o trem-bala ainda seguia em pauta, uma verba de R$ 267 milhões foi incluída no orçamento de 2014 para tentar tirar a ideia do papel – o leilão chegou a ser marcado, mas foi adiado três vezes.
Trem intercidades

Enquanto o trem-bala seguia sendo discutido pelo governo federal, a ideia de um Trem Intercidades surgiu também na esfera estadual, em São Paulo.

A proposta começou a ganhar destaque em 2013, quando foi anunciado para 2014 o prazo para publicação do edital que previa uma Parceria Pública Privada (PPP). A ideia era ligar tanto o interior quanto à Baixada Santista à capital.

Na época, o plano tinha como objetivo utilizar a área férrea já existente no eixo norte-sul, interligando Americana (SP) até Santos (SP), e no eixo leste-oeste, entre Sorocaba (SP) e Taubaté (SP).

A primeira etapa de obras com 430 quilômetros de extensão teria início por Campinas e passaria ainda por diversas cidades, como por exemplo Jundiaí.

Quatro anos depois, o então candidato ao governo de São Paulo, João Doria, garantiu que iria, se eleito, tocar o projeto do antecessor, sem uso de dinheiro público na implantação.

Em 2019, o então ministro da Infraestrutura e atual governador de SP, Tarcísio de Freitas, disse em audiência na Comissão de Transportes da Câmara dos Deputados que o governo federal pretendia atrelar a implantação do trem intercidades à renovação da concessão das linhas férreas, sob responsabilidade das empresas de carga.

Até o momento, porém, nada saiu do papel.
Novo projeto em São José

Com o novo plano de ligar São José dos Campos e São Paulo por trilhos, oficialmente integrado no PPI, o governo estadual vai dar início aos estudos que vão definir os detalhes do projeto. Apesar disso, algumas informações já estão sendo discutidas. Veja os principais planos até agora:

Qual será o trajeto?

A ideia é aproveitar uma linha da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Até o momento, as principais opções são:
a linha 11 Coral, que liga a Estação da Luz até Mogi das Cruzes a linha 12 Safira, que vai do Brás até Poá. a linha 13 Jade, que permitiria uma conexão com o Aeroporto de Guarulhos

“As alternativas de traçado que a gente tem são todas considerando extensões das linhas 11, 12 e 13. A maior viabilidade é a extensão da 13, para chegar em São José dos Campos. Seria a concessão da 13 e uma outra concessão para o Trem Intercidades (TIC) de São José para São Paulo, engatando na 13. Já teria essa conexão”, disse o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante o anúncio.

Quando a operação será iniciada?

Ainda não há uma previsão para início da operação. A única previsão em relação a datas da linha de trem entre São José e São Paulo é para apresentação do projeto para a iniciativa privada, o que está previsto para acontecer em 2027.

“A gente deve fechar a contratação do BID, que estudou o trem intercidades Campinas-São Paulo, para estudar também o Santos-São Paulo e São José dos Campos-São Paulo. A perspectiva é que a gente feche o contrato para estudos entre junho e julho. Depois a gente tem um período de análise de pré-viabilidade. Depois o estudo propriamente dito, de maneira que eles devem ficar prontos em 2026, para que a gente possa levar a mercado em 2027”, explicou Tarcísio.

Qual deve ser o valor da tarifa?

Também não há definição em relação ao valor da tarifa.

Outro projeto de Trem Intercidades em andamento no estado – o do Eixo Norte, para Campinas, tem como previsão para preço máximo da passagem o valor de R$ 64, conforme o edital.

Considerando que a distância de São José dos Campos para São Paulo (cerca de 92 quilômetros) é próxima da distância entre Campinas e SP (cerca de 98 quilômetros), é possível imaginar que o valor da tarifa também seja parecido.

De acordo com o Governo de SP, todos os detalhes, como o trajeto final e a integração com linhas de transporte sobre trilhos, serão definidos por estudos de viabilidade.

“Com a qualificação no PPI-SP, o Governo de São Paulo dará início ao processo de contratação e elaboração dos estudos para avaliar a viabilidade do projeto, além de serem levantados modelos de negócio para a estruturação da iniciativa”, explica o governo.

Rodoviário

Investing - SP   04/06/2024

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou nesta 2ª feira (3.jun.2024) que serão necessários pelo menos R$ 3 bilhões para reparar as pontes e rodovias destruídas pelas fortes chuvas que atingem o Estado desde o mês de maio.

Leite não descarta, contudo, a possibilidade de o Estado destinar até R$ 10 bilhões para adaptar estradas e pontes às mudanças climáticas em curso. Segundo ele, requalificar a infraestrutura, tornando-a mais resistente, é uma forma de tentar evitar que volte a ser destruída por chuvas fortes e deslizamentos de terra.

“Analisando as rodovias estaduais atingidas pelos eventos climáticos, temos 2 cenários. Se trabalharmos somente com a correção dos trechos, para liberá-los, estimamos em cerca de R$ 3 bilhões o investimento necessário para os deixarmos nas condições anteriores, com algum grau de melhoria”, disse.

De acordo com o governador, “se projetarmos a reconstrução de forma resiliente, com a adaptação para mudanças climáticas, fazendo as intervenções necessárias e reforçando a estrutura para evitar novas intercorrências, podemos chegar a R$ 10 bilhões em intervenções”.

Além disso, o tucano afirmou que buscarão todo o investimento possível, entretanto, a única certeza é a mobilização dos R$ 3 bilhões, garantidos no plano de reconstrução do Estado.

Durante o anúncio, Leite e o secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, afirmaram que ainda há, no Estado, 95 pontos bloqueados ao tráfego de veículos, dos quais 65 são de responsabilidade estadual, e 30 federais.

Dos trechos bloqueados, ao menos 40 sofreram o que o governo gaúcho classifica como “grandes impactos”, e a reparação de 30 delas são consideradas “prioritárias”.

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“Estamos falando de pontes ou trechos de rodovias rompidos, onde é preciso restabelecer a passagem. Para isso, estamos dando soluções com editais que estão sendo publicados hoje”, informou Leite.

Segundo ele, serão publicados 6 editais para contratação de reparos em pontes de rodovias estaduais do Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem), e que mais 2 editais serão publicados “nos próximos dias”.

As pontes destruídas

As 8 pontes ficam nas rodovias estaduais ERS-441, em Vista Alegre do Prata; 417 (Itati); 530 (Dilermando); 433 (Relvado) e nos quilômetros 32 e 35 da ERS-348, em Faxinal do Soturno, além da rodovia vicinal VRS-843 (Feliz) na RSC-471 (Sinimbu).

Além destas, a EGR (Empresa Gaúcha de Rodovias) e a Engedal Construtora de Obras Ltda. assinam nesta 2ª feira (3.jun) o contrato para a construção da nova ponte sobre o rio Forqueta, entre Arroio do Meio e Lajeado, no Vale do Taquari.

A estrutura anterior, de cerca de 150 metros, foi danificada pelas chuvas intensas, forçando o Exército a instalar passarelas flutuantes (ou passadeiras) para permitir acesso aos municípios. Só a ponte do Forqueta está orçada em cerca de R$ 14 milhões.

“Sabemos que há muitos trechos comprometidos que vão ensejar liberação de recursos para, via contratos existentes de conserva, fazer a recomposição geral dessas pistas. É isso que chega até R$ 3 bilhões e que estamos projetando que o Estado vai promover de investimentos para recomposição dos trechos emergenciais”, disse o governador.

“É importante mencionar que todas essas obras contemplam os estudos do IPH/UFRGS (Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul), com o qual nos reunimos na semana passada e que nos apontaram seus estudos, suas projeções de mudanças climáticas. Tudo isso está constando desses editais. Ou seja, as empresas contratadas deverão contemplar esses estudos sobre o comportamento climático para que não tenhamos, depois, outros problemas com essas pontes em função de novos eventos climáticos”, afirmou Leite.

PETROLÍFERO

Valor - SP   04/06/2024

A solução precisa ser equilibrada, tendo a ameaça climática mortífera como norte

O governo deve arrecadar R$ 90,3 bilhões neste ano com royalties e participações especiais de petróleo, graças ao aumento da produção e do preço da commodity, 20,4% mais do que os R$ 75 bilhões obtidos em 2023, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O valor equivale a três vezes a arrecadação esperada neste ano com a reoneração gradual de PIS e Cofins dos combustíveis. Os números expressivos intensificam o desejo pela exploração de novas áreas, como a Margem Equatorial, em meio ao debate a respeito da transição energética e aumento dos desastres climáticos.

Os comandos da Petrobras e do Ministério de Minas e Energia e boa parte de deputados e senadores se alinham desde já pela exploração, inclusive o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues. O presidente Lula pende para a exploração, seguindo sua trajetória ambígua em relação ao combate às mudanças climáticas. Para plateias externas, esse objetivo tem prioridade, mas essa primazia se dilui no plano doméstico. No passado, Lula apoiou a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, contra Marina Silva, hoje de volta ao Ministério do Meio Ambiente, para executar a construção das grandes hidrelétricas na Amazônia.

As receitas do petróleo passaram a ter papel de destaque tanto para amparar as contas públicas como para impulsionar a balança comercial - perdem apenas para a exportação de soja e já ultrapassaram a de minério de ferro. A União fica com a maior parte dos recursos, mas não com tudo - esses volumosos recursos irrigam também os cofres de vários Estados e municípios. Pela legislação, 40% dos royalties são da União, que entrega parcela para a Marinha e para o Ministério de Ciência e Tecnologia. Outros 22,5% são dos Estados produtores e 30%, dos municípios produtores. Os 7,5% restantes são divididos entre os demais Estados e municípios. Já as participações especiais são compensações financeiras extraordinárias pagas por petroleiras pela exploração de campos de petróleo e gás natural com grandes volumes de produção para a União.

Os dados da ANP indicam que a receita com royalties e participações especiais seguirá crescendo nos próximos anos. As projeções apontam um total arrecadado pela União, Estados e municípios com essas participações governamentais de R$ 404,1 bilhões entre 2024 e 2027, 12% acima dos R$ 360,9 bilhões obtidos entre 2019 e 2023. Nos anos recentes, houve um pico de arrecadação em 2022 devido ao aumento do preço do petróleo no mercado internacional, em consequência da invasão da Ucrânia pela Rússia. No ano passado, os preços recuaram, mas o aumento da produção compensou o resultado final.

A Petrobras é uma máquina de bombear dinheiro para o caixa da União, como ficou claro no recente debate a respeito do pagamento de dividendos. Entre 2019 e 2023, a Petrobras transferiu R$ 871,5 bilhões para a União. Desse total, 44%, ou R$ 386 bilhões, foram provenientes de royalties e participações. Outros R$ 370 bilhões foram pagos em tributos variados, e houve R$ 115 bilhões de dividendos.

Especialistas em contas públicas dizem que a receita de royalties e participações especiais é uma das que proporcionam mais flexibilidade de gasto ao governo. Uma parcela de 22% dos royalties deve ir para o Fundo Social, canalizado para Saúde e Educação, entre outros destinos. Entretanto, a destinação de recursos advindos da exploração para adaptação e mitigação climática, assim como transição energética, tem sido pífia até agora (Claudio Angelo, Valor, 24 de maio).

Outra fonte de receita proporcionada pelo petróleo para a União vem dos leilões de exploração. Nas concessões, as empresas que arrematam os blocos para explorar pagam bônus de assinatura, valor baseado na estimativa de geração de recursos. No regime de partilha, adotado para parte do pré-sal, os vencedores de áreas destinam parcela da produção, denominada óleo-lucro, para a União, por meio da estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA), que, posteriormente, é vendida em leilões no mercado. Da receita obtida com a comercialização do petróleo, quase 70% são revertidos para a União em tributos, royalties e participações especiais. No entanto, além de volátil, a receita do petróleo é finita. No caso da Petrobras, as projeções indicam que a produção continuará crescendo até 2030, quando deve entrar em declínio.

Grande parte de ambientalistas e cientistas é contra a exploração de petróleo temendo, com razão, afetar uma região de enorme biodiversidade, como a Margem Equatorial. O argumento de governadores e políticos é que há um mar de petróleo, e de dinheiro, que poderia contribuir para melhorar as condições de vida da população pobre, o que também é verdade. Tecnicamente, a decisão está nas mãos do Ibama, e a tendência é a de veto. Mas há um coro para que a decisão seja política, feita pelo presidente da República.

Não fará sentido abdicar totalmente da exploração se não houver energia alternativa substituta, assim como explorar os recursos apenas para aumentar exportações de um combustível nocivo e condenado. A solução precisa ser equilibrada, tendo a ameaça climática mortífera como norte.

Valor - SP   04/06/2024

Postura firme de Pequim sobre o 'Power of Siberia 2' destaca como a invasão da Ucrânia pela Rússia deixou Putin cada vez mais dependente do presidente da China, Xi Jinping, para apoio econômico

Putin em encontro com Xi Jinping, em Pequim: negociações evidenciam dependência econômica da Rússia — Foto: Sergei Bobylev, Sputnik, Kremlin Pool Photo via AP

As tentativas da Rússia de concluir um grande acordo do gasoduto Power of Siberia 2 com a China foram paralisadas, após “demandas irrazoáveis” de Pequim quanto ao preço e aos níveis de fornecimento. As informações são do jornal britânico “Financial Times” (FT), nessa segunda-feira (3), citando pessoas familiarizadas com o assunto, que falaram sob condição de anonimato.

Segundo as fontes, a China pediu para pagar algo próximo aos preços subsidiados pela Rússia no mercado interno. Pequim se comprometeria apenas a comprar uma pequena fração da capacidade anual planejada do gasoduto de 50 bilhões de metros cúbicos de gás.

O acordo do gasoduto da Gazprom, maior empresa estatal de exportação de gás da Rússia, ligaria o mercado chinês aos campos de gás no oeste da Rússia que antes abasteciam a Europa. Isso transformaria o destino sombrio da empresa, que sofreu uma perda de US$ 6,9 bilhões no ano passado em meio à queda nas vendas de gás para europeus.

Embora a Rússia tenha insistido que está confiante em um acordo sobre o Power of Siberia 2 "em um futuro próximo", duas fontes informaram o “FT” que o impasse foi o motivo pelo qual o CEO da Gazprom, Alexei Miller, não se juntou a Vladimir Putin na visita oficial do presidente russo a Pequim, no mês passado.

Miller, que estava em uma viagem ao Irã, teria sido essencial para qualquer negociação séria com a China, e sua ausência foi "altamente simbólica", disse ao jornal britânico Tatiana Mitrova, pesquisadora do Centro de Política Energética Global da Universidade de Columbia.

Putin cada vez mais dependente da China

A postura firme de Pequim em relação ao gasoduto Power of Siberia 2 destaca como a invasão da Ucrânia pela Rússia deixou Putin cada vez mais dependente do presidente da China, Xi Jinping, para apoio econômico.

"A China pode precisar do gás russo estrategicamente como uma fonte segura de abastecimento que não se baseie em rotas marítimas que seriam afetadas em caso de conflito marítimo em torno de Taiwan ou do Mar do Sul da China, mas, para que isso valha a pena, a China realmente precisa de um preço muito barato e obrigações flexíveis", disse Alexander Gabuev, diretor do Centro Carnegie Rússia Eurasia em Berlim.

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