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04 de Março de 2024

SIDERURGIA

O Estado de S.Paulo - SP   04/03/2024

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) iniciou nesta sexta-feira, 1º, uma investigação para apurar a existência de dumping nas exportações da China para o Brasil na siderurgia.

O documento da pasta cita, especificamente, folhas metálicas de aço carbono, ligado ou não ligado, de qualquer largura com espessura inferior a 0,5 mm. O plano é averiguar também se há dano à indústria doméstica em razão da prática. O pedido de investigação foi feito pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em outubro do ano passado.

O dumping consiste na exportação para o Brasil de produtos a preços abaixo do custo de produção no país de origem para eliminar a concorrência e conquistar uma fatia maior de mercado.

Siderúrgicas como a Aperam e a Usiminas anunciaram no fim do ano passado a suspensão de atividades e investimentos devido ao excesso de aço importado da China e a queda nas vendas. O diretor-presidente da Aperam na América do Sul, Frederico Ayres Lima, chegou a prever paralisações de usinas e demissões se o governo não adotasse ações de defesa comercial.

Produtores de aço como a Gerdau, ArcelorMittal e Usiminas, representadas pelo Instituto Aço Brasil, e a CSN, de forma independente, tentam aumentar o imposto de importação do aço de aproximadamente 12% para 25%. Eles travam uma guerra com mais de 120 mil empresas, lideradas por uma coalizão de 16 entidades, que atuam nos mercados de construção civil, automotivo, máquinas e equipamentos, eletrodomésticos, indústria naval, transportes, ferrovias, entre outros, e precisam do aço.

Para abrir a apuração, que pode durar até 18 meses, o ministério citou um parecer elaborado pelo Departamento de Defesa Comercial (Decom) da pasta, segundo o qual foram apresentados “elementos suficientes” que indicam a prática de dumping nas vendas chinesas para o Brasil de folhas metálicas de aço carbono, e de dano à indústria doméstica por causa desta prática.

“A conclusão alcançada se pauta, especificamente, nas sólidas evidências de que as políticas públicas e os programas e planos governamentais chineses corroboram o entendimento de que o setor siderúrgico é considerado estratégico e recebe tratamento diferenciado do governo; há intervenção governamental no setor, sob forma de subsídios financeiros e outros; há incentivos para o desenvolvimento tecnológico e há interferência estatal no suprimento de eletricidade e de insumos para a cadeia produtivo siderúrgica”, diz o documento do governo.

Segundo o ministério, a análise dos elementos de prova de dumping considerou o período de julho de 2022 a junho de 2023. Já o período de análise de dano considerou o período de julho de 2018 a junho de 2023.
Indícios de dumping

Uma análise inicial do governo sobre a entrada de folhas metálicas de aço carbono no Brasil vindas da China já apontou indicativos de existência de dumping no produto. Para abrir a investigação, a área técnica da pasta identificou que a margem de dumping da China neste caso alcançou US$ 568,44 por tonelada.

“A margem de dumping apurada anteriormente, com base nas informações apresentadas pela peticionária devidamente ajustadas conforme metodologia de cálculo explicitada, demonstra a existência de indícios da prática de dumping nas exportações de folhas metálicas da China para o Brasil, realizadas no período de julho de 2022 a junho de 2023", conclui a análise preliminar do Decom. Para encontrar a margem de dumping, a pasta determinou o valor normal (que seria o preço praticamente no mercado exportador) com base no preço de produto similar adotado na Alemanha.

Junto do documento que autoriza o início desta investigação, a área técnica do ministério traz uma longa análise prévia sobre as alegações levadas pela CSN à pasta. Entre as conclusões, o governo diz já ter identificado um aumento forte de importação brasileira das folhas metálicas provenientes da China.

“Diante desse cenário, observou-se aumento nas importações da origem investigada a preços com indícios de dumping, seja em termos absolutos, seja em relação à produção nacional ou ao mercado brasileiro/consumo nacional aparente”, aponta o órgão.

A área técnica também indica já haver indícios de que a deterioração nos indicadores econômicos-financeiros da indústria doméstica está associada ao aumento “expressivo” no volume das importações das folhas metálicas de aço carbono.

Os argumentos levados pela CSN à pasta também são destacados. Por exemplo, a constatação de que a China contribuiu significativamente para o excesso de capacidade mundial do aço, que se tornou um problema particularmente grave após a crise de 2008.

“Dados recentes da OCDE, apresentados no Relatório Latest Developments in Steelmaking Capacity 2023, indicam que a expansão da capacidade produtiva mundial de aço continua a um ritmo robusto, frequentemente em busca de mercados para exportação. Apenas em 2022, a capacidade global de produção de aço aumentou em 32,1 milhões de toneladas alcançando 2.459,1 milhões de toneladas, o nível mais elevado de capacidade global na história”, menciona o Decom, verificando ainda que, “de fato”, todos os dados apontam para um alto nível de concessão de subsídios do setor siderúrgico chinês.

“Estudos mostraram que proporção significativa do lucro das empresas decorre de subsídios governamentais, e que as formas de concessão são as mais variadas possíveis”.

Portal Fator Brasil - RJ   04/03/2024

E reverteu prejuízo de R$ 166 milhões do terceiro trimestre. A companhia projeta investimentos de até R$ 1,9 bilhão em 2024.

A Usiminas divulgou o balanço do último trimestre e do ano de 2023, onde dados do balanço mostra o registro de lucro que somou R$ 975 milhões no quarto trimestre de 2023, e conseguiu reverter o prejuízo de R$ 166 milhões do trimestre anterior. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado atingiu R$ 625 milhões no quarto trimestre de 2023, um aumento de 8% na comparação anual. A margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida) ajustada foi de 9,2% no quarto trimestre de 2023, uma elevação de 1,6 ponto percentual em relação ao mesmo trimestre de 2022.

— Melhoramos o nosso desempenho nos últimos meses por conta do forte foco em redução de custo. Apesar do impacto positivo, ainda temos muito para avançar na nossa competitividade— explicou o presidente da Usiminas, Marcelo Chara. No total do Ebtida de R$ 625 milhões, a empresa reportou que R$ 301 milhões se referem a efeitos contábeis não recorrentes, que não impactaram o caixa da companhia.

O lucro da Usiminas atingiu R$ 1,6 bilhão em 2023, uma queda de 22% em relação aos R$ 2 bilhões do ano anterior. As vendas alcançaram quatro milhões de toneladas, em volume, e renderam faturamento de R$ 27,6 bilhões, declínio de 4% e 15%, respectivamente. Já o Ebtida, que avalia o desempenho operacional, somou R$ 1,7 bilhão no último ano, contra R$ 4,9 bilhões em 2022. —Olhando o ano como um todo, tivemos um ano desafiador por conta da Reforma do Alto-forno 3 e pela invasão do aço chinês. Estamos trabalhando para avançar na nossa produtividade, mas vemos com preocupação a competição desleal com venda abaixo do valor de custo — observou Marcelo Chara.

Em 2023, a Usiminas realizou o maior investimento desde 2010, chegando a R$ 3 bilhões e concluiu, em novembro, a reforma do Alto Forno 3, que tem capacidade para produzir três milhões de toneladas de ferro gusa. O aporte total no projeto foi R$ 2,7 bilhões e foram gerados nove mil empregos durante a obra. —A entrada em operação do Alto-forno aumenta a competitividade da Usiminas, melhorando a eficiência de consumo de combustíveis e de custos. Continuamos focados na transformação da Usiminas e na excelência industrial — comentou o presidente.

Por conta da concorrência desleal com a importação, a Usiminas desligou o Alto-forno 1 e reduziu em 600 mil toneladas anuais a sua capacidade produtiva. Com os altos-fornos 2 e 3, a empresa totaliza 3,6 milhões de toneladas de ferro gusa. —A situação atual do mercado brasileiro nos impede de produzir na capacidade total. A importação representa hoje 20% do total de aço consumido no país — emendou o presidente da Usiminas. Para o ano de 2024, a empresa projeta investimentos entre R$ 1,7 bilhão e R$ 1,9 bilhão.

Já a Mineração Usiminas aumentou as vendas de minério de ferro em 4,8% e atingiu o recorde de 9,1 milhões de toneladas em 2023. A receita da unidade atingiu R$ 3,5 bilhões, uma queda de 2,4% em comparação a 2022. Já o Ebtida somou R$ 1 bilhão, contra R$ 1,4 bilhão do mesmo período do ano anterior. “O resultado da Mineração foi impactado por fatores como valorização do Real frente ao Dólar e preço do minério. Mas conseguimos compensar com um maior volume de venda, principalmente com a exportação— concluiu Marcelo Chara.

Valor - SP   04/03/2024

Em químicos de uso industrial e em produtos siderúrgicos, participação das importações na demanda aparente nacional foi recorde em 2023

O avanço constante do produto importado no consumo aparente nacional, um alerta que vem sendo feito há alguns anos pela indústria química brasileira, passou a incomodar outros setores estratégicos mais recentemente. Assim como na química, as importações de aço alcançaram fatia recorde na demanda doméstica em 2023 e o receio é que esse movimento não pare por aí.

Em dezembro, essa participação chegou a 25%, elevando a 18,6% a taxa de penetração em 2023. As usinas temem que esse patamar se mantenha em 2024, diante da decisão deliberada do governo chinês, segundo leitura das siderúrgicas instaladas no Brasil, de seguir produzindo o insumo “a qualquer custo”.

As siderúrgicas têm sido vocais quanto ao crescimento expressivo e continuo da entrada de aço importado, sobretudo de origem chinesa, e os efeitos negativos sobre emprego, nível de investimentos e produção local. Para conter esse movimento, o setor pede ao governo a adoção de medidas emergenciais: o aumento da alíquota de importação para 25% ou a imposição de cotas.

No ano passado, segundo dados do Instituto Aço Brasil, as importações foram recorde, com 5 milhões de toneladas e crescimento de 50% ante 2022. Como resultado, a taxa de ocupação no setor recuou a 60%. Para 2024, a previsão é de alta de 20%, para cerca de 6 milhões de toneladas.

Sexta maior do mundo, a indústria química brasileira está algumas casas à frente das siderúrgicas no processo de desindustrialização. No ano passado, a participação de produtos químicos de uso industrial no consumo aparente nacional atingiu a maior fatia em três décadas, de 47%, segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O nível de utilização da capacidade instalada ficou em torno de 65%.

Há uma década, pelo menos, o setor assiste ao crescimento constante da participação dos importados na demanda doméstica. Fábricas foram permanentemente fechadas, houve demissões e o nível de investimentos recuou drasticamente a partir de 2016.

Entre 2018 e 2022, conforme a Abiquim, a indústria química investiu um total US$ 3,1 bilhões, incluindo projetos que até o fim do ano passado ainda não haviam entrado em operação. Esse valor é menor do que os US$ 4,8 bilhões desembolsados somente em 2012 pelo setor. Para o período de 2023 a 2027, a previsão é que os investimentos recuem a US$ 1,4 bilhão, direcionados basicamente para manutenção operacional — houve um ou outro projetos novos, mas estes são exceção.

Como as siderúrgicas, o setor também pede ao governo a adoção de ação emergencial, como o aumento transitório da alíquota de importação para uma lista de produtos. Essa elevação de tarifa daria fôlego enquanto outras medidas estruturais, que contribuirão para elevar a competitividade da indústria brasileira de maneira geral, ainda não estiverem produzindo o efeito esperado. Como as usinas, o setor químico não teve sucesso até agora.

“Importante ressaltar que, em um ano em que a economia brasileira apresentou um crescimento de cerca de 3%, a indústria química experimentou uma contração de 10%. Isso mostra claramente um grave processo de desindustrialização da economia nacional.” ressaltou Paulo Gala, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), após a Abiquim divulgar as estatísticas fechadas de 2023.

Conforme o especialista, setores mais sofisticados, com maior conteúdo tecnológico e salários mais elevados vão perdendo espaço no Produto Interno Bruto (PIB), na contramão do crescimento impulsionado pelo setor de serviços, de menor sofisticação.

“Esse resultado é consequência da concorrência desafiadora de produtos asiáticos, com destaque para os chineses. A presença desses produtos no mercado brasileiro, muitas vezes resultante de práticas como dumping ambiental e subsídios públicos, dificulta consideravelmente a competição para a produção doméstica brasileira”, afirmou.

Diferentemente da indústria química, as siderúrgicas ainda tem planos relevantes de investimento no país, com R$ 63 bilhões estimados em quatro anos. Com o recente crescimento das importações, contudo, os primeiros sinais de alerta foram acesos, repetindo o mesmo script vivido anos atrás pelo setor químico. No fim do ano passado, a maior produtora de aço inoxidável da América Latina, a Aperam South America suspendeu novos projetos de investimento no país, que ultrapassam a casa de R$ 500 milhões.

Valor - SP   04/03/2024

Há neste momento em análise cerca de 60 pedidos de investigação sobre aço do país asiático, de acordo com Mdic

A abertura na semana passada de investigação, pelo governo federal, contra suposta realização de dumping nas exportações de aço da China pode ser apenas a primeira. Na última sexta-feira, o governo abriu investigação a pedido da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) “para averiguar a existência de dumping nas exportações da China para o Brasil de folhas metálicas de aço carbono”, segundo circular do Ministério do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) publicada no “Diário Oficial da União” (“DOU”). No entanto, há neste momento em análise aproximadamente outros 60 pedidos de investigação sobre o assunto, de acordo com o Mdic.

O dumping ocorre quando uma empresa exporta o produto com preço mais baixo do que vende no mercado interno. A Organização Mundial do Comércio (OMC) autoriza, dependendo dos efeitos que a prática tem sobre a indústria do país importador, a adoção de medidas como a taxação das importações.

O tema ganhou relevância nos últimos meses do ano passado, com o aumento das importações vindas da China, e vem opondo dois setores importantes da indústria nacional.

De um lado, estão os produtores brasileiros de aço, como a CSN, que alegam estar sendo prejudicados pelas importações originárias do país asiático. Do outro lado, estão fabricantes de automóveis, máquinas e equipamentos e eletrônicos, que afirmam que um aumento do imposto de importação elevaria também o preço final dos bens produzidos por eles. Nas últimas semanas, a pressão de ambos os lados sobre o governo tem sido “muito grande”, de acordo com uma fonte ouvida pelo Valor.

A investigação aberta na sexta-feira tinha sido solicitada pela CSN ainda em outubro do ano passado. O pedido envolve folhas de aço carbono “ligado ou não ligado, de qualquer largura com espessura inferior a 0,5mm”, das quais a companhia é a única produtora no Brasil.

A empresa alega que as exportações chinesas desses bens para o país aumentaram 84,7% entre julho de 2021 e junho de 2023. Segundo publicado no “DOU” na sexta-feira, parecer do Mdic sobre o assunto apresentou “elementos suficientes que indicam a prática de dumping nas exportações da China para o Brasil do produto objeto desta circular, e de dano à indústria doméstica resultante de tal prática”. O prazo para que a investigação seja concluída é de 18 meses.

Em setembro do ano passado, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), responsável pela decisão de aumentar ou não o imposto de importação, já tinha elevado em 10% a taxa que incide sobre 12 produtos siderúrgicos vindos do exterior. O aumento foi uma reversão de corte realizado em 2022. Como justificativa, o Mdic, ao qual a Camex está ligada, afirmou que a alta foi uma “resposta às preocupações da indústria nacional de aço, dado o aumento substancial das importações a preços muitas vezes objeto de práticas desleais nos últimos anos”.

“Diversos países têm adotado políticas restritivas para barrar tais importações, o que leva na prática ao redirecionamento dessas importações para países como o Brasil”, disse na ocasião.

Procurada pela reportagem, a CSN não comentou.

ECONOMIA

Infomoney - SP   04/03/2024

A atividade industrial da China encolheu pelo quinto mês consecutivo em fevereiro, segundo pesquisa oficial divulgada nesta sexta-feira (1), aumentando a pressão sobre o governo para que implemente mais medidas de estímulo no momento em que o Parlamento se prepara para sua reunião anual na próxima semana.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) oficial do setor industrial, compilado pela Agência Nacional de Estatísticas, caiu de 49,2 em janeiro para 49,1 em fevereiro, com um recuo considerável no componente de produção.

O índice ficou abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração, e em linha com a previsão de 49,1 em uma pesquisa da Reuters.
Fatores sazonais contribuíram para parte do enfraquecimento, já que o Ano Novo Lunar caiu em 10 de fevereiro este ano e levou ao fechamento de fábricas.
Caixin

No entanto, uma pesquisa do Caixin/S&P Global, divulgada logo após o PMI oficial, mostrou que a atividade industrial expandiu-se de forma constante, já que tanto a produção quanto o volume de novos pedidos cresceram mais rapidamente. O indicador subiu de 50,8 em janeiro para 50,9 em fevereiro.

Em conjunto, os PMIs destacaram uma recuperação econômica desigual, mantendo a pressão sobre as autoridades conforme os mercados clamam por medidas de estímulo mais ousadas e reformas para proteger o potencial de crescimento de longo prazo da China.

Com exceção de setembro do ano passado, o PMI oficial de indústria da China permanece em contração desde março de 2023.

“Esperamos que a dinâmica fraca de crescimento se estenda até março”, disse Ting Lu, economista-chefe para a China do Nomura, prevendo que o crescimento do PIB no primeiro trimestre seja de 4,0% em relação ao ano anterior, muito mais lento do que o ritmo de 5,2% registrado no quarto trimestre do ano passado.
Meta para o PIB

A China só deverá divulgar sua meta de crescimento para o ano inteiro de 2024 após terça-feira, na reunião parlamentar, mas especialistas em política econômica esperam que Pequim mantenha uma meta de crescimento semelhante à do ano passado, em torno de 5%.

A decepcionante recuperação pós-Covid da China lançou dúvidas sobre os fundamentos de seu modelo econômico, aumentando as apostas para a ação do governo na reunião parlamentar.

A segunda maior economia do mundo vem lutando contra um crescimento abaixo da média no último ano, em meio a uma crise imobiliária e à medida que os consumidores retêm os gastos, as empresas estrangeiras desinvestem, os fabricantes lutam por compradores e os governos locais enfrentam enormes cargas de dívidas.

Pelo lado positivo, o PMI oficial não manufatureiro, que inclui serviços e construção, subiu de 50,7 para 51,4 em janeiro, marcando a leitura mais alta desde setembro do ano passado, graças à atividade robusta durante o feriado do Ano Novo Lunar.

O Estado de S.Paulo - SP   04/03/2024

O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, afirma que é razoável esperar que a taxa básica de juros do País, a Selic, recue para a casa entre 7% e 8% anuais em um horizonte de cinco anos. Hoje, a taxa está em 11,25% ao ano. Na visão dele, o País tem os elementos necessários para manter a inflação sob controle, o que deve abrir as portas para juros reais mais baixos.

“Trabalhar com um juro real (acima da inflação) de 4% é bem razoável porque, agora, estamos com uma taxa de juro real muito alta”, disse ao Estadão/Broadcast.

Neste ano, o déficit zero é possível?

Parece que está sob controle, nossos economistas dizem que é factível. Tem desafios, mas se não der para ser zero, não é algo que o mercado vá penalizar este ano.

Quais suas expectativas sobre a reforma tributária sobre o consumo e sobre a renda?

No caso dos bancos, o (secretário de Reformas Econômicas) Marcos Pinto tem dito que temos que ter cuidado para não onerar o custo do crédito para o consumidor. O mundo ideal é termos um equilíbrio. Acho que o governo está com uma agenda bem neutra, positiva com relação ao IVA (Imposto sobre Valor Agregado), e que o Congresso é sensível ao tema. A discussão está sendo capitaneada pela Febraban, e eu tenho uma expectativa positiva de que vamos sair com um arcabouço razoável, de tentar desonerar esse Custo Brasil. Tem um processo de implementação ao longo de alguns anos. Não é trivial fazer uma mudança em um sistema tributário complexo como o brasileiro.

O que é prioritário nas propostas apresentadas pelo Ministério da Fazenda em relação à agenda de crédito no Congresso?

Todos os temas são prioritários. São projetos importantes, que modernizam o sistema. O hedge (proteção) cambial para trazer investimentos de longo prazo é uma super iniciativa, porque dá muito mais tranquilidade para o investidor estar aqui. Quanto mais segurança jurídica tivermos no arcabouço microeconômico, melhor. O conjunto da obra é positivo.

O Estado de S.Paulo - SP   04/03/2024

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou oficialmente o que já se esperava para o crescimento econômico em 2023. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,9%, o que é um bom resultado, mas o investimento (identificado pela rubrica Formação Bruta de Capital Fixo) caiu 3%. Por fim, a taxa de investimento em relação ao PIB ficou ainda pior do que se esperava. O Monitor do PIB, da Fundação Getulio Vargas, havia calculado 18,1%, o que já seria um resultado pífio para o ano. Mas a medição do IBGE revelou uma relação ainda mais fraca, de 16,5%.

Há, de fato, o que ser comemorado no resultado, devido em grande parte, como é notório, a um ano de excelência da agropecuária, que chegou a superar 20% no primeiro trimestre e fechou 2023 com alta recorde de 15,1%. Já a indústria e os serviços, setores de maior peso no PIB, mantêm desempenhos raquíticos. Por isso, não basta comemorar o saldo “maior que o previsto”, como fez o presidente Lula da Silva em rede social. É preciso que a segunda parte de sua declaração, em que prometeu “trabalhar para crescer com qualidade”, seja real.

Por enquanto, não é. Crescer sem uma taxa de investimento qualificada – que, no caso brasileiro, corresponderia a 25% para equilibrar crescimentos anuais de 3% a 4% – é caminhar de lado, sujeito a retrocesso a qualquer sopro de dificuldade. É o que o Brasil tem experimentado sucessivamente com os chamados “voos de galinha”. O País precisa mais do que esses soluços. Precisa avançar de forma constante por, ao menos, duas décadas, para mudar de patamar.

Além do agro, o consumo das famílias também contribuiu de forma significativa para o saldo de 2023, com avanço de 3,1%. Seria uma notícia excelente se a roda da economia estivesse girando basicamente apoiada na engrenagem do rendimento do trabalho e da elevação da produtividade. No entanto, vem acompanhada da elevação expressiva no volume de transferências, como o Bolsa Família.

Obviamente, são programas sociais necessários na perseguição de metas de redução das desigualdades. Mas não podem ser o principal vetor de aumento do consumo, sob pena de levar à inflação. É uma conta simples: uma economia que cresce sem elevar de forma substancial sua produção gera inflação. Não é um crescimento com qualidade.

O início de 2024 já deixa claro que o agronegócio não será o ponto fora da curva que foi em 2023, embora mantenha resultados ainda robustos. Caberá à indústria, base produtiva e principal parâmetro da competitividade do País, e ao setor de serviços, maior empregador e também o maior componente de peso no PIB, a tarefa de buscar a sustentabilidade do crescimento. Levando em conta o resultado de ambos em 2023 (altas de 1,6% e 2,4%, respectivamente), a conclusão é que há muito a ser feito.

Investir é o meio mais eficiente de empurrar a economia – sobretudo em infraestrutura, o que exige participação prioritária do Estado, mas também em competitividade e inovação, para que a indústria saia do marasmo de décadas, e em planejamento e segurança jurídica e fiscal.

O Estado de S.Paulo - SP   04/03/2024

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou neste sábado, 2, que o crescimento de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do País no ano passado é resultado do “dever de casa” feito pelo governo federal e pelo Congresso. De acordo com ele, o Brasil precisa seguir a agenda de reformas e também reverter a tendência de queda dos investimentos para que o crescimento se repita de forma sustentável.

“O PIB de 2023 respondeu a uma série de ações do Governo e do Congresso, revelando que fazer o dever de casa sempre traz resultados positivos. O Brasil foi capaz de reduzir as incertezas que permeavam o cenário pessimista do início do ano passado, a partir do avanço da pauta econômica e da estabilidade política”, disse em nota.

Entre os exemplos, Sidney mencionou a aprovação do novo arcabouço fiscal, que disciplina o crescimento das despesas do governo, e também a reforma tributária sobre o consumo e agendas microeconômicas, como o novo marco das garantias, que era uma antiga reivindicação dos bancos.

Segundo ele, essas ações melhoraram as expectativas, o que abriu espaço para que o Banco Central começasse a reduzir a taxa básica de juros (Selic), que hoje está em 11,25% ao ano.

“Certo é que, só com um trabalho sério, focado e comprometido com os fundamentos econômicos, o país gera perspectivas de ganhos de eficiência e de mais produtividade para nossa economia. É o que precisamos continuar a fazer e o setor bancário está pronto a contribuir para o desenvolvimento econômico”, afirmou ele.

Os dados do PIB de 2023 foram divulgados na sexta-feira, 1º, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com a estagnação da atividade no quarto trimestre, o número do ano veio bem acima das previsões vistas no início de 2023, quando o mercado projetava um crescimento da ordem de 1%.
Investimentos sob atenção

O impulso positivo veio de setores como a agropecuária, com alta de 15,1%, e da indústria extrativa, que cresceu 8,7%. Por outro lado, os investimentos caíram 3%, o que Sidney afirmou ser um ponto de atenção.

“Por isso, consideramos que é fundamental que essa trajetória seja revertida o mais breve possível, o que será crucial para que o país consiga crescer de forma sustentável, sem gerar pressões inflacionárias no futuro”, disse ele.

Para este ano, a Febraban espera uma alta de 2% no PIB em relação a 2023, com a redução da Selic ajudando no consumo das famílias e nos investimentos, fatores que devem compensar o menor desempenho do agro. Ou seja, o crescimento deve ser mais difundido entre diferentes segmentos.

“Contudo, não podemos ficar parados. É imprescindível que o País siga com sua agenda de reformas econômicas, de modo a garantir a sustentabilidade fiscal e o aumento da produtividade da economia”, diz o presidente da Febraban.

O Estado de S.Paulo - SP   04/03/2024

A conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), a principal reunião de cúpula do órgão, realizada em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, terminou na madrugada deste sábado, 1º, sem que os países chegassem a acordos nos principais temas em debate, como subsídios à pesca e à agricultura, em mais um sinal de turbulência na entidade multilateral.

“Vou concluir com uma citação atribuída a Winston Churchill, que disse, e cito: ‘O sucesso não é definitivo. O fracasso não é fatal. O que conta é a coragem de continuar’”, disse a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala. “Trabalhamos arduamente esta semana, conseguimos algumas coisas importantes e não conseguimos completar outras”, afirmou.

O único acordo relevante foi sobre a continuidade na pausa da cobrança dos impostos sobre transferências digitais no comércio eletrônico. Sobre essa questão, os países decidiram estender a moratória até a próxima reunião bienal. África do Sul e Índia eram contra o acordo.

Okonjo-Iweala, observou que a cúpula ocorreu “em um cenário internacional marcado por mais incertezas do que em qualquer outro momento”.

Como na abertura da cúpula na segunda-feira, ela não fez nenhuma menção direta à guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza. No entanto, ela já havia mencionado anteriormente as interrupções contínuas no transporte marítimo causadas pelos rebeldes houthi do Iêmen no Mar Vermelho devido ao conflito.

Nas negociações sobre questões pesqueiras, que buscavam eliminar os subsídios que incentivam a pesca excessiva, “as diferenças foram reduzidas, mas outras permanecem”, reconheceu a diretora-geral nigeriana, que enfatizou a importância de continuar negociando para um setor que fornece meios de subsistência para 260 milhões de pessoas em todo o mundo.

Apesar da falta de progresso, a chefe da OMC enfatizou que Abu Dhabi viu mais uma dúzia de países ratificarem a primeira fase do acordo de 2022 (que elimina o apoio à pesca ilegal e não regulamentada), elevando o número de signatários para 71 até o momento. Dois terços dos membros da OMC (110 de 166) precisam apoiar o acordo para que ele entre em vigor, o que Okonjo-Iweala disse que poderia ser alcançado até meados deste ano se o ritmo atual de ratificações continuar.

Na agricultura, onde, de acordo com Okonjo-Iweala, as negociações se arrastam há mais de 20 anos, houve uma aproximação. A diretora geral pediu que as negociações continuem em Genebra, onde fica a sede permanente da organização.

Entre os modestos progressos da conferência ministerial, Okonjo-Iweala citou o lançamento, por 123 membros da OMC, de um acordo global de facilitação de investimentos que visa reduzir as barreiras à entrada e atrair investimentos para os países em desenvolvimento.

Também foi acordado que os países menos desenvolvidos da OMC que forem promovidos à categoria superior de economias “em desenvolvimento” manterão por três anos certos benefícios, como assistência técnica, que não teriam em seu novo status.

Dois desses países menos desenvolvidos, Timor Leste e Comores, formalizaram sua filiação à OMC em Abu Dhabi, algo que Okonjo-Iweala saudou na cerimônia de encerramento.
Estados Unidos

As eleições em quase metade da população mundial em 2024 podem trazer novos desafios para a OMC. Talvez nenhuma seja mais crítica para a OMC do que a eleição presidencial dos Estados Unidos em 5 de novembro.

O ex-presidente Donald Trump, possível candidato, ameaçou retirar os EUA da OMC e repetidamente cobrou tarifas e impostos sobre produtos importados - de amigos e inimigos. Uma vitória de Trump poderia novamente tumultuar o comércio global.

Mas mesmo que o presidente Joe Biden seja reeleito, os Estados Unidos têm grandes reservas em relação à OMC. Nos últimos três governos, os EUA bloquearam as nomeações para seu tribunal de apelações, e ele não está mais funcionando.

Washington afirma que os juízes da OMC ultrapassaram sua autoridade com muita frequência ao decidir sobre os casos.

Os EUA também criticaram a China por ainda se descrever como um país em desenvolvimento, como fez quando ingressou na OMC em 2001. Washington, Europa e outros países afirmam que Pequim dificulta indevidamente o acesso a setores emergentes e rouba ou pressiona empresas estrangeiras a entregar tecnologia. Os EUA também dizem que a China inunda os mercados mundiais com aço, alumínio e outros produtos baratos. Com informações de EFE.

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

O Estado de S.Paulo - SP   04/03/2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 1º, que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado superou as previsões iniciais não apenas do mercado, mas também do governo, que estava mais otimista no começo de 2023. Ele reiterou ainda a previsão de crescimento de 2,2% para 2024, apontando uma tendência positiva para a indústria e a construção civil.

“Se resgatar as primeiras declarações que demos, era que o PIB seria superior a 2%. E nós quase chegamos a 3% de crescimento”, afirmou o ministro ao comentar a alta de 2,9% do PIB em 2023. A desaceleração econômica no segundo semestre, como efeito dos juros altos, não foi suficiente para impedir um crescimento do PIB ao redor de 3%, conforme pontuou Haddad.

Embora antecipe que a atividade vai andar de lado no primeiro trimestre, o ministro disse que a economia deve reagir ao longo do ano, como reflexo dos efeitos da queda dos juros. Conforme Haddad, a inflação mais comportada mantém um espaço ainda bom para o Banco Central (BC) seguir cortando a Selic.

“Organizando as contas públicas, por um lado, e a política monetária atuando na mesma direção, temos condição de manter a projeção de 2,2% de crescimento neste ano. Tem gente falando em mais. Nós estamos sendo comedidos aqui”, disse o ministro, ponderando que a herança estatística recebida por 2024, a chamada taxa de carrego, é menor do que se esperava pela desaceleração do segundo semestre.

Conforme Haddad, há sinais consistentes de que haverá uma melhora no desempenho da indústria, e a construção civil tem tudo para deslanchar neste ano. Ele mencionou o marco de garantias, que visa reduzir o custo do crédito, ao apresentar uma visão otimista sobre as vendas de veículos e imóveis.

Em paralelo, emendou o ministro, a agricultura, frente às adversidades climáticas e barreiras comerciais no exterior, vem buscando ser mais produtiva a cada ano.
Investimento

Haddad destacou a modesta reação dos investimentos entre as boas notícias do PIB do quarto trimestre, já que a variável contribui para que os juros sejam mais baixos, por indicar uma melhora na capacidade produtiva em atender o consumo.

“Uma coisa boa que aconteceu no quarto trimestre é que teve uma ligeira melhora na formação bruta de capital”, pontuou. “Com investimento, você cresce sem risco inflacionário porque, ao mesmo tempo em que a demanda aumenta, você está, logo ali na frente, aumentando a oferta (...). É a forma mais saudável de crescer”, acrescentou.

Ao longo de todo o ano passado, contudo, os investimentos, que caíram 3% em 2023, não acompanharam a evolução do consumo tanto das famílias quanto do governo, como ponderou o ministro. Ele ressaltou que o governo vem trabalhando com o Congresso a favor de um ambiente de negócios que incentive o empresário a investir mais.

O Estado de S.Paulo - SP   04/03/2024

Em meu último artigo neste espaço, alertei para os riscos externos que poderiam criar problemas para o Brasil em 2024. Na ocasião, destaquei a crise econômica na China. Volto ao tema para detalhar como isso pode afetar a economia brasileira, principalmente a política monetária.

Na verdade, a economia chinesa já está em crise. Dados sobre tráfego de carga nas ferrovias, consumo de energia, comércio exterior, preços dos ativos (ações e imóveis) não parecem compatíveis com o anúncio do governo chinês de que conseguiu atingir a meta de crescimento real de 5,5% para o PIB, em 2023.

Para o Brasil, o importante é avaliar a gravidade e a duração da crise chinesa pois, dependendo dessas características, os efeitos sobre nossa economia serão distintos ou até mesmo opostos.

Se a crise chinesa se mantiver moderada, poderá até mesmo ter alguns efeitos benignos para o Brasil. Por exemplo, um estudo realizado pela LCA Consultores, utilizando modelo estatístico com excelente capacidade preditiva, demonstrou que, se as projeções de consenso para a taxa de câmbio nos próximos dois anos (R$ 4,95 a R$ 5,00) e para as cotações das principais commodities se confirmarem, os preços ao produtor (IPA), apurados pela Fundação Getulio Vargas, deverão registrar deflação de 3% em 2024 e de 1,6% em 2025. Isso, que não está contemplado nas expectativas do mercado financeiro, certamente ajudaria a convergência da inflação ao consumidor (IPCA) para as metas, neste e no próximo ano.

No entanto, é possível que a crise chinesa seja severa, com quedas mais fortes e persistentes da taxa de crescimento, mesmo que as estatísticas oficiais referentes ao PIB não demonstrem isso claramente. Nesse caso, o crescimento da aversão ao risco e a queda do apetite externo para aplicar recursos em países emergentes exportadores de commodities, como o Brasil, poderiam provocar depreciação cambial bem mais intensa, superando a queda das cotações internacionais das commodities, principalmente agrícolas, que têm baixa elasticidade-renda.

Nessa hipótese, tenderia a prevalecer o efeito inflacionário da taxa de câmbio, dado que esta afeta não somente o preço dos alimentos, mas também partes, peças, matérias-primas e vários bens de consumo final. Tudo o mais constante, seria o pior dos mundos para o Brasil: mais pressões inflacionárias e menos crescimento econômico.

O cenário delineado no parágrafo anterior não me parece o de maior probabilidade, mas é perfeitamente possível, especialmente se Donald Trump vencer a eleição presidencial nos Estados Unidos. Robert Lighthizer, um dos mais importantes assessores para política comercial do provável candidato republicano, é um inimigo feroz da China.

Para lidar com risco externo dessa magnitude, ao Brasil cabe praticar política fiscal responsável e gradualismo na flexibilização monetária.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   04/03/2024

Os contratos futuros de minério de ferro caíram nesta sexta-feira, registrando sua segunda perda semanal, em meio a dados fabris fracos e dúvidas crescentes sobre se os formuladores de políticas da China, principal mercado consumidor do minério, revelarão medidas ousadas para ajudar a economia.

O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com recuo de 1,75%, a 871,5 iuanes (121,09 dólares) a tonelada, registrando queda de 3,6% na semana.

O minério de ferro de referência para abril na Bolsa de Cingapura caiu 1,55%, para 113,3 dólares a tonelada, o menor valor desde 24 de outubro de 2023. Na semana, o contrato registrou perda de 4,7%.
A atividade industrial da China contraiu-se pelo quinto mês consecutivo em fevereiro, segundo uma pesquisa oficial de fábrica, aumentando a pressão sobre os formuladores de políticas para que considerem novas medidas de estímulo.

No entanto, uma pesquisa do setor privado mostrou que tanto a produção quanto o volume de novos pedidos cresceram mais rapidamente, elevando a confiança das empresas a uma máxima de 10 meses.

A expectativa é de que o parlamento da China revele planos de estímulo moderados para estabilizar o crescimento em uma reunião anual que começa na terça-feira, mas pode decepcionar aqueles que pedem um roteiro detalhado de políticas ousadas para corrigir os profundos desequilíbrios estruturais do país.

Os preços do minério subiram nas negociações da manhã devido às perspectivas de crescimento da demanda e à mais recente medida de Pequim para apoiar seu setor imobiliário em dificuldades.

“A perspectiva da demanda por aço melhorou antes da reunião do NPC (Congresso Nacional do Povo); além disso, aumentaram as esperanças de que as usinas reponham as matérias-primas e a produção de metais quentes aumente”, disse Zhuo Guiqiu, analista da Jinrui Futures.

Os órgãos reguladores chineses pediram que as prefeituras e as cidades de nível superior estabelecessem um mecanismo de coordenação de financiamento antes de 15 de março, em uma tentativa de apoiar o setor imobiliário do país, que passa por dificuldades.

O Estado de S.Paulo - SP   04/03/2024

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB-ES), disse ao Estadão que o impasse pelo comando da mineradora Vale tem causado atrasos na conclusão da repactuação do acordo de Mariana (MG), que discute a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão em 2015. A negociação foi interrompida no final do ano passado após os governos federal, de Minas Gerais e do próprio Espírito Santo rejeitarem uma proposta apresentada pela Samarco, a BHP Billinton e a Vale, que informou que segue comprometida com o acordo e que espera que uma solução seja alcançada ainda neste primeiro semestre. Samarco e BH Billinton também se disseram comprometida com uma solução (veja abaixo).

“O acordo está interrompido por algumas razões. Primeiro, as empresas ofereceram um valor muito baixo e nós não aceitamos. A disputa pela direção da Vale também está atrasando esse processo”, declarou o governador do Espírito Santo. Ele está em Porto Alegre (RS), onde participa da 10ª edição do Consórcio de Integração do Sul e do Sudeste. As mineradoras ofereceram R$ 42 bilhões para as ações de reparação, enquanto o poder público quer R$ 126 bilhões.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentou interferir na sucessão da Vale e emplacar o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, como presidente da empresa. Isso gerou uma divisão entre os acionistas da mineradora. Na última reunião dos conselheiros no mês passado houve empate na votação sobre se o atual presidente, Eduardo Bartolomeo, continua no cargo ou se deve ser substituído.

“Estamos na expectativa de que o governo federal, estabilizada a sucessão na Vale, com a permanência do presidente ou mudança de direção, que a gente possa retomar esse tema com prioridade”, acrescentou Casagrande.

Ele disse que não conversou sobre o assunto com o governo Lula porque entende que a discussão cabe aos acionistas da Vale. A empresa foi privatizada em 1997, mas o governo ainda influencia nas decisões por meio do Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil que tem dois assentos no conselho de administração da mineradora.

A pressão do governo federal chegou ao ápice quando o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), ligou para conselheiros da Vale para defender o nome de Mantega. A iniciativa não foi bem recebida, o governo recuou e o ministro disse que Lula jamais faria uma interferência direta em uma empresa de capital aberto.

O presidente da República negou que tenha discutido a sucessão na empresa, mas fez críticas à mineradora em entrevista à RedeTV na quarta-feira, 28. “A Vale não pode pensar que é dona do Brasil. Ela não pode pensar que pode mais do que o Brasil. Então, o que nós queremos é o seguinte: as empresas brasileiras precisam estar de acordo com aquilo que é o pensamento de desenvolvimento do governo brasileiro”, afirmou Lula.

Repactuação se arrasta há mais de três anos

O rompimento da barragem em Mariana matou 19 pessoas e causou danos ambientais, sociais e econômicos em Minas Gerais e no Espírito Santo. Um acordo foi firmado em 2016 e as ações de reparação foram executadas pela Fundação Renova, mantida com recursos de Samarco, Vale e BHP. As empresas afirmam que já foram gastos mais de R$ 35 bilhões para reparar os danos.

Apesar disso, há uma insatisfação do poder público com a atuação da Renova. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) chegou a pedir a extinção da entidade em 2021 porque ela atuaria “muito mais como um instrumento de limitação das responsabilidades das empresas mantenedoras do que como agente de efetiva reparação humana, social e ambiental”.

O acordo inicial já previa uma repactuação, que está sendo discutida de forma mais intensa há cerca de três anos. O debate é inspirado, de certa forma, pelo acordo de R$ 37 bilhões fechado pelo governo de Minas com a Vale em 2021 para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho (MG) em 2019.

Neste caso, embora caiba à Vale executar parte das ações de reparação, o governo de Romeu Zema (Novo-MG) e as prefeituras atingidas também receberam recursos para custear medidas tocadas por eles, como obras de infraestrutura e investimentos na prestação de serviços públicos.

De forma similar, a repactuação de Mariana prevê o pagamento de uma indenização que será dividida entre o governo federal, os governos de Minas Gerais e Espírito Santo, além de 45 prefeituras mineiras e 7 prefeituras capixabas.

O Ministério Público e a Defensoria Pública também acompanham o debate, que é mediado pelo Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6). No fim de janeiro, a 4ª Vara Federal de Belo Horizonte determinou que a Samarco, BHP e Vale paguem multa de R$ 47,6 bilhões por danos morais coletivos pelo rompimento em Mariana. As empresas recorreram da decisão da primeira instância e questionaram o valor. Se a multa for mantida, a tendência é que o valor entre no acordo de repactuação.

Os envolvidos na discussão têm pressa porque está previsto para outubro o julgamento de uma ação coletiva na Justiça do Reino Unido, em Londres, onde a BHP é sediada, na qual 46 municípios brasileiros, 700 mil pessoas atingidas e 2.500 empresas, autarquias e instituições religiosas pedem indenização de R$ 230 bilhões.

Os governos brasileiros não participam da ação, embora Casagrande tenha dito ao Estadão que o Espírito Santo avalia entrar na Justiça inglesa. Há o temor de que uma eventual decisão ou acordo judicial no Reino Unido dificulte ou mesmo inviabilize a repactuação discutida no Brasil.

Após a eleição de Lula em outubro de 2022, os governos estaduais tentaram acelerar o processo e fechar a negociação ainda naquele ano durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o que não ocorreu.

O governo petista pediu tempo no início do ano passado para se inteirar dos termos que estavam à mesa. Em junho, o Ministério do Meio Ambiente, comandado por Marina Silva (Rede-SP), criou um grupo de trabalho que teve até dezembro para analisar as medidas de reparação ambiental propostas.

Porém, o acordo não foi concluído devido à discordância sobre o valor oferecido pelas mineradoras. “Achávamos que dava para fechar em 2022, depois em 2023. É lógico que a gente acha que dá para fechar em 2024. É só ter vontade política e compromisso das empresas”, disse Renato Casagrande.

Oposição a Lula, Zema tem cobrado celeridade para fechar o acordo e afirmou no ano passado que havia “má vontade enorme” do governo federal sobre o assunto. Nesta semana, ele pediu uma reunião com o presidente para tratar da repactuação e também da renegociação da dívida de Minas Gerais.

“É de conhecimento mútuo a importância de um diálogo franco e construtivo entre os entes federativos, para a resolução de questões de interesse coletivo. Com esse propósito, solicitamos a reunião em comento, para que possamos apresentar e discutir detalhadamente os temas acima expostos, visando o bem-estar da população mineira”, escreveu Zema em ofício enviado ao gabinete de Lula na quarta-feira.

Procurada, a Vale informou que “como acionista da Samarco, continua comprometida com a repactuação e tem como prioridade as pessoas atingidas, representadas desde o início das negociações por diversas instituições de justiça como as defensorias e os ministérios públicos”.

“A companhia confia que as partes chegarão a bons termos quanto ao texto que vem sendo conjuntamente construído antes de definir o valor global do acordo. Como parte do processo de negociação, a companhia está avaliando as soluções possíveis, especialmente no tocante à definitividade e segurança jurídica, essenciais para a construção de um acordo efetivo. A Vale espera que uma resolução seja alcançada ainda neste primeiro semestre”, disse a companhia.

A Samarco, por sua vez, informou que “reafirma seu compromisso e segue empenhada na reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão”.

“A empresa permanece aberta ao diálogo, em busca de soluções consensuais, sempre baseadas em critérios técnicos, ambientais e sociais, que atendam às demandas da sociedade, sobretudo do território diretamente impactado”, completou a empresa.

Em nota, a BHP Brasil informou que “sempre esteve e segue comprometida com as ações de reparação e compensação relacionadas ao rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, em 2015". “Como uma das acionistas da empresa, a BHP Brasil segue disposta a buscar, coletivamente, soluções que garantam uma reparação justa e integral às pessoas atingidas e ao meio ambiente”, completa a empresa.

O Ministério de Minas e Energia e a Renova também foram procuradas, mas não se manifestaram.

AUTOMOTIVO

Automotive Business - SP   04/03/2024

“Por favor, levante a mão se você previu isso.”

Assim começa o texto da versão global do site Motor 1. O ar de surpresa tem razão de ser, pois a Mercedes-Benz se classificava como uma das mais otimistas em uma rápida “virada de chave” ao prever, em 2021, que a soma de híbridos plugáveis (PHEV, na sigla em inglês) e elétricos (EV, em inglês) representariam 50% de suas vendas mundiais até 2030.

E foi mais longe: até 2030 pretendia ser “totalmente elétrica, onde as condições de mercado permitissem”. Apesar de ressalvar que isso estaria condicionado à aceitação dos compradores, significava que nem mesmo o PHEV, cujo motor a combustão oferece protagonismo claro sobre o elétrico em termos de alcance máximo na prática, resistiria. No entanto, a marca premium alemã agora está bem mais cautelosa.

A soma dos Mercedes-Benz PHEV (que não é elétrico e sim híbrido) com a de EV subiu de 16,2% em 2022 para 19,7% das vendas mundiais da marca em 2023. Porém, a luz amarela acendeu em Stuttgart, sede da empresa, ao prever que os números para 2024 apontam para 19,1% (pouco inferior a 2023) ou até 21% (visão otimista).

Agora, o presidente do Conselho de Administração e também executivo-chefe (CEO, em inglês) do conglomerado germânico, o sueco Ola Kallenius, decidiu ser mais prudente. Para ele, “a paridade de custos entre os carros apenas com motores a combustão e os EV está a muitos anos de distância", em declaração à Bloomberg Television. Não se comprometeu com metas nem datas, uma posição bem mais próxima à sua principal rival no mundo, a BMW.

O assunto esteve também em alta durante a abertura do Salão de Genebra, que vai até 3 de março, evento tradicional que está bem esvaziado, mais curto e com poucos expositores, a maioria chineses. Luca de Meo, presidente do Grupo Renault e da Acea (Anfavea europeia), esclareceu que “a indústria não vai contestar a regulamentação que bane carros a combustão a partir de 2035”.

No entanto, de Meo faz uma importante observação: “O banimento é potencialmente viável, mas as condições corretas para isso têm que ser alcançadas antes.”

Estas condições são muito conhecidas e sempre citadas: continuidade dos subsídios aos compradores e expansão das redes de recarga. A guerra Rússia-Ucrânia vem abalando as finanças dos países europeus, que têm de investir em defesa, dificultando bastante os subsídios.

De Meo chegou a sugerir que as marcas europeias se associassem inspiradas na Airbus, fabricante de aviões, como forma de reduzir custos. Em seguida anunciou as tratativas – já falando como Renault – de uma parceria com a VW para produção de carros elétricos pequenos. Enfrentar concorrência chinesa é um grande problema, pois não há transparência sobre subsídios ocultos ou indiretos.

Por aqui, a Audi lançou um novo aplicativo que integra 240 pontos de recarga próprios e de parceiros pelo país, sem custos para seus donos. O app gratuito pode ser usado por qualquer interessado. Os não proprietários da marca pagarão R$ 3,50 em média por kW.
Dolphin Mini estreia com valor acima do esperado

Depois da trajetória do Dolphin, que já oferece um modelo elétrico e completo por preço bastante competitivo, esperava-se o mesmo do Dolphin Mini, cujo nome original Seagull não soa bem em português. Na realidade há semelhanças, principalmente internas como a tela multimídia rotacionável e o pouco prático seletor de marchas no centro do painel.

Não dá para afirmar que o novo compacto tem preço pouco atraente. Porém, ficou quase 30% acima dos especulados R$ 90 mil. A BYD anunciou a tabela inicial de R$ 115.800. Há uma promoção com desconto de R$ 10 mil para os primeiros 6.600 compradores (só até 29/2) e um “brinde” em forma de carregador de parede que custa R$ 7 mil.

Estas primeiras unidades são ano-modelo 2023/2024. O diretor comercial da marca chinesa Henrique Antunes afirmou que precisou recolher os 10% de Imposto de Importação para elétricos, em vigor desde de 1º de janeiro último.

Seu estilo é até mais atraente que o Dolphin, porém com interior bem menos espaçoso e apenas quatro lugares. Distância entre eixos, 2,50 metros; comprimento, 3,78 m; largura, 1,71 m e altura, 1,58 m. Na prática há uma boa posição de guiar e bom espaço para dois passageiros no banco de trás. O porta-malas é um ponto fraco: apenas 230 litros.

Esqueça a agilidade de um típico automóvel elétrico. Com apenas 75 cv e 14 kgfm não se pode esperar desempenho superior a qualquer motor a combustão de 1 litro de outros compactos. Massa relativamente elevada de 1.239 kg limita a aceleração de 0 a 100 km/h a 14,9 segundos e velocidade máxima a 130 km/h. Alcance médio de 280 km (Inmetro).
Tiggo 7 Sport tem bom preço e simplificações

Caoa Chery desenvolveu uma solução para enfrentar o concorrido segmento dos SUVs médios. O Tiggo 7 Sport foi lançado ainda em fevereiro como ano-modelo 2025 e por preço inicial bastante atraente: R$ 134.990. Porém só chegará às concessionárias na segunda quinzena de março.

A estratégia centrou-se em manter o visual igual ao Tiggo 7 Hybrid, incluindo a grade do radiador. Esta série “7” lançada em 2019 acumula 24 mil unidades vendidas.

Item externo mais evidente: eliminação do teto solar panorâmico. Mas na mecânica também houve simplificações. A mais sentida foi a substituição do motor 1.6 turbo a gasolina (187 cv e 28 kgfm) e da caixa automatizada de duas embreagens pelo motor 1.5  flex turbo (150 cv com etanol e 147 cv, com gasolina, e 21,4 kgfm) compartilhado com o Tiggo 5X e câmbio automático CVT de 9 marchas. Queda de desempenho é percebível.

Todo o conjunto ficou 20 kg mais leve atribuídos ao teto de aço (no lugar do de vidro) e outras mudanças pontuais: supressão de motorização da tampa traseira e da caixa organizadora no fundo do porta-malas, o que ampliou seu volume útil para 525 litros (padrão VDA). Visualmente o interior ficou igual. No entanto, para oferecer o preço acima saíram três assistentes ao motorista e a câmera 360°.

A Caoa estuda projeto de um modelo próprio, passo bastante ousado. Já o Tiggo 8 Pro PHEV será produzido no próximo semestre, em Anápolis (GO).
Mais espaço e desempenho no CR-V Advanced Hybrid

O SUV médio da Honda (2,70 metros de entre-eixos), CR-V Advanced Hybrid importado da Tailândia, está na sexta geração. Dispõe de tração 4x4 permanente, o que ajuda a explicar o preço alto agravado pelo recente Imposto de Importação de 12%: R$ 352.900.

Ao motor a gasolina de 2 litros, aspiração natural, de 147 cv/19,4 kgfm junta-se o elétrico de 184 cv e 34,2 kgfm. Potência total combinada é de 206 cv. Torque combinado não é tecnicamente possível de medir. O câmbio automático e-CVT agora tem duas marchas. O sistema trabalha em perfeita harmonia e nível de ruído bastante baixo, numa primeira e rápida avaliação.

Espaço interno muito bom para cinco ocupantes e quem viaja atrás conta com assoalho plano e encosto regulável em oito posições. Ótimo porta-malas de 581 litros. A bordo há quatro entradas para carregar celular e mais sistema por indução de alto desempenho. Mesmo com rodas de 19 polegadas de diâmetro o conforto de marcha e estabilidade estão bem adequados às condições brasileiras de rodagem.

Destaque especial para o silêncio a bordo graças ao para-brisa acústico, aos vidros de dupla camada e ao sistema de cancelamento ativo de ruídos.

Valor - SP   04/03/2024

A batalha pelo mercado dos VEs de preço mais baixo é crucial. Os carros pequenos costumam ter grandes vendas na Europa

A viagem marítima inaugural do BYD Explores Nº 1 esteve longe de ter sido tranquila. O navio, com comprimento de 2,5 campos de futebol e transportando 5 mil veículos elétricos (VEs) feitos na China, foi obrigado a desviar de rota e contornar o Cabo da Boa Esperança para evitar o Mar Vermelho, o que adicionou dez dias à viagem, disse o capitão Sabev Bozhidar ao “Financial Times”.

Sua eventual chegada ao porto alemão de Bremerhaven no domingo marcou um novo capítulo para as ambições dos VEs da China para irromper no lucrativo mercado automotivo europeu.

“A demanda está crescendo [...] nossas buscas no Google superaram as da Tesla [...] alcançaremos muitas coisas no mercado europeu”, disse Michael Shu, diretor-gerente da BYD Europa.

As montadoras europeias, porém, estão determinadas a contra-atacar. A cerca de 1 mil quilômetros de Bremen, horas depois de o navio da BYD ter atracado, o chefe da Renault, Luca de Meo, usou a Feira Automotiva de Genebra para revelar uma série de carros que, acredita ele, ajudarão a montadora francesa a manter seu território contra as rivais asiáticas.

Entre eles estava o Renault 5, um VE de 25 mil libras esterlinas (US$ 31,8 mil) que abrirá caminho para modelos mais baratos, e o Dacia Spring, o primeiro VE da marca de baixo custo do grupo.

O modelo, que é fabricado na China, terá um preço inicial inferior a 20 mil euros, segundo a empresa, mas há notícias de que poderia começar a partir de 15 mil libras (17,5 mil euros).

A Renault também começou a negociar uma colaboração com Volkswagen no projeto de um VE de baixo custo, segundo De Meo.

Por sua vez, a Stellantis, arquirrival da Renault e dona de marcas como Peugeot e Fiat, espera oferecer um VE na Europa de menos de 20 mil euros, segundo o chefe das operações europeias da montadora, Uwe Hochgeschurtz, reduzindo custos de seu novo VE Citroën e-C3, que é vendido por 23 mil libras.

“Isso depende de quanto você coloca no carro, temos a plataforma para isso [...] adaptamos a faixa, adaptamos a bateria”, disse Hochgeschurtz. “É possível”.

A batalha pelo mercado dos VEs de preço mais baixo é crucial. Os carros pequenos costumam ter grandes vendas na Europa, embora muitas montadoras tenham deixado de produzi-los porque tiveram aumento dos custos ao atender as regras para limitar as emissões. Se continuassem sendo produzidos a um preço de venda acessível, deixariam de dar lucro.

“Todo mundo” tem saído do mercado de carros pequenos a combustão porque “ninguém é capaz de produzi-los de forma lucrativa”, disse De Meo. “O Polo saiu, o Fiesta saiu, todo mundo saiu”.

O Renault 5 é o primeiro VE de baixo custo da empresa e a montadora planeja uma redução de custos de até 40% nas próximas versões ainda nesta década.

O Dacia Spring será importado da China, mas os modelos da marca própria da Renault serão fabricados em casa.

“O que foi muito desafiador para a equipe foi que eu decidi fazer isso na França”, disse De Meo. “Todo mundo me dizia que eu estava completamente louco”.

No entanto, como VEs têm menos peças do que os carros a combustão, menos trabalhadores são necessários e o impacto dos altos salários franceses será menor, segundo De Meo, acrescentando que cerca de 80% da cadeia de suprimentos estaria dentro de um raio de 300 km, o que reduz os custos logísticos.

No momento, porém, a marca da empresa que está na liderança é a Dacia.

Ao projetar modelos mais baratos, a marca muitas vezes começa com um veículo Renault e vai removendo tudo o que não é considerado essencial.

“Não temos nada supérfluo nele”, disse Denis le Vot, executivo-chefe da marca. “Não temos 22 monitores, não temos bancos elétricos, e [essa abordagem] reverbera cada vez mais, porque algumas pessoas estão dizendo 'não gaste seu dinheiro em coisas inúteis'. Não colocamos cromo no carro. Por quê? Porque é reluzente e inútil. Simplesmente tiramos tudo”.

Na mesma feira automotiva onde estão as exibições da Renault e da Dacia, do outro lado do salão, está o estande da BYD, que mostra uma série de modelos com preços semelhantes aos dos fabricados pelos nomes que já estão há mais tempo no mercado europeu e que eles esperam superar.

Embora a empresa tenha começado a vender na região há pouco mais de um ano, já vem ganhando terreno.

O BYD Seal, um grande sedã vendido a cerca de 45 mil libras, já supera em vendas seu rival da Tesla no segmento, o Model 3, em alguns mercados, como a Irlanda e a Áustria, segundo Shu.

A empresa, contudo, também está de olho em outros mercados. "Muitos clientes ou parceiros estão pedindo por um carro menor, porque os europeus gostam de carros menores", disse Shu, acrescentando que um "novo modelo, abaixo de 30 mil euros está chegando [...] no próximo ano".

Conseguir ficar abaixo dos 20 mil euros é mais difícil em razão da regulamentação, acrescentou Shu, em especial a relacionada à segurança em colisões. A empresa espera que o BYD Explorer ajude na questão do custo.

O navio, lançado da China em meio a uma festa de fogos de artifício e danças de dragões estilizados, foi projetado para ser o mais econômico possível. A BYD informa que, entre outras vantagens, a pintura especial de seu casco reduz a resistência à água e diminui o consumo de combustível. Ele também reduz os caros tempos de espera por espaço em navios transportadores de carros - que estão em falta - segundo Shu, acrescentando que “sem dúvida” o BYD Explorer é uma opção mais barata.

Há planos para expandir a frota. Em fevereiro, o executivo-chefe e presidente do conselho de administração da BYD, Wang Chuanfu, disse em conferência em Shenzhen que a empresa "terá sete [navios] transportadores de carros nos próximos dois anos para amenizar o problema da falta de capacidade de transporte marítimo para exportar automóveis, e para entregar mais [...] veículos” ao mercado mundial, de acordo com várias notícias na imprensa chinesa.

Enquanto se esforçam para reduzir custos, as montadoras europeias acham que não recebem apoio suficiente de seus governos, cujas políticas de redução das emissões de carbono as obrigaram a desenvolver veículos a bateria, um setor no qual a China se sobressai.

“A estratégia industrial da Europa está totalmente ausente”, disse De Meo, que também lidera a associação de fabricantes de automóveis europeus, ACEA. “Precisamos ser ouvidos pelos políticos, somos nós que estamos investindo o dinheiro e arriscando os investimentos”.

Uma investigação da Comissão Europeia sobre as importações chinesas pode resultar no aumento das tarifas sobre os carros que estão chegando. Ainda assim, as montadoras europeias dizem que isso pode não ser suficiente.

De acordo com Hochgeschurtz, os chineses “podem reduzir o preço muito mais do que você imaginaria em seus sonhos mais malucos”. Muitas marcas vendem VEs similares na China por cerca de metade do preço anunciado na Europa, acrescentou. Eles podem digerir as tarifas mais altas, reduzir os preços e ainda assim obter altos lucros.

“Os preços na China são muito baixos, então [a Europa] é um paraíso para eles”.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Grandes Construções - SP   04/03/2024

O PIB (Produto Interno Bruto) da construção registrou aumento de 4,2% no 4º trimestre de 2023, na comparação com o trimestre anterior.

Mesmo assim, o PIB do setor fechou com queda de 0,5% no ano passado, na comparação com o ano anterior, segundo dados divulgados hoje (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia do SindusCon-SP, a queda pode ser atribuída especialmente à diminuição da produção e do consumo de materiais de construção por parte das famílias.

“Já o segmento de obras de edificações manteve-se aquecido e deve ter registrado crescimento, o que constataremos quando o IBGE fizer a revisão dos dados preliminares do levantamento trimestral e publicar as Contas Anuais de 2023”, ele comenta.

Na comparação com o 4º trimestre de 2022, o PIB da construção cresceu 0,9%.

Nas atividades imobiliárias, o indicador registrou aumento de 3% em 2023, comparado ao ano anterior.

Em relação ao 3º trimestre do ano passado, houve estabilidade (+0,1%), enquanto na comparação com o 4º trimestre de 2022 houve crescimento de 2,7%.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) caiu 3% em 2023, na comparação com 2022.

Já a taxa de investimento ficou em 16,5% do PIB em 2023, o que representa queda em relação aos 17,8% registrados no ano anterior.

“As quedas são muito preocupantes, porque comprometem o crescimento futuro do PIB”, avalia Zaidan.

O Estado de S.Paulo - SP   04/03/2024

O presidente da incorporadora e construtora Plano&Plano, Rodrigo Luna, afirma que o plano diretor da cidade de São Paulo não muda o mercado imobiliário em termos de oferta e demanda, mas ajuda a levar a população de baixa renda para bairros mais perto do centro, tirando pessoas da periferia da cidade.

“A produção de habitação de interesse social nos eixos de transporte traz mais qualidade de vida para as pessoas e mais oportunidades em termos de oferta de terrenos.” Com as mudanças do programa Minha Casa Minha Vida e o aumento no número de lançamentos imobiliários, a empresa atingiu valor recorde de vendas em 2023, chegando a R$ 3,1 bilhões, um salto de 81,5% em relação a 2022.

Luna, que também preside o Secovi-SP, diz que sua empresa trabalha para reduzir o déficit habitacional de São Paulo, que é de 650 mil moradias. O executivo acredita que a companhia possa manter ritmo consistente de crescimento em 2024 devido à alta demanda do mercado imobiliário.

Neste ano, a empresa decidiu fazer uma virada na sua marca para se aproximar mais da classe média-baixa, que compra imóveis acima do patamar do programa habitacional Minha Casa Minha Vida. “A classe média-baixa é muito grande e não vem sendo bem atendida nos últimos anos”, diz.

Leia os principais trechos da entrevista a seguir.

Quais são os bairros mais atrativos para o público de baixa renda?

Todas as pessoas preferem morar perto das regiões centrais. A primeira escolha sempre é perto do trabalho, para que haja menor necessidade de mobilidade. Mas há vários aspectos que a gente precisa levar em consideração, e o primeiro deles é a origem das pessoas. Muita gente cria raízes em um bairro e não tem vontade de sair, mesmo sabendo que será preciso passar um período maior fazendo a sua movimentação diária. Além disso, nem todas as pessoas têm condições de morar mais próximo ao centro, porque essas regiões têm custos mais altos. A Plano&Plano está presente em todas as regiões de São Paulo, tem produtos para todos os perfis de renda e (atende a todos os) desejos da sociedade.

Em 2023, foram 28 lançamentos em relação aos 22 do ano anterior. Quais são os planos para este ano?

Nós atuamos de uma forma muito segura e muito consistente, de acordo com o que a gente acredita que o mercado possa absorver. Dessa forma, a gente pode entregar bons resultados aos nossos acionistas. O nosso planejamento é continuar com o crescimento robusto em linha com o que a gente tem feito nos últimos anos. A estratégia da Plano&Plano é continuar atendendo a todas as faixas de renda do Minha Casa Minha Vida, incluindo as classes média e média-baixa. Esse é um mercado muito grande e tem uma demanda altíssima, vinda de um déficit habitacional gigantesco. Mas o que mais importa é a consistência e a qualidade da experiência que entregamos ao nosso consumidor. As nossas entregas estarão sempre pautadas nesses dois pilares.

Quais fatores estão por trás do déficit habitacional? É uma questão matemática, como uma razão de endividamento alto sobre salário da população, ou uma falta de moradias disponíveis no mercado?

De fato, há uma falta de moradias no mercado. São estudos feitos com base em dados do IBGE que consideram fatores como preços de aluguéis excessivos, moradias em zonas de risco e coabitação. São questões que se complementam e formam o que se chama de déficit habitacional, hoje na casa das 7 milhões de unidades (segundo a Econnit). Em São Paulo, são cerca de 650 mil unidades.
Se São Paulo é a cidade mais importante para o mercado imobiliário, esse déficit não deveria ter sido resolvido?

A demanda por habitação é muito maior do que a capacidade de oferta de toda a indústria. Por isso, consideramos que o crescimento projetado da nossa companhia será absolutamente absorvido por essa demanda, que é vasta, mas que tem suas limitações, através da qualidade da entrega da nossa companhia. Nós não vamos crescer mais do que aquilo que a gente considera ser saudável para o nosso negócio e para a qualidade da nossa entrega. Essa demanda muito forte e a alta capacidade produtiva são os motivos de a Plano&Plano ter entregado crescimento consistente ao longo dos últimos anos.
Quais os planos para atuar na venda de imóveis acima do patamar de preço do programa Minha Casa Minha Vida?

Nós atuamos no mercado mais resiliente do Brasil, que é São Paulo. A classe média-baixa é muito grande e não vem sendo bem atendida nos últimos anos. Paramos de atuar nesse segmento na crise de 2015 e voltamos a partir de 2021. Há uma demanda muito forte nesse mercado.
Há planos de criar uma nova marca para atender a esse público?

A marca é a Plano&Plano, que dá nome a tudo que a gente faz. A marca se deriva em vários segmentos de atuação através de nomes específicos (de projetos).
Como o FGTS futuro deve impactar as vendas das habilitações sociais em 2024?

Certamente será um impacto positivo, afinal, amplia a capacidade de financiamento do cliente. A maioria dos nossos clientes utiliza o fundo de garantia como forma de pagamento, e essa medida também auxiliará na redução dos juros cobrados pelo banco. Não há como quantificar especificamente o impacto nas vendas neste momento, mas, se seguir o perfil das atualizações do Minha Casa Minha Vida, haverá um aumento da procura por parte dos clientes de baixa renda. O FGTS é hoje o principal fundo de desenvolvimento social no País.

Como o plano diretor de São Paulo muda os negócios da Plano&Plano?

As famílias brasileiras precisam morar bem. Quem define se elas moram perto do trabalho, perto do eixo de transporte ou nas franjas da cidade é a lei de zoneamento. Independentemente de onde for direcionada a produção habitacional por meio da lei do zoneamento, nós vamos produzir as moradias. Se o plano diretor determinar que a cidade tem de continuar a se espalhar, vamos continuar produzindo, e as pessoas vão atrás dos imóveis que cabem nos seus bolso. Acima de tudo, as pessoas que não têm casa, que fazem parte do número do déficit habitacional, precisam de moradia, quer seja mais perto ou mais longe do trabalho.
O plano diretor ajuda a população de baixa renda a ter acesso à moradia?

O plano diretor não altera a demanda e a oferta. O que ele pode alterar é a qualidade e a proximidade dessas moradias em relação à infraestrutura de transporte público e às regiões onde estão os empregos, que são nas mais centrais da cidade. Horas de tempo gasto no trânsito implicam em menor saúde e o espraiamento da cidade traz complexidades muito graves ao meio ambiente. É uma escolha da cidade, e a sociedade acaba tendo de acatar o que foi decidido na lei. A oferta para terrenos de habitação social é muito grande, porque a cidade é muito espalhada. A produção de habitação de interesse social nos eixos de transporte traz mais qualidade de vida para as pessoas e mais oportunidades em termos de oferta de terrenos. Em termos quantitativos, acaba não mudando muito, mas em termos qualitativos, sim, muda para que a população consiga morar mais próximo aos eixos de transporte.

Quais são as principais tendências do mercado imobiliário que a empresa adota nos empreendimentos?

Vemos uma transformação muito grande da sociedade, hábitos, estilo de vida e evolução tecnológica. Tudo isso tem de estar embarcado na forma de propor a habitação para a sociedade. Isso gera impacto direto na concepção de produtos imobiliários, na forma com que se pensa um projeto, porque o mercado desenvolve produtos para que as famílias possam morar com qualidade, de acordo com os hábitos da sociedade moderna. Há intensificação da oferta de espaços para atividade física, áreas de delivery e para levar pets para brincar.

Valor - SP   04/03/2024

Há mais de um ano e meio sem revisão, a expectativa é que os valores sejam reajustados em breve

O programa habitacional federal Minha Casa, Minha Vida (MCMV) atende pessoas com renda familiar de até R$ 8 mil, mas uma revisão que ampliaria esse valor pode estar próxima.

O programa é dividido em três grupos de renda, com subsídios e valores de taxas de juros que mudam conforme o rendimento familiar.

No grupo 1, a renda máxima permitida é de R$ 2.640, com um subsídio (desconto) de até R$ 55 mil e a taxa de juros do financiamento é de 4% a 4,25% ao ano.

O grupo 2 inclui pessoas com renda familiar entre R$ 2.640 e R$ 4.400, e também fornece subsídio de até R$ 55 mil. Os juros ficam entre 5% e 7,66% ao ano.

Já o último grupo, para rendas entre R$ 4.400 e R$ 8 mil, não tem subsídio, mas trabalha com juros a até 8,66% ao ano.

A lei que instituiu a volta do programa, de julho do ano passado, define que essas faixas de renda devem ser atualizadas anualmente.

Durante o governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), o MCMV foi substituído pelo programa Casa Verde e Amarela. A última revisão de valores das faixas de renda aconteceu ali, em outubro de 2022.

Analistas da XP elaboraram um relatório sobre o impacto que uma nova revisão pode trazer para o programa e para as incorporadoras que atuam nele. Há mais de um ano e meio sem revisão, a expectativa é que os valores sejam reajustados em breve.

No relatório, os analistas Ygor Altero e Ruan Argenton fizeram duas simulações de atualização das faixas de renda. A primeira leva em conta o aumento aplicado no salário mínimo para 2024, de 7%. A segunda considera o aumento que foi realizado na última alteração das faixas de renda.

No primeiro cenário, o grupo 1 do MCMV passaria a incluir rendas de até R$ 2.824. Seguindo a última alteração do programa, subiria para R$ 3.168.

O grupo intermediário teria os valores alterados para R$ 2.824 a R$ 4.707, no primeiro cenário. No segundo cenário proposto, subiria para a faixa de R$ 3.168 a R$ 4.840.

A maior renda possível para poder entrar no MCMV subiria para R$ 8.558, de acordo com o reajuste do salário mínimo. No segundo cenário, chegaria a R$ 9.143.

Altero afirma, ao Valor, que essa atualização poderia ser uma maneira de fazer com que o programa chegue a mais pessoas de classe média, uma bandeira levantada pelo presidente Lula e pelo ministro das Cidades Jader Filho.

Os dois políticos já falaram sobre a implementação de uma “quarta faixa” para o MCMV, para rendas maiores que R$ 8 mil, mas a proposta nunca foi vista como realista pelo mercado, nem como uma prioridade do governo, que tem concentrado esforços na faixa de entrada do programa.

Altero lembra que houve no ano passado um aumento do preço máximo da unidade vendida no MCMV, de R$ 264 mil para R$ 350 mil, mas que não foi acompanhado por uma mudança nas faixas de renda.

Isso faz com que, em alguns casos, quem se enquadra no programa não consiga comprar unidades no valor máximo. A entrada do imóvel é uma das barreiras. Segundo os cálculos dos analistas, apenas beneficiários com renda entre R$ 7.500 e R$ 8 mil conseguem, de fato, acessar imóveis de R$ 350 mil.

Segundo o analista, uma pessoa ligada ao FGTS, que fornece o funding para o MCMV, já afirmou que o aumento nas faixas de renda poderia ser até maior do que a versão mais otimista proposta no relatório.

Em teleconferência com analistas nesta sexta-feira (1º), o co-presidente da MRV, Eduardo Fischer, afirmou que há “um debate intenso” entre o setor da construção e o governo sobre as faixas de renda. “A sinalização em relação a isso é positiva, devemos ver pelo menos uma correção de inflação”, disse.

Para Altero, as incorporadoras que poderiam ser mais beneficiadas por um aumento da renda máxima do MCMV são Cury, Direcional e Plano&Plano, por trabalharem mais com a faixa 3 do programa. “Mas o aumento da renda é bom para todo mundo”, ressalta.

Procurado, o Ministério das Cidades, que é encarregado de fazer a atualização dos valores da renda, afirmou que o processo de revisão das faixas “está atualmente em estudo”, mas que o prazo com que trabalham é até julho deste ano.

Altero afirma, ao Valor, que essa atualização poderia ser uma maneira de fazer com que o programa chegue a mais pessoas de classe média — Foto: Foto: Silvia Zamboni/Valor

NAVAL

A Tribuna - SP   04/03/2024

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) fará um levantamento com todos os portos do País para construir um inventário de emissão de carbono do setor aquaviário. A medida faz parte das estratégias ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) da agência.

O objetivo é que, em breve, seja feito um levantamento de emissões de carbono parecido com o estatístico aquaviário, que é divulgado mensalmente em um compilado para a sociedade. Com isso, a Antaq poderá atender às metas do acordo de Paris e a Agenda Ambiental e de Segurança Aquaviária interna.

O diretor-geral da agência, Eduardo Nery, reforça que para atender ao que foi estabelecido é necessário primeiro monitorar e medir, por isso esse inventário é fundamental para o setor e para a sociedade. “A nossa missão é que sejam encaminhadas informações tempestivas por todo o setor e, a partir dali, é possível ter um termômetro sobre como o setor está se comportando em relação às emissões de carbono”, explicou ele em evento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ontem, para tratar das práticas e desafios no setor público para questões ESG.

Agenda

A agência afirma que vem trabalhando para melhorar os níveis de sustentabilidade no setor portuário há algum tempo. Foi a primeira agência reguladora federal a ter uma unidade voltada exclusivamente para a área de sustentabilidade e foi precursora na criação do Índice de Desempenho Ambiental (IDA).

Além disso, no ano passado, foi entregue o estudo Impactos e Riscos da Mudança do Clima nos Portos Públicos. Nesse estudo foram identificadas as principais ameaças e riscos climáticos.

Com isso, foi feita uma metodologia com todas as diretrizes para realização de estudos de caso sobre os impactos climáticos nos portos e no momento está em realização um monitoramento desses impactos.

“A agência está estimulando as autoridades portuárias e os Terminais de Uso Privado (TUPs) a se planejar para essas mudanças climáticas que se avizinham”, apontou o diretor-geral.

Rio Limpo, Amazônia Viva

Nery ressaltou, ainda, a importância do evento educativo Rio Limpo, Amazônia Viva, que visa preservar os rios da região e deve acontecer no primeiro semestre deste ano no Norte do País. A iniciativa tem como objetivo promover a sustentabilidade ambiental, incentivar o atendimento de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a adoção de princípios ESG no transporte aquaviário na região amazônica.

Valor - SP   04/03/2024

Empresa recebe a P-33 e prepara área de negócio voltada para descomissionamento

Recentemente, a Petrobras iniciou seu programa para desativar mais de 50 plataformas até 2034 devido ao fim da produção de campos de petróleo ou da vida útil das unidades. A atividade conhecida como descomissionamento ganhou importância por questões ambientais e chamou a atenção do Porto do Açu. A empresa firmou contrato com a estatal para realizar, inicialmente, a desintegração de três equipamentos da Petrobras e, em paralelo, está desenhando uma “linha de desmontagem” de plataformas, como uma nova unidade de negócio da empresa controlada pela Prumo Logística.

O Porto do Açu vai desmontar as plataformas P-26, P-33, P-37, que foram vendidas para a Gerdau como sucata e cujo aço será utilizado para a fabricação de novos subprodutos. A P-33, primeira a ser desmantelada, atracou no Porto do Açu, no dia 14 de fevereiro, para serviços iniciais. O acordo inclui disponibilidade de atracação no cais, limpeza de casco e destinação de efluentes e resíduos da unidade.

De acordo com o presidente do Porto do Açu, Eugênio Figueiredo, na sua primeira entrevista após assumir o cargo em janeiro, o contrato é o primeiro passo para a criação de um “hub de descomissionamento sustentável”, com áreas voltadas para “estacionamento” das plataformas e para a desmontagem.

O descomissionamento de plataformas se tornou um serviço - e entrou na mira do Porto do Açu - porque as petroleiras são consideradas como responsáveis por esses ativos mesmo quando as unidades saem de cena, com potenciais danos e riscos às políticas ESG. O risco ambiental da desmontagem não é mais transferido automaticamente ao comprador da plataforma que será transformada em sucata, disse Figueredo.

Logo, o serviço não trata apenas do descarte dos materiais, mas sim do tratamento dado a todo o processo, que inclui limpeza de estruturas, destinação adequada de efluentes (como resíduos de óleos e produtos químicos) e a própria desmontagem.

Até 2028, a Petrobras deve desativar 23 plataformas, de acordo com o plano estratégico 2024-2028. Algumas delas, por exemplo, serão substituídas por novas unidades que vão atuar em planos de revitalização da Bacia de Campos. No mercado nacional, ao todo, há 58 plataformas de petroleiras, além da Petrobras, elegíveis para deixar a operação nos próximos dez anos, de acordo com levantamento do próprio Porto do Açu.

“Há um tamanho de mercado muito interessante, em termos nacionais e globais, para ser atacado”, afirmou Figueiredo. “Estamos fazendo estudos e discussões para avançar nessa cadeia, com mais serviços sendo executados no Porto do Açu.”

Entre as vantagens competitivas que o porto passa a ter estão a localização, próxima de campos de petróleo nas bacias de Campos e Santos, e a distância entre unidades de siderúrgicas

O diretor de administração portuária do Porto do Açu, Vinícius Patel, contou que o plano é estruturar uma área com capacidade para atracação de até oito unidades, podendo chegar até dez, dependendo do desenho dos ativos. Esse local traria como vantagem para as petroleiras a possibilidade de acelerar a desconexão dos campos.

“Um item muito importante é que, ao fazer isso numa estrutura atracada, há aumento do nível de segurança e redução de custo para um mercado que tem prazos a cumprir com a ANP [Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis], que tem prazos para a revitalização de campos”, disse Patel.

Há um tamanho de mercado muito interessante, em termos nacionais e globais, para ser atacado”

— Eugênio Figueiredo

Os executivos não falam em números de investimentos, que ainda não estão fechados, mas eles não serão elevados, considerando que a adoção da nova estratégia demandará, em geral, adaptações à estrutura existente, portanto não exigindo maiores desembolsos pela companhia.

O olhar do Porto do Açu não é só para o mercado interno: a IHS Market projeta um gasto global da ordem de US$ 100 bilhões entre 2021 e 2030 com atividades de descomissionamento offshore.

Patel e Figueiredo salientam que o processo de descomissionamento não se restringe a plataformas de petróleo, podendo ser adotado pela indústria naval, com embarcações em fim da vida útil e que não tem no Brasil uma destinação adequada. Haja vista, por exemplo, a Baía de Guanabara (RJ), apontam os executivos, que se tornou um cemitério de navios. Patel salienta que estruturas para desmantelar navios e plataformas estão em regiões como Estados Unidos, Mar do Norte, Mediterrâneo e Ásia, mas não no Atlântico Sul.

Em novembro de 2022, uma embarcação que estava ancorada na Baía de Guanabara, soltou-se de suas amarras e atingiu a Ponte Rio-Niterói, causando transtornos na hora do rush em duas das principais cidades do Rio.

“O mercado [de marinha] mercante não tem suporte no Atlântico Sul. Esse padrão ambiental não é mais aceito e isso reforça uma indústria que vai tratar de forma adequada”, afirmou Patel.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   04/03/2024

Campo de Tupi foi o maior produtor de petróleo em janeiro

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) divulgou hoje (1º) o Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás do mês de janeiro deste ano, que aponta uma produção total (petróleo + gás natural) de 4,487 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). Com relação ao petróleo, foram extraídos 3,519 milhões de barris por dia (bbl/d), uma redução de 1,8% na comparação com o mês anterior e aumento de 7,5% em relação ao mesmo mês de 2023. A produção de gás natural em janeiro foi de 153,93 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d). Houve queda de 1,7% frente a dezembro de 2023 e elevação de 7,6% na comparação com janeiro de 2023.

A produção total (petróleo + gás natural) no pré-sal, em janeiro, foi de 3,389 milhões de boe/d e correspondeu a 75,5% da produção brasileira. Esse número representa uma redução de 2,8% em relação ao mês anterior e um aumento de 7,0% na comparação com o mesmo mês de 2023. Foram produzidos 2,670 milhões de bbl/d de petróleo e 114,32 milhões de m³/d de gás natural por meio de 148 poços. Em janeiro, o aproveitamento de gás natural foi de 97,1%. Foram disponibilizados ao mercado 52,36 milhões de m³/d e a queima foi de 4,55 milhões de m³/d.

Houve aumento de 33,9%, na queima, em relação ao mês anterior, e de 13,0% na comparação com janeiro de 2023. O incremento na queima é comum quando há comissionamento de novas plataformas, o que ocorreu no mês, com o início da operação da FPSO Sepetiba, no Campo de Mero. No mês, os campos marítimos produziram 97,5% do petróleo e 84,0% do gás natural. Os campos operados pela Petrobras, sozinha ou em consórcio com outras empresas, foram responsáveis por 88,0% do total produzido. A produção teve origem em 6.639 poços, sendo 537 marítimos e 6.102terrestres. No mês de janeiro, o campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, foi o maior produtor de petróleo e gás, registrando 751,31 mil bbl/d de petróleo e 37,09 milhões de m³/d de gás natural. A instalação com maior produção de petróleo e gás natural foi a FPSO Guanabara, na jazida compartilhada de Mero, com 179.144 bbl/d de petróleo e 11,47 milhões de m³/d de gás.

Diário do Comércio - MG   04/03/2024

Alguns membros da OPEP e aliados liderados pela Rússia (OPEP+) concordaram em estender cortes voluntários na produção de petróleo do primeiro para o segundo trimestre, informaram fontes neste domingo.

Em novembro, a OPEP+ concordou com cortes voluntários que totalizaram cerca de 2,2 milhões de barris por dia (bpd) no primeiro trimestre, liderados pela Arábia Saudita, que prorrogou seu próprio corte voluntário.

A OPEP+ implementou uma série de cortes na produção desde o final de 2022 para apoiar o mercado em meio ao aumento da produção dos Estados Unidos e de outros produtores não membros e às preocupações com a demanda, já que as principais economias enfrentam altas taxas de juros.

Os preços do petróleo encontraram apoio nas crescentes tensões geopolíticas devido aos ataques do grupo Houthi contra a navegação no Mar Vermelho, embora a preocupação com o crescimento econômico e as altas taxas de juros tenha pesado. Os contratos futuros do Brent para maio subiram 2% mais caros, a 83,55 dólares, por barril na sexta-feira.

Fontes disseram à Reuters na semana passada que a OPEP+ consideraria estender os cortes na produção de petróleo para o segundo trimestre, e uma delas disse que isso era “provável”.

Os países membros da OPEP+ anunciam os cortes individualmente. O Kuwait disse que cortaria sua produção de petróleo em 135 mil barris por dia (bpd) até junho, enquanto a Argélia cortará sua produção em 51 mil bpd.

Valor - SP   04/03/2024

Gasoduto na Foz do Rio Amazonas teria traçado proposto de 350 quilômetros visando escoar o gás do bloco de petróleo denominado FZA-M-59, cuja concessão pertence à Petrobras

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) projetou oito alternativas de projetos de escoamento de gás natural, sendo uma delas na Bacia da Foz do Rio Amazonas, na Margem Equatorial, região de nova fronteira exploratória do país, em meio a discussões sobre a exploração da área, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte.

Na quinta-feira (29), a EPE apresentou a terceira edição do Plano Indicativo de Processamento e Escoamento de Gás Natural (Pipe), estudo que propõe opções de construção de gasodutos para o planejamento energético integrado do setor de óleo e gás.

O gasoduto na Foz do Rio Amazonas tem traçado proposto de 350 quilômetros e visa escoar o gás do bloco de petróleo denominado FZA-M-59, cuja concessão pertence à Petrobras, até uma possível unidade de processamento de gás natural (UPGNs) próxima a cidade de Calçoene, no Amazonas.

Segundo a EPE, o gasoduto foi desenhado evitando interferências no Parque Nacional do Cabo Orange, unidade de conservação federal, além de minimizar cruzamentos com zonas de recifes. A diretriz da EPE aponta que o duto parte do FZA-M-59 a aproximadamente 3 mil metros de profundidade e cruzaria outras duas áreas da Petrobras (FZA-M-88 e FZA-M-125).

A EPE destacou ainda que o cenário de desenvolvimento de produção na Foz do Amazonas considerou o uso de dois navios-plataformas (FPSO, na sigla em inglês), com capacidade de processar 220 mil barris de óleo por dia cada, com separação e tratamento de óleo e gás natural.

O óleo produzido, prossegue a EPE, seria exportado via navio aliviador, enquanto o gás natural seria escoado para a UPGN próxima a Calçoene pelo gasoduto proposto.

De acordo com a EPE, o estudo para este gasoduto (e os demais) considerou o potencial exploratório, "o avanço de maturidade de projetos já anunciados pelos operadores" e análises de novas alternativas para monetização de recursos identificados.

"A escolha pela elaboração de um projeto para essa bacia decorre do sucesso exploratório que tem sido observado durante a exploração da Bacia GuianaSuriname, nos países vizinhos de mesmos nomes, que poderiam ter similaridades geológicas com a margem equatorial brasileira (...) Ademais, é relevante destacar que a oferta de gás natural na Região Norte pode motivar a transição energética, migrando de combustíveis mais poluentes (óleo diesel e óleo combustível) para o uso do gás natural, principalmente para geração termelétrica", diz a EPE, no Pipe.

A EPE salienta no estudo que, de acordo com a base de dados consultada, não há interferência do projeto em unidades de conservação, terras indígenas ou quilombolas.

"Destaca-se que, como se trata de nova fronteira exploratória, o nível de conhecimento acerca dos ambientes físico e biótico dessa região é menor, quando comparado a outras bacias sedimentares marítimas. Portanto, caso o projeto se viabilize, deverão ser consideradas novas informações levantadas na região para definição do traçado do gasoduto", salientou a EPE.

A EPE acrescentou: "No trecho terrestre, o traçado atravessa áreas de mangue, formação florestal e campestre em região bastante preservada do bioma Amazônia, na área sudeste do município. (...) Essas unidades de relevo apresentam declividades planas (0 a 3%) e correspondem a depósitos sedimentares marinhos, aluvionares ou lacustres com materiais de granulometria e composições diversas, sugerindo complexidade geotécnica dos terrenos."

A Petrobras tem licença para perfurar dois poços de petróleo na Bacia Potiguar (RN) e o navio-sonda que vai realizar o processo está perfurando o poço Pitu, a 52 quilômetros da costa.

O processo teve início pela Bacia Potiguar porque o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou a licença para perfuração de dois poços na Bacia da Foz do Rio Amazonas, no Amapá. A estatal recorreu da decisão e aguarda novo parecer do órgão, que atualmente enfrenta uma greve de servidores.

De acordo com o Plano Estratégico 2024-2028+, a Petrobras pretende investir US$ 3,1 bilhões em atividades exploratórias na Margem Equatorial.

O que é o Pipe

Na edição, a estatal propôs oito alternativas de projetos, sendo sete gasodutos marinhos ("offshore") e um terrestre ("onshore"), que totalizam 1.500 quilômetros de extensão. Seis deles estão conectados a UPGNs. Dos oito projetos, cinco são baseados em volumes de gás provenientes do pré-sal.

As projeções da EPE apontam para investimentos da ordem de R$ 24 bilhões caso os projetos estudados saiam do papel, sendo que esses valores dependem da escolha do traçado a ser construído dentre as opções mapeadas para cada projeto.

Ainda de acordo com a estatal, os projetos têm potencial de gerar 67 mil empregos e impactar o PIB em 0,15 ponto percentual, o que corresponde a mais de R$ 14 bilhões.

"Caso haja manifestação de interesse do mercado pelas alternativas propostas, os projetos aqui analisados poderão contribuir para o aumento da oferta de gás e, por conseguinte, trazer maior flexibilidade e segurança de abastecimento desse energético", disse a EPE no estudo.

O Estado de S.Paulo - SP   04/03/2024

A Rússia anunciou neste domingo, 3, que cortará a produção de petróleo em 471 mil barris por dia no segundo trimestre, uma decisão tomada “em coordenação” com os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para aumentar os preços da commodity.

A Rússia implementará um corte de produção voluntário “adicional” de 350 mil barris por dia em abril, 400 mil em maio e 471 mil em junho, disse o vice-primeiro-ministro russo para Energia, Alexander Novak, em um comunicado.

O petróleo já havia fechado a última semana em alta. As preocupações pela oferta subiram a cotação do óleo, conforme as tensões geopolíticas provocam discordâncias entre países e um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas parece cada vez mais incerto.

Na bolsa de valores Internacional Commodity Exchange (ICE), o petróleo do tipo Brent para maio fechou em alta de 2%, aos US$ 83,55 por barril. Enquanto isso, na New York Mercantile Exchange, o óleo do tipo WTI para abril fechou com ganhos de 2,19%, a US$ 79,97 o barril. Na semana, o Brent acumulou alta de cerca de 3,40% e o WTI avançou 4,55%.

A ofensiva de Israel que matou mais de 100 civis que esperavam por comida em Gaza reaqueceu as tensões já latentes nesta semana. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ontem que um cessar-fogo entre Israel e Hamas “provavelmente não” vai sair até segunda-feira, 4, ao contrário do que havia falado no início desta semana. Questionado sobre se os relatos desse ataque poderia complicar negociações, Biden respondeu: “Eu sei que vai”.

Além da escalada de tensões, temores agora concretizados de uma extensão dos cortes voluntários da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) já dava suporte às pressões de alta nos preços. De acordo com o TD Securities, apesar do impulso de curto prazo, estes elementos não mudam o panorama para o médio prazo, visto que com as expectativas de demanda “permanecendo frágeis”, e com novos aumentos de produção, “tem sido difícil manter a dinâmica ascendente”.

Louis Navellier, da gestora Navellier, também identifica riscos ascendentes no curto prazo, com a procura sazonal por petróleo nos Estados Unidos aumentando e possivelmente oferecendo suporte aos preços. Além disso, os conflitos geopolíticos podem “facilmente” elevar os preços do petróleo temporariamente para perto de US$ 100 pelo barril do Brent, comentou.

Porém, ele destaca que o panorama para o fim do ano tende a apresentar uma queda dos preços. Navellier aposta que as eleições nos Estados Unidos influenciarão no mercado da commodity, e que, com uma vitória de Donald Trump, os preços devem cair, como fruto de sua política de “perfurar mais e mais” poços de petróleo.

Para o mês que se inicia, o analista do Bank of America (BofA) Paul Ciana espera que o petróleo continue oscilando perto dos mesmos valores mais altos atingidos em fevereiro. Segundo ele, porém, as quedas serão mais contidas, sem que as mínimas de março sejam tão baixas quanto as vistas em fevereiro.

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