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03 de Julho de 2024

SIDERURGIA

Valor - SP   03/07/2024

Foram 793 toneladas do produto nos cinco primeiros meses do ano, crescimento de 1,5%

Com o crescimento de 1,5% visto em maio na comparação anual, a produção mundial de aço bruto nos cinco primeiros meses de 2024 praticamente igualou os volumes produzidos globalmente no mesmo período do ano passado, em torno de 793,2 milhões de toneladas, segundo levantamento da World Steel Association (Worldsteel), cujos membros representam 85% da oferta mundial.

A expansão no mês foi puxada pela China, que voltou a acelerar a produção do insumo, com alta de 2,7%, para 92,9 milhões de toneladas. Índia e Turquia, que são ‘players’ importantes na indústria global, também seguem em rota de crescimento, neste caso desde o início do ano, mas ainda há incertezas quanto ao ritmo que será empregado pelas siderúrgicas chinesas nos próximos meses.

Do lado da economia doméstica, o gigante asiático segue dando sinais de fraqueza, o que indica menor consumo interno de aço. Do lado das exportações de produtos siderúrgicos, é crescente o número de países que têm adotados medidas de defesa comercial contra os chineses, o que poderia prejudicar novas altas expressivas nos embarques.

Segundo a Worldsteel, o volume de aço ofertado pelas siderúrgicas chinesas no acumulado de janeiro a maio ainda é menor na comparação anual. No intervalo, foram produzidas 438,6 milhões de toneladas nas usinas locais, 1,4% menos do que o visto em 2023. Esse volume equivale a pouco mais de 55% da produção mundial do insumo nos cinco primeiros meses do ano.

Ainda assim, para fontes da indústria ouvidas pelo Valor, a China deve seguir recorrendo às exportações de forma a manter um ritmo de operação “mínimo” para seus planos de crescimento econômico em 2024, mesmo com as barreiras impostas a seus produtos. “É uma política de Estado”, avalia uma das fontes. Além disso, não é só o aço chinês que tem entrado no mercado brasileiro com preços predatórios.

Recentemente, o Brasil se juntou ao grupo de países que adotou medidas para proteger sua indústria da concorrência desleal no mercado de aço. O estabelecimento de cotas para importação de 11 tipos de produtos siderúrgicos, com alíquota de 25% sobre o volume excedente, foi bem recebido pelo setor, mas ainda não teve resultados concretos, inclusive porque acaba de entrar em vigor.

Para o Instituto Aço Brasil, a melhora deverá ser vista no decorrer do segundo semestre e já se traduziu em projeções mais otimistas para as siderúrgicas instaladas no país, que esperam que o mercado brasileiro deixe de receber 1,5 milhão de toneladas de produtos siderúrgicos até o fim de 2024, na esteira das medidas de defesa comercial.

Com isso, o setor passou a projetar expansão de 0,7% na produção de aço neste ano, a 32,2 milhões de toneladas, contra previsão anterior de queda de 3%. Para as importações, a estimativa, que era de crescimento de 20%, agora é de queda de 7%, a 4,7 milhões de toneladas. Já as vendas internas devem crescer 2,5%, para 20 milhões de toneladas, em comparação à previsão inicial de retração de 6%.

Mas todo cuidado é pouco, alertaram as siderúrgicas. Até maio, conforme o Aço Brasil, as importações de produtos siderúrgicos seguiram em alta acentuada, de 26,4% no acumulado dos cinco meses, para 2,3 milhões de toneladas, enquanto a produção nacional ficou praticamente estável, com leve alta de 0,6% e 13,6 milhões de toneladas.

Além disso, após a vitória junto ao governo, os esforços das siderúrgicas estão voltados a monitorar a eficiência das medidas e se os exportadores ao Brasil estão buscando brechas à lista contemplada na medida. Isso significa acompanhar as importações de outras 27 NCMs “de fuga”, que podem ser usadas para burlar o sistema de cota-tarifa. Neste caso, o sinal amarelo já está aceso para vergalhões, que não aparecem na lista original do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex).

ECONOMIA

Globo Online - RJ   03/07/2024

Apesar de o BC ter sinalizado que a Selic deve permanecer em 10,50% pelo tempo que for necessário até a inflação desacelerar, o mercado começa a se questionar se a autoridade monetária não se verá obrigada a elevar a taxa básica de juros ainda este ano.

‘Tendência é que piore’

Analistas argumentam que, na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o cenário alternativo considerava um dólar mais baixo do que o visto atualmente.

Desde 19 de junho, a última reunião do Copom, o dólar subiu mais de 4%. Bruno Martins, economista sênior do BTG Pactual, destaca que as expectativas de inflação também se deterioraram:

— A tendência é que piore ainda mais, por conta dessa depreciação forte no curto prazo, então muito provavelmente esse cenário de ciclo (da Selic) constante não vai se concretizar, e pode ser que o Banco Central suba os juros ainda este ano.

Ele ressalta que o BTG ainda não alterou seu cenário-base, de Selic a 10,50% no fim de 2024. A projeção atual do banco para o dólar ainda é de R$ 5,20, mas, segundo Martins, o BTG considera revisar essa estimativa.

Mercado vê IPCA maior

Pela curva de juros, o mercado vê uma alta de 0,5 ponto percentual na Selic ainda neste ano. Isso não necessariamente significa que os analistas acreditem que isso irá ocorrer, visto que os contratos de DIs são tidos como ativos “seguros” e são muito buscados em momentos de risco e incerteza.

Os contratos com vencimento em janeiro de 2025 até recuaram ontem, de 10,83% para 10,76%, mas estão acima dos 10,5% da Selic.

— O prêmio da curva de juros não está aumentando por influência da inflação, mas sim pelo cenário local, com risco fiscal e recentes falas do Lula, com ataques ao Banco Central — disse Luan Aral, especialista em dólar da Genial Investimentos.

Comitê de Política Monetária (Copom) é formado pelo presidente do BC e mais oito diretores

Ele ainda considera prematuro pensar em alta da Selic, mas reconhece que, se o dólar não recuar, haverá pressão sobre a inflação. O último Relatório Focus, divulgado na segunda-feira, já apontava IPCA a 4% no fim do ano, contra 3,88% um mês antes. O centro da meta do governo é 3%.

Analistas destacam ainda que será importante acompanhar, nos próximos dias, as projeções para a inflação, ou seja, o quanto da alta do dólar será incorporado na previsão para os preços, o que pode forçar o BC a subir os juros.

Sem ajuste, Lula faz preço

O gestor de um banco internacional que pede para não se identificar afirma que as declarações de Lula têm pesado no mercado porque faltam ações concretas do governo que sinalizem compromisso com a responsabilidade fiscal. Ele faz um paralelo com o primeiro ano do atual governo Lula, quando este também criticou a atuação do BC sob a gestão de Roberto Campos Neto:

Ajustes previstos: Haddad diz que é preciso acertar comunicação sobre autonomia do BC e arcabouço fiscal

— Em 2023, Lula falava, mas o governo apresentou o arcabouço fiscal, houve a aprovação da Reforma Tributária, ou seja, houve fatos que motivavam uma melhor avaliação do mercado. Agora, em junho, um dia depois de os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) se reunirem para discutir corte de gastos, Lula foi a público dizer que não endossava nenhuma das medidas ventiladas.

Segundo esse gestor, quando Lula critica Campos Neto, o mercado financeiro teme uma “tombinização” quando houver a troca de comando no BC, em 2025. É uma referência à gestão de Alexandre Tombini na autarquia, no governo Dilma Rousseff, quando os juros caíram mesmo em cenário de alta do dólar e inflação sob pressão.

Fôlego até R$ 6 ou R$ 7

Outro ponto é o peso do cenário internacional. Um gestor de renda variável de um grande banco global ressaltou que “os gatilhos do noticiário externo reverberam de forma muito mais intensa no Brasil diante das incertezas fiscais do país, que sofre bem mais que os outros emergentes”. Entre esses gatilhos está o avanço de Donald Trump nas eleições americanas este ano.

Com falta de aviões no mundo: polo de manutenção de aeronaves no Rio atrai aéreas

No cenário interno, a principal preocupação é com o horizonte fiscal a médio prazo. Ainda que o governo consiga manter o déficit fiscal entre 0,5% e 0,7% do PIB este ano, há dúvidas sobre como será o resultado já em 2025.

Segundo um gestor, a arrecadação deste ano dependeu muito de medidas de efeito único, como a tributação de fundos exclusivos. Ele afirma que “os gastos continuam a subir e não vemos muito espaço para ampliar a arrecadação.”

Um analista afirma que o comentário recorrente no mercado financeiro é que o dólar não ficará no patamar de R$ 5,65, por não ter relação com os fundamentos da economia brasileira.

A dúvida é se o governo apresentará medidas que mostrem compromisso com a responsabilidade fiscal — e o dólar voltaria para perto de R$ 5 —, ou se vai se confirmar um cenário leniente com as contas públicas. Nesse caso, a cotação poderia superar R$ 6 ou até mesmo R$ 7.

No fim do dia, circulou o rumor de que o BC havia contatado algumas mesas de operação de bancos para saber se haveria demanda por swap cambial, medida que aumenta a oferta de dólar no mercado.

Segundo analistas, quando há esse tipo de contato, é sinal de que pode haver uma intervenção pela autoridade monetária para segurar a divisa. Mas o BC anunciou apenas uma rolagem de contratos para hoje, disseram especialistas.

CNN Brasil - SP   03/07/2024

O Federal Reserve ainda precisa de mais dados antes de cortar os juros para ter certeza que as recentes leituras de inflação moderadas fornecem uma imagem real do que está acontecendo com as pressões de preços subjacentes, disse o chair do Fed, Jerome Powell, nesta terça-feira (2).

Dados de maio mostraram que a medida de inflação preferida do Fed não aumentou na base mensal, enquanto a taxa anual desacelerou para 2,6%, ainda acima da meta de 2% do banco central, mas em queda.

“Queremos apenas entender que os níveis que estamos vendo são uma leitura real do que está realmente acontecendo com a inflação subjacente”, disse Powell em uma conferência de política monetária em Portugal patrocinada pelo Banco Central Europeu.

“Queremos estar mais confiantes e, francamente, como a economia dos Estados Unidos é forte… temos a capacidade de levar nosso tempo.”

O Fed tem mantido sua taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,5% desde julho do ano passado, mas as autoridades estão debatendo quando afrouxar a política monetária, uma vez que a inflação está voltando para a meta de 2% do banco central norte-americano.

A inflação ainda está mais de 0,5 ponto percentual acima dessa meta, de acordo com o índice PCE, e foi descrita como “elevada” no comunicado de política monetária do banco central em 12 de junho.

Entretanto, dados mais recentes sobre inflação e atividade econômica geral sugerem que as pressões dos preços podem estar diminuindo ainda mais.

Os investidores preveem uma redução inicial nos juros de 0,25 ponto percentual na reunião de 17 e 18 de setembro do Fed.

O fato de o Fed seguir esse cronograma ou um cronograma mais tardio dependerá dos próximos relatórios de emprego e inflação, incluindo a divulgação na sexta-feira (28) do relatório mensal de emprego de junho e a divulgação em 11 de julho do índice de preços ao consumidor de junho.

Embora o momento de um corte inicial nos juros possa ter pouca importância para os resultados econômicos mais amplos que o Fed está buscando, as autoridades estão atentas ao risco de manter uma política monetária restritiva por muito tempo – e colocar em risco a atual taxa de desemprego baixa se a economia desacelerar muito rapidamente – e também são sensíveis ao sinal que enviarão ao cortar os juros.

Eles querem ter certeza, em especial, de que a primeira redução nos custos dos empréstimos se torne o início de um ciclo completo de afrouxamento monetário que reduza os juros de forma constante até um nível em que o Fed sinta que não está incentivando nem desestimulando as empresas e famílias a investirem e gastarem.

Para muitas autoridades, esse tem sido um argumento a favor da paciência e de esperar mais tempo para fazer o primeiro corte.

Globo Online - RJ   03/07/2024

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira que a interrupção do ciclo de quedas nos juros, decidido na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), teve como uma das motivações "ruídos" em relação a expectativas sobre a trajetória fiscal e política monetária do país.

— Isso (queda de juros) teve muito mais a ver com muitos ruídos que criamos do que com os fundamentos. E os ruídos estão relacionados a duas coisas, uma é a expectativa na trajetória da política fiscal e a outra é a expectativa sobre futuro da política monetária. Quando tivemos esses dois ao mesmo tempo, isso criou incerteza suficiente para nós — afirmou ele, durante palestra no Forum on Central Banking, promovido pelo Banco Central Europeu (ECB), em Portugal

Campos Neto atribuiu a existência dos ruídos ao desalinhamento entre os dados fiscais e a expectativa de melhora de indicadores econômicos.

— Precisávamos interromper e ver como podemos consertar as expectativas e nos comunicar melhor para que possamos eliminar esses ruídos, porque existe uma grande desconexão com os dados atuais, tanto os dados fiscais e de inflação quanto a expectativa. Então o que aconteceu no Brasil é que a expectativa começou a se ancorar, mesmo que os dados atuais estejam vindo conforme o esperado — completou ele.

Na última reunião, em 19 de junho, O Copom decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 10,50% ao ano, após sete cortes consecutivos iniciados em agosto do ano passado, quando a taxa estava em 13,75%. A decisão interrompeu o ciclo de queda a contragosto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem afirmado "não ver explicação" para manter a Selic nesse patamar.

A ata do encontro, publicada dois dias depois, indicou que a taxa básica de juros não deve cair tão cedo diante da deterioração do cenário observado pelo comitê para a inflação, como o cenário externo "adverso" e a atividade econômica mais forte. Além disso, reafirmou a necessidade de se manter uma "política fiscal crível".

Acerto na comunicação

Em entrevista na manhã desta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a dizer que a gestão de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central tem "viés político", mas recuou em relação a autonomia da autoridade monetária, um ponto que vinha sendo criticado por Lula nas últimas semanas.

— Mas eu acho que a gente precisa manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que o presidente do BC não fique vulnerável às pessoas políticas. No entanto, Lula Se você é um presidente democrata, permite que isso aconteça sem nenhum problema. Mas Banco Central não pode estar a serviço do sistema financeiro, é um banco do Estado — disse o presidente.

O ministro da Fazenda Fernando Haddad , por sua vez, seguiu a linha do discurso de Campos Neto te defendeu que é preciso acertar a comunicação sobre a autonomia do Banco Central (BC) e rigidez do arcabouço fiscal para conter a alta do dólar em relação ao real.

— Eu acredito que o melhor a fazer é acertar a comunicação, tanto em relação a autonomia do Banco Central como o presidente fez hoje de manhã quanto em relação ao arcabouço fiscal. Não vejo nada fora disso, autonomia do Banco Central e rigidez do arcabouço fiscal, é isso que vai tranquilizar as pessoas — disse o ministro em coletiva a jornalistas no ministério da Fazenda.

O Estado de S.Paulo - SP   03/07/2024

Os últimos gestos e declarações do presidente Lula consolidaram a aposta no mercado de que o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, é o herdeiro presuntivo do comando da instituição a partir de 2025, em substituição a Roberto Campos Neto.

O problema é que Galípolo enfrenta um déficit enorme de credibilidade entre seus pares para assumir o cargo. Isso porque justamente esses gestos e declarações de Lula reforçaram a percepção entre analistas e investidores de que, sob uma eventual gestão de Galípolo, o BC estará vulnerável à interferência do governo na política monetária, sem adotar uma postura austera suficiente se as condições domésticas e externas exigirem, tolerando, portanto, uma inflação mais alta.

Na reunião que deu aval à publicação do decreto que formaliza a meta contínua de inflação de 3%, na semana passada, Lula convocou Galípolo para participar juntamente com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Campos Neto, que coleciona atritos e impropérios de Lula nos últimos tempos, não foi convidado.

Essa reunião não era o lugar para o diretor de Política Monetária do BC. Mas Lula quis mostrar que quem manda no BC é ele. Ainda que quisesse evitar o constrangimento da presença de Campos Neto, o presidente, ao menos, poderia ter chamado para a reunião o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, o qual estava envolvido diretamente na elaboração do decreto.

Depois, quando indagado sobre Galípolo e a sucessão no BC, em entrevista a uma emissora de rádio, Lula evitou dizer o nome do seu indicado, mas cobriu o diretor de Política Monetária do BC com rasgados elogios: “Competentíssimo”, “de uma honestidade ímpar”. E, com um tom paternal (ou paternalista?), arrematou: “Um menino de ouro”.

Não à toa, a rejeição no mercado ao nome de Galípolo. Mas não só isso. Há os que o consideram sem estofo acadêmico e experiência técnica relevante para assumir o comando da autoridade monetária, especialmente em momentos de turbulência. Um participante do mercado, falando reservadamente, diz que há uma distância “quase galáctica” que separa o preparo técnico de Campos Neto ao de Galípolo.

Mas o que mais pesa contra ele é a suspeita sobre sua independência. Um renomado economista diz que o mercado “viverá em eterna desconfiança de Galípolo”. Já outro economista diz que ele será testado várias vezes. “Vamos ver como ele enfrenta a depreciação cambial e os apelos dos petistas para intervenção”, diz. “E como vai agir quando precisar subir os juros.” Essa será a “prova dos nove”.

Globo Online - RJ   03/07/2024

O ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou nesta terça-feira que é preciso acertar a comunicação sobre a autonomia do Banco Central (BC) e rigidez do arcabouço fiscal para conter a alta do dólar. Haddad ainda negou que o governo vá reduzir o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) sobre câmbio como medida para combater a depreciação do real.

— Eu acredito que o melhor a fazer é acertar a comunicação, tanto em relação a autonomia do Banco Central como o presidente fez hoje de manhã quanto em relação ao arcabouço fiscal. Não vejo nada fora disso, autonomia do Banco Central e rigidez do arcabouço fiscal, é isso que vai tranquilizar as pessoas — disse o ministro em coletiva a jornalistas no Ministério da Fazenda.

O dólar voltou a operar em alta nesta terça chegando nos R$ 5,68, com investidores ainda repercutindo as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central do Brasil (BC) e ao presidente da autoridade financeira, Roberto Campos Neto.

Em entrevista na manhã desta terça-feira, Lula foi questionado se o governo vai adotar alguma medida para conter a depreciação do real e afirmou que é necessário tomar alguma atitude, mas não revelou o que seria:

— Temos que fazer alguma coisa, mas não posso falar porque estaria alertando meus adversários.

A partir das declarações de Lula cresceram especulações de que o governo baixaria o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para conter a depreciação do real. Na coletiva desta manhã, no entanto, Haddad negou mudanças na cobrança do tributo.

— Não sei de onde saiu esse rumor — disse o ministro

Críticas ao BC

Nesta terça, Lula voltou a dizer que a gestão de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central tem "viés político", mas recuou em relação a autonomia da autoridade monetária, um ponto que vinha sendo criticado por Lula nas últimas semanas.

— Mas eu acho que a gente precisa manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que o presidente do BC não fique vulnerável às pessoas políticas. No entanto, se você é um presidente democrata, permite que isso aconteça sem nenhum problema. Mas Banco Central não pode estar a serviço do sistema financeiro, é um banco do Estado — disse o presidente.

Também nesta terça-feira, Campos Neto disse que a interrupção do ciclo de quedas nos juros, decidido na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), teve como uma das motivações "ruídos" em relação a expectativas sobre a trajetória fiscal e política monetária do país.

— Isso (queda de juros) teve muito mais a ver com muitos ruídos que criamos do que com os fundamentos. E os ruídos estão relacionados a duas coisas, uma é a expectativa na trajetória da política fiscal e a outra é a expectativa sobre futuro da política monetária — afirmou Campos Neto durante palestra no Forum on Central Banking, promovido pelo Banco Central Europeu (ECB), em Portugal.

O presidente do Banco Central completou:

— Quando tivemos esses dois ao mesmo tempo, isso criou incerteza suficiente para nós. Precisávamos interromper e ver como podemos consertar as expectativas e nos comunicar melhor para que possamos eliminar esses ruídos, porque existe uma grande desconexão com os dados atuais, tanto os dados fiscais e de inflação quanto a expectativa. Então o que aconteceu no Brasil é que a expectativa começou a se ancorar, mesmo que os dados atuais estejam vindo conforme o esperado.

Na última reunião, em 19 de junho, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 10,50% ao ano, após sete cortes consecutivos iniciados em agosto do ano passado, quando a taxa estava em 13,75%. A decisão interrompeu o ciclo de queda a contragosto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem afirmado "não ver explicação" para manter a Selic nesse patamar.

A ata do encontro, publicada dois dias depois, indicou que a taxa básica de juros não deve cair tão cedo diante da deterioração do cenário observado pelo comitê para a inflação, como o cenário externo "adverso" e a atividade econômica mais forte. Além disso, reafirmou a necessidade de se manter uma "política fiscal crível".

IstoÉ Dinheiro - SP   03/07/2024

Ao responder a uma questão sobre suas expectativas sobre a trajetória dos preços um ano à frente, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 2, que tem confiança de que a inflação futura será menor do que a que está sendo esperada hoje pelo mercado.

“Daqui um ano não estarei mais no Banco Central, mas acho que o trabalho feito é muito técnico, e estou confiante de que vai seguir”, disse Campos Neto, citando a sucessão na autoridade monetária durante fórum realizado pelo Banco Central Europeu (BCE) em Portugal. Segundo ele, as expectativas de inflação estão descoladas tanto da trajetória da inflação corrente quanto dos fundamentos.

“Estou confiante de que a inflação estará mais baixa do que a inflação esperada”, disse Campos Neto, ressaltando que a precificação do mercado para inflação está hoje descolada da realidade. Diante da pressão do mercado de trabalho na inflação de serviços, ele avaliou que o desemprego provavelmente vai subir um pouco, “mas não muito”.

Ao elencar as maiores dúvidas no cenário, Campos Neto comentou que nos mercados emergentes, incluindo o Brasil, a situação fiscal é o maior risco, porém ele também citou a polarização política como um risco intangível. “Eu me preocupo muito com isso”, assinalou.

MINERAÇÃO

Monitor Digital - RJ   03/07/2024

Na reta final da apresentação dos relatórios dos grupos de trabalhos da reforma tributária na Câmara, os deputados avaliam quais setores devem ser taxados com o Imposto Seletivo – também chamado de “imposto do pecado”.

O presidente da Comissão de Direito Minerário da OAB Nacional e conselheiro do Sindicato das Indústrias Extrativas de Minas Gerais (Sindiextra), Eduardo Soares Couto, defendeu a retirada do minério de ferro do Projeto de Lei Complementar apresentado pelo governo para regulamentar essa parte da reforma tributária.

Segundo Couto, o minério de ferro é essencial para todas as cadeias produtivas. “O minério de ferro é imprescindível para o desenvolvimento de novas tecnologias e para equipamentos que nos conduzirão para uma economia de baixa emissão de carbono. O minério de ferro consta expressamente na relação dos minerais estratégicos para o Brasil conforme resolução do Ministério de Minas e Energia”, afirmou.

No setor de mineração, o Projeto de Lei Complementar incluiu tão somente minério ferro na hipótese de incidência do Imposto Seletivo, ao lado de petróleo e gás, em razão de atos de extração.

Eduardo Soares Couto destacou, durante a audiência na Câmara, que o setor tem caminhado no desenvolvimento de novas técnicas para inclusão de novos processos com menor impacto ambiental. “Esses novos processos que reduzirão substancialmente as emissões de carbono demandam expressivos investimentos pela indústria extrativa mineral, em especial do minério de ferro”, explicou.

Couto argumentou que a indústria só terá capacidade de fazer novos investimentos em processos com menor impacto ambiental, se o minério de ferro for excluído da lista do Imposto Seletivo. “Para que seja possível a realização desses investimentos tão vultosos e importantes para o meio ambiente, nós defendemos a exclusão do minério de ferro do Imposto Seletivo. Esse setor não deve ser desestimulado, mas estimulado, inclusive para viabilizar os investimentos nesses novos processos que viabilizarão a produção do aço verde”, concluiu.

A advogada especialista em tributação ambiental, Clarissa Nepomuceno Caetano Soares, argumentou durante a audiência que a inclusão do minério de ferro no Imposto Seletivo pode prejudicar as regiões onde a mineração é realizada, especialmente nos três principais estados de onde o minério de ferro é retirado.

“Estamos em um país de dimensão continental e, tomando por base mineração, os principais estados mineradores Minas Gerais, Pará e Bahia estão em realidades econômicas, sociais e ambientais completamente diferentes. Se o tributo extrafiscal tem o objetivo de moldar o comportamento do contribuinte, se ele não estiver tendo a capacidade de fazer essa diferença, não existe razão para perpetuidade da norma”, argumentou. Outro ponto destacado pela advogada é que o Imposto Seletivo pode prejudicar o comércio internacional brasileiro.

Já para Thiago Álvares Feital, representante da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o caráter regressivo do Imposto Seletivo prejudicará principalmente as famílias brasileiras “É um tributo que vai incidir sobre o consumo e que muito possivelmente vai prejudicar mais fortemente as famílias mais pobres. Isso tem que ser articulado para que a gente tenha a oportunidade de decidir se deve seguir assim mesmo, se a gente concorda com aquela premissa que está subentendida no debate de que os pobres não têm a informação necessária para consumir”, disse.

A proposta do governo prevê a cobrança do Imposto Seletivo sobre minério de ferro, petróleo e gás natural, mesmo que estes tenham como destino o mercado internacional. Os três itens correspondem a 20% do valor de todos os embarques brasileiros, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Rinaldo Mancin, diretor de Relações Institucionais do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), alertou para o impacto que a incidência do Imposto Seletivo sobre o minério de ferro traria para a economia brasileira.

“Há décadas o setor mineral representa o principal saldo positivo da balança comercial brasileira. Em 2023 foi 32%, no ano da pandemia foi 80%, o saldo positivo da balança comercial brasileira é a conta de minério de ferro. Dessa conta do minério de ferro, 47% do saldo comercial de 2024 desse primeiro semestre é minério de ferro”, afirmou.

O diretor do Ibram também alertou que a existência de um Imposto Seletivo vai impactar toda a cadeia de produção que utiliza o minério de ferro como a indústria automotiva e construção civil. “A decisão que for encaminhada aqui vai impactar no mínimo diretamente 10% do PIB brasileiro”, declarou.

Outro ponto diretamente impactado pelo Imposto Seletivo, segundo Rinaldo Mancin, serão as reservas cambiais brasileiras.

“O que o Congresso Nacional for encaminhar está intimamente ligado ao superavit da balança comercial brasileira, que alimenta reservas cambais. As reservas permitem um escudo protetor muito importante em momentos de inflação e momentos econômicos difíceis. O Brasil vive há muitos anos com conforto das reservas cambiais. No mínimo 65% das reservas cambiais foram produzidos pela conta minério de ferro”, concluiu.

Por outro lado, representando um grupo de 140 organizações, conhecido como Movimento Reforma 3S: saudável, solidária e sustentável, o Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), através de seu diretor adjunto, Marcos Woortmann, destaca que a não inclusão de agrotóxicos e armas no Imposto Seletivo é um erro fatal, dado o impacto que possuem na saúde, no meio ambiente e na segurança pública. Segundo ele, essa é a chance que o Congresso tem de fazer valer a Constituição Federal, que diz, em seu artigo 145, parágrafo 3º: “O Sistema Tributário Nacional deve observar os princípios da simplicidade, da transparência, da justiça tributária, da cooperação e da defesa do meio ambiente”.

Paula Johns, diretora-executiva da ACT Promoção da Saúde, lembrou que a taxação pode não resolver todos os problemas do Brasil, como muitos da indústria defendem, mas é peça fundamental junto a outras políticas públicas para reduzir os impactos negativos dos produtos citados por eles, já que não só diminui o consumo como representa compensações para os gastos públicos em saúde.

Ela lembrou ainda que, no caso dos ultraprocessados, taxar bebidas açucaradas – como já está posto no texto apresentado pelo governo – é o mínimo que o país pode fazer na defesa da saúde pública, dado os danos que esses produtos causam. “O Estado tem um papel como indutor de políticas públicas que podem promover a saúde, a equidade e a sustentabilidade para o país no longo prazo. A tributação deve ser usada junto a outras políticas públicas, como foi no controle do tabagismo. Queremos o mesmo para álcool e ultraprocessados, outros fatores para doenças crônicas”, disse.

Infomoney - SP   03/07/2024

Os contratos futuros de minério de ferro ampliaram os ganhos na bolsa de Dalian nesta terça-feira, apoiados por apostas de mais estímulos na China, enquanto o índice de referência de Cingapura recuou após atingir o nível psicológico de 110 dólares por tonelada.

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações diurnas com alta de 1,4%, a 843 iuanes (115,94 dólares) a tonelada. No início do dia, o contrato havia alcançado o maior valor desde 7 de junho, em 846,5 iuanes por tonelada.

O minério de ferro de referência para agosto na Bolsa de Cingapura caiu quase 0,2%, a 109,6 dólares por tonelada, depois de atingir uma alta intradiária de 110,2 dólares por tonelada mais cedo, também a maior desde 7 de junho.

O mercado de ferrosos se beneficiou de alguma melhora das vendas no mercado imobiliário, graças a uma série de medidas de estímulo, disseram os analistas da Huatai Futures em uma nota.

As siderúrgicas não têm motivação suficiente para reduzir a produção no curto prazo e a produção relativamente alta de metais quentes significa que as usinas precisam reabastecer as matérias-primas, disseram os analistas da Chaos Ternary Futures em nota.

Os preços do principal ingrediente da siderurgia também foram sustentados pelas expectativas persistentes de mais estímulos da próxima terceira reunião plenária, acrescentaram os analistas.

A terceira reunião plenária será realizada de 15 a 18 de julho, com foco no aprofundamento das reformas e na promoção da modernização da China.

Os analistas da CITIC Futures, no entanto, advertiram que o impulso ascendente pode não se sustentar por muito tempo, uma vez que a demanda de aço downstream ainda não apresentou grande melhora e aumentou o número de usinas com manutenção de equipamentos.

CNN Brasil - SP   03/07/2024

Mais de 400 cidades mineiras convivem diretamente com a mineração, uma das principais atividades econômicas do estado. Uma dessas cidades é Mariana, profundamente marcada pelo rompimento da barragem do Fundão da mineradora Samarco em 2015.

Nove anos após o desastre, a reconstrução das áreas afetadas passa pela recuperação da própria empresa responsável pelo rompimento. A Samarco, que ficou paralisada durante cinco anos, voltou a operar no final de 2020 e hoje trabalha com 30% de sua capacidade de produção.
Novo sistema de rejeitos

A mineradora busca soluções para retomar a produção com mais segurança. Agora, todo o rejeito é filtrado e depositado de forma seca em pilhas de deposição, em vez de ser enviado para barragens.

“A gente modificou o nosso processo produtivo para que todo o rejeito, ele seja filtrado e depositado de forma seca das pilhas de deposições de rejeito”, explica um funcionário da Samarco.
Impacto econômico e ambiental

O rompimento da barragem do Fundão teve um impacto econômico e ambiental enorme na região. De acordo com a FGV, cerca de dois milhões de pessoas foram afetadas, 19 perderam a vida e o meio ambiente foi severamente danificado.

“Foi um impacto enorme que a gente causou diretamente e indiretamente na economia de Ouro Preto, Mariana, Anchieta e Guarapari”, reconhece o funcionário.
Monitoramento e fiscalização

Após o acidente, houve grandes mudanças no monitoramento e fiscalização das atividades de mineração. A Samarco conta agora com uma sala de controle que monitora todo o processo da mineradora desde Minas Gerais até o Espírito Santo.

Autoridades também reconhecem a necessidade de aperfeiçoar a relação federativa e as responsabilidades compartilhadas em torno dessa indústria de risco. A meta da Samarco é aumentar sua capacidade de produção para 60% no próximo ano e chegar a 100% em 2028.

Máquinas e Equipamentos

IstoÉ Dinheiro - SP   03/07/2024

A receita líquida total do setor de máquinas e equipamentos sofreu em maio uma queda de 4% na comparação com abril, descontados os efeitos sazonais, informou há pouco a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

No confronto com maio do ano passado, informa a associação, o faturamento líquido total do setor encolheu 17,7%. No somatório dos últimos 12 meses encerrados em maio, a receita líquida total caiu 14,6%.

Consumo Aparente

Também em maio, o consumo aparente de máquinas e equipamentos subiu 2,6% na comparação com abril. O consumo aparente de bens industriais é definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações.

Na comparação com maio do ano passado, o consumo aparente do setor de máquinas e equipamentos recuou 9,9%. Em 12 meses até maio, a queda é de 11,2% e no acumulado de 2024 até maio a queda é de 12,7%.

Máquinas Agrícolas

A receita líquida total advinda das vendas de máquinas agrícolas em maio cresceu 5,1% em relação a abril, informou há pouco a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). No entanto, quando comparada com o mesmo mês do ano passado, a receita liquida total de máquinas agrícolas recuou 32,7%. No acumulado dos 12 meses encerrados em maio, a receita líquida total resultante das vendas de máquinas agrícolas foi de uma queda de 26,1%.

NUCI

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) do setor de máquinas e equipamentos registrou em maio um crescimento de 1,2 ponto porcentual em relação a abril atingindo 74,8%.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   03/07/2024

Os fabricantes chineses de veículos elétricos Neta Auto e Xpeng Motors estão intensificando sua incursão na África e mudando suas estratégias de expansão internacional num cenário de tensões comerciais entre China e Europa.

A Neta, uma marca desenvolvida pela startup de veículos elétricos Hozon New Energy Automobile, abriu uma loja no Quênia no fim de junho, a primeira concessionária da empresa na África. O plano é entrar em 20 países africanos nos próximos dois anos, abrir 100 concessionárias e vender mais de 20 mil unidades na região dentro de três anos.

O Quênia "serve como um portal para a África Austral, Central e Oriental", disse a Neta em um comunicado à imprensa. Até agora, os fabricantes chineses de veículos elétricos focavam suas estratégias de expansão internacional na Europa e no Sudeste Asiático.

A Europa recebeu cerca de 40% das exportações de veículos elétricos e híbridos plug-in da China em 2023, segundo dados da indústria, mas a Comissão Europeia anunciou em meados de junho tarifas compensatórias de até 38,1% sobre as importações de veículos elétricos fabricados na China, com vigência a partir de quinta-feira (4). Argumentou que os veículos se beneficiam de subsídios do governo chinês, infringindo a concorrência justa no mercado comum europeu.

Diante das preocupações com o impacto da medida nas vendas de veículos elétricos chineses, os fabricantes de automóveis estão dando maior importância a mercados alternativos, como o Oriente Médio e a África.

A Xpeng anunciou em meados de junho que estava iniciando as vendas de dois modelos de veículos elétricos no Egito: o utilitário esportivo G9 e o sedan P7.

A principal fabricante chinesa de veículos elétricos BYD começou a vender o SUV Atto 3 no ano passado na África do Sul, o maior mercado do continente. O Atto 3 começou a ser vendido por 768 mil rand (cerca de US$ 41 mil) — um preço ambicioso, quase o triplo do Volkswagen Polo Vivo, um carro compacto popular na África do Sul.

"Acreditamos que podemos fornecer a todos os nossos clientes sul-africanos veículos que não apenas atendam às suas necessidades de transporte, mas superem suas expectativas", disse Huang Zhixue, gerente geral da divisão de vendas de automóveis da BYD para o Oriente Médio e África.

Marcas europeias e japonesas, como Volkswagen, Toyota Motor e Suzuki Motor, têm amplo reconhecimento na África. No entanto, elas se concentraram principalmente em veículos a gasolina e oferecem apenas alguns modelos de veículos elétricos localmente.

Os fabricantes chineses veem os veículos elétricos e híbridos plug-in como a chave para alcançar o sucesso na região. A estratégia é expandir suas linhas de produtos na África e ganhar maior reconhecimento para atrair consumidores ambientalmente conscientes, mesmo com preços mais altos.

Os veículos elétricos ainda são raros na África e no Oriente Médio, representando menos de 1% do total de vendas de carros nessas regiões, segundo a Agência Internacional de Energia.

Mas as políticas governamentais para reduzir as emissões de carbono devem impulsionar as vendas de veículos elétricos. A África do Sul busca reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2030. O Catar pretende que os veículos elétricos representem 10% das vendas de automóveis até esse ano. A capital saudita, Riad, planeja que os veículos elétricos representem 30% dos veículos nas ruas até 2030.

A Avatr, uma marca de veículos elétricos da estatal Changan Automobile, anunciou no fim de junho um acordo de distribuição exclusiva com um concessionário de automóveis nos Emirados Árabes Unidos. A fabricante de veículos elétricos de Xangai, Nio, planeja expandir para os Emirados Árabes Unidos até o fim deste ano.

A África e o Oriente Médio são mercados promissores para automóveis em geral. Níveis de renda mais baixos tornam a venda de veículos usados a norma na África, mas espera-se que as vendas de veículos novos aumentem substancialmente à medida que suas economias crescem.

As vendas de veículos novos na África chegarão a 1,52 milhão em 2036, um aumento de 53% em relação a 990 mil em 2023, prevê a GlobalData.

No Oriente Médio, as vendas de veículos novos estão a caminho de crescer 41%, para 3,96 milhões de unidades em 2036, em comparação com 2,8 milhões em 2023. Mais de 20 marcas chinesas estão sendo vendidas nos Emirados Árabes Unidos, segundo a S&P Global, o dobro do registrado em 2022.

A Neta define sua estratégia internacional como "enraizamento profundo na Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean, na sigla em inglês), destaque na América do Sul e desenvolvimento no Oriente Médio e na África". A BYD montou uma equipe de cerca de 100 membros para expandir sua rede de vendas na Arábia Saudita.

Ainda assim, estabelecer uma presença será um desafio a longo prazo em regiões emergentes como a África, onde redes elétricas e de carregamento ainda estão em desenvolvimento. Uma abordagem competitiva exigirá investimentos em infraestrutura de recarga e serviço pós-venda.

IstoÉ Online - SP   03/07/2024

As montadoras chinesas de veículos elétricos tiveram vendas robustas em junho, ajudadas por subsídios do governo, isenções fiscais e descontos acentuados que trouxeram os compradores de volta aos showrooms após um início de ano lento.

A BYD, a Nio, a Leapmotor e a Zeekr registraram recordes de volume de vendas durante o mês, enquanto a Li Auto se recuperou dos números fracos do início do ano com um aumento anual de 47% nos veículos entregues em junho. A XPeng e a Seres registraram vendas maiores no ano e no mês.

Somente a BYD totalizou vendas trimestrais de mais de 426 mil veículos totalmente elétricos. A chinesa quase conseguiu recuperar seu título de maior vendedora global nesta categoria, atrás apenas da americana Tesla, que reportou vendas de 443.956 veículos elétricos no segundo trimestre.

Na China, a Tesla foi um caso atípico, registrando queda de 24% no ano e 2,2% no mês, informou a Associação de Carros de Passageiros da China nesta terça-feira.

Outra tendência deste ano no mercado automotivo da China foi o crescimento muito mais rápido das vendas de carros híbridos do que de veículos totalmente elétricos. De acordo com a Associação de Carros de Passageiros da China, as vendas no varejo de modelos híbridos aumentaram 70% nos primeiros cinco meses do ano, bem acima do crescimento de 17,5% observado no segmento totalmente elétrico.

Globo Online - RJ   03/07/2024

A Tesla divulgou sua segunda queda consecutiva nas entregas trimestrais de veículos elétricos, apesar das medidas do CEO Elon Musk para conter o declínio. Mas o número veio um pouco acima do esperado.

A montadora americana disse nesta terça-feira que entregou 443.956 veículos no segundo trimestre, uma queda de 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado, mas acima da estimativa média dos analistas, de 439.302 unidades. Foi também uma melhora em relação aos 386.810 carros entregues nos primeiros três meses do ano.

A empresa produziu 410.831 veículos no trimestre, 14% menos do que no mesmo período de 2023. A Tesla não ofereceu uma explicação para a queda nas vendas e na produção, mas provavelmente entrará em mais detalhes quando divulgar os resultados do segundo trimestre em 23 de julho. As ações chegaram a saltar cerca de 10% na manhã desta terça-feira em Nova York.

Já a chinesa BYD registrou um aumento de 21% nas vendas de veículos elétricos no segundo trimestre, depois de devolver o título de maior vendedora de veículos elétricos do mundo para a rival americana no primeiro trimestre.

Veja uma galeria de automóveis elétricos das marcas mais conhecidas

Em termos de veículos puramente eléctricos, as vendas trimestrais de 426.000 unidades, um recorde, da gigante automobilística com sede em Shenzhen colocam-na a uma curta distância de ultrapassar a Tesla como a maior vendedora de veículos eléctricos a nível mundial novamente .

Isso é quase 18.000 veículos a menos do que as entregas de veículos da Tesla no segundo trimestre, mas muito mais perto do que a diferença de mais de 86.000 no trimestre anterior.

A Tesla teve um ano tumultuado. Musk anunciou grandes demissões em abril e fez pressão interna para reduzir o número de funcionários em até 20%. Os cortes incluíram funcionários de vendas, o que pode ter desempenhado um papel nos números de entrega mais fracos. O primeiro modelo novo da montadora em anos, o Cybertruck, também custa a decolar.

A Tesla atribuiu a desaceleração do primeiro trimestre a um suposto incêndio criminoso em sua fábrica de veículos perto de Berlim, bem como aos desvios de navios no Mar Vermelho. Mas mesmo com menos perturbações externas nos últimos três meses, a empresa enfrenta dificuldade para crescer.

Musk ordenou cortes de preços em toda a linha da Tesla no último ano e meio, mas essas medidas não foram suficientes para sustentar o crescimento das vendas. A montadora entregou 422.405 veículos Model 3 e Model Y, os mais vendidos, no segundo trimestre, abaixo dos 446.915 no mesmo período do ano anterior.

A empresa ainda não divulgou as vendas do Cybertruck, a tão esperada picape que começou a entregar no final do ano passado. Duas campanhas de recall em junho sugerem que a Tesla entregou mais de 11.000 unidades aos clientes.

Durante a reunião anual de acionistas da empresa no mês passado, Musk disse que a montadora produziu 1.300 picapes em uma semana, embora não tenha especificado quando ou se a Tesla manteria esse ritmo.

Musk disse que a Tesla lançará modelos mais acessíveis no início do próximo ano, embora a empresa tenha fornecido poucos detalhes além de dizer que serão produzidos nas mesmas linhas de montagem dos modelos atuais. O CEO também tem priorizado a construção de um robotáxi totalmente autônomo, e planeja realizar um evento para revelar o veículo em 8 de agosto.

Automotive Business - SP   03/07/2024

O Brasil tornou-se caminho obrigatório para a expansão das marcas chinesas. Desta vez é a GAC, que acaba de confirmar investimento no país para os próximos cinco anos que contempla a abertura de uma fábrica para produção de veículos elétricos (EVs).

Uma das primeiras montadoras da China a ter produção de carros movidos a bateria, a GAC revelou investimento de US$ 1 bilhão no Brasil até 2029. Além da fábrica de elétricos, a promessa é de aportes em diferentes áreas.

“Nos próximos cinco anos, a GAC, juntamente com sua cadeia de fornecimento, planeja investir US$ 1 bilhão no Brasil, incluindo planos para estabelecer fábricas, centros de pesquisa e desenvolvimento e armazéns para peças de reposição.” disse Feng Xingya, presidente do Grupo GAC, por meio de nota.

Na primeira semana de junho, em visita oficial a Pequim, o executivo se reuniu com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Segundo a GAC, as conversas trataram do aprofundamento da cooperação econômica e comercial entre Brasil e China e as estratégias da fabricante para o nosso mercado.
GAC planejava investimento no Brasil antes de BYD e GWM

A GAC é uma das principais parceiras das japonesas Honda e Toyota na China. Em 2023, porém, foi a quinta maior fabricante de automóveis na China, com 2,5 milhões de carros entregues.

A fabricante obteve receita de US$ 70 bilhões no ano passado. A meta da empresa é atingir produção e vendas totais superiores a 4,7 milhões de veículos/ano e uma receita de US$ 137 bilhões até 2030.

Os planos de investimento da GAC no Brasil, vale destacar, são antigos. Anteriores até mesmo à ofensiva de marcas como GWM e BYD.

A empresa, inclusive, foi uma das primeiras a se interessar pela fábrica de Camaçari (BA) após o encerramento das atividades industriais da Ford por aqui – a unidade acabou sendo adquirida pela BYD.
Quais carros a GAC vai vender pro aqui?
SUV elétrico Aion Y será o primeiro elétrico da GAC no Brasil

A montadora ainda não deu detalhes sobre quais veículos pretende produzir e vender no Brasil. A marca, obviamente, vai iniciar as atividades com a importação de modelos.

Curiosamente, a GAC é uma das companhias chinesas com portfólio mais tímido quando se trata de modelos elétricos próprios – à exceção das joint ventures com Honda e Toyota. De qualquer forma, o primeiro carro da montadora cotado para o Brasil é o SUV médio elétrico Aion Y.

O modelo é um pouco maior que o Jeep Compass (são 4,53 m de comprimento e 2,75 m de entre-eixos) e usa motor com potência aproximada de 135 cv e torque de 23 kgfm. As baterias têm capacidade de 63,2 kWh e, pelos padrões chineses, prometem autonomia de 490 km.

FERROVIÁRIO

Investing - SP   03/07/2024

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), afirmou nesta 3ª feira (2.jul.2024), em audiência na CI (Comissão de Infraestrutura) do Senado, que o Brasil não tem orçamento para investir em ferrovias.

Apesar da declaração pessimista, Tebet disse que o país pode continuar a expansão de sua malha ferroviária a partir de parcerias com o setor privado. Para isso, a ministra afirmou ser necessário estruturar um marco para definir o melhor modelo de parceria entre empresas nacionais e internacionais nesses projetos.

Aos senadores presentes, Tebet declarou que empresas estrangeiras já manifestaram interesse em investir na construção de estradas de ferro no Brasil, mas que a regulamentação ainda trava a concretização dos projetos.

“Eu não vou adiantar, mas sei que tem muita gente de fora interessado. Se eles vão poder entrar com 51% ou só 49% isso é uma discussão que nós já estamos tratando e eu acredito que a Comissão de Infraestrutura também poderá dar sua parcela de contribuição”, disse Tebet.

FERROGRÃO

Tebet foi ao Senado apresentar o plano de 5 rotas para integração sul-americana. Durante a apresentação, a ministra foi questionada por senadores sobre as dificuldades em concretizar investimentos de transporte, especialmente em ferrovias.

O projeto da Ferrogrão, estrada de ferro que pretende ligar Sinop (MT) a Miritituba (PA) para escoamento de grãos em portos na região Norte, foi usado como exemplo de empreendimento que teve sua implantação dificultada e judicializada. A ferrovia ainda está em fase de estudos.

Em resposta, Tebet afirmou que a Ferrogrão será uma parte integral do projeto de integração do continente e foi a única ferrovia destacada em toda a apresentação.

NAVAL

Portal Fator Brasil - RJ   03/07/2024

O grão de soja é destaque entre as commodities, representando metade do crescimento nacional de exportação pelos portos do Estado.

A exportação nos portos paranaenses cresceu 4% este ano em relação ao mesmo período do ano anterior, movimentando 16.861.765 toneladas, 715.435 a mais que em 2023. A commodity que apresentou maior movimentação em volume foi o grão de soja.

Ao todo, 6.381.268 toneladas foram movimentadas este ano, contra 5.743.035 no ano passado, representando um crescimento de 11%. Segundo dados do governo federal, disponibilizados pelo Comex/Stat e do Power BI, os portos paranaenses alavancaram metade do crescimento nacional em exportação de soja entre os meses de janeiro e maio deste ano. Das 1.183.261 toneladas a mais no Brasil este ano, 638.232 toneladas são do Porto de Paranaguá.

— Ou seja, mais da metade da movimentação nacional passou pelo porto paranaense. É um volume bastante expressivo e que mostra a eficiência das nossas operações — destacou o diretor-preside da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

Além do crescimento em soja, o açúcar foi destaque na exportação. Entre os meses de janeiro e maio, o açúcar a granel passou de 1.086.008 toneladas, no ano passado, para 2.212.473 toneladas neste ano, um aumento de 104%. A commodity em sacas também apresentou crescimento de 143.913 toneladas, em 2023, para 293.510 toneladas, em 2024, representando também 104% a mais.

—Tivemos um aumento significativo na movimentação de açúcar para exportação e isso se deve a grande procura da Índia, que apresentou uma quebra de safra e está com dificuldades para manter a própria demanda interna. Temos uma grande hinterlândia disponível na região do Porto de Paranaguá, além de infraestrutura para atender esse tipo de carga e eficiência na gestão na operação— explicou o diretor de Operações, Gabriel Vieira.

—O volume nacional de açúcar no período cresceu 61% em comparação ao ano passado e a cotação da tonelada média no período saltou de US$ 464/tonelada para US$ 520/tonelada. O açúcar está entre os únicos produtos da pauta de exportação do agronegócio, em 2024, com aumento em volume embarcado e em receita cambial simultaneamente —destacou o conselheiro administrativo da Portos do Paraná, Giovani Ferreira.

Os contêineres também apresentaram crescimento: de 232.566 TEUs no ano passado para 325.382 TEUs neste ano, com destaque para as cargas de carne congelada.

Panorama geral — A movimentação geral, tanto de importação quanto de exportação, apresentou um crescimento de 8% no período em comparação ao ano passado, de 25.220.449 toneladas para 27.197.565 toneladas. Na importação, houve um crescimento de 14% em relação a 2023, passando de 9.074.119 toneladas para 10.335.801 toneladas movimentadas este ano.

Portal Fator Brasil - RJ   03/07/2024

O Porto do Itaqui marcou mais um feito histórico ao receber, após um período de 40 aos, uma carga de petróleo bruto, nos dias 29 e 30 de junho (sábado e domingo). A ação ocorreu na primeira operação de transferência de petróleo de navio para navio (Ship to Ship – STS) em toda sua história.

Durante a operação, realizada no berço 106 pela Transpetro, foram transferidas 18.000 toneladas de petróleo do navio Marlin para o navio Nave Atria, em uma ação que destaca o potencial do porto para operações de granéis líquidos.

O navio Marlin, carregado no terminal de Coari-AM com petróleo extraído dos campos de produção terrestre da bacia petrolífera de Urucu, no interior do Amazonas, transferiu a carga para o Nave Atria, que seguiu com destino ao terminal de São Sebastião, em São Paulo. De lá, o produto será distribuído para as refinarias da Petrobras na região.

A operação, além de inédita, tem um significado especial por ser a primeira movimentação de petróleo no Porto do Itaqui, após um intervalo de 40 anos. O marco fortalece ainda mais a capacidade do porto de se adaptar e crescer, fortalecendo sua importância no cenário logístico nacional.

O diretor de engenharia do Porto do Itaqui, Ricardo Miranda, destacou mais esse feito obtido pelo porto maranhense: —Essa operação de STS reforça o potencial do Porto do Itaqui para operações de granéis líquidos. Estamos preparados para ampliar nossas atividades e contribuir ainda mais para o desenvolvimento econômico do país —frisou.

O Porto do Itaqui, com sua localização estratégica e infraestrutura eficiente, se consolida como um ponto de destaque no mapa logístico do Brasil, pronto para atender às crescentes demandas do setor de petróleo e gás.

PETROLÍFERO

O Petróleo - SP   03/07/2024

Em maio de 2024, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou os resultados do Boletim Mensal da Produção, indicando um aumento significativo na produção de petróleo e gás natural no Brasil. A produção total atingiu 4,234 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), representando um marco positivo para o setor.

A extração de petróleo alcançou 3,318 milhões de barris por dia (bbl/d), marcando um crescimento de 3,9% em relação ao mês anterior e de 3,6% comparado ao mesmo período do ano anterior. Esses números refletem a contínua expansão da produção petrolífera no país.

Expansão do Gás Natural

A produção de gás natural em maio registrou 145,63 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), um aumento de 6,6% em relação a abril de 2024 e de 0,8% comparado ao mesmo mês de 2023. Esse crescimento é um indicativo positivo para o setor de energia no Brasil.
Avanços no Pré-Sal

O pré-sal destacou-se com uma produção total de 3,314 milhões de boe/d, representando 78,3% da produção nacional. Esse aumento de 5% em relação ao mês anterior e de 3,7% em relação a maio de 2023 sublinha a importância contínua dessa área para o crescimento da indústria petrolífera brasileira.

Eficiência no uso do gás natural

A eficiência no aproveitamento de gás natural atingiu 97,6% em maio, com 46,75 milhões de metros cúbicos por dia disponibilizados ao mercado e uma queda significativa de 9,5% na queima em comparação ao mês anterior.
Análise dos dados

Os dados revelam que os campos marítimos foram responsáveis por 97,5% da produção de petróleo e 86,2% da produção de gás natural. A Petrobras, em parceria com outras empresas, operou 88,88% do total produzido, destacando seu papel central na indústria energética brasileira.

Insights do Mercado

Além do boletim tradicional em PDF, os dados estão disponíveis de forma interativa através de ferramentas de Business Intelligence (BI). Essa tecnologia permite análises detalhadas por período, tipo de campo e operador, proporcionando insights valiosos para stakeholders do setor.

Embora variações na produção sejam esperadas devido a diversos fatores operacionais, os números de maio de 2024 refletem um crescimento robusto na produção nacional de petróleo e gás natural. O setor continua a enfrentar desafios, mas está bem posicionado para expandir sua capacidade de produção ao longo do tempo.

InfraRoi - SP   03/07/2024

A construção do Terminal Gás Sul (TGS), na Baía de Babitonga, em Santa Catarina, encerrou e a proprietária do empreendimento, a New Fortress Energy, já pode se preparar para começar as operações. A expectativa é de que o terminal possa fornecer até 15 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, representando um aumento de mais de três vezes no total anteriormente disponível no estado de Santa Catarina.

Localizado a 300 metros da costa da cidade de São Francisco do Sul, o TGS possui infraestrutura para receber e armazenar gás natural liquefeito (GNL), regaseificar e distribuir. O gás chega ao terminal pelo mar através de navios metaneiros, de onde é transferido pelo sistema ship to ship para a FSRU (unidade flutuante de armazenamento e regaseificação) Energos Winter, já atracada no Terminal, que possui capacidade de armazenar 160 mil metros cúbicos de GNL. O TGS se interliga ao GASBOL (Gasoduto Bolívia-Brasil) através de 33 quilômetros de dutos, permitindo distribuir gás para diversos municípios da região Sul do Brasil.

A Tenenge, empresa da OEC especializada no mercado de obras industriais, foi quem concluiu a obra do Terminal Gás Sul após a finalização do comissionamento e execução do teste de performance do empreendimento. De acordo com a empresa, trata-se de uma obra que inaugura nova fase na economia catarinense, viabilizando maior oferta de gás natural para indústrias e a população em geral.

Segundo a Companhia de Gás de Santa Catarina, o gás natural abastece mais de 350 indústrias catarinenses. De acordo com dados de maio de 2023, 354 indústrias utilizam o combustível como fonte de energia, e se distribuem entre 50 municípios catarinenses. Este índice aponta um crescimento de cerca de 22% no número de consumidores industriais nos últimos quatro anos.

Joinville, Jaraguá do Sul e Blumenau são as cidades que mais concentram indústrias abastecidas a gás. Destaca-se o setor cerâmico, grande responsável pelo consumo de mais da metade do volume total de gás distribuído no estado, seguido pelas fábricas metalúrgicas, com 20% de participação no volume.

O Petróleo - SP   03/07/2024

Os preços do petróleo dispararam para os maiores níveis em dois meses nesta terça-feira(02), impulsionados pelas expectativas de aumento na demanda durante a movimentada temporada de viagens de verão. Com a aproximação do feriado do Dia da Independência nos EUA, a American Automobile Association prevê um aumento de 5,2% nas viagens em relação ao ano anterior, com um crescimento de 4,8% nas viagens de carro.

Além da crescente demanda, o furacão Beryl, que atingiu o Caribe como uma tempestade de categoria 4, eleva as preocupações sobre possíveis interrupções na produção e refino offshore dos EUA. A tempestade tem potencial para impactar significativamente a oferta de petróleo, aumentando ainda mais os preços. Charalampos Pissouros, analista da XM, destacou que o furacão pode intensificar as preocupações sobre a oferta, especialmente se atingir o México.

Impacto geopolítico e econômico

Os preços do petróleo Brent subiram 70 centavos, ou 0,81%, para US$ 87,30 o barril, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA aumentou 68 centavos, ou 0,82%, para US$ 84,06. Ambos os índices de referência tiveram um ganho de cerca de 2% na sessão anterior. Além dos fatores climáticos, as tensões no Oriente Médio e sinais de queda na inflação dos EUA também contribuíram para a alta nos preços, alimentando esperanças de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve.

Mercado apertado e menores exportações

Claudio Galimberti, da Rystad Energy, mencionou que a combinação de menores exportações de petróleo bruto pela OPEP e pela Rússia e o aumento nas operações das refinarias durante o pico do verão resultaram em um mercado mais apertado do que o esperado, o que tem impulsionado os preços. No entanto, ele também apontou que o crescimento da demanda está sendo limitado por dados que mostram uma queda nas importações de petróleo bruto para a Ásia em comparação ao ano passado.

O aumento nos preços do petróleo reflete uma combinação de fatores que vão desde a alta demanda sazonal até os riscos geopolíticos e interrupções climáticas. Com a temporada de viagens em pleno andamento e a ameaça do furacão Beryl, o mercado de petróleo está preparado para enfrentar uma volatilidade significativa nas próximas semanas.

Petro Notícias - SP   03/07/2024

Para toda a incerteza no mercado de gás do Cone Sul, a única constante é que a demanda brasileira continuará a crescer substancialmente até 2030 e além. De um mínimo de 69 milhões de metros cúbicos por dia (MMcmd) de demanda no ano passado, esse número deverá aumentar para mais de 120 MMcmd até 2032, um aumento de 74% em nove anos. A maior parte desse aumento na demanda é sustentada pela necessidade de mais gás natural em duas áreas. O setor industrial crescerá de 38 MMcmd para 58 MMcmd, à medida que o crescimento econômico e a substituição de combustíveis aumentarão as oportunidades para o gás natural. O segmento de geração de energia mostrará o desenvolvimento mais significativo, passando de 11 MMcmd para quase 40 MMcmd devido à adição de novas usinas a gás na base da matriz energética e plantas flexíveis para sustentar o crescimento das energias renováveis. Os dados fazem parte de uma análise divulgada pela Rystad Energy.

Ao mesmo tempo, a quantidade de gás associado produzido dos ativos do pré-sal na Bacia de Santos também está prestes a aumentar precipitadamente. Em 2023, o Brasil produziu cerca de 55 MMcmd de gás doméstico. Com projetos em desenvolvimento e descobertas em processo de decisão final de investimento (FID), esse número pode aumentar para mais de 86 MMcmd de produção até 2030. Restrições de infraestrutura levantam questões sobre quanto desse gás poderia ser monetizado ou se precisaria ser reinjetado. O Brasil tem capacidade limitada de gasodutos para trazer o gás associado de volta à costa.

“Considerando a profundidade da água e a distância, construir esses gasodutos do zero pode ser proibitivamente caro. De fato, parte desse gás chegará ao mercado, especialmente projetos vinculados às Rotas 1, 2 e 3 e outros como o BM-C-33 da Equinor, que terá seu gasoduto dedicado conectando Raia Manta e Raita Pintada ao continente. No entanto, o destino da maioria dessa produção de gás permanece desconhecido no momento”, disse o diretor executivo para a América Latina na Rystad Energy, Schreiner Parker.

Previsão da demanda brasileira de gás natural – clique para ampliar

O Brasil agora precisa fazer suas apostas desenvolvendo infraestrutura de regaseificação de GNL ao longo de sua enorme costa, inserindo novas empresas privadas no mercado de gás brasileiro. Na próxima década, espera-se que as importações da Bolívia caiam dos 15 MMcmd observados no ano passado para apenas 1,3 MMcmd até 2032. A Argentina, outro grande comprador de gás boliviano, deve encerrar suas importações este ano devido, em parte, ao declínio na produção de gás boliviano, mas também ao aumento da produção de gás em Vaca Muerta. O país exportador estava produzindo quase 60 MMcmd há uma década e viu os volumes caírem essencialmente pela metade para 32 MMcmd este ano. Daqui a uma década, a produção está prevista para ser de apenas 17 MMcmd, mal cobrindo a demanda doméstica atual da Bolívia de 15 MMcmd.

A turbulência política da nação andina pouco fez para resolver a situação, e parece que há mais turbulência no horizonte. Assim, os brasileiros estão tentando se antecipar a essa situação e, conforme previsto agora, essa queda nas importações de gás encanado será substituída por um volume crescente de importações de GNL. Em 2024, o Brasil importou apenas 4,7 MMcmd de GNL; até 2032, esse número deverá chegar a 18,5 MMcmd, e não há escassez de projetos planejados e em construção de regaseificação de GNL surgindo no gigante sul-americano.

A verdadeira questão no futuro é se o gás de Vaca Muerta pode ser competitivo em relação ao preço do GNL que o Brasil está pagando hoje e no futuro. A história de crescimento da produção de gás na Argentina é impressionante. Com um complemento completo de operadores, incluindo a estatal YPF, supermajors como a Chevron e independentes como a Vista, muito capital pode ser investido. A produção de gás deve aumentar em 58,5% de 2023 a 2033, atingindo cerca de 203 MMcmd naquele ano. Assim como no pré-sal brasileiro, houve restrições de infraestrutura em Vaca Muerta, que até recentemente dificultavam encontrar uma rota para exportar esses volumes.

Previsão de suprimento de gás no mercado brasileiro – clique para ampliar

No entanto, com a produção aumentando dramaticamente, novos projetos de escoamento estão sendo planejados e executados rapidamente. Se o gás argentino quiser chegar ao Brasil, terá que seguir um dos quatro caminhos: ou revertendo o fluxo das linhas existentes da Bolívia para a Argentina e depois enviando-o pelo gasoduto GASBOL para o Brasil, aproveitando a infraestrutura de gasodutos existente e planejada com pequenas expansões para conectar da Argentina através do Uruguai ao Brasil, conectando diretamente da Província de Corrientes ao estado do Rio Grande do Sul, novamente usando gasodutos existentes, em construção e planejados com alguma expansão necessária, ou, conceitualmente, através de um gasoduto de 500 quilômetros que atravessaria o Chaco paraguaio.

Qual, se algum, desses caminhos o gás de Vaca Muerta seguirá ainda está em debate. Outros têm designs para exportações de GNL da Argentina, e todas as opções para monetizar esse recurso serão examinadas exaustivamente. Qualquer que seja o destino desse gás, serão necessários grandes injeções de capital para levá-lo ao seu destino. E ainda assim, de uma perspectiva econômica de oferta e demanda de 12 mil metros de altitude, parece que o Brasil pode ser um ajuste natural. A demanda lá continuará a crescer e o suprimento da Bolívia continuará a diminuir. Esses dois fatores por si só contam uma história muito convincente que está sendo percebida por produtores, governos e investidores. Como o mercado de gás do Cone Sul parecerá em uma década ainda não está claro, mas até mesmo os observadores mais míopes podem começar a ver os contornos se desenvolvendo. Se todos esses atores podem se alinhar para mover-se em concerto e remodelar esse mercado regional essencial ainda é uma questão pendente, e levará muita coordenação para alcançar o objetivo final de o gás argentino suprir a demanda brasileira. Mas o jogo está em andamento; agora, o tempo dirá quem sairá vitorioso.

AGRÍCOLA

Canal Rural - SP   03/07/2024

A indústria de máquinas e equipamentos vem observando uma queda expressiva na receita acumulada com vendas internas neste ano e atribui parte da retração à escassez de recursos.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a receita líquida interna em 2024, até maio, soma R$ 18,233 bilhões, uma queda de 31,8% ano a ano.

O presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da entidade, Pedro Estevão Bastos, disse que o juro de mercado atualmente é de aproximadamente 16%. Para o Plano Safra 24/25, “não se sabe exatamente”, mas ele espera algo entre 10% e 11%.

“Essa queda no desempenho até aqui se deve ao juro alto, à falta de recursos do Plano Safra, à seca na safra de verão e aos menores preços das commodities”, lembrou. “Amanhã ficaremos sabendo como o mercado vai se portar”, disse.
Possível plano “raquítico”

A Abimaq sugeriu que o governo disponibilizasse R$ 36 bilhões para o financiamento de máquinas agrícolas, sendo R$ 26 bilhões para Moderfrota e Moderfrota Pronamp – médios e grandes produtores e R$ 10 bilhões para o Pronaf – a chamada agricultura familiar.

“Estimamos que o ideal seria mais ou menos R$ 41 bilhões, o que representa 70% das vendas anuais, mas temos ouvido falar que o anúncio deve ser de R$ 18 bilhões, que seria metade do que pedimos. Isso significa que teríamos mais do mesmo do que aconteceu no ano passado: os recursos oficiais acabam em três meses e o produtor teria que buscar com juros mais altos”, analisou.

Bastos disse que as especulações do mercado preveem o juro do Moderfrota em 11,5% ao ano. “Não sabemos ao certo o que virá. Temos que esperar para ver. O fato é o seguinte: se os recursos vierem na faixa de R$ 18 bilhões, a perspectiva para o ano piora um pouco. Falávamos em 15% negativo, aumentamos para 18% negativo, mas isso era esperando um Plano Safra robusto. Se for raquítico, vai para queda de 25% no ano”, projetou.
Sem recursos para máquinas

O número seria pessimista, mas o dirigente lembra que o setor vem caindo mais de 30% até aqui e a expectativa era de uma recuperação no segundo semestre. A Abimaq vinha dizendo, ao longo dos últimos meses, que o governo federal se mostra sensível às demandas do setor.

Bastos vê o executivo mais propenso a alocar mais recursos na agricultura familiar; “na empresarial, nem tanto”. Isso se justificaria pelo orçamento apertado. “Me parece que o governo não tem recursos suficientes para colocar subsídios, então escolhe alguns setores.
Provavelmente deve escolher a armazenagem, que tem uma situação crítica. Assim, não haveria recursos suficientes para a demanda do setor de máquinas”, conjecturou.

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